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14-03-2011 1 CURSO DE FORMAÇÃO DE AGENTES ESCOLA PR ESCOLA PRÁTICA DE POL TICA DE POLÍ CIA CIA” DIREITO PROCESSO PENAL DIREITO PROCESSO PENAL 14-03-2011 2 DA PROVA (Módulo IV) DIREITO PROCESSO PENAL (Livro III) Art.ºs 124.º e ss do CPP Artº 32º da CRP 14-03-2011 3 DIREITO PROCESSO PENAL NO FINAL DO MÓDULO OS FORMANDOS DEVEM FICAR A SABER: - O OBJECTO DA PROVA (Artº 124º) - OS PRINCÍPIOS DA PROVA (Artº 125º e ss) - OS MEIOS DE PROVA (Artº 128º e ss); - OS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA (Artº 171º e ss); OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO MÓDULO: 14-03-2011 4 É toda a actividade processual tendente a criar no espírito do juiz a convicção da realidade de um facto. DA PROVA A prova nos termos do Código Civil (Artº 341º) tem por função a demonstração da realidade dos factos. A decisão judicial assenta essencialmente em duas partes: Verificação dos factos que condicionam a aplicação do direito; e Aplicação do direito que para ser justa tem de assentar na verdade dos factos. 14-03-2011 5 DA PROVA O Princípio inspirador de todas as regras sobre a produção de prova na audiência de julgamento consta do artº 355º/1 do CPP: “Não valem em julgamento, nomeadamente para o efeito de formação da convicção do tribunal, quaisquer provas que não tiverem sido produzidas ou examinadas em audiência.” 14-03-2011 6 DA PROVA O Artº 341º indica a ordem que deve ser observada a produção da prova na audiência de julgamento: a) Declarações do arguido; b) Apresentação dos meios de prova indicados pelo MP, pelo assistente e pelo lesado; c) Apresentação dos meios de prova indicados pelo arguido e pelo responsável civil.

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14-03-2011 1

CURSO DEFORMAÇÃO DE AGENTES

““ESCOLA PRESCOLA PRÁÁTICA DE POLTICA DE POLÍÍCIACIA””DIREITO PROCESSO PENALDIREITO PROCESSO PENAL

14-03-2011 2

DA PROVA(Módulo IV)

DIREITO PROCESSO PENAL

(Livro III)Art.ºs 124.º e ss do CPP

Artº 32º da CRP

14-03-2011 3

DIREITO PROCESSO PENAL

NO FINAL DO MÓDULO OS FORMANDOS DEVEM FICAR

A SABER:

- O OBJECTO DA PROVA (Artº 124º)

- OS PRINCÍPIOS DA PROVA (Artº 125º e ss)

- OS MEIOS DE PROVA (Artº 128º e ss);

- OS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA (Artº 171º e ss);

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO MÓDULO:

14-03-2011 4

É toda a actividade processual tendente a criar no espírito do juiz a convicção da realidade de um facto.

DA PROVA

A prova nos termos do Código Civil (Artº 341º) tem por função a demonstração da realidade dos factos.

A decisão judicial assenta essencialmente em duas partes:Verificação dos factos que condicionam a aplicação do direito; eAplicação do direito que para ser justa tem de assentar na verdade dos factos.

14-03-2011 5

DA PROVA

O Princípio inspirador de todas as regras sobre a produção de prova na audiência de julgamento consta do artº 355º/1 do CPP:“Não valem em julgamento, nomeadamente para o efeito de formação da convicção do tribunal, quaisquer provas que não tiverem sido produzidas ou examinadas em audiência.”

14-03-2011 6

DA PROVA

O Artº 341º indica a ordem que deve ser observada a produção da prova na audiência de julgamento:

a) Declarações do arguido;b) Apresentação dos meios de prova indicados pelo

MP, pelo assistente e pelo lesado;c) Apresentação dos meios de prova indicados pelo

arguido e pelo responsável civil.

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DA PROVA

A prova é constituída por todos os elementos destinados a demonstrar factos juridicamente relevantes acerca da existência ou inexistência de um crime, da punibilidade ou não punibilidade do arguido e da determinação da pena ou medida de segurança aplicáveis.

Art.º 124.º N.º 1 do CPP

OBJECTO DA PROVA

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DA PROVA

Art.º 124.º do CPP

O nº 2 do artigo 124º estabelece que, se tiver lugar pedido civil, constituem igualmente objecto da prova os factos relevantes para a determinação da responsabilidade civil.

OBJECTO DA PROVA

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MÉTODOS PROIBIDOS DA PROVA – Artº 126.º CPP

DA PROVA

1. São nulas, não podendo ser utilizados, as provas obtidas mediante tortura, coacção ou, em geral, ofensa da integridade física ou moral das pessoas.

PROIBIÇÕES ABSOLUTAS

Maxime os normativos dos artigos 32.º, n.º 8 e 34.º n.º 4 da CRP:

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MÉTODOS PROIBIDOS DA PROVA – Artº 126.º CPP

DA PROVA

PROIBIÇÕES ABSOLUTAS Actos ofensivos da integridade física ou moral:São meios absolutamente proibidos pela CRP e pela lei ordinária que os fulmina com nulidade insanável, podendo quem deles faça uso incorrer em responsabilidade criminal e disciplinar.

GONÇALVES, Manuel L M – Código processo Penal, anotado e comentado: Coimbra, 2002. P 312.

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MÉTODOS PROIBIDOS DA PROVA – Artº 126.º CPP

DA PROVA

PROIBIÇÕES ABSOLUTAS 2. São ofensivas da integridade física ou moral das pessoas as provas obtidas, mesmo que com o consentimento delas mediante:a) Perturbação da liberdade de vontade ou de decisão através de maus tratos, ofensas corporais, administração de meios de qualquer natureza, hipnose ou utilização de meios cruéis ou enganosos;

Exs: Narcoanálise (soro da verdade); ePolígrafo (detector de mentiras

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MÉTODOS PROIBIDOS DA PROVA – Artº 126.º CPP

DA PROVA

PROIBIÇÕES ABSOLUTAS

2. …b) Perturbação por qualquer meio, da capacidade de memória ou de avaliação;

c) Utilização da força, fora dos casos e dos limites permitidos na lei;

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MÉTODOS PROIBIDOS DA PROVA – Artº 126.º CPP

DA PROVA

PROIBIÇÕES ABSOLUTAS 2. …d) Ameaça com medida legalmente inadmissível e, bem assim, com denegação ou condicionamento da obtenção de benefício legalmente previsto;

e) Promessa de vantagem legalmente inadmissível.

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MÉTODOS PROIBIDOS DA PROVA – Artº 126.º CPP

DA PROVA

PROIBIÇÃO RELATIVA3. Ressalvados os casos previstos na lei, são igualmente nulas, não podendo ser utilizadas, as provas obtidas mediante: intromissão na vida privada, no domicílio, na correspondência ou nas telecomunicações

sem o consentimento do respectivo titular.

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MÉTODOS PROIBIDOS DA PROVA – Artº 126.º CPP

DA PROVA

PROIBIÇÃO RELATIVA

O nº 3 admite a validade das provas com violação destes valores, quando a lei o autorize

“Ressalvados os casos previstos na lei …”

Ou com o consentimento do respectivo titular:“ … o consentimento do respectivo titular.”

SÃO BENS JURÍDICOS DISPONÍVEIS …

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MÉTODOS PROIBIDOS DA PROVA – Artº 126.º CPP

DA PROVA

PROIBIÇÕES ABSOLUTAS E RELATIVASNºs 1, 2 e 3

4 - Se o uso dos métodos de obtenção de provas previstos neste artigo constituir crime, podem aquelas ser utilizadas com o fim exclusivo de proceder contra os agentes do mesmo.

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PRINCÍPIOSDA

PROVA

DA PROVA

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PRINCÍPIOS DA PROVA

DA PROVA

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE OU LEGITIMIDADE DA PROVA;

PRINCÍPIO DA LIVRE APRECIAÇÃO DA PROVA; PRINCÍPIO DA INVESTIGAÇÃO OU DA VERDADE

MATERIAL; PRINCÍPIO DO IN DUBIO PRO RÉU.

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PRINCÍPIOS DA PROVADA PROVA

1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ou legitimidade da prova:Em processo penal só são admissíveis as provas que não forem proibidas por lei. (Artº 125º do CPP)

Formula-se neste artigo a regra geral da admissibilidade de qualquer meio de prova.Assim, para que um meio de prova não possa ser usado, terá que a proibição ser estabelecida por disposição legal, como sucede no artigo 126.º do CPP.

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PRINCÍPIOS DA PROVADA PROVA

2. PRINCÍPIO DA LIVRE APRECIAÇÃO DE PROVA:(ou princípio da prova livre) – Artº 127º CPP

A PROVA LIVRETem como pressupostos valorativos a obediência a critérios da experiência comum e da lógica do homem médio suposto pela ordem jurídica.

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PRINCÍPIOS DA PROVADA PROVA

2. PRINCÍPIO DA LIVRE APRECIAÇÃO DE PROVA:(ou princípio da prova livre) – Artº 127º CPP“A prova é apreciada segundo as regras da experiência e a livre convicção da entidade competente … salvo quando a lei dispuser diferentemente.”*

*Exs dos artigos:169º - Valor probatório dos documentos …;163º - Valor da prova pericial;344.º - Confissão.

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PRINCÍPIOS DA PROVADA PROVA

2. PRINCÍPIO DA LIVRE APRECIAÇÃO DE PROVA:(ou princípio da prova livre) – Artº 127º CPP“Salvo quando a lei dispuser diferentemente …”

Valor probatório dos documentos autênticos ou autenticados - Artº 169º:

Consideram-se provados os factos materiais constantes de documento autêntico ou autenticado enquanto a autenticidade do documento ou a veracidade do seu conteúdo não forem fundadamente postas em causa.

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PRINCÍPIOS DA PROVADA PROVA

2. PRINCÍPIO DA LIVRE APRECIAÇÃO DE PROVA:Documento autêntico – Artº 363º do CC:“São os documentos exarados, com as finalidades legais, pelas autoridades públicas nos limites da sua competência ou, dentro do circulo de actividade que lhe é atribuído pelo notário ou outro oficial público provido de fé pública, todos os outros documentos são particulares.”

Documento autenticado – Artº 377º do CC:“Os documentos particulares autenticados nos termos da lei notarial têm força probatória dos documentos autênticos, mas não os substituem quando a lei exiga documento desta natureza para a validade do acto.”

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PRINCÍPIOS DA PROVADA PROVA

2. PRINCÍPIO DA LIVRE APRECIAÇÃO DE PROVA:

“Salvo quando a lei dispuser diferentemente…”

“Valor da prova pericial – Artº 163º CPP:1 – O juízo técnico científico ou artístico inerente àprova pericial presume-se subtraído à livre apreciação do julgador.2 – Sempre que a convicção do julgador divergir do juízo contido no parecer dos peritos, deve aquele fundamentar a divergência.”

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PRINCÍPIOS DA PROVADA PROVA

2. PRINCÍPIO DA LIVRE APRECIAÇÃO DE PROVA:

“Salvo quando a lei dispuser diferentemente…”

“Confissão – Artº 344.º CPP:1 – No caso de o arguido declarar que pretende confessar os factos que lhe são imputados, o presidente, sob pena de nulidade, pergunta-lhe se o faz de livre vontade e fora de qualquer coacção, bem como se se propõe fazer uma confissão integral e sem reservas.”…

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PRINCÍPIOS DA PROVADA PROVA

2. PRINCÍPIO DA LIVRE APRECIAÇÃO DE PROVA:(ou princípio da prova livre)

“A regra da livre apreciação da prova em processo penal não se confunde com apreciação arbitrária, discricionária ou caprichosa da prova…O julgador, ao apreciar livremente a prova, ao procurar através dela atingir a verdade material, deve observância a regras de experiência comum utilizando como método de avaliação a aquisição do conhecimento critérios objectivos, genericamente susceptíveis de motivação e controlo.”

Ac. do Tribunal Constitucional n.º 1165/96, de 19Nov

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PRINCÍPIOS DA PROVADA PROVA

3. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL(ou Princípio da investigação)

Artº 340º do CPP

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PRINCÍPIOS DA PROVADA PROVA

3. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL – Artº 340º CPP:(ou Princípio da investigação)

O tribunal tem o poder e o dever de esclarecer e instruir autonomamente o facto sujeito a julgamento, independentemente dos contributos da acusação e da defesa.

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DA PROVAP da Verdade Material (ou da investigação)

I – O tribunal tem o poder-dever de investigar o facto sujeito a julgamento e construir por si mesmo os suportes da sua decisão, independentemente das contribuições dadas para tal efeito pelas partes em litígio;

Ac. STJ de 04Nov1996

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DA PROVAP da Verdade Material (ou da investigação)

II - Resulta que o tribunal deve, oficiosamente ou a requerimento das partes, ordenar a produção de todos os meios de prova cujo conhecimento se lhe afigure essencial à descoberta da verdade e àboa decisão da causa, não estando, obviamente circunscrito aos meios de prova constantes da acusação, da contestação ou da pronúncia;

Ac. STJ de 04Nov1996

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DA PROVAP da Verdade Material (ou da investigação)

III – Assim, deve ser anulado o julgamento em que se indeferiu o pedido formulado pelo assistente para aí ser ouvido, fundamentando-se tal decisão em causas diversas das constantes dos nºs 3 e 4 do Artº 340º do CPP.

Ac. STJ de 04Nov1996

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PRINCÍPIOS DA PROVADA PROVA

4. PRINCÍPIO DO “IN DUBIO PRO REO”:

Estabelece que, na decisão de factos incertos, a dúvida favorece o réu.Este princípio identifica-se com o da presunção de inocência do arguido, e impõe que o julgador valore sempre em favor dele um “non liquet”*, e ainda que em processo penal não seja admitida a inversão do ónus da prova em seu detrimento.

*Não esclarecido, não está claro.

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Livro IIITítulo II

…MEIOS DE PROVA

Art.ºs 128º e ss

DA PROVA

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DOS MEIOS DE PROVA

MEIOS DE PROVA:São os elementos de que o julgador (no caso da prova produzida em juízo) se pode servir para firmar a sua convicção acerca dum facto.

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PROVA PESSOAL(Subjectiva)

DOS MEIOS DE PROVA

PROVA REAL(Objectiva)

- Testemunhal (128º a 139º);[Arguido (140º a 146º)]

- Declarações[Assistente (145º)][Partes Civis (145º)]

- Acareação (146º)

- Pericial (151º);pessoas (147º)

- Reconhecimentoobjectos (148º)

- Reconstituição (150º);- Prova Documental (164º).

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DOS MEIOS DE PROVA

O meio de prova mais usado no nosso ordenamento jurídico é o meio de prova testemunhal, tal meio de prova é de tal forma importante que vem regulado, de forma minuciosa, nos art.ºs 128.º a 139.º do CPP.

Art.º 128.º - Objecto e limites do depoimento“A testemunha é inquirida sobre factos de que

possua conhecimento directo e que constituam objecto da prova.”

PROVA TESTEMUNHAL

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL

Com recurso a uma formula, já muito antiga, podemos resumir o objecto dos depoimentos e com isso cumprir com o n.º 1, do art.º 128.º do CPP, dando resposta às seguintes questões:

Onde?

Quando?O quê?

Porquê? Como?

Quem?

Decorrem da formula latina:Quis? Quid? Ubi? Quibus auxiliis? Quomodo? Quando?

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL

O Art.º 128.º do CPP, estabelece como regra que o depoimento tem que ser directo.

Ou seja, é inquirida sobre factos que apreendeu por contacto imediato (olhos, ouvidos, tacto…).

Diferente é o conhecimento indirecto, nesse sentido podemos referir que teve conhecimento do facto por ouvir dizer. (ou por ver fotografia, ver documento ).

Excepcionalmente presta depoimento indirecto.

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL

contudo, existem algumas excepçõesCaso o depoimento resultar do que se ouviu dizer a pessoas determinadas,o juiz pode chamar estas a depor. Se o não fizer, o depoimento produzido não pode, naquela parte, servir como meio de prova, Salvo se a inquirição das pessoas indicadas não for possível por morte, anomalia psíquica superveniente ou impossibilidade de serem encontradas. (art.º 129.º nº 1)

14-03-2011 40

DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL – Artº 129º

Mas a situação não se aplica somente quando o depoimento resulta do que se ouviu dizer a pessoas determinadas, porque também se aplica aos casos em que o depoimento resultou da leitura de documento de autoria de pessoa diversa da testemunha (nº 2).

Por fim, não pode, em caso algum, servir como meio de prova o depoimento de quem recusar ou não estiver em condições de indicar a pessoa ou a fonte através das quais tomou conhecimento dos factos. (nº 3).

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL

REGIME DO DEPOIMENTO INDIRECTO - ART.º 129.º

Depoimento resulta do que se ouviu dizer a pessoa determinada

Juiz PODE

CHAMAR ESSAS

PESSOASa depor

Se não CHAMAR ESSAS PESSOAS o depoimento, nessa parte, não serve como meio de prova

SALVO SE A INQUIRIÇÃO NÃO FOR POSSÍVEL:

- Por morte;- Por anomalia psíquica superveniente;- Impossibilidade de serem encontradas.

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL

“A utilização de testemunhos que tenham por base o “ouvi dizer” é incompatível com um processo de estrutura acusatória, por ser contrária aos princípios da imediação e do contra interrogatório na fase de julgamento*.”

Mas atenção que a impossibilidade de inquirição de testemunhas por não serem encontradas pode ser relativa – critério do juiz.

*Prof. Costa Andrade

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14-03-2011 43

DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL

O depoimento indirecto é diferente de vozes públicas, pois, estas, não são admissíveis:“Não é admissível como depoimento a reprodução de vozes ou rumores públicos.” – Artº 130º nº 1 do CPP

Dado que uma coisa é ouvir um comentário a uma pessoa determinada, outra, totalmente distinta, é ouvir uma voz ou rumor público a pessoa não identificada ou não identificável.

14-03-2011 44

DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL

Por outro lado, a manifestação de meras convicções pessoais sobre factos ou a sua interpretação só éadmissível nos casos seguintes e na estrita medida neles indicada (Artº 130º nº 2):

a) Quando for impossível cindi-la do depoimento sobre factos concretos; b) Quando tiver lugar em função de qualquer ciência, técnica ou arte; c) Quando ocorrer no estádio de determinação da sanção - (Art.º 130.º, n.ºs 2 do CPP).

14-03-2011 45

DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL

Quanto à capacidade e dever de testemunha, estabelece o art.º 131º nº 1 do CPP que:“Qualquer pessoa que se não encontrar interdita por anomalia psíquica tem capacidade para ser testemunha e só pode recusar-se nos casos previstos na lei.”

(Cfr art.º 132.º a 137.º)

REGRA:Qualquer pessoa tem capacidade para testemunhar e só pode recusar-se nos termos da lei ou se padecer de anomalia psíquica ou impedimento de índole processual - Art.º 133.º, 134.º (e 360º/2 CP).

14-03-2011 46

DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL

Capacidade e dever de testemunhar - Artº 131º“A autoridade judiciária verifica a aptidão física ou mental de qualquer pessoa para prestar testemunho, quando isso for necessário para avaliar da sua credibilidade e puder ser feito sem retardamento da marcha normal do processo.” (nº 2)

Pergunta-se:E se em vez de recusar, a testemunha, que é cônjuge do arguido, prestar falsas declarações? Artº 360º/1 CP (Falsidade de testemunho …) eArtº 364º, al. b) do CP (a pena é especialmente atenuada, podendo ter lugar a dispensa da mesma).

14-03-2011 47

DOS MEIOS DE PROVACapacidade e dever de testemunhar – artº 131º

Se a testemunha for menor de 18 anos em crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual de menores, pode ter lugar perícia sobre a personalidade. (nº 3)

Sendo certo que todas as diligências tendentes àperícia sobre a personalidade do menor e ordenadas anteriormente ao depoimento não impedem que este se produza. (nº 4)

14-03-2011 48

DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL

“Não há violação do artº 131º nº 2 do CPP, quando o tribunal, depois de ouvir a ofendida, menor de 15 anos, constata que a mesma é portadora de algum atraso mental, mas, apesar disso, não tem dúvidas sobre a credibilidade do seu depoimento em julgamento.”

(Ac. STJ de 25 de Setembro de 1996)

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL“Com a perícia mencionada no artº 131º nº 3 do CPP,

visa-se determinar o estado de desenvolvimento do menor, especialmente no plano psíquico, o grau de maturidade, em ordem a detectar se possui ou não capacidade para compreender, avaliar e relatar factos que digam respeito a si ou a outrem, elementos esses coadjuvantes do tribunal, que lhe permitam avaliar da credibilidade que deve ser atribuída ao testemunho prestado ou a prestar.”

(Ac. STJ de 7 de Dezembro de 1999)

14-03-2011 50

DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL – Artº 132º

Salvo quando a lei dispuser de forma diferente, incumbem à testemunha os deveres de:

a) Se apresentar, no tempo e no lugar devidos, à autoridade

por quem tiver sido legitimamente convocada ou

notificada, mantendo-se à sua disposição até ser por ela

desobrigada;

b) Prestar juramento, quando ouvida por autoridade judiciária;

14-03-2011 51

DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL – Artº 132º

Salvo quando a lei dispuser de forma diferente, incumbem à

testemunha os deveres de:

c) Obedecer às indicações que legitimamente lhe forem

dadas quanto à forma de prestar depoimento;

d) Responder com verdade às perguntas que lhe forem

dirigidas. Sob pena …Falsidade de depoimento ou declaração– Artº 359º/360º do CP

14-03-2011 52

DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL – Artº 132º

A testemunha não é obrigada a responder a perguntas quando alegar que das respostas resulta a sua responsabilização penal . (nº 2)Sendo que nesse momento pode a testemunha lançar mão do art.º 59.º, porque tem o direito de ser constituída arguida a seu pedido. Evitando assim continuar a dar respostas que a possam de alguma forma vir a prejudicar.

14-03-2011 53

DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL – Artº 132º

Para o efeito de ser notificada, a testemunha pode indicar a sua residência, o local de trabalho ou outro domicílio à sua escolha. (n.º 3)

Sempre que deva prestar depoimento, ainda que no decurso de acto vedado ao público, a testemunha pode fazer-se acompanhar de advogado, que a informa, quando entender necessário, dos direitos que lhe assistem, sem intervir na inquirição. (nº 4)

O advogado nunca será o do arguido. (nº 5)

14-03-2011 54

DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL

“As testemunhas não podem recusar-se a depor, com o argumento de que só o farão acompanhadas de advogado.”

(Ac. RG de 16 de Fevereiro de 2004)

Pergunta:Poderá uma testemunha recusar-se a testemunhar, sem a presença do advogado?

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14-03-2011 55

DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL – Artº 133º

Estão impedidos de depor como testemunhas: (nº 1)a) O arguido e os co-arguidos no mesmo processo ou em

processos conexos, enquanto mantiverem aquela qualidade;

b) As pessoas que se tiverem constituído assistentes, a partir

do momento da constituição;

c) As partes civis;

d) Os peritos, em relação às perícias que tiverem realizado.

14-03-2011 56

DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL – Artº 133º

No caso de separação de processos, estão ainda impedidos de depor como testemunhas:

“os arguidos de um mesmo crime ou de um crime conexo, mesmo que já condenados por sentença transitada em julgado, só podem depor como testemunhas se nisso expressamente consentirem.”(nº 2)

14-03-2011 57

DOS MEIOS DE PROVARecusa de depoimento – Artº 134º

Podem RECUSAR-SE a depor como testemunhas:

a)Os descendentes, os ascendentes, os irmãos, os afins até ao 2.º grau, os adoptantes, os adoptados e o cônjuge do arguido;

b)Quem tiver sido cônjuge do arguido ou quem, sendo de outro ou do mesmo sexo, com ele conviver ou tiver convivido em condições análogas às dos cônjuges, relativamente a factos ocorridos durante o casamento ou a coabitação.

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL – Artº 134º

Conceitos de parentesco e de afinidade:

PARENTESCOÉ o vínculo que une duas pessoas, em consequência de uma delas descender da outra ou de ambas procederem de um progenitor comum. (art.º 1578.º do CC)

AFINIDADE É o vínculo que liga cada um dos cônjuges ao parente do outro. (art.º 1584.º CC)

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL

Caso prático:António casou com Beatriz e da constância do matrimónio nasceram duas filhas a Carla e a Dina.A Carla casou com o Eduardo e a Dina casou com Fernando.

Pergunta-se:Se o Eduardo for arguido num processo crime o Fernando pode ou não recusar-se a depor como testemunha no respectivo processo?

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DOS MEIOS DE PROVARecusa de depoimento – Artº 134º

A entidade competente para receber o depoimento adverte, sob pena de nulidade,as pessoas referidas no número anterior da faculdade que lhes assiste de recusarem o depoimento. (nº 2)

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL

Assim são obrigatoriamente testemunhas:

1 - O ofendido ou lesado que não se constitua assistente nem intervenha como parte civil;

2 - Os anormais não interditos, observadas as precauções;

3 - Quem participar os factos à autoridade;

4 - Os presos;

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL

São ainda, obrigatoriamente, testemunhas:

5 - Os parentes e afins, em qualquer grau, do assistente e da parte civil;

(não obstante, quanto a estes últimos, os art.ºs 617.º e 618.º CPC);

“Estão impedidos de depor como testemunhas os que na causa possam depor como partes.”

(Artigo 617.º CPC – Impedimentos)

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DOS MEIOS DE PROVAArtigo 618.º do CPC - Escusa legítima a depor

1 - Podem recusar-se a depor como testemunhas, salvo nas acções que tenham como objecto verificar o nascimento ou o óbito dos filhos:

a)Os ascendentes nas causas dos descendentes e os adoptantes nas dos adoptados, e vice-versa;

b)O sogro ou a sogra nas causas do genro ou da nora, e vice-versa;

c)Qualquer dos cônjuges, ou ex-cônjuges, nas causas em que seja parte o outro cônjuge ou ex-cônjuge;

d)Quem conviver, ou tiver convivido, em união de facto em condições análogas às dos cônjuges com alguma das partes na causa. …

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL

6 - Quando haja diferentes arguidos na mesma ou em infracção conexa, os parentes e afins desses em relação aos outros arguidos.

Assim são “obrigatoriamente” testemunhas…

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL

“Tem sido posta a questão de saber se os familiares do arguido mencionados na al. a) do nº 1 podem recusar-se a depor como testemunhas mesmo em relação a outros co-arguidos no mesmo processo com quem não tenham qualquer relação de parentesco ou de afinidade relevante.Afigura-se-nos que esta questão deve ser resolvida no sentido de só se admitir a recusa quando a responsabilidade do co-arguido (não familiar ou afim) for extensiva ao familiar ou afim da testemunha arrolada.Só neste caso subsistem as razões determinantes do privilégio do nº 1 al. a), como sucede, v.g., no caso de comparticipação. …”

GONÇALVES, Manuel L M – Código processo Penal, anotado e comentado: Coimbra, 2002.

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL

O STJ, no ac. de 17 de Janeiro de 1996, sumariado infra, admitiu a possibilidade de recusa em relação àtotalidade dos arguidos, ainda que os factos sejam alheios à imputação feita ao arguido parente ou afim; cremos porém que não terá sido seguida a melhor orientação. O aludido acórdão foi objecto de anotação discordante de A. Medina Seiça, …

GONÇALVES, Manuel L M – Código processo Penal, anotado e comentado: Coimbra, 2002.

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL

Os descendentes, ascendentes, irmãos, afins até ao 2º grau, adoptantes, adoptados e o cônjuge de um arguido podem recusar-se a depor, com fundamento no artº 134º do CPP, mesmo em relação a outros arguidos de uma mesma infracção.

Ac. STJ de 17 de Janeiro de 1996

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL

SEGREDO PROFISSIONAL – Artº 135º“É a proibição de revelar factos ou acontecimentos de que se teve conhecimento ou que foram confiados em razão e no exercício de uma actividade profissional”.(Parecer n.º 56/94 da PGR de 09MAR)O segredo profissional é indispensável ao exercício de algumas profissões, como veremos mais adiante e abrange toda a informação que tenha chegado ao depoente através do exercício da actividade profissional e na base da relação de confiança.

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DOS MEIOS DE PROVASegredo profissional – Artº 135º

Segredo profissional abrange: Os ministros de religião ou confissão religiosa; Advogados; Médicos; Jornalistas; Membros de instituições de crédito; e as demais pessoas a quem a lei permitir ou impuser que guardem segredo …

podem escusar-se a depor sobre os factos por ele (segredo) abrangidos.

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DOS MEIOS DE PROVA

Se houver dúvidas sobre a legitimidade da escusa, a Autoridade Judiciária, perante a qual o incidente se tiver suscitado procede às averiguações necessárias.Se, após estas, concluir pela ilegitimidade da escusa, ordena, ou requer ao tribunal que ordene, a prestação do depoimento. (nº 2)

O tribunal superior àquele onde o incidente tiver sido suscitado, ou, no caso do incidente ter sido suscitado perante o STJ, o pleno das sessões criminais, pode decidir da prestação de testemunho com quebra de segredo profissional …

Segredo profissional – Artº 135º

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DOS MEIOS DE PROVA

... sempre que esta se mostre justificada, segundo o princípio da prevalência do interesse preponderante, nomeadamente tendo em conta a imprescindibilidade do depoimento para a descoberta da verdade, a gravidade do crime e a necessidade de protecção de bens jurídicos.A intervenção é suscitada pelo juiz, oficiosamente ou a requerimento. (nº 3)... a decisão da AJ ou do tribunal é tomada ouvido o organismo representativo da profissão relacionada com o segredo profissional em causa … (nº 4)O nº 3 e 4 não se aplica ao segredo religioso. (nº 5)

Segredo profissional – Artº 135º

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DOS MEIOS DE PROVA

Segredo de funcionárioO art.º 136.º do CPP é um alargamento, da impossibilidade de prestar depoimento, aos funcionários em geral.

Artº 386º CP… funcionários civis, os agentes administrativos e quem, mesmo provisória ou temporariamente, mediante remuneração ou a título gratuito, voluntária ou obrigatoriamente, tiver sido chamado a desempenhar ou a participar no desempenho de uma actividade compreendida na função pública administrativa ou jurisdicional, ou, nas mesmas circunstâncias, desempenhar funções em organismos de utilidade pública ou nelas participar…

Segredo de funcionário – Artº 136º

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DOS MEIOS DE PROVA

1. Os funcionários (386º CP) não podem ser inquiridos sobre factos que constituam segredo e de que tiverem tido conhecimento no exercício das suas funções.

2. É correspondentemente aplicável o disposto nos nºs 2 e 3 do artigo anterior.(2 - Havendo dúvidas …; 3 - O tribunal superior…)

Segredo de funcionário – Artº 136º

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DOS MEIOS DE PROVA

Segredo de Estado - Artº 137ºAs testemunhas não podem ser inquiridas sobre factos que constituam segredo de Estado. (nº 1)O segredo de Estado abrange, nomeadamente, os factos cuja revelação, ainda que não constitua crime, possam causar dano àsegurança, interna ou externa, do Estado Português ou à defesa da ordem constitucional. (nº 2)

Se a testemunha invocar o segredo de estado, deve este ser confirmado, no prazo de 30 dias, por intermédio do Ministro da justiça. Decorrido este prazo sem a confirmação ter sido obtida, o testemunho deve ser prestado. (nº 3)

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL

em regra são matérias classificadas.Atenção ao 195.º do CP:“Quem, sem consentimento, revelar segredo alheio de que tenha tomado conhecimento em razão do seu estado, ofício, emprego, profissão ou arte é punido com pena de prisão até um ano ou com pena de multa até 240 dias.”

Segredo de Estado - Artº 137º

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL – Artº 138º

REGRAS DE INQUIRIÇÃO (nº 1)O depoimento é um acto pessoal que não pode, em caso algum, ser feito por intermédio de procurador.(Princípio da imediação)Às testemunhas não devem ser feitas perguntas sugestivas ou impertinentes, nem quaisquer outras* que possam prejudicar a espontaneidade e a sinceridade das respostas. (n.º 2)

* promessa falsa que não pode ser cumprida,v.g. “confessa que não és detido”.

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL – Artº 138º

Perguntas sugestivas:Aquelas que podem induzir a dar precipitadamente uma resposta;

Perguntas impertinentes:São as que não vêm a propósito, por nada terem a ver com o tema da prova e portanto só servirem para confundir …

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL – Artº 138º

A inquirição deve incidir, primeiramente, sobre os elementos necessários à identificação da testemunha, sobre as suas relações de parentesco e de interesse como arguido, o ofendido, o assistente, as partes civis e com outras testemunhas, bem como sobre quaisquer circunstâncias relevantes para avaliação da credibilidade do depoimento.Seguidamente, se for obrigada a juramento, deve prestá-lo, após o que depõe nos termos e dentro dos limites legais. (n.º3)

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL – Artº 138º

Quando for conveniente, podem ser mostradas às testemunhas quaisquer peças do processo, documentos que a ele respeitem, instrumentos com que o crime foi cometido ou quaisquer outros objectos apreendidos. (nº 4)

Se a testemunha apresentar algum objecto ou documento que puder servir a prova, o que se pode fazer? Faz-se menção da sua apresentação e junta-se ao processo ou guarda-se devidamente. (nº 5)

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL – Artº 138º

Pode o OPC usar avisos ou conselhos sobre as consequências danosas da falsidade das declarações comprováveis por outros meios de prova … e apelar àhonestidade do declarante?Sim desde que as consequências sejam verídicas.

“ … não será de considerar coacção moral suscitar um movimento emocional do arguido, em presença dos efeitos do crime, como mostrar-lhe o cadáver da vítima, indicar-lhe a situação infeliz dos ofendidos …

(Cavaleiro Ferreira)

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL – Artº 139º

Têm aplicação em processo penal todas as imunidades e prerrogativas estabelecidas na lei quanto ao dever de testemunhar e ao modo e local de prestação dos depoimentos. (nº 1)

A protecção das testemunhas e de outros intervenientes no processo contra formas de ameaça, pressão ou intimidação, nomeadamente nos casos de terrorismo, criminalidade violenta ou altamente organizada, é regulada em lei especial. (nº 2)…

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DOS MEIOS DE PROVAPROVA TESTEMUNHAL – Artº 139º

Lei n.º 93/99 de 14Jul,Alterada pela Lei n.º 29/2008 de 04JulRegula a aplicação de medidas para a protecção de testemunhas em processo penal.

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Módulo VDas declarações do arguido, do

assistente e das partes civisArt.ºs 140º e ss do CPP

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OBRIGADO PELA ATENÇÃO

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