Direito Administrativo - Aula 13 - Resumo

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  • Curso:TURMO FEDERAL Matria: DIREITO ADMINISTRATIVO Prof: RAFAEL OLIVEIRA AULA 13 BLOCO 1 a 4

    CURSO: TURMO FEDERAL 2013

    DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO

    PROFESSOR: RAFAEL OLIVEIRA

    AULA 13 BLOCO: 1-4

    MATRIA: DIREITO ADMINISTRATIVO

    Indicaes de bibliogrficas:

    VER SITE DO PROFESSOR RAFAEL OLIVEIRA. EM INDICAES GENRICAS.

    www.professorrafaeloliveira.com.br

    Leis e artigos importantes:

    Lei 8666/93

    Lei 12.349/2010

    art. 57 da Lei 8666/93

    art. 62 3 inciso I da Lei 8666/93

    art. 5 inciso I da Lei da PPP

    art. 79 2 da Lei de Licitaes

    art. 5 inciso I da Lei da PPP

    Lei 8666/93 art. 78, incisos XIV e XV

    art. 37, XXI da CF

    art. 40, XI da Lei 8666/93 e art. 3 1 Lei 10072/2001

    TEMA: CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

    PROFESSOR: RAFAEL OLIVEIRA

    .

    O art. 57 da Lei 8666/93 informa que a durao dos contratos administrativos seguem o

    prazo da lei oramentria anual. Logo ser de um ano.

    Mas h quatro excees em que o contrato ter durao superior a um ano:

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    a) o objeto do contrato encontra-se prevista no plano plurianual j se justifica um alargamento do

    prazo, que de quatro anos. Durante esse perante as LDOS e as LOAS devero ser pautadas

    pelo plano plurianual. O estado j est fazendo a programao financeira pelos prximos quatro

    anos.

    OBS: Realizar remisso para o art. 8 da Lei 11.107/2005 trata do chamado contrato de rateio no

    mbito dos consrcios pblicos tem por objeto o repasse de verba oramentria. Tendo o

    Contrato de rateio prazo de um ano e a exceo quando poder ultrapassar esse tempo.

    b) Contrato para prestao de servios contnuos. A lei informa que esses contratos podem ter

    prazos de at 60 meses ou 5 anos. Servios de forma continuada so servios que no podem

    ser interrompidos. Nesse caso evita-se perda de tempo e economia de escala para o Estado

    pagando menos ao longo do perodo. Melhor do que realizar uma licitao todo ano ou 5

    contratos. Ver 4 do art. 57 que informa ser o prazo do contrato ser prorrogado por mais um

    ano.

    c) contrato que tem por objeto o aluguel de equipamentos e a utilizao de programas de

    informtica prazo de 4 anos ou 48 meses como fala a lei.

    d) Lei 12.349/2010 inseriu no art. 57 uma 4 situao excepcional em que o contrato poder ter

    prazo superior a um ano. Nos contratos que tem por objeto os servios mencionados nos incisos

    IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24 da Lei de licitaes essas contrataes podero ser feitas por

    prazo de 120 meses. Trata-se do maior prazo existente na Lei de licitaes, e tratam de

    contrataes sem licitao.

    H outras excees fora do art. 57 que podem ser citadas: Contratos privados da

    administrao pblica (contratos semi-pblicos) art. 62 3 inciso I da Lei 8666/93. Este artigo

    fala dos contratos privados (seguro, locao e outros contratos) requerendo para aplicar algumas

    normas da Lei 8666/93 no que couber. No contrato privado no h clusula exorbitante. Tribunal

    de contas e doutrina informam que no se aplica aos contratos privados da Administrao Pblica

    o prazo anual.

    Outra exceo est no art. 63 3 inciso II no fala do artigo 57, logo uma exceo a

    regra geral.

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    Mais uma hiptese de exceo so os contratos de permisso e concesso do servio

    pblico que no se submetem ao prazo anual. H dosi contratos de concesso: a) Lei 8987/95

    contrato de concesso; b) parceria publico privada Lei 11079/2004.

    Em relao a primeira hiptese a Lei 8987/95 no define o prazo mximo da concesso,

    apenas informa que o contrato dever ter o prazo mximo, mas no o define. Poder-se-ia aplicar

    o art. 57 da Lei 8666/93 por analogia que o prazo do contrato de concesso seria de uma ano?

    R: Jamais, necessrio entender a regra, o art. 57 informa expressamente que a durao dos

    contratos administrativos ficar adstrita a vigncia do crdito oramentrio. A ideia que o Estado

    ao celebrar o contrato devera verificar se h dinheiro para tal, caso contrario no contrata, para

    que o Poder pblico no fique inadimplente. Se no importante o crdito oramentrio para

    pagar o contratado este no ser necessrio para contratar.

    A lei orgnica do Rio de Janeiro informa que o prazo mximo dos contratos de 50 anos.

    A PPP possui necessariamente oramento remunerando concessionrio. Neste caso

    aplica-se a regra do prazo anual?

    R: No art. 5 inciso I da Lei da PPP o legislador traz uma exceo ao art. 57 da Lei 8666/93,

    informando que tero prazo mnimo de 5 anos e mximo de 35 anos.

    H ocasies em que a lei prorroga os prazos dos contratos. (art. 57 1). Todas as

    situaes do art. 57 do 1 da Lei 8666/93 so hipteses que no derivam do contratado. Tais

    disposies existem para proteger os contratados.

    EXTINO DO CONTRATO:

    a) natural o decurso natural de seu tempo extingue o contrato;

    b) prematuro ocorre antes de terminar o prazo contratual fixado.

    A doutrina afirma que a inexecuo contratual pode ser com culpa ou sem culpa:

    1 Inexecuo por culpa do contratado abre a possibilidade de ampla defesa e contraditrio,

    aplicando as sanes pelo inadimplemento (art 58 II clusula exorbitante resciso unilateral)

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    2 por culpa do Estado nesse caso a contratada poder chegar a um acordo na esfera

    administrativa realizando um distrato, no h a possibilidade de resciso unilateral do contrato

    pelo particular. Caso no seja possvel realizar-se- a resciso judicial.

    H uma questo tradicional nesse tema, se aplica-se a exceo de contrato no cumprido?

    R: Tradicionalmente o entendimento clssico no concordavam com a exceo de contrato no

    cumprido nos contratos administrativos: a) princpio da legalidade a lei no autorizava essa

    exceo; b) supremacia do interesse pblico se o particular paralisar suas atividades ir

    sobrepor seu interesse ao interesse pblico subjacente ao contrato administrativo; c) princpio da

    continuidade dos servio pblico ao paralisar a execuo do contrato haveria a paralisao do

    servio pblico. (Hely Lopes Meirelles)

    Atualmente todos os autores e a legislao admitem em determinadas situaes a exceo

    de contrato no cumprido. Vem prevista na Lei 8666/93 art. 78, incisos XIV e XV. O particular

    poder paralisar a execuo do contrato. Uma das hipteses o atraso no pagamento por trs

    meses. No caso da supremacia do servio pblico e o interesse pblico no pressupe o ilcitos

    do Estado e sim interesse pblico legitimo no h interesse pblico quando pratica ilcitos, no

    caso o ilcito contratual.

    INEXECUO SEM CULPA:

    H trs teorias:

    Fatos imprevisveis ou previsveis de consequncias incalculveis (aumento de custo na

    prestao de servio principio constitucional do equilbrio econmico do contrato art. 37 XXI da

    CF). O que no pode ser o particular ser prejudicado por um desequilbrio que no lhe

    imputvel. Essas trs teorias so tratadas de forma homognea pela lei ( art. 65 inciso II d da Lei

    de Licitaes). Ou haver uma reviso do contrato para reequilibra-lo ou dependendo da

    gravidade ocorrer a extino do contrato sem culpa das partes.

    a) impreviso a tradicional do direito civil segundo a qual se houver alterao ftica

    imprevisvel no curso do contrato que altere substancialmente as condies contratadas poder o

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    prejudicado pleitear a reviso do contrato. Tem relao com o risco econmico imprevisvel

    superveniente a contratao que desequilibra o contrato. A inflao no pode ser considerada um

    fato imprevisvel.

    b) fato do prncipe um fato extracontratual atribudo ao Estado praticado fora do contrato

    trazendo repercusso a este desequilibrando-o. Ex; aumento de alquota de tributo. Fato da

    administrao um fato praticado no mbito do contrato administrativo um descumprimento

    culposo do contrato. O fato do princppe se coloca na inexecuo sem culpa.

    c) caso fortuito e fora maior No h consenso na doutrina, um evento imprevisvel que no

    pode prejudicar o contratado. Seriam eventos da natureza que repercutiriam no contrato. O art. 79

    2 da Lei de Licitaes e Contratos menciona o art. 78 inciso XVII da mesma lei informando que

    o Estado ir indenizar o contratado. Alguns autores (Di Pietro) sustentam que essa parte do art.

    79 que atribui a responsabilidade do estado por caso fortuito ou fora maior seria inconstitucional.

    No art. 37 6 da CF/88 temos a teoria do risco administrativo e no a do risco integral, e a

    diferena entre essas que o estado na do risco administrativo o Estado tem defesa por meio das

    chamadas causas da excludente do nexo de causalidade. (fato de terceiro, culpa exclusiva da

    vitima, caso fortuito e fora maior). Nesse caso mostra-se inconstitucional o art. 79 2 da Lei de

    Licitaes.

    Prof. Rafael Oliveira entende que no caso fortuito e fora maior entende que tudo que foi

    executado at o evento indenizvel bem como os custos de desmobilizao. A Lei da PPP

    admitiu no art. 5 III exigiu que as partes faam a repartio de riscos inclusive quanto a caso

    fortuito e fora maior.

    OBS: A doutrina completamente majoritria tambm admite arbitragem em contratos

    administrativos e o STJ possui decises neste sentido. Na arbitragem s poder serem dispostos

    os direitos disponveis. (art. 23 A da Lei 8987/95 e art. 11 III da Lei 11079/2004).

    Instrumentos de manuteno e equilbrio econmico do contrato: (art. 37, XXI, sublinhar

    expresso mantidas as condies efetivas da proposta). Essa proposta dever ser preservada

    at o ultimo dia de execuo do contrato. Apresentada a proposta o Estado no poder alterar

    clusula econmica.

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    Reajuste refere-se a eventos previsveis e de consequncias calculveis (ver inflao e

    ndices econmicos). J sabendo desse evento dever constar do contrato a clusula de reajuste

    e o ndice correspondente a este. uma clusula essencial (art. 55 III da Lei 8666/93 clusula

    de reajuste). Em caso de omisso boa parte da doutrina entende que no haver reajuste.

    Se no houver clusula de reajuste no haver o reajuste. Nos casos em que no haveria

    esta clusula podem embutir no preo o risco da inexistncia clusula (Maral, Carvalhinho,

    Flavio Amaral Garcia). As clusula econmicas se submetem ao reajuste que s para preo,

    valor.

    O prazo para reajuste (art. 40, XI da Lei 8666/93 e art. 3 1 Lei 10.072/2001) aps 12

    meses. O reajuste ser contado a partir das propostas.

    Reviso: A reviso no se confunde com o reajuste, esta refere-se a eventos imprevisveis

    ou previsveis de consequncias incalculveis, independendo de previso contratual. Evento

    imprevisvel no imputado s partes. Na reviso no h periodicidade mnima.