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Universidade de Lisboa As TIC na criação de ambientes motivadores no processo de ensino e aprendizagem da economia no ensino secundário Um estudo sobre a implementação das TIC em sala de aula na unidade didática 11 na turma C do 11.º ano da Escola Secundária Anselmo de Andrade Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Relatório apresentado à Universidade de Lisboa em cumprimento dos requisitos necessários para a obtenção de grau de Mestre no ensino da economia e da contabilidade. Susana Nadais Guerra Lisboa 2012

DIDÁTICA DA ECONOMIA - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/7458/1/ulfpie040178_tm.pdf · Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade ... GRELHA DE OBSERVAÇÃO

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Universidade de Lisboa

As TIC na criação de ambientes motivadores no processo

de ensino e aprendizagem da economia no ensino

secundário

Um estudo sobre a implementação das TIC em sala de aula na unidade

didática 11 na turma C do 11.º ano da Escola Secundária Anselmo de Andrade

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade

Relatório apresentado à Universidade de Lisboa em cumprimento dos

requisitos necessários para a obtenção de grau de Mestre no ensino da economia e

da contabilidade.

Susana Nadais Guerra

Lisboa

2012

2

Universidade de Lisboa

As TIC na criação de ambientes motivadores no processo

de ensino e aprendizagem da economia no ensino

secundário

Um estudo sobre a implementação das TIC em sala de aula na unidade

didática 11 na turma C do 11.º ano da Escola Secundária Anselmo de Andrade

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade

Relatório apresentado à Universidade de Lisboa em cumprimento dos

requisitos necessários para a obtenção de grau de Mestre no ensino da economia e

da contabilidade.

Relatório realizado sob a orientação de Professora

Doutora Ana Paula Curado

Susana Nadais Guerra

Lisboa

2012

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

II

AGRADECIMENTOS

À minha filha, à minha mãe e ao meu marido

pelas horas que deixei de partilhar convosco

e pelo apoio incondicional em todos os momentos

ao longo destes dois anos.

AMO-VOS!

Para a realização e construção deste relatório foram vários os contributos, sem os

quais teria sido muito difícil a sua concretização.

Em particular gostaria de agradecer à Professora Doutora Ana Paula Curado pela

supervisão do relatório, dedicação e o apoio que sempre demonstrou.

Agradeço também a todos os professores do Mestrado em Ensino da Economia e

da Contabilidade o seu contributo, o qual foi fundamental não só para a elaboração do

presente relatório, mas ao longo das minhas práticas pedagógicas, caminhando no

sentido do sucesso do processo de ensino-aprendizagem.

À Escola Secundária Anselmo de Andrade pela disponibilidade e carinho com que

me acolheu.

À Professora Laura Saial pelo seu acompanhamento ao longo da prática letiva

supervisionada e planificação das mesmas, realçando os saberes transmitidos, assim

como no preenchimento de instrumentos de recolha de dados, nomeadamente: as

grelhas de avaliação e entrevista.

Aos alunos do 11.º C da Escola Secundária Anselmo de Andrade pela sua

participação ao longo da minha prática letiva supervisionada, pois foram eles,

enquanto sujeitos de investigação, que permitiram a obtenção de informação,

necessária para os resultados do relatório.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

III

RESUMO

Este trabalho apresenta o relato da prática letiva supervisionada de quatro aulas

de economia A, ao 11.º ano da Escola Secundária Anselmo de Andrade, unidade 11 –

“A intervenção do Estado na Economia”. Reflete sobre a viabilidade da implementação

de estratégias de ensino e aprendizagem com recurso às TIC como forma de motivar os

alunos e consequentemente alcançar os objetivos estipulados no programa de

economia A.

A questão de investigação decorre da prática letiva supervisionada e da

observação de aulas realizadas no 3.º semestre: Como recorrer às TIC na motivação

dos alunos e na prossecução dos objetivos estipulados no programa de economia,

fomentando o seu envolvimento na construção do conhecimento, particularmente na

unidade didática 11?

Para enquadramento concetual, aborda-se a evolução e integração das TIC no

Sistema Educativo em Portugal e na Europa. Faz-se também uma breve revisão de

literatura, procurando-se analisar a influência de algumas teorias do conhecimento

que concorrem para o construtivismo e da forma como as mesmas contribuem para a

criação de ambientes de aprendizagem de partilha e de reflexão.

O trabalho de investigação recorre à metodologia do tipo qualitativo, exploratório

e descritivo, que incidiu nas estratégias com o recurso às TIC utilizadas ao longo da

prática letiva supervisionada.

Os resultados evidenciam que os alunos se sentem mais motivados ao longo das

aulas em que os professores utilizam estratégias que incluem o recurso às TIC,

nomeadamente: apresentação dos conteúdos programáticos em power point,

visionamento de vídeos e pesquisas realizadas em grupo, de modo a promover

momentos de partilha e reflexão.

Palavras-chave: motivação, tecnologias de informação e comunicação, didática da

economia, estratégias de ensino e aprendizagem, ensino secundário.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

IV

ABSTRACT

This report presents an account of the supervised teaching practice of four

economics lessons to the eleventh graders of the Secondary School Anselmo de

Andrade, unit 11 – “The state intervention in the economy”. Reflects on the feasibility

of implementing strategies for teaching and learning using ICT as a way to motivate

students and consequently achieve the objectives stipulated in the program of

economics A.

The research question arises from the supervised teaching practice and classroom

observation conducted in 3th semester: How to make use of ICT in student motivation

and achievement of program objectives stipulated in the economy, encouraging their

involvement in the construction of knowledge, particularly the teaching didactic unit

11?

The conceptual framework discusses the evolution and integration of ICT into the

education system in Portugal and Europe. It also presents a brief literature review,

aiming to analyze the influence of some theories of knowledge approaching the

constructivism and how they contribute to the creation of learning environments for

sharing and reflection.

The research uses a qualitative, exploratory and descriptive methodology, focusing

on strategies with the use of ICT used throughout the supervised teaching practice.

The results show that students feel more motivated in classes in which teachers

use strategies that include the use of ICT, such as power point presentations, video

viewing and group research, to promote moments of sharing and reflection.

Keywords: motivation, information and communication technologies, didactics of

economics, teaching strategies and learning, secondary education.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Didática da Economia

1

ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1 – DIMENSÕES PARA UMA REFLEXÃO CONSTRUTIVISTA (p.23)

ÍNDICE DE QUADROS

QUADRO 1 – RECOLHA DE DADOS DO INQUÉRITO APLICADO AOS ALUNOS NO 3.º SEMESTRE

(p.9)

QUADRO 2 – INDICADORES DO CONCELHO DE ALMADA (p. 29)

QUADRO 3 – OFERTA EDUCATIVA DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ANSELMO DE ANDRADE

(p. 31)

QUADRO 4 – PLANIFICAÇÃO DE MÉDIO PRAZO DA UNIDADE 11 DE ECONOMIA A (p. 36)

QUADRO 5 – PLANIFICAÇÃO DA PRIMEIRA PRÁTICA LETIVA SUPERVISIONADA (p. 39)

QUADRO 6 – PLANIFICAÇÃO DA SEGUNDA PRÁTICA LETIVA (p. 43)

QUADRO 7 – PLANIFICAÇÃO DA TERCEIRA PRÁTICA LETIVA SUPERVISIONADA (p. 46)

QUADRO 8 – PLANIFICAÇÃO DA QUARTA PRÁTICA LETIVA SUPERVISIONADA (p. 49)

QUADRO 9 – RECOLHA DE DADOS DO INQUÉRITO REALIZADO AOS ALUNOS NO 4.ºSEMESTRE

(p. 53)

QUADRO 10 - ENTREVISTA REALIZADA À PROFESSORA COOPERANTE NO 4.º SEMESTRE (p. 55)

QUADRO 11 - ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS DA ENTREVISTA (p.55)

QUADRO 12 – GRELHA DE OBSERVAÇÃO DIRETA, REALIZADA AO LONGO DO 4.º SEMESTRE (p. 56)

QUADRO 13 – GRELHA DE AVALIAÇÃO DOS TRABALHOS DE GRUPO REALIZADA NO 4.º

SEMESTRE (p. 57)

QUADRO 14 – RESULTADOS OBTIDOS NA FICHA FORMATIVA (p. 58)

QUADRO 15 – ANALISE DOS RESULTADOS OBTIDOS PELOS ALUNOS (p. 59)

QUADRO 16 – GRELHA DE AVALIAÇÃO DOS EPORTEFÓLIOS (p. 66)

ÍNDICE DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – IDADES DOS ALUNOS DO 11.º C (p. 33)

GRÁFICO 2 – OPINIÃO DOS ALUNOS SOBRE A PESQUISA REALIZADA NA INTERNET (p. 62)

GRÁFICO 3 – OPINIÃO DOS ALUNOS SOBRE AS AULAS COM RECURSO AO POWER POINT (p. 62)

GRÁFICO 4 – OPINIÃO DOS ALUNOS SOBRE O VISIONAMENTO DO VÍDEO (p. 63)

GRÁFICO 5 – OPINIÃO DOS ALUNOS SOBRE A CONSTRUÇÃO DO EPORTEFÓLIO (p. 63)

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

2

ÍNDICE GERAL

AGRADECIMENTOS ...................................................................................................................... II

RESUMO ..................................................................................................................................... III

ABSTRACT ...................................................................................................................................IV

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 6

CAPITULO I – PROBLEMÁTICA DA INVESTIGAÇÃO ....................................................................... 8

1.1. A ESCOLHA DO TEMA ...................................................................................................... 8

1.2. QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO ........................................................................................ 11

1.3. OBJETIVOS DE INVESTIGAÇÃO ...................................................................................... 11

1.4. METODOLOGIA DO ESTUDO ......................................................................................... 12

CAPÍTULO II – ENQUADRAMENTO TEÓRICO DA INVESTIGAÇÃO............................................... 14

2.1. AS TIC E O ENSINO ......................................................................................................... 14

2.1.1.AS TIC NO ENSINO EM PORTUGAL ....................................................................... 15

2.1.2.AS TIC NO CONTEXTO EUROPEU .......................................................................... 16

2.2. A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NA SALA DE AULA ............................................. 18

2.2.1.AS TEORIAS COGNITIVAS ..................................................................................... 19

2.2.2.CONSTRUTIVISMO NA SALA DE AULA .................................................................. 22

2.3. CRIAÇÃO DE AMBIENTES DE APRENDIZAGEM DE PARTILHA E REFLEXÃO .................... 26

CAPITULO III – DESCRIÇÃO DO CONTEXTO DO ESTUDO ............................................................ 29

3.1. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÓMICA DO CONCELHO DE ALMADA ............................ 29

3.2. AVALIAÇÃO EXTERNA DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ANSELMO DE ANDRADE ....... 30

3.3. OFERTA EDUCATIVA DO AGRUPAMENTO ..................................................................... 30

3.4. A ESCOLA SECUNDÁRIA ANSELMO DE ANDRADE - TRAJETÓRIA HISTÓRICA ................. 31

3.5. PROJETO EDUCATIVO DA ESCOLA ................................................................................. 32

CAPITULO IV – PRÁTICA LETIVA SUPERVISIONADA ................................................................... 33

4.1. CARACTERIZAÇÃO DA TURMA ...................................................................................... 33

4.2. A UNIDADE ONDE DECORREU A PRÁTICA LETIVA ......................................................... 34

4.3. A PLANIFICAÇÃO A MÉDIO PRAZO ................................................................................ 35

4.4. DESCRIÇÃO DAS AULAS: PLANIFICAÇÃO, DESCRIÇÃO E REFLEXÃO ............................... 38

4.4.1.PRIMEIRA PRÁTICA LETIVA SUPERVISIONADA – PLANIFICAÇÃO, DESCRIÇÃOE

REFLEXÃO .................................................................................................................................... 38

4.4.2.SEGUNDA PRÁTICA LETIVA SUPERVISIONADA – PLANIFICAÇÃO, DESCRIÇÃOE

REFLEXÃO .................................................................................................................................... 42

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

3

4.4.3.TERCEIRA PRÁTICA LETIVA SUPERVISIONADA – PLANIFICAÇÃO, DESCRIÇÃOE

REFLEXÃO .................................................................................................................................... 46

4.4.4.QUARTA PRÁTICA LETIVA SUPERVISIONADA – PLANIFICAÇÃO, DESCRIÇÃOE

REFLEXÃO .................................................................................................................................... 48

4.4.5.CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE AS AULAS SUPERVISIONADAS ........................... 50

CAPÍTULO V – O TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO - RECOLHA E TRATAMENTO DE DADOS ......... 52

5.1. INQUÉRITO REALIZADO AOS ALUNOS ........................................................................... 52

5.2. ENTREVISTA REALIZADA À PROFESSORA COOPERANTE ............................................... 54

5.3. GRELHA DE OBSERVAÇÃO DIRETA E TRABALHO DE GRUPO ......................................... 56

5.4. FICHA FORMATIVA ........................................................................................................ 58

5.5. QUADRO DE ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS ....................................................... 59

CAPÍTULO VI – REFLEXÃO SOBRE A INVESTIGAÇÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................ 64

6.1. REFLEXÃO SOBRE O TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO ...................................................... 64

6.1.1.REFLEXÃO SOBRE AS PLANIFICAÇÕES .................................................................. 65

6.1.2.REFLEXÃO SOBRE O EPORTEFÓLIO ...................................................................... 65

6.1.3.REFLEXÃO SOBRE OS COMPORTAMENTO DOS ALUNOS ..................................... 67

6.1.4. .... REFLEXÃO SOBRE PRÁTICA LETIVA SUPERVISIONADA E A SUA RELAÇÃO COM A

ABORDAGEM CONSTRUTIVISTA ................................................................................... 68

6.1.5.REFLEXÃO SOBRE A AVALIAÇÃO AOS ALUNOS..................................................... 69

6.2. CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS.................................................. 70

6.3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 72

ÍNDICE DE ANEXOS - CD

ANEXO 1 - INQUÉRITO REALIZADO NO 3.º SEMESTRE

ANEXO 2 - RECOLHA E TRATAMENTO DE DADOS DO INQUÉRITO REALIZADO AOS ALUNOS NO

3.º SEMESTRE

ANEXO 3 - INQUÉRITO REALIZADO AOS ALUNOS NO 4.ºSEMESTRE

ANEXO 4 - RECOLHA DE DADOS DO INQUÉRITO REALIZADO AOS ALUNOS NO 4.º SEMESTRE

ANEXO 5 - GRELHA DE AVALIAÇÃO DOS EPORTEFÓLIOS

ANEXO 6 - GRELHA DE AVALIAÇÃO DSO TRABALHOS DE GRUPO

ANEXO 7 - GRELHA DE AVALIAÇÃO DA OBSERVAÇÃO DIRETA

ANEXO 8 - GUIÃO DE ENTREVISTA REALIZADO À PROFESSORA COOPERANTE

ANEXO 9 - ANÁLISE E TRATAMENTO DE DADOS DA ENTERVISTA À PROFESSORA COOPERANTE

ANEXO 10 – RECURSOS UTILIZADOS NA 1.ª PRÁTICA LETIVA SUPERVISIOANDA

ANEXO 11 – RECURSOS UTILIZADOS NA 2.ª PRÁTICA LETIVA SUPERVISIOANDA

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

4

ANEXO 12 – RECURSOS UTILIZADOS NA 3.ª PRÁTICA LETIVA SUPERVISIOANDA

ANEXO 13 – RECURSOS UTILIZADOS NA 4.ª PRÁTICA LETIVA SUPERVISIOANDA

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

5

Os analfabetos do futuro não serão aqueles que não sejam capazes de ler ou escrever, mas

sim, aqueles que não sejam capazes de aprender, desaprender e reaprender.

Toffler, Choque do futuro (1970)

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

6

INTRODUÇÃO

O presente relatório insere-se na unidade curricular de Iniciação à Prática

Profissional IV, do 2.º ano do Mestrado em Ensino da Economia e Contabilidade.

Descreve a prática letiva supervisionada de quatro aulas de economia A, ao 11.º ano

da Escola Secundária Anselmo de Andrade, unidade 11 – A intervenção do Estado na

Economia. Reflete sobre a viabilidade da implementação de estratégias de ensino e

aprendizagem com recurso às TIC como forma de motivar os alunos e

consequentemente alcançar os objetivos estipulados no programa de economia A.

Apresenta os resultados da investigação realizada com esse fim, a respetiva recolha de

dados e a forma de tratamento da informação recolhida.

No Capítulo I justifica-se a escolha do tema de investigação, o qual surgiu no

âmbito da prática letiva supervisionada no 3.º semestre, a partir da observação das

aulas da professora cooperante e do tratamento dos dados do inquérito realizado aos

alunos. Apresentam-se os objetivos do estudo, a questão de investigação e por fim a

respetiva metodologia.

O Capítulo II apresenta a componente teórica dentro da qual se realiza uma

revisão de literatura, procurando-se analisar a influência das teorias construtivista e

cognitivista no processo de ensino-aprendizagem. É também efetuada uma abordagem

da evolução e integração das TIC no Sistema Educativo em Portugal e a criação de

ambientes de aprendizagem de partilha e reflexão.

O Capítulo III contempla o enquadramento geográfico e demográfico do estudo,

através de uma análise ao nível do concelho, agrupamento e escola.

O Capítulo IV apresenta a caraterização da turma do 11.º C, uma breve abordagem

da unidade 11 de economia A, onde decorreu a prática letiva supervisionada, assim

como a planificação, descrição e reflexão, realizadas ao longo das quatro aulas

supervisionadas.

No Capítulo V analisa-se o trabalho de investigação desenvolvido, assim como a

respetiva recolha e tratamento de dados, contemplando um quadro de análise dos

resultados obtidos.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

7

Por fim, no Capítulo VI é realizada uma reflexão sobre todo o trabalho

desenvolvido ao longo da prática letiva supervisionada, apresentando sugestões para

estudos futuros.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

8

CAPITULO I – PROBLEMÁTICA DA INVESTIGAÇÃO

Neste capítulo justifica-se a escolha do tema de investigação, que surgiu em

consequência da prática letiva supervisionada no 3.º semestre, da observação das

aulas da professora cooperante e do tratamento dos dados do inquérito realizado aos

alunos. Apresentam-se os objetivos do estudo, a questão de investigação e por fim a

respetiva metodologia.

1.1. A ESCOLHA DO TEMA

O tema escolhido foi as TIC na criação de ambientes motivadores no processo de

ensino e aprendizagem da economia, na unidade 11, pois de acordo com as aulas

observadas e a prática letiva supervisionada, realizadas no 3.º semestre, relativas aos

diferentes métodos de cálculo do produto e às limitações da contabilidade nacional e

após o tratamento de dados do inquérito realizado (Quadro 1), foi possível perceber

que a turma do 11.ºC da Escola Secundária Anselmo de Andrade era pouco

participativa e motivada, adotando uma postura de passividade, pelo que muito

raramente os alunos colocavam questões ou interrogavam a professora sobre temas

da atualidade ao nível económico e financeiro. O tratamento de resultados do

inquérito, permitiu ainda compreender que embora os alunos não questionassem a

professora sobre estes temas, pareciam estar interessados e até mesmo preocupados

com a atualidade económica e financeira, assim como a crise instalada. Salienta-se que

o inquérito pode ser analisado pormenorizadamente no anexo 1.

Na prática letiva supervisionada do 3.º semestre optei pelo recurso ao power point

e também a um jogo didático, no sentido de motivar os alunos através do uso das TIC.

Durante o jogo foi possível observar que todos os alunos estavam motivados para

participarem e não apenas aqueles que participavam habitualmente. Posteriormente,

questionei a professora cooperante sobre a opinião dos alunos quanto à estratégia

adotada, ao que a professora respondeu: ”Claro que adoraram”.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

9

Quadro 1 – Recolha de dados do inquérito aplicado aos alunos no 3.ºsemestre

Análise de conteúdo dos inquéritos realizados aos alunos

Questões Frequência

Profissão do pai

Economista/Contabilista/Gestor 2 alunos

Comercial 10 alunos

Outros 10 alunos

Profissão da mãe

Comercial 5 alunos

Economista/Contabilista/Gestora 4 alunos

Outros 14 alunos

Gostas de estudar

Gosto 10 alunos

Às vezes 2 alunos

Não 11 alunos

Nas tuas aulas preferidas

O professor expõe matéria 6 alunos

Os alunos expõem temas 6 alunos

O professor deixa o aluno participar 13 alunos

Utilizam-se meios multimédia 16 alunos

Os alunos trabalham em grupo 14 alunos

As dificuldades de aprendizagem derivam

da pouca atenção nas aulas 14 alunos

de não estudar / não esclarecer dúvidas 13 alunos

de falta de ambiente de estudo fora da aula 2 alunos

da rapidez no tratamento dos temas 4 alunos

de não ser perseverante/pouco tempo para estudar 2 alunos

de não compreender a explicação do professor 8 alunos

Porque escolheste Economia A

interesse na disciplina 17 alunos

foi a escolha dos colegas 2 alunos

Outra: para seguir gestão, testes psicotécnicos, ao calhas 3 alunos

Profissão desejada

Gestão / Economista 13 alunos

Enfermeira / Informático 2 aluno

As reportagens económicas despertam o teu interesse

Sim 9 alunos

Quais? Sobre temas da atualidade

económica do país

Dos problemas do mundo atual, qual o que te preocupa mais

A crise económica e financeira 20 alunos

Aquecimento global / Desemprego 5 alunos

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

10

Assim, surgiu a ideia de utilizar as TIC na criação de ambientes motivadores no

processo de ensino e aprendizagem da economia, na unidade 11 à turma do 11.º C. As

novas tecnologias selecionadas para apresentar e desenvolver em sala de aula foram o

vídeo, o PPT, pesquisas na internet e a construção do um eportefólio.

Para selecionar o vídeo a apresentar à turma verificou-se a necessidade de

perceber quais os objetivos que se pretendiam que os alunos atingissem e se aquele

vídeo iria ao seu encontro. Foi também fundamental a realização de um guião de

exploração o qual permitiu uma análise mais aprofundada e estruturada dos

conteúdos a lecionar e dos objetivos a atingir.

A ideia de apresentar o eportefólio à turma surgiu na sequência da unidade

curricular do 3.ºsemestre do mestrado em ensino da economia e da contabilidade, ou

seja as tecnologias de informação e comunicação no ensino das ciências económico-

sociais, no sentido de proporcionar aos alunos um instrumento de trabalho que lhes

permitisse desenvolver ferramentas de comunicação interpessoal, construção das suas

aprendizagens, através dos trabalhos realizados, das suas reflexões, pesquisas e perfil

pessoal.

A capacidade de aceder à informação e ao conhecimento, tornou-se cada vez mais

rápida e mais simples. A internet marca uma nova era, uma nova etapa, no entanto a

sua utilização deve ser cautelosa e criteriosa, sendo que nem toda a informação

disponível poderá ser considerada como uma verdade absoluta (Patrocínio, 2000).

Assim, a escola deverá assumir a introdução das Tecnologias de Informação e

Comunicação que se apresentam como ferramentas ao longo do processo de ensino-

aprendizagem, para que os alunos possam construir o seu conhecimento autónoma e

responsavelmente, sabendo avaliar os riscos e perigos das informações que se

encontram disponíveis. Dentro deste contexto surgiu a ideia de integrar a pesquisa na

internet como mais uma estratégia a utilizar em sala de aula.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

11

Salienta-se, que o tema definido, ou seja as TIC na criação de ambientes

motivadores no processo de ensino e aprendizagem da economia, na unidade didática

11, vai ao encontro dos valores, princípios e objetivos do Projeto Educativo da escola.1

1.2. QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO

A questão de investigação, decorrente do trabalho realizado no 3º semestre, é

formulada da seguinte maneira:

Como recorrer às TIC na motivação dos alunos e na prossecução dos objetivos

estipulados no programa de economia do ensino secundário, fomentando o seu

envolvimento na construção do conhecimento, particularmente na unidade didática 11

do 11º ano?

1.3. OBJETIVOS DA INVESTIGAÇÃO

O estudo sobre a implementação das TIC em contexto de sala de aula, na turma do

11.º C da Escola Secundária Anselmo de Andrade, no ensino da unidade 11 de

economia A intervenção do Estado na Economia, apresenta os seguintes objetivos

específicos:

Adquirir hábitos de pesquisa;

Adquirir hábitos de seleção da informação;

Revelar espírito crítico;

Revelar hábitos de cooperação;

Reconhecer as potencialidades das TIC para o processo de ensino-

aprendizagem.

1 O Agrupamento Anselmo de Andrade assume como prioridade desenvolver a responsabilidade de

cada aluno na pesquisa de recursos e consequente desenvolvimento enquanto pessoa; a cooperação, dado que todos devem contribuir para a concretização dos projetos individuais e do agrupamento; a autonomia do aluno para realizar escolhas e opções de forma a gerir o seu tempo e trabalho de forma eficaz e por fim o empreendedorismo, pois o aluno deve adquirir e desenvolver competências que o preparem para “criar o futuro”.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

12

1.4. METODOLOGIA DO ESTUDO

A pesquisa desenvolvida foi do tipo qualitativo, exploratório e descritivo (Bogdan e

Biklen, 1999; Quivy, 1992), a qual incidiu nas estratégias com o recurso às TIC utilizadas

ao longo da prática letiva supervisionada relativa à unidade 11 de economia A – A

intervenção do Estado na economia. Outras técnicas de recolha de dados foram: a

prática letiva supervisionada, as aulas observadas, a análise documental e o inquérito

aos alunos, realizados no 3.º semestre e a partir dos quais foi formulada a questão de

investigação. Assim como, a prática letiva supervisionada do 4.º semestre, o inquérito

realizado aos alunos, a observação de aulas e a entrevista realizada à professora

cooperante.

Neste sentido Patrocínio (2004) refere que:

Uma metodologia qualitativa procura sobretudo revelar características e elementos

estruturantes que permitam evidenciar o que é essencial no estudo de uma problemática

ou gerar processos de abdução produtores de outros questionamentos pertinentes perante

indícios detetados.

A entrevista realizada à professora cooperante permitiu a recolha de dados no que

diz respeito à formação em TIC dos professores, estratégias de ensino que utiliza na

lecionação das aulas à turma do 11.ºC e recursos da Escola Secundária Anselmo de

Andrade, relativamente às novas tecnologias.

Para melhor compreender o impacto, nos alunos do 11.ºC, das estratégias de

ensino aplicadas em contexto de sala de aula, ao longo da prática supervisionado no

4.º semestre, foi elaborada uma grelha de avaliação dos alunos (quadro 12), a qual foi

preenchida pela mestranda com o apoio do professor cooperante.

A análise documental realizada ao site da escola, onde este relatório foi

desenvolvido e onde foram aplicadas as estratégias propostas, permitiu um maior

conhecimento e aprofundamento da respetiva trajetória histórica, caraterização do

agrupamento, contexto socioeconómico onde a escola está inserida e oferta formativa

e projeto educativo.

O tratamento de dados do inquérito por questionário (apresentado no Quadro 1),

realizado aos alunos durante o 3º semestre possibilitou a recolha de dados para a

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

13

elaboração de uma caracterização da turma, das suas motivações e interesses

permitindo desta forma selecionar o tema do relatório. O inquérito realizado aos

alunos no 4.º semestre e após a prática letiva supervisionada, possibilitou a recolha de

dados relativamente às estratégias utlizadas em sala de aula, com suporte das TIC no

sentido da criação de ambientes motivadores no processo de ensino e aprendizagem

da unidade 11 de economia A.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

14

CAPÍTULO II – ENQUADRAMENTO TEÓRICO DA INVESTIGAÇÃO

Ao longo deste capítulo apresenta-se uma breve evolução da integração das TIC no

ensino em Portugal e na Europa. Efetua-se igualmente uma breve análise de algumas

teorias do conhecimento que concorrem para o construtivismo e da forma como as

mesmas contribuem para a criação de ambientes de aprendizagem de partilha e de

reflexão.

2.1. AS TIC E O ENSINO

Comunicar é algo complexo não basta dizer que apenas necessitamos de um

emissor, de um recetor, uma mensagem e um código comum. A necessidade de

comunicar está presente na vida dos cidadãos, trocamos opiniões, expressamos ideias,

relacionamo-nos, vivemos em sociedade. Nesse sentido, novos desafios foram

surgindo e o homem foi respondendo através do desenvolvimento e construção de

novas tecnologias e mecanismos de comunicação.

Na década de 60, época da Guerra Fria, surge a internet nos Estados Unidos,

assumindo-se como uma rede de informações militares que interliga centros de

comando e de pesquisa bélica, no sentido de dar resposta à necessidade militar de

proteger os sistemas de defesa do país no caso de um ataque nuclear. Nos anos 70, a

rede começa a ser utilizada pela comunidade académica mundial e em 1975 são feitas

as primeiras ligações internacionais.

Entre a década de 80 e o início dos anos 90, a rede é aperfeiçoada e começam a

surgir os serviços que dão à Internet a sua atual forma, sendo o principal a World Wide

Web (WWW), lançado em 1991, que viabiliza a transmissão de imagens, som e vídeo

pela grande rede. Até à data apenas circulavam textos pela Internet por meio de um

software chamado Gopher. Com a WWW, a Internet popularizou-se entre os cidadãos.

A partir de 1994, a Internet aumenta suas capacidades, pois para além de ser uma rede

de circulação de informações, torna-se, também, um meio de comercialização de

produtos e serviços.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

15

As novas tecnologias assumem-se como facilitadoras e potenciadoras em

diferentes dimensões e domínios da sociedade, emergindo rápidas e constantes

mudanças ao nível global e local (Patrocínio, 2004).

A Era da Informação, da Comunicação e do Conhecimento em que vivemos

mostra-nos novos caminhos, novos mundos, novos desafios onde o trabalho humano é

muitas vezes desenvolvido por máquinas, cabendo ao homem a importante tarefa de

criar, desenvolver e construir (Silva, 2003).

As TIC fazem parte da nossa realidade diária, estão presentes na nossa vida, em

casa, no trabalho, na escola. Computadores, internet, jogos, enfim um conjunto de

equipamentos, são uma realidade presente na vida dos alunos e dos professores,

desempenhando a escola um importante papel no sentido de ajudar as crianças e os

jovens a viver num ambiente cada vez mais informatizado (Lévy, 1993).

2.1.1. AS TIC NO ENSINO EM PORTUGAL

O Ministério da Educação aprovou, desde a década de oitenta do século passado,

um conjunto de medidas legislativas e o lançamento de projetos, dando um grande

impulso à implementação e integração da sociedade da informação. Segundo Ponte

(2002) verificam-se dois grandes momentos marcantes da introdução das TIC no

sistema educativo português. O Projeto Minerva que decorreu de 1985 a 1994, e

Programa Nónio Século XXI iniciado em 1996.

O Projeto MINERVA, foi a primeira iniciativa financiada pelo Ministério da

Educação e que teve uma expressão nacional na introdução das novas tecnologias no

ensino em Portugal, este prolongou-se até 1994 e assumia os seguintes objetivos:

apetrechamento informático das escolas;

formação de professores e de formadores de professores;

desenvolvimento de software educativo;

promoção da investigação no âmbito da utilização das TIC nos Ensinos Básico e

Secundário. (Silva, 2001).

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

16

Ainda ao abrigo do projeto Minerva surge o projeto IVA, o qual vigorou entre 1990

e 1992, permitindo a criação e apetrechamento de laboratórios de informática em

escolas secundárias, surgindo posteriormente, em 93, o projeto FORJA (Ponte, 1994).

Em meados de 1996 retomou-se o programa de TIC na educação com a designação

"Nónio - século XXI", o qual foi homologado em 4 de Outubro de 1996 e publicado em

Diário da República, II Série, Desp. 232/ME/96, de 29/10/96, mantendo-se, no

essencial, os mesmos objetivos que o projeto anterior designado de MINERVA.

Ainda em 1996 verificou-se uma iniciativa Nacional com vista à dinamização e

promoção das TIC, diagnosticando dificuldades e potencialidades do país no âmbito

das novas tecnologias, tendo para o efeito o Conselho de Ministros criado a Missão

para a Sociedade da Informação. Desta iniciativa e debate resultou a elaboração do

livro verde para a Sociedade da Informação (Silva, 2001).

De acordo com o estudo desenvolvido pelo Departamento de Avaliação Prospetiva

e Planeamento (DAPP), do Ministério da Educação e coordenado por Jacinta Paiva

(2002), no âmbito do programa, referido anteriormente, Nónio séc. XXI, destacam-se

alguns resultados considerados pertinentes, nomeadamente:

78% dos professores consideravam que as TIC os apoiam a encontrar mais

informação, para a prática letiva;

75% afirmavam que as TIC facilitam o seu trabalho;

47% referiam que estruturam as aulas com informação retirada da

internet;

62% consideravam que as TIC propiciam aulas mais motivadoras:

72% eram da opinião que as novas tecnologias ajudam os alunos, de forma

a proporcionar-lhes novos conhecimentos e desafios.2

2.1.2. AS TIC NO CONTEXTO EUROPEU

Dentro do contexto europeu, mais especificamente na Alemanha, a partir da

década de 80 o computador foi utilizado como uma ferramenta de trabalho em 2 Consultado em http://www.netprof.pt/netpro/servlet/getDocumento?id_versão=11497, no dia 28 de Maio de 2012

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

17

diversas disciplinas. Sendo que, em 2002 o país possuía um programa de

desenvolvimento das TIC, denominado, “ICT in the Education System”, e o qual

integrava a formação de professores (Gonçalves, 2002).

À semelhança da Alemanha, também a Noruega introduziu o computador em

várias áreas do ensino, sendo que a partir de 2001 passou a pertencer a uma “Liga em

TIC” juntamente com outros países nórdicos (Suécia, Islândia e Dinamarca) com o

objetivo de promover a utilização das TIC.

No Reino Unido, em 1960 debatia-se o papel do computador na educação. Em

1965 foi instalado o primeiro computador numa escola e em 1977 apareceu o primeiro

projeto “National Development Programme for Computer Assisted Learning”. No ano

letivo de 1980/81 todas as escolas secundárias foram equipadas com um computador,

sendo no ano seguinte abrange a todos os níveis de ensino (Gonçalves, 2002).

A Comissão Europeia e a UNESCO debruçaram-se sobre a emergência de

responder à acelerada Sociedade da Informação no ensino, demonstrando sérias

preocupações relativamente a esta temática (Silva, 2001). Assim, em 1993 era

reconhecida a necessidade e importância para a Europa da criação da Sociedade da

Informação no Livro Branco.

Posteriormente, em 1999, a União Europeia lançou a iniciativa “eEurope –

Sociedade da Informação para todos”, a qual assumiu como objetivo desenvolver a

integração das tecnologias digitais em toda a Europa, no sentido de possibilitar a todos

o acesso a competências básicas para as usar. Importa referir que o Conselho Europeu

extraordinário realizado em Lisboa em Março de 2000, definiu como objetivo

estratégico a dinamização do espaço europeu no que diz respeito às novas tecnologias.

Portugal segue uma linha de ação baseada nas políticas europeias, eEurope e

Plano de Ação eLearning, Designing Tomorrow’s Education, algumas das quais já

referidas anteriormente e que visam fomentar a utilização das TIC, nomeadamente a

Internet, perspetivando uma melhor qualidade do processo de ensino-aprendizagem.

Assim, no início de 2002, o Ministério da Educação publicou e divulgou o

documento “Estratégias no âmbito das TIC para a Educação”, o qual se constituiu

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

18

como o referencial para a implementação de estratégias de integração das TIC no

sistema educativo até 2006.

Salienta-se que no caso português, o Ministério da Ciência e Tecnologia ligou à

Internet todas as escolas do 1.º ciclo ao ensino secundário, entre 1997 e 2001.

A introdução das TIC no ensino deverá refletir um papel ativo de mudança balizada

entre a forma como se aprende e a forma como se ensina. Devido à crescente

massificação e complexidade do sistema de ensino português e rápido avanço das

novas tecnologias, a escola deve mudar, não podendo continuar a transmitir

conhecimentos apenas através de palavras, devendo procurar as mais variadas

linguagens, para que os alunos se encontrem preparados para pesquisar informação,

selecioná-la e incorporá-la nos seus conhecimentos (Carvalho, 2003). O computador, a

Internet e o vídeo ao oferecerem a informação de uma forma que vai para além da

linguagem verbal, oferecem, possibilidades multissensoriais, sendo que quantos mais

sentidos entrarem na aprendizagem mais eficaz esta se torna (Coutinho, 2003).

Neste sentido Ponte (1997), acrescenta:

Actualmente, as tecnologias de informação e comunicação (TIC) representam uma

força determinante do processo de mudança social, surgindo como a trave-mestra de

um novo tipo de sociedade, a sociedade da informação.

Num mundo cada vez mais globalizado e numa sociedade do conhecimento, em

constante mutação e permanente adaptação às novas realidades tecnológicas, os

computadores, a internet e outras novas tecnologias, são uma realidade presente no

quotidiano da maioria das pessoas, nomeadamente dos alunos e da escola.

2.2. A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NA SALA DE AULA

Abordam-se aqui, sumariamente, algumas teorias que explicam a construção do

conhecimento na sala de aula numa perspetiva construtivista.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

19

2.2.1. AS TEORIAS COGNITIVAS

As teorias cognitivas procuram explicar as atividades cognitivas que contribuem

para o desenvolvimento intelectual das crianças e da capacidade de aprendizagem,

remetendo para um processo mental através do qual o conhecimento é adquirido,

armazenado e recuperado para resolver problemas (Carretero, 1997).

Assumem que a aprendizagem produz-se a partir da experiência, que não é

entendida como uma simples transferência mas como uma representação mental da

mesma. A ênfase é colocada na forma como se adquirem as representações do

mundo, como se armazenam na memória ou estrutura cognitiva.

O sujeito é entendido como um processador ativo da informação através do

registo e organização da informação de forma a reorganizá-la e reestruturá-la no seu

mecanismo cognitivo, dando origem a uma construção dinâmica do conhecimento.

É possível analisar duas ideias fundamentais comuns a todos os modelos de ensino

provenientes do paradigma cognitivista. Por um lado, a aprendizagem é concebida

como um processo de construção do conhecimento e não como um processo de

aquisição do conhecimento, por outro, as atividades de ensino são atividades de ajuda

à construção de conhecimento e não de transmissão de conhecimento. É assim que o

professor que se inspira nestes modelos deve concentrar-se mais em organizar,

estruturar, clarificar a sua coerência e de trabalhar a integração dos conhecimentos do

que em transmiti-los (Vygotsky, 1991).3

Os psicólogos cognitivistas utilizam dois termos para descreverem dois tipos

aparentemente diferentes de conhecimento: o conhecimento declarativo e o

conhecimento processual.

O primeiro refere-se à informação factual, cuja sua organização assume a forma de

série de factos ligados e passíveis de descrição. O conhecimento processual, por outro

lado, refere-se ao conhecimento básico de natureza dinâmica e mutável. Nesta

situação é mais fácil demonstrar o conhecimento do que explica-lo, não podendo ser

tão controlado como o declarativo

3 Refere-se à versão em português datada de 1991.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

20

Refere-se ao conhecimento básico, fundamental de ações de grande habilidade, e

sua natureza tende a ser dinâmica e modificável. Este conhecimento não se mostra

claramente para nós, sendo mais fácil mostra-lo do que falar sobre ele. Ele resiste à

descrição verbal, não pode ser tão controlado como o declarativo.

A passagem de uma didática centrada na transmissão do conhecimento para outra

baseada na sua construção não surge de um momento para o outro. Para esta abordagem

contribuíram os trabalhos de Piaget, Ausubel, Vygotsy e Bruner os quais têm absorvido a

investigação nos últimos anos sobre a aprendizagem, procurando descrever os

diferentes estágios pelos quais passam os indivíduos, no processo de aquisição de

conhecimentos, de como se desenvolve a inteligência humana e de como o individuo

se torna autónomo.

Vygotsky (1991)4 e Piaget (1975), sustentam que a inteligência é construída a partir

das relações recíprocas, ações mútuas entre o homem e o meio, isto é, o homem não

nasce inteligente, no entanto também não demonstra passividade relativamente à

influência do meio, reagindo a estímulos externos organizando e construindo o seu

próprio conhecimento, o qual depende de saberes adquiridos anteriormente em

detrimento da substituição de um conceito por outro. O processo de aprendizagem

insere-se na dinâmica da transmissão da cultura, que constitui a definição mais ampla

da palavra educação, e que não diz respeito só à criança, mas também a família e as

instituições que ensinam.

David Ausubel (1980), psicólogo educacional baseia-se na ideia de que para que

ocorra a aprendizagem, é necessário partir daquilo que o aluno já sabe. Ele refere que

os educadores devem criar situações didáticas com a finalidade de descobrir esses

conhecimentos, que foram designados de conhecimentos prévios. É essencial saber que

o conhecimento é organizado e estruturado em proposições básicas. A capacidade dos

alunos para aprenderem novas ideias depende do seu conhecimento prévio e das

estruturas cognitivas já existentes. Desta forma os professores deverão ajudar os

alunos a organizarem conteúdos e aprenderem de uma forma refletida e competente,

fornecendo organizadores prévios e pistas para recuperar informação da memória a

longo prazo.

4 Idem referência 3

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

21

O mesmo autor, desenvolveu estudos sobre formas de ligar as novas matérias ao

conhecimento e às estruturas cognitivas anteriores dos estudantes e preparar o seu

pensamento para que possam receber nova informação, através das principais

diferenças e semelhanças entre as ideias de uma matéria a aprender e os conceitos já

existentes na estrutura cognitiva, isto é, tornar a informação significativa para os

alunos. Um organizador prévio consiste em afirmações feitas pelos professores

imediatamente antes da exposição dos conteúdos a aprender.

Este é um procedimento individual ao longo do processo de ensino-aprendizagem,

o qual permite ao aluno relembrar conhecimentos prévios, assim como relacioná-los

entre si, este processo é fundamental para promover a construção do novo

conhecimento assim como estimular a reflexão e autonomia.

A abordagem sociocultural, inspirada nas investigações de Vygotsky e que

acentuam o papel do contexto sociocultural da cognição, concebem o conhecimento

como uma construção entre o sujeito e o grupo, da qual resulta a interação entre os

fatores culturais e linguísticos.

A mediação é a ideia central para a compreensão do desenvolvimento humano

como processo sócio histórico. Assim, o homem enquanto sujeito do conhecimento,

não tem acesso direto aos objetos, mas acesso mediado. O conhecimento não é visto

como uma ação do sujeito sobre a realidade, mas pela mediação feita por outros

sujeitos. A importância da atuação dos outros membros do grupo social na mediação

entre a cultura e o indivíduo é um fator importante para a educação, uma vez que uma

intervenção deliberada desses membros da cultura é essencial ao longo do processo

de desenvolvimento (Vygotsky, 1991).5

A escola aparece como um lugar onde a intervenção pedagógica origina o processo

de ensino/aprendizagem, sendo que o professor intervém, situando diferentes

aprendizagens informais nas quais a criança aprende por inserção num ambiente

cultural de referência. O professor deverá proporcionar ao aluno apoio e recursos para

que seja capaz de aplicar um nível de conhecimento mais elevado. As aprendizagens

devem ser orientadas para que conduzam a um avanço no seu desenvolvimento. A

promoção de debates, questionamento, ilustrações e explicações são elementos das 5 Idem referência 3

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

22

estratégias de ensino que o professor tem ao seu dispor de forma a promover o

desenvolvimento dos alunos. O professor é parte ativa e integrante da interação social

que permite a construção do conhecimento. O aluno para além de sujeito da sua

aprendizagem, é também aquele que aprende com os outros aquilo que a sociedade

em que está imerso produz, como os valores, a linguagem e o próprio conhecimento.

2.2.2. CONSTRUTIVISMO NA SALA DE AULA

A conceção construtivista da aprendizagem e do ensino baseia-se no princípio de

que a escola, para além de desenvolver nos alunos capacidades cognitivas, assume-se

como um motor cultural, dentro do qual o sujeito que aprende não é o único

interveniente no processo, tornando-se necessária a interação com outros agentes

culturais (Solé e Coll, 2001).

O construtivismo fundamenta-se na ideia de que a realidade do mundo

desenvolve-se resultado de uma construção mental, a partir de representações. É uma

construção do indivíduo e do seu próprio conhecimento, o qual se desenvolve através

da interação do sujeito com a realidade, promovendo o seu desenvolvimento integral

(Carretero, 1997).

A aquisição do conhecimento não é construída apenas pelas condições do meio ou

do individuo, como se de duas situações distintas se tratasse. A construção do

conhecimento desenvolve-se a partir da relação entre o homem e o meio físico e

cultural (Moraes, 2003).

Um professor construtivista deverá ter subjacente e presentes diversos fatores ao

longo das suas práticas letivas, entre eles destacam-se algumas atitudes,

nomeadamente: pesquisadora e questionadora, da sua prática valorizando o

questionamento em detrimento do informar, apoiando os alunos a ajustar a nova

informação à informação já existente. Tornando-se fundamental um maior

conhecimento dos seus alunos da sua turma. O professor construtivista deverá ainda

ser flexível, abandonando procedimentos extremamente rigorosos, no sentido de se

adaptar às necessidades dos alunos (Moraes, 2003).

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

23

Às atitudes mencionadas Moraes (2003), acrescenta ainda um conjunto de ações a

ter em consideração ao longo da prática letiva, como a mediação, permitindo que o

aluno alcance novos conhecimentos; a problematização, transformando os conteúdos

programáticos em problemas significativos; a interdisciplinaridade, potenciando a

integração do conhecimento e por fim o diálogo promovendo situações de debate com

a turma e um maior envolvimento dos alunos.

Figura 1 – Dimensões para uma reflexão construtivista (Moraes, 2003)

Fonte: Construtivismo e Ensino de Ciências: reflexões epistemológicas e metodológicas (p. 127)

A figura número 1, designada por Moraes (2003) de, dipolos para uma reflexão

construtivista, reflete as diferentes dimensões que devem constituir-se como uma

preocupação constante do professor construtivista, no entanto cabe ao professor

priorizar cada dimensão, de acordo com as necessidades e características de cada

aluno.

Moraes (2003, p. 128), refere que:

Se construtivista é assumir um paradigma. É adotar uma conceção de realidade em

construção. É adotar conscientemente uma epistemologia. É, em consequência, viver de

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

24

acordo com isto, assumir atitudes construtivistas. É considerar-se permanentemente

incompleto, inacabado e em constante construção.

Os professores que conduzem o seu trabalho segundo princípios construtivistas

devem estimular a iniciativa, autonomia e diálogo, utilizam terminologias tais como:

"classificar", "analisar", "construir" e "criar" quando organizam as suas tarefas,

permitir que os alunos participem na partilha e condução de tarefas, assim como na

alteração de estratégias, levar a que todos os alunos participam na resolução de

problemas em contraposição ao repetir, recitar, aprender, ensinar o que já está

pronto. Enfim, ao longo do processo de ensino-aprendizagem deverá existir uma forte

interação entre as partes envolvidas no processo, ou seja professor e alunos

(Carretero, 1997).

Assim, um dos elementos fundamentais para o sucesso do processo de ensino-

aprendizagem é o diálogo e a reflexão de experiências partilhadas, indispensáveis na

resolução e compreensão de diferentes situações e problemas. Uma forma de integrar

os princípios construtivistas nas salas de aula é através da realização de projetos. O seu

desenvolvimento, envolve a observação da vida fora da escola, propiciando aos alunos

a oportunidade de organizar os conceitos e habilidades previamente estabelecidas,

utilizando-os ao serviço de um novo objetivo, na sua opinião os tradicionais métodos

de avaliação utilizados, tais como testes ou fichas, são muitas vezes mal sucedidos

dado que muitas vezes se tornam inúteis ao longo da vida do aluno (Gardner, 2000).

As salas de aula construtivistas devem proporcionar aos alunos espaços de

reflexão, situados em contextos reais. Este deve ser um ambiente de partilha,

confronto de ideias e de opiniões, no sentido da procura da melhor resposta para o

problema / situação expostos (Beker, 1992). O autor destaca a necessidade de

substituir um saber estático por um conhecimento dinâmico realçando o papel da

contradição e do erro na construção do conhecimento, os quais são aproveitados de

forma a melhorar a aprendizagem e desenvolver a cidadania.

Neste sentido, pode-se afirmar que o aluno aprende através das suas

representações sobre um determinado objeto ou conteúdo, partindo do seu

conhecimento e experiências de vida. O sujeito é capaz de modificar o que já sabe,

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

25

assim como tem a possibilidade de interpretar e integrar um novo conhecimento (Solé

e Coll, 2001).

O professor deverá criar situações que permitam ao aluno realizar uma ação

refletida dentro da qual o erro não pode ser eliminado ou qualificado como algo

negativo, pois este encontra-se direcionado para o caminho do saber. Cabe ao

professor fazer com que o aluno chegue à conceção correta, não significando fazê-lo

repetir o que está se encontra no manual. Acima de tudo, os professores devem

explicar para a turma como está a evoluir, pois muitas vezes o aluno não tem

consciência do que sabe, no entanto essa consciência, é fundamental para o sucesso

do processo de ensino aprendizagem (Carretero, 1997)

O autor acrescenta ainda que os melhores métodos para identificar

conhecimentos prévios, são a criação de problemas em vez de resolvê-los. Isso

estimula o pensamento e uma atitude reflexiva, por parte do aluno, no sentido de

analisar e avaliar quais os conceitos aprendidos, implicando-o globalmente no seu

próprio processo de aprendizagem.

Um dos objetivos da aprendizagem é a modificação dos esquemas do

conhecimento, através da sua transformação, construção e organização, para que o

aluno seja capaz de interpretar a realidade que o rodeia (Coll, 2001).

Neste sentido Mauri (2001, p.74) refere:

Os esquemas que os alunos possuem não se caracterizam apenas pela quantidade de

conhecimentos que comporta, mas também pelo seu nível de organização interna, quer

dizer, pelas relações que se estabelecem entre os conhecimentos que se integram num

mesmo esquema e pelo grau de coerência entre eles.

Assim, o aluno poderá mais facilmente relacionar conteúdos que aprende,

atribuindo-lhes significado. O objeto ou conteúdos são interpretados pelos seus

esquemas para que este novo conhecimento possa ser assimilado e alterado,

procedendo a uma posterior reorganização e reestruturação dos seus esquemas (Solé,

Cool, 2001).

Onrubia (2001, p. 120), acrescenta:

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

26

A aprendizagem escolar é um processo activo do ponto de vista do aluno, no qual este

constrói, modifica, enriquece e diversifica os seus esquemas de conhecimento,

relativamente aos diversos conteúdos escolares, a partir do significado e do sentido que

consegue atribuir a esses mesmos conteúdos, e ao próprio facto de os aprender.

Em resumo, pode-se afirmar que o professor deve ser capaz de envolver

amplamente o aluno, pois este é um interveniente ativo ao longo de todo o processo

de ensino-aprendizagem. Não podendo ignorar o facto da aprendizagem ser uma

construção do conhecimento, a qual se desenvolve a partir da relação entre o homem

e o meio físico e cultural.

O professor que queira seguir estas regras deve orientar e organizar a sua prática

letiva, promovendo a iniciativa, autonomia e reflexão dos alunos, confrontando-os

com situações exigentes que os obriguem a implicarem-se ao longo de todo o

processo, através da resolução de situações e de problemas.

2.3. CRIAÇÃO DE AMBIENTES DE APRENDIZAGEM DE PARTILHA E

REFLEXÃO

O professor ao longo das suas aulas e das respetivas planificações deverá

proporcionar ambientes de aprendizagem motivadores, os quais deverão criar um

clima geral em que os alunos desenvolvam sentimentos positivos sobre si, os colegas e

a turma enquanto grupo. Os professores deverão também ser capazes de conceber

estruturas e processos onde as necessidades dos alunos são satisfeitas para que eles

persistam nas tarefas escolares e trabalhem cooperativamente com o professor.

Os climas de sala de aula positivos são criados pelos professores quando ensinam

aos alunos competências interpessoais e processos grupais e quando ajudam a turma a

desenvolver-se enquanto grupo. Este processo de grupo, quando trabalhado,

produzem um clima de sala de aula positivo com: expectativas, liderança, atração,

normas, comunicação, coesão. São influenciados pela ação do professor e podem ser

alterados de forma a construir ambientes de sala de aula mais produtivos (Arends,

1995).

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

27

O professor abandona o seu protagonismo na relação ensino-aprendizagem e

passa a ser um personagem que pensa e estrutura situações de aprendizagem em

colaboração com os alunos.

De acordo com Arends (1995), a relação educativa, do professor para o aluno,

passou a ser entendida como um conjunto de relações que se estabelecem entre o

educador e os que ele educa para conseguir os objetivos educativos previstos por e

numa instituição dada, relações essas que possuem características cognitivas e afetivas

identificáveis, seguindo um desenvolvimento que não é totalmente previsível em

todos os momentos do processo educativo. A qualidade dessas relações, dependendo

de múltiplos fatores tais como das características pessoais do professor e do aluno, das

interpretações (individuais e partilhadas) sobre situações e vivências na sala de aula e

na escola, dos trajetos de vida e dos projetos pessoais, entre outros, afeta os

resultados da aprendizagem dos alunos.

O professor é encarado como um mediador e facilitador ao longo do processo de

ensino-aprendizagem, o qual é construído a partir de realidades sociais tanto do aluno

quanto do professor. O professor tradicional define-se como um mero transmissor de

conhecimentos, enquanto o professor construtivista deve ter um conhecimento

científico dos conteúdos que ensino, mas no sentido de colocar questões aos alunos de

forma a proporcionar momentos de reflexão (Benaim, 1995).

Porque aprender o conhecimento de uma disciplina, não implica apenas o

conhecimento substantivo, isto é, conhecer e compreender conceitos, factos e leis que

a constituem. Implica, também, conhecer as práticas, as regras, a linguagem, as formas

de interpretar o conhecimento, os instrumentos de uma certa disciplina, o professor

hoje é um mediador que inicia os alunos nesse discurso e práticas.

Neste sentido, importa ainda salientar alguns comportamentos de professores e

alunos, os quais, segundo Arends (2008), ajudam a maximizar o tempo de

aprendizagem e consequente rendimento dos alunos.

Comportamentos dos professores:

Diagnóstico - efetuado pelo professor do nível de competência do aluno;

Prescrição - de tarefas apropriadas;

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

28

Feedback escolar - dar feedback especialmente quando cometem um erro;

Estruturação - da aula e fornecimento de diretivas acerca dos

procedimentos das tarefas;

Ambiente de aprendizagem - criação de um ambiente, no qual os alunos

assumam a responsabilidade pelo trabalho e cooperam nas tarefas.

E, comportamentos dos alunos que permitem que estes aprendam melhor e se

sintam mais motivados:

Aptidão – quantidade de tempo que o aluno leva a aprender uma tarefa;

Capacidade – Para compreender os conteúdos;

Perseverança – Quantidade de tempo que o aluno se dispõe a permanecer

ocupado ativamente na tarefa.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

29

CAPITULO III – DESCRIÇÃO DO CONTEXTO DO ESTUDO

Este capítulo apresenta o enquadramento geográfico e demográfico onde o

presente estudo foi realizado, através de uma análise ao nível do concelho de Almada,

do agrupamento de Escolas de Anselmo de Andrade, contemplando a trajetória

histórica, avaliação externa e projeto educativo.

3.1. CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÓMICA DO CONCELHO DE ALMADA

A escola Secundário Anselmo de Andrade situa-se em Almada, pelo que serão

apresentados alguns indicadores de contextualização do concelho:

Quadro 2 – Indicadores do concelho de Almada

População

173 298 habitantes

72 236 famílias

101 619 habitações

55,6% da população tem entre 25 e 64 anos de idade.

Proximidade com o

mar e o rio

35 km contínuos de relação com a água

13 km de praias

Educação

21 bibliotecas escolares em funcionamento

35 mil alunos na rede publica

129 escolas (60 da rede pública e 69 da rede privada)

12 mil alunos do ensino superior

7 escolas do ensino superior

Ambiente

10 parques urbanos

41 jardins públicos

338 hectares de Reserva Botânica na Mata Nacional

dos Medos

Cultura 18 mil leitores inscritos nas bibliotecas municipais

Turismo 8 milhões de visitantes

13 km de frente de praias

Fonte: Câmara Municipal de Almada, com base nos censos de 2001, 2011 e INE

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Didática da Economia

30

3.2. AVALIAÇÃO EXTERNA DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ANSELMO DE

ANDRADE

A avaliação externa aqui referida diz respeito ao ano letivo 2007/2008, dado que

ainda não se encontra disponível a recente avaliação de 2011/2012.

De acordo com a mesma, a escola assume uma a crescente preocupação para com

o sucesso dos seus alunos, com especial enfase para os alunos do secundário, devido à

elevada percentagem de alunos que continua a sua escolaridade, seguindo o ensino

superior. A escola apresenta e desenvolve várias atividades direcionadas para os

alunos e as quais contam com a colaboração e empenho do seu corpo docente, o qual

está pautado por relações interpessoais positivas e motivadoras.

Como pontos fracos, o relatório sugere que a escola encontre mais respostas para

o 3.º ciclo, nomeadamente para os alunos que queiram ingressar o mercado de

trabalho, permitindo uma redução do número de processos disciplinares existentes.6

3.3. OFERTA EDUCATIVA DO AGRUPAMENTO

O agrupamento possui um total de 220 professores, sendo que 10 pertencem ao

grupo pedagógico 430, e um total de 1106 alunos, 967 frequentando o ensino diurno e

169 o ensino noturno.

Caracteriza-se pela sua multiculturalidade, tendo a escola alunos de 15

nacionalidades diferentes, sendo os países estrangeiros com maior número de alunos

Angola e Cabo Verde.

Trabalham no Agrupamento, para além do pessoal docente e não docente, uma

equipa de Docentes de Ensino Especial e uma Psicóloga para Orientação Vocacional.

Existe ainda uma Unidade de Multideficiências na EB1/JI n.º 2 de Almada.

A oferta formativa é diversificada, distribuída entre ensino diurno e noturno:

6 Informação retirada do site da avaliação externa: http://www.ige.min-

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

31

Quadro 3 – Oferta educativa do Agrupamento de Escolas de Anselmo de Andrade

Ensi

no

Diu

rno

Ensino Básico

2.º Ciclo

Opção de Língua Inglês

Percurso curricular alternativo

3.º Ciclo

Opções Área Artística

Arte e Comunicação Olaria e Cerâmica Educação Musical

Teatro

Opção de Língua Francês Espanhol

CEF Práticas Administrativas (tipo 2, nível 2)

Ensino Secundário

Cursos Científico-Humanísticos

Ciências e Tecnologias Ciências Socioeconómicas

Artes Visuais

Cursos Profissionais Técnico de Gestão

Artes do Espetáculo – Animação Sociocultural

Ensi

no

No

turn

o

Ensino Básico EFA (2.º, 3.º Ciclo e Secundário) Técnico Administrativo Técnico de Informática

Unidades de formação de curta duração Ensino Secundário

Fonte: site da Escola Secundária Anselmo de Andrade

3.4. A ESCOLA SECUNDÁRIA ANSELMO DE ANDRADE - TRAJETÓRIA

HISTÓRICA

As origens da Escola Secundária Anselmo de Andrade remontam ao ano de 1955,

ano em que foi criada a Escola Industrial e Comercial Anselmo de Andrade. Três anos

mais tarde, a escola desdobrou-se dando origem a outras duas: a Escola Preparatória

D. António da Costa que permaneceu nas instalações de origem, nos Caranguejais e a

Escola Industrial e Comercial Emídio Navarro, a funcionar no seu edifício atual.

Só em 1971, em plena reforma Veiga Simão, pelo decreto-lei n.º 457/71 de 28 de

Outubro, nasceu a Escola Técnica Comercial Anselmo de Andrade, autonomizando-se

daquela que passou a ser, então, a Escola Técnica Industrial Emídio Navarro.

Na altura da sua criação havia na Escola Secundária Anselmo de Andrade cerca de

50 professores e 7 funcionários. Os cursos que existiam na altura eram o Curso Geral

de Comércio, o Curso Geral de Administração e Comércio e Cursos Complementares de

Administração e Comércio. A separação em relação à Escola Emídio Navarro, levou a

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

32

que os Cursos Comerciais ficassem na Escola Anselmo de Andrade e os Cursos

Industriais ficassem na Escola Emídio Navarro. 7

3.5. PROJETO EDUCATIVO DA ESCOLA

O agrupamento assume como missão acolher, acompanhar e integrar para criar

futuro, no sentido de proporcionar a todos os alunos o seu desenvolvimento integral e

igualdade de oportunidades. Como valores adota a responsabilidade, cooperação,

autonomia e empreendedorismo, sendo que a trilogia formada pela Missão, Visão e

Valores representa a sua identidade Organizacional. 8

O Agrupamento Anselmo de Andrade assume como prioridade desenvolver a

responsabilidade de cada aluno na pesquisa de recursos e consequente

desenvolvimento enquanto pessoa; a cooperação, dado que todos devem contribuir

para a concretização dos projetos individuais e do agrupamento; a autonomia do aluno

para realizar escolhas e opções de forma a gerir o seu tempo e trabalho de forma

eficaz e por fim o empreendedorismo, pois o aluno deve adquirir e desenvolver

competências que o preparem para “criar o futuro”.

7 Fonte: Site do Agrupamento de Escolas de Anselmo de Andrade: http://www.anselmodeandrade.pt/cms/ (Consultado em 16 de

Abril de 2012) 8 Projeto Educativo do Agrupamento de Escolas Anselmo de Andrade (2009): www.anselmoandrade.pt

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

33

CAPITULO IV – PRÁTICA LETIVA SUPERVISIONADA

Neste capítulo apresenta-se uma caraterização da turma do 11.º C, onde decorreu

a prática letiva supervisionada, uma breve abordagem da unidade 11 de economia A e

a planificação, descrição e reflexão das quatro aulas supervisionadas.

4.1. CARACTERIZAÇÃO DA TURMA

A turma do 11.º C da Escola Secundária Anselmo de Andrade era constituída por

24 alunos, sendo que 17 eram do género masculino e 7 eram do género feminino, com

idades compreendidas entre os 15 e os 17 anos. Salienta-se que todos os alunos da

turma são de nacionalidade portuguesa.

Gráfico 1 – Idades dos alunos do 11.º C

Os alunos do 11.º C, à semelhança dos restantes alunos da escola, pertenciam a

famílias da classe média e média alta, integrados profissionalmente e com profissões,

dentro das quais auferem remunerações acima da média.

Ao longo da observação de aulas dos 3.º e 4.º semestre, foi possível perceber que

a turma estava essencialmente dividida em dois grupos distintos: um grupo mais

participativo e motivado e um segundo grupo marcado pela desmotivação e falta de

empenho.

Como se referiu na introdução relativa às razões da escolha do tema e de acordo

com o inquérito realizado aos alunos durante o 3.º semestre, foi possível perceber

alguns dos motivos que os levaram a optar pela disciplina de economia,

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

34

nomeadamente: interesse pela mesma, influência familiar, dado que alguns dos seus

educadores são de áreas relacionados com a contabilidade, economia ou gestão e

como resultado dos testes psicotécnicos que realizaram.

Quanto à questão colocada sobre as estratégias de ensino mais motivadores,

referiram que participam mais ativamente e se sentem mais motivados quando os

professores e/ou os alunos utilizam meios multimédia e realizam trabalhos de grupo.

58% dos alunos referiram que as suas dificuldades de aprendizagem derivam de

alguma falta de atenção nas aulas, 46% responderam que se deve a hábitos de estudo

deficitários, ou ainda devido a dificuldades em compreender a explicação do professor,

da rapidez no tratamento dos temas e ainda da falta de esclarecimento de dúvidas ao

longo da apresentação dos diferentes conteúdos programáticos.

Os alunos demonstraram interesse relativamente a reportagens económicas,

particularmente sobre as que abordam temas da atualidade, nomeadamente sobre a

crise económica e financeira que o país atravessa.

Ao longo das aulas observadas foi possível analisar que a turma era, na sua

maioria, pautada pela desmotivação e falta de participação, não colocando quaisquer

questões sobre o tema que estava a ser lecionado, ou seja o cálculo do valor da

produção pela ótica do produto. Foi ainda possível verificar a falta de interesse nas

aulas teóricas, sendo visível o défice de atenção e empenho nas mesmas, no entanto

nas aulas de cálculo os alunos participaram ativamente e realizaram os exercícios

propostos sem grandes dificuldades.

4.2. A UNIDADE ONDE DECORREU A PRÁTICA LETIVA

Ao longo da Unidade 11 – A intervenção do Estado na Economia, pretende-se que

os alunos compreendam as funções e organização do Estado, a sua intervenção na

economia e quais as políticas económicas e sociais do Estado Português.

Ao iniciar um ano letivo, é importante que o professor tenha uma perspetiva

abrangente sobre o processo ensino-aprendizagem a desenvolver ao longo do ano, no

que diz respeito à(s) sua(s) disciplina(s). Para isso, antes do início da atividade letiva a

primeira preocupação do professor deve consistir em delimitar globalmente a ação a

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

35

ser empreendida ao longo de todo o ano escolar, isto é, em elaborar a planificação a

longo prazo (Gaspar E Roldão, 2007).

Desta forma, ao dar inicio a uma tarefa complexa, tendo em vista alcançar

determinadas metas, torna-se importante fazer uma previsão da ação a ser realizada.

Esta planificação é vital para gerir o tempo e planear atividades, assim o professor

aprende a decidir que conteúdos do programa vai lecionar, o método a utilizar, gestão

do tempo e da sala de aula (Perrenoud, 2002).

Neste sentido, Arends (2008) refere:

Uma boa planificação envolve a distribuição de tempo, a escolha dos métodos de ensino

adequados, a criação de interesse nos alunos e a construção de um ambiente de

aprendizagem produtivo.

Conforme consta nas grelhas dos planos de aula (Quadros 5, 6, 7 e 8), foram

definidos como objetivos (Pais, Oliveira, Góis e Cabrito, 2011):

Noção de Estado

Identificar os elementos constituintes do Estado

Caracterizar as funções do Estado

Perceber o método D’Hondt

Explicitar os subsetores da administração pública

Identificar os fatores que justificam as nacionalizações

Caracterizar o Estado liberal

Identificar as áreas de intervenção do Estado intervencionista

Caracterizar o Estado providência

Explicar as funções económicas e sociais do Estado

4.3. A PLANIFICAÇÃO A MÉDIO PRAZO

Uma das tarefas fundamentais do professor durante o ano letivo é a elaboração de

planos a médio prazo correspondentes a cada unidade de aprendizagem, consideradas

no plano a longo prazo.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

36

As linhas orientadoras na elaboração destes planos são em tudo semelhantes às

definidas para os planos a longo prazo. Consistem em planificar uma unidade de

ensino, percorrendo as seguintes etapas: identificação e ordenação dos conteúdos;

definição dos objetivos correspondentes aos conteúdos; definição das estratégias a

implementar mais adequadas à situação pedagógica e aos objetivos a atingir;

identificação dos materiais e dos recursos físicos e humanos existentes; definição dos

modos de avaliação e a distribuição das aulas pelos diferentes conteúdos (Gaspar e

Roldão, 2007).

Após a planificação estar completa começa-se a elaborar os eventuais materiais

necessários, tais como grelha de objetivos, fichas de trabalho, fichas de exercícios,

objetos do quotidiano, panfletos, cartazes, trabalhos de grupo, etc.

Assim, apresenta-se de seguida o plano de médio prazo relativo à unidade 11 - A

intervenção do Estado na economia:

Quadro 4 – Planificação de médio prazo da unidade 11 de Economia A

Programa de Economia a - 10º e 11º anos Cursos Científico-Humanísticos: Ciências e Tecnologias, Ciências Socioeconómicas e Ciências Sociais e Humanas

UNIDADE 11 – A intervenção do Estado na economia Blocos previstos - 20

Ano letivo: 2011 / 2012

Competências

Adquirir hábitos de pesquisa; Adquirir hábitos de seleção da informação; Revelar espírito crítico; Revelar hábitos de cooperação; Reconhecer as potencialidades das TIC para o processo de ensino-aprendizagem.

Conteúdos programáticos Conceitos Objetivos

11. A intervenção do Estado na economia 11.1 Funções e organização do Estado

Estado Funções do Estado

Legislativa

Executiva

Judicial Órgãos de soberania Sector Público

Administrativo

Administração Central

Administração Local

Segurança Social Sector Empresarial do

Estado

Empresas públicas

Empresas mistas

Noção de Estado Identificar os elementos

constituintes do Estado Caracterizar as funções do Estado Identificar os diferentes órgãos de

soberania Referir os instrumentos de

intervenção do Estado Perceber o método D’Hondt Perceber as competências dos

órgãos de soberania Explicitar os subsetores da

administração pública Distinguir as empresas públicas do

Estado Identificar as esferas de intervenção

do Estado

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

37

11.2. A intervenção do Estado na atividade económica 11.2.1. Funções económicas e sociais do Estado 11.2.2. Instrumentos de intervenção económica e social do Estado - Orçamento de Estado

Empresas intervencionadas

Eficiência

Equidade

Estabilidade • Falhas de mercado: - Concorrência imperfeita - Externalidades negativas • Bem público

Instrumentos de intervenção económica e social do Estado: - Planeamento (indicativo e imperativo) - Políticas económicas e sociais

Orçamento de Estado • Despesas públicas • Receitas públicas • Impostos: - Diretos - Indiretos • Saldo orçamental: - Défice - Superavit • Dívida pública

Caracterizar a estrutura do sector público em Portugal

Identificar os fatores que justificam as nacionalizações

Explicitar a evolução da intervenção do Estado na economia

Caracterizar o Estado liberal Identificar as áreas de intervenção do

Estado intervencionista Caracterizar o Estado providência Explicar as funções económicas e

sociais do Estado

Estratégias Recursos didáticos Avaliação

Método expositivo com recurso ao PPT, intercalado com o método interrogativo. Esclarecimento de dúvidas pela professora. Pesquisa na Internet, por parte dos alunos. Elaboração de um PPT, por parte dos alunos relativamente à pesquisa efetuada (órgãos de soberania). Esclarecimento de dúvidas e acompanhamento por parte da professora na realização dos PPT’s Apresentação dos PPT’s elaborados pelos alunos Realização de exercícios práticos sobre o método D’Hondt Correção dos exercícios

PPT Computador Internet Manual

Avaliação formativa

Ficha formativa

Trabalhos de grupo Observação direta

Grelha de registo (após o final da aula), do trabalho desenvolvido pelos alunos na aplicação dos conhecimentos, participação e empenho

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

38

Ficha de trabalho Acompanhamento na realização das fichas por parte da professora Correção da ficha de trabalho Síntese da aula Elaboração de um eportefólio Visionamento de um vídeo Realização de um guião e respetiva apresentação de resultados. Síntese da aula, realizada com o apoio dos alunos

4.4. DESCRIÇÃO DAS AULAS: PLANIFICAÇÃO, DESCRIÇÃO E REFLEXÃO

Durante o ano letivo e focalizando a ação que se desenrola no contexto da turma, é

necessário elaborar planos a curto prazo de pequena amplitude correspondentes às

ações que no dia-a-dia vão concretizar os diferentes conteúdos dos planos a médio

prazo

Assim, para cada aula assistida, foi realizada uma planificação, a qual pretendeu

melhorar os resultados obtidos pelos alunos, assim como organizar e orientar o

trabalho da mestranda, de acordo com a planificação e a respetiva preparação da aula,

foram transmitidos aos alunos os objetivos para os diferentes conteúdos

programáticos. De acordo com Arends (1995) quando os professores transmitem aos

alunos os objetivos das aprendizagens a realizar, estes sentem-se mais motivados e

concentrados.

4.4.1. PRIMEIRA PRÁTICA LETIVA SUPERVIONADA – PLANIFICAÇÃO,

DESCRIÇÃOE REFLEXÃO

A primeira prática letiva supervisionada, assumiu como objetivo uma primeira

abordagem teórica aos conteúdos programáticos estipulados para a unidade 11 – A

intervenção do Estado na economia, assim como uma pesquisa na internet

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

39

relativamente aos diferentes órgãos de soberania, a qual foi realizada por quatro

grupos de trabalho constituídos por seis alunos cada.

Apresenta-se de seguida o quadro relativo à sua planificação:

Quadro 5 – Planificação da primeira prática letiva supervisionada

Economia A – 11º ano

Unidade 11 A intervenção do Estado na economia

Ano letivo: 2011 / 2012

Lição nº

Data ______/ ________/ ________

Conteúdos programáticos Conceitos Objetivos

A intervenção do Estado na economia 11.1 Funções e organização do Estado

Estado Funções do Estado

Legislativa

Executiva

Judicial Órgãos de soberania

Noção de Estado Identificar os elementos constituintes

do Estado Caracterizar as funções do Estado Identificar os diferentes órgãos de

soberania Referir os instrumentos de

intervenção do Estado

Estratégias Recursos didáticos Avaliação

Método expositivo com recurso ao PPT, intercalado com o método interrogativo Esclarecimento de dúvidas pela professora Síntese da aula Pesquisa na Internet, por parte dos alunos. Elaboração de um PPT, por parte dos alunos relativamente à pesquisa efetuada (órgãos de soberania). Esclarecimento de dúvidas e acompanhamento por parte da professora na realização dos PPT’s

PPT Computador Internet

Observação direta

Grelha de registo (após o final da aula), do trabalho desenvolvido pelos alunos na aplicação dos conhecimentos, participação e empenho

Avaliação formativa

Trabalhos de grupo

Sumário: A intervenção do Estado na economia. Funções e organização do Estado.

Sequência didática (1 bloco) 5m – Controlar a assiduidade e redação do sumário. 40m – Apresentar e explicar o PPT, com colocação de questões e esclarecimento de dúvidas. 10m – Explicar o trabalho de pesquisa e dividir a turma em 4 grupos de 6 alunos cada. 35m – Pesquisa na internet por parte dos alunos e elaboração de um PPT para apresentar à turma na aula seguinte

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

40

Os primeiros quarenta e cinco minutos da primeira aula foram marcados por uma

abordagem teórica e uma primeira aproximação aos conteúdos programáticos

estipulados para a unidade 11 – A intervenção do Estado na economia. Ao longo da

aula foram colocadas diversas questões aos alunos com objetivo de analisar a

perceção destes relativamente aos conteúdos apresentados, assim como aferir quais

os seus conhecimentos prévios, no sentido de ligar as novas matérias ao conhecimento

e às estruturas cognitivas anteriores dos estudantes, preparando-os para que possam

receber nova informação, através das principais diferenças e semelhanças entre as

ideias de uma matéria a aprender e os conceitos já existentes na estrutura cognitiva,

tornando a informação significativa para os alunos (Ausubel 1980).

Os conteúdos programáticos foram apresentados de uma forma expositiva, com

recurso ao power point (anexo 10), intercalando com o método interrogativo. Salienta-

se que o terceiro diapositivo do PPT era constituído pelos objetivos da aula e do último

diapositivo constava uma síntese da mesma.

Nos últimos quarenta e cinco minutos da aula a mestranda dividiu a turma em

quatro grupos de trabalho, constituídos por seis alunos cada, sendo que

posteriormente apresentou em power point a pesquisa que cada grupo deveria

realizar na internet, relativamente aos diferentes órgãos de soberania, sendo que a

cada grupo de trabalho foi atribuído um órgão de soberania, ou seja: Presidente da

República, Governo, Assembleia da República e Tribunais. A disposição da sala de aula

foi alterada, dado que se juntaram as secretárias, possibilitando uma maior

proximidade entre os alunos, no sentido de potenciar a discussão ente o grupo e uma

aprendizagem cooperativa.

Os alunos realizaram a pesquisa em grupo, a respetiva seleção de informação e a

construção de um power point para os diferentes grupos apresentarem na aula

seguinte. Salienta-se que a mestranda requisitou antecipadamente computadores

portáteis para que os alunos realizassem a atividade na sala de aula.

O trabalho de grupo permitiu aos alunos o desenvolvimento de diferentes

capacidades, não só ao nível cognitivo, mas também ao nível das atitudes e relacional.

O trabalho desenvolvido em grupo motivou a partilha de experiências, assim como

permitiu que os alunos possam construir e percecionar diferentes realidades e

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

41

respostas para uma mesma situação. Sendo que as respostas às questões e conclusões

da atividade foram apresentadas à turma, pelos diferentes grupos, permitindo a

aquisição e consolidação de um novo conhecimento através da partilha de

experiências e divergência de ideias e opiniões (Rodriguez, 2007).

Com a realização dos trabalhos de grupo pretendeu-se ainda, ir ao encontro dos

objetivos estipulados no PEE, ou seja responsabilidade do aluno na pesquisa de

recursos e consequente desenvolvimento enquanto pessoa; cooperação dos alunos,

dado que todos devem contribuir para a concretização dos projetos individuais e do

agrupamento e autonomia, dado que o aluno deve realizar escolhas e opções de forma

a gerir o seu tempo e trabalho de forma eficaz.

A pesquisa na internet permitiu que os alunos recolhessem a informação mais

relevante, de forma a selecionarem aquela que consideram como “fidedigna” e

“credível” (Patrocínio, 2004).

Patrocínio (2004) acrescenta ainda:

...o acesso às novas tecnologias é essencial, uma vez que a cidadania digital só pode

efetivar-se quando o acesso à utilização dos meios tecnológicos de trabalho, pesquisa e

comunicação estiver largamente assegurado, pois, não obstante as lógicas inerentes às

novas TIC perpassarem toda a sociedade manter-se-á empobrecida enquanto o acesso a

todos os cidadãos não for garantido como um direito.

A pesquisa na internet, realizada em grupo e consequente construção e

apresentação dos power point’s realizados pelos alunos revelou-se bastante positiva,

demonstrando que as TIC se integram em contexto de sala de aula, como estratégias

de ensino motivadoras.

Sendo a turma marcada pela heterogeneidade dos seus elementos, esta partilha

de experiências e de opiniões foi uma mais-valia e funcionou como facilitadora na

perceção dos diferentes órgãos de soberania, suas funções, responsabilidades e

competências. Por fim, as conclusões dos trabalhos de grupo, assumiram-se como

fundamentais para dinamizar a aula e apresentar as reflexões desenvolvidas por cada

grupo de trabalho. Segundo Arends (2008), a discussão em sala de aula ajuda a

melhorar o pensamento dos alunos e a construir o significado dos conteúdos, a

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

42

promover o envolvimento, empenho e motivação dos alunos e a ajudar os alunos a

desenvolver competências de comunicação e processos de pensamento.

Os construtivistas consideram a aprendizagem como o resultado de uma

construção mental. Os alunos aprendem ajustando a nova informação à anteriormente

existente. As pessoas aprendem melhor quando constroem de forma ativa o seu

conhecimento.

Os jogos, as pesquisas e os trabalhos de pares ou de grupo são importantes e

contribuem para a valorização e autonomia de cada indivíduo (Benaim, 1995).

Durante os primeiros quarento e cinco minutos os alunos estiveram atentos, no

entanto não colocaram muitas questões, respondendo apenas àquelas que eram

colocadas pela mestranda. De acordo com a observação realizada ao longo da aula, foi

possível perceber que os alunos que se encontravam mais próximos da secretária do

professor estavam mais atentos e eram mais participativos.

De acordo com o apresentado e com as características da turma, salientando a

falta de motivação e participação de alguns alunos, dever-se-ia ter optado por uma

disposição da sala de aula em U ou em círculo a qual permitira uma comunicação igual

entre todas as partes.

4.4.2. SEGUNDA PRÁTICA LETIVA SUPERVISIONADA – PLANIFICAÇÃO,

DESCRIÇÃOE REFLEXÃO

Ao longo da segunda prática letiva supervisionada, os alunos apresentaram os

trabalhos realizados em grupo sobre os diferentes órgãos de soberania, a mestranda

apresentou o método D’ D’Hondt, assim como alguns exercícios para os alunos

realizarem.

O Quadro 6 apresenta a respetiva planificação.

Os primeiros trinta minutos da aula foram destinados à apresentação dos power

points, sobre os diferentes órgãos de soberania, ou seja Presidente da República,

Governo, Assembleia da República e Tribunais, realizados pelos quatro grupos de

trabalho. Salienta-se que a professora cooperante e mestranda preencheram,

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

43

posteriormente, uma grelha (anexo 7) de avaliação dos trabalhos apresentados pelos

grupos.

Quadro 6 – Planificação da segunda prática letiva

Economia A – 11º ano

Unidade 11 A intervenção do Estado na economia

Ano letivo: 2011 / 2012

Lição nº

Data ______/ ________/ ________

Conteúdos programáticos Conceitos Objetivos

. A intervenção do Estado na economia 11.1 Funções e organização do Estado

Órgãos de soberania O método D’Hondt

Identificar os diferentes órgãos de soberania

Perceber as competências dos órgãos de soberania

Aplicar o método D’Hondt

Estratégias Recursos didáticos Avaliação

Método expositivo com recurso ao PPT, intercalado com o método interrogativo. Esclarecimento de dúvidas pela professora. Apresentação dos PPT’s elaborados pelos alunos Realização de exercícios práticos sobre o método D’Hondt Correção dos exercícios Explicar como se elabora o eportefólio

PPT Computador Data show Exercícios Internet

Observação direta

Grelha de registo (após o final da aula), do trabalho desenvolvido pelos alunos na aplicação dos conhecimentos, participação e empenho

Avaliação formativa

Trabalhos de grupo

Sumário: Apresentação dos trabalhos de grupo

O método D’Hondt.

Sequência didática (1 bloco) 5m – Controlo de assiduidade e redação do sumário. 30m – Apresentação dos PPT’s elaborados pelos alunos 20m – Apresentar e explicar o método D’Hondt. 15m – Realização de exercícios sobre o método D’Hondt, com o apoio da mestranda. 10m – Correção do exercício e apresentação das conclusões de cada grupo. 10m – Explicar como se processa a construção do eportefólio.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

44

Ao longo da apresentação dos PPT’s alguns elementos dos grupos, estiveram

bastante desatentos e desconcentrados, no entanto todos participaram na exposição

dos conteúdos. Os PPT´s estavam bem organizados e construídos, sendo visível que os

alunos sabiam como utilizar esta ferramenta de trabalho.

Posteriormente, a mestranda expôs uma breve síntese da aula anterior, tendo de

seguida apresentado e explicado, em quinze minutos, o método D’Hondt, sendo que

para o efeito utilizou o recurso ao power point (anexo 11). Ao longo da exposição do

PPT, a mestranda colocou questões aos alunos, assim como esclareceu as dúvidas

levantadas. O último diapositivo do PPT foi de síntese dos conteúdos.

Após a explicação a mestranda apresentou, no PPT, alguns exercícios para os

alunos resolverem com o seu apoio, sendo que posteriormente procedeu à sua

correção, chamando ao quadro diferentes alunos para a realização da tarefa.

Os últimos dez minutos da aula foram destinados à apresentação do eportefólio

para que os alunos realizassem até ao final do 3.º semestre. Foi referido que este

instrumento de trabalho permite a partilha de diversos documentos, vídeos e fotos,

assim como o armazenamento e organização dos trabalhos mais importantes

realizados pelos alunos, comentários e reflexões críticas sobre a leitura de

documentos, análise de gráficos e textos, documentários, sínteses, fichas de leitura,

sendo possível acrescentar os dados pessoais do seu utilizador e aproveitar o

eportefólio para enviar currículos, podendo mesmo dizer que este poderá espelhar um

percurso de vida, aprendizagens mais significativas e competências adquiridas

(Bernardes e Miranda, 2004).

Na minha opinião vários foram os motivos que contribuíram para esta falta de

recetividade, pois no 11.º ano os alunos são confrontados com diversos exames

nacionais, pelo que a vertente teórica das disciplinas torna-se mais útil e prioritária

para que obtenham bons resultados e consequentemente para o sucesso do processo

de ensino-aprendizagem, assim sendo a vertente mais prática é deixada para um

segundo plano, dado que não tem qualquer influência para os resultados das referidas

provas, ou para a nota final da disciplina.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

45

Outro fator decisivo foi o pouco tempo disponível da minha parte, no sentido de

esclarecer todas as dúvidas dos alunos relativamente à elaboração do eportefólio. Este

deveria ser um processo de acompanhamento contínuo, sendo que quatro aulas não

foram suficientes, saliento que não foi possível falar do eportefólio em todas as aulas,

mas apenas em duas delas. No entanto, ainda fui a mais uma aula, a pedido da

professora cooperante, para esclarecimento de dúvidas relativamente ao eportefólio.

John B. Carroll (1963), afirma que o “grau de aprendizagem” dos alunos, é em

função de 5 fatores, 3 dos quais estão relacionados com os alunos, ou seja a aptidão, a

qual corresponde à quantidade de tempo que o aluno leva a aprender uma tarefa, a

sua capacidade para compreender determinados conteúdos e por fim a perseverança,

isto é a quantidade de tempo que o aluno se dispõe a permanecer ocupado

ativamente na tarefa.

De acordo com Arends (2008), quanto mais tempo o professor gastar num

determinado tópico, mais os alunos sabem sobre o mesmo, pois para aprender um

determinado conteúdo é necessário passar tempo a estudá-lo.

Por fim, os alunos sabem que este instrumento de trabalho não sofrerá qualquer

tipo de avaliação, pelo que esforço para a tarefa foi inexistente, para além desse fator

esta atividade de trabalho foi proposta pela mestranda e não pela professora da

turma, o que também influenciou a falta de adesão, sendo que a professora

cooperante não tem qualquer conhecimento sobre a construção do eportefólio pelo

que não conseguiu dar continuidade à sua elaboração.

Inicialmente o comportamento dos alunos foi bastante perturbador, dado que na

aula anterior tinham realizado um teste de matemática, pelo que queriam comparar

respostas e resultados. No entanto, ao longo da apresentação e explicação do PPT

foram tranquilizando, sendo que quando foram apresentados os exercícios para

aplicação do método D’Hondt os alunos participaram bastante, pois à semelhança do

referido na caracterização da turma, na sua maioria gostam de exercícios práticos, pelo

que realizaram todos os exercícios propostos com bastante facilidade e motivação.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

46

4.4.3. TERCEIRA PRÁTICA LETIVA SUPERVISIONADA – PLANIFICAÇÃO,

DESCRIÇÃOE REFLEXÃO

A terceira prática letiva supervisionada assumiu como objetivo a exposição e

explicação do Setor Público Português, visionamento de um vídeo, realização do

respetivo guião de exploração, debate e reflexão sobre o mesmo.

Quadro 7 – Planificação da terceira prática letiva supervisionada

Economia A – 11º ano Unidade 11 A intervenção do Estado na economia

Ano letivo: 2011 / 2012 Lição nº

Data ______/ ________/ ________

Conteúdos programáticos Conceitos Objetivos

11. A intervenção do Estado na economia 11.1 Funções e organização do Estado

Sector Público Administrativo

Administração Central Administração Local Segurança Social Sector Empresarial do

Estado Empresas públicas Empresas mistas Empresas intervencionadas

Caracterizar a estrutura do sector público em Portugal

Explicitar os subsetores da administração pública

Distinguir as empresas públicas do Estado

Identificar os fatores que justificam as nacionalizações

Dar uma noção de privatização

Estratégias Recursos didáticos Avaliação

Método expositivo com recurso ao PPT, intercalado com o método interrogativo. Esclarecimento de dúvidas pela professora. Apresentação de um vídeo Realização de guião de exploração, com diversas questões sobre o vídeo Apresentação oral das respostas dos alunos e síntese das conclusões

PPT Computador Data show Vídeo Internet Guião de exploração

Observação direta

Grelha de registo (após o final da aula), do trabalho desenvolvido pelos alunos na aplicação dos conhecimentos, participação e empenho

Sumário: O Setor Público Português.

Sequência didática (1 bloco) 5m – Controlo de assiduidade e redação do sumário. 35m – Apresentação e explicação do PPT, com colocação de questões e esclarecimento de dúvidas. 10m – Apresentação de um vídeo. 20m – . Realização de guião de exploração com diversas questões sobre o vídeo. 20m - Apresentação oral das respostas dos alunos e síntese das conclusões.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

47

Os primeiros trinta e cinco minutos da prática letiva supervisionada realizada na

terceira aula, a mestranda expôs e explicou os objetivos, realizou uma breve síntese da

aula anterior e apresentou os conteúdos programáticos da aula sobre o Setor Público

Português. Ao longo da exposição do PPT, a mestranda colocou questões aos alunos e

esclareceu as dúvidas levantadas.

Os dez minutos seguintes foram para apresentação de um vídeo sobre o Setor

Público Português. Este vídeo foi selecionado pela mestranda e professora cooperante,

pois refletia e sintetizava os conteúdos programáticos lecionados na aula.

Após a apresentação do vídeo os alunos realizaram o guião de exploração (anexo

12), que a mestranda distribuiu, no qual foram colocadas diversas questões sobre o

vídeo. Salienta-se que os alunos solicitaram para visionar o vídeo na sua totalidade

(nove minutos), pois para a aula estavam destinados apenas cinco minutos.

Os restantes vinte minutos destinaram-se à apresentação oral das respostas dos

alunos, reflexões e síntese das principais conclusões.

À semelhança de outras tecnologias utilizadas em sala de aula, o vídeo é uma

estratégia que poderá promover uma maior participação por parte do aluno

aumentando o seu interesse em determinados conteúdos, os quais de outra forma

poderiam não ser tão entusiásticos quanto o professor desejaria. Assim, o vídeo

selecionado permitiu que os alunos percebessem a estrutura do Sector Público em

Portugal, os subsetores da administração pública e distinguir as empresas públicas do

Estado. Este vídeo foi escolhido tendo sempre em atenção os objetivos que se

pretendia que os alunos atingissem.

Na opinião de Arends (2008), o professor define-se como um pilar fundamental no

processo de ensino-aprendizagem, este abandona o seu protagonismo na relação

ensino-aprendizagem e passa a ser um personagem que pensa e estrutura situações de

aprendizagem em colaboração com os alunos. Assume-se como um facilitador e

orientador de todo o processo de aprendizagem, disponibilizando meios para o

desenvolvimento de novas competências.

Ao longo da aula os alunos mantiveram-se calmos e atentos, no entanto destaca-

se o interesse e motivação demonstrados para o visionamento do vídeo e respetivo

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

48

debate e reflexão sobre o mesmo. Mais uma vez se destaca uma maior participação

dos alunos mais próximos da secretária do professor, pelo que e à semelhança da

primeira prática letiva supervisionada dever-se-ia ter optado por uma disposição da

sala de aula em U ou em círculo a qual permitira uma comunicação e participação igual

entre todas as partes.

4.4.4. QUARTA PRÁTICA LETIVA SUPERVISIONADA – PLANIFICAÇÃO,

DESCRIÇÃOE REFLEXÃO

A última prática letiva supervisionada assumiu como objetivo a exposição dos

conteúdos programáticos relativos à evolução da intervenção do Estado na economia,

sendo que posteriormente os alunos realizaram uma ficha formativa sobre o tema, no

sentido de aferir os seus conhecimentos e diagnosticar dificuldades.

Apresenta-se o quadro 8 relativo à planificação da quarta prática letiva

supervisionada.

Na sequência didática da última prática letiva supervisionada e à semelhança das

anteriores, foi realizada uma breve síntese da aula anterior, foram apresentados e

explicados os objetivos da aula e posteriormente os seus conteúdos programáticos, ou

seja a evolução da intervenção do Estado na economia. Ao longo da exposição do PPT

(anexo 13), iam sendo colocadas questões aos alunos e esclarecidas as dúvidas

colocadas.

Após a apresentação do PPT, foi distribuída aos alunos uma ficha de trabalho para

realizarem em vinte minutos, sendo os quinze minutos seguintes para correção da

ficha. Salienta-se que cada aluno procedeu à correção da sua ficha de trabalho. No

entanto, no fim da aula as fichas foram recolhidas para respetiva análise, no sentido de

aferir os resultados da aprendizagem, diagnosticar principais dificuldades evidenciadas

pelos alunos.

Os últimos cinco minutos foram para a realização de uma síntese da aula e

agradecimento aos alunos.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

49

Quadro 8 – Planificação da quarta prática letiva supervisionada

Economia A – 11º ano Unidade 11 A intervenção do Estado na economia

Ano letivo: 2011 / 2012 Lição nº

Data ______/ ________/ ________

Conteúdos programáticos Conceitos Objetivos

11.2. A intervenção do Estado na atividade económica

Eficiência Equidade Estabilidade

Explicitar a evolução da intervenção do Estado na economia

Caracterizar o Estado liberal Identificar as áreas de intervenção do

Estado intervencionista Caracterizar o Estado providência Explicar as funções económicas e

sociais do Estado

Estratégias didáticas Recursos didáticos Avaliação

Método expositivo com recurso ao PPT, intercalado com o método interrogativo. Esclarecimento de dúvidas pela professora. Ficha de trabalho Acompanhamento na realização das fichas por parte da professora Correção da ficha de trabalho Síntese da aula, realizada com o apoio dos alunos

PPT Computador Data show Ficha formativa

Avaliação formativa

Ficha de trabalho Observação direta

Grelha de registo (após o final da aula), do trabalho desenvolvido pelos alunos na aplicação dos conhecimentos, participação e empenho

Sumário: A Evolução da intervenção do Estado na economia.

Sequência didática (1 bloco) 5m – Controlo de assiduidade e redação do sumário. 45m – Apresentação e explicação do PPT, com colocação de questões e esclarecimento de dúvidas. 20m – Realização da ficha de trabalho. 15m – Correção da ficha de trabalho. 5m – Síntese da aula e agradecimento aos alunos.

Na aplicação de diferentes estratégias, ao longo de todo o processo de ensino-

aprendizagem, o professor deverá verificar o desenvolvimento de cada atividade e a

respetiva aprendizagem, por parte do aluno, no sentido de diagnosticar dificuldades e

reorientar as suas estratégias (Rodriguez, 2007).

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

50

O comportamento dos alunos ao longo da exposição dos conteúdos programáticos

foi calmo, sendo que alguns deles realizaram uma breve reflexão dos mesmos

relacionando-os com a atualidade.

4.4.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE AS AULAS SUPERVISIONADAS

Ao longo da prática letiva supervisionada foram apresentados diversos exemplos

do quotidiano dos alunos, permitindo igualmente a sua motivação e dinamização,

assim como uma maior compreensão dos conteúdos programáticos, dado que é

exposta uma situação com a qual o aluno se identifica ou faz parte da sua experiência

de vida, permitindo desta forma uma melhor articulação entre a teoria e a prática

tornando-se facilitador ao longo do processo de ensino-aprendizagem, os objetivos são

alcançados com maior facilidade, dado que aluno é confrontado com situações que

conhece. Estes exemplos permitiram estabelecer um paralelismo entre os conteúdos

abordados e a atualidade económica, dado que nas reuniões precedentes à prática

letiva supervisionada, entre a mestranda e a professora cooperante, esta última

salientou a importância de uma consciência crítica sobre a atualidade em detrimento

de uma perspetiva histórica, a qual seria abordada aquando da explicitação da

evolução da intervenção do Estado na economia, dado que de acordo com os objetivos

do programa e as características da turma atuaria como um elemento desmotivador

ao longo do processo de ensino-aprendizagem.

O manual funcionou como um recurso indispensável, dado que para além da

explicação de todos os conteúdos, apresentou diferentes e diversas propostas de

trabalho, algumas das quais foram dinamizadas em sala de aula ou como trabalho de

casa.

Os recursos selecionados serviram de suporte às estratégias, dado que o recurso

às novas tecnologias permitiu que o método expositivo se tornasse mais dinâmico e

interativo, pois de acordo com as características dos alunos, estes sentem-se mais

motivados nas aulas em que o professor utiliza as TIC.

Ao longo da prática letiva supervisionada, durante o 4.º semestre, foi possível

verificar que existiam dois grupos distintos, sendo que aquele que se encontrava mais

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

51

próximo da secretária do professor, era mais participativo e motivado, sendo o grupo

mais afastado mais conversador e marcado pela passividade e desmotivação.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

52

CAPÍTULO V – O TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO - RECOLHA E TRATAMENTO DE DADOS

No presente capítulo analisa-se o trabalho de investigação desenvolvido ao longo

da prática letiva supervisionada do 4.ºsemestre, assim como a respetiva recolha e

tratamento de dados.

5.1. INQUÉRITO REALIZADO AOS ALUNOS

O inquérito (anexo 3) aplicado aos alunos do 11.ºC, no 4.º semestre, permitiu a

recolha de dados relativos à opinião destes sobre as estratégias utilizadas pela

mestranda ao longo da lecionação da unidade 11 – A intervenção do Estado na

Economia, da disciplina de economia A. Apresenta-se o quadro nove, relativo à recolha

e tratamento de dados do respetivo inquérito.

Relativamente à primeira questão, sobre a formação dos alunos em novas

tecnologias, 68% afirmaram não possuir qualquer formação em novas tecnologias,

sendo que aprenderam sozinhos ou com a ajuda de pais e amigos.

Quando questionados relativamente à sua motivação ao longo das aulas que

apresentam recursos às novas tecnologias, 100% dos alunos afirmaram que estas aulas

são mais interessantes e criativas. Acrescentaram que aprendem com maior facilidade

e sentem-se mais motivados, pois é mais fácil trabalhar ao longo das aulas interativas.

A aula sobre as funções e organização do Estado, a qual assumiu como objetivos:

dar uma noção de Estado, identificar os elementos constituintes do Estado,

caracterizar as funções do Estado, identificar os diferentes órgãos de soberania, referir

os instrumentos de intervenção do Estado e dar uma noção de método D’Hondt, ao

longo da qual os alunos realizaram uma pesquisa na internet sobre os diferentes

órgãos de soberania, sendo que na sequência dessa pesquisa realizaram um power

point, em grupo, para ser apresentado na aula seguinte, 64% dos alunos referiu que

esta pesquisa permitiu perceber melhor os diferentes órgãos de soberania, assim

como permitiu o trabalho de grupo.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

53

Quadro 9 – Recolha de dados do inquérito realizado aos alunos no 4.ºsemestre

Recolha de dados do inquérito realizado aos alunos

Questões N.º de respostas

Possui formação nas novas tecnologias 7 alunos – Sim / 15 alunos - Não

Como aprendeu a trabalhar com as TIC Sozinho. Com pais e amigos. Nas aulas de tic

Gosta das aulas que apresentem recursos às novas tecnologias? 22

Porquê

São mais interessantes, criativas, motivadoras, atrativas, (16). São mais interativas (5). É mais fácil de trabalhar (6). Distraiu-me com mais facilidade

Sente-se mais motivado nas aulas com recurso às novas tecnologias ou nas aulas que não apresentam esses recursos? Justifique a sua resposta.

19 alunos afirmam que sim, porque aprendem melhor e se sentem mais motivados, os restantes 3 alunos afirmam que depende das aulas

A pesquisa na internet:

permitiu perceber melhor os diferentes órgãos de soberania 14

permitiu desenvolver a minha autonomia 6

permitiu trabalhar em grupo 14

permitiu desenvolver métodos de pesquisa de informação 8

permitiu a construção e apresentação do power point 12

permitiu uma maior participação dos alunos 8

Nas aulas com recurso ao power point...

estou mais atento 10

consigo compreender melhor a matéria 18

é mais fácil para perceber a sequência da matéria 12

é mais fácil para tirar dúvidas 3

Com o visionamento do vídeo...

percebi melhor a matéria/fiquei mais motivado 9

percebi melhor a atualidade económica do país 8

consegui relacionar a matéria com a atualidade 11

não gostei 2

A construção do eportefólio...

é uma ferramenta importante para o meu futuro 8

é muito difícil e não gostei/não tem utilidade 6

é importante para partilhar documentos 6

é importante para organizar materiais 5

ajuda-me a construir o meu currículo 4

não conhecia e considero importante 5

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

54

55% dos alunos referiram que com este trabalho foi possível construir e apresentar

um power point sobre o tema anteriormente referido, 36% acrescentaram ainda que

este trabalho possibilitou uma maior participação dos alunos e desenvolver métodos

de pesquisa.

Quando questionados sobre a apresentação e exposição de aulas com recurso ao

power point, 82% dos alunos referiram que consegue perceber melhor os conteúdos

programáticos, 55% consideraram que este é um elemento facilitador da

aprendizagem e perceção da sequência programática dos conteúdos e 45%

acrescentaram ainda que estão mais atentos.

O visionamento do vídeo, foi para 50% dos alunos um recurso que possibilitou

relacionar os conteúdos programáticos com a atualidade, sendo que 36% refere que

percebeu melhor a atualidade do país, por fim 27% dos alunos afirmaram que se

sentiram mais motivados ao longo da aula.

Por fim, relativamente à última questão sobre a construção do eportefólio, 36%

dos alunos consideraram que este é um instrumento importante para o futuro e para

partilhar documentos. 23% referiram que não conhecia, mas que no entanto é

importante para organizar materiais, por fim , 18% afirmaram que este é um

instrumento sem qualquer utilidade, os restantes 18% considerou que este é um

instrumento importante para a construção do currículo vitae.

5.2. ENTREVISTA REALIZADA À PROFESSORA COOPERANTE

A entrevista realizada à professora cooperante, no 4.º semestre (guião e análise e

interpretação de dados quadros 10 e 11), permitiu a recolha de dados no que diz

respeito à formação em TIC dos professores, estratégias de ensino que utiliza na

lecionação das aulas à turma do 11.ºC e recursos da Escola Secundária Anselmo de

Andrade, relativamente às novas tecnologias, pois a utilização das TIC depende, não só

da forma como a sua integração é realizada, mas também da existência de um

conjunto de condições propícias na escola.

Apresenta-se de seguida o guião de entrevista realizado à professora cooperante,

assim como a respetiva análise e tratamento de dados:

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

55

Quadro 10 - Entrevista realizada à professora cooperante no 4.º semestre

1. Possui formação especializada em Tecnologias de Informação e Comunicação? Sim e continuo a fazer, à medida que saem novos softwares.

2. Considera que a escola possui recursos suficientes para os professores utilizarem as novas tecnologias? Para os professores sim, para os alunos faltam alguns recursos, nomeadamente para os cursos profissionais, dado que são programas muito específicos.

3. Com que frequência utiliza as TIC na lecionação de economia à turma do 11.ºC? Diariamente.

4. Quais as TIC que habitualmente utiliza como estratégia, na turma do 11.ºC? Hardware – computador e retroprojetor e no software essencialmente vídeos e power point.

5. Na sua opinião, os alunos preferem aulas com recurso às novas tecnologias ou sem qualquer recurso às TIC? Com recurso às TIC, não tenho dúvidas nenhumas, quando faço inquéritos é o que eles respondem, porque compreendem melhor.

6. Quando recorre às TIC, considera que os alunos se sentem mais motivados? Sim e percebem melhor os conteúdos.

7. Quando utiliza as novas tecnologias como estratégias considera que os alunos atingem melhor os objetivos estipulados no programa? Nunca se consegue atingir todos os objetivos com todos os alunos, dado que alguns necessitam de um ensino diferenciado.

Quadro 11 - Análise e interpretação dos dados da entrevista

Categorias Subcategorias Unidade de dados

Características pessoais (CP)

Tempo de serviço “26 anos de serviço”

Formação académica “Gestão de empresas”

Formação especializada “continuo a fazer, à medida que saem novos softwares”

Estratégias desenvolvidas e recursos utilizados (EDRU)

Recursos da escola

“Para os professores sim, para os alunos faltam alguns recursos, nomeadamente para os cursos profissionais, dado que são programas muito específicos”

Utilização das TIC (UT)

“Diariamente”, “Com recurso às TIC, não tenho dúvidas nenhumas, quando faço inquéritos é o que eles (os alunos) respondem, porque compreendem melhor”

As TIC mais utilizadas

“Hardware – computador e retroprojetor e no software essencialmente vídeos e power point”

Construção do conhecimento (CC)

Motivação dos alunos “...percebem melhor os conteúdos”

Objetivos do programa

“Nunca se consegue atingir todos os objetivos com todos os alunos, dado que alguns necessitam de um ensino diferenciado”

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

56

Na opinião da professora entrevistada os recursos da escola são suficientes para os

professores, no entanto escassos para os alunos em particular os dos cursos

profissionais, pois exigem programas muito específicos.

Quando questionada relativamente à formação nas novas tecnologias refere que:

“continuo a fazer, à medida que saem novos softwares”.

Nas estratégias que desenvolve com a turma referiu que utiliza as TIC

“Diariamente”, dado que nos inquéritos que realiza aos alunos, estes referem que com

o recurso às TIC compreendem melhor os conteúdos programáticos. As TIC que mais

utiliza são: “Hardware – computador e retroprojetor e no software essencialmente

vídeos e power point”, dado que os alunos se sentem mais motivados, no entanto é da

opinião que: “Nunca se consegue atingir todos os objetivos com todos os alunos, dado

que alguns necessitam de um ensino diferenciado”.

5.3. GRELHA DE OBSERVAÇÃO DIRETA E TRABALHO DE GRUPO

A grelha de avaliação da observação direta e de trabalho de grupo (quadros 12 e

13) foram elaboradas com o objetivo de avaliar os alunos ao longo da prática letiva

supervisionada, assim como avaliar o trabalho de pesquisa realizado pelos quatro

grupos de trabalho e a respetiva construção e apresentação em power point dos

diferentes órgãos de soberania. Salienta-se que as referidas grelhas foram preenchidas

em conjunto pela professora cooperante e a mestranda, encontrando-se disponíveis

para analise detalhada nos anexos 6 e 7:

Quadro 12 – Grelha de observação direta, realizada ao longo do 4.º semestre

Grelha de observação direta

Alunos Domínio cognitivo / Domínio das atitudes

Nome

Desenvolve a capacidade de organização e concretização

das tarefas

Intervém de forma

construtiva e reflete sobre os

problemas

Participa na realização de

trabalhos propostos

(individuais, de pares)

Revela responsabilidade

(ser assíduo, pontual, cumprir

prazos)

Respeita as opiniões dos

outros

Demonstra

empenho na

realização das

atividades

propostas

1 Aluno X Suf Ins

Ins Suf Bom

Suf

2 Aluno X1 Suf Ins

Ins Ins Suf

Ins

3 Aluno X2 Suf Ins

Ins Ins Suf

Ins

Parâmetros Insuficiente Suficiente Bom

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

57

Quadro 13 – Grelha de avaliação dos trabalhos de grupo realizada no 4.º semestre

Avaliação da apresentação dos trabalhos de grupo

Eleição Presidente

da República Governo

Tribunais

Recolha e tratamento da

informação sobre o tema

Estruturação das resposta ao

nível escrito e oral

Originalidade /

criatividade do

trabalho

Qualidade da exposição /

apresentação

Assembleia da

República

Empenho nas

atividades

Bom Bom Suficiente Bom Suficiente

Bom Bom Suficiente Bom Suficiente

Bom Bom Suficiente Bom Suficiente

Bom Bom Suficiente Bom Suficiente

Bom Bom Suficiente Bom Suficiente

Bom Bom Suficiente Bom Suficiente

Parâmetros Insuficiente Suficiente Bom

Relativamente à capacidade de organização e concretização das tarefas, catorze

alunos obtiveram a classificação de suficiente, dois obtiveram a classificação de

insuficiente e oito de bom. Ainda dentro do domínio cognitivo, no parâmetro relativo à

intervenção de forma construtiva e reflexão sobre os problemas e participação na

realização de trabalhos propostos (individuais, de pares), sete alunos foram avaliados

com bom, seis suficiente e onze insuficiente.

Nove alunos foram classificados de suficiente quanto à responsabilidade, sete de

bom e oito de insuficiente, salienta-se que este parâmetro inclui assiduidade,

pontualidade e cumprimento de prazos.

Treze alunos obtiveram classificação de suficiente no respeito pela opinião dos

outros, oito foram classificados de bom e apenas três de insuficiente.

No último ponto da avaliação, ou seja se o aluno demonstra empenho na

realização das atividades propostas a classificação foi a seguinte: nove suficientes, sete

insuficientes e oito bons.

Relativamente ao trabalho de pesquisa e construção e apresentação em power

point dos diferentes órgãos de soberania, dois grupos de trabalho obtiveram a

classificação de insuficiente no que diz respeito à recolha e tratamento da informação,

estruturação das respostas ao nível oral e escrito, originalidade e criatividade, assim

como empenho nas atividades e qualidade da apresentação.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

58

O terceiro grupo de trabalho foi avaliado com suficiente em todos os parâmetros

referidos anteriormente, há exceção do empenho nas atividades que obteve a

classificação de bom. Por fim, o quarto grupo de trabalho foi avaliado com bom em

todos os parâmetros da grelha.

De acordo com Roldão (2009), a avaliação constitui-se como fundamental ao longo

de todo o processo, quer ao nível da aprendizagem conseguida pelos alunos,

relativamente aos objetivos de aprendizagem e consequente aquisição de

competências, quer ao nível do próprio desenvolvimento curricular (pertinência,

coerência e adequação).

5.4. FICHA FORMATIVA

A ficha formativa proposta aos alunos (anexo 13), na última prática letiva

supervisionada, no 4.º semestre, assumiu como objetivo a certificação das

aprendizagens, relativamente às metas pretendidas, sobre os conteúdos

programáticos relativos à evolução da intervenção do Estado na economia. A análise

dos resultados permitiu aferir os conhecimentos dos alunos relativamente ao tema,

assim como diagnosticar eventuais dificuldades.

Apresentam-se de seguida os resultados obtidos pelos alunos, na ficha formativa:

Quadro 14 – Resultados obtidos na ficha formativa

Questão N.º de respostas corretas Questão N.º de respostas

corretas

1 24 9 23

2 23 10 22

3 24 11 24

4 23 12 24

5 22 13 24

6 21 14 23

7 23 15 22

8 21 16 21

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

59

Na ficha aplicada aos alunos, verificou-se que os resultados foram bastante

positivos, ou seja 42% obtiveram uma classificação de 18 valores, 22% 17 valores, 24%

dos alunos obtiveram uma avaliação de 16 valores, por fim 12% foram classificados

com 15 valores.

Desta forma, foi possível analisar que os resultados dos alunos foram positivos,

tendo realizado a ficha formativa sem grandes dificuldades.

Para o sucesso do processo de ensino-aprendizagem devem ser utilizados diversos

instrumentos e momentos de avaliação, os quais devem atender ao contexto e

características dos alunos, devendo o professor saber criar condições e situações

estratégicas que permitam a evolução do aluno, a avaliação formativa é fundamental

para que o professor verifique o desenvolvimento de cada atividade e a respetiva

aprendizagem, por parte do aluno, no sentido de diagnosticar dificuldades e reorientar

as suas estratégias (Roldão, 2009).

5.5. QUADRO DE ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS

De acordo com os objetivos estipulados ao longo da prática letiva supervisionada,

no 4.º semestre, apresenta-se de seguida um quadro de análise (quadro 15)

constituído pelos objetivos propostas para cada aula, instrumentos de avaliação

utilizados e resultados obtidos pelos alunos.

Quadro 15 – Analise dos resultados obtidos pelos alunos

Objetivos Instrumentos de avaliação Resultados

Caraterizar as funções do

Estado;

Identificar as esferas de

intervenção do Estado;

Caracterizar a estrutura do

setor público em Portugal;

Adquirir hábitos de pesquisa;

Método interrogativo. Pesquisa na internet sobre os diferentes órgãos de soberania, realizada em grupo. Apresentação do power point construído pelos quatro grupos de trabalho.

Na primeira prática supervisionada do 4.º semestre, foi possível analisar que os alunos mais participativos e intervenientes, foram aqueles que se encontravam mais próximos da secretária do professor, tendo respondido às questões colocadas pela mestranda. Na minha opinião os alunos realizaram de forma positiva a pesquisa na internet, assim como a seleção de informação necessária para a construção do

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

60

Adquirir hábitos de seleção da

informação;

Revelar espírito crítico;

Revelar hábitos de

cooperação;

Reconhecer as potencialidades

das TIC para o processo de

ensino-aprendizagem

power point, sobre os órgãos de soberania. Foi possível verificar que alguns grupos de trabalho optaram por uma estratégia de rotatividade relativamente ao uso do computador, o qual rodou por todos os elementos do grupo, possibilitando uma participação igualitária ente todos, revelando hábitos de cooperação

Método interrogativo. Realização de exercícios sobre o método D’Hondt.

Conforme se pode verificar através da análise de resultados do anexo 6, apenas dois grupos de trabalho obtiveram bons resultados, sendo que os restantes dois grupos, apresentaram uma avaliação negativa, devido à fraca qualidade e organização da apresentação que realizaram. As questões levantadas foram relativas aos power points apresentados pelos diferentes grupos, sendo que todos os elementos participaram e responderam às questões colocadas, sobre o tema. Após o trabalho realizado, pelos alunos, na 1.º aula supervisionada e a apresentação do power point na 2.ª aula, julgo que foi possível reconhecerem as potencialidades das TIC para o processo de ensino-aprendizagem Relativamente aos exercícios sobre o método D’Hondt, e de acordo com a observação direta efetuada ao longo da aula, todos os alunos realizaram os restivos exercícios sem grandes dificuldades.

Método interrogativo. Visionamento de vídeo. Realização do guião de exploração, relativo ao vídeo apresentado sobre o setor público português. Correção do guião de exploração e reflexões sobre o visionamento do vídeo.

No que diz respeito ao método interrogativo e à semelhança da primeira aula, os alunos mais participativos e motivados foram os que se encontravam mais perto da secretária do professor. No entanto, aquando do visionamento do vídeo, foi unanime o pedido para o visionarem na sua totalidade. Este recurso didático

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

61

possibilitou, não só a caracterização da estrutura do setor público em Portugal, assim como apresentar aos alunos, mais uma das potencialidades das novas tecnologias. Relativamente à correção do guião de exploração e reflexões finais, todos os alunos participaram e encontravam-se motivados, tendo respondido a todas as questões do guião, revelando um espírito crítico e reflexivo, relativamente aos conteúdos programáticos, assim como a temas da atualidade.

Método interrogativo. Ficha formativa

À semelhança do referido anteriormente os alunos que mais intervieram foram os que estavam mais perto da secretária da professora e os quais responderam às questões e reflexões colocadas pela mestranda. No entanto relativamente à realização da ficha de trabalho (anexo 13), e conforme se pode os dados evidenciam, através dos resultados da ficha, os quais foram bastante positivos, todos os alunos realizam a ficha de forma autónoma e participaram na sua correção.

Apresentam-se em seguida os resultados do inquérito realizado aos alunos, no 4.º

semestre, ilustrados através de quatro gráficos, sobre a sua opinião relativamente às

estratégias utilizadas pela mestranda ao longo da lecionação da unidade 11 – A

intervenção do Estado na Economia, da disciplina de economia A. Neles se conclui que

os alunos consideram muito pertinente o recurso às pesquisas na internet para iniciar

o estudo ou consolidar conceitos, o recurso ao powerpoint em diversas fases da aula, o

visionamento de vídeos que abordem questões da atualidade e o uso de eportfolios

para organizar materiais e partilhar documentos.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

62

Gráfico 2 – Opinião dos alunos sobre a pesquisa realizada na internet

Fonte: Inquérito realizado aos alunos no 4.º semestre

Gráfico 3 – Opinião dos alunos sobre as aulas com recurso ao power point

Fonte: Inquérito realizado aos alunos no 4.º semestre

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

63

Gráfico 4 – Opinião dos alunos sobre o visionamento do vídeo

Fonte: Inquérito realizado aos alunos no 4.º semestre

Gráfico 5 – Opinião dos alunos sobre a construção do eportefólio

Fonte: Inquérito realizado aos alunos no 4.º semestre

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

64

CAPÍTULO VI – REFLEXÃO SOBRE A INVESTIGAÇÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo é apresentada uma reflexão pessoal sobre o trabalho desenvolvido

ao longo da prática letiva supervisionada que incidirá sobre os seguintes pontos:

planificações da prática letiva supervisionada, algumas considerações sobre o

eportefólio, reflexões sobre o comportamento dos alunos e a construção do seu

conhecimento e por fim uma breve abordagem sobre a avaliação. Por fim, apresentar-

se-ão algumas sugestões de trabalho a desenvolver no futuro.

6.1. REFLEXÃO SOBRE O TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO

O mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade representou para mim um

marco importante e significativo, dado que me possibilitou a aquisição de um conjunto

de ferramentas essenciais ao longo da minha prática letiva e fundamentais para o

sucesso do processo de ensino aprendizagem.

Na reta final do mestrado tenho plena perceção que não posso parar, que num

mundo em constante mutação e numa sociedade do conhecimento a formação

contínua é uma realidade, é uma necessidade, mas neste momento é acima de tudo

uma grande vontade. O mestrado trouxe-me um novo conhecimento, uma nova

consciência de querer saber e aprender cada vez mais.

Desde as aulas supervisionadas e observadas do 3.º semestre verifiquei

recetividade, apoio e motivação por parte dos alunos, sendo que esta situação se

manteve ao longo da prática letiva supervisionada do 4.º semestre. As atividade

propostas em sala de aula foram realizadas na sua totalidade, ou seja a pesquisa na

internet sobre os diferentes órgãos de soberania, a apresentação dos resultados da

pesquisa em power point, a realização de uma ficha de trabalho e o guião de

exploração do vídeo apresentado sobre o Setor Público Português. Salienta-se ainda,

que ao longo da exposição dos diferentes conteúdos programáticos os alunos foram

colocando questões e respondendo àqueles que eram colocadas pela mestranda,

promovendo momentos de partilha e de reflexão.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

65

6.1.1. REFLEXÃO SOBRE AS PLANIFICAÇÕES

Os planos de aula realizados ao longo do 4.º semestre consistiram na definição e

estruturação de todos os pormenores essenciais ao processo de ensino-aprendizagem,

tais como: sumário, conteúdos a serem lecionados, encadeamento adequado, análise

de textos do programa, análise das características gerais da turmas, objetivos que os

alunos deverão atingir, estratégias, introdução mais apropriada, linguagem específica a

utilizar, momentos de questionação/avaliação, tempo a distribuir pelas diversas

tarefas…

As planificações realizadas, para a minha prática letiva supervisionada, foram

sofrendo alterações de acordo com os objetivos, os recursos e estratégias pedagógicas

e consoante a necessidade verificada nas reuniões entre a mestranda e professora

cooperante.

Foram essenciais no sentido de organizar e estruturar as aulas, assim como para

aprofundar algumas questões sobre os temas a lecionar, de acordo com os conteúdos

programáticos. Neste sentido, senti a necessidade de realizar leituras mais

aprofundadas e consultar mais manuais didáticos do 11.º ano de economia A, dado

que iam surgindo várias dúvidas sobre os temas a abordar.

As planificações permitiram, também, realizar o diapositivo relativo aos objetivos,

que foram apresentados no início de cada aula, conferindo ao aluno um elemento

potenciador, pois se ele perceber os objetivos que deverá atingir, será mais facilmente

orientado no sentido da aquisição de competências, o “saber em uso” (Arends, 2008).

Salienta-se, que a planificação é realizada de forma cíclica, dado que este é,

continuamente, um processo em construção, existem erros, analisam-se dificuldades e

encontram-se novas estratégias que permitam o sucesso do processo de ensino-

aprendizagem (Arends, 2008).

6.1.2. REFLEXÃO SOBRE O EPORTEFÓLIO

Relativamente ao eportefólio e conforme se pode verificar nos resultados do

inquérito realizado no 4.º semestre (quadro 9), os alunos consideraram-no uma

importante ferramenta de trabalho para a sua vida profissional e pessoal, no entanto

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

66

apenas um realizou a atividade proposta, ou seja a elaboração de um eportefólio para

a disciplina de economia A.

Se fosse neste momento o início da minha prática letiva supervisionada e tendo

subjacente o que referi ao longo da discrição da aula na qual abordei a realização do

eportefólio, teria proposto aos alunos um trabalho diferente. Talvez a realização de um

trabalho em grupo, que contemplasse algumas reflexões, textos, gráficos, entre

outros, considerados pertinentes pela mestranda. O trabalho seria realizado num

formato à escolha do aluno, não o condicionando apenas ao eportefólio,

proporcionando o enriquecimento de todos os alunos da turma, através da partilha de

novos instrumentos de trabalho.

Saliento, que realizei um eportefólio para a turma, no qual inseri todos os recursos

que utilizei ao longo da minha prática supervisionada, nomeadamente: power point’s,

vídeo, ficha de trabalho e respetiva correção, entre outros que considerei importantes

para análise dos alunos.

A turma considerou o eportefólio importante, dado que este instrumento de

trabalho permitiu que toda a informação lecionada ao longo das aulas, ficasse

disponibilizada para os alunos. A professora cooperante solicitou alguns

esclarecimentos relativamente à sua realização, no sentido de manter o eportefólio

atualizado e futuramente aplicar como uma prática pedagógica.

Por fim, apresento a grelha de avaliação dos eportefólios que construi, caso os

alunos tivessem realizado a atividade:

Quadro 16 – Grelha de avaliação dos eportefólios

Planificação do trabalho

Tratamento da informação Produto Avaliação

TEMA ÓRGÃOS DE SOBERANIA

Sele

ção

de

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Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

67

6.1.3. REFLEXÃO SOBRE OS COMPORTAMENTO DOS ALUNOS

Na análise realizada pela minha orientadora da prática de ensino supervisionada,

destaca-se o facto de verificar alguma dificuldade da minha parte, no sentido de

chamar a atenção ao comportamento conversador e por vezes perturbador de

determinados alunos. Referi, que ao longo da minha experiência como professora

tenho lecionado turmas CEF (Cursos de Educação e Formação) de 2.º ou 3.º ciclo e

alguns cursos profissionais de nível secundário, sendo grande parte das vezes turmas

constituídas por alunos que revelam grandes dificuldades ao nível da aprendizagem e

comportamentos inadequados, pautados pela falta de respeito e cumprimento de

normas e regras dentro da sala de aula.

O conhecimento é baseado na experiência de vida de cada um e nas relações

estabelecidas, sendo que ao longo deste processo o indivíduo é parte integrante e

ativa na construção do seu próprio saber (Benaim, 1995).

Assim sendo, os alunos do 11.º ano da Anselmo de Andrade, são na minha opinião,

e tendo como comparação todas as turmas referidas anteriormente, calmos e

cumpridores das normas estabelecidas.

Verificam-se determinados comportamentos do professor que estão

negativamente relacionados com a maximização do tempo de aprendizagem e do

rendimento dos alunos, sendo que um deles se refere a repreensões frequentes

devido a comportamentos inadequados dos alunos (Arends, 1995).

De acordo com o exposto e se apenas agora desse início à minha prática letiva

supervisionada e de acordo com as características da turma, teria optado por uma

disposição da sala em U ou em círculo de forma a permitir a uma comunicação igual

entre todas as partes, promovendo uma maior participação, motivação e

envolvimento de todos os elementos. Com esta disposição de sala seria mais fácil

controlar alguns comportamentos mais perturbadores de alguns alunos, em especial,

daqueles que se encontravam mais afastados da secretária da professora.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

68

6.1.4. REFLEXÃO SOBRE PRÁTICA LETIVA SUPERVISIONADA E A SUA RELAÇÃO

COM A ABORDAGEM CONSTRUTIVISTA

A realidade referida anteriormente, relativamente à lecionação das aulas, tendo

subjacente alguns princípios construtivistas, esteve presente ao longo da minha prática

letiva supervisionada, no entanto não na sua totalidade dado que conforme refere

Dowling (1995), realizei um seguimento rigoroso do currículo preestabelecido. Muitas

das atividades curriculares basearam-se fundamentalmente nas pesquisas realizadas

nos livros didáticos, incluindo o manual adotado pela escola, livros, textos e exercícios.

O professor “transmite” conhecimentos e o currículo previamente estabelecido e em

determinadas situações os estudantes trabalharam sozinhos.

Então de que forma esteve o construtivismo presente?

Durante a prática letiva supervisionada os alunos trabalharam em grupo,

realizaram pesquisas na internet, elaboraram e apresentaram um power point, de

acordo com o visionamento de um vídeo, responderam individualmente a um guião de

exploração, no entanto as conclusões foram apresentadas para a turma o que permitiu

um momento de reflexão e partilha de opiniões e de diferentes saberes, sendo que as

questões levantadas pelos alunos e professora e as diferentes conclusões foram

bastante valorizadas e debatidas. Desta forma, posso afirmar que utilizei vários

instrumentos de trabalho e estratégias pedagógicas, não optando apenas por uma aula

meramente expositiva.

Na opinião de Karling (1991), os recursos didáticos podem ser classificados em:

Recursos visuais;

Recursos auditivos;

Recursos audiovisuais;

Recursos múltiplos.

Todos esses recursos garantem um ensino sistematizado, dinamizado e eficaz,

onde os alunos possam ver, ouvir e relacionar com o que já sabe e com a realidade.

Portanto, o professor não deve descorar desses recursos de ensino tendo em conta a

sua importância. Os recursos de ensino devem ser usados para facilitar, acelerar e

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

69

intensificar a aprendizagem e não para poupar o trabalho do professor e simplificar o

trabalho do aluno. (Karling: 1991)

As novas tecnologias da educação permitem que se redefina o conceito da didática

que hoje as novas abordagem subjacentes ao processo ensino-aprendizagem propõem

como instrumento a ser utilizado na prática pedagógica nas salas de aulas.

6.1.5. REFLEXÃO SOBRE A AVALIAÇÃO AOS ALUNOS

Por fim, a avaliação realizada aos alunos, ao longo da minha prática letiva

supervisionada foi diversificada, dela constaram o preenchimento de um guião de

trabalho e respetiva análise e reflexão, realização de uma ficha de trabalho, pesquisa e

seleção de informação na internet, elaboração de um power point para apresentar

oralmente, assim como os diferentes momentos de partilha de opiniões e participação

de todos os alunos. Neste sentido foram preenchidas grelhas de avaliação, tanto da

observação direta, como dos trabalhos de grupo.

Pretendeu-se com os diferentes momentos de avaliação certificar e situar as

aprendizagens dos alunos, relativamente às metas pretendidas. Da avaliação realizada

ao longo da minha prática letiva, deveriam sair novas estratégias, no sentido de

colmatar as dificuldades e lacunas identificadas, no entanto tenho plena consciência

que um número tão reduzido de aulas não permite a realização deste trabalho, o qual

requer continuidade pedagógica.

Ao longo do processo de ensino-aprendizagem acompanhei os alunos, no sentido

de diagnosticar dificuldades, analisar e organizar o meu trabalho, realizando uma

avaliação formativa ao longo das quatro aulas, este processo torna-se fundamental

para que o aluno desenvolva capacidades organizativas, espirito crítico e reflexivo. No

entanto como já referi anteriormente este é um procedimento que requer

continuidade. Trata-se de verificar se os alunos atingiram os objetivos e se adquiriram

as respetivas competências (Gaspar e Roldão, 2007), no entanto e como já referi

anteriormente aferir em quatro aulas se os alunos adquiririam competências é um

processo muito complexo e delicado.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

70

6.2. CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS

Em relação ao conjunto das seis aulas que compuseram as unidades didáticas

lecionadas, nos 3.º e 4.º semestre, sobre os diferentes métodos de cálculo do produto,

as limitações da contabilidade nacional e a intervenção do estado na economia, julgo

que correram bem, no entanto se fosse agora dar início a essa tarefa estruturá-las-ia

de outra forma.

Das aulas supervisionadas e observadas no 3.º semestre, assim como do inquérito

realizado e respetivo tratamento de dados, surgiu a pergunta de investigação, a qual

serviu de suporte à prática letiva ao longo das quatro aulas e da construção do

presente relatório.

Após a prática letiva supervisionada foram elaboradas e analisadas diversas

estratégias de recolha de dados, nomeadamente os inquéritos realizados aos alunos, a

observação direta e a entrevista à professora cooperante.

As estratégias utilizadas foram diversificadas, possibilitando o recurso às novas

tecnologias. Os alunos tiveram a possibilidade de trabalhar em grupo e partilhar

momentos de reflexão e troca de opiniões, pesquisar na internet, possibilitando a sua

autonomia e responsabilidade e por fim de visionar um vídeo, o qual possibilitou o

preenchimento do guião e mais uma vez um espaço de reflexão, de partilha de

experiencias, vivencias e saberes.

Uma das ideias centrais do construtivismo, refere-se ao aluno como aquele que

constrói ativamente a sua própria compreensão e o seu conhecimento e não como

mero recetor de informação. Neste sentido considero que as TIC são uma ferramenta

fundamental, dado que permitem uma pesquisa e investigação autónoma por parte do

aluno, sendo mais uma vez o professor considerado como um guia e um intermediário.

O processo avaliativo requer continuidade, no sentido de se analisar

dificuldades e reorientar estratégias, certificando a aprendizagem e desenvolvimento

de cada aluno ao longo das diferentes atividades realizadas. O professor deverá criar

situações que permitam a evolução dos alunos, tendo sempre subjacente o contexto,

as características da turma e de cada aluno individualmente (Gaspar e Roldão, 2007).

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

71

Assim e de acordo com o referido ao longo da reflexão, propõe-se como trabalho

futuro de investigação a implementação das TIC na criação de ambiente motivadores

no processo de ensino-aprendizagem, no entanto optando por uma disposição de sala

diferente, ou seja em forma de U ou em círculo que permitisse uma maior participação

e envolvimento de todos os alunos ao longo da prática letiva supervisionada, desta

forma todos os intervenientes do processo estão de frente promovendo momentos de

partilha e reflexão.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

72

6.3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Abrantes, P. e Araújo, F. (Coord.) (2002). Avaliação das Aprendizagens. Das concepções às práticas. Lisboa: Ministério da Educação. Departamento da Educação Básica. Afonso, C. (1993). Professores e Computadores. Porto: ASA. Anderson, L. and Krathwohl, D. (2001). A Taxonomy for Learning, Teaching and Assessing – A Revision of Bloom´s Taxonomy of Educational Objectives, Abridged Edition. Cidade: editora Arends, R. (1995). Aprender a Ensinar. Lisboa: Mc Graw Hill Becker, F. (1992). O que é Construtivismo? Revista de Educação AEC, Ano 21, Nº 23 Benaim, D. (1996). Memorandum for Dalton School's Educational Policy Committee, nov. BIGGE, M. L. Teorias da aprendizagem para professores. São Paulo: editora pedagógica e universitária Bernardes, C. e Miranda, F. (2004). Portefólio uma Escola de Competências. Porto: Porto Editora (adapt.) Bogdan, R.C. e Biklen, S. K. (1999). Investigação qualitativa em Educação – Uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora Carneiro, R. (2001). Fundamentos da Educação e da Aprendizagem. Vila Nova de Gaia. Fundação Manuel Leão Carretero, M. (1997). Construir e Ensinar as Ciências Socias/hist. São Paulo: Artmed Carroll, J. B. (1963). A model of school learning. Teachers College Record. 64, 723- 733. Carvalho, J. (2003). Da escrita tradicional à escrita como ferramenta de aprendizagem – Análise da evolução das concepções de escrita nos programas de Português. In Actas do VII Congresso Galaico-Português de Psicopedagogia, 8(10), 859-869. Braga: CEEP. Coll, C. e Solé, I. (2001). Os professores e a conceção construtivista. In O construtivismo na sala de aula. Lisboa: Asa Editores Coutinho, C. (1995). A Tecnologia Educativa na Formação Inicial de Professores:um estudo sobre atitudes de alunos de Licenciaturas em Ensino face às tecnologias e suas funções na comunicação pedagógica. Dissertação de Mestrado em Tecnologia Educativa. Braga: Universidade do Minho. Gardner, H. (2000). Estruturas da Mente: A teoria das Inteligências Múltiplas. Porto Alegre Gaspar, M. I. e Roldão M. C. (2007). Elementos do Desenvolvimento Curricular. Lisboa: UA Hammond, L. D.. Gonçalves, Z. (2002). A mudança da organização educativa por integração das Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação (TICE): Um estudo de caso sobre as implicações da integração das TIC na escola. Dissertação de Doutoramento. Braga: Universidade do Minho. Karling, A.A. (1991). A didáctica necessária, São Paulo, Ibrasa. LÉVY, P. (1993). As Tecnologias da Inteligência. Rio de Janeiro: Editora 34 Meirinhos, M. F. A. (1995). Estruturação de Ambientes Educativos Hipermedia: um caso para o ensino-aprendizagem das ciências. Dissertação de Mestrado. Braga: Universidade do Minho.

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

73

Moraes, R. (2003). É possível ser construtivista no ensino de Ciências? In Moraes R. (org), Construtivismo e Ensino de Ciências: reflexões epistemológicas e metodológicas. Porto Alegre: Edipucrs Onrubia, J. (2001). Ensinar: criar Zonas de Desenvolvimento próximo e intervir nelas. In, O construtivismo na sala de aula. Lisboa: Asa Editores Pais, M. J.; Oliveira, M. L.; Góis, M. M. e Cabrito, B. G. (2011). Economia A 11.º ano. 1.ª Edição, 5.ª Tiragem. Lisboa: Texto Editores Patrocínio, T. (2002). Tecnologia, Educação, Cidadania. Instituto de Inovação Educacional, Lisboa (versão adaptada da Tese de Mestrado) Patrocínio, T. (2004). Tornar-se Pessoa e Cidadão Digital. Tese de Doutoramento, Lisboa, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (não publicada) Perrenoud, P. (2002). 10 Novas Competências para Ensinar, Ed. Artmed. Porto Alegre Piaget, J. A. (1975). A Equilibração das Estruturas Cognitivas. Problema central do desenvolvimento. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar Ponte, J. (1997). As Novas Tecnologias e a Educação. Lisboa: Texto Editora Ponte, J. P.(1994). O Projecto MINERVA, Introduzindo as NTI na Educação em Portugal. Lisboa, DEPGEF, Ministério da Educação Rodriguez, C.E., Didática de Las Ciências Económicas. Edición electrónica gratuita, 2007 Roegiers, X. (2001). Une pedágogie de L´Intégration. Bruxelles: De Boeck Université Roldão, M. (2009). Estratégias de Ensino. Vila Nova de Gaia: Fundação Manuel Leão Sanches, I. (2001). Comportamentos e Estratégias de Actuação em Sala de Aula. Porto: Porto Editora Silva, B. (2001). As tecnologias de informação e comunicação nas reformas educativas em Portugal. Revista Portuguesa de Educação. Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação (TICE): Um estudo de caso sobre as implicações da integração das TIC na escola. Dissertação de doutoramento. Braga: Universidade do Minho. Toffler, Alvin. 1970. Choque do futuro. Lisboa: Edição Livros do Brasil Vieira, H. (2005). A Comunicação na Sala de Aula. 2ª Edição. Lisboa: Editorial Presença Vygotsky, L.S.A. (1991). A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes

WEB-BIBLIOGRAFIA: Avaliação externa: http://www.ige.min- (Consultada em 18 de Abril de 2012) Dowling, Woody (1996). Integrating Constructivist Principles. Art & Technology Integration ATI Workshop. http://www.nmaa.si.edu/deptdir/pubsub/re_constructivist.html (Consultado a 13 de Março de 2012) Eportefólio desenvolvido para a turma do 11.º C da Escola Secundária Anselmo de Andrade, pela mestranda: Eportefólio da Anselmo: https://sites.google.com/site/susananguerra/?pli=1 (realizado no 4.ºsemestre)

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade Susana Nadais Guerra

74

Site da Câmara Municipal de Almada: http://www.malmada.pt/xportal/xmain?xpid=cmav2 (Consultado a 5 de Maio 2012) Site da Câmara Municipal de Almada: http://www.m- almada.pt/xportal/xmain?xpid=cmav2http://www.ige.min- edu.pt/content_01.asp?BtreeID=03/01&treeID=03/01/03/04&auxID=&newsID= 718#co ntent (Consultado a 5 de Maio de 2012) Programa Nónio séc. XXI: http://www.netprof.pt/netpro/servlet/getDocumento?id_versão=11497, consultado no dia 28 de Maio de 29012 (Consultado a 26 de Maio de 2012) Projeto Educativo Agrupamento de Escolas Anselmo de Andrade (2009) (Consultado a 16 de Abril 2012, em www.anselmodeandrade.pt) Site do Agrupamento de Escolas de Anselmo de Andrade: http://www.anselmodeandrade.pt/cms/ (Consultado a 16 de Abril de 2012) LEGISLAÇÃO: Decreto-Lei n.º 133/93, de 26 de Abril (Lei Orgânica do Ministério da Educação) Decreto-Lei n.º 270/98, de 1 de Setembro (Estatuto dos alunos do Ensino Básico e do Secundário) Decreto-Lei nº 6 (2001). Diário da República, I Série de 18 de Janeiro Lei n.º 49/2005, de 30 de Agosto (Lei de Bases do Sistema Educativo) Despacho 232/ME/96, de 29/10/96

INQUÉRITO

1. Dados Biográficos / Identificação

Nome: ______________________________________________________________ Idade: ________________

Residência/Localidade: _______________________________________________________________________

Profissão: Pai ________________________________________ Mãe: _________________________________

Distância casa/escola ________________________________________________________________________

Deslocas-te a pé De carro De autocarro De moto Outro _____________________

2. Vida escolar / Perfil do Aluno

Gostas de estudar? ______________ Porquê? ____________________________________________________

Gostas da tua escola? ____________ Porquê? ____________________________________________________

Na escola $

transmitem-se conhecimentos convive-se

trabalha-se e aprende-se passa-se tempo

assiste-se a aulas é-se obrigado a estar

Nas aulas preferidas $

o professor expõe matéria os alunos trabalham em grupo

os alunos expõem temas os alunos trabalham individualmente

o professor deixa o aluno participar outro tipo de aula________________________

utilizam-se meios multimédia ______________________________________

3. Percurso Escolar

Ano letivo anterior

Já frequentavas esta escola? ______________________________________________ Ano ________________

Tens classificações inferiores a 10? ________ Nas disciplinas de ______________________________________

__________________________________________________________________________________________

Tiveste faltas disciplinares? _______________ Quantas? ___________

No âmbito da disciplina de Iniciação à Prática Profissional III, os alunos do Mestrado em Ensino da Economia e

da Contabilidade desenvolvem a sua prática letiva supervisionada numa turma selecionada com a orientação de

um professor cooperante. O presente inquérito a que vais responder servirá para conhecer melhor a turma em

que serão lecionadas as aulas com o intuito de facilitar o processo de ensino-aprendizagem.

As dificuldades de aprendizagem derivaram $

da pouca atenção na aula da inadaptação à turma

de não estudar do pouco tempo eu tenho para estudar

da falta de ambiente de estudo fora da aula de não poder esclarecer dúvidas

da rapidez no tratamento dos temas de não compreender a explicação do professor

de não ser perseverante

Já repetiste o ano? __________ Que ano? _______________________

Quando tens dificuldades recorres $

aos professores aos familiares

aos colegas a explicadores

Disciplinas preferidas _________________________________________________________________________

Disciplinas em que tens mais dificuldades _________________________________________________________

O teu estudo é $

diário raro em vésperas de testes

sozinho em grupo com explicador

com familiares. Quem? ____________________________________________________

Gostas de usar computador? _______________

Tens computador em casa? ________________ E acesso à internet? ___________________

Porque escolheste Economia A $

interesse na disciplina foi a escolha dos colegas

sugestão dos pais Outra. Qual? ___________________________

A tua profissão desejada é _____________________________________________________________________

Porque ____________________________________________________________________________________

4. Tempos Livres

Que locais costumas frequentar nos tempos livres?

cinema jardins

teatro ginásios

cafés bares/discotecas

centros comerciais outros. Quais? __________________________

bibliotecas ______________________________________

Costumas ver televisão? ________________________

Se sim, quais os programas?

documentários telenovelas

entrevistas filmes

telejornais outros. Quais? __________________________

debates ______________________________________

As reportagens económicas despertam o teu interesse? _________________________________________________

Se sim, quais? _________________________________________________________________________________

Tens o hábito de ler o Jornal? _____________________________________________________________________

Se sim, qual? __________________________________________________________________________________

Como se chama o último livro que leste? _____________________________________________________________

Como se chama o último filme que viste? ____________________________________________________________

Dos problemas do Mundo Atual, qual o que te preocupa mais? ___________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

Muito obrigada pela colaboração.

Cláudia Sapinho e Susana Guerra

RECOLHA E TRATAMENTO DE DADOS DO INQUÉRITO REALIZADO AOS ALUNOS NO 3.º SEMESTRE

Recolha e tratamento de dados do inquérito realizado aos alunos

Questões Frequência

Profissão do pai:

Economista/Contabilista/Gestor 2 alunos

Comercial 10 alunos

Segurança 1 aluno

Empresário 1 aluno

Sub-chefe EDP 1 aluno

Reformado 2 alunos

Mecânico 1 aluno

Instrutor naval 1 aluno

Desempregado 1 aluno

Procurador MP 1 aluno

Engenheiro 1 aluno

Profissão da mãe:

Comercial 5 alunos

Empregada doméstica 3 alunos

Empresária 3 alunos

Economista/Contabilista/Gestora 4 alunos

Talhante 1 aluno

Doméstica 1 aluno

Func.pública 1 aluno

Assistente dentista 1 aluno

Inspetora de crimes fiscais 1 aluno

Professora 1 aluno

Reformada 1 aluno

Juíza 1 aluno

Gostas de estudar:

Gosto 10 alunos

Às vezes 2 alunos

Não 11 alunos

Nas tuas aulas preferidas: N.º de alunos

O professor expõe matéria 6 alunos

Os alunos expõem temas 6 alunos

O professor deixa o aluno participar 13 alunos

Utilizam-se meios multimédia 16 alunos

Os alunos trabalham em grupo 14 alunos

Os alunos trabalham individualmente 2 alunos

As dificuldades de aprendizagem derivam:

da pouca atenção nas aulas 14 alunos

de não estudar 11 alunos

de falta de ambiente de estudo fora da aula 2 alunos

da rapidez no tratamento dos temas 4 alunos

de não ser perseverante 1 alunos

da inataptação à turma 1 alunos

do pouco tempo que tenho para estudar 1 alunos

de não poder esclarecer dúvida 2 alunos

de não compreender a explicação do professor 8 alunos

Porques escolheste Economia A:

interesse na disciplina 17 alunos

sugestão dos pais

foi a escolha dos colegas 2 alunos

Outra: para seguir gestão, testes psicotécnicos, ao calhas 3 alunos

Profissão desejada:

Gestão 11 alunos

Enfermeira 1 aluno

Informático 1 aluno

Baterista 1 aluno

Economista 2 alunos

Não sei 1 aluno

Não responderam 6 alunos

As reportagens económicas despertam o teu interesse

Sim 9 alunos

Quais?

Sobre temas da atualidade

económica do país

Dos problemas do mundo atual, qual o que te preocupa mais

A crise económica e financeira 20 alunos

Aquecimento global 2 alunos

O desemprego 3 alunos

1

INQUÉRITO

1. Dados Biográficos / Identificação

Nome: ______________________________________________________________ Idade: ________________

Residência/Localidade: _______________________________________________________________________

2. Conhecimentos nas novas tecnologias

Possui formação nas novas tecnologias?

Sim ___ Não ___

Como aprendeu a trabalhar com as novas tecnologias?

______________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________

Gosta das aulas que apresentem recursos às novas tecnologias?

Sim ___ Não ___

Porquê?

______________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

Sente-se mais motivado nas aulas com recurso às novas tecnologias ou nas aulas que não apresentam esses

recursos? Justifique a sua resposta.

______________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________

No âmbito da unidade curricular de Iniciação à Prática Profissional IV, a aluna do Mestrado em Ensino da

Economia e da Contabilidade desenvolve a sua prática letiva supervisionada, na turma do 11.ºC da Escola

Secundária Anselmo de Andrade com a orientação de um professor cooperante. O presente inquérito a que vai

responder servirá para recolher dados das quatro aulas lecionadas no início do 2.º período relativamente à

Unidade 11 – A intervenção do Estado na Economia, da disciplina de economia A.

2

3. Pesquisa na internet A pesquisa na internet 8

permitiu perceber melhor os diferentes órgãos de soberania

permitiu desenvolver a minha autonomia

permitiu trabalhar em grupo

permitiu desenvolver métodos de pesquisa de informação

não foi muito importante

permitiu a construção e apresentação do power point

permitiu uma maior participação dos alunos

não participei

outros. Quais? _________________________

4. Lecionação das aulas em power point

Nas aulas com recurso ao power point...

estou mais atento é mais fácil para tirar dúvidas

consigo compreender melhor a matéria é mais difícil perceber a matéria

é mais fácil para perceber a sequência da matéria tenho tendência a falar mais

não me consigo concentrar outros. Quais? _________________________

5. Visionamento de vídeo

Com o visionamento do vídeo...

percebi melhor a matéria fui mais participativo

fiquei mais motivado consegui relacionar a matéria com a atualidade

percebi melhor a atualidade económica do país não gostei

fiquei mais confuso, prefiro aulas teóricas outros. Quais? __________________________

6. Eportefólio

O eportefólio...

é uma ferramenta importante para o meu futuro ajuda-me a construir o meu currículo

é muito difícil e não gostei já conhecia e já tinha utilizado

não tem qualquer utilidade não conhecia e considero importante

é importante para partilhar documentos outros. Quais? __________________________

é importante para organizar materiais ______________________________________

Muito obrigada pela colaboração.

Susana Guerra

Questões N.º de respostas

Possui formação nas novas tecnologias

7 alunos - Sim

15 alunos - Não

Como aprendeu a trabalhar com as TIC

Sozinho. Com pais e amigos.

Nas aulas de tic

Gosta das aulas que apresentem recursos às novas tecnologias? 22

Porquê

São mais interessantes, criativas,

motivadoras, atrativas, (16). São mais

interativas

(5). É mais fácil de trabalhar (6). Distraiu-

me com

Sente-se mais motivado nas aulas com recurso às novas tecnologias ou nas

aulas que não apresentam esses recursos? Justifique a sua resposta.

19 alunos afirmam que sim,

porque aprendem melhor e se

sentem mais motivados, os restantes

3 alunos afirmam que depende das aulas

A pesquisa na internet:

permitiu perceber melhor os diferentes órgãos de soberania 14

permitiu desenvolver a minha autonomia 6

permitiu trabalhar em grupo 14

permitiu desenvolver métodos de pesquisa de informação 8

não foi muito importante 0

permitiu a construção e apresentação do power point 12

permitiu uma maior participação dos alunos 8

não participei 1

Nas aulas com recurso ao power point...

estou mais atento 10

consigo compreender melhor a matéria 18

é mais fácil para perceber a sequência da matéria 12

Recolha de dados do inquérito realizado aos alunos

é mais fácil para perceber a sequência da matéria 12

não me consigo concentrar 0

é mais fácil para tirar dúvidas 3

é mais difícil perceber a matéria 0

tenho tendência a falar mais 0

Com o visionamento do vídeo...

percebi melhor a matéria 3

fiquei mais motivado 6

percebi melhor a atualidade económica do país 8

fiquei mais confuso, prefiro aulas teóricas 1

fui mais participativo 1

consegui relacionar a matéria com a atualidade 11

não gostei 2

outros. Quais? Nem sempre é claro

A construção do eportefólio...

é uma ferramenta importante para o meu futuro 8

é muito difícil e não gostei 2

não tem qualquer utilidade 4

é importante para partilhar documentos 6

é importante para organizar materiais 5

ajuda-me a construir o meu currículo 4

já conhecia e já tinha utilizado 2

não conhecia e considero importante 5

outros. Quais? Não gostei / não é essencial

TEMAÓRGÃOS DE SOBERA�IA

Planificação do trabalho Tratamento da informação Produto

Div

ersi

dad

e /

qu

alid

ade

das

fon

tes

Selecção de informação

Org

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Grelha de avaliação dos trabalhos de grupo

Nomes fictícios dos alunos

Avaliação da apresentação dos trabalhos de grupo

Eleição

Presidente

da

República Governo

Tribunais

Recolha e

tratamento

da

informação

sobre o

tema

Estruturação

das resposta

ao nível

escrito e oral

Originalidade

/ criatividade

do trabalho

Qualidade da

exposição /

apresentação

Assembleia

da

República

Empenho

nas

atividades

Ana Bom Bom Suficiente Bom Suficiente

Sara

Tiago

Miguel.

Nuno

Rodrigo.

Jorge Suficiente Suficiente Suficiente Bom Suficiente

João

Libânia

Joana

Guilherme

Tiago

João Insuficiente Insuficiente Insuficiente Insuficiente Insuficiente

Filipe

Gonçalo

Inês

João

Bruno

Rodrigo Insuficiente Insuficiente Insuficiente Insuficiente Insuficiente

Pedro

André

Mónica

Miguel R

Ana R

Parâmetros Insuficiente Suficiente Bom

Nº Nome

Desenvolve a

capacidade de

organização e

concretização das

tarefas

Intervém de

forma

construtiva e

reflete sobre os

problemas

Participa na

realização de

trabalhos

propostos

(individuais, de

pares)

Revela

responsabilidad

e (ser assíduo,

pontual,cumprir

prazos)

Respeita as

opiniões dos

outros

empenho

na realização das

atividades

propostas

1 Suf Ins Ins Suf Bom Suf

2 Suf Ins Ins Ins Suf Ins

3 Suf Ins Ins Ins Suf Ins

5 Suf Ins Ins Ins Suf Ins

7 Suf Ins Ins Ins Suf Ins

9 Suf Suf Suf Suf Bom Suf

10 Bom Suf Suf Ins Bom Bom

11 Bom Bom Bom Bom Bom Bom

12 Suf Ins Ins Suf Suf Suf

13 Bom Bom Bom Bom Bom Bom

14 Suf Suf Suf Suf Suf Suf

15 Suf Ins Ins SUf Suf Suf

16 Suf Suf Suf Suf Suf Suf

17 Suf Ins Ins Ins Ins Ins

18 Bom Bom Bom Bom Suf Bom

19 Suf Suf Suf Suf Suf Suf

20 Bom Bom Bom Bom Suf Bom

21 Bom Bom Bom Bom Bom Bom

22 Ins Ins Ins Ins Ins Ins

23 Ins Ins Ins Ins Ins Ins

24 Bom Bom Bom Bom Bom Bom

25 Bom Bom Bom Bom Bom Bom

26 Suf Ins Ins Suf Suf Suf

27 Suf Suf Suf Suf Suf Suf

Parâmetros Insuficiente Suficiente bom

Grelha de observação direta

Alunos Domínio cognitivo / Domínio das atitudes

1

GUIÃO DE ENTREVISTA

A presente entrevista visa a recolha de dados para a elaboração do relatório no âmbito do

Mestrado em Ensino da Economia e da Contabilidade, sobre o tema - As TIC na criação de

ambientes motivadores no processo de ensino e aprendizagem da economia, na unidade

didática 11.

Idade: 54 anos Sexo: Feminino

Formação Académica: Licenciatura em Gestão de empresas

Nível de Ensino: Secundário Disciplinas que leciona: Gestão e economia A

Tempo de serviço: 26 anos Tempo de serviço na escola: 20 anos

Entrevista destinada à professora cooperante

1. Possui formação especializada em Tecnologias de Informação e Comunicação? Sim e continuo a fazer, à medida que saem novos softwares.

2. Considera que a escola possui recursos suficientes para os professores utilizarem as novas tecnologias? Para os professores sim, para os alunos faltam alguns recursos, nomeadamente para

os cursos profissionais, dado que são programas muito específicos.

3. Com que frequência utiliza as TIC na lecionação de economia à turma do 11.ºC? Diariamente.

4. Quais as TIC que habitualmente utiliza como estratégia, na turma do 11.ºC? Hardware – computador e retroprojetor e no software essencialmente vídeos e

power point.

5. Na sua opinião, os alunos preferem aulas com recurso às novas tecnologias ou sem qualquer recurso às TIC? Com recurso às TIC, não tenho dúvidas nenhumas, quando faço inquéritos é o que

eles respondem, porque compreendem melhor.

6. Quando recorre às TIC, considera que os alunos se sentem mais motivados? Sim e percebem melhor os conteúdos.

7. Quando utiliza as novas tecnologias como estratégias considera que os alunos atingem melhor os objetivos estipulados no programa? Nunca se consegue atingir todos os objetivos com todos os alunos, dado que alguns

necessitam de um ensino diferenciado.

2

2

Análise e interpretação dos dados da entrevista

Categorias Subcategorias Unidade de dados

Características pessoais (CP)

Tempo de serviço “26 anos de serviço”

Formação académica “Gestão de empresas”

Formação especializada “continuo a fazer, à medida

que saem novos softwares”

Estratégias desenvolvidas e

recursos utilizados (EDRU)

Recursos da escola

“Para os professores sim,

para os alunos faltam alguns

recursos, nomeadamente

para os cursos profissionais,

dado que são programas

muito específicos”

Utilização das TIC (UT)

“Diariamente”, “Com recurso

às TIC, não tenho dúvidas

nenhumas, quando faço

inquéritos é o que eles (os

alunos) respondem, porque

compreendem melhor”

As TIC mais utilizadas

“Hardware – computador e

retroprojetor e no software

essencialmente vídeos e

power point”

Construção do conhecimento

(CC)

Motivação dos alunos “...percebem melhor os

conteúdos”

Objetivos do programa

“Nunca se consegue atingir

todos os objetivos com todos

os alunos, dado que alguns

necessitam de um ensino

diferenciado”

Unidade 11 - A Intervenção do Estado na Economia

Sumário: A intervenção do Estado na economia.

Funções e organização do Estado.

Objetivos

�Noção de Estado

�Identificar os elementos constituintes do Estado

�Caracterizar as funções do Estado

�Identificar os diferentes órgãos de soberania

�Referir os instrumentos de intervenção do Estado

�Dar uma noção de método D’Hondt

O Estado pode definir-se como sendo uma sociedadepoliticamente organizada, fixa em determinado território, quelhe é privativo e tendo como características a soberania e aindependência.

As sociedades para poderem funcionar necessitam de uma estrutura organizada: o Estado

independência.

Elementos constituintes do Estado:� População;� Território;� Órgãos de soberania.

Funções do Estado

Legislativa – elaboração das leis;Executiva ou Administrativa – execução das leis;Judicial – resolução de conflitos e punição da violação das leis.

Funções políticas – através das quais o Estado

Funções jurídicas

Funções políticas – através das quais o Estado garante o superior interesse da Nação:

• promove a paz social;

• gere a administração pública;

• aplica os recursos na satisfação das necessidades coletivas;

Funções não

jurídicas

�Funções sociais – através das quais o Estado promove amelhoria das condições de vida e de bem-estar da população:

• saúde;

• educação;

• justiça.

�Funções económicas – intervenção do Estado na economia,�Funções económicas – intervenção do Estado na economia,de modo a assegurar a:

• estabilidade da economia e garantir o seu bomfuncionamento;

• definir regras jurídicas que regulamentam a vidaeconómica;

• crescimento e o desenvolvimento económico.

�Instrumentos para exercer a função económica

• intervenção direta - produzindo bens e serviços parasatisfazer as necessidades coletivas;

• políticas económicas - isenção de alguns impostos aempresas, facilidade créditos;

• planeamento da atividade económica – permitem odesenvolvimento global da sociedade.

Órgãos de soberania

art.º 110.º da Constituição da República Portuguesa

• o Presidente da República – eleito de 5 em 5 anos;

• a Assembleia da República – mínimo de 180 deputados e um máximo de 230;deputados e um máximo de 230;

• o Governo – órgão superior da Administração Pública;

• os Tribunais – órgão de soberania com competência para administrar a justiça.

Método de D,Hondt

Em Portugal, as leis eleitorais da Assembleia da Em Portugal, as leis eleitorais da Assembleia da República, Autarquias Locais e Parlamento Europeu utilizam o método da média mais alta de D,Hondt.

É um sistema de representação proporcional através do qual se calcula o número de deputados que cada lista concorrente às eleições consegue eleger.

Síntese da aula

�Estado é soberano e independente, sendo os seus elementos constituintes a sua população, o seu território e os órgãos de soberania

�Funções do Estado – Jurídicas e não jurídicas

�3 Instrumentos para o exercício da função económica

�Os diferentes órgãos de soberania

�O método D’Hondt

Dividir a turma em 4 grupos de 6 alunos cada grupo.

Pesquisar na Constituição da RepúblicaPesquisar na Constituição da República

Grupo A

Eleição do Presidente da República

�Quem se pode candidatar a Presidente daRepública? Artigo 122.º

�Quem é eleito Presidente da República? Artigo 126.º

�Competência . Artigo 133.º

Grupo B

Governo

�Formação e responsabilidade. Artigos 187.º e 190.º�Formação e responsabilidade. Artigos 187.º e 190.º

�Competência. Artigo 199.º

Grupo C

Assembleia da República

�O que é a Assembleia da República? Artigo 147.º�O que é a Assembleia da República? Artigo 147.º

�Quais são os poderes dos Deputados? Artigo 156.º

�Competência. Artigo 165.º

Grupo D

Tribunais

�Função. Artigo 202.º

�Independência. Artigo 203.º

�Categorias. Artigo 209.º

Unidade 11 – A intervenção do Estado

na economiana economia

Sumário: Apresentação dos PTT’s realizados

pelos alunos.

O método de D’Hondt.

Objetivos

� Identificar os diferentes órgãos de soberania

�Perceber as competências dos órgãos de

soberania

�Aplicar o método de D’Hondt�Aplicar o método de D’Hondt

�Perceber como se elabora um e.portefólio

É um método para calcular a distribuição de deputados e outros

D’Hondt

É um método para calcular a distribuição de deputados e outrosrepresentantes eleitos na composição de órgãos de natureza colegial.

O método tem o nome do jurista belga que o inventou, Victor D'Hondt.Este método é utilizado em Portugal, assim como em muitos outrospaíses.

O método destina-se a calcular a distribuição dos mandatos pelas listas concorrentes, em que cada mandato é sucessivamente alocado à lista cujo

número total de votos dividido pelos números inteiros sucessivos, começando na unidade (isto é no número 1) seja maior.

O processo de divisão prossegue até se esgotarem todos os mandatos e todas as possibilidades de aparecerem quocientes iguais aos quais ainda

caiba um mandato. caiba um mandato.

Em caso de igualdade em qualquer quociente, o mandato é atribuído à lista menos votada.

Exercício prático

Uma determinada lista tem direito a eleger 7 deputados e concorrem 4 partidos: A, B,

C e D. Apurados os votos, a distribuição foi a seguinte: A - 12.000 votos; B - 7.500

votos; C - 4.500 votos; e D - 3.000 votos. Aplique o método D’ Hondt para apurar o votos; C - 4.500 votos; e D - 3.000 votos. Aplique o método D’ Hondt para apurar o

número de deputados para cada partido:

Divisor A B C D

1

2

3

44

5

6

7

Divisor A B C D

12000 7500 4500 3000

1 12000 7500 4500 3000

2

3

44

5

6

7

Divisor A B C D

12000 7500 4500 3000

1 12000 7500 4500 3000

2 6000 3750 2250 1500

3 4000 2500 1500 1000

4 3000 1875 1125 7504 3000 1875 1125 750

5

6

7

Divisor A B C D

12000 7500 4500 3000

1 12000 7500 4500 3000

2 6000 3750 2250 1500

3 4000 2500 1500 1000

4 3000 1875 1125 7504 3000 1875 1125 750

5

6

7

Partido A – 3 deputados, correspondentes aos quocientes 12000 (1º eleito), 6000

(3ºeleito) e 4000(5º eleito)

Partido B - 2 deputados, correspondentes aos quocientes 7500 (2.º eleito) e 3750 (6.º

eleito).

Partido C - 1 deputado, correspondente ao quociente 4500 (4.º eleito).

Partido D - 1 deputado, correspondente ao quociente 3000 (7.º e último eleito)

Note-se que apesar do quociente resultante da divisão por 4 ser 3000, igual

aos votos obtidos pelo partido D, o mandato é atribuído ao menos votado, isto

é ao Partido D, que assim elege o seu deputado.

Eleição num circulo eleitoral

Os 480 000 votos válidos vão eleger 11 deputados, numa votação

repartida por 6 candidaturas: A, B, C, D, E e F.

Na tabela seguinte estão registados o número de votos obtidos

por cada candidatura.

Lista A B C D E F

Número de votos

168000 104000 72000 64000 40000 32000

Lista A B C D E F

Número de votos

168000 104000 72000 64000 40000 32000

1 168000 104000 72000 64000 40000 32000

2 84000 52000 36000 32000 20000 16000

3 56000 34667 24000 21333 13133 106673 56000 34667 24000 21333 13133 10667

4 42000 26000 18000 16000 10000 8000

5 33600 20800 14400 12800 8000 6400

Lista A B C D E F

Número de votos

168000 104000 72000 64000 40000 32000

1 168000 104000 72000 64000 40000 32000

2 84000 52000 36000 32000 20000 16000

3 56000 34667 24000 21333 13333 106673 56000 34667 24000 21333 13333 10667

4 42000 26000 18000 16000 10000 8000

5 33600 20800 14400 12800 8000 6400

� Agrupando os quocientes por ordem decrescente até ao décimo primeiro deputado a eleger teremos:

1º 168000 A

2º 104000 B

3º 84000 A

4º 72000 C

5º 64000 D

6º 56000 A

7º 52000 B

8º 42000 A

9º 40000 E

10º 36000 C

11º 34667 B

Síntese da aula

Apresentar os PPT’s

O método D’Hondt

Realizar exercícios com a aplicação do método D’HondtRealizar exercícios com a aplicação do método D’Hondt

Explicar como se processa a construção do e.portefólio

Unidade 11

A intervenção do Estado na

economia

Sumário: O Setor Público Português.

Objetivos

� Caracterizar a estrutura do Setor Público em Portugal

� Explicitar os subsetores da Administração Pública

� Distinguir as empresas públicas do Estado�

� Identificar os fatores que justificam as nacionalizações

� Dar uma noção de privatização

Setor Público Português

Setor Público Administrativo Setor Empresarial do Estado

Administração

Central

Administração

CentralEmpresas Públicas

Administração Local

Segurança SocialEmpresas

Intervencionadas

Empresas

Intervencionadas

Empresas Mistas

Setor Público Administrativo

Administração Central, que inclui os órgãos e entidades estaduais com os seus

serviços e departamentos: Ministérios, Secretarias de Estado, Direções-gerais,

Institutos Públicos, etc.

Administração Local, que engloba as autarquias locais (Municípios e Freguesias), visa

satisfazer de forma eficiente as necessidades específicas das diversas comunidades satisfazer de forma eficiente as necessidades específicas das diversas comunidades

locais.

Segurança Social, a sua função principal traduz-se no financiamento de prestações

sociais a determinadas camadas da população.

Empresas Públicas

• São as empresas cuja propriedade é do Estado, ou seja,

Empresas mistas

• São as empresas cuja propriedade é do Estado e de

Empresas intervencionadas

• São as empresas privadas em que, perante uma

Setor Empresarial do Estado (SEE)

do Estado, ou seja, cuja totalidade do capital pertence ao Estado e que são criadas de raiz pelo próprio Estado;

do Estado e de particulares, mas em que a maioria do capital pertence ao Estado;

perante uma situação crítica, o Estado resolve intervir na sua gestão de forma a apoiar a sua recuperação.

Fatores que justificam as nacionalizações:

� Importância das empresas;

� Situação de desagregação da empresa;

� Não satisfação das necessidades das populações;

� Má administração e boicote ao desenvolvimento.

Foi, sobretudo, após a Revolução do 25 de Abril de 1974 que

foi constituído em Portugal um vasto Sector Empresarial do

Estado resultante do processo de nacionalizações, que fez

passar para as mãos do Estado vários ramos de atividade

económica como Bancos, Companhias de Seguros, Cimentos, económica como Bancos, Companhias de Seguros, Cimentos,

etc.

Os defensores de uma política de Estado menos intervencionista

defendem uma intervenção do Estado na economia ao mínimo possível.

As receitas das

privatizações

ajudaram a reduzir a

dívida pública

Privatização - O Estado vende, total ou parcialmente, o capital

de uma empresa pública, passando esta para a posse de

entidades privadas. Estas operações são efetuadas na Bolsa de

Valores.

dívida pública

Na Vossa opinião, qual é a tendência atual

do Estado, é no sentido das privatizações

ou das nacionalizaçõesou das nacionalizações

Síntese da aula

O Setor Público Administrativo

O Setor Empresarial do Estado

Os diferentes fatores que justificam as nacionalizaçõesOs diferentes fatores que justificam as nacionalizações

A tendência atual do Estado – as privatizações

http://www.youtube.com/watch?v=CQYkRofFWPk

Ano letivo 2011 / 2012

Guião de exploração

http://www.youtube.com/watch?v=CQYkRofFWPk

Responda às questões na folha do guião de exploração.

1) Indique duas medidas de contenção da despesa referidas no vídeo?

2) Refira duas medidas de proteção social que irão sofrer cortes.

3) De que forma irão ser afetados os Órgãos de Soberania e a Administração

Pública?

4) Uma das medidas apresentadas refere-se à “Redução das transferências do

Estado para a Administração Pública”. Quais os subsetores da Administração

Pública que conhece?

5) Mencione uma medida apresentada para, como refere o ex. Primeiro-

Ministro, “defender a economia e o emprego público”.

Escola Secundária Anselmo de Andrade 11.º C

Unidade 11-A Intervenção do Estado na Economia 11.º Ano Economia A

Guião de exploração

http://www.youtube.com/watch?v=CQYkRofFWPk

1) Indique duas medidas de contenção da despesa referidas no vídeo?

Redução das despesas com salários, com pessoal, redução das despesas sociais.

2) Refira duas medidas de proteção social que irão sofrer cortes.

Congelamento pensões, redução das despesas com RSI, eliminação do aumento

extraordinário com abono de família e eliminação da prestação para escalões mais

elevados

3) De que forma irão ser afetados os Órgãos de Soberania e a Administração

Pública?

Redução total da despesa com salários função pública incluindo órgãos de soberania,

administração publica, institutos públicos, empresas publicas, entidades reguladores,

vencimentos superiores a 1.500€ mensais.

4) Uma das medidas apresentadas refere-se à “Redução das transferências do

Estado para a Administração Pública”. Quais os subsetores da Administração

Pública que conhece?

Administração Central, Administração local e Segurança Social.

5) Mencione uma medida apresentada para, como refere o ex Primeiro-

Ministro, “defender a economia e o emprego publico”.

Taxas de juros das empresas para garantir investimento e manter o emprego.

Escola Secundária Anselmo de Andrade 11.º C

Unidade 11-A Intervenção do Estado na Economia 11.º Ano Economia A

Defender o nosso modelo de sociedade

10 medidas abordadas ao longo do vídeo

Redução total da despesa com salários função pública incluindo órgãos de soberania,

administração publica, institutos públicos, empresas publicas, entidades reguladores,

vencimentos superiores a 1.500€ mensais.

Demitir pessoal – (despesa com pessoal)

Redução ajudas de custo e horas extraordinária

Congelamento progressões e das promoções na função publica

Congelamento pensões

Acumular vencimentos públicos e pensões

Eliminação do aumento extraordinário com Abono de família e eliminação da

prestação para escalões mais elevados

Das despesas Rsi redução

Redução das transferências do estado para outros sub setores da administração

pública

Redução de subsídios às despesas públicas

Redução cargos públicos

Redução frota automóvel

Iniciar a 1m até 7m e 20s

A intervenção do Estado na atividade económicaatividade económica

Sumário: Evolução da intervenção do Estado na economia.economia.

Objetivos

�Explicitar a evolução da intervenção do Estado na economia

�Caracterizar o Estado liberal �Caracterizar o Estado liberal

�Identificar as áreas de intervenção do Estado intervencionista

�Caracterizar o Estado providência

�Explicar as funções económicas e sociais do Estado

As ideias liberais surgem no final do séc. XVIII

Considerava-se que o Estado não deveria interferir na esfera económica, dado

À regulamentação jurídica da economia Defesa da ordem social

Considerava-se que o Estado não deveria interferir na esfera económica, dado que poderia causar desequilíbrios. Este apenas deveria limitar-se:

Adam Smith

Defende a total liberdade económicapara que a iniciativa privada pudessedesenvolver-se autonomamenteA livre concorrência entre osempresários regularia o mercado,provocando a queda de preços e as

A não-intervenção do Estado na economia e consequente limitação às

funções públicas de manutenção da ordem, da propriedade privada e da

justiça.

provocando a queda de preços e asinovações tecnológicas necessárias paramelhorar a qualidade dos produtos eaumentar o ritmo de produção.

Adam Smith

Adam Smith ilustrou bem seu pensamento ao afirmar "não é da benevolência dopadeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar, mas simdo empenho deles em promover o seu "auto-interesse".do empenho deles em promover o seu "auto-interesse".Self-interest ou interesse egoísta, o qual é “levado por uma mão invisível a promoveralgo que nunca fez parte do interesse dele: o bem-estar da sociedade.”

Concentrações populacionais e de empresas, crises resultantes da inadequação da oferta à procura e desemprego.

Reconhecida a incapacidade da economia se regular a si própria, o

A primeira Guerra Mundial representa este marco de mudança e uma nova organização económica.

Reconhecida a incapacidade da economia se regular a si própria, o Estado vai assumir determinadas tarefas que lhe estavam vedadas.

John Maynard Keynes (1883-1946)

Veio defender a intervenção do Estado em certa áreas da economia, para dinamizar a retoma económica, a criação de emprego, estimulando o investimento privado.

Só interessam as políticas ou medidas que contribuam para assegurar a autorregulação do mercado, criando as condições que façam do mercado o único poder organizador em matéria económica.

Karl Polanyia, A Grande Transformação,

Paris, 1944 (adaptado)Paris, 1944 (adaptado)

Qual a forma de Estado implícita no texto

Devido a esta crescente intervenção do Estado na esfera económica nasce o Estado intervencionista, que intervém:

� Na nacionalização de setores estratégicos (minas de carvão, empresas de gás e eletricidade, transportes, bancos...);empresas de gás e eletricidade, transportes, bancos...);

� Adoção de medidas de planeamento a nível nacional;

� Constituição de um Setor Público Empresarial;

� Desenvolvimento de políticas social.

Contabilidade Nacional, métodos de previsão económica

Fomenta a justiça social, intervém na redistribuição dos rendimentos (RSI)

O Estado alargou o âmbito da sua intervenção

Cria um sistema de cobertura de riscos (distribuição de vários subsídios)

Estado-Providência

O Estado deve garantir:

Eficiência

Equidade

Estabilidade

�Eficiência – Fomentando o desenvolvimento económico e a gestão racional dos recursos.

�Equidade – Corrigindo as desigualdades sociais e �Equidade – Corrigindo as desigualdades sociais e promovendo o acesso de toda a população a bens e serviços essências.

�Estabilidade – Nomeadamente dos preços e das contas externas.

Contabilidade nacional

Instrumento indispensável para o desenvolvimento para o desenvolvimento económico de um país

Procura quantificar a criação, a distribuição

e a aplicação de riqueza

Distinga privatização de nacionalização.nacionalização.

Distinga empresas públicas de empresas públicas de empresas

mistas.

Síntese da aula

�As ideias liberais – Estado deve limitar-se à

regulamentação jurídica da economia e defesa da

ordem social

� Estado intervencionista

� Estado providência

Agradeço a todos a atenção, disponibilidade e simpatia.

Votos de muitos sucessos.Votos de muitos sucessos.

Não se esqueçam do e.portefólio.

Adam Smith

Economia - Unidade 11

Com 16 anos de idade, foi estudar filosofia moral na Universidade de Glasgow.

Nasce em Kirkcaldy, a 7 de junho de 1723.

Em 1751, tornou-se professor de Lógica e Filosofia Moral na

Universidade de Glasgow.

Em 1759, publicou sua obra Teoria dos Sentimentos Morais.

Em 1776, publicou sua grande obra: A Riqueza das Nações.

Morre em Edimburgo no dia 17 de julho de 1790.

"A riqueza de uma nação mede-se pela riqueza do povo e não pela riqueza dos príncipes."

Frases de Adam Smith

"No estágio adiantado da sociedade, portanto, são paupérrimas as pessoas que fazem comércio daquilo que outros procuram como passatempo."

"Nenhuma nação pode florescer e ser feliz enquanto grande parte de seus membros for formada de pobres e miseráveis."

Principais obras

Teoria dos sentimentos morais (1759)

A Riqueza das Nações (1776)

Teoria dos sentimentos morais

Instintos de auto-

preservação e auto-interesse

Capacidade desimpatia e umapresença interior queaprova ou desaprovaauto-interesse aprova ou desaprovaas ações do indivíduo

Esta estrutura motiva conflitos entre os indivíduos, masdá-lhes, também, a faculdade de criar instituiçõesatravés das quais esse conflito é amenizado etransformado em bem social.

Investigação sobre a

Natureza e as Causas da Riqueza das

Nações

Define os pré-requisitos para o liberalismo

económico e prosperidade das

nações como o combate aos monopólios,

públicos ou privados

A não-intervenção do Estado na economia e consequente limitação às funções públicas de manutenção da ordem, da propriedade privada e da

justiça.

Defende a total liberdade económicapara que a iniciativa privada pudessedesenvolver-se autonomamenteA livre concorrência entre osempresários regularia o mercado,provocando a queda de preços e asinovações tecnológicas necessáriaspara melhorar a qualidade dosprodutos e aumentar o ritmo deprodução.

A obra Riqueza das Nações popularizou-se pelo uso da expressão da mão invisível do mercado. Segundo Adam Smith os agentes económicos atuando livremente chegariam a

uma situação de eficiência

Curiosamente a expressão aparece apenas uma vez na obra Riqueza das Nações.

Adam Smith ilustrou bem seu pensamento ao afirmar "não é da benevolência dopadeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar,mas sim do empenho deles em promover o seu "auto-interesse".Self-interest ou interesse egoísta, o qual é “levado por uma mão invisível apromover algo que nunca fez parte do interesse dele: o bem-estar da sociedade.”

Curiosidade

A data do seu nascimento foi descoberta, apenas, em 2006

1

Ficha de trabalho Para responder a este grupo, itens de escolha múltipla, faça um círculo na letra que identifica a única opção correta. 1-Compete ao Estado...

(A) ...fiscalizar a gestão empresarial de entidades privadas.

(B) ...produzir bens e serviços comercializáveis.

(C) ...definir regras que regulamentam a vida económica.

(D) ...regular o mercado internacional.

2-Os elementos constituintes do Estado são...

(A) ...a população, as empresas públicas e o setor privado.

(B) ...o território, a segurança social e a população.

(C) ...o território, a população e os órgãos de soberania.

(D) ...os órgãos de soberania, o setor público e o setor privado.

3-O Estado providência defende...

(A) ...a livre iniciativa e a livre concorrência.

(B) ...a propriedade privada dos meios de produção.

(C) ...que deve intervir na vida em sociedade, mas apenas nas áreas em que o Sector Privado

não atua.

(D) ...que deve ter um papel ativo na redistribuição do rendimento.

4-As funções não jurídicas do Estado são...

(A) ...as funções política, social e económica.

(B) ...as funções legislativa, política e social.

(C) ...as funções legislativa, executiva e judicial.

(D) ...as funções social, legislativa e administrativa.

Escola Secundária Anselmo de Andrade - 11.º C

Unidade 11-A Intervenção do Estado na Economia

Economia A

Nome: N.º: Ano: Turma:

Avaliação:

2

5-Os órgãos de soberania são...

(A) ...o Presidente da República, a Assembleia da República, o Governo e os Tribunais.

(B) ...o Presidente da República, o Primeiro-Ministro e os Deputados.

(C) ...a Assembleia da República, o Primeiro-Ministro, os Secretários de Estado e a Segurança

Social.

(D) ...a Administração Central, a Administração Local e a Segurança Social.

6-A decisão do Governo de aumentar o salário mínimo nacional é uma medida que tem

como objetivo essencial...

(A) ...aumentar a eficiência na utilização dos recursos.

(B) ...diminuir as desigualdades sociais.

(C) ...proporcionar a criação de emprego.

(D) ...assegurar o equilíbrio das contas externas.

7-O Estado pode intervir para corrigir falhas de mercado; neste caso, o seu objetivo é

contribuir para a...

(A) ...redistribuição dos rendimentos.

(B) ...estabilidade do desenvolvimento económico.

(C) ...regulação imperativa da produção.

(D) ...eficiência da atividade económica.

8-Duas das medidas que o Estado pode utilizar para reduzir o défice orçamental são...

(A) ...o aumento dos impostos indiretos e a diminuição das transferências para as Famílias.

(B) ...a diminuição das contribuições para a Segurança Social e a diminuição dos impostos

indiretos.

(C) ...o aumento das transferências para as Famílias e a diminuição das contribuições para a

Segurança Social.

(D) ...a diminuição dos impostos indiretos e o aumento das transferências para as Famílias.

9-Actualmente, em vários países da Europa, os sistemas de Segurança Social correm risco

de rutura financeira. Um dos fatores responsáveis por esse facto pode ser...

(A) ...o aumento da população empregada.

(B) ...a diminuição da população inativa.

(C) ...o aumento da população residente.

(D) ...a diminuição da população empregada.

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10-Com a política de redistribuição do rendimento, o Estado pretende...

(A) ...receber impostos pagos pelas famílias.

(B) ...atenuar a desigualdade na repartição do rendimento.

(C) ...obter receitas para fazer face às suas despesas.

(D) ...eliminar qualquer desigualdade de rendimentos.

11-Na definição das suas políticas económicas, o Estado utiliza diversos instrumentos,

como, por exemplo ...

(A) ...a taxa de inflação.

(B) ...os lucros obtidos pelas empresas.

(C) ...os impostos.

(D) ...a taxa de desemprego.

12-Quando o Estado entrega prestações sociais às famílias, está a proceder a uma...

(A) ...repartição primária do rendimento.

(B) ...redistribuição do rendimento.

(C) ...redução do défice orçamental.

(D) ...redução das despesas orçamentais.

13-É exemplo de uma medida imediata de combate ao desemprego...

(A) ...a alteração da taxa de juro dos depósitos à ordem.

(B) ...o aumento da idade de reforma dos trabalhadores.

(C) ...o equilíbrio das contas públicas.

(D) ...a implementação de cursos de formação profissional.

14-Um dos objetivos da intervenção do Estado na redistribuição do rendimento é garantir

uma maior...

(A) ...produtividade.

(B) ...autonomia.

(C) ...eficiência.

(D) ...equidade.

4

15-Uma das funções económicas e sociais do Estado é a de garantir a equidade. Isso

significa que o Estado deve...

(A) ...orientar a economia de modo que os recursos sejam utilizados com eficiência.

(B) ...distribuir os recursos de forma a evitar externalidades negativas.

(C) ...promover um crescimento económico respeitador do ambiente.

(D) ...intervir de modo a atenuar desigualdades económicas e sociais.

16-A iluminação pública é exemplo de um bem público, porque...

(A) ...é um bem abundante.

(B) ...responde a uma necessidade primária.

(C) ...satisfaz uma necessidade do Governo.

(D) ...goza de não exclusividade.

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Ficha de trabalho

Para responder a este grupo, itens de escolha múltipla, faça um círculo na letra que identifica a única opção correta. 1-Compete ao Estado...

(A) fiscalizar a gestão empresarial de entidades privadas.

(B) produzir bens e serviços comercializáveis.

(R) definir regras que regulamentam a vida económica.

(D) regular o mercado internacional.

2-Os elementos constituintes do Estado são...

(A) a população, as empresas públicas e o setor privado.

(B) o território, a segurança social e a população.

(R) o território, a população e os órgãos de soberania.

(D) os órgãos de soberania, o setor público e o setor privado.

3- O Estado providência defende...

(A) a livre iniciativa e a livre concorrência.

(B) a propriedade privada dos meios de produção.

(C) que deve intervir na vida em sociedade, mas apenas nas áreas em que o Sector Privado

não atua.

(R) que deve ter um papel ativo na redistribuição do rendimento.

4-As funções não jurídicas do Estado são...

(R) as funções política, social e económica.

(B) as funções legislativa, política e social.

(C) as funções legislativa, executiva e judicial.

(D) as funções social, legislativa e administrativa.

Escola Secundária Anselmo de Andrade 11.º C

11-A Intervenção do Estado na Economia 11.º Ano Economia A

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5-Os órgãos de soberania são...

(R) o Presidente da República, a Assembleia da República, o Governo e os Tribunais.

(B) o Presidente da República, o Primeiro-Ministro e os Deputados.

(C) a Assembleia da República, o Primeiro-Ministro, os Secretários de Estado e a Segurança

Social.

(D) a Administração Central, a Administração Local e a Segurança Social.

6-A decisão do Governo de aumentar o salário mínimo nacional é uma medida que tem

como objetivo essencial...

(A) aumentar a eficiência na utilização dos recursos.

(R) diminuir as desigualdades sociais.

(C) proporcionar a criação de emprego.

(D) assegurar o equilíbrio das contas externas.

7-O Estado pode intervir para corrigir falhas de mercado; neste caso, o seu objetivo é

contribuir para a...

(A) redistribuição dos rendimentos.

(B) estabilidade do desenvolvimento económico.

(C) regulação imperativa da produção.

(R) eficiência da atividade económica.

8-Duas das medidas que o Estado pode utilizar para reduzir o défice orçamental são...

(R) o aumento dos impostos indiretos e a diminuição das transferências para as Famílias.

(B) a diminuição das contribuições para a Segurança Social e a diminuição dos impostos

indiretos.

(C) o aumento das transferências para as Famílias e a diminuição das contribuições para a

Segurança Social.

(D) a diminuição dos impostos indiretos e o aumento das transferências para as Famílias.

9-Actualmente, em vários países da Europa, os sistemas de Segurança Social correm risco

de rutura financeira. Um dos fatores responsáveis por esse facto pode ser...

(A) o aumento da população empregada.

(B) a diminuição da população inativa.

(C) o aumento da população residente.

(R) a diminuição da população empregada.

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10-Com a política de redistribuição do rendimento, o Estado pretende...

(A) receber impostos pagos pelas famílias.

(R) atenuar a desigualdade na repartição do rendimento.

(C) obter receitas para fazer face às suas despesas.

(D) eliminar qualquer desigualdade de rendimentos.

11-Na definição das suas políticas económicas, o Estado utiliza diversos instrumentos,

como, por exemplo, ...

(A) a taxa de inflação.

(B) os lucros obtidos pelas empresas.

(R) os impostos.

(D) a taxa de desemprego.

12-Quando o Estado entrega prestações sociais às famílias, está a proceder a uma...

(A) repartição primária do rendimento.

(R) redistribuição do rendimento.

(C) redução do défice orçamental.

(D) redução das despesas orçamentais.

13-É exemplo de uma medida imediata de combate ao desemprego...

(A) a alteração da taxa de juro dos depósitos à ordem.

(B) o aumento da idade de reforma dos trabalhadores.

(C) o equilíbrio das contas públicas.

(R) a implementação de cursos de formação profissional.

14-Um dos objetivos da intervenção do Estado na redistribuição do rendimento é garantir

uma maior...

(A) produtividade.

(B) autonomia.

(C) eficiência.

(R) equidade.

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15-Uma das funções económicas e sociais do Estado é a de garantir a equidade. Isso

significa que o Estado deve...

(A) orientar a economia de modo que os recursos sejam utilizados com eficiência.

(B) distribuir os recursos de forma a evitar externalidades negativas.

(C) promover um crescimento económico respeitador do ambiente.

(R) intervir de modo a atenuar desigualdades económicas e sociais.

16-A iluminação pública é exemplo de um bem público, porque...

(A) é um bem abundante.

(B) responde a uma necessidade primária.

(C) satisfaz uma necessidade do Governo.

(R) goza de não exclusividade.