361

Direito Administrativo Objetivo - Gustavo Scatolino 2013

Embed Size (px)

Citation preview

  • Contato

    A Alumnus uma editora do Grupo LeYa, especializada em livros tcnicos, acadmicos ecientficos, e uma das principais editoras de livros direcionados para a preparao de concursospblicos no Brasil

    Traz ao mercado brasileiro as colees Direto ao Ponto, Teoria pela Prtica, LegislaoInterpretada, alm de obras de referncia sobre os mais diversos assuntos, como Direito Eleitoral,Direito Constitucional e Direito Administrativo.

    http://alumnus.leya.com.br

    leyaalumnus

    @LeyaAlumnus

  • 2013, Alumnus, uma editora do grupo LeYa.ISBN 978-85-65295-13-0 Diretoria Editorial: Engels Rego e Antonio Geraldo Pinto Maia Junior Gerncia Editorial: Mariana Carvalho Editoria e Produo Editorial: Maria Neves Projeto Grfico, Editorao Eletrnica e Reviso: M&B Servios Editoriais Capa (projeto grfico, criao e ilustrao): Ralfe Design Verso digital: Tatiana Medeiros

  • Quero, em primeiro lugar, agradecer a Deus, pela fora e a capacitao de escrevereste livro.

    Dedico esta, bem como todas as minhas demais conquistas, aos meus amados pais,irmos, sogro, sogra, amigos e, principalmente, esposa e filhos (Igor, Henrique ePablo).

    Agradeo, tambm, ao amigo Fbio Silva que colaborou na reunio das questes aofinal do livro.

    Deixo registrada a orao que fazia, diariamente, antes de iniciar os estudos, paraque voc alcance, tambm, esta graa de passar no concurso pblico:

    Meu senhor, d-me foras para este dia de hoje. Que eu consiga estudar tudo o queplanejei; que consiga perceber os pontos mais importantes a serem estudados; queconsiga guardar o que estudei e no esquecer. No me deixe desanimar e ser levadopelas tentaes e interromper meus estudos. D-me sade para cumprir minhas metas.No me deixe abater pela preguia. Restaura minhas foras! Quero muito passar noconcurso XXXX, mas que seja feita a Sua vontade.

  • Sumrio

    PREFCIO

    APRESENTAO

    CAPTULO 1 - INTRODUO AO DIREITO ADMINISTRATIVOE PRINCPIOS ADMINISTRATIVOS

    1. ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAO PBLICA1.1 Administrao Pblica em sentido subjetivo/orgnico/formal1.2 Administrao Pblica em sentido material/objetivo/funcional

    2. CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

    3. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO3.1 Lei3.2 Doutrina3.3 Jurisprudncia3.4 Costumes

    4. SISTEMAS ADMINISTRATIVOS4.1 Sistema do contencioso administrativo/sistema francs4.2 Sistema judicirio/sistema ingls/sistema de controlejudicial/jurisdio nica

    5. PRINCPIOS ADMINISTRATIVOS5.1 Princpios expressos na Constituio (art. 37)5.1.1 Legalidade5.1.2 Impessoalidade

  • 5.1.3 Moralidade5.1.4 Publicidade5.1.5 Eficincia5.2 Princpios implcitos na Constituio5.2.1 Razoabilidade/proporcionalidade5.2.2 Segurana jurdica5.2.3 Motivao5.2.4 Supremacia do interesse pblico sobre o interesse particular

    5.2.4.1 Indisponibilidade do interesse pblico5.2.5 Autotutela/sindicabilidade5.2.6 Tutela ou controle administrativo5.2.7 Hierarquia

    CAPTULO 2 - ORGANIZAO ADMINISTRATIVA

    1. CENTRALIZAO

    2. DESCENTRALIZAO

    3. DESCONCENTRAO

    4. ESTUDO DOS RGOS4.1 Capacidade processual de rgos4.2 Classificao dos rgos

    5. FORMAS DE DESCENTRALIZAO ADMINISTRATIVA

    6. CRIAO DAS ENTIDADES DA ADMINISTRAO INDIRETA

    7. ENTIDADES DA ADMINISTRAO INDIRETA7.1 Autarquias

  • 7.1.1 Caractersticas7.1.2 Prerrogativas autrquicas7.2 Fundaes7.2.1 Natureza das fundaes7.2.2 Caractersticas7.3 Sociedade de economia mista e empresa pblica7.3.1 Traos comuns7.3.2 Traos distintivos7.4 Agncias7.4.1 Agncias Executivas7.4.2 Agncias Reguladoras

    8. TERCEIRO SETOR/PARAESTATAIS8.1 Servios sociais autnomos entidades do sistema S8.2 Organizaes sociais (OSs)8.3 Organizaes da sociedade civil de interesse pblico (Oscip)

    CAPTULO 3 - RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL DOESTADO

    1. INTRODUO

    2. TEORIAS2.1 Teoria da irresponsabilidade2.2 Teorias civilistas2.3 Teorias publicistas2.3.1 Teoria da culpa/faute du service2.3.2 Teoria do risco administrativo

    3. RESPONSABILIDADE NO DIREITO BRASILEIRO

  • 4. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DAS CONCESSIONRIAS

    5. ESTADO COMO GARANTE/SITUAO PROPICIATRIA DERISCO

    6. RESPONSABILIDADE NOS CASOS DE OMISSO

    7. EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA

    8. DANOS DE OBRA PBLICA

    9. RESPONSaBILIDADE POR ATOS LEGISLATIVOS

    10. RESPONSABILIDADE POR ATOS JURISDICIONAIS

    11. AO REGRESSIVA11.1 Denunciao lide11.2 Prescrio: vtimas x Estado11.3 Prescrio: Estado x agente

    12. JURISPRUDNCIA

    CAPTULO 4 - ATOS ADMINISTRATIVOS

    1. CONCEITO

    2. DISTINO ENTRE FATO E ATO ADMINISTRATIVO

    3. ATOS ADMINISTRATIVOS E ATOS DA ADMINISTRAO3.1 O silncio administrativo

  • 4. REQUISITOS/ELEMENTOS4.1 Competncia/sujeito4.1.1 Caractersticas4.1.2 Delegao e avocao4.2 Finalidade4.3 Forma4.3.1 Formalizao/formalidade/forma em sentido amplo4.4 Motivo4.5 Objeto

    5. DISCRICIONARIEDADE E VINCULAO

    6. ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO6.1 Presuno de legalidade/legitimidade6.2 Imperatividade6.3 Autoexecutoriedade

    7. CLASSIFICAO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS7.1 Quanto aos destinatrios7.2 Quanto ao alcance7.3 Quanto ao objeto7.4 Quanto ao regramento/vinculao7.5 Quanto formao7.6 Quanto eficcia7.7 Quanto elaborao

    8. ESPCIES DE ATOS8.1 Atos normativos8.2 Atos ordinatrios8.3 Atos negociais8.4 Atos enunciativos8.5 Atos punitivos

  • 9. EXTINO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

    10. CONVALIDAO OU SANATRIA

    CAPTULO 5 - PODERES ADMINISTRATIVOS

    1. CONCEITO

    2. DEVERES DO ADMINISTRADOR

    3. ABUSO DE PODER

    4. ESPCIES DE PODERES4.1 Poder Hierrquico4.1.1 Consequncias da hierarquia4.2 Poder disciplinar4.3 Poder regulamentar4.3.1 Regulamentos autnomos4.4 Poder discricionrio4.5 Poder de polcia4.5.1 Poder de polcia no Direito Positivo4.5.2 Atributos4.5.3 Condies de validade4.5.4 Polcia administrativa e polcia judiciria4.5.5 Poder de polcia em sentido amplo4.5.6 Poder de polcia em sentido estrito4.5.7 Atos pelos quais se expressa a polcia administrativa4.5.8 Delegao de atos de polcia administrativa4.5.9 Sanes de polcia

    4.5.9.1 Prescrio

  • CAPTULO 6 - LICITAO

    1. CONCEITO

    2. OBJETIVO

    3. NORMAS GERAIS

    4. OBRIGATORIEDADE

    5. LICITAO PARA EMPRESAS PBLICAS E SOCIEDADES DEECONOMIA MISTA

    6. PRINCPIOS6.1 Legalidade6.2 Vinculao ao instrumento convocatrio/edital6.3 Publicidade6.4 Sigilo na apresentao das propostas6.5 Julgamento objetivo6.6 Igualdade ou impessoalidade6.7 Adjudicao compulsria6.8 Probidade/moralidade6.9 Princpios correlatos

    7. REQUISITOS PRVIOS PARA ABERTURA DE LICITAO7.1 No caso de obras e servios (art. 7)7.2 No caso de compras (art. 15)

    8. FASE EXTERNA8.1 Instrumento convocatrio/edital (arts. 20 e 21)8.1.1 Realizao de audincia pblica

  • 8.1.2 Prazo mnimo para apresentao das propostas8.1.3 Modificao do edital8.1.4 Impugnao do edital (art. 41)8.2 Habilitao8.2.1 Requisitos exigidos8.2.2 Habilitao jurdica (arts. 27 a 37)8.2.3 Regularidade fiscal e trabalhista8.2.4 Prova de regularidade fiscal8.2.5 Qualificao tcnica8.2.6 Qualificao econmico-financeira (art. 31)8.2.7 Certido que demonstre o cumprimento do art. 7, XXXIII, CF8.2.8 Empresas em consrcio (art. 33)8.2.9 Desistncia da proposta (art. 46, 5)8.3 Classificao ou julgamento (art. 45)8.3.1 Comisso (art. 51)8.4 Homologao (art. 43, Vi)8.5 Adjudicao

    9. MODALIDADES (ART. 22)9.1 Regras gerais para concorrncia, tomada de preos e convite9.2 Concorrncia9.3 Tomada de preos9.4 Convite9.5 Concurso9.6 Leilo9.7 Prego9.7.1 Inverso de fases9.7.2 Julgamento9.7.3 Vedaes ao prego (art. 5)

    10. CONTRATAO DIRETA10.1 Regras relacionadas dispensa e inexigibilidade

  • 10.2 Inexigibilidade (art. 25)10.2.1 Fornecedor exclusivo10.2.2 Servios tcnicos profissionais especializados10.2.3 Contratao de servios artsticos10.3 Licitao dispensvel (art. 24)10.4 Licitao dispensada (art. 17)

    11. RECURSOS, REPRESENTAO E PEDIDO DERECONSIDERAO (ART. 109)

    12. JURISPRUDNCIA

    CAPTULO 7 - CONTRATO ADMINISTRATIVO

    1. INTRODUO1.1 Convnios administrativos

    2. NORMAS CONSTITUCIONAIS

    3. CLASSIFICAO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO

    4. CARACTERSTICAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS4.1 Finalidade pblica4.2 Natureza de contrato de adeso4.3 Prazo determinado (art. 57)4.4 Mutabilidade (art. 65)4.5 Intuitu personae ou pessoalidade ou pessoal4.6 Presena de clusulas exorbitantes

    5. ESPCIES DE CLUSULAS EXORBITANTES5.1 Exigncia de garantia

  • 5.2 Alterao unilateral (art. 65)5.3 Resciso unilateral (arts. 78 e 79)5.4 Fiscalizao5.5 Penalidades5.6 Anulao5.7 Retomada do objeto5.8 Restries ao uso da exceptio non adimpleti contractus

    6. REAJUSTE E REVISO/RECOMPOSIO

    7. CAUSAS JUSTIFICADORAS DA INEXECUO E FATOSPOSTERIORES CELEBRAO DO CONTRATO7.1 Fato do prncipe7.2 Fato da Administrao7.3 Teoria da impreviso7.4 Interferncias imprevistas7.5 Caso fortuito e fora maior

    8. RESPONSABILIDADE PELA EXECUO DO CONTRATO EENCARGOS TRABALHISTAS, PREVIDENCIRIOS E COMERCIAIS(ART. 71)

    9. EXTINO DO CONTRATO9.1 Trmino do prazo ou concluso do objeto contratado9.2 Resciso (art. 79)9.3 Anulao

    10. JURISPRUDNCIA

    CAPTULO 8 - SERVIOS PBLICOS

  • 1. INTRODUO

    2. CLASSIFICAO DOS SERVIOS PBLICOS2.1 Servios pblicos e de utilidade pblica2.2 Servios prprios e imprprios do Estado2.3 Quanto ao objeto: servios administrativos e industriais2.4 Quanto maneira como ocorrem para satisfazer o interesse geral:servios uti universi e uti singuli

    3. RESPONSABILIDADE DAS CONCESSIONRIAS DE SERVIOPBLICO

    4. PRINCPIOS DO SERVIO PBLICO

    5. FORMAS DE PRESTAO

    6. ESPCIES DE CONCESSO

    7. FORMAS DE EXTINO DA CONCESSO (ART. 35)7.1 Advento do termo contratual7.2 Encampao7.3 Caducidade7.4 Resciso7.5 Anulao7.6 Falncia ou extino da empresa concessionria e falecimento ouincapacidade do titular, no caso de empresa individual

    8. PARCERIA PBLICO-PRIVADA8.1 Espcies de PPP

    CAPTULO 9 - LEI n 9.784/1999 - PROCESSO

  • ADMINISTRATIVO FEDERAL

    1. INTRODUO

    2. APLICAO AOS ENTES FEDERATIVOS

    3. APLICAO NA ADMINISTRAO DIRETA E INDIRETA E NOSPODERES LEGISLATIVO E JUDICIRIO

    4. PRINCPIOS EXPRESSOS

    5. PRINCPIOS IMPLCITOS5.1 Gratuidade5.2 Impulso oficial ou oficialidade5.3 Informalismo/formalismo moderado5.4 Verdade material

    6. INTERESSADOS

    7. IMPEDIMENTO E SUSPEIO

    8. INCIO DO PROCESSO

    9. DA COMPETNCIA9.1 Delegao e avocao

    10. DESISTNCIA E EXTINO DO PROCESSO

    11. RECURSOS11.1 Legitimados

  • 11.2 Prazos11.3 Agravamento/reformatio in pejus

    CAPTULO 10 - IMPROBIEDADE ADMINISTRATIVA

    1. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL

    2. REGULAMENTAO E SANES PREVISTAS NA LIA

    3. NATUREZA DA AO DE IMPROBIDADE

    4. LEI DE IMPROBIDADE E AGENTES POLTICOS

    5. ELEMENTOS DO ATO DE IMPROBIDADE5.1 Sujeito ativo5.1.1 Ao de improbidade e foro por prerrogativa de funo5.2 Sujeito passivo5.3 Ocorrncia de ato de improbidade previsto nos arts. 9, 10 e 11

    6. ELEMENTO SUBJETIVO E EXIGNCIA DE DANO

    7. AO JUDICIAL7.1 Representao7.2 Legitimidade7.3 Rito da ao de improbidade

    8. PRESCRIO

    9. DA DECLARAO DE BENS

  • 10. JURISPRUDNCIA

    CAPTULO 11 - BENS PBLICOS

    1. CONCEITO

    2. CLASSIFICAO

    3. CARACTERSTICAS3.1 Inalienabilidade3.2 Impenhorabilidade3.3 Imprescritibilidade3.4 Impossibilidade de onerao

    4. USO DE BENS PBLICOS POR PARTICULAR4.1 Normal e anormal4.2 Comum e privativo

    CAPTULO 12 - INTERVENO DO ESTADO NAPROPRIEDADE

    1. COMPETNCIA

    2. MODALIDADES

    3. INTERVENO RESTRITIVA

    4. INTERVENO SUPRESSIVA: DESAPROPRIAO4.1 Fundamentos da desapropriao4.2 Desapropriao por necessidade pblica

  • 4.3 Desapropriao por utilidade pblica4.4 Desapropriao por interesse social4.5 Desapropriao por sano ou confiscatria

    5. COMPETNCIA

    6. SUJEITOS ATIVOS DA DESAPROPRIAO

    7. SUJEITOS PASSIVOS DA DESAPROPRIAO

    8. BENS DESAPROPRIVEIS

    9. PROCEDIMENTO DE DESAPROPRIAO9.1 Fase declaratria/prazo de caducidade9.2 Imisso provisria na posse

    10. INDENIZAO10.1 Indenizao mediante ttulos da dvida agrria e ttulos da dvidapblica

    11. ESPCIES DE DESAPROPRIAO11.1 Desapropriao para fins de reforma agrria interesse social11.2 Desapropriao urbanstica interesse social11.3 Desapropriao sano ou confiscatria11.4 Desapropriao indireta11.5 Desapropriao por zona

    12. DIREITO DE EXTENSO

    13. TREDESTINAO

  • 14. RETROCESSO

    CAPTULO 13 - AGENTES PBLICOS

    1. CLASSIFICAO DOUTRINRIA

    2. TIPOS DE VNCULO FUNO, EMPREGO e CARGO

    3. CLASSIFICAO DOS CARGOS3.1 Vitalcios3.2 Efetivos3.3 Comisso

    4. CRIAO, TRANSFORMAO E EXTINO DOS CARGOSPBLICOS

    5. PROVIMENTO

    6. DEMISSO E EXONERAO

    7. RETRIBUIES PECUNIRIAS

    8. NORMAS CONSTITUCIONAIS APLICVEIS AOS AGENTESPBLICOS8.1 Acessibilidade aos cargos pblicos8.2 Concurso pblico8.2.1 Abertura de concurso quando h candidato aprovado em concursoanterior com prazo de validade no expirado8.2.2 Excees ao concurso pblicoh4>8.3 Teto remuneratrio8.4 Acumulao de cargos

  • 8.5 Regime jurdico do servidor8.6 Direitos sociais extensveis aos servidores pblicos8.7 Estgio probatrio8.7.1 Prazo do estgio probatrio8.8 Aposentadoria8.8.1 Modalidades de aposentadoria e requisitos para a concesso deaposentadoria

    9. DISPOSIES DA LEI N 8.112/19909.1 mbito de aplicao9.2 Provimento (art. 8)9.3 Da vacncia (art. 33)9.4 Remoo e redistribuio (arts. 36 e 37)9.5 Substituio (art. 38)9.6 Das vantagens (art. 49)9.6.1 Espcies de indenizaes9.6.2 Das gratificaes9.6.3 Dos adicionais9.7 Das licenas (art. 81)9.8 Dos afastamentos9.9 Das concesses (art. 97)9.10 Tempo de servio (art. 100)9.11 Direito de petio9.12 Regime disciplinar9.12.1 Das responsabilidades (art. 121)9.12.2 Das penalidades (art. 127)

    9.12.2.1 Competncia para aplicao das penalidades (art.141)9.12.2.2. Prescrio da ao disciplinar (art. 142)

    9.13 Do processo administrativo disciplinar9.13.1 Instrumentos processuais de apurao9.13.2 Consequncias da sindicncia

  • 9.13.3 Afastamento preventivo do servidor (art. 147)9.13.4 Comisso (art. 149)9.13.5 Prazo para concluso do pad (art. 152)9.13.6 Reviso do pad (art. 174)9.14 Processo sumrio para verificao de acumulao ilegal de cargos,empregos e funes (art. 133) e para demisso por abandono de cargo einassiduidade habitual9.14.1 Processo sumrio para verificao de acumulao ilegal de cargos9.14.2 Abandono de cargo (art. 138)9.14.3 Inassiduidade habitual (art. 139)9.15 Seguridade social do servidor (arts. 183 e seguintes)9.15.1 Benefcios prestados ao servidor9.15.2 Benefcios prestados aos familiares do servidor

    CAPTULO 14 - CONTROLE ADMINISTRATIVO

    1. ESPCIES DE CONTROLE

    CAPTULO 15 - SMULAS

    1. SMULAS VINCULANTES

    2. SMULAS STF

    3. SMULAS STJ

    CAPTULO 16 - EXERCCIOS

    GABARITO COMENTADO

    BIBLIOGRAFIA

  • PrefcioFazer a apresentao de um livro sempre uma honra. Mas essa tarefa torna-se aindamais especial quando a obra realmente diferenciada, como o caso desta, que convidoo caro leitor a apreciar.Este livro conseguiu uma difcil faanha: ser didtico, sem perder a necessriaprofundidade e a objetividade esperadas por aqueles que se dedicam aos mais variadosconcursos pblicos ou provas da Ordem dos Advogados do Brasil.O amigo Gustavo Scatolino aborda os temas mais pulsantes do Direito Administrativo,conciliando a viso da doutrina mais abalizada com a meno ao entendimentodominante no STF, no STJ e no TCU.Recorreu-se, repetidas vezes, ao uso de tabelas e alertas espalhados ao longo do texto,sempre visando chamar a ateno para os assuntos mais recorrentes nas provas.E, sem descuidar do fato de que a obra dirige-se eminentemente aos estimadosconcurseiros, foi inserida, ao final da obra, uma bateria de exerccios comentados, oque certamente propicia que o leitor alie a teoria com a prtica.A meu sentir, obteve-se uma bela receita, que mistura a densa formao acadmica doautor, aprovado em vrios concursos pblicos, com a prtica de vrios anos em sala deaula.Estimado leitor, venha aprender Direito Administrativo!Braslia, maro de 2013.

    Aragon Nunes FernandesJuiz de Direito do TJDFT

    Professor de Direito Constitucional

  • ApresentaoA obra traz o estudo do Direito Administrativo em linguagem simples, direta ecompreensvel.Aborda os principais tpicos para concursos pblicos, aplicando minhaexperincia como professor adquirida em salas de aula e, assim, sistematizando ospontos que os estudantes mais tm dificuldades.H, no decorrer do texto, tabelas e esquemas para facilitar a compreenso do assunto e,ainda, vrias questes sobre o tema que est sendo explicado. Destaquei, tambm,importantes julgamentos de nossos Tribunais Superiores que so relevantes paraconcursos pblicos.No final de cada captulo so apresentados esquemas para recordar o que foi estudado epara uma reviso antes da prova.Enfim, este livro foi feito para aqueles que procuram um estudo objetivo (direto eclaro) do Direito Administrativo.

    O autor

  • CAPTULO 1

  • Introduo ao DireitoAdministrativo e PrincpiosAdministrativos1. ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAO PBLICA

    Estado a sociedade poltica e juridicamente organizada em determinado territrio. A ConstituioFederal de 1988 optou, nos arts. 1 e 18, pela forma Federativa. Dessa maneira, temos vrios centrosde poder poltico. So eles: a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios.

    Governo o ncleo estratgico ocupado temporariamente por pessoas que definem os objetivos, asdiretrizes e as metas do Estado. Em sentido amplo, inclui todos os rgos que exercem as funesestatais bsicas, inclusive os rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio.

    Administrao Pblica o aparelhamento estatal que concretiza a vontade poltica do governo.

    IMPORTANTE!No Brasil, o Presidente da Repblica o Chefe do Estado, do Governo e da Administrao PblicaFederal.

    1.1 Administrao Pblica em sentido subjetivo/orgnico/formalExpresso que indica o universo de rgos, entidades pblicas e agentes pblicos que

    desempenham a funo administrativa.

    1.2 Administrao Pblica em sentido material/objetivo/funcionalExprime ideia de atividade, tarefa, funo. Trata-se da prpria funo administrativa,

    constituindo-se o alvo que o governo quer alcanar. Nesse complexo, esto as atividades de fomento,polcia administrativa, poder de polcia e servios pblicos.

    IMPORTANTE!Os trs Poderes exercem funes administrativas, por exemplo, quando fazem licitao, concursos econtratos. Nesses casos, o Poder Legislativo e o Poder Judicirio no atuam na sua funo tpica, mas,sim, no exerccio de funo administrativa. Sero considerados Administrao Pblica direta.

  • 2. CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVOConforme Hely Lopes Meirelles (2009), Direito Administrativo o conjunto harmnico de

    princpios jurdicos que regem os rgos, os agentes e as atividades pblicas, tendentes a realizarconcreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.

    Escolas acerca da definio do Direito Administrativo: Escola do servio pblico: teve origem na Frana, no sculo XIX, sendo seus defensoresDuguit, Jze e Bonnard. Segundo essa teoria, qualquer atividade prestada pelo Estado serviopblico; no entanto, tal teoria perde fora em virtude de todas as atividades estatais resumirem-seem servio pblico como, por exemplo, o poder de polcia. Ademais, com a ampliao dasatividades estatais, possvel o exerccio de atividade econmica que, para muitos, no seconfunde com servio pblico. Critrio do Poder Executivo: segundo essa teoria, o Direito Administrativo esgota-se nos atospraticados pelo Poder Executivo. Contudo, exclui os atos dos Poderes Legislativo e Judicirio noexerccio de atividade administrativa. Essa teoria restringe sobremaneira o DireitoAdministrativo no mbito do Poder Executivo. Critrio teleolgico: conjunto de princpios que norteiam o atendimento dos fins do Estado. Critrio negativista ou residual: por excluso, encontra-se o objeto do Direito Administrativo.Aquilo que no for pertinente s funes legislativa e jurisdicional ser objeto do DireitoAdministrativo. Critrio da Administrao Pblica: conjunto de princpios que envolvem a AdministraoPblica. Esse conceito o apresentado por Hely Lopes Meirelles, conforme citado anteriormente.

    O Direito Administrativo ramo do Direito Pblico em que h a predominncia do interesse doEstado; disciplina os interesses gerais. Quer dizer: o ramo do Direito que visa disciplinar as relaesdo Estado com a sociedade.

  • 3. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO3.1 LeiFonte primria e principal do Direito Administrativo. Vai desde a Constituio Federal (art. 37) at

    os regulamentos expedidos. Assim, a lei como fonte do Direito Administrativo a lei em seu sentidoamplo, ou seja, a lei feita pelo Parlamento e tambm atos normativos expedidos pela Administrao.

    3.2 DoutrinaSo teses de doutrinadores que influenciam nas decises administrativas, como no prprio Direito

    Administrativo.

    3.3 Jurisprudncia a reiterao de julgamentos no mesmo sentido. A jurisprudncia no de seguimento obrigatrio.

    Trata-se, apenas, de orientao aos demais rgos do Poder Judicirio e da Administrao.Entretanto, se o Supremo Tribunal Federal editar smula vinculante, esta, por determinao da

    Constituio, art. 103-A, ser obrigatria para toda a Administrao Pblica, direta e indireta, de todosos nveis da Federao (Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios) e para todo o Poder Judicirio.Por exemplo, a Smula Vinculante n 21: inconstitucional a exigncia de depsito ou arrolamentoprvios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

    3.4 CostumesSo condutas reiteradas praticadas pelos agentes pblicos com conscincia de obrigatoriedade.

    Questo de Concurso(Cespe/Capes/Analista em Cincia e Tecnologia/Jnior rea Geral/2012) O costume no podeser considerado fonte do Direito Administrativo, haja vista o princpio da legalidade ser um dosprincpios da Administrao Pblica.Gabarito: errado. Costume fonte. No entanto, no fonte primria (lei). Questo de Concurso(Cespe/TRT/10 Regio/2013) Em decorrncia do princpio da legalidade, a lei a mais importantede todas as fontes do Direito Administrativo.Gabarito: certo. Como fonte do Direito Administrativo, a lei a mais importante. Porm, entre osprincpios, no h hierarquia. Quer dizer, o princpio da legalidade no superior, nem maisimportante que os demais princpios.

  • 4. SISTEMAS ADMINISTRATIVOSSo os regimes adotados pelo Estado para a correo dos atos administrativos ilegais ou ilegtimos

    praticados pelo Poder Pblico.

    4.1 Sistema do contencioso administrativo/sistema francsVeda ao Poder Judicirio conhecer dos atos da Administrao, os quais se sujeitam unicamente

    jurisdio especial do contencioso administrativo. No adotado no Brasil.Nesse sistema, todos os tribunais administrativos sujeitam-se diretamente ou indiretamente ao

    controle do Conselho de Estado, que funciona como juzo de apelao e, excepcionalmente, comojuzo originrio.

    Entre outros inconvenientes, sobressai o do estabelecimento de dois critrios de justia: um daadministrativa, outro da jurisdio comum. Alm disso, uma jurisdio constituda por funcionriosda prpria Administrao, sem as garantias de independncia que h na magistratura.

    4.2 Sistema judicirio/sistema ingls/sistema de controlejudicial/jurisdio nica

    aquele em que todos os litgios so resolvidos judicialmente pela Justia Comum, ou seja, pelosjuzes e pelos Tribunais do Poder Judicirio. Adotado no Brasil.

    No quer dizer que se negue Administrao o poder de decidir; o que se impe a possibilidadede suas decises poderem ser revistas pelo Judicirio. Seu fundamento constitucional o art. 5,XXXV, da Constituio Federal, que consagra o princpio da inafastabilidade da jurisdio.

    EXCEES!1. Justia desportiva (art. 217, CF).2. A Smula n 2 do STJ tambm uma exceo criada pela jurisprudncia relativa ao habeas data.3. Com o advento das smulas vinculantes, ficou estabelecido que o instituto da reclamao seria omeio adequado para assegurar a autoridade das decises do STF, caso haja o descumprimento de umasmula vinculante. Entretanto, a Lei n 11.417/2006, que regulamenta o art. 103-A da CF, estabeleceuque contra omisso ou ato da Administrao Pblica o uso da reclamao s ser admitido apsesgotadas as vias administrativas.4. Mandado de segurana, pois a Lei n 12.016/2009 previu que tal remdio constitucional no cabvel quando caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de cauo(art. 5, I).

  • 5. PRINCPIOS ADMINISTRATIVOSPrincpios de uma cincia so as proposies bsicas, fundamentais, tpicas, que condicionam todas

    as estruturaes subsequentes; nesse sentido, so os alicerces, os fundamentos da cincia.(CRETELLA JNIOR, 1999).

    5.1 Princpios expressos na Constituio (art. 37)A Constituio Federal possui cinco princpios expressos: legalidade, impessoalidade,

    moralidade, publicidade e eficincia.Os princpios so de observncia obrigatria por toda a Administrao direta e indireta de todos os

    Poderes e nveis federativos.No h hierarquia entre os princpios administrativos, inclusive quanto aos expressos e implcitos

    na CF, embora a doutrina entenda que os princpios da supremacia do interesse pblico e daindisponibilidade do interesse pblico sejam a base do regime jurdico-administrativo. O que o regime jurdico-administrativo? o conjunto de regras de Direito Pblico e princpios que devem ser observados pela Administrao.

    OBSERVAO!As empresas estatais (empresas pblicas e sociedades de economia mista), por serem pessoas dedireito privado no se submetem integralmente ao regime jurdico-administrativo. Seu regime dedireito privado, porm, misto ou hbrido, pois as regras de Direito Privado so influenciadas(derrogadas) por normas de Direito Pblico.

    5.1.1 LegalidadeSignifica que o administrador est, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da

    lei, e s exigncias do bem comum, deles no podendo afastar-se sob pena de responder nas esferasadministrativa, civil e criminal.

    Deve o administrador estar sempre pautado pela lei.Na Administrao Pblica no h espao para liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na vida

    particular lcito fazer tudo o que a lei no proba, na Administrao Pblica s lcito fazer aquiloque a lei autoriza.

    Legalidade para o cidado (art. 5, II, da CF): no sentido de que ningum ser obrigado a fazerou deixar de fazer alguma coisa, salvo em razo de lei. Legalidade administrativa (art. 37, CF): no sentido de que o agente pblico s pode fazeraquilo que a lei expressamente autoriza.

    A legalidade, em seu sentido estrito significa atuar de acordo com a lei, ou seja, obedecer lei feitapelo Parlamento. A legalidade, em sentido amplo ou legitimidade, significa obedecer no s lei,mas, tambm, obedecer aos princpios da moralidade e do interesse pblico. Dessa forma, a palavralegitimidade apresenta um conceito mais abrangente que o de legalidade, pois legalidade seriaobedecer lei e legitimidade obedecer lei e aos demais princpios administrativos.

    DICA!A expresso juridicidade significa observar todos os princpios expressos e implcitos na CF, bemcomo as demais regras do ordenamento jurdico, inclusive as que esto fora da Constituio (bloco delegalidade). Juridicidade representa uma evoluo do princpio da legalidade.

  • Questo de Concurso(Cespe/TRE-MA/Analista Judicirio/rea Judiciria/2009) O princpio da moralidadeadministrativa, por possuir relao com o princpio da legalidade, impe que um ato, para ser legal,isto , esteja em conformidade com a lei, precisa ser necessariamente moral.Gabarito: errado. O ato pode ser legal, mas imoral. Nesse caso, o ato ser ilegtimo.

    5.1.2 ImpessoalidadeA Administrao deve ser impessoal sem ter em mira este ou aquele indivduo de forma especial.As realizaes governamentais no so do agente pblico ou da autoridade, mas da entidade pblica

    em nome de quem as produz. A prpria CF d uma consequncia expressa a essa regra, quando, no art.37, 1, probe que constem nomes, smbolos ou imagens que caracterizem promoo pessoal deautoridades ou servidores pblicos em publicidade de atos, programas, obras, servios e campanhasdos rgos pblicos.

    CUIDADO!O STF entendeu que h violao aos princpios da impessoalidade e da moralidade administrativa emrazo do uso de smbolo e de slogan poltico-pessoais nas publicidades oficiais.

    Esse princpio est implcito na Lei n 9.784/1999, art. 2, pargrafo nico, III, pois se exigeobjetividade no atendimento do interesse pblico, vedada a promoo pessoal de agentes eautoridades.

    Existe divergncia doutrinria acerca do princpio da finalidade. Para Hely Lopes Meirelles (2009),o princpio da impessoalidade nada mais do que o clssico princpio da finalidade. J para CelsoAntnio Bandeira de Mello (2010), a finalidade tem contedo autnomo em relao ao princpio daimpessoalidade.

    Hely Lopes Meirelles Impessoalidade o mesmo que finalidade. O atoadministrativo deve sempre atender ao seu fim legal.

    Celso Antnio Bandeira de Mello(finalidade princpio autnomo)

    Impessoalidade: atuar sem subjetividade; buscar sempre ointeresse pblico.Finalidade: visar sempre finalidade normativa; atender aofim legal do ato.

    5.1.3 MoralidadeSignifica que a conduta administrativa deve observar os preceitos ticos da instituio em que o

    agente pblico atua. Tal princpio est ligado ao conceito de bom administrador, procura do bemcomum, da boa-f e da honestidade.

    O administrador, ao atuar, no ter que decidir somente entre o legal e o ilegal; o justo e o injusto,mas, tambm, entre o honesto e o desonesto.

    A moralidade administrativa constitui, hoje, pressuposto de validade de todo ato administrativo.Qualquer cidado pode propor ao popular para anular ato que viola o dever de moralidade. (art.

    5, LXXIII, CF).

    CUIDADO!O Ministrio Pblico no pode propor ao popular; no entanto, pode prosseguir com a ao popular,caso o autor seja negligente.

  • O legislador constituinte ainda colocou a ao de improbidade administrativa visando responsabilizao daqueles que violem a probidade administrativa, estabelecendo, no art. 37, 4, asseguintes consequncias para os atos de improbidade administrativa, sem prejuzo da ao penalcabvel:

    suspenso dos direitos polticos; perda da funo pblica; indisponibilidade dos bens; ressarcimento ao Errio, na forma e gradao previstas em lei, sem prejuzo da ao penalcabvel.

    CUIDADO!

    A ao de improbidade administrativa no tem natureza penal, e sim, civil.

    IMPORTANTE!Segundo o STF, os agentes polticos que respondem por crime de responsabilidade, Lei n1.079/1950, no praticam ato de improbidade administrativa.

    A Smula Vinculante n 13 do STF decorre dos princpios da moralidade e da impessoalidade:A nomeao de cnjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, at o terceiro grau, inclusive,da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurdica, investido em cargo de direo, chefia ouassessoramento, para o exerccio de cargo em comisso ou de confiana, ou, ainda, de funo gratificada naAdministrao Pblica direta e indireta, em qualquer dos poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dosMunicpios, compreendido o ajuste mediante designaes recprocas, viola a Constituio Federal.

    ATENO!

    O STF entendeu que esto excludos da vedao da smula vinculante os agentes/cargos polticos.Ex.: Governador pode nomear um irmo para cargo de Secretrio de Estado.Mas, cuidado: o STF entende que conselheiro de Tribunal de Contas cargo tcnico. Assim,Governador no pode nomear irmo para essa funo.

    5.1.4 PublicidadeDivulgao oficial do ato para conhecimento do pblico e para o incio da produo de seus efeitos

    (eficcia), bem como o acesso s condutas administrativas.No elemento formativo do ato; requisito de eficcia e moralidade.A regra a publicidade, somente se admitindo excees em casos de segurana da sociedade e do

    Estado (art. 5, XXXIII, da CF) ou em casos que possam violar a intimidade ou a privacidade. A Lei n12.527/2011 dispe sobre os procedimentos a serem observados pela Unio, pelos Estados, peloDistrito Federal e pelos Municpios, com o fim de garantir o acesso a informaes previsto no incisoXXXIII do art. 5 da CF.

    O princpio garante a obteno de informaes, certides, atestados da Administrao, por qualquerinteressado, desde que observe a forma legal, bem como o uso do habeas data.

    CUIDADO!Publicao no sinnimo de publicidade. A publicao a divulgao do ato nos meios oficiais(ex.: Dirio Oficial da Unio), tratando-se de uma forma de publicidade.

    5.1.5 EficinciaExige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeio, rendimento e

  • economicidade para a Administrao. Foi acrescentado com a Emenda Constitucional n 19/1998(reforma administrativa). Com a Emenda Constitucional n 45, passou a ser um direito com sedeconstitucional, pois foi inserido no art. 5, inciso LXXVII, que assegura a todos, no mbito judicial eadministrativo a razovel durao do processo e os meios que garantam a celeridade de suatramitao..

    A eficincia, a eficcia e a efetividade esto compreendidas na expresso economicidade, que constituda pela eficincia (custo-benefcio), eficcia (verificao das metas; resultados) eefetividade (analisar se os resultados obtidos foram alcanados com o melhor aproveitamento dosrecursos pblicos, ou seja, eficincia e eficcia; ou pode ser entendido pela anlise dos impactos dasaes que foram efetuadas.)

    ExemploCriao de vrias barragens a fim de armazenar gua para manter a populao abastecida.Verifica-se se houve o melhor custo-benefcio; se tudo o que foi planejado foi efetivamenterealizado; e, por fim, verifica-se se a construo das barragens conseguiu, realmente, evitar faltade gua.

    5.2 Princpios implcitos na ConstituioA CF ainda possui vrios princpios implcitos. Verificaremos os mais importantes.

    OBSERVAO!

    No h hierarquia entre os princpios constitucionais, nem mesmo entre os expressos e implcitos naCF.

    5.2.1 Razoabilidade/proporcionalidadeVisa aferir a compatibilidade entre os meios e os fins, de modo a evitar restries desnecessrias ou

    abusivas com leso aos direitos fundamentais.A lei no admite ato praticado com falta de razoabilidade. Desse modo, a inobservncia da

    razoabilidade atinge a legalidade do ato praticado.Para o ato ser proporcional ele deve ser:

    adequado: o meio empregado deve ser o correto em vista do fim desejado; necessrio/exigvel: a medida s deve ser utilizada se no houver outros meios menosgravosos; proporcionalidade em sentido estrito: compatibilidade de restrio de um direito e aprevalncia de outro.

    ExemploNo adequado convocao de candidatos para prxima etapa de concurso com divulgaoapenas em Dirio Oficial. adequado editar decreto disciplinando uso de fogos de artifcio a fim de evitar danos sociedade.No necessrio/exigvel determinar a interdio de estabelecimento, ao invs de aplicar multa,quando encontra apenas uma mercadoria vendida com prazo de validade vencido. (menosgravoso).H proporcionalidade em sentido estrito quando so fixados ndices mnimos de consumo debebida alcolica antes de dirigir (a restrio de um direito proporcional prevalncia do outro).

    O princpio em estudo ganha relevncia na anlise de atos discricionrios pelo Poder Judicirio.Nesses atos, como os requisitos de competncia, de finalidade e de forma so determinados pela lei, o

  • Judicirio pode exercer amplo controle, confrontando-os com as determinaes legais. Entretanto, osrequisitos de motivo e objeto so deixados a critrio do administrador, a fim de que ele realize juzode convenincia e oportunidade para a escolha da soluo mais adequada.

    Desse modo, em atos discricionrios, o controle jurisdicional sobre o mrito, juzo de conveninciae oportunidade tm de ser feitos com reservas. O Judicirio no pode substituir a anlise feita peloagente pblico se ele atuou dentro de seus limites. Por exemplo, se um municpio precisa de hospital ede escolas e o prefeito decide investir na sade construindo hospitais ao invs de escolas, fazendo issode forma adequada, no poder o Poder Judicirio substituir essa deciso.

    Entretanto, a atividade do Judicirio em relao a atos administrativos pode alcanar a anlise demrito, fazendo a correo da ilegalidade se, no exerccio de convenincia e de oportunidade, houverfalta de razoabilidade/proporcionalidade, pois, na verdade, esse ato ser um ato ilegal.

    OBSERVAO!Quando o Poder Judicirio anula um ato administrativo, ele no deve indicar a soluo maisadequada.

    5.2.2 Segurana jurdicaPrincpio que visa dar maior estabilidade s relaes jurdicas, mesmo quelas que, inicialmente,

    apresentavam vcio de ilegalidade.Decorre desse princpio a fixao do prazo de cinco anos, salvo comprovada m-f, para a

    Administrao anular seus atos, conforme o art. 54 da Lei n 9.784/1999.

    SmulaVinculanten 3 STF

    Nos processos perante o Tribunal de Contas da Unio asseguram-se o contraditrio e aampla defesa quando da deciso puder resultar anulao ou revogao de atoadministrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciao da legalidade do atode concesso inicial de aposentadoria, reforma e penso.

    Regra 1 O TCU deve assegurar contraditrio e ampla defesa diante de seus atos.Observao1

    Dispensa contraditrio e ampla defesa prvios no registro inicial de aposentadoria,reforma e penso. Para o STF, registro de aposentadoria ato complexo.

    Regra 2 O TCU no tem prazo para registro inicial de aposentadoria, reforma e penso.

    Observao2

    O TCU nega registro inicial de aposentadoria antes de cinco anos; dispensa contraditrioe ampla defesa.O TCU nega registro inicial de aposentadoria depois de cinco anos: o interessado temdireito a contraditrio e ampla defesa prvios.

    Regra 3Registrada a aposentadoria pelo TCU, este rgo tem cinco anos para fazer reviso,salvo comprovada m-f (art. 54, Lein 9.784/1999), devendo assegurar contraditrio e ampla defesa.

    5.2.3 Motivao a indicao dos fatos e fundamentos jurdicos que autorizam a prtica do ato. Ex.: servidor que foi

    demitido por praticar crime contra a Administrao. No ato administrativo demisso deve haver adescrio de toda a situao ftica ocorrida e de todos os fundamentos jurdicos que levaram demisso.

    Em termos simples, significa justificar o ato praticado, apresentando as razes (fticas e jurdicas)que levaram sua prtica.

    Segundo Maria Sylvia (2010), a motivao, em regra, no exige formas especficas, podendo ser ou

  • no concomitante com o ato, alm de ser feita, muitas vezes, por rgo diverso daquele que proferiu adeciso.

    Teoria dos motivos determinantes: quando a Administrao indica os motivos que levaram apraticar o ato, este s ser vlido se os motivos forem verdadeiros. Ex.: na exonerao de cargoem comisso, se o ato for motivado, a exonerao somente ser vlida se forem apresentados osverdadeiros motivos que levaram exonerao. Motivao aliunde: consiste em declarao de concordncia com fundamentos de anteriorespareceres, informaes, decises ou propostas que sero parte integrante do ato (art. 50, 1, Lein 9.784/1999).

    Atualmente, a doutrina entende que a regra a motivao dos atos administrativos. Contudo, o art.50 da Lei do Processo Administrativo Federal, explicita os atos que obrigatoriamente exigemmotivao:

    Art. 50. Os atos administrativos devero ser motivados, com indicao dos fatos e dos fundamentos jurdicos, quando:I neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;II imponham ou agravem deveres, encargos ou sanes;III decidam processos administrativos de concurso ou seleo pblica;IV dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatrio;V decidam recursos administrativos;VI decorram de reexame de ofcio;VII deixem de aplicar jurisprudncia firmada sobre a questo ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatriosoficiais;VIII importem anulao, revogao, suspenso ou convalidao de ato administrativo. 1 A motivao deve ser explcita, clara e congruente, podendo consistir em declarao de concordncia comfundamentos de anteriores pareceres, informaes, decises ou propostas, que, neste caso, sero parte integrante do ato.(Motivao aliunde) 2 Na soluo de vrios assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecnico que reproduza os fundamentosdas decises, desde que no prejudique direito ou garantia dos interessados. 3 A motivao das decises de rgos colegiados e comisses ou de decises orais constar da respectiva ata ou determo escrito.

    5.2.4 Supremacia do interesse pblico sobre o interesse particularSe houver possvel conflito entre o interesse coletivo e o do particular, o administrador deve

    escolher o interesse pblico.Esse princpio constitui a base do regime jurdico-administrativo.O interesse pblico a ser perseguido pelo administrador o interesse pblico primrio (interesse da

    coletividade), e no o secundrio (interesse apenas do Estado).

    CUIDADO!O interesse pblico secundrio s vlido quando coincide com o interesse pblico primrio.

    5.2.4.1 Indisponibilidade do interesse pblicoOs gestores da coisa pblica passam a ser autoridades, com poderes e deveres especficos do cargo

    ou funo, com responsabilidades prprias. Porm, no so donos da coisa pblica e, por isso, nopodem abrir mo de buscar sempre o interesse coletivo.

    Cada agente administrativo investido da necessria parcela de Poder Pblico para o desempenhode suas atribuies. O poder administrativo atribudo autoridade para remover os interessesparticulares que se opem ao interesse pblico. Nessas condies, o poder de agir converte-se emdever de agir.

    Por no poder dispor dos interesses pblicos cuja guarda lhes atribuda por lei, os poderesatribudos Administrao tm carter de poder-dever; so poderes que ela no pode deixar deexercer, sob pena de responder por sua omisso.

  • O STF e o STJ entendem que o uso da arbitragem nos contratos administrativos no viola aindisponibilidade do interesse pblico (STF, RE n 253.885).

    5.2.5 Autotutela/sindicabilidadeControle dos prprios atos, revogando os atos legais, inconvenientes e inoportunos, e anulando os

    ilegais.

    Revogao AnulaoControle de mrito Controle de legalidadeSomente pela Administrao Administrao e JudicirioEfeitos ex nunc (noretroativos) Efeitos ex tunc (retroativos)

    No h prazo Prazo de cinco anos, salvo comprovada m-f (art. 54, Lei n9.784/1999).

    Sindicabilidade significa que a Administrao Pblica est sujeita a controle, seja judicial ou pelaprpria Administrao (autotutela). Questo de Concurso(Cespe/TRE/Analista Judicirio/2012) O princpio da autotutela refere-se ao poder e dever dedeclarar a nulidade dos prprios atos, desde que praticados em desacordo com a lei.Gabarito: errado. Autotutela no se refere apenas a controlar atos ilegais. o controle de atoslegais, por meio da revogao, e de atos ilegais, por meio da anulao.

    5.2.6 Tutela ou controle administrativoVisa assegurar que a entidade descentralizada, no exerccio da sua autonomia, atue em

    conformidade com os fins que resultaram na sua criao.Quando a Administrao direta cria uma das entidades da Administrao indireta (autarquias,

    fundaes, empresas pblicas e sociedades de economia mista), ela permanecer vinculada ao entecentral, sujeitando-se ao controle de tutela administrativa, a fim de evitar que atue fora de suasfinalidades legais.

    OBSERVAO!O controle de tutela administrativa chamado de superviso ministerial, em nvel federal, conformeprev o Decreto-Lei n 200/1967. Em provas, tambm chamado de controle finalstico.

    5.2.7 HierarquiaEstabelece que os rgos da Administrao devam estar estruturados de forma que exista relao de

    coordenao e subordinao entre eles.

    OBSERVAO!No art. 2 da Lei n 9.784/1999 so relacionados os seguintes princpios: legalidade, finalidade,motivao, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditrio, seguranajurdica, interesse pblico e eficincia.

  • CAPTULO 2

  • OrganizaoAdministrativa1. CENTRALIZAO

    A Administrao direta/centralizada corresponde atuao direta pelo prprio Estado por meiode seus rgos. Significa que as entidades polticas (Unio, Estados, DF e Municpios) prestam aatividade administrativa por seus prprios rgos, ou seja, na relao entre o Poder Pblico e aatividade prestada no existe nenhuma pessoa.

    Conforme a lio de Hely Lopes Meirelles (2009), os rgos so centros de competnciadespersonalizados, institudos para o desempenho de funes estatais, por meio de seus agentes, cujaatuao imputada pessoa a que pertencem. Cada rgo tem necessariamente funes, cargos eagentes, mas distinto desses elementos que podem ser modificados, substitudos ou retirados semsupresso da unidade orgnica.

    O Decreto-Lei n 200/1967 dispe sobre a organizao da Administrao Federal e apresenta osseguintes conceitos:

    Art. 4 A Administrao Federal compreende:I A Administrao direta, que se constitui dos servios integrados na estrutura administrativa da Presidncia daRepblica e dos Ministrios.II A Administrao indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurdicaprpria:a) autarquias;b) empresas pblicas;c) sociedades de economia mista.d) fundaes pblicas.Pargrafo nico. As entidades compreendidas na Administrao indireta vinculam-se ao Ministrio em cuja rea decompetncia estiver enquadrada sua principal atividade.

    OBSERVAO!

    Devemos considerar os rgos do Poder Judicirio e do Poder Legislativo como Administrao diretaquando esto no exerccio de atividade administrativa.

    H, tambm, o conceito legal de rgo contido no art. 1, 2, da Lei n 9.784/1999, sendo a unidadede atuao integrante da estrutura da Administrao direta e da Administrao indireta.

    ATENO!Existem tambm rgos na estrutura da Administrao indireta.

  • 2. DESCENTRALIZAOOcorre quando a atividade administrativa est sendo prestada por pessoas diversas, e no pelo

    prprio ente poltico por meio de sua Administrao direta (rgos).A descentralizao pode resultar na criao de novas entidades administrativas (Administrao

    indireta descentralizao por outorga) que recebero atribuies especficas por meio de lei. Pode,tambm, ser descentralizada a atividade para particulares (descentralizao por colaborao), paraque executem servios pblicos por sua conta e risco, mediante concesso, permisso ou autorizao.

  • 3. DESCONCENTRAO a distribuio interna de competncias dentro da mesma pessoa jurdica, resultando na criao

    de rgos. Isso feito para descongestionar, tirar do centro um volume grande de atribuies. Nadesconcentrao h controle hierrquico. Assim, os rgos superiores podem revisar, controlar ecorrigir os atos de rgos subordinados.

    ExemploDentro do Ministrio do Trabalho h diversos rgos. uma desconcentrao. Para facilitar aAdministrao, descongestionar, mas todos os rgos so submetidos ao controle hierrquico doMinistro do Trabalho, e este submetido ao controle do Presidente da Repblica.A desconcentrao pode ocorrer na Administrao direta e indireta. Assim, quando uma autarquia(Administrao indireta) divide-se internamente em vrios rgos, h desconcentrao.

  • 4. ESTUDO DOS RGOSOs rgos integram a estrutura do Estado e das demais pessoas jurdicas no tm personalidade

    jurdica nem vontade prpria, mas, na rea de suas atribuies e nos limites de sua competnciafuncional, expressam a vontade da entidade a que pertencem. Os rgos so meros instrumentos deao das pessoas jurdicas.

    Caractersticas

    No possuem: personalidadejurdica (no sujeito dedireitos) patrimnioprprio capacidadeprocessual

    Excepcionalmente, rgos independentes e autnomos podem tercapacidade processual para a defesa de suas prerrogativasinstitucionais (capacidade processual = personalidade judiciria).

    Teorias dorgo

    Hoje, prevalece a teoria do rgo = pessoas jurdicas expressam sua vontade pormeio de seus rgos, que so titularizados por agentes pblicos (no se aplica teoriado mandato e da representao).

    Criao eextino dergos

    Por meio de leiOrganizao e funcionamento podem ser por meio de decreto,desde que no provoque aumento de despesa ou criao e extinode outros rgos (art. 84, VI, CF).

    4.1 Capacidade processual de rgosO rgo no possui, como regra, capacidade processual, ou seja, no pode figurar em qualquer dos

    polos de uma relao processual (ativo e passivo). Essa a regra. Entretanto, h rgos que podem tercapacidade para certos litgios, como o caso de impetrao de mandado de segurana por rgos denatureza constitucional, quando se trata de defesa de sua competncia. Cite-se como exemplo aAssembleia Legislativa Estadual. Contudo, essa exceo somente se aplica aos rgos independentes eautnomos para a defesa de suas prerrogativas institucionais.

    OBSERVAO!Excepcionalmente, rgos independentes e autnomos podem ter capacidade processual para defesade suas prerrogativas institucionais; ou seja, eventualmente, alguns rgos podem estar em juzo.

    4.2 Classificao dos rgos

    Independentes Autnomos Superiores Subalternos

    Existncia e origemfundamentada naprpriaConstituio

    Subordinam-se aochefe dos rgosindependentes;Planejamento,superviso,coordenao econtrole.

    Possuem atribuies dedireo, deciso e controle.

    Subordinam-sehierarquicamenteaos demaisrgos.

    Localizados na

  • Quanto posioestatal

    cpula de cada umdos trs Poderesrgos primrios doEstado.

    Auxiliamdiretamente osrgosindependentes;

    Subordinam-sehierarquicamente aos rgosindependentes e autnomos;

    Exercem apenasatividadeoperacional/executria;

    So dirigidos porseus membros queso agentespolticos.

    Possuem autonomiaadministrativa efinanceira;So dirigidos porseus membros queso agentespolticos.

    Possuem poder de direo,controle, deciso e comandode assuntos de suacompetncia;Sujeitos subordinao e aocontrole hierrquico de umachefia mais alta;Dirigidos e ocupados poragentes administrativos.

    Reduzido poderdecisrio;realizao deservios de rotina.Dirigidos eocupados poragentesadministrativos.

    Quanto estrutura

    Simples Compostos

    Um s centro de competncia;no h outros rgos internos.

    Dividido em outros rgos menores que realizamfunes principais do rgo superior e, tambm,funes auxiliares.

    Quanto atuaofuncional

    Singulares ou unipessoais Colegiados ou pluripessoais

    Deciso por meio de um nico agente. Deciso conjunta e majoritria dos membros.

  • 5. FORMAS DE DESCENTRALIZAO ADMINISTRATIVAO processo de criao das entidades da Administrao indireta decorrer da descentralizao por

    outorga, que tambm pode ser chamada de descentralizao tcnica, funcional, por servios oudelegao legal.

    H, tambm, a descentralizao por colaborao ou delegao, resultando na transferncia daexecuo de determinada atividade administrativa para particulares, mediante contrato de concessoou permisso de servios pblicos ou ato de autorizao. Nessa forma somente a execuo do servio transferida para particular, a titularidade permanece sob domnio estatal.

    Denominao Forma Resultado

    Outorga/tcnica/servios/funcional Lei (art. 37, XIX, CF)

    Criao das entidades daAdministrao indireta(autarquias, fundaes pblicas, EPse SEM).

    Colaborao/Delegao

    ato administrativo:autorizao de serviopblico; contrato administrativo:concesso e permisso deservios pblicos.

    Particulares como concessionrios,permissionrios ou autorizatrios deservio pblico.

    ATENO!

    Descentralizao por outorga transfere titularidade e execuo.Descentralizao por colaborao transfere apenas a execuo do servio.Descentralizao por outorga h controle finalstico (tutela administrativa, superviso ministerial)das entidades descentralizadas (no h hierarquia entre Administrao direta e indireta).

    Uma das caractersticas da Administrao indireta a especialidade de cada entidade. ExisteAdministrao indireta federal, estadual, municipal e no DF.

    Na descentralizao por outorga h controle finalstico, a fim de evitar que a entidadedescentralizada atue fora dos limites para qual foi criada.

    As entidades da Administrao indireta no esto subordinadas ao ente central, esto apenasvinculadas.

    NOTA!H, tambm, a descentralizao territorial ou geogrfica. Ocorre quando h, por lei, a criao deterritrios que sero considerados autarquias, pois recebem apenas autonomia administrativa.Atualmente, no existe essa forma de descentralizao no Brasil, pois os ltimos territrios (ex.:Fernando de Noronha) foram incorporados ou transformados em Estados.

  • 6. CRIAO DAS ENTIDADES DA ADMINISTRAOINDIRETA

    O art. 37, XIX, da CF estabelece a forma de criao das entidades da Administrao indireta:XIX somente por lei especfica poder ser criada autarquia e autorizada a instituio de empresa pblica, de sociedadede economia mista e de fundao, cabendo lei complementar, neste ltimo caso, definir as reas de sua atuao;

    Por lei especfica deve-se entender a lei elaborada somente com um nico objetivo, contendoapenas um nico assunto. Conforme o art. 37, XIX, da CF, atribuda a lei complementar a definiodas reas de atuao das fundaes.

    Quanto s autarquias, a lei cria a entidade. A partir da lei, a autarquia j tem sua existncia jurdica,dispensando qualquer tipo de registro. No caso das demais entidades, a lei apenas autoriza a criao;com o registro no rgo competente, estar constituda.

    Dependem ainda de autorizao legislativa, em cada caso, a criao de subsidirias e a participaode quaisquer das entidades da Administrao indireta em empresa privada.

    OBSERVAO!Vale salientar que o STF, apreciando a Ao Direta de Inconstitucionalidaden 1.649, entendeu que basta a lei autorizativa da empresa pblica ou sociedade de economia mistaconter uma autorizao geral para criao de subsidirias que se dispensa a autorizao legislativa emcada caso.

  • 7. ENTIDADES DA ADMINISTRAO INDIRETA7.1 AutarquiasConforme o Decreto-Lei n 200/1967, que dispe sobre a organizao da Administrao Federal, a

    autarquia o servio autnomo, criado por lei, com personalidade jurdica, patrimnio e receitaprprios, para executar atividades tpicas da Administrao Pblica, que requeiram, para seu melhorfuncionamento, gesto administrativa e financeira descentralizada.

    7.1.1 Caractersticas1 . Pratica atividade tpica de Estado: so as atividades de fiscalizao, regulao, servios

    pblicos, poder de polcia, dentre outras.Desse modo, como as autarquias devem exercer atividades tipicamente estatais, no podero

    exercer atividades econmicas. Essas atividades sero adequadas a outras pessoas administrativas,como as sociedades de economia mista (SEM) e empresa pblica (EP).

    ExemplosAssistenciais: auxlio a regies menos desenvolvidas ou a categorias especficas. (Incra, Adene).Previdencirias: (INSS).Culturais: (UFRJ, UnB).Profissionais: incumbidas da inscrio de certos profissionais e de fiscalizar sua atividade.(OAB, CRM, CRF, CRC etc.).Administrativas: (Inmetro).Atividades de controle: agncias reguladoras. (Anatel, Aneel, Anac, Antaq, Anvisa etc.).

    Aps o julgamento da ADI n 1.717/DF, est superada a divergncia sobre a natureza autrquica dosconselhos de fiscalizao profissional. O art. 58 da Lei n 9.649/1998 conferiu a esses conselhoscarter privado, dispondo que esse servio seja executado por delegao do Poder Pblico, mediantedelegao legislativa. O STF, ao julgar a referida ADI, fixou o entendimento de que a fiscalizao deprofisses atividade tpica do Estado que no se enquadra ao regime jurdico de direito privado.Portanto, devem ter a natureza de entidade autrquica. O STJ tambm possui julgados na mesmadireo[1], inclusive, reafirmou sua jurisprudncia, no mesmo sentido firmado pelo STF, considerandoque o regime jurdico nos conselhos profissionais deve ser obrigatoriamente estatutrio.[2]

    ATENO!

    O STF afirma que a OAB no entidade da Administrao indireta, no uma autarquia (ADI n3.026). Apesar de o STJ j ter decido que a OAB autarquia sui generis (nico em seu gnero), emvrios outros precedentes desse Tribunal tambm j ficou expresso que a OAB no autarquia(Informativo STF 456).

    2 . Criao e extino por lei: com o incio de vigncia da lei criadora que tem incio apersonalidade jurdica das autarquias. No necessita de registro.

    3 . Personalidade de direito pblico: so transferidas s autarquias todas as prerrogativas erestries desse regime.

    4. Capacidade/autonomia administrativa e financeira: no possuem autonomia poltica, ou seja,capacidade de auto-organizao e capacidade de legislar, pois essa autonomia s conferida aos entesfederativos.

    5. Especializao dos fins ou atividades: ao criar-se uma autarquia transfere-se a ela parte dasatribuies do ente federativo para que exera essa atividade com zelo pelo ente descentralizado

  • (princpio da especializao).6 . Sujeio a controle ou tutela: com a criao de entidades especializadas em determinada

    atividade, elas exercero suas atribuies com autonomia no que se refere s matrias que lhe sodestinadas. Entre as entidades descentralizadas e o ente federativo no h relao de subordinao e,sim, de vinculao. Ou seja, a entidade s est vinculada ao ente central, mas sem relao hierrquica.O controle que existe o controle de tutela ou controle administrativo, que afere se a entidade estatuando dentro dos limites que resultaram na sua criao e evita que pratique atos fora das matriasque lhe foram destinadas.

    ATENO!As entidades da Administrao indireta no esto subordinadas Administrao indireta, apenasvinculadas.

    7. Regime jurdico dos servidores: quanto aos dirigentes, so livremente nomeados e exoneradospelo Chefe do Executivo ou por auxiliar direto, exercendo cargos em comisso.

    Quanto aos seus servidores, devem ser estatutrios, com garantia de estabilidade, pois exercematividades de fiscalizao, regulao, controle, ou seja, atividades tpicas de Estado. (ADI n1.717/STF)

    8. Seus bens so considerados bens pblicos: conforme o Cdigo Civil de 2002, em seu art. 98:So pblicos os bens do domnio nacional pertencentes s pessoas jurdicas de direito pblico interno; todos os outrosso particulares, seja qual for a pessoa a que pertencem.

    9 . Responsabilidade objetiva do Estado na forma do art. 37, 6, da CF: na reparao deeventuais danos causados a terceiros no necessrio discutir dolo ou culpa, bastando provar:conduta, dano e nexo causal.

    7.1.2 Prerrogativas autrquicas Imunidade tributria: o art. 150, 2, da CF veda a instituio de impostos sobre opatrimnio, renda e os servios das autarquias, desde que vinculados as suas finalidadesessenciais ou que delas decorram. (O STJ entendeu que a imunidade abrange inclusive imveisalugados a terceiros, REsp n 285.799, Informativo STJ 128). Impenhorabilidade de seus bens e suas rendas: os pagamentos devem ser feitos porprecatrios judiciais (art. 100, CF) e a execuo obedece a regras prprias da lei processual (arts.730 e 731, CPC). Imprescritibilidade e seus bens: no esto sujeitos a usucapio. Prescrio quinquenal: dvidas e direitos em favor de terceiros contra autarquias prescrevemem cinco anos. Crditos sujeitos execuo fiscal: conforme a Lei de Execuo Fiscal, Lei n 6.830/1980, aexecuo judicial para cobrana da dvida ativa da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dosMunicpios e das respectivas autarquias seguir procedimento diferenciado. Constitui dvidaativa da Fazenda Pblica aquela definida como tributria ou no tributria na Lei n 4.320, de 17de maro de 1964, com as alteraes posteriores, que estatui normas gerais de Direito Financeiropara elaborao e controle dos oramentos e balanos da Unio, dos Estados, dos Municpios e doDistrito Federal. considerada Fazenda Pblica: Segundo Hely Lopes Meirelles (2009)

    a Administrao Pblica, quando ingressa em juzo por qualquer de suas entidades estatais, por suas autarquias, por suasfundaes pblicas ou por seus rgos que tenham capacidade processual, recebe a designao tradicional de FazendaPblica, porque o seu errio que suporta os encargos patrimoniais da demanda.

  • A Fazenda Pblica em juzo goza dos seguintes privilgios:a) aplicao do art. 188 Cdigo Processual Civil: art. 188. Computar-se- em qudruplo o prazo

    para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pblica ou o Ministrio Pblico.b) aplicao do art. 475 Cdigo Processual Civil: exige o reexame necessrio ou duplo grau de

    jurisdio obrigatrio. Trata-se de condio de eficcia da sentena desfavorvel em face dasautarquias que dever ser confirmada pelo Tribunal.

    7.2 FundaesConforme o Decreto-Lei n 200/1967, que dispe sobre a organizao da Administrao Federal a

    entidade dotada de personalidade jurdica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude deautorizao legislativa, para o desenvolvimento de atividades que no exijam execuo por rgos ouentidades de direito pblico, com autonomia administrativa, patrimnio prprio gerido pelosrespectivos rgos de direo, e funcionamento custeado por recursos da Unio e de outras fontes.

    7.2.1 Natureza das fundaesA tese atualmente dominante defende a existncia de dois tipos de fundaes

    pblicas/governamentais: as fundaes de direito pblico e as de direito privado, aquelassustentando personalidade jurdica de direito pblico, e estas de direito privado.

    Por esse entendimento, as fundaes de direito pblico so caracterizadas como verdadeirasautarquias, razo por que so denominadas de fundaes autrquicas ou autarquias fundacionais.Nesse sentido, temos os seguintes doutrinadores: Maria Sylvia, Digenes Gasparini, Cretella Jnior eo STF, RE n 101.126.

    7.2.2 Caractersticas1. Pratica atividades de carter social: ex.: sade, educao (UnB), cultura, pesquisa etc.2. Criao

    Se for fundao de direito privado, a lei apenas autoriza a criao; a personalidade jurdica adquirida com a inscrio da escritura pblica de sua constituio no Registro Civil de PessoasJurdicas. Se a fundao pblica for de natureza autrquica, a regra a ser aplicada a mesma que incidesobre as autarquias; a lei cria a nova entidade.

    3 . Possuem autonomia administrativa e financeira: ou seja, administram a si prprias, semsubordinao hierrquica.

    4. Deve ser criada sem fins lucrativos, embora possa obter lucro em virtude da gesto adotada; seassim for, tais lucros revertero ao atendimento dos fins da entidade.

    5 . Incidem as normas de contratao e licitao da Lei n 8.666/1993: todas as fundaespblicas devem sujeitar-se ao regime licitatrio.

    6. Imunidade tributria (art. 150, 2, da CF): a imunidade tributria extensiva s fundaesinstitudas e mantidas pelo Poder Pblico.

    7. Regime de pessoal: no regime de pessoal das fundaes de direito pblico aplica-se o mesmoregime dos servidores das autarquias, servidores estatutrios com garantia da estabilidade.

    J no caso das fundaes de direito privado, devem sujeitar-se ao regime da CLT, mas compertinncia das normas constitucionais do art. 37 da CF que veda a acumulao de cargos e anecessidade de concurso pblico.

    8 . Foro dos litgios: se fundao de direito privado, o foro a Justia estadual. Se de natureza

  • pblica e se for fundao criada em nvel federal, o foro ser a Justia Federal, nos termos do art. 109da CF.

    7.3 Sociedade de economia mista e empresa pblicaNas palavras de Carvalho Filho (2009), o Estado vale-se de tais entidades para a possibilidade de

    execuo de alguma atividade de seu interesse com maior flexibilidade, sem os impasses doemperramento burocrtico das pessoas jurdicas de direito pblico.

    O Estado afasta-se um pouco como Poder para assemelhar-se a um empresrio, que precisa deceleridade e eficincia para atingir seus objetivos.

    Tais entidades tm natureza hbrida/mista, j que sofrem o influxo de normas de Direito Privadoem alguns setores de sua atuao e de normas de Direito Pblico em outros, como a regra do concursopblico, prestao de contas ao Tribunal de Contas, necessidade de licitao. H sujeio ao regimejurdico prprio das empresas privadas quanto aos direitos e obrigaes civis, comerciais, trabalhistase tributrias. Veda-se ao Estado-empresrio a obteno de vantagens de que tambm no possamusufruir as empresas da iniciativa privada.

    O art. 173 da CF propicia a criao das estatais para o desempenho de atividade econmica apenasquando houver imperativo de segurana nacional ou relevante interesse coletivo. As empresasestatais esto sujeitas ao regime jurdico prprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitose obrigaes civis, comerciais, trabalhistas e tributrios.

    OBSERVAO!Segundo o STF, as empresas estatais prestadoras de servios pblicos possuem imunidade tributria(art. 150, VI, da CF) e pagam dbitos mediante precatrios (art. 100 da CF), assim, os bens soimpenhorveis (RE n 407.099).O STF entendeu que a imunidade tributria dos Correios (ECT) alcana todas as suas atividades,prestao do servio postal em carter exclusivo e atividades econmicas. (RE n 601.392, Pleno doSTF, decidido por maioria de votos).Assim, entende-se que as prestadoras de servios pblicos tm imunidade tributria eimpenhorabilidade de bens e rendas.

    Exemplos Empresa Pblica (EP): Serpro; Correios ECT; BNDES, Caixa Econmica Federal, Novacap-DF, Caesb-DF, Metr-DF, Casa da Moeda. Sociedades de Economia Mista (SEM): Banco do Brasil, Petrobras, CEB.

    Essas duas sociedades possuem traos comuns e traos distintivos. Veremos, primeiro, os traoscomuns entre a empresa pblica e a economia mista.

    7.3.1 Traos comuns Lei autoriza a criao (art. 37, XIX, da CF): somente com o registro no rgo competenteadquire personalidade jurdica.O STF tem decidido que, mesmo quando o Poder Pblico passa por qualquer fato jurdico, a detera maioria do capital da empresa, esta no poder ser considerada sociedade de economia mista,porque lhe faltar o elemento indispensvel a essa configurao: autorizao legal. Personalidade jurdica de direito privado: tanto a EP como a SEM so pessoas jurdicas dedireito privado que pertencem ao Estado. Sujeio ao controle do Tribunal de Contas: essa possibilidade foi confirmada pelo STF aojulgar o MS n 25.092 e o MS n 25.181.

  • Derrogao parcial do regime de direito privado por normas de direito pblico: como dito,so entidades privadas do Estado, mas que sofreram a influncia de uma srie de regras de direitopblico, como, por exemplo, a necessidade de concurso e a prestao de contas ao tribunalcompetente. Atividades desenvolvidas: podem desempenhar atividade de natureza econmica ou prestaode servios pblicos. Realizao de licitao para contratar: devem realizar licitao (CF, art. 22, XXVII), porm,o art. 173 da CF exige estatuto jurdico prprio para as exploradoras de atividade econmica,disciplinando, inclusive, como ser seu regime licitatrio. Contudo, esse estatuto ainda no foieditado. Assim, tratando-se de empresa pblica ou sociedade de economia mista que prestaservios pblicos, deve haver licitao, nos termos da Lei n 8.666/1993. Entretanto, se forentidade que explora atividade econmica, admite-se que na atividade-fim no se utilize a Lei n8.666/1993, quando puder comprometer sua competio com as demais empresas privadas.No entanto, o TCU considerou inconstitucionais o art. 67 da Lei n 9.478/1997 e o Decreto n2.745/1998, pois, em sua viso, os dois instrumentos legais afrontam a Constituio Federal quesubmete as empresas pblicas e as sociedades de economia mista observncia da licitao,devendo os procedimentos licitatrios dessas entidades serem delineados pela lei exigida no art.173, 1, da CF. O TCU vem reiterando a posio de que a Petrobras est sujeita observncia daLei n 8.666/1993 at a edio de lei especfica.Porm, o STF vem concedendo diversas medidas liminares, em mandados de seguranaimpetrados, considerando constitucionais os atos normativos expedidos pela Petrobras.[3]

    ATENO!

    O TCU considera inconstitucionais os atos normativos que permitem licitao simplificada para aPetrobras. Contudo, essa entidade tem conseguido no STF vrias decises permitindo a utilizao deseus regulamentos prprios, dispensando a utilizao da Lei n 8.666/1993 (Mandados de Seguranans 25.888, 25.986, 26.783, 27.232 e 27.743).Para concursos, s se deve responder conforme o TCU se for questionado expressamente quanto aoentendimento desse rgo. Caso contrrio, responder nos termos do entendimento do STF.

    Regime de trabalho: os empregados so regidos pela Consolidao das Leis Trabalhistas(CLT), ingressando na entidade mediante a realizao de concurso pblico. Porm, no se aplicao instituto da estabilidade, previsto no art. 41 da CF, mas o STF exige a motivao no ato dedemisso do empregado (RE n 589.998; julgamento em 19/3/2013). No caso dos cargos dedireo e membros de conselhos (fiscal e administrativo), esses so regidos por regimediferenciado, regime especial, que no tem definio em lei prpria.

    ATENO!

    As empresas estatais s se submetem ao teto remuneratrio se recebem recursos para pagamento depessoal ou custeio em geral.

    Responsabilidade por danos causados a terceiros: a responsabilidade objetiva se foremprestadoras de servios pblicos; se forem exploradoras de atividade econmica, aresponsabilidade subjetiva, na forma do art. 37, 6, da CF. Falncia: com o advento da Lei n 11.101/2005, que regula a recuperao judicial eextrajudicial, ficou positivado que a lei no se aplica EP e nem SEM. Como o legislador foi

  • peremptrio a respeito e no distinguiu as entidades, deve-se concluir que no se aplica oregime, independentemente da atividade que desempenham. No foi feliz o legislador, poisdeveria excluir do regime falimentar apenas as prestadoras de servios pblicos.

    Prestadora de servio pblico Atividade econmica

    Mais prxima do regime de Direito Pblico. Mais prxima do regime de DireitoPrivado.Possui imunidade tributria. No possui imunidade tributria.Bens privados. Bens vinculados prestao do servio soimpenhorveis. Bens privados.

    Dever de licitar. Devem licitar, salvo se relacionado atividade-fim.

    7.3.2 Traos distintivos Forma de organizao Sociedade de economia mista: ser sempre uma Sociedade Annima (SA). Empresa pblica: qualquer forma admitida em Direito, inclusive pode ser sociedade annima.Pode, tambm, ter forma indita, mas somente para as EPs criadas pela Unio, pois Estados eMunicpios no tm competncia para legislar sobre Direito Civil ou Comercial (art. 22, I, daCF).

    Composio do capital Sociedade de economia mista: capital pblico e privado com a maioria do capital social comdireito a voto (maioria das aes com direito a voto) no controle do Estado ou de pessoas daAdministrao indireta.

    IMPORTANTE!

    O capital pblico pode ser das pessoas de direito pblico (Unio, Estados, DF e Municpios) ou deoutras pessoas da Administrao indireta.

    Empresa pblica: capital totalmente pblico. possvel que mais de um ente federativocomponha o capital (ex.: Unio e DF), bem como pessoas da Administrao indireta, inclusiveoutra EP ou, at mesmo, uma SEM.

    Foro processualAs EPs federais, quando forem autoras, rs, assistentes ou opoentes, segundo o art. 109 da CF,tm suas aes processadas e julgadas na Justia Federal.As SEM tm suas aes processadas e julgadas na Justia estadual. O STF firmou essa posio naSmula n 517, s admitindo o deslocamento para a Justia Federal quando a Unio intervmcomo assistente ou opoente.

    IMPORTANTE!

    A diferena apenas abrange as EPs federais. As EPs estaduais e municipais litigaro na Justiaestadual no juzo fixado na Lei de Organizao Judiciria do Estado.

    ResumindoEmpresa pblica Sociedade de economia mista

    Forma de

  • organizao Qualquer forma. S.A (Sociedade Annima)

    Composiodo capital

    Pblico (podendo ser de mais de umente federativo ou de pessoa daAdministrao indireta).

    Pblico e privado.Maioria das aes com direito (maioria do capitalsocial) a voto tem que ser do Poder Pblico ou depessoa da Administrao indireta.

    Foroprocessual

    EP federal Justia Federal, seautoras, rs, assistentes ou opoentes,nos termos do art. 109 da CF.EP estadual, DF ou Municipal Justia estadual.

    Justia estadual.

    OBSERVAO!

    No tramitam na Justia Federal as aes trabalhistas, acidente do trabalho, falncia e JustiaEleitoral (art. 109, CF).

    7.4 AgnciasNo processo de modernizao do Estado, uma das medidas implementadas pelo Governo foi a

    criao de um grupo especial de entidades a que se denominou agncias, com maior independnciaem relao Administrao central.

    7.4.1 Agncias Executivas a qualificao atribuda autarquia ou fundao que firma contrato de gesto com o Ministrio

    ao qual est vinculada, para aumentar sua autonomia gerencial, oramentria e financeira (art. 37, 8, CF).

    8 A autonomia gerencial, oramentria e financeira dos rgos e entidades da Administrao direta e indireta poderser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o Poder Pblico, que tenha por objeto afixao de metas de desempenho para o rgo ou entidade, cabendo lei dispor sobre:

    Como exemplo de tratamento diferenciado, temos na Lei n 8.666/1993,art. 24, pargrafo nico, que aumenta de 10% para 20% o percentual sobre o limite do convite, nadispensa de licitao. Assim, por exemplo, as agncias executivas tero um limite de at R$ 16.000,00para a dispensa de licitao nas compras de pequeno valor.

    Agncia executiva o nome atribudo autarquia ou fundao que celebra contrato de gesto;contudo, a CF prev que os rgos e as entidades da Administrao indireta, tambm, possam firmarcontrato para aumentar sua autonomia gerencial, oramentria e financeira.

    CUIDADO!Agncia executiva no uma nova entidade da Administrao indireta; apenas resultado dequalificao dada autarquia ou fundao.

    7.4.2 Agncias ReguladorasSo consideradas autarquias em regime especial.A expresso autarquias em regime especial serve para designar todas as autarquias que tm

    regime diferenciado das demais. Inicialmente, essa denominao somente se referia s universidades,tendo em vista a maior autonomia conferida pela CF (art. 217). Posteriormente, o Banco Central foiincludo nessa categoria. Atualmente, tambm podemos considerar autarquias em regime especial asagncias reguladoras.

    Existem aquelas que exercem tpico poder de polcia. Ex.: Anvisa, ANA (a funo regulatria

  • dessas entidades decorre do exerccio do poder de polcia) e existem aquelas que regulam econtrolam as atividades objeto de concesso, permisso ou autorizao de servios pblicos(telecomunicaes, energia eltrica, transportes), Aneel e Anatel. As agncias reguladoras detmpoder normativo tcnico, que a competncia para editar atos normativos relacionados aos assuntosde sua atribuio. Esse fenmeno denominado de deslegalizao, uma vez que o assunto deixa de sertratado por lei e passa a ser disciplinado por atos normativos (ex.: resolues) inferiores lei.

    Regime especial Dirigentes investidos aps aprovao do Poder Legislativo; Mandato fixo dos dirigentes. O prazo de mandato fixado na lei de cada agncia reguladora.

    Apesar de no haver uma lei geral das agncias reguladoras, a Lei n 9.986/2000 estabelece normassobre recursos humanos para as agncias.

    Quanto ao regime jurdico dos servidores, a lei previa inicialmente o regime de emprego pblico(CLT), sendo previstos alguns cargos em comisso regidos pelo regime estatutrio. A lei anterior foiderrogada pela Lei n 10.871/2004, que instituiu o regime estatutrio. Hoje, portanto, os servidoresdevem sujeitar-se ao regime estatutrio. Inclusive, o STF teve a oportunidade de manifestar-se sobre oassunto na ADI n 1.717, quando deixou clara a impossibilidade de se transferir atividade de polcia doEstado a pessoas regidas pela CLT.

    OBSERVAO!Somente a Anatel e a ANP tm fundamento constitucional (arts. 21, XI, e 177, 2, III).

  • 8. TERCEIRO SETOR/PARAESTATAISO terceiro setor composto por entidades privadas que colaboram com o Estado no oferecimento de

    servios que sejam de interesse coletivo. So denominadas, para fins de concurso pblico, deparaestatais, apesar de haver, na legislao, em alguns momentos, meno a paraestatais comoentidades da Administrao indireta.

    O primeiro setor o Estado, composto pela Administrao direta e indireta.O segundo setor o mercado; so pessoas de direito privado que visam ao lucro.E o terceiro setor so pessoas privadas, incentivadas pelo Estado, que exercem uma atividade privadade interesse pblico.

    8.1 Servios sociais autnomos entidades do sistema SSo pessoas jurdicas de direito privado, sem fins lucrativos, destinadas a propiciar assistncia a

    determinados grupos profissionais.Exemplos

    Sesc, Senai, Senac, Senat etc.Tm seus recursos principalmente de contribuies sociais/parafiscais.Sua criao depende de lei autorizadora.O TCU entendia que deveria ser aplicada a Lei n 8.666/1993, mas mudou seu entendimento pois:

    a) o art. 22, XXVII, da CF s dirige o princpio da obrigatoriedade de licitao Administrao diretae indireta; b) a expresso entidades controladas s aplicvel s EPs e SEM. Atualmente, entende oTribunal que o Sistema S no precisa fazer licitao, mas deve editar regulamentos prprios queobservem os princpios da licitao.

    Esto enquadradas na imunidade do art. 150, VI, da CF (atendidos os requisitos da lei), pois sededicam as atividades de assistncia social e de educao para o trabalho. Dessa forma, possuemimunidade tributria.

    A Justia competente a Justia Comum estadual, pois so pessoas jurdicas de direito privado.

    8.2 Organizaes sociais (OSs)O Poder Executivo Federal poder qualificar como organizaes sociais pessoas jurdicas de direito

    privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, pesquisa cientfica, aodesenvolvimento tecnolgico, proteo e preservao do meio ambiente, cultura e sade,atendidos os requisitos da lei.

    Celebram contrato de gesto com o Poder Pblico.As organizaes sociais podem receber recursos oramentrios; utilizao de bens pblicos e

    servidores pblicos.A Lei n 9.648/1998, que trata da qualificao das organizaes sociais acrescentou o inciso XXIV

    ao art. 24 da Lei n 8.666/1993. Esse artigo enumera as hipteses de licitao dispensvel,possibilitando a dispensa de licitao na celebrao de contratos de prestao de servios com asorganizaes sociais, qualificadas no mbito das respectivas esferas de governo, para atividadescontempladas no contrato de gesto.

    Assim, para a qualificao da entidade privada como organizao social no h a obrigatoriedade delicitao. Entretanto, com a edio do Decreto n 5.504/2005 que, no seu art. 1, 1 e 5, passou aprever que, quando a organizao social a entidade contratante, e o contrato, relativo a obras,compras, servios e alienaes, envolver recursos ou bens repassados a ela pela Unio, previstos nocontrato de gesto, dever ser realizada, pela organizao social, licitao pblica prvia, de acordo

  • com o estabelecido na legislao federal pertinente (isto , com observncia da Lei n 8.666/1993 e daLei n 10.520/2002, esta ltima Lei Geral do Prego). Caso se trate de aquisio de bens e servioscomuns, ser obrigatrio o emprego da modalidade prego, preferencialmente o prego eletrnico.

    8.3 Organizaes da sociedade civil de interesse pblico (Oscip)Tambm resulta de uma qualificao conferida pelo Poder Pblico. No caso das Oscips, a Lei n

    9.790/1999 mencionou expressamente que o ato de qualificao de competncia do Ministrio daJustia.

    Seu campo de atuao semelhante ao da OS, entretanto mais amplo, envolvendo atividadescomo (art. 3, Lei n 9.790/1999):

    promoo da assistncia social, promoo da cultura, defesa e conservao do patrimnio histrico e artstico;experimentao, no lucrativa, de novos modelos socioprodutivos e de sistemas alternativos de produo, comrcio,emprego e crdito; promoo da segurana alimentar e nutricional; promoo da tica, da paz, da cidadania, dos direitoshumanos, da democracia e de outros valores universais; promoo gratuita da educao, observando-se a formacomplementar de participao das organizaes de que trata esta Lei; promoo gratuita da sade, observando-se aforma complementar de participao das organizaes de que trata esta Lei; defesa, preservao e conservao do meioambiente e do desenvolvimento sustentvel; promoo do desenvolvimentoeconmico e social e combate pobreza; promoo do voluntariado; promoo de direitos estabelecidos, construo denovos direitos e assessoria jurdica gratuita de interesse suplementar; estudos e pesquisas, desenvolvimento detecnologias alternativas, produo e divulgao de informaes e conhecimentos tcnicos e cientficos que digamrespeito s atividades mencionadas anteriormente.

    A Lei n 9.790/1999 apresenta uma lista de entidades que no podem se qualificar como Oscips(art. 2, Lei n 9.790/1999):

    as sociedades comerciais; os sindicatos, as associaes de classe ou de representao de categoria profissional; asinstituies religiosas ou voltadas para a disseminao de credos, cultos, prticas e vises devocionais e confessionais;as organizaes partidrias e assemelhadas, inclusive suas fundaes; as entidades de benefcio mtuo destinadas aproporcionar bens ou servios a um crculo restrito de associados ou scios; as entidades e empresas que comercializamplanos de sade e assemelhados; as instituies hospitalares privadas no gratuitas e suas mantenedoras; as escolasprivadas dedicadas ao ensino formal no gratuito e suas mantenedoras; as organizaes sociais; as cooperativas; asfundaes pblicas; as fundaes, sociedades civis ou associaes de direito privado criadas por rgo pblico ou porfundaes pblicas; as organizaes creditcias que tenham quaisquer tipo de vinculao com o sistema financeironacional.

    O vnculo que une a entidade ao Estado o chamado termo de parceria. A entidade pode perderessa qualificao a pedido ou mediante deciso proferida em processo administrativo, de iniciativapopular ou do Ministrio Pblico.

    Principais diferenas entre organizaes sociais (OS)e organizaes da sociedade civil de interesse pblico (Oscip)

    OS OscipRegida pela Lei n 9.637/1998 Regida pela Lei n 9.790/1999Qualificao pelo Poder Executivo Federal Qualificao pelo Ministrio da JustiaA qualificao ato discricionrio A qualificao ato vinculadoCelebra contrato de gesto Celebra termo de parceriaA lei no diz quem pode se qualificar (art. 1) A lei diz que no pode se qualificar (art. 2)A rea de atuao mais restrita. (art. 1) A rea de atuao mais ampla (art. 3)Podem receber bens pblicos e servidores Na lei no h essa previso

    [1] REsp n 820.696/RJ, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Quinta Turma, julgado em 2/9/2008, DJe 17/11/2008; REsp n879.840/SP, Rel. Ministro Francisco Falco, Primeira Turma, julg. 3/6/2008, DJe 26/6/2008.[2] REsp n 507.536/DF, Relator Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 6/12/2010.[3] Acrdo n 1.097/2010-Plenrio, TC-015.656/2007-2, Rel. Min. Aroldo Cedraz, 19/5/2010.

  • CAPTULO 3

  • ResponsabilidadeExtracontratual doEstado1. INTRODUO

    Neste tpico, analisaremos a chamada responsabilidade extracontratual, uma vez que aresponsabilidade decorrente do descumprimento de contrato administrativo (responsabilidadecontratual) estudada na Lei de Licitaes e Contratos Administrativos (Lei n 8.666/1993), com asconsequncias previstas nesse estatuto.

    Temos a responsabilidade objetiva quando a obrigao de reparar o dano no depende dacomprovao de dolo ou culpa. S admitida em situaes excepcionais como, por exemplo, nasrelaes de consumo (arts. 12 e 18 do Cdigo de Defesa do Consumidor) e nos danos ambientais (art.225 da CF).

    A responsabilidade civil do Estado, consagrada no art. 37, 6, da CF, objetiva. O referidodispositivo est consignado na Carta Maior, nos seguintes termos:

    As pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servios pblicos respondero pelos danosque seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsvel nos casosde dolo ou culpa.

    Assim, o Estado responder, independentemente de dolo ou de culpa, quando na prestao de umaatividade vier a causar dano aos particulares. Basta a vtima demonstrar: conduta, dano e nexo causal.

    Contudo, antes de fazer o estudo da responsabilidade objetiva, preciso estudar as teorias acerca daresponsabilidade estatal, pois somente com a Constituio de 1946 consagrou-se a responsabilidadeobjetiva.

  • 2. TEORIAS2.1 Teoria da irresponsabilidadeTeoria adotada na poca dos Estados absolutistas. Considerava-se que qualquer ideia de

    responsabilidade do Estado importaria em violao da soberania estatal. Tinha como principalfundamento a ideia de soberania do Estado, baseada no princpio de que o rei no pode errar (the kingcan do no wrong). O Estado era irresponsvel pelos atos praticados.

    2.2 Teorias civilistasPor volta do sculo XX, a tese da irresponsabilidade tornou-se superada. Entretanto, inicialmente,

    ao admitir-se a responsabilidade do Estado, eram adotados os princpios do Direito Civil, apoiados naideia de culpa.

    Inicialmente, havia a necessidade de identificao do agente pblico causador do dano, bem comoera preciso fazer distino entre os atos de imprio e de gesto, pois se admitia a responsabilidadecivil decorrente apenas dos atos de gesto.

    Essa teoria serviu de inspirao para o art. 15 do Cdigo Civil/1916. Entretanto, o Cdigo Civil de2002 estabeleceu a responsabilidade nos termos da CF.

    2.3 Teorias publicistasTm origem a partir do caso Blanco, ocorrido em 1873. A menina Agnes Blanco, ao atravessar a rua

    da cidade de Bordeaux, foi atropelada por uma vagonete da Cia. Nacional de Manufatura do Fumo; seupai promoveu ao civil de indenizao com base no princpio de que o Estado civilmenteresponsvel por prejuzos causados a terceiros em decorrncia da ao danosa de seus agentes.

    Comearam a surgir as teorias publicistas: teoria da culpa do servio (falta do servio) ou culpaadministrativa e teoria do risco, desdobrada, por alguns autores, em teoria do risco administrativo eteoria do risco integral.

    2.3.1 Teoria da culpa/faute du serviceA teoria da culpa procura desvincular a responsabilidade do Estado da ideia de culpa do

    funcionrio. A culpa ocorre quando o servio no funcionou, funcionou atrasado ou funcionou mal;vale dizer que existe a presuno de culpa. Por isso, o nome de culpa annima, uma vez que noprecisava identificar o funcionrio causador do dano.

    2.3.2 Teoria do risco administrativoSeguidamente, veio a teoria do risco, que serviu de fundamento para a responsabilidade objetiva do

    Estado. A ideia de culpa substituda pelo nexo de causalidade entre o funcionamento do servio e oprejuzo sofrido. Essa a teoria consagrada no art. 37, 6, da CF/1988.

    NOTA!Pela chamada teoria do risco integral, no se admite qualquer hiptese de excluso daresponsabilidade do Estado, como, por exemplo, a culpa exclusiva da vtima, caso fortuito ou foramaior. Ao contrrio da teoria do risco.A teoria do risco integral , segundo alguns autores, adotada no Brasil, mas de maneira excepcional, eapenas com expressa determinao legal. So, por exemplo, baseadas nessa teoria asresponsabilidades do Estado por danos nucleares (CF, art. 21, XXIII, d) e as hipteses de danosdecorrentes de atos terroristas, atos de guerra ou eventos correlatos, contra aeronaves de empresasareas brasileiras, conforme previsto nas Leis nos 10.309, de 22/11/2001, 10.605, de 18/12/2002, e

  • 10.744, de 9/10/2003.

    CUIDADO!Em concurso s se deve marcar que h teoria do risco integral, se a questo mencionar uma das trshipteses acima: dano nuclear, atos terroristas ou atos de guerra contra aeronaves brasileiras.

  • 3. RESPONSABILIDADE NO DIREITO BRASILEIROA Constituio Federal de 1946 inaugurou a tese da responsabilidade objetiva. Seguindo o mesmo

    raciocnio, a CF de 1988, no art. 37, 6, estabelece que: 6 As pessoas jurdicas de direito pblico e as de direito privado prestadoras de servios pblicos respondero pelosdanos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsvel noscasos de dolo ou culpa.

    Na forma do referido artigo, necessrio que se trate de pessoa jurdica de direito pblico ou dedireito privado prestadora de servios pblicos. Assim, ficam excludas as entidades daAdministrao indireta que explorem atividade econmica.

    Exige tambm o artigo em estudo que o agente causador do dano atue nessa qualidade. Com basenesse requisito, o Supremo Tribunal Federal tem afastado a responsabilidade objetiva do Estadoquando o agente pblico no tenha atuado nessa qualidade. Confiram-se os julgados a seguir:

    Responsabilidade civil do Estado. Morte. Vtima que exercia atividade policial irregular, desvinculada do serviopblico. Nexo de causalidade no configurado. (RE n 341.776, Rel. Min. Gilmar Mendes, julg. 17/4/2007, DJ3/8/2007).

    (...) Caso em que o policial autor do disparo no se encontrava na qualidade de agente pblico. Nessa contextura, no hfalar de responsabilidade civil do Estado. (RE n 363.423, Rel. Min. Carlos Britto, julg. 16/11/2004, DJE 14/3/2008).

    Responsabilidade civil objetiva do Estado. Artigo 37, 6, da Constituio. Crime praticado por policial militar duranteo perodo de folga, usando arma da corporao. Responsabilidade civil objetiva do Estado. Precedentes. (RE n418.023-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julg. 9/9/2008, DJE 17/10/2008).

    Agresso praticada por soldado, com a utilizao de arma da corporao militar: incidncia da responsabilidade objetivado Estado, m