DIREITO CIVIL - OBRIGAÇÕES, Formas Especiais de Pagamento

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DIREITO CIVIL Pablo Stolze

DIREITO CIVIL Pablo Stolze

PARTE ESPECIAL OBRIGAES

CONCEITO

O direito das obrigaes, ramo do direito civil, o conjunto de normas que disciplina a relao jurdica pessoal entre credor e devedor, em virtude da qual este ltimo compromete-se a satisfazer uma prestao de dar, fazer ou no-fazer. relao jurdica pessoal, pois vincula pessoas, no caso um sujeito ativo (credor) e um sujeito passivo (devedor). uma relao jurdica horizontal entre os sujeitos, ao contrrio da relao jurdica real (Direito das coisas), que vertical, vinculando um sujeito a uma coisa.

OBS( O que Obrigao Propter Rem? A obrigao PROPTER REM, OB REM, ou MISTA, situa-se na zona cinzenta entre o direito das obrigaes e o direito das coisas. Trata-se de uma obrigao de natureza hibrida, uma vez que, posto vincule pessoas, adere a uma coisa, acompanhando-a. Ex. Obrigao de pagar taxa de condomnio (no importa quem o proprietrio, pois a dvida da coisa) REsp 846.187/SP.AO DE COBRANA. COTAS DE CONDOMNIO. LEGITIMIDADE PASSIVA. PROPRIETRIO DO IMVEL, PROMISSRIO COMPRADOR OU POSSUIDOR. PECULIARIDADES DO CASO CONCRETO. OBRIGAO PROPTER REM. DISSDIO JURISPRUDENCIAL. AUSNCIA DE SIMILITUDE FTICA. RECURSO NO CONHECIDO.

1. As cotas condominiais, porque decorrentes da conservao da coisa, situam-se como obrigaes propter rem, ou seja, obrigaes reais, que passam a pesar sobre quem o titular da coisa; se o direito real que a origina transmitido, as obrigaes o seguem, de modo que nada obsta que se volte a ao de cobrana dos encargos condominiais contra os proprietrios.

2. Em virtude das despesas condominiais incidentes sobre o imvel, pode vir ele a ser penhorado, ainda que gravado como bem de famlia.

3. O dissdio jurisprudencial no restou demonstrado, ante a ausncia de similitude ftica entre os acrdos confrontados.

4. Recurso especial no conhecido.

(REsp 846187/SP, Rel. Ministro HLIO QUAGLIA BARBOSA, QUARTA TURMA, julgado em 13/03/2007, DJ 09/04/2007, p. 255)

OBS( Preferncia da obrigao Propter Rem sobre a garantia hipotecrio: o STJ, em recente julgado (AgRg no REsp, 1.039.117/SP), afirmou a preferncia do crdito condominial, por ser propter rem, em face da dvida garantida por hipoteca: asdfgCIVIL E PROCESSUAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CRDITO CONDOMINIAL. PREFERNCIA AO CRDITO HIPOTECRIO. OBRIGAO PROPTER REM. ALEGAO DE OFENSA A DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. ANLISE IMPOSSVEL NA VIA RECURSAL ELEITA. IMPROVIMENTO.

I. O crdito condominial tem preferncia sobre o crdito hipotecrio por constituir obrigao propter rem, constitudo em funo da utilizao do prprio imvel ou para evitar-lhe o perecimento. Precedentes do STJ.

II. Invivel ao STJ, na sede recursal eleita, a apreciao de suposta ofensa a normas constitucionais, por refugir sua competncia.

III. Agravo regimental improvido.

(AgRg no REsp 1039117/SP, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 23/06/2009, DJe 24/08/2009)OBS( O que uma obrigao com eficcia real? Em geral, as obrigaes s geram efeitos inter partes. Contudo, se levadas a registro pblico, passam a gerar efeitos para todos, sendo tal justamente a especialidade da obrigao com eficcia real. Assim, conceitua-se a obrigao com eficcia real como aquela que mediante registro, passa a ter eficcia erga omnes (ex. obrigao locatcia levada a registro, art. 8 da Lei do Inquilinato)Art. 8 Se o imvel for alienado durante a locao, o adquirente poder denunciar o contrato, com o prazo de noventa dias para a desocupao, salvo se a locao for por tempo determinado e o contrato contiver clusula de vigncia em caso de alienao e estiver averbado junto matrcula do imvel. 1 Idntico direito ter o promissrio comprador e o promissrio cessionrio, em carter irrevogvel, com imisso na posse do imvel e ttulo registrado junto matrcula do mesmo.

2 A denncia dever ser exercitada no prazo de noventa dias contados do registro da venda ou do compromisso, presumindo-se, aps esse prazo, a concordncia na manuteno da locao.

DISTINES TERMINOLGICAS IMPORTANTES

TEORIAS DAS OBRIGAES

Teoria Unitria (monista): O vnculo entre credor e devedor um s. Este vnculo se compe da relao de crdito e dbito.asdfgA responsabilidade civil tratada como uma sombra da obrigao, mas dela no faz parte. A responsabilidade civil a conseqncia jurdica e patrimonial do descumprimento da obrigao.Teoria binria (dualista): Esta teoria defende que a obrigao formada por um duplo vnculo:-Dever jurdico (Schuld; debitum); e -Responsabilidade civil (Haftung; obrigatio).A teoria dualista foi desenvolvida na Alemanha por Brinz.Dever jurdico o dever que o devedor tem de espontaneamente cumprir o objeto imediato da obrigao (dar, fazer ou no fazer).No cumprindo este dever jurdico, surge a responsabilidade civil. A responsabilidade civil no est parte, mas passa integrar o conceito de obrigao. A responsabilidade civil conseqncia jurdica e patrimonial do descumprimento do dever jurdico.A responsabilidade civil nada mais do que a possibilidade de se exercer uma pretenso em juzo; esta pretenso decorrente do dever jurdico violado est sujeita prazo prescricional. SENTIDO DA PALAVRA OBRIGAO

Obrigao em sentido amplo: a palavra obrigao, em um sentido amplo, pode traduzir a prpria relao obrigacional vinculativa do credor ao devedor. Obrigao em sentido estrito: Em sentido estrito, o prprio dbito assumido, ou seja, um dar, fazer ou no-fazer. DINSTINO ENTRE SCHULD E HAFTUNG SCHULD: Dbito (dar, fazer ou no-fazer). a obrigao em sentido estrito, prestao a cumprir; lembrando que a obrigao em sentido amplo pode ser a prpria relao jurdica entre credor e devedor. HAFTUNG: Responsabilidade pelo cumprimento da obrigao. Surge com a prestao no cumprida.

( Em geral, no Direito das Obrigaes, o devedor tem SHULD e HAFTUNG, mas h excees: Pode haver SHULD (dbito) e no haver HAFTUNG (responsabilidade), como no caso das obrigaes naturais, que no so exigveis judicialmente.

Doutro lado pode no haver SHULD (dbito) e haver HAFTUNG (responsabilidade), que o caso da obrigao de um fiador, conforme lembra Guilherme Nogueira da Gama.FONTES DAS OBRIGAES Embora a Lei seja a fonte primria das relaes jurdicas em geral, por FONTE DAS OBRIGAES deve-se entender o fato jurdico que, concretizando o preceito normativo, cria a relao obrigacional. EX. CONTRATO, ATO ILCITO, RELAES MATERIAIS COMO A VIZINHANA. asdfg Classificao Clssica Gaio, Direito Romano: A classificao clssica de Gaio (jurisconsulto Romano) subdividia as fontes das obrigaes em:

a. Contrato: fonte por excelncia de obrigaesb. Quase-contrato: seria o ato negocial sem natureza de contrato, tal como a promessa de recompensa.c. Delito: seria o ilcito dolosod. Quase-Delito: seria o ilcito culposo Classificao Moderna das Fontes das Obrigaes: Modernamente, superada a classificao de Gaio, so fontes das obrigaes:

a. Atos negociais: contratos, testamento, promessa de recompensa.b. Atos no negociais: so atos jurdicos em sentido estrito, como exemplo o fato material da vizinhana, que gera obrigaes entre os vizinhos. c. Ato ilcito: ser estudado na grande de responsabilidade civil. Aqui h enorme divergncia sobre se o ato ilcito seria ou no um fato jurdico.ESTRUTURA E REQUISITOS DA RELAO OBRIGACIONAL

REQUISITOS DA ESTRUTURA DAS RELAES OBRIGACIONAIS1. ELEMENTO IMATERIAL, IDEAL OU ESPIRITUAL: O primeiro elemento, que pode ser considerado o Imaterial, Ideal ou Espiritual. O elemento imaterial da obrigao o prprio vnculo jurdico abstrato que une o credor ao devedor. Por isso chamado de Vnculo imaterial ou espiritual. Vnculo pessoal, no se confunde com vnculo real, pois um elemento imaterial, que retrata a coercibilidade (juridicidade) da relao obrigacional. Ele garante, em qualquer espcie de obrigao, o seu cumprimento, tendo em vista que se esta no se realizar espontaneamente, realizar-se- coercitivamente, com o emprego de fora, que o Estado coloca disposio do credor, por intermdio do Poder Judicirio.

2. ELEMENTO SUBJETIVO: So os sujeitos da obrigao. A obrigao para ser perfeita deve ter sujeitos determinados ou ao menos determinveis.OBS( A indeterminabilidade subjetiva, ativa ou passiva, sempre temporria ou relativa. Ex. de indeterminabilidade ativa: Promessa de Recompensa, onde a promessa pblica, e s ter a determinabilidade quando algum cumprir a tarefa que da ensejo a obrigao.Ex.2 de indeterminabilidade ativa: Cheque ao portador, onde o credor ser o possuidor da crtula (cheque), podendo, portanto, variar.Ex. de indeterminabilidade passiva: Obrigaes Propter Rem, onde a obrigao ser de quem for proprietrio do imvel, havendo assim uma indeterminabilidade potencial.

Obrigao Ambulatria: a obrigao em que os sujeitos podem mudar. Exemplo o ttulo ao portador e as obrigaes propter rem.3. ELEMENTO OBJETIVO (MAIS IMPORTANTE): a PRESTAO. A doutrina chama a prestao de Objeto Direto da Obrigao. Prestao: a atividade do devedor satisfativa do crdito, podendo ser de DAR, FAZER, ou NO-FAZER. Para ser vlida, a obrigao dever ser. Lcita

Possvel

Determinada ou determinvel Objeto Indireto ou mediato da obrigao: BEM DA VIDA. Esse sim o bem da vida a ser alcanado, por exemplo, o carro, na compra e venda de automvel.RESUMO

A prestao, elemento objetivo da relao obrigacional, dever ser lcita, possvel e determinada ou, ao menos, determinvel.

Elemento objetivo imediato (direto): A prestao.Elemento objetivo mediato (indireto): O bem da vida.

Ex: Obrigao de entrega de carro. Objeto direto a prestao de entrega (dar); e o objeto indireto o prprio carro.

O que prestao? A prestao o objeto imediato da obrigao, o ncleo. Entende-se por prestao da atividade do devedor satisfativa do direito do credor. Essa prestao pode ser (desde o direito romano) de:A. Dar

B. Fazer

C. No Fazer

OBS( Toda a prestao em direito das obrigaes, deve ter sempre cunho patrimonial? Em geral, a doutrina costuma reconhecer a natureza patrimonial ou econmica da prestao. At porque, difcil encontrarmos exemplo de obrigao no-patrimonial. Todavia, ainda que em situaes especiais, autores como Pontes de Miranda, Paulo Lobo e Silvio Venosa reconhecem algumas obrigaes no-patrimoniais, a exemplo da obrigao que o testador imps de ser enterrado de determinada maneira. O CC de Portugal, no art. 398, dispensa a patrimonialidade das obrigaes.Por outro lado, as prestaes no podem ter como objeto bens personalssimos indisponveis (honra, imagem, segredo, vida privada, liberdade, etc.). O dever de respeito a esses bens no traduz uma prestao patrimonial devida a um credor, no obstante o desrespeito poder ensejar o direito indenizao. No entanto, esse direito a indenizao s surge aps o dano ao direito.

OBS( Crise de Cooperao entre Credor e Devedor (Emilio Betti)

Lembra-nos Emlio Betti, em sua clssica obra Teoria Geral das Obrigaes, a existncia de uma ntida crise de cooperao entre credor e devedor, com uma acentuada vocao opressiva da autonomia privada. Nesse contexto atua essencialmente o princpio da boa-f objetiva, para determinar um comportamento leal e harmnico entre as partes, a exemplo do que se d por meio do instituto jurdico do Duty To Mitigate ou, em portugus, DEVER DE MITIGAR O DANO.OBS( Duty To Mitigate (dever de mitigar o dano)

Por meio do Duty To Mitigate (dever de mitigar o dano), impe-se ao prprio credor o dever de no agravar a situao do devedor.Trata-se instituto freqente no direito dos EUA, que impe, luz da boa-f, o dever de cooperao entre credor e devedor, na medida em que veda ao sujeito ativo (credor) deixar de atuar para minimizar o prejuzo do devedor. Tal instituto probe que o credor fique inerte ante o possvel prejuzo do devedor quando possa evitar tal prejuzo, apenas porque a obrigao de pagamento no sua; impe, portanto, ao credor, o dever, quando possvel, de mitigar o prejuzo ao devedor. Ou seja, cria um dever anexo ao credor em relao ao devedor, decorrente da necessidade de cooperao entre as partes envolvidas na relao jurdica obrigacional.

Ex: A sofre coliso com B por culpa deste, que sai para procurar ajuda. A, percebendo que seu carro esta prestes a pegar fogo, no toma providencias e no apaga a chama, mesmo sendo possvel, deixando o carro explodir, apenas porque sabe que como a culpa pelo acidente de B, ele ter de arcas com os custos de um novo carro. Ocorre que pelo duty to mitigate, A tinha o dever, pelo principio da cooperatividade, de atuar para mitigar seu prprio dano, ainda que causado por culpa de outrem. O devedor pode alegar, ante a conduta no cooperativa do credor, que s pagar os danos decorrentes do acidente at antes da exploso, porque esta s ocorreu em decorrncia da inrcia proposital do credor, que no apagou as chamas, mesmo tendo condies para tanto.O dever de mitigar o dano - duty to mitigate - foi reconhecido pela Jornada de Direito Civil, in verbis:

169 Art. 422: O princpio da boa-f objetiva deve levar o credor a evitar o agravamento do prprio prejuzo.

O que entende por ps-eficcia das obrigaes? Na busca de vetores materiais que concretizem a boa f nas ocorrncias de ps-eficcia, deparam-se, no essencial, a confiana e a materialidade das situaes em jogo. A confiana requer a proteo, no perodo subseqente ao da extino do contrato, das expectativas provocadas na celebrao e no seu cumprimento, pelo comportamento dos intervenientes. A materialidade das situaes exige que a celebrao e o acatamento dos negcios no se tornem meras operaes formais, a desenvolver numa perspectiva de correspondncia literal com o acordado, mas que, na primeira oportunidade, se esvaziam de contedo. O escopo contratual no pode ser frustrado a pretexto de que a obrigao se extinguiu.MODALIDADES DE PRESTAES:

A. Prestaes de fato. -> De fazer e no-fazer.

B. Prestaes de coisa. -> De dar.

C. Prestaes instantneas (pag. vista) e contnuas (pag. em prestaes).

CLASSIFICAO BSICA DAS OBRIGAES

Coisa certa

dar

Positivas: Coisa incerta

fazer Negativa No-fazerPacfica na doutrina, essa classificao toma por critrio o elemento OBJETIVO DIRETO da obrigao (PRESTAO), podendo ser a obrigao positiva ou negativa:

A. Negativa: No fazer

B. Positiva: Dar coisa certa, dar coisa incerta, fazer.

A. OBRIGAO NEGATIVAA.1 Obrigao de No-Fazer

A obrigao de no-fazer tem por objeto uma prestao negativa, ou seja, um comportamento omissivo do devedor.Neste tipo de obrigao, o devedor assume, juridicamente, o dever de realizar um comportamento omissivo de interesse do credor. Prevista no art. 250 e seguintes.

( Exemplo: Obrigao de no construir acima de determinada altura.

( Exemplo2: Obrigao de no concorrncia ou obrigao de no explorar determinada atividade comercial.

Essas obrigaes podem ser temporrias.

Ex. A conhecida servido de no construir nada mais do que uma obrigao de no-fazer registrada no Cartrio de Registro de Imveis.Art. 250. Extingue-se a obrigao de no fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossvel abster-se do ato, que se obrigou a no praticar.

A luz do art. 250 do CC, bvio que se o devedor de uma obrigao de no-fazer for obrigado a atuar (ex notificado pela Prefeitura para construir), a obrigao simplesmente extinta, sem perdas e danos (lgica das obrigaes sobre a existncia ou no de culpa e as perdas e danos).Ex: Obrigao de no construir determinada altura. A vem a administrao pblica e manda construir, fundamentadamente, claro. Note-se que o devedor no teve culpa pelo no cumprimento da obrigao.

Todavia, se o devedor descumpre a obrigao de no-fazer culposamente, poder ser civilmente responsabilizado, sem prejuzo da tutela especfica.Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja absteno se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaa, sob pena de se desfazer sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.

Pargrafo nico. Em caso de urgncia, poder o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorizao judicial, sem prejuzo do ressarcimento devido.

Como na obrigao de fazer, tambm na de no-fazer pode-se usar da autotutela custa do devedor. Em ambas sem prejuzo da tutela especfica do CPC, com base no art. 461.Toda aquisio de propriedade por usucapio deve ser sobre bem aparente. Assim, para haver usucapio de servido, esta deve ser aparente, da a impossibilidade da aquisio de servido no-aparente por usucapio. Ex. servido de vista, que no pode ser usucapida.Art. 250. Extingue-se a obrigao de no fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossvel abster-se do ato, que se obrigou a no praticar.Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja absteno se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaa, sob pena de se desfazer sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.Pargrafo nico. Em caso de urgncia, poder o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorizao judicial, sem prejuzo do ressarcimento devido.B. OBRIGAES POSITIVAS

B.1 Obrigaes de Fazer

A obrigao de fazer, por seu turno, tem por objeto a prestao de um fato, nos termos dos arts. 248 e 249.

Vale lembrar que a obrigao de fazer, quando s interesse a atividade do prprio devedor, considerada infungvel ou personalssima.Por outro lado, quando puder ser cumprida por qualquer pessoa, ser fungvel.Em resumo, A obrigao de fazer poder ser fungvel ou infungvel:

Fungvel: aquela em que a prestao pode ser realizada por outra pessoa, alm do devedor. Ex. pintar um muro. Infungvel: personalssima, no admitindo o cumprimento da prestao por outrem, ou seja, s pode ser cumprida pelo prprio devedor. Ex. Retrato de artista.Art. 247. Incorre na obrigao de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestao a ele s imposta, ou s por ele exeqvel.

( Caso a obrigao de fazer seja descumprida SEM culpa do devedor, a relao obrigacional extinta, sem perdas e danos, conforme art. 248:

Art. 248. Se a prestao do fato tornar-se impossvel sem culpa do devedor, resolver-se- a obrigao; se por culpa dele, responder por perdas e danos.

( Caso a obrigao de fazer seja descumprida COM culpa do devedor cabvel a sua responsabilidade civil por perdas e danos, sem prejuzo de o credor optar pela tutela jurdica especfica (art. 247 e 249).

( Se for Obrigao fungvel, o credor pode contratar um terceiro para que faa a custa do devedor a prestao contratada, ou ele mesmo fazer.

( E em situao de emergncia, pode tomar essa atitude mesmo sem autorizao judicial, para no ter maiores prejuzos, sendo depois ressarcido. Forma de autotutela:Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, ser livre ao credor mand-lo executar custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuzo da indenizao cabvel.

Pargrafo nico. Em caso de urgncia, pode o credor, independentemente de autorizao judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.

OBS( Tutela Especfica: As obrigaes no cumpridas (TODAS) se resolvem em perdas e danos se assim o autor quiser ou se no for possvel seu cumprimento. Em sendo possvel, o autor pode exigir judicialmente o cumprimento efetivo da obrigao (tutela especfica do CPC, art. 461), podendo o juiz fixar multa diria (astreintes) ou determinar outros meios executivos de intimidao do devedor (o juiz tem liberdade total dentro dos limites legais) para que este cumpra a obrigao assumida.

Obviamente, mesmo na tutela especfica tambm pode o autor exigir indenizao pelas eventuais perdas e danos que tenha sofrido at a efetivao da obrigao submetida apreciao judicial.

Art. 247. Incorre na obrigao de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestao a ele s imposta, ou s por ele exeqvel.

Art. 248. Se a prestao do fato tornar-se impossvel sem culpa do devedor, resolver-se- a obrigao; se por culpa dele, responder por perdas e danos.

Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, ser livre ao credor mand-lo executar custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuzo da indenizao cabvel.

Pargrafo nico. Em caso de urgncia, pode o credor, independentemente de autorizao judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.

B.2 Obrigaes de Dar

Conceito: obrigao de dar aquela que tem por objeto a prestao de uma coisa, podendo-se entender juridicamente o verbo dar em trs sentidos bsicos:

Dar no sentido de transferir propriedade. Ex dar o carro, na compra e venda de automvel. Dar no sentido de entregar a posse da coisa. Ex. dar a posse no contrato de locao. Dar no sentido de devolver a coisa. Ex. empresa de estacionamento que assume obrigao de devolver o veculo quando do retorno do dono.1) Obrigao dar Coisa Certa (art. 233 e ss).

Conceito: Obrigao de dar coisa certa aquela em que a prestao refere-se a um bem especfico ou individualizado. Ex: Compra de apartamento, que descrito, individualizado, etc.

Art. 233. A obrigao de dar coisa certa abrange os acessrios dela embora no mencionados, salvo se o contrrio resultar do ttulo ou das circunstncias do caso.

Ex: Venda de Vaca prenha. O bezerrinho vai junto. Princpio da gravitao. Acessrio segue o principal. Isso quanto aos frutos pendentes. Os j percebidos at a tradio so do antigo proprietrio da coisa, pois s com a tradio que se transmite a propriedade.

OBS: Tratando de obrigaes, muitas questes so tiradas da lei. Por isso deve ser lido reiteradamente o CC.RESPONSABILIDADE CIVIL PELO RISCO DE PERDA OU DETERIORAO DA COISA CERTA (ARTS. 234 A 236)a) NA OBRIGAO DE DAR (a de restituir est mais abaixo)

Pela Perda

Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradio, ou pendente a condio suspensiva, fica resolvida a obrigao para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responder este pelo equivalente e mais perdas e danos. Quando no h culpa do devedor ele restitui o que j foi pago e resta extinta a obrigao. Se nada ainda foi pago, simplesmente extingue-se a obrigao. Se h culpa do devedor, ele restituiu o que o outro pagou e ainda indeniza em perdas e danos. Se nada ainda foi pago, ainda assim, sero devidas as perdas e danos.OBS IMPORTANTE: Em regra, a demonstrao de culpa cabe ao credor. Excepcionalmente, nas obrigaes de resultado (cirurgia plstica embelezadora, p.e) a culpa presumida, cabendo ao devedor provar sua inexistncia, a fim de no responder pelas perdas e danos.

Pela Deteriorao

Art. 235. Deteriorada a coisa, no sendo o devedor culpado, poder o credor resolver a obrigao, ou aceitar a coisa, abatido de seu preo o valor que perdeu.

Sem culpa do devedor: O credor pode desistir da coisa e pegar de volta o que pagou, ou aceitar a coisa deteriorada e pedir um desconto.

Art. 236. Sendo culpado o devedor, poder o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenizao das perdas e danos.

Com culpa do devedor: Pode o credor desistir da coisa e exigir o que j pagou OU ficar com a coisa deteriorada. E nos dois casos haver direito a perdas e danos.

Art. 237. At a tradio pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poder exigir aumento no preo; se o credor no anuir, poder o devedor resolver a obrigao.

Pargrafo nico. Os frutos percebidos so do devedor, cabendo ao credor os pendentes.

OBS( LGICA DAS OBRIGAESEm geral, na teoria das obrigaes, o legislador estabeleceu a frmula segundo a qual impossibilitada a obrigao sem culpa do devedor, ela ser resolvida (devolve o que se pagou e era isso, partes voltam ao status quo), no havendo pagamento de perdas e danos. Todavia, impossibilitada a obrigao por culpa do devedor, a este caber ressarcir pelo equivalente acrescido das perdas e danos. OBS( Vale lembrar que por princpio, especialmente aplicado a obrigao de dar coisa certa, o credor no est obrigado a receber prestao diversa da que lhe devida, ainda que mais valiosa, nos termos do art. 313: Art. 313. O credor no obrigado a receber prestao

diversa da que lhe devida, ainda que mais valiosa.

b) NA OBRIGAO DE RESTITUIR COISA CERTA

Peguemos como exemplo um comodato (emprstimo) de uma casa. O cara tem a obrigao de no dia 23/10 restituir a casa ao credor.

Art. 238. Se a obrigao for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradio, sofrer o credor a perda, e a obrigao se resolver, ressalvados os seus direitos at o dia da perda.

Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responder este pelo equivalente, mais perdas e danos.

Art. 240. Se a coisa restituvel se deteriorar sem culpa do devedor, receb-la- o credor, tal qual se ache, sem direito a indenizao; se por culpa do devedor, observar-se- o disposto no art. 239.

Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acrscimo coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrar o credor, desobrigado de indenizao.

Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispndio, o caso se regular pelas normas deste Cdigo atinentes s benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-f ou de m-f.

Pargrafo nico. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-, do mesmo modo, o disposto neste Cdigo, acerca do possuidor de boa-f ou de m-f.

Art. 1.214. O possuidor de boa-f tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.Pargrafo nico. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-f devem ser restitudos, depois de deduzidas as despesas da produo e custeio; devem ser tambm restitudos os frutos colhidos com antecipao.Art. 1.215. Os frutos naturais e industriais reputam-se colhidos e percebidos, logo que so separados; os civis reputam-se percebidos dia por dia.Art. 1.216. O possuidor de m-f responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de m-f; tem direito s despesas da produo e custeio.Art. 1.219. O possuidor de boa-f tem direito indenizao das benfeitorias necessrias e teis, bem como, quanto s volupturias, se no lhe forem pagas, a levant-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poder exercer o direito de reteno pelo valor das benfeitorias necessrias e teis.

Art. 1.220. Ao possuidor de m-f sero ressarcidas somente as benfeitorias necessrias; no lhe assiste o direito de reteno pela importncia destas, nem o de levantar as volupturias.

c) Obrigao de dar Coisa Incerta

Nos termos da lei brasileira, arts. 243 a 246, obrigao de dar coisa incerta, tambm conhecida como obrigao genrica, aquela em que a prestao relativa ou temporariamente indeterminada. Trata-se da obrigao indicada apenas pelo gnero e quantidade. asdfgArt. 243. A coisa incerta ser indicada, ao menos, pelo gnero e pela quantidade.Ex: Obrigao de dar 10 sacas (quantidade) de arroz (Gnero). Falta a qualidade da coisa, a especificao.

Parte da doutrina (Alvaro Villassa Azevedo) critica duramente a palavra gnero, defendendo a sua substituio pela palavra espcie. Dizem que Gnero muito aberto, impreciso. Ex: Quando se obriga a entregar 10 sacas de arroz no gnero, espcie que indeterminada. O gnero seria cereal, e este j est determinado.

Logicamente, a indeterminabilidade deste tipo de obrigao temporria, devendo ser feita a necessria escolha da qualidade da coisa para efeito de pagamento, nos termos dos arts. 244 e 245:Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gnero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrrio no resultar do ttulo da obrigao; mas no poder dar a coisa pior, nem ser obrigado a prestar a melhor.

Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorar o disposto na Seo antecedente.

OBS( Denomina-se concentrao do dbito ou concentrao da prestao devida o ato de escolha ou indicao da qualidade da coisa incerta. Feita a escolha se transforma em obrigao de dar coisa certa

OBS( Vale observar que, regra geral, a escolha (concentrao do dbito ou da prestao devida.) da coisa feita pelo devedor:Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gnero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrrio no resultar do ttulo da obrigao; mas no poder dar a coisa pior, nem ser obrigado a prestar a melhor.( Nos termos do art. 244 (acima), a escolha feita pela mdia (grifo roxo), ou seja, nem precisar ser a melhor, mas no poder ser a pior.( Gnero No Perece: nos termos do art. 246, resta consagrada tradicional regra do direito brasileiro, enquanto no for feita a escolha, ou seja, enquanto for ainda incerta a obrigao, no poder o devedor, para se eximir, alegar perda ou deteriorao da coisa por caso fortuito ou fora maior, uma vez que GNERO NO PERECE JAMAISArt. 246. Antes da escolha, no poder o devedor alegar perda ou deteriorao da coisa, ainda que por fora maior ou caso fortuito.

Nesse caso, como a escolha ainda no foi feita, o devedor tem condies de cumprir a obrigao. Ex: Obrigou-se a dar vacas e as perdeu. Vai na Fazenda vizinha e compra vacas para dar as cabeas que deve.Crtica ao art. 246: A doutrina brasileira, e nesta linha a redao original do projeto de reforma que tramita visando a alterar o CC, ponderam que quando se tratar de um gnero limitado na natureza, o devedor poderia se defender alegando caso fortuito ou fora maior (ver diferena adiante).

Ex. Vegetal limitado na natureza. AVISOSM. N. 429-STJ.A citao postal, quando autorizada por lei, exige o aviso de recebimento. Rel. Min. Luiz Fux, em 17/3/2010( O STJ, recentemente, editou a Smula 429, com a seguinte redao: "A citao postal, quando autorizada por lei, exige o aviso de recebimento". Trata-se de um enunciado que consolida assentada jurisprudncia. Chamo ateno, todavia, para um aspecto do contedo do noticirio de 26.03.2010, em que a referida smula fora comentada. Segundo a notcia, em se tratando de pessoas fsicas, o STJ tem considerado a deficincia dos servios de portaria nos edifcios e condomnios, de maneira a no reputar efetivada a citao quando a carta citatria simplesmente deixada no endereo, com qualquer pessoa, a exemplo do porteiro. Neste caso, na linha de entendimento da Corte Especial, "no sendo do ru a assinatura no aviso de recebimento, cabe ao autor demonstrar que, por outros meios, ou pela prpria citao irregular, teve aquele conhecimento da demanda". Mas note-se que isso se aplicaria, em tese, pessoa fsica e no jurdica. Vale a pena vocs conferirem o noticirio no site (Pablo Stolze).CLASSIFICAO ESPECIAL DAS OBRIGAES

No material de apoio, feita a anlise de cada tipo da classificao especial, e, em sala de aula, veremos os mais importantes: obrigaes solidrias, alternativas e facultativas, divisveis e indivisveis, de meio e de resultado (classificao j complementada no caderno copiada do material de apoio).1) CLASSIFICAO ESPECIAL QUANTO AOS SUJEITOS DA OBRIGAO FRACIONRIAS, CONJUNTIVAS, DISJUNTIVAS E SOLIDRIAS

OBRIGAES FRACIONRIAS.

Nas obrigaes fracionrias, concorre uma pluralidade de devedores ou credores, de forma que cada um deles responde apenas por parte da dvida ou tem direito apenas a uma proporcionalidade do crdito. A obrigao, pela espcie do bem da vida e do negcio realizado, divisvel, ou seja, se divide por quantos sejam os credores e devedores, separando-se em obrigaes autnomas.

Uma obrigao pecuniria (de dar dinheiro), em princpio, fracionria.Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigao divisvel, esta presume-se dividida em tantas obrigaes, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores

OBRIGAES CONJUNTAS.

So tambm chamadas de obrigaes unitrias ou de obrigaes em mo comum (Zur gesamtem Hand), no Direito germnico.

Neste caso, concorre uma pluralidade de devedores ou credores, impondo-se a todos o pagamento conjunto de toda a dvida, no se autorizando a um dos credores exigi-la individualmente de cada devedor.

OBRIGAES DISJUNTIVAS.

Nesta modalidade de obrigao, existem devedores que se obrigam alternativamente ao pagamento da dvida. Vale dizer, desde que um dos devedores seja escolhido para cumprir a obrigao, os outros estaro conseqentemente exonerados, cabendo, portanto, ao credor a escolha do devedor a ser demandado.

De tal forma, havendo uma dvida contrada por trs devedores (A, B, C), a obrigao pode ser cumprida por qualquer deles: ou A ou B ou C, mas se um cumprir, os demais estaro desobrigados, no havendo direito de regresso.OBRIGAES SOLIDRIAS

Nos termos do art. 264 do CC, existe solidariedade quando, na mesma obrigao, concorre uma pluralidade de credores ou devedores, cada um com direito ou obrigado toda a dvidaArt. 264. H solidariedade, quando na mesma obrigao concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, dvida toda.

Sol. Ativa

300,00

C1 100

(Todos podem cobrar todo o dbito.

C2 100 D Contudo, aquele que receber mais que

C3 100 a sua cota, dever repassar a diferena

aos demais.

Sol. Passiva

300,00

D1 100

( O credor pode exigir a dvida de

D2 100 C qualquer um. Todavia, aquele que pagar

D3 100 alm de sua cota ter direito de regresso

contra os demais devedores.( Solidariedade resulta sempre da Lei ou da vontade das partes (nunca se presume): Jamais esquecerei, a luz do dogmtico art. 265 do CC, que solidariedade no se presume: resulta da Lei ou da vontade das partesArt. 265. A solidariedade no se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.

Art. 266. A obrigao solidria pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagvel em lugar diferente, para o outro.Prova ( Trs devedores devem 300.000,00 ao mesmo credor. Quanto o credor poder demandar de cada um? Em regra, poder demandar 100.000,00 de cada um, pois a obrigao pecuniria fracionria, e se divide por quantos sejam os credores e devedores, separando-se em obrigaes autnomas.

Todavia, se houver solidariedade entre os devedores, a sim poder o credor exigir todo o dbito de qualquer deles, de dois ou de todos.

Prova ( Qual a diferena entre obrigao solidria e a obrigao in solidum? Alguns autores, a exemplo de Guillermo Borda e Silvio Venosa visualizam tal diferena, afirmando que na obrigao in solidum os devedores, posto vinculados ao mesmo fato, no mantm vinculo de solidariedade entre si.Ex: Fao seguro da casa contra incndio. Ateiam fogo na casa. Por conta do fato incndio, h dois devedores (um pelo fato ilcito, outro pelo contrato) no solidrios: o incendirio e a seguradora. No h solidariedade prevista em lei ou contrato para o caso, embora os devedores estejam unidos pelo mesmo fato. Ex2: muito citado ainda o exemplo do sujeito que empresta veculo. Embora responsvel pelo dbito, diz parte da doutrina que a obrigao do proprietrio do veculo no seria solidria com a do causador do sinistro, mas apenas decorrente do mesmo fato, ou seja, uma obrigao in solidum. Contudo, maioria dos julgados considera tal obrigao como solidria.I. .Solidariedade AtivaLembra-nos Ja de Matos Antunes Varella a principal caracterstica da solidariedade ativa: qualquer dos credores poder exigir do devedor a prestao por inteiro (repassando a cota dos demais credores).A disciplina da solidariedade ativa feita a partir do art. 267 e ss. do CC.

Art. 267. Cada um dos credores solidrios tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestao por inteiro.Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidrios no demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poder este pagar. Este art. existe para que, ajuizada a ao, se garanta o pagamento de honorrios e demais encargos do processo. Se o devedor pudesse pagar ao credor que no ajuizou a ao, ele se esquivaria dos honorrios e custas. asdfgArt. 269. O pagamento feito a um dos credores solidrios extingue a dvida at o montante do que foi pago.

Art. 270. Se um dos credores solidrios falecer deixando herdeiros, cada um destes s ter direito a exigir e receber a quota do crdito que corresponder ao seu quinho hereditrio, salvo se a obrigao for indivisvel.

Art. 271. Convertendo-se a prestao em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. Ou seja, o valor de indenizao pode ser todo pago a um s.

Art. 272. O credor que tiver remitido a dvida ou recebido o pagamento responder aos outros pela parte que lhes caiba.

Art. 273. A um dos credores solidrios no pode o devedor opor as excees pessoais oponveis aos outros.

Art. 274. O julgamento contrrio a um dos credores solidrios no atinge os demais; o julgamento favorvel aproveita-lhes, a menos que se funde em exceo pessoal ao credor que o obteve. asdfgUma vez que solidariedade no se presume, resultando da Lei ou da vontade das partes, quanto solidariedade ativa, tomemos os seguintes exemplos: Art. 2 da Lei do Inquilinato

Art. 2 Havendo mais de um locador ou mais de um locatrio, entende-se que so solidrios se o contrrio no se estipulou. Art. 12 da Lei 209/48Se so raros os exemplos de solidariedade ativa legal; por outro lado, o contrato de abertura de conta corrente conjunta, em geral traduz bom exemplo de solidariedade ativa convencional.H situaes em que um dos correntistas pode sacar todo o dinheiro. So credores em solidariedade ativa contra o banco, que o devedor (depositrio) dos valores. (REsp 708.612/RO)( Vale acrescentar ainda que o art. 272 da a qualquer dos credores inclusive o poder de perdoar integralmente a dvida. Todavia, no caso de tal perdo, o credor que o realizar responder frente aos demais credores pelos valores que a estes caberiam.Art. 272. O credor que tiver remitido a dvida ou recebido o pagamento responder aos outros pela parte que lhes caiba.

II. Solidariedade PassivaNa Solidariedade Passiva, a teor do art. 275, qualquer dos devedores poder ser compelido a pagar toda a dvida.Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dvida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.

Pargrafo nico. No importar renncia da solidariedade a propositura de ao pelo credor contra um ou alguns dos devedores.( Uma vez que a solidariedade no se presume, resultando da lei ou da vontade das partes, quanto solidariedade passiva, tomemos os seguintes exemplos:

Solidariedade Passiva por fora de Lei Ver Art. 932

Art. 932. So tambm responsveis pela reparao civil:I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condies;III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviais e prepostos, no exerccio do trabalho que lhes competir, ou em razo dele;IV - os donos de hotis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educao, pelos seus hspedes, moradores e educandos;V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, at a concorrente quantia. No mbito da solidariedade passiva convencional: um tradicional exemplo encontrado nos contratos de locao residencial, quando o fiador, renunciando ao benefcio de ordem, vincula-se solidariamente ao devedor pelo pagamento da dvida. Para a professora Lcia Junqueira esse caso no seria bem de dvida solidria, mas sim de responsabilidade pelo equivalente, por falta de disposio legal ou convencional que estabelecesse a solidariedade (solidariedade no se presume).( Conforme o art. 279, se a obrigao torna-se impossvel de ser cumprida por culpa de um dos devedores solidrios, todos devero pagar pelo equivalente (devolver um valor eventualmente j pago pelo credor, por exemplo), mas somente o responsvel pelo descumprimento culposo responder por perdas e danos.REGRA: Sempre o devedor culpado responde mais que os outros (pela mora, perdas e danos, etc).Art. 279. Impossibilitando-se a prestao por culpa de um dos devedores solidrios, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos s responde o culpado.( No que se refere s defesas do devedor na obrigao solidria, qualquer dos devedores poder opor ao credor defesa pessoal sua (ex. alegar ter sido vtima de coao), bem como defesas comuns a todos os devedores (ex. prescrio da dvida). TODAVIA, NO PODER OPOR DEFESA PESSOAL DE OUTRO DEVEDOR, nos termos do art. 281:Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as excees que lhe forem pessoais e as comuns a todos; no lhe aproveitando as excees pessoais a outro co-devedor.( Dispositivos sobre solidariedade passiva

Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dvida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.Pargrafo nico. No importar renncia da solidariedade a propositura de ao pelo credor contra um ou alguns dos devedores.Art. 276. Se um dos devedores solidrios falecer deixando herdeiros, nenhum destes ser obrigado a pagar seno a quota que corresponder ao seu quinho hereditrio, salvo se a obrigao for indivisvel; mas todos reunidos sero considerados como um devedor solidrio em relao aos demais devedores.Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remisso por ele obtida no aproveitam aos outros devedores, seno at concorrncia da quantia paga ou relevada.Art. 278. Qualquer clusula, condio ou obrigao adicional, estipulada entre um dos devedores solidrios e o credor, no poder agravar a posio dos outros sem consentimento destes.Art. 279. Impossibilitando-se a prestao por culpa de um dos devedores solidrios, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos s responde o culpado.Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ao tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigao acrescida.Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as excees que lhe forem pessoais e as comuns a todos; no lhe aproveitando as excees pessoais a outro co-devedor.Art. 282. O credor pode renunciar solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.Pargrafo nico. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistir a dos demais.Art. 283. O devedor que satisfez a dvida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no dbito, as partes de todos os co-devedores.Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuiro tambm os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigao incumbia ao insolvente.Art. 285. Se a dvida solidria interessar exclusivamente a um dos devedores, responder este por toda ela para com aquele que pagar.III. Questes especiais acerca da solidariedade:

A obrigao de pagar alimentos , segundo o STJ no REsp. 775.565/SP, conjunta e no solidria, seguindo uma ordem de prestadores, nos termos da lei de famlia, podendo inclusive haver complementao do valor a pagar.O credor no pode escolher um parente e exigir toda a dvida. Deve pedir conforme a ordem, e caso um no tenha condio de quitar a dvida, vai pedindo o complemento aos demais, frisa-se, sempre seguindo a ordem. No entanto, se o credor dos alimentos for idoso, poder exigir alimentos de qualquer dos prestadores legitimados, uma vez que os alimentantes, nessa hiptese, se encontram EM SOLIDARIEDADE PASSIVA, em face do referido credor (REsp. 775565/SP) O STJ tem admitido solidariedade passiva entre proprietrio e condutor do veculo (REsp 577902/DF) sob o argumento de que o proprietrio do veculo deve ser solidariamente responsvel pela reparao do dano, como criador do risco para seu semelhantes. QUESTO n. 73 Juiz/TJBA 2004 - CESPE) Na obrigao solidria, a confuso forma de extino da obrigao at a concorrncia da respectiva parte no crdito ou na dvida, permanecendo, quanto ao mais, a solidariedade. Gabarito oficial: Certa( Diferena entre a remisso (perdo) e a renncia da solidariedade passiva

Remisso: A remisso em favor de um dos devedores libera-o completamente da dvida e quita sua quota parte dela, permanecendo os demais devedores solidariamente vinculados pelo restante.

Renncia: A mera renncia da solidariedade em favor de um dos co-devedores no o exonera da dvida, impedindo apenas que o credor possa dele cobrar mais do que a sua quota. A diferena que o beneficiado no fica exonerado, como na remisso, mas apenas livre da solidariedade.Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remisso por ele obtida no aproveitam aos outros devedores, seno at concorrncia da quantia paga ou relevada.

Art. 282. O credor pode renunciar solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.

Pargrafo nico. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistir a dos demais.

OBS( Os artigos 277 e 282 tm sido interpretados luz dos Enunciados 349 a 351 da IV Jornada de Direito Civil.

O enunciado 349 da IV Jornada do CJF estabelece que tendo havido renncia da solidariedade em face de um dos co-devedores solidrios, o credor s poder cobrar dos outros devedores solidrios o remanescente da dvidaEnunciando 349 Art. 282. Com a renncia da solidariedade quanto a apenas um dos devedores solidrios, o credor s poder cobrar do beneficiado a sua quota na dvida; permanecendo a solidariedade quanto aos demais devedores, abatida do dbito a parte correspondente aos beneficiados pela renncia.( Por seu turno, o enunciado 351 da IV Jornada do CJF estabelece que tendo havido remisso em favor de um dos devedores solidrios, o credor igualmente s poder cobrar dos outros credores solidrios o remanescente da dvida. Assim, em verdade, a nica diferena entre a renncia e a remisso, no sentido de que nesta ltima o devedor beneficiado fica inteiramente liberado do dbito, at mesmo em face do rateio de eventual insolvente, ao passo que na renncia no.Enunciado 350 Art. 284. A renncia solidariedade diferencia-se da remisso, em que o devedor fica inteiramente liberado do vnculo obrigacional, inclusive no que tange ao rateio da quota do eventual co-devedor insolvente, nos termos do art. 284.

Enunciado 351 Art. 282. A renncia solidariedade em favor de determinado devedor afasta a hiptese de seu chamamento ao processo.Art. 201. SUSPENSA a prescrio em favor de um dos credores solidrios, s aproveitam os outros se a obrigao for indivisvel.

Art. 204. A INTERRUPO da prescrio por um credor no aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupo operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, no prejudica aos demais coobrigados.

1o A interrupo por um dos CREDORES solidrios aproveita aos outros; assim como a interrupo efetuada contra o DEVEDOR solidrio envolve os demais e seus herdeiros.

2o A interrupo operada contra um dos herdeiros do devedor solidrio no prejudica os outros herdeiros ou devedores, seno quando se trate de obrigaes e direitos indivisveis.

3o A interrupo produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.

2) CLASSIFICADAS ESPECIAL QUANTO AOS SEUS ELEMENTOS A obrigao composta por trs elementos, que so:

- Elemento subjetivo, ou seja, os sujeitos da relao (ativo e passivo), - Elemento objetivo, que diz respeito ao objeto da relao jurdica, e - Vnculo Jurdico existente entre os sujeitos da relao.

Simples: que apresenta todos os elementos no singular, ou seja, um sujeito ativo, um sujeito passivo e um objeto. Composta ou Complexa: contrria a primeira, apresenta qualquer dos elementos, ou todos, no plural. Por exemplo: 1 sujeito ativo, 1 sujeito passivo e 2 objetos. A obrigao composta (complexa) em decorrncia da pluralidade de objetos, por sua vez, divide-se em: I. Cumulativas: os objetos aparecem relacionados com a conjuno "e". Por isso, somam-se os dois objetos. Ex:. "A" deve dar a "B" um livro e um caderno. II. Alternativas: os objetos aparecem relacionados com a conjuno "ou", alternando, ento, a opo por um ou outro objeto. Ex:. "A" deve dar a "B" R$ 10.000,00 ou um carro.

3) CLASSIFICAO ESPECIAL QUANTO AO OBJETO DA PRESTAO - OBRIGAES ALTERNATIVAS E FACULTATIVAS

I. Obrigaes AlternativasAs obrigaes alternativas, de objeto mltiplo, so aquelas com duas ou mais prestaes, exonerando-se o devedor ao cumprir apenas uma delas.

Em geral, nas obrigaes alternativas, a escolha da prestao devida feita pelo devedor, nos termos do art. 252:

Art. 252. Nas obrigaes alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa no se estipulou.

1o No pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestao e parte em outra.

2o Quando a obrigao for de prestaes peridicas, a faculdade de opo poder ser exercida em cada perodo.

3o No caso de pluralidade de optantes, no havendo acordo unnime entre eles, decidir o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberao.

4o Se o ttulo deferir a opo a terceiro, e este no quiser, ou no puder exerc-la, caber ao juiz a escolha se no houver acordo entre as partes.

No entanto, o credor no obrigado a aceitar como pagamento parte de uma prestao e parte de outra (Princpio da indivisibilidade do objeto, que tambm se aplica na vedao de fracionar o pagamento se assim no foi convencionado).

Se a obrigao for de prestaes peridicas, o direito de escolha poder ser exercido em cada perodo (Art. 252, 2).

Quando existe mais de um devedor, deve haver UNANIMIDADE na escolha da prestao. Em no havendo, compete ao juiz a escolha, assim como tambm a ele compete a opo quando esta recair sobre terceiro que se negue a faz-la.

Art. 252. Nas obrigaes alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa no se estipulou. 1o No pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestao e parte em outra. 2o Quando a obrigao for de prestaes peridicas, a faculdade de opo poder ser exercida em cada perodo. (contrato de trato sucessivo prestaes mensais) 3o No caso de pluralidade de optantes, no havendo acordo unnime entre eles, decidir o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberao. 4o Se o ttulo deferir a opo a terceiro, e este no quiser, ou no puder exerc-la, caber ao juiz a escolha se no houver acordo entre as partes. Esquema dos reflexos da impossibilidade da prestao na obrigao alternativa

1. Impossibilidade Total (todas as prestaes alternativas se perdem):

a) sem culpa do devedor extingue-se a obrigao:Art. 256. Se todas as prestaes se tornarem impossveis sem culpa do devedor, extinguir-se- a obrigao.

b) com culpa do devedor se a escolha cabe ao prprio devedor: dever pagar o valor da prestao que se impossibilitou por ltimo, mais as perdas e danos:Art. 254. Se, por culpa do devedor, no se puder cumprir nenhuma das prestaes, no competindo ao credor a escolha, ficar aquele obrigado a pagar o valor da que por ltimo se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.- se a escolha cabe ao credor: poder este exigir o valor de qualquer das prestaes, mais perdas e danos:Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestaes tornar-se impossvel por culpa do devedor, o credor ter direito de exigir a prestao subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestaes se tornarem inexeqveis, poder o credor reclamar o valor de qualquer das duas, alm da indenizao por perdas e danos.

2. Impossibilidade Parcial (de uma das prestaes alternativas):

a) sem culpa do devedor concentrao do dbito na prestao subsistente:Art. 253. Se uma das duas prestaes no puder ser objeto de obrigao ou se tornada inexeqvel, subsistir o dbito quanto outra.

b) com culpa do devedor

se a escolha cabe ao prprio devedor: concentrao do dbito na prestao subsistente:Art. 253. Se uma das duas prestaes no puder ser objeto de obrigao ou se tornada inexeqvel, subsistir o dbito quanto outra.

- se a escolha cabe ao credor: poder exigir a prestao remanescente ou valor da que se impossibilitou, mais as perdas e danos:Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestaes tornar-se impossvel por culpa do devedor, o credor ter direito de exigir a prestao subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestaes se tornarem inexeqveis, poder o credor reclamar o valor de qualquer das duas, alm da indenizao por perdas e danos.

DISPOSITIVOS RELATIVOS S OBRIGAES ALTERNATIVAS

Art. 252. Nas obrigaes alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa no se estipulou.

1o No pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestao e parte em outra.

2o Quando a obrigao for de prestaes peridicas, a faculdade de opo poder ser exercida em cada perodo.

3o No caso de pluralidade de optantes, no havendo acordo unnime entre eles, decidir o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberao.

4o Se o ttulo deferir a opo a terceiro, e este no quiser, ou no puder exerc-la, caber ao juiz a escolha se no houver acordo entre as partes.

Art. 253. Se uma das duas prestaes no puder ser objeto de obrigao ou se tornada inexeqvel, subsistir o dbito quanto outra.

Art. 254. Se, por culpa do devedor, no se puder cumprir nenhuma das prestaes, no competindo ao credor a escolha, ficar aquele obrigado a pagar o valor da que por ltimo se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.

Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestaes tornar-se impossvel por culpa do devedor, o credor ter direito de exigir a prestao subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestaes se tornarem inexeqveis, poder o credor reclamar o valor de qualquer das duas, alm da indenizao por perdas e danos.

Art. 256. Se todas as prestaes se tornarem impossveis sem culpa do devedor, extinguir-se- a obrigao.II. Obrigaes FacultativasA obrigao facultativa, diferentemente da alternativa, tem objeto nico e simples, com a peculiaridade de estabelecer EM FAVOR DO DEVEDOR, A FACULDADE DE SUBSTITUIO DA PRESTAO DEVIDA.Orlando Gomes observa ainda que, na obrigao facultativa, o credor no pode exigir a prestaes subsidiria, bem como, em havendo impossibilidade da prestao devida, a facultativa no remanesce.Se o objeto da prestao originria se perde sem culpa do devedor, resta extinta a obrigao, no tendo o credor o direito de exigir a prestao subsidiria, nem tendo direito a perdas e danos.Se a impossibilidade de cumprimento da prestao se d por culpa do devedor, observam-se as mesmas regras das prestaes de dar, fazer e no fazer j estudadas.

Orlando Gomes aponta as seguintes caractersticas das obrigaes facultativas:

1. O credor no pode exigir a prestao facultativa.

2. A impossibilidade da prestao devida extingue a obrigao, diferentemente do que ocorra na Alternativa, onde se deve cumprir a outra prestao.

3. Somente a existncia de defeito na prestao devida pode invalidar a obrigao. Eventual defeito na facultativa em nada interfere no negcio..4) CLASSIFICAO DAS OBRIGAES QUANTO DIVISIBILIDADE DO OBJETO - OBRIGAES DIVISVEIS E INDIVISVEIS

i. Divisveis

So aquelas que admitem o cumprimento fracionado da obrigao

Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigao divisvel, esta presume-se dividida em tantas obrigaes, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.

ii. Indivisveis:

So aquelas que s podem ser cumpridas por inteiro

Art. 258. A obrigao indivisvel quando a prestao tem por objeto uma coisa ou um fato no suscetveis de diviso, por sua natureza, por motivo de ordem econmica, ou dada a razo determinante do negcio jurdico.

Em doutrina, a indivisibilidade assim classificada:

a. Pela Natureza da Coisa: a indivisibilidade pode decorrer do prprio objeto da prestao. Ex. prestao de dar um cavalo, o qual no pode ser, obviamente, dividido.b. Indivisibilidade decorrente da Lei (lei estabelece a indivisibilidade por motivo de ordem econmica): a indivisibilidade que decorre da Lei, por exemplo, por motivo econmico. Ex. Mdulo rural, que possui sua diviso vedada para fins de alienao.c. Indivisibilidade decorrente da vontade das partes: decorre do contrato celebrado entre as partesArt. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestao no for divisvel, cada um ser obrigado pela dvida toda.

Pargrafo nico. O devedor, que paga a dvida, sub-roga-se no direito do credor em relao aos outros coobrigados.( A despeito do dispositivo legal acima e da semelhana, no se deve confundir solidariedade com indivisibilidade da obrigao. Dentre outras diferenas, a indivisibilidade refere-se ao objeto e a solidariedade aos sujeitos. asdfgAlm disso, convertida uma obrigao indivisvel em perdas e danos, ela ser fracionada, na medida da culpa de cada devedor, no havendo espao para o reconhecimento de solidariedade alguma, nos termos do art. 263:

Art. 263. Perde a qualidade de indivisvel a obrigao que se resolver em perdas e danos. 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, respondero todos por partes iguais. 2o Se for de um s a culpa, ficaro exonerados os outros, respondendo s esse pelas perdas e danos.OBS( No caso da obrigao indivisvel, caso haja pluralidade de credores, a quem o devedor dever pagar para no incorrer no adgio quem paga mal, paga duas vezes? Nos termos do art. 260 do CC, caso haja pluralidade de credores, o devedor se desobriga pagando a todos conjuntamente, ou, caso pretenda pagar a um s dos credores, pode faz-lo se este lhe apresentar documento de cauo de ratificao dos demais credores:Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poder cada um destes exigir a dvida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigaro, pagando:I - a todos conjuntamente;II - a um, dando este cauo de ratificao dos outros credores. asdfgArt. 261. Se um s dos credores receber a prestao por inteiro, a cada um dos outros assistir o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.Art. 262. Se um dos credores remitir a dvida, a obrigao no ficar extinta para com os outros; mas estes s a podero exigir, descontada a quota do credor remitente.Pargrafo nico. O mesmo critrio se observar no caso de transao, novao, compensao ou confuso.OBS( E se a obrigao acima descrita tivesse sido estabelecida com clusula de solidariedade ativa? Nesse caso, em que h tambm previso de solidariedade ativa, o documento de ratificao desnecessrio.Fique atento: No confunda indivisibilidade com solidariedade.

Por bvio, qualquer que seja a natureza da indivisibilidade (natural, legal [motivo econmico] ou convencional), se concorrerem dois ou mais devedores, cada um deles estar obrigado pela dvida toda (art. 259), eis que no se admite o fracionamento do objeto da obrigao. Note-se, todavia, que o dever imposto a cada devedor de pagar toda a dvida no significa que exista solidariedade entre eles, uma vez que, no caso, o objeto da prpria obrigao que determina o cumprimento integral do dbito. Por bvio, se A, B e C obrigam-se a entregar um cavalo, qualquer deles, demandado, dever entregar todo o animal. E isso ocorre no necessariamente por fora de um vnculo de solidariedade passiva, mas sim, pelo simples fato de que no se poder cortar o cavalo em trs, para dar apenas um tero do animal ao credor.

( Com a sua peculiar erudio, CAIO MRIO DA SILVA PEREIRA enumera os caracteres distintivos das duas espcies de obrigao (indivisvel e solidria):a) a causa da solidariedade o ttulo, e a da indivisibilidade , normalmente, a natureza da obrigao (pode ser tambm o ttulo, quando for por vontade das partes);

b) na solidariedade, cada devedor paga por inteiro, porque deve integralmente, enquanto na indivisibilidade, solve a totalidade, em razo da impossibilidade jurdica de se repartir em quotas a coisa devida;

c) a solidariedade uma relao subjetiva, e a indivisibilidade objetiva, em razo de que, enquanto a indivisibilidade assegura a unidade da prestao, a solidariedade visa a facilitar a satisfao do crdito;

d) a indivisibilidade justifica-se com a prpria natureza da prestao, quando o objeto , em si mesmo, insuscetvel de fracionamento, enquanto a solidariedade sempre de origem tcnica, resultando da lei ou da vontade das partes;

e) a solidariedade cessa com a morte dos devedores, enquanto a indivisibilidade subsiste enquanto a prestao suportar;

f) a indivisibilidade termina quando a obrigao se converte em perdas e danos, enquanto a solidariedade conserva este atributo.( DISPOSITIVOS DAS OBRIGAES DIVISVEIS E INDIVISVEIS

Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigao divisvel, esta presume-se dividida em tantas obrigaes, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.Art. 258. A obrigao indivisvel quando a prestao tem por objeto uma coisa ou um fato no suscetveis de diviso, por sua natureza, por motivo de ordem econmica, ou dada a razo determinante do negcio jurdico.Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestao no for divisvel, cada um ser obrigado pela dvida toda.Pargrafo nico. O devedor, que paga a dvida, sub-roga-se no direito do credor em relao aos outros coobrigados.Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poder cada um destes exigir a dvida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigaro, pagando:I - a todos conjuntamente;II - a um, dando este cauo de ratificao dos outros credores.Art. 261. Se um s dos credores receber a prestao por inteiro, a cada um dos outros assistir o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.Art. 262. Se um dos credores remitir a dvida, a obrigao no ficar extinta para com os outros; mas estes s a podero exigir, descontada a quota do credor remitente.Pargrafo nico. O mesmo critrio se observar no caso de transao, novao, compensao ou confuso.Art. 263. Perde a qualidade de indivisvel a obrigao que se resolver em perdas e danos. 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, respondero todos por partes iguais. 2o Se for de um s a culpa, ficaro exonerados os outros, respondendo s esse pelas perdas e danos.5) Classificao Especial Quanto ao Contedoa. Obrigao de Meio aquela em que o devedor se obriga a empreender uma atividade sem garantir o resultado final.As obrigaes do mdico, em geral, assim como as do advogado, so, fundamentalmente, de meio, uma vez que esses profissionais, a despeito de deverem atuar segundo as mais adequadas regras tcnicas e cientficas disponveis naquele momento, no podem garantir o resultado de sua atuao (a cura do paciente, o xito no processo).

Por outro lado, tem se falado que alm de toda tcnica, deve o profissional imprimir a mxima tica em sua conduta (princpio da eticidade e da boa-f)

b. Obrigaes de ResultadoNesta modalidade obrigacional, o devedor se obriga, no apenas a empreender a sua atividade, mas, principalmente, a produzir o resultado esperado pelo credor.

Em geral, a obrigao do mdico de meio, no entanto, no caso do cirurgio plstico que realiza cirurgia plstica esttica, a jurisprudncia vem entendendo ser de resultado:

OBS( O cirurgio plstico, em cirurgia esttica, assume obrigao de resultado AgRg no AG 1.132.743/RS. A cirurgia plstica reparadora no gera obrigao de resultadoOBS( A cirurgia de miopia gera ao mdico obrigao de meio ou de resultado? A jurisprudncia (ver revista consultor jurdico de 25/07/2007) aponta que cirurgia para correo de miopia encerra obrigao de meio e no de resultado: o mdico no pode garantir a recuperao plena da viso.c. Obrigao de GarantiaTais obrigaes tm por contedo eliminar riscos que pesam sobre o credor, reparando suas conseqncias.

Na exemplificao sobre a matria, observa MARIA HELENA DINIZ:

Constituem exemplos dessa obrigao a do segurador e a do fiador, a do contratante, relativamente aos vcios redibitrios, nos contratos comutativos (CC, arts.441 e s.); a do alienante, em relao evico, nos contratos comutativos que versam sobre transferncia de propriedade ou de posse (CC, arts. 447 e ss); a oriunda de promessa de fato de terceiro (CC, art. 439). Em todas essas relaes obrigacionais, o devedor no se liberar da prestao, mesmo que haja fora maior ou caso fortuito, uma vez que seu contedo a eliminao de um risco, que, por sua vez, um acontecimento casual ou fortuito, alheio vontade do obrigado. Assim sendo, o vendedor, sem que haja culpa sua, estar adstrito a indenizar o comprador evicto; igualmente, a seguradora, ainda que, p. ex., o incndio da coisa segurada tenha sido provocado dolosamente por terceiro, dever indenizar o segurado.

6) Classificao Especial Quanto ao Elemento Acidental.

Obrigaes Condicionais.

Trata-se de obrigaes condicionadas a evento futuro e incerto, como ocorre quando algum se obriga a dar a outrem um carro, quando este se casar.

Obrigaes a Termo.

Se a obrigao subordinar a sua exigibilidade ou a sua resoluo, outrossim, a um evento futuro e certo, estaremos diante de uma obrigao a termo.

Obrigaes Modais.

As obrigaes modais so aquelas oneradas com um encargo (nus), imposto a uma das partes, que experimentar um benefcio maior.7) OBRIGAES DE EXECUO INSTANTNEA; DIFERIDA E PERIDICA Esta classificao dada de acordo com o momento em que a obrigao deve ser cumprida. Sendo classificadas, portanto, em:

- Obrigaes momentneas ou de execuo instantnea que so concludas em um s ato, ou seja, so sempre cumpridas imediatamente aps sua constituio. Ex: Compra e venda vista, pela qual o devedor paga ao credor, que o entrega o objeto. "A" d o dinheiro a "B", que o entrega a coisa.

- Obrigaes de execuo diferida tambm exigem o seu cumprimento em um s ato, mas diferentemente da anterior, sua execuo dever ser realizada em momento futuro. Ex: Partes combinam de entregar o objeto em determinada data, assim como realizar o pagamento pelo mesmo em outra data, diferente daquela em que o negcio foi celebrado.- Obrigaes de execuo continuada ou de trato sucessivo (peridica) que se satisfazem por meio de atos continuados. Ex: As prestaes de servio ou a compra e venda a prazo.8) OBRIGAES PRINCIPAIS E ACESSRIAS - Obrigaes principais so aquelas que existem por si s, ou seja, no dependem de nenhuma obrigao para ter sua real eficcia. Ex: Entregar a coisa no contrato de compra e venda.

- Obrigaes acessrias subordinam a sua existncia a outra relao jurdica, sendo assim, dependem da obrigao principal. Ex: Pagamento de juros por no ter realizado o pagamento do dbito no momento oportuno.

importante, portanto, ressaltar que caso a obrigao principal seja considerada nula, assim tambm ser a acessria, que a segue (princpio da gravitao).

9) OBRIGAES COM CLUSULA PENAL Acarretam multa ou pena, caso haja o inadimplemento ou o retardamento do acordo. A clusula penal tem carter acessrio e, assim sendo, se considerada nula a obrigao principal, no haver nenhuma multa ou pena parte inadimplente. So divididas em:

Compensatrias: quando determinadas para o caso de total descumprimento da obrigao. Ex:. Se "A" no entregar o veculo B, dever reembols-lo no montante de R$ 800,00. Moratrias: com a finalidade de garantir o cumprimento de alguma clusula especial ou simplesmente poupar a mora. Ex:. Se "A" no pagar em determinada data, incorrer em multa de R$ 1.000,00.

10) OBRIGAES LQUIDAS E ILQUIDAS.Lquida a obrigao certa quanto sua existncia, e determinada quanto ao seu objeto. A prestao, pois, nesses casos, certa, individualizada, a exemplo do que ocorre quando algum se obriga a entregar ao credor a quantia de R$100,00. A obrigao ilquida, por sua vez, carece de especificao do seu quantum, para que possa ser cumprida.11) OBRIGAES PROPTER REM Constituem um misto de direito real (das coisas) e de direito pessoal, sendo tambm classificadas como obrigaes hbridas. Obrigao propter rem aquela que recai sobre determinada pessoa por fora de determinado direito real. Existe somente em decorrncia da situao jurdica entre a pessoa e a coisa.

Por exemplo, as obrigaes impostas aos vizinhos, no direito de vizinhana, por estarem figurando como possuidores do imvel. 12) OBRIGAO NATURAL OU IMPERFEITAA obrigao natural, tambm considerada imperfeita, aquela desprovida de exigibilidade jurdica. Ex. Dvida de Jogo (art. 814) e dvida prescrita (art. 882)

Em essncia e na estrutura, a obrigao natural no difere da obrigao civil: trata-se de uma relao de dbito e crdito que vincula objeto e sujeitos determinados. Todavia, distingue-se da obrigao civil por no ser dotada de exigibilidade jurdica: falta-lhe pretenso.Sobre o tema, o CC estabelece em seu art.882:

Art.882. No se pode repetir o que se pagou para solver dvida prescrita, ou cumprir obrigao judicialmente inexigvel

Nessa mesma linha, as dvidas de jogo ou aposta, na forma do art. 814, CC-02:

Art. 814. As dvidas de jogo ou de aposta no obrigam a pagamento; mas no se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente menor ou interdito.

1o Estende-se esta disposio a qualquer contrato que encubra ou envolva reconhecimento, novao ou fiana de dvida de jogo; mas a nulidade resultante no pode ser oposta ao terceiro de boa-f.

2o O preceito contido neste artigo tem aplicao, ainda que se trate de jogo no proibido, s se excetuando os jogos e apostas legalmente permitidos.

3o Excetuam-se, igualmente, os prmios oferecidos ou prometidos para o vencedor em competio de natureza esportiva, intelectual ou artstica, desde que os interessados se submetam s prescries legais e regulamentares.Destaque-se, por fim, que a irrepetibilidade do pagamento existe na obrigao natural ainda que se trate de caso de erro quanto incoercibilidade da dvida, sendo irrelevante o fato de o devedor ter realizado a prestao na convico de que podia ser compelido a pagar. Trata-se da soluti retentio (reteno do pagamento).

OBS( Todos sabem que a dvida natural no pode ser cobrada judicialmente; apesar disso reconhecido um efeito jurdico dela. Que efeito esse? A doutrina reconhece que, embora judicialmente inexigvel, a obrigao natural gera o efeito da soluti retentio (reteno do pagamento): o credor no pode cobrar, mas se recebeu o pagamento, poder ret-lo.Prescrio e obrigaes solidrias e indivisveisArt. 201. Suspensa a prescrio em favor de um dos credores solidrios, s aproveitam os outros se a obrigao for indivisvel.

Art. 204. A interrupo da prescrio por um credor no aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupo operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, no prejudica aos demais coobrigados.

1o A interrupo por um dos credores solidrios aproveita aos outros; assim como a interrupo efetuada contra o devedor solidrio envolve os demais e seus herdeiros.

2o A interrupo operada contra um dos herdeiros do devedor solidrio no prejudica os outros herdeiros ou devedores, seno quando se trate de obrigaes e direitos indivisveis.

3o A interrupo produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.

TEORIA DO PAGAMENTO

1- CONCEITO: Pagamento consiste no adimplemento ou cumprimento voluntrio da obrigao.

2- NATUREZA JURDICA: um ato jurdico. No entanto a doutrina diverge quanto a qual tipo de ato jurdico o pagamento.

I. 1 Corrente Ato Negocial: Respeitvel parcela da doutrina, (Roberto de Ruggiero, Caio Mrio) sustenta que o pagamento tem natureza jurdica negocial, vez que necessita de manifestao de vontade de pagar, consistente no nimo solvendi, o que explicaria a incidncia dos vcios do negcio jurdico, permitindo a sua invalidao.

II. 2 Corrente- Ato jurdico em sentido estrito: Diz que ato jurdico em sentido estrito (no negocial), pois o efeito do pagamento nico e previamente previsto no ordenamento, qual seja, a liberao da obrigao.( Na realidade depende do fato concreto. H casos que nem sequer ato negocial (criana pagando por uma bala). Quando ato negocial, pode tanto ser unilateral ou bilateral.

( A grande utilidade em se reconhecer a natureza negocial do pagamento a possibilidade de aplicao dos vcios do negcio jurdico.

OBS( O que se entende por adimplemento substancial (substantial performance)? A doutrina do adimplemento substancial sustenta que, a luz dos princpios da funo social e da boa-f objetiva, no se deve considerar resolvida a obrigao apenas por no ter sido perfeita a atividade do devedor, nos casos em que esta se aproxima consideravelmente do seu resultado final. A despeito do que dispe o artigo 763 do CC (Art. 763. No ter direito a indenizao o segurado que estiver em mora no pagamento do prmio, se ocorrer o sinistro antes de sua purgao), no contrato de seguro, defensvel, para evitar injustia, a aplicao da teoria do adimplemento substancial, pagando-se ao segurado o valor da indenizao devida, abatido o prmio que ainda no havia sido pago, se poucas forem as parcelas em atrasoO STJ tem aplicado, em determinadas situaes, a presente teoria, como nos contratos de seguro e de alienao fiduciria (REsp. 415.971 e 469577/SC), no permitindo que, pelo inadimplemento da ltima parcela do financiamento ou da ltima parcela do prmio do seguro (valor devido pela segurado), seja facultado ao credor lanar mo da ao de busca e apreenso do bem, ou do no pagamento da aplice.3- REQUISITOS DO PAGAMENTODividem-se entre condies subjetivas e condies objetivas de pagamento,

I. Condies Subjetivas:

Aqui se estuda QUEM DEVE PAGAR, e a QUEM SE DEVE PAGAR.

a. Quem deve pagar: A luz dos arts. 304 e 305 do CC, conclumos que tem legitimidade para o pagamento primeiramente o devedor (ou o seu representante), mas a Lei ainda confere esta legitimidade a terceiro, seja interessado ou no interessado. Assim, o sistema brasileiro, em ltima anlise, admite que o pagamento possa ser feito tambm por terceiro (interessado ou no interessado). Segue-se a mxima: qualquer um pode pagar uma conta, de quem quer que seja. Disto, pode-se considerar que so figuras legitimadas ao pagamento: Devedor: O prprio devedor da obrigao logicamente habilitado ao pagamento desta. Representante Legal do Devedor: aquele voluntria, legal ou judicialmente institudo como representante do devedor, com poderes para adimplir o dbito. Terceiro Interessado: a pessoa na qual o inadimplemento obrigacional pode repercutir, ou seja, que tenha interesse jurdico no pagamento, a exemplo do fiador. Em tal caso se o terceiro interessado paga, far jus no apenas ao direito ao reembolso, mas tambm a sub-rogao na prpria posio de credor, com as garantias que este detinha.

Art. 304. Qualquer interessado na extino da dvida pode pag-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes exonerao do devedor. (novao, compensao etc.)Pargrafo nico. Igual direito cabe ao terceiro no interessado, se o fizer em nome e conta do devedor, salvo oposio deste.

OBS( consignao pode ser usada por qualquer terceiro, seja interessado ou no (pesquisar esse ponto). Terceiro no interessado: aquele desprovido de interesse jurdico no cumprimento da obrigao. Ex: Um parente, um amigo. Caso o pagamento seja feito por um terceiro no-interessado, duas situaes podem ocorrer:i. Paga em seu prprio nome: nesse caso ter pelo menos direito a reembolso pelo que pagou.

Art. 305. O terceiro no interessado, que paga a dvida em seu prprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas no se sub-roga nos direitos do credor.

Pargrafo nico. Se pagar antes de vencida a dvida, s ter direito ao reembolso no vencimento.

ii. Paga em nome do prprio devedor: se paga em nome do prprio devedor no ter direito a nada. Todavia, aqui o terceiro no interessado pode usar dos meio legais para o pagamento, at mesmo uma compensao por exemplo.Art. 304

Pargrafo nico. Igual direito cabe ao terceiro no interessado, se o fizer em nome e conta do devedor, salvo oposio deste.

OBS( O devedor poder se opor ao pagamento feito pelo terceiro? Nos termos do art. 306 do CC, o devedor pode, fundamentadamente, apresentar oposio ao pagamento feito por terceiro. Ex: alega que a dvida iria prescrever, de modo que necessitaria ter sido quitada.Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposio do devedor, no obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ao.

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( Em uma perspectiva civil-constitucional, em respeito ao princpio da Dignidade da Pessoa Humana, razovel entender-se que a preservao dos direitos da personalidade do devedor justifica a oposio ao pagamento. Ex. inimigo do devedor pretende pagar a dvida deste, apenas para atingi-lo.OBS( Em obrigaes personalssimas (infungveis) o credor pode se opor ao pagamento feito por terceiro sem qualquer motivao especial. Nesse caso, se o devedor no pde prestar por sua culpa, dever indenizar em perdas e danos.

Dispositivos acerca do responsvel pelo pagamento:Art. 304. Qualquer interessado na extino da dvida pode pag-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes exonerao do devedor.

Pargrafo nico. Igual direito cabe ao terceiro no interessado, se o fizer em nome e conta do devedor, salvo oposio deste.Art. 305. O terceiro no interessado, que paga a dvida em seu prprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas no se sub-roga nos direitos do credor.

Pargrafo nico. Se pagar antes de vencida a dvida, s ter direito ao reembolso no vencimento.Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposio do devedor, no obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ao.

Art. 307. S ter eficcia o pagamento que importar transmisso da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu.

Pargrafo nico. Se se der em pagamento coisa fungvel, no se poder mais reclamar do credor que, de boa-f, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente no tivesse o direito de alien-la.

b. A Quem se deve Pagar: Na vereda dos arts. 308 e 309 do CC, o pagamento dever ser feito ao credor (ou ao seu representante), admitindo a lei brasileira que o pagamento possa ser feito ao terceiro, nas seguintes situaes:i. Se o credor ratificar o pagamento ou se restar provado que o pagamento reverteu em proveito do credor: exemplo o caso do inquilino que se dirige a casa do locador, mas l no encontrando este ltimo, deixa o pagamento com a empregada domstica da residncia. A validade/eficcia do pagamento, nesse caso, depender de ratificao posterior do credor, ou da prova de que o pagamento se reverteu em favor deste. Nessa ltima hiptese, s se considerar devidamente pago at o limite do valor que se provou revertido em favor do credor.Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de s valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.ii. Na hiptese do credor aparente ou putativo: Com base na teoria da aparncia, positivada no art. 309 do CC, o pagamento feito de boa-f a um terceiro que aparentava ser credor, segundo princpio da confiana, poder ter eficcia jurdica:Art. 309. O pagamento feito de boa-f ao credor putativo vlido, ainda provado depois que no era credor.Ex. do vendedor de produtos agrcolas que fingiu ser o preposto da empresa para receber o pagamento.

Aqui se exige, alm da boa-f do devedor, a escusabilidade do erro (ser o erro desculpvel, invencvel), pois a lei no deve beneficiar os negligentes. A lei que protege PATO a ambiental.OBS( Guilherme Calmon Nogueira da Gama lembra interessante hiptese de aplicao da teoria no caso do mandatrio putativo, como na hiptese do devedor de boa-f locatrio que efetua o pagamento, por falta de informao devida, antiga administradora de imveis do locador (corretora), ante a falta de notificao da alterao da corretora. O locador deveria avisar que mudou de administradora, logo, ele arcar com o prejuzo, devendo cobrar o valor da antiga administradora que recebeu indevidamente o pagamento.

O art. 312 faz meno penhora da dvida, ou seja: Eu devo x para T, mas T devedora de x pra N. Ento a N, sabendo do meu negcio com a T, penhora o x que eu lhe devo. Logo eu devo pagar x direto pra N, desde que tenha havido intimao da penhora. Se eu pago pra T aps tal intimao, pago errado, e continuo devendo pra N, pois essa dvida estava constrita. Pago errado, pago duas vezes.

Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crdito, ou da impugnao a ele oposta por terceiros, o pagamento no valer contra estes, que podero constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.

Dispositivos acerca do destinatrio do pagamento:

Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de s valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.

Art. 309. O pagamento feito de boa-f ao credor putativo vlido, ainda provado depois que no era credor.

Art. 310. No vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor no provar que em benefcio dele efetivamente reverteu.

Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitao, salvo se as circunstncias contrariarem a presuno da resultante.

Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crdito, ou da impugnao a ele oposta por terceiros, o pagamento no valer contra estes, que podero constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.

II. Condies Objetivas do PagamentoDividem-se em objeto do pagamento, prova do pagamento, tempo do pagamento e lugar do pagamento. a. Objeto do pagamento: Possui as seguintes regras fundamentais:I. 1 Regra credor no est obrigado a receber prestao diversa da acordada, ainda que mais valiosa( Conforme j vimos, o art. 313 do CC estabelece uma regra bsica: o credor no est obrigado a receber prestao diversa, ainda que mais valiosa.Art. 313. O credor no obrigado a receber prestao diversa da que lhe devida, ainda que mais valiosa.II. 2 Regra - O pagamento, em regra, indivisvel( O art. 314 adota como regra a indivisibilidade do pagamento, ou seja, no pode o credor ser obrigado a receber nem o devedor a pagar por partes, se assim no se convencionou S pode pagar parcelado se a lei autorizar (parcelamento na execuo) ou se estiver convencionado.

Art. 314. Ainda que a obrigao tenha por objeto prestao divisvel, no pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim no se ajustou.III. 3 Regra S moeda nacional (Real) tem curso forado no Brasil: Na linha do art. 315 a moeda nacional (Real) tem curso forado no territrio brasileiro, razo pela qual o credor pode se recusar a receber cheque, carto de crdito e de dbito, mas no pode recusar o pagamento em moeda corrente nacional:Art. 315. As dvidas em dinheiro devero ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqentes.

OBS( Apesar de no ser de aceitao obrigatria, se admitido o pagamento por meio de cheque, a sua recusa indevida (por motivo inventado pelo lojista s para no receber) pode gerar dano moral (REsp 981.583, mencionado no noticirio de 15 de abril de 2010).

Civil. Recurso Especial. Ao de indenizao por danos materiais e morais. Embargos de declarao. Omisso, contradio ou obscuridade. No ocorrncia. Recusa indevida de cheque. Alegao de que no h proviso de fundos. Configurao de danos morais. Compra realizada por outra forma de pagamento. Irrelevncia.

- Aps recusa da sociedade empresria em receber cheque emitido pelo consumidor, sob o falso argumento de que no havia proviso de fundos, o pagamento da mercadoria foi efetuado mediante carto de dbito em conta corrente.

- Embora o cheque no seja ttulo de crdito de aceitao compulsria no exerccio da atividade empresarial, a sociedade empresria, ao possibilitar, inicialmente, o pagamento de mercadoria por meio desse ttulo, renunciou sua mera faculdade de aceitao e se obrigou a demonstrar justa causa na recusa, sob pena de violao ao princpio da boa-f objetiva.

- Na hiptese julgada, no foi demonstrada justa causa para a recusa do cheque, sobretudo porque na data da emisso deste havia proviso de fundos em conta corrente, bem como o nome da recorrente no estava inscrito em cadastros de proteo ao crdito.

- Dessarte, a recusa indevida de cheque, sob a alegao inverdica de que no h proviso de fundos, ocasiona danos morais in re ipsa. Ademais, a utilizao de outra forma de pagamento e a posterior realizao do negcio jurdico no ilidiram a conduta ilcita j consumada.

Recurso especial provido.

(REsp 981583/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/03/2010, DJe 01/07/2010)IV. 4 Regra Art. 315 do CC consagra Princpio do Nominalismo. O art. 315 do CC consagra o vetusto princpio do nominalismo, segundo o qual o devedor se libera pagando a mesma quantidade de moeda prevista no ttulo da obrigao.Art. 315. As dvidas em dinheiro devero ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqentes.

OBS( Este princpio do nominalismo no pode ser tratado com carter absoluto por conta da natural desvalorizao econmica da moeda. Por isso, ndices de correo monetria existem para atualizar o poder aquisitivo da moeda. OBS( O mecanismo da correo monetria, a ser visto em outra grade, tem seu referncia histrico na Lei 6.899/81, que estabeleceu a incidncia da correo nos dbitos decorrentes de deciso judicial.

PROVA: A variao cambial pode ser adotada como ndice de correo monetria?

A regra do Direito brasileiro negativa. A variao cambial s pode ser adotada como ndice em situaes excepcionais, como na hiptese do leasing (arrendamento mercantil), ou quando houver autorizao especfica prevista em lei (Ver Lei 8.880/94, art. 6 e AgRg no Ag. 845.988/SP).CIVIL. CONTRATO DE COMPRA E VENDA. O reajuste das prestaes do arrendamento mercantil segundo a variao cambial constitui exceo expressamente prevista em lei (L. 8.880/94, art. 6); no se estende ao contrato de compra e venda com reserva de domnio. Agravo regimental no provido.

(AgRg no Ag 845988/SP, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, TERCEIRA TURMA, julgado em 02/09/2008, DJe 18/11/2008)Art. 318. So nulas as convenes de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferena entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislao especial.

OBS( O REsp 494377/SP nos da a exata dimenso da importncia da matria.Ementa

BANCOS. Juros. Juros de inadimplncia. Um bilho e duzentos milhes de reais pelo financiamento de 90.000 dlares. - No ofende a lei, antes lhe d adequada interpretao, o acrdo que manda aplicar, para depois de lanado o dbito em crditos em liquidao, as taxas constantes da tabela do Tribunal para a liquidao judicial, e assim reduzir para R$ 355.209,00 a dvida do financiamento de US$ 90.000.00, pelo qual o Banespa estava cobrando, em 1998, a quantia de R$ 1.282.973.258,00 (um bilho, duzentos e oitenta e dois milhes, novecentos e setenta e trs mil, duzentos e cinqenta e oito reais). - Honorrios em favor do advogado dos embargantes fixados com eqidade. Primeiro recurso do Banco, no conhecido; conhecido e provido em parte o segundo.

OBS( Existe algum art. do CC que consagra a possibilidade de aplicar ndices de correo monetria s obrigaes? Mrio Delgado sustenta que o art. 316 (art. de redao confusa), em verdade, nada mais faz do que albergar os critrios de correo monetria.Art. 316. lcito convencionar o aumento progressivo de prestaes sucessivas.( Para o Prof. Pablo esse artigo no determina a atualizao do valor do dbito, mas sim autoriza o aumento progressivamente da base do dbito.

OBS( O que tabela Price? Desenvolvida por Richard Price (telogo, fsico e matemtico), tambm conhecida como Sistema Francs de Amortizao. Trata-se de um complexo clculo de matemtica-financeira, freqentemente utilizado em financiamentos, que, embora incorpore juros ao pagamento devido, mantm a homogeneidade das prestaes A parcela sempre a mesma, pois nela j esto incorporados os juros.

Grande parte da doutrina, a exemplo de Luiz Scavone Jr., sustenta a ilegalidade da tabela price, uma vez que a sua frmula matemtica praticaria anatocismo, ou seja, juros sobre juros.

Silvio Venosa diz que esse art. 316 pode ensejar o uso da Tabela Price.OBS( Qual a posio do STJ sobre a Tabela Price? A posio do STJ (ver noticiaria de 21.09.09) tem sido a de neutralidade, ou seja, a avaliao de ser a Tabela Price ilegal ou no depender da anlise matemtica do caso concreto. Assim, caso seja objeto de questionamento em concurso, a melhor posio a adotada pelo STJ, ou seja, que a ilegalidade deve ser analisa no caso concreto.A partir do art. 317 entra na teoria da impreviso (Ver em teoria geral dos contratos).Art. 317. Quando, por motivos imprevisveis, sobrevier desproporo manifesta entre o valor da prestao devida e o do momento de sua execuo, poder o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possvel, o valor real da prestao.PROVA: o Salrio mnimo pode ser usado como ndice de correo monetria? No termos do inc. IV do art. 7 da CF, estabeleceu-se a regra de que no se pode vincular o salrio mnimo a este tipo de finalidade (ver tambm smula Vinculante n. 4):Smula Vinculante 4 do STFSalvo nos casos previstos na Consti