119
Direito Administrativo Professor Jorge Bacelar Gouveia Administração Local Autárquica Ana Marta Fernandes Carolina Mendes Inês Perez Laima Frichenbruders Margarida Duarte

Direito Administrativo

  • Upload
    aretha

  • View
    19

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Direito Administrativo. Professor Jorge Bacelar Gouveia Administração Local Autárquica Ana Marta Fernandes Carolina Mendes In ês Perez Laima Frichenbruders Margarida Duarte. Administração Local Autárquica. Sentido : Subjectivo / Orgânico – conjunto das autarquias locais ; - PowerPoint PPT Presentation

Citation preview

Page 1: Direito Administrativo

Direito AdministrativoProfessor Jorge Bacelar Gouveia• Administração Local Autárquica

• Ana Marta Fernandes• Carolina Mendes• Inês Perez• Laima Frichenbruders• Margarida Duarte

Page 2: Direito Administrativo

Administração Local Autárquica

Sentido: Subjectivo / Orgânico – conjunto das autarquias

locais; Objectivo / Material – actividade administrativa

desenvolvida pelas autarquias locais.

Page 3: Direito Administrativo

Artigo 235º - CRP

 1. “A organização democrática do Estado compreende a existência de autarquias locais.”

2. “As autarquias locais são pessoas colectivas territoriais dotadas de órgãos representativos, que visam a prossecução de interesses próprios das populações respectivas.”

Page 4: Direito Administrativo

Definição “Autarquias Locais”

“pessoas colectivas públicas de população e território correspondente aos agregados de residentes em diversas circunscrições do território nacional, e que asseguram a prossecução dos interesses comuns resultantes da vizinhança, mediante órgãos próprios, representativos, dos respectivos habitantes.”

Page 5: Direito Administrativo

Autarquias Locais e o Estado

Pessoas colectivas distintas do Estado: não fazem parte do Estado, não são o Estado, não pertencem ao Estado;

Podem ser por este fiscalizadas, controladas ou subsidiadas;

Estado

PopulaçõesResidentes

Page 6: Direito Administrativo

Elementos Principais

(a) Território (b) Agregado Populacional (c) Interesses Comuns (d) Órgãos Representativos da População

Page 7: Direito Administrativo

(a) Território

Território Autárquico = Circunscrições AdministrativasTripla Função

Identificar a autarquia local; Definir a população respectiva; Delimitar as atribuições e as competências da autarquia e

dos seus órgãos, em razão do lugar.

Ocupam todo o território nacional. Excepções “no man’s land”

Page 8: Direito Administrativo

(b) Agregado Populacional

Definem-se os interesses a prosseguir; Substracto humano.

Vizinhos Munícipes

Têm direitos e deveres. Ex: direito de voto nas eleições

autárquicas.

Page 9: Direito Administrativo

(c) Interesses Comuns

Laços de vizinhança. Problema: interesses locais diferentes interesses

gerais da população. É a lei administrativa que decide qual o interesse

que prevalece! Pode haver, por vezes, coordenação entre ambos, o Estado e as autarquias.

Page 10: Direito Administrativo

(d) Órgãos Representativos da População

Elemento essencial: não há autarquia local se esta não é administrada por órgãos representativos da população.

Regime democrático: eleições livres. Órgão representativo pois é a população local que

se administra a si mesma.

Page 11: Direito Administrativo

Descentralização e Auto-Administração

Descentralização em sentido jurídico: distinta do Estado;

Descentralização em sentido político: dirigidas por magistrados eleitos pela população.

Pode haver um tipo sem o outro. Ex: CRP 1933

Quando ocorrem os dois tipos, chamamos de auto-administração.

“o povo é quem a si mesmo se administra por magistrados eleitos e delegados seus” Almeida Garret

Page 12: Direito Administrativo

Poder Local – CRP título VIII parte III

Diferente de autarquia local ou administração local autárquica.

Só há poder local quando as autarquias são verdadeiramente autónomas e têm amplo grau de autonomia administrativa e financeira.

Existe em Portugal?

Page 13: Direito Administrativo

Princípio da Autonomia Local

Consagrado na CRP – Estado Democrático

Antes: local compete às autarquias, interesse nacional compete ao Estado.

Agora: tudo é enquadrado numa política pública, respeita-se as particularidades de cada área.

Autonomia-Liberdade Autonomia-Participação

Há uma conjugação de intervenções, desaparece a fronteira.

Carta Europeia da Autonomia Local - 1985

Page 14: Direito Administrativo

Espécies de Autarquias Locais

Até 1976: freguesia, concelho e distrito.

Após Constituição de 1976: Mantem-se a freguesia; Concelho passa a Município; Distrito deixa de ser autarquia local para simples

circunscrição admninistrativa, destina a desaparecer; Prevê-se a criação da região.

Page 15: Direito Administrativo

Regime Jurídico das Autarquias Locais: a) Fontes

Constituição da República Portuguesa (arts. 237º e seguintes);

Código Administrativo; Lei das Autarquias Locais (LAL)

Page 16: Direito Administrativo

Regime Jurídico das Autarquias Locais: b) Traços Gerais

Artigo 238º/4 da CRP Princípio da Reserva de Lei

Reserva absoluta da AR: eleições locais, estatuto dos titulares, criação, extinçã e modificação territorial (...)

Reserva relativa da AR: orçamentos, estatutos,, regime das finanças, participação dos moradores (...)

Eleitos Locais Autarcas

Page 17: Direito Administrativo
Page 18: Direito Administrativo

FreguesiasAutarquias Locais

Page 19: Direito Administrativo

Importância das Freguesisas na Administração Local

Artigo 267º - Estrutura da Administração

1. “A Administração Pública será estruturada de modo a evitar a burocratização, a aproximar os serviços das populações e a assegurar a participação dos interessados na sua gestão efectiva, designadamente por intermédio de associações públicas, organizações de moradores e outras formas de representação democrática.”

Page 20: Direito Administrativo

Artigo 6º - Estado Unitário

1. “O Estado é unitário e respeita na sua organização e funcionamento o regime autonómico insular e os princípios da subsidiariedade, da autonomia das autarquias locais e da descentralização democrática da administração pública.”

Page 21: Direito Administrativo

Três Grandes Períodos

Desde a ocupação romana na Península até 1830: a freguesia não é autarquia local;

De 1830 a 1878: fase de grandes indecisões e de subsituação rápida de soluções;

De 1878 para cá: a freguesia consolida-se como autarquia local

Page 22: Direito Administrativo

De Paróquia a Freguesia

Com a Lei n.º 621, de 23 de Junho de 1916, as paróquias civis passam a designar-se freguesias (e a Junta de Paróquia passa a designar-se Junta de Freguesia), fixando-se assim a diferença entre a estrutura civil (freguesia) e a estrutura eclesiástica (paróquia);

Page 23: Direito Administrativo

Direito Comparado

Inglaterra possui freguesias mas apenas em zonas rurais.

Em França o nível mais baixo das autarquias locais é o municipal

- Municípios urbanos são grandes;- Municípios rurais são de pequena dimensão e

funcionam como verdadeiras freguesias

Page 24: Direito Administrativo

As Freguesias podem ser:

Rurais Urbanas

1ª Ordem 2ª Ordem 3ª Ordem

Page 25: Direito Administrativo

CompetênciasPlano Jurídico

Realizam o recenseamento eleitoral Facilitam os processos eleitorais de carácter politico e administrativo

Plano Económico

Ocupam-se da administração dos seus bens ou dos bens sujeitos à sua jurisdição

Plano Cultural e Social

Promovem obras públicas Desenvolvem acções a nível de cultura popular e assistência social.

Page 26: Direito Administrativo

Delgação de Competência nas Freguesias

Artigo 15.º

1 – “Por via do instrumento de delegação de competências, mediante protocolo, a celebrar com o município, a freguesia pode realizar investimentos cometidos àquele ou gerir equipamentos e serviços municipais.”

Page 27: Direito Administrativo

Órgãos da freguesia

Page 28: Direito Administrativo

Sistema eleitoralEleição indirect

aEleição directa

EleitoresMembros

Assembleia de Freguesia

Junta de Freguesia

Page 29: Direito Administrativo

Assembleia de Freguesia

Número de membros varia em função do número de eleitores recenseados em casa freguesia;

Reúnem-se ordinariamente quatro vezes por ano; Regulado pelo artigo 15º da LAL, as competências da

Assembleias de Freguesia agrupam-se em quatro funções: eleitoral, de fiscalização, de orientação geral e decisória

Page 30: Direito Administrativo

Junta de Freguesia

Constituída por um Presidente e por um certo número de vogais;

Presidente tem competências próprias: É membro da Junta É o órgão executivo das deliberações da própria Junta.

Page 31: Direito Administrativo

As suas principais funções estão expressas no artigo 34º da LAL e são as seguintes:

Função executiva Função de estudo e proposta Função de gestão Função de fomento Função de colaboração

Page 32: Direito Administrativo

Associações de Freguesias

“As freguesias podem constituir, nos termos da lei, associações para administração de

interesses comuns” art. 247.º CRP

Page 33: Direito Administrativo

Lei das Associações de Freguesias

Artigo 1º

Conceito

“A associação de freguesias é uma pessoa colectiva de direito público, criada por duas ou mais freguesias geograficamente contíguas ou inseridas no território do mesmo município para a realização de interesses comuns e específicos.”

Page 34: Direito Administrativo

Objecto das Associações

“A realização de quaisquer interesses no âmbito das atribuições e competências próprias das freguesias associadas, salvo as que, pela sua natureza ou por disposição da lei devam ser realizadas directamente pelas freguesias” Artigo 2º da LAF

Page 35: Direito Administrativo

Órgãos de associações de freguesias

Assembleia interfreguesias: órgão deliberativo no qual estão representadas as freguesias associadas.

Conselho de administração: órgão executivo, que tem competência tacitamente delegada das juntas de freguesia integrantes da associação, em tudo o que se refere à organização e gestão dos serviços incluídos no objecto daquela.

Page 36: Direito Administrativo

As freguesias e as comissões de moradores

“Entidades que agrupam o conjunto de moradores de um bairro, de um loteamento urbano, de uma rua, ou até de um prédio, com vista à defesa e promoção dos interesses comuns aos residentes na respectiva área”

Page 37: Direito Administrativo

Municípios

Autarquias Locais

Page 38: Direito Administrativo

Definição de Município

Constituição de 1976 Primeira Lei das Autarquias Locais (1977) Código Administrativo (de 1963-40) LAL (1999)

Page 39: Direito Administrativo

Importância Prática

internacionalmente historicamente politicamente economicamente financeiramente administrativamente doutrinalmente

Page 40: Direito Administrativo

Movimento Municipalista Romântico

Almeida Garrett: "o povo é quem a si mesmo se administra por magistrados eleitos e delegados seus"

Henrique Nogueira Alexandre Herculano: "o país não é senão a soma das suas

localidades" "quem diz descrentralização diz

municipalismo: são cousas que não se separam" "a instituição municipal parece ter saído directamente das mãos de Deus"

Concepção jusnaturalista do direito

Page 41: Direito Administrativo

Município no Direito Comparado

município independente ou modelo anglo-saxónico clássico:

-sociedade natural-efectiva independencia -prevalece a qualificação como interesse municipal

município dependente ou modelo napoleónico francês:

-racional, voluntarista, obtido pela revolução-agência ou sucursal do Estado-prevalece o interesse estadual

Page 42: Direito Administrativo

Municípios Autónomos

Regime democrático:

-autonomia plena

-autonomia semi-plena

-autonomia restrita Portugal pertence a autonomia semi-plena mas, na

prática, vive numa autonomia restrita: défice humano, material e de implementação.

Page 43: Direito Administrativo

Municípios Autónomos

Regime não-democrático

-dependência vertical: dependência quase hierárquica

-dependência horizontal: instrumento da acção local do partido único

Page 44: Direito Administrativo

Origem do Município

Alexandre Herculano: município medieval descendia do município romano

Sanchez Albornoz e Gama Barros: município é uma instituição nova

Analogia entre município medieval e município romano: 1º o mesmo tipo de necessidade produz o mesmo tipo de

soluções; 2º algumas memórias perduraram; 3º devido a actuação do clero erudito (livros)

Page 45: Direito Administrativo

Evolução

1ª fase: séc. XII e XIII 2ª fase: séc. XIV e XV 3ª fase: séc. XVI a XVIII 4ª fase: revolução liberal 5ª fase: monarquia constitucional e 1ª república 6ª fase: Estado Novo 7ª fase: 25 de Abril

Page 46: Direito Administrativo

Actualmente o nº total de municípios no continente e regiões autónomas é de 308.

Mas como actualmente se criam novos ou extinguem municípios?

Constituição de 1976 Problema: criação ou extinção não é explicita Lei nº 11/82, 2 de Junho

Page 47: Direito Administrativo

Cada município tem limites territoriais que corresponde aos limites das freguesias que o integram.

Cada município tem direito a usar determinados símbolos heráldicos: brasões de armas, bandeiras e os selos.

Page 48: Direito Administrativo

Classificação dos Municípios

classificações doutrinais ou científicas classificações estatísticas classificações estatísticas classificações legais

Segundo o código administrativo, a principal classificação de municípios em portugal é: concelhos urbanos e concelhos rurais

Page 49: Direito Administrativo

-o problema "de jure condendo“

Page 50: Direito Administrativo

Duas Tendências Opostas

centralização económica: sistemas liberais intervencionismo

governamental ideologia colectivista sistemas socialistas

descentralização administrativa:

noção de democracia ideia de participação dos

cidadãos na vida pública princípio da

subsidiariedade

A tensão entre as duas tendências leva a um sistema concreto de relações entre o Estado e o Município.

Page 51: Direito Administrativo

A constituição de 1976 é favorável à descentralização democrática da administração pública;

Na prática tem seguido uma orientação centralizadora Eleições de 1995

LQTACA

-assegurar o reforço da coesão nacional e da soliedariedade inter-regional

- promove a eficiência e eficácia da gestão pública, no respeito pelos dtos dos cidadãos

- 2 princípios: princípio da subsidiariedade; princípio da cooperação entre os Estados e as autarquias.

Page 52: Direito Administrativo

Legislador para Definir as Atribuições dos Municípios

Sistema de cláusula geral: sistema de enumeração taxativa sistema misto

Portugal tem um sistema de enumeração taxativa.

Page 53: Direito Administrativo

Elenco de Atribuições do Município

equipamento rural e urbano energia transportes e comunicação educação património, cultura e ciência tempos livres e desporto saúde acção social

habitação protecção civil ambiente e saneamento básico defesa do consumidor promoção do desenv ordenamento do território e do

urbanismo polícia municipal cooperação externa

Page 54: Direito Administrativo

"Diz-se órgão de uma pessoa colectiva de população e território é representativo quando esse órgão, tendo sido eleito livremente pela população residente, emana democraticamente desta e traduz os seus pontos de vista, defende os seus interesses, actua em nome e por conta dessa população"

Outra classificação dos órgãos a respeito das autarquias locais:

órgãos deliberativos órgãos executivos

Page 55: Direito Administrativo

Direito Comparado

França Itália Inglaterra Alemanha Estados Unidos da América

Page 56: Direito Administrativo

Direito Comparado - Conclusões

Há sempre na administração municipal pelo menos 2 órgãos principais: deliberativo e o executivo.

órgão administração colegial; órgão executivo; órgão singular representante do município; órgão deliberativo.

Page 57: Direito Administrativo

Portugal

Sistema sui generis Revolução - Constituição de 1997 "o órgão executivo responde perante o órgão

deliberativo?"

Page 58: Direito Administrativo

Órgãos do Município

Assembleia Municipal

Câmara Municipal

Presidente da Câmara

Page 59: Direito Administrativo

Assembleia Municipal

“A Assembleia Municipal é o órgão deliberativo do município e é constituída por membros eleitos directamente em número superior aos dos presidentes das

juntas de freguesia que a integram.” – Artigo 251º CRP

Membros eleitos Membros por inerência Mesa constituída por Presidente e dois secretários “deputados municipais” – funções não remunerada “Anualmente cinco sessões ordinárias, em Fevereiro, Abril, Junho,

Setembro e Novembro.” (artigo 49º da LAL)

Page 60: Direito Administrativo

Competência

Orientação geral do município; Fiscalização da Câmara

Municipal; Regulamentação; Função tributária; Decisão superior.

Page 61: Direito Administrativo

Câmara Municipal

“Corpo administrativo do município, directamente eleito pela população do município, é o órgão colegial executivo

encarregue da gestão permanente dos assuntos de uma autarquia local.”

“composta pelo Presidente da Câmara e pelos vereadores.” Número de vereadores variável Existência de vereadores a tempo inteiro Funções remuneradas “a Câmara Municipal está em sessão permanente.”

Page 62: Direito Administrativo

Competência

Função reparatória e executiva;

Função consultiva; Função de gestão; Função de fomento; Função de decisão.

Page 63: Direito Administrativo

Excepções à competência exercida em colectivo pela Câmara reunida em colégio:

Delegação da Câmara no Presidente (art. 65º, n.º1 da LAL). Competência que se encontra delegada no Presidente é

subdelegada por este nos vereadores (artigo 65º, n.º 2 da LAL).

Casos em que a competência da Câmara pode, sob autorização da Assembleia Municipal, ser exercida por uma ou mais juntas de freguesia (artigos 53ª e seguintes da LAL).

Artigo 68º: casos de circunstâncias excepcionais e urgentes que exigem que a competência da Câmara seja exercida pelo Presidente sem delegação.

Page 64: Direito Administrativo

Presidente da Câmara

Constituição é “silenciosa” em relação ao Presidente da Câmara.

Poderes são lhe atribuídos por Lei, no quadro do estatuto jurídico do município.

Competências próprias e delegadas. Elenco de competências enunciado no artigo 65º da

LAL. Eleição directa.

Page 65: Direito Administrativo

Competências:

Função presidencial; Função executiva; Função decisória; Função interlocutória.

Page 66: Direito Administrativo

Conselho Municipal de Educação: Órgão de âmbito municipal, com funções de

natureza consultiva e de coordenação política educativa (LCME). 

Conselho Municipal de Segurança: Órgão de âmbito municipal, com funções de

natureza consultiva, de articulação, informação e cooperação, criada pela LCM.

Page 67: Direito Administrativo

Serviços Municipais:

A preparação e execução das decisões do município compete aos serviços municipais.

Serviços municipais: “os serviços do município que, não dispondo de autonomia, são directamente geridos pelos órgãos principais do município” - criados pela assembleia municipal, sob proposta da Câmara Municipal.

Estrutura empresarial municipal

Serviços Munipalizado

sEmpresas Municipais

• Serviços municipalizados: “são aqueles a que a lei permite conferir organização autónoma adentro da administração municipal e cuja gestão é entregue a um conselho de administração privativo”

• Empresas públicas municipais: dotadas de capitais próprios, são empresas de âmbito municipal, intermunicipal ou regional para exploração de actividades que prossigam fins de reconhecido interesse público.

Page 68: Direito Administrativo

Empresas Municipais

Empresas Públicas

Totalidade do capital;Conselho de administração;

Conselho fiscal.

Empresas de Capitais Públicos

Participação do capital em associação com outras

entidades públicas;Assembleia Geral;

Conselho de Administração;Conselho Fiscal.

Empresas de Capitais Maioritariamente Públicos

Maioria do capital em associação com entidade

privadas;Assembleia Geral;

Conselho de administração;Conselho fiscal.

Page 69: Direito Administrativo

Associações de Municípios

Pessoa colectiva pública criada para a realização de interesses específicos comuns aos municípios que a integram.

São associações que têm personalidade jurídica e constituem, portanto, uma pessoa colectiva diferente dos municípios agrupados - são associações de entidades públicas.

“Princípio de estabilidade” Cada município pode pertencer a mais que uma

associação de fins específicos.

Page 70: Direito Administrativo

Fins públicos: Articulação dos investimentos municipais de interesse intermunicipal Coordenação das actuações entre os municípios e os serviços de

administração central nas seguintes áreas:→ Infra-estruturas de saneamento básico e de abastecimento

público→ Saúde→ Educação→ Ambiente, conservação da natureza e recursos naturais→ Segurança e protecção civil→ Acessibilidade e transportes→ Equipamentos de utilização colectiva→ Apoio ao turismo e a cultura→ Apoios ao desporto, à juventude e às actividades de lazer

Planeamento e gestão estratégica, económica e social Gestão territorial na área dos municípios integrantes

Associações de Municípios

Page 71: Direito Administrativo

Associações de Municípios

Estatutos próprios.

Órgãos: → Assembleia intermunicipal – órgão deliberativo da associação de municípios onde estão representados os

municípios associados. É constituída pelos presidentes de câmara dos municípios associados ou os seus substitutos e por vereadores de cada uma das câmaras. (artigo 23º)

→ O conselho directivo – é o órgão executivo da associação de municípios. Composto por representantes de cada um dos municípios associados, eleitos pela assembleia intermunicipal de entre os seus membros. (art. 25º)

Sujeitas à fiscalização das contas pelo Tribunal de Contas.

Deliberações e decisões dos órgãos ou agentes das associações são passíveis de controlo jurisdicional junto dos tribunais administrativos.

Page 72: Direito Administrativo

Referendo Local Instituto de dinamização da democracia participativa.

Requisitos materiais: relevante interesse local, que devam ser decididas pelos órgãos autárquicos e que se integrem nas suas competências; matérias que não sejam da exclusiva competência de outros órgãos.

Requisitos formais: incidir sobre uma só matéria, não podendo conter mais de 3 perguntas.

Requisitos temporais: não pode ser realizado entre a data de convocação e a datas das eleições; não pode haver acumulação entre referendos; só pode realizar-se num domingo ou feriado nacional, autonómico ou autárquico.

Page 73: Direito Administrativo

Referendo Local Limites circunstanciais: não pode ocorrer durante a vigência de

estado de sitio ou de emergência, antes de constituídos ou depois de dissolvidos órgãos autárquicos eleitos.

Âmbito : a nível de freguesia ou município.

Procedimento: Iniciativa; Decisão sobre a realização da consulta; Controlo da constitucionalidade e da legalidade do procedimento, bem como da formulação da(s) pergunta(s); Marcação da data do referendo; Campanha de divulgação e debate; Votação popular; Apuramento dos resultados e Publicação oficial dos resultados

Efeitos : vinculatividade, desde que na votação tenham participado mais de metade dos eleitores inscritos no recenseamento; caso o órgão não acate os resultados isto é causa de dissolução deste. 

Page 74: Direito Administrativo

Problemas das grandes cidades e das áreas metropolitanas

Três tipos de problemas:

a) Problemas relativos à grande.

b) Problemas relativos à área metropolitana – “conjunto formado pela grande cidade e pelos núcleos populacionais suburbanos ou satélites”.

c) Problemas relativos à organização administrativa dos núcleos urbanos satélites da grande cidade.

Três tipos de soluções:

Sistema da anexação dos pequenos municípios suburbanos pelo município da grande cidade

Sistema da associação obrigatória de municípios

Sistema da criação de uma autarquia supra-municipal

As áreas metropolitanas de Lisboa e Porto (lei nº 44/91, de 2 de Agosto)

AML – 18 municípios: Alcochete, Almada, Amadora, Azambuja, Barreiro, Cascais, Lisboa, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Oeiras, Palmela, Sesimbra, Setúbal, Seixal, Sintra e Vila Franca de Xira.

AMP – 9 municípios: Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa do Varzim, Valongo, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia.

Page 75: Direito Administrativo

Modalidades de cooperação intermunicipal para a realização de fins gerais

Pessoa colectiva de direito público constituída por um mínimo de 9 municípios com pelo menos 350 000 habitantes, ligados entre si por um nexo de continuidade territorial.

Foram criadas as Grande Áreas Metropolitanas do Minho, Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra, Lisboa e Algarve.

Pessoa colectiva de direito publica constituída por um mínimo de 3 municípios com pelo menos 150 000 habitantes, ligados entre si por um nexo de continuidade territorial.

Constituíram-se: Vale-e-Mar, Trás-os-Montes, Douro, Vale do Sousa, Beiras, Tâmega, Leiria, Oeste, Médio Tejo e Lezíria do Tejo.

Pessoa colectiva de direito público constituída por um mínimo de 2 municípios, com qualquer número de habitantes, ligados entre si por um nexo territorial (não forçosamente contíguos)

Por enquanto apenas Vale do Minho e Pinhal.

Grande área metropolitana

(GAM)

Comunidade Intermunicipal de Fins Gerais

(CIFG)

Comunidade Urbana

(ComUrb)

Page 76: Direito Administrativo

Soluções para os problemas das grandes cidades e das áreas metropolitanas

Três soluções possíveis: Criação de núcleos suburbanos, de delegações dos serviços

municipais – é a solução mais barata mas em certos casos pode não ser suficiente. A nossa lei não a prevê.

Organização desses núcleos em bairros administrativos, com ou sem criação simultânea das delegações de serviços municipais.

Transformação dos núcleos suburbanos em novos municípios.

Page 77: Direito Administrativo

A intervenção do Estado na administração municipal

Objecto: legalidade da actuação das autarquias locais (art. 242º da CRP). Espécies:

- tutela inspectiva (poder de fiscalização da organização e funcionamento da entidade tutelada) - tutela integrativa (consiste no poder de autorizar ou aprovar os actos da entidade tutelada)- tutela sancionatória?

Titularidade da tutela administrativa: compete ao Governo (ministro das finanças e da administração local) e aos Governadores Civis.

Perda do mandato: os membros dos órgãos autárquicos eleitos estão sujeitos à sanção legal de “perda do mandato”, desde que se prove que cometeram determinadas ilegalidades consideradas graves.

Dissolução: “acções ou omissões ilegais graves”. Só quando se trate de assembleia de freguesia ou da câmara municipal é nomeada uma comissão administrativa.

Page 78: Direito Administrativo

Região

Autarquias Locais

Page 79: Direito Administrativo

A REGIÃO

O distrito em Portugal está destinado a desaparecer. Desde 1976 que a Constituição estabeleceu no seu artigo

263.º n.º 1, o carácter transitório e precário do distrito: “ enquanto as regiões não forem instituídas, subsistirá a divisão distrital”

E em 1982 este carácter transitório e precário do distrito foi ainda mais fortemente sublinhado.

OS PRELIMINARES

Page 80: Direito Administrativo

A Região não existe nem nunca existiu no nosso país, apenas existe um antecessor na província.

Dois tipos de entidades

PRELIMINARES

Distrito

RegiãoAinda não têm uma posição relevante

nas autarquias locais que integram

a Administração Pública Portuguesa.

Page 81: Direito Administrativo

MUDANÇAS AO LONGO DE HISTÓRIA

DA OCUPAÇÃO ROMANA – ATÉ AOS DIAS DE HOJE

Page 82: Direito Administrativo

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AUTARQUIA SUPRAMUNICIPAL

A primeira divisão administrativa de grandes áreas geio-económicas deu-se durante a ocupação romana na Península-Ibérica:

Norte do Douro, havia a Província Tarraconensis; Sul do Douro, havia a Província Lusitana;

Eram divididas em distritos chamados de conventus

Page 83: Direito Administrativo

TESTAMENTO DE D.DINIS

Conselhos: 5 regiões• Antre Douro e Minho;• Antre e Mondego;• Beira;• Estremadura;• Antre Tejo e Odiana.

Page 84: Direito Administrativo

Lei de 30 de Agosto de 1406

Refere-se às 7 comarcas existentes na época:

Antre Douro e Minho; Tralos Montes; Beira; Estremadura; Antre Tejo e Odiana; Além d’Odiana; Reino do Algarve.

Page 85: Direito Administrativo

D.JOÃO III EM 1572

O Rei D.João III decidiu mudar novamente a divisão e passaram a ser não 5 nem 7, mas sim 6 comarcas:

Entre Douro e Minho; Trás-os-Montes; Beira; Estremadura; Entre Tejo e Odiana; Reino do Algarve;

Page 86: Direito Administrativo

Regimento de 1678

A divisão de províncias apresenta um significado militar: a província era uma circunscrição militar, chefiada pelo general das armas.

Segue-se a organização do exército decretada em 1816, dividindo o País em 7 províncias:

Minho, Trás-os-Montes, Douro, Beira, Estremadura, Alentejo, e Reino do Algarve.

Page 87: Direito Administrativo

REVOLUÇÃO LIBERAL E A CONSTITUIÇÃO DE 1822

No seu artigo 9º. vem uma nova designação relativamente às províncias, nesta constituição estas não estão dotadas de orgãos administrativos próprios.

Passam a ser novamente 6, retira-se a Beira.

NA CARTA CONSTITUCIONAL DE 1826 MANTÉM-SE A DIVISÃO DE 1822

Page 88: Direito Administrativo

O D. Nº.23, DE 16 DE MAIO DE 1832

Por Mouzinho da Silveira, dividiu o País em províncias, comarcas e concelhos, colocando à frente da província um orgão executivo todo-poderoso o Prefeito

Estabeleceram-se 8 províncias:

Minho, Trás-os-Montes, Douro, Beira Alta, Beira Baixa, Estremadura, Além-Tejo e Algarve.

Page 89: Direito Administrativo

CORTES 1834 - 1835

A Esquerda Radical defendia a supressão das províncias, sobrando assim apenas as comarcas como divisão administrativa acima do concelho.

Esquerda e Direito concordavam com uma coisa, deveria haver acima do concelho apenas uma autarquia supramunicipal

DISTRITOS

Page 90: Direito Administrativo

DISTRITO

O distrito aparece em 1835 são 17º

A referida lei de 1835 mantém, no entanto, as províncias, não como autarquia mas para o efeito de enquadrar a localização dos vários distritos.

Page 91: Direito Administrativo

DISTRITOS

Província Minho: Viana do Castelo e Porto.

Província Trás-os-Montes: Vila Real e Bragança.

Província Beira Alta: Aveiro, Coimbra, Lamego e Guarda.

Província Beira-Baixa: Castelo-Branco.

Província Estremadura: Leiria, Santarém e Lisboa.

Província Além-Tejo: Portalegre, Évora e Beja.

Província do Algarve: Faro.

Page 92: Direito Administrativo

OS CÓDIGOS DE 1836 E 1842 MANTIVERAM A ESTRUTURA ANTERIORMENTE EXPLICADA

NO ENTANTO A LEI DE 26 DE JUNHO DE 1867 MANTEVE O DISTRITO MAS REDUZIU-OS PARA 11 (TENTATIVA DE REGRESSAR ÀS

PROVÍNCIAS)

EM 1872 O CÓDIGO ADMINISTRATIVO MANTÉM O DISTRITO MAS PASSA A SER UMA PEQUENA AUTARQUIA LOCAL E MANTÉM-SE ASSIM

ATÉ 1892

1892-1913: DISTRITO PERDE DE NOVO A PERSONALIDADE JURÍDICA E VOLTA A SER UMA SIMPLES CIRCUNSCRIÇÃO ADMINISTRATIVA, PARA O

EFEITO DA ACTUAÇÃO DOS REPRESENTANTES LOCAIS DO PODER CENTRAL, NOMEADAMENTE OS GOVERNADORES CIVIS

1913-1917: DISTRITO RECUPERA A SUA CONDIÇÃO DE AUTARQUIA LOCAL

NA CONSTITUIÇÃO DE 1933 SURGEM 2 ENTIDADES ACIMA DO MUNÍCIPIO: O DISTRITO DA PROVÍNCIA. O DISTRITO DEIXA

NOVAMENTE DE SER AUTARQUIA LOCAL: A AUTARQUIA SUPRAMUNICIPAL ERA A PROVÍNCIA.

Page 93: Direito Administrativo

À luz da Constituição de 1933 foi elaborado um novo Código Administrativo (1936-40) que defendia uma divisão de 11 províncias.

O distrito era uma circunscrição administrativa sem carácter de autarquia local, que fincionava como área territorial de jurisdição do Governador Civil.

A província era definida como associação de concelhos com afinidades geográficas, económicas e sociais, e destinada a exercer atribuições de fomento, de coordenação económica, de cultura e de assistência.

Page 94: Direito Administrativo

CÓDIGO 1936-40ÓRGÃOS

CONSELHO PROVINCIAL: era eleito por 4 anos e composto por cada Câmara Municipal, um procurador por cada federação de Grémios Nacionais, um procurador por cada Federação de Sindicatos Nacionais, três procuradores eleitos entre as pessoas colectivas de utilidade pública administrativas, dois procuradores eleitos pelo senado de cada universidade, um procurador eleito pelos professores efectivos dos liceus e escolas secundárias e os directores dos distritos escolares existentes na província.

CONSELHO PROVINCIAL

JUNTA DE PROVÍNCIA

Page 95: Direito Administrativo

CÓDIGO 1936-40JUNTA DE PROVÍNCIA:

era o corpo administrativo; um presidente; um vice-presidente; três vogais.

FUNÇÕES:FAZER INQUÉRITOS ESTATÍSTICOS;

ESTUDAR PLANOS DE MELHORAMENTO PARA SEREM EXECUTADOS PELO ESTADO OU PELAS CÂMARAS MUNICIPAIS.

ORGANIZAR EXPOSIÇÕES REGIONAIS.CONCEDER PRÉMIOS E BOLSAS DE ESTUDO

APESAR DE SER POUCO O QUE ERA PEDIDO, MOSTRARAM INCAPACIDADE PARA O DESEMPENHAR

Page 96: Direito Administrativo

REVISÃO CONSTITUCIONAL DE 1959

Substituiu-se a Província pelo distrito como autarquia supramunicipal.

No entanto, passou-se de uma questão para outra questão, a das atribuições distritais.

DISTRITO: instrumento de apoio aos municípios

TODA ESTA IDEIA FALHOU!OS DISTRITOS NADA FIZERAM ENQUANTO

AUTARQUIAS LOCAIS

Page 97: Direito Administrativo

CONSTITUIÇÃO DE 1976

Criou-se a REGIÃO ou REGIÃO ADMINISTRATIVA. Desde 1969 que se conhecia uma divisão regional para

efeitos de planeamento económico regiões de planeamento, à frente das quais se encontravam as comissões consultivas regionais, que dependiam do Presidente do Concelho.

Page 98: Direito Administrativo

No dia de hoje ainda se mantém essa divisão, com algumas alterações, tais como:

já não inclui os Açores e a Madeira (Regiões Autónomas); depende do Ministério do Ambiente; 5 regiões-plano Continental:

Norte (Porto) Centro (Coimbra) Lisboa e Vale do Tejo ( Lisboa) Alentejo (Évora) Algarve (Faro)

Principal orgão de gestão: comissõs de coordenação e desenvolvimento regional

Page 99: Direito Administrativo

CONSTITUIÇÃO DE 1976

A constituição determinou que no Continente as autarquias locais são freguesias, os municípios e as regiões administrativas (art. 238.º, n.º 1)

Em relação aos distritos estabeleceu que a divisão distrital só subsitirá enquanto as regiões não estiverem instituídas (art. 263.º.n.º1)

Page 100: Direito Administrativo

O PROBLEMA DO DISTRITO

1959-1976: os distritos podiam ser definidos como as autarquias locas de carácter supramunicipal cuja área coincidia com a dos governos civis.

A área dos distritos enquanto autarquias locais e dos distritos, é a mesma, no entanto a natureza jurídica era completamente diferente

Page 101: Direito Administrativo

A CONSTITUIÇÃO DIZ CLARAMENTE NO ART. 236.º N.º1, QUE AS AUTARQUIAS LOCAIS NO CONTINENTE SÃO AS «FREQUESIAS», OS

MUNICÍPIOS E AS REGIÕES ADMINISTRATIVAS, OMITINDO OS DISTRITOS.Art.291.º, n.º1: nem sequer se refere à entidade jurídica distrito, mas

apenas À divisão distrital.

O que assenta muito melhor na ideia de distrito como circunscrição do que como autarquia.

NADA PREVÊ UM CORPO ADMINISTRATIVO PARA GERIR OS ASSUNTOS DISTRITAIS, SENDO CERTO QUE O DISTRITO NÃO É HOJE EM DIA

GOVERNADO POR ÓRGÃOS ELEITOS,APESAR DE HAVER UMA «ASSEMBLEIA DELIBERATIVA« EM CADA

DISTRITO, «COMPOSTA POR REPRESENTANTES DOS MUNICÍPIOS» (CRP, art. 291.º n.º 2)

Page 102: Direito Administrativo

O DISTRITO RECONVERTEU-SE NOVAMENTE A UMA CIRCUNSCRIÇÃO ADMINISTRATIVA, ONDE ACTUAM CERTOS ÓRGÃOS LOCAIS DO

ESTADO

O DISTRITO É UMA LONGA MANUS DO PODER CENTRAL NA ÁREA DISTRITAL. NÃO TEM AUTENTICIDADE COMO AUTARQUIA LOCAL, NUNCA CONSEGUIU ADQUIRI-LA NA HISTÓRIA ADMINISTRATIVA

PORTUGUESA

AGUARDAM-SE ENTÃO PELAS REGIÕES ADMINISTRATIVAS

Page 103: Direito Administrativo

A REGIÃO COMO AUTARQUIA LOCALAs regiões administrativas são autarquias locais

supramunicipais, que visam a prossecução daqueles interesses próprios das respectivas populações que a lei considere serem mais bem geridos em áreas intermédias entre o escalão nacional e o escalão municipal.

TRÊS ESCALÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: administração central, regional e local.

Page 104: Direito Administrativo

A REGIÃO ADMINISTRATIVA CONTNENTAL É A

AUTARQUIA SUPRAMUNICIPAL

A SUA ÁREA COMPREEENDE

SEMPRE NECESSARIAMENTE UM NÚMERO MAIOR

OU MENOR DE MUNICÍPIOS.

O NÍVEL REGIONAL É UM NÍVEL

INTERMÉDIO ENTRE O NÍVEL NACIONAL E

O MUNICIPAL.

Os OS INTERESSES DAS POPULAÇÕES QUE INCUMBE À REGIÃO PROSSEGUIR

HÃO-DE SER, NÃO TODOS OS EUS INTERESSES PÚBLICOS, MAS

PRECISAMENTE AQUELES INTERESSES GERIDOS EM ÁREAS INTERMÉDIAS DO

QUE O SERIAM SE ATRIBUÍDOS AO MUNICÍPIO OU À ADMINISTRAÇÃO

CENTRAL.O LEGISLADOR ORDINÁRIO CONFIA ÀS

REGIÕES AQUELES INTERESSES PÚBLICOS CUJO NÍVEL ÓPTIMO DE

DECISÃO NÃO SEJA NEM O MUNICIPAL NEM O NACIONAL, MAS O DE UM

ESCALÃO INTERMÉDIO ENTRE AMBOS – O ESCALÃO REGIONAL.

Page 105: Direito Administrativo

AS ATRIBUIÇÕES DAS REGIÕES: hão-de ser aquelas em relação às quais o nível óptimo de

decisão se situe no escalão regional. Tenha de ser mais amplo que o do município e mais restrito que o da totalidade do território nacional.

artigos 257.º e 258.º, contém as atribuições das regiões: Dirigir serviços públicos; Coordenar e apioar a acção dos municípios (CRP, art.

257.º) Elaborar planos regioais de desenvolvimento económico e

social; Participar na elaboração dos planos de desenvolvimento

económico e social de âmbito nacional, previstos nos artigos 90.º ss. Da CRP.

Page 106: Direito Administrativo

LQRA

Afirma no seu art. 17.º que «nos termos da lei de criação de cada região administrativa, as regiões deterão, no seu âmbito territorial, atribuições nos seguintes domínios:

Desenvolvimento económico e social; Ordenamento do território; Ambiente, conservação da natureza e recursos

hidrícos; equipamento social e vias de comunicação; Educação e formação profissional; Cultura e património Histórico; Juventude, Desporto e tempos livres; Turismo;

Page 107: Direito Administrativo

PRINCÍPIO GERAL PROCLMADO NO N.º 1 DO ARTIGO 4.º DA LQRA (e no art. 6.º n.º 1, da CRP) – PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE.

“ A autonomia administrativa e financeira das regiões administrativas funda-se no princípio da subsidiariedade das funções destas em relação ao Estado e aos municípios (…)”

As duas entidades territoriais principais da administração pública portuguesa são o Estado e o município, não passando a região de

uma entidade secundária.A definição das atribuições, competências e recursos da região não pode, portanto, em princípio, retirar poderes nem ao Estado nem ao

município.

Criar um escalão regional de administração autárquica que não diminua em nada o poder administrativo

actual do Estado e dos municípios é fomentar uma gigantesca burocratização da nossa Administração

Pública com escassíssima utilidade colectiva

ISTO É UMA IDEIA ERRADA

Page 108: Direito Administrativo

O objectivo de tudo isto é descentralizar o Estado, fazer um número maior ou menor de transferências para baixo, do Estado para a Região.

O princípio da subsidiaridade sempre significou que uma entidade pública de grau sperior só deve desempenhar as tarefas que não sejam mais bem prosseguidas por entidades públicas de grau inferior ou por entidades privadas.

O Estado não deve portanto ocupar-se de funções que possam ser mais bem exercidas pelas regiões do que por ele, Estado.

Page 109: Direito Administrativo

N.º 1 do art. 4.º da LQRA é ilegal!

Contraria o disposto no art. 4.º, n.º 3 da Carta Europeia da Autonomia Local:

“Regra Geral, o exercício das responsabilidades públicas deve incumbir, de preferência, às autoridades mais próximas dos cidadãos”

NO ENTANTO O N.º 1 DA LQRA DIZ PRECISAMENTE O CONTRÁRIO –

PREFERÊNCIA DA COMPETÊNCIA DO ESTADO SOBRE AS COMPETÊNCIAS DAS

REGIÕES

Page 110: Direito Administrativo

É INCONSTITUCIONAL …. Contraria os princípios da subsidiariedade e da

descentralização democrática da Administração dos serviços às populações ( art. 267.º , n.º1), mas também porque em todo o TÍTULO VIII da Parte III da CRP (arts. 235.º a 265.º) não se encontra nada relativamente à secundarização da região em relação ao Estado.

Page 111: Direito Administrativo

ÓRGÃOS DAS REGIÕES

Segundo o art. 259.º: Assembleia Regional; Junta Regional.ASSEMBLEIA REGIONAL: compreende, representantes eleitos

directamente pelos cidadãos, membros eleitos pelas Assembleias Municipais, em número inferior ao daqueles (art. 260.º)

JUNTA REGIONAL: orgão colegial executivo da região. Será eleita, por escrutínio secreto, pela Assembleia regional de entre os seus

membros (art. 260.º)

Page 112: Direito Administrativo

COMPETÊNCIAS (arts. 25.º e 31.º da LQRA)

ASSEMBLEIA: orgão deliberativo do tipo parlamento. É a assembleia que nomeia a Junta Regional e o seu presidente.

JUNTA REGIONAL: é um orgão executivo como o governo

A LQRA PREVÊ A POSSIBILIDADE DE A A.R. VOTAR MOÇÕES DE CENSURA À J.R (art. 29 , n.º1). A APROVAÇÃO LEVA À DEMISSÃO DA JUNTA E A

REALIZAÇÃO DE NOVA ELEIÇÃO NOS TERMOS DA LEI.

Page 113: Direito Administrativo

GOVERNADOR CIVIL REGIONAL

Art. 262.º da Constiuição: “junto da região haverá um representante do Governo, nomeado em Conselho de Ministros”

O art. 40.º da LQRA diz: Governador civil Regional. É simultaneamente , magistrado administrativo e autoridade policial (art. 41.º).

Page 114: Direito Administrativo

FUNÇÕES:

Representar o Governo na área da região;

Fiscalizar a legalidade da actuação da própria região, enquanto autarquia local;

Exercer Poderes de tutela administrativa, em nome do Estado, sobre os municípios e as freguesias existentes no território da respectiva região.

Page 115: Direito Administrativo

PROCESSO DE REGIONALIZAÇÃO DO CONTINENTE

O processo tem sido demorado e um pouco esquecido, as suas dificuldades objectivas e as circunstâncias políticas também atraso o já demorado processo de regionalização.

Já existe uma LQRA, até um Lei de Criação das Regiões Administrativas… Isso não basta para a instituição de cada região, depende também de se levar ou não até ao fim o procedimento previsto na Constituição (arts. 225.º e 256.º)

Page 116: Direito Administrativo

PROCEDIMENTO

A aprovação de uma lei-quadro das regiões administrativas;

Definição da divisão do território continental em regiões;

Criação simultânea, por lei, de todas as regiões continentais, podendo haver “diferenciações quanto ao regime aplicável a cada uma” (CRP art.º 255)

Page 117: Direito Administrativo

PROCEDIMENTO

Voto favorável da maioria dos cidadãos eleitores, em referendo, relativamente à instituição das regiões administrativas no País e à instituição da específica região que abranja a respectiva área de residência (CRP, art. 256.º)

Aprovação da lei de instituição em concreto de cada região (CRP, art. 256.º)

TODO O PROCEDIMENTO ESTÁ BLOQUEADO DESDE 1998 DEVIDO AO RESUTADO DO REFERENDO

Page 118: Direito Administrativo

REGIONALIZAÇÃO

É a criação de entidades públicas novas, autónomas, chamadas regiões, com órgãos próprios de decisão, eleitos em sufrágio directo e universal pela população residente em cada região, e dotados de competências próprias para resolverem os seus próprios assuntos, através dos seus próprios recursos humanos, materiais e financeiros.

Page 119: Direito Administrativo

PONTOS MAIS IMPORTANTES DO PROCESSO

tipo de região administrativa a criar (funções)- três tipos de funções: funções no âmbito da administração dos seus próprios bens e serviços, do seu património, finanças, funcionários. Depois funções a ser transferidas do Estado para a Região, e por último funções a serem transferidas do município para a região.

critério da divisão do país em regiões (características económicas, sociais e administrativas)

sistema de afectação de recursos financeiros às regiões (não pode haver regionalização sme descentralização financeira, sem autonomia financeira)