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DIREITO CIVIL VII – Provas 14/03 e 28/04 Salomão de Araújo Cateb AULA 01 – 03/02/2005 Atividades Provas: 25 pontos. Trabalhos: valem de zero a cinco pontos. 1º (até 21/03): pesquisar na jurisprudência (a partir de 2000) e na doutrina Edna: Artigos 1.824 a 1.828 (petição de herança). Bibliografia Está no SAA, juntamente com o programa da disciplina. Autore s: Suce ssões: Carlo s Maxim iliano (CCB de 1916 ); Zeno Velo so (mais moderno); Giselda Hironaka; Eduardo de Oliveira Leite; José da Silva Pacheco; Itabaiana de Oliveira (CCB 1916); Pontes de Miranda (CCB 1916); Carvalho Santos (CCB 1916); Sílvio Venosa; Síl vio Rod rig ue s; Edu ardo Zan oni (Ar ge ntin o); Pa rte Geral: Caio rio; Pablo Sto lze r Gagliano e Rodolfo Pamplona; Gustavo Tepedino; Francisco Amaral. A cidade antiga (Fustel de Coulanges); O espírito do Direito Romano (Rudolf von Ihering). AULA 02 – 10/02/2005 DIREITO DAS SUCESSÕES Quando falamos em sucessão, pensa-se primeiro que alguém morreu e daí é preciso saber o que esse alguém deixou. Também é preciso saber se essa pessoa deixou dívidas e se seu  patrimô nio se rá o su ficiente para quitá-las.  No estudo do direito dos contratos, no que tange ao contrato de compra e vend a, o vend edor , ao alienar um bem precisa realizar a transferência de propriedade. No caso de imóveis, ainda é  precis o que se faça a inscrição no regis tro de imóveis. Isso é cons iderad o sucessão e essa sucessão ou transferência é um ato inter vivos e ocorre periodicamente. Também, numa doação existe a transferência do bem, que é uma sucessão gratuita. Assim, nos atos praticados entre  pesso as viv as tam bém o corre a sucessão. O indivíduo é portador de um conjunto de direitos e de obrigações, isso é o mais comum que ocorre. Quando a pessoa morre, esse conjunto passa para outras pessoas: essa sucessão é chamada de sucessão causa mortis. Em conclusão, temos dois ti pos de sucessões: a)  Inter v ivos: sucessão de uma pessoa viva para outra, também viva. 1

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DIREITO CIVIL VII – Provas 14/03 e 28/04Salomão de Araújo Cateb

AULA 01 – 03/02/2005

Atividades

Provas: 25 pontos.

Trabalhos: valem de zero a cinco pontos.1º (até 21/03): pesquisar na jurisprudência (a partir de 2000) e na doutrina ⇒Edna: Artigos1.824 a 1.828 (petição de herança).

Bibliografia

Está no SAA, juntamente com o programa da disciplina.

Autores : Sucessões: Carlos Maximiliano (CCB de 1916); Zeno Veloso (mais moderno);Giselda Hironaka; Eduardo de Oliveira Leite; José da Silva Pacheco; Itabaiana de Oliveira(CCB 1916); Pontes de Miranda (CCB 1916); Carvalho Santos (CCB 1916); Sílvio Venosa;Sílvio Rodrigues; Eduardo Zanoni (Argentino); Parte Geral: Caio Mário; Pablo StolzerGagliano e Rodolfo Pamplona; Gustavo Tepedino; Francisco Amaral.

A cidade antiga (Fustel de Coulanges); O espírito do Direito Romano (Rudolf von Ihering).

AULA 02 – 10/02/2005

DIREITO DAS SUCESSÕES

Quando falamos em sucessão, pensa-se primeiro que alguém morreu e daí é preciso saber oque esse alguém deixou. Também é preciso saber se essa pessoa deixou dívidas e se seu

 patrimônio será o suficiente para quitá-las.

 No estudo do direito dos contratos, no que tange ao contrato de compra e venda, o vendedor,ao alienar um bem precisa realizar a transferência de propriedade. No caso de imóveis, ainda é

 preciso que se faça a inscrição no registro de imóveis. Isso é considerado sucessão e essasucessão ou transferência é um ato inter vivos e ocorre periodicamente. Também, numa doaçãoexiste a transferência do bem, que é uma sucessão gratuita. Assim, nos atos praticados entre

 pessoas vivas também ocorre a sucessão.

O indivíduo é portador de um conjunto de direitos e de obrigações, isso é o mais comum queocorre. Quando a pessoa morre, esse conjunto passa para outras pessoas: essa sucessão échamada de sucessão causa mortis.

Em conclusão, temos dois tipos de sucessões:

a)  Inter vivos: sucessão de uma pessoa viva para outra, também viva.

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 b) Causa mortis: sucessão de um conjunto de direitos e obrigações de uma pessoa que morreu para uma pessoa que está viva. Daí, deve existir um patrimônio e uma relação jurídica entre a pessoa que morreu e a pessoa que sobreviveu à pessoa morta.

O patrimônio é um conjunto de direitos e de obrigações que se inicia num primeiro momento e

se acresce até a morte. O indivíduo possui somente um patrimônio, pois o seu sentido é deconjunto. Quando uma pessoa fali, por exemplo, tendo uma baixa no seu patrimônio, mesmoassim, considera-se que ela possui apenas um patrimônio ao longo da sua vida. É quaseimpossível que o patrimônio das pessoas se mantenha estável ou imutável ao longo de todavida. Assim, o patrimônio é único, porém variável.

Quando alguém investe em um setor empresarial, ele o faz para auferir lucro. Assim, pega-se ovalor de investimento no negócio, diminui-se o que se gastou, para se chegar a um possívellucro e assim, sucessivamente, de tempos em tempos. Um patrimônio que começa com somasmodestas em dinheiro, pode aumentar gradativamente, até se transformar numa grande fortuna.

Ao fim da vida, o patrimônio de alguém é transmitido por intermédio de uma relação jurídica para alguém que está vivo. Essa relação jurídica deve ser uma relação de parentesco porconsangüinidade, ou de parentesco por afinidade, ou até por afinidade sem parentesco(amizade).

O senhor Antônio faleceu, deixando seu patrimônio para três outras pessoas que estão vivas ecom as quais mantinha uma relação jurídica. Essas três pessoas devem ter capacidade parareceber a herança. A relação jurídica deve ser legítima para essas pessoas estarem na condiçãode herdeiros. Essa é uma primeira idéia de sucessões.

Uma segunda idéia é que, quando o senhor Antônio formou seu patrimônio, ele não tinha idéiade como isso iria se desenvolver. Ao final ele possuía dez milhões, o que constitui umauniversalidade em que estão contidos os seus bens. O automóvel que seu Antonio possuía faz

 parte dessa universalidade, mas ao mesmo tempo é uma coisa certa, singular. Assim, as coisassingulares ou determinadas são consideradas coisas simples.

Então, existe a sucessão:

a) Sucessão a título universal: denota uma noção de conjunto em que não é possível sedeterminar as coisas que estão dentro de um universo. Daí, existe a figura do herdeiro, que recebesempre na sucessão a título universal. Entretanto, pode existir um herdeiro que recebe uma partedesse universo ou o todo desse universo, quando é o único herdeiro (é também chamado herdeirouniversal, pois é o único, que recebe a titulo universal, pois recebe toda a herança).

 b) Sucessão a título singular: implica noção de coisa determinada. Não se trata de herdeiro, pois herdeiro somente se relaciona com a sucessão a título universal. Então, a pessoa que recebe atítulo singular é denominada legatário.

Importante ressaltar essa diferença entre o herdeiro e o legatário. Cabe lembrar que tanto pessoas físicas como as pessoas jurídicas podem ser legatários. Pessoa jurídica é uma ficção jurídica formada por um conjunto de pessoas que se reúnem para constituir uma outra

 personalidade, distinta da dos sócios. Em conclusão, a pessoa jurídica não pode ser herdeiro,dada a impossibilidade de se estabelecer vínculo de parentesco.

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Assim, a herança decorre da lei, pois é o ordenamento jurídico que estabelece, por exemplo, odireito do filho de receber do pai a herança. Além da lei, a vontade da pessoa também podetransmitir o patrimônio. Dessa forma, existem:

a) Sucessão legítima, que decorre da lei, pois ela diz quem é o herdeiro.

 b) Sucessão testamentária, que decorre da vontade. O de Cujus diz quem é o legatário.

Existe uma variação dentro desse quadro, pois há um universo que se deixa para os herdeirosem decorrência de lei, mas também existe um universo que se deixa para alguém, pela vontade.

 No entanto, nessa hipótese tal pessoa não pode ser o legatário, pois este recebe coisadeterminada. Pela vontade é possível a figura do herdeiro instituído.

Assim, no testamento existe o legatário e o herdeiro instituído ou herdeiro testamentário, e issodepende da vontade do de Cujus. Importante ressaltar que o herdeiro instituído recebe auniversalidade e não é possível determinar o que ele irá receber. Isso ocorre apenas com o

legatário. É possível que se deixe a totalidade dos bens que se possui, por meio de um herdeiroinstituído, que pode ser universal, recebe toda a herança, ou o herdeiro universal recebe partedos bens, mas a herança é a titulo universal.

A lei impõe limites à vontade quando existe a figura dos herdeiros necessários. O limite é dametade dos bens, isto é, metade de todo o patrimônio que se possui (direito e obrigações) vai

 para os herdeiros necessários e a outra metade pode ir para os herdeiros testamentários ouinstituídos.

Os herdeiros necessários situam-se em três classes:

Descendentes: direito natural de pai para filhoAscendentes: direito positivo, de filho para os pais, por exemplo.Cônjuge:

A doutrina chama esse herdeiro de herdeiros reservatários, pois a lei lhes reserva uma porçãoda universalidade do patrimônio.

A morte é um fato natural e dentro do direito sucessório ela tem uma conotação bastanteformal. Inventário é um procedimento judicial que transmite o bem para as pessoas, nunca

 pode ser amigável, sempre é judicial. Então a transmissão ocorre por meio do inventário. É uminstrumento de transmissão de direito. De outro modo, o inventário não dá direito às pessoas.Ao fim, faz-se a partilha, que devolve a singularidade à universalidade de bens.

O inventário é um instrumento contencioso no sentido de transmissão por obrigatoriedade dese fazer perante o juiz, daí apresenta-se o direito das pessoas. As pessoa precisam provar quesão herdeiro, por intermédio da certidão de nascimento ou de casamento: essa é a prova datitularidade, para que a pessoa se habilite na herança. Então o processo de inventário écontencioso e é judicial.

Quando a pessoa não possui o titulo de herdeiro (certidão ou de nascimento ou de casamento),mas é filho, deve-se primeiro ingressar com ação na vara de família para comprovar o

 parentesco e depois é que se terá direito à herança. Então a habilitação é posterior, pois elarequer titulo. Não é possível que cumule essas duas ações, pois elas possuem ritos distintos.

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Deve-se pagar o imposto devido, o imposto causa mortis. O inventário é um processo que searrecada todos os bens, apresenta-se todos os herdeiros, faz-se a partilha, paga-se o imposto,etc.

 Na investigação de paternidade não é possível que se entre contra o espolio, mas sim contra

cada um dos herdeiros. O espolio não tem personalidade jurídica, é um Estado transitório e nomomento em que se faz a partilha, ele se extingue.

Uma pessoa pode ou não deixar testamento. Se não deixar, faz-se de acordo com a lei é asucessão ab intestato, isto é, sucessão sem testamento. O falecido é o de Cujus, de origem nodireito romano, (de cuja sucessão se tratava daquela pessoa). Só se faz inventário quandoexiste patrimônio. Para a sucessão é preciso patrimônio e o de cujus.

Existe a figura do inventário negativo que é necessário quando uma pessoa era casada e ocônjuge faleceu e a pessoa que casar-se novamente com regime de comunhão total ou parcial.

É para afastar uma causa impeditiva de casamento. É para evitar que a pessoa caseobrigatoriamente no regime de separação total de bens.

Somente não se transmitem os direitos pessoais, que se vão com o falecido. É o caso dosdireitos políticos, alimentos. Os direitos patrimoniais devem ser transmitidos.

Existem os herdeiros colaterais: sobrinhos, primos, irmãos, chamados urubus. O parentescocolateral tem um parentesco comum. Na ordem direita os parentes são chamados em linha reta(descendentes e ascendentes e não há limite na lei, pois é possível se ter uma ascendente de 5ou 6 grau e sempre serão parentes; mesmo com a dissolução do casamento não é possível ocasamento em linha reta; artigo 159.. e impedimentos).

 Na linha lateral é preciso voltar-se ao ascendente comum. O colateral a lei estabelece umlimite. Pelas ordenações Filipinas o parentesco dos colaterais iria até o 10º grau. ClovisBeviláqua fez o projeto em 1899 que deu origem ao código de 1916. Em 1907 veio uma lei,chamada Feliciano pena que trata dos direitos da mulher, da possibilidade de a mulheradministrar seus próprios bens e reduziu para o 6º grau para se considerar parentes oscolaterais, antecipando o CCB de 1916. Getúlio Vargas, por meio de um decreto instituiu paraaté o 3º grau o parentesco colateral e o direito à herança. Lei em vigor na data do óbito.Herança jacente, depois de um determinado tempo se transforma em herança vacante seincorporando ao Estado (poder público). Após a ditadura, foi instituído para o 4 grau para odireito à herança, e no CCB ainda era 6 o parentesco colateral. Somente com o CCB de 2002

 passou para 4 grau, tanto o parentesco (direito de família) quanto o direito à herança(sucessão).

Herdeiros: ascendentes, descendentes cônjuge e colateral é diferente de herdeiros necessários.A regra é que todo herdeiro necessário é herdeiro, mas nem todo herdeiro simples é herdeironecessário, pois existem herdeiros colaterais que são legais, mas não são necessários. Asegunda regra é que existe um patrimônio e a transmissão de herdeiros a herança. Não é

 possível que se transmita dividas, pois quem paga a divida é o patrimônio. A herança = crédito – débito. Se o credito for maior existe a herança. Se o debito for maior que o credito nãoexistirá herança.

AULA 03 – 14/02/2004

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Quando o herdeiro faz jus à herança? Segundo a Lei Brasileira, a morte significa a abertura dasucessão e faz com que, imediatamente, os herdeiros tenham esse direito. Isso não ocorre pormeio do inventário, pois este é um mero procedimento para entregar o bem àquele que já

 possuía titularidade. Os herdeiros recebem a integralidade de todos os bens, constituindo umauniversalidade. Havendo mais de um herdeiro, há a indivisibilidade dos bens que permanece

até a partilha. Enquanto não houver a partilha todos os bens do monte pertencem a todos,conseqüentemente todos os frutos gerados pertencerão a todos (alugueis, por exemplo),também todas as despesas serão partilhadas. Então a abertura da sucessão faz com quequalquer herdeiro tenha legitimidade para interpor um interdito possessório, pois é titular detodos os bens.

Em face disso, surge uma dificuldade: tomamos por base quando alguém morre e existem trêsherdeiros. Os três são titulares do patrimônio que foi transmitido imediatamente com ofalecimento. Assim, podem surgir conflitos em como administrar esse monte. Então pergunta-se quem irá tomar conta dessa universalidade até o momento da partilha. A lei criou a figura doinventariante (administrador dos bens) e dividindo a posse direta e indireta. A posse direta ficacom o inventariante e os demais herdeiros ficam com a posse indireta. Com posse direta ouindireta, não há óbices para a interposição de interditos possessórios.

Existe uma comunhão forçada, pois os herdeiros não demandaram para que assim o fosse, eessa comunhão somente se encerra com a partilha dos bens. A lei estabelece que essacomunhão ou universalidade tenha uma característica própria, pois é possível que exista, ações,gados, investimentos, em suma, existem bens móveis e semoventes. Então a lei diz que aherança é bem imóvel, para que não sejam dispostos pela simples tradição (artigo 80, II doCCB). A conseqüência prática disso é que para que seja habilitado no processo do inventário,se o herdeiro for casado, deve haver assinatura do cônjuge.

Historicamente esse processo não era dessa forma, pois no Direito Romano a propriedade pertencia somente ao pai, em face do pater família. No final do século XIX é que esse  pater  família se transformou em face do desenvolvimento industrial e a novas formas de aquisiçãodos bens, além de toda a transformação cultural. No Direito Romano o herdeiro era escolhido

 pelo patriarca que não poderia se negar a isso. Sabemos que a herança é resultado dos créditosmenos os débitos. Então em Roma havia a figura da herança negativa e o herdeiro deveria

 pagar tal divida com seus próprios bens, sob pena de responsabilização, até como a própriavida, como ocorria naquela época.

A força da herança é proporcional ao credito dos bens. Se o quinhão é 10%, a divida

correspondente somente poderá ser até 10%. Na Itália até os dias atuais, os herdeiros sãoresponsáveis pela divida do  De Cujus, mas os herdeiros podem requerer o beneficio deinventário ..... O artigo 1792 do CCB estabelece que o individuo não responde por encargossuperiores à força da herança, mas a prova de que existem mais dividas do que crédito incumbeao herdeiro.

O direito à herança se transmite ao herdeiro no exato momento da morte (droit de saisine). Amorte tem essa conseqüência primária, mas também no que diz respeito a comoriência (artigo8º do CCB), quando falecem na mesma ocasião. É o caso de Antonio que se casa com Maria,em que esta não possui bens. Os dois sofrem um acidente... Com a comoriência um não sucede

ao outro, assim, divide-se metade para uma e metade para outro.

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Existe a sucessão legitima e a sucessão testamentária. Na sucessão legitima existe os herdeirosnecessários que tem direito a uma universalidade. Se houver sucessão testamentária, que podeser em até 50% do valor total do monte, também haverá a constituição de uma universalidade(artigo 1789 do CCB).

Digamos que exista uma universalidade no valor de 600, existem três herdeiros, Primus,Secundus e Tércio. Existe a figura desses herdeiros necessários, que são três, e ainda deherdeiros testamentários. 50% ou 300 para os três herdeiros, os outros 300, 50 para santa casa,50 para uma associação e o restante para os herdeiros necessários. A parte testamentário

 poderia ser entregue somente à santa casa.

Pode ocorrer que como o pai estima mais um dos três filhos, ele pode instituí-lo a receber todaa herança. Quando da aplicação da lei, 50% vai para os herdeiros necessários e os outros (art1788) pode ir para o filho.

Trabalho sobre bem de família; artigo da revista veja: estudo sobre a educação na Coréia doSul.

Aula: 17/02/2005

o Aberta sucessão transmite-se a titularidade do patrimônio do autor para os herdeiros. Aforma instrumental que deve ser feita para que a transferência possa ser efetivada é o registro.Como a herança é classificada como bem imóvel, para sua transferência é preciso que se faça oregistro. Assim, perante terceiros ela somente tem eficácia com o registro.

o Assim, perante terceiros, só efetiva a sucessão perante o cartório competente para a

transferência do patrimônio.

o O processo de inventário deve ser requerido onde a lei ordena e por quem possa requerer:é preciso postular a abertura no juízo competente e por quem tenha capacidade.

o Artigo 5º, inciso XXX da CF: é um direito constitucionalmente protegido e absoluto.Trata-se de uma disposição geral que garante a herança dos nossos antepassados. Na AntigaURSS não havia respeito a esse princípio, pois a herança se transmitia para o Estado e, em facedisso as pessoas não se preocupavam em aumentar seu patrimônio.

O lugar ao qual a lei ordena que seja requerido o inventário é o lugar do domicilio do De Cujus

(de preferência o último domicilio). No caso do Credireal que tinha sede em Juiz de Fora, mas o seu proprietário vivia em Belo Horizonte, então o foro para ser interposto o inventario é Belo Horizonte(artigo 96 do CPC cc 1785 do CCB).

Antes de 1939, cada ente da federação possuía o seu próprio CPC. Então havia várias leis processuais. Por causa disso, o CCB 1916 continha várias disposições relativas ao processo. O CCBde 2002 traz uma disposição nesse sentido. O CPC de 1939 e de 1973 dizia que deveria iniciar até 30dias após a morte e concluído o inventario até 6 meses. O CCB de 1916 dava inicio até 30 dias apósa morte, mas o prazo para concluir em até 3 meses. O objetivo é óbvio, pois quanto mais o inventáriodemora mais os herdeiros, principalmente os menores e incapazes, são prejudicados, pois a herança é

coisa indivisível.

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O ultimo domicilio é onde se ingressa com o procedimento de inventário. Deve-se distribuir parasomente um juiz para vara de sucessão.

• Quando o De Cujus é um estrangeiro, um italiano, por exemplo, possuindo bens tanto na Itália,quanto bens no Brasil. Os bens do Brasil devem ser inventariados no Brasil, desde que se tenha

família, especialmente filhos no Brasil. A LICC trouxe essa proteção aos filhos de estrangeiros,dando a ele a preferência para a lei que fosse mais benéfica. A Constituição também protege essedireito.

 Art. 983. O processo de inventário e partilha deve ser aberto dentro de 60 (sessenta)dias a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subseqüentes,podendo o juiz prorrogar tais prazos, de ofício ou a requerimento de parte. (Redação dada pela Lei nº 11.441, de 2007).

A lei estabelece um prazo se iniciar o inventário, prazo esse de 30 dias. Se o inventário não forrequerido no prazo do 30 dias, a sanção era uma multa, fruto de uma norma de direito tributário, pois se pagava 20% do imposto causa mortis, mesmo que fosse apenas um dia após a expiraçãodo prazo, o imposto era devido. No entanto, a partir de 1996 uma lei estadual dizia que se oimposto fosse recolhido até o prazo de 90 dias havia um desconto. Havia uma espécie de escalaem que era concedido o desconto em função do prazo em que era recolhido o tributo. Outra leiestadual de 2002, não existe a punibilidade para requerer o inventário não há o pagamento demulta, pois a lei fiscal retirou o pagamento da multa e promove um desconto se o imposto fosserecolhido em até 90 dias.

• Se o inventario não for requerido no prazo de 30 dias, será cobrado um imposto de 20% sobre

ITCD (imposto causa mortis).

• Os governos ficaram preocupados com a arrecadação dos tributos, então saiu uma lei revogandotal cobrança, pois se o imposto fosse recolhido até 90 dias após a morte teriam direito a 25% dedesconto. Mas em 2002 alterou tal disposição, onde não se paga mais multa, mas a lei

 burocratizou o recolhimento do imposto.

• Art. 1026, CPC – verificar.

• O inventariante é um personagem muito importante no processo, mas antes do inventariantetemos a figurado do administrador provisório que pode ser o cônjuge  supérstite ou ocompanheiro, desde que na época da morte morassem juntos e se casados fossem pouco importao regime de bens. Este administrador provisório ficaria no máximo 40 dias contados da morte dode cujus, administrando os bens até ser nomeado um inventariante. O supérstite ou administrador

 provisório (art 1797, I, CC) fica com a administração dos bens até o compromisso doinventariante. Se não houver testamenteiro, o juiz nomeara a pessoa de confiança para assumir ocompromisso (art 1797, IV, CC). Normalmente, quando isso ocorria no âmbito do trabalho(empresa) era quem era o gerente, um diretor da empresa, etc. Isso era possível sob a égide doCCB de 1916. O CCB de 2002, em seu artigo 1797, estabelece uma linha sucessiva de quem

 poderá ser o administrador. O inciso IV do referido artigo é opção em ultimo caso, se não houveroutra pessoa para ser o administrador. Assim, em primeiro lugar vem a família, principalmente o

cônjuge ou companheiro.• Depois do administrador provisório, tem-se a nomeação do inventariante (art 990, CPC). Aqui

ocorre um conflito com o CC/02, pois o cônjuge nomeado deveria ser casado no regime de

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comunhão. Os juizes estão levando em consideração o disposto no CPC (art 990, I) parasolucionar o conflito de normas.

• O professor lembra que quando o CPC foi criado em 1973 não havia esse atrito. Os problemascomeçaram com a mudança no regime supletivo legal em 1977, que passou de comunhão

universal para comunhão parcial. De certa forma, há que se observar que a comunhão parcialcerceia um pouco a nomeação.

• Art 990, II, CPC: se não houver cônjuge supérstite o inventariante será o herdeiro que se achar na posse da administração dos bens ou se nenhum herdeiro estiver na posse da administração, poderá ser qualquer um, tendo um múnus  publico,ou seja,não recebem nada por isso, salvo oherdeiro menor que nunca poderá ser inventariante. O espolio ou monte não tem personalidade

 jurídica e aquele que é o administrador deve ter capacidade (art 3 e 4 do CCB). Caso não hajaherdeiros capazes para administrar os bens, o juiz devera nomear um inventariante dativo,administrando os bens recebendo uma remuneração para isso, causando uma perda no

 patrimônio. Este dativo será um auxiliar do juízo tendo fé pública e quaisquer dos herdeiros poderão pedir prestação de contas da administração.

• O inventariante tem a posse direta dos bens, devendo ser um bom gestor para aumentar o patrimônio e não prejudicar.

• A vis atractiva do procedimento de inventário atrai todas as ações que envolvam o patrimônioinventariado. Assim, essas AÇÕES DEVERÃO SER PROPOSTAS NO MESMO FORO DOINVENTARIO. O foro do inventário atrai:

a) Sobrepartilha: terminado o inventário, faz a partilha o bem, mas os bens que estavam em litígioou outro lugar; b) A ação de nulidade de partilha; a ação de sonegados (quem não recebeu a herança ou bens que

não foram relacionados ou colacionados pelo inventariante); ação de nulidade de testamento;Ação de prestação de contas do inventariante; Ação de prestação de contas do testamenteiro,Ação de petição de herança: envolve até o desfazimento da partilha em ação rescisória. Ação dedeserdação: exclusão de herdeiros necessários. Ação para Alienação dos bens inventariados;cessão de direito hereditário; venda de bens clausulados: são bens com clausula deinalienabilidade e incomunicabilidade e impenhorabilidade.

• Por outro lado NÃO há vis atractiva, vale dizer não atrai para o foro do inventário:

a) A prestação de contas do inventariante contra herdeiro (qualquer lugar); b) A execução do formal de partilha (de acordo com a localização dos bens);c) Cobrança contra o espoliod) Ação renovatória contra o espolio (no caso de inquilino)e) Ação de investigação de paternidade: foro próprio, pois o investigando é quem escolhe, quando

se tratar de menor é o foro do seu domicilio.

• O inventariante pode ser destituído do cargo, devendo ser fundamentando o motivo, a chamada

 justificação. Pode ocorrer de oficio pelo juiz (artigo 125 do CPC) ou a requerimento dosherdeiros, mas deve haver justificação; O processo corre em apenso com o principal, vale dizer o processo de inventário continua seu curso.Quando o inventariante não for destituído, sendo o

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 pedido improcedente, o recurso cabível será o agravo de instrumento. Destituindo oinventariante, o mérito será atingido, cabendo o recurso de apelação.

• Quando há liberação no processo de inventário, de verbas para alimentos (comida, educação,roupa e lazer) não são abatidas do quinhão, segundo o Professor, pois era uma obrigação que era

do falecido. Os débitos fazem parte do conjunto de obrigações que são abatidas do credito.

• Aplica-se na sucessão a lei vigente na data do óbito, ou seja, serão considerados herdeirossucessórios (capacidade sucessória) aqueles que estão estabelecidos na lei vigente (art 988, CPC)

Aula 05: 21/02/2005

• Um tema prático que ocorre diversas vezes no direito sucessório é o seguinte: quando uma pessoa tem um quinhão hereditário, mas não possui nenhum bem. Também quando falece um doscônjuges e o outro fica.

• O herdeiro tem direito a uma herança que será transferida no momento da morte. Após a partilhada universalidade (que é considerada bem imóvel e indivisível pela comunhão forçada até a

 partilha) pode gastar o que ganhou. Antes disso como eu faço pra ganhar dinheiro? Assim, o cód.criou a CESSÃO DE DIREITO HEREDITÁRIO. E para que se venda o bem deverá fazê-lo porescritura pública. Antes devera provar que é seu direito, com a certidão de nascimento, que

 promove a habilitação no procedimento do inventário. Mas isso só poderá ocorrer por cessão,total quando se vende a totalidade do direito hereditário. Ou parcial que diz respeito a somenteuma parte da herança. Não se pode dizer que é venda pois esses bens são indivisíveis e universal,então não se pode dizer que a casa é sua, mas sim fazer a cessão, de uma maneira genérica. Sehouver uma cessão especificando o que está sendo vendido, por exemplo, uma casa que faz parte

do espolio. Essa cessão é nula. Assim não se pode ceder ou vender coisa certa e determinada. Alei não nos permite vender aquilo que não nos pertence, pois existem outros herdeiros. O que pode é vender percentual do seu direito.

• Então se faz a cessão por escritura pública. Se amanhã acontecer um acréscimo na sua herança a porcentagem não será calculada em cima desse aumento. Pois você vende aquele percentualequivalente a um valor.

• Se no futuro ocorrer um acréscimo na herança, tal acréscimo será tão somente do herdeiro, que éo cedente nessa operação. Nesse sentido, é possível que no curso do procedimento de inventário,exista um direito de acrescer em face da renuncia de outro herdeiro. A regra é que o acréscimo

 pertence ao herdeiro e não ao cessionário.

• Como resultado da comunhão forçada, temos os co-proprietários. A lei impõe que todas as vezesque temos uma propriedade em condomínio com outros, eu somente posso vender se eu der a

 preferência para os outros co-proprietários. E faço esse direito de preferência por escrito ( com preço e forma de pagamento).

• E quando se tratar de herdeiro a titulo universal, há cessão de credito.

• Lei 8245/1991, lei de locação: o proprietário ou locador precisa vender o imóvel que está locado.

O locador deve dar preferência para o locatário, declarando o preço e o prazo no instrumento deoferta. Se o locador não o fizer, o locatário pode no prazo de 6 meses anular a venda. É muitocomum tanto o comprador pedir para declarar o valor a menor. As vezes o valor da escritura é

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menor que o valor da transação e o locatário, propondo a ação, depositará o valor o valor daescritura.

• Essas mesmas regras se aplicam ao direito hereditário, pois primeiro oferece-se ao outros co-herdeiros. Esse direito é absoluto e se houver qualquer infração, a cessão pode ser anulada. Os

co-herdeiros têm direito à preferência pela proporção do seu quinhão. Não interessa se umherdeiro paga mais que o outro, deve-se observar a ordem de preferência ou proporção de preferência. O prazo é de 180 dias.

• Com a escritura pública o cessionário vai provar o seu direito por meio do titulo. Também é preciso que o herdeiro cessionário peça (por meio de petição) que o juiz autorize a cessão.Também enquanto o juiz não aquiescer não poderá ser cedido o credito. Artigo 125 do CPC.

• O juiz tem que dar uma autorização para que o herdeiro faça a cessão do direito, só depois que poderá lavrar a escritura publica, e fazer o negócio. (art. 1793, ss).

• Lembrar que no caso de direitos reais, imóveis, o marido e a mulher têm que vender a escritura.

Capacidade sucessória

• Aplica-se sempre a lei que está em vigor na data do óbito, para definir os herdeiros colaterais.P.ex: óbito que ocorreu em 14.02.1993, nessa época só o cód.civil que definia a matéria. Em1995 temos o CC e a lei 8971/ dez. 94 que trata da sucessão dos companheiros (que, o direitodeles, era inclusive superior a de todos os colaterais). Inciso III, art. 2 dessa lei o companheiroexcluiu do direito hereditário os colaterais. Em janeiro de 2003 o NCC fez com que a lei fosserevogada, e o direito dos companheiros são definidos pelo NCC.

• Capacidade sucessória passiva (vocação hereditária): 1. sucessão legitima: de acordo com a leitodas as pessoas vivas ou concebidas (nasce com vida); não existe a pessoa jurídica, pois prova-se a sucessão pela certidão de nascimento; 2. na sucessão testamentária pode-se deixar otestamento beneficiando pessoas vivas (físicas) ou pessoas jurídicas (junta o contrato social parademonstrar que é a referida pessoa jurídica); 3. prole eventual: deixa para filho de alguma pessoaviva, tal filho deve ser concebido no prazo de 2 anos após a morte do  De Cujus. Pergunta-se, osfilhos adotivos estão entre os havidos nessa situação, já que a Constituição diz sobre a igualdade,mas não entrem, pois se trata da concepção. A lei diz que a prole seja concebida até dois anos.

 No código anterior não havia delimitação temporal, mas existia a figura da prole eventual. A prole eventual pode ser tanto para pessoa física, quanto para pessoa jurídica. A lei estabeleceuque deve existir um curador, que naturalmente deve ser um dos pais da criança. Se não houver a

 prole eventual o bem será redistribuído para os outros herdeiros. Pode ser que se deixe umaquantia para uma fundação, deixando inclusive o nome das pessoas que irão administrar o

 patrimônio. As pessoas fazem a escritura pública de fundação que contará com a supervisão doMP. Se não fizer no prazo de 6 meses o estatuto, a lei delega para o MP essa atribuição. 1800, par4º. (Caderno EDNA)

• Isso decorre do art. 1787 CC combinada com o art. 2041 CC, que diz que se a pessoa morreu em1995 eu tenho que utilizar a lei daquela época. Ou seja, a capacidade sucessória passiva ouvocação hereditária.

•  Na sucessão legitima será determinada de acordo com a lei em vigor na época do óbito, usadas para as pessoas vivas ou concebidas desde que nasça com vida. E não pode ser para pessoas jurídicas.

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•  Na cessão testamentária pode-se deixa para pessoas vivas, ou para uma pessoa jurídica (quedeverão provar quem são no processo para que tenham o direito de receber).no CC antigo poderiadeixar para a prole eventual. No NCC pode ainda, mas tem condições, por exemplo, minha mãedeixa para meus (eu tenho que estar viva) filhos mas estes deverão ser concebidos no prazo de

dois anos após a morte dela. No código anterior não existia o prazo, então poderia ocorrer até 15anos depois, e no NCC no art. 1799, I c/c com o 1800, § 4º. A lei estabeleceu que essa criançadeverá ter um curador e que provavelmente será o pai (art.1800 NCC). Se não tiver os herdeirosapós esses dois anos será dividido para turma toda (eu e Carol, por exemplo). Essas todas são as

 pessoas que tem capacidade passiva hereditária.

• Se a pessoa morrer antes do NCC aplica a falta do prazo antigo.

• Algumas pessoas não têm capacidade de receber e são excluídas do processo sucessório. Parafazer o testamento o testador deverá estar lúcido, e nunca ter ocorrido vicio de consentimento. As

testemunhas do testamento, alguma pessoa que faça o testamentoa rogo,

o tabelião e etc. sãotodas proibidas de receber algo pois, podem influenciá-lo assim como os irmãos, ascendentes ecônjuges dessas pessoas proibidas. A lei se esqueceu dos sobrinhos que podem tambéminfluenciá-lo (art. 1801do CC). Não pode deixar pra amante nunca nem simulando uma venda.Mas pro filho que teve com ela pode. (art. 1803 NCC e CR/88).

• Existe também as pessoas que são proibidas de receber a herança, por algum motivo razoável. Otestamento é um ato livre de vontade em que a pessoa transmite às pessoas de quem gosta,o que

 bem quiser. Mas é preciso que essa pessoa esteja num bom Estado mental e psicológico para seafastar qualquer hipótese de vicio de consentimento. 1. Testemunhas do testamento (cônjuges,

 parentes das testemunhas), 2. pessoa que fez o testamento a rogo (a pedido de); 3. o tabelião do

cartório; 4. no testamento aéreo e marítimo, os comandantes não podem receber, pois elasexercem influencia ao testador. O companheiro, os ascendentes e irmão. O professor adverte quea lei se esqueceu dos sobrinhos que também exercem muita influência. Artigo 1801. Existetambém a figura da amante do homem casado. Não se pode deixar para ela, nem para outra

 pessoa que intermediará para ela. Mas os filhos havidos fora do casamento recebem (artigo 1803)cc artigo 227 par 6 da CF. (caderno Edna)

Aula 24/02/2005

ACEITAÇÃO E RENÚNCIA DA HERANÇA (art. 1804)

• Implica numa pratica de ato jurídico, manifestação de vontade de uma pessoa. A lei permite quequando uma pessoa entra no inventário que ela aceite ou não a herança. É um ato volitivo,espontâneo. Na Itália somente no processo de inventário é que a pessoa tem essa opção de aceitarou não a herança. No Brasil é de uma maneira expressa ou tácita. A expressa será quando oherdeiro declara que aceita a herança, a qualidade de herdeiro de maneira inequívoca. Quandoele aceita é definitivo, ou seja, jamais dentro do processo ele pode voltar atrás, se voltar, ou seja,quiser desistir ele pagará um imposto por isso. Isso é uma novidade do NCC, é uma forma do

 poder executivo receber mais imposto. (art. 1805 NCC)

A aceitação presumida, mas a lei não deixa isso bem claro: A tácita é por meios normais, pormeio de procuração no processo de inventário. A simples inda ao enterro não significa que aceitaa herança, mas se ele pratica atos que somente o herdeiro pode fazer ele tem que ter aceitado aherança. Outra forma de presumida é quando existe uma garantia do credor de ir ao processo

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receber o débito. A lei permite que o credor aceite a herança pelo devedor que não apareceu, parasatisfazer os seus créditos. Mas no limite do que o devedor vai receber. A lei é que diz quandoessa aceitação será possível. Pode-se aceitar a qualquer momento antes da partilha.

• Se mesmo citado não comparecer aos autos o juiz nomeia um curador para esse. E se você

coloca sua procuração mas não aparece é aceitação tácita.

• A renúncia somente pode ser total, nunca parcial e deve ser pura e simples, não pode tercondição. Quando o herdeiro falece antes de aceitar a herança ou entrar no inventário a lei

 permite que os sucessores desse herdeiro aceitem a herança por ele (art. 1809). A transmissão sefaz no exato momento da morte do “Pai”, e se depois disso o filho morre e não tem tempo deaceitar a herança passará para os filhos dele. Nesse caso tem a herança do Térsios e do Antônio eos filhos do Térsios podem aceitar as duas ou uma só.

• A renúncia é a perda do direto e para tanto a lei coloca vários obstáculos. P. ex. se forem casados

a mulher poderá se opor a renúncia do marido da herança que ele tem para receber. Se ela forcasada na comunhão universal ela pode entrar com um processo dizendo que a metade dela elaquer receber.

• A renúncia exige capacidade jurídica diferentemente da aceitação. Que no caso do menor podeser por seu representante legal. Mas a renúncia não, pois ninguém pode renunciar ao direito deoutrem. Mesmo que exista o MP no caso, pois aquilo irá ferir o patrimônio dele. O menor poderárenunciar somente com sua maioridade.

• Agente capaz, forma lícita, e prevista em lei tem que estar presentes para que ocorra a renúncia.E a lei diz que somente será de forma expressa essa renuncia, pois não existe renúncia tácita (art.

1806). Isso porque a universalidade é bem imóvel então só poderá ocorrer a renúncia porinstrumento público, ou seja, expressa.

• A renúncia é irrevogável, definitiva e incondicional (art. 1812). Pode-se aceitar a herança dasucessão legitima e recusar a sucessão testamentária, ou o contrário, ou aceitar as duas, ou aindarenunciar as duas. São quatro alternativas que a lei permite.

• A renúncia tem uma conseqüência pavorosa para os sucessórios do renunciante. P.ex: Térsiosrenuncia e assim é tido para o direito como se nunca tivessem existido então, seus filhos tambémnão existem para o direito e nada lhes será transmitido.(art. 1810).

• A renuncia é abdicativa (autêntica, em que pessoa abdica do seu direito de receber a herançaficando sem meios jurídicos de recebê-la, e fica como beneficio do monte não gerando tributo,

 pois o herdeiro não aceitou) ou translativa (transmissão de uma herança já aceita, é um ato duplo, por exemplo renunciar em beneficio de fulano, primeiro você aceita a herança de Antonio edepois passa para Maria, gerando dois tributos o causa mortis e o de doação, ou a título oneroso,saindo do estado e indo pro município. Nada mais é que uma cessão de direito hereditário). A leiadmite que pode ser por instrumento publico ou termos nos autos, fazendo uma petição ao juizdizendo que Térsios renuncia a herança de Antonio junto com uma procuração, e pede que o juizlavre o termo de renuncia que deverá ser assinado por Tersios. Se for por instrumento público eu

 posso assinar por Tersios.

• O renunciante pode ser o único herdeiro, p.ex quando os outros irmãos forem pré mortos ao“pai”. Se Tércios renunciar o direito que seria dele vai para seus filhos por direito próprio e não

 por direito de representação, pois não se tem mais ninguém de primeiro grau. E vai dividir o

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montante total para os netos do Antônio, e não o que cada um receberia se estivesse recebendo por direito de representação.

• Ex: Antônio deixa 1200 reais pros 3 filhos, mas todos morrem antes dele ou renunciam ai nãofica ninguém do primeiro grau, daí chama o segundo grau que serão os netos do Antonio e por

acaso são 4, cada um vai receber 1200 dividido por quatro que dará 300,00 reais. Se só um filho,dos três, do Antonio ficar este receberá 400,00 e os filhos do Secundos e do Primos (estesmorreram) receberão 400 dos pais dividido por quantos filhos esse pai teve (se primos teve doiscada um vai receber 200,00 e se Secundos teve 1 este receberá os 400 do pai). Se o Tertiusrenunciar e o Secundos e primos estiverem vivos os filhos do Tertius não receberão.

• Mas se sobrar um somente dos filhos de Antônio ai os netos vão receber por direito derepresentação e não próprio. O direito próprio só vai existir se todos os filhos renunciarem oumorrem.

CADERNO DA EDNA (PARA FICAR MAIS CLARO)

Aceitação de herança

• O ato de aceitação de uma herança implica na prática de um negocio jurídico, ou seja, numamanifestação inequívoca de vontade de uma pessoa que vai declarar que aceita a herança deixada

 pelo de cujus. A herança se transmite no exato momento da morte, independentemente davontade da pessoa. Mas quando essa pessoa entre no processo de inventário a lei permite que eladeclare que aceita a herança. A aceitação é um ato volitivo.

• O beneficio de inventário é um instituto muito utilizado na Itália em que a pessoa, de pois de

arrecadar os bens, a pessoa tem a faculdade de aceitar ou não a herança.

•  No Brasil a aceitação pode ser expressa ou tácita. A expressa será feita quando o herdeiro declaraque aceita a herança, praticando os atos inerentes da qualidade de herdeiro, de forma inequívoca.O herdeiro pode lutar contra o invasor de um imóvel, tendo em vista a defesa da posse ou

 propriedade. Quando o herdeiro aceita a herança, expressa ou tacitamente, ela é definitiva. Issosignifica que jamais, dentro do processo o herdeiro não pode voltar atrás com a decisão. Aaceitação implica no pagamento do imposto de transmissão causa mortis. Isso é uma novidadetrazida pelo CCB de 2002. O professor ressalta que essa “definitividade” da aceitação somenteexiste no Brasil. Ele acredita que isso é uma forma de se arrecadar tributos. Quando a lei diz queé definitiva, o herdeiro não pode mais se utilizar a faculdade da recusa. Isso não traz nenhuma

vantagem ou praticidade para o contribuinte. Quem ganha com isso é o poder executivo, segundoentendimento do Professor.

• Existe uma aceitação, embora a lei não seja clara, que chama-se aceitação presumida. A aceitaçãotácita é quando o herdeiro prática os atos normais dentro doprocesso, outorgando uma

 procuração, manifestando-se no inventario, querendo que a herança integre o seu patrimônio. Osatos inoficiosos não significam a aceitação da herança, como por exemplo, vai ao enterro, vai àmissa de 7º dia. Mas se o herdeiro, prática atos condizentes com a postura de um herdeiro,

 presume-se que ele aceitou.

O legislador também garante ao credor determinado acesso à herança. Se o Sr, Antonio morreu,deixando R$ 1.200,00 para três filhos, um deles deve ao Banco Real. Se por acaso o herdeirodevedor renuncia a herança em favor dos outros, por meio de conluio, para se eximir do

 pagamento, o lei permite que o credor manifeste a aceitação. O herdeiro é citado para manifestar-

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se a respeito da aceitação e se houver renuncia, o credor, no limite do seu credito e parasatisfação da obrigação, aceita a herança, o que independe da vontade do herdeiro.

• A aceitação da mesma forma que a renuncia é sempre total e não existe aceitação parcial. Não se pode declarar que se aceita determinados bens em detrimento dos outros (pode ser que um

imóvel esteja hipotecado). A aceitação deve ser pura e simples e não pode haver condição, ouseja, o herdeiro não pode vincular o ato a um evento futuro e incerto.

• Quando um herdeiro falece antes do ato da aceitação da herança, a lei permite que o sucessoresdesse herdeiro, que também são herdeiros, tenha oportunidade de pronunciar sobre a aceitação. Éo caso do Sr. Antonio que faleceu no RJ e um dos herdeiros falece no acidente. Assim, antes daaceitação da herança o herdeiro faleceu e como esse herdeiro tem dois filhos, eles podem aceitara herança. Pode ser que um dos dois não aceite e herança, mas isso pouco importa. Então se esseherediro que faleceu tinha direito a R$ 400,00, então restará R$ 200,00 para cada um dessessucessores. Se um dos herdeiros sucessores não aceitar, a sua parte irá para o outro, que receberáR$ 400,00. Nesse caso, em que há duas sucessões, os herdeiros sucessores pode aceitar a herançado herdeiro falecido e renunciar a herança do De cujus, e vice versa.

• O momento para aceitação ocorre em qualquer fase do procedimento, desde que antes da partilha. Não se faz necessária a outorga do outro cônjuge para a aceitação.

Renúncia de Herança

• Significa a perda do direito e, dessa forma, a lei impõe determinados obstáculos. Para dispor de bem imóvel a lei exige a outorga do outro cônjuge e como herança é bem imóvel, por ficção, paradispor dela é preciso a outorga do outro cônjuge.

• Também a renuncia exige capacidade jurídica. No que diz respeito à aceitação, a herança é aceita pelo responsável do menor, mas com relação à renuncia é preciso que ele atinja a maioridade ouemancipação, pois o seu representante não pode renunciar por ele. O MP vela pelo interesse domenor e acompanha esse procedimento e nunca corroborará com a renúncia, pois esta lesa direitodo menor. A renúncia requer agente capaz.

• A renuncia requer os três elementos do negocio jurídico: agente capaz, licitude do objeto, formadefinida em lei. Assim, com relação à forma, essa somente poderá ser feita de forma expressa,nunca de forma tácita.

• A renúncia se faz por instrumento público, pois a herança é bem imóvel, que para transmissão,somente se faz por instrumento público.

• Se não existir aceitação expressa ou renúncia, a aceitação é tácita. Se os herdeiros nãoconstituiram advogado, o juiz manda citar. Se mesmo assim, não aparecerem o juiz nomeia umcurador.

• A renuncia é definitiva, vale dizer, é irrevogável. Da mesma forma que a aceitação, não existecondição dentro da renúncia.

• Podem existir quatro situações distintas:

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1. Pode-se aceitar a herança da sucessão legitima e aceitar o legado da sucessãotestamentária.

2. Pode-se aceitar a herança da sucessão legitima e renunciar ao legado da sucessãotestamentária.

3. Pode-se renunciar a herança da sucessão legitima e aceitar o legado da sucessão

testamentária.4. Pode-se renunciar a herança da sucessão legitima e renunciar ao legado da sucessãotestamentária.

• A renúncia tem uma conseqüência funesta para os sucessores do renunciante.Assim, quando um herdeiro renuncia é tido para o direito como se nunca tivesse existido. Ora,se ele nunca, existiu, seus herdeiros sucessores também não. Conseqüentemente, os sucessoresnão têm a mínima possibilidade de receber a herança.

• A renúncia pode ser abdicativa ou translativa. A primeira é a renúncia autênticaem que a pessoa abdica do seu direito e ela não possui meios jurídicos para recolher a herança,futuramente. Também não gera tributo e se faz em benefício do monte. A renuncia translativa éa transmissão de uma herança já aceita. Então, nessa hipótese, primeiro se aceita e a

 posteriormente, transmite-se. Ocorreu dois negócios jurídicos, há o recolhimento de doistributos, um causa mortis o outro inter vivos. A renuncia translativa é uma cessão de direitoshereditários, feita por instrumento público, podendo ser onerosa ou gratuita. O juiz permite quea transmissão pode ser feita por termo nos autos. O juiz lavra o termo de renuncia, assinado

 pelo próprio herdeiro e não é preciso fazer um instrumento público. A renuncia tranlativa arigor não é uma renuncia.

• Existe a possibilidade de o renunciante ter sido o único da sua classe.

Suponhamos que o Sr. Antonio tenha três herdeiros, dois pre-mortos e o único sobreviventerenuncia. Assim não existe mais ninguém no primeiro grau. O herdeiro que renunciou possuidois filhos e não por representação, mas por direito próprio, os sucessores do herdeiro querenunciou receberão a herança, por direito próprio. Suponhamos também que exista ossucessores do pre-morto, um filho de cada pre-morto: ao invés da herança ser dividida entre ostrês, por direito próprio será dividido por quatro herdeiros, no segundo grau. Assim cada umreceberá 300,00. se houver, no primeiro grau, um herdeiro vivo, um renunciou, e outro pre-morto. O herdeiro vivo receberá 600, o sucessor do pre-morto receberá 600 e o que renunciounão receberá nada, tampouco seus sucessores, pois é como se eles não existissem para o direito.

• A aceitação expressa também é transmitida pelo herdeiro aos seus sucessores e

eles não podem renunciar depois da aceitação.

AULA 07 – 28/02/2005

Exclusão de herdeiros e de legatários

• Sabemos que a força legal dá a cada um o direito e o direito à herança pode ser relativizadoquando se trata de questões como o sentimento, a gratidão, etc.

A unanimidade dos autores pensa que o direito à herança é absoluto. Mas o professor diz quealém do vínculo biológico para caracterizar o direito, o amor, o respeito, o sentimento de gratidãotambém compõe direito. Tanto é assim que a própria lei promove a exclusão das pessoas a essedireito. Dessa forma, o direito é relativo, segundo o professor.

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• Assim, a exclusão de um herdeiro pode se dar pela:

a) Indignidade b) Deserdação

• A deserdação somente ocorre por meio do testamento e a estudaremos após o estudo dotestamento.

• Quem pode praticar o que a lei chama de indignidade são os:

1. Herdeiros legítimos2. Herdeiros instituídos3. Legatários

i. A indignidade tem lugar quando as pessoas acima praticam os seguintes atos e,nessa ordem de importância, segundo o professor.

1. Contra a vida: é o pior ato, pois é ato contra a vida, configurado pelo homicídio ou pela suatentativa, conta a vida do autor da herança, do seu cônjuge, dos seus descendentes e dos seusascendentes. Quem pratica o ato pode ser o autor, o co-autor ou o mandante, desde que tenhaintenção de atentar contra a vida. Não basta o planejamento, é preciso que ao menos o homicídioseja tentado.

2. Contra a honra: ocorre quando se calunia em juízo o autor da herança ou prática os crimes

capitulados nos artigos 138 a 140 do CP. Isso pode ocorrer depois da morte da pessoa e cabequanto ao autor da herança, seu cônjuge ou seu companheiro. O rol é menor.

3. Contra a liberdade de testar: somente contra o autor da herança; é aquele em que a pessoa podedispor livremente dos bens. É um corolário do Estado Democrático, ao contrario do que ocorriano Estado Russo. É uma forma de impedir ou que interferir na livre vontade da pessoa. Valetambém para a hipótese de se sumir, destruindo ou escondendo, o testamento.

i. Para que uma pessoa seja excluída pela indignidade é preciso que se obedeça aosrequisitos traçados pelo artigo 1814, sem prejuízo do disposto nos artigos 138 a 140. Trata-se

 portanto de hipóteses taxativas.

ii. É preciso a existência de um elemento básico, o dolo, proveniente da reta intençãodo autor, pois o individuo que agir no sentido de provocar o resultado, seja um ato contra avida, contra a honra ou conta a liberdade de testar.

iii. Deve ter uma petição e uma sentença judicial. Não se trata de incidente, mas simcorre na vara cível, pelo rito ordinário. Somente pode interpor a ação o interessado no

 processo sucessório.

iv. O Sr. Antônio tem três filhos: Primus, Secundus e Tércio. Primus prática um atocontra o Sr, Antonio. Daí, como nascerá para Secundus e Tércio o direito de acrescer e elessão os legitimados para propor a ação. Mas em decorrência do Princípio Constitucional deque nenhuma pena passará da pessoa do criminoso, os filhos de  Primus têm direito à herança.

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Os sucessores do herdeiro indigno podem propor ação para exclusão de herdeiro. Também oscredores podem propor essa ação, mas cabe lembrar que os credores dos outros herdeiros enão do próprio herdeiro que esta sendo excluído.

v. A doutrina e jurisprudência não são pacifica somente quanto ao cônjuge, quando

o regime de casamento é o de comunhão universal de bens, se ele tem legitimidade para propror essa ação. O raciocínio é que o cônjuge não é herdeiro, mas sim cônjuge do herdeiro.

vi. O prazo é de quatro anos, contados a partir da abertura da sucessão para se proporessa ação.

vii. Se Primus tenta contra a vida do Sr. Antônio, que não morreu, há trinta anos atrás,o crime pode estar prescrito. Mas quando o Sr. Antônio falece, no âmbito cível, prescreve em4 anos após a abertura da sucessão. Os herdeiros não poderiam excluir Primus antes da mortedo Sr. Antonio, pois não estava aberta a sucessão.

viii. Somente o autor da herança pode perdoar. O perdão é incito à pessoa autora daherança, que deve faze-lo antes de morrer. Quando: antes de morrer. Esse perdão no direitosucessório, chama-se reabilitação.

ix. Como: por testamento ou por ato autentico que são cumpridos após a morte. Atoautentico ato produzido pela pessoa que tem uma chancela que porta a fé pública (tabelião,escrivão, juiz de direito). O autor da herança, quando num possível interrogatório, dizer que

 perdoa o filho que o tentou matar. Se o autor a herança disser a uma multidão isso de nadavale.

x. Cezar Fiúza defende que a dotação testamentária (deixou um bem para oindividuo) é uma forma de perdão tácito. Mas o legislador atual estabelece que o perdão não pode ser tácito, somente expresso. Além do mais, o legislador entende que o autor da herançaexcluiu o herdeiro, mas lhe legou um bem, por meio do testamento. Assim, a herança ele nãotem direito somente tem direito ao legado (artigo 1818 do CCB).

Efeitos para o herdeiro indigno

a. Pessoais, vale dizer a imputação não passa da pessoa imputada. Assim, os filhos ou sucessores

do herdeiro têm direito, mesmo que ele seja considerado indigno. É uma hipótese contrária arenúncia, que acarreta prejuízo aos sucessores do herdeiro que renuncia. b. O indigno não administra os bens dos filhos menores; é nomeado um curador especial para tanto.c. Não herda (de volta) os bens recebidos pelos filhos. Diferença entre capacidade ( a pessoa nunca

teve capacidade sucessória; artigo 1801) e indignidade (a pessoa tem capacidade, recebe e perde).

d. validade dos negócios jurídicos praticados: se o herdeiro alienou o bem para o terceiro de boa-fé,o negocio jurídico é preservado, justamente porque o terceiro estava de boa-fé, mas o produto davenda deve ser devolvidos aos outros herdeiros. Se alugou o imóvel, por exemplo, deve devolveros frutos. No caso de doação ela será reputada nula, pois é um ato gratuito, cabendo o direito deregresso do donatário contra o doador. É uma figura distinta do herdeiro aparente.

Como excluir herdeiros (art. 1814 e ss.)

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• O sentimento próprio é mais forte que a força da herança a ser transmitida. E isso incluifortemente o respeito. Justifica a herança quando há amor, senão não justifica. Daí teremos casosde exclusão da sucessão.

• A exclusão se faz de duas formas: pela indignidade e pela deserdação (só pode ocorrer por

intermédio de testamento).

• Indignidade abrange não só os herdeiros legítimos tanto quanto os instituídos e os legatários. Ouseja, todos os que podem receber a herança. Mas para que eles sejam excluídos é preciso que hajauma ação contra essas pessoas. Poderão ocorrer atos contra a vida, contra a honra e contra aliberdade de testar, que acarretarão a indignidade, e conseqüentemente a exclusão.

• Contra a vida do autor, do cônjuge, do companheiro, ou de seus herdeiros, ascendentes oudescendentes. Ou um homicídio ou a tentativa de homicídio, e quem pratica o ato pode ser oautor, o co-autor, mandante, mas sempre com a intenção de atingir aquela pessoa. Somente

 poderá ocorrer antes da morte do autor da herança. Sendo contra qualquer um. Abrange maisgente do que no caso de crime contra a honra

• Contra a honra pode ser quando se quer caluniar em juízo o autor da herança, ou quando praticaalguns dos crimes previstos no CP, art.138 a 140 (crimes contra a honra). Poderá ser antes oudepois da morte. Contra o autor da herança seu companheiro e seu cônjuge somente.

• Contra a liberdade de testar, somente contra o autor da herança. P.ex: no caso de terceiro intervirno testamento, e depois da morte do autor escondendo o testamento.

• É preciso que haja os casos do artigo 1814, se não for uma das três hipóteses desse artigo não

haverá como deserdar. Vale lembrar, que nos casos do crime contra a honra também se tem osart. 138 a 140 do CP.

• É preciso a ocorrência do dolo, ou seja, a reta intenção do autor. Se for somente com culpa,mesmo que ele mate o autor não será excluído da herança por indignidade. Sem esse elementonão se exclui o herdeiro ou legatário.

• Só existe nesses casos. Não existe deserdação por ex. quando o filho casa com quem a mãe nãoquer.

Para excluir alguém tem que ter uma ação judicial, ordinária, uma sentença e inclusive o devido processo legal, em vara cível. E somente pode propor ação o interessado pelo processosucessório. (art. 1815). Mesmo que seja ele condenado criminalmente não será deserdado se nãotiver o processo cível próprio.

• O Sr. Antônio tem três filhos:  Primus, Secundus e Tércio.  Primus prática um ato contra o Sr,Antonio. Daí, como nascerá para Secundus e Tércio o direito de acrescer e eles são oslegitimados para propor a ação. Mas em decorrência do Princípio Constitucional de que nenhuma

 pena passará da pessoa do criminoso, os filhos de Primus têm direito à herança. Os sucessores doherdeiro indigno podem propor ação para exclusão de herdeiro. Também os credores podem

 propor essa ação, mas cabe lembrar que os credores dos outros herdeiros e não do próprioherdeiro que esta sendo excluído.

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• Lembrar que a pena nunca passa da pessoa do condenado. O credor de qualquer dos herdeiros de primos, que matou o pai Antonio, poderão entrar. A dúvida é sobre o cônjuge poder entrar ounão, se casados na comunhão universal, por esse não ser herdeiro, mas sim cônjuge do herdeiro.

• Pode-se propor essa ação no prazo de 4 (quatro) anos a ser contado da abertura da sucessão. Art.

1815 parágrafo único.

• Pode prescrever o crime na área penal, mas não necessariamente na área civil que poderá ser proposta somente depois da morte do autor, abrindo a sucessão. Lembrar também que contramenor não corre prazo prescricional.

• Quem pratica o ato não vai ser punido somente por ter feito uma das ações que acarretam adeserdação. Só o autor da herança pode perdoar, pois é incito da pessoa do ofendido. Ou seja, sóAntônio pode perdoar, e isso obviamente em vida. Esse perdão civil é chamado de reabilitação,fazendo-o por testamento ou por ato autêntico, em que ambos serão cumpridos após a sua morte.

Um ato autêntico é aquele que feito pela pessoa e tem uma chancela de alguém que porta a fé pública, ou seja, um tabelião, um juiz. e não existe perdão tácito. Por ex. mesmo sabendo que oPrimos tentou matá-lo Antônio deixa no testamento coisas para Primos. Fiúza acha que pode sim,antes do CC novo. Nesse NCC o perdão tem que ser necessariamente expresso. (art. 1818 NCC).

• Quanto a parte disponível o Antônio poderá dar para o primos mesmo assim

• Os efeitos são pessoais, e se Primos morrer antes da divisão da herança e tendo tentado matar o pai, seus filhos recebem normalmente.

• Se houverem filhos menores de Primos este não poderá administrar os bens dos menores,

devendo-se nomear um curador especial. Inclusive não podendo Primos herdar dos filhos esses bens do Antonio mesmo que sub-rogados, somente pode herdar os bens que os filhos adquiriram por seu trabalho.

•  Na indignidade a pessoa tem capacidade, recebe, mas perde por ato praticado por ele. Já naincapacidade a pessoa nunca teve direito de receber, como no caso de deixar herança paraamante.

• Outro efeito é o da validade dos negócios jurídicos praticados, alienações. Pressupõe que oadquirente de boa fé tem preservado seu negocio jurídico. Ficando o adquirente com a coisa, mas

ficando o herdeiro obrigado a ressarcir o que vendeu para os outros herdeiros, inclusive os frutos.Se houve gastos com o bem, exceto as voluptuárias, deverá ser ressarcido.

AULA 03/03/2005

HERANÇA JACENTE

• Ocorre quando a pessoa que falece não deixando herdeiros, legatários, cônjuge ou quando deixouum desses e até deixou testamento e elas se recusam a receber a herança ou legado renunciando-

o. Ou ainda, quando a pessoa não tem parentes e faz um testamento considerado inválido ounulo. Em todas as hipóteses existe patrimônio, mas não tem pra quem entregar. Ou seja, faz aherança.

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• Todo patrimônio tem que ter um titular. Exceto no caso de terras devolutas. Na Herança Jacenteo Poder Público ou o Estado passa a ser candidato a essa herança. Pois não se transmite no exatomomento da morte, a lei deverá dizer, através de um processo de herança jacente, que o Estadoserá o titular.

• O juiz de direito que vai baixar uma PORTARIA abrindo o processo do seu Antonio. O CPC dizque o juiz vai à casa do falecido e acompanhado do MP, um escrivão e policiais talvez, iniciar aarrecadação desses bens, feito pela inventariança, ou seja, relacionando os bens caracterizado-osem uma folha de papel. Nomeia uma pessoa chamada curador que fará as vezes de uminventariante. Esse curador relaciona todos os bens, inclusive cartas, anotações. Tudo que tiverdo falecido a fim de encontrar seus parentes. Sendo então levado pelo juiz, para investigarimprescindivelmente se algum parente existe. Assim, manda-se publicar editais para achar o

 pessoal do falecido.

São publicados três editais com lapso de tempo entre um e outro de trinta dias. Se apareceralguém esta provará que é herdeiro e reivindicará sua herança. Se ele não existir o processoandará normalmente. Se descobrir que seu Antonio era do nordeste, por exemplo, o juiz mandaracitar o cidadão por carta precatória lá em Fortaleza, e se for estrangeiro será por carta rogatória.Ou vai ao consulado Português, por exemplo, para que o cônsul tente achar alguém lá emPortugal. O curador, caso tenha um endereço poderá mandar uma carta para ele e tentar saber seele é parente ou não.

• Resolvido todos os requerimentos para tentar achar alguém, restando esta infrutífera, o juiz, apósum ano da primeira publicação, proferirá uma sentença transformando herança jacente emHERANÇA VACANTE. (art. 1820 CC). Após essa sentença os herdeiros colaterais que não se

habilitaram decaem em seu direito, continuando apenas o direito dos herdeiros necessários.(novidade do CC). Se alguém tiver se habilitado, provando ser parente, acaba a herança jacentetransformando em inventário normal.

• Esperará 5 anos do falecimento (abertura da Sucessão) do Seu Antonio para que a herança seincorpore ao Poder Público (art. 1822), sendo recolhido pelo Município, onde estão localizadosos bens. Antes de 1990 ia para o Estado da Federação, como p.ex MG. O CPC continua com a leiantes de 1990, não foi atualizado.

• O CC veio revogando a lei 8791, que dizia que se não tinha ninguém o companheiro recebia atotalidade e os colaterais eram excluídos. Hoje tudo vai para o Estado. É um absurdo!!!!!

PETIÇÃO DE HERANÇA (art. 1824 e segs.):

• Após cinco anos se alguém aparecer deverá entrar com a Petição de Herança. Para ser autor dessaação a pessoa tem que ter o titulo de herança. Ele vai reivindicar a universalidade inteira até saberqual é o direito dele. •  No caso dos títulos de crédito tenho 3 anos para executar o devedor, no inventário é um ano, masse ele habilitar depois não haverá problema. O juiz terá que resolver essa questão antes de tornar

herança vacante.• Essa herança não poderá ser utilizada pelo poder público para qualquer coisa. O D. 8207/45 diziaque toda essa herança deveria ser destinada para o aperfeiçoamento do ensino universitário. Daí

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inclusive que surgiu a UEMG, que são Estaduais e já deviam ter se tornado Municipais, por essasheranças Vacantes. E hoje continua essa destinação e se fizer o contrário será ilegal, pois lei não serevoga pelo desuso.

• Quando o bem é do Município vai para o Município. Mas há alguns bens que estão em território

Federal, como o DF, ou no estrangeiro e esses vão para a União.

• Antes desses cinco anos o Município não é dono e essa área que, por exemplo, poderá serusucapita. O estado falava que quando morria no exato momento era transmitido para o Estadomesmo fazendo o processo depois, e o Município falava que não que deveria esperar os 5 anos paraentão se incorporar ao patrimônio público. No art. 1603 do CC/16, na enumeração tinha o poder

 público nos seus incisos, já no CC/02 no art. 1829, o Estado foi retirado dos enumerados do artigo, para resolver essa questão.

• Pela lei nova o direito dos herdeiros vai perecer, se não houver nenhum outro prazo determinado

em lei, em10 ANOS

do falecimento do seu Antonio, segundo o art. 205 CC/02. Daí para frente nemcom petição de herança nem nada consegue-se entrar e reivindicar.

AULA DIA 07/03/05

ORDEM DA VOCAÇÃO HEREDITÁRIA

• É uma técnica que o legislador encontrou para chamar as classes para a herança.

• A primeira classe é a dos descendentes: primeiramente os filhos, que são os herdeiros porexcelência. Estes receberão por cabeça, pois todos são iguais para o NCC. Os demaisdescendentes recebem por cabeça ou por estirpe. Se Primos, Secundos e Tércios estiverem vivossomente eles receberão. Mas, se Primos estiver pré-morto o que lhe é devido será entregue aosseus filhos por estirpe (por origem), ad ifinitum. Ou seja, enquanto tiver um descendente não

 pode chamar um ascendente. Regra básica entre os descendentes, O grau mais próximo exclui omais remoto. .

• Se não houver nenhum descendente chamará a classe seguinte, dos ascendentes. Só se recebe pordireito próprio, ou seja, ninguém pode representar ascendente pré-morto.

• A segunda classe é dos ascendentes: Antonio tem seu pai e sua mãe e estes têm pais também, quesão os avós de Antônio, tanto por parte de mãe quanto de pai. Ai será dividido 50% para o lado

 paterno e 50% para o lado materno. Se Antonio tiver pai e mãe ai vão pra estes e os avós deAntonio somente receberão se ele não tiver pai nem mãe. E será dividido dentro dos 50 %.

• A terceira classe é a do cônjuge: o cônjuge só terá direito se não estiver separado de direito, ouseparado de fato a mais de dois anos no mínimo, e não tenha dado causa para a separação. (art.1830). E não há discussão sobre regime de bens. Qualquer que seja o regime de bens, se não tiverdescendente ou ascendente o cônjuge será chamado, e receberá todos os bens.

• Se o casal tinha um único bem imóvel residencial, mesmo tendo vários outros bens, e inclusive setiver filhos, desse bem imóvel, independentemente do direito da herança, o cônjuge tem direitode real habitação, ou seja, viver naquele imóvel até a sua morte, e mesmo que ele venha casardepois. (Art. 1831). Esse imóvel é dividido sim, mas o direito de habitação fica com o cônjuge.

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• A quarta classe é a dos colaterais: o grau mais próximo exclui o mais remoto, além de serdividido por cabeça, quando estiver no mesmo grau. Não há direito de representação, exceto nocaso de Primos, que tem filhos A e B, está pré-morto. Esses filhos A e B representarão o paiPrimos, que está pré-morto. Se um desses filhos, A e B, estiver morto, os seus filhos, E e F, netos

de Primos, não receberão, sendo dividido essa parte para todos os outros herdeiros, irmãos dePrimos.

• Outra regra é que quando todos estão no mesmo grau divide-se igual, se forem irmãos bilateraisrecebem igualmente e se forem unilaterais também. Mas se for bilateral e unilateral juntos, ao

 bilateral é atribuído o peso dois e ao unilateral o peso um. Somo a totalidade de pesos pego aherança e divido por essa totalidade. Ai eu distribuo por peso. Depois somo tudo pra saber se deuo total da herança. Isso ocorre no caso de dividir a herança de um irmão pré-morto com os outros

 bilaterais e unilaterais.

 No caso de concorrência entre o cônjuge com ascendente: concorrem em todas as hipóteses,qualquer que seja o regime de bens, desde que não ocorra as condições do art. 1830. Quando aconcorrência do cônjuge com os PAIS de Antônio (avós paternos dos filhos de Antonio) serádividido por cabeça, cada um recebendo um terço. Se um dos pais de Antônio for pré-morto serátambém por cabeça, recebendo o cônjuge metade e a avó metade.

• Se o cônjuge for concorrer com os AVÓS de Antonio (bisavós dos filhos de Antônio) elareceberá metade, 50 %, e a outra metade será dividida para os avós de Antônio 50%, primeiroentre paternos e maternos, 25%, e depois por cabeça 12,5% para cada avô de Antonio vivo.

AULA 10/03/05

• Há seis regimes de bens no Código Civil:a) Comunhão Universal: tudo que for adquirido antes e depois do casamento se comunica a ambos,

exceto os bens ditados no art. 1668 que nunca se comunicarão, como no caso dos proventos dotrabalho pessoal de cada cônjuge; lembrando que todas as despesas comuns deve ser paga pelosdois com esse dinheiro que ele conseguiu com seu trabalho. Se a mulher trabalha em casa nãoentra nessa questão, pois cada um está contribuindo de maneira diferente. Hoje não se usa mais acomunhão universal, o regime legal é hoje a comunhão parcial. No pacto ante-nupcial, feito cominstrumento publico somente, tendo eficácia quando o casamento se efetiva, é que decidimosqual o regime adotar.

 b) Separação Obrigatória: é o regime que a lei impõe,por exemplo nos casos de idade núbil commenos de 18 e o maior de 60 anos. Casar antes de terminar o inventario da mulher e o cara temfilhos menores.

c) Comunhão Parcial sem bens particulares; (art. 1659). Na Doação declarando que é só para umou na herança não comunica.

d) Comunhão parcial com bens particulares;e) Separação Convencional: quando as partes estipularem o regime de separação.f) Parte final dos aquestos. Bens comuns dos dois(ver art. 1659): misto entre comunhão parcial e

universal. Durante o casamento cada um administra seus bens, como uma separação, mas numdivorcio ou numa morte, por exemplo, quando o casamento se dissolve, a lei transforma noregime de comunhão parcial.

A concorrência do cônjuge com os descendentes

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• Se forem um dos três primeiros regimes NÃO haverá concorrência se forem um dos três últimosregimes HAVERÁ concorrência. Lembrar sempre do art.1830 (dar causa a separação)

• Art. 1832, ao final declara que o cônjuge terá sempre assegurado um quarto da herança.

• EX: Se tem o Antonio casado com a Maria e com os filhos Primos, Secundos, Tercios, não há problema. Mas se houverem mais de três filhos ( Quartos e Quintos) ai você deverá tirar o umquarto da Maria, ou seja, 25%, e o restante divide com os 5 filhos do caso do exemplo. Mas essaregra só se aplica quando os filhos forem comuns, se não forem, o cônjuge não tem os 25 %.

• Se com Primos, Secundos, Tércios, Quartos e Quintos e Antônio casa com outra chamada Rita,sem ter filhos. Vai continuar dividindo por cabeça e ela não tem garantia dos vinte e cinco porcento.

• Se no caso acima a Rita tiver filhos com Antônio ela terá os 25 % garantido. A solução é da Rita

concorrer com os filhos que tem o mesmo direito que ela. Há 5 filhos mais a Rita que dão 6 pessoas. Se tem 1200, divide por seis e da 200 pra cada. Ai os filhos de Antonio com Mariarecebem 200cada. Em relação aos filhos dela com Antonio eu pego os 200 de cada multiplicocom 3 ( quintos quartos e Rita) dá 600, tiro os um quarto de Rita e divido o restante para osfilhos dela com Antonio.

• Mas se no caso Antonio tiver 4 filhos com Rita e um só com Maria. Eu pego os 1200 divido comseis dando 200. o primos , filho só de Antonio recebera 200. Daí eu pego 200 de cada emultiplico pelo que sobrou de herdeiros (Rita e seus 4 filhos), ou seja, 5 (cinco), dando o total de1000. Desse total separo os um quarto da Rita (250,00) e o que restar, ou seja, 750,00 eu divido

 pelos filhos dela com Antonio, dando 187 para cada. Tudo isso não prejudicara na meação dos

aquestos.

Companheiro

• Com a CR/88 houve o reconhecimento da União estável. Depois disso o projeto do NCC estavaem tramitação até que Fernando Henrique aprovou. Em 1994 a lei 8971 deu direitos amplosdemais. P.ex: Quando não haveria ascendente ou descendente o cônjuge recebia tudo. E deveriater 5 anos de relacionamento. A regra do CC era quando não tem regime será comunhão parcial.

 Na união estável será da mesma maneira se não houver contrato definindo isso antes. Com issoveio a lei de 1996, que deu muita confusão na imprensa e etc. ai o Fernando Henrique mandouum projeto que nunca andou.

• Daí veio o CC02,que nele foi inserido nas definições gerais a União Estável, art. 1790.

• Art. 1790: os bens havidos, a titulo oneroso, na constância da União serão partilhados entre oscompanheiros.

I- O cônjuge terá o mesmo direito dos filhos de Antonio, ou seja, será por cabeça. Ela não temdireito aos 25 % que a lei diz no caso de casamento.

II- Antonio separou da Maria e casou com Rita sem filhos comuns, só Antonio e Maria tiveramfilhos. Nesse caso a Rita terá direito a metade do direito dos filhos de Antonio. Ai joga peso

dois para os filhos de Antonio e peso um para Rita. Divide tudo pela quantidade de herdeirose vê o resultado e entrega de acordo com o peso.

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III- Parentes sucessíveis ou colaterais: eram afastados os colaterais na lei 8971 tendo ocompanheiro mais direito que os colaterais. Agora os colaterais também tem direito. Antoniotem dois irmãos e uma companheira sem filhos. Os bens a titulo oneroso conseguidos naconstância da união ela vai participar em 50 %. P.ex: se for 60 mil ela terá direito a 30 mil,

 pelo direito de família. E mais um terço no mínimo pelo direito sucessório, ou seja, 1/3 dos

trinta mil que sobraram será dela tendo quantos irmãos ele tiver.Como no caso há dois irmãosnão terá problema. Mas se tiver mais irmãos terá que usar a regra que foi explicada acima.O que Antonio conseguiu antes da união estável não comunica com Rita se não tiver quem dar será parao Estado como herança jacente.

Aula 14/03/2005

Prova

Aula 17/03/2005

CÁLCULO DA LEGITIMA (art. 1847, CC/02)

• Herdeiros necessários: são os ascendentes, descendentes e cônjuge (art. 1845). O descendentesé peça fundamental, sendo o filho do autor da herança. O neto terá direito à herança porrepresentação, caso seu pai (ascendente) seja pré-morto. O cônjuge será herdeiro necessário,embora em alguns casos não concorrer com os ascendentes e descendentes.

• A legitima sempre será devida para os herdeiros necessários (art 1846, CC/02)

• O calculo da legitima se faz a partir do calculo do conjunto patrimonial deixado pelo autor daherança.

• A data da abertura da sucessão (do óbito daquele de cuja herança se trata) é fundamental para aidentificação precisa do todo unitário da herança e de seu valor. Todo o acervo da herança,

 passivo e ativo, ao valor da época da aberturada sucessão, deve integrar ao calculo.

• Do ativo será descontado o passivo e despesas funerárias. Ao valor da herança deve seradicionado o valor das doações que os ascendentes receberam em vida dos ascendentes e que osobrevivente recebeu em vida do seu consorte.

• EX 1: Antonio tem um patrimônio de R$ 1000,00, mas teve que ser submetido a uma cirurgia deurgência, tendo que pagar ao Hospital Biocor o valor correspondente de R$ 50,00 para despesascom a cirurgia. Ocorre que Antonio não resistiu e veio a falecer, tendo que pagar o funeral ovalor de R$ 3,00. Ainda, tinha uma divida no Banco do Brasil de R$ 27,00.

Dados: Antonio antes de casar tinha R$ 80,00Maria antes de casar tinha R$ 60,00Patrimônio total do casal = R$ 1.000,00Divida de Antonio = R$ 50,00 + 3,00 + 27,00 = 80,00O casal possui três filhos ( primus, secundus e tercius)Antonio doou em vida para primus R$ 50,00, secundus R$ 40,00 e tercius R$ 10,00

1) Deve-se somar os valores que Antonio e Maria tinham antes de casarem → 80+ 60 = 140,00

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2) Após deve-se subtrair o patrimonio do casal com o patrimônio que cada um tinha antes docasamento → 1000 – 140 = 860

3) O valor encontrado deverá ser subtraído com o valor da divida de Antonio → 860 – 80 = 780

4) 780 será dividido por 2 para encontrar a meação dos cônjuges → 780 : 2 = 390 (meação)

5) Após encontrar o valor da meação pega-se a meação de Antonio, soma-se o valor do patrimônioque tinha antes do casamento, além de somar os valores dos bens doados em vida para seusherdeiros necessários → 390 + 80 = 470

470 + (50 + 40 + 10) = 570

6) Os 570 encontrado deverá ser dividido por 4, ou seja, para Maria,  primus, secundus e tercius, para encontrar a quota parte de cada um deles separadamente → 570 : 4 = 142,50

7) A igualdade das legitimas Maria= 142,50 + 390 + 60 = 592,50meação ┘ └ tinha antes do casamento

   Primus = 142,50 – 50 = 92,50  └ doação recebida em vida

Secundus = 142,50 - 40 = 102,50  └ doação recebida em vida

Tercius = 142,50 - 10 = 132,50  └ doação recebida em vida

8) As doações recebidas em vida devem ser subtraídas, pois já foram integradas ao patrimônio decada um antes do falecimento do ascendentes (Antonio). Já a mulher Maria deverá ter o valor do

seu patrimônio antes do casamento somado, mais a meação que cada cônjuge tem.Cálculos feitos direto com explicações simples

1) 80 + 60 = 140└──┴ patrimônio de Antonio e Maria antes de se casarem

2) 1000 – 140 = 860└ Patrimônio do casal

3) 860 – 80 = 780└ divida deixada por Antonio

  4) 780 : 2 = 390└ meação de cada cônjuge

 5) 390 + 80 = 470

Meação de Antonio ┘ └ patrimônio de Antonio antes do casamento

470 + (50 + 40 + 10) = 570└──┴──┴ doações recebidas antes da morte de Antonio

6) 570 : 4 = 142,50

└ quota parte de cada um 

7) A igualdade das legitimas Maria = 142,50 + 390 + 60 = 592,50

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meação ┘ └ tinha antes do casamento   Primus = 142,50 – 50 = 92,50  └ doação recebida em vida

Secundus = 142,50 - 40 = 102,50  └ doação recebida em vida

Tercius = 142,50 - 10 = 132,50  └ doação recebida em vida

• EX 2: Antonio tem um patrimônio de R$ 1000,00, mas teve que ser submetido a uma cirurgia deurgência, tendo que pagar ao Hospital Biocor o valor correspondente de R$ 50,00 para despesascom a cirurgia. Ocorre que Antonio não resistiu e veio a falecer, tendo que pagar o funeral ovalor de R$ 3,00. Ainda, tinha uma divida no Banco do Brasil de R$ 27,00.

Dados: Antonio antes de casar tinha R$ 80,00Maria antes de casar tinha R$ 60,00Patrimônio total do casal = R$ 1.000,00Divida de Antonio = R$ 50,00 + 3,00 + 27,00 = 80,00O casal possui três filhos ( primus, secundus e tercius)Antonio doou em vida para primus R$ 50,00, secundus R$ 40,00 e tercius R$ 10,00

 Antonio no testamento deixou para Santa Casa R$ 10,00, para Hospital Mario Pena R$10,00 e um apto para Maria no valor de R$ 50,00

- Existem duas maneiras de fazer o calculo

1º Maneira (mais fácil)

1) Deve-se somar os valores que Antonio e Maria tinham antes de casarem → 80+ 60 = 140,00

2) Após deve-se subtrair o patrimônio do casal com o patrimônio que cada um tinha antes docasamento → 1000 – 140 = 860

3) O valor encontrado deverá ser subtraído com o valor da divida de Antonio → 860 – 80 = 780

4) 780 será dividido por 2 para encontrar a meação dos cônjuges → 780 : 2 = 390 (meação)

5) Após encontrar o valor da meação pega-se a meação de Antonio, soma-se o valor do patrimônioque tinha antes do casamento → 390 + 80 = 470 

6) Pega-se os 470 e subtrai o valor das disposições testamentárias → 470 - (10 + 10 + 50) = 400

7) Após soma os 400 com os valores das doações feitas para os herdeiros necessários em vida( primus, secundus e tercius) → 400 + (50 + 40 + 10) = 500

8) Os 500 encontrado deverá ser dividido por 4, ou seja, para Maria,  primus, secundus e tercius, paraencontrar a quota parte de cada um deles separadamente → 500 : 4 = 125,00

 ┌ apto deixado p/ Antonio

9) A igualdade das legitimas Maria= 125,00 + 390 + 60 + 50 = 625,00meação ┘ └ tinha antes do casamento

   Primus = 125,00 - 50 = 75,00  └ doação recebida em vida

Secundus = 125,00 - 40 = 85,00

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  └ doação recebida em vidaTercius = 125,00 - 10 = 115,00

  └ doação recebida em vida

10) As doações recebidas em vida devem ser subtraídas, pois já foram integradas ao patrimônio de

cada um antes do falecimento do ascendentes (Antonio). Já a mulher Maria deverá ter o valor doseu patrimônio antes do casamento somado, mais a meação que cada cônjuge tem.

Cálculos feitos direto com explicações simples  1) 80 + 60 = 140

└──┴ patrimônio de Antonio e Maria antes de se casarem

2) 1000 – 140 = 860└ Patrimônio do casal

3) 860 – 80 = 780└ divida deixada por Antonio

  4) 780 : 2 = 390└ meação de cada cônjuge

 5) 390 + 80 = 470

Meação de Antonio ┘ └ patrimônio de Antonio antes do casamento

  6) 470 - (10 + 10 + 50) = 400└──┴──┴ disposições testamentárias de Antonio

  7) 400 + (50 + 40 + 10) = 500└──┴──┴ doações recebidas antes da morte de Antonio

8) 500 : 4 = 125,00└ quota parte de cada um

 ┌ apto deixado p/ Antonio

9) A igualdade das legitimas Maria = 125,00 + 390 + 60 + 50 = 625,00meação ┘ └ tinha antes do casamento

   Primus = 125,00 - 50 = 75,00

  └ doação recebida em vidaSecundus = 125,00 - 40 = 85,00  └ doação recebida em vida

Tercius = 125,00 - 10 = 115,00  └ doação recebida em vida

2º Maneira

1) Pega-se o patrimônio do casal e subtrai a divida deixada por Antonio → 1000 – 80 = 920

2) Soma-se o valor do patrimônio do casal antes do casamento → 80 + 60 = 140

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3) Pega-se os 920 e subtrai o valor do patrimônio do casal antes do casamento → 920 – 140 = 780

4) O valor encontrado deverá ser divido por 2 par saber o valor da meação de cada cônjuge → 780 : 2 =390 (meação)

5) Após encontrar o valor da meação pega-se a meação de Antonio, soma-se o valor do patrimônioque tinha antes do casamento → 390 + 80 = 470

6) Os 470 deverá ser divido por 2, pois é a metade que pertence aos herdeiros e assegurada pela lei, pois a outra metade o testador dispôs da maneira que pretendia no testamento → 470 : 2 = 235

7) 235 é o valor disponível para o testamento e para os herdeiros:  → 235 ( disponível p/ testamento)  → 235 + colação (herdeiros necessários)

8) Disposição testamentária → Santa Casa R$ 10,00, para Hospital Mario Pena R$ 10,00 e umapto para Maria no valor de R$ 50,00 → 10 + 10 + 50 = 70

9) Os 235 deverá ser subtraído com os 70 do testamento → 235 – 70 = 165

10) Os 165 foi o que sobrou do total do testamento que era de 235, ou seja, a lei assegura metade do patrimônio para os herdeiros necessários e a outra metade o testador poderá dispor da maneira quequiser, mas no caso Antonio só dispôs de 70 dos 235, restando o valor correspondente a 165, quedeverá integrar ao patrimônio dos herdeiros necessários (integrar a legitima) além da metade que lheé assegurada. Ainda deverá somar os valores das doações recebidas antes da morte de Antonio.→

235 + 165 + (50 + 40 + 10) = 50011) Os 500 deve ser dividida por 4 para encontrar a quota parte de cada um (Maria, primus, secundus

e tercius) → 500 : 4 = 125

┌ apto deixado p/ Antonio12) A igualdade das legitimas Maria = 125,00 + 390 + 60 + 50 = 625,00

meação ┘ └ tinha antes do casamento   Primus = 125,00 - 50 = 75,00  └ doação recebida em vida

Secundus = 125,00 - 40 = 85,00

  └ doação recebida em vidaTercius = 125,00 - 10 = 115,00  └ doação recebida em vida

Cálculos feitos direto com explicações simples1) 1000 – 80 = 920

└ divida de Antonio

  2) 80 + 60 = 140└──┴ patrimônio de Antonio e Maria antes de se casarem

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3) 920 – 140 = 780└ valor encontrado no nº 1

4) 780 : 2 = 390└ meação de cada cônjuge

5) 390 + 80 = 470Meação de Antonio ┘ └ patrimônio de Antonio antes do casamento

  6) 470 : 2 = 235└ metade do patrimônio que será disposto (50% p/ testamento e

50% para os herdeiros necessários). 

7) → 235 ( disponível p/ testamento)  → 235 + colação (herdeiros necessários)

  8) Testamento → 10 + 10 + 50 = 70  └──┴──┴disposições testamentárias de Antonio

9) 235 – 70 = 165Parte disponível do testamento ┘ └ disposição testamentária

10) 235 + 165 + (50 + 40 + 10) = 500  O que sobrou do testamento ┘ └──┴──┴ doações recebidas antes da morte de Antonio

11)500 : 4 = 125└ quota parte de cada um

 ┌ apto deixado p/ Antonio

12) A igualdade das legitimas Maria = 125,00 + 390 + 60 + 50 = 625,00meação ┘ └ tinha antes do casamento

   Primus = 125,00 - 50 = 75,00  └ doação recebida em vida

Secundus = 125,00 - 40 = 85,00  └ doação recebida em vida

Tercius = 125,00 - 10 = 115,00

  └ doação recebida em vida

Aulas 21/03/2005 e 28/03/2005

SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA (art 1857, CC/02)

• Formas testamentária

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• As formas mais comuns de testamentos são: testamento público, cerrado e particular. Asformalidades testamentárias referem-se apenas aos elementos extrínsecos, ou seja, de acordo coma vontade do testador e ao numero, rogarão e idoneidade das testemunhas instrumentárias.

i. Testamento público (art 1864): só pode ser feita na língua portuguesa e deverá

constar no livro de notas de um tabelião ou quem exerce tal função. É a forma que oferece maiorsegurança. No caso de pessoas cegas, somente é permitido fazer por meio do testamento público.

• Deve ser lavrado pelo tabelião ou pelo seu substituto legal (pessoa habilitada para lavrar nolivro de notas). O testamento público lavrado por tabelião fora dos limites de sua competênciaterritorial será considerado nulo de pleno direito.

• A lei permite que o tabelião desloque do cartório com o livro de notas para o lugar ondeencontra o testador (casa, hotel, hospital, escritório, durante o dia ou à noite, em feriados,domingos ou não). Assim, não é exigível que o testamento público seja feito dentro do cartório,

somente. O testamento não poderá ser interrompido, caso contrario o tabelião ou seu substitutolegal não poderão se ausentar do local.

• As testemunhas (duas no mínimo que saibam escrever pelo menos o próprio nome) não precisam estar presentes durante todo o ato, mas é essencial assistirem a leitura do testamento.

• Se o testador não sabe ler e escrever, poderá mesmo assim fazer testamento público a rogo, ouseja, por meio de outra pessoa em seu nome. É obvio que deverá ser feito com todas asformalidades essenciais para que o ato se complete corretamente, produzindo efeito após suamorte.

• Após a morte do testador, o testamento é apresentado ao juiz que mandará processa-lo para emseguida ser registrado, inscrito e cumprido. O cumprimento do testamento pode ser requerido por qualquer pessoa interessada.

• Formalidades essenciais do testamento público: deve ser escrito  pelo tabelião ou seusubstituto legal no livro de notas e em língua portuguesa (vernáculo); deve ser lido em seguida,a um só tempo, ou seja, na presença das testemunhas e do testador simultaneamente; deve aofinal ser assinado pelo testador, testemunhas e pelo oficial, nesta ordem. Na falta de uma das

 pessoas presentes no final do ato o testamento não se completa sendo invalido.

• Pessoas que podem testar publicamente: 

1) pessoa analfabeta : desde que o oficial declare, devendo uma das testemunhas assinar a rogo. Masse o testador não quis assinar sem justificativa plausível o testamento será nulo;

2) pessoa surda : se a pessoa sabe ler, esta deverá fazê-lo obrigatoriamente ao final do ato, na presença das testemunhas, caso contrário uma das testemunhas escolhida pelo testador é quedeverá fazê-lo em seu lugar para depois assinarem o instrumento;

3) pessoa muda : podendo o testador servir-se de minuta para declarar sua vontade ao contrário dedeclara-las em voz alta, poderá faze-lo sem problemas;

4) pessoa cega :só pode faze-lo por meio de testamento público e a leitura em voz alta deve ser feitaduas vezes, uma pelo oficial e outra por uma das testemunhas escolhida pelo testador. Se o

testador souber escrever deverá assinar ao final ou se não souber poderá ser feito a rogo. No casode militar que tornou-se cego em combate será permitido uma forma de testar especial que serávista logo abaixo.

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ii. Testamento particular (art 1876): de custo zero, pois qualquer pessoa podefazer a qualquer momento desde que obedeçam as normas legais, na língua brasileira ou na línguaque todos saibam. A lei requer 3 testemunhas que irão presenciar o ato, sendo imprescindível. Podeser feita em uma folha de papel, sendo informal, simples a forma do testamento. Depois da mortedo testador o juiz irá marcar uma audiência para ouvir estas testemunhas para produzir efeito o

testamento,declarando a autenticidade do ato para o juiz, caso contrario o testamento será invalido,sem produzir efeitos jurídicos.

1. Tem-se uma forma diferenciada, pois pode ser feito em circunstanciaexcepcionais,ou seja, por escrito de próprio punho do testador sem a necessidade de havertestemunhas, após a morte o juiz ira analisar se o testamento foi feito pelo próprio testador paraconsidera-lo valido.Ocorre em momento imprevisível, excepcional.

2. EX: Ocorre uma enchente e um determinado prédio ficou dentro do rio e ocorpo de bombeiros resgatou as pessoas que estavam dentro do prédio. Assim, Antonio

 preocupado em morrer resolve fazer um testamento de próprio punho deixando seus bens paraos legatários. Antonio, por sua vez, não conseguiu sobreviver a ao baixar as águas do rioencontraram o testamento deixado por ele d e próprio punho, sendo, portanto, este instrumentovalido.

3. Na Itália o documento particular feito pela própria pessoa não precisa detestemunhas como também o feita pelo próprio punho. Já no testamento publico deve haver 2testemunhas.

iii. Testamento cerrado (art 1868): é um misto entre testamento publico e particular, chamado também de secreto ou místico, pois só o testador é que sabe o conteúdo do

testamento e cheio de formalidades. Deve levar duas testemunhas para comprovar que o testamentoseja aquele mesmo e que seja cumprido após usa morte. O Tabelião aprova o testamento sendofeito um termo de aprovação que deve ser assinado por todos (testador, testemunhas e tabelião),então, posteriormente, deverá ser lançado no cartório que houve um testamento cerrado. Pode serfeito em qualquer língua que devera ser levado a um tradutor juramentado para traduzir otestamento caso este seja feito em outra língua. A lei admite que se o testador não puder escrevercom o próprio punho poderá haver um testador a rogo, feito por outra pessoa em seu favor, sendoum absurdo, pois se o testamento cerrado é aquele que não poderá ter seu conteúdo divulgado,conforme alhures frisado. Não pode ser aberto mais, mesmo que queira fazer alterações, poissomente o juiz poderá abri-lo, mesmo que seja aberto por outrem a mando do testador perderá suavalidade. A grande desvantagem deste testamento é a sua fragilidade, pois se alguém abrir o

testamento a pedido do testador ele devera provar que foi a pedido.- Entre os testamentos o primeiro é mais seguro, mais nada diferenciam um do outro.

iv. Testamentos especiais (art 1886): são os casos dos testamentos de marítimos,militares, etc.

4.1.Marítimo: é assemelhado a um testamento público ou cerrado, onde o comandante ira lavrar otestamento no diário de bordo, pode ser feito por qualquer pessoa desde que o navio seja nacionale não pode estar portado, ou seja, atracado no porto, pois é essencial que esteja navegando. Devera

ter 2 testemunhas. Após 90 dias depois do navio atracar no Pais perderá sua validade.

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4.2.Aeronáutica: ocorre da mesma maneira que a anterior, mas lavra-se no diário de bordo pelocomandante. Deve ter 2 testemunhas também. O testamento só produzirá seus efeitos dentro de 90dias depois que o avião pousou, tendo, portanto, tempo para produzir o testamento ordinário,comum por isso que após os 90 dias perderá sua validade.

4.3.Militar: quando o militar é convocado para guerra, podendo fazer o testamento aquele que faz parte das forças militares. O testamento poderá ser feito dirigido ao comandante (patente mais altada tropa). Irá prevalecer no prazo de 90 dias depois de terminada a situação de fato (risco). O art1895 estabelece que o testamento será valido com 2 testemunhas, sendo assemelhado ao publico eao cerrado. Mas quando não houver testemunhas deve-se tomar um cuidado, ou seja, quando omilitar for ferido em batalha poderá fazer oralmente por duas testemunhas, chamado também detestamento nuncupativo, correndo o risco de haver fraudes.

• Codicilo: forma de dispor de bens em pequena monta, estabelecendo o desejo do testador decomo quer ser enterrado, depois disponho sobre bens moveis ou esmola de pequeno valor.Deve ser feito de próprio punho sem a necessidade de haver testemunhas. Tem uma validadelonga ou curta, pois depois do codicilo, se houver um testamento a lei obriga o testador a dizerque existe um codicilo, pois o testamento poderá revogar o codicilo. Somente pode dispor de

 bens móveis e não imóveis.

Aula 31/03/05

• Num contrato cada parte acorda em fazê-lo e alguém ficara responsável pela redação. Dizemque o contrato é lei entre as partes, pois representa naquele momento a legitima vontade das

 partes, adquirindo obrigações entre si.

• No testamento nos não temos duas partes. É unilateral, ou seja, há só uma parte. Somente vê olado do testador, e se este não souber fazer as clausulas estas poderão ser anuladas pelo juiz.Por ser um ato de ultima vontade e somente começa a funcionar depois da morte, terá que ser

 perfeito.

• Em relação ao contrato temos o preâmbulo e as cláusulas do contrato. Inclusive com estética,sob pena de seu trabalho ser depreciado. Em todo documento jurídico deve-se deixar umamargem.

Contrato _______________________________________ 

_______________________________________ 

a. ______________________________________________________________________  b. ______________________________________________________________________ c. ______________________________________________________________________ d. ______________________________________________________________________ 

•  No testamento as cláusulas são chamadas de disposições, mas o conteúdo pragmático é omesmo. Será disposto com o nome do testamento em cima e o seu Antonio vai escrever: eu,fulano, filho de tal, casado com tal, residente em tal, dando todas as características. Não terá aestética do contrato, sendo continua as linhas do tipo:

TESTAMENTO

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Eu,_________________________________________________________________________________  ________________________________________________________________________________  __________________________________________________________________________________ 

• Assim, é evitado os espaços em branco para que não haja fraude. Principalmente em se falando

de herdeiros.

• Disposições Testamentárias: Conjuntos das minhas idéias que eu quero colocar para perpetuarapós a minha morte, que a partir daí começara a vigorar. Se envolver valores econômicos serão

 patrimoniais se não envolver serão não patrimoniais. As disposições devem ser validas e possíveis, desta maneira, não podem ser ilegais, imorais, e impossíveis, e se assim sendo serãoanuláveis ou não produzindo efeitos.

•  No testamento que coloco o herdeiro instituído (o legitimo não esta no testamento) e legatário(que somente poderá ser dentro do testamento). Deve-se cuidar para que estas pessoas recebam.

• Deve-se declarar quem é essa pessoa de forma que não seja confundida com outra. Sempreindicando pelo nome especifico, sendo genérico somente quando falo de um grupo, como porexemplo, os médicos que fizeram minha cirurgia. Fora isso não pode se deixar pra pessoasindeterminadas, sob pena de se anular aquela disposição testamentária. Isso se da porque otestamento é personalíssimo.

• Posso deixar essas disposições testamentárias de norma pura e simples ou com encargo, ou sejacom condições futura e certa, para fazer jus a coisa legada. EX: Deixo para  primus um carrodesde que ele passe no vestibular até 2010, caso contrario perde-se o direito à coisa legada, pois odireito não se consubstanciou e sua parte não é transmitido para seus herdeiros, mas se o

legatário vier a receber seu legado e após sua morte o bem é transmitido para seus herdeirosnormalmente (art 121 a 137, CC/02).

• Pode-se também fazer uma disposição testamentária com encargo, ou seja, deixa determinado bem para Primus desde que pague (cumpra) alguma coisa que seja da vontade do testador.

• O testamento não poderá ser a termo, ou seja, começar a ter validade depois de um determinadotempo, mas o testamento a termo só será valido no caso de prole eventual, com prazo máximo de2 anos após a abertura da sucessão do testador.

• Interpretação: da vontade dele após a sua morte. Sob pena de uma ou outra disposição ser nula.Acima de tudo devera o testador especificar tudo com muita clareza, sem deixar para o juizinterpretar seu testamento. O ideal é usar palavras simples que não gerem dúvidas. Há algumasregras de interpretação de testamentos, e alguns autores falam sobre isso em seus livros, inclusiveo Cateb.

• Se a disposição for obscura deverá ser interpretada pelo contexto do testamento e se mesmoassim não for possível será anulado. Interpretação autêntica, gramatical etc.

• O Código diz que se eu colocar clausula sobre inalienabilidade, será também impenhorável eincomunicabilidade, para assim evitar a fraude. Tanto particulares quanto o Estado.

• Alguns casos a clausula de inalienabilidade não prevalece, como no caso de desapropriação porutilidade pública, ou quando o beneficiário requer a sub-rogação para outro bem. Mas há duas

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hipóteses: a inalienabilidade pode ser dentro da legitima ou da porção disponível, na legitimavocê obrigatoriamente tem que justificar o porquê. A causa de você está colocando a cláusula.

•  Na porção disponível não preciso justificar, somente não posso deixar pra pessoas que a lei nãoquer. Mas justificar não.

• Se no testamento não for distribuindo todos os bens, será o remanescente distribuído peloslegítimos.

Aula 04/04/05

Continuação da sucessão testamentária

• Fazer pesquisa jurisprudencial dos efeitos dos legados e caducidade dos legados para a próximaaula.

• LEGADO: dentro do legado tem-se 3 pessoas: testador ou legante(titular do patrimônio e que porintermédio do testamento deixa algo para alguma pessoa) , legatário (quem ira receber os bensdeixados pelo testador) e onerado (é a pessoa indicada pelo testador para que sua vontade sejacumprida, entregando ao legatário o objeto do legado, que pode ser o testamenteiro parafiscalizar o cumprimento do testamento após a morte sendo este remunerado ou também nomeiado uma pessoa que ficara encarregado de fazer cumprir o testamento chamado de onerado, ainda

 poderá ser o herdeiro legitimo ou instituídos).

• Legítimos: nomeados pela lei

• Instituídos: aquele escolhido pelo testador como sendo herdeiro.

• Os legatários adquirem os bens no momento do falecimento do testador, mas só depois doinventário (partilha) é que terá direito de receber os bens, pois não terá mais duvidas sobre olegatário. Pode ser impugnado ate 5 anos depois da morte.

• OBJETOS: todas as coisas possíveis e licitas, em principio, que pertençam ao testador, alem decoisas alheias vinculadas as disposições testamentárias. EX: Deixo para Alexandre um Vademecum verde do Gabriel, assim não esta licita, pois a coisa deixada não pertence ao testador,salvo quando deixar uma compensação para o Gabriel (deixou o bem com um encargo, fazendo

 jus quando cumprir o que ficou estabelecido pela vontade do testador), caso contrario só poderádispor dos bens que pertencem a ele. O encargo é coercitivo.

• A pessoa onerada ficara responsável de requerer ao juiz o dinheiro necessário para cumprir oencargo. (art. 1915) EX: se eu tiver R$ 600,00 e deixo somente R$ 100,00e um carro que eu nãotenho, a pessoa onerada fica responsável a requerer ao juiz para liberar o dinheiro suficientedentro dos R$ 500,00 restantes para comprar o carro (cumprir o encargo).

• Se a coisa não for individualizada ela será inócua, ineficaz e não poderá ser cumprida. EX: deixoum anel de formatura que esta dentro do cofre, ocorre que este anel no existe. Mas se deixar umvalor R$10.000,00 na conta do Banco do Brasil e na época da morte só tinha R$ 5.000,00, o

legatário receberá apenas os R$ 5.000,00 existentes na conta.

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• Art. 1922: o juiz é que ira determinar qual será o bem deixado pelo testador, quando otestamento for mal redigido,pois se deixar terras deve-se estabelecer a área exata que seráentregue, caso contrário o juiz deverá consultar a legislação civil. EX: existe uma fazenda de 500há, mas o testador compra mais 200 há antes da sua morte. Ao deixar este bem para o legatáriodevera especificar se o bem deixado será de 500 há ou 700 há.

• Tipos de legados:

1.bens móveis: que se transfere pela tradição e que poderá ser deslocado por vontade proporia(semoventes) ou por terceiros sem que ele perca as características. EX: automóvel, jóias, quadros, livros,dinheiro, animais.

2. coisas imóveis estabelecidas por lei: que será ou não singularizada após o termino do inventario.

3. coisas comuns: pertencente a várias pessoas, mas será a sua quota parte pertencente a cada legatárionão necessitando do direito de preferência. Só depois de adquirir o bem é que  primus, secundos ou

tercius poderá dispor da sua quota parte, mas a lei exigira o direito de preferência para posteriormenteoferecer a terceiros não pertencentes a herança. Afinal são condôminos na propriedade. Se um deles doarsua parte poderá ocorrer sem a preferência por ser gratuita.

4. Legado de crédito: tem-se um credito para receber assim o legatário terá direito de receber estecredito após a morte do testador. (art 1918)

5. Legado de quitação de dívida: o credor poderá fazer a quitação da divida perante o legatário que teráque pagar a quantia devida ao credor, existente na data da abertura da sucessão. (art 1918). Após o

 processo de inventário.

6. Legado de alimentos: abrange alimentação, roupas, lazer enquanto houver menor. (art 1920)

7.Legado condicional: vincula a transferência do bem legado ao adimplemento de um acontecimentofuturo e certo. Enquanto não ocorrer o implemento da condição o legatário não terá direito ao legado, econsequentemente, seus herdeiros não terão direito a nada, pois só depois de incorporar o bem ao

 patrimônio do legatário que os herdeiros terão direito. A condição não é coercitiva diferente do encargoque será coercitivo.

8. Legado com encargo: a coisa já pertence ao legatário devendo este cumprir o que lhe foi imposto,sendo coercitivo. O legatário devera retirar do seu patrimônio para cumprir o encargo.

• Pode ocorrer que no testamento seja determinado o que é o legatário, mas poderá também deixarao legatário a escolha do bem deixado. EX: deixo para Pedro 10 cavalos da minha fazenda semespecificar de quem será o direito de escolher, assim quem deverá fazê-lo será o onerado ou o

 juiz (se o onerado não quiser faze-lo), mas se o testador disser que o legatário poderá escolher 10cavalos dentro dos demais, podendo este escolher os 10 melhores ou piores. (art 1929 e 1931).

Aula 07/04/2005

EFEITOS E CADUCIDADE DOS LEGADOS

• Efeitos: O legatário é dono da coisa a partir da morte com a abertura da sucessão, mas não tem odireito de apossar da coisa (aquisição após a aceitação), pois deve esperar o momento certo paraadquirir a titularidade do bem. Afinal pode existir uma impugnação do testamento no prazo de 4

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anos. O legatário então tem a propriedade do legado sem sua posse, que somente virá após a partilha. O legatário não esta obrigado a aceitar o legado, sendo permitido a renuncia medianteexpressa declaração unilateral de vontade retroagindo ao dia da abertura da sucessão.

• Legado puro e simples: o domínio da coisa legado será adquirida após a morte do testador e a

 posse dependerá da efetiva entrega que incumbe ao herdeiro, depois da partilha.

• Legado sujeito a condição suspensiva: a aquisição ocorre com o seu implemento, ou seja, depoisde realizada a condição, o esmo ocorre com os frutos. Caso o legatário falecer antes de cumprir acondição nada será transmitido aos seus sucessores.

• Aceitação e renuncia: a aquisição do legado independe da aceitação, enquanto que a renuncia só poderá ser feita após a abertura da sucessão ou após realizada a condição do legado. É proibida arenuncia parcial. Após a renuncia, chama-se o substituto se houver, não havendo, chama-se oherdeiro legitimo ou o testamentário ou o co-legatário.

• As doações em vida são atingidas na sucessão testamentária.

• O legatário terá direito a pedir o legado podendo exercê-lo contra o testamenteiro, certosherdeiros (onerados), o herdeiro ou legatário a quem pertencer a coisa legada (cabendo direito deregresso proporcional a quota hereditária) ou a todos os herdeiros instituídos (se o testador nãodesignar quem deva executar o legado). As despesas com a entrega do legado correm por contado legatário a menos que o testador o libere do encargo.

• O efeito dos legados possui vários aspectos, pois o legado é entregue ao legatário de acordo como testamento. O testador deverá ser bem claro no testamento estabelecendo o legado livre de ônus

ou não, para não haver duvidas sobre o legado. O legatário não poderá exigir nada sobre o bemque ira receber, recebendo o bem do jeito em que se encontrar n momento da morte do testador.O testador poderá estipular que o legatário recebera o bem sem nenhum ônus (encargo) ou aindacom algum tipo de ônus.

• A obrigação do onerado tem como prestação a entrada da coisa indicada como objeto do legadono estado em que se encontrava no momento da morte do testador (insubstituível). O herdeironão responde pela evicção (perda do bem por meio de sentença judicial) nem pode liberar a coisados ônus reais que a gravem (servidões ou rendas constituídas sobre imóveis).

• O testador defere o testamento de acordo com sua vontade. Se o testamento for claro o juiz não poderá interpretá-lo de outra maneira. O legatário vindo a falecer antes da partilha permaneceintegro a legado, sendo transmitido para seus herdeiros.

• Art 1924 – o legatário só pode pedir seu legado quando não houver mais nenhum litígio dotestamento, pois este poderá ser nulo. O inventariante não tem nenhuma obrigação de fazercumprir o testamento. O testamenteiro é quem tem esta obrigação.

• Se deixar para alguém um valor de R$ 10.000,00 que devera ser sacado na conta corrente dotestador, o legatário devera notificar o inventariante para que ele aplique o dinheiro no fundo deinvestimento passando a ter direito sobre os juros (art 1925) caso contrario só terá direito a

receber os R$ 10.000,00. Assim, a coisa legada deve ser considerada ao legatário com seusacessórios. As prestações periódicas vendem no inicio do período e não no final.

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• Cumprimento do legado: o legado de coisa determinada cumpre com a entrega ao legatário, notempo, lugar e modo devidos. Já o legado de coisa indeterminada cumpre pela escolha, podendoo testador atribuir tal função ao onerado, legatário ou a terceiro. Na omissão da declaração aopção será do herdeiro. Uma vez feita a escolha esta será irretratável.

1) opção do legatário: poderá escolher a melhor coisa que houver na herança, pois como ointeresse do legatário é o oposto do herdeiro, supõe que o testador quis favorece-lo.2) Opção do terceiro: deve observar a mesma regra do onerado, devendo escolher o meio-termo,

ou seja, entre as congêneres da melhor e pior qualidade. Não podendo ou não querendo o terceiroescolher, compete ao juiz com observância do mesmo critério.

3) Opção do onerado: idem ao item 2.

• Se a escolha couber ao herdeiro ou legatário, e este falecer antes da escolha, a faculdadetransmite-se aos respectivos herdeiros.

O problema da escolha estabelecido na aula anterior deverá ser feito pelo testador de forma clarano testamento.

• Art 1929 ; ver no livro de sucessões e código

• Se o legatário morrer antes de escolher o bem, caberá aos herdeiros o direito de escolha, mas não pode haver condição o bem escolhido.

• Art 1935: o legatário devera cumprir o desejo do testador de retirar parte do meu legado paraentregar para terceiros, sendo onerado, pois devera pagar uma parte para receber a outra parte quelhe pertence, sendo a responsabilidade do legatário. Se o terceiro beneficiado morrer antes da

 partilha o legatário terá direito a receber tudo que foi estabelecido no testamento para ele,inclusive a parte do terceiro pré-morto. (completar com o livro)

• Extinção dos legados:  pode ocorrer pela prescrição, caducidade, decadência, frustração dacondição, invalidade do testamento, adenção, translação e incapacidade do legatário.

1) prescrição: o direito prescreve em 10 anos.2) Frustração da condição: se não verificar a condição o legado tornar-se-á ineficaz.3) Invalidade ou nulidade do testamento: se o testamento não estiver dentro das formas legais

tornar-se-á o legado extinto.4) Caducidade: quando certos motivos supervenientes ao testamento impeçam a eficácia que

institui o legado, como perecimento da coisa, aquisição a titulo gratuito pelo legatário, morte dolegatário antes do testador, renuncia e exclusão por indignidade.4.1)Adenção: quando o testador revoga o legado ou torna sem efeito. A revogação pode serexpressa ou tácita no mesmo testamento ou em outro. Será tácita quando o testamento posterioromitir o legado pelo testador; quando em vida o testador dispor da coisa legada; quando o legadofor destruído ou modificado.4.2)Translação: quando mudar a pessoa do legatário, mudar a pessoa do herdeiro que o deve

 prestar, quando der outra coisa ao mesmo legatário em vez da coisa legada ou tornar condicionalo que se havia deixado sem condição.

Caducidade: existe uma disposição valida, inicialmente e em decorrência de algum fato posterior perde-se a validade esta disposição. EX: deixo para Renata meu anel de grau que estano cofre do escritório. Posteriormente a realização do testamento, o testador abre o cofre e retirao anel tentando colocar em outro cofre com prateleira falsa, mas o anel não entra, assim o

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testador vai ao ourive para derreter o anel transformando-o em barra de ouro para que este caibadentro do cofre. Avisa para um dos herdeiros o ocorrido, mas este herdeiro não declara o fato.Após a morte do testador a Renata vai requerer este anel, que atualmente, não existe mais, poisfoi transformada em barra de ouro. O juiz então não entendera o direito da Renata e o herdeiroque sabia do derretimento do anel ira dizer que houve a caducidade. EX; Construtora Lider (ver

livro do Salomão Cateb pg. 183).

• Uma vez onerado o legado este irá caducar não podendo voltar atrás. Pode ocorrer de fazer otestamento deixando um automóvel para Fernando que será entregue logo após a morte. Mas umdia saindo da faculdade o testador bate o carro e morre, deixando o caro destruído. Fernando nãoira receber o carro, pois este não existe mais e nem poderá receber o valor do seguro do carro,assim a coisa pereceu ocorrendo a caducidade do legado.

• Outro motivo da caducidade do legado é quando exclui o herdeiro instituído ou legatário, comotambém a pré-morte do legatário.

• Trazer jurisprudência sobre direito de acrescer entre herdeiros e legatários (art 1941) esubstituições do herdeiro ou legatário nomeado (art 1947), próxima aula.

Aula dia 11/04/05

DIREITO DE ACRESCER 

• O código procura suprir ausência de disposição feitas peço testador, que deve dispor toda vontade pra

não sofrer intervenções de terceiros.no testamento quando o testador vai exprimir sua vontade deveradeclarar seus herdeiros instituídos não podendo fixar percentuais para essas pessoas,se assim fizernão poderá haver o direito de acrescer. Da mesma maneira quando ele deixa bens para os legatáriosestes receberão em comunhão.

• Tem pressupostos para o direito de acrescer:a) Quanto aos herdeiros:

• Haja uma disposição conjuntiva (duas ou mais pessoas recebam a mesma coisa ou participem da mesma porção disponível) na mesma disposição testamentária, sob penade gerar duvidas podendo o juiz inclusive anular a disposição testamentária inteira.art.1941 CC.

•  Não haja determinação de parte. De quantum.• Quando houver uma recusa ou uma impossibilidade ou um exclusão.

 b) Quanto aos legatários:• Haja uma disposição conjuntiva (duas ou mais pessoas recebam a mesma coisa ou

 participem da mesma porção disponível) na mesma disposição testamentária ou emoutra. Pois não necessita que seja tão restrito quanto a instituição dos herdeiros.

•  Não haja determinação de parte. De quantum.• Quando houver uma recusa ou uma impossibilidade ou um exclusão.

• O direito de acrescer surgiu no direito romano. Existia a novela que tinha a re et verbis (na mesmadisposição você determina a mesma coisa para as pessoas que conjuntamente são chamadas para o

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 processo. P.ex: deixo para Edna e Fernanda minha casa na Afonso Pena. Se uma delas morre opera acaducidade do legado em relação a essa pessoa acrescendo o direito do outro porque não foideterminado o quantum iria para cada um. Se eu tivesse definido iria para sucessão legitima e nãoacresceria no direito do outro).

• Em segundo lugar temos a re tantum (quando eu tenho uma mesma coisa, mas tenho em umadisposição testamentária diferentes. P.ex: Coloco assim: deixo minha casa na Afonso Pena para Carladepois eu escrevo que deixo também pra Rodrigo minha casa na Afonso Pena. Assim, não revogará adisposição para Carla por causa da palavra também. Se não houvesse essa palavra a disposição

 posterior revogará a anterior para que não rasure o testamento todo que poderá ser anulado.)

• Por fim verbis tantum (será quando eu determino o que cada um vai receber não se operando o direitode acrescer) P. ex: deixo para Denise e Carla minha casa sendo 1/3 para Carla e 2/3 para Denise. Seuma delas morrer não vai ocorrer o direito de acrescer da outra, vai para a sucessão legitima essa

 parcela.

• O testamento depois de feito não pode ser completado, pode ser ratificado EM TEMPO. Ai poderámudar tudo, mas sem rasura.

 • Há o usufruto no caso do direito de acrescer. No direito civil há duas formas de liberalidade: a doação

(feita em vida) e testamento (feita para o pós morte). Os doutrinadores acham as duas são doações.O usufruto pode ser: vitalício (quando não determina o tempo do seu cumprimento) e temporário(quando determina o tempo para ser cumprido. O termo do prazo com ocorrência do fato quedelimitava). Art. 1941 CC.

• Se eu determinar o percentual não ocorrerá o direito de acrescer. Se eu não determinar o percentual ai

sim ocorrerá o direito de acrescer.

• Quando ocorrer o usufruto por prazo determinado ou indeterminado, mas com um valor determinado para cada uma das partes, a parte do que faltar (morrer) não acresce no direito do outro e sim vai parao nu proprietário. Ex: tenho uma determinação de 50% para cada usufrutuário e um morre. Assim,não vai pra o outro usufrutuário vai para o nu proprietário. Se houver mais que um nu proprietárioracha o direito de acrescer para todos.

• O direito de acrescer somente se opera se não houver substituto. (próxima aula) Art. 1941

AULA DIA 14/04/05

SUBSTITUIÇÕES

• Reafirmação do testador de querer que sua vontade seja cumprida. Se ocorrer algo que empeça a pessoa de ficar com o legado, mas o testador quer que alguém fique com o legado se o verdadeirodestinatário do bem não quiser ou não puder recebê-lo. Pode ser com os herdeiros instituídos oucom os legatários. A coisa ou os bens chegarem aos seus verdadeiros destinatários.

• Pode ser:a) Vulgar (simples) : aquela pura e simples e direta, em que eu nomeio uma ou vários legatários para

substituir o herdeiro, ou os herdeiros, instituídos ou legatários. Não tem maiores conseqüências.Se uma dessas aceita nenhuma outra pode mais. Você deixa para A ou para B, C, D, E. se umaaceitar o próximo perde o direito.

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 b) Coletiva : quando tenho um legatário e em substituição daquele legatário eu nomeio os filhos deoutras pessoas. Ou seja, você tem uma pessoa e substitui por muitas. Ou de muitas para uma. Art.1948 CC.

c) Recíproca : você já coloca no testamento que eles são substitutos recíprocos. Um pelo outro,substituem entre si. Art. 1948 e 1950 CC.

d) Fideicomissária : Art.1951 CC. Beneficia duas pessoas ao mesmo tempo, mas você quer a queultima pessoa fique com a coisa (CC 1916), no NCC a coisa já passa automática mas o pior é queagora não pode ser para pessoas vivas, nem concebidas, só para pessoas que ainda não nasceram,se nascer antes dele morrer será usufrutuário e nu proprietário. Tem o fideicomitente que é otestador, o fiduciário que será quem vai receber em primeiro lugar e o fideicomissário que érecebe em segundo lugar. Ocorria muito na época de guerra. Vigorou no Brasil desde odescobrimento até 10 de janeiro de 2003. No NCC mudou a sistemática, em que a substituiçãofideicomissária permanece, mas aleijada. O testador institui herdeiro ou legatário impondo a umdeles a obrigação de, por sua morte, acerto tempo, ou sob determinada condição, transmitir aooutro a herança ou o legado. O herdeiro a quem impõe a obrigação qualifica-se gravado oufiduciário. O segundo instituído chamado fideicomissário. Ex: Antonio deixa para seu filho Pedroa casa da Av. Afonso Pena, devendo , mais tarde, passados 20 anos, ser o bem entregue ao futurofilho de Pedro, ainda não concebido (mas deverá ser concebido até dois anos da morte do seuAntonio, somente será entregue 20 anos depois), que adotará a posição de fideicomissário. Se,entretanto, ao tempo da morte do testador, já houver nascido o fideicomissário (filho de Pedro), anua propriedade lhe será entregue e Pedro ficará apenas com o usufruto da casa legada. Art. 1952CC. o fiduciário arrecada a propriedade do bem legado ou da herança resolúvel e restrita. Temele todas as prerrogativas do dominus, ou seja, direito de usar, gozar, dispor e reivindicar.Usufruto e direito real de coisa alheia, muito diferente de fideicomisso por isso que o professoracha que foi confuso. A propriedade é resolúvel. Ocorrendo uma dupla vocação e condicional.

Era bom antes com o código civil de 1916, pois protegia os filhos doentes e etc. Hoje para estessomente sobrou o usufruto e a nu propriedade.

e) Compendiosa: será a vulgar + a fideicomissária. É difícil pois hoje somente poso criar ofideicomissário para uma pessoa não concebida. Você pode fazer a simples quanto em relaçãoao fiduciário ou ao fideicomissário. Crio essas pessoas e os substitutos para essas pessoas.

• JURISPRUDENCIA : Deserdação e redução das disposições testamentárias.

AULA 18/04/05

DESERDAÇÃO (art 1961)

• É uma das formas de exclusão do herdeiro. A outra é a indignidade.

• A diferença entre elas está na interferência pessoal do autor da herança. Somente o autor podedeserdar, enquanto na indignidade qualquer pessoa pode, ou o herdeiro, ou descendente ou credor doherdeiro.

Exclusão por indignidade Deserdação- é requerida por 3º interessados no prazo de 4anos da abertura da sucessão, e obtida mediantesentença judicial- alcança herdeiros necessários, instituídos elegatários.

- é feita por testamento pelo próprio testador e comdeclaração expressa de causa

- só alcança herdeiros necessários (arts 1962 e1963)

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- nem sempre os fatos são anteriores à morte doautor da herança- todos os motivos da indignação são validos paraa deserdação- resolve uma vocação hereditária existente no

momento da abertura da sucessão.

- os fatos são anteriores à morte do autor daherança.-nem todos os motivos da deserdação configurama indignidade- priva de uma vocação legitima por meio da

vontade imperial do testador.

• Somente os herdeiros necessários podem ser deserdados. Visa tirar a legitima dos herdeirosnecessários, é única função da deserdação, ou seja, a privação da legitima para o herdeiro necessário.

• Somente posso deserdar em testamento, em nenhum outro ato a lei me permite deserdar. Mesmo que por escritura pública, se você não especificar no testamento não poderá deserdar ninguém. Quando sefaz o testamento e coloca uma deserdação você deverá explicar a causa dessa deserdação. Alémdisso, o ônus da prova será dos demais herdeiros que serão beneficiados com aquela deserdação euma ação judicial, que inclusive é inominada.

• Por exemplo: Antonio têm filhos Primus, Secundos e Tertios, mas Primos é deserdado e tem os filhosM e N. M e N é que deverão provar. Excepcionalmente o credor também.

• As causas da deserdação são as taxativamente previstas em lei (arts. 1814, 1962 e 1963):

a) Atos contra a vida (homicídio doloso ou tentativa de homicídio, contra o autor, cônjuge,companheiro ou descendentes ou ascendente.)

 b) Atos contra a honra-difamação, calúnia e injúria (somente contra o autor, contra o cônjuge,companheiro ou companheira).

c) Atos contra liberdade de testar (contra o autor).d) Ofensa física contra o autor da herança, que deverá ser provado na ação pela pessoa que será beneficiada por isso. Deve ter a vontade dirigida de atingir de maneira violenta, ou seja, devehaver o dolo. Zeno Veloso fala que qualquer tapa é motivo de ofensa física.

e) Injúria grave contra o autor da herança: deverá ser necessariamente grave. Intolerável ofensa adignidade do autor da herança. Aqui deverá ter ocorrido antes dele fazer o testamento, poisdeverá vir no testamento ( no caso de indignidade pode ser depois da morte,porque não precisavir no testamento). Somente o juiz poderá analisar e julgar (art. 138 a 140 do CP).

f) Ações Ilícitas: de ordem sexual do pai com o filho ou do filho com o pai (art.1963) em relação aocônjuge e ao companheiro também. (o filho ter relação com a madrasta por exemplo.) a base é

 puramente moral.

g) Desamparo em grave enfermidade ou alienação mental: pode ser de duas formas: quando o autordo patrimônio teve uma enfermidade mental (momentânea, senão ele não poderia nem fazer otestamento) e o filho o abandonou. Deverá provar no testamento e os beneficiários também

 provarão no processo próprio, que não sofre a vis atractiva, mas que obsta o processo deinventário. Outra forma é a resultante da obrigação alimentar de pais pra filhos e de filhos para os

 pais considera como uma forma de desamparo.

• No caso de indignação você poderá também, encaixar essas outras causas da deserdação provando issodepois da morte.

1) Deserdação dos descendentes pelos ascendentes (art 1962)I- o testador deve indicar que deserda o seu herdeiro por ele ter sido autor, co-autor ou participe

do homicídio ou tentativa de homicídio de seu cônjuge, companheiro, descendente ouascendente.

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II- O testador deve indicar qual o crime cometido por seu sucessível, sem a necessidade deapresentar provas do ato lesivo à vida, honra ou à liberdade por ele sofrida de forma direta(contra ele mesmo) ou indireta (contra um parente seu).

III- Havendo cláusula de deserdação no testamento do de cujus, mostrara que o testadorrecuperou sua liberdade de testar, pondo fim a situação viciada.

IV- O alienado mental não pode testar, não podendo deserdar, enquanto não recuperar a razão.

Ainda, as causas são: ofensa física praticada pelo descendente contra o ascendente, injuria gravehavida entre esses mesmo personagens, prática de relações ilícitas com a mulher ou companheira dofilho ou do neto, ou com o marido ou o companheiro da filha ou da neta, além do desamparo do filhoou do neto que sofre de alienação mental ou grave enfermidade.

2) Deserdação dos ascendentes pelos descendentes (art 1963)As causas são as mesmas da anterior, como ofensa física praticada pelo ascendente contra o

descendente, injuria grave havida entre esses mesmo personagens, prática de relações ilícitas com amulher ou companheira do filho ou do neto, ou com o marido ou o companheiro da filha ou da neta,além do desamparo do filho ou do neto que sofre de alienação mental ou grave enfermidade,incluídas as atitudes de educação que não podem ser extrapoladas, baseado no respeito a dignidadehumana dos filhos.

OBS: Os filhos menores de 16 anos que possuírem patrimônio e sofrerem ofensas físicas não podem deserdar os ascendentes, devendo esperar completar os 16 anos para fazer. O mesmo vale para o desamparo moral e material da descendência por parte da ascendência.

3) Deserdação do cônjuge sobrevivente (art 1814)Com a elevação do cônjuge supérstite à categoria de herdeiro necessário, torna impossível a

deserdação do sobrevivo pela mera facção de um testamento que disponha de todo o patrimônio do

testador sem contemplar a futura viúva ou viúvo. Assim, para que este seja deserdado é preciso que otestador invoque uma das causas elencadas no art 1814, CC/02.

Efeitos

• São os mesmos efeitos da indignidade (antes, em 1916, ficavam no mesmo capitulo, quando separameles resolveram não repetir os efeitos). Lembrar que não vai além da pessoa do criminoso, assim oato praticado por Primus somente a ele responde. É fato é que esse herdeiro, que praticou ato, sabeque ele não está ali de boa fé (no caso de o seu Antonio não ter tempo de colocar o  Primus comodeserdado). Que somente algo impediu que ele concretizasse o homicídio, por exemplo.

• O prazo é de 4 anos da abertura do testamento e não da sucessão. Se só um beneficiado entrar com aação para comprovar a deserdação todos serão beneficiados se julgado procedente, e se não quiseremreceber o proveniente daquela deserdação, deverão renunciar posteriormente.

AULA 21 – 25/04/2005

Redução de disposições testamentárias

Ver jurisprudência.

A função da redução das disposições testamentárias é acima de tudo preservar a igualdade daslegitimas dos herdeiros necessários. Existe um limite legal de 50% do patrimônio, que o testador

 pode destinar aos herdeiros instituídos ou legados, constituindo a porção disponível.

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As liberalidades são de duas ordens: testamento e doação (art. 549 do CCB). Assim, mesmo em vida,o doador não pode exceder a porção disponível em testamento. No testamento, faz-se uma doaçãoapós morte. Em suma, as liberalidades, de forma geral, devem se situar no limite legal, estipulado

 para a porção disponível.

Assim, quando alguém doa determinado bem, é preciso que se tenha muita atenção no sentido de nãoferir a integralidade das legitimas.

Art. 1846: colações abrangem as doações feitas em vida. O professor ressalta que colação é umcapitulo bem mais extenso, mais o CCB, nesse artigo refere-se ao adiantamento de legítimas.

Importante ressaltar que existem bens que sofrem desvalorização com o tempo, como ocorre com osautomóveis. No entanto existem bens que sofrem valorização, como os bens imóveis.

Procede-se à soma das liberalidades, dadas em vida e as liberalidades dadas em testamento, paraverificar o enquadramento no limite legal de 50% da parte disponível do patrimônio.

Essa questão remonta ao direito romano em que era assegurado o direito de herança ao filho, se este percebesse que o pai estava se desfazendo do patrimônio, doando bens para outros.

Como forma de se observar o disposto na lei, a regra é que se diminua a parte dos herdeirosinstituídos, dos legatários e por último, das doações.

É possível que o doador doe, em vida, os bens para seus herdeiros. Mas deve ser respeitada a reservade parte. O art. 2018 estabelece a partilha por ato inter vivos.

As reduções são feitas em primeiro lugar na dotação para herdeiros instituídos e depois para adotação dos legatários, em face de se constatar em quase todos os testamentos existe o legatário enem sempre existe o herdeiro instituído. Os herdeiros instituídos recebem a título universal.

Entretanto, o testador pode dispor que se houverem reduções testamentárias, que essa seja deduzidado legado. Isso é um contra-senso, pois o legatário recebe coisa determinada e reduzir a coisa certaseria uma violação à vontade do testador.

A redução dos herdeiros instituídos pode se dar de forma mínima, se o excesso for pequeno ou a

redução pode ser total, se o testador dispôs em excesso. Quando se faz as reduções ela se dá demaneira proporcional a todos os herdeiros testamentários ou instituídos. Mas o testador podeestabelecer a redução de apenas um dos herdeiros instituídos.

Caso o excesso seja de tal monta, é preciso que se invada as disposições dos legatários e somentedepois se procede à anulação das doações.

Por definição os bens indivisíveis não são passíveis, por definição, de divisão, ou porimpossibilidade física (o bem perderia sua substancia se dividido) ou por determinação legal.Existem bens que apesar de serem passíveis de divisão, mas que ao se fazer, há uma desvalorizaçãodo bem.

Dessa forma, se o excesso for superior a ¼ do bem, esse bem ficará no monte. Uma casa, no valor de$ 400 foi deixada para um legatário e o excesso das disposições foi de $ 100. Então o legatário

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restitui o monte em $ 100, para ficar com o bem. Numa outra hipótese, se o excesso fosse de $ 200, o bem não sairia do monte. Então o legatário receberia o valor de $ 200 e não o bem em si, ou seja, acasa.

AULA 22 – 28/04/2005

Prova.

AULA 23 – 02/05/2005

Revogação

Revogação se trata da manifestação de vontade do testador, declarando que o testamento feitoanteriormente não representa mais a sua vontade. É uma alteração de vontade, em síntese. O testadordeixou um bem para uma pessoa e posteriormente se arrepende do ato.

Importante ressaltar que a revogação de um testamento, qualquer que seja, revoga outro testamento,também independentemente de sua espécie. O testamento aeronáutico pode revogar o testamento

 público. Isso corrobora a tese de que todos os testamentos tenham o mesmo valor.

Enquanto não se revogar o testamento, ele prevalecerá.

A revogação é distinta tanto da caducidade, quanto da nulidade do testamento . A nulidade implicadefeito de origem, pois na hora da facção do testamento houve algum vício, ou de vontade(intrínsecas) ou formal (extrínsecas). É o caso de se faltar testemunha, desrespeitando o mínimo legalexigido. Pela natureza do testamento, não pode existir clausula de irrevogabilidade e se existir ela é

considerada nula, não existindo no testamento. Assim, é possível que mesmo diante dessa clausula,exista testamento posterior. Importante ressaltar que não existe direito adquirido em sede detestamento, antes da morte do testador. Com relação à caducidade que ocorre, por exemplo, no casode falecimento do legatário antes do testador. Assim, se o testamento posterior instituir um legatárioe este morre antes do testador, operou-se a caducidade. No entanto não existirá a repristinação, valedizer, não ressuscitará o primeiro testamento naquela disposição que revogou. Assim, se no primeirotestamento o bem era de Primus, mas no segundo, foi instituído um legado em favor de Secundus, seeste morrer antes do testador, se operará a caducidade, mas o bem irá para o beneficio do monte.

A única disposição que é irrevogável em sede de testamento é o reconhecimento de paternidade.

A revogação pode ser:

o Expressa: existe uma menção expressa sobre a revogação que pode ser total ou parcial.

Total: ocorre quando o testamento posterior faz menção à revogação integral do testamentoanterior. Diz respeito a todo o testamento, portanto.

Parcial: o segundo testamento vale dentro das suas disposições e o primeiro, vale naquilo emque não conflita com o anterior. Diz respeito a apenas uma ou mais disposiçõestestamentárias. O segundo testamento faz menção expressa à cláusula do primeiro testamento

que revogará.

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o Tácita: também pode ser parcial ou total. Existe uma incompatibilidade entre as disposiçõesanteriores e posteriores.

Parcial: se o segundo testamento versa sobre o mesmo bem do testamento anterior, mas deforma diversa, vale dizer, beneficiando outra pessoa, o que valerá é a disposição do segundo

testamento, pois houve alteração na vontade do testador.

Total: pode ser que o segundo testamento verse de forma diversa sobre todos os benselencados pelo testador. Assim, nesse caso, será uma revogação tácita total.

o Presumida ou Legal: o art. 1972 diz respeito ao testamento cerrado que quando aberto pelotestador ou por pessoa a mando do testador, será revogado. O CCB, nos artigos 1973 e 1974também trata dessa situação, ou seja, trata-se em verdade de revogação presumida, mas o CCB aselenca como causa de rompimento do testamento.

Rompimento

A mens legis é que se o testamento foi feito sem que o testador soubesse da existência dedescendente ou de ascendente vivo, pois, presume-se que se ele soubesse, iria beneficiá-los noinventário. O entendimento antes do CCB de 2002 é que haverá uma redução das disposiçõestestamentárias para que se respeite a vontade do testador, qual seja reduz-se as disposiçõestestamentárias ao limite legal, a fim de se cumprir aquilo que o testador desejava e o cinqüenta porcento terá o destino dado pela lei, que é para os herdeiros necessários.

 No CCB atual, segundo o Professor, não se deve aplicar a letra fria da lei, que dá a entender que otestamento não mais subsistirá. Assim, segundo ele, deve-se reduzir as disposições testamentárias a

fim de se respeitar a vontade do testador, bem como respeitar o direito à herança, adequando-se à lei.

Jurisprudência: revogação e rompimento de testamento.

AULA 24 – 05/05/2005

Trabalho sobre testamenteiro.

AULA 25 – 09/05/2005

Inventário

Primeiramente devemos saber que todo inventário é judicial e a lei não permite que ele sejaamigável, diferentemente da partilha que poderá ser amigável. Então deve haver um processo paracaracterizar o inventário. O inventário, sob certos aspectos se assemelha a uma escritura de compra evenda. Na escritura, existe um corretor que aproximará o vendedor do comprador.

A sucessão transmite os bens e é preciso fazer o inventário. Para proceder ao inventário deve haveruma pessoa falecida com um patrimônio. O prazo, segundo o código é de 30 dias para iniciar(contados da morte) e deve ser concluído em 6 meses. Case se ultrapassasse o prazo de 30 diashaverá um multa fiscal, que segundo o professor, deverá voltar a ser imposta. O governo estadual, ao

invés de impor uma multa, estabeleceu um desconto único se o imposto for pago antecipadamente. Nos outros Estados as multas variam de 5 a 20%.

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O inventário é requerido no último domicilio do de cujus (art. 98 do CPC) e se existirem vários é possível que os interessados elejam o domicilio mais adequado. O arrolamento é uma forma bem parecida com o inventário, mas não se confunde com o mesmo.

O registro de bens imóveis somente poderá ser feito onde o imóvel está localizado. Trata-se da

competência de cada cartório.

Quem pode requerer? Em primeiro lugar o cônjuge ou companheiro, em segundo lugar qualquerherdeiro, qualquer interessado (credor do herdeiro ou da meeiro ou do próprio monte) e se ninguémrequerer pode ser o MP em face da existência do menor, ou o testamenteiro ou a fazenda pública

 para receber os tributos devidos pelo monte. Por ultimo pode ser aberto por portaria a mando do juiz.

É preciso que se tenha uma procuração com poderes ad judicia e também poderes especiais (assinartermo de compromisso, primeiras declarações, etc; e poderes para assinar termos de estilo). Casocontrário é preciso que o inventariante assine todas as vezes no processo. Mas, como visto o

advogado pode, se tiver poderes especiais. Segundo o Estatuto da Ordem dos Advogados, com relação aos honorários é possível que seja de 1 a

6% sobre o valor do monte. Processo simples: quando a parte da meeira não entre na incidência doshonorários. Somente serve para separar o valor que pertence à meeira. Quando o monte é pequeno ovalor dos honorários é pequeno, pois se presume que a questão será de fácil solução. Quando omonte é grande, presume-se que se refere a questões mais complexas. Via de regra o valor do monteé que designa o percentual de honorários.

Caso o monte totalizar $1.500.000,00, o valor dos honorários, se forem de 1% ficará $15.000,00, sefor 2% ficará $30.000,00 e, por último, ficará em 6% $90.000,00.

Deve ser feito um contrato de honorários e até existem modelos no site da OAB. Deve ser aposto nocontrato os seguintes termos:

Inventário do Senhor Antônio

 Monte: R$ 1.500.000,00

 Honorários: R$ 30.000,00 (2%) Pagamento em 10 parcelas mensais

 Belo Horizonte, 09/09/2005

 PrimusSecundus

Tércio

 Maria

A lei estabelece que no prazo de 7 dias é possível a revogação desse contrato. Os honorários podemser pagos deduzidos o que receberem a titulo de herança e quando receberem, como também podeser adiantado pelos herdeiros e meeiro.

Em seguida os herdeiros entregarão os documentos necessários (certidão de casamento, nascimento,etc) e assinarão a procuração para o advogado. Até as primeiras declarações para se juntar osdocumentos.

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Assim, procede-se ao requerimento de abertura, primeiro documento que vem no formal de partilha. Nesse documento, a margem deve ser respeitada para respeitar os furinhos da pasta. Deve ter osseguintes termos:

 Exmo. Senhor Juiz de Direito da ____ Vara de Sucessões da Comarca de Belo Horizonte, Minas Gerais.

Ou

Exmo. Senhor Desembargador

{espaçamento de 8 linhas}

Preâmbulo: Dona Maria (qualificação completa), vem por intermédio de seuadvogado,

Parte expositiva (que depois deve estar no requerimento);

 Requerimentos

Valor da causa

Pede deferimento

Belo Horizonte,

AdvogadoOAB

 No caso do inventário os requerimentos constituem na abertura do inventário e na nomeação doinventariante. Enquanto não houver inventariante existirá o administrador provisório, que segundo oCPC, a administração não poderá ser feita pelo companheiro, somente pelo cônjuge ou na suaausência pelas pessoas estabelecidas pela lei.

AULA 26 – 12/05/2005

Requerimento de abertura ⇒nomeação do inventariante ⇒compromisso de inventariante.

O juiz deve dar o despacho em dois dias, quando a lei é omissa; art. 990 e seguintes do CPC.

O CCB estabelece que o cônjuge inventariante será o cônjuge supérstite se o regime de bens será oda comunhão parcial, comunhão universal, até o de separação final dos aquestros. A única exceção a

isso é o regime de separação de bens em que o cônjuge não tem meação e sua participação noinventário é mínima.

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Com relação aos recursos e a parte de inventário, o novo código não alterou quase nada osdispositivos. O professor entende que a companheira não tem autorização expressa do código paraser inventariante (ela não está no rol dos possíveis inventariantes). O legislador brasileiro, ao invésde adaptar o CPC à nova dinâmica do CCB, permaneceu inerte. Mas ela pode ser nomeadainventariante, segundo o professor, desde que tenha participado na aquisição dos bens. O STF

entende que havendo aquisição dos bens, proveniente do esforço de ambos os cônjuges, para vedar oenriquecimento sem causa, princípio geral de direito, proceder-se-á a divisão desses bens.

Quando os bens do falecido forem todos divididos em testamento, posto que não existem herdeirosnecessários, o testamenteiro será o inventariante. O inventariante dativo é um estranho, nomeado

 pelo juiz, somente na ausência de todas as pessoas descritas no rol. Importante ressaltar que ele éremunerado e somente é nomeado em casos extremos. Quando o inventariante é herdeiro ou meeiroele não recebe nada por isso. Existia a figura do inventariante judicial que fazia parte da estrutura

 judiciária anterior aqui no Estado de Minas Gerais. Hoje não existe mais.

 No caso emblemático de Antônio Luciano, foram nomeados três advogados dativos, dado o valor domonte e o número de herdeiros.

Depois da nomeação é prestado o compromisso do inventariante. Tal compromisso deve ser firmado por quem tenha poderes para tanto. Assim, se o advogado não tiver poderes especiais, ele deverálevar o termo para o inventariante assinar. Assinado o termo, correrá o prazo de 20 dias para se

 prestar as primeiras declarações.

Segundo o professor é um ponto de extrema importância dentro do inventario. Deve se apor todas asinformações nas primeiras declarações. Nas primeiras declarações nada é requerido, o que se pede éa juntada do referido documento, qual seja, das primeiras declarações. Assim, faz-se uma petição de

 juntada.

Coloca-se o nome do falecido, estado civil, nacionalidade, endereço e CPF (posto que é umdocumento fiscal e serve para evitar homônimos)Coloca-se também o nome da meeira e o regime de bens do casamento.Daí coloca-se as declarações propriamente dita: coloca-se o que o falecido deixou:

1. Filhos: deve colocar marido e mulher, quando casados, com a qualificação completa de ambos.Deve juntar todos os documentos, inclusive. Se houver filho pré-morto, deve haver qualificação,se há direito de representação;

1.1 Primus1.2 Secundus1.3 Tércio (pre-morto)1.3.1 Filho de Tércio

2. Bens:2.1 Bens imóveis: começa com eles, pois tradicionalmente são mais importantes; os bens

imóveis devem ser declarados com o documento do cartório do registro de imóveis emmãos. O objetivo é individualizar ao máximo o bem para que o cartório, quando da

 partilha, não recuse o registro em face de erros nessa declaração. A localização, o númerodo registro e matricula são imprescindíveis. O valor do imóvel deve ser retirado de umaguia de IPTU, que consta o valor venal do imóvel e deve ser colocada uma cópia dessaguia junto com o processo. Com relação aos apartamentos existe a chamada fração ideal do

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lote, posto que o lote comporta todo o edifício. A fração ideal de cada apartamento, mais aárea comum deve totalizar o valor total da área do lote.

2.2 Bens móveis: para veículos é imprescindível o numero do chassi; também os valoresdeixados em conta corrente (banco, numero da conta e valor deixado no dia do óbito),

ações, poupança, etc; também devem ser apostos os semoventes nesse tópico. Tambémdeve ser aposto o valor do bem.

3. Dívidas do monte: devem ser apostas de maneira a deixar bem evidente a divida para não haver problemas com o fisco, posto que reduz o valor do monte e do tributo, por conseqüência. Quandoo falecido deixou empresa deve ser feito um balanço especial para inventário e calculado valorda participação na empresa. Se for LTDA (valor patrimonial das cotas, que é igual ao valornominal, mais créditos e dividas da empresa) ou SA (valor da ação).

4. Bens de terceiros que estavam em pode do falecido.

 Não precisa colocar pede deferimento.

Após as primeiras declarações, promover-se-á a citação de todos os herdeiros, inclusive dos queainda não estão no procedimento. A secretaria verifica as primeiras declarações e confere se faltaalgum documento. Se faltar documento, o juiz manda citar o herdeiro para que entregue o documentofaltante. Se não residir na mesma comarca, proceder-se-á a citação por edital, inclusive se o herdeiromorar no exterior. Em 10 dias o herdeiro deve se pronunciar, inclusive para impugnar as primeirasdeclarações.

Também se iniciará o prazo para colação (que é o adiantamento de legitimas). Inicia-se a obrigação

de colacionar. E dá ciência ao MP, principalmente se houver menor. Proceder-se-á a avaliação dos bens e tem lugar quando a parte não declara ou quando há impugnação

do valor declarado em sede de primeiras declarações. Cabe o recurso de agravo se o herdeiro nãoconcordar com o valor do bem. A fazenda pública também pode impugnar.

O juiz pergunta se existem mais bens para inventariar. Daí surgem as últimas declarações, que ultimao prazo para colacionar. Depois das últimas declarações, o juiz determina o pagamento do imposto(ITCM).

Depois, segundo o art. 1026 do CPC deve se apresentar as certidões negativas fiscais {(municipal (de

onde estão localizados os bens imóveis), estadual e federal (IR)} para que se proceda a partilha e o juiz posteriormente a homologue, expedindo o formal de partilha. O formal de partilha deverá seraverbado no registro de imóveis.

Depois: colação, ação de sonegação e partilha.

AULA 27 – 16/05/2005

Colações

Colação é o mesmo que conferencia. Colacionar = conferir. Trata-se de um conferencia dos bens havidos durante a vida do testador que os doou aos seus

herdeiros em vida. O CCO preconiza pela igualdade das legitimas (arts.1847 cc 2002) quando os

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descendentes participam por direito próprio; a idéia principal do código é que os herdeiros queconcorrem entre si, com direitos iguais devem ter respeitada a igualdade de legitimas. Aosascendentes não existe esse ônus de colacionar. Tal disposto refere-se somente aos descendentes,nessa condição, qual seja, por direito próprio e não por direito de representação.

Assim, A doou para P, seu filho, $ 50.000,00, que quando vivo empreendeu um negocio deautopeças, perdendo seu patrimônio. Quando P morre já não há bens. Quando A morre, P já é pré-morto, os seus filhos, B e C devem entrar com o valor de $ 50.000,00 para colacionar e promover aigualdade das legitimas. Se a doação tivesse sido feita diretamente aos netos, B e C, não haverianecessidade de colação. Se todos os irmãos de P, ou tiverem renunciado ou forem pré-mortos,somente havendo herdeiros no segundo grau, então os netos receberão por cabeça e não existe anecessidade de colacionar o bem que o pai deles recebeu do de cujus.

$ 1.200,00 : 2 = 600 (meação); 600 : 2 = 300 (porção disponível da herança). Nessa porçãodisponível da herança é possível que se faça doações. Se a doação for feita para um herdeiro e otestador quiser dispensa-lo de colacionar o bem recebido, é preciso que em testamento, o testador ofaça. Então deve haver a dispensa de colação. Se a doação ultrapassar o valor disponível (doou maisdo que pode dispor) opera-se a chamada doação inoficiosa. (arts. 2006 e 2007). Na doação inoficiosao excesso deve ser colacionado.

Mesmo quando o donatário é renunciante ele deverá colacionar, justamente para promover aigualdade das legítimas.

Digamos que A doou para P um apartamento no valor de $120. Quando A morre existe um patrimônio de $ 1200, que dividido por 2, encontre-se o valor da meação em $ 600, que dividido por2 dá 300 e encontra-se o valor da porção disponível. Para o cálculo da legitima: 300 + 120 = 420 : 3

= 140. Então, com relação a P, subtrai-se dos 140, os 120 que ele já recebeu. Assim, S e T receberão140 cada.

Se P fosse dispensado da colação, então o bem recebido não será computado juntamente com aherança. De outro modo, P receberá o valor igual ao de seus irmãos, acrescido o valor da doaçãorecebida.

Ver art. 549 do CCB.

O art. 2012 diz respeito à doação feita por ambos os cônjuges e no inventário de cada um será apostoo valor da metade dos bens.

A essência da colação diz respeito somente aos descendentes, segundo o artigo 2002. No artigo 2003a doutrina constatou que havia uma contradição entre os arts. 2002 e o 2003. o art. 2002 diz que acolação somente tem lugar com relação aos descendentes. Não se trata, na verdade, que o cônjugedeva colacionar, pois não é da natureza desse instituto que o cônjuge colacione. O art. 544 do CCBdeu a entender a necessidade de o cônjuge colacionar. No CCB de 1916, o cônjuge não era herdeironecessário e somente recebia em sede de meação. Quando o regime era de separação de bens era

 possível que um cônjuge doasse a outro os bens de sua parte disponível e o dispensava da colação.Parágrafo único do art. 2003.

 No Código atual existe a discussão sobre a obrigatoriedade de o cônjuge colacionar e a conseqüenteação de sonegados. Hoje, com o novo código, foi instituída a concorrência do cônjuge com os outrosherdeiros (ascendentes, descendentes), tornou-se pouco freqüente a doação de um cônjuge paraoutro. Os especialista em família e sucessões divergem.

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A dispensa da colação é feita em dois momentos: ou no ato da liberalidade (ou seja, no ato dedoação) ou também pode ser feita a dispensa em testamento. Não é possível que se faça a dispensade colação por intermédio de um ato particular.

Alguns bens não são sujeitos a colação, como é o caso de dote para a filha. Existem também brigascom relação ao pai que realiza um festa suntuosa para o casamento da filha, ou bens que sãocomprados para casamento. Também o custeio de filhos em universidades particulares ou mesmo emcurso no exterior são objetos de contestação. A regra é que os valores destinados para a educaçãonão sejam colacionados, mas quando foge à regularidade, ou seja, podia estudar numa faculdade

 pública e foi para uma particular, isso pode ser considerado como adiantamento de legitima.

Com relação à valorização de bens doados, uma doação de um lote no valor de $ 20.000,00 que hojeestá avaliado em $ 400.000,00. O CCB diz que se trata do valor do bem de acordo com o ato daliberalidade. Então a questão será resolvida em sede de tribunal.

AULA 28 – 19/05/2005

Ação de Sonegados

Jurisprudência sobre colações e ação de sonegados;

A ação de sonegados se trata de uma conseqüência natural à inexistência da colação feita por quemde direito, que deveriam ser feitas desde as primeiras declarações até as últimas declarações.Ultrapassadas a fase das últimas declarações, quando os herdeiros declaram que não há bens adeclarar é possível que em sede da existência de bens não colacionados é que terá lugar a ação de

sonegados.

Quando o herdeiro é citado e confessa que há bem não colacionados, a ação de sonegados não prossegue e os bens voltam para o acervo para serem partilhados ou mesmo uma sobrepartilha.

É necessário o dolo para configuração dessa ação e posteriormente a condenação do herdeirosonegador. É a vontade de se enriquecer ou a vontade de prejudicar os outros herdeiros. A maioria dadoutrina entende que se faz necessário a configuração do dolo, mas parte minoritária da doutrinaentende que a simples culpa (negligencia, imperícia, imprudência) é bastante para sua caracterização.

A pena para o herdeiro considerado sonegador é a perda total do bem sonegado.

 Na hipótese de doação de um bem de pai para filho, pode ser que isso tenha ocorrido num prazomuito grande, por exemplo, 40 anos. No entanto, o prazo para interpor a ação de sonegados, conta-sedo óbito, mais precisamente se até as ultimas declarações não tiver o herdeiro declarado a existênciade outros bens. Art. 205 do CCB: a prescrição ocorre em 10 anos, pois dentro da ação de sonegadosnão há fixação de outro prazo, contados do óbito. Mas o prazo se inicia depois das últimasdeclarações.

A jurisprudência estabelece que o prazo é de 10 anos e não se extingue, mesmo quando os herdeirosfazem um termo de entendimento entre si.

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Ação de sonegados é uma ação ordinária e somente é possível falar em bem sonegado, após otransito em julgado da ação. E segundo o Professor deve haver o dolo, ou seja, a vontade dirigida

 para tal.

 Não é possível que se alegue bens sonegados, dentro do processo de inventário, posto que a ação de

sonegados é uma ação autônoma e como visto, segue o rito ordinário.

Hipóteses de ação de sonegados: 

 Não descrição dos bens no inventário: quando o herdeiro sabe que o bem pertence ao falecido enão declara. A declaração deve ser feita pelo herdeiro, pelo credor do herdeiro ou peloinventariante, que, aliás, é uma de suas atribuições;

Ocultação de bens em poder do herdeiro, de terceiros (quando o bem está sendo consertado);

Omissão de bens sujeitos à colação: são bens referidos no art. 1847; Recusa em devolver os bens: a pessoa detinha o bem e se recusa a devolver, como ocorre nos

casos de simulação de compra e venda de ascendente para descendente.

Se o inventariante não for herdeiro, a única conseqüência é a perda do cargo e o juiz manda buscarou apreender o bem.

Art. 1994: quando se trata de sonegação o código não faz nenhuma remissão a este aspecto, nãoincluindo o cônjuge à pena de sonegação. Então fica sem efeito o dispositivo do art. 2003.

Os frutos também devem ser colacionados, como é o caso dos aluguéis.

Quem tem obrigação de colacionar: o herdeiro, o credor do herdeiro, o inventariante ou terceiros queestão na posse dos bens;

AULA 29 – 23/05/2005

Jurisprudência sobre partilha e arrolamento.

Partilha

O processo de partilha é importante dentro do inventário, mas também nos casos de separação judicial e do divórcio em que são utilizadas a mesma técnica.

A partilha não é a declaração do direito de alguém, pois esse foi transmitido no exato momento damorte. Na verdade, não é mais do que o desfazimento da comunhão ou universalidade e o pagamentode cada herdeiro. Em suma, sua função é pagar ao herdeiro.

A partilha pode ser amigável ou judicial. Quando todos os herdeiros forem maiores e capazes e estãode pleno acordo com a partilha, procede-se à mesma. Assim, quando há incapaz, faz-se obrigatória a

 partilha judicial. Essa é diferença básica entre as duas: quando há unanimidade de vontade, procede-se à partilha amigável. Se não há vontade uníssona ou se há incapazes, procede-se à partilhaamigável.

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A partilha amigável pode ser de três categorias:

Por instrumento particular: representa um custo zero e é feito pelo advogado, que deve obedeceraos requisitos legais e doutrinários para se fazer uma boa partilha, fazendo crescer a suaresponsabilidade que deve atender aos anseios das partes envolvidas. Então o advogado deve-se

 prevenir, fazendo observar todas as vontades envolvidas. Deve-se basear nas primeirasdeclarações, mas nada impede que verifique as últimas declarações. Daí, o advogado submeterá àapreciação dos herdeiros, a aquiescência com a partilha. O advogado somente assina a partilhaamigável, depois que todos os herdeiros assinaram. A partilha é devolvida ao advogado, que, pormeio de petição, requer a sua juntada da partilha aos autos.

 Dona Maria, já devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe, vem, por intermédio de seu advogado, apresentar o plano de partilha assinado pelas partes e requerer a

 juntada do mesmo, bem como a sua posterior homologação.

Sendo todos maiores e incapazes renunciam ao prazo recursal.

A renúncia ao prazo recursal faz com que o processo será mais célere.

Em seguida o juiz ordena que se paguem as custas processuais e pede a apresentação ou juntada aos

autos das certidões negativas fiscais (art. 1026 do CPC). Se não houver empecilho, ou seja,

 pendências fiscais as certidões serão expedidas sem mais delongas. A certidão em nível federal é bem

simplificada. No caso da certidão estadual é preciso pagar o imposto e requerer a certidão negativa. O

 professor ressalta que se trata de um procedimento um tanto burocrático. Em nível municipal, também

é preciso verificar se não há tributos pendentes. A partir da juntada das certidões, o juiz homologa a

 partilha que, após o transito em julgado, é expedido o formal de partilha.

Por escritura pública: trata-se de uma preparação também feita pelo advogado, mas que, noentanto, quer se precaver de algum contratempo. Mesmo sendo lavrado no cartório de notas, otabelião pede ao advogado para preparar o plano de partilha, que no cartório, confere-se adocumentação, junto com o plano e lavra a escritura. As partes devem ir ao cartório para assinara escritura e é importante, pois os herdeiros não poderão alegar vicio de consentimento. Noentanto, a desvantagem está no preço, que se aproxima de R$ 1000,00, dependendo daquantidade de bens e do número de escrituras emitidas. Quando todos assinam o tabelião envia o

 primeiro translado para o advogado. De posse da partilha o advogado deve requere nos autos asua juntada e sua homologação. O juiz ordena o pagamento das custas processuais e a juntada

das certidões negativas. Por termo nos autos: tem lugar quando dois ou mais herdeiros disputam um mesmo bem. Assim,

não há consenso entre os herdeiros. É marcada uma audiência de conciliação em que o juiz tenta

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conciliar as partes, buscando uma solução para tal. Conseguindo a conciliação, o juiz dita para oescrivão que atermará nos autos o que o juiz ditar. O juiz em seguida pergunta se as partesrenunciam ao prazo recursal, ordena o pagamento das custas, juntada das certidões, etc.

O formal de partilha é um instrumento que outorga ao herdeiro a apropriação do bem e deve conter a

 petição inicial do inventário, as primeiras declarações...

De posse do formal, cada herdeiro irá requerer no órgão competente (cartório, Detran, etc.) atitularidade do bem.

 No plano de partilha apõe o pagamento do herdeiro ou do meeiro.

A partilha judicial ocorre quando não há acordo entre as partes ou quando há incapaz entre osherdeiros (art. 2016).

É preciso se observar determinadas regras para se proceder à partilha. Assim, a lei sugere que devehaver a maior igualdade possível tanto de quantidade, quando de qualidade. Digamos que nummonte arrecadado existam 2 apto., 2 lotes, 1 casa, 1 fazenda e um fundo de investimento. Tal partilhadeve contemplar a igualdade tanto em termos de quantidade, quanto em termos de qualidade para osherdeiros. Presume-se que quem recebe em dinheiro tem mais qualidade em termos de recebimentoda herança. Essa é a única regra expressa no código. As outras regras sobre partilha estavam no CPCde 1939 que não foram perfilhadas pelo CPC atual.

Uma outra regra é se evitar litígios futuros. Então, procede-se à partilha pensando no futuro, nosentido de evitar brigar entre os herdeiros. É o caso do Senhor Antônio que se casou com Maria ecomprou um terreno e construiu um imóvel. Depois de alguns anos e com vários filhos, o Senhor

Antônio constrói vários imóveis dentro do lote para alojar os filhos, que nesse momento, já sãomaiores e casados. No fim da vida o Senhor Antônio morre e deixa o lote cheio de barracões. O loteestá avaliado em $ 40. Dona Maria tem direito à metade, ou seja, $ 20. Os outros $ 20,00 serão

 partilhados entre os 8 herdeiros que receberão cada um $ 2,50. Na verdade o mais aconselhável seriaque não fosse vendido o imóvel.

Existe a regra de se consultar a comodidade das partes. É o caso de dar a cada herdeiro, de acordocom sua localização, o bem que melhor lhe aprouver. Assim, deve-se consultar o interesse de cadaherdeiro. Se os bens tiverem valores distintos, existe a chamada torna: que é o pagamento dadiferença entre os valores dos bens, para evitar a desigualdade na partilha.

Existe uma outra forma de partilha, que é feita em vida. Segundo o professor é uma das mais difíceisque se tem. Geralmente a pessoa consulta os herdeiros, que dificilmente se contentam. Para se

 proceder a esse tipo de partilha, o autor deve separar uma parte da herança para sua sobrevivência(reserva de parte). É uma espécie de doação em vida. Se no futuro o bem precisar ser vendido pelodoador, não será possível, posto que os bens já foram doados. Também o doador não deve ficardesprotegido. O professor não aconselha a partilha em vida.

O artigo 2014 estipula uma regra nova, pois a partilha pode ser feita em testamento e será válidadepois da morte do testador. Ela será válida, desde que não se prejudique a legítima dos herdeiros.Caso desrespeite as legítimas, a partilha pode ser anulada. Não é possível que o testador delimite um

tempo para ser feita a partilha. Trata-se de disposição temporal, tida como não escrita. Assim, não é possível determinar quando vigorará a partilha. O disposto no artigo 2014 é uma novidade trazida pelo CCB.

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Com relação à valorização ou desvalorização do bem, o CCB estipula que o valor é o da data daliberalidade, pressupondo o legislador que não haja inflação.

As partilhas homologadas podem ser anuladas ou rescindidas. Nas amigáveis o prazo é de um ano,na judicial o prazo é de dois anos. Um outro prazo não expresso na lei em decorrência das ações de

investigação de paternidade que é imprescritível, dá ensejo a ação de petição de herança que rescindea sentença de homologação. Uma sentença somente obriga a parte que daquele processo participa.De outro modo quem não participou não se submete à obrigatoriedade do julgado. O prazo será de10 anos quando a lei não fixar outro prazo (art. 205 do CCB). No caso de usucapião o prazo máximo(em sede de má-fé) é de 15 anos e pode ser oposto quando o herdeiro está na posse dos bens. Os

 bens, via de regra, são regidos pelo prazo descritos no direito das coisa.

AULA 30 – 30/05/2005

Arrolamento

 No CPC de 1973, ainda no período da ditadura, verificaram os administradores públicos federais quehavia uma crise na Administração Pública, não somente no poder judiciário, configurando umemperramento da máquina estatal. Naquela época não existiam varas especializadas de sucessões. Oinventário era processado numa vara civil. com a criação de um ministério da desburocratização,

 bem como o projeto de lei que criou o rito sumaríssimo, que tinha o prazo de 90 dias para terminar.Esse rito, posteriormente foi extinto e sem seu lugar foi criado o rito sumário.

 No que se refere ao inventário, foram criados dois procedimentos: o arrolamento sumário e oarrolamento comum.

Arrolamento sumário

 No arrolamento sumário os herdeiros devem ser maiores e capazes, bem como deve haver aunanimidade de vontades. A diferença para inventário reside nos requisitos os quais devem serseguidos. No arrolamento existe uma petição de abertura de inventário onde são declarados osherdeiros, os bens e o valor desses bens, assim como se propõe o plano de partilha. Dessa forma, emuma única petição condensa-se o procedimento de inventário. Depois do plano de partilha, pede-se odeferimento. Assim, declara-se todos os bens numa única petição.

O código permite que seja nomeado o inventariante e, dentro do prazo máximo de 10 dias, devehaver o pagamento do imposto causa morte, ou também já se pode pagar antecipadamente. Depoissão juntadas as certidões descritas no art. 1026 do CPC. Mas o juiz pode homologar a partilha sem a

 juntada dessas certidões. Não existe termo de inventariante, nem do seu compromisso, bem como das primeiras e últimas declarações.

Também, como celeridade, a fazenda pública também não intervém (nem poderia, segundo a lei).Caso seja necessária a intervenção a fazenda pública abrirá um processo administrativo, para ahipótese de não concordância com o valor dos bens.

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A lei também estabelece que o inventário seja convertida em arrolamento. De outro modo, tambémsem nenhum prejuízo dos atos praticados no processo, o arrolamento também pode ser convertidoem inventário, caso algum herdeiro discorde, por exemplo, da partilha.

Também o MP não se pronuncia nesse processo. Mas nos últimos anos, o foco da preocupação do

MP é com o interesse coletivo. No arrolamento sumário não há menores, posto que todos osherdeiros são maiores e capazes.

A avaliação é feita nas primeiras declarações, quando se trata de inventário. Antigamente existia umafase de avaliação, mas em decorrência da influencia no procedimento de arrolamento, tal foirecepcionado pelo procedimento de inventário. No entanto, quando se tratar de menores, os juízes

 podem fazer proceder a essa fase de avaliação.

Com relação ao pagamento do imposto de transmissão causa morte, ele deve ser calculado e pago pelo advogado do inventariante. Trata-se de um tributo por homologação. Hoje a guia é entregue à

repartição, que se correta, poderá ser paga.  No arrolamento sumário não há limite de valor dos bens.

Arrolamento comum

 No arrolamento comum existem herdeiros capazes e incapazes no procedimento, mas o valor dos bens não ultrapassa 2.000 ORTN’s. Não existe mais ORTN, entretanto o disposto no CPC não foialterado. Primeiramente, houve uma conversão de ORTN para UFIR. Depois, por intermédio da leiestadual, o valor foi estipulado é de bens até o valor de R$ 25.000,00.

A função do MP nesse procedimento é resguardar o interesse do menor. A fazenda pública, nesse procedimento confere se o valor dos bens é da ordem dos R$ 25.000,00. Se o valor for superior, afazenda pública declara o real valor e o juiz converterá o procedimento em inventário.

Presta-se a atender aos interesses das classes menos favorecidas.

Importante ressaltar que se o valor do bem for, por exemplo, R$ 35.000,00 e haja meação, visto queo cônjuge tem direito à metade, essa metade do cônjuge entra no processo de arrolamento, massomente sobre o valor dos herdeiros, que corresponderia a R$ 17.500,00, é que incidirá o imposto.

A lei exige que o formal de partilha somente poderá ser expedido após a entrega das certidões do art.1026, mas a homologação da partilha poderá ser feita antes da apresentação das certidões. Art. 1031,§ 1º e 2º.

AULA 31 – 02/06/2005

Garantia dos quinhões hereditários

É uma conseqüência constitucional do direito de herança. A universalidade é arrecada e pertence, atéa partilha, a todos os herdeiros. Com a partilha, simplesmente, entrega-se a cada herdeiro, o seu

respectivo quinhão, posto que o direito de herança já existia, desde sempre e a herança foitransmitida no exato momento da morte.

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Então a lei reserva a esse herdeiro o direito ao quinhão hereditário. Uma herança de $ 1000, dividido por 4 herdeiros, resulta no quinhão de 250. Segundo o professor essa divisão tem condãoinfraconstitucional.

 No entanto, se um terceiro vier em juízo e pleitear um bem, posto que é seu verdadeiro titular, em

detrimento de este bem estar elencado dentro os bens existentes no monte de uma herança. Ocorreráa chamada evicção, ou seja, por sentença judicial o bem é perdido em favor desse terceiro.

Caso os herdeiros suspeitem se o bem é ou não de titularidade do sucedido, eles assumem o risco,então não serão ressarcidos no caso de evicção. No entanto, o mais comum, é que os herdeiros nãoassumam o risco da evicção. Segundo o professor não é muito comum ser aposta essa clausula emsede de partilha.

Assim, se o monte é composto de vários bens, equivalentes entre si, e um dos bens, que fica com umherdeiro, é um imóvel que sofre evicção, tal herdeiro terá direito ao ressarcimento por parte dos

outros co-herdeiros. Isso constitui a garantia do quinhão hereditário. Pode ocorrer que a evicção seja declarada em face de o herdeiro ter cometido dolo. São hipóteses em

que o herdeiro é omisso e deixa um terceiro se apossar do bem, fazendo jus à usucapião.

O artigo 1040 do CPC trata da sobrepartilha. A sobrepartilha tem lugar para imprimir celeridade ao procedimento do inventário, vez que dentre os bens do monte pode haver um bem sobre o qual versealgum litígio.

A sobrepartilha tem lugar quando há bens litigiosos ou de liquidação difícil ou morosa, bensdesconhecidos, bens sonegados e bens situados em lugar remoto.

A ação de sonegados ocorre depois das últimas declarações, mas antes da partilha. No entanto é possível que se faça a partilha e depois se proponha a ação de sonegados, ocorrendo, então, asobrepartilha.

Podem existir bens de que os herdeiros não tenham conhecimento, muito comum nos casos em que o bem está situado em outra localidade.

Ocorre a sobrepartilha nos casos em que um imóvel esteja invadido, recaindo sobre o mesmo, umlitígio. Assim, após a solução do litígio é que se procede à partilha. No entanto, como a lei bem

autoriza, nessa situação, é melhor que seja a sobrepartilha. Assim, procede-se a partilha sem o bemlitigioso e quando se resolver a situação, faz-se a sobrepartilha.

A sobrepartilha constitui num requerimento para desarquivar o processo de inventário, a fim de seaveriguar quem são os herdeiros e o inventariante. Dessa forma, em nome do inventariante, procede-se à sobrepartilha e paga-se o imposto causa morte somente da sobrepartilha. Geralmente, o juiz nãodesigna a apresentação das certidões negativas, mas pode ocorrer que ele ordene a apresentaçãosomente da certidão municipal.

Isso ocorre dentro do mesmo procedimento de inventario. É apresentado um plano de partilha sobreo bem em questão e não há um limite legal para a ocorrência das sobrepartilhas.

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Se o herdeiro sofrer evicção, não existe uma ação nominada para que ele se volte contra os outros co-herdeiros. O rito é o ordinário e o processo ocorre na vara cível. O herdeiro que foi evicto levará odocumento de partilha e a sentença da evicção; art. 2026 do CCB.

AULA 32 – 06/06/2005

Terminado o processo de inventario, a partilha transita em julgado e é expedido o formal de partilha.Caso sejam poucos bens, apenas um formal é suficiente. Se forem muitos os bens, é importante quecada herdeiro tenha uma cópia.

De posse do formal de partilha e recebendo os honorários, duas providencias devem ser tomadas enão dependem do advogado. Uma é a declaração de encerramento do IR, daí o CPF do de cujus serácancelado. Faz-se uma verificação entre os valores declarados dos bens e se não tiver procedido como valor correto, haverá uma suplementação na ordem de 15% sobre a diferença. A segunda

 providência é que de posse do formal de partilha, os herdeiros dirigem-se ao cartório, detran, bolsa

de valores, etc, para transferir a titularidade do bem. O formal de partilha é valido como umaescritura pública.

Quando há uma devolução de verbas do IR, verbas oriundas do contrato de trabalho, PIS ou FGTS,tais verbas não são próprias do inventario. Então, utiliza-se a lei 6858/1980 para requerer alvará

 judicial e levantamento das quantias respectivas. Importante notar que muitos juízes não sabem daexistência dessa lei. Tal lei não respeita a ordem de vocação hereditária, pois as pessoas recebem deacordo com a inscrição de dependência no INSS. Assim, se houverem herdeiros não relacionadosnessa guia, eles não poderão requerer alvará judicial. Importante ressaltar que a lei 6858/1980 não foirevogada pelo CCB de 2002. o art. 1º: somente em última hipótese é que se observa a sucessãodescrita no CCB.

Acórdãos sobre sucessões em geral: apelação TJSP

AULA 33 – /06/2005

Apresentação acórdão.

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