Upload
heully-pereira
View
12
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Estrategia concurso
Citation preview
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
AULA 00: Organizao administrativa da Unio;
Administrao Direta e Indireta
SUMRIO
1. APRESENTAO 2
2. CRONOGRAMA 4
3. INTRODUO AULA 00 5
4. ADMINISTRAO PBLICA DIRETA E INDIRETA. 5
4.1. INTRODUO 5 4.2. RGOS 9 4.3. PRINCPIOS 12 4.4. ENTIDADES DA ADMINISTRAO INDIRETA 14 4.4.1. AUTARQUIAS 15 4.4.2. FUNDAES PBLICAS (GOVERNAMENTAIS) 19 4.4.3. EMPRESAS PBLICAS 21 4.4.4. SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 24 4.4.5. AGNCIAS REGULADORAS, AGNCIAS EXECUTIVAS E CONSRCIOS PBLICOS 29 4.5. TERCEIRO SETOR 38 4.5.1. SERVIOS SOCIAIS AUTNOMOS: 38 4.5.2. ORGANIZAES SOCIAIS (=OS): 38 4.5.3. ORGANIZAO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PBLICO (=OSCIP): 42 4.5.4. ENTIDADES DE APOIO: 45
5. RESUMO DA AULA 47
6. QUESTES 51
5. REFERNCIAS 57
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
1. Apresentao
Bem vindos ao curso de Direito Administrativo, preparatrio para o
concurso de nvel Mdio do Ministrio das Cidades!
Para os cargos de nvel mdio so 80 vagas!!!!
O salrio inicial de nvel mdio de R$ 2.153,22.
A banca realizadora do seu concurso ser o CETRO e como a sua
prova ser realizada no dia 14 de Julho de 2013, voc tem tempo
suficiente para estudar!!!
SE VOC ESTUDAR, VOC VAI PASSAR E SE VOC PASSAR, VOC
VAI SER CHAMADO!
Hoje eu estou aqui desse lado, tentando passar o caminho das
pedras pra voc, mas lembre-se de que eu j estive a, onde voc est
agora.
Pra voc me conhecer melhor, vou falar um pouco de mim.
Meu nome Daniel Mesquita, sou formado em Direito pela
Universidade de Braslia (UnB) e ps-graduado em direito pblico. A
minha vida no mundo dos concursos teve incio em 2005, quando me
preparei para o concurso de tcnico administrativo rea judiciria do
Superior Tribunal de Justia. J nesse concurso, obtive xito e trabalhei
por dois anos no Tribunal, na assessoria de Ministro da 1 Turma.
Em seguida, passei para o concurso de analista do Tribunal
Superior Eleitoral (CESPE/UnB), na quarta colocao.
A partir da, meu estudo foi focado para as provas de advogado
pblico (AGU, procuradorias estaduais, defensorias pblicas etc.), pois
sempre tive como objetivo a carreira de Procurador de Estado ou do
Distrito Federal.
Nem tudo na vida so louros. Nessa fase obtive muitas derrotas e
reprovaes nos concursos. Desanimei por algumas vezes, mas
continuei firme em meu objetivo, pois s no passa em concurso quem
pra de estudar!
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
E essa atitude rendeu frutos, logo fui aprovado no concurso de
Procurador Federal AGU.
Continuei estudando, pois ainda faltava mais um degrau:
Procuradoria de Estado ou do Distrito Federal.
Foi ento que todo o suor, dedicao, disciplina, renncia e
privaes deram o resultado esperado, logrei aprovao no concurso de
Procurador do Distrito Federal. Tomei posse em 2009 e exero essa
funo at hoje.
No posso deixar de mencionar tambm a minha experincia como
membro de bancas de concursos pblicos. A participao na elaborao
de diversas provas de concursos, inclusive para tribunais, me fez
perceber o nvel de cobrana do contedo nas provas, as matrias mais
recorrentes e os erros mais comuns dos candidatos.
Espero que a minha experincia possa ajud-lo no estudo do
direito administrativo.
Vamos tomar cuidado com os erros mais comuns, aprofundar nos
contedos mais recorrentes e dar a matria na medida certa, assim
como um bom mdico prescreve um medicamento.
Para que esse medicamento seja suficiente, ele deve atacar todos
os sintomas e, ao mesmo tempo, deve ser eficiente contra o foco da
doena. Isso quer dizer que no podemos deixar nenhum ponto do
edital para trs.
Alm disso, buscarei usar muitos recursos visuais para que a
apreenso do contedo venha mais facilmente.
Para reforar a aprendizagem, resumirei o contedo apresentado
ao final de cada aula e apresentarei as questes mencionadas ao longo
da aula em tpico separado, para que voc possa resolv-las na
vspera da prova. Todos esses instrumentos voc ter a sua disposio
para encarar a batalha.
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
2. Cronograma
Num concurso com muitos inscritos como esse, voc no pode
perder tempo e deve lutar com as armas certas. A principal arma para
voc vencer essa batalha o planejamento.
Nesse curso sero ministradas 06 aulas de direito administrativo,
cada uma com os seguintes temas, de acordo com os pontos previstos
no edital:
Aula 00 (10/05/2013)
1. Administrao direta e indireta, centralizada e descentralizada.
Aula 01 (17/05/2013)
2. Ato administrativo: conceito, requisitos, atributos, classificao e
espcies, invalidao, anulao e revogao.
Aula 02 (24/05/2013)
4. Poderes administrativos: hierrquico, vinculado, discricionrio,
disciplinar, regulamentar e de polcia. 5.Uso e abuso do poder.
Aula 03 (31/05/2013)
6. Controle : controles administrativo, judicial e legislativo.
Aula 04 (07/06/2013)
7.Responsabilidade civil do Estado e responsabilizao da administrao
Aula 05 (14/06/2013)
3. Agentes administrativos: investidura e exerccio da funo pblica.
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
Com base nesse cronograma, voc j pode planejar o seu estudo,
dividindo o tempo que voc tem at a prova pelas matrias do edital.
Dedique-se mais s matrias que tem maior peso e naquelas em que
voc no tem muito conhecimento. Faa uma escala de estudos e
cumpra-a.
Se voc seguir essas dicas, no tem erro, voc vai passar!
3. Introduo aula 00
Nesta aula, abordaremos um dos pontos mais importantes de todo
edital: Administrao direta e indireta, centralizada e
descentralizada..
No se esquea que, ao final, voc ter um resumo da aula e as
questes tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na
vspera da prova!
Num concurso como este, a matria muito extensa. No h como
voc ler a matria hoje e apreender tudo at no dia da prova. Por isso,
programe-se para ler os resumos na semana que antecede a prova.
Lembre-se: o planejamento fundamental.
Chega de papo, vamos a luta!
4. Administrao Pblica direta e indireta.
4.1. Introduo
Em sentido amplo, na lio de Di Pietro (2009, p. 54), a
Administrao Pblica se subdivide em rgos governamentais e rgos
administrativos (sentido subjetivo) e funo poltica e administrativa
(sentido objetivo).
Em sentido estrito, a Administrao Pblica subdividida nas
pessoas jurdicas, rgos e agentes pblicos que exercem funes
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
administrativas (sentido subjetivo) e na atividade exercida por esses
entes (sentido objetivo).
Nesta aula, estudaremos a Administrao Pblica em seu sentido
subjetivo, ou seja, quais institutos que movimentam a atividade
administrativa. Afinal de contas, o que so rgos? O que uma
autarquia? Qual a diferena entre empresa pblica e sociedade de
economia mista?
Dos elementos que compem o sentido subjetivo da Administrao
Pblica, s ser excludo do objeto desta aula o estudo dos agentes
pblicos.
O estudo da Administrao Pbica direta e indireta se inicia com a
seguinte pergunta: se o Estado brasileiro um s, por que exitem
vrios rgos, entes pblicos e empresas na execuo e no comando da
coisa pblica?
Isso ocorre porque no h como um s rgo, por exemplo, a
Presidncia da Repblica, promover a execuo de todos os contratos,
servios pblicos, atividades econmicas de interesse pblico existentes
no pas, de norte a sul.
Para que seja possvel executar bem as atividades inerentes ao
Estado, deve haver uma repartio de atribuies e a diviso de
competncias entre os gestores. J na Roma antiga se dizia: divide e
governa.
Da, encontramos duas palavras chaves e importantssimas para o
seu concurso:
Descentralizao ocorre quando o ente poltico Unio, Estados,
DF ou Municpios - desempenha algumas de suas funes por meio de
outras pessoas jurdicas. A descentralizao pressupe duas pessoas
jurdicas distintas: o Estado e a entidade que executar o servio, por
ter recebido do Estado essa atribuio.
DESCENTRALIZAO E DESCONCENTRAO
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
Quando o Estado cria uma autarquia, e confere a essa autarquia a
competncia de organizar a previdncia social do pas, h
descentralizao.
A descentralizao administrativa pode ser promovida por meio de
outorga ou de delegao.
Na outorga (tambm chamada de descentralizao administrativa
funcional ou por servios), o Estado cria uma entidade e a ela
transfere, mediante previso em lei, a titularidade e a execuo de
determinado servio pblico. A nova entidade passa a ter capacidade de
autoadministrao e patrimnio prprio. Normalmente conferida por
prazo indeterminado.
o que ocorre com as entidades da Administrao Indireta
autarquias, fundaes, empresas pblicas e sociedades de economia
mista que so criadas com o fim especfico de prestao de
determinado servio (capacidade especfica, decorrente do princpio da
especialidade, que ser tratado abaixo).
Na delegao (tambm chamada de descentralizao
administrativa por colaborao), o Estado transfere, por contrato ou
ato unilateral, unicamente a execuo do servio, para que o ente
delegado o preste ao pblico em seu prprio nome e por sua conta e
risco, sob fiscalizao estatal. A delegao normalmente efetivada por
prazo determinado. o que ocorre nos contratos de concesso e
permisso, em que o Estado transfere ao concessionrio ou ao
permissionrio apenas a execuo temporria de determinado servio.
H tambm a descentralizao administrativa territorial que se
verifica quando uma entidade local, geograficamente delimitada,
dotada de personalidade jurdica prpria, de direito pblico. Exemplo:
as autarquias territoriais os Territrios Federais; no h nenhum
estabelecido atualmente;
Desconcentrao, por sua vez, a reorganizao administrativa
interna, dentro de uma pessoa jurdica. Constitui uma redistribuio
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
interna de competncias. Pode ocorrer na Administrao Direta e na
Indireta.
o que ocorre, por exemplo, quando a Unio distribui as
atribuies de sua competncia a rgos de sua prpria estrutura, tais
como Ministrio da Educao, Presidncia da Repblica, Casa Civil,
Ministrio da Defesa, etc; ou quando uma autarquia por exemplo o
INSS estabelece uma diviso interna de funes, criando, por
exemplo, gerncias executivas, gerncias regionais, etc.
Assim, temos os seguintes exemplos:
Descentralizao:
Desconcentrao:
O estudo da desconcentrao no fica completo se no falarmos
dos rgos.
PETROBRS IBAMA
UNIO
INSS
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
4.2. rgos
rgos so centros internos de competncia administrativa e no
possuem personalidade jurdica prpria. Eles so integrantes de pessoas
jurdicas de direito pblico (Unio, INSS, INCRA, PETROBRS etc.).
Estas ltimas sim possuem personalidade jurdica prpria.
Constatado que o rgo no tem personalidade jurdica, entende-
se que um rgo, via de regra, no pode formular pedido perante a
Justia em nome prprio. Ele deve atuar em nome da pessoa jurdica de
direito pblico a qual integra, ou seja, se o carro do Ministrio da
Educao bate em um particular, quem vai atuar perante o Judicirio
a Unio e no o Ministrio da Educao.
A atuao do rgo, nesse sentido, imputada pessoa jurdica a
cuja estrutura ele pertence.
Isso quer dizer que o Brasil adota a teoria do rgo para explicar
como se d a atribuio ao Estado dos atos das pessoas naturais que
age em nome deles, ou seja: Se a pessoa jurdica no tem vontade
prpria, como que vamos considerar que a manifestao daquela
pessoa a manifestao do Estado?
Para explicar esse fenmeno, foram criadas 3 teorias: teoria do
mandato, teoria da representao e teoria do rgo (ou da imputao).
Mas no se esquea: o BRASIL ADOTA A TEORIA DO RGO!
Conforme lio de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (2010, p.
117-119), podemos definir essas trs teorias da seguinte forma:
Teoria do mandato Teoria da
representao
Teoria do rgo
O agente pblico
(pessoa fsica) age em
O agente pblico
(pessoa fsica) seria
Entende-se que a
pessoa jurdica de
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
nome e sob
responsabilidade da
pessoa jurdica de
direito pblico porque
recebe um mandato
(=uma procurao),
com poderes
especficos para
representao.
uma espcie de tutor
ou curador do Estado,
que o representaria
nos atos que
necessitasse praticar
(Alexandrino, 2010, p.
118).
direito pblico
manifesta sua vontade
por meio dos rgos.
Estes so a estrutura
da prpria
administrao. Se o
agente pblico se
manifesta, considera-
se que foi o prprio
Estado quem se
manifestou (=
imputao).
A teoria do mandato descabida porque o Estado no tem votade
prpria, no h como ele outorgar um mandato.
A teoria da representao, por sua vez, inconcebvel, pois o
incapaz, exatamente por possuir essa condio, no pode escolher ou
conferir poderes a um representante.
Mas quem cria o rgo? A autoridade superior? A lei?
Nos termos do art. 84, VI, a, da Constituio Federal:
Ou seja, a estruturao e as atribuies dos rgos podero ser
disciplinadas por meio de decreto do Chefe do Executivo, desde que
no haja aumento de despesas nem sua criao ou extino. Assim, a
autoridade no pode criar ou extinguir um rgo.
Quem faz isso, cria ou extingue rgo, a lei. o Poder Legislativo
quem edita a lei que cria ou extingue um rgo.
a) organizao e funcionamento da administrao federal, quando no
implicar aumento de despesa nem criao ou extino de rgos
pblicos; (Includa pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
A nica participao que o chefe do Poder Executivo (Presidente,
Governador ou Prefeito) tem numa lei que cria ou extingue rgos do
Poder Executivo enviar o projeto Cmara ou Assemblia
Legislativa. Nesses casos, s o chefe do Poder Executivo tem a iniciativa
de encaminhar o projeto de lei, conforme o art. 61, 1, II, e, da CF:
CUIDADO: No confunda descentralizao e desconcentrao
administrativa com descentralizao do Estado federativo. As duas
primeiras so as que vimos acima, decorrem da subdiviso de
atribuies que ocorre na Administrao Pblica. J a desconcentrao
do Estado federativo a diviso do Estado em entidades polticas. o
que ocorre no Brasil: a Repblica (Brasil) se dividiu em vrios estados
federados (RJ, SP, MG, GO, BA etc.).
1) (FCC - 2012 - TJ-PE - Analista Judicirio)Em relao aos
rgos e agentes da Administrao Pblica correto afirmar:
a) a atuao dos rgos no imputada pessoa jurdica que eles
integram, mas tendo a prerrogativa de represent-la juridicamente por
meio de seus agentes, desde que judiciais.
b) a atividade dos rgos pblicos no se identifica e nem se
confunde com a da pessoa jurdica, visto que h entre a entidade e seus
rgos relao de representao ou de mandato.
c) os rgos pblicos so dotados de personalidade jurdica e
vontade prpria, que so atributos do corpo e no das partes porque
esto ao lado da estrutura do Estado.
e) criao e extino de Ministrios e rgos da administrao pblica, observado o disposto no art. 84, VI (Redao dada pela Emenda
Constitucional n 32, de 2001)
Questo de concurso
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
d) como partes das entidades que integram os rgos so meros
instrumentos de ao dessas pessoas jurdicas, preordenados ao
desempenho das funes que lhe forem atribudas pelas normas de sua
constituio e funcionamento.
e) ainda que o agente ultrapasse a competncia do rgo no
surge a sua responsabilidade pessoal perante a entidade, posto no
haver considervel distino entre a atuao funcional e pessoal.
O rgo deve atuar em nome da pessoa jurdica de direito pblico
a qual integra, dessa forma, a atuao do rgo, nesse sentido,
imputada pessoa jurdica a cuja estrutura ele pertence (teoria do
rgo). Alternativa a e b erradas.
Constatado que o rgo no tem personalidade jurdica, entende-
se que um rgo, via de regra, no pode formular pedido perante a
Justia em nome prprio. Letra c errada.
A alternativa e est errada, pois se o agente ultrapassar a
competncia do rgo ele responde perante a administrao, que
dever reaprar o particular de eventual prejuzo. Em regresso, a
administrao deve cobrar do agente pblico que atuou com abuso de
poder ou, at mesmo, do particular que se passou como agente pblico.
Nesta ltima hiptese, aplica-se a teoria da aparncia para resguardar a
vtima.
O agente pblico poder responder, at mesmo, disciplinarmente
nessa hiptese.
Gabarito: Letra d, pois reflete a aplicao da teoria do rgo.
4.3. Princpios
Neste tpico importante ter em mente que os princpios gerais da
Administrao so aplicveis tambm no estudo da Administrao direta
e indireta. Contudo, h enfoques especficos desses princpios na
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
estruturao da Administrao direta e indireta e h princpios
exclusivos no estudo desse ponto do direito administrativo.
Vamos anlise.
Princpio da legalidade: aqui, esse princpio tem a importante
funo de dizer que somente por lei especfica poder ser
criada autarquia e autorizada a instituio de empresa
pblica, de sociedade de economia mista e de fundao,
cabendo lei complementar, neste ltimo caso, definir as
reas de sua atuao (redao do art. 37, XIX, da
Constituio CF);
Amigos, MUITA ATENO para esse dispositivo constitucional. Nas
provas de concurso, os examinadores gostam de cobr-lo. Se voc
realmente quer passar nesse concurso, no se esquea do seguinte: (a)
s lei especfica cria autarquia; (b) s lei especfica autoriza a
instituio de empresa pblica, de sociedade de economia mista e de
fundao; (c) a lei complementar define as reas de atuao das
fundaes.
Voc ver abaixo que a lei no cria empresa pblica, sociedade de
economia mista e fundao. O ato que cria essas entidades o registro
de seus atos constitutivos (contratos sociais, estatutos sociais etc.) na
repartio competente (cartrio, junta comercial etc.).
Ainda sobre a autorizao legislativa, se, por exemplo, o Banco do
Brasil quiser criar uma empresa subsidiria (= o Banco do Brasil vai
participar da composio societria dessa empresa, mas ser outra
pessoa jurdica vinculada ao BB) administradora de cartes de crdito,
por exemplo, dever haver uma lei especfica autorizando a criao
dessa empresa subsidiria.
Princpio da especialidade: a entidade da administrao
indireta possui uma competncia especfica. No possvel,
por exemplo, o INSS se encarregar de construir estradas.
So entidades com personalidade prpria, patrimnio
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
prprio, auto-administrao e capacidade especfica para
executar determinado fim do Estado.
Princpio do controle ou tutela: a entidade da administrao
indireta vinculada ao ente poltico que a instituiu. O INSS
(autarquia), por exemplo, vinculado ao Ministrio da
Previdncia (rgo da Unio). vinculao e no
subordinao hierrquica. Isso quer dizer que no pode haver
ingerncia do rgo instituidor nos servios da entidade, a
menos que haja previso legal ou caso esteja havendo
descumprimento de suas atividades legais. No mbito
federal, o DL 200/67 chama o princpio do controle/tutela de
superviso ministerial. Veja o que diz o Decreto-lei 200/67
sobre o tema:
4.4. Entidades da Administrao Indireta
De acordo com o DL 200/1967, a Administrao Indireta
composta das seguintes entidades: autarquias, fundaes pblicas,
empresas pblicas e sociedades de economia mista.
OLHO ABERTO! Agora apresentaremos as principais caractersticas
de cada uma delas.
Art. 19. Todo e qualquer rgo da Administrao Federal, direta ou indireta, est sujeito superviso do Ministro de Estado competente,
excetuados unicamente os rgos mencionados no art. 32, que esto submetidos superviso direta do Presidente da Repblica. Art. 20. O Ministro de Estado responsvel, perante o Presidente da
Repblica, pela superviso dos rgos da Administrao Federal enquadrados em sua rea de competncia.
Pargrafo nico. A superviso ministerial exercer-se- atravs da orientao, coordenao e contrle das atividades dos rgos subordinados ou vinculados ao Ministrio, nos trmos desta lei.
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
4.4.1. Autarquias
As autarquias, como vimos acima, so criadas por lei especfica. A
lei simplesmente diz: est criado o INSS, por exemplo. Normalmente,
a lei j informa a qual Ministrio estar a autarquia vinculada
(superviso ministerial). Muitas vezes, a lei tambm informa que a
autarquia ter independncia administrativa e autonomia financeira.
As autarquias exercem atividades administrativas tpicas do
Estado: INSS (previdncia), DETRAN (trnsito), CADE (defesa da
concorrncia), CVM (bolsa de valores), etc.
Elas tm personalidade jurdica de direito pblico. Por serem
regidas pelo direito pblico e por prestarem atividades tpicas do
Estado, as autarquias gozam de prerrogativas (ou de atributos
especiais) assim como a Unio, os estados-membros e os municpios. E
quais prerrogativas seriam essas? Dentre elas, destacamos:
os seus atos administrativos gozam da presuno de
legitimidade e veracidade;
os seus bens so inalienveis (a princpio), imprescritveis
(so insuscetveis de usucapio) e impenhorveis (quando
uma autarquia perde uma ao na justia ela vai fazer o
pagamento do devido por precatrio);
gozam de imunidade de impostos (art. 150, VI, a e 2, da
Consitituio).
prazos processuais inerentes Fazenda Pblica;
possibilidade de alterao unilateral dos contratos
celebrados;
pode requisitar bens de particulares;
poder de promover desapropriaes;
seus bens no podem ser penhorados
Em contrapartida, como a Administrao Pblica se submete a
controle e aos princpios, as autarquias sofrem as mesmas restries
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
tipicas daquele que cuida da coisa pblica. E quais seriam as principais
restries?
as autarquias devem realizar concurso pblico para poderem
contratar servidores para cargos efetivos (servidor
estatutrio);
s podem adquirir bens ou servios se realizarem licitao,
nos termos da Lei n 8.666/93;
submetem-se ao controle dos tribunais de contas.
A prescrio das dvidas que uma autarquia porventura tenha
perante outrem ocorre em 5 anos (art. 1 do Decreto 20.910/52).
E os conselhos profissionais, como o CRM, o COFITO, o CREA? O
que eles so, autarquias ou pessoas jurdicas de direito privado?
Os conselhos profissionais so autarquias, chamados de
autarquias corporativas. Isso porque, eles so criados por lei e tm
por funo fiscalizar as profisses. Exercem atividades de tributao e
outras tpicas de poder de polcia (como aplicar multas), que s podem
ser executadas pelo Estado.
Em regra, as autarquias corporativas se inserem na Administrao
Indireta e, por isso, se submetem ao controle do TCU. Entretanto, a
OAB exceo a essa regra. O Supremo Tribunal Federal (rgo
mximo do Poder Judicirio brasileiro) decidiu que a OAB no faz parte
do que se entende por autarquias especiais e, por isso, no se
submete ao controle do TCU (julgamento da ADIN 3.026).
2) (FCC - 2012 - TST - Tcnico Judicirio) Compe a
Administrao pblica direta da Unio
a) o Departamento de Polcia Federal.
b) o Banco Central do Brasil.
c) a Agncia Nacional de Aviao Civil.
Questes de concurso
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
d) a Caixa Econmica Federal.
e) a Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos.
A Administrao Direta composta pelos rgos que esto ligados
diretamente ao poder central, seja federal estadual ou municipal, quais
sejam: os prprios organismos dirigentes, seus ministrios e
secretarias. Por isso a nica alternativa correta a letra a, pois o DPF
compe a estrutura do poder central da Unio.
Em contrapartida, a Administrao Indireta, por sua vez,
composta por entidades que foram criadas com personalidade jurdica
prpria para realizar atividades de Governo que necessitam ser
desenvolvidas de forma descentralizada, sendo elas as autarquias (Ex:
BACEN), fundaes, empresas pblicas (Ex: CAIXA e ECT), sociedades
de economia mista, as quais se somam as participaes societrias em
entidades privadas, e as agncias reguladoras (Ex: ANAC).
Gabarito: letra a.
3) (FCC - 2012 - TST - Analista Judicirio) Uma pessoa jurdica
que se enquadre no conceito de autarquia
a) essencialmente considerada um servio autnomo.
b) deve necessariamente possuir um regime jurdico especial.
c) ter garantia de estabilidade de seus dirigentes.
d) subordina-se hierarquicamente a algum Ministrio, ou rgo
equivalente no plano dos demais entes federativos.
e) no integra a Administrao Indireta.
O Decreto-Lei 200/67 que dispes sobre a Organizao
Administrativa, nos diz que a Autarquia o servio autnomo, criado
por lei, com personalidade jurdica, patrimnio e receita prprios, para
executar atividades tpicas da Administrao Pblica, que requeiram,
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
para seu melhor funcionamento, gesto administrativa e financeira
descentralizada.
Gabarito: Letra a.
4) (FCC - 2011 - TRT - 23 REGIO (MT) - Analista Judicirio -
Execuo de Mandados) Analise as caractersticas abaixo.
I. Personalidade jurdica de direito pblico.
II. Criao por lei.
III. Capacidade de autoadministrao.
IV. Especializao dos fins ou atividades.
V. Sujeio a controle ou tutela.
Trata-se de
a) empresa pblica.
b) fundao.
c) autarquia.
d) sociedade de economia mista.
e) rgo pblico.
Essa respondemos facilmente por excluso. Se tem personalidade
jurdica no pode ser rgo letra e descartada.
Com relao criao da pessoas jurdicas que compem a
Administrao indireta, ABRA O OLHO NESSE PONTO, POIS ELE VAI
CAIR NA SUA PROVA:
O princpio da legalidade tem uma faceta adicional quando se
trata de criao dos entes estatais. Aqui, esse princpio tem a
importante funo de dizer que somente por lei especfica poder ser
criada autarquia e autorizada a instituio de empresa pblica, de
sociedade de economia mista e de fundao, cabendo lei
complementar, neste ltimo caso, definir as reas de sua atuao
(redao do art. 37, XIX, da Constituio CF);
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
Amigos, MUITA ATENO para esse dispositivo constitucional. Nas
provas de concurso, os examinadores gostam de cobr-lo. Se voc
realmente quer passar nesse concurso, no se esquea do seguinte:
s lei especfica cria autarquia;
s lei especfica autoriza a instituio de empresa
pblica, de sociedade de economia mista e de
fundao;
a lei complementar define as reas de atuao das
fundaes.
Voc reparou um detalhe?
A lei especfica cria a autarquia, mas no cria empresa pblica,
de sociedade de economia mista e fundao. O ato que cria essas
entidades o registro de seus atos constitutivos (contratos sociais,
estatutos sociais etc.) na repartio competente (cartrio, junta
comercial etc.).
Ainda sobre a autorizao legislativa, se, por exemplo, o Banco do
Brasil quiser criar uma empresa subsidiria (= o Banco do Brasil vai
participar da composio societria dessa empresa, mas ser outra
pessoa jurdica vinculada ao BB) administradora de cartes de crdito,
por exemplo, dever haver uma lei especfica autorizando a criao
dessa empresa subsidiria.
Voltando questo: se foi criada por lei especfica, no pode ser as
letras a, b e d, restando como gabarito a letra c autarquia.
4.4.2. Fundaes pblicas (governamentais)
As fundaes so entidades (=possuem personalidade jurdica
prpria, ao contrrio dos rgos) que no possuem fins lucrativos,
exercendo atividades de fim social: religiosos, morais, culturais ou de
assistncia.
Elas podem ser de direito pblico ou de direito privado.
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
Se a fundao de direito pblico, ela chamada de autarquia
fundacional ou fundao autrquica. Nesse caso elas possuem
caractersticas idnticas s autarquias.
E se ela for de direito privado? Existe fundao de direito privado
criada pelo Estado?
Existe sim. Se tiver personalidade de direito privado, a fundao
continua com todas as restries impostas s autarquias e s fundaes
de personalidade jurdica de direito pblico (obrigatoriedade de licitao
e de concurso pblico, controle pelo tribunal de contas etc.), mas no
possuem as prerrogativas das fundaes autrquicas.
Lembre-se de que a lei especfica autoriza a criao da fundao e
a lei complementar define as reas de sua atuao.
5) (FCC - 2011 - TRT - 24 REGIO-MS/Analista Judicirio) So
caractersticas das autarquias e fundaes pblicas:
a) Processo especial de execuo para os pagamentos por elas
devidos, em virtude de sentena judicial; Impenhorabilidade dos seus
bens.
b) Imunidade tributria relativa aos impostos sobre o patrimnio,
renda ou servios vinculados s suas finalidades essenciais ou s delas
decorrentes; Prazos simples em juzo.
c) Presuno de veracidade, imperatividade e executoriedade dos
seus atos; No sujeio ao controle administrativo.
d) Prazos dilatados em juzo; Penhorabilidade dos seus bens.
e) Processo de execuo regido pelas normas aplicveis aos entes
privados; Imunidade tributria relativa aos impostos sobre o
patrimnio, renda ou servios vinculados s suas finalidades essenciais
ou s delas decorrentes.
Questo de concurso
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
Veja bem, o prazo apontado pela letra b est errado, tendo em
vista que no se trata de prazo simples. Vimos que as autarquias e
fundaes pblicas gozam dos privilgios da Fazenda Pblica em juzo.
Assim, ela goza do prazo em qudruplo para contestar e em dobro para
recorrer, alm de se sujeitar ao duplo grau de jurisdio obrigatrio,
como dispe o Cdigo de Processo Civil.
A letra c est errada, pois h controle administrativo interno nas
autarquias e fundaes (controle do superior hierrquico com relao
aos atos dos seus subordinados) bem como a superviso ministerial
com relao ao Ministrio ao qual est vinculada a autarquia ou
fundao.
Os bens das autarquias e fundaes pblicas so impenhorveis,
item d errado.
As execues de sentenas judiciais contra esses entes ocorre por
meio do sistema de precatrios (art. 100, caput, da Constituio).
Assim, a letra e est errada.
Resta, ento, a letra a como correta. Realmente os bens das
autarquias e fundaes pblicas so impenhorveis e elas se submetem
a processo especial de execuo para os pagamentos por elas devidos,
em virtude de sentena judicial, os famosos precatrios.
4.4.3. Empresas Pblicas
As empresas pblicas tm personalidade jurdica de direito privado.
Como assim, professor? O Estado cria uma empresa privada?
Isso mesmo, a Constituio autoriza o Estado a criar uma empresa
privada para exercer atividade econmica relevante. Ser relevante a
atividade que seja necessria aos imperativos da segurana nacional
ou a relevante interesse coletivo. Veja a redao dos arts. 173, 1, e
175 da CF:
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
Assim, entende-se que o Estado pode criar empresas pblicas para
dois propsitos: (a) promover atividades econmicas ou (b) prestar
servios pblicos. S ser permitida a criao se a atividade da
empresa for de relevante interesse coletivo ou necessria segurana
nacional.
Como vimos acima, a lei especfica autoriza a criao das empresas
pblicas, quem cria, efetivamente, o registro dos atos de criao da
empresa no rgo competente (cartrio ou junta comercial).
Aqui voc j deve SEPARAR O JOIO DO TRIGO!
Se o examinador quiser complicar um pouco a sua situao, ele vai
explorar esse ponto da matria. Por isso, OLHO ABERTO!
As regras aplicveis s empresas pblicas que prestam servio
pblico so diferentes das regras aplicveis quelas que exercem
atividade econmica.
Isso porque, as que prestam servio pblico atuam em substituio
ao Estado para fornecer uma convenincia diretamente populao. J
as que exercem atividade econmica no podem ter prerrogativas
de Estado, pois atuam num ambiente de concorrncia com outras
empresas.
Por isso que a Constituio determina que as empresas pblicas e
as sociedades de economia mista no podero gozar de privilgios
fiscais (=imunidade tributria) no extensivos s do setor privado.
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituio, a explorao direta de atividade econmica pelo Estado s ser permitida
quando necessria aos imperativos da segurana nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
1 A lei estabelecer o estatuto jurdico da empresa pblica, da sociedade de economia mista e de suas subsidirias que explorem atividade econmica de produo ou comercializao de bens ou de
prestao de servios, dispondo sobre: Art. 175. Incumbe ao Poder Pblico, na forma da lei, diretamente ou
sob regime de concesso ou permisso, sempre atravs de licitao, a prestao de servios pblicos.
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
Alm disso, os seus bens so penhorveis na justia, a responsabilidade
civil subjetiva, assim como ocorre nas relaes entre particulares,
contratam bens e servios por licitao apenas se relacionados
atividade meio (de movimentao da mquina interna) no h
licitao para os bens relacionados atividade fim da empresa (Ex: no
se pode exigir da Petrobras que ela venda seus petrleo e derivados por
meio de licitao).
Os dois grupos (as que prestam servio pblico e as que exercem
atividade econmica), entretanto, possuem caractersticas comuns,
mais especificamente, restries comuns:
Devem contratar mediante concurso pblico (normalmente
pelo regime celetista);
Licitao obrigatria (salvo para a atividade fim das que
atuam em atividade econmica);
Se submetem a controle pelos tribunais de contas e pela
Administrao Direta;
No se sujeitam falncia;
Podem responder mandado de segurana quando o ato
praticado pelo gestor da empresa envolver atos de
administrao interna (=atividade meio), como, por exemplo,
o diretor da empresa pblica age ilegalmente ao realizar uma
licitao para comprar material de escritrio ou ao contratar
empregados. Por outro lado, no cabe mandado de
segurana contra os atos de gesto comercial (=atividade
fim) praticados pelos administradores de empresas pblicas.
As empresas pblicas da Unio respondem aes judiciais na
Justia Federal.
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
4.4.4. Sociedades de Economia Mista
As sociedades de economia mista (SEM) tambm so empresas
privadas criadas pelo Estado. Tambm devem ser criadas para exercer
atividade econmica ou prestar servio pblico de relevante interesse
social ou relacionado segurana nacional. O regime jurdico aplicado
para cada um dos dois grupos (atividade e servio) tambm
diferenciado. Tambm so criadas ante a existncia de autorizao legal
e para os fins definidos (princpio da especialidade). Tambm se
submetem a controle do ente que o criou e do tribunal de contas.
Tambm contratam sob o regime celetista.
Se at aqui tudo igual, quais so as diferenas entre as SEM e as
empresas pblicas?
MUITA ATENO!!! Voc no vai escorregar nessa!
Ao contrrio das empresas pblicas que podem ser constitudas
sob qualquer forma admitida no direito comercial as SEM devem ser
constituidas sempre sob a forma de uma sociedade annima (=SA).
Outra diferena com relao s empresas pblicas que o capital
que constitui a SEM misto: parte do poder pblico, parte da iniciativa
privada, enquanto o capital da empresa pblica 100% pblico.
Entretanto, a Administrao Pblica tem que ter a maioria do capital
votante, ou seja, deve ter o controle acionrio.
A terceira importante diferena que, mesmo as SEM da Unio
respondem por aes judiciais na justia comum estadual.
H outra particularidade, mas especificamente com relao s
licitaes da Petrobrs, que presta atividade econmica. Ela deve
comprar bens e servios relativos atividade meio mediante licitao,
mas a lei lhe autorizou a utilizar uma licitao diferenciada, mais
branda, e o STF entendeu que essa previso legal est correta.
Questes de
concurso
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
6) (CETRO/Advogado/Pref.Municipal de Pinheiral/ 2006)A
pessoa jurdica de direito privado, instituda com capital
preponderantemente pblico, na forma de sociedade
annima, chamada
(A) autarquia.
(B) empresa paraestatal.
(C) empresa pblica.
(D) fundao.
(E) sociedade de economia mista.
Como acabamos de ver a sociedade de economia mista uma
pessoa jurdica de direito privado, com capital misto,
predominantemente pblico.
Gabarito: Letra e.
7) (FCC/2011/TRE-TO/Analista Judicirio) Constitui trao
distintivo entre sociedade de economia mista e empresa pblica:
a) forma de organizao, isto , forma jurdica.
b) desempenho de atividade de natureza econmica.
c) criao autorizada por lei.
d) sujeio a controle estatal.
e) personalidade jurdica de direito privado.
Percebe como isso cai bastante? Como vimos, a empresa pblica
tem forma livre de organizao e a sociedade de economia mista s
pode ser SA. A resposta correta alternativa a
Todas as demais alternativas so caractersticas comuns das
empresas pblicas e sociedades de economia mista.
8) (FCC/2011/TRT/23REGIO(MT)/Analista Judicirio) NO
caracterstica da sociedade de economia mista:
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
a) criao autorizada por lei.
b) personalidade jurdica de direito privado.
c) derrogao parcial do regime de direito privado por normas de
direito pblico.
d) estruturao sob qualquer forma societria admitida em direito.
e) desempenho de atividade econmica.
Cuidado: para afirmar o item incorreto!
Sabemos que a sociedade de economia mista tem a sua criao
autorizada por lei (item a correto), tem personalidade jurdica de
direito privado (item b correto), regulada por um misto de normas
de direito privado e de direito pblico na SEM (item c correto), pode
ser criada para desempenhar atividade econmica (item e correto),
mas s pode ser constituda como sociedate annima (SA), o que faz
da letra d o item incorreto.
9) (FCC/2011/TRF/1REGIO/Analista Judicirio) NO
considerada caracterstica da sociedade de economia mista
a) a criao independente de lei especfica autorizadora.
b) a personalidade jurdica de direito privado.
c) a sujeio a controle estatal.
d) a vinculao obrigatria aos fins definidos em lei.
e) o desempenho de atividade de natureza econmica.
Mais uma vez: marque a incorreta!
As sociedades de economia mista tm personalidade jurdica de
direito privado, se submetem sujeio e controle estatal, se vinculam
aos fins determinados na lei que autorizou sua crio e podem
desempenhar atividade de natureza econmica.
S no caracterstica das SEM a criao independente de lei
especfica autorizadora, pois esse justamente o requisito para a
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
criao dessa entidade da administrao indireta. Assim, o gabarito o
item a.
10) (FCC/2011/PGE-MT/Procurador) O regime jurdico aplicvel
s entidades integrantes da Administrao indireta
a) sujeita todas as entidades, independentemente da natureza
pblica ou privada, aos princpios aplicveis Administrao Pblica.
b) integralmente pblico, para autarquias, fundaes e empresas
pblicas, e privado para sociedades de economia mista.
c) sempre pblico, independentemente da natureza da entidade.
d) sempre privado, independentemente da natureza da entidade.
e) o mesmo das empresas privadas, para as empresas pblicas e
sociedades de economia mista, exceto em relao legislao
trabalhista.
Na letra b o examinador, mais uma vez, tentou confundir pessoa
jurdica de direito pblico com pessoa jurdica de direito privado. E voc
j est preparado para no cair mais nessa. Apenas as fundaes
podem ser de direito privado ou pblico, as autarquias sero sempre de
direito pblico e, por fim, as empresas pblicas e sociedades de
economia mista so de direito privado, com regras de direito pblico e
de direito privado, por isso tal item est errado.
As letras c e d esto erradas pelos motivos que j comentamos.
Vimos acima que as empresas pblicas e as SEM no tm o mesmo
regime das empresas privadas, pois devem realizar concurso pblico, se
submetem a controle etc. Assim, item e est errado.
A resposta correta letra a, pois corresponde ao caput do art. 37
da Constituio: Art. 37. A administrao pblica direta e indireta de
qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficincia e....
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
11) (FCC/2011/TCM-BA/Procurador Especial de Contas) A
propsito das caractersticas e regime jurdico a que se submetem as
entidades da Administrao indireta, correto afirmar:
a) A autarquia pessoa jurdica de direito pblico, com as mesmas
prerrogativas e sujeies da Administrao direta, exceto no que diz
respeito ao regime de seus bens.
b) A criao de sociedade de economia mista e de empresa pblica
depende de autorizao legislativa, assim como a criao de
subsidirias dessas entidades.
c) A criao de sociedade de economia mista somente possvel
para explorao de atividade econmica stricto sensu.
d) As empresas pblicas podem explorar atividade econmica e
prestar servios pblicos, com a participao minoritria de particulares
em seu capital social.
e) A autarquia pessoa jurdica de direito privado, porm
submetida aos princpios aplicveis Administrao Pblica, o que lhe
confere um regime hbrido de prerrogativas e sujeies.
Diferentemente do que diz a letra a, os bens das autarquias so
pblicos, sujeitos a semelhante prerrogativa da Administrao Indireta.
A resposta da letra b est correta, pois se compatibiliza com o
princpio da legalidade ensinado acima.
A letra c, ao restringir a exlorao das sociedades de economia
mista apenas s atividades econmicas errou, uma vez que elas podem
tambm prestar servios pblicos (art. 173, 1, da CF).
ATENO! No existe a possibilidade de participao de
particulares na hiptese proposta na letra d, pois o capital
exclusivamente pblico nas empresas pblicas.
O conceito na letra e de empresa estatal (que de direito
privado) e no de autarquia (que de direito pblico), por isso est
errado.
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
4.4.5. Agncias reguladoras, agncias executivas e
consrcios pblicos
Uai, professor, no eram s quatro os entes que fazem parte da
Administrao Indireta?
, de acordo com o DL 200, sim. Entretanto, esse DL de 1967.
De l pra c muita coisa mudou. Vrias leis recentes criaram outras
entidades da Administrao Indireta. Dentre elas, temos: agncias
reguladoras, agncias executivas e consrcios pblicos.
As agncias reguladoras vieram do direito norte-americano e
foram criadas com o objetivo de dar uma maior independncia a essas
entidades frente ao Poder Executivo. A diretoria de uma agncia
reguladora, por exemplo, no colocada e tirada pelo Presidente ou por
um Ministro na hora em que eles bem entedem. A diretoria deve
cumprir um mandato fixo, previsto em lei.
Alm disso, ao contrrio dos demais entes da Administrao
Indireta, a agncia reguladora tem as funes regulatria, normativa e,
muitas das vezes, fiscalizadora. As agncias atuam disciplinando e
fiscalizando determinados setores da economia e de servios pblicos. A
ANATEL atua na telecomunicao. A ANEEL no setor de energia eltrica.
A ANS no de planos de sade.
Elas editam normas que determinam a melhor forma de aplicar as
leis, diante da alta complexidade tcnica de determinadas atividades, e
tambm, na maioria das vezes, exercem o poder de polcia para aplicar
multa, suspender concesses etc. daqueles que descumprem as leis e
resolues.
H tambm as agncias reguladoras que servem para fomentar
deteminada atividade de interesse social, como a ANCINE, que busca
incentivar o cinema nacional.
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
Alguns doutrinadores (minoria) no consideram que as agncias
reguladoras so um quinto ente da Administrao Indireta, pois elas so
consideradas como autarquias em regime jurdico especial.
H diversas leis que tratam das agncias reguladoras (p. ex.: Lei
n 9.782/99, n 9.472/97 e 9.427/97). Apesar das especificidades de
cada uma, Zanonni (2011, p. 119-120) conseguiu traar algumas
caractersicas comuns. Pedimos licena ao ilustre autor para
transcrever o seguinte trecho de sua obra:
exercem funo regulatria sobre determinado servio
pblico ou de relevante atividade econmica;
possuem poder normativo na sua rea de atuao
(competncia muito contestada pela doutrina tradicional,
pois, segundo o art. 84, IV, da CF, compete privativamente
ao Presidente da Repblica expedir decretos e regulamentos
para a fiel execuo das leis) CUIDADO! Esses atos
normativos no so primrios (no so regulamentos
autnomos);
atuam na soluo administrativa dos conflitos da sua
rea de atuao, por meio de agentes altamente
especializados, inclusive quanto s reclamaes dos cidados
(ainda assim, qualquer leso ou ameaa de leso, conforme
previsto no art. 5, XXV, da CF, pode ser submetida
apreciao judicial);
contam com instrumentos legais que asseguram relativa
independncia do Poder Executivo;
possuem maior imparcialidade em relao aos interessados
na atividade objeto de regulao (Administrao Pblica,
entidades sob regulao e cidados usurios);
no mbito federal, a nomeao de seus dirigentes est
sujeita prvia aprovao pelo Senado, por voto secreto,
aps arguio pblica (art. 52, III, f, da CF);
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
seus dirigentes so nomeados para o exerccio de mandatos
fixos, estando afastada a possibilidade de exonerao ad
nutum (em regra, os dirigentes s perdem o cargo em caso
de renncia, condenao judicial transitada em julgado ou
processo administrativo disciplinar);
a direo formulada por um colegiado, composto por
vrios diretores ou conselheiros, fato que dificulta a
ingerncia em suas atividades;
seus dirigentes sujeitam-se a uma quarentena, de
contedo moralizador, quando deixam seus cargos, ficando
impedidos de exercer atividades privadas na rea de atuao
da agncia, normalmente por quatro meses aps o fim do
mandato (dessa forma, o ex-dirigente perceber uma
remunerao compensatria);
inexistncia de reviso de seus atos por meio de recurso
hierrquico imprprio (que seria julgado pela Administrao
Direta), em virtude da autonomia decisria de cada
entidade, livre de ingerncias polticas;
submetem-se aos controles externos exercidos pelo
Legislativo e Judicirio, alm de se submeterem direo
superior exercida pelo Chefe do Poder Executivo (art. 84, II,
a CF), ainda que esta funo esteja enfraquecida.
E quanto ao regime de seus servidores, professor? Os que
trabalham nas agncias reguladoras se submetem ao regime celetista
ou estatutrio?
O STF, no julgamento da liminar da ADI 2310, definiu que o regime
celetista incompatvel com as funes de natureza pblica dos
servidores das agncias reguladoras. Por isso, foi editada a Lei n
10.871/2004, que criou diversos cargos nessas agncias e que afirma
ser estatutrio o regime dos ocupantes de cargos de provimento
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
efetivo dessas entidades. Essa lei tambm deixa claro que esses cargos
somente podem ser providos por meio de concurso pblico.
Por fim, no estudo das agncias reguladoras voc pode se deparar
com alguns termos estranhos. Afinal, voc sabe o que captura? E
consulta?
Vamos a esses conceitos para que voc no seja surpreendido!
Vistos os principais aspectos das agncias reguladoras, vamos,
sem demora ao estudo das agncias executivas, para que o examinador
no te confunda na hora da prova.
As agncia executiva, por sua vez, a qualificao dada
autarquia, fundao pblica ou rgo da administrao direta que
celebre contrato de gesto com o prprio ente poltico com o qual est
vinculado. Atuam no setor onde predominam atividades que por sua
natureza no podem ser delegadas instituies no estatais, como
fiscalizao, exerccio do poder de polcia, regulao, fomento,
segurana interna etc.
O reconhecimento como agncia executiva no muda, nem cria
outra figura jurdica. como conferir um selo de qualidade a um ente
que j exite.
Captura: a situao das agncias reguladoras de editar normas e
decidir sobre questes relevantes para empresas que exploram mercados altamente rentveis as coloca em contato com pessoas
de poder econmico elevado. Assim, na captura as agncias reguladoras cederiam a esse assdio, privilegiando as empresas
em detrimento dos cidados-usurios.
Consulta; modalidade de licitao criada pela Lei n 9.472/97 para
a aquisio de bens e servios no comuns, excetuados obras e servios de engenharia civil, na qual as propostas so julgadas por
um jri, segundo critrio que leve em considerao, ponderadamente, custo e benefcio.
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro, "Em regra, no se trata de
entidade instituda com a denominao de agncia executiva. Trata-se
de entidade preexistente (autarquia ou fundao governamental) que,
uma vez preenchidos os requisitos legais, recebe a qualificao de
agncia executiva, podendo perd-la se deixar de atender aos mesmos
requisitos.
No estudo da agncia executiva, vale a leitura do art. 51 da Lei
9.649/98:
Os consrcios pblicos, por fim, esto regulados pela Lei
11.107/05. Eles so a constituio, por entidades polticas (Unio,
Estados, DF e Municpios), de um ente com personalidade jurdica
prpria, para promover a gesto associada de servios pblicos.
Esse ente criado (o consrcio pblico) pode ter personalidade
jurdica de direito pblico (no caso de constituir associao pblica,
atendendo a lei interna de cada entidade pblica que constitui o
consrcio) ou de direito privado (atendendo aos requisitos da legislao
civil).
Importante consignar que o consrcio pblico com personalidade
jurdica de direito pblico integra a administrao indireta de
todos os entes da Federao consorciados.
Art. 51. O Poder Executivo poder qualificar como Agncia Executiva a autarquia ou fundao que tenha cumprido os seguintes requisitos:
I - ter um plano estratgico de reestruturao e de desenvolvimento institucional em andamento;
II - ter celebrado Contrato de Gesto com o respectivo Ministrio supervisor.
1 A qualificao como Agncia Executiva ser feita em ato do Presidente da Repblica. 2 O Poder Executivo editar medidas de organizao administrativa
especficas para as Agncias Executivas, visando assegurar a sua autonomia de gesto, bem como a disponibilidade de recursos
oramentrios e financeiros para o cumprimento dos objetivos e metas definidos nos Contratos de Gesto.
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
Por outro lado, o consrcio com personalidade de direito privado
no integra essa administrao indireta. Contudo, assim mesmo, dever
esse consrcio observar as normas de direito pblico no que
concerne realizao de licitao, celebrao de contratos, prestao
de contas e admisso de pessoal, que ser regido pela Consolidao
das Leis do Trabalho - CLT.
Desse modo, no se esquea: os consrcios pblicos com
personalidade jurdica de direito privado se submetem ao regime de
licitao e devem realizar concurso pblico para a admisso de pessoal!
E como esses consrcios so constitudos, professor?
A Lei n 11.107/05 prev todo o procedimento, que pode ser
resumido da seguinte forma.
As entidades polticas interessadas em participar de um consrcio
pblico para executar determinado servio pblico devem aprovar uma
lei interna que as autorizem a integrar o consrcio.
Alm disso, previamente celebrao do contrato, as entidades
devem subscrever previamente um protocolo de intenes. Este deve
definir o nmero de votos que cada ente da Federao, alm de
apresentar as clusulas necessrias definidas no art. 4 da Lei n
11.107/05.
Cada ente participante do consrcio deve aprovar uma lei que
ratifique o protocolo de intenes. Ratificado o protocolo, estar
celebrado o contrato de constituio do consrcio pblico.
ATENO! Essa ratificao pode ser realizada com reserva. Se esta
reserva for aceita pelos demais entes subscritores, haver o que a lei
denomina de consorciamento parcial ou condicional.
Na gesto dos consrcios pblicos h dois tipos de contratos: o
contrato de rateio e o contrato de programa.
O primeiro disciplina a forma dos repasses de recursos de cada um
dos entes que compe o consrcio. A nica forma de se entregar
recursos ao consrcio por meio do contrato de rateio. Esse contrato
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
dever ser formalizado em cada exerccio financeiro e seu prazo de
vigncia no ser superior ao das dotaes que o suportam (salvo se
houver previso no plano plurianual ou o objeto do contrato for a
prestao de servios pblicos custeados por tarifas ou outros preos
pblicos).
E se o ente consorciado no consignar em sua lei oramentria
crdito suficiente para suportar as despesas assumidas por meio do
contrato de rateio, professor, o que ocorre?
Nesse caso, o ente infrator dever ser suspenso e, se no
regularizar a falha, poder ser excludo do consrcio.
O contrato de programa, por sua vez, disciplina como ser
prestado o servio pblico (obrigaes de cada ente, forma de
prestao, hipteses de extino etc.).
Curioso notar que o contrato de programa pode ser celebrado
diretamente por entidades de direito pblico ou privado que integrem a
administrao indireta de qualquer dos entes da Federao
consorciados ou conveniados, desde que haja previso para tanto no
contrato de consrcio pblico ou em convnio de cooperao.
CUIDADO: A Lei n 11.107/05 permite que o contrato de programa
continue vigente mesmo quando extinto o consrcio pblico ou o
convnio de cooperao que autorizou a gesto associada de servios
pblicos. Desse modo, no haver descontinuidade na prestao do
servio pblico com a extino do consrcio pblico.
Por fim, tendo em mente que os consrcios pblicos tm
personalidade jurdica prpria, saiba que eles podem celebrar convnios
com a Unio.
Professor, e se a Lei n 11.107/05 for omissa quanto ao
funcionamento do consrcio, onde o jurista dever buscar normas
complementares?
Para responder a essa pergunta, basta ler o seguinte dispositivo da
lei:
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
Com essas consideraes, voc vai para a sua prova sabendo o que
, como se constitui, quais so as espcies de contratos dentre muitos
outros aspectos dos consrcios pblicos.
Ateno para o quadro resumo:
12) (FCC - 2012 - TRT - 11 Regio (AM) - Analista
Judicirio)Existem vrios critrios de classificao dos rgos pblicos,
tais como, os critrios de esfera de ao, posio estatal,
estrutura, dentre outros.
No que concerne ao critrio posio estatal, as Casas
Legislativas, a Chefia do Executivo e os Tribunais so rgos pblicos
a) autnomos.
b) superiores.
Agncias
reguladoras
Agncia executiva Consrcios pblicos
Criadas com o
objetivo de dar uma maior independncia a
essas entidades frente ao Poder Executivo.
Tem as funes regulatria, normativa
e, muitas das vezes, fiscalizadora de
setores da economia e de servios pblicos.
a qualificao dada
autarquia, fundao pblica ou rgo da
administrao direta que celebre contrato
de gesto com o prprio ente poltico
com o qual est vinculado.
So a constituio,
por entidades polticas (Unio, Estados, DF e
Municpios), de um ente com
personalidade jurdica prpria, para
promover a gesto associada de servios
pblicos. Celebram contrato de rateio e
contrato de programa.
Questo de concurso
Art. 15. No que no contrariar esta Lei, a organizao e funcionamento dos consrcios pblicos sero disciplinados pela legislao que rege as associaes civis.
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
c) singulares.
d) centrais.
e) independentes.
A doutrina nos fala que so rgos independentes, aqueles
previstos na Constituio Federal, e representativos dos poderes
(Legislativo, Executivo e Judicirio), no havendo subordinao quer
seja hierrquica ou funcional, sujeitas aos controles constitucionais de
uns pelos outros. Suas atribuies so exercidas por agentes polticos.
Gabarito: Letra e
13) (CETRO Advogado -2004)A figura da Administrao
Pblica que possui a caracterstica de ser uma autarquia sob regime
especial encarregada do exerccio do poder normativo nas concesses e
permisses de servios pblicos denominada:
(A) Fundao Pblica.
(B) Organizao da Sociedade Civil de Interesse Pblico.
(C) Autarquia Fundacional.
(D) Agncia Reguladora.
(E) Agncia Executiva.
Esse conceito tpico do CETRO. Podemos considerar que as
agncias reguladoras exercem o poder normativo nas concesses e
permisses de servios pblicos.
Essa classificao sed pelo fato de serem criadas com o objetivo
de dar uma maior independncia a essas entidades frente ao Poder
Executivo. Tem as funes regulatria, normativa e, muitas das vezes,
fiscalizadora de setores da economia e de servios pblicos.
Gabarito: Letra d.
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
4.5. Terceiro Setor
Deixamos de lado agora as entidades que integram a
Administrao Pblica para tratar das entidades no estatais, mas que
prestam apoio ao Estado, exercendo atividades de utilidade pblica.
No desanime! Estamos caminhando para o fim desta aula.
As entidades do terceiro setor tm personalidade jurdica de direito
privado, no tm fins lucrativos e so geridas por pessoas da sociedade
civil (no h gesto estatal). So as famosas ONGs.
Elas no fazem parte do 1 setor pblico nem do 2 setor
privado. So de natureza hbrida, por isso so chamadas de terceiro
setor. Dentre essas entidades, destacam-se: Sistema S, Organizaes
Sociais, Oscip, e Entidades de apoio.
Vamos definio de cada uma delas.
4.5.1. Servios Sociais Autnomos:
o sistema S Sebrae, Sesi, Sesc, Senac... So criados por lei
para exercer atividades de interesse de determinados grupos sociais ou
de determinadas categorias profissionais, sem fins lucrativos. Recebem
dotaes oramentrias e contribuies parafiscais do Estado para
incentivarem (fomento) determinado ramo profissional.
Como entidades privadas, no precisam fazer concurso pblico
nem licitao. Todavia, como recebem recursos pblicos, devem prestar
contas ao TCU.
4.5.2. Organizaes Sociais (=OS):
O primeiro cuidado que voc deve ter no estudo das OS que,
como as demais entidades do terceiro setor, as OS tm personalidade
jurdica de direito privado e so criadas por particulares.
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
So ONGs criadas pela sociedade civil, regidas pela Lei n
9.637/98. Essa mesma lei tambm criou o Programa Nacional de
Publicizao.
Assim como as agncias executivas, as OS so uma qualificao
das ONGs pelo Poder Executivo (pelo Ministro de Estado da rea de
atividade correspondente ao objeto social da OS).
As organizaes sociais no tm fins lucrativos e exercem
atividades dirigidas ao ensino, pesquisa cientfica, ao desenvolvimento
tecnolgico, proteo e preservao do meio ambiente, cultura ou
sade, ou seja, atividades de interesse pblico.
Elas so geridas por um conselho de administrao e uma
diretoria. ATENO PARA ESSE PONTO: de 20 a 40% de membros
natos do conselho de administrao devem ser de representantes do
Poder Pblico.
Elas podem recebem auxlio do Poder Pblico na forma de recursos
pblicos, na forma de permisso de uso de bens pblicos e de cesso de
servidores pblicos com nus para a Administrao Pblica.
Assim como os servios sociais autnomos, por serem entidades
privadas, no precisam fazer concursos pblicos e nem licitao para
comprar bens e servios. Por outro lado, por receberem recursos do
Estado, devem prestar contas ao respectivo tribunal de contas.
Quanto a questo da necessidade ou no de realizao de
licitao, deixe-me deixar a coisa mais clara:
Para a Administrao contratar os servios de uma organizao
social, no necessrio licitar (art. 24, XXIV, da 8666: XXIV - para a
celebrao de contratos de prestao de servios com as organizaes
sociais, qualificadas no mbito das respectivas esferas de governo, para
atividades contempladas no contrato de gesto.)
Por outro lado, para a organizao social contratar bens e servios
com os SEUS RECURSOS PRPRIOS no necessrio licitar.
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
Por fim, para a organizao social contratar bens e servios com
RECURSOS REPASSADOS PELA UNIO necessrio licitar, em razo do
Decreto 5504, veja:
Art. 1o Os instrumentos de formalizao, renovao ou aditamento de convnios, instrumentos congneres ou de consrcios pblicos que envolvam repasse voluntrio de recursos pblicos da Unio devero conter clusula que
determine que as obras, compras, servios e alienaes a serem realizadas por entes pblicos ou privados, com os recursos ou bens repassados
voluntariamente pela Unio, sejam contratadas mediante processo de licitao pblica, de acordo com o estabelecido na legislao federal pertinente.
1o Nas licitaes realizadas com a utilizao de recursos repassados
nos termos do caput, para aquisio de bens e servios comuns, ser obrigatrio o emprego da modalidade prego, nos termos da Lei no 10.520, de 17 de julho de 2002, e do regulamento previsto no Decreto no 5.450,
de 31 de maio de 2005, sendo preferencial a utilizao de sua forma eletrnica, de acordo com cronograma a ser definido em instruo
complementar. 5o Aplica-se o disposto neste artigo s entidades qualificadas como
Organizaes Sociais, na forma da Lei no 9.637, de 15 de maio de 1998, e s entidades qualificadas como Organizaes da Sociedade Civil de Interesse
Pblico, na forma da Lei no 9.790, de 23 de maro de 1999, relativamente aos recursos por elas administrados oriundos de repasses da Unio, em face dos respectivos contratos de gesto ou termos de parceria.
Espere a, professor, as OS recebem recursos pblicos, permisso
de uso de bens pblicos, servidores pblicos, no precisam fazer
concurso para admitir seus funcionrios nem licitao para comprar
seus bens de consumo com recursos prprios e ainda podem contratar
com o poder pblico sem licitao? Isso possvel?
isso mesmo, pessoal, a OS pode ser contratada pelo poder
pblico para prestar um servio, que esteja dentro de suas finalidades,
sem licitao.
Esses dispositivos foram questionados perante o Supremo Tribunal
Federal, na ADI 1923.
No julgamento da medida liminar nessa ADI, o STF entendeu que
a Lei 9.637/98 institui um programa de publicizao de atividades e
servios no exclusivos do Estado, transferindo-os para a gesto
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
desburocratizada a cargo de entidades de carter privado e, portanto,
submetendo-os a um regime mais flexvel, dinmico e eficiente
(trecho do voto do Min. Gilmar Mendes extrado do Informativo-STF n
474.
Com isso, no julgamento da medida liminar, foi considerada
constitucional a Lei n 9.637/98 e todas as benesses conferidas s
organizaes sociais.
O instrumento que rege a relao entre o Estado e a OS chama-se
contrato de gesto No contrato de gesto sero fixadas as
atribuies, responsabilidades e obrigaes do Estado e da OS. Alm
disso, esse contrato prev o programa de trabalho e o mais
importante estipula metas a serem atingidas, inclusive com prazos
de execuo e critrios objtivos de avaliao de desempenho.
Diante de tantos parmetros objetivos previstos no contrato de
gesto, fala-se que, na OS o controle exercido pelo Estado sobre ela
de resultado.
Esse controle de resultados foi um dos motivos que ensejaram o
reconhecimento da constitucionalidade da Lei n 9.637/98 pelo STF.
Veja o seguinte trecho do mesmo voto do Min. Gilmar Mendes:
IMPORTANTE: se a OS descumprir as clusulas do contrato de
gesto, a entidade poder ser desqualificada e deixar de ser uma
organizao social.
Ressaltou que a busca da eficincia dos resultados, mediante a
flexibilizao de procedimentos, justifica a implementao de um regime especial, regido por regras que respondem a racionalidades prprias do
direito pblico e do direito privado. Registrou, ademais, que esse modelo de gesto pblica tem sido adotado por diversos Estados-membros e que as experincias demonstram que a Reforma da Administrao Pblica
tem avanado de forma promissora.
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
Por fim, com relao fiscalizao, confira os seguintes
dispositivos da Lei n 9.637/98:
4.5.3. Organizao da Sociedade Civil de Interesse Pblico
(=OSCIP):
As OSCIPs so ONGs criadas por iniciativa privada, que obtm um
certificado emitido pelo poder pblico federal ao comprovar o
cumprimento de certos requisitos, especialmente aqueles derivados de
normas de transparncia administrativa e vedao finalidade de lucro.
Regulada pela Lei n 9.790/99.
Esse certificado emitido perante o Ministrio da Justia.
As reas de atuao das OSCIPs so: assistncia social, cultura,
defesa e conservao do patrimnio histrico e artstico, educao
gratuita, sade gratuita, segurana alimentar e nutricional, meio
ambiente e desenvolvimento sustentvel, promoo do voluntariado,
promoo do desenvolvimento econmico e social e combate pobreza,
experimentao de novos modelos de produo, comrcio, emprego e
crdito, assessoria jurdica gratuita, promoo da tica, da paz, da
cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores
Art. 9o Os responsveis pela fiscalizao da execuo do contrato de gesto, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou
ilegalidade na utilizao de recursos ou bens de origem pblica por organizao social, dela daro cincia ao Tribunal de Contas da
Unio, sob pena de responsabilidade solidria. Art. 10. Sem prejuzo da medida a que se refere o artigo anterior, quando assim exigir a gravidade dos fatos ou o interesse pblico, havendo indcios
fundados de malversao de bens ou recursos de origem pblica, os responsveis pela fiscalizao representaro ao Ministrio Pblico,
Advocacia-Geral da Unio ou Procuradoria da entidade para que requeira ao juzo competente a decretao da indisponibilidade dos bens da entidade e o seqestro dos bens dos seus dirigentes, bem como de
agente pblico ou terceiro, que possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimnio pblico.
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
universais, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produo e
divulgao de informaes e conhecimentos tcnicos e cientficos que
digam respeito a todas as atividades aqui mencionadas.
Se na OS o contrato celebrado com o poder pblico o contrato de
gesto, na OSCIP o instrumento celebrado com o poder pblico o
chamado termo de parceria, com foco no cumprimento de metas e
resultados previamente estabelecidos.
Nesse termo de parceria deve constar:
Art. 10, 2o So clusulas essenciais do Termo de Parceria: I - a do objeto, que conter a especificao do programa de trabalho
proposto pela Organizao da Sociedade Civil de Interesse Pblico; II - a de estipulao das metas e dos resultados a serem atingidos e os
respectivos prazos de execuo ou cronograma; III - a de previso expressa dos critrios objetivos de avaliao de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de resultado;
IV - a de previso de receitas e despesas a serem realizadas em seu cumprimento, estipulando item por item as categorias contbeis usadas pela
organizao e o detalhamento das remuneraes e benefcios de pessoal a serem pagos, com recursos oriundos ou vinculados ao Termo de Parceria, a seus diretores, empregados e consultores;
V - a que estabelece as obrigaes da Sociedade Civil de Interesse Pblico, entre as quais a de apresentar ao Poder Pblico, ao trmino de cada
exerccio, relatrio sobre a execuo do objeto do Termo de Parceria, contendo comparativo especfico das metas propostas com os resultados alcanados, acompanhado de prestao de contas dos gastos e receitas
efetivamente realizados, independente das previses mencionadas no inciso IV;
VI - a de publicao, na imprensa oficial do Municpio, do Estado ou da Unio, conforme o alcance das atividades celebradas entre o rgo parceiro e a Organizao da Sociedade Civil de Interesse Pblico, de extrato do Termo
de Parceria e de demonstrativo da sua execuo fsica e financeira, conforme modelo simplificado estabelecido no regulamento desta Lei, contendo os
dados principais da documentao obrigatria do inciso V, sob pena de no liberao dos recursos previstos no Termo de Parceria.
A Oscip no pode favorecer um determinado grupo social
especfico, o interesse pblico. No pode estar ligado a partidos
polticos, nem a religio, nem a sindicatos, etc.
Por isso, a lei veda que cooperativas, fundaes pblicas e
privadas, sociedades comerciais, sindicatos e associaes de classe,
Direito Administrativo p/ Nvel Mdio -Ministrio das Cidades . Teoria e exerccios comentados
Prof Daniel Mesquita Aula 00
Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 58. Twitter: @danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita
organizaes partidrias, planos de sade, hospitais que visam o lucro
etc. sejam caracterizadas como OSCIP.
ATENO: A lei tambm veda que uma organizao social OS
seja caracterizada como uma OSCIP. Assim, nenhuma entidade pode
ser, ao mesmo tempo, uma OS e uma OSCIP.
A execuo do objeto do Termo de Parceria ser acompanhada e
fiscalizada por rgo do Poder Pblico da rea de atuao
correspondente atividade fomentada, e pelos Conselhos de Polticas
Pblicas das reas correspondentes de atuao existentes, em cada
nvel de governo.
Se verificada qualquer irregularidade, os fiscais devero dar
imediata cincia ao Tribunal de Contas respectivo e ao Ministrio
Pblico, sob pena de responsabilidade solidr