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Jogo aberto com Desirée Oliveira Edmundo Vascaíno desde sempre Marlone, Jhon Cley, Romário e Luan As novas joias da Colina Revista Oficial Novembro/Dezembro | N o 02 | Ano 2012

Revista do Vasco

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Revista do Vasco, edição 2.

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  • Jogo aberto com Desire Oliveira

    EdmundoVascano desde

    sempre

    Marlone, Jhon Cley, Romrio e Luan

    As novas joias da Colina

    VASCORevista Oficial

    Nov

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    | No

    02

    | Ano

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    Sou presidente de um clube que ostenta o nome de um heri. E Vasco da Gama, o navegador, a inspirao e a certeza de vitria que carrego dentro do meu corao.

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    Amigo vascano, outro dia, olhando o mar num dia de ressaca, fiquei pensando na vida do navegador portugus que empresta seu nome ao nosso glorioso clube. Quantas di-ficuldades e perigos o almirante Vasco da Gama enfrentou em suas jornadas pelos oceanos, a bordo de caravelas de madei-ra que deviam parecer cascas de nozes em dias de fria da natureza.Vasco da Gama no tinha medo de enfrentar desafios, por mais difceis que fossem. Seu mpeto, coragem, poder de comando e auto-ridade o levavam sempre a um porto seguro. Naqueles minutos em que fiquei parado no engarrafamento perptuo da Avenida Nie-meyer, compensados pela paisagem deslum-brante do mar, voltei realidade quando a buzina do carro de trs tocou para me alertar de que a pista j estava liberada.Sou presidente de um clube que ostenta o nome de um heri. E Vasco da Gama, o na-vegador, a inspirao e a certeza de vitria que carrego dentro do meu corao. Tenho muito orgulho de estar no leme de uma ins-tituio gloriosa, ao lado de pessoas que, as-sim como eu, amam o Clube de Regatas Vas-co da Gama. Somos todos uma s tripulao. Eu, os dirigentes, os scios, os torcedores e todos aqueles que admiram e reverenciam a Histria do nosso clube.

    Por trs da tempestade, vislumbro a calmaria que h de vir como fruto dos nossos esforos em superar todos os desafios. O projeto de criao da Arena est na ordem do dia. So Janurio ser tambm o palco da modernida-de necessria ao futuro que nos espera. Mais do que obras, no entanto, o que o Vasco da Gama precisa nesse momento do ser humano. Nossa gesto focada na ampliao do quadro social, cuja receita fundamental para as contas do clube. E para que tenha-mos uma equipe de futebol forte e competiti-va, lutando por ttulos em 2013, precisamos contar com uma base slida de Scios-Torce-dores, uma modalidade de adeso ao clube que trar vantagens ao associado, como in-gressos a preos menores, promoes para acompanhar o time onde ele estiver jogando, entre outros privilgios.2012 foi um ano difcil. Mas nesse ano que se inicia, tenho certeza que ser o comeo de uma nova era. 2013 ser o ano do resgate de nossas tradies de conquistas e vitrias. Que Vasco da Gama, o Almirante, seja a nos-sa inspirao e exemplo de superao. Um feliz Ano Novo a toda a nao vascana.

    ROBERTO DINAMITEPresidente

    Conversade amigo

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    Diretoria AdministrativaPresidente Carlos Roberto Dinamite de Oliveira1 Vice-Presidente Antonio Frutuoso Pires Peralta2 Vice-Presidente Nelson Monteiro da RochaVice-Presidente do Departamento Jurdico Anbal RouxinolVice-Presidente do Departamento de Marketing Eduardo MachadoVice-Presidente do Departamento de Futebol Carlos Roberto Dinamite de OliveiraVice-Presidente do Departamento de Patrimnio (Engenharia e Obras) Manuel O. dos SantosVice-Presidente do Departamento de Patrimnio(Pessoal e Operaes) Manuel BarbosaVice-Presidente do Departamento de Finanas Nelson de AlmeidaVice-Presidente do Departamento de Desportes Nuticos Paulo Csar Mahomed AlliVice-Presidente do Departamento Mdico Manoel Frederico Costa Soares MoutinhoVice-Presidente de Infanto-Juvenil Tadeu Correia da SilvaVice-Presidente de Desportes Terrestres Jorge Luiz Raggio Carneiro Vice-Presidente de Desportes Aquticos Salvador Velloso PerrellaVice-Presidente de Desportes de Quadra e Salo Ricardo Luis Mura Leon HaddadVice-Presidente do Departamento Social Faues Cherene Jassus MussaVice-Presidente do Departamento de Relaes Especializadas Joo Ernesto da Costa Ferreira

    Assembleia GeralPresidente Olavo Egypdio Monteiro de CarvalhoVice-Presidente Antonio Gomes da Costa

    Avenida Armando Lombardi, 800, Sala 238Barra da Tijuca, Rio de Janeiro RJCEP: 22640-90621 3471-6799 | 7887-8284Os textos veiculados so de total responsabilidade dos autores.

    Conselho DeliberativoPresidente Ablio BorgesVice-Presidente Roberto Monteiro Soares1 Secretrio Antnio Carlos Pereira de Lemos Basto2 Secretrio Claudio Marcelo Costa dos Santos

    Conselho FiscalPresidente Hlio Cezar DoninMembros Efetivos Antnio Barrozo Filho e Joo Marcos G. de Amorim

    Conselho de BenemritosPresidente Eurico Angelo de Oliveira MirandaVice-Presidente Silvio Aquiles Hildebrando Godi

    Conselho EditorialCarlos Roberto Dinamite de Oliveira, Eduardo Machado, Manuel Oliveira dos SantosFernando Roscio de Dvila e Joo Ernesto da C. Ferreira

    Redao

    Diretoria

    Editora Responsvel

    Responsveis: Raquel Vieira e Marcelo Sadioe-mail: [email protected]

    Paulo Roberto Mesquita e Rebeca Borges

    Tereza Dalmacio | [email protected]

    Reprteres

    Fotografia

    Cristiano Kubis, Leandro Lainetti, Ricardo Oliveira e Stephany Muzzi

    Caroline Coelho e Natlia Moraes

    DesignersRachel Sartori e Riane Tovar

    Estagirio

    ProduoRaphael Verosa

    Fabiane Motta

    ComercialDaniel Brando | [email protected]

    MarketingJanana Garayoa

    Club de RegatasVasco da Gama

    RevisoraTatiana Lopes

  • VASCO DA GAMA | 7VASCO DA GAMA | 7

    Sumrio

    Conselho Editorial

    Reprteres

    14

    1817

    12

    Presidente da Light Centro de memria

    Edmundo, eterno apaixonado

    Contos da Colina

    22

    Novas joias da colina

    32

    ConselheiroArnaldo Gabriel

    24

    Desire Oliveira

    27

    Vice-Presidente de Marketing

    Marujo vascano

    34

    30

    Novo centro de treinamento

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    A Cidadania Vascana soma com a comu-nidade. Em sua quarta edio, milhares de pessoas tiveram acesso a atividades pela sade fsica e mental, obteno de documen-tos e registros, educao e lazer. Gerar um pouco mais de qualidade de vida e promover a integrao social so alguns dos compro-missos do clube com o cidado. Acompanhe esse momento de muita solidariedade.

    Solidariedade,palavra de ordem

    Para a populao que tem dificuldade de acesso odontologia, o Presidente da ONG SOS Dental, Marcelo Schettini, trouxe a organizao para fa-zer emergncias odontolgicas. Ele conta que, em uma ao social, sua equipe no apenas arranca dentes ou aplica flor. A gente faz restauraes, tratamentos de canal, tratamentos de gengiva; enfim, tudo o que um dentista faz em um consul-trio convencional, s que ao ar livre, afirma.

    Marcio dos Santos um torcedor que realmente veste o manto sagrado do Vasco. Ele morador do bairro Santssimo e foi ao evento para tirar a segunda via da sua identidade. Essa oportunida-de me facilitou bastante, porque eu estava tendo problema com a minha identidade anterior, j que, devido ao AVC que sofri, eu virei canhoto, relata.

    Na opinio de Edilina Cabral, que recebeu gratui-tamente as vacinas antitetnica e contra Hepa-tite B, todas as atividades disponveis foram de grande importncia. Ela participou, junto com a COMLURB, para falar sobre limpeza urbana. Para Edilina, sade primordial para a sociedade, por isso no pode ser deixada de lado.

    CIDADANIAVASCANA

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    Solidariedade,palavra de ordem

    Walter da Silva aproveitou que a ONG SOS Dental estava no evento para fazer um tratamento den-trio. Ele diz que a Cidadania Vascana 2012 foi tima para mostrar a todos o que pode ser feito pela populao, e ainda no feito. Quem dera que, em todos os fins de semana, tivssemos uma ao social desse tipo, para que a populao de baixa renda pudesse ter a assistncia desses pro-fissionais maravilhosos, declara.

    O Vasco tambm colabora com o desenvolvimento sustentvel. Em parceria com o Clube, o Disque leo montou uma barraca para que os visitan-tes, como Alade Cardoso (na foto), trocassem o leo de cozinha por sabo. Maria da Silva, auxiliar de escritrio do Disque leo, acredita que gran-de parte da populao ainda no abriu a cabea para a coleta seletiva e educao ambiental. Ela aconselha que, aps fazerem fritura, as pessoas esfriem o leo, coloquem-no em um recipiente e liguem para o Disque leo para troc-lo por sabo.

    Para os que buscavam uma oportunidade profis-sional, o nibus da Caravana do Trabalho esteve presente no evento emitindo carteira de trabalho. Jssica Barbosa disse que a possibilidade de tirar o documento foi muito boa, pois ela no estava tendo tempo nem condies de ir a um lugar mais distante. Marilene Pereira tambm estava na fila, aprovou o evento e trouxe sua neta, Rayssa.

    A equipe do 1 Batalho de Guardas compareceu pela primeira vez no evento. De acordo com o Te-nente Gomes, sem dvidas o espao na Cidadania Vascana serviu para demonstrar o que se faz inter-namente no Exrcito Brasileiro, e que pouca gente tem oportunidade de conhecer.

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    O evento disponibilizou diversos tipos de esportes para as crianas praticarem. A organizao ficou por conta do Coordenador de Esportes Olmpicos do Vasco da Gama, Jos Mauro Ribeiro, e da Coordenadora de Esportes Paralmpicos do Vasco da Gama, Livia Prates. Jos disse estar muito contente em apresen-tar os esportes para as crianas da comunidade, pois assim que se descobre um novo talento. Para Lvia, a oportunidade foi fantstica para mostrar sociedade que os portadores de deficincia tambm tm espao no esporte.

    Educadoras da Associao Brasileira de Odontologia do Rio de Janeiro (ABORJ) ensinaram as crianas a cuidar dos dentes.

    Crianas aprenderam a praticar esgrima, que, apesar de ser um esporte pouco popular no Brasil, no ficou fora do evento.

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    Os ces treinados do 1 Batalho de Guardas deram um show para os visitantes.

    A banda de samba da COMLURB animou a plateia e fez todo mundo danar.

    Sob a superviso da proprietria do Instituto Em-belleze de Campo Grande, Luciana Sampaio, e da cabeleireira Maria Rosimary, Josineide Ferreira pde ter um dia de transformao geral no seu visual. Lu-ciana declarou que contribuir para aumentar a auto-estima da comunidade um prazer. Para Josineide, que elogiou a iniciativa do evento, o resultado foi melhor do que o imaginado.

    A Orquestra do 1 Batalho de Guardas se apre-sentou e arrancou aplausos do pblico.

  • Contos da Colina11 dolos do Vasco e sua imensa torcida feliz

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    VASCO: O livro uma declarao de amor ao Vasco da Gama. Conte pra gente o que o leitor vai encontrar.LUIS MAFFEI: O Contos da Colina da Editora Oficina Raquel, o prefcio foi feito por Srgio Cabral, tem 12 contos sobre 11 dolos, como Dinamite, Edmundo, Barbosa, Bellini, Sabar e Juninho Pernambucano, e ainda h um outro conto dedicado torcida. literatura de fico, mas a partir de cada personagem escolhido, cada autor fez uma estria baseada em componentes da realida-de, inserindo-os no enredo. Outra caracters-tica que nessa obra a gente tenta resgatar o lado mtico do futebol, que se apagou com o passar dos anos.

    VASCO: A motivao para escrever foi a paixo pelo Clube ou h outros ingredientes nesse processo?LUIS MAFFEI: Eu j tinha feito um livro, cujos poemas so de todos os jogos da srie B. J o Contos da Colina surgiu de uma con-versa com minha esposa, Raquel Menezes, aqui em So Janurio, sobre esse amor que temos por essa camisa. E da, foi colocar a mo na massa e comear o projeto. No pri-meiro momento, pensamos em fazer 11 con-tos com 11 escritores, mas percebemos que seria invivel.

    VASCO: Alm de voc, Nei Lopes e Mauricio Murad duas feras superconhecidas tambm participaram do livro. Como foi esse processo?LUIS MAFFEI: Muito bom. O Murad um vas-cano conhecido e meu amigo h bastante tempo. Como ele tem contato com o Nei Lo-pes, a ponte foi feita, e o trabalho aconteceu. O Nei um dos maiores compositores da MPB, sambista reconhecido, timo escritor e um grande homem. Alm disso, ele o vascano mais antigo entre ns. E por isso, os quatro contos dele so de jogadores dos anos 50 para baixo. J o Murad, tambm amigo, um gran-de vascano, socilogo, professor da UERJ, e os seus contos so apaixonantes. Seu livro mais recente A violncia e o futebol: dos estudos clssicos aos dias de hoje.

    Esse o ttulo do livro lanado no incio do ano que est mexendo com a emoo do torcedor vascano. Um dos escritores Luis Maffei, professor de literatura da UFF, que bateu um papo com a nossa equipe e falou sobre essa grande paixo, esse amor incondicional pela cruz de malta. E em 2014 tem mais, vem a a 2a edio do livro.

    VASCO: Alm de vascano apaixonado, voc tambm professor de literatura por-tuguesa. Esse conhecimento influenciou nos seus contos?LUIS MAFFEI: Bom, eu fiz uma fantasia em torno de Os Lusadas (obra potica de Ca-mes) e do Club de Regatas Vasco da Gama. Por exemplo, o meu conto sobre a torcida uma grande fantasia camoniana, quer dizer, tem a influncia dessa narrativa, de Lus de Cames, uma das maiores figuras da litera-tura em lngua portuguesa, que viveu em Lis-boa, de 1524 a 1580.

    VASCO: O livro escrito por torcedores apaixonados para torcedores apaixonados ou para todos os amantes do futebol?LUIS MAFFEI: Na verdade, ele foi feito, so-bretudo, para quem gosta de literatura. En-to, qualquer torcedor, de qualquer time do mundo e que goste de obras literrias, pro-vavelmente vai gostar do Contos da Colina.

    Eu sou muito sim-ptico ao RobertoDinamite como Presidente. Eu

    acho que a gesto dele est sendo

    um trabalho de recomeo.

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    Contos da Colina11 dolos do Vasco e sua imensa torcida felizEsse o ttulo do livro lanado no incio do ano que est mexendo com a emoo do torcedor vascano. Um dos escritores Luis Maffei, professor de literatura da UFF, que bateu um papo com a nossa equipe e falou sobre essa grande paixo, esse amor incondicional pela cruz de malta. E em 2014 tem mais, vem a a 2a edio do livro.

    VASCO: E como j falamos na abertura da entrevista, vem continuidade, o livro 2, da obra Colina 11 dolos do Vasco e sua imen-sa torcida bem feliz.LUIS MAFFEI: Verdade. Em 2014, talvez lancemos a segunda edio do livro. E j existem alguns jogadores que poderiam es-tar presentes, como o Vav, Fausto, Jaguar e o Geovani.

    VASCO: Falando mais sobre o Vasco da Gama, como profundo conhecedor e torcedor apaixo-nado pelo cruzmaltino, de que maneira voc analisa a atual gesto do clube?LUIS MAFFEI: Eu sou muito simptico ao Ro-berto Dinamite como Presidente. Eu acho que

    a gesto dele est sendo um trabalho de reco-meo. claro que haver percalos, mas para mim, uma administrao que tem mritos muito claros. Primeiro, porque depois de mui-tos, ele foi uma oposio forte; segundo, por-que sua gesto procura modernizar o clube.

    VASCO: Pra encerrar, deixe a sua declarao sobre o Club de Regatas Vasco da Gama. LUIS MAFFEI: uma histria de amor ab-solutamente incondicional. Embora seja dif-cil de acontecer com minha atual esposa, muito mais fcil eu trocar de mulher do que deixar de sentir o que sinto pelo Vasco. Mu-dar de time impensvel.

  • Revista Vasco da Gama: Voc estreou pe-los profissionais do Vasco em 1992 e, logo de cara, jogou ao lado do Roberto Dinamite, que j era um dos maiores dolos da histria do clube. Como foi comear a carreira jogando com ele?Edmundo: Era um sonho meu de criana, sempre admirei o Roberto, ele era meu grande dolo, e eu tinha o sonho de jogar ao lado dele. Foi muito bom e uma experincia positiva.

    Revista Vasco: Como era o relacionamento entre vocs? Ele te ajudava, dava dicas, j que era um jogador experiente?Edmundo: No sei como hoje em dia, mas o pessoal mais velho ajudava muito a garo-tada que estava subindo. Antigamente havia poucas oportunidades, no subia muita gente, e quem subia era ajudado. S tenho a agra-decer ao Roberto e outros jogadores da po-ca, como Alexandre Torres, Luisinho, Geova-ni, Luis Carlos Winck. Esses caras me deram o maior apoio.

    EdmundoApaixonado desde pequenininho

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    O amor pelo Vasco vem desde os tempos da infncia. Quando cresceu, virou um dos principais nomes da histria do Vasco e cone das geraes mais novas. Craque, temperamental, explosivo, apaixonado. Este Edmundo Alves de Souza Neto, ou apenas Edmundo, o Animal, alcunha pela qual ficou conhecido nos tempos de jogador. A histria com o Vasco, que comeou em 1992, e, entre idas e vindas, terminou em 2008, poderia virar um livro. Seriam pginas de alegrias e tristezas, captulos de vitrias e derrotas, e, certamente, um livro recheado com a eterna relao entre um dolo, a torcida e o clube que amou e continua a amar.

    Revista Vasco: Voc teve um bom incio no Vasco, acabou saindo para o Palmeiras, onde foi bicampeo brasileiro, e passou pelo Fla-mengo. Essa poca longe do Vasco mexeu com voc?Edmundo: Quando eu era criana, torcedor fantico, tinha a paixo pelo Vasco, mas no ti-nha a noo do que era a rivalidade, essa coisa aflorada contra o Flamengo. Depois do sucesso no Vasco e no Palmeiras, eu acabei indo jogar l, e foi uma decepo para o torcedor, isso mexeu comigo, e eu queria voltar ao Vasco o quanto antes para apagar essa histria. Algu-mas coisas aconteceram, eu acabei voltando e fui muito feliz em 96 e 97.

    Revista Vasco: 97 foi um ano muito bom para o Vasco, com o ttulo brasileiro, e para voc tambm, que foi artilheiro da competio. Na-quele momento, muitos torcedores afirmavam que voc era o melhor jogador do mundo. Voc pensava dessa forma tambm?

    No lamento, no me arrependo, e

    faria tudo de novo. Nunca fui de me entregar, de me abater, e as coi-sas boas e ruins

    s acontecem para quem merece e pode suportar.

  • EdmundoApaixonado desde pequenininho

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    O amor pelo Vasco vem desde os tempos da infncia. Quando cresceu, virou um dos principais nomes da histria do Vasco e cone das geraes mais novas. Craque, temperamental, explosivo, apaixonado. Este Edmundo Alves de Souza Neto, ou apenas Edmundo, o Animal, alcunha pela qual ficou conhecido nos tempos de jogador. A histria com o Vasco, que comeou em 1992, e, entre idas e vindas, terminou em 2008, poderia virar um livro. Seriam pginas de alegrias e tristezas, captulos de vitrias e derrotas, e, certamente, um livro recheado com a eterna relao entre um dolo, a torcida e o clube que amou e continua a amar.

    Edmundo: Quando voc ganha ttulos, sem-pre marca um pouco mais, mas o time era muito bom e jogava em funo de mim, eu fi-cava livre, vontade para poder produzir posi-tivamente. Mas sozinho a gente no faz nada, precisa de apoio. Nosso time gerava muita desconfiana, no acreditavam em ns no co-meo. Tnhamos jogadores jovens, como Juni-nho, Felipe, Ramon e outros mais experientes, como Mauro Galvo, Vlber, Evair, mas, mes-mo com a desconfiana, ganhamos o campeo-nato de maneira muito fcil. A gente era muito unido, um grupo forte, o Lopes (Antnio Lopes, tcnico do Vasco poca) montou uma famlia, nos encontrvamos fora do ambiente de traba-lho, e tudo isso tambm contribuiu bastante.

    Revista Vasco: Logo depois, voc saiu para a Fiorentina e no jogou a Libertadores, em 98. Gostaria de ter ficado e jogado?Edmundo: Tudo momento. O Vasco me vendeu antes do fim do campeonato e me vendeu at barato, se tivesse vendido depois, venderia mais caro. O clube estava meio mal de grana, e isso tambm colaborou para o ttulo, porque entrou esse dinheiro, e os sa-lrios atrasados foram pagos. As coisas mu-dam, vo para frente, eu no queria ir, fiz de tudo para no ir, estava muito feliz, mas era inevitvel, tanto que assim que teve dinhei-ro, o Vasco me comprou de novo. Isso, um ano e meio depois. Era questo de momen-to mesmo, h coisas independentes da nossa vontade, mas gostaria de ter ficado, jogado a Libertadores e ter ido ao Mundial, contra o Real Madrid. O Vasco at tentou me pegar por emprstimo para o Mundial, mas no aconte-ceu. O torcedor s vezes acha que s depende da nossa vontade, mas no assim.

    Revista Vasco: Voltando ao ttulo brasileiro de 97. Voc acha que a torcida conseguiu esque-cer a histria de voc ter jogado no Flamengo?Edmundo: o que marca, foi o que ficou. Em 2008 eu voltei, o Vasco caiu, e ningum lembra. O que o torcedor faz questo de lembrar so as

    coisas boas, e isso pra mim muito importante.Revista Vasco: E apesar de ter jogado pelo Flamengo, voc sempre foi um carrasco para eles. Fazia muitos gols, sacaneava, e a torcida adorava. Era um jogo especial?Edmundo: Era sim. A semana era sempre di-ferente, como se voc se preparasse para uma final, voc treinava mais, se dedicava mais, abria mo de tudo e focava naquele jogo. Eu, pelo menos, ficava assim. Era aquele jogo e a final do campeonato, era isso que representa-va, e quando voc consegue brilhar em jogos assim, fica marcado, fica na histria.

    Revista Vasco: Em outra passagem sua pelo Vasco, em 2000, voc jogou muito bem o Mun-dial de Clubes da FIFA, mas acabou perdendo o pnalti decisivo, em pleno Maracan, contra o Corinthians. O que passou pela sua cabea naquele momento?Edmundo: Essa histria um pouco longa, mas vou resumir. Eu me machuquei antes do torneio, e o mdico falou que eu ia ficar 50 dias fora, sendo que faltavam 23 dias para o Mundial. Peguei minha famlia e fiquei 25 dias no hotel do Vasco me tratando, fazendo a re-

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    cuperao. Passei Natal e Rveillon no hotel, porque eu queria jogar, e o campeonato era importante para mim e para o Vasco. Joguei bem todos os jogos, e, por obra do destino, as coisas acontecem. No lamento, no me ar-rependo, e faria tudo de novo. Nunca fui de me entregar, de me abater, e as coisas boas e ruins s acontecem para quem merece e pode suportar. Se eu no jogo e o Vasco perde, eu

    ia ficar com mais moral que todo mundo, mas so coisas da vida, o torcedor entende, sabe do meu respeito, do meu carinho, do meu amor pelo Vasco e tem certeza de que eu fiz o melhor, mas infelizmente no ganhamos.

    Revista Vasco: Como voc mesmo citou an-teriormente, em 2008 o Vasco foi rebaixado para a Srie B, e voc fazia parte daquele time. Acha que a torcida pode ter ficado decepcio-nada com voc, por ser o principal jogador do time, dolo e no ter conseguido manter o time na primeira diviso? Edmundo: Claro que um ponto negativo, nesse sentido, sim. Mas sempre me doei mui-to, me dediquei muito, sempre fui muito apai-xonado pelo Vasco e pelo que eu fazia, mas o pessoal entendeu, era um momento de tran-sio de diretorias, e acabou acontecendo. Eu fui artilheiro da Copa do Brasil no mesmo ano, com 37 anos. O problema que no Brasil, no fim do ano, ou voc campeo ou voc no nada. Para a gente, foi ainda pior com o re-baixamento. Mas eu tento ver pelo lado bom. Depois disso, o Vasco deu a volta por cima, o torcedor readquiriu o orgulho de ser vascano com a mobilizao em 2009, e s fico triste por no ter participado. Mas isso, a vida e a car-reira no so feitas s de coisas boas. E para mim e para o torcedor do Vasco, sempre ficou a parte boa, ento isso que importa.

    Revista Vasco: No fim de 2008, voc se apo-sentou e, agora em 2012, teve um jogo de despedida com a camisa do Vasco. Fale um pouco sobre a emoo dessa partida e o que ela representou para voc.Edmundo: Estava morrendo de medo de no ter muita gente, sei o quanto difcil o cara estar l s 7h da noite, fim de ms (o jogo foi realizado no dia 28 de maro), galera com a

    grana mais curta, estava cho-vendo naquele dia. E ainda fal-tou espao, teve muita gente que no conseguiu entrar. Ouvi algumas pessoas dizendo que tentaram ir, no conseguiram comprar e ficaram tristes com isso. Acho que isso responde tudo, acho que resume bem essa troca e esse sentimento entre mim e o Vasco.

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    Presidente da LightVascano como voc

    Paulo Roberto Pinto, Presidente da Light, 41 anos de carreira no setor eltrico, mais um torcedor apaixonado. Com vasta carreira de realizaes. No final da dcada de 80, foi chefe de gabinete da Eletrobras, no governo Collor. Em 1994, diretor financeiro do Nor-deste, e, aps a posse de Fernando Henrique Cardoso, foi diretor da Eletrobras do Rio, a convite dele. No segundo mandato de FHC, em 2001, foi convidado diretoria financei-ra da Light; em 2006, diretoria eltrica; e neste ano, assumiu a presidncia.Sempre trabalhou muito e serviu ao pas, mas a paixo pelo futebol sempre o acompanhou.Num rpido bate-papo com a nossa equipe na sede da Light, onde estiveram presen-tes tambm o Vice-Presidente de Patrimnio (Engenharia), Manuel Santos, o Diretor de Marketing, Fernando DAvila e o Conselheiro, Fernando Tavares, ele falou um pouco sobre esse amor vascano.

    VASCO: Esse amor pelo time vem de longa data?PAULO ROBERTO PINTO: Sou vascano, sim. Toda a minha famlia tambm . Meus avs paternos so portugueses. Meu pai, Jai-me Pinto, no perdia um jogo do Vasco e me levava com ele a todos. E hoje tenho quatro filhos, mas infelizmente s dois so vasca-nos, o Gustavo e o Leonardo. As meninas so botafoguenses como a me. Atualmente no vou tanto ao estdio, por causa da comodi-dade. Mas estou sempre acompanhando pela televiso, lendo bastante, e aqui na Light sempre falo do Vasco nas reunies de pauta.

    VASCO: Alm de vascano desde pequenini-nho, voc tambm admirador convicto do clube e de seus dolos.PAULO ROBERTO PINTO: Verdade. Sou f do Roberto Dinamite. Acompanhei toda a sua carreira, incio no Vasco, a sada para o Bar-celona, o retorno ao Vasco. Ele uma grande pessoa e um grande dolo. Juninho Pernam-bucano tambm uma pessoa muito querida por ns, torcedores. Uma grande figura do futebol no mundo inteiro.

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    MemriaTorneio Internacional de Futebol 1953

    No ano de 1953, a CBD (Confederao Brasileira de Desportos), atual CBF (Confe-derao Brasileira de Futebol), resolveu or-ganizar uma competio para dar continui-dade Copa Rio, torneio internacional que foi disputado nos anos de 1951 e 1952. Em acordo firmado com as entidades represen-tativas do futebol do Rio de Janeiro (ento Distrito Federal) e de So Paulo, o Torneio Internacional de Futebol seria dividido em dois grupos, um carioca e outro paulista. Ul-trapassados alguns contratempos na orga-nizao, como a proibio da participao do Club Nacional de Ftbol (URU) pela As-sociao Uruguai de Futebol, o campeonato obteve sucesso. H vrias formas para se referir ao torneio: Octogonal, Torneio Inter-nacional, Taa Rivadavia etc. Como a abran-gncia do torneio foi internacional, j que era formado por equipes da Amrica do Sul e Europa, perfeitamente cabvel classific-lo como um torneio intercontinental.

    Octogonal Rivadavia Corra Meyer

    Art. 1. - Em junho de 1953, a C.B.D., em acrdo com a Federao Metropo-litana de Football e Fede-rao Paulista de Futebol, organizar um Torneio In-ternacional de Futebol.

    (Regulamento do Torneio)

    Grupo do Rio de Janeiro(todos os jogos foram realizados no Maracan)

    CR Vasco da Gama

    Botafogo FR

    Fluminense FC

    Hibernian FC (SCO)

    Campeo Carioca de 1952

    Substituto do Real Madrid (ESP)

    Campeo da Copa Rio 1952

    Substituto do Nacional (URU)

    Campeo Escocs 1951/1952

    Grupo de So Paulo(todos os jogos foram realizados no Pacaembu)

    SC Corinthians Paulista

    Club Olimpia (PAR)

    So Paulo FC

    Campeo Paulista em 1952

    Campeo do Rio-So Paulo em 1953

    Vice-campeo paraguaio de 1952 e ento lder do campeo-nato paraguaio de 1953

    Substituto do Millonarios FC (COL)

    Convidado pela CBD

    Sporting Club de Portugal (POR)

    Tetracampeo portugus (1950/51,1951/52, 1952/53 e 1953/54)

    Assim, formaram-se os grupos:Para esse torneio, o Vasco trouxe de So Paulo os jogadores Pinga e Simo, na in-teno de reforar o seu elenco, bastante questionado pelo rendimento em alguns jo-gos. Pinga, que atuava pela Portuguesa/SP, era um antigo sonho vascano. Durante a competio, Pinga demonstrou toda a sua qualidade e foi pea fundamental para a conquista pelo Gigante da Colina, atuando de forma brilhante.A abertura do Torneio Internacional de Fu-tebol realizou-se no dia 7 de junho de 1953, no embate entre o CR Vasco da Gama e o Hibernian FC, no Maracan. A partida ter-minou empatada em 3 a 3. Esse resultado gerou severas crticas da crnica esportiva carioca na poca, a maior parte delas des-tinada ao desempenho do time vascano. Em 1953, o Expresso da Vitria, a histrica equipe que dominou o futebol brasileiro por quase uma dcada, dava os seus ltimos passos. Estava perto do seu fim. A expecta-tiva era que o futebol cruzmaltino pudesse se recuperar nesse torneio, e nada melhor do que iniciar essa recuperao contra um time que era visto como grande represen-tante do futebol estilo britnico. Todavia, o resultado gerou uma presso extra aos jo-gadores vascanos.

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    MemriaTorneio Internacional de Futebol 1953

    Em 14 de junho, o Vasco enfrentou a for-te equipe do Fluminense. Seria uma nova oportunidade para o nosso time recompor as suas energias e se reestruturar. Dessa vez, porm, no desperdiou a oportunida-de. O Gigante da Colina venceu por 2 a 1 e comeou a trilhar o caminho de mais uma conquista invicta. No dia 21 de junho, o Vasco teria pela frente outro clssico, dessa vez contra o clube de General Severiano. A equipe vascana demonstrou que j havia se recuperado totalmente e ganhou do Botafogo pelo placar de 2 a 1. Enquanto isso, no Grupo de So Paulo, a grande sensao era o So Paulo, que junto com o Corinthians se clas-sificou para a fase semifinal. No lado do Rio, Vasco e Fluminense eram os representantes.Cada semifinal seria disputada em dois jo-gos, alm do que uma seria jogada no Rio de Janeiro e a outra em So Paulo. Como o Vasco ficou em primeiro no Grupo do Rio, disputaria os dois jogos contra o Corin-thians, segundo colocado no Grupo de So Paulo, na ento Capital Federal. Enquanto isso, o So Paulo, lder do grupo da ter-ra da garoa, mandaria os jogos na capi-tal paulista contra o Fluminense, segundo colocado do Grupo do Rio de Janeiro. No dia 24 de junho, o Fluminense foi derrotado por 1 a 0 pelo So Paulo. No segundo jogo, realizado em 28 de junho, aps vencer por 1 a 0 no tempo normal, a equipe das La-ranjeiras sucumbiu ao tricolor paulista na prorrogao, por outro placar de 1 a 0. Nos mesmos dias, foram realizados os jogos entre Vasco e Corinthians. O Vasco goleou facilmente o Corinthians por 4 a 2, levando grande vantagem para o segundo jogo, no qual aplicou outro resultado elstico, dessa vez por 3 a 1.A final entre Vasco e So Paulo era justa. Afinal, foram as duas grandes equipes do torneio. O primeiro jogo da deciso foi re-alizado em So Paulo, no dia 1 de julho, com uma vitria apertada do Vasco por 1 a 0. O ponta-esquerda Dejayr colocou o

    Gigante da Colina na frente, aos 31 minu-tos do segundo tempo. Embora apertado, o placar dava ao Clube de So Janurio uma importante vantagem, pois bastava um em-pate para a conquista do cobiado trofu. A final foi realizada no Maracan, para quase 40 mil espectadores, que viram o CR Vas-co da Gama tornar-se campeo do Torneio Internacional de Futebol, de forma invicta, aps novo triunfo sobre o So Paulo. Pinga, recm-chegado ao Vasco, abriu o marcador aos 2 minutos e ampliou aos 44 do primeiro tempo. P-de-Valsa descontou para o trico-lor paulista. De nada adiantou; o placar fi-nal mostrava Vasco 2 x 1 So Paulo. O ttulo foi para So Janurio.Assim, chegava ao fim o Expresso da Vit-ria. A despedida da equipe histrica, que nos deu em 1948, de forma invicta, o 1 Campeonato Sul-Americano de Clubes Campees, foi marcada por mais uma gran-de conquista sem derrotas. Assim como o ttulo de 48, uma conquista no somente dos vascanos, mas de todo o Brasil.

    Por Walmer Peres Santana

    7 de junho CR Vasco da Gama 3x3 Hibernian FC (SCO)

    13 de junho Botafogo FR 3x1 Hibernian FC (SCO)

    14 de junho CR Vasco da Gama 2x1 Fluminense FC

    17 de junho Botafogo FR 2x2 Fluminense FC

    20 de junho Fluminense FC 3x0 Hibernian FC (SCO)

    21 de junho CR Vasco da Gama 2x1 Botafogo FR

    Grupo do Rio de Janeiro - 1953 (todos os jogos foram realizados no Maracan)

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    1 de julho So Paulo FC 0x1 CR Vasco da Gama Pacaembu/SP

    4 de julho CR Vasco da Gama 2x1 So Paulo FC Maracan/RJ

    Final - 1953

    7 de junho SC Corinthians Paulista 5x2 Club Olimpia (PAR)

    13 de junho So Paulo FC 4x1 Club Olimpia (PAR)

    14 de junho SC Corinthians Paulista 2x1 Sporting CP (POR)

    17 de junho So Paulo FC 4x1 Sporting CP (POR)

    20 de junho Club Olimpia (PAR) 1x1 Sporting CP (POR)

    21 de junho So Paulo FC 1x1 SC Corinthians Paulista

    Grupo de So Paulo - 1953(todos os jogos foram realizados no Pacaembu)

    24 de junho CR Vasco da Gama 4x2 SC Corinthians Paulista Maracan

    28 de junho CR Vasco da Gama 3x1 SC Corinthians Paulista Maracan

    Semifinal do Rio de Janeiro - 1953

    24 de junho So Paulo FC 1x0 Fluminense FC Pacaembu/SP

    28 de junho So Paulo FC 0x1 Fluminense FC Pacaembu/SP

    Semifinal de So Paulo - 1953

    Prorrogao 1x0

    Da esquerda para a direita em p: Bellini, Ernani, Mirim, Ely, Danilo e Jorge; agacha-dos: Maneca, Ademir, Ipojucan, Pinga e Dejayr.

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    Taa Rivadavia Corra Meyer

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    As novas joias da Colina

    Ao desenhar e criar um joia, o joalheiro precisa ser detalhista, minucioso. Pensar em cada pedao faz a diferena entre ter uma bela pea ou no. E assim, agindo como um joalheiro, que o Vasco vem colocando suas novas criaes em campo. Sem pressa, sem queimar etapas um dos grandes riscos na transio das categorias de base para a profissional , Marlone, Jhon Cley, Romrio e Luan esto comeando uma caminhada que tem tudo para dar certo.Marlone comeou no Vasco com 11 anos, vin-do do Tocantins. Luan veio do Esprito Santo aos 13. Jhon Cley chegou um pouco mais ve-lho do Ol Brasil-SP, aos 16, assim como Ro-mrio, que veio de Campos, interior do Rio, com 18. Todos passaram pelas categorias de base e, agora, fazem parte do elenco profis-sional. Mas at chegarem a esse estgio, a estrada foi longa.Quando Marlone chegou, ainda criana, pas-sou por dificuldades. A maior delas, certamen-te, foi a saudade de casa. Na poca, vrios

    jogadores eram oriundos do Esprito Santo e voltavam para casa com frequncia. Com a distncia entre Rio de Janeiro e Tocantins, Marlone no tinha outra opo. Era ficar ou ficar. O Vasco foi uma famlia para mim, um verdadeiro pai. Passei muito Dia dos Pais e das Mes sozinho, e s posso agradecer ao clube por ter aberto as portas para mim. Ainda fico bobo ao perceber que estou no profissional.Assim como Marlone, Luan chegou ao clube bem novo e teve o mesmo tratamento do com-panheiro. Aos 13 anos, voc pensa em estu-dar, pensa o que vai fazer l na frente. Mas sempre foi meu sonho e, quando cheguei, fui muito bem recebido, sempre tive muito apoio. Jhon Cley e Romrio, mesmo chegando mais velhos, tambm passaram por essa experin-cia. Fiquei trs anos aqui na base antes de subir, e o Vasco me ajudou a evoluir como jo-gador, afirma o meia-direito Jhon Cley. Ao falar da troca de categorias, impossvel no citar a ajuda dos jogadores mais expe-rientes, principalmente os mais consagra-

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    As novas joias da Colinados no futebol. Eu nem conhecia o Tenrio e, por causa de uma leso, fiquei fazendo tratamento junto com ele. Ele sempre con-versou muito comigo, me tratou com mui-to respeito e me deu muitas dicas, conta o atacante Romrio. J Luan, zagueiro, no poderia ter melhores professores. O Ded ajuda, o Mauro Galvo (diretor das catego-rias de base e ex-zagueiro do Vasco) tam-bm. Esse convvio bom, so dois dolos do Vasco e, como pretendo me tornar do-lo um dia, muito bom ouvir os dois. Jo-gando no meio-campo, Marlone e Jhon Cley tm excelentes exemplos para seguir. Mas eles no aprendem somente com conselhos. Procuro olhar a movimentao, o toque na bola, tudo que eles fazem,porque sempre d pra aprender, explica Marlone.Alm dos treinos, jogos e dia a dia com os profissionais, o trabalho j rendeu outros fru-tos, principalmente para Luan. O zagueiro foi

    chamado quatro vezes para a Seleo Bra-sileira Sub-20. Na ltima convocao, uma leso o impediu de participar, mas o jovem aguarda com expectativa a oportunidade de defender o pas no Sul-Americano da catego-ria, que ser realizado em janeiro de 2013. Essas convocaes me do mais confiana, mais incentivo para melhorar cada vez mais. Elas significam reconhecimento, e espero, cada dia mais, que o trabalho no clube seja reconhecido tambm.Se os quatro jovens ainda tm muito a per-correr para construir uma carreira gloriosa, um grande passo j foi dado. Chegar aos profissionais, treinar com os prprios dolos e jogar apenas o comeo. Como um bom joa-lheiro, o Vasco vem cuidando, desde o incio, de cada detalhe dessas criaes, dando um passo de cada vez. Quando as novas joias estiverem totalmente prontas, no haver mais o que fazer. S deixar que elas brilhem.

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    Em entrevista com a Revista Oficial do Vasco da Gama, a atriz abre o jogo, fala da carreira e do amor inigualvel pelo Gigante da Colina.

    Profisso: Atriz, modelo e publicitriaEstado Civil: CasadaFilhos: Pretende ter doisSigno: Escorpiodolos: Roberto Dinamite, Juninho Pernam-bucano, Ded e Valdir BigodeNaturalidade: Carioca, criada em PilaresEscola de Samba: Todas

    Desire Oliveira, a Carolaine do Zorra Total, conhecida como a mulata difcil no progra-ma de humor de sbado noite. No quadro, o angolano (Romeu Evaristo), tenta conquis-t-la, mas sempre sem sucesso, esnobado pela morena. Se na fico, seu corao no tem dono, na vida real, a atriz no s tem marido como tem o corao preenchido por uma paixo incondicional pelo Club de Rega-tas Vasco da Gama. No bate-papo com a equipe de reportagem, Desire no ficou na retranca, abriu o jogo e contou os detalhes desse caso de amor com o cruzmaltino. Segundo ela, tudo comeou desde pequena. Fui criada em Pilares, e o clube mais prximo da minha casa sempre foi So Janurio. Meu irmo fazia escolinha de futebol aqui, comecei a frequentar, gostar cada vez mais do Vasco e, inclusive, cheguei a fazer escolinha tambm, mas no deu mui-to certo, brincou. Para atriz, seu corao realmente foi fisgado no primeiro jogo a que assistiu na torcida. Ela disse que foi um momento nico. Foi nessa ocasio que fiz uma escolha para o resto da vida. A partir desse dia, eu comecei a gostar ainda mais de futebol, a acompanhar o Vas-co, e fiquei at um pouco doente. Hoje em dia, estou mais tranquila, revelou. notrio o sentimento de Desire. E numa relao em que existe muito amor, loucuras esto sempre acontecendo. Com esse ver-dadeiro vcio pelo Vasco, quem saiu perden-do foi um antigo namorado da beldade. Por

    ser flamenguista, ele no me entendia, a eu dava muito bolo nele para ir a So Janurio, explicou ela, que ainda completou: Sem d-vidas, minha paixo pela cruz de malta era muito maior.Se o assunto demonstrar a paixo vasca-na, a atriz segue risca e distribui provas de amor. Alm de usar lingerie do Vasco, colocar camisa do clube no seu cachorro, a morena j aprontou at no exterior. Toda a histria aconteceu no dia da final da Copa do Brasil de 2011, em Punta del Leste, em que ela es-tava acompanhada do marido e amigos.

    Jogo abertocom Desire Oliveira

  • Quero mandar um beijo a todos,

    dizer que sou porta-voz de vocs,

    e qualquer assunto sobre o Vasco, s me adicionar no Fa-cebook. Saudaes

    vascanas!

    vite e topei na hora. Gostei muito do ensaio e dei o meu melhor. Eles falaram que no queriam nada vulgar, e, por ter uma ima-gem limpa, fui a escolhida. Alm do mais, elas so superconfortveis, inclusive estou usando agora, completou com bom humor.Sobre a vida profissional, a vascana adian-tou algumas novidades. Ela confirmou que a mulata difcil e o angolano iro trocar o metr por um quiosque na plataforma de embarque. Fora isso, ela, que rainha do maior bloco do mundo, o Cordo da Bola Pre-ta, revelou com exclusividade para a Revista Oficial Vasco da Gama que existe um projeto no qual ela poder apresentar um programa de futebol e que, por isso, estaria disposta a ingressar na faculdade de Jornalismo.

    VASCO DA GAMA | 25

    Jogo abertocom Desire Oliveira Um dos amigos era aniversariante. Para

    comemorar, iramos jantar fora, mas no achamos um restaurante onde passasse a partida. Nossa, fiquei nervosa, ansiosa e at sem fome. Percebendo o meu esta-do, acabou que o aniversrio foi dentro do quarto de hotel, onde haveria a transmis-so. Depois que acabou o jogo, eu chorei muito, e a festa foi melhor ainda porque o Vasco foi campeo, n?, narrou Desire, que tambm revelou que esse ttulo a mar-cou bastante. Para ela, lavou a alma de to-dos os vascanos.A morena a musa da campanha Cidadania Vascana e, recentemente, tambm foi a mo-delo oficial do lanamento da lingerie Vasco da Gama. Eu fiquei lisonjeada com o con-

    Encerrando o bate-papo, Desire pediu paz nos estdios e ainda deixou um recado para os vascanos. Eu fico triste com essa situa-o. Cada pessoa tem sua paixo, preciso respeitar e parar com toda essa violncia. J para a torcida do seu corao, ela con-cluiu: Quero mandar um beijo a todos, dizer que eu sou porta-voz de vocs, e qualquer assunto sobre o Vasco, s me adicionar no Facebook. Saudaes vascanas!.

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    Parceiro nos dias de jogos, o sobrinho e afilhado de Desire, Enrico de Oliveira tambm s tem olhos para o Vasco da Gama. Influenciado pela madrinha, o menino sempre telefona para ela, para conversar sobre as partidas.

    CrditosFigurino: Martha CrisAssistente de figurino: Eliane AlbuquerqueMake-up e hair: Hugo RegisFotografia: Patrick Brito

  • VASCO DA GAMA | 27

    Pensamentos e aes positivas

    Na edio passada da revista, falei sobre A Importncia da Unio para o nosso Vas-co da Gama. E comeo aqui este artigo re-lembrando a todos como fundamental que tenhamos claro que nosso objetivo maior um Vasco da Gama campeo, que nos encha de orgulho sempre. Alcanarmos isso juntos certamente ser mais grandioso. Portanto, assim que decidi comear a escrever.Junto a esta introduo, preciso tambm contextualizar o momento em que vive-mos. Estamos trabalhando dentro de um ambiente revolucionrio em termos de re-des sociais, por exemplo, temos acesso notcia de uma maneira cada vez mais particular e atravs de mltiplos terminais e plataformas de comunicao. No incio, essa revoluo difcil de ser compreen-dida de uma maneira nica por todos os interlocutores. Cada um acessa de uma for-ma e tira concluses rpidas, tornando-se muitas vezes um multiplicador dessas con-cluses. Associado a isso, lembro que te-mos uma tendncia a dar notoriedade aos problemas e no s solues e conquistas. assim quando abrimos um jornal, quan-do assistimos televiso etc. Basta vermos nosso livro de anotaes nas portarias de nossos prdios, por exemplo, temos que garimpar elogios, pois ele est repleto de reclamaes e crticas negativas. Rarssimo encontrar algo como: ...hoje ao chegar com as compras, o funcionrio de servios gerais Sr. Fulano de Tal, foi extremamente atencioso e excedeu minhas expectativas, oferecendo ajuda com elas.... Mas fcil encontrar algo oposto sempre. Mas voc, leitor, pode se perguntar: aonde voc quer chegar com isso, Eduardo Machado? Primeiramente responderei aonde no que-ro chegar: no quero bloquear qualquer tipo de crtica, no quero ser mais realista que o rei, no quero tapar o sol com a peneira, no quero cercear qualquer tipo de mani-festao contrria liberdade de expresso.Agora vamos ao ponto em que quero levar todos ns, Vascanos, para uma reflexo: quero, sim, que valorizemos o trabalho de

    pessoas corretas e dedicadas, quero que estejamos juntos nas dores provocadas por um processo de aumento da transparncia, quero que compreendamos que correes sempre sero necessrias e tm que ser en-caradas com objetividade dentro de um pro-cesso evolutivo contnuo, quero que o Vasco esteja sempre valorizado e que todos trans-mitam a fora inigualvel da nossa histria, quero que sejamos temidos, pois teremos sempre um algo mais, um diferencial com-petitivo, que sejamos uma REFERNCIA NO DESPORTO NACIONAL E INTERNACIONAL. muito mais cmodo e fcil julgarmos o hoje, sairmos bradando pelos cantos do mundo quem somos e que podemos tudo. Mas na prtica no bem assim que acontece. Bases slidas e crescimento sustentvel no so feitos de uma hora para outra, le-vam tempo. Se tivermos pacincia e unio, acertaremos muito mais do que erraremos. As dificuldades no so pequenas, fora as armadilhas que muitas vezes nos levam a tirar concluses precipitadas.

    Exemplos: a) O ltimo processo eleitoral foi realizado dentro de um ambiente respeitoso, em que todos os scios puderam sentir-se em casa. H quanto tempo no vamos isso? E no es-tou aqui entrando no aspecto poltico ou po-larizando nada. A histria do Vasco da Gama nos remete democracia plena, ento todos os processos eleitorais tm que ser realiza-dos dessa forma. Mas o que fica no foco, um impossvel recadastramento de 100% dos eleitores remidos, por exemplo, que no conseguem ser encontrados nem nos telefo-nes registrados no clube, nem nos endere-os. A pega-se essa restrio e faz-se um estardalhao com algo como se o processo estivesse empacado. Isso no pode ser per-mitido. Sem falar que uma eleio cara, e dinheiro sobrando no algo surreal para a maioria esmagadora dos clubes brasileiros, para pararmos por aqui a anlise.

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    b) H quanto tempo no tnhamos pala-vras como transparncia e democracia efe-tivamente vigentes em nosso cotidiano? Obviamente, dentro da luta diria no sen-tido de superarmos dificuldades, erros po-dem surgir, mas ainda assim, os documen-tos esto ao alcance das pessoas e poderes do clube que devem exercer suas funes. E por mais estranho que possa parecer, isso no fazia parte do cotidiano do clube. Por-tanto, novo e por isso a tendncia de um nmero maior de problemas no incio. Mas isso no pode ser olhado como algo ruim; muito pelo contrrio, algo positi-vo, cujo exerccio nos levar a resultados e controles melhores, contratos melhores, mais salutares para o Vasco da Gama, me-nos suscetveis presses externas finan-ceiras, por exemplo.c) Ainda que com inmeras restries finan-ceiras, nossas trs sedes esto bem melho-res do que nos foram entregues e encon-tram-se com novas e significativas melhorias em curso, temos 16 lojas Gigantes da Colina implantadas, chegaremos em torno de 24 no final de 2012 e 36 no final de 2013, temos uma loja oficial lindssima em So Janu-rio, um e-commerce que vende para todo o Brasil, uma TV oficial do clube que est en-tre as melhores do mundo, um CT da Base muito bem estruturado que o prximo so-nho ser avaliarmos caminhos para a com-pra, um CT alugado para o profissional, que chamamos de Vasco-Recreio, que atenuou o uso do nosso solo sagrado, dando melhores condies em jogos oficiais, geramos e con-trolamos diversos contedos internamente, realizamos aes de responsabilidade social de maneira cada vez mais organizada, te-remos um tour oficial inaugurado ainda em 2012 muito provavelmente, temos um centro de memria que resgatou muito da nossa histria e a escreve diariamente com todo o respeito que o Vasco da Gama mere-ce, temos inmeras outras atividades com verdadeiros guerreiros, sejam atletas ou dirigentes, enfim temos muitas conquistas e muito trabalho em curso engrandecendo nossa marca e nossa histria.

  • Eduardo MachadoVice-Presidente deMarketing do CRVG

    VASCO DA GAMA | 29

    Em minha opinio, este ano de 2012 foi particularmente difcil, pois entramos nele com um expectativa muito elevada, base-ada em conquistas e resultados expressi-vos em nosso carro-chefe, que foi o futebol profissional no ano de 2011. Fora a hist-ria comovente do nosso treinador Ricardo Gomes e a espetacular superao do grupo como um todo, liderado pelo competents-simo Cristvo Borges. Fizemos um Cario-ca bom, uma excelente Libertadores e nos mantivemos no topo ou prximos durante todo o primeiro turno do Brasileiro. Fica o gosto amargo, uma sensao ruim, pois faltou o que todos lutamos e queremos, ou seja, um ttulo ou mais. Mas terminaremos o Campeonato Brasileiro competitivo e te-mos a oportunidade de nos prepararmos para um 2013 de maneira forte, com uma pr-temporada bem feita, com atletas so-frendo menos por contuses. Isso dentro de campo. Fora de campo, uma fora-tarefa para que o desafio financeiro seja menos impactante ou at mesmo que cheguemos ao nosso objetivo, que estarmos em dia sempre com nossas obrigaes.Teremos uma remodelagem completa do programa de scios ainda em 2012, entran-do em 2013 com nova operao em pleno funcionamento. Esse um outro pilar funda-mental para termos nossas contas em dia, alm de um planejamento financeiro menos traumtico. Temos e podemos chegar muito mais longe com o programa de scios. Te-mos que, na prtica, mostrar para todos os torcedores (e todos somos isso em essncia, deixo claro) que o Vasco da Gama esse so-matrio de foras, sempre. Tem que ser por amor essa relao e tambm ter que valer a pena no sentido dos benefcios ofertados. Nesse sentido, s temos um caminho, fazer-mos dar certo ou fazermos dar certo!!!!Mas essa a realidade. Muitas vezes na nsia do acerto, expressa-se uma vontade, um desejo, e na prtica as coisas no acon-tecem como deveriam para o nosso lado.Mas querem saber de uma coisa? Temos que participar sempre no sentido do forta-lecimento do Vasco da Gama, temos que respeitar cada lugar em So Janurio, pois uma extenso dos nossos lares. Temos em 2013, que apoiar nosso time durante

    toda a partida e deixarmos nossas crticas para depois do apito final. Muitas vezes te-mos convidados, potenciais investidores/patrocinadores que esperam um ambiente de respeito, uma relao apaixonada como sempre tivemos. isso que podemos, sim, fazer. Dar ainda mais show em nosso caldei-ro, estar em sintonia com nossos atletas. Estar unidos entre ns, independentemente de onde estejamos ou de que funes este-jamos desempenhando.Esse nosso diferencial, temos histria, time com nome e sobrenome que nos en-che de orgulho. E repetirei para reforar: Nascemos para conquistas e vivemos para sermos uma referncia mundial. Obrigado pelo carinho na leitura, e Vamos que vamos, Vasco!!!!

    Eduardo MachadoVice-Presidente de MarketingClub de Regatas Vasco da Gama

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    Melhoria para o futuro

    O sonho de todo jovem jogador poder virar profissional e se transformar em um craque reconhecido mundialmente. Mas, at l, o caminho repleto de obstculos, tor-tuoso. O dia a dia com treinos, jogos e con-centrao uma verdadeira batalha. Na luta diria, fazer o sonho virar realidade muito mais que um desejo, um objetivo de vida.Agora, os jovens do Club de Regatas Vasco da Gama vo ter o seu caminho facilitado graas inaugurao do Centro de Treinamento de Itagua, que ser todo voltado para as jovens revelaes cruzmaltinas. Inaugurado em se-tembro, o CT conta com uma moderna e com-pleta estrutura, que poder ser utilizada por cerca de 70 atletas de todas as categorias de base. O complexo tem 101 mil metros quadra-dos, cinco campos oficiais e um soaite, rea com gramado auxiliar para no desgastar os campos, caixa de areia para trabalhos fsicos, departamento mdico, sala de musculao, fi-

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    Melhoria para o futurosioterapia e psicologia, refeitrio, alojamento, piscina e vestirio de jogos. O Coordenador das categorias de base do Vasco, Mauro Galvo, explicou como o local ser usado e a importncia dele para o futebol amador. A gente vai ter um controle maior sobre os atletas em relao alimentao, descanso, treino, tudo aquilo que funda-mental para o atleta se desenvolver da melhor forma possvel. Teremos tambm uma escola, e eles vo poder estudar aqui mesmo.J o presidente do clube, Roberto Dinamite, acredita que o CT no serve apenas para for-mar jogadores, mas tambm para formar ci-dados. Esses garotos vo buscar se proje-tar para servir a equipe principal do clube. um investimento que no tem preo. Estamos investindo na criana, no adolescente, no ci-dado, no futuro que eles tero l na frente. Tambm um meio de fazer com que eles permaneam e se identifiquem com o clube.E essa identificao j parece ter comeado. O zagueiro da equipe sub-15 do Vasco, Dou-glas Cipriano, indicou o que o CT ir repre-sentar para os atletas. Vai dar um suporte para as categorias de base, ser de grande

    valor e vai ajudar muito o clube e a equi-pe, os jogadores tero mais prazer em jo-gar aqui. Isso mostra que o Vasco um dos maiores clubes do pas e procura melhorar cada vez mais.O sonho dos meninos ser jogador de fu-tebol, mas a imaginao nem sempre ser transformada em realidade. O caminho, re-pleto de pedras e desiluses, vai ser cruel com alguns e superado por outros. Inde-pendentemente de quem sobreviva a essa batalha diria, o suporte para todos est garantido. Ao pisarem no CT de Itagua, os jovens podem ter uma certeza: os sonhos nem sempre se tornam reais, mas com aju-da, a chance muito maior.

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    Um amor cheio de boas histrias

    Arnaldo Gabriel da Silva Filho daqueles vascanos cheios de orgulho. Conselheiro do Clube em dois mandatos e scio remido do Vasco da Gama, 73 nos, casado com a Dona Conceio e pai de Andreia, Mrcia e Alex, advogado por por profisso, aposentado h 25 anos, traz na bagagem um profundo amor pela camisa cruz de malta.Ele atento e participativo em toda a vida esportiva do clube: alm dos jogos do pro-fissional, acompanha os jogos do futebol feminino. Torcedor do Gigante da Colina desde muito novo, presenciou momentos inesquecveis da histria do clube.Estive presente na primeira conquista do Vasco, no Brasileiro de 1974, com gol do Jorge Carvoeiro. Tambm acompanhei toda a srie invicta sobre o Flamengo. Foram sete anos quase 20 partidas sem perder para o Flamengo, frisou.So muitas histrias marcantes, e ele nos conta algumas emocionantes. No guardo camisas antigas, porque nunca fui colecio-nador. Mas gosto muito de trazer as pes-soas para conhecer os jogadores e o Vasco. H um tempo, trouxe o Jorginho, ele ca-deirante. Ele acompanhou um treino e co-

    nheceu os jogadores, e ainda ganhou uma camisa do Eder Luis, que eu havia pedido. Essa foi a nica camisa que ganhei de joga-dor, realmente no sou de pedir a ningum. Mas receber e poder presentear o Jorginho foi muito bom.Podemos dizer que Arnaldo testemunha ocular de grandes momentos vascanos. Teve o privilgio de ver o Vasco da Gama ser campeo muitas vezes, presente sem-pre com a sua vibrao e torcida. Mas as suas histrias no so apenas de quem olha fora do campo, o Conselheiro do Clube foi tambm jogador do Vasco. poca que ja-mais sair da sua memria:Fui jogador em 1956. Alfredo, do Expresso da Vitria, foi meu tcnico. Eu era goleiro, mas abandonei para seguir carreira militar. J joguei tambm no Botafogo, antes de vir para o Vasco. L, fui campeo pelo infantil e recebi o convite do Alfredo para vir para o Vasco. Vascano doente que era, aceitei na hora. S que infelizmente no disputei nenhuma partida oficial, porque sa para servir ao meu pas, como j falei. Disputei amistoso no Vasco. Mas guardo boas lem-branas dessa poca.

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    Estive presente na primeira conquista do Vasco, no Brasileiro de 1974, com gol do

    Jorge Carvoeiro. Tambm acompanhei toda a srie invicta sobre o Flamengo. Foram sete anos quase 20 partidas

    sem perder para o Flamengo.

    Em p: Andrada, Miguel, Alcir Portela, Fidlis, Moiss e Alfinete. Agachados: Jorginho Carvoeiro, Zanata, Ademir, Roberto Dina-mite e Luiz Carlos.

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    Businessno futebol

    O marketing esportivo um conjunto de aes voltadas prtica e divulgao de modalidades esportivas, clubes e associa-es, seja pela promoo de eventos e tor-neios e ou pelo patrocnio de equipes e clubes esportivos; em suma, oferta de produtos e servios voltados aos consumidores que, de alguma forma, se relacionam com o esporte.Empresas e marcas lderes costumam pri-vilegiar essa rea, aproveitando-se da boa imagem de atletas e/ou equipes esportivas junto opinio pblica, gerando resultados positivos possveis. Alm das vendas, a es-tratgia de associar a empresa ao esporte gera o rejuvenescimento da marca, devido fora que o esporte possui. O fato de inserir uma marca na camisa de uma equipe cria uma relao de cumplicidade da empresa com a sua performance esportiva.Com o bom desempenho do time e ou dos atletas, as pessoas que at ento se mos-travam indiferentes pela marca patrocina-dora passam a ter uma imagem positiva da empresa. Entretanto, quando um jogador apresenta um comportamento inadequado, o patrocinador poder ter sua imagem afeta-da. Na nsia de buscar retorno rpido para o seu investimento, muitas empresas acabam divulgando muito mais sua marca do que ne-cessariamente o nome da equipe. Assim, importante que essas empresas tenham em mente que o que leva as torcidas ao estdio so as equipes e no as suas marcas, com rarssimas excees no vlei.

    A imagemO marqueteiro tem o papel de criar uma mensagem que busque uma resposta positi-va dos consumidores, o desejo de compra do produto e/ou servio. A associao da marca de uma empresa ao esporte gera fortes im-pactos no pblico. Sendo assim, importante escolher uma modalidade que mais se iden-tifique com o pblico-alvo de cada empresa patrocinadora. importante que a escolha da modalidade esportiva seja condizente com o objetivo da empresa.

    Para tanto, necessrio observar as caracte-rsticas do pblico, que pode variar de acordo com a regio, sexo, idade, classe social etc. O peso da comunicaoDentre as inmeras marcas, qual a probabi-lidade de um consumidor ver um determinado produto e compr-lo? Os consumidores esto cada vez mais sem tempo, o mundo passa por uma crise financeira e um excesso de informa-es dirias, impossibilitando a compreenso e absoro integral das mensagens veiculadas maciamente pelos veculos de comunicao. O resultado disso, na maioria das vezes, a compra feita com base unicamente em preo.Uma marca pode possuir um alto valor agre-gado, ser de alta qualidade e relativamente valorizada e, mesmo assim, no conseguir atingir seus objetivos de vendas e lucro, se os clientes em potencial no a conhecerem ou no tiverem uma percepo favorvel a seu respeito.A comunicao eficaz fundamental para a criao da conscincia da marca, visando estabelecer uma imagem positiva, baseada em sua identidade corporativa, representa-da por seus produtos, servios, solues e benefcios oferecidos.A possibilidade de diferenciao entre os con-correntes com frequncia resume-se capaci-dade de compreender desejos e necessidades, comunicar e trocar informaes e se adaptar com eficcia s mudanas, sugerindo inova-es e gerando atrao por seus produtos.

    As etapas do marketing esportivo princpios bsicosAnlise da situao: inclui conhecimento dos recursos disponveis e o conjunto de proble-mas que precisam ser resolvidos por meio de aes a serem implementadas. Planejamento: a criao de objetivos, numa linguagem clara e resumida. Essa etapa com-preende a definio das metas por escrito, especificao de resultados, apresentao de cronograma de consecuo de metas e re-alismo em relao aos recursos disponveis. Controle: evita desvios de metas atravs de acompanhamento sistemtico da evoluo

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    dos trabalhos, para no ocorrerem prejuzos no objetivo final do planejamento traado. Anlise do retorno: pesquisas para saber se a estratgia est surtindo ou no os resulta-dos esperados. Conhecer os objetivosA pesquisa a base do desenvolvimento das estratgias de marketing esportivo, pois traz conhecimento do mercado. Os clubes precisam

    traar o perfil do seu torcedor, o que faz, como vive, o que consome etc. Atravs da pesquisa, os entes esportivos obtm os parmetros: so-ciais, econmicos, culturais, hbitos de consu-mo; opinies sobre a marca (clube); e grau de envolvimento emocional com o clube.Na estratgia da mensagem, devem-se bus-car os canais de comunicao e mdias mais eficientes para sua veiculao. Para isso, so necessrios alguns critrios bsicos de anlise para melhor escolha, tais como:ndice de audincia: o percentual da audi-ncia, medido pelos institutos de pesquisa.Abrangncia/cobertura e alcance: o nme-ro de pessoas ou domiclios expostos pelo menos uma vez a um determinado veculo de comunicao.Outros pontos importantes so a frequncia, o valor qualitativo da exposio, a localiza-o e os hbitos da audincia a ser atingida. A importncia da marca A principal indagao que se faz : Quanto vale um nome?. A resposta possivelmente ser um valor imensurvel.Comunicao no marketing esportivo a es-tratgia utilizada para desenvolver, posicio-nar, informar e lembrar a todo o mercado os valores, princpios, benefcios e solues gerados pelas empresas, representados por suas respectivas marcas. Alguns padres:Reforo ou construo da imagem institu-cional: a emoo que o esporte oferece ao pblico transferida imagem da empresa patrocinadora, pois a marca tambm est participando de um determinado sucesso.Alternativa mdia convencional: a evidn-cia do nome ocorre no s durante as com-peties como tambm nos dias seguintes, com a divulgao na imprensa (televiso, jornais e demais meios de comunicao).Revitalizao da imagem: incentivar ativida-des esportivas constri uma imagem mais positiva da empresa, e no(s) produto(s)-al-vo da campanha. Algumas empresas ado-tam o marketing esportivo principalmente para alavancar negcios, quando atraves-sam momentos de crise. Famosos vendem o produtoH empresas que, longe da ideia de patroci-nar o atleta, a equipe ou promover os even-

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    tos esportivos, querem associar a imagem de alguma celebridade ao seu produto, no in-tuito de atrair o consumidor pela visibilidade do astro.O principal uso da imagem de celebridades criar um smbolo que chame ateno para o produto. O segredo, do ponto de vista do marketing esportivo, que a imagem cha-mar a ateno no s de seus fs como tambm de outros consumidores que no integram a principal audincia dele, mas que ainda podem ser influenciados na de-ciso de compra pela familiaridade de sua imagem, mesmo que simpatizando por ou-tra agremiao (por exemplo, Neymar). ndices de sucesso claro que, assim como qualquer estratgia, o marketing esportivo utilizado com fins lu-crativos ou um retorno mnimo institucional. Na inteno de fixar a marca no consumidor (torcedor), as empresas buscam vantagens, como a projeo da marca, a simpatia do pblico e da mdia, gerando uma visibilidade espontnea. Com as estratgias destacadas anteriormente, as empresas conquistam um espao que, de alguma forma, passam a ser conhecida do pblico. Depois de alcanado esse estgio, o trabalho de expanso da mar-ca fica a cargo do departamento de marketing. O retorno poder ser medido de acordo com a fama da marca j existente no mercado. Portanto, mesmo que as vendas tenham do-brado durante uma campanha, isso no signi-fica necessariamente um resultado positivo da ao. Outro aspecto que geralmente preocupa possveis investidores o reflexo que as der-rotas podem exercer empresa que mantm seu nome ligado ao atleta ou equipe. Nesse sentido, a marca no sofre nenhuma influn-cia no resultado da atividade, principalmen-te se este for negativo. Logicamente, quando ocorre um feito muito importante, o retorno sofre um aumento proporcional. Avaliao dos resultados e finalidade desejvel a criao de indicadores para ava-liao do marketing esportivo, podendo ser atravs de pesquisas peridicas, como verifi-cao direcionada ou espontnea, sondagens, opinies dos colaboradores da organizao etc.O setor esportivo brasileiro tem demonstrado

    que o marketing esportivo um dos melhores investimentos para as empresas que desejam criar uma relao duradora com seus consu-midores. Os profissionais de marketing, por sua vez, sabem que nos dias de hoje preciso inovar para alcanar as metas estratgicas de propaganda. Nesse caso, o marketing esporti-vo possui uma caracterstica diferenciada, pois atinge o consumidor em seus momentos de lazer e paixo. Bom desempenho dos atletas faz com que o consumidor passe a nutrir um sentimento de simpatia pela marca, at ento ignorada, porm uma atitude indevida da equi-pe patrocinada e ou atos ilcitos dos clubes, atletas e seus dirigentes podem trazer srias consequncias imagem da empresa.Este artigo pretendeu apresentar os desafios do marketing esportivo, seu desenvolvimen-to, planejamento, implementao e controle. A comunicao, na sociedade contempornea, o incio, o meio e o fim das ideologias, religi-es, culturas e tecnologias. Por ser to impor-tante, deveramos todos zelar para que fosse utilizada de forma competente e responsvel, e que estivesse a servio do bem-estar da co-letividade e do progresso humano, tendo como um dos seus objetivos o marketing social, o qual possibilitaria informaes personalizadas, levando no momento certo as solues, suas estratgias e posicionamento de pessoas, mar-cas, produtos e servios e no caso esportivo a fidelizao, importante forma de arrecadao e o aumento da paixo clubstica.

    Jorge Luiz Raggio CarneiroVice Presidente de Desportes Terrestres

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    Prata da casa Marujo vascano

    No Vasco da Gama, h outro time que no entra em campo, mas que bate um bolo. Aquele formado pelos funcionrios da casa, que se desdobram para manter tudo funcio-nando. E nesse grupo tem gente da antiga, gente dedicada, como Raimundo Estevam (ca-rinhosamente conhecido como Dico): 62 anos de vida, 30 deles trabalhando no clube como arquivista. Ele testemunha ocular de boa parte da histria do Vasco. Viu vrias mudan-as de gesto. Ele fez uma vida em So Janu-rio e, por isso, no abandona a caravela nem na tempestade nem na bonana.Ele conta que o Vasco responsvel pela construo da sua vida. o seu primeiro e nico emprego, e a Colina tambm o trans-formou em um torcedor apaixonado. Antes, eu no ligava para futebol, e com o passar dos anos eu criei esse amor. Meus trs filhos tambm so vascanos, e para mim o Vasco significa a minha vida. Realmente, este clube me marcou muito.Com todos esses anos de So Janurio, o colaborador j acompanhou de perto mui-tas conquistas. Mas para ele, pelo jogo emocionante e pela virada histrica, a que mais marcou foi o ttulo da Copa Mercosul de 2000, em cima do Palmeiras.

    Dico tambm revelou que outra conquista foi ter lanado seus dois livros, Deus pai, Cristo filho, eu sou neto e cones da sa-bedoria, dentro de So Janurio. Como eu tambm canto, fiz uma tarde autgrafo mu-sical. Ento, eu autografava e cantava ao mesmo tempo. Foi muito legal, disse ele, que ainda completou: Todo mundo no Vas-co me apoia nessa outra carreira, e apro-veito para agradecer a todas essa pessoas.O fiel escudeiro fez outras observaes: a atual gesto um grande progresso para o clube, e trabalhar tanto tempo no mesmo lugar criar famlia, ter um segundo lar. Os colegas de trabalho so amigos importan-tes, e a cpula administrativa do clube tem excelente relacionamento com ele. Dico, que foi indicado pelo seu primo na d-cada de 70 para ser funcionrio do clube, comeou como auxiliar de escritrio. Rapi-damente se tornou arquivista. Hoje em dia, ele faz ofcios, nomeaes, histricos e ain-da representa o Club de Regatas Vasco da Gama na Federao de Futebol. Em suma, um marujo que toda caravela gostaria de ter.

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