2
Roteiro de Estudos Princípios do Direito Administrativo Prof.º André Barbieri 1. Princípios constitucionais do Direito Administrativo (artigo 37, caput, da Constituição Federal) “L-I-M-P-E” Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...) a) Legalidade: a legalidade pública é restritiva, ou seja, o administrador só pode fazer o que a lei permitir. O administrador está subordinado à lei. Administrar é aplicar a lei de ofício . b) Impessoalidade: é a não discriminação, ou seja, o Estado deve tratar todos os cidadãos da mesma forma, com igualdade. A impessoalidade impõe três reflexos: b.1) não privilegiar ou prejudicar ninguém; b.2) proibir que o agente público se autopromova com a coisa pública e; b.3) na responsabilidade civil, o dano praticado pelo agente público, no exercício da função , gera a responsabilidade do Estado, no primeiro momento. c) Moralidade: é a probidade, honestidade, boa-fé objetiva. Cuidado que a moralidade administrativa não se confunde com a moralidade social/comum. d) Publicidade: é a regra na Administração Pública. A publicidade exterioriza: possibilidade de controle do ato administrativo, eficácia do ato (a produção de efeitos perante o cidadão) e a contagem do prazo. São exceções da publicidade: d.1) a segurança do Estado; d,2) a segurança da sociedade; d.3) a privacidade/intimidade do indivíduo/das partes. e) Eficiência: incluída expressamente na Constituição Federal com a Emenda Constitucional n.º 19/98. A eficiência será sempre o alcance do máximo de resultado com o menor custo possível. Cuidado! Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade não estão expressos na Constituição Federal, mas são princípios implícitos. 2. Princípios infraconstitucionais do Direito Administrativo (artigo 2º, parágrafo único, da Lei 9.784/99) a) Supremacia do interesse público sobre o privado: O Estado pode restringir direitos individuais em benefício da coletividade. Assim, o Estado possui prerrogativas não estendidas ao particular.

Direito - Concurso caixa

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Direito - Concurso caixa

Citation preview

Page 1: Direito - Concurso caixa

Roteiro de Estudos Princípios do Direito Administrativo

Prof.º André Barbieri 1. Princípios constitucionais do Direito Administrativo (artigo 37, caput, da Constituição Federal) “L-I-M-P-E”

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)

a) Legalidade: a legalidade pública é restritiva, ou seja, o administrador só pode fazer o que a lei permitir. O administrador está subordinado à lei. Administrar é aplicar a lei de ofício. b) Impessoalidade: é a não discriminação, ou seja, o Estado deve tratar todos os cidadãos da mesma forma, com igualdade. A impessoalidade impõe três reflexos: b.1) não privilegiar ou prejudicar ninguém; b.2) proibir que o agente público se autopromova com a coisa pública e; b.3) na responsabilidade civil, o dano praticado pelo agente público, no exercício da função, gera a responsabilidade do Estado, no primeiro momento. c) Moralidade: é a probidade, honestidade, boa-fé objetiva. Cuidado que a moralidade administrativa não se confunde com a moralidade social/comum. d) Publicidade: é a regra na Administração Pública. A publicidade exterioriza: possibilidade de controle do ato administrativo, eficácia do ato (a produção de efeitos perante o cidadão) e a contagem do prazo. São exceções da publicidade: d.1) a segurança do Estado; d,2) a segurança da sociedade; d.3) a privacidade/intimidade do indivíduo/das partes. e) Eficiência: incluída expressamente na Constituição Federal com a Emenda Constitucional n.º 19/98. A eficiência será sempre o alcance do máximo de resultado com o menor custo possível. Cuidado! Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade não estão expressos na Constituição Federal, mas são princípios implícitos. 2. Princípios infraconstitucionais do Direito Administrativo (artigo 2º, parágrafo único, da Lei 9.784/99) a) Supremacia do interesse público sobre o privado: O Estado pode restringir direitos individuais em benefício da coletividade. Assim, o Estado possui prerrogativas não estendidas ao particular.

Page 2: Direito - Concurso caixa

b) Indisponibilidade do interesse público: o limite da supremacia do interesse público é encontrado na indisponibilidade do interesse público, pois este impõe limitações à atuação estatal. c) Devido processo legal(contraditório e ampla defesa): no Direito Administrativo a ampla defesa e o contraditório, assim como no direito processual, são perfeitamente aplicados. Porém, vale lembrar que a defesa técnica também faz parte da ampla defesa, porém, no processo administrativo, a ausência do advogado não viola tal princípio, nos termos da súmula vinculante n.º 05, porque o advogado passou a ser prescindível. d) Autotutela: a Administração tem o poder de controlar os seus próprios atos, independentemente de ser provocada. Lembrar que o ato inconveniente ou inoportuno será revogado e o ato ilegal será anulado. Da revogação os efeitos são ex nunc, da anulação os efeitos são extunc. Ver súmula 473 do STF e artigo 53 da Lei 9.784/99. e) Motivação: é o poder-dever que a Administração tem de fundamentar os atos praticados, ou seja, essa é a regra. A motivação deve ser anterior ou concomitante ao ato, jamais posterior ao ato. Motivar é apresentar os fundamentos de fato e de direito. f) Proporcionalidade: relação entre os meios e os fins. PS: lembrar do “jantar com massas e frutos do mar”. g) Razoabilidade: é a relação de equilíbrio, decisões extremadas ferem a razoabilidade. h) Segurança jurídica: novas interpretações não podem retroagir, porque possuem efeitos apenas ex nunc. Cuidado! O que ocorre se um princípio for descumprido? Existirá a possibilidade de se tipificar um ato de improbidade administrativa, nos termos do artigo 11, da Lei 8.429/92.