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SUMÁRIO ATOS ADMINISTRATIVOS: CONCEITO, REQUISITOS, ATRIBUTOS, CLASSIFICAÇÃO, INVALIDAÇÃO .......... 1 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................................................................... 7 LICITAÇÕES: MODALIDADES (LEI Nº 8.666/93 E ALTERAÇÕES) ............................................................................. 12 SERVIDOR PÚBLICO. REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS ..................................................14 (LEI Nº 8.112/90 E ALTERAÇÕES) .....................................................................................................................................14 DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES (ARTS. 1º AO 4º) ..................................................................................................14 DO PROVIMENTO (ARTS. 5º AO 22 E 24 AO 32) .............................................................................................................14 DA VACÂNCIA (ARTS. 33 AO 35) ......................................................................................................................................18 DOS DIREITOS E VANTAGENS (ARTS. 40 AO 115)........................................................................................................19 DO REGIME DISCIPLINAR (ARTS. 116 AO 142) ............................................................................................................ 26 DA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR (ARTS. 183 AO 231). ................................................................................ 32 DAS DISPOSIÇÕES GERAIS (ARTS. 236 AO 242)........................................................................................................... 36 PROCESSO ADMINISTRATIVO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL – LEI Nº 9.784/99 E SUAS ALTERAÇÕES ...................................................................................................................................................... 37 DIREITO ADMINISTRATIVO 1 TEORIA GERAL DOS ATOS ADMINISTRATIVOS Conceito Ato administrativo é toda manifestação unilateral da Administração que, agindo nesta qualidade, tenha por fim imediato adquirir, extinguir, modificar, resguardar ou de- clarar direitos, ou ainda, impor obrigações a si próprio ou a terceiros. – Ato é manifestação unilateral de vontade. – Ato administrativo é manifestação unilateral de von- tade que produz efeitos jurídicos; Ato jurídico é qualquer manifestação unilateral que produz efeitos jurídicos; POR- TANTO: Todo ato administrativo é um ato jurídico. A prerrogativa da Administração de impor obrigação a um particular decorre do poder extroverso do Estado. O particular pode, por delegação, praticar ato administrativo como ocorre, por exemplo, com o oficial do cartório. O ato administrativo e o fato administrativo estão rela- cionados, pois o ato é a vontade da administração que acon- tece com o fato administrativo, como por exemplo, a ordem de serviço para construção de ponte (ato administrativo) e construção da ponte em si (fato administrativo). Fato administrativo não leva em consideração a produ- ção de efeitos jurídicos e sim um movimento na ação admi- nistrativa. É apenas a execução material das atividades do Es- tado, como o exemplo dado acima e outros: limpeza das ruas, desapropriação de bens privados, demolição de um prédio. A Administração também pode praticar atos em regime de Direito Privado, equiparando-se com os particulares, não se podendo falar, nesse caso, em atos administrativos, uma vez que a Administração se submete as regras do Direito Pri- vado. São exemplos: assinatura de cheques, doação, permuta. Requisitos e Elementos Na lição de Hely Lopes Meirelles, os requisitos cons- tituem a infraestrutura do ato administrativo e se ausentes provocam a invalidação do ato. Os elementos são: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. Os três primeiros são requisitos sempre vinculados, tanto nos atos discricionários como vinculados. Os dois últimos, motivo e objeto, são vinculados quando presentes nos atos vinculados e discricionários quando pre- sentes em um ato discricionário.

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SUMÁRIO

ATOS ADMINISTRATIVOS: CONCEITO, REQUISITOS, ATRIBUTOS, CLASSIFICAÇÃO, INVALIDAÇÃO .......... 1

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................................................................... 7

LICITAÇÕES: MODALIDADES (LEI Nº 8.666/93 E ALTERAÇÕES) ............................................................................. 12

SERVIDOR PÚBLICO. REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS ..................................................14

(LEI Nº 8.112/90 E ALTERAÇÕES) .....................................................................................................................................14

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES (ARTS. 1º AO 4º) ..................................................................................................14

DO PROVIMENTO (ARTS. 5º AO 22 E 24 AO 32) .............................................................................................................14

DA VACÂNCIA (ARTS. 33 AO 35) ......................................................................................................................................18

DOS DIREITOS E VANTAGENS (ARTS. 40 AO 115) ........................................................................................................19

DO REGIME DISCIPLINAR (ARTS. 116 AO 142) ............................................................................................................ 26

DA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR (ARTS. 183 AO 231). ................................................................................ 32

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS (ARTS. 236 AO 242) ........................................................................................................... 36

PROCESSO ADMINISTRATIVO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL – LEI Nº 9.784/99

E SUAS ALTERAÇÕES ...................................................................................................................................................... 37

DIREITO ADMINISTRATIVO

1

TEORIA GERAL DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Conceito

Ato administrativo é toda manifestação unilateral da Administração que, agindo nesta qualidade, tenha por fi m imediato adquirir, extinguir, modifi car, resguardar ou de-clarar direitos, ou ainda, impor obrigações a si próprio ou a terceiros.

– Ato é manifestação unilateral de vontade.– Ato administrativo é manifestação unilateral de von-

tade que produz efeitos jurídicos; Ato jurídico é qualquer manifestação unilateral que produz efeitos jurídicos; POR-TANTO: Todo ato administrativo é um ato jurídico.

A prerrogativa da Administração de impor obrigação a um particular decorre do poder extroverso do Estado. O particular pode, por delegação, praticar ato administrativo como ocorre, por exemplo, com o ofi cial do cartório.

O ato administrativo e o fato administrativo estão rela-cionados, pois o ato é a vontade da administração que acon-tece com o fato administrativo, como por exemplo, a ordem de serviço para construção de ponte (ato administrativo) e construção da ponte em si (fato administrativo).

Fato administrativo não leva em consideração a produ-ção de efeitos jurídicos e sim um movimento na ação admi-nistrativa. É apenas a execução material das atividades do Es-tado, como o exemplo dado acima e outros: limpeza das ruas, desapropriação de bens privados, demolição de um prédio.

A Administração também pode praticar atos em regime de Direito Privado, equiparando-se com os particulares, não se podendo falar, nesse caso, em atos administrativos, uma vez que a Administração se submete as regras do Direito Pri-vado. São exemplos: assinatura de cheques, doação, permuta.

Requisitos e Elementos

Na lição de Hely Lopes Meirelles, os requisitos cons-tituem a infraestrutura do ato administrativo e se ausentes provocam a invalidação do ato.

Os elementos são: competência, fi nalidade, forma, motivo e objeto. Os três primeiros são requisitos sempre vinculados, tanto nos atos discricionários como vinculados. Os dois últimos, motivo e objeto, são vinculados quando presentes nos atos vinculados e discricionários quando pre-sentes em um ato discricionário.

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2I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

Competência

É o poder conferido pela lei ao agente para o desem-penho específi co de suas atividades. Nenhum ato pode ser concretizado validamente sem que o agente disponha de poder legal para praticá-lo.

A competência é irrenunciável, mas pode ser delegada ou avocada. Uma vez violada regra de competência, estará confi gurado abuso de poder na espécie excesso de poder. O vício de competência pode ser convalidado se vício de com-petência ocorrer quanto à pessoa que realizou o ato, desde que o ato não seja de competência exclusiva.

Não é possível o uso da discricionariedade da compe-tência, pois é elemento vinculado de todo ato administrativo.

Finalidade

Todo ato administrativo tem por fi m a busca do inte-resse público.

A fi nalidade é elemento vinculado de todo ato admi-nistrativo, pois não se admite ato administrativo sem ou desviado de sua fi nalidade pública. Uma vez violada regra de fi nalidade estará confi gurado abuso de poder na espécie desvio de fi nalidade.

Vício na fi nalidade é insanável, não pode ser conva-lidado, pois não se admite outro interesse senão o público.

Forma

Em regra, todos os atos administrativos são formais, ou seja, seguem uma forma pré-determinada em lei. Segun-do Hely Lopes Meirelles, forma é o revestimento exteriori-zador do ato administrativo e constitui requisito vinculado e imprescindível à sua perfeição (validade).

No Direito Público, a forma é a regra; no Direito Pri-vado é a exceção.

O vício de forma pode ser convalidado, exceto quando lei estabelecer determinada forma como essencial à valida-de do ato.

ATENÇÃO! A Lei n° 9.784/99 abrandou esse requisito ao dispor que os atos do processo administrati-vo federal não dependem de forma determi-nada senão quando a lei a exigir.

Motivo

É o pressuposto de fato e de direito que leva a edição de um ato administrativo.

A Teoria dos motivos determinantes signifi ca que a motivação do ato deverá ser verdadeira para que ele tenha validade. O ato será válido somente se os motivos forem verdadeiros.

O vício no motivo é insanável, não pode ser convalidado. Motivo é elemento vinculado quando presente nos atos vinculados e discricionário quando presente nos atos dis-cricionários, ou seja, pode vir expresso em lei quando ato vinculado ou pode ser deixado ao critério do administrador quando ato discricionário.

ATENÇÃO! Motivação e motivo não se confundem. Mo-tivação são os motivos declarados expres-samente e serve para que os administrados conheçam os motivos que levaram a admi-nistração a praticar determinado ato. Todo ato precisa de motivo, mas nem todo ato precisa de motivação, como por exemplo, a nomeação e exoneração de cargo em comissão.

Segundo a Lei n° 9.784/99, os atos que precisam de motivação são aqueles que:

– Neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;– Imponham ou agravem deveres, encargos ou san-

ções;– Decidam processos administrativos de concurso ou

seleção pública;– Dispensem ou declarem a inexigibilidade de pro-

cesso licitatório;– Decidam recursos administrativos;– Decorram de reexame de ofício;– Deixem de aplicar jurisprudência fi rmada sobre a

questão ou discrepem de pareceres, laudos, propos-tas e relatórios ofi ciais;

– Importem anulação, revogação, suspensão ou con-validação de ato administrativo.

Objeto

Confunde-se com o próprio conteúdo do ato, por meio do qual a Administração manifesta seu poder e sua vontade, ou atesta simplesmente situações preexistentes (Hely Lopes Meirelles). São exemplos: multa, alvará etc.

O vício no objeto não pode se convalidado. No objeto dos atos vinculados, não há de se falar em

discricionariedade, pois a um motivo corresponde um único objeto, estabelecido em lei e de cumprimento obrigatório.

No objeto dos atos discricionários, há possibilidade de escolha do Poder Público, valorando o motivo e a escolha do objeto, dentre os autorizados na lei.

Mérito do ato administrativo, segundo Hely Lopes Meirelles consubstancia-se na valoração dos motivos e na escolha do objeto do ato, feitas pela Administração incum-bida de sua prática, quando autorizada a decidir sobre a conveniência, oportunidade e justiça do ato a realizar.

REQUISITOS

Competência

Poder conferido ao agente para o desem-penho de suas atividades. Irrenunciável.Se o agente exorbitar/extrapolar sua competência ocorrerá abuso de poder – excesso de poder.

Finalidade

Todo ato administrativo deve ser praticado buscando o fi m público.Se o agente desviar da fi nalidade pública ocorrerá abuso de poder – desvio de fi nali-dade.

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3D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

Forma

Em regra, o ato administrativo será formal. Exceção: os atos do processo administrativo federal não dependem de forma determina-da, salvo se a lei exigir. (Lei 9.784/99)

Motivo

Pressuposto de fato e de direito que leva a edição de um ato.Motivação: ocorre quando os motivos são declarados expressamente.

Objeto Identifi ca-se com o próprio conteúdo do ato.

Atributos do Ato Administrativo

São qualidades, características inerentes aos atos ad-ministrativos que os distinguem de atos jurídicos privados.

ATENÇÃO! Não se deve confundir atributos com requi-sitos do ato administrativo. Os requisitos constituem condições para sua validade. Os atributos são características peculiares que diferenciam os atos administrativos.

A doutrina também enumera como atributos a tipici-dade e a exigibilidade, porém, ambos não são adotados em concursos públicos.

Presunção de legitimidade

Signifi ca que todo ato administrativo possui uma pre-sunção relativa de que foi editado de acordo com a lei. Por ser uma presunção apenas relativa, cabe prova em contrá-rio. Essa presunção decorre do princípio da legalidade da Administração (art.37 da CF/88) e é atributo presente em todos os atos administrativos. O ônus da prova para invali-dação do ato administrativo é de quem a invoca.

ATENÇÃO! Presunção de legitimidade: não confunda com presunção de veracidade. Segundo a doutrina, a presunção de legitimidade signi-fi ca que há uma presunção de que o ato foi editado de acordo com a lei; a presunção de veracidade signifi ca que há uma presunção relativa de que os fatos alegados pela Admi-nistração são verdadeiros.

Autoexecutoriedade

Signifi ca que a Administração pode editar e executar seus próprios atos independentemente da manifestação de outro poder. Não está presente em todos os atos, como por exemplo, na execução de multas.

A autoexecutoriedade não afasta a apreciação judicial do ato e sim a necessidade da Administração de obter de-cisão judicial prévia para colocar ato em prática. Portanto, a decisão judicial que declarar a sua nulidade só será feita depois da prática do ato.

A autoexecutoriedade existe em duas situações: quan-do expressamente previsto em lei ou quando se tratar de medida urgente.

Imperatividade

Signifi ca que a Administração poderá impor seus atos aos particulares independentemente de sua concordância.

Só há imperatividade nos atos em que o Estado im-põe uma obrigação, ou seja, usa da coercibilidade para seu cumprimento ou execução. Por isso, esse atributo expressa o chamado poder extroverso do Estado. Não está presente em todos os atos, como por exemplo, em uma certidão.

ATRIBUTOS

Presunção da LegitimidadePresente em todos os atos.O ato já nasce com presunção relativa de validade.

AutoexecutoriedadeO poder da Administração de editar seus próprios atos, independente da manifesta-ção de outro poder.

Imperatividade

Poder conferido ao Estado de impor, unilateralmente, obrigações a terceiros inde-pendentemente de seu con-sentimento – Força coercitiva do Estado.

Classifi cação dos atos administrativos

A classifi cação dos atos administrativos não é unifor-me entre a doutrina. Segundo Hely Lopes Meirelles, os atos são classifi cados, inicialmente, quanto a seus destinatários, em atos gerais e individuais; quanto ao seu alcance, em atos externo e internos; quanto ao seu objeto, em atos de impé-rio, de gestão e de expediente; quanto ao seu regramento, em atos vinculados e discricionários.

Atos Gerais e Individuais

Os atos administrativos gerais produzem efeitos a pessoas indeterminadas, possuindo comandos gerais e abstratos, como por exemplo, os decretos regulamentares, instruções normativas etc. Por produzirem efeitos externos, precisam ser publicados na imprensa ofi cial para que seja ga-rantida sua efi cácia. Podem ser revogados a qualquer tempo.

Os atos administrativos individuais produzem efeitos a pessoas determinadas ou possíveis de serem determina-das. Podem abranger um ou mais administrado desde que seja possível a determinação destes. Se produzirem efeitos externos devem ser publicados na imprensa ofi cial. Quando estes atos geram direitos adquiridos tornam-se irrevogá-veis. Exemplo: nomeação.

Atos Internos e Externos

Atos externos produzem efeitos fora da Administra-ção. Segundo Hely Lopes Meirelles, é mais propriamente chamado de ato de efeitos externos e são todos aqueles que alcançam os administrados, contratantes e, em alguns ca-

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4I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

sos, os próprios servidores, provendo sobre seus direitos, obrigações, negócios ou conduta perante a Administração. A publicidade destes atos é princípio de legitimidade e mo-ralidade administrativa. Exemplo: instrução normativa.

Atos internos produzem efeitos apenas no âmbito da Administração, e por isso mesmo, normalmente incidem sobre os órgãos e agentes da administração que os expedi-ram. Como, em princípio, não geram direitos para os admi-nistrados, não necessitam ser publicados no Diário Ofi cial para vigerem e produzirem efeitos. Exemplo: circular, ordens de serviço, portaria de remoção de um servidor.

Atos de Império, Gestão e Expediente

Nos atos de império, o Estado age em supremacia, ou seja, a Administração impõe coercitivamente e unilateral-mente aos administrados. Exemplo: desapropriação.

Nos atos de gestão, o Estado age em igualdade, ou seja, a Administração não utiliza sua supremacia sobre os desti-natários. Exemplo: emissão de cheques.

Os atos de expediente são atos internos utilizados para o desenvolvimento dos serviços da rotina do órgão, sem ca-ráter decisório, sem caráter vinculante e sem forma espe-cial. Segundo Hely Lopes Meirelles, não podem vincular a administração em outorgas e contratos com os administra-dos, nomear ou exonerar servidores, criar encargos ou direi-tos para particulares ou servidores. Exemplo: memorando.

Ato Vinculado e Ato Discricionário

Vinculação é quando o agente público não possui li-berdade de atuação, pois lei fi xou todo o seu modo de agir. Ou seja, o agir do agente público fi ca inteiramente preso ao enunciado da lei.

Sempre serão elementos vinculados a competência, a fi nalidade e a forma, pois ninguém pode exercer poder administrativo sem competência legal, ou desviado do inte-resse público, ou com o procedimento diferente do estabe-lecido em lei. O ato vinculado não pode ser revogado, pois não foi realizado observando oportunidade e conveniência, porém pode ser declarado pela Administração ou pela pró-pria Administração como nulo. É exemplo de ato vinculado a homologação de concurso público.

Na discricionariedade, o agente público possui uma razoável liberdade de atuação, podendo valorar a oportuni-dade e conveniência da prática do ato. É a liberdade da ação Administrativa dentro dos limites permitidos em lei.

No ato discricionário, os requisitos competência, for-ma e a fi nalidade são sempre vinculados ao que a lei dispõe. No entanto, o motivo e objeto são elementos discricioná-rios onde são observadas a oportunidade e conveniência da Administração em praticar determinado ato. O motivo e o objeto são chamados de mérito do ato administrativo. A lei, a razoabilidade e a proporcionalidade são limites do ato discricionário. Sem os mesmos, ato discricionário será ilegal e poderá ser anulado pela Administração e pelo Poder Judiciário. É exemplo de ato discricionário a prorrogação de concurso público.

ATO VINCULADO ATO DISCRICIONÁRIO

Não há liberdade de atuação.

Há liberdade de atuação.

Todos os requisitos são vinculados.

Motivo e Objeto serão discricionários.

Não pode ser revogado.Motivo e Objeto – mérito do

ato administrativo.

Se o motivo for vinculado, o objeto também será.

Se o motivo for discricionário, o objeto também será.

Atos simples, complexo e composto

Simples: é aquele formado pela manifestação de vontade de um único órgão, unipessoal ou colegiado. Ex: multa do DETRAN.

Complexo: é o que necessita, para a sua formação, da manifestação de vontade de dois ou mais diferentes órgãos, ou seja, integram-se as vontades de vários órgãos para a obtenção de um mesmo ato. Isoladamente nenhum dos ór-gãos é sufi ciente para dar existência ao ato. Ex.: regimes especiais de tributação (manifestação de dois ministérios).

Composto: é o que resulta da vontade única de um ór-gão, mas, para produzir seus efeitos, ou seja para se tornar exequível, depende da manifestação de outro órgão. São duas manifestações para a formação de dois atos: um prin-cipal e um acessório. São todos aqueles que necessitam de homologação, aprovação ou autorização etc. Ex.: nomeação do Procurador Geral da República.

Ato Constitutivo, Extintivo, Declaratório, Alienativo, Modifi cativo e Abdicatório

Constitutivo: é aquele que cria uma nova situação jurí-dica individual para seus destinatários, em relação à Admi-nistração. Ex.: licença, nomeações sanções administrativas.

Extintivo: é aquele que põe fi m a situações jurídicas existentes. Ex.: cassação de autorização.

Declaratório: é aquele que apenas declara uma situa-ção preexistente, visando preservar direitos ou até mesmo possibilitar o seu exercício. Ex.: certidão.

Alienativo: é aquele que tem por fi m a transferência de bens ou direitos de um titular a outro. Ex.: decreto que transfere bens.

Modifi cativo: é o que tem por fi m alterar situações pre-existentes, sem provocar a sua supressão. Ex.: alterações de horários.

Abdicatório: é aquele por meio do qual o titular abre mão, abdica, de um determinado direito. Segundo Hely Lopes Meirelles, é incondicionável e irretratável. Precisa de autorização legislativa.

Ato Válido, Nulo e Inexistente

Ato válido é aquele que está de acordo com a lei, ou seja, está adequado as exigências da lei. Segundo Hely Lo-pes Meirelles, é o que provém de autoridade competente para praticá-lo e contém todos os requisitos necessários

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para sua efi cácia. É possível que o ato seja perfeito e inváli-do, ou seja, um ato pode ter completado todas as suas fases de formação e não estar de acordo com a lei. O ato válido pode não ser ainda exequível, por exemplo, por dependência de alguma condição suspensiva.

Nulo: é aquele que nasce com vício insanável, normal-mente resultante da ausência de um de seus requisitos. A declaração de nulidade tem efeitos ex tunc, ou seja, retroage até a sua origem, não tendo o condão de atingir terceiros de boa-fé.

Inexistente: é aquele que possui apenas aparência de manifestação de vontade da Administração, mas que não chegou a aperfeiçoar-se como ato administrativo. Não se originam da administração, mas de pessoas que se passam por agentes.

Ato Perfeito, Imperfeito, Pendente ou Consumado

Ato perfeito é aquele que já completou todas as etapas de formação, ou seja, teve seu ciclo de formação encerrado. Segundo Hely Lopes Meirelles, é aquele que reúne todos os elementos necessários à sua exequibilidade ou operativi-dade, apresentando-se apto e disponível para produzir seus regulares efeitos.

Imperfeito: é aquele que não completou o seu ciclo de formação ou carente de um ato complementar para tornar-se exequível ou operante.

Pendente: é aquele que embora perfeito, está sujeito a condição ou termo para que comece a produzir efeitos. O ato pendente pressupõe sempre um ato perfeito.

Consumado: é o que já exauriu os seus efeitos. Segun-do Hely Lopes Meirelles, é irretratável ou imodifi cável por lhe faltar objeto.

Ato efi caz

Ato é efi caz quando produzir efeitos imediatamente. O ato pode ser perfeito, válido e inefi caz, ou seja, seu ciclo de formação está completo e adequado às exigências da lei, no entanto, ainda não produz efeitos por depender de ou-tros fatores, como por exemplo, uma homologação de uma autoridade controladora. O ato inefi caz também é chamado de pendente.

Espécies de atos administrativos

Atos Normativos

São aqueles que normatizam uma situação, estabele-cendo regras gerais e complementares à lei, ou seja, contém comandos gerais e abstratos aplicáveis a todos os adminis-trados que se enquadrarem nas situações neles previstas. São os decretos regulamentares, instruções normativas, os regimentos internos etc.

Atos Ordinatórios

São atos administrativos internos, endereçados aos servidores públicos, que veiculam determinações atinentes ao adequado desempenho de suas funções. Também podem

veicular ordens aos particulares vinculados ao Estado. São inferiores em hierarquia aos atos normativos e decorrem diretamente do poder hierárquico. Ex.: circulares, avisos, portarias, ordem de serviço ou ofícios.

Atos Negociais

São os editados em situações nas quais uma determi-nada pretensão do particular coincide com a manifestação de vontade da Administração, ainda que o interesse da Ad-ministração naquela situação seja apenas indireto. Os atos negociais são específi cos, só operando efeitos jurídicos en-tre as partes – administração e administrado requerente–, impondo a ambos a observância de seu conteúdo e o respei-to as condições de sua execução. Segundo Hely Lopes Mei-relles, atos negociais são todos aqueles em que contêm uma declaração de vontade da Administração apta a concretizar determinado negócio jurídico ou a deferir certa faculdade ao particular, nas condições impostas ou consentidas ao poder público. Não há imperatividade ou coertividade nos atos negociais.

São espécies de atos negociais:

– Licença – ato negocial vinculado e defi nitivo, que deverá ser concedida sempre que o particular cum-pra os requisitos legais exigidos. A licença faculta ao administrado o desempenho de atividades ou a realização de fatos materiais antes vedados, como por exemplo, exercício de uma profi ssão.

– Autorização – ato negocial precário (pode ser revo-gado a qualquer momento) e discricionário, em que a Administração faculta ao particular determinada atividade de seu exclusivo interesse ou a utilização de bem público, ou a prestação de serviços públicos. Não há direito subjetivo à obtenção ou à continuidade de autorização.

– Permissão – ato negocial precário e discricionário, em que a administração possibilita ao particular rea-lizar determinadas atividades cujo interesse predo-minante seja da coletividade. Segundo Hely Lopes Meirelles, é admissível a permissão condicionada, ou seja, aquela em que o próprio poder público auto-limita-se na faculdade discricionária de revogá-la a qualquer tempo, fi xando em norma legal o prazo de sua vigência e/ou assegurando outras vantagens ao permissionário, como incentivo para a execução do serviço. Exemplo: ocupação de bem público (banca de jornal) ou desempenho de atividade de interesse público (táxi).

Atos Enunciativos

Não contém uma manifestação de vontade da Admi-nistração. Apenas declaram, a pedido do interessado, uma situação jurídica preexistente relativa a um particular. Se-gundo Hely Lopes Meirelles, atos enunciativos são todos aqueles em que a Administração se limita a certifi car ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre determinado assunto, sem se vincular ao seu enunciado. Não possuem imperatividade, pois não impõem obrigações.

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6I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

São espécies de Atos Enunciativos:

– Certidão: é uma cópia de um registro constante de algum livro em poder da Administração que seja de interesse do Particular. O poder público não mani-festa sua vontade, apenas transcreve para o docu-mento a ser fornecido aos interessados o que consta em seus arquivos.

– Atestado: é uma declaração da Administração refe-rente a uma situação de quem tem conhecimento em razão de atividade de seus órgãos. O declarado no atestado não consta em nenhum livro ou arquivo da Administração, pois presta-se à comprovação de fatos ou situações, passíveis de modifi cações frequentes.

– Parecer: é um documento técnico, de caráter opina-tivo, emitido por órgão especializado na matéria de que trata. Um parecer aprovado por ato de autori-dade competente passa a vincular a Administração, tornando-se norma de procedimento interno, de ob-servância obrigatória para todos que estão subordi-nados a autoridade que tenha aprovado.

Atos Punitivos

São aqueles utilizados pelo Estado para aplicação de sanções diretamente aos servidores ou aos particulares. Decorrem do poder disciplinar ou do poder de polícia. A administração não precisar ir ao Judiciário pois o ato admi-nistrativo é autoexecutório.

Ex.: a) aplicação de multas administrativas; b) interdi-ção de atividades; c) destruição de coisas.

Extinção dos atos administrativos

Anulação

Ocorre quando o ato praticado for ilegal. Baseia-se em razões de legitimidade ou legalidade. A anulação pode ser declarada pela própria Administração ou pelo Poder Judici-ário se provocado.

A anulação feita pela própria administração é a forma normal de invalidação de atividade ilegítima do Poder Pú-blico e decorre do poder de autotutela do Estado. É impor-tante que a autoridade, ao invalidar um ato, demonstre a nu-lidade com que foi praticado, evidenciando a infração legal.

A anulação feita pelo Poder Judiciário ocorre desde que os atos sejam levados a sua apreciação pelos meios pro-cessuais cabíveis que permitem a anulação. O controle judi-cial é unicamente da ilegalidade, não podendo revogar atos inconvenientes ou inoportunos.

Tem efeito ex-tunc, ou seja, os efeitos da anulação re-troagem até a origem do ato, invalidando consequências pas-sadas, presente e futuras. Portanto, os atos declarados nulos não produzem nenhum efeito salvo para o terceiro de boa fé.

A Lei n° 9784/99 determina que os atos ilegais devem ser anulados no prazo decadencial de 5 anos. Esse entendi-mento legal e doutrinário reafi rma a necessidade de segu-rança e estabilidade jurídica na atuação da Administração.

Em certos casos, a Administração pode deixar de anu-lar um ato quando constatar que sua nulidade é mais preju-dicial do que a manutenção de um ato ilegal.

Inexistem direito adquiridos em face de anulação do ato devido à ilegalidade do mesmo.

Revogação

É a supressão de um ato legal (legítimo) que se tornou inconveniente ou inoportuno. A revogação somente pode ser declarada pela Administração. Toda revogação pressu-põe um ato legal e perfeito, mas inconveniente ao interesse público.

O Judiciário, em sua função típica, nunca pode revo-gar ato da administração, pois nunca/jamais pode analisar o mérito administrativo.

Tem efeito ex-nunc, ou seja, os efeitos da revogação não retroagem. A Administração deve manter os efeitos passados do ato revogado, não atingindo os direitos adqui-ridos até a data da revogação do ato.

São atos irrevogáveis aqueles que geram direitos sub-jetivos ao destinatário; os que exaurem desde logo os seus efeitos; atos vinculados, pois não há liberdade de atuação; atos meramente declaratórios e atos que fazem parte do pro-cedimento administrativo (é possível revogar todo o proce-dimento e não um único ato).

ANULAÇÃO

(deve)REVOGAÇÃO

(pode)

Quem ordenaAdministração e

JudiciárioAdministração

Motivo IlegalidadeConveniência e Opor-

tunidade

Efeitosex tunc – retroage

ex nunc - não retroage

Direitos adquiridos

Inexistem Prevalecem

PressupostosProcesso Ad-ministrativo e

Judicial

Processo Adminis-trativo

ATOS LEGAIS QUE NÃO PODEM SER REVOGADOS

Atos consumados, que exauriram seus efeitos.

Atos vinculados, pois nestes não há liberdade de atuação.

Atos que geram direitos adquiridos.

Atos meramente declaratórios.

Atos que fazem parte de um procedimento administrativo.

ATOS QUE NÃO PODEM SER DELEGADOS

Edição de atos de caráter normativo.

Decisão de recursos administrativos.

Matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

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7D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

Cassação

É o desfazimento do ato administrativo quando o seu benefi ciário descumpre os requisitos que permitam a manu-tenção do ato e de seus efeitos. Funciona como uma sanção para o particular que deixou de cumprir as condições exigi-das para a manutenção de um determinado ato.

OUTRAS FORMAS DE EXTINÇÃO DO ATOADMINISTRATIVO

Extinção Natural

Desfaz-se pelo mero cumprimento de seus efeitos. Exemplo: licença para show.

Extinção Subjetiva

Ocorre quando há o desaparecimento do sujeito que se benefi ciou do ato. Exemplo: morte.

Extinção Objetiva

Ocorre quando desaparece o próprio objeto do ato. Exemplo: ato de interdição de empresa é extinto quando a empresa é extinta pelos sócios.

Renúncia

O ato extingue os seus efeitos porque o próprio benefi -ciário abriu mão de uma vantagem de que desfrutava.

Caducidade

Ocorre quando uma nova legislação impede a perma-nência da situação anteriormente consentida pelo Poder Pú-blico, ou seja, o ato passa a ser contrário a lei.

Contraposição

A retirada do ato se dá porque foi emitido um ato com fundamento em competência diversa que gerou o ato anterior, mas cujos efeitos são contrapostos aos daqueles. Exemplo: exoneração que tem efeitos contrapostos a nomeação.

Convalidação

A convalidação tácita ocorrerá se a Administração não anular seus atos ilegais de que decorram de efeitos favorá-veis a seus destinatários no prazo decadencial de 5 (cinco) anos, salvo comprovado má-fé. Importa ressaltar que a con-validação tácita poderá ocorrer com qualquer requisito.

Já a convalidação expressa ocorre quando a Adminis-tração, expressamente, edita um ato a fi m de convalidar ou-tro. Somente é possível a convalidação expressa, se o defei-to for sanável, não acarretar prejuízo a terceiro e não causar lesão ao interesse público. Os vícios na fi nalidade, motivo e objeto são insanáveis. Por sua vez, são defeitos sanáveis, os vícios na competência (desde que não seja exclusiva) e na forma (desde que não seja essencial à validade do ato).

Ressalte-se que os atos sanáveis poderão ser convali-dados pela própria Administração.

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Conceito, Peculiaridades e Interpretação

A Lei n°. 8.666/93 dispõe “Para os fi ns desta Lei, con-sidera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a deno-minação utilizada”.

Hely Lopes Meirelles defi ne contratos administrativos como “o ajuste que a Administração Pública, agindo nessa qualidade, fi rma com particular ou outra entidade adminis-trativa para a consecução de objetivos de interesse público, nas condições estabelecidas pela própria Administração”.

Os contratos administrativos são regidos por normas de direito público. Entretanto, é possível aplicação supletiva de normas e princípios de direito privado.

As peculiaridades dos contratos administrativos con-sistem nas denominadas cláusulas exorbitantes. Cláusulas exorbitantes são aquelas que exorbitam e extrapolam as cláusulas comuns do direito privado, pois garantem a uma das partes determinadas prerrogativas não extensíveis a outra. Se previstas em um contrato privado serão conside-radas ilegais.

Formalização

Em regra, os contratos administrativos são sempre for-mais e escritos, salvo para pequenas compras de até quatro mil reais que podem ser verbais – compras de pronto pagamento.

O resumo do instrumento do contrato deve ser publica-do em até 20 (vinte) dias, contados do 5º (quinto) dia útil do mês seguinte da assinatura. Esta publicação é indispensável para sua efi cácia.

O contrato administrativo, em regra, tem início após o término do procedimento licitatório. Porém, em certos casos, a Administração poderá contratar sem prévia reali-zação de licitação; nesses casos, o contrato administrativo tem início quando fi ndo o processo de dispensa ou de inexi-gibilidade de licitação.

Execução

O art. 66 da Lei de Licitações dispõe: “O contrato de-verá ser executado fi elmente pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas consequências de sua inexecução total ou parcial.”

A execução do contrato ocorre com a realização de seu objeto pela contratada e pela contraprestação por parte da Administração.

Regime de Execução nos contratos de obras e serviços

A execução dos contratos administrativos de obras e serviços poderá ocorrer sob os seguintes regimes de exe-cução:

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– Empreitada por preço global – quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total.

– Empreitada por preço unitário – quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas.

– Tarefa – quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais.

– Empreitada integral – quando se contrata um em-preendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações ne-cessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de en-trada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segu-rança estrutural e operacional e com as característi-cas adequadas às fi nalidades para que foi contratada.

Cláusulas Exorbitantes

As cláusulas exorbitantes são aquelas que exorbitam, extrapolam as cláusulas comuns do direito privado.

São espécies de cláusulas exorbitantes:– Exigência de garantia: a exigência ou não de garantia é

um ato discricionário. Portanto, se exigida deverá cons-tar do edital.

O contratado poderá optar por uma das seguintes mo-dalidades:

– caução em dinheiro ou títulos da dívida pública;– seguro-garantia;– fi ança bancária.Destaca-se que a garantia não pode exceder 5% do valor

do contrato, ou 10% no caso de contratações de grande vulto.– Poder de alteração unilateral do contrato: a Admi-

nistração pode alterar unilateralmente o contrato, quando houver modifi cação no projeto original, nos seguintes percentuais:

– 25 % é a regra geral (obras e serviços);– 50 % no caso de reforma, somente para os acrésci-

mos, sendo o limite de supressão de 25%.– Possibilidade de rescisão unilateral do contrato: o

art. 78 da Lei n°. 8.666/93 enumera as hipóteses de rescisão do contrato. No caso dos incisos XII e XVII, o particular será indenizado, pois ocorreu sem a sua culpa.

O particular para rescindir o contrato deve ir a justiça; já a Administração pode rescindi-lo sem ir ao judiciário.

– Manutenção do equilíbrio fi nanceiro do contrato: a equação fi nanceira originalmente fi xada no momento da celebração do contrato deverá ser respeitada pela Administração. Tem previsão legal de reajuste perió-dico de preços e tarifas.

– Poder de fi scalização, acompanhamento e ocupação temporária: a Administração deve fi scalizar cons-tantemente o contrato, e poderá ocupar temporaria-mente as instalações a qualquer momento que julgar necessário.

– Aplicação direta de penalidades contratuais: a Ad-ministração pode aplicar diretamente as penalidades sem necessidade de ir ao Poder Judiciário. As san-ções administrativas estão previstas nos artigos 86 e 87 da Lei n°. 8.666/93.

– Restrições ao uso da cláusula “exception non adim-pleti contractus”: não pode o particular deixar de cumprir o contrato mesmo que a Administração deixe de efetuar o pagamento. Entretanto, se o atra-so for superior a 90 (noventa) dias pode ser rescindi-do judicialmente pelo particular.

Duração do Contrato Administrativo

A Lei n° 8.666/93 prevê expressamente que é vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.

As cláusulas que estabelecem os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observa-ção e de recebimento defi nitivo, conforme o caso, são cláu-sulas necessárias em todo contrato.

A duração dos contratos administrativos fi ca restrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos contratos relativos:

– Aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido pre-visto no ato convocatório.

– À prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obten-ção de preços e condições mais vantajosas para a ad-ministração, limitada a 60 (sessenta) meses – em ca-ráter excepcional, devidamente justifi cado e mediante autorização da autoridade superior, esse prazo poderá ser prorrogado por até 12 (doze) meses.

– Ao aluguel de equipamentos e à utilização de progra-mas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta) meses após o início da vigência do contrato.

Ressalte-se que toda prorrogação de prazo deverá ser justifi cada por escrito e previamente autorizada pela autori-dade competente para celebrar o contrato.

Inexecução, Revisão e Rescisão

A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as consequências contratuais e as previstas em lei ou regulamento.

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Constituem motivo para rescisão do contrato:– O não cumprimento de cláusulas contratuais, espe-

cifi cações, projetos ou prazos –, nesse caso poderá ser determinada a rescisão do contrato por ato uni-lateral e escrito da Administração;

– O cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especifi cações, projetos e prazos – nesse caso po-derá ser determinada a rescisão do contrato por ato unilateral e escrito da Administração;

– A lentidão do seu cumprimento, levando a adminis-tração a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos estipu-lados – nesse caso poderá ser determinada a rescisão do contrato por ato unilateral e escrito da Administração;

– O atraso injustifi cado no início da obra, serviço ou fornecimento – nesse caso poderá ser determinada a rescisão do contrato por ato unilateral e escrito da Administração;

– A paralisação da obra, do serviço ou do forneci-mento, sem justa causa e prévia comunicação à ad-ministração – nesse caso poderá ser determinada a rescisão do contrato por ato unilateral e escrito da Administração;

– A subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato – nesse caso poderá ser determinada a rescisão do contrato por ato unilateral e escrito da Administração;

– O desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para acompanhar e fi scalizar a sua execução, assim como as de seus superiores – nes-se caso poderá ser determinada a rescisão do contrato por ato unilateral e escrito da Administração;

– O cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do § 1° do art. 67 desta lei – nesse caso poderá ser determinada a rescisão do contrato por ato unilateral e escrito da Administração;

“O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.” (Lei n°. 8.666/93, art. 67 §1°)

– A decretação de falência ou a instauração de insol-vência civil – nesse caso poderá ser determinada a rescisão do contrato por ato unilateral e escrito da Administração;

– A dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado – nesse caso poderá ser determinada a rescisão do contrato por ato unilateral e escrito da Administração;

– A alteração social ou a modifi cação da fi nalidade ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato – nesse caso poderá ser determinada a rescisão do contrato por ato unilateral e escrito da Administração;

– Razões de interesse público, de alta relevância e am-plo conhecimento, justifi cadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no proces-so administrativo a que se refere o contrato – nesse caso poderá ser determinada a rescisão do contrato por ato unilateral e escrito da Administração;

– A supressão, por parte da administração, de obras, serviços ou compras, acarretando modifi cação do va-lor inicial do contrato além do limite permitido no § 1º do art. 65 desta lei;

O contratado fi ca obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supres-sões que se fi zerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de re-forma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos. (Lei n°. 8.666/93, art. 65 §1°)

– A suspensão de sua execução, por ordem escrita da administração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade públi-ca, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e con-tratualmente imprevistas desmobilizações e mobili-zações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;

– O atraso superior a 90 (noventa) dias dos paga-mentos devidos pela administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calami-dade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;

– A não liberação, por parte da administração, de área, local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais especifi cadas no projeto;

– A ocorrência de caso fortuito ou de força maior, re-gularmente comprovada, impeditiva da execução do contrato – nesse caso poderá ser determinada a rescisão do contrato por ato unilateral e escrito da Administração;

– Descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.

Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos autos do processo, assegurado o contraditó-rio e a ampla defesa.

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A rescisão do contrato poderá ser:

– Determinada por ato unilateral e escrito da Admi-nistração, nos casos previstos em lei;

– Amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação, desde que haja con-veniência para a Administração;

– Judicial, nos termos da legislação.

Observações importantes

– A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de autorização escrita e fundamentada da autoridade competente.

– Quando a rescisão ocorrer nas hipóteses seguintes, sem que haja culpa do contratado, este será ressar-cido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a devolução de garantia, aos pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão, e ao pagamento do custo da desmobilização.

– Razões de interesse público;– Supressão, por parte da administração, de obras,

serviços ou compras, acarretando modifi cação do valor inicial do contrato além do limite permitido em lei;

– Suspensão de sua execução, por ordem escrita da ad-ministração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigató-rio de indenizações pelas sucessivas e contratual-mente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas;

– Atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já re-cebidos ou executados, salvo em caso de calamida-de pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;

– Não liberação, por parte da administração, de área, lo-cal ou objeto para execução de obra, serviço ou forne-cimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais especifi cadas no projeto;

– Ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regu-larmente comprovada, impeditiva da execução do contrato.

– Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cronograma de execução será prorro-gado automaticamente por igual tempo.

Alteração dos Contratos

De acordo com o previsto no art. 65 da Lei n° 8.666/93, os contratos administrativos poderão ser alterados, com as devidas justifi cativas, nos casos seguintes:

Unilateralmente pela Administração:

– Quando houver modifi cação do projeto ou das espe-cifi cações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;

– Quando necessária a modifi cação do valor contra-tual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites legalmente permitidos.

Por acordo das partes:– Quando conveniente a substituição da garantia de

execução;– Quando necessária a modifi cação do regime de exe-

cução da obra ou serviço, bem como do modo de for-necimento, em face de verifi cação técnica da inapli-cabilidade dos termos contratuais originários;

– Quando necessária a modifi cação da forma de pa-gamento por imposição de circunstâncias superve-nientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao crono-grama fi nanceiro fi xado, sem a correspondente con-traprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;

– Para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a re-tribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a ma-nutenção do equilíbrio econômico-fi nanceiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos impre-visíveis, ou previsíveis porém de consequências in-calculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, confi gurando área eco-nômica extraordinária e extracontratual.

O contratado fi ca obrigado a aceitar, nas mesmas con-dições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fi ze-rem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acrés-cimos. Ressalte-se que os contratantes poderão, mediante acordo celebrado, exceder tal limite para supressão.

No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Adminis-tração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados.

Ocorrendo alteração unilateral do contrato que aumen-te os encargos do contratado, a Administração deverá resta-belecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-fi nanceiro inicial.

Destaca-se que a variação do valor contratual para fa-zer face ao reajuste de preços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações fi nanceiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suple-mentares até o limite do seu valor corrigido, não caracte-rizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.

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CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

As principais características dos contratos adminis-trativos são:

• Acordo de vontades ou consensualidade: o contrato administrativo é um acordo de vontades, portanto não há que se falar em contratação compulsória;

• Atuação da Administração como Poder Público: prerrogativas conferidas à Administração para fi scalizar, impor penalidade e alterar unilateral-mente as cláusulas;

• Administração contratante: a presença da Administração é requisito essencial do contrato administrativo. Entretanto, nem todo contrato celebrado pela Administração é um contrato administrativo, uma vez que essa poderá fi rmar contratos onde o vínculo contratual é tipicamente privado.

• Interesse Público: na celebração dos contratos administrativos predomina o interesse público.

• Formalismo: os contratos administrativos são formais e escritos, salvo para pequenas compras de até 4 (quatro) mil reais, quando poderão ser verbais. A publicação do resumo do contrato é indispensável para sua efi cácia.

• Natureza de contrato de adesão: as cláusulas do contrato administrativo são preestabelecidas pela Administração. Assim, o particular apenas se adere ao contrato, o que caracteriza um contrato de adesão.

• Natureza Intuito personae: em regra, os contratos administrativos são pessoais, devendo ser execu-tados pelo licitante vencedor. Se previsto no edital e com a concordância da Administração, o licitante vencedor poderá subcontratar. Ressalte-se que, no caso de serviços técnicos especializados, é vedada a subcontratação.

• Onerosidade: o contrato administrativo é oneroso, ou seja, envolve gastos.

• Comutatividade: o contrato administrativo é comutativo, pois o objeto do contrato realizado pelo particular equivale à contraprestação pecuniária da Administração e vice-versa.

• Cláusulas Exorbitantes: são aquelas que conferem à Administração prerrogativas não extensíveis a outra parte – princípio da supremacia do interesse público. Essas cláusulas são comuns em contratos administrativos, e se previstas em um contrato privado serão ilícitas, pois garantem a uma das partes prerrogativas não extensíveis a outra.

PRINCIPAIS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Contrato de Obra Pública

Contrato de obra pública consiste em um acordo ce-lebrado entre a Administração Pública e o particular. Em

regra, esse contrato será precedido de licitação pública cujo objeto é a realização de uma construção, fabricação, refor-ma, recuperação ou ampliação.

A execução dos contratos de obra pública poderá ocor-rer sobre os seguintes regimes de execução:

• empreitada por preço global;• empreitada por preço unitário;• tarefa;• empreitada integral.

Contrato de Serviço

O contrato de serviço é um ajuste fi rmado entre a Ad-ministração Pública e o particular. Em regra, esse contra-to também será precedido de licitação pública cujo objeto é a realização de atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: de-molição, conserto, instalação, montagem, operação, con-servação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profi ssionais. O contrato de serviço será fi rmado por prazo determinado.

Contrato de Fornecimento

O contrato de fornecimento é um acordo celebrado entre a Administração Pública e o particular. Em regra, o contrato de fornecimento será precedido de licitação públi-ca cujo objeto é a aquisição remunerada de bens pela Ad-ministração Pública para fornecimento de uma só vez ou parceladamente.

Contrato de Concessão de Serviço Público

O contrato de concessão de serviço público é o con-trato administrativo em que o Estado delega a uma pessoa jurídica a prestação de um serviço público por sua conta e risco. Esse contrato será precedido de licitação. A pessoa delegada será remunerada, em regra, por tarifa paga pelo usuário, porém, sob o controle e condições determinadas pelo Estado.

O art. 2°, inciso II da Lei n° 8.987/1995, dispõe: “con-cessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na moda-lidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado”.

Contrato de Concessão de Obra Pública

O contrato de concessão de obra pública é um contra-to em que o Poder Público transfere a outrem a execução de uma obra pública. O particular será remunerado pelos benefi ciários da obra ou em decorrência da exploração dos serviços ou, utilidade que a obra proporciona.

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O art. 2°, inciso III da Lei n° 8.987/1995 dispõe:concessão de serviço público precedida da execução

de obra pública: a construção, total ou parcial, conserva-ção, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder conceden-te, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remune-rado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo determinado

Contrato de Concessão de Uso de Bem Público e Contrato de Concessão de Direito Real de Uso

A concessão de uso de bem público é um contrato ad-ministrativo em que a Administração permite ao particular a exploração e uso privativo de bem público, para que esse bem seja utilizado segundo a sua destinação. Como por exemplo, a concessão ao particular de um espaço público destinado a uma lanchonete, mediante prévia licitação.

De acordo com Hely Lopes Meirelles, a concessão de uso, que pode ser remunerada ou não, apresenta duas moda-lidades: a concessão administrativa de uso e a concessão de direito real de uso.

• Concessão de uso: concede ao concessionário um direito pessoal, intransferível a terceiros.

• Concessão de direito real de uso: atribui o uso do bem público como direito real, transferível a terceiros por ato inter vivos ou por sucessão legítima ou testamentária.

REAJUSTE DE PREÇOSCorreção Monetária: Reequilíbrio Econômico e

Financeiro

A equação fi nanceira originalmente fi xada no mo-mento da celebração do contrato deverá ser respeitada pela Administração. Tem previsão legal de reajuste periódico de preços e tarifas:

São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam (...) o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento. (Lei n° 8.666/1993, art. 55, III).

O critério de reajuste deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices específi cos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela;

À Administração cabe realizar os reajustes econômicos necessários para o restabelecimento do equilíbrio econômico-fi nanceiro.

Importa lembrar que as cláusulas econômico-fi nancei-ras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.

LEI N° 8.666/93 – LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Considerações Gerais

A Constituição Federal menciona expressamente li-citação ao estabelecer no artigo 22, inciso XXVII, ser da competência privativa da União Federal legislar sobre “nor-mas gerais de licitação e contratação, em todas as modali-dades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Muni-cípios, obedecido o disposto no art.37, XXI, e para as em-presas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art.173, §1°, III.”

A CF/88 também dispõe sobre o princípio da obriga-toriedade de licitação no artigo 37 XXI onde: “ressalvados os casos especifi cados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualifi cação técnica e econômica indispensá-veis à garantia do cumprimento das obrigações”.

Ainda em relação à disciplina constitucional sobre licitações, a Emenda Constitucional n° 19/1998 (Reforma Administrativa do Estado) alterou o art.173, §1° da CF/88, trazendo previsão de lei que estabeleça o estatuto jurídico de empresas públicas e sociedades de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de pro-dução ou comercialização de bens ou de prestação de ser-viços, dispondo, entre outros aspectos, sobre licitação para tais entidades. Essa lei deve contemplar os princípios da moralidade e da publicidade e outros dispositivos constitu-cionais que preservem a moralidade pública, princípio fun-damental da Administração. Deve também, trazer normas condizentes com as operações peculiares executadas por essas entidades que têm objetivos nitidamente econômicos.

A lei reguladora das licitações é a Lei n°8666/93 que consagra, conforme autorizado na CF/88 e expresso em seu artigo 1°, “normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”.

Ainda que esteja disposto no artigo 173, §1°, III a ela-boração de estatuto próprio para licitação de empresas pú-blicas e sociedade de economia mista, este ainda não foi editado, portanto, a Lei n°8666/93 é de observância obriga-tória por essas entidades.

Sobre licitação, existe ainda, a Lei n°10520 que insti-tuiu nova modalidade denominada pregão.

Conceito e Finalidade

A licitação é um procedimento administrativo, de ob-servância obrigatória pelas entidades governamentais, ob-servada a igualdade entre os participantes, devendo ser se-lecionada a proposta mais vantajosa para a Administração.

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13D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

O procedimento licitatório tem a fi nalidade de possibi-litar que Administração Pública fi rme contrato com aqueles que oferecerem condições necessárias correspondentes ao interesse público. Nesse caso, serão considerados aspectos como valor e qualidade do objeto, bem como a capacidade técnica e econômico-fi nanceira do licitante.

O artigo 3° da Lei n° 8.666/93 dispõe:A licitação destina-se a garantir a observância do

princípio constitucional da isonomia e a selecionar a pro-posta mais vantajosa para a Administração e será proces-sada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrati-va, da vinculação ao instrumento convocatório, do julga-mento objetivo e dos que lhes são correlatos.

Ainda nos termos da Constituição, a competência para legislar sobre normas gerais de licitação e contratos cabe privativamente à União. As normas específi cas serão esta-belecidas por leis federais, estaduais, distritais e municipais.

Compete privativamente à União Legislar sobre (...) normas gerais de licitação e contratação, em todas as mo-dalidades, para as administrações públicas diretas, autár-quicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (CF/88, art. 22, XXVII).

MODALIDADES

Por modalidade entende-se a forma de realização do procedimento licitatório. As modalidades diferenciam pe-las características próprias de cada uma. A Lei nº. 8.666/93 prevê cinco modalidades de licitações: concorrência, toma-da de preço, convite, concurso e leilão.

A Lei n° 10.520/2002 institui no âmbito da União, Es-tados DF e Municípios a modalidade de licitação denomi-nada pregão.

Concorrência

Concorrência é a modalidade de licitação entre quais-quer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualifi cação exigidos no edital para execução de seu objeto.

A concorrência é destinada para contratos de grande vulto. Tal modalidade é obrigatória para contratações de obras e serviços de engenharia acima de 1 milhão e 500 mil reais; e para compras acima de 650 mil reais. Lembrando que essa modalidade poderá ser usada para qualquer valor.

Também é obrigatória a modalidade de licitação con-corrência para compra ou alienação de bens imóveis e para concessão de direito real de uso; e, ainda, nas licitações in-ternacionais, admitindo-se nesse caso a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro interna-cional de fornecedores, ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País.

Concorrência internacional é defi nida por Hely Lopes Meirelles, como “aquela em que se permite a participação de fi rmas nacionais e estrangeiras, isoladamente ou em con-sórcio com empresas nacionais”.

Tomada de Preços

Tomada de preços é a modalidade de licitação entre in-teressados devidamente cadastrados ou que atenderem a to-das as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualifi cação.

A tomada de preços é destinada a contratações de mé-dio vulto. Um dos principais requisitos para participar da tomada de preços é a habilitação prévia dos licitantes por meio de registro cadastral. Aqueles que não possuírem tal registro poderão participar desde que manifestem o interes-se até o terceiro dia anterior a data fi xada para recebimento das propostas e atendam a todas as condições exigidas para o cadastramento.

Convite

Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, es-colhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afi xará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos de-mais cadastrados na correspondente especialidade que ma-nifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.

A modalidade convite é destinada a contratações de pe-queno valor.

Em suma, no convite a Administração convocará, atra-vés da carta-convite, no mínimo três pessoas do ramo per-tinente ao objeto, independentemente de serem cadastrados ou não. A Administração afi xará em local próprio cópia do instrumento convocatório para que os cadastrados tomem conhecimento e manifestem seu interesse em participar do certame, desde que o faça em até 24 horas antes da apresen-tação das propostas.

Ressalte-se que a cada novo convite, para objeto idên-tico ou semelhante, é obrigatório o convite a pelo menos um interessado que não tenha participado da licitação imedia-tamente anterior, enquanto existirem cadastrados não con-vidados nas últimas licitações.

Concurso

Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científi co ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital pu-blicado na imprensa ofi cial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

A modalidade concurso terá regulamento próprio. Seu julgamento será feito por Comissão Especial cujos integran-tes serão pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhe-cimento da matéria, sejam servidores públicos ou não.

Leilão

Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer in-teressados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis cuja aqui-

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14I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

sição haja derivado de procedimento judicial ou dação em pagamento, a quem oferecer o maior lance, igual ou supe-rior ao valor da avaliação.

SERVIDOR PÚBLICO

Servidor público é a pessoa legalmente investida em cargo público. Carvalho Filho conceitua servidor público como o agente vinculado ao Estado por vínculo permanen-te de trabalho e sendo remunerado por isso, integrando o quadro funcional das pessoas jurídicas de direito público interno, das autarquias e fundações públicas.

Na lição de Hely Lopes Meirelles, em sentido estrito ou estatutário, servidores públicos “são os titulares de car-go público efetivo e em comissão, com regime jurídico es-tatutário geral ou peculiar e integrantes da Administração direta, das autarquias e das fundações públicas com perso-nalidade de Direito Público.”

LEI N°. 8.112/90 - REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DA UNIÃO

Das Disposições Preliminares

A Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, aplica-se aos servidores públicos civis da União – Administração Di-reta, autarquias e fundações públicas federais.

– Não alcança: os empregados públicos, contrato tem-porário, militares, agentes políticos (pela CF) e os servidores dos Estados, DF e Municípios (pelo seu próprio estatuto).

ATENÇÃO! A Constituição de 1988 estabeleceu no caput do artigo 39 que os servidores públicos deveriam ser regidos por um regime jurídico único. A Emenda Constitu-cional nº. 19 de 1998 extinguiu essa obrigatoriedade, permi-tindo que a Administração Pública escolha entre o vínculo estatutário ou contratual. Em 2 de agosto de 2007, o Plená-rio do Supremo Tribunal Federal deferiu cautelar na ADIN nº. 2.135, para declarar inconstitucional a nova redação dada pela EC nº 19/98 ao caput do art. 39 da CF. Com isso, voltou a vigorar o conhecido regime jurídico único, passan-do a vigorar o antigo texto do caput do artigo 39, qual seja:

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-cípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fun-dações públicas.

Cargo, Emprego e Função Públicos

Cargo Público é o conjunto de atribuições e responsa-bilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.

• São criados e extintos por lei.• Podem ser de caráter efetivo, exigindo-se aprovação

prévia em concurso público; ou em comissão, decla-rados por lei de livre nomeação e exoneração.

• É exclusivo ao servidor estatutário, regido pela Lei n°. 8.112 de 11 de dezembro de 1990.

• Quando um cargo ocupado for extinto, seu atual ocupante, se não for estável, será exonerado. Se o ocupante do cargo for estável, este será posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

Empregos públicos: são preenchidos por agentes con-tratados para desempenhar atividades, sob regime trabalhista.

• Seu provimento exige concurso público.• Os empregados públicos são regidos pela Consoli-

dação de Leis Trabalhistas - CLT.Função Pública: qualquer pessoa que realiza qualquer

atividade do Estado realiza uma função pública.• Quem exerce um cargo público exerce uma função

pública.• Poderá existir função sem cargo ou emprego (con-

trato temporário).• As funções de confi ança, criadas por lei, são plexos

unitários de atribuições correspondentes a encargos de direção, chefi a ou assessoramento, exercidas por titular de cargo efetivo da confi ança da autoridade que as preenche. Os ocupantes desta função subme-tem-se ao regime de integral dedicação ao serviço. (CF/88, artigo 37, inciso V).

Provimento

Provimento é o ato administrativo pelo qual se preen-che o cargo vago com designação do seu titular.

• Será feito mediante ato da autoridade competente de cada Poder.

• Formas de provimento:– Originário: independe de vínculo anterior entre

a Administração e o agente. A única forma de provimento originário é a nomeação, seja para cargos efetivos ou em comissão.

– Derivado: depende de vínculo anterior entre a Administração e o nomeado. O provimento derivado dá continuidade à relação jurídica já existente entre a Administração e o provido. As formas de provimento derivado são: promoção, aproveitamento, reintegração, readaptação, reversão e recondução.

Provimento Originário

Nomeação• Nomeação é um ato administrativo discricionário,

por meio do qual a Administração designa alguém para ocupar cargo público.

• Para cargo efetivo, deverá ser precedida de prévia habilitação em concurso público de provas ou pro-vas e títulos.

• Deverá ocorrer dentro do prazo de validade do con-curso público.

• O aprovado em concurso público, dentro do número de vagas previsto no edital, tem direito subjetivo à nomeação.

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15D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

Concurso Público

Concurso público é um método administrativo por meio do qual a Administração Pública seleciona candidatos aos cargos e empregos públicos, obedecendo aos princípios da isonomia, moralidade e efi ciência.

O inciso II do artigo 37 da Constituição Federal, dis-põe que:

• a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma pre-vista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

O artigo 11 da Lei n°. 8.112/90 dispõe que:• O concurso será de provas ou de provas e títulos,

podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo pla-no de carreira, condicionada a inscrição do candida-to ao pagamento do valor fi xado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipó-teses de isenção nele expressamente previstas

O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma única vez, por igual período.

– O prazo será contado a partir da homologação pela autoridade competente.

– Homologação é ato vinculado no qual a Adminis-tração verifi ca os aspectos da legalidade.

O prazo de validade e as condições da realização do concurso público serão fi xados em edital, o qual será pu-blicado no Diário Ofi cial da União e em jornal de grande circulação.

A Lei n°. 8.112/90 estabelece que não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado. O inciso IV, do artigo 37 da Constituição, não proíbe a abertura de novo certame, mesmo havendo concurso dentro do pra-zo de validade, desde que os aprovados anteriormente tenham prioridade, conforme a ordem de classifi cação.

Defi cientes

– Às pessoas portadoras de defi ciência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargos cujas atribuições sejam com-patíveis com a defi ciência de que são portadoras.

– Aos portadores de defi ciência serão reservadas até 20% das vagas oferecidas no concurso.

ATENÇÃO! A Constituição Federal dispõe que a lei reservará percentual dos cargos e empre-gos públicos para as pessoas portadoras de defi ciência.

Posse

• A posse é um ato bilateral, pois depende da mani-festação da vontade do nomeado declarando a acei-tação do cargo.

• A investidura no cargo ocorrerá com a posse.• Os requisitos básicos para a posse em cargo público

são:– a nacionalidade brasileira;– o gozo dos direitos políticos;– a quitação com as obrigações militares e

eleitorais;– o nível de escolaridade exigido para o exercício

do cargo;– a idade mínima de dezoito anos;– aptidão física e mental.

• As atribuições do cargo podem justifi car a exigên-cia de outros requisitos estabelecidos em lei, como por exemplo, carteira de motorista.

• Segundo a Constituição, o estrangeiro poderá ocu-par cargo público na forma da lei, ou seja, a lei de-verá prever expressamente que determinado cargo público pode ser ocupado por estrangeiro.

• A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo ter-mo, no qual deverão constar as atribuições, os deve-res, as responsabilidades e os d ireitos inerentes ao cargo ocupado.

• A posse deverá ocorrer no prazo de 30 (trinta) dias, contados da publicação do ato de provimento.– Se a posse não ocorrer no prazo previsto, 30

(trinta) dias, o ato de provimento será tornado sem efeito.

• A posse poderá dar-se mediante procuração específi ca.

• No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.

• A posse em cargo público dependerá de prévia ins-peção médica ofi cial.

• A posse em cargo público de provimento efetivo é um direito subjetivo do nomeado, não podendo a nomeação ser desfeita por livre vontade da Admi-nistração.

• O prazo para investidura no cargo será contado do término do impedimento, na hipótese de o servidor, na data da nomeação, estar usufruindo de:– licenças:– por motivo de doença em pessoa da família;– por convocação do serviço militar;– para capacitação;– gestante, adotante e paternidade;– para tratar da própria saúde até o limite de 24

(vinte e quatro) meses;

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16I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

– por motivo de acidente em serviço ou doença profi ssional.

• Afastamentos:– por férias;– para participação em programa de treinamento

regularmente instituído;– para integrar júri e outros serviços obrigatórios

por lei;– por deslocamento para nova sede de que trata o

artigo 18 da Lei n°. 8.112/90;– para participar de competição desportiva nacional

ou convocação para integrar representação desportiva nacional, no país e no exterior, conforme disposto em lei específi ca.

Exercício

• Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confi ança.

• O prazo para o servidor empossado em cargo públi-co entrar em exercício é de 15 (quinze) dias, conta-dos da data da posse. – Se o servidor não entrar em exercício no prazo

previsto, 15 (quinze) dias, será exonerado do cargo.• O servidor somente fará jus às vantagens pecuniá-

rias partir do exercício.• Compete à autoridade competente do órgão ou enti-

dade para onde o servidor for nomeado ou designa-do dar-lhe exercício.

• O início do exercício de função de confi ança coinci-dirá com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afas-tado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento.– O início do exercício da função de confi ança não

poderá exceder a 30 (trinta) dias, contados da data de publicação do ato de designação.

Estágio Probatório

Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo fi cará sujeito a estágio probatório, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os se-guinte fatores: (Vide EMC nº 19)

– Assiduidade;– Disciplina;– Capacidade de iniciativa;– Produtividade;– Responsabilidade.

ATENÇÃO! A redação do artigo 20 da Lei n°. 8.112/90 foi alterada pela Lei nº 11.784/2008:

Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para car-go de provimento efetivo fi cará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo (...)

Quatro meses antes de fi ndo o período do estágio probatório, será submetida à homologação da autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor,

realizada por comissão constituída para essa fi nalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput deste artigo.

O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anterior-mente ocupado.

O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefi a ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação.

O servidor em estágio probatório somente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores – DAS, de ní-veis 6, 5 e 4, ou equivalentes.

Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidos:

– as licenças:• por motivo de doença em pessoa da família;• por motivo de afastamento do cônjuge ou

companheiro;• para o serviço militar; e• para atividade política.

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17D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

– os afastamentos:• para exercício de mandato eletivo;• para estudo ou missão no exterior;• para servir organismo internacional de que o

Brasil participe; e• para curso de formação decorrente de aprovação

em concurso para outro cargo na Administração Pública Federal.

O estágio probatório fi cará suspenso durante:– as licenças:

• por motivo de doença em pessoa da família;• por motivo de afastamento do cônjuge ou

companheiro; e• para atividade política.

– os afastamentos:• para servir organismo internacional de que o

Brasil participe; e• para curso de formação decorrente de aprovação

em concurso para outro cargo na Administração Pública Federal.

Nesses casos – licenças e afastamentos – o estágio pro-batório será retomado a partir do término do impedimento.

Estabilidade

– A estabilidade é uma garantia constitucional deferi-da aos ocupantes de cargo efetivo.

– Para adquirir estabilidade será necessário:• Aprovação em concurso público para cargo

efetivo;• Aprovação no estágio probatório;• Aprovação em avaliação especial de desempenho

realizada por comissão instituída para essa fi nalidade;

• Três anos de efetivo exercício.– A estabilidade diz respeito ao serviço público e não

ao cargo. Já o estágio probatório refere-se ao cargo, assim, a cada novo cargo efetivo, o servidor está su-jeito a um novo estágio.

– O servidor estável aprovado em novo concurso pú-blico não perderá a estabilidade desde que continue na mesma esfera. Como, por exemplo, um servidor efetivo estável que trabalhe no Ministério da Saúde, uma vez aprovado em concurso do Tribunal de Con-tas da União – TCU continuará estável no âmbito da União; se reprovado no estágio probatório, será reconduzido ao Ministério da Saúde.

– Situação diversa seria do servidor estável no âmbito da União que seja aprovado em concurso no esta-do de São Paulo. Nesse caso, por mudar de esfera, esse servidor perderá a estabilidade junto à União. Assim, se reprovado em estágio probatório no novo cargo que exerce no estado de São Paulo, não pode-rá ser reconduzido ao cargo de origem.

– Hipóteses de perda da estabilidade:• em virtude de sentença judicial transitada em

julgado;• mediante processo administrativo em que lhe

seja assegurada ampla defesa;

• mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho (demissão em caráter punitivo), na forma da lei complementar, assegurada a ampla defesa;

• por excesso de despesa com pessoal.– É importante estabelecer a diferença entre efetivi-

dade e estabilidade. Efetividade é atributo do cargo desde o instante da nomeação; estabilidade é a inte-gração ao serviço público após três anos.

Provimento Derivado

Promoção– Provimento é o movimento ascendente dentro da

mesma carreira, com acréscimo de vencimentos e responsabilidades (movimento vertical – cargo em carreira previsto em lei).

– Atualmente, é requisito para promoção, a participa-ção em cursos de formação e aperfeiçoamento.

Readaptação– Readaptação é a investidura do servidor em car-

go de atribuições e responsabilidades semelhantes compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental.

– Se julgado incapaz para o serviço público, o readap-tando será aposentado.

– A readaptação será efetivada em cargo de atribui-ções afi ns, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos.

– Na hipótese de inexistência de cargo vago, o servi-dor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

Reversão– Reversão é retorno do aposentado a ativa e pode

ocorrer de duas formas distintas:• Verifi cação de insubsistência dos motivos que

levaram a invalidez– Essa hipótese ocorre quando uma junta médica ofi -

cial declara superados os motivos de aposentadoria do servidor por invalidez.

– É um ato vinculado, pois a Administração, nesse caso, deve reverter o aposentado. Inexistindo vaga o servidor atuará como excedente.• No interesse da Administração.• Nesse caso, a reversão decorre do pedido do

servidor, que aposentado voluntariamente, pretende voltar ao serviço ativo na condição de servidor ocupante do mesmo cargo efetivo no qual se deu a aposentadoria.

• Essa forma de reversão depende do interesse da Administração, sendo, portanto, um ato discricionário.

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18I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

São requisitos para a reversão no interesse da Admi-nistração:

– solicitação do servidor;– o servidor ter se aposentado voluntariamente;– o servidor ter sido estável quando em atividade;– o servidor contar menos de 70 (setenta) anos;– o servidor estar aposentado a menos de 5 (cinco)

anos da data de solicitação de reversão;– haver cargo vago.

Aproveitamento– Aproveitamento é o retorno ao serviço público do

servidor que estava em disponibilidade em razão da extinção do cargo ou declaração de sua desnecessi-dade. Ou, ainda, em virtude de reingresso do servi-dor ilegalmente desligado de seu cargo, quando não for possível reconduzir o atual ocupante ao antigo posto ou aproveitá-lo em outro cargo.

– Deve ocorrer em cargo de atribuições e vencimen-tos compatíveis com o anteriormente ocupado.

Reintegração– A reintegração é a reinvestidura do servidor estável

no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resul-tante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

– Na hipótese de o cargo encontrar-se provido por ser-vidor estável, este será:• reconduzido ao cargo de origem, sem direito à

indenização;• aproveitado em outro cargo;• posto em disponibilidade, com remuneração

proporcional ao tempo de serviço.

Recondução– Recondução é o retorno do servidor estável ao seu

cargo de origem por inabilitação no estágio probató-rio relativo a outro cargo ou reintegração do anterior ocupante.

– Encontrando-se provido o cargo de origem, o servi-dor será aproveitado em outro cargo.

– Há uma hipótese em que o servidor estável poderá pedir sua recondução:• O servidor é aprovado em outro concurso

público, dentro da mesma esfera, desiste do novo cargo e pede para ser reconduzido ao cargo de origem, desde que o faça no período do estágio probatório.

VACÂNCIA

A vacância cargo público decorrerá de:• Posse inacumulável em outro cargo;• Promoção;• Falecimento;

• Exoneração;• Readaptação;• Aposentadoria;• Demissão:

– A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido ou de ofício.

– A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de confi ança dar-se-á a juízo da autoridade competente ou a pedido do próprio servidor.

REMOÇÃO

Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudan-ça de sede.

São modalidades de remoção:• de ofício, no interesse da Administração;• a pedido, a critério da Administração;• a pedido para outra localidade, independente do in-

teresse da Administração:– para acompanhar cônjuge ou companheiro,

também servidor, que foi deslocado no interesse da Administração;

– por motivo de saúde do servidor, cônjuge ou companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste de seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica;

– em virtude de processo seletivo.

REDISTRIBUIÇÃO

Redistribuição é o deslocamento de cargo de provi-mento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC, observa-dos os seguintes preceitos:

• interesse da administração;• equivalência de vencimentos;• manutenção da essência das atribuições do cargo;• vinculação entre os graus de responsabilidade e

complexidade das atividades;• mesmo nível de escolaridade, especialidade ou ha-

bilitação profi ssional;• compatibilidade entre as atribuições do cargo e as

fi nalidades institucionais do órgão ou entidade.

É preciso salientar que a redistribuição ocorrerá ex offi cio para ajustamento de lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorgani-zação, extinção ou criação de órgão ou entidade.

SUBSTITUIÇÃO

Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefi a e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno. Se tais substitu-tos não estiverem indicados no regimento interno, o dirigente máximo do órgão ou entidade, previamente, o designará.

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19D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

Nos afastamentos, impedimentos legais ou regula-mentares do titular e na vacância do cargo, sem prejuízo do cargo que ocupa, o substituto assumirá automática e cumu-lativamente o exercício do cargo ou função de direção ou chefi a e os de Natureza Especial. Nessa hipótese, o substitu-to deverá optar pela remuneração de um dos cargos durante o período em que substituir.

ATENÇÃO! A Lei nº. 8.112/90 dispõe que o substitu-to somente receberá a respectiva remune-ração se a substituição for superior a 30 (trinta) dias consecutivos e na proporção dos dias de efetiva substituição, que ex-cederem o referido período. Porém, a re-solução nº. 307, de 05 de março de 2003, do Conselho da Justiça Federal, além de outras disposições normativas, determina que o substituto fará jus a remuneração do substituído desde o primeiro dia de efetiva substituição.

DIREITOS E VANTAGENS

Vencimento

Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fi xado em lei.

Remuneração

Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acres-cido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.

• Nenhum desconto incidirá sobre a remuneração, salvo por imposição legal ou mandado judicial. É possível, mediante autorização do servidor, haver descontos em favor de terceiros.

• O vencimento, a remuneração e o provento não se-rão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos, resultante de decisão judicial.

• O servidor perderá a remuneração:– do total do dia em que faltar ao serviço sem

motivo justifi cado;– da parcela diária de atrasos salvo na hipótese de

compensação, segundo as regras estabelecidas pela chefi a;

– no caso de dano ao erário (patrimônio público), em que a Administração descontará do servidor o percentual mínimo de 10% de sua remuneração mensal, após conceder ao agente o direito de defesa.

ATENÇÃO! A Lei nº 11.784/2008 incluiu ao art. 41 da Lei n° 8.112/90 o § 5°, qual seja: “Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo”. A remuneração do servidor é que não poderá ser inferior ao salário mínimo, e não o vencimento.

Provento

Provento é a remuneração percebida pelo aposentado ou pensionista.

Vantagens

Conforme o artigo 49 da Lei n° 8.112/90, poderão ser pagas ao servidor, além do vencimento, as seguintes vantagens:

• Indenizações;• Gratifi cações; e• Adicionais.

ATENÇÃO! Para efeito de concessão de quaisquer ou-tros acréscimos pecuniários ulteriores, as vantagens pecuniárias não serão computa-das nem acumuladas sob o mesmo título ou idêntico fundamento.

Indenizações

As indenizações têm por fi nalidade compensar os gastos eventuais que o servidor foi obrigado a fazer para o exercício de sua atividade.

• Nunca se incorporam à remuneração para qualquer efeito.

• Não tem caráter salarial.• Constituem espécies de indenização: ajuda de cus-

to, diárias, transporte e auxílio-moradia.

Ajuda de custo

A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domi-cílio em caráter permanente.

• No caso de o cônjuge ou companheiro, também ser-vidor, vier a ter exercício na mesma sede é vedado o duplo pagamento da indenização.

• A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, conforme dispuser regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a três meses.

• As despesas de transporte do servidor e de sua fa-mília, que compreendem passagem, bagagem e bens pessoais, serão custeadas pela Administração.

• No caso de o servidor falecer na nova sede, à sua família são assegurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de um ano, a contar do óbito.

• Na hipótese de o servidor afastar-se do cargo ou reassumi-lo em virtude de mandado eletivo não perceberá a ajuda de custo.

• Àquele que, não sendo servidor da União, for no-meado para cargo em comissão, com mudança de domicílio, perceberá, a titulo de indenização, ajuda de custo.

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• Caso o servidor, injustifi cadamente, não se apresen-te na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias, fi cará obrigado a restituir a ajuda de custo.

Diária

A diária será devida ao servidor que se afastar da sede a serviço, em caráter eventual ou transitório, para outro ponto do território nacional ou para o exterior.

• As diárias têm por fi nalidade indenizar as despesas extraordinárias que o servidor tiver com pousada, alimentação e locomoção urbana, sendo concedidas por dia de afastamento.

• Na hipótese de o deslocamento do servidor não exi-gir per noite fora da sede, ou quando a União custe-ar, de uma outra forma, as despesas extraordinárias cobertas por diárias, o servidor perceberá a metade da diária.

• O servidor não fará jus a diárias, na hipótese de:– deslocar-se dentro da mesma região

metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas;

– deslocar-se para áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se estendida;

– o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo.

ATENÇÃO! Nos casos previstos, se houver pernoite fora da sede, o servidor perceberá as di-árias, que serão as fi xadas para os afasta-mentos dentro do território nacional, salvo se o deslocamento do servidor constituir exigência permanente do cargo.

IMPORTANTE! O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, fi ca obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.

Transporte

A indenização transporte é devida ao servidor que re-alizar despesas, por força das atribuições próprias do cargo, utilizando meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, conforme se dispuser em regulamento.

Auxílio-moradia

O auxílio-moradia consiste em ressarcir as despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa hoteleira.

O servidor receberá a indenização no prazo de um mês após a comprovação da despesa pelo servidor.

Para ter direito ao auxílio-moradia, deverão ser atendi-dos os seguintes requisitos:

• não existir imóvel funcional disponível para uso pelo servidor;

• o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupar imóvel funcional;

• nos doze meses que antecederem sua nomeação, o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário, promitente comprador, ces-sionário ou promitente cessionário de imóvel no Mu-nicípio onde for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edifi cado sem averbação de construção;

• nenhuma outra pessoa que residir com o servidor receba o auxílio-moradia;

• o servidor ter se mudado do local de residência para ocupar cargo em comissão ou função de confi an-ça do Grupo-Direção e Assessoramento Superio-res – DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes;

• o Município onde o servidor assumir o cargo em co-missão ou função de confi ança não se enquadrar nas hipóteses do § 3° do artigo 58 da Lei n° 8.112/90, em relação ao local de residência ou domicílio do servidor;

• o servidor não ter sido domiciliado ou residido no Município onde for exercer o cargo em comissão ou função de confi ança nos últimos doze meses. Nes-sa situação, desconsidera-se prazo inferior a 60 (sessenta) dias dentro desse período.

• o deslocamento não ter sido por força de alteração de lotação ou nomeação para cargo efetivo;

• o deslocamento ter ocorrido após 30 de junho de 2006.

O auxílio-moradia não será concedido por prazo superior a 8 (oito) anos dentro de cada período de 12 (doze) anos.

O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25% do valor do cargo em comissão, função comissionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado. O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% (vinte e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Estado.

Independentemente do valor do cargo em comissão ou função comissionada, fi ca garantido a todos os que preenche-rem os requisitos o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais).

O auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês, nos casos de falecimento ou exoneração do servidor, colo-cação de imóvel funcional à sua disposição ou na hipótese de aquisição de imóvel.

Das Gratifi cações

As gratifi cações têm o objetivo de retribuir o servidor pelo exercício de alguma atividade.

Da retribuição pelo exercício de Função de Direção, Chefi a ou Assessoramento: o servidor público que ocupar cargo efetivo, investido em função de direção, chefi a ou as-sessoramento, em cargo de natureza especial ou em cargo de provimento em comissão, fará jus a uma retribuição pelo seu exercício pelo fato de ter maiores responsabilidades na sua função pública.

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Gratifi cação Natalina: corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração calculada sobre o valor da remunera-ção a que o servidor fi zer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano. Para fi ns desta gratifi cação, a fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será considera-da como mês integral. Tal retribuição será paga até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada ano. O servidor exone-rado perceberá sua gratifi cação natalina, proporcionalmen-te aos meses de exercício, calculada sobre a remuneração do mês da exoneração.

Gratifi cação por Encargo de Curso ou Concurso: é devida ao servidor que, em caráter eventual:

I – atuar como instrutor em curso de formação, de de-senvolvimento ou de treinamento regularmente ins-tituído no âmbito da administração pública federal;

– Nessa situação, o valor máximo da hora trabalha-da corresponderá ao percentual de 2,2%, incidente sobre o maior vencimento básico da administração pública federal.

II – participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por candidatos;

– Nessa situação, o valor máximo da hora trabalha-da corresponderá ao percentual de 2,2%, incidente sobre o maior vencimento básico da administração pública federal.

III – participar da logística de preparação e de realiza-ção de concurso público envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições per-manentes;

– Nessa situação, o valor máximo da hora trabalha-da corresponderá ao percentual de 1,2%, incidente sobre o maior vencimento básico da administração pública federal.

IV - participar da aplicação, fi scalizar ou avaliar pro-vas de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas atividades.

– Nessa situação, o valor máximo da hora trabalha-da corresponderá ao percentual de 1,2%, incidente sobre o maior vencimento básico da administração pública federal.

Considerações Finais

O valor da gratifi cação será calculado em horas. Para este fi m, serão observadas a natureza e a complexidade da atividade exercida.

A retribuição não poderá exceder ao equivalente a 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais. Em situação excep-cional, devidamente justifi cada e previamente aprovada, a autoridade máxima do órgão ou entidade poderá autorizar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais.

A Gratifi cação por Encargo de Curso ou Concurso não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efeito. Também não poderá ser utilizada como base de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para fi ns de cálculo dos proventos da aposentadoria e das pensões.

Somente será devida a Gratifi cação por Encargo de Curso ou Concurso se as atividades referidas forem exerci-das sem prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor for titular. Quando tais atividades forem desempenhadas durante a jornada de trabalho, a cargo horária deverá ser compensada.

Dos Adicionais

São acréscimos na remuneração do servidor decorren-tes de condições ou situações especiais de trabalho.

Adicional por Tempo de serviço: REVOGADO PELA MP N. 2.225-45/2001. Os servidores que até o dia 8 de março de 1999 completaram quinquênios fazem jus à percepção dos respectivos adicionais que já estão incorpo-rados a suas remunerações.

Adicionais de Insalubridade, Periculosidade e Ati-vidade Penosa:

– O adicional de insalubridade é devido aos servi-dores que trabalham com habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente com substan-cias tóxicas ou radioativas.

– O adicional de periculosidade é devido aos servido-res que trabalham com habitualidade em locais que ofereçam risco à vida.

– O adicional de atividade penosa é devido aos servi-dores que trabalham em zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida o justifi quem, nos termos, condições e limites fi xados em regula-mento.

– O servidor que fi zer jus aos adicionais de insalu-bridade e de periculosidade não poderá percebê-los cumulativamente, devendo optar por um deles.

– O direito ao adicional de insalubridade ou pericu-losidade cessa quando não mais existirem as condi-ções ou os riscos que deram causa a sua concessão.

Adicional por Serviço Extraordinário: o serviço ex-traordinário será remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de trabalho. Este serviço somente será permitido para atender a situações excepcionais e tem-porárias, observado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada. A jornada de trabalho dos servidores será fi xada de acordo com as atribuições pertinentes aos respectivos car-gos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de 40 (quarenta) horas e observados os limites, mínimo e máximo, de 6 (seis) horas e 8 (oito) horas diárias, respectivamente.

Adicional Noturno: o serviço noturno terá o valor-ho-ra acrescido de 25%. Considera-se serviço noturno, aquele prestado em horário compreendido entre 22 (vinte e duas)

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horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, compu-tando-se cada hora como 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos. No caso de serviço extraordinário, o adi-cional noturno incidirá sobre a remuneração do adicional por serviço extraordinário.

Adicional de férias: será pago ao servidor um adi-cional correspondente a 1/3 (um terço) da remuneração do período das férias, independentemente de solicitação do servidor.

Férias

• O servidor fará jus a 30 (trinta) dias de férias.• No caso de necessidade do serviço, as férias podem

ser acumuladas até o máximo de dois períodos, res-salvadas as hipóteses em que haja legislação especí-fi ca.

• Serão exigidos 12 (doze) meses de exercício para o primeiro período aquisitivo de férias.

• Qualquer falta ao serviço não poderá ser desconta-da das férias.

• As férias poderão ser parceladas em até 3 (três) eta-pas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administração pública. Nesse caso, o adicional de férias será pago quando da utilização do primeiro período.

• O servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profi ssional. Neste caso, a acumulação é proibida, em qualquer hipótese.

• As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de:– calamidade pública,– comoção interna,– convocação para júri,– serviço militar ou eleitoral, ou– necessidade do serviço declarada pela autoridade

máxima do órgão ou entidade.• Na hipótese de interrupção das férias, o restante do

período interrompido será gozado de uma só vez.• O pagamento da remuneração das férias será efe-

tuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período.

• O servidor exonerado fará jus a uma indenização relativa ao período das férias a que tiver direito e ao incompleto. Essa indenização, calculada com base na remuneração do mês da publicação do ato exo-neratório, será na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de efetivo exercício ou fração superior a 14 (quatorze) dias.

Licenças

Nos termos previstos no artigo 81 da Lei n° 8.112/90, conceder-se-á ao servidor as seguintes licenças:

• por motivo de doença em pessoa da família;• por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;• para o serviço militar;

• para atividade política;• para capacitação;• para tratar de interesses particulares;• para desempenho de mandato classista.

Essas licenças somente serão deferidas aos ocupantes de cargos efetivos, não abrangendo os cargos em comissão.

A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do término de outra da mesma espécie será considerada como prorrogação.

As licenças são direitos que o Estatuto concede aos servidores efetivos vinculadas a uma situação jurídica, pre-viamente estabelecida, consistindo na ausência justifi cada das atividades do cargo.

Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família

– Ao servidor poderá ser concedida licença por moti-vo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos fi lhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprova-ção por perícia médica ofi cial.

– Sua concessão bem como cada uma de suas pror-rogações serão precedidas de exames por perícia médica ofi cial, observado o disposto no art. 204.

– Somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou me-diante compensação de horário.

– Pode ser concedida no estágio probatório.– Enquanto o servidor estiver no gozo da licença, o

estágio probatório fi cará suspenso.– A licença será concedida, sem prejuízo da remu-

neração do cargo efetivo, por até 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogada por até 30 (trinta) dias e, excedendo estes prazos, sem remuneração, por até 90 (noventa) dias.

– Não será concedida nova licença em período infe-rior a 12 (doze) meses do término da última licença concedida.

– O período em que a licença é concedida com remu-neração contar-se-á como tempo de contribuição para a aposentadoria e como tempo de serviço para a disponibilidade. Já o período concedido sem re-muneração não contará para nenhum efeito.

– O servidor em gozo desta licença não poderá exer-cer qualquer atividade remunerada.

Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge

– Ao servidor poderá ser concedida licença para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslo-cado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.

– Pode ser concedida no estágio probatório.– Enquanto o servidor estiver no gozo da licença, o

estágio probatório fi cará suspenso.

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23D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

– A licença será por prazo indeterminado e sem re-muneração.

– O período em que o servidor estiver em gozo dessa licença não contará para nenhum efeito.

– No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou com-panheiro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Es-tados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou funda-cional, desde que para o exercício de atividade com-patível com o seu cargo.

Da Licença para o Serviço Militar

– Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e condições previstas em legislação específi ca.

– Pode ser concedida no estágio probatório.– Será por prazo indeterminado e com remuneração.– Enquanto o servidor estiver no gozo da licença, o

estágio probatório não será suspenso.– Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30

(trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do cargo.

Licença para Atividade Política

– O servidor terá direito a licença para atividade política. Essa licença divide-se em duas etapas:

– Sem remuneração - durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral;

– Com remuneração - a partir do registro da candi-datura na Justiça Eleitoral até o 10° (décimo) dia seguinte ao da eleição. Porém, essa remuneração somente se estenderá pelo prazo de 3 (três) meses. No caso de o período eleitoral ultrapassar 3 (três) meses, o servidor terá direito a licença, mas não terá direito a remuneração ao que exceder este prazo.

– Pode ser concedida no estágio probatório.– Enquanto o servidor estiver no gozo da licença, o

estágio probatório fi cará suspenso.– O período em que houver remuneração será

computado para fi ns de aposentadoria e disponibili-dade.

– O servidor, candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas funções, que exercer cargo de direção, chefi a, assessoramento, arrecadação ou fi scalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o 10º (décimo) dia seguinte ao do pleito.

Da Licença para Capacitação

– Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até 3 (três meses), para participar de curso de capacitação profi ssional.

– Os períodos dessa licença não podem ser acumulados.– O período de licença para capacitação é computado

como efetivo exercício. – É importante ressaltar que a concessão dessa licença

constitui um ato discricionário da Administração.

Da Licença para Tratar de Interesses Particulares

– A critério da Administração, ao servidor ocupante de cargo efetivo poderá ser concedida licença para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até 3 (três) anos consecutivos, sem remuneração.

– Não pode ser gozada por servidor em estágio proba-tório.

– A concessão dessa licença constitui uma discricio-nariedade da Administração.

– Poderá ser interrompida a qualquer tempo pelo servidor ou no interesse do serviço.

– Não havendo remuneração nem contribuição seu período não conta para nenhum efeito.

Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista

– É assegurado ao servidor o direito à licença para o desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fi scalizadora da profi ssão.

– Será concedida sem remuneração.– Sua concessão é um ato vinculado.– Não pode ser gozada por servidor em estágio proba-

tório.– A licença terá duração igual a do mandato. No caso

de reeleição, poderá ser prorrogada por uma única vez.

– Somente poderão ser licenciados servidores eleitos para cargos de direção ou representação nas entidades.

– Seu período será considerado para todos os efeitos, exceto para promoção por merecimento.

Afastamentos

Os afastamentos são direitos que a Lei confere ao ser-vidor em casos especiais. O Estatuto prevê três espécies de afastamentos:

• Servir a outro órgão ou entidade;• Exercício de mandato eletivo;• Estudo ou missão no exterior;• Para participação em programa de pós-graduação

stricto senso no país.

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Servir a outro órgão ou entidade

– O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nos seguintes casos:

a. para exercício de cargo em comissão ou função de confi ança;

b. em casos previstos em leis específi cas.– Pode ser concedido no estágio probatório.– Enquanto o servidor estiver no gozo deste afasta-

mento, o estágio probatório não fi cará suspenso.– Na hipótese da letra ‘a’, quando a cessão é para

Estado, DF ou Municípios o ônus da remuneração será do cessionário. Se a cessão do servidor ocorrer entre órgão, entidades e Poderes da União, caberá ao cedente o pagamento da remuneração de servidor relativamente ao seu cargo efetivo, e ao cessionário o pagamento pelo exercício do cargo em comissão ou da função de confi ança.

– Na hipótese de o servidor cedido para empresa pública ou sociedade de economia mista optar pela remuneração do cargo efetivo, a entidade cessio-nária efetuará o reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem.

– Na hipótese de a União requisitar servidor estadual, distrital ou municipal, deverá arcar com o ônus da remuneração.

– O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos em comissão ou função comissio-nada e somente poderá ser cedido para outro órgão ou entidade para ocupar DAS de níveis 6, 5 e 4 ou equivalentes. (Lei n° 8.112/90 - artigo 20 § 3º)

– O período de afastamento contar-se-á como de efetivo exercício.

Mandato eletivo

– Ao servidor investido em mandato eletivo é assegu-rado o afastamento na seguinte forma:

– investido em mandato federal, estadual ou distrital, fi cará afastado do cargo;

– investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, podendo optar pela remuneração;

– investido no mandato de vereador: havendo compa-tibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo; não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.

– Pode ser concedido no estágio probatório.– Enquanto o servidor estiver no gozo do afastamento,

o estágio probatório não será suspenso.– No caso de afastamento do cargo, o servidor contri-

buirá para a seguridade social como se em exercício estivesse.

– O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade diversa daquela onde exerce o mandato.

– Este período será considerado para todos os efeitos, exceto para promoção por merecimento.

Estudo ou Missão no Exterior

– Poderá ser concedido ao servidor afastamento para estudo ou missão no exterior.

– Esse afastamento dependerá da autorização do Presidente da República (Executivo), Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo (Legislativo) e Presi-dente do Supremo Tribunal Federal (Judiciário).

– Pode ser concedido no estágio probatório.– Enquanto o servidor estiver no gozo do afastamento,

o estágio probatório não será suspenso, salvo se for para servir organismo internacional.

– O prazo máximo para o afastamento é de quatro anos.

– O afastamento será com remuneração, salvo se o servidor for servir organismo internacional do qual o Brasil participe.

– O período em que o servidor fi car afastado é o mesmo período que ele tem de trabalhar novamente para fazer jus a um novo afastamento. Durante esse período, o servidor benefi ciado pelo afastamento não poderá ser exonerado a pedido e nem poderá afastar-se do cargo para tratar de assuntos particu-lares (Licença para tratar de assuntos particulares), ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento.

– O período de afastamento será contado como de efetivo exercício.

Para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país

– O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde que a participação não possa ocorrer simul-taneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no país.

– Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade defi nirá, em conformidade com a legislação vigente, os programas de capacitação e os critérios para participação em programas de pós-graduação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão avaliados por um comitê constituído para este fi m.

– Os afastamentos para realização de programas de mestrado e doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos parti-culares para gozo de licença capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à data da solicitação de afastamento.

– Os afastamentos para realização de programas de pós-doutorado somente serão concedidos aos servi-dores titulares de cargo efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos 4 (quatro) anos, incluído

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25D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

o período de estágio probatório, e que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares, para gozo de licença capacitação ou com fundamento neste artigo nos 4 (quatro) anos anteriores à data da solicitação de afastamento.

– Os servidores benefi ciados por estes afastamentos terão que permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do afasta-mento concedido. Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência previsto na lei, deverá ressarcir o órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei nº. 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento.

– Também deverá ressarcir o órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei nº. 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento, o servidor que não obtenha o título ou grau que justifi cou seu afastamento no período previsto, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade.

CONCESSÕES DE TEMPO DE SERVIÇO

Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:

• por 1 (um) dia, para doação de sangue;• por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor; • por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:

– casamento;– falecimento do cônjuge, companheiro, pais,

madrasta ou padrasto, fi lhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.

– Essas ausências são consideradas como de efetivo exercício.

Também são considerados como de efetivo exercício os afastamentos em virtude de:

• férias; • exercício de cargo em comissão ou equivalente,

em órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal;

• exercício de cargo ou função de governo ou adminis-tração, em qualquer parte do território nacional, por nomeação do Presidente da República;

• participação em programa de treinamento regularmente instituído, ou em programa de pós-graduação stricto sensu no país, conforme dispuser o regulamento;

• desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por merecimento;

• júri e outros serviços obrigatórios por lei;• missão ou estudo no exterior, quando autorizado o

afastamento, conforme dispuser o regulamento;• licença:

– à gestante, à adotante e à paternidade; – para tratamento da própria saúde, até o limite

de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo;

– para o desempenho de mandato classista ou participação de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto para efeito de promoção por merecimento;

– por motivo de acidente em serviço ou doença profi ssional;

– para capacitação, conforme dispuser o regulamento;

– por convocação para o serviço militar.• deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;• participação em competição desportiva nacional ou

convocação para integrar representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei específi ca;

• afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere.

Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e dis-ponibilidade:

• o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municípios e Distrito Federal;

• a licença para tratamento de saúde de pessoa da família do servidor, com remuneração;

• a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2o;• o tempo correspondente ao desempenho de mandato

eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso no serviço público federal;

• o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência Social;

• o tempo de serviço relativo a tiro de guerra; • o tempo de licença para tratamento da própria saúde

que exceder o prazo a que se refere a alínea “b” do inciso VIII do art. 102.

Do Direito de Petição

O direito de petição é o direito que todo servidor tem de pedir, requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direi-to ou interesse legítimo.

• O pedido sempre será dirigido à autoridade compe-tente para decidi-lo. Tal pedido será encaminhado por intermédio da autoridade a que o requerente estiver imediatamente subordinado, em obediência à hierarquia na Administração.

• O requerente encaminha à chefi a imediata, que tem prazo de 5 (cinco) dias para remeter à autoridade competente. Esta tem o prazo de 30 (trinta) dias para decidir.

• Caso o requerimento do servidor seja indeferido ou deferido parcialmente caberá pedido de recon-sideração à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado. Esse pedido de reconsideração deverá ser despachado no prazo de 5 (cinco) dias e decido em 30 (trinta) dias.

• Do indeferimento do pedido de reconsideração caberá recurso a ser interposta no prazo de 30 (trinta) dias.

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26I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

• Também cabe recurso das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos até o máximo de três instâncias administrativas (Lei n°. 9.784/99).

• O recurso é encaminhado à autoridade imediata-mente superior a que decidiu.

• O pedido de reconsideração é dirigido para mesma autoridade prolatora da decisão.

• Em regra, o recurso não terá efeito suspensivo, mas a Administração, a juízo da autoridade competente, poderá recebê-lo com efeito suspensivo.

• O direito de requerer prescreve em:– 5 (cinco) anos para atos de demissão e de

cassação de aposentadoria ou disponibilidade ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho;

– 120 (cento e vinte) dias nos demais casos.– A prescrição começa a correr na data da

publicação do ato ou da ciência do interessado.– O prazo de prescrição será contado da data da

publicação do ato impugnado ou da ciência pelo interessado.

– O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem o prazo de prescrição.

– A prescrição não pode ser relevada pela Administração, uma vez que é de ordem pública.

– A Administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade, em obediência ao Princípio da Auto-tutela.

REGIME DISCIPLINAR

Dos Deveres

São deveres do servidor públicos:• Exercer com zelo e dedicação as atribuições do

cargo;• Ser leal às instituições a que servir; • Observar as normas legais e regulamentares; • Cumprir as ordens superiores, exceto quando

manifestamente ilegais; • Atender com presteza:

– ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;

– a expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;

– às requisições para a defesa da Fazenda Pública. • Levar ao conhecimento da autoridade superior as

irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo;

• Zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;

• Guardar sigilo sobre assunto da repartição;• Manter conduta compatível com a moralidade

administrativa; • Ser assíduo e pontual ao serviço; • Tratar com urbanidade as pessoas; • Representar contra ilegalidade, omissão ou abuso

de poder.

Das Proibições

Ao servidor é proibido:• Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem

prévia autorização do chefe imediato – advertência;• Retirar, sem prévia anuência da autoridade compe-

tente, qualquer documento ou objeto da repartição – advertência;

• Recusar fé a documentos públicos – advertência; • Opor resistência injustifi cada ao andamento de

documento e processo ou execução de serviço – advertência;

• Promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição – advertência;

• Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordi-nado – advertência;

• Coagir ou aliciar subordinados no sentido de fi liarem-se a associação profi ssional ou sindical, ou a partido político – advertência;

• Manter sob sua chefi a imediata, em cargo ou função de confi ança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil – advertência;

• Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública – demissão;– Incompatibiliza o ex-servidor para nova

investidura em cargo público federal, pelo prazo de cinco anos.

• Participar de gerência ou administração de sociedade privada, personifi cada ou não personifi -cada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário - demissão;

ATENÇÃO! Essa vedação não se aplica nos seguintes casos:– participação nos conselhos de administração e

fi scal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros;

– gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91, observada a legislação sobre confl ito de interesses.

• Atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou compa-nheiro – demissão; – Incompatibiliza o ex-servidor para nova

investidura em cargo público federal, pelo prazo de cinco anos.

• Receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições – demissão;

• Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro – demissão;

• Praticar usura sob qualquer de suas formas – demissão;

• Proceder de forma desidiosa – demissão; • Utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição

em serviços ou atividades particulares – demissão;

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27D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

• Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias – suspensão;

• Exercer quaisquer atividades que sejam incompatí-veis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho – suspensão;

• Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado – advertência.

ACUMULAÇÃO

Ressalvados os casos previstos na Constituição, é ve-dada a acumulação remunerada de cargos públicos. Dispõe o artigo 37, inciso XVI da CF/88:

É vedada a acumulação remunerada de cargos públi-cos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.

a) a de dois cargos de professor;b) a de um cargo de professor com outro técnico ou

científi co;c) a de dois cargos ou empregos privativos de profi ssio-

nais de saúde, com profi ssões regulamentadas.A proibição de acumular se estende a cargos, empregos

e funções em autarquias, fundações públicas, empresas pú-blicas, sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios.

Ainda que lícita, a acumulação de cargos fi ca condicio-nada à comprovação da compatibilidade de horários.

É proibida a acumulação de vencimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da inatividade, sal-vo quando os cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis na atividade.

O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, exceto no caso previsto no parágrafo único do art. 9º, nem ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva.

Art. 9º – Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser no-meado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confi ança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade.

O disposto anteriormente não se aplica à remuneração devida pela participação em conselhos de administração e fi scal das empresas públicas e sociedades de economia mis-ta, suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer en-tidades sob controle direto ou indireto da União, observado o que, a respeito, dispuser legislação específi ca.

O servidor vinculado ao regime da Lei n° 8.112/90, que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, fi cará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.

RESPONSABILIDADE CIVIL, CRIMINAL E ADMINISTRATIVA

Responsabilidade Civil

A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.

Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atua-lizadas até 30 de junho de 1994, serão previamente comuni-cadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do interessado.

§ 1º O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente a dez por cento da remuneração, provento ou pensão.

§ 2º Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita imediatamente, em uma única parcela.

§ 3º Na hipótese de valores recebidos em decorrência de cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença que venha a ser revogada ou rescindida, serão eles atualizados até a data da reposição.

Quando o dano for causado a terceiros, o servidor res-ponderá perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.

A obrigação de reparar o dano se estende aos suces-sores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida.

Responsabilidade Criminal

A responsabilidade penal abrange os crimes e contra-venções imputadas ao servidor, nessa qualidade.

Responsabilidade Administrativa

A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.

– As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular, sendo independentes entre si.

– No caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria, a responsabilidade administrativa do servidor será afastada.

Penalidades

As penalidades disciplinares previstas no artigo 127 da Lei n° 8.112/90 são as seguintes:

– Advertência;– Suspensão;– Demissão;– Cassação de aposentadoria ou disponibilidade;– Destituição de cargo em comissão;– Destituição de função comissionada;

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Na aplicação das penalidades serão consideradas a na-tureza e a gravidade da infração, os danos ao serviço públi-co, as circunstâncias agravantes e atenuantes e os antece-dentes funcionais.

A imposição da pena mencionará sempre o fundamen-to legal e a causa da sanção disciplinar.

Advertência

• Será aplicada por escrito e constará nos assenta-mentos individuais do servidor.

• Prescreverá em 180 (cento e oitenta) dias, a contar do conhecimento do fato pela autoridade compe-tente.

• Seu registro será cancelado após o decurso de 3 (três) anos.

• Será aplicada no caso de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que não justifi que imposição de penalidade mais grave, e quando o servidor:– Ausentar-se do serviço durante o expediente,

sem prévia autorização do chefe imediato;– Retirar, sem prévia anuência da autoridade

competente, qualquer documento ou objeto da repartição;

– Recusar fé a documentos públicos;– Opor resistência injustifi cada ao andamento de

documento e processo ou execução de serviço;– Promover manifestação de apreço ou desapreço

no recinto da repartição;– Cometer a pessoa estranha à repartição, fora

dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;

– Coagir ou aliciar subordinados no sentido de fi liarem-se a associação profi ssional ou sindical, ou a partido político;

– Manter sob sua chefi a imediata, em cargo ou função de confi ança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;

– Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

Suspensão

• O prazo máximo é de 90 (noventa) dias, sem remu-neração.

• Prescreverá em 2 (dois) anos, a contar do conheci-mento do fato pela autoridade competente.

• Seu registro será cancelado após o decurso de 5 (cinco) anos.

• Será aplicada em caso de reincidência da penalida-de de advertência, e quando o servidor:– Cometer a outro servidor atribuições estranhas

ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;

– Exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;

– Recusar-se, injustifi cadamente, a ser submetido à inspeção médica ofi cial (suspensão pelo prazo de até 15 dias).

• A critério da autoridade competente, a suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% por dia de vencimento ou remuneração, fi cando o servidor obrigado a permanecer no serviço.

ATENÇÃO! O cancelamento da penalidade, advertên-cia ou suspensão não surtirá efeitos retro-ativos.

Demissão

• Demissão é o desligamento do servidor público ocupante de cargo efetivo em decorrência da prática de falta grave.

• Deve ser precedida de processo administrativo disciplinar, sendo assegurado ao servidor o direito a ampla defesa.

• Prescreverá em 5 (cinco) anos, a contar do conheci-mento do fato pela autoridade competente.– O prazo de prescrição será interrompido pela

abertura de sindicância ou instauração de processo administrativo até a decisão fi nal proferida por autoridade competente.

• Será aplicada nos seguintes casos:– Crime contra a administração pública;– Abandono de cargo - ausência intencional por

mais de 30 (trinta) dias consecutivos;– Inassiduidade habitual – falta ao serviço por

60 (sessenta) dias, interpoladamente, durante o período de 12 (doze) meses, sem causa justifi cada;

– Na apuração de abandono de cargo e inassiduidade habitual será adotado procedimento sumário.

– Improbidade administrativa;– Incontinência pública e conduta escandalosa, na

repartição;– Insubordinação grave em serviço;– Ofensa física, em serviço, salvo em legítima

defesa própria ou de outrem;– Aplicação irregular de dinheiros públicos;– Revelação de segredo do qual se apropriou em

razão do cargo;– Lesão aos cofres públicos e dilapidação do

patrimônio nacional;– Corrupção;– Acumulação ilegal de cargos, empregos ou

funções públicas.• Transgressão dos incisos IX a XVI do artigo 117 da

Lei n° 8.112/90, quais sejam:– Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal

ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública;

– Participar de gerência ou administração de sociedade privada, personifi cada ou não personifi cada, salvo a participação nos conselhos de administração e fi scal de empresas ou entidades em que a união detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros, e exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;

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29D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

– Atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;

– Receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;

– Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;

– Praticar usura sob qualquer de suas formas;– Proceder de forma desidiosa;– Utilizar pessoal ou recursos materiais da

repartição em serviços ou atividades particulares.• Recusa pelo agente público de prestar declaração

dos bens dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa (Lei n° 8.429/92 - artigo 13 § 3º).

Cassação de Aposentadoria ou Disponibilidade

• A cassação da aposentadoria ou disponibilidade ocorre quando o servidor pratica uma conduta punível com demissão e posteriormente é aposen-tado ou posto em disponibilidade sem que a Administração tenha ciência de sua conduta.

• Deve ser precedida de processo administrativo disciplinar, sendo assegurada ao servidor ampla defesa.

• Prescreverá em 5 (cinco) anos, a contar do conheci-mento do fato pela autoridade competente.– O prazo de prescrição será interrompido pela

abertura de sindicância ou instauração de processo administrativo até a decisão fi nal proferida por autoridade competente.

• Será aplicada nos seguintes casos:– Quando o servidor inativo houver praticado na

atividade falta punível com a demissão.– Quando o servidor for aproveitado em outro

cargo e não assumi-lo no prazo legal, salvo doença comprovada. (Ver artigo 32 da Lei n° 8.112/90).

Destituição de cargo em comissão

• Destituição de cargo em comissão é o desligamento, em caráter punitivo, do servidor ocupante de cargo em comissão – não ocupante de cargo efetivo, pela falta punível com pena de suspensão ou demissão.

• Deve ser precedida de processo administrativo disciplinar, sendo assegurada ao servidor ampla defesa.

• Prescreverá em 5 (cinco) anos, a contar do conheci-mento do fato pela autoridade competente.– O prazo de prescrição será interrompido pela

abertura de sindicância ou instauração de processo administrativo até a decisão fi nal proferida por autoridade competente.

• Implica a indisponibilidade dos bens e o ressar-cimento ao erário, se o servidor for demitido ou destituído de cargo em comissão por:

– improbidade administrativa;– aplicação irregular de dinheiros públicos;– lesão aos cofres públicos e dilapidação do

patrimônio nacional;– corrupção.

• Incompatibiliza o ex-servidor para nova inves-tidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos, a demissão ou destituição de cargo em comissão nos casos de o servidor:– valer-se do cargo para lograr proveito pessoal

ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública;

– atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro.

• Não poderá retornar ao serviço público federal, o servidor que for demitido ou destituído do cargo comissionado por:– crime contra a Administração Pública;– improbidade administrativa;– aplicação irregular de dinheiros públicos;– lesão aos cofres públicos e dilapidação do

patrimônio nacional;– corrupção.

As penalidades disciplinares serão aplicadas:

– pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;

– pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias;

– pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;

– pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo em comissão.

PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR – PAD

As irregularidades no serviço público podem ser apuradas mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar.

Processo administrativo disciplinar é a ferramenta utilizada para apurar irregularidades no serviço público. O PAD também é utilizado pela Administração como instru-mento legal para a aplicação de penalidades por faltas gra-ves cometidas pelo servidor público.

A autoridade que tiver ciência de irregularidade no ser-viço público deverá promover sua apuração imediata, assegu-rado ao servidor contraditório e ampla defesa. Essa apuração poderá ser promovida por autoridade de órgão ou entidade

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diverso daquele que em que tenha ocorrido a irregularidade, mediante competência específi ca para tal fi nalidade.

As denúncias serão objeto de apuração, desde que con-tenham a identifi cação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confi rmada a autenticidade. Porém, quando o fato narrado não confi gurar evidente infração dis-ciplinar ou ilícito penal, a denuncia será arquivada, por falta de objeto.

Sindicância

A sindicância é um processo mais célere e simples de apurar irregularidades.

A autoridade administrativa procederá à sindicância:– Quando houver necessidade de apurar a existência

de falta ou sua autoria.– Para a aplicação de penalidade quando o ato não

exigir, expressamente, o processo administrativo.– Quando não se consegue comprovar a autoria, por

faltas cometidas em que haja aplicação das penali-dades de advertência e suspensão – até 30 (trinta) dias.

Da sindicância poderá resultar:– arquivamento do processo;– aplicação de penalidade de advertência ou suspensão

de até 30 (trinta) dias;– instauração de processo disciplinar.

O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da autoridade superior.

Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trin-ta) dias, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibi-lidade, ou destituição de cargo em comissão, será obrigató-ria a instauração de processo disciplinar.

Afastamento Preventivo

O afastamento preventivo é uma medida cautelar que tem por objetivo afastar o servidor para que ele não infl ua na apuração da irregularidade.

– A autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o afastamento do servidor, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.

– O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, fi ndo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.

Processo Disciplinar

O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração pratica-da no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido. (Lei n°. 8.112/90 – artigo 148).

• Será conduzido por uma comissão composta de 3 (três) servidores estáveis designados pela autori-dade competente.

• A comissão indicará, dentre seus membros, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escola-ridade igual ou superior ao do indiciado.

• O secretário da comissão será designado pelo presi-dente desta, podendo a indicação recair em um de seus membros.

• O cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consanguíneo ou afi m, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, não poderão participar da comissão de sindicância ou de inquérito.

• A Comissão exercerá suas atividades com indepen-dência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário.

• As reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado.

• O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:– instauração, com a publicação do ato que

constituir a comissão;– inquérito administrativo, que compreende

instrução, defesa e relatório;– julgamento.

• O processo disciplinar deverá ser concluído no prazo de até 60 (sessenta) dias, contados da data de publi-cação do ato que constituir a comissão. Quando as circunstancias o exigirem, o prazo poderá ser prorrogado por igual período.

• A comissão dedicará tempo integral aos seus trabalhos sempre que necessário, fi cando seus membros dispensados do ponto, até a entrega do relatório fi nal.

• Os atos do processo serão realizados por escrito.• As reuniões da comissão serão registradas em atas

e os depoimentos reduzidos a termo.

A instauração é a primeira fase do processo adminis-trativo disciplinar que ocorre com a publicação do ato que constitui a comissão.

O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contraditório, assegurado ao acusado ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito.

É a segunda fase do processo administrativo discipli-nar, subdividido em Instrução, Defesa e Relatório.

Instrução

• Principal fase investigatória do PAD que investiga os atos praticados pelo servidor investigado.

• No caso de prévia sindicância, seus autos integrarão o processo como peça informativa de instrução.– Se o relatório da sindicância concluir que a

infração está capitulada como ilícito penal, a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, independentemente da imediata instauração do processo disciplinar.

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31D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

• A comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.

• As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser anexado aos autos.– O depoimento das testemunhas deverá ser

prestado oralmente e reduzido a termo escrito.– Na hipótese de mais de uma testemunha, os

depoimentos serão prestados separadamente.– Na hipótese de depoimentos contraditórios será

feita a acareação.• Concluída a inquirição das testemunhas, o acusado

será ouvido, intimando-o por meio de mandado expedido pelo presidente da comissão.– Na hipótese de mais de um acusado, os depoimentos

serão prestados separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações sobre os fatos ou circunstancias, proceder-se-á a acareação entre eles.

– O incidente de sanidade mental será processado em auto apartado e apenso ao processo principal, após a expedição do laudo pericial.

• Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá à autoridade compe-tente que ele seja submetido a exame por junta médica ofi cial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra.– O incidente de sanidade mental será processado

em auto apartado e apenso ao processo principal, após a expedição do laudo pericial.

• Tipifi cada a infração disciplinar, a comissão promoverá o indiciamento do servidor com a especi-fi cação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.

• Com a imputação da infração ao acusado com a indicação das provas, encerra-se a subfase de instrução, passando à fase de defesa.

Defesa

• Após o indiciamento, a comissão citará o acusado por mandado expedido pelo presidente da comissão para apresentar defesa escrita no prazo de 10 (dez) dias.– Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será de

20 (vinte) dias.– O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo

dobro, para diligências reputadas indispensáveis.• O indiciado que mudar de residência fi ca obrigado

a comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado.

• Encontrando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por edital, publicado no Diário Ofi cial da União e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio conhecido, para apresentar defesa. Nesse caso, o prazo para defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última publi-cação do edital.

• Não apresentando defesa escrita no prazo legal, o acusado, regularmente citado, será considerado revel.– A revelia será declarada, por termo, nos autos do

processo e devolverá o prazo para a defesa. – A revelia no processo administrativo disciplinar,

diferentemente do processo civil, não enseja a presunção de veracidade material da acusação.

– A autoridade instauradora do processo designará um servidor como defensor dativo para defender o indiciado revel. O defensor dativo deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

• Após o recebimento da defesa, encerra-se a subfase da defesa, passando-se à fase do relatório.

Relatório

• Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua convicção.

• O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor.

• Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão indicará o dispositivo legal ou regula-mentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.

• O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para julgamento.

Julgamento

O julgamento é a última fase do processo administra-tivo disciplinar.

• Na hipótese de penalidade a ser aplicada, o julga-mento do processo será feito pela autoridade competente nos termos do artigo 141 da Lei n°. 8.112/90.

• A autoridade julgadora deverá proferir a sua decisão no prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebi-mento do processo.

• Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autoridade instauradora do processo, este será encaminhado à autoridade competente, que decidirá em igual prazo.

• Na hipótese de mais de um indiciado e diversi-dade de sanções, o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da pena mais grave.

• O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário às provas dos autos. Nesta hipótese, a autoridade julgadora poderá agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de respon-sabilidade, desde que motivadamente.

• Em qualquer fase do processo, na ocorrência de vício insanável, a autoridade que determinou a instauração do processo ou outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração de novo processo.

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32I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

ATENÇÃO! O julgamento fora do prazo legal não im-plica nulidade do processo.

• Caso a comissão reconheça a inocência do servidor, a autoridade instauradora do processo determi-nará o seu arquivamento, salvo se fl agrantemente contrária à prova dos autos.

• No caso de a punibilidade ser extinta pela prescrição, a autoridade julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor.

• Na hipótese de a infração confi gurar crime, o processo disciplinar será remetido ao Ministério Público para instauração da ação penal, fi cando trasladado na repartição.

• O servidor que responder a processo disciplinar não poderá ser exonerado a pedido e nem aposentado voluntariamente antes de:– concluído o processo;– cumprida a penalidade, caso houver.

Revisão do Processo

O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, sempre que surgirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justifi car a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada.

• A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui fundamento para a revisão, que requer elementos novos, ainda não apreciados no processo originário.

• O processo de revisão pode ser requerido por qualquer pessoa da família, no caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor. No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida pelo respectivo curador.

• No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente.

• O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade onde se originou o processo disciplinar.

• A revisão correrá em apenso ao processo originário.• A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para

concluir os trabalhos.• O julgamento do processo revisional caberá à

autoridade que aplicou a penalidade.– O prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias,

contados do recebimento do processo, no curso do qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências.

• Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação à destituição do cargo em comissão, que será conver-tida em exoneração.

• A revisão do processo não poderá agravar a penali-dade.

SEGURIDADE DO SERVIDOR SOCIAL

Ao servidor e a sua família será assegurado Plano de Seguridade Social mantido pela União. Para este fi m, con-sidera-se servidor aquele ocupante de cargo de provimento efetivo.

O servidor ocupante de cargo comissionado que não for, simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego efe-tivo na administração pública direta, autárquica e funda-cional não fará jus aos benefícios do Plano de Seguridade Social, ressalvados os benefícios da assistência à saúde.

O Plano de Seguridade Social tem como fi nalidade dar cobertura aos riscos a que o servidor e sua família estão sujeitos. Este Plano abrange um conjunto de benefícios e ações com as seguintes fi nalidades:

– garantir meios de subsistência nos casos de doença, invalidez, velhice, acidente em serviço, inatividade, falecimento e reclusão;

– proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;– assistência à saúde.

O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem remuneração, inclusive para servir em organismo ofi -cial internacional de que o Brasil seja membro efetivo ou com o qual coopere, ainda que contribua para regime de previdência social no exterior, terá suspenso o seu vínculo com o regime do Plano de Seguridade Social do Servidor Público enquanto durar o afastamento ou a licença. Neste caso, os benefícios do regime de previdência não lhes serão garantido durante o período em que estiver afastado.

Ao servidor licenciado ou afastado sem remuneração poderá permanecer vinculado ao Plano de Seguridade So-cial do Servidor Público, mediante o recolhimento mensal da respectiva contribuição, no mesmo percentual devido pelos servidores em atividade.

Benefícios

Os benefícios do Plano de Seguridade Social do servi-dor compreendem:

• quanto ao servidor:– aposentadoria;– auxílio-natalidade;– salário-família;– licença para tratamento de saúde;– licença à gestante, à adotante e licença-

paternidade;– licença por acidente em serviço;– assistência à saúde;– garantia de condições individuais e ambientais

de trabalho satisfatórias.

• quanto ao dependente:– pensão vitalícia e temporária;– auxílio-funeral;– auxílio-reclusão;– assistência à saúde.

As aposentadorias e as pensões serão concedidas e mantidas pelos órgãos ou entidades em que o servidor en-contra-se vinculado.

O recebimento indevido de benefícios havidos por fraude, dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário do to-tal auferido, sem prejuízo da ação penal cabível.

Aposentadoria

Aposentadoria é um direito constitucional à inativida-de remunerada.

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33D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previ-dência de caráter contributivo e solidário.

O servidor será aposentado:• por invalidez permanente, sendo os proventos

proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profi s-sional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;

• compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição;

• voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:– 60 (sessenta) anos de idade e 35 (trinta e cinco) de

contribuição, se homem; e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade e 30 (trinta) de contribuição, se mulher;

– 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

Os proventos de aposentadoria e as pensões, por oca-sião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão.

A aposentadoria compulsória será automática. Será declarada por ato e vigorará a partir do dia imediato àquele em que o servidor atingir a idade limite de permanência no serviço público.

A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a partir da data da publicação do respectivo ato.

A aposentadoria por invalidez será precedida de licen-ça para tratamento de saúde, por período que não exceda 24 (vinte e quatro) meses. Expirado o período de licença e não estando em condições de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o servidor será aposentado.

– A Lei nº. 11.907 de 2009 estabelece que, para fi ns de aposentadoria por invalidez, serão consideradas apenas as licenças motivadas pela enfermidade ensejadora da invalidez ou doenças correlacionadas.

– Outra redação dada pela Lei nº. 11.907 de 2009 menciona que a critério da Administração, o servidor em licença para tratamento de saúde ou aposentado por invalidez poderá ser convocado a qualquer momento, para avaliação das condições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria.

– O lapso de tempo compreendido entre o término da licença e a publicação do ato da aposentadoria será considerado como de prorrogação da licença.

– O servidor aposentado com provento proporcional ao tempo de contribuição, se acometido de qualquer das moléstias especifi cadas no art. 186, § 1° da Lei n°. 8.112/90, e por este motivo for considerado inválido por junta médica ofi cial, passará a perceber

provento integral, calculado com base no funda-mento legal de concessão da aposentadoria. (Lei nº. 11.907 de 2009)

– O provento, quando proporcional ao tempo de contribuição, não será inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade

– O servidor aposentado fará jus à gratifi cação natalina.

Auxílio-natalidade

• O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nascimento de fi lho. Este benefício será no valor correspondente ao menor vencimento do serviço público, inclusive no caso de natimorto.

• Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de 50%, por nascituro.

• Quando a parturiente não for servidora, o auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor público.

Salário-família

• O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, por dependente econômico.

• Consideram-se dependentes econômicos para efeito de percepção do salário-família:– o cônjuge ou companheiro e os fi lhos, inclusive

os enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade;

– o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autorização judicial, viver na companhia e às expensas do servidor, ou do inativo;

– a mãe e o pai sem economia própria. • Quando o benefi ciário do salário-família perceber

rendimento do trabalho ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento da aposentadoria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo não se confi gura a dependência econômica.

• Quando o pai e mãe forem servidores públicos e viverem em comum, o salário-família será pago a um deles; quando separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição dos depen-dentes. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes.

• O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração, não acarreta a suspensão do pagamento do salário-família.

Licença para tratamento de Saúde

• Ao servidor será concedida licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fi zer jus.

• A licença para tratamento de saúde será concedida com base em perícia ofi cial. (Lei nº. 11.907 de 2009).– Sempre que necessário, a inspeção médica

será realizada na residência do servidor ou no

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estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado.

– Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde se encontra ou tenha exercício em caráter permanente o servidor, e não se confi gurando as hipóteses previstas nos parágrafos do art. 230, será aceito atestado passado por médico particular.

• Excedido o prazo de 120 (cento e vinte) dias no período de 12 (doze) meses a contar do primeiro dia de afastamento, a licença será concedida mediante avaliação por junta médica ofi cial. (Lei nº. 11.907 de 2009).

• A perícia ofi cial para concessão dessa licença, bem como nos demais casos de perícia ofi cial previstos nesta lei, nas hipóteses em que abranger o campo de atuação da odontologia, será efetuada por cirur-giões-dentistas. (Lei nº. 11.907 de 2009).

• A licença para tratamento de saúde inferior a 15 (quinze) dias, dentro de um ano, poderá ser dispen-sada de perícia ofi cial, na forma defi nida em regulamento. (Lei nº. 11.907 de 2009).

Licença à Gestante, à Adotante e da Licença-Pater-nidade

À servidora gestante será concedida licença por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remune-ração.

IMPORTANTE! O Decreto nº 6.690, de 11 de dezem-bro de 2008, instituiu o Programa de Prorrogação da Licen-ça à Gestante e à Adotante.

• Serão benefi ciadas pelo Programa de Prorrogação da Licença à Gestante e à Adotante as servidoras públicas federais lotadas ou em exercício nos órgãos e entidades integrantes da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional.

• A prorrogação será garantida à servidora pública que requeira o benefício até o fi nal do primeiro mês após o parto e terá duração de 60 (sessenta) dias.

• A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo antecipação por prescrição médica. No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto.

• No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.

• No caso de aborto atestado por médico ofi cial, a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.

• O servidor terá direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos pelo nascimento ou adoção de fi lhos.

• Durante a jornada de trabalho, a servidora lactante terá direito a uma hora de descanso para amamentar o próprio fi lho até a idade de 6 (seis) meses. Esse descanso poderá ser parcelado em dois períodos de meia hora.

• À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até um ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada.

• No caso de adoção ou guarda judicial de criança com mais de um ano de idade, o prazo será de 30 (trinta) dias.

• O Programa de Prorrogação da Licença à Gestante e à Adotante será igualmente garantido a quem adotar ou obtiver guarda judicial para fi ns de adoção de criança, na seguinte proporção:– 45 (quarenta e cinco) dias, no caso de criança de

até um ano de idade; e– 15 (quinze) dias, no caso de criança com mais de

um ano de idade.

Licença por Acidente em Serviço

Considera-se acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo exercido.

• Equipara-se ao acidente em serviço o dano:– decorrente de agressão sofrida e não provocada

pelo servidor no exercício do cargo;– sofrido no percurso da residência para o trabalho

e vice-versa.• O servidor acidentado em serviço será licenciado

com remuneração integral.• Na hipótese de o servidor acidentado em serviço

necessitar de tratamento especializado poderá ser tratado em instituição privada, à conta de recursos públicos.

• O tratamento recomendado por junta médica ofi cial constitui medida de exceção e somente será admissível quando inexistirem meios e recursos adequados em instituição pública.– A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez)

dias. Este prazo pode ser prorrogado quando as circunstâncias assim exigirem.

Pensão

• A pensão é devida aos dependentes do servidor falecido.

• Será paga mensalmente no valor correspondente ao da respectiva remuneração ou provento do servidor falecido.

• Será concedida a partir da data do óbito, observado o limite legal.

• As pensões distinguem-se, quanto à natureza, em vitalícias e temporárias.

A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas perma-nentes, que somente se extinguem ou revertem com a morte de seus benefi ciários.

A pensão temporária é composta de cota ou cotas que podem se extinguir ou reverter por motivo de morte, cessa-ção de invalidez ou maioridade do benefi ciário.

São benefi ciários das pensões:• Vitalícia:

– o cônjuge;– a pessoa desquitada, separada judicialmente ou

divorciada, com percepção de pensão alimentícia;– o companheiro ou companheira designado que

comprove união estável como entidade familiar;– a mãe e o pai que comprovem dependência

econômica do servidor;

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– a pessoa designada, maior de 60 anos e a pessoa portadora de defi ciência, que vivam sob a dependência econômica do servidor.

• Temporária:– os fi lhos, ou enteados, até 21 (vinte e um) anos

de idade, ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez;

– o menor sob guarda ou tutela até 21 (vinte e um) anos de idade;

– o irmão órfão, até 21 (vinte e um) anos, e o inválido, enquanto durar a invalidez, que comprovem dependência econômica do servidor;

– a pessoa designada que viva na dependência econômica do servidor, até 21 (vinte e um) anos, ou, se inválida, enquanto durar a invalidez.

A concessão de pensão vitalícia ao cônjuge ou compa-nheiro exclui desse direito a mãe; o pai; a pessoa designada, maior de 60 (sessenta) anos; e a pessoa portadora de defi ci-ência, observado o disposto acima.

A concessão da pensão temporária ao cônjuge ou a pessoa desquitada, separada ou divorciada exclui desse di-reito o companheiro ou companheira; a mãe e o pai, obser-vado o disposto acima.

A pensão será concedida integralmente ao titular da pensão vitalícia, exceto se existirem benefi ciários da pen-são temporária.

• Havendo vários titulares habilitados à pensão vitalícia, o seu valor será distribuído em partes iguais entre os benefi ciários habilitados.

• Havendo vários titulares habilitados às pensões vitalícia e temporária, metade do valor caberá ao titular ou titulares da pensão vitalícia, sendo a outra metade rateada em partes iguais, entre os titulares da pensão temporária.

• Ocorrendo habilitação somente à pensão tempo-rária, o valor integral da pensão será rateado, em partes iguais, entre os que se habilitarem.

A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, pres-crevendo tão-somente as prestações exigíveis há mais de 5 (cinco) anos.

• Concedida a pensão, qualquer prova posterior ou habilitação tardia que implique exclusão de benefi -ciário ou redução de pensão só produzirá efeitos a partir da data em que for oferecida.

O benefi ciário condenado pela prática de crime doloso de que tenha resultado a morte do servidor não fará jus à pensão.

Será concedida pensão provisória por morte presumi-da do servidor, nos seguintes casos:

• declaração de ausência, pela autoridade judiciária competente;

• desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou acidente não caracterizado como em serviço;

• desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo ou em missão de segurança.

– A pensão provisória será transformada em vitalí-cia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos de sua vigência, ressalvado o even-tual reaparecimento do servidor, hipótese em que o benefício será automaticamente cancelado.

Acarreta perda da qualidade de benefi ciário:• o seu falecimento;• a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer

após a concessão da pensão ao cônjuge;• a cessação de invalidez, em se tratando de benefi ciário

inválido;• a maioridade de fi lho, irmão órfão ou pessoa

designada, aos 21 anos de idade;• a renúncia expressa;• a acumulação de pensão na forma do artigo 225 da

Lei n°. 8.112/90: “Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção cumulativa de mais de duas pensões.”

Por morte ou perda da qualidade de benefi ciário, a res-pectiva cota reverterá:

• da pensão vitalícia para os remanescentes desta pensão ou para os titulares da pensão temporária, se não houver pensionista remanescente da pensão vitalícia;

• da pensão temporária para os co-benefi ciários ou, na falta destes, para o benefi ciário da pensão vitalícia.

Auxílio-Funeral

• O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na atividade ou aposentado, em valor equivalente a um mês da remuneração ou provento.

• No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será pago somente em razão do cargo de maior remuneração.

• O auxílio será pago no prazo de 48 horas, por meio de procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral. No caso de o funeral ser custeado por terceiro, este será indenizado.

• Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do local de trabalho, inclusive no exterior, as despesas de transporte do corpo correrão à conta de recursos da União, autarquia ou fundação pública.

Auxílio-Reclusão

À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclu-são, nos seguintes valores:

• metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação, por sentença defi nitiva, a pena que não determine a perda de cargo;

• dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em fl agrante ou preventiva, deter-minada pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão. Nesse caso, o servidor terá direito à integralização da remuneração, desde que absolvido.

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O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia imediato àquele em que o servidor for posto em liberda-de, ainda que condicional.

ASSISTÊNCIA À SAÚDE

A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e de sua família compreende:

• assistência médica; • assistência hospitalar;• assistência odontológica;• assistência psicológica; e• assistência farmacêutica.

A assistência à saúde do servidor e de sua família terá como diretriz básica o implemento de ações preventivas voltadas para a promoção da saúde e será prestada pelo Sistema Único de Saúde – SUS, diretamente pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio, me-diante ressarcimento parcial do valor despendido pelo ser-vidor, ativo ou inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos ou seguros privados de assistência à saúde, na forma estabelecida em regulamento.

Nas hipóteses previstas na Lei n°. 8.112/90 em que seja exigida perícia, avaliação ou inspeção médica, na ausência de médico ou junta médica ofi cial, para a sua realização o órgão ou entidade celebrará, preferencialmente, convênio com unidades de atendimento do sistema público de saúde, entidades sem fi ns lucrativos declaradas de utilidade públi-ca, ou com o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS. Na impossibilidade, devidamente justifi cada, o órgão ou entidade promoverá a contratação da prestação de serviços por pessoa jurídica, que constituirá junta médica especifi ca-mente para esses fi ns, indicando os nomes e especialidades dos seus integrantes, com a comprovação de suas habilita-ções e de que não estejam respondendo a processo discipli-nar junto à entidade fi scalizadora da profi ssão.

Para os fi ns do disposto acima, fi cam a União e suas entidades autárquicas e fundacionais autorizadas a:

• celebrar convênios exclusivamente para a prestação de serviços de assistência à saúde para os seus servidores ou empregados ativos, aposentados, pensionistas, bem como para seus respectivos grupos familiares defi nidos, com entidades de autogestão por elas patrocinadas por meio de instrumentos jurídicos efetivamente celebrados e publicados até 12 de fevereiro de 2006 e que possuam autorização de funcionamento do órgão regulador, sendo certo que os convênios celebrados depois dessa data somente poderão sê-lo na forma da regulamentação específi ca sobre patrocínio de autogestões, a ser publicada pelo mesmo órgão regulador, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da vigência desta Lei, normas essas também aplicáveis aos convênios existentes até 12 de fevereiro de 2006;

• contratar, mediante licitação, na forma da Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993, operadoras de planos e seguros privados de assistência à saúde que possuam autorização de funcionamento do órgão regulador.

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

No âmbito dos Poderes Executivo, Legislativo e Judi-ciário, poderão ser instituídos os seguintes incentivos fun-cionais, além daqueles já previstos nos respectivos planos de carreira:

• prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou trabalhos que favoreçam o aumento de produtivi-dade e a redução dos custos operacionais;

• concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito, condecoração e elogio.

O Dia do Servidor Público será comemorado em 28 (vinte e oito) de outubro.

Os prazos serão contados em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, fi cando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o prazo ven-cido em dia em que não haja expediente.

Por motivo de crença religiosa ou de convicção fi losó-fi ca ou política, o servidor não poderá ser privado de quais-quer dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem eximir-se do cumprimento de seus deveres.

ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção fi losófi ca ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fi xada em lei (CF/88, art. 5º, inciso VII)

Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da Constituição Federal, o direito à livre associação sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:

• de ser representado pelo sindicato, inclusive como substituto processual;

• de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após o fi nal do mandato, exceto se a pedido;

• de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a que for fi liado, o valor das mensalidades e contribuições defi nidas em assembléia geral da categoria.

Assim dispõe o art. 8º da Constituição Federal:Art. 8º É livre a associação profi ssional ou sindical,

observado o seguinte: I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a

fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão com-petente, vedadas ao Poder Público a interferência e a inter-venção na organização sindical;

II – é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria pro-fi ssional ou econômica, na mesma base territorial, que será defi nida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;

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III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;

IV – a assembléia geral fi xará a contribuição que, em se tratando de categoria profi ssional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representa-ção sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;

V – ninguém será obrigado a fi liar-se ou a manter-se fi liado a sindicato;

VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas ne-gociações coletivas de trabalho;

VII – o aposentado fi liado tem direito a votar e ser vo-tado nas organizações sindicais;

VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicali-zado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o fi nal do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

LEI N°. 9.784/99 – PROCESSO ADMINISTRATIVO NO ÂMBITO FEDERAL

Disposições Gerais

A Lei nº. 9.784, de 29 de janeiro de 1999, regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fi ns da Administração.

Esta lei aplica-se à Administração direta e indireta, e aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.

Para melhor compreensão desta lei é importante defi -nir alguns conceitos:

• Considera-se órgão a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e indireta. Ressalte-se que os órgãos não têm personalidade jurídica, ao contrário das entidades.

• Considera-se autoridade o servidor ou agente dotado de poder de decisão.

Princípios

• Legalidade

• Efi ciência

• Moralidade

• Ampla defesa

• Contraditório

• Finalidade

• Motivação

• Razoabilidade

• Proporcionalidade

• Segurança Jurídica

também expressos no artigo 37 da CF/88

também expressos no artigo 5º da CF/88

Os princípios não expressos na Lei nº. 9.784/99 que norteiam o processo administrativo da Administração Pú-blica são os seguintes:

Ofi cialidade

Em conformidade com esse princípio, iniciado o pro-cesso, compete à Administração dar a ele prosseguimento até a decisão fi nal. O princípio da ofi cialidade também é conhecido como princípio do impulso ofi cial do processo.

Maria Sylvia Zanella Di Pietro o defi ne do seguinte modo: “O princípio da ofi cialidade autoriza a Administração Pública a requerer diligências, investigar fatos de que toma conhecimento no curso do processo, solicitar pareceres, lau-dos, informações, rever os próprios atos e praticar tudo o que for necessário à consecução do interesse público.”

Informalismo

No processo administrativo federal não há formalida-des especiais quanto à prática dos atos, desde que assegu-rem a certeza jurídica e a segurança processual. Ressalte-se que, havendo disposição legal quanto à formalidade de determinado ato, esta deverá ser cumprida, sob pena de nu-lidade por não atendimento a formalidade legal.

Esse princípio pode ser observado no artigo 3º, inciso IV da Lei nº. 9.784/99, o qual dispõe: “O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuí-zo de outros que lhe sejam assegurados: (...) IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obri-gatória a representação, por força de lei.”.

Observa-se que no processo administrativo federal, a representação por advogado é facultativa.

Verdade Material

Observa-se esse princípio no artigo 27 da Lei n°. 9.784/99 quando dispõe que o desatendimento da intima-ção não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, ou seja, o fato de o intimado não comparecer não infere que os fatos expostos pela outra parte são verdadeiros.

Gratuidade

Diferente do que ocorre no processo judicial, o pro-cesso administrativo federal será gratuito, uma vez que a Administração Pública é uma das partes e principal interes-sada na apuração do fato.

Critérios a serem observados no processo administrativoOs critérios a serem observados no processo adminis-

trativo são os seguintes:• Atuação conforme a lei e o Direito – decorre do

princípio da legalidade;• Atendimento a fi ns de interesse geral, vedada a

renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei – decorre do princípio da impessoalidade;

• Objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autori-dades - decorre do princípio da impessoalidade;

• Atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé - decorre do princípio da moralidade;

• Divulgação ofi cial dos atos administrativos, ressal-vadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição - decorre do princípio da publicidade;

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• Adequação entre meios e fi ns, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público - decorre dos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade;

• Indicação dos pressupostos de fato e de direito que de-terminarem a decisão - decorre do princípio da motivação;

• Observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados - decorre do princípio da se-gurança jurídica;

• Adoção de formas simples, sufi cientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados - decorre dos princípios da segurança ju-rídica e do informalismo;

• Garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações fi nais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio - decorre dos princípios da ampla defesa e do contraditório;

• Proibição de cobrança de despesas processuais, res-salvadas as previstas em leI – decorre do princípio da gra-tuidade dos processos administrativos;

• Impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados - decorre do princípio da ofi cialidade;

• Interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fi m público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação - decorre dos princípios da impessoalidade e da segurança jurídica.

Direitos dos Administrados

Perante a Administração, os administrados possuem os seguintes direitos, além de outros que lhes são assegurados:

• ser tratado com respeito pelas autoridades e servi-dores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;

• ter ciência da tramitação dos processos administra-tivos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhe-cer as decisões proferidas;

• formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;

• fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, sal-vo quando obrigatória a representação, por força de lei.

Deveres do Administrado

Perante a Administração, os administrados possuem os seguintes deveres, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:

• Expor os fatos conforme a verdade;• Proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;• Não agir de modo temerário (imprudente);• Prestar as informações que lhe forem solicitadas e

colaborar para o esclarecimento dos fatos.

Ressalte-se que tanto o processo judicial quanto o proces-so administrativo deverão ter duração “razoável”. A jurispru-dência entende ser direito público subjetivo à razoável duração

dos processos. Essa garantia encontra-se na CF/88, artigo 5º, inciso LXXVII, qual seja: “a todos, no âmbito judicial e admi-nistrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.”

Do Início do Processo

O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido do interessado.

O requerimento inicial do interessado deve ser formu-lado por escrito, salvo os casos em que for admitida solicita-ção oral. Tal requerimento deve conter os seguintes dados:

• Órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;• Identifi cação do interessado ou de quem o represente;• Domicílio do requerente ou local para recebimento

de comunicações;• Formulação do pedido, com exposição dos fatos e de

seus fundamentos;• Data e assinatura do requerente ou de seu representante.

Na falta de elementos necessários ao pedido, o servi-dor deve orientar o interessado quanto ao suprimento des-ses, pois à Administração é vedada a recusa imotivada de recebimento de documentos.

No caso de pedidos de uma pluralidade de interessa-dos, desde que tenham conteúdo e fundamentos idênticos, a lei permite que tais pedidos sejam formulados em um único requerimento, salvo disposição legal em contrário.

Dos Interessados

Na condição de interessados no processo administrati-vo, a Lei nº. 9.784/99 defi ne como legitimados:

• As pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como ti-tulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação;

• Aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm di-reitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;

• As organizações e associações representativas, no to-cante a direitos e interesses coletivos;

• As pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.

Destaca-se que há diferença entre interesses coletivos e interesses difusos. O interesse coletivo pertence a um gru-po ou categoria de pessoas que podem ser determinadas. Já o interesse difuso abrange um número indeterminado de pessoas unidas pelo mesmo fato.

Assim dispõe o artigo 81, parágrafo único, da Lei nº. 8.078/90 - Código de Defesa do Consumidor:

“interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indi-visível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e li-gadas por circunstâncias de fato”;

“interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base”.

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Para fi ns de processo administrativo, consideram-se capazes os maiores de dezoito anos de idade, ressalvada disposição especial em ato normativo próprio.

Da Competência

Em regra, a competência é irrenunciável e será exer-cida pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.

• Avocar é chamar para si a responsabilidade inerente ao subordinado.

• Delegar é atribuir a subordinado responsabilidades inerentes a autoridade superior.

Não havendo impedimento legal, um órgão adminis-

trativo e seu titular poderão delegar parte da sua compe-tência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados.

ATENÇÃO! A delegação ocorre de superior para subordi-nado. Entretanto, não há obrigatoriedade de que a delegação seja para subordinado hie-rárquico.

O artigo 13 da Lei nº 9.784/99 enumera os casos em

que não pode haver delegação, quais sejam:• A edição de atos de caráter normativo;• A decisão de recursos administrativos;• As matérias de competência exclusiva do órgão ou

autoridade.

O ato de delegação especifi cará:

• as matérias e poderes transferidos;• os limites da atuação do delegado;• a duração e os objetivos da delegação; e• recurso cabível.• E, ainda, poderá constar do ato de delegação ressalva

de exercício da atribuição delegada.

Quanto à delegação: • A autoridade delegante poderá revogar, a qualquer

tempo, o ato de delegação.• O ato de delegação e sua revogação deverão ser publi-

cados no meio ofi cial.• As decisões adotadas por delegação devem mencionar

explicitamente esta qualidade.• O ato praticado por delegação considera-se praticado

pelo delegado.

Em caráter excepcional e por motivos relevantes devi-damente justifi cados, será permitida a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente infe-rior, ou seja, o órgão superior chama para si competência inerente a órgão inferior.

ATENÇÃO! Não havendo competência legal específi ca, o processo administrativo deverá iniciar-se perante a autoridade de menor grau hierár-quico para decidir.

DELEGAÇÃO AVOCAÇÃOSuperior delega

competência a subordinado.Superior chama para si atribuição

de subordinado.O delegado não precisa

ser subordinado hierarquicamente. Medida excepcional e temporária.

Somente pode ser delegada parte da competência. Deve ser justifi cada.

Impedimento e Suspeição

A Lei nº 9.784/99, artigo 18, dispõe que é impedido de atu-ar em processo administrativo o servidor ou autoridade que:

• tenha interesse direto ou indireto na matéria;• tenha participado ou venha a participar como perito,

testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afi ns até o terceiro grau;

• esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.

A autoridade ou servidor que incorrer em impedimen-to deve comunicar o fato à autoridade competente, deixando de atuar. No caso de omissão, o impedimento constitui falta grave, para efeitos disciplinares.

Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os respectivos cônjuges, compa-nheiros, parentes e afi ns até o terceiro grau. Se indeferida a alegação de suspeição, caberá recurso contra o indeferi-mento, sem efeito suspensivo.

IMPEDIMENTO SUSPEIÇÃOPresunção absoluta de

incapacidade para prática do ato.Presunção relativa de

incapacidade para prática do ato.Dever de comunicar o fato e

abster-se de atuar.Faculdade de ação à disposição

da parte interessada.Nulidade absoluta do ato. Nulidade relativa do ato.

Forma, Tempo e Lugar dos Atos do Processo

O processo administrativo federal é orientado pelo prin-cípio do informalismo, pois não há formalidades especiais quanto à prática dos atos, salvo se houver disposição legal.

Dispõe o artigo 22, caput, da Lei nº 9.784/99: “Os atos do processo administrativo não dependem de forma deter-minada senão quando a lei expressamente a exigir.”

Entretanto, os atos do processo devem ser escritos em vernáculo – língua portuguesa, e conter a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável. Salvo imposição legal, o reconhecimento de fi rma somente será exigido quando houver dúvida de autenticidade.

Em regra, os atos do processo realizar-se-ão em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição onde tramita o processo. Entretanto, os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração, poderão ser concluídos depois do horário normal.

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40I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

Quando não houver disposição específi ca, os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos admi-nistrados que dele participem devem ser praticados no pra-zo de cinco dias, salvo motivo de força maior. Esse prazo poderá ser prorrogado até o dobro, desde que haja motivo justifi cante devidamente comprovado.

Os atos do processo devem realizar-se preferencial-mente na sede do órgão, podendo ser realizado em outro local, caso em que o interessado deve ser cientifi cado.

Comunicação dos Atos

A intimação será determinada pelo órgão competente perante o qual tramita o processo. O interessado será inti-mado para a ciência da decisão ou a efetivação de diligên-cias. A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de comparecimento, podendo ser efetuada por ciência no processo, via postal com aviso de recebimento, telegrama ou outro meio que assegure a certe-za da ciência do interessado. No caso de interessados inde-terminados, desconhecidos ou com domicílio indefi nido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação ofi cial.

As intimações que não obedecerem às prescrições le-gais serão nulas. Entretanto, a falta ou nulidade serão supri-das pelo comparecimento do interessado. Assim, caso o in-teressado não seja intimado, porém compareça à audiência, considerar-se-á intimado – o seu comparecimento supriu a não intimação.

O artigo 27, da Lei nº 9.784, dispõe que “O desaten-dimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo adminis-trado.”. Tal artigo decorre do princípio da verdade material, pois a falta de atendimento à intimação não presume a culpa ou renúncia a direito.

No prosseguimento do processo, ao interessado será garantido direito de ampla defesa.

Na intimação conterá:

• Identifi cação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;

• Finalidade da intimação;• Data, hora e local em que deve comparecer;• Se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fa-

zer-se representar;• Informação da continuidade do processo independen-

temente do seu comparecimento;• Indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.

Devem ser objeto de intimação:

• Os atos do processo que resultem para o interessa-do em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades; e

• Os atos de outra natureza, de seu interesse.

Instrução

A fase de instrução do processo destina-se a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão. As atividades de instrução realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias.

O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão do processo. Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizar-se do modo menos oneroso para estes.

No processo administrativo, são inadmissíveis as pro-vas obtidas por meios ilícitos, conforme dispõe o artigo 30 da Lei nº 9.784/99 e também o artigo 5º, inciso LVI, da CF/88.

Quando a matéria do processo envolver assunto de in-teresse geral, o órgão competente poderá, mediante despa-cho motivado, abrir período de consulta pública para mani-festação de terceiros, antes da decisão do pedido, desde que não haja prejuízo para a parte interessada.

Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da relevância da questão, poderá ser realizada au-diência pública para debates sobre a matéria do processo.

Em se tratando de matéria relevante, os órgãos e enti-dades administrativas poderão estabelecer outros meios de participação de administrados, diretamente ou por meio de organizações e associações legalmente reconhecidas.

O ônus da prova cabe ao interessado quanto aos fatos que tenha alegado. Caso os fatos e dados estejam registra-dos em documentos existentes na Administração, esta pro-videnciará, de ofício, a obtenção dos documentos ou das respectivas cópias.

Na fase instrutória e antes da tomada de decisão, o in-teressado poderá:

• juntar documentos e pareceres;• requerer diligências e perícias;• bem como aduzir alegações referentes à matéria ob-

jeto do processo.Os elementos probatórios deverão ser considerados na

motivação do relatório e da decisão. As provas propostas pelos interessados somente poderão ser recusadas, median-te decisão fundamentada, quando ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.

Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fi m, mencionando-se data, prazo, forma e condições de atendimento. Não sendo atendida a intimação, se o órgão entender que a matéria é relevante poderá suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão.

Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fi xado pela Admi-nistração para a respectiva apresentação implicará arquiva-mento do processo.

Se necessária a produção de uma prova ou a realização de diligência, os interessados serão intimados, com antece-dência mínima de três dias úteis.

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41D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

IMPORTANTE! Já cobrado em prova.

Quanto às regras referentes à produção de pareceres por órgãos consultivos tem-se:

• Havendo necessidade de um órgão consultivo ser ouvido, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo.

• Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fi xado, o processo não terá seguimento até a respectiva apresentação, respon-sabilizando-se quem der causa ao atraso.

• Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fi xado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.

Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fi xado.

Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado.

Decorrência do princípio da publicidade, os interessa-dos têm direito à vista do processo e a obter certidões ou có-pias reprográfi cas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.

O órgão de instrução que não for competente para emi-tir a decisão fi nal elaborará relatório indicando o pedido ini-cial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará pro-posta de decisão, objetivamente justifi cada, encaminhando o processo à autoridade competente.

Dever de Decidir

A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.

Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.

Destaca-se que, concluída a instrução, o interessado tem o prazo de até 10 dias para manifestar-se; e a Adminis-tração tem o prazo de 30 dias para decidir.

Motivação

Considera-se motivação a exposição expressa dos motivos que levaram a prática de determinado ato pela Administração. A motivação indicará os fatos e fundamentos jurídicos.

IMPORTANTE! Os atos administrativos deverão ser mo-tivados quando:

• Neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;• Imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;• Decidam processos administrativos de concurso ou

seleção pública;• Dispensem ou declarem a inexigibilidade de

processo licitatório;

• Decidam recursos administrativos;• Decorram de reexame de ofício;• Deixem de aplicar jurisprudência fi rmada sobre

a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios ofi ciais;

• Importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fun-damentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.

Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os funda-mentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados.

A motivação das decisões de órgãos colegiados e co-missões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito.

Desistência e Extinção do Processo

O interessado poderá, mediante manifestação escri-ta, desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis – a desistência pode ser total ou parcial; a renúncia pode ser somente a direitos disponíveis.

Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a tenha formulado. A desistência ou renúncia do interessado não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o interesse pú-blico assim o exige.

O órgão competente poderá declarar extinto o proces-so quando exaurida sua fi nalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato super-veniente.

Anulação, Revogação e Convalidação

A Administração deve anular seus próprios atos, quan-do eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por mo-tivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direi-tos adquiridos.

O direito da Administração de anular os atos adminis-trativos de que decorram efeitos favoráveis para os destina-tários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. Qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à vali-dade do ato considera-se exercício do direito de anular.

Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.

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42I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

ANULAÇÃO (deve)

REVOGAÇÃO (pode)

Quem ordenaAdministração e

JudiciárioAdministração

Motivo IlegalidadeConveniência e Oportunidade

Efeitos ex tunc – retroage ex nunc – não retroageDireitos

adquiridosInexistem Prevalecem

PressupostosProcesso

Administrativo e Judicial

Processo Administrativo

Atos legais que não podem ser revogados:

• Atos consumados, que exauriram seus efeitos;• Atos vinculados, pois nestes não há liberdade de atuação;• Atos que geram direitos adquiridos;• Atos meramente declaratórios;• Atos que fazem parte de um procedimento.

Convalidação

Tácita:

• Se a Administração não anular seus atos ilegais de que decorram de efeitos favoráveis a seus desti-natários no prazo decadencial de 5 anos, haverá a convalidação tácita, salvo comprovada má-fé.

• Poderá ocorrer com qualquer requisito – compe-tência, fi nalidade, forma, motivo e objeto.

Expressa:

• Ocorre quando a Administração, expressamente edi-ta um ato a fi m de convalidar outro.

Requisitos:

• Que o defeito seja sanável;• Que não cause prejuízo a terceiros;• Que não cause lesão ao interesse público.

Defeitos Sanáveis:

• Competência, desde que não seja exclusiva;• Forma, desde que não seja essencial à validade do ato.

Defeitos Insanáveis:

• Finalidade;• Motivo;• Objeto.

Recurso Administrativo e Decisão

Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito.

O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão. Se não reconsiderar no prazo de 5 (cinco) dias, o recurso será encaminhado à autoridade superior.

A interposição de recurso administrativo independe de caução, salvo exigência legal.

Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autori-dade prolatora da decisão impugnada, se não a reconside-rar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.

ATENÇÃO! O recurso administrativo tramitará no máxi-mo por três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.

Conforme previsto no artigo 58 da Lei nº 9.784/99, são legitimados para interpor recurso administrativo:

• Os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;

• Aqueles cujos direitos ou interesses forem indireta-mente afetados pela decisão recorrida;

• As organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos;

• Os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.

O prazo para interposição de recurso administrativo é de 10 (dez) dias, salvo disposição legal específi ca, contado a partir da ciência ou divulgação ofi cial da decisão recorrida.

Quando a lei não fi xar prazo diferente, o recurso ad-ministrativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão compe-tente. Tal prazo poderá ser prorrogado por igual período, ante justifi cativa explícita.

O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar con-venientes.

Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito suspensivo. Entretanto, havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.

Interposto o recurso, o órgão competente deverá inti-mar os demais interessados para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem alegações.

IMPORTANTE! O recurso não será conhecido quando interposto:

• fora do prazo;• perante órgão incompetente – será indicada ao recor-

rente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso;

• por quem não seja legitimado;• após exaurida a esfera administrativa.

O não conhecimento do recurso não impede a Admi-nistração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocor-rida preclusão administrativa.

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43D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

O órgão competente para decidir o recurso poderá con-fi rmar, modifi car, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência. Se de alguma dessas hipóteses, puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientifi cado para que formule suas alegações antes da decisão.

Se o recorrente alegar violação de enunciado da sú-mula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. Observa-se que o órgão com-petente apenas apresentará as razões da aplicabilidade ou não da súmula.

Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão compe-tente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, admi-nistrativa e penal.

Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justifi car a inadequação da sanção aplicada.

ATENÇÃO! Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.

Em resumo:• Prazo para interpor recurso – 10 dias.

Decisão Recurso

Dirigido à autoridade que proferiu a decisão. 5 dias para reconsiderar.

Reconsiderado

Não reconsiderado

Encaminhado à autoridade superior. 30 dias para decidir.

• Do recurso poderá resultar agravamento da sanção.• Da revisão não poderá resultar agravamento da sanção.

Prazos

Os prazos começam a correr a partir da data da cienti-fi cação ofi cial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento. Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal.

Os prazos expressos em dias contam-se de modo con-tínuo; os prazos fi xados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.

Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se suspendem.

Sanções

As sanções, a serem aplicadas por autoridade compe-tente, terão natureza pecuniária ou consistirão em obriga-ção de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.

Disposições Finais

Os processos administrativos específi cos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se apenas subsidiaria-mente os preceitos da Lei.

LEI Nº. 8429/1992

Dispõe sobre a improbidade administrativa.

Das Disposições Gerais

A Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enri-quecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, empre-go ou função na Administração Pública direta, indireta ou fundacional.

Os atos de improbidade praticados por qualquer agen-te público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Ter-ritório, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja con-corrido ou concorra com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. Também es-tão sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba sub-venção, benefício ou incentivo, fi scal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Considera-se agente público todo aquele que exerce mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencio-nadas anteriormente, ainda que transitoriamente ou sem re-muneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo.

Também será responsabilizado por ato de improbidade administrativo, aquele que induza ou concorra para a práti-ca de tal ato ou dele se benefi cie sob qualquer forma direta ou indireta, mesmo não sendo agente público.

No caso de haver lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.

No caso de enriquecimento ilícito, o agente público ou terceiro benefi ciário perderá os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.

Na ocorrência de ato de improbidade que causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito,

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44I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

caberá a autoridade administrativa responsável pelo inqué-rito representar ao Ministério Público, para a indisponibili-dade dos bens do indiciado. Nessa situação, a indisponibili-dade dos bens recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.

O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio pú-blico ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às comina-ções desta lei até o limite do valor da herança.

Dos Atos de Improbidade Administrativa

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Im-portam Enriquecimento Ilícito

Constitui ato de improbidade administrativa impor-tando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vanta-gem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades men-cionadas, e, ainda:

• Receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percen-tagem, gratifi cação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;

• Perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para:

– facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas por preço superior ao valor de mercado;

– facilitar a alienação, permuta ou locação de bem pú-blico ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;

• Utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, má-quinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;

• Receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para:

– tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfi co, de contrabando, de usu-ra ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

– fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou so-bre quantidade, peso, medida, qualidade ou carac-terística de mercadorias ou bens fornecidos a qual-quer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

– omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;

• Adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja despropor-cional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;

• Aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurí-dica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou am-parado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;

• Perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;

• Incorporar, por qualquer forma, ao seu patri-mônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas anteriormente;

• Usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas anteriormente.

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário

Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou cul-posa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas, e notadamente:

• Facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas;

• Permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

• Doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fi ns educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas, sem observância das formalidades legais e regula-mentares aplicáveis à espécie;

• Permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;

• Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;

• Realizar operação fi nanceira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insufi ciente ou inidônea;

• Conceder benefício administrativo ou fi scal sem a observância das formalidades legais ou regulamen-tares aplicáveis à espécie;

• Frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente;

• Ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;

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45D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

• Agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio público;

• Liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou infl uir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;

• Permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;

• Permitir que a utilização - em obra ou serviço parti-cular - de veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencio-nadas no art. 1° desta lei, bem como, o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contra-tados por essas entidades;

• Celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;

• Celebrar contrato de rateio de consórcio público sem sufi ciente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.

Dos Atos de Improbidade Administrativa que atentam contra os Princípios da Administração Pública

Constitui ato de improbidade administrativa que aten-ta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, im-parcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e nota-damente:

• Praticar ato visando fi m proibido em lei ou regula-mento ou diverso daquele previsto, na regra de competência;

• Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

• Revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo;

• Negar publicidade aos atos ofi ciais;• Frustrar a licitude de concurso público;• Deixar de prestar contas quando esteja obrigado a

fazê-lo;• Revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de

terceiro, antes da respectiva divulgação ofi cial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.

Das Penas

Independentemente das sanções penais, civis e adminis-trativas, previstas na legislação específi ca, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações:

• No caso de atos de improbidade administrativa que importam enriquecimento ilícito:– ressarcimento integral do dano, quando houver;– perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente

ao patrimônio;

– perda da função pública;– suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos;– pagamento de multa civil de até três vezes o valor

do acréscimo patrimonial; e– proibição de contratar com o Poder Público ou re-

ceber benefícios ou incentivos fi scais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.

• Na hipótese de atos de improbidade administrativa que causem prejuízo ao erário:– ressarcimento integral do dano;– perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente

ao patrimônio, se concorrer esta circunstância;– perda da função pública;– suspensão dos direitos políticos de cinco a oito

anos;– pagamento de multa civil de até duas vezes o

valor do dano; e– proibição de contratar com o Poder Público

ou receber benefícios ou incentivos fi scais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos.

• Na hipótese de atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração pública:– ressarcimento integral do dano, se houver;– perda da função pública;– suspensão dos direitos políticos de três a cinco

anos;– pagamento de multa civil de até cem vezes o

valor da remuneração percebida pelo agente; e– proibição de contratar com o Poder Público

ou receber benefícios ou incentivos fi scais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

ATENÇÃO! Na fi xação das penas previstas, o juiz levará em conta a extensão do dano causado, as-sim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.

Da Declaração de Bens

A Lei nº 8.112/90 artigo 13 § 5º dispõe que “No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exer-cício ou não de outro cargo, emprego ou função pública”.

Assim também determina a Lei nº. 8.429/92: “A posse e o exercício de agente público fi cam condicionados à apre-sentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fi m de ser arquivada no serviço de pessoal competente”.

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46I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

Essa declaração compreenderá imóveis, móveis, se-moventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizados no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos fi lhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.

A declaração de bens será atualizada anualmente e, também, na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.

Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

O declarante poderá entregar cópia da declaração anu-al de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com as necessárias atua-lizações. Assim, tornam-se as desnecessárias as exigências contidas no caput e no § 2º do artigo 13 da Lei nº. 8.429/92.

Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial

Qualquer pessoa poderá representar à autoridade ad-ministrativa competente para que seja instaurada investi-gação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá:

• A qualifi cação do representante;• As informações sobre o fato e sua autoria; e• A indicação das provas de que tenha conhecimento.Se a representação não contiver essas formalidades, a

autoridade administrativa rejeitará a representação em des-pacho fundamentado. A rejeição não impede a representa-ção ao Ministério Público.

Atendidos os requisitos da representação, a autorida-de determinará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos artigos 148 a 182 da Lei nº 8.112/90 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares.

CONSIDERAÇÕES GERAIS

A ética é disciplina tradicional da fi losofi a, também conhecida por fi losofi a moral, que estabelece princípios de como o ser humano deve agir.

Outras defi nições:• é um padrão aplicável a um grupo bem defi nido, o

qual nos permite avaliar agentes e suas ações;• pensamento refl exivo sobre os valores e as normas

que regem as condutas humanas;• conjunto de princípios e normas que um grupo

estabelece para o seu exercício profi ssional, como, por exemplo, os Códigos de Ética dos advogados, médicos, psicólogos etc.

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DECRETO N° 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994

Aprova o Código de Ética Profi ssional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atri-buições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda ten-do em vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992,

DECRETA:

Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profi ssional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa.

Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pú-blica Federal direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências necessárias à plena vigência do Códi-go de Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empre-gados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente.

Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes.

Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

ANEXOCÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DOSERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER

EXECUTIVO FEDERAL

CAPÍTULO I

Seção IDas Regras Deontológicas

I – A dignidade, o decoro, o zelo, a efi cácia e a consciên-cia dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refl etirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e ati-tudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.

II – O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o con-veniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.

III – A moralidade da Administração Pública não se li-mita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida

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47D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

da idéia de que o fi m é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a fi nalidade, na conduta do servidor pú-blico, é que poderá consolidar a moralidade do ato admi-nistrativo.

IV – A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua fi nalidade, erigindo-se, como consequência, em fator de legalidade.

V – O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.

VI – A função pública deve ser tida como exercício profi ssional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verifi cados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.

VII – Salvo os casos de segurança nacional, investiga-ções policiais ou interesse superior do Estado e da Admi-nistração Pública, a serem preservados em processo previa-mente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de efi cá-cia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.

VIII – Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos in-teresses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se so-bre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.

IX – A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente signifi ca causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas es-peranças e seus esforços para construí-los.

X – Deixar o servidor público qualquer pessoa à es-pera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas fi las, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não carac-teriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos ser-viços públicos.

XI – O servidor deve prestar toda a sua atenção às or-dens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo im-prudência no desempenho da função pública.

XII – Toda ausência injustifi cada do servidor de seu lo-cal de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.

XIII – O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.

Seção IIDos Principais Deveres do Servidor Público

XIV – São deveres fundamentais do servidor público:a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, fun-

ção ou emprego público de que seja titular;b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e

rendimento, pondo fi m ou procurando prioritariamente re-solver situações procrastinatórias, principalmente diante de fi las ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fi m de evitar dano moral ao usuário;

c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a in-tegridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;

d) jamais retardar qualquer prestação de contas, con-dição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo;

e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público;

f) ter consciência de que seu trabalho é regido por prin-cípios éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços públicos;

g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e aten-ção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, absten-do-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;

h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;

i) resistir a todas as pressões de superiores hierárqui-cos, de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em de-corrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las;

j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigên-cias específi cas da defesa da vida e da segurança coletiva;

l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refl etin-do negativamente em todo o sistema;

m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as providências cabíveis;

n) manter limpo e em perfeita ordem o local de traba-lho, seguindo os métodos mais adequados à sua organiza-ção e distribuição;

o) participar dos movimentos e estudos que se relacio-nem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum;

p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequa-das ao exercício da função;

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48I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;

r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.

s) facilitar a fi scalização de todos atos ou serviços por quem de direito;

t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos;

u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com fi nalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei;

v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, estimulan-do o seu integral cumprimento.

Seção IIIDas Vedações ao Servidor Público

XV – E vedado ao servidor público:a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades,

tempo, posição e infl uências, para obter qualquer favoreci-mento, para si ou para outrem;

b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam;

c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, co-nivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profi ssão;

d) usar de artifícios para procrastinar ou difi cultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral ou material;

e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científi cos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;

f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, ca-prichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfi ram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores;

g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qual-quer tipo de ajuda fi nanceira, gratifi cação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para infl uenciar outro servidor para o mesmo fi m;

h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;

i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos;

j) desviar servidor público para atendimento a interes-se particular;

l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público;

m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de pa-rentes, de amigos ou de terceiros;

n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;

o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente con-tra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana;

p) exercer atividade profi ssional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

CAPÍTULO IIDAS COMISSÕES DE ÉTICA

XVI – Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições dele-gadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética pro-fi ssional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura.

XVII – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)XVIII – À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos or-

ganismos encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor público.

XIX – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)XX – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)XXI – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)XXII – A pena aplicável ao servidor público pela Co-

missão de Ética é a de censura e sua fundamentação cons-tará do respectivo parecer, assinado por todos os seus inte-grantes, com ciência do faltoso.

XXIII – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)XXIV – Para fi ns de apuração do comprometimento

ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste ser-viços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição fi nanceira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

XXV – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007)

EXERCÍCIOS

1. O Ato Administrativo usado pelo chefe do Poder Execu-tivo para explicar o conteúdo de uma lei, viabilizando a sua aplicação, denomina-se:a. decreto.b. decreto-lei.c. regulamento.d. regimento.e. deliberação.

2. Sobre os Atos Administrativos é incorreto afi rmar:a. a extinção natural decorre do cumprimento normal dos

efeitos do ato.b. são formas de desfazimento do ato administrativo: inva-

lidação (ou anulação), revogação e cassação.

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c. o Poder Judiciário em sua função típica, não pode revogar atos administrativos, mas tão somente anulá-los, e desde que provocado, em razão do princípio da inércia.

d. a cassação é forma de extinção dos atos administrativos que se aplica quando o benefi ciário de determinado ato descumpre condições que permitem a manutenção do ato e de seus efeitos.

e. o ato que gera direitos adquiridos pode ser revogado quando se tornarem inconvenientes ou inoportunos.

3. Relacionando o estudo do ato administrativo com o do regime jurídico-administrativo, assinale no rol dos princípios abaixo aqueles que mais se coaduna com a imposição de limites ao atributo de autoexecutoriedade do ato administrativo:a. Finalidadeb. Moralidadec. Publicidaded. Proporcionalidadee. Motivação

4. Um dos elementos do ato administrativo é o motivo. Re-cente a norma federal (Lei nº 9.784/99) arrolou os casos em que o ato administrativo tem de ser motivado. Assi-nale, no rol abaixo, a situação na qual não se impõe moti-vação.a. Decisão do recurso administrativo.b. Decisão de processo administrativo de seleção pública.c. Dispensa de processo licitatório.d. Revogação de ato administrativo.e. Homologação de processo licitatório.

5. Na classifi cação dos atos administrativos, o ato que está sujeito a condição ou termo para que se inicie a produzir efeitos jurídicos denomina-se:a. Imperfeito.b. Pendente.c. Condicionado.d. Suspensivo.e. Resolutivo.

6. Quanto à revogação do ato administrativo, assinale a afi rmativa incorreta.a. Os atos vinculados não podem ser revogados.b. A revogação decorre de um juízo de valor privativo da

Administração.c. A revogação não pode alcançar o ato cujo efeito esteja

exaurido.d. A revogação não se pode dar quando se esgotou a compe-

tência relativamente ao objeto do ato.e. Os atos que integram um procedimento podem ser

revogados.

7. Suponha que Poder Executivo Estadual tenha exarado um ato administrativo que, ainda que não fosse ile-gal, era inconveniente e inoportuno. Assinale a opção que corresponde à(s) providência(s) que poderia(m) ser tornada(s), em face de tal ato.a. O princípio da autotutela da Administração permite ape-

nas ao Poder Executivo anulá-lo.

b. Tanto o Poder Executivo como o Poder Judiciário pode-riam anulá-lo (este, apenas se provocado por eventuais interessados).

c. O Poder Executivo poderia revogá-lo, não podendo, o Po-der Judiciário, revogá-lo ou anulá-lo.

d. O Poder Executivo poderia anulá-lo, mas apenas se o Po-der Judiciário assim o determinasse.

e. Uma vez já exarado o ato, somente o Poder Judiciário po-deria tomar providências quanto a ele.

8. A prerrogativa do poder público em editar atos que vão além da esfera jurídica do emitente, o denominado poder extroverso, ampara o seguinte atributo do ato adminis-trativo:a. imperatividade.b. presunção de legitimidade.c. autoexecutoriedade.d. exigibilidade.e. coercibilidade.

9. Aponte, entre os seguintes atos administrativos, aquele que se encontra vinculado.a. edital de licitação modalidade concorrência para a alie-

nação de bem imóvel.b. nomeação de servidor com mais de 70 anos de idade

para cargo de provimento em comissão de recrutamento amplo.

c. aposentadoria compulsória quando o servidor atinge os 70 anos de idade.

d. autorização para porte de arma.e. cessão precária de área pública, sem licitação, para a ins-

talação de uma feira benefi cente de natureza religiosa.

10. Entre os elementos sempre essenciais à validade dos atos administrativos, destaca-se um deles que se refere, pro-priamente, à observância do princípio fundamental da impessoalidade, pelo qual deve atender ao interesse pú-blico, sintetizado no termo.a. competência.b. legalidade.c. forma.d. motivação.e. fi nalidade.

11. Considere as afi rmativas:I – É a qualidade que certos atos administrativos têm para

constituir situações de observância obrigatória em re-lação aos seus destinatários, independentemente da respectiva concordância ou aquiescência.

II – Diante de determinada situação concreta, a administra-ção pública pode direta e imediatamente, adotar medi-das urgentes sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário.

No que tange aos atos administrativos, as proposições cor-respondem, respectivamente, aos atributos da:

a. Presunção de Legitimidade a auto-executoriedade.b. Autoexecutoriedade e Imperatividade.c. Finalidade e Exigibilidade.d. Imperatividade e Tipicidade.e. Imperatividade e Autoexecutoriedade.

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12. O atributo segundo o qual os atos administrativos nas-cem com uma presunção relativa de validade é:a. imperatividade.b. presunção de legitimidade.c. exigibilidade.d. tipicidade.e. executoriedade.

13. Tratando-se de extinção de ato administrativo, assinale a afi rmativa verdadeira:a. a anulação far-se-à exclusivamente pelo Poder Judiciário.b. revogação decorre de vício do ato.c. o prazo decadencial para anulação de atos dos quais de-

corram efeitos favoráveis para os destinatários é de 3 (três) anos.

d. a revogação depende de provocação do interessado.e. os efeitos da anulação são ex tunc.

14. A permissão é um ato administrativo:a. ordinatório.b. normativo.c. punitivo.d. negocial.e. enunciativo.

15. O elemento ou requisito do ato administrativo que exige do agente público atribuição decorrente da lei para a prática daquele tipo de ato é:a. capacidade.b. legalidade.c. impessoalidade.d. fi nalidade.e. competência.

16. Assinale a alternativa que não refl ete uma das formas de extinção dos atos administrativos:a. revogação;b. anulação;c. cassação;d. caducidade;e. teoria dos motivos determinantes.

17. Com relação aos atos administrativos, assinale a alterna-tiva incorreta:a. Os atos administrativos vinculados são aqueles em que

a Administração Pública não tem liberdade para valorar critérios de conveniência e oportunidade na escolha do objeto.

b. Os órgãos do Poder Judiciário também podem expedir atos administrativos.

c. Os atos administrativos, de um modo geral, podem ser executados pela Administração Pública, independente-mente do auxilio de outro Poder.

d. A Administração Pública pode rever seus atos adminis-trativos somente por motivo de mérito; a revisão de lega-lidade poderá ser feita somente pelo Poder Judiciário.

e. A Administração Pública pode praticar atos regidos pre-dominantemente pelo Direito Privado.

18. Sobre as diversas formas de extinção e controle de um ato administrativo, analise as afi rmativas:I – Denomina-se a contraposição a extinção de um ato ad-

ministrativo em razão da prática de um novo ato com efeitos opostos ao anterior.

II – Como regra, todos os tipos de atos administrativos, vinculados ou discricionários, admitem revogação por critérios de conveniência e oportunidade.

III – O Tribunal de Contas, no âmbito de sua atuação, pode controlar atos administrativos praticados por outro Poder.

É/são afi rmativa(s) verdadeira(s) somente:a. I e II.b. I e III.c. II e III.d. I, II e III.e. nenhuma.

19. A licença é um ato:a. Unilateral e vinculado, através do qual a administração

pública reconhece a legalidade de um ato jurídico.b. Bilateral, discricionário e precário.c. Unilateral e vinculado pela qual a administração pública

faculta àquele que preencha os requisitos legais o exercí-cio de uma atividade.

d. Que conferem aos órgãos consultivos da administração a possibilidade de emitirem opinião.

e. Da competência exclusiva dos chefes do executivo.

20. Os atos administrativos são agrupados em espécies, de acordo com suas características. A licença é considerada espécie de ato administrativo:a. negocial.b. enunciativo.c. normativo.d. discricionário.e. ordinatório.

21. Em relação aos atos administrativos, analise as afi rmati-vas a seguir:I – O ato administrativo discricionário é aquele em que a

Administração Pública não tem liberdade para valo-rar critérios de conveniência e oportunidade, devendo adotar o único objeto previsto na lei.

II – Os atos de gestão são aqueles em que a Administração Pública não precisa usar de sua supremacia em relação ao particular.

III – Os atos gerais são aqueles expedidos sem destinatários determinados, como por exemplo, o regulamento.

A(s) afi rmativa(s) verdadeira(s) é/são somente:a. I.b. II.c. III.d. I e II.e. II e III.

22. O ato administrativo possui elementos constitutivos ou requisitos que integram a sua estrutura. Sobre a matéria é incorreto afi rmar que:a. o elemento capacidade signifi ca que o agente público deve

ter atribuição legal para praticar o ato administrativo.b. a alteração da fi nalidade expressa na norma legal ou im-

plícita no ordenamento caracteriza desvio de poder, cau-sa de nulidade do ato.

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51D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

c. a forma é um dos elementos necessariamente vinculados do ato administrativo.

d. não são todos os atos administrativos que devem ser mo-tivados.

e. os elementos motivos e objeto podem ser vinculados ou discricionários.

23. Sobre os atos administrativos, analise as afi rmativas a seguir:I – Os atos de gestão são aqueles em que a Administração

Pública usa de supremacia em relação ao particular.II – Os atos administrativos complexos são aqueles que se

formam pela reunião de vontades de mais de um órgão administrativo.

III – No confronto entre um ato administrativo geral e um ato administrativo individual, prevalecerá a determi-nação contida no primeiro.

São verdadeiras somente as afi rmativas:a. I e II.b. I e III.c. II e III;d. I, II e III;e. nenhuma.

24. Considera-se vinculado o ato administrativo no qual a lei já indica o objeto que necessariamente será adotado pela Administração Pública. Esse tipo de ato administrativo também é chamado de:a. legal.b. regrado.c. legítimo.d. vinculante.e. originário.

25. Levando-se em consideração os elementos do ato admi-nistrativo, analise as afi rmativas a seguir:I – Os atos administrativos, como regra, podem ser prati-

cados de forma livre, desde que a lei não exija determi-nada solenidade como sendo essencial.

II – A administração Pública sempre poderá valorar os cri-térios de conveniência e oportunidade na escolha do objeto do ato administrativo.

III – Denomina-se motivo o elemento do ato administrativo que corresponde ao pressuposto de fato e de direito que justificam a prática do ato administrativo.

A(s) afi rmativa(s) verdadeira(s) é/são somente:a. I;b. II;c. III;d. I e II;e. II e III.

26. Os atos administrativos praticados pela Administração Pública sem a necessidade do uso da supremacia estatal são denominados:a. atos de gestão.b. atos de expediente.c. atos gerais.d. atos individuais;e. atos vinculados.

27. Sobre as formas de extinção do ato administrativo, ana-lise as afi rmativas a seguir:I. – A revogação não produz efeitos retroativos.II. – O Poder Judiciário pode revogar e anular atos adminis-

trativos praticados por órgãos de outro poder. III. – A Administração Pública, ao promover a anulação de

um ato administrativo, deve respeitar os direitos dele decorrentes.

A(s) afi rmativa(s) verdadeira(s) é/são somente:a. I.b. II.c. III.d. I e II.e. I e III.

28. Os atos administrativos são agrupados em espécies, de acordo com as suas características. Através de autoriza-ção, a Administração Pública torna possível, ao particu-lar, a realização de certa atividade ou serviço. De acordo com as diversas espécies de ato administrativo, a autori-zação é considerada ato:a. enunciativob. negocial.c. ordinatóriod. geral.e. normativo

29. Constituem elementos do ato administrativo:a. presunção de legitimidade e imperatividade.b. tipicidade e objetividade.c. discricionariedade e motivação.d. competência e fi nalidade.e. exequibilidade e validade.

30. A usurpação de função e a nomeação para um cargo ine-xistente são vícios, respectivamente, quanto ao (à):a. fi nalidade/objeto.b. sujeito/fi nalidade.c. competência/forma.d. objeto/forma.e. competência/objeto.

31. É exemplo de ato administrativo declaratório e constitu-tivo, respectivamente:a. licença/admissão.b. admissão/autorização.c. autorização/revogação.d. aplicação de penalidade/isenção.e. homologação/admissão.

32. Na nomeação para cargo inexistente ocorre vício em rela-ção ao (à):a. sujeito.b. competência.c. forma.d. objeto.e. fi nalidade.

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33. (CETRO – TRT 12ª Região Técnico Judiciário – Admi-nistrativa 2008) Os Atributos do ato administrativo con-sistem nas característica: a. competência e motivo.b. objeto e fi nalidade.c. forma e discricionariedade.d. praticidade e legalidade.e. imperatividade e auto-executoriedade.

34. (ESAF – MPOG - Especialista EPPGG 2008) Em se tra-tando dos atos administrativos, analise os itens a seguir e marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao fi nal a opção correspondente:( ) Entre os atributos do ato administrativo, encontra-se a

presunção de veracidade a qual diz respeito à confor-midade do ato com a lei; em decorrência desse atributo, presume-se, até prova em contrário, que os atos admi-nistrativos foram emitidos com observância da lei;

( ) A auto-executoriedade consiste em atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros, indepen-dentemente de sua concordância;

( ) Entre os elementos do ato administrativo, encontra-se a fi nalidade a qual é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo;

( ) O objeto ou conteúdo do ato administrativo consiste no efeito jurídico imediato que o ato produz.

a. F,V,F,Fb. F,F,F,Vc. V,F,V,Vd. F,V,V,Fe. V,V,F,F

Com relação aos atos administrativos, julgue os itens subsequentes.

35. Os atos administrativos estão completamente dissociados dos atos jurídicos, pois os primeiros referem-se sempre à atuação de agentes públicos, ao passo que os segundos abrangem também os atos praticados por particulares.

36. O excesso de poder, uma das modalidades de abuso de po-der, confi gura-se quando um agente público pratica determi-nado ato alheio à sua competência.

37. A fi nalidade dos atos administrativos é sempre um elemento vinculado, pois o fi m desejado por qualquer ato administra-tivo é o interesse público.

38. Em regra, os atos administrativos são informais, o que aten-de à demanda social de desburocratização da administração pública.

39. Motivo e motivação dos atos administrativos são conceitos coincidentes e signifi cam a situação de fato e de direito que serve de fundamento para a prática do ato administrativo.

40. A teoria dos motivos determinantes cria para o administra-dor a necessária vinculação entre os motivos invocados para a prática de um ato administrativo e a sua validade jurídica.

Julgue os itens subsequentes, relativos aos atos admi-nistrativos.

41. Os atos praticados pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judi-ciário devem sempre ser atribuídos à sua função típica, ra-zão pela qual tais poderes não praticam atos administrativos.

42. São exemplos de atos administrativos relacionados com a vida funcional de servidores públicos a nomeação e a exo-neração. Já os atos praticados pelos concessionários e per-missionários do serviço público não podem ser alçados à categoria de atos administrativos.

43. O ato administrativo não surge espontaneamente e por conta própria. Ele precisa de um executor, o agente público compe-tente, que recebe da lei o devido dever-poder para o desem-penho de suas funções.

Uma autoridade administrativa do TST, no exercício de sua competência, editou ato administrativo que determinava a insta-lação de detectores de metais nas entradas da sede do Tribunal e estabelecia que todas as pessoas deveriam submeter-se ao de-tector e que somente poderiam ingressar no edifício ou sair dele caso apresentassem aos agentes da segurança todos os pertences de metal. Porém, seis meses depois da instalação dos detectores, as reclamações dirigidas à administração do TST fi zeram com que a autoridade editasse ato anulando a referida determinação, por considerar que ela não alcançou devidamente os seus objetivos.

Acerca da situação hipotética descrita no texto, julgue os itens a seguir.

44. Nessa situação, o dever de submeter-se aos detectores de metais não poderia ser imposto a juízes do trabalho, pois tal exigência violaria as garantias constitucionais da magistra-tura.

45. O ato que determinou a instalação dos detectores de metais é um ato administrativo discricionário.

46. Os motivos alegados pela referida autoridade para invalidar o ato deveriam conduzir à sua revogação, e não, à sua anulação.

Acerca da discricionariedade e do controle judicial dos atos da administração pública, julgue os itens subsequentes.

47. Mesmo nos atos discricionários, não há margem para que o administrador atue com excessos ou desvio de poder, com-petindo ao Poder Judiciário o controle cabível.

48. A possibilidade da análise de mérito dos atos administrati-vos, ainda que tenha por base os princípios constitucionais da administração pública, ofende o princípio da separação dos poderes e o estado democrático de direito.

49. O Poder Judiciário poderá exercer amplo controle sobre os atos administrativos discricionários quando o administra-dor, ao utilizar-se indevidamente dos critérios de conveniên-cia e oportunidade, desviar-se da fi nalidade de persecução do interesse público.

Julgue os itens seguintes, que tratam dos atos e contratos administrativos.

50. O conceito de ato administrativo engloba todas as ações emanadas da administração pública e sujeitas ao controle pelo Poder Legislativo.

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53D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

51. A imperatividade é o atributo pelo qual algumas espécies de atos administrativos se impõem a terceiros, mesmo que não haja sua concordância explícita.

52. A revogação, a anulação e a cassação são formas de extinção de um ato administrativo por meio de outro ato do Poder Público.A respeito de atos administrativos, julgue os itens a seguir.

53. A presunção de legitimidade do ato administrativo implica que cabe ao administrado o ônus da prova para desconstituir o referido ato.

54. O Poder Judiciário pode revogar ato administrativo violador do princípio da legalidade administrativa.

55. (FCC – TCE/SP – Auditor do Tribunal de Contas 2008) Nas licitações para a contratação de parceria público-privada sob a modalidade de concessão patrocinada, NÃO é possível a adoção de critério de julgamento con-sistente naa. menor tarifa a ser cobrada do usuário pelo parceiro

privado.b. menor contraprestação a ser paga pelo poder público.c. maior oferta a ser paga pelo parceiro privado a título de

outorga, caso em que não se aplica a futura contrapresta-ção a ser paga pelo poder público.

d. melhor proposta, combinando-se a melhor técnica com a menor tarifa a ser cobrada do usuário pelo parceiro privado.

e. melhor proposta, combinando-se a melhor técnica com a menor contraprestação a ser paga pelo poder público.

56. (FCC – TCE/SP – Auditor do Tribunal de Contas 2008) Quando, em licitação sujeita à Lei nº 8.666/93, duas ou mais empresas participam reunidas em consórcio, éa. obrigatória a adoção da modalidade de concorrência.b. permitido o somatório de quantitativos e/ou valores das

empresas participantes, para efeito de qualifi cação, ob-servados condicionamentos legais.

c. necessária a constituição do consórcio por meio de ins-trumento público, arquivado na Junta Comercial.

d. permitida a liderança de empresa brasileira ou de empre-sa estrangeira, se o consórcio for formado pelas duas.

e. subjetiva e individual de cada empresa a responsabilida-de pelos atos praticados.

57. (FCC – TCE/SP – Auditor do Tribunal de Contas 2008) No regime da Lei nº 8.666/93, a decisão de inabilitação de participante em licitação enseja a apresentação, pelo prejudicado, de:a. recurso.b. pedido de reconsideração.c. representação.d. recurso hierárquico impróprio.e. pedido de supervisão.

58. (CESPE – SEAD/CGE/PB – Auditor de Contas Públicas 2008) Com relação às licitações públicas regidas pela Lei nº 8.666/1993, assinale a opção correta.a. A administração tem responsabilidade subsidiária pelos

encargos previdenciários resultantes da execução do con-trato administrativo.

b. No caso de concordata da empresa, é permitida à adminis-tração a automática rescisão do contrato administrativo em execução.

c. No caso de rescisão unilateral do contrato administrativo por razões de interesse público, o particular contratado somente receberá pelos serviços prestados até a data da rescisão.

d. É vedado o contrato verbal com a administração pública.e. Não é permitida a celebração de contrato administrativo

por prazo indeterminado.

59. (ESAF – MPOG - Especialista EPPGG 2008) Julgue as afi rmativas abaixo como Verdadeiras (V) ou Falsas (F).( ) A licitação destina-se a garantir a observância do prin-

cípio constitucional da isonomia e a selecionar a pro-posta mais vantajosa para a Administração Pública.

( ) Entre as modalidades de licitação para compra de bens e serviços, destacam-se: concorrência, tomada de pre-ços, pregão e convite.

( ) Pregão é a modalidade de licitação utilizada para aqui-sição de bens e serviços cujos padrões de desempenho possam ser objetivamente defi nidos pelo edital, por meio de especifi cações usuais no mercado.

( ) A lei prevê que nos casos de emergência ou calamidade pública a licitação é dispensável.

Indique a opção correta.a. F, F, V, V.b. F, F, F, F.c. V, F, V, F.d. V, V, V, V.e. F, F, V, F.

60. (ESAF – MPOG - Especialista EPPGG 2008) Sobre os contratos fi rmados no setor público, indique a opção cor-reta.a. Todos os contratos deverão ser fi rmados na forma de ins-

trumento particular, sendo regidos pelas normas do Di-reito comum.

b. Nos contratos, estão vedadas as chamadas cláusulas exorbitantes, que garantem prerrogativas excepcionais a uma das partes.

c. O reequilíbrio econômico-fi nanceiro do contrato pode apenas ser solicitado pela Administração Pública em função da ocorrência de fatos retardadores da execução do que foi contratado.

d. O contratado poderá subcontratar parte do serviço ou fornecimento, conforme o previsto e explicitado no ato convocatório e no contrato.

e. Estão vedados a repactuação do contrato e o reajuste dos preços contratuais.

61. (ESAF – MPOG – Especialista EPPGG 2008) Em se tra-tando da inexecução e da rescisão dos contratos dispostos na Lei nº 8.666/93, analise os itens a seguir e marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao fi nal a opção correspondente:( ) somente a inexecução total do contrato enseja a sua res-

cisão, com as consequências contratuais.( ) constitui motivo para rescisão do contrato o atraso su-

perior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou forne-cimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados;

( ) a rescisão amigável dispensa a motivação formal nos autos do processo.

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( ) ocorrendo paralisação ou sustação do contrato, o cro-nograma de execução será prorrogado automaticamente pelo dobro do prazo.

a. F, V, F, F.b. F, V, F, V.c. V, F, F, V.d. V, F, V, F.e. V, V, F, F.

62. Quanto ás licitações e contratos, é incorreto afi rmar que:a. em igualdade de condições, será assegurada preferência

aos bens e serviços produzidos ou prestados por empre-sas brasileiras de capital nacional;

b. não serão sigilosas, sendo públicos e acessíveis ao públi-co os atos de procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura;

c. qualquer cidadão poderá acompanhar o desenvolvimento do processo de licitação, desde que não perturbe ou im-peça a realização dos trabalhos;

d. a probidade administrativa e a vinculação ao instrumento convocatório são alguns de seus princípios básicos;

e. entre suas modalidades, estão inseridas a concorrência, o convite, o concurso e o sorteio público.

63. Em matéria de formação dos contratos, pode-se afi rmar que:a. a proposta não gera obrigações;b. a proposta coincide com as tratativas;c. a proposta somente é obrigatória quando feita com prazo;d. a proposta obriga o proponente nos seus termos;e. somente é obrigatória se feita a pessoa presente.

64. Sobre os contratos administrativos, analise as afi rmati-vas a seguir:I – Nos contratos administrativos a Administração Públi-

ca pode modificá-los de forma unilateral, promovendo sua adequação ao interesse público superveniente.

II – A rescisão do contrato administrativo pode ser feita de forma unilateral pela Administração Pública, mas a anulação do contrato está sujeita ao princípio da reser-va da jurisdição.

III – Em todos os casos de rescisão unilateral do contrato a Administração Pública deverá indenizar o contratado.

A(s) afi rmativa(s) verdadeira(s) é/são somente:a. I.b. II.c. III.d. I e II.e. I e III.

65. Não há previsão legal para a celebração de contrato de ges-tão entre pessoa jurídica de direito público política e a se-guinte espécie:a. órgão público.b. organização social.c. agência executiva.d. organização da sociedade civil de interesse público.e. sociedade de economia mista.

66. A Constituição Federal prevê a edição do estatuto jurídi-co da empresa pública e da sociedade de economia mista

que explorem atividade econômica. No conteúdo da re-ferida norma jurídica, conforme o texto constitucional, não está previsto dispor sobre:a. licitação e contratação de obras, serviços, compras e

alienações, observados os princípios da administração pública.

b. constituição e o funcionamento dos conselhos de admi-nistração e fi scal, com a participação dos acionistas mi-noritários.

c. a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas pri-vadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários.

d. sua função social e formas de fi scalização pelo Estado e pela sociedade.

e. forma de distribuição de seus resultados, inclusive para acionistas minoritários.

67. Aos contratos administrativos, regidos pela Lei nº 8.666/93, para a realização de obras públicas:a. não se aplicam princípios da teoria geral dos contratos.b. não se aplicam disposições do direito privado.c. aplicam-se, supletivamente, preceitos de direito privado.d. aplicam-se, supletivamente, preceitos de direito público.e. não se vinculam os preceitos licitatórios de que decorrem.

68. De acordo com a previsão expressa contida na Lei nº 8.666/93, é cabível inexigibilidade de licitação e não dispensa,para contratação de serviço:a. de pequeno valor, até 10% do limite fi xado para convite.b. quando não acudirem interessados à licitação anterior

que não possa ser repetida.c. de profi ssional do setor artístico, desde que consagrado

pela crítica especializada.d. de impressão de Diário Ofi cial.e. quando houver possibilidade de comprometimento da se-

gurança nacional.

69. Em razão da observância do princípio da publicidade, conforme previsão expressa na Lei nº 8.666/93, os contra-tos administrativos devem ser publicados:a. integralmente, no órgão da imprensa ofi cial.b. integralmente, no Boletim Interno do órgão respectivo.c. resumidamente, na imprensa ofi cial e em jornal e em jor-

nal de circulação local.d. resumidamente, no órgão da imprensa ofi cial.e. resumidamente, na imprensa ofi cial e, integralmente, no

Boletim Interno do órgão respectivo.

70. O contrato administrativo pode ser alterado unilateral-mente na seguinte hipótese:a. quando necessária a modifi cação do valor contratual em

decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos pela legislação.

b. para restabelecer a relação que as partes pactuaram ini-cialmente entre os encargos do contratado e a retribui-ção da Administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-fi nanceiro inicial do contrato, em virtude de superveniência de fatos imprevisíveis.

c. quando conveniente a substituição da garantia de execução.

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55D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

d. quando necessária a modifi cação do regime de execução da obra ou serviço, em face de verifi cação técnica da ina-plicabilidade dos termos contratuais originários.

e. quando necessária a modifi cação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido do valor inicial atualizado.

71. Não se confi gura como hipótese de dispensa de licitação:a. a contratação realizada por empresa pública com suas

subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.

b. a contratação de instituição internacional incumbida es-tatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvi-mento institucional, desde que a contrapartida detenha inquestionável reputação ético-profi ssional e não tenha fi ns lucrativos.

c. a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das fi nalidades precípuas da Administração, cujas neces-sidades de instalação condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor do mercado, se-gundo avaliação prévia.

d. a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos his-tóricos, de autenticidade certifi cada, desde que compatí-veis ou inerentes às fi nalidades do órgão ou entidade.

e. a contratação do fornecimento ou suprimento de energia elétrica com concessionário, permissionário ou autoriza-do, segundo normas da legislação específi ca.

72. Conforme previsão expressa na Lei nº 8.666/93, quando caracterizada a inviabilidade de competição, para a con-tratação de determinado serviço específi co, a licitação será considerada:a. dispensável.b. facultativa.c. inexigível.d. obrigatória.e. proibida.

73. As normas gerais, relativas a contratos administrativos, contidas na Lei nº 8.666/93, assim como as prerrogativas conferidas à Administração, em razão do seu regime ju-rídico, aplicam-se aos de seguro, de fi nanciamento e de locação (em que o Poder Público seja locatório), no que couber.a. Correta a assertiva.b. Incorreta a assertiva, porque esses contratos, desde que a

Administração seja parte, são todos e por inteiro regidos pela Lei nº 8.666/93.

c. Incorreta a assertiva, porque esses contratos mesmo ten-do a Administração como parte, são todos regidos, exclu-sivamente, pelas normas de direito privado.

d. Incorreta a assertiva, porque desses contratos só os de lo-cação são regidos pela Lei nº 8.666/93, pois os de seguro e fi nanciamento subordinam-se, inteiramente, às normas de direito civil.

e. Incorreta a assertiva, porque o regime jurídico da Lei nº 8.666/93, só se aplica aos contratos em que a Administra-ção for parte contratante, e não nesses casos indicados.

74. Não se inclui entre os motivos ensejadores de prorroga-ção do prazo de execução contratual, mantidas as cláusu-

las contratuais e assegurada a manutenção do seu equilí-brio econômico-fi nanceiro:a. a alteração do projeto ou especifi cações, pela Adminis-

tração.b. o aumento das quantidades inicialmente previstas no

contrato, nos limites legais.c. o impedimento de execução do contrato por fato ou ato de

terceiro reconhecido pela Administração, em documento contemporâneo a sua ocorrência.

d. a superveniência de fato excepcional ou imprevisível, decorrente do contrato, que altere fundamentalmente as condições de execução contratual.

e. a interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Adminis-tração.

75. Tratando-se de contrato administrativo, assinale a afi r-mativa verdadeira:a. A responsabilidade do contrato pode ser reduzida, quan-

to a danos causados à Administração, pela comprovação da existência de permanente fi scalização pelo órgão do interessado.

b. A inadimplência do contratado por encargos trabalhistas, previdenciários e fi scais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento.

c. A Administração Pública responde subsidiariamente com o contrato pelos encargos trabalhistas e previdenciá-rios resultantes da execução do contrato.

d. O recebimento do objeto contratado, nos casos de aqui-sição de equipamentos de grande vulto far-se-á mediante recibo.

e. Não pode ser dispensado o recebimento provisório do ob-jeto contratado, tratando-se de serviços profi ssionais.

76. Não se inclui nas modalidades legais de execução indireta de obras e serviços a:a. tarefa.b. empreitada por preço global.c. empreitada integral.d. administração contratada.e. empreitada por preço unitário.

77. A exigência prevista na lei de licitação para habilitação dos interessados, concernentes aos direitos sociais cons-titucionalmente assegurados, refere-se à:a. a proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a

menores de 18 anos, e qualquer a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz a partir de 14 anos.

b. proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual.

c. proibição de qualquer discriminação no tocante a salários e critérios de admissão do trabalhador portador de defi ciência.

d. proibição de diferença de salários, de exercícios de fun-ções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.

e. igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício, permanente e o trabalhador avulso.

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56I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

78. Em tema de contrato administrativo, é INCORRETO afi rmar:a. Os contratos administrativos são sempre consensuais e,

em regra, formais, onerosos, comutativos e intuitu per-sonae, porque devem ser executados pelo próprio con-tratado, vedadas, em princípio, a sua substituição por outrem ou a transferência do ajuste.

b. O equilíbrio fi nanceiro ou equação econômica ou fi nan-ceira é a relação estabelecida inicialmente pelas partes entre os encargos do contratado e a retribuição da Admi-nistração para a justa remuneração do objeto do ajuste.

c. No contrato de gerenciamento, a administração pública somente comete ao gerenciador particular a execução de um serviço público, transferindo a competência decisó-ria desde o ajuste e isentando-se, via de consequência, da responsabilidade pelos encargos fi nanceiros dos serviços projetados.

d. O reajuste de preços e de tarifas é a medida convenciona-da entre as partes contratantes para evitar que, em razão das elevações do mercado, da desvalorização da moeda ou do aumento geral de salários no período de execução, venha a romper-se o equilíbrio fi nanceiro do ajuste.

e. O contrato de concessão é o ajuste pelo qual a Adminis-tração delega ao particular a execução remunerada de serviço ou de obra pública ou lhe cede o uso de um bem público, para que o explore por sua conta e risco.

79. De acordo com a Lei nº 8.666/93 é INEXEGÍVEL a licita-ção, dentre outras hipóteses, no caso de:a. celebração de contratos de prestação de serviços com as or-

ganizações sociais regulares perante a legislação brasileira.b. a União tiver que intervir no domínio para regular preço

ou normalizar o abastecimento.c. contratação de associação de portadores de defi ciência

física, sem fi ns lucrativos e de comprovada idoneidade.d. guerra ou grave perturbação da ordem, bem como nos

casos de emergência ou calamidade pública.e. contratação direta de profi ssional de qualquer setor artís-

tico, consagrado pela crítica especializada ou pela opi-nião pública.

80. É certo que os contratos administrativos:a. não poderão prever cláusulas exorbitantes, ou seja, que

excedam o Direito Comum para consignar uma vantagem ou uma restrição à Administração.

b. são sempre formais, onerosos, comutativos e realizado intui personae e, em regra, consensuais.

c. de atribuição são aqueles em que a Administração confere determinadas vantagens ou certos direitos ao particular.

d. deverão prever, expressamente, o controle do contrato pela Administração Pública, uma vez que esse controle não está implícito na contratação pública.

e. devem prever penalidades contratuais que só poderão ser aplicadas pelo Poder Judiciário, em razão da segurança jurídica existente na contratação.

81. No que toca a formalização do contrato administrativo, analise:I – Para a formalização de contrato administrativo que

exija concorrência e tomada de preço é obrigatório o termo do contrato.

II – Em regra, o Contrato administrativo regularmente pu-blicado dispensa testemunhas e registro em cartório.

III – As cláusulas contratuais que fixam o objeto do contra-to são consideradas cláusulas acessórias.

IV – As leis administrativas obrigam a Administração Pú-blica à exigência de garantia a fim de assegurar a exe-cução do contrato.

É correto o que consta APENAS em:a. III e IV.b. II, III e IV.c. II e III.d. I, II e III.e. I e II.

82. O contrato administrativo pelo qual a Administração delega ao particular a execução remunerada de serviço ou de obra pública ou lhe cede o uso de um bem público, para que o explore por sua conta e risco, pelo prazo e nas condições regulamentares e contratuais, é denominado contrato de:a. fornecimento.b. concessão.c. empreitada ou parceria.d. gerenciamento ou consórcio.e. programa de gestão.

83. Segundo a lei que rege as licitações, o prazo mínimo para a convocação dos licitantes até o recebimento das propos-tas ou da realização do evento é de:a. trinta e cinco dias para concorrência.b. quarenta e cinco dias para concurso.c. doze dias para tomada de preços.d. vinte e cinco dias para leilão.e. dez dias úteis para convite.

84. Quanto à constituição e à responsabilidade das Comis-sões Permanentes de Licitação, é INCORRETO afi rmar:a. Em qualquer hipótese, os membros das Comissões de

licitação responderão (civil e criminalmente) de forma solidária pelos atos praticados pela Comissão, não se exi-mindo inclusive aquele que se manifestou posição indivi-dual divergente registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão.

b. A investidura dos membros das Comissões permanen-tes não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no período subsequente.

c. No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ili-bada a reconhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não.

d. No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcional-mente, nas pequenas unidades administrativas e em face da exiguidade de pessoal disponível, poderá ser substituí-da por servidor formalmente designado pela autoridade competente.

e. A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro cadastral, a sua alteração ou o seu cancelamento, será integrada por profi ssionais legalmente habilitados, no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.

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57D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

85. No que se refere à licitação, observa-se que ela será inexi-gível no caso de:a. aquisição de bens destinados exclusivamente à investiga-

ção científi ca e tecnológica, com recursos concedidos por instituições ofi ciais de fomento à pesquisa.

b. impossibilidade jurídica de competição entre contratan-tes, que pela natureza específi ca do negócio, quer pelos objetivos sociais visados pela administração.

c. contratação de instituição brasileira de pesquisa, ensino ou desenvolvimento institucional, ou dedicada à recupe-ração social do preso.

d. aquisição de componentes, ou peças, necessários à ma-nutenção de equipamentos, durante o período de garantia técnica.

e. serviços prestados por associações de portadores de de-fi ciência física, sem fi ns lucrativos e de comprovada ido-neidade, desde que os preços sejam compatíveis com o mercado.

86. A respeito do procedimento licitatório, considere:I – O pedido de impugnação de edital de licitação deve ser

protocolado até 15 dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação.

II – A impugnação feita de tempestividade pelo licitante não o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.

III – A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das fases subsequentes.

IV – Decairá do direito de impugnar o edital de licitação o licitante que não o fizer até o quinto dia útil que ante-ceder a abertura dos envelopes de habilitação em con-corrência.

Está correto o que consta APENAS em:a. I e II.b. I, II e III.c. II e III.d. III e IV.e. II, III e IV.

87. Em tema de contratos administrativos, considere as assertivas:I – O contrato administrativo ilegal pode se extinto por

anulação unilateral da Administração, mas sempre com oportunidade de defesa para o contratado, em cujo expediente se demonstre a ilegalidade do ajuste.

II – As chamadas cláusulas exorbitantes, porque visam estabelecer prerrogativas em favor de uma das partes, ainda que sob o fundamento do resguardo ao interesse público, desigualam as partes contratantes e são consi-deradas nulas de pleno Direito se presentes nos contra-tos administrativos.

III – O reajustamento contratual de preços e de tarifas é me-dida convencionada entre as partes contratantes para evitar que, em razão das elevações do mercado, da des-valorização da moeda ou do aumento geral de salários no período de execução do contrato administrativo, venha a romper-se o equilíbrio financeiro do ajuste.

IV – O particular que contrata com a administração públi-ca, face à natureza pública do ajuste, adquire direito à imunidade do contrato ou a sua execução integral, bem como as suas vantagens em espécie.

Estão corretas SOMENTE:a. I e III.b. I e IV.c. II e III.d. I, II e IV.e. II, III e IV.

88. A licitação será dispensável, entre outras hipóteses, no caso de:a. aquisição de componentes necessários à manutenção de

programas de informática, desde que fora do período de garantia técnica, vedada a compra junto ao fornecedor original.

b. compra de materiais de uso pessoal e administrativo para as Forças Armadas.

c. impossibilidade jurídica de competição entre outros con-tratantes, quer pela natureza específi ca do negócio, quer pelos objetivos sociais visados pela administração.

d. contratação de instituição transnacional de pesquisa ou de ensino, com ou sem fi ns lucrativos, salvo para a res-tauração de obras de arte e objetos históricos.

e. aquisição de energia elétrica fornecida por concessioná-rio, permissionário ou autorizado, de acordo com a legis-lação específi ca.

89. A Administração Pública que desejar comprar ou alie-nar bens imóveis, em regra, poderá contratar por meio de licitação na modalidade:a. concurso.b. convite.c. concorrência.d. pregão.e. tomada de preços.

90. A respeito da habilitação no processo licitatório, a ins-crição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova da diretoria que se encontra em exercício, é a documentação relativa à:a. habilitação de responsabilidade fi nanceira.b. qualifi cação técnica.c. habilitação jurídica.d. qualifi cação econômica.e. regularidade fi scal.

91. No caso em que todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem desclassifi cadas, a administra-ção poderá fi xar aos licitantes o prazo de:a. quinze dias úteis para apresentação de nova documenta-

ção ou de outras propostas, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para cinco dias úteis.

b. dez dias úteis para apresentação de nova documentação ou de outras propostas, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para cinco dias úteis.

c. cinco dias úteis para a apresentação de nova documenta-ção ou de outras propostas, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis.

d. três dias úteis para apresentação de nova documentação ou de outras propostas, em todas as modalidades de licitação.

e. oito dias úteis para apresentação de nova documentação ou de outras propostas, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis.

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58I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

92. Tendo em vista as disposições da Lei nº 8.666/93, considere:I – Os contratos administrativos regulam-se pelas suas

cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplican-do-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria ge-ral dos contratos e as disposições de direito privado.

II – A garantia do contrato administrativo, cujas modali-dades são, dentre outras, caução em dinheiro e fiança bancária, sempre será exigida pela Administração no patamar de dez por cento do valor contratado.

III – As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.

IV – Não se admite contrato com prazo de vigência inde-terminado, sendo admissível a prorrogação, desde que justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente.

É correto o que consta APENAS em:a. II, III e IV.b. I e III.c. II e III.d. I e IV.e. I, II e IV.

93. Nos termos da Lei nº 8.666/93, é correto o que consta APENAS em:a. A Administração Pública responde solidariamente com o

contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos termos da legislação específi ca.

b. O contratado fi ca obrigado a aceitar, nas mesmas con-dições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fi zerem nas compras, até cinquenta por cento do valor inicial atualizado do contrato.

c. Quando ocorrer caso fortuito impeditivo da execução do contrato, haverá rescisão contratual e, independentemen-te da culpa do contratado, será ele ressarcido dos prejuí-zos demonstrados.

d. Em regra, o prazo é de cento e vinte dias para observa-ção ou vistoria comprovadora da adequação do objeto aos termos do contrato administrativo.

e. Se houver agente público nomeado para fi scalizar o cum-primento do contrato, é facultado ao contratado manter preposto no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.

94. A respeito dos contratos administrativos, assinale a op-ção correta.a. Os contratos administrativos diferenciam-se dos demais

contratos privados no que se refere às chamadas cláusu-las exorbitantes, como a cláusula que autoriza à adminis-tração impor penalidades administrativas.

b. como os contratos administrativos também se submetem ao princípio da formalidade, eles devem ser obrigatoria-mente escritos.

c. A administração pode alterar, de forma unilateral, os contratos que celebrar. No entanto, no que se refere à al-teração quantitativa, a lei estabelece, como o limite para os acréscimos e supressões nas obras, serviços e com-pras, o percentual de 50% em relação ao valor original do contrato.

d. A administração pode rescindir o contrato, de forma uni-lateral, na ocorrência de caso fortuito ou força maior, não fi cando obrigada ao pagamento de qualquer indenização.

95. Quanto às licitações, assinale a opção correta.a. De acordo com o princípio da adjudicação compulsória, o

licitante contratado deve obedecer não apenas aos termos do contrato, mas também às determinações da adminis-tração.

b. os termos da Constituição Federal, as empresas esta-tais (sociedade de economia mista e empresas públicas), quando prestadoras de serviço público, podem elaborar ato normativo sobre licitação, observados os princípios da administração pública.

c. A contratação de empresa de publicidade pode ser feita sem licitação, diante da natureza singular do serviço.

d. É dispensável a licitação na hipótese de celebração de contrato de programa entre entes da Federação ou com entidades da administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do auto-rizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação.

96. Com relação às licitações públicas e contratos adminis-trativos, é correto afi rmar que:a. a Lei Federal nº 8.666/93 proíbe contratos com duração su-

perior à vigência dos respectivos créditos orçamentários.b. adjudicação é o ato pelo qual se atribui ao vencedor do

certame o objeto da licitação.c. o sistema de registro de preços dispensa, para sua im-

plantação, a realização de licitação pública.d. uma das características dos contratos administrativos

consiste na imutabilidade, ou seja, na impossibilidade da Administração Pública em alterá-los.

e. as empresas públicas e sociedades de economia mista es-tão desobrigadas de realizar procedimentos licitatórios.

97. Sobre a inexecução do contrato administrativo, considere:I – Se houver sustação do contrato, o cronograma de execu-

ção será prorrogado automaticamente por igual tempo.II – Em regra, se houver atraso superior a sessenta dias dos

pagamentos devidos pela Administração, o contratado tem o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação.

III – Se ocorrer caso fortuito ou força maior, regularmente comprovado e que impeça a execução do contrato, poderá a Administração Pública rescindir unilateralmente.

Está correto o que conta APANAS em:a. I.b. II.c. III.d. I e III.e. II e III.

98. Se houver inexecução total ou parcial do contrato, é INCORRETO afi rmar que a Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado a sanção de:a. multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou

no contrato.b. suspensão temporária de participação em licitação e im-

pedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a três anos.

c. advertência.d. declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com

a Administração pública enquanto perdurarem os moti-vos determinantes da punição.

e. advertência, cumulada com multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato.

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59D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

99. Tendo em vista a Lei de Licitação nº 8.666/93, considere:I – Tomada de preços é a modalidade de licitação entre in-

teressados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para o cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das pro-postas, observada a necessária qualificação.

II – Concorrência pública é a modalidade de licitação reali-zada entre interessados previamente registrados.

III – Nos casos em que a modalidade de licitação cabível seja convite, é vedado à administração utilizar tomada de preços.

IV – No convite a administração deverá convidar no míni-mo três interessados, cadastrados ou não.

Está correto o que consta APENAS em:a. I, II e III.b. I, III e IV.c. I e IV.d. II e III.e. III e IV.

100. A respeito das licitações considere:I – Quanto à competição no processo licitatório, pode-se

afirmar que é relativa, na medida em que, no interesse público, impõem-se regras, dentre outras, que afastam o licitante não constituído regularmente.

II – O julgamento das propostas deve ser objetivo e pauta-do por critérios claros contidos no edital.

III – Segundo o princípio da adjudicação compulsória, a Administração pública é obrigada a contratar imedia-tamente o licitante vencedor.

Está correto o que consta APENAS em:a. I e II.b. I e III.c. II.d. III.e. II e III.

101. Considerando a Lei nº 8.666/93, especialmente quanto aos contratos administrativos, é correto afi rmar que:a. o contratado fi ca obrigado a aceitar, nas mesmas con-

dições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fi zerem nas compras, até cinquenta por cento do valor inicial atualizado do contrato.

b. a garantia do contrato administrativo, cujas modalidades são, dentre outras, caução em dinheiro e fi ança bancária, sempre será exigida pela Administração no patamar de dez por cento do valor contratado.

c. as cláusulas econômico-fi nanceiras e monetárias dos contratos administrativos só poderão ser alteradas com prévia concordância do contratado.

d. os licitantes fi cam liberados do compromisso assumido, se não houver convocação para a contratação no prazo de trinta dias, contados da entrega das propostas.

e. é permitida a rescisão amigável, por acordo entre as par-tes, reduzida a termo no processo da licitação, indepen-dentemente da conveniência para a Administração.

102. Em relação à modalidade de licitação denominada pre-gão, é incorreto afi rmar que:a. Se a oferta do licitante vencedor não for aceitável,

o pregoeiro examinará as ofertas subsequentes e a qualifi cação dos licitantes, na ordem de classifi cação, e assim sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edital.

b. declarado o vencedor, qualquer licitante poderá, no prazo de três dias, interpor recurso, podendo apresentar aos de-mais licitantes, contra-razões, em igual prazo, contado a partir da publicação da decisão que receber recurso.

c. aberta a sessão, os licitantes apresentam declaração de que cumprem todos os requisitos de habilitação e entre-garão os envelopes contendo a indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo-se à sua imediata abertura.

d. no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais bai-xo e os das ofertas com preço até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor.

e. se, além da oferta de valor mais baixo, não houver pelo menos duas outras com preço superior, mas até o limite dos 10% da oferta com preço mais baixo, poderão os li-citantes das melhores propostas, até o máximo de três, oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos.

103. Na modalidade de licitação denominada pregão, nos ter-mos da Lei nº 10.520/02, é:a. vedada a exigência de garantia de proposta e o prazo de

sua validade será de sessenta dias, se não houver disposi-ção em contrário no edital.

b. cabível a exigência de aquisição de edital como condição para a participação no certame e o prazo de validade da proposta será de sessenta dias, se não houver disposição em contrário no edital.

c. vedada a exigência de garantia de proposta e o prazo de sua validade será de trinta dias, se não houver disposição em contrario no edital.

d. cabível exigir garantia da proposta e o prazo de sua va-lidade será de trinta dias, se não houver disposição em contrário no edital.

e. vedada a exigência de aquisição de edital como condição para participação no certame e o prazo de sua validade da proposta será de trinta dias, se não houver disposição em contrário no edital.

104. Sobre licitação, considere:I – A licitação não será sigilosa, sendo públicos e aces-

síveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

II – Nos caso em que couber tomada de preços, a Adminis-tração poderá utilizar o convite e, em qualquer caso, a concorrência.

III – O prazo mínimo entre a publicação do resumo do edi-tal do concurso até o recebimento das propostas ou da realização do evento será de 45 dias.

IV – Subordinam-se ao regime da Lei de Licitações (8.666/93), além dos órgãos da administração direta, somente as autarquias, as fundações públicas e as em-presas públicas.

Está INCORRETO o que se afi rma APENAS em:a. I e IIb. I, III e IVc. I e IIId. II e IVe. III e IV

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60I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

105. Em se tratando de licitação na modalidade pregão, é IN-CORRETO que:a. na fase preparatória do pregão seja observada a defi nição

do objeto com precisão, de forma clara, vedadas especi-fi cações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessá-rias, limitem a competição.

b. qualquer licitante poderá manifestar imediata e motiva-damente a intenção de recorrer, logo após ter sido decla-rado o vencedor, quando lhe será concedido o prazo de 5 dias para a apresentação das razões do recurso.

c. o prazo fi xado para apresentação das propostas, contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 dias úteis.

d. no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais bai-xo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor.

e. os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos de habilitação que já constem do Sistema de Cadastra-mento Unifi cado de Fornecedores – Sicaf.

106. Considerando o que dispõe a Lei nº. 8.666/93, especial-mente quanto à fase de habilitação, o registro ou inscri-ção do engenheiro no conselho regional de engenharia, diz respeito à sua:a. qualifi cação jurídica.b. qualifi cação técnica.c. regularidade fi scal.d. habilitação econômico-fi nanceira.e. qualifi cação social.

Julgue os itens.

107. O contrato administrativo é caracterizado pelo formalismo, não se admitindo, portanto, contrato verbal.

108. Conforme prescreve a Lei nº 8.666/1993, o contrato de pu-blicidade não pode ser feito por meio de inexigibilidade de licitação.

A respeito das licitações públicas, julgue os itens que seguem.

109. O estudo das licitações deve ter por base a Lei nº 8.666/1993, a qual estabelece, minuciosamente, as normas sobre licita-ções e contratos da administração pública.

110. As normas gerais acerca de licitação e contratação públi-ca podem ser estabelecidas por meio de ato legislativo da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, de acordo com o âmbito de aplicação dessas normas.

111. O conceito de licitação pública remete à ideia de disputa iso-nômica entre as partes concorrentes ao fi m da qual deve ser selecionada a proposta mais vantajosa para a administração pública, com vistas à celebração de um contrato administrativo.

112. Os princípios referentes às licitações públicas devem estar obrigatoriamente expressos em texto constitucional ou legal, em obediência ao princípio da publicidade, que rege todos os procedimentos licitatórios.

113. O fato de o edital licitatório prever a preferência de contrata-ção de microempresas e empresas de pequeno porte, no caso de desempate, é oposto ao princípio da igualdade entre os licitantes.

A licitação é um procedimento administrativo formal que objetiva a aquisição, a venda ou a prestação de serviços de forma mais vantajosa para a administração pública. Acerca da escolha da modalidade de licitação, julgue o item subsequente.

114. A escolha entre concorrência, tomada de preços e convite é determinada pelo valor estimado da contratação, existindo limites para obras e serviços de engenharia e para compra e serviços em cada uma das três modalidades.

Julgue os itens que se seguem relativos a licitações pú-blicas.

115. O critério de julgamento aplicável a uma licitação vincula-se ao tipo de licitação. Os tipos de licitação aplicáveis a todas as modalidades de licitação são os de menor preço, melhor técnica, técnica e preço e maior lance ou oferta.

116. A modalidade de licitação denominada pregão pode ser uti-lizada para a aquisição de bens e serviços de informática e automação, considerados como bens e serviços comuns.

117. A adjudicação compulsória ao vencedor da licitação corres-ponde à celebração do contrato.

118. A inexigibilidade de licitação ocorre sempre que houver im-possibilidade jurídica de competição, enquanto a dispensa de licitação tem lugar em contexto de viabilidade jurídica de competição.

119. A União, em suas contratações públicas, não pode conceder tratamento diferenciado às microempresas e empresas de pequeno porte, pois tal comportamento violaria o princípio da isonomia entre os licitantes.

A respeito da doutrina administrativista concernente ao equilíbrio dos contratos mantidos entre a administração e os particulares, julgue o item seguinte.

120. A permissão de serviço público para exploração de serviço de transporte intermunicipal é negócio jurídico unilateral e, portanto, não se sujeita ao princípio determinador do respei-to ao equilíbrio fi nanceiro do contrato.

Julgue os itens seguintes.

121. O edital, que é a lei interna da concorrência e da tomada de preços, traduz-se em uma verdadeira norma porque su-bordina administradores e administrados às regras que es-tabelece. Para a administração, desse modo, o edital é ato vinculado e não pode ser desrespeitado por seus agentes.

122. A União pode contratar, com dispensa de licitação, a presta-ção de serviços de organização social para atividades con-templadas no contrato de gestão.

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61D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

123. É permitida a celebração de contratos administrativos para prestação de serviço com tempo de vigência indeterminado, desde que o contrato atribua ao poder público o direito de rescindi-lo, sem ônus, a qualquer tempo.

124. A introdução, no texto constitucional, do princípio adminis-trativo da economicidade tornou inconstitucional a realiza-ção de licitações de tipo melhor técnica.

Após recente aprovação de legislação no Distrito Federal es-tabelecendo normas mais rígidas de segurança contra incêndio, o TST iniciou tomada de preços para contratar a prestação de servi-ços correspondentes à adequação do edifício sede a essas normas. Após a apresentação das propostas, mas antes de sua apreciação, a referida legislação distrital foi revogada, motivo pelo qual a auto-ridade competente do TST determinou, de ofício, a imediata anu-lação do referido procedimento licitatório. Irresignada, uma lici-tante ofereceu pedido de reconsideração, argumentando que era ilícito invalidar o procedimento sem que os interessados tivessem chance de apreciar os motivos da invalidação e de se manifestar sobre eles. O pedido foi indeferido sob o argumento de que, como ainda não havia sido defi nida uma licitante vencedora, a licitação podia ser invalidada sem a abertura de contraditório.

Considerando essa situação hipotética, julgue os itens a seguir.

125. O argumento que sustentou o indeferimento do pedido de reconsideração não tem base legal.

126. A tomada de preços é incompatível com o objeto do referido procedimento, já que essa modalidade licitatória é destinada somente à aquisição de bens.

127. A revogação da referida legislação pode ser causa para a re-vogação da licitação, mas não é motivo que justifi que a sua anulação.

Considere que, visando executar as determinações referidas no texto, o TST tenha realizado licitação para a compra de três detectores de metal, utilizando-se, para esse fi m, da modalidade pregão. Acerca dessa situação hipotética, julgue os itens que se seguem.

128. Essa modalidade licitatória é uma espécie de concorrência pública na qual, em vez de apresentarem propostas defi -nidas, os licitantes participam de um leilão que tem como preço mínimo o valor determinado pela administração em edital.

129. A opção por essa modalidade licitatória é ato vinculado, pois a lei estabelece o rol dos casos em que é necessário realizar pregão.

130. Considere que o TST tenha realizado licitação para selecio-nar uma empresa para realizar, nas dependências do Tribu-nal, serviço de fotocópias oferecido para os jurisdicionados. Nessa situação, a administração deve celebrar contrato de concessão de serviço público com a empresa selecionada no referido procedimento licitatório.

Julgue os itens.

131. Os contratos administrativos têm como característica básica a formalização. Apesar dessa característica, caso um admi-

nistrador do TJDFT, no exercício de suas funções, celebre um contrato verbal de compra até o limite de R$ 8.000,00, os efeitos desse pacto serão considerados válidos.

132. O não-cumprimento ou o cumprimento irregular, pelo con-tratado, de cláusulas contratuais, especifi cações, projetos ou prazos, constituem motivo para rescisão do contrato admi-nistrativo.

133. Embora existam três formas de rescisão do contrato admi-nistrativo, o contratado pode requerer apenas duas, a amigá-vel e a judicial.

À luz da Lei nº 8.666/1993 e suas alterações, julgue os itens subsequentes, que versam sobre as normas para licita-ções e contratos da administração pública.

134. Ao organizar uma licitação para realização de um serviço de engenharia no TJDFT, o administrador responsável poderá optar pela modalidade de convite, desde que o valor estima-do para a obra seja inferior a R$ 160.000,00.

135. Quando houver inviabilidade de competição, como na con-tratação de um artista consagrado pela opinião pública, a licitação será inexigível.

136. A comprovação da regularidade para com a fazenda federal, estadual e municipal do domicílio ou sede do licitante inte-gra os documentos relativos à qualifi cação técnica do inte-ressado em participar de um processo licitatório.

Julgue os próximos itens, relativos à licitação.

137. Considere que a administração tenha anulado licitação du-rante a execução do respectivo contrato administrativo. Nes-sa situação, há dever de indenizar o contratado na parte do contrato que este já houver executado.

138. Suponha que a União pretenda contratar organização social para o desenvolvimento de atividades contempladas em contrato de gestão. Nesse caso, haverá inexigibilidade de licitação.

139. Em razão de o INSS ser autarquia especial de intervenção no domínio econômico, nos aspectos de ingerência no setor privado, ele não se submeterá a procedimentos licitatórios.

(CESPE – INSS Analista 2008) Em relação às licitações públicas e aos contratos administrativos, julgue os itens que se seguem.

140. É dispensável a licitação para a contratação de artista consa-grado pela crítica especializada.

141. O adjudicatário que se recusar, injustifi cadamente, a assinar contrato administrativo está sujeito às penalidades pelo des-cumprimento total da obrigação assumida.

142. É constitucional dispositivo de lei que determine a inclusão, na análise da proposta mais vantajosa, dos valores de impos-tos já pagos pela participante do certame à fazenda pública que realiza a licitação.

143. A forma verbal de contratação com a administração é admi-tida para pequenas compras de pronto pagamento.

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62I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

144. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente, impedindo os efeitos jurídicos que ele, or-dinariamente, deveria produzir e desconstituindo os já pro-duzidos.

145. (CESPE – TRT 1ª Região – Analista Judiciário – Área Judiciária 2008) No que concerne aos servidores públicos, regidos pela Lei nº 8.112/1990, assinale a opção correta.a. Os cargos públicos são acessíveis apenas aos brasileiros

natos ou naturalizados.b. O regime de trabalho do servidor se sujeita ao limite mí-

nimo de 6 horas diárias.c. É garantido a todo servidor público o exercício do direito

de greve.d. O concurso de títulos, mediante seleção por currículos,

para provimento de cargo isolado, terá validade de um ano, prorrogável por igual período.

e. A impossibilidade física de entrar em exercício acarreta a possibilidade de fazê-lo por meio de procuração pública.

146. (CESPE – TRT 1ª Região – Analista Judiciário – Área Judiciária 2008) Assinale a opção que apresenta cargos públicos que permitem a uma mesma pessoa a acumula-ção lícita desses cargos.a. Dois cargos de professor em escolas públicas e médico do

serviço público federal.b. Advogado da União e advogado da empresa pública.c. Médico militar e médico de secretaria de saúde do esta-

do, quando ingressou nos cargos antes da promulgação da CF.

d. Militar da reserva remunerada e agente de segurança judiciário que ingressou no serviço público em maio de 2000.

e. Três cargos públicos de magistério, sem incompatibilidade de horários.

147. (CESPE – TRT 1ª Região – Analista Judiciário – Área Judiciária 2008) Assinale a opção que apresenta situa-ções que geram a aplicação de penalidade de demissão.a. Aliciar subordinados a fi liarem-se a partido político e

ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato.

b. Aceitar comissão ou pensão de Estado estrangeiro e apre-sentar inassiduidade habitual.

c. Promover manifestação de desapreço no recinto da repar-tição e abandonar o cargo.

d. Abandonar o cargo e recusar fé a documento público.e. Opor resistência injustifi cada ao andamento de documen-

to na repartição e revelar segredo do qual se apropriou em razão do cargo.

148. (CESPE – TRT 1ª Região – Analista Judiciário – Área Ad-ministrativa 2008) No que concerne aos servidores públi-cos, regidos pela Lei nº 8.112/1990, assinale a opção correta.a. A impossibilidade física de entrar em exercício acarreta a

possibilidade de fazê-lo por meio de procuração pública.b. Os cargos públicos são acessíveis apenas aos brasileiros

natos ou naturalizados.c. O regime de trabalho do servidor se sujeita ao limite mí-

nimo de 6 horas diárias.

d. É garantido a todo servidor público o exercício do direito de greve.

e. O concurso de títulos, mediante seleção por currículos, para provimento de cargo isolado, terá validade de um ano, prorrogável por igual período.

149. (CESPE – TRT 1ª Região – Analista Judiciário – Área Administrativa 2008) Assinale a opção que apresenta si-tuações que geram a aplicação de penalidade de demissão.a. Opor resistência injustifi cada ao andamento de documen-

to na repartição e revelar segredo do qual se apropriou em razão do cargo.

b. Aliciar subordinados a fi liarem-se a partido político e ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato.

c. Aceitar comissão ou pensão de Estado estrangeiro e apre-sentar inassiduidade habitual.

d. Promover manifestação de desapreço no recinto da repar-tição e abandonar o cargo.

e. Abandonar o cargo e recusar fé a documento público.

150. (CESPE – TRT 1ª Região – Analista Judiciário – Exe-cução de Mandatos 2008) Em relação aos vencimentos e proventos de aposentadoria dos servidores públicos, o STF entende que:a. a Constituição veda a cumulação de cargos públicos por

uma mesma pessoa.b. não há vedação constitucional à acumulação de cargos

públicos desde que haja compatibilidade de horários e o acesso tenha se dado por concurso público.

c. é permitida a cumulação sem restrições, se fi car caracte-rizado direito adquirido pelo servidor

d. é possível a acumulação de mais de uma aposentadoria, se forem elas relativas a cargos que, na atividade, seriam cumuláveis.

e. são inacumuláveis em razão do princípio da moralidade administrativa.

151. (CESPE – TRT 1ª Região – Analista Judiciário – Execu-ção de Mandatos 2008) A Lei nº 8.112/1990 e suas pos-teriores alterações baniram do ordenamento jurídico as seguintes formas de provimento de cargos públicos:a. nomeação e readaptação.b. promoção e redistribuição.c. reversão e recondução.d. ascensão e transferência.e. substituição e aproveitamento.

152. (CESPE – TRT 1ª Região – Analista Judiciário – Execu-ção de Mandatos 2008) Maria, casada com Pedro, juiz ti-tular da vara do trabalho de Itaperuna, foi aprovada, em concurso público, para o cargo de auditor do trabalho, com lotação originária também em Itaperuna, tendo to-mado posse e entrado em exercício em fevereiro de 2004. No ano seguinte, Pedro, após realizar concurso de remo-ção, foi trabalhar em uma das varas do trabalho do Rio de Janeiro. Em 2006, Pedro foi acometido de doença, razão pela qual deveria ser acompanhado por Maria. Em 2008, Maria será candidata a vereadora pelo Rio de Janeiro. A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta.

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63D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

a. A licença por motivo da doença de Pedro somente permi-tirá a Maria a percepção à remuneração pelo período de até 90 dias.

b. Uma vez eleita vereadora, havendo incompatibilidade de horários para cumulação dos cargos, Maria poderá se afastar do cargo de auditora do trabalho, mas optando por sua remuneração.

c. Em 2005, Maria não poderia pedir licença para acompa-nhar Pedro, porque estava em estágio probatório.

d. Durante a licença em razão da doença de Pedro, Maria poderá exercer atividade remunerada fora do serviço pú-blico.

e. O afastamento para o exercício do cargo de vereador não será computado para fi ns da contagem do tempo de servi-ço de Maria.

153. (CESPE – TRT 1ª Região – Analista Judiciário – Execu-ção de Mandatos 2008) Assinale a opção correta de acor-do com a Lei nº 8.112/1990.a. O servidor que opera direta e permanentemente com

substâncias radioativas gozará de 20 dias consecutivos de férias por semestre.

b. A necessidade do serviço declarada pelo chefe da seção de atendimento ao público em que o servidor está lotado é motivo para interrupção das suas férias.

c. Para o exercício de mandato classista em sindicato com mais de 30.000 fi liados, a licença será remunerada.

d. O servidor que não satisfi zer as exigências do estágio probatório será demitido.

e. No afastamento para servir na Organização Internacional do Trabalho, o servidor da justiça do trabalho poderá op-tar pela remuneração que deseja perceber.

154. (CESPE – TRT 1ª Região – Técnico Judiciário – Área Ad-ministrativa 2008) José é servidor da administração pública direta e regido pela Lei nº 8.112/1990. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2008, ele faltou deliberadamente ao serviço por 35 dias ininterruptos, razão por que foi instaurado processo administrativo para julgamento de sua conduta. A partir da situação hipotética acima, assinale a opção correta.a. No processo administrativo disciplinar, será apurado o

abandono do cargo com indicação da materialidade da ilegalidade praticada pela comprovação do período de ausência intencional ao serviço.

b. A penalidade aplicável ao servidor é a de advertência ou demissão, a critério da autoridade julgadora.

c. A critério da comissão disciplinar, José poderá ser remo-vido para outra localidade para não interferir na apuração de sua falta.

d. Na hipótese de demissão, José não mais poderá voltar ao serviço público.

e. Na hipótese de a autoridade julgadora ser também o supe-rior hierárquico imediato de José, em razão da aplicação do princípio da verdade sabida, o processo disciplinar poderá ser simplifi cado, excluindo-se a formação de co-missão disciplinar.

155. (CESPE – TRT 1ª Região – Técnico Judiciário – Área Administrativa 2008) Considerando a aplicação da Lei nº 8.112/1990 e a interpretação que lhe é dada pelo tribu-nais superiores, assinale a opção correta.a. Caso um cidadão, em razão de tratamento de saúde, não

possa estar presente no órgão para o qual prestou concur-so no dia marcado para a sua posse, ele poderá outorgar procuração pública a um terceiro, com poderes para to-mar posse e entrar em exercício.

b. O ocupante de cargo em comissão submete-se a regime de integral dedicação ao serviço.

c. Caso um servidor estável no cargo I seja aprovado em concurso no cargo II e, assim, requeira vacância do cargo I, tome posse no cargo II e inicie o exercício, nessa situa-ção, se, em estágio probatório no cargo II, o servidor for reprovado, ele será reintegrado ao cargo I.

d. Agirá nos limites da legalidade administrativa a autar-quia federal que abrir concurso público enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado.

e. Às pessoas portadoras de defi ciência serão sempre asse-gurados 20% das vagas oferecidas em concurso público.

156. (CESPE – TRT 1ª Região – Técnico Judiciário – Área Administrativa 2008) As penalidades administrativas previstas na Lei nº 8.112/1990 incluem a:I – demissão. II – exoneração. III – advertência. IV – dispensa de função comissionada. V – expulsão.

A quantidade de itens certos é igual a:a. 1b. 2c. 3d. 4e. 5

157. (CESPE – TRT 1ª Região – Técnico Judiciário – Área Administrativa 2008) A vacância do cargo público, se-gundo a Lei nº 8.112/1990, pode ser ocasionada por:a. exoneração e reversão.b. falecimento e transferência.c. readaptação e promoção.d. demissão e nomeação.e. ascensão e demissão.

158. (CESPE – TRT 1ª Região – Técnico Judiciário – Área Administrativa 2008) Em relação à improbidade admi-nistrativa, assinale a opção correta.a. Uma vez proposta ação de improbidade administrativa,

o juiz, verifi cada a observância dos requisitos da petição inicial, determinará como primeiro ato judicial a citação dos réus, para o fi m de interromper a prescrição.

b. Empresa que agir em conluio com agente público na prá-tica de ato ímprobo poderá responder pelas condutas des-critas na Lei nº 8.429/1992, e o prazo prescricional terá início após o término do contrato administrativo fi rmado.

c. A aprovação das contas do agente público pelo TCU afas-ta a aplicação de penalidade por improbidade.

d. A fl uência do prazo prescricional de cinco anos para con-denação por ato de improbidade administrativa praticado por governador de estado somente é iniciada após o tér-mino do exercício do mandato.

e. A aplicação das penalidades por ato de improbidade de-pende da demonstração de dano fi nanceiro ao patrimônio público.

159. (CESPE – TRT 1ª Região – Técnico Judiciário – Área Administrativa 2008) Em relação à remuneração dos servidores públicos, assinale a opção correta de acordo com a Lei nº 8.112/1990.

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64I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

a. O servidor tem direito a adicional de tempo de serviço, devido à razão de 5% para cada período de 5 anos de serviço público efetivo.

b. A realização de trabalhos, com habitualidade, em locais em contato permanente com substâncias tóxicas autoriza a percepção cumulativa dos adicionais de insalubridade e de periculosidade.

c. A realização de serviço noturno autoriza a majoração em 50% do valor-hora de trabalho, incidente sobre os venci-mentos.

d. O adicional de serviço extraordinário está limitado a duas horas semanais.

e. O pagamento da remuneração de férias será efetuado até dois dias antes do início do respectivo período.

160. (FCC – TRF 5ª Região – Analista Judiciário – Judiciária 2008) Para os fi ns da Lei nº 8.112 de 11.12.1190, que dis-põe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, analise:I – Interesse da Administração; equivalência de venci-

mentos; vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; mesmo nível de escola-ridade; e especialidade ou habilitação profissional.

II – Assiduidade; disciplina; capacidade de iniciativa; pro-dutividade; e responsabilidade.

III – Retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, decorrente de inabilitação em estágio proba-tório relativo a outro cargo ou reintegração do anterior ocupante.

IV – Modalidade consistente em pedido de deslocamento do servidor, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração, em virtude de processo se-letivo promovido, na hipótese em que o número de in-teressados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.

Tais situações dizem respeito, respectivamente, aos institu-tos seguintes:

a. investidura; substituição; reversão; e remoção.b. nomeação; promoção; estabilidade; redistribuição.c. substituição; estabilidade; estágio probatório; transferência.d. redistribuição; estágio probatório; recondução; e remoção.e. provimento; estágio probatório; reintegração; e aprovei-

tamento.

161. (FCC – TRF 5ª Região – Analista Judiciário – Judiciária 2008) Nos casos em que o pagamento indevido ao servi-dor ativo, aposentado ou pensionista, houver ocorrido no mês anterior ao do processamento da folha, a reposição ao erário será feitaa. imediatamente, em uma única parcela.b. em parcelas, desde que o servidor seja estável.c. parceladamente, no máximo de 90 (noventa) dias.d. imediatamente ou em parcelas, a critério da Administração.e. em parcelas, proporcional à remuneração do servidor.

162. (FCC – TRF 5ª Região – Analista Judiciário – Adminis-trativa 2008) Para fi ns da Lei nº. 8.112 de 11/12/1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, analise:I – A reintegração é a reinvestidura de servidor no cargo

anteriormente ocupado, ou em cargo vago, quando in-validada a sua demissão, desde que por decisão judi-cial, com ou sem ressarcimento de vantagens.

II – Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptan-do será aposentado, sendo que a reversão por invalidez ocorre quando junta médica oficial declarar insubsis-tentes os motivos da aposentadoria.

III – O retorno à atividade de servidor em disponibilidade pode ser feita mediante aproveitamento ou substituição em qualquer cargo, com atribuições e vencimentos a critério da Administração.

IV – O estágio probatório ficará suspenso, dentre outros casos, durante certas licenças e afastamentos para ser-viços em organismo internacional de que o Brasil par-ticipe ou coopere, e será retomado a partir do término do último impedimento.

Nesses casos, APENAS são corretos:a. I, III e IV.b. II e III.c. I e IV.d. II e IV.e. I, II e III.

163. (FCC – TRF 5ª Região – Analista Judiciário – Adminis-trativa 2008) É certo que a ajuda de custo do servidor público federal será calculada sobre a sua remuneração, conforme dispuser em regulamento,a. não podendo exceder a importância correspondente a 3

(três) meses.b. devendo ser fi xada no valor de 15 (quinze) a 45 (quarenta

e cinco) dias.c. não podendo exceder a importância correspondente a 4

(quatro) meses.d. devendo ser fi xada no valor de 15 (quinze) a 30 (trinta)

dias.e. não podendo exceder a importância correspondente a 2

(dois) meses.

164. (FCC – TRF 5ª Região – Técnico Judiciário – Adminis-trativa 2008) É correto afi rmar que o servidor público fe-deral substituto assumirá automática e cumulativamen-te, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício, entre outros, da função de direção, nos impedimentos legais ou regulamentares do titular, hipótese em que:a. deverá continuar recebendo a remuneração do cargo de

provimento efetivo.b. receberá os vencimentos da função em substituição du-

rante um período de 30 (trinta) dias.c. deverá optar pela remuneração de um deles durante o res-

pectivo período.d. deverá optar pelo vencimento de um deles a ser recebido

pelo período de 60 (sessenta) dias.e. receberá o vencimento da função em substituição durante

o respectivo período.

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65D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

165. (FCC – TRF 5ª Região – Técnico Judiciário – Adminis-trativa 2008) Em matéria de direitos do servidor público federal, analise:I – O servidor em débito com o erário que tiver sua dispo-

nibilidade cassada terá um prazo legal para quitar esse débito.

I – O servidor fi cará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustifi cadamente, não apresentar na nova sede dentro de um prazo legal.

Nesses casos, os prazos acima referidos, serão, respectiva-mente, de

a. 60 (sessenta) e 30 (trinta) dias.b. 90 (noventa) e 60(sessenta) dias.c. 30 (trinta) e 15 (quinze) dias.d. 120 (cento e vinte) e 45 (quarenta e cinco) dias.e. 45 (quarenta e cinco) e 10 (dez) dias.

166. (FCC – TRF 5ª Região – Técnico Judiciário – Adminis-trativa 2008) No que se refere à gratifi cação natalina, é certo que:a. será atribuída integralmente ao servidor exonerado, cal-

culada sobre o vencimento do mês da exoneração.b. corresponde a 1/12 (um doze avos) do vencimento a que o

servidor fi zer jus, por mês de exercício no respectivo ano.c. deverá ser paga sempre no dia 20 do mês de dezembro de

cada ano civil.d. a fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será conside-

rada como uma quinzena.e. não será considerada para cálculo de qualquer vantagem

pecuniária.

167. (ESAF – CGU – TFC 2008) Assinale a opção que contem-pla licença em que há a possibilidade de sua concessão ao servidor, ora com, ora sem remuneração.a. Licença capacitação.b. Licença para tratamento de saúde do próprio servidor.c. Licença para tratar de interesses particulares.d. Licença por motivo de doença em pessoa da família.e. Licença adotante.

168. (ESAF – CGU – TFC 2008) Assinale o tipo de exoneração que se caracteriza por encerrar um juízo de conveniência e oportunidade da Administração.a. A pedido do servidor.b. Decorrente de não aprovação do servidor não estável em

estágio probatório.c. Exoneração ad nutum.d. Quando o servidor não toma posse no prazo legal.e. Em razão da não observância do limite gasto com pessoal

previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal.

169. (ESAF – CGU – TFC 2008) Assinale a opção em que os elementos trazidos não sejam essenciais à substituição.a. Designação prévia do substituto por autoridade compe-

tente, ou ato regimental.b. Afastamento do titular de função de direção, ou chefi a,

ou ocupante de cargo de natureza especial.

c. Afastamento do titular superior a trinta dias.d. Afastamento do titular de unidade administrativa organi-

zada em nível de assessoria.e. Impedimentos legais ou regulamentares do titular, ou va-

cância do cargo.

170. (ESAF – CGU – TFC 2008) Correlacione as colunas a se-guir indicando a penalidade correta para cada uma das seguintes situações descritas e, ao fi nal, escolha a opção que apresente a sequência correta.(1) Demissão(2) Destituição(3) Exoneração(4) Demissão com ou sem exoneração prévia do cargo em

comissão

( ) Servidor em estágio probatório que resta reprovado.( ) Servidor em estágio probatório que comete infração gra-

víssima.( ) Servidor sem vínculo efetivo com a Administração, ocu-

pante de cargo em comissão que comete infração gravís-sima.

( ) Servidor que ocupe cargo efetivo e comissionado, que comete infração gravíssima.

( ) Servidor efetivo que comete infração gravíssima.

a. 3/1/3/2/4b. 1/4/2/3/1c. 4/3/2/1/1d. 1/3/1/2/4e. 3/1/2/4/1

171. (ESAF – CGU – TFC 2008) Leia atentamente as situa-ções abaixo para classifi cá-las como ensejadoras de uma das duas opções oferecidas. Após, identifi que a opção que traga a sequência correta.

(1) Reposição ao Erário(2) Indenização ao Erário

( ) Motorista ofi cial, servidor público efetivo, infringe as leis de trânsito fazendo com que a União seja multada.

( ) Servidor público efetivo recebe importância superior a que lhe era devida em razão de erro material por parte da Administração.

( ) Servidor público efetivo desatentamente liga equipamen-to elétrico na tomada com cuja voltagem ele era incompa-tível, causando a destruição do aparelho.

( ) Servidor público efetivo recebe valores em decorrência do cumprimento de uma decisão judicial, que é posterior-mente modifi cada, tornando-os indevidos.

a. 1/2/1/2 b. 2/1/2/1c. 1/1/2/2d. 2/2/1/2e. 2/1/1/2

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66I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

172. (ESAF – CGU – TFC 2008) Considerando entendimen-to consolidado do Supremo Tribunal Federal, assinale a opção em que a sentença penal não pode infl uenciar na esfera administrativa.a. Condenação por crime contra a Administração Pública à

pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano.

b. Absolvição por inexistência do fato. c. Absolvição que não compreenda falta residual.d. Condenação em que é aplicada pena privativa de liberda-

de superior a quatro anos.e. Absolvição em que a autoria seja negada.

173. (Fundação Universa – PCDF – Papiloscopista Policial 2008) Assinale a alternativa correta, acerca dos direitos e das vantagens assegurados aos servidores públicos fe-derais.a. Considere que, concluído o concurso público, o servidor

tenha sido nomeado para o cargo, mas tenha falecido an-tes da posse. Nesse caso, a investidura no cargo se consu-mou.

b. Considere que o edital normativo do concurso público para provimento de vagas para o cargo de papiloscopista policial, promovido pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), prevê que o prazo de validade do certame será de um ano, prorrogável por igual período. Nesse caso, ante a vinculação a essa disposição editalícia, se a dire-ção da PCDF não prorrogar o prazo de validade do con-curso, não poderá realizar outro processo seletivo para provimento dos mesmos cargos no ano que se seguir à expiração do prazo não prorrogado.

c. Considere que um servidor da PCDF, após dois anos per-cebendo determinada gratifi cação, teve suprimida de sua remuneração a referida parcela. Nesse caso, o servidor poderá formular pedido de reconsideração à autoridade que expediu o ato de supressão da gratifi cação. Ademais, poderá interpor recurso em face do indeferimento do pe-dido de reconsideração, dirigido à autoridade imediata-mente superior.

d. Considerando que um servidor da PCDF tenha com-pletado cinco anos de efetivo exercício no dia seguinte à extinção da licença-prêmio por assiduidade, então ele terá direito a esse benefício, com duração de três meses, fazendo jus, nesse período, à respectiva remuneração.

e. Considerando que o regime de seguridade dos servidores públicos é mais vantajoso, então todo o tempo de contri-buição exigido para aposentadoria deve ser contado nesse regime, não se inserindo no cômputo o tempo de contri-buição em atividade privada, vinculada ao regime geral de previdência.

174. (Fundação Universa – PCDF – Escrivão de Polícia 2008) Acerca da relação jurídica dos servidores com a Admi-nistração Pública, assinale a alternativa incorreta.a. O servidor estável que, tendo pedido exoneração do seu

cargo, tome posse no cargo de escrivão da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), mas seja considerado inabi-litado no respectivo estágio probatório, poderá ser inves-tido novamente, por ato de recondução, no cargo do qual se exonerara.

b. Se a um deputado, em processo de cassação de seu man-dato, tiver sido imposta a suspensão dos seus direitos po-líticos por oito anos, então, nesse período, o ex-mandatá-rio não poderá assumir o cargo de escrivão da PCDF.

c. O servidor que ocupe cargo público não-acumulável po-derá assumir o cargo de escrivão da PCDF, desde que os horários de trabalho sejam compatíveis e ele renuncie aos vencimentos do novo cargo pelo período da acumulação.

d. Dá-se por meio de exoneração a vacância de cargo efetivo quando o servidor empossado não entra em exercício no prazo devido. Ademais, pode ser exonerado de cargo em comissão, a qualquer momento e a juízo da autoridade competente, o servidor que exerça tal cargo mesmo há mais de dez anos.

e. Se, por conveniência da administração, o prazo de vali-dade de um concurso for prorrogado por mais dois anos, isso impedirá que o administrador inicie outro processo de seleção para o mesmo cargo durante o prazo de prorro-gação, se ainda houver candidatos aprovados do certame prorrogado que não tenham sido convocados para nome-ação e posse.

175. (Fundação Universa – PCDF – Escrivão de Polícia 2008) Julgue os itens a seguir, relativos à responsabilidade dos servidores públicos civis.I – Caso fosse tão-somente omissiva e culposa a conduta

irregular de um servidor, então seria inconcebível a sua responsabilização civil em face de prejuízos causados ao erário ou a terceiros.

II – Não há óbice legal a que, em decorrência de um só ato praticado no exercício irregular de suas atribuições, o servidor sofra tríplice sanção: de natureza adminis-trativa, podendo vir a ser demitido; de natureza penal, podendo até ser condenado a pena de reclusão; e de na-tureza civil, podendo ser condenado a reparar os danos patrimoniais decorrentes dos seus atos.

III – A obrigação dos servidor de reparar o dano causado ao erário é personalíssima, haja vista a sua natureza de sanção, não se estendendo, consequentemente, aos seus sucessores, na hipótese de falecimento do obriga-do previamente à liquidação da obrigação.

IV – Se, em razão de ato delituoso praticado no exercício de suas atribuições, o servidor foi demitido, vindo a ser também processado criminalmente e, se, todavia, concluída a instrução criminal, ele foi absolvido por falta de prova que demonstrasse suficientemente a sua participação no delito, então, nessa hipótese, a sanção de natureza administrativa subsistiria.

V – Considerando que um servidor da PCDF tivesse sido condenado a reparar dano causado ao erário – decor-rente de adulteração doloso da folha de pagamento -, então a indenização por ele devida seria preferencial-mente liquidada por meio de descontos mensais de até dez por cento da sua remuneração.

A quantidade de itens certos é igual aa. 1b. 2c. 3d. 4e. 5

176. (Fundação Universa – PCDF – Escrivão de Polícia 2008) Acerca dos direitos e vantagens atribuídos aos servidores públicos federais, assinale a alternativa incorreta.

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67D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

a. O servidor de uma fundação pública federal, contratado em 2008, não faz jus a três meses de licença, a título de prêmio por assiduidade, após cada quinquênio ininter-rupto de efetivo exercício no cargo.

b. Segundo a Lei nº 8.1128/90, na hipótese de substituição de servidor investido em cargo de direção, o substituto só fará jus à retribuição pelo exercício do referido cargo pelo período que exceder a trinta dias de afastamento do titular.

c. O servidor investido em cargo efetivo e designado para o desempenho de função de chefi a não terá direito à incor-poração, na sua remuneração, de nenhuma proporção da respectiva gratifi cação.

d. Não é admissível que servidor ocupante de cargo efeti-vo de um órgão público seja transferido para cargo do quadro de pessoal de outro órgão – ainda que ambos os órgãos integrem a estrutura do mesmo Poder.

e. É facultado ao servidor converter um terço do período de férias em abono pecuniário, desde que o requeira com pelo menos sessenta dias de antecedência.

177. (CETRO – TRT 12ª Região Analista Judiciário – Admi-nistrativa 2008) Segundo a Lei nº 8112/90, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, a demissão será aplicada no(s) seguinte(s) caso(s):a. ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, em

legítima defesa própria ou de outrem.b. incontinência pública e conduta escandalosa, na

repartição.c. inassiduidade eventual.d. aplicação, nos moldes da legislação pertinente, de

dinheiros públicos.e. acumulação legal de cargos, empregos ou funções

públicas.

178. (CETRO – TRT 12ª Região Técnico Judiciário – Admi-nistrativa 2008) Relativamente ao tema licenças, como tais previstas na Lei 8.112/90, pode-se concluir quea. poderá ser concedida uma licença ao servidor por motivo

de doença do cônjuge, dos avós, dos netos, do padrasto ou enteado, ou dependente que viva às suas expensas e cons-te do seu assentamento funcional, mediante comprovação por junta médica ofi cial.

b. poderá ser concedida uma licença ao servidor para acom-panhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.

c. ao servidor convocado para o serviço militar, será conce-dida licença, na forma e condições previstas na legislação específi ca; concluído o serviço militar, o servidor terá até 40 (quarenta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do cargo.

d. o servidor terá direito à licença, com remuneração, du-rante o período que mediar entre a sua escolha em con-venção partidária, como candidato a cargo eletivo, e à véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.

e. a critério do servidor, poderão ser concedidas ao reque-rente, desde que não esteja em estágio probatório, licen-ças para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até dois anos consecutivos, sem remuneração.

179. (NCE – ANTT – Analista AADM55 2008) Considere as seguintes assertivas sobre o Regime Jurídico dos Servi-dores Públicos Civis da União, das autarquias e das fun-dações públicas federais:I – A nacionalidade brasileira e o gozo dos direitos políti-

cos são requisitos básicos para investidura em cargo público.

II – A nomeação, ascensão e readaptação são formas de pro-vimento de cargo público.

III – Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança.

IV – A reversão é o retorno à atividade de servidor aposen-tado e far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação.

V – A recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, quando invalidada a sua de-missão por decisão administrativa ou judicial.

São falsas:a. apenas uma assertiva.b. apenas duas assertivas.c. apenas três assertivas.d. apenas quatro assertivas.e. todas as assertivas.

180. (NCE - ANTT - Técnico TADM11 2008) No que tange às vantagens constantes do Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, estão corretas as seguintes afi rmati-vas, exceto:a. as gratifi cações e as indenizações se incorporam ao ven-

cimento ou provento para qualquer efeito;b. a ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do ser-

vidor, conforme se dispuser em regulamento;c. o auxílio-moradia não será concedido por prazo superior

a cinco anos dentro de cada período de oito anos;d. não será concedida ajuda de custo ao servidor que se

afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo;

e. no caso de exoneração, o auxílio-moradia continuará sen-do pago por um mês.

181. (NCE - ANTT - Técnico TADM11 2008) A demissão, nos termos da Lei nº 8.112/90, será aplicada nos seguintes ca-sos, exceto:a. inassiduidade habitual;b. abandono de cargo;c. insubordinação grave em serviço;d. coação de subordinados no sentido de fi liarem-se à asso-

ciação profi ssional ou sindical;e. incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição.

182. (NCE - ANTT - Técnico TADM11 2008) A Lei nº 8.112/90 prevê que o servidor público que reincide em faltas pu-nidas com advertência está sujeito à penalidade adminis-trativa disciplinar de:a. exoneração;b. suspensão de até 15 (quinze) dias;c. suspensão de até 30 (trinta) dias;d. suspensão de até 60 (sessenta) dias;e. suspensão de até 90 (noventa) dias.

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68I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

183. (NCE - ANTT - Técnico TADM11 2008) A vacância de cargo público, de acordo com a Lei nº 8.112/90, decorre-rá, entre outras, da seguinte situação:a. aproveitamento;b. reversão;c. transferência;d. ascensão;e. posse em outro cargo inacumulável.

184. (CETRO – TRT 12ª Região Técnico Judiciário – Admi-nistrativa 2008) Ressalvados os casos previstos na Cons-tituição, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos; nesse sentido, e sobre o tema da “acumulação de cargos”, observa-se quea. a proibição de acumular não se estende a funções em au-

tarquias e fundações públicas, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios.

b. a acumulação de cargos, ainda que ilícita, fi ca condicio-nada à comprovação da compatibilidade de horários.

c. se considera acumulação proibida a percepção de ven-cimento de cargo ou emprego público efetivo com pro-ventos da inatividade, mesmo quando os cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis na ati-vidade.

d. o servidor vinculado ao regime estatutário, que acumu-lar licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, fi cará afastado de am-bos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.

e. o servidor não poderá exercer mais de um cargo em co-missão, observada a ressalva legal, todavia poderá ser remunerado pela participação em órgão de deliberação coletiva.

185. (ESAF – MPOG - Especialista EPPGG 2008) Assinale a opção incorreta, nos termos da Constituição Federal de 1988, o que ocorre caso seja invalidada, por sentença judicial, a demissão de servidor estável.a. Será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se

estável, reconduzido ao cargo de origem.b. O eventual ocupante da vaga, ao ser reconduzido ao car-

go de origem, faz jus à indenização, visto que não agiu de má-fé.

c. Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servi-dor estável fi cará em disponibilidade.

d. O servidor estável, quando posto em disponibilidade em virtude de extinção do cargo, após ser reintegrado, perce-berá remuneração até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

e. A aquisição da estabilidade exige lapso temporal de efe-tivo exercício e avaliação especial de desempenho de for-ma obrigatória.

186. (ESAF – MPOG - Especialista EPPGG 2008) Em se tratando do Regime Jurídico dos Servidores Públicos, analise os itens a seguir e marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao final a op-ção correspondente:

( ) readaptação é o retorno à atividade de servidor aposen-tado;

( ) ao servidor é proibido recusar fé a documentos públicos;( ) a obrigação do servidor público de reparar o dano causa-

do a terceiros estende-se aos sucessores;( ) é modalidade de penalidade disciplinar a cassação de

aposentadoria.

a. F, V, F, Vb. V, F, F, Vc. V, V, F, Fd. F, V, V, Ve. V, F, F, F

(CESPE – STF – Analista Judiciário 2008) A respeito do direito administrativo, julgue os itens subsequentes.

187. O edital de um concurso público pode estabelecer limite mínimo de idade para candidato, desde que exista expressa previsão legal que autorize essa exigência.

188. Vencimento ou remuneração é a modalidade remuneratória dos servidores submetidos a regime jurídico estatutário, en-quanto que salário é a contraprestação pecuniária paga aos empregados públicos, regidos pela CLT.

189. Aproveitamento é um exemplo de preenchimento de cargo por intermédio de provimento derivado.

190. A vacância sempre acarreta o rompimento defi nitivo do vín-culo jurídico entre o servidor e a administração.

191. As indenizações concedidas ao servidor público integram o conceito de remuneração.

192. A licença por motivo de afastamento do cônjuge será por prazo indeterminado e sem remuneração, sendo que o perío-do de fruição não é computado como tempo de serviço para qualquer efeito.

193. Antes da aplicação de uma penalidade deve ser sempre as-segurado ao servidor o direito ao contraditório e à ampla defesa.

(CESPE – STF – Técnico Judiciário AA 2008) Acerca da remoção, da substituição e da redistribuição dos servidores públicos federais regidos pela Lei nº 8.112/1990, julgue os se-guintes itens.

194. Enquanto na redistribuição o interesse da Administração confi gura uma modalidade, na remoção o interesse da Ad-ministração confi gura um preceito pressuposto.

195. Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entida-de, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no ór-gão ou entidade, o servidor estável deve ser imediatamente redistribuído, sendo vedada sua colocação em disponibilida-de, já que tal opção feriria o interesse público.

196. O servidor substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefi a ou de cargo de nature-za especial, nos casos de afastamentos ou impedimentos le-gais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período.

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69D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

(CESPE – TJDFT Analista – Administrativa 2008) Con-sidere as seguintes situações, identifi cadas em numeração sucessiva. Fábio prestou concurso público e foi aprovado (1). Após ser nomeado (2), tomou posse (3) no cargo e entrou em exercício (4). Contudo, Fábio prestara também um outro con-curso público e foi chamado a assumir o novo cargo público. Após meditar, Fábio resolveu pedir exoneração (5) do cargo que exercia para assumir o novo cargo, inacumulável, em outro órgão (6). Tendo por base a narrativa acima, julgue os itens subsequentes.

197. A situação 2 é forma de provimento de cargo público.

198. A situação 3 só se verifi cou em decorrência de, previamente, ter ocorrido a nomeação.

199. As situações identifi cadas pelos números 5 e 6 confi guram remoção.

200. A situação 4 identifi ca o efetivo desempenho das atribuições do cargo público.

201. Após a ocorrência da situação 3, Fábio teria 30 dias para praticar a ação 4.

202. A situação 5 constitui forma de vacância do cargo público.

203. (CESPE – TJDFT Analista – Administração 2008) O servi-dor público que for nomeado em cargo público efetivo e não tomar posse no prazo legal será exonerado do cargo.

(CESPE – INSS Analista 2008) Com base na Lei nº 8.112/1990, julgue os itens a seguir.

204. É vedado a chefe de repartição pública, em qualquer situa-ção, cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa.

205. De acordo com essa lei, é vedado ao servidor público recusar fé a documento público.

206. Prescreve em dois anos a ação disciplinar de suspensão, con-tados a partir da data em que o fato se tornou conhecido.

207. Se, depois de aprovado em concurso público, um cidadão for nomeado para cargo no serviço público e falecer antes de tomar posse, sua esposa terá direito a pensão junto ao INSS, direito este que, na situação considerada, consubstancia-se independentemente da posse.

208. Considere que Esmeralda, servidora pública, que solicitou licença não-remunerada para cuidar de sua mãe enferma, permaneceu nessa condição por cerca de um ano. Posterior-mente, ao retirar sua certidão de tempo de serviço, observou que o referido período de licença não havia sido contabili-zado e entrou com um pedido de revisão. Nessa situação, o pedido de Esmeralda deverá ser negado, pois licença para tratamento de saúde de pessoa da família do servidor somen-te é contada para efeito de aposentadoria se for remunerada.

(CESPE – INSS Técnico do Seguro Social 2008) Em cada um dos itens a seguir, é apresentada uma situação hipotética envolvendo servidores públicos, seguida de uma assertiva a ser julgada com base na Lei nº 8.112/1990.

209. Mara, jornalista, dirigiu-se a determinada repartição públi-ca e solicitou, com o objetivo de preparar matéria para o

jornal do bairro onde trabalha, informações sobre uma lista de itens, que incluía dados sobre o efetivo policial e nomes de policiais da área de inteligência que trabalham sem uni-forme no bairro em questão. O servidor atendeu-a rápida e polidamente, mas negou-se a fornecer-lhe informações sobre os referidos itens, pois tratava-se de dados sigilosos. Nessa situação, a atitude do servidor está correta, pois é seu dever atender com presteza ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas aquelas protegidas por sigilo.

210. Joaquim, após demanda judicial, obteve sentença favorável ao recebimento de indenização a qual, esperava ele, seria in-corporada ao seu vencimento. Entretanto, no mês posterior à publicação da sentença, verifi cou, no contracheque, não ter havido alteração em seu vencimento. Nessa situação, o setor de pagamentos agiu corretamente, pois verbas de natureza indenizatória não podem ser incorporadas ao vencimento.

211. Decorridos cinco anos de sua posse, Mônica, com o intui-to de aperfeiçoar sua qualifi cação profi ssional, solicitou licença para terminar curso de pós-graduação que deixara incompleto. Ao receber resposta negativa, Mônica decidiu apresentar recurso, alegando que a licença capacitação é di-reito subjetivo do servidor e que, em situações como a sua, é dever da administração concedê-la. Nesse caso, a legislação apóia todos os argumentos apresentados por Mônica.

212. Renato, servidor de órgão público federal e estudante, cons-tatou, no início do ano letivo, incompatibilidade entre seu horário escolar e o da repartição onde trabalha. Depois de explicar sua situação ao chefe, foi por este informado de que teria direito a horário especial, desde que compensasse o tempo não trabalhado. Renato contra-argumentou dizendo que era impossível compensar o tempo de afastamento do trabalho, pois, além de assistir às aulas, precisava estudar muito e fazer as tarefas escolares. Nessa situação, os argu-mentos de Renato não têm amparo legal.

213. Antônio, após ter sido aposentado por invalidez, iniciou tra-tamento que implicou a cura da doença que o afastara do serviço público. Após avaliação da junta médica ofi cial, que aprovou seu retorno às atividades das quais se afastara, An-tônio requereu a readaptação ao cargo ocupado e o cômputo do tempo de afastamento para fi ns de promoção na carreira. Nessa situação, os pedidos de Antônio devem ser atendidos, por estarem amparados na legislação do servidor público.

(CESPE - TRT 9ª Região - Analista Judiciário 2007) Pe-dro, servidor público federal ocupante de cargo efetivo, faltou ao trabalho por mais de 30 dias consecutivos, no período de 2/5/2002 a 10/6/2002. Em razão disso, foi aberto contra ele um processo administrativo disciplinar, em 15/8/2006. Com base nessa situação hipotética, julgue os itens seguintes, conside-rando o regime jurídico dos servidores públicos.

214. Se Pedro for punido com a penalidade de suspensão, os seus registros serão cancelados com o decurso de prazo de 3 anos de efetivo exercício, desde que não pratique, nesse período, nova infração.

215. O prazo prescricional de 5 anos fi xado na Lei nº 8.112/1990 não será, necessariamente, aplicado na hipótese.

216. Nos autos do processo administrativo em tela, que deverá ser submetido ao rito sumário, será imperioso que se de-monstre a intenção de Pedro em abandonar o cargo, para que seja aplicada essa penalidade de demissão.

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70I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

(CESPE – TST Analista 2008) Considerando que Melissa ocupe cargo de analista judiciário do TST, da área de apoio especializado, julgue os itens subsequentes.

217. A passagem de Melissa do penúltimo para o último padrão de determinada classe confi guraria progressão funcional e não, promoção.

218. Se for nomeada para cargo comissionado no TST, Melissa terá direito a acumular as remunerações referentes aos dois cargos por ela ocupados.

219. O fato de concluir curso de graduação em Direito não daria a Melissa direito a perceber adicional de qualifi cação.

(CESPE – TST Analista 2008) Adriana ocupou por dois anos um cargo comissionado no TST, tendo sido esse o seu pri-meiro vínculo com o serviço público. Posteriormente, ela foi aprovada e nomeada em concurso público para provimento de cargo de analista judiciário no referido tribunal, motivo pelo qual pediu exoneração do cargo comissionado que ocupava. A partir dessa situação hipotética, julgue os itens seguintes.

220. Caso Adriana venha a ser reprovada no estágio probatório referente ao cargo de analista judiciário, ela não poderá ser reconduzida ao cargo que ocupava anteriormente no TST.

221. A exoneração de Adriana, referida acima, acarreta a vacân-cia do cargo comissionado que ela ocupava.

222. Após a referida exoneração, o TST deveria oferecer a Adria-na a oportunidade de optar entre receber indenização pelas férias ainda não gozadas e manter os períodos aquisitivos para serem utilizados no cargo para o qual ela já havia sido nomeada.

223. O concurso em que Adriana foi aprovada constitui uma lici-tação na modalidade melhor técnica.

(CESPE – TST – Analista Judiciário – AJ 2008) Consi-dere que Rodrigo, servidor do TST, ocupante de cargo efetivo, tenha solicitado o parcelamento de suas férias em duas etapas iguais, com a marcação da primeira etapa para fevereiro de 2008. Essa solicitação, porém, foi indeferida, em virtude de Rodrigo somente completar um ano de efetivo exercício no cargo em abril de 2008. Rodrigo, porém, dirigiu à autorida-de que indeferiu sua solicitação um pedido de reconsideração, argumentando que seria lícita a marcação de metade de suas férias para o mês de janeiro, pois nesta data ele já teria cum-prido mais da metade do período aquisitivo. O mérito desse pedido, porém, não foi apreciado, pois foi indeferido sob o argumento de que não cabe pedido de reconsideração de ato administrativo vinculado.

Acerca dessa situação hipotética, julgue os seguintes itens.

224. O pedido de reconsideração formulado por Rodrigo é emba-sado em argumento juridicamente incorreto.

225. Rodrigo deveria ter encaminhado o seu pedido de reconsi-deração à autoridade imediatamente superior à que negou a solicitação inicial por ele encaminhada, e não diretamente a esta última.

226. É juridicamente incorreto o argumento utilizado pela autori-dade para indeferir o pedido de reconsideração.

(CESPE – TST – Analista Judiciário – AJ 2008) Conside-re que Carlos seja servidor público ocupante de cargo comis-sionado em um tribunal regional do trabalho (TRT). Nessa situação hipotética, julgue os itens que se seguem.

227. Caso Carlos e sua esposa adotem uma criança, ele terá direi-to a licença-paternidade de cinco dias, independentemente da idade da criança adotada.

228. Carlos não pode acumular remuneradamente esse cargo pú-blico com outro cargo comissionado na administração pública federal.

(CESPE – TST Técnico 2008) Considere que, ao avaliar a execução das determinações descritas no texto, o chefe da divisão de segurança tenha observado que um dos agentes de segurança a ele subordinados atuava com racismo e precon-ceito, fazendo verifi cação cuidadosa de determinadas pessoas e, sistematicamente, deixando outras pessoas passarem sem qualquer tipo de verifi cação. Em função disso, o chefe tomou as providências cabíveis para possibilitar a instauração de sin-dicância que apurasse a referida situação. Tendo em vista essa situação hipotética, julgue os itens abaixo.

229. O referido agente de segurança atuou em desconformidade com os princípios constitucionais da administração pública e praticou infração administrativa disciplinar.

230. O chefe da divisão de segurança tem poder disciplinar sobre o referido agente de segurança e, portanto, poderia ter apli-cado, de ofício, a pena de advertência, desde que houvesse dado ao agente chance para que apresentasse sua defesa.

231. A punição administrativa do referido agente de segurança não afastaria a possibilidade de sua punição nos planos pe-nal e civil, com relação ao mesmo ato.

(CESPE – TST Técnico 2008) Acerca do Direito Admi-nistrativo, julgue os itens a seguir.

232. A posse é o contrato por meio do qual os servidores públicos vinculam-se ao Estado.

233. Considere que servidor estável do TST, que nunca solicitou qualquer licença, teve indeferido pedido de licença para tratar de interesses particulares porque a administração considerou que o seu afastamento seria incompatível com o interesse público. Nessa situação, o indeferimento é invá-lido porque o motivo apresentado pela administração está em desacordo com o regime jurídico dos servidores civis da União.

(CESPE – TCU – TCE 2007) No que concerne aos servi-dores públicos e ao tratamento constitucional e legal dado a esses servidores, julgue os próximos itens.

234. Em decorrência do princípio da organização legal do serviço público, somente por meio de lei podem ser criados cargos, empregos e funções públicas.

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71D i r e i t o A d m i n i s t r a t i v o

235. Apesar de os servidores públicos civis federais estarem organizados em estrutura hierarquizada na administração pública, não há a obrigação, por parte desses servidores, de dar cumprimento a ordem manifestamente ilegal, assim como não há a obrigação de representar contra seu superior no caso em que a ordem confi gure ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

236. A administração pública pode, após regular processo admi-nistrativo disciplinar, converter a penalidade de suspensão aplicada a servidor público em multa, quando isso for con-veniente ao serviço público. Nesse caso, o ato praticado pela administração é discricionário.

A respeito das disposições vigentes na Lei n.º 8.112/1990, julgue os itens a seguir.

237. O prazo de validade de concurso público deve ser objeto da norma editalícia, que regulamentará o certame, e será de até um ano, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período.

238. O servidor vinculado ao regime da lei mencionada, que acu-mular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, fi cará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compa-tibilidade de horário e local com o exercício de um deles, de-clarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.

239. É vedado ao servidor público, seja ocupante de cargo efetivo ou de cargo em comissão, atuar como procurador ou inter-mediário em repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau e de cônjuge ou companheiro.

240. O servidor público que, por ato omissivo ou comissivo, do-loso ou culposo, causar prejuízo ao erário ou a terceiros fi ca obrigado a reparar o dano, obrigação esta que se estende so-lidariamente ao cônjuge e aos herdeiros do servidor, em caso de falecimento deste.

241. (CESPE – OAB 007) Acerca dos atos administrativos, as-sinale a opção correta.a. Se o motivo que determina e justifi ca a prática do ato é

inexistente ou é inválido, inválidos serão apenas os efei-tos do ato e não o próprio ato em si.

b. Os elementos do ato administrativo que se referem ao mérito são o objeto e a fi nalidade.

c. Os atos administrativos são praticados apenas pela admi-nistração pública.

d. Os atos de caráter normativo, de decisão de recurso ad-ministrativo e os de matérias de competência exclusiva, nos termos da Lei nº. 9.784/1999, não são passíveis de de-legação.

242. (CESPE-TJ/RR – Assistente Judiciário - 2006) Assinale a opção incorreta segundo a Lei de Improbidade Adminis-trativa.a. A Lei de Improbidade Administrativa alcança os atos

praticados por qualquer agente público, seja ele servidor ou não.

b. Não só as ações dolosas, mas também as culposas podem confi gurar ato de improbidade administrativa.

c. Exigir a apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o patrimônio privado do cidadão no mo-mento em que este toma posse ou entra em exercício em cargo público confi gura ato de improbidade.

d. É ato ímprobo que atenta contra os princípios da admi-nistração pública retardar ou deixar de praticar, indevi-damente, ato de ofício

243. (CESPE - TRT 9ª Região – Técnico 2007) Considere a se-guinte situação hipotética. João, que tinha cargo exclusiva-mente em comissão na administração pública direta, pra-ticou, entre outros, ato de improbidade previsto na Lei n.º 8.429/1992. Em razão disso, foi exonerado do cargo, alguns dias depois. Nessa situação, João não poderá mais sofrer a aplicação da penalidade administrativa de destituição do cargo em comissão.

244. (CESPE - TRT 9ª Região – Técnico 2007) As penalidades previstas na lei de improbidade (Lei n.º 8.429/1992) se apli-cam, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de impro-bidade ou dele se benefi cie sob qualquer forma, direta ou indiretamente.

245. (CESPE – TST Analista 2008) Considere que um servidor do TST tenha sido condenado pela prática de ato de improbi-dade administrativa, mediante processo em que tenha fi cado demonstrado que ele causou prejuízo ao erário, apesar de não restar provado qualquer tipo de enriquecimento ilícito. Nessa situação, a inexistência de comprovação de enriqueci-mento ilícito torna inválida a condenação do servidor.

246. No que tange aos atos de improbidade administrativa,a Lei nº 8.429/92 dispõe que:a. o Ministério público atuará sempre como parte e o órgão

público lesado, como fi scal da lei.

b. a aprovação das contas pelo tribunal de contas respectivo é requisito indispensável para sua caracterização.

c. os particulares que concorrerem para sua prática somen-te serão responsabilizados na esfera penal e mediante a comprovação de dolo ou culpa.

d. a constatação de sua prática gera a responsabilidade obje-tiva do agente.

e. a aplicação das sanções independe da efetiva ocorrência de dano ao erário.

247. NÃO fi gura no rol de sanções legalmente previstas para a prática de ato de improbidade administrativa:a. a suspensão de direitos políticos.

b. a perda de bens.

c. o pagamento de multa de caráter penal.

d. a perda da função pública.

e. a proibição de contratar com o Poder Público.

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72I v a n L u c a s d e S o u z a J ú n i o r

GABARITO 190. E191. E192. C193. C194. E195. E196. E197. C198. C199. E200. C201. E202. C203. E204. E205. C206. C207. E208. C209. C

210. C211. E212. C213. E214. E215. C216. C217. C218. E219. C220. C221. C222. E223. E224. C225. C226. E227. C228. C229. C

230. C231. C232. E233. E234. C235. E236. C237. E238. C239. C240. E241. D242. C243. E244. C245. E246. E247. C

1. a 2. e 3. d 4. e 5. b 6. e 7. c 8. a 9. c10. e11. e12. b13. e14. d15. e16. e17. d18. b19. c20. a21. e22. a23. c24. b25. c26. a27. a28. b29. d30. e31. b32. d33. e34. b35. e36. c37. c38. e39. e40. c41. E42. E43. C44. E45. C46. C47. C48. E49. C50. E51. C52. C53. C54. E55. c56. b57. a58. e59. d60. d61. a62. e63. d

64. a 65. d 66. c 67. c 68. c 69. d 70. a 71. b 72. c 73. a 74. d 75. b 76. d 77. a 78. c 79. e 80. c 81. e 82. b 83. b 84. a 85. b 86. c 87. a 88. e 89. c 90. c 91. e 92. d 93. a 94. a 95. d 96. b 97. d 98. b 99. c100. a101. c102. b103. a104. c105. b106. b107. E108. C109. C110. E111. C112. E113. E114. E115. E116. E117. E118. C119. E120. E121. C122. C123. E124. E125. C126. E

127. C128. E129. E130. E131. E132. C133. C134. E135. C136. E137. C138. E139. E140. E141. C142. E143. C144. C145. b146. c147. b148. b149. b150. d151. d152. b153. a154. a155. b156. b157. c158. d159. e160. d161. a162. d163. a164. c165. a166. e167. d168. c169. c170. e171. b172. c173. c174. c175. b176. e177. b178. b179. b180. a181. d182. e183. e184. d185. b186. d187. C188. C189. C