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Direito Das Coisas (1)

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Page 1: Direito Das Coisas (1)

DIREITO DAS COISAS ( JUS RERUM )

OBJETOS DO DIREITO

Definição de Res (coisa)

Juridicamente:

è é toda entidade relevante para o Direito, suscetível de tornar-se objeto de relação jurídica;

è é tudo aquilo que contribui para satisfação das necessidades humanas nas interrelações sociais.

£ Nunca os romanos chegaram a rotular como res certas entidades imateriais, como serviços, prestações pessoais, obras do espírito humano.

£ res è era constituída pela pecúnia ð tudo que podia ser representado por uma soma de dinheiro.

Classificação das Coisas

è Res in patrimonium ð integrava o patrimônio de um particular.

è Res extra patrimonium ð por ser sagrada ou pertencente ao Estado, não podia ser objeto de relação patrimonial.

Res in patrimonium:

è res mancipi - res nec mancipi;

è res corporales - res incorporales;

è res mobiles - res immobiles;

è res fungibiles - res infungibiles;

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è res divisibiles - res indivisibiles

Res extra patrimonium:

è res humani: res communes; res universitatis; res publicae.

è res divini juris: res sacrae; res religiosae; res sanctae.

è Res mancipi ð era a coisa que se transferia pelo processo da mancipação à modo solene de transmitir a propriedade - v.g. à porções de terras itálicas, servidões, casas, escravos, animais de carga e tração.

è Res nec mancipi ð era a coisa que se transferia, sem formalismo algum, através de uma simples entrega ou tradição (traditio) - v.g. à dinheiro, móveis, jóias, gado de pequeno porte, aves doméstico, etc.

£ No Direito Brasileiro ð critério econômico ð móveis e imóveis.

è Coisas Corpóreas ð eram as coisas materiais, que caíam sob nossos sentidos, que podiam ser tocadas - v.g. à casa, boi, banana...

è Coisas Incorpóreas ð eram as coisas imateriais, que escapavam aos nossos sentidos, que não se tocavam - v.g. àhonra, direitos...

è Coisas Móveis ð eram as coisas suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia - v.g. à boi, automóvel, cadeira.....

è Coisas Imóveis ð eram as coisas insuscetíveis de movimento - v.g. à terra, casa, árvore...

è Coisas Fungíveis ð eram as coisas que podiam ser substituídas por outras da mesma categoria (espécie, qualidade e quantidade) - v.g. à vinho, azeite, trigo, dinheiro.......

è Coisas Infungíveis ð eram as coisas que existiam, não podendo ser substituídas por outras da mesma espécie, qualidade e quantidade - v.g. à carro, caneta, livro...

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è Coisas Consumíveis ð eram as que desapareciam ou se consumiam com o primeiro uso - v.g. à dinheiro, trigo, azeite, vinho.....

è Coisas Inconsumíveis ð eram as coisas que não se consumiam com o primeiro uso - v.g. à carro, livro, caneta....

è Coisas Indivisíveis ð não podiam ser divididas sem destruição - v.g. à animal, escravo, liteira, biga, arado...

è Coisas Divisíveis ð eram as coisas que, fracionadas, não se desnaturavam - v.g. à mercadorias, gêneros...

è Coisas Simples ð eram os corpos constituídos de uma unidade orgânica independente - v.g. à vaca, ovo...

è Coisas Compostas ð eram as coisas que formavam conjuntos - v.g. à casa, navio, armário..

è Coisas Unitárias ð uma vaca, um navio, um livro ...

è Coisas Coletivas ð um rebanho, uma esquadra, uma biblioteca....

è Coisas Principais ð eram as coisas que existiam sobre si mesmas, abstratas ou concretamente - v.g. à terra, carro

è Coisas Acessórias ð aquelas cuja existência supunha a da principal - v.g. à casa em relação ao terreno; volante em relação ao carro; escravos, arados, ferramentas eram acessórios do solo; chaves, fechaduras em relação à casa...

è frutos ð são coisas novas e que periodicamente provinham da principal ( coisa frutífera ou frugífera), sem lhe causar dano ou destruição - v.g. à ovos, frutos, leite, crias ...

è benfeitorias ð tudo que se impregnou numa coisa, podendo ser:

ð voluptuárias à eram as de mero luxo - v.g. à piscina, campo de tênis.....

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ð úteis à quando aumentavam a utilidade da coisa principal, que, porém poderia subsistir sem elas - v.g. à uma garagem, construção de um quarto...

ð necessárias à quando imprescindíveis para garantir a existência e subsistência da coisa principal - v.g. à telhado novo, escoras numa casa que estava a cair...

Res Extra Patrimonium

è Res Humani Juris:

è Res communes ð era a coisa que, no conjunto, era insuscetível de apropriação individual, mas que por todos podem ser usadas, conforme o destino dela - v.g. à ar, mar, litoral..

èRes universitatis ð era a coisa que pertencia às cidades - v.g. à estádio, teatros, circos, forum.....

è Res publicae ð praças, vias públicas....

Res Divini Júris:

è Res sacrae ð era a coisas consagrada aos deuses superiores por cerimônias especiais - v.g. à objeto de culto, templo...

è Res religiosae ð era a coisa consagrada aos deuses - v.g. à manes, os túmulos...

èRes sanctae ð era a coisa que sem ser consagrada aos deuses, tinha caráter religioso - v.g. à muralha, portas das cidades, limites dos campos....

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Posse e Propriedade

Propriedade ( proprietas, dominium)

è é o direito ou faculdade que liga o homem a uma coisa. Direito que possibilita a seu titular extrair da coisa toda utilidade que esta possa proporcionar;

è é o poder jurídico, geral e potencialmente absoluto, de uma pessoa sobre uma coisa corpórea.

£ No Direito Romano è dominação, verdadeiro dominium, poder, direito absoluto, imediato e total da pessoa sobre a coisa. 1

Propriedade, Posse e Detenção

èPropriedade ð é um direito; uma faculdade sobre a coisa;

èPosse ð é um fato; o possuidor está ligado materialmente à coisa;

èDetenção ð é mero poder físico sobre a coisa pertencente a outrem - v.g. à depositário - que conserva a coisa de outra pessoa, o depositante.

£ A propriedade é a interiorização da posse e esta é a exteriorização da propriedade.

£ A Propriedade Absoluta do Direito Romano

Esse direito era absoluto, exclusivo, perpétuo, oponível, erga omnes, garantido por uma ação do jus civile - a reivindicatio.

Direito absoluto - três jura:

è jus utendi - direito de usar;

è jus fruendi - direito de fruir;

1 Ao contrário da atualidade.

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èjus abutendi - direito de abusar.

èJus utendi ð era o direito de usar a coisa - v.g. à construir sobre o seu terreno; o de montar animal de sua propriedade; utilizar-se dos trabalhos de escravos.

è Jus fruendi ð era o direito de usar, não propriamente a coisa, mas o direito de aproveitar os frutos e os produtos da coisa.

ð frutos - periodicidade :à vegetais - uvas, olivas, trigos, legumes;à animais - crias, ovos;à civis - rendas, aluguéis, juros.

ð produtos - não periodicidade - v.g. à árvores da floresta natural, peixes do rio, lago e mar, minas de ouro, carvão....

èJus abutendi era o direito que tinha o proprietário de abusar da coisa, dispondo dela como melhor aprouver, inclusive destruindo-a, isto é, alterando a substância da coisa (substantia rerum) - v.g. à incendiar casa, matas, abater árvores, matar animais ou escravos.

£ Com o Cristianismo, modificou-se o conceito de propriedade romana - a propriedade seria vista como um bem que acarretava para o titular direitos, mas também deveres, obrigações morais.

£Em nossos dias, o direito de propriedade torna-se uma função social.

Posse no Direito Romano

è era o poder físico sobre a coisa. Possuidor era quem podia “sentar-se sobre a coisa”, segurá-la, detê-la, conservá-la em seu poder.

£ Posse e propriedade confundia-se, nas hipóteses em que o proprietário exercia efetivamente o poder físico sobre a coisa que lhe pertencia.

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è Posse ð era o poder físico, de fato, de exercício sobre coisa corpórea por uma pessoa, proprietário ou não proprietário à era um mero possuidor.

è Elementos da posse:

ðo animus à intenção, de natureza intelectual, interno e psicológico.

ðo corpus à poder físico, a dominação de fato, o apoderamento da coisa.

£ dificuldade em delimitar com precisão o que se entendia por animus, que caracterizava a posse e a tornava diferente de outras situações de fato, como apresamento e a detenção;

£ proprietário tinha o animus e o corpus, quando a coisa se achava em seu poder. Apenas o animus, quando a coisa se encontrava em poder de terceiros, legalmente (o depositário) ou, ilegalmente (ladrão);

£ o animus do proprietário era protegido pelo Direito; o animus do possuidor de má fé não era protegido pelo Direito;

£ o possuidor de má fé, muito embora pudesse comportar-se como dono, porém ele sabia que não era. Era mero detentor com posse injusta ou injurídica.

Espécies de Posses:

è Posse Civil (civilis) ð era a que se fundamentava em atos jurídicos - v.g. à usucapião; ð a pessoa tinha animus e corpus à comportava-se como verdadeiro proprietário, tendo o animus domini adquiria o domínio pelo Direito dos Quirites.

èPosse Natural (naturalis) ð era a que correspondia ao que denominamos mera detenção à possessio corporalis. ð o possuidor tinha plena noção da precariedade da posse à jamais podia invocar o interdito2- v.g. à depositário, que guarda a coisa para o depositante.2 Remédio jurídico peculiar ao proprietário e não possuidor fortuito.

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èPosse pelos Interditos (ad interdicta) ð era a relação de fato formada pela detenção material da coisa com a intenção de conservá-la.

ðsupunha um animus que não era o animus domini, mas a vontade de ter a coisa para si.

Efeitos Jurídicos da Posse:

è Era o fundamento de determinados modos de aquisição de propriedade:

ð a propriedade da res mancipi e res nec mancipi era adquirida apenas pela posse ininterrupta durante certo tempo (usus) - v.g. à o usucapião;

ð a propriedade das res nec mancipi era transmitida pela cessão da posse à era a tradição (traditio);

ð a ocupação duma coisa que não pertencia a ninguém - v.g. à a caça abatida - conferia a propriedade ao ocupante.

è O possuidor, como tal, recebia primitivamente uma proteção do pretor ou do governador da província ð tinha a seu dispor os interditos, quer para conservar, quer para retomar a posse.

è No início da época clássica, a posse desempenhava papel importante no processo da reivindicação.

AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE

Modos de Aquisição da Propriedade

Adquiria-se passando alguém de não-proprietário a proprietário.

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Modos de aquisição da propriedade

1o. Grupo

A título particular

Do jus civileDo jus gentile

A título universal

2o. GrupoOriginários

Derivados

3º. GrupoConvencionais

Não-convencionais

Ø Aquisições a Título Universal è referiam-se a um patrimônio, a uma herança ð herdeiros tornavam-se proprietários de um conjunto de bens e ficavam responsáveis pelas dívidas daquele a quem sucederam.

Ø Aquisições a Título Particular è referiam-se a uma coisa determinada, um terreno, um escravo à dividiam-se em:

è Jus Civile ð aquisição de propriedade quiritária, utilizada pelos cidadãos romanos.

è Jus Gentium ð utilizado pelos romanos e peregrinos para aquisição da propriedade peregrina, provincial e pretoriana; e quiritária da res nec mancipi à modos não-formalistas.

Ø Aquisições Originárias è faziam surgir a propriedade sobre a coisa até então não pertencente a ninguém, ou seja, a res nullius. - v.g. à.. ocupação.

Ø Aquisições Derivadas è faziam nascer a propriedade sobre a coisa que antes já tinha proprietário.

Ø Aquisições Voluntárias è aquelas com acordo de vontades entre o alienante e o adquirente - v.g. à.. mancipatio, in iure cessio, traditio.

Ø Aquisições Involuntárias è vontade apenas do adquirente - v.g. à. usucapião.

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Modos Convencionais de Aquisição da Propriedade

Ø Transferência de propriedade

è o acordo de vontades devia ser acompanhado de determinadas formalidades, sem as quais a transferência não se efetiva;

è pacto era o mero acordo de vontade entre as partes;

è contrato era o acordo cercado de determinada forma;

è era o pacto revestido de formalidades.

Ø Mancipatio

è era o modo solene de transferência da propriedade que, na época clássica, consistia em uma venda simbólica por meio do bronze e da balança na presença de testemunhas;

è tinha por efeito principal a transferência da propriedade quiritária do alienante ao adquirente.

Ø In iure cessio

è abandono em juízo ou cessão em juízo ð era o modo solene de transferência da propriedade quiritária mediante o abandono da coisa (cessio) pelo proprietário ao adquirente diante do magistrado (in iure).

Ø Traditio

è tradição ou traditio ð era o modo não solene do jus gentium, pelo qual se transferia a propriedade quiritaria de coisas nec mancipes.

è para que haja transferência de propriedade na traditio era preciso:

à a entrega material da coisa; à uma justa causa de tradição; à coisa suscetível de ser tradicionada.

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Modos Não-Convencionais de Aquisição da Propriedade

£ Modos Não-Convencionais

Dispensavam o acordo ou a convenção entre as partes contratantes.

ØOcupação

è era um modo originário de aquisição de uma coisa sem dono (res nullius), mediante a tomada da posse (corpus) e a intenção de tornar-se dono (animus).

è saque militar (occupatio béllica) ð só quando por incursão bélica não-oficial fora do império romano contra povos bárbaros, cada soldado ocupava o que lhe cai nas mãos.

è caça e pesca ð animais selvagens eram suscetíveis de ocupação ð não podiam ser ocupados os que se achavam sob custodia alheia e os domesticados.

è coisas abandonadas ð (res derelictae) coisas móveis e imóveis que tinham dono, mas que estes as abandonaram.

è tesouro ð objeto móvel e valioso em relação ao qual desapareceu qualquer direito de propriedade por ter sido enterrado ou escondido, aparecendo depois de uma escavação ou busca intencional ou casual à a descoberta recebe o nome técnico de invenção.

Ø Especificação

è era a transformação da matéria-prima em uma espécie nova através do trabalho- v.g. à a uva em vinho, a azeitona em azeite.

Ø Acessão

£ Aplicação do principio: o acessório segue o principal.

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Espécies de acessão:

è de coisa móvel a imóvel ð construções e plantações ð o terreno era o principal e as construções e plantações o acessório.

è de coisa móvel a móvel ð escritos e pinturas com material alheio.

ð ferruminatio - solda com o mesmo metal;

ð tintura;

ð textura;

ð scriptura;

ð pictura, a não ser neste último caso, em que Justiniano decidiu que a tela pertenceria ao pintor, nos outros todos o dono da matéria era dono do acessório.

è de coisa imóvel a imóvel

ð aluvião ð eram os acréscimos formados paulatinamente por depósitos ou aterros naturais ð pertenciam ao dono do terreno que se aumentou;

ð avulsão ð porção de terra destacada violentamente de um prédio, juntando-se a outro à pertencia ao dono do terreno acrescido, depois que as plantas lançassem raízes;

ð álveo abandonado ð pertencia proporcionalmente aos proprietários dos terrenos ribeirinhos;

ð ilha nascida no rio ð pertencia proporcionalmente aos proprietários dos terrenos ribeirinhos

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Ø Adjunção

è era a aquisição da propriedade pelo acréscimo de objeto móvel menos valioso a objeto móvel mais valioso - v.g. à como uma roda acrescentada à carruagem.

Ø Usucapião

£ Usucapião era a aquisição do domínio pela posse continuada por um certo prazo.

è era um modo (originário) de aquisição da propriedade, do ius civile, a título particular, baseado na posse, mediante o preenchimento das seguintes condições:

ð coisa hábil ð excluídas as coisas furtadas e as coisas fora do comércio;

ð título ou justa causa ð era o ato jurídico em virtude do qual o possuidor tinha a coisa à ato este que em tese era a justa causa de aquisição do domínio, mas que por algum vício não dava lugar à aquisição - v.g. à justas causas: venda-pagamento-dote-legado-doação.

ð boa fé ð era consciência de não lesar a outrem à podia haver título sem boa fé (compro de quem não é dono, sabendo-o); à podia haver boa-fé sem título (compro de quem não era procurador).

ð posse ð detenção material com a intenção de ter a coisa para si à tempo :

àmóveis - 3 anosàimóveis:- com título (10 anos entre presentes3) ;- sem título, mas sempre com boa fé = 30 anos.

Ø Adjudicação3 Presentes eram os que moravam no mesmo município.

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£ Era o modo de transferência da propriedade decretada pelo juiz, diante dos litigantes, após o exercício da ação divisória.

Ø Aquisição por Lei

£ Embora todas as modalidades de aquisição da propriedade eram de acordo com a lei, porque do contrario seriam ilegais e impugnáveis, a expressão reservava-se para os casos inominados, não agrupados sob outros títulos.

DIREITOS SOBRE A COISA ALHEIA

ØAs Servidões

Eram direitos reais sobre a coisa alheia, em beneficio do prédio ou pessoa.

£ Servidões Reais ou Prediais

è Servem para assegurar a melhor utilização econômica da construção ou do terreno.

è Direito sobre um imóvel, a gleba serveniente, em beneficio de outro imóvel, a gleba dominante.

è Servidões reais rurais ou rústicas ð eram as mais antigas - v.g. à fundo rural, plantações sobre ela, direito de passagem sobre as terras do vizinho, direito de aqueduto ð dividiam-se em:

ð servidões de passagem:

àiter, direito de passar a pé ou a cavalo;

àactus, direito de passar conduzindo rebanho;

àvia, direito de passar com um carro.

ðservidões relativas a regimes de água:

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àaquae ducendae (aqueduto)

àhaustus, servidões a fontes, inclusive com encanamentos.

èServidões reais urbanas surgiam depois da reconstrução de Roma - v.g. à direito de vista, colocar vigas na parede do vizinho, escoamento, direito de apoio (construção na parede do vizinho), impedir construções mais altas contrariando determinações policiais.

ØServidões Pessoais

£ Servidão pessoal era um direito sobre móvel ou imóvel, em beneficio de uma pessoa.

è Era direito real, estabelecida no interesse de uma pessoa à eram:

è usufruto ð servidão pessoal que permitia a uma pessoa, o usufrutuário, a percepção dos frutos produzidos por uma coisa que pertencia a outra pessoa, respeitando-se a substancia da coisa.

ð o usufrutuário tinha o jus utendi e o jus fruendi ð adquiria os frutos pela percepção (efetiva apreensão) e não pela separação (destacar os frutos).

ð não podia invocar os interditos possessórios, por ser o simples detentor da coisa.

ð características jurídicas:

à real porque recaia diretamente sobre uma coisa;

à temporal não era perpétuo como o direito de propriedade ou as servidões reais;

à divisível os atributos desse direito eram repartidos entre o proprietário e o usufrutuário.

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è uso ð instituto parecido com o usufruto, permitia ao usuário apenas o jus utendi ð usufruto limitado.

ð conferia ao titular o direito de consumir uma quantidade restrita de frutos, só o necessário à sua manutenção e de sua família.

è habitação ð era o direito de usar uma casa de propriedade alheia.

è serviço de animal ou de escravo ð direitos gerados por testamento, que conferiam ao beneficiário a faculdade de utilizar-se do trabalho de animal ou de escravo.

Ø Direitos Reais Pretorianos

è jus in agro vectigali ð era o direito real, reconhecido pelo pretor, ao concessionário de terras pertencente a um município, mediante o pagamento de um tributo em dinheiro denominado vectigal.

è enfiteuse ð era a convenção mediante a qual o senhor direto, senhorio ou proprietário concede a outra pessoa – enfiteuta – o direito de cultivar um prédio e de extrair-lhe toda a utilidade, por muito tempo ou perpetuamente, mediante o pagamento de um tributo anual de um cânone ou foro.

è superfície ð era o direito real, reconhecido pelo pretor a uma pessoa – superficiário – de utilizar as construções e plantações feitas sobre terreno alheio, mediante retribuição.

è hipoteca ð era o direito real pretoriano que recai sobre uma coisa para garantir o pagamento de uma divida, visto que facultava ao titular o direito de entrar em posse da coisa ou de vendê-la, caso não seja pago na data estipulada.

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