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Direito processual civil contemporâneo: teoria geral do ... · 02/04/2012 · ISBN 9788547230616 Pinho, Humberto Dalla Bernardina de Direito processual civil contemporâneo : teoria

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  • ISBN 9788547230616

    Pinho, Humberto Dalla Bernardina deDireito processual civil contemporneo : teoria geral do processo / Humberto Dalla Bernardina de Pinho. 8. ed.

    So Paulo : Saraiva Educao, 2018.Volume 11. Processo civil 2. Processo civil - Brasil I. Ttulo.17-1115 CDU 347.9(81)

    ndices para catlogo sistemtico:

    1. Brasil : Direito processual civil 347.9(81)

    2. Brasil : Processo civil 347.9(81)

    Vice-presidente Claudio Lensing

    Diretora editorial Flvia Alves Bravin

    Conselho editorial

    Presidente Carlos Ragazzo

    Consultor acadmico Murilo Angeli

    Gerncia

    Planejamento e novos projetos Renata Pascoal Mller

    Concursos Roberto Navarro

    Legislao e doutrina Thas de Camargo Rodrigues

    Edio Eveline Gonalves Denardi | Sergio Lopes de Carvalho

    Produo editorial Ana Cristina Garcia (coord.) | Luciana Cordeiro Shirakawa | Rosana Peroni Fazolari

    Arte e digital Mnica Landi (coord.) | Claudirene de Moura Santos Silva | Guilherme H. M. Salvador | Tiago DelaRosa | Vernica Pivisan Reis

    Planejamento e processos Clarissa Boraschi Maria (coord.) | Juliana Bojczuk Fermino | Kelli Priscila Pinto |Marlia Cordeiro | Fernando Penteado | Tatiana dos Santos Romo

    Novos projetos Laura Paraso Buldrini Filognio

    Diagramao (Livro Fsico) Muiraquit Editorao Grfica

    Reviso Albertina Piva

    Comunicao e MKT Elaine Cristina da Silva

    Capa Casa de Ideias / Daniel Rampazzo

  • Livro digital (E-pub)

    Produo do e-pub Guilherme Henrique Martins Salvador

    Data de fechamento da edio: 20-11-2017

    Dvidas?

    Acesse www.editorasaraiva.com.br/direito

    Nenhuma parte desta publicao poder ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prvia autorizao da EditoraSaraiva.

    A violao dos direitos autorais crime estabelecido na Lei n. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Cdigo Penal.

    http://www.editorasaraiva.com.br/direito

  • Acesso Justia e Princpios Processuais. Jurisdio, competncia, cooperao, ao e

    processo. Partes, litisconsrcio e terceiros. Sujeitos do processo. Atos processuais e

    processo eletrnico. Tutela provisria. Formao, suspenso e extino do processo.

    Aes Constitucionais. Juizados Especiais Estaduais, Federais e da Fazenda Pblica.

    Tutela Coletiva. Meios adequados de composio de litgios (negociao, conciliao,

    mediao e arbitragem). Atualizado de acordo com o CPC/2015 Lei n. 13.105/2015,

    com a Lei de Arbitragem Lei n. 13.129/2015, com a Lei de Mediao Lei n.

    13.140/2015, com as Leis n. 13.245/2016 (que alterou o Estatuto da OAB), n.

    13.256/2016 (que alterou o novo Cdigo de Processo Civil), n. 13.300/2016 (que

    disciplinou o processo e o julgamento do mandado de injuno) e n. 13.467/2017

    (reforma trabalhista). De acordo com a jurisprudncia predominante do Supremo Tribunal

    Federal e do Superior Tribunal de Justia (smulas, recursos extraordinrios com

    repercusso geral e recursos especiais repetitivos).

  • Beatriz,Por mais que procure, no consigo encontrar palavras para descrever meusentimento por voc.Desde o momento em que te vi, pela primeira vez, to pequenininha, na telada ultrassonografia, soube que estava irremediavelmente apaixonado.Seu nascimento deu um novo sentido minha vida.Voc me ensinou o sentido de amar, na forma mais pura e intensa possvel!

  • Sumrio

    Dedicatria

    Agradecimentos

    Prefcio

    Apresentao

    Nota Segunda Edio

    Nota Terceira Edio

    Nota Quarta Edio

    Nota Quinta Edio

    Nota Sexta Edio

    Nota Stima Edio

    Nota Oitava Edio

    Primeiras palavras

    Captulo 1

    Direito Processual: conceito, natureza e o acesso Justia

    1.1 Consideraes introdutrias

    1.2 As formas de composio dos conflitos

    1.2.1 Autodefesa (ou autotutela)8

    1.2.2 Autocomposio

    1.2.3 Heterocomposio e Juzo Arbitral

    1.2.4 Jurisdio/processo

    1.3 Correntes unitarista e dualista da cincia processual

    1.4 Movimentos de acesso Justia

    1.4.1 O acesso Justia como aspecto do Estado de direito

    1.4.2 A problematizao da insuficincia do acesso Justia

    1.4.3 O contedo do princpio do acesso Justia

    Captulo 2

    Fontes do Direito Processual Civil Brasileiro

    Captulo 3

    Evoluo histrica

    3.1 Consideraes gerais

  • 3.2 O Direito Processual no Brasil Colnia

    3.3 O Processo durante o Imprio

    3.4 O advento da Repblica: dos Cdigos Estaduais ao CPC/1939

    3.5 O CPC/1973 e as sucessivas reformas processuais durante as dcadas de 1990 e de 2000

    3.6 O processo legislativo do Novo Cdigo de Processo Civil

    3.7 Perspectivas para as futuras alteraes na legislao processual civil brasileira

    Captulo 4

    Princpios gerais do Direito Processual Civil

    4.1 Generalidades

    4.2 Os princpios em espcie

    4.2.1 Devido processo legal

    4.2.2 Isonomia ou igualdade entre as partes

    4.2.3 Contraditrio105 e ampla defesa

    4.2.4 Juiz natural

    4.2.5 Inafastabilidade do controle jurisdicional

    4.2.6 Publicidade dos atos processuais

    4.2.7 Motivao das decises judiciais

    4.2.8 Impulso oficial do processo

    4.2.9 Inadmissibilidade da prova obtida por meios ilcitos

    4.2.10 Livre convencimento motivado ou persuaso racional do juiz

    4.2.11 Economia processual

    4.2.12 Durao razovel do processo

    4.2.13 Cooperao138

    4.2.14 Conciliao

    4.2.15 Duplo grau de jurisdio

    4.3 A noo de processo justo e as garantias fundamentais

    4.4 O IMPACTO do CPC/2015 NA PRINCIPIOLOGIA CONSTITUCIONAL-PROCESSUAL

    Captulo 5

    A norma processual: interpretao e integrao eficcia no tempo e no espao

    5.1 Identificao da norma processual

    5.2 Dimenso espacial e temporal da norma processual

    5.3 FORMAS DE INTERPRETAO DA NORMA processual

    5.4 Meios de integrao

    5.5 O impacto do neoconstitucionalismo e a nova hermenutica

    Captulo 6

  • Jurisdio: funo jurisdicional distino das outras funes do Estado

    6.1 Tentativas doutrinrias de conceituar e sistematizar o tema

    6.2 Evoluo histrica e as teorias clssicas da jurisdio

    6.3 Elementos caracterizadores da jurisdio

    6.4 Extenso e limites da jurisdio

    6.5 Princpios da jurisdio

    6.6 Classificaes da jurisdio

    6.7 A jurisdio voluntria

    6.8 A Desjudicializao

    6.9 A jurisdio Transnacional e a cooperao internacional

    6.9.1 Noes sobre a jurisdio transnacional

    6.9.2 A cooperao internacional e o CPC/2015

    Captulo 7

    rgos da funo jurisdicional: organizao federal e estadual

    7.1 Disciplina bsica, funes e misso do Poder Judicirio

    7.2 rgos do Poder Judicirio

    Captulo 8

    Ao: conceito, natureza jurdica, espcies, condies para seu regular exerccio e direito de defesa

    8.1 Noo

    8.2 Teorias acerca da natureza jurdica da ao

    8.2.1 Teoria Imanentista, Civilista ou Clssica

    8.2.2 Teoria do Direito Concreto de Ao (Teoria Concreta)

    8.2.3 Teoria da Ao como Direito Potestativo

    8.2.4 Teoria da Ao como Direito Abstrato

    8.2.5 Teoria Ecltica

    8.3 Caractersticas

    8.4 Conceito

    8.5 Condies da ao

    8.5.1 Noo

    8.5.2 Condies genricas

    8.5.2.1 Legitimidade das partes: a legitimidade ad causam

    8.5.2.2 Interesse processual em agir447

    8.5.2.3 A excluso da possibilidade jurdica do pedido do rol de condies para o regular exerccio do direito de ao

    8.5.3 Condies especficas

    8.5.4 Aferio das condies da ao

    8.6 Elementos da ao

  • 8.6.1 Partes460

    8.6.1.1 Litisconsrcio

    8.6.1.2 Interveno de terceiros

    8.6.2 Causa de pedir ou causa petendi

    8.6.3 Pedido

    Captulo 9

    Competncia: conceito, natureza jurdica, espcies, critrios de determinao, causas de modificao, incompetncia econflito de competncia

    9.1 Conceito e natureza jurdica

    9.2 Princpios que regem a competncia no direito brasileiro

    9.3 Critrios de determinao da competncia

    9.3.1 Competncia internacional

    9.3.2 Competncia interna

    9.4 Concretizao da jurisdio493

    9.5 Incompetncia absoluta e relativa

    9.6 Causas de modificao da competncia

    9.6.1 Conexo

    9.6.2 Continncia

    9.6.3 Inrcia

    9.6.4 Vontade das partes

    9.7 Conflito de competncia

    9.8 Foros especiais

    9.8.1 Foro do ru incapaz

    9.8.2 Foro do guardio de incapaz

    9.8.3 Foro do domiclio do alimentando

    9.8.4 Foro para as aes de reparao de acidente de trnsito

    9.8.5 Foro do domiclio do consumidor

    9.8.6 Outras hipteses

    9.9 Cooperao Nacional

    Captulo 10

    Sujeitos do processo. Partes. Litisconsrcio. Terceiros

    10.1 Juiz: sujeito imparcial do processo

    10.2 Demandante e demandado: sujeitos parciais do processo

    10.2.1 Conceito

    10.2.2 Litisconsrcio

    10.2.3 Interveno de terceiros

  • 10.2.3.1 Assistncia e demais formas de interveno voluntria

    10.2.3.2 Denunciao da lide

    10.2.3.3 Chamamento ao processo

    10.2.3.4 O incidente de desconsiderao de personalidade jurdica

    10.2.3.5 O amicus curiae

    10.2.3.6 Correo no polo passivo da demanda

    Captulo 11

    O advogado e o Estatuto da OAB. O Defensor Pblico

    11.1 Princpios gerais da advocacia

    11.2 Direitos e deveres do advogado

    11.3 Advocacia Pblica

    11.4 Defensoria Pblica

    Captulo 12

    O juiz e o Estatuto Jurdico da Magistratura

    12.1 Disposies constitucionais

    12.2 Poderes, deveres e responsabilidades do juiz

    12.3 Impedimentos e suspeies

    12.4 Auxiliares da Justia

    Captulo 13

    O Ministrio Pblico e seu Estatuto Jurdico

    13.1 Origens e feio pr-Constituio de 1988

    13.2 A natureza poltica do Ministrio Pblico

    13.3 O Ministrio Pblico na Constituio de 1988

    13.4 A participao do Ministrio Pblico no CPC/2015

    13.5 A polarizao da atuao do Ministrio Pblico nos direitos coletivos

    Captulo 14

    Processo: conceito, natureza jurdica e espcies

    14.1 Noo

    14.1.1 Processo, procedimento e autos

    14.1.2 Funes atribudas ao processo

    14.2 Teorias sobre a natureza jurdica do processo

    14.2.1 Teorias privatistas

    14.2.1.1 Teoria do processo como um contrato

    14.2.1.2 Processo como um quase contrato

  • 14.2.2 Teoria da relao jurdica processual

    14.2.3 Teoria do processo como situao jurdica

    14.2.4 Teoria do processo como instituio

    14.2.5 Teoria do processo como procedimento em contraditrio749

    14.2.6 Teoria do processo como categoria complexa

    14.2.7 Teoria do processo como categoria jurdica autnoma

    14.3 Conceito e natureza jurdica do processo

    14.4 Classificao dos processos

    14.4.1 Processo de conhecimento

    14.4.2 Processo de execuo

    14.5 Classificao das sentenas

    Captulo 15

    Aspectos econmicos e ticos do processo

    15.1 Aspectos econmicos

    15.1.1 Noes gerais

    15.1.2 Despesas processuais

    15.1.3 Honorrios advocatcios

    15.1.3.1 Origem e natureza jurdica

    15.1.3.2 Histrico dos honorrios no ordenamento jurdico brasileiro

    15.1.3.3 Inovaes do CPC/2015 em relao aos honorrios de sucumbncia

    15.1.3.4 Honorrios de sucumbncia: captulo autnomo da sentena

    15.1.4 Gratuidade de justia

    15.1.4.1 Regras gerais

    15.1.4.2 Procedimento para a concesso e para a impugnao de gratuidade de justia

    15.2 Aspectos ticos do processo

    15.2.1 Represso m-f. Responsabilidade por dano processual

    15.2.2 A cooperao como novo parmetro tico dos sujeitos do processo

    Captulo 16

    Processo eletrnico

    16.1 O processo eletrnico

    16.2 O direito processual, a informtica e o acesso Justia

    16.3 Histrico do processo eletrnico no Brasil

    16.4 Princpios do processo eletrnico

    16.4.1 Princpio da igualdade

    16.4.2 Princpio do devido processo legal

    16.4.3 Princpios do contraditrio e da ampla defesa

  • 16.4.4 Princpio da publicidade

    16.4.5 Princpio da durao razovel do processo

    16.4.6 Princpio do acesso Justia

    16.4.7 Princpio da oralidade

    16.4.8 Princpio da instrumentalidade das formas

    16.4.9 Princpio da lealdade processual e da boa-f

    16.4.10 Princpio da celeridade

    16.5 A LEI DO PROCESSO ELETRNICO (LEI N. 11.419/2006)

    16.6 A Resoluo n. 185/2013 do CNJ

    16.7 Disposies sobre processo eletrnico no CPC/2015

    Captulo 17

    Atos processuais. Teoria geral e espcies. Nulidades

    17.1 Consideraes iniciais

    17.1.1 O novo paradigma do processo civil constitucional

    17.1.2 Viso geral dos atos processuais

    17.2 Espcies de atos processuais

    17.2.1 Atos processuais praticados pelas partes

    17.2.1.1 Atos postulatrios

    17.2.1.2 Atos instrutrios

    17.2.1.3 Atos dispositivos

    17.2.1.4 Atos reais ou materiais

    17.2.2 Atos processuais praticados pelos juzes

    17.2.2.1 Atos praticados pelos juzes tendo como destinatrias as partes

    17.2.2.2 Atos praticados pelo juzo tendo como destinatrio outro juzo

    17.3 Tempo

    17.4 Lugar

    17.5 Forma

    17.5.1 Disposies gerais

    17.6 Prazos

    17.7 Princpios

    17.7.1 Princpios aplicveis aos atos processuais em geral

    17.7.1.1 Princpio da liberdade das formas

    17.7.1.2 Princpio da documentao

    17.7.1.3 Princpio da publicidade

    17.7.1.4 Princpio da celeridade

    17.7.1.5 Princpio da efetividade

  • 17.7.2 Princpios aplicveis aos defeitos dos atos processuais

    17.7.2.1 Da causalidade

    17.7.2.2 Da instrumentalidade das formas

    17.7.2.3 Do prejuzo

    17.7.2.4 Do legtimo interesse

    17.7.2.5 Da economia processual

    17.7.2.6 Da precluso

    17.7.2.7 Disposies suplementares

    17.8 Defeitos

    17.8.1 Consideraes iniciais

    17.8.2 Modalidades de atos processuais defeituosos

    17.8.2.1 Ato inexistente

    17.8.2.2 Ato nulo

    17.8.2.3 Anulabilidade

    17.8.2.4 Irregularidade

    17.8.2.5 Ineficcia

    17.8.3 Regramento imposto ao tema pelo CPC/2015

    17.9 Convenes processuais

    17.9.1 Aproximao ao tema

    17.9.2 As convenes no CPC/2015

    17.10 Calendarizao

    17.11 ATOS DE DISTRIBUIO E REGISTRO

    17.12 ATOS RELATIVOS AO VALOR DA CAUSA

    Captulo 18

    Relao jurdica processual e pressupostos processuais

    18.1 Caractersticas da relao jurdica processual

    18.2 Objeto da relao jurdica processual

    18.3 Pressupostos processuais

    Captulo 19

    Objeto da cognio: questes prvias e mrito

    19.1 Questes

    19.1.1 Questes prvias

    19.1.1.1 Questo prvia preliminar

    19.1.1.2 Questo prvia prejudicial

    19.1.2 Questo principal

  • Captulo 20

    Tutela provisria

    20.1 OBSERVAES INTRODUTRIAS

    20.2 REGRAS GERAIS INTRODUZIDAS PELO CPC/2015

    20.3 MODALIDADES

    20.3.1 Tutela de urgncia

    20.3.1.1 Disposies gerais

    20.3.1.2 Tutela antecipada requerida em carter antecedente

    20.3.1.3 Questes controvertidas sobre a tutela antecipada antecedente

    20.3.1.4 Tutela cautelar requerida em carter antecedente

    20.3.2 Tutela da evidncia

    Captulo 21

    Formao, suspenso e extino do processo

    21.1 formao do processo

    21.1.1 Noes gerais

    21.2 SUSPENSO DO PROCESSO

    21.2.1 Noes gerais

    21.2.2 Hipteses de suspenso

    21.2.2.1 Morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador

    21.2.2.2 Conveno das partes

    21.2.2.3 Arguio de impedimento ou de suspeio

    21.2.2.4 Admisso de incidente de resoluo de demandas repetitivas

    21.2.2.5 Questo prejudicial

    21.2.2.6 Por motivo de fora maior

    21.2.2.7 Quando se discutir em juzo questo decorrente de acidentes e fatos da navegao de competncia do Tribunal Martimo

    21.2.2.8 Nos demais casos que este Cdigo regula

    21.2.2.9 Nas hipteses introduzidas pela Lei n. 13.363/2016

    21.3 EXTINO DO PROCESSO

    21.3.1 Noes gerais

    21.3.2 Modalidades de extino do processo sem resoluo do mrito

    21.3.2.1 Indeferimento da petio inicial

    21.3.2.2 Negligncia das partes por mais de um ano

    21.3.2.3 Omisso do autor por mais de trinta dias

    21.3.2.4 Ausncia dos pressupostos de constituio e desenvolvimento regular do processo

    21.3.2.5 Perempo, litispendncia e coisa julgada

    21.3.2.6 Falta das condies da ao

  • 21.3.2.7 Conveno arbitral

    21.3.2.8 Desistncia da ao

    21.3.2.9 Intransmissibilidade da ao

    21.3.2.10 Outros casos

    21.3.3 Hipteses de resoluo do mrito

    21.3.3.1 Acolhimento ou rejeio do pedido

    21.3.3.2 Prescrio e decadncia

    21.3.3.3 Reconhecimento do pedido pelo ru

    21.3.3.4 Transao

    21.3.3.5 Renncia ao direito

    Captulo 22

    Juizados Especiais Cveis

    22.1 Noes gerais

    22.1.1 Impacto do CPC/2015 no microssistema dos Juizados Especiais

    22.2 Histrico

    22.3 Filosofia dos Juizados Especiais

    22.4 Princpios fundamentais

    22.5 Estrutura dos Juizados Especiais: acessibilidade, operosidade, utilidade e proporcionalidade

    22.6 Juizados Especiais estaduais

    22.6.1 Noes gerais

    22.6.2 Competncia

    22.6.3 Capacidade de ser parte

    22.6.4 Litisconsrcio e interveno de terceiros

    22.6.5 Procedimento

    22.6.6 Conciliadores e juzes leigos

    22.6.7 Atos processuais e pedido

    22.6.8 Citaes, intimaes e revelia

    22.6.9 Da conciliao e da arbitragem

    22.6.10 Instruo, julgamento e provas

    22.6.11 Resposta do ru

    22.6.12 Sentena e recurso

    22.6.13 Extino do processo sem resoluo do mrito

    22.6.14 Turma nacional de uniformizao

    22.6.15 Execuo e procedimentos

    22.7 Juizados Especiais Federais

    22.7.1 Noes gerais

  • 22.7.2 Competncia

    22.7.3 Capacidade processual

    22.7.4 Procedimento

    22.7.5 Atos processuais

    22.7.6 Arbitragem e Juizado Federal

    22.7.7 Sentena

    22.7.8 Recursos

    22.7.9 Uniformizao de jurisprudncia. Turmas de uniformizao. Recursos das decises e competncia

    22.7.10 A execuo dos provimentos dos Juizados Federais

    22.8 Juizados Especiais da Fazenda Pblica

    22.8.1 Noes gerais

    22.8.2 Competncia

    22.8.3 Capacidade de ser parte

    22.8.4 Procedimento

    22.8.5 Atos processuais

    22.8.6 Arbitragem e juizado

    22.8.7 Sentena

    22.8.8 Recursos

    22.8.9 Uniformizao de jurisprudncia. Recursos das decises e competncia

    22.8.10 A execuo dos provimentos dos Juizados da Fazenda Pblica

    22.8.11 Disposies transitrias

    Captulo 23

    Tutela coletiva

    23.1 A tutela coletiva e os novos direitos

    23.2 Evoluo legislativa

    23.3 Espcies de direitos metaindividuais

    23.4 Princpios da tutela coletiva

    23.5 Viso geral da tutela coletiva por meio da ao civil pblica

    23.6 Peculiaridades da ao coletiva no Estatuto do Idoso

    23.7 A ao coletiva na Lei Maria da Penha

    23.8 A Lei n. 11.448/2007 e a legitimidade da Defensoria Pblica para a propositura de aes coletivas

    23.9 A Lei n. 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial)

    23.10 Aes constitucionais de carter coletivo

    23.10.1 Ao popular

    23.10.1.1 Notas gerais. A ao popular como instrumento de controle judicial dos atos do Estado

    23.10.1.2 Conceito e caractersticas

  • 23.10.1.3 Legitimidade

    23.10.1.4 Competncia

    23.10.1.5 Procedimento

    23.10.1.6 Coisa julgada e execuo

    23.10.1.7 O papel do Ministrio Pblico

    23.10.1.8 Questes controvertidas

    23.10.2 Mandado de segurana coletivo

    23.10.2.1 Conceito

    23.10.2.2 Legitimidade ativa

    23.10.2.3 Legitimidade passiva

    23.10.2.4 Procedimento e competncia

    23.10.3 Ao civil pblica

    23.10.3.1 Legitimidade e litisconsrcio

    23.10.3.2 Competncia e litispendncia

    23.10.3.3 Procedimento

    23.10.3.4 Tutelas de urgncia

    23.10.3.5 Desistncia e abandono da ao civil pblica

    23.10.3.6 Sentena e coisa julgada

    23.10.3.7 Execuo

    23.10.3.8 Impacto do CPC/2015 no microssistema da tutela coletiva

    Captulo 24

    Aes constitucionais

    24.1 Mandado de segurana

    24.1.1 Definio

    24.1.2 Base constitucional e legal

    24.1.3 Natureza jurdica

    24.1.4 Histrico

    24.1.5 Legitimidade ativa

    24.1.6 Falecimento do impetrante

    24.1.7 Requisitos (ou pressupostos para a concesso da segurana)

    24.1.8 Modalidades

    24.1.9 Momento da impetrao

    24.1.10 Hipteses especiais de atos impugnados

    24.1.11 Mandado de segurana contra deciso judicial

    24.1.12 Do mandado de segurana contra deciso proferida por Juizados Especiais Cveis

    24.1.13 Mandado de segurana em face de inqurito civil

  • 24.1.14 Legitimidade passiva o problema da identificao da autoridade coatora

    24.1.15 Competncia

    24.1.16 Procedimento

    24.1.17 Liminar

    24.1.18 Notificao da autoridade coatora

    24.1.19 Prazo de impetrao

    24.1.20 Constitucionalidade da fixao do prazo

    24.1.21 Contagem do prazo

    24.1.22 As informaes

    24.1.23 Efeitos da revelia

    24.1.24 Arguies incidentes

    24.1.25 Desistncia da impetrao

    24.1.26 A sentena

    24.1.27 Remessa necessria

    24.1.28 Recursos

    24.1.28.1 Legitimidade recursal

    24.1.28.2 Recursos em espcie

    24.1.29 Coisa julgada

    24.1.30 Da suspenso da liminar e da segurana

    24.1.30.1 Legitimidade

    24.1.30.2 Caractersticas e competncia

    24.1.30.3 Procedimento

    24.1.31 Execuo

    24.1.32 Parcelas atrasadas

    24.1.33 A participao do Ministrio Pblico

    24.2 Mandado de Injuno

    24.2.1 Previso normativa

    24.2.2 Objeto

    24.2.3 Legitimidade

    24.2.4 Procedimento

    24.2.5 Competncia

    24.2.6 Ao de inconstitucionalidade por omisso

    24.3 Habeas data

    24.3.1 Previso constitucional e previso legal

    24.3.2 Legitimao

    24.3.3 Objeto

    24.3.4 A fase pr-processual

  • 24.3.5 A fase judicial

    24.3.5.1 Petio inicial

    24.3.5.2 Liminar

    24.3.5.3 Ministrio Pblico

    24.3.5.4 Sentena e coisa julgada

    24.3.5.5 Recursos

    24.3.6 Competncia

    24.3.7 Lei n. 12.527/2011

    24.4 Reclamao Constitucional

    24.4.1 Aspecto legal

    24.4.2 Aspecto jurisprudencial

    24.5 Aes de Controle concentrado e abstrato da constitucionalidade

    24.5.1 Noes gerais

    24.5.2 Ao Direta de Inconstitucionalidade (ADI)

    24.5.2.1 Legitimados

    24.5.2.2 Objeto e parmetro

    24.5.2.3 Procedimento

    24.5.2.4 Medida cautelar

    24.5.2.5 Julgamento

    24.5.3 Ao Declaratria de Constitucionalidade (ADC)

    24.5.3.1 Legitimados

    24.5.3.2 Objeto e parmetro

    24.5.3.3 Procedimento

    24.5.3.4 Medida cautelar

    24.5.3.5 Julgamento

    24.5.4 Arguio de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF)

    24.5.4.1 Legitimados

    24.5.4.2 Objeto e parmetro

    24.5.4.3 Procedimento

    24.5.4.4 Medida cautelar

    24.5.4.5 Julgamento

    24.5.5 Ao Direta de Inconstitucionalidade por Omisso (ADO)

    24.5.5.1 Legitimados

    24.5.5.2 Objeto e parmetro

    24.5.5.3 Procedimento

    24.5.5.4 Medida cautelar

    24.5.5.5 Julgamento

  • 24.5.6 Representao por Inconstitucionalidade (RI)

    Captulo 25

    Mecanismos adequados de soluo de conflitos

    25.1 Viso geral

    25.2 Classificaes das vias alternativas

    25.3 Principais modalidades

    25.3.1 Negociao

    25.3.2 Mediao

    25.3.2.1 Conceito

    25.3.2.2 Evoluo legislativa

    25.3.2.3 Elementos, espcies e barreiras

    25.3.2.4 O processo de mediao. Notas caractersticas. Filtragem e adequao tpica dos conflitos

    25.3.2.5 A Mediao no CPC/2015 e na Lei n. 13.140/2015

    25.3.2.6 Perspectivas para o direito brasileiro

    25.3.2.7 Perspectivas na Europa

    25.3.2.8 A questo da mediao obrigatria

    25.3.3 Arbitragem

    25.3.3.1 Filosofia

    25.3.3.2 Definio

    25.3.3.3 Juzo arbitral

    25.3.3.4 Natureza jurdica

    25.3.3.5 A Lei n. 9.307/96. Constitucionalidade

    25.3.3.6 Sujeito e objeto da arbitragem

    25.3.3.7 Princpios da arbitragem

    25.3.3.8 Conveno de arbitragem

    25.3.3.9 O rbitro

    25.3.3.10 Aspectos procedimentais

    25.3.3.11 Sentena arbitral

    25.3.3.12 Nulidade da sentena arbitral

    25.3.3.13 Efetivao da deciso arbitral

    25.3.3.14 Disposies no CPC/2015 e na Lei n. 13.129/2015

    Referncias bibliogrficas

  • Dedicatria

    Este curso dedicado ao Professor Paulo Cezar Pinheiro Carneiro, como sinal de

    reconhecimento por todos os ensinamentos recebidos.

    PCPC ou (PC2), como carinhosamente chamado pelos alunos, foi meu professor

    durante todo o curso na graduao da UERJ, desde TGP I at Processo Civil IV. Com ele

    aprendi desde a teoria dos institutos fundamentais at o exerccio da docncia, o cuidado

    com a tcnica jurdica e a ateno que se deve dispensar sempre aos alunos.

    Foi tambm meu orientador na dissertao de mestrado e tese de doutorado na UERJ,

    alm de grande incentivador de minha extenso de ps-doutoramento na University of

    Connecticut, nos Estados Unidos, sob a superviso do Prof. Angel Oquendo.

    Seu esprito empreendedor e dinmico, desprendido de homenagens ou

    reconhecimento pessoal, mas ao mesmo tempo insistente e persistente, apesar de toda a

    burocracia que asfixia a universidade pblica brasileira, possibilitou, dentre outras

    iniciativas, a implantao de um Juizado Especial Civil, a reorganizao do Escritrio

    Modelo, a criao e organizao dos Cursos de Mestrado e Doutorado em Direito

    Processual na UERJ e a criao da clnica de mediao.

    Colega aposentado do Parquet Fluminense, convidou-me a integrar a Banca

    Examinadora do Concurso de Ingresso, na cadeira de Direito Processual Civil, por diversas

    vezes, sempre me prestigiando nas mais variadas atividades acadmicas.

    Foi, e , fonte de inspirao e referncia para seus alunos, ex-alunos, colegas do

    Ministrio Pblico e estudiosos do Processo Civil brasileiro.

    , acima de tudo, algum com um grande e generoso corao.

    Ao Mestre, com respeito, gratido, lealdade, carinho e admirao.

  • Agradecimentos

    , neste momento, impossvel lembrar o nome de todos os alunos que, direta ou

    indiretamente, contriburam para o processo de criao desta obra.

    Quero me referir, contudo, queles que participaram de forma mais expressiva.

    Inicialmente, Bianca Oliveira de Farias (hoje Mestre e Professora Universitria) e Flvia

    Pereira Hill (hoje Doutora e Tabeli), que me presentearam, ao final do curso, com

    verses encadernadas das aulas ministradas em suas turmas, cujo curso se encerrou em

    2001. Guardo at hoje, com todo o carinho, prova de to sincera homenagem.

    Com o material inicialmente selecionado, Laura Nahid, Mrcia Gimenes, Mariana Bastos

    e Mrio Augusto Guerreiro trabalharam na compilao do texto. Fernanda Batista e

    Danielle Melo me auxiliaram na reviso, notas de rodap e atualizao em virtude das

    inmeras alteraes no CPC.

    Glucio Incio da Silveira se encarregou, com a habitual competncia, da reviso do

    trabalho. Uma vez mais o texto precisou ser atualizado, em razo das leis editadas desde

    a Emenda n. 45/2004. Recorri, ento, tcnica e precisa reviso de Flvia Vital Brazil.

    Natlia Lamas e Ana Carolina Weber ficaram responsveis pela reviso ortogrfica,

    gramatical, de estilo e uniformizao das referncias bibliogrficas.

    Novas leis foram editadas desde a ltima edio, e o projeto do CPC/2015 foi

    apresentado (2010). Foram necessrias novas revises e atualizaes, que foram

    coordenadas por Larissa Pochmann e Renata Berlinski, a fim de que o leitor tivesse sua

    disposio um texto sistematizado.

    A todos eles agradeo imensamente. Peo aos demais, cujos nomes no foram

    registrados por traio de minha memria, mas que me instigaram com suas perguntas,

    comentrios e sugestes, que se sintam igualmente reconhecidos.

  • Prefcio

    Mais uma vez tenho a honra de ser convidado para fazer o prefcio do novo livro da

    lavra do amigo, ex-aluno e, hoje, doutor e professor da Universidade do Estado do Rio de

    Janeiro (UERJ), Humberto Dalla Bernardina de Pinho.

    Para minha satisfao, neste seu novo trabalho, o Professor Humberto Dalla escreveu

    um curso completo de Teoria Geral do Processo, disciplina que cultivo com muito carinho

    e dedicao.

    O livro ora editado feito da vivncia de Humberto Dalla como professor da

    Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e composto das aulas de Teoria Geral

    do Processo que tem ministrado ao longo dos anos.

    Todas as matrias que envolvem o estudo da Teoria Geral do Processo, desde o

    conceito de direito processual, natureza, as fontes e a parte histrica at a teoria geral

    dos recursos, do processo de execuo e do processo cautelar, foram detidamente

    examinadas e escritas com elegncia, profundidade e, sobretudo, com clareza. Mas no

    s.

    O livro contm tambm trabalhos relativos aos movimentos de acesso Justia,

    contemplando, em captulos prprios, os Juizados Especiais Cveis e a tutela coletiva, os

    quais demonstram o cuidado e o zelo do Professor Humberto em fazer uma obra

    completa que pudesse servir no s a seus alunos, mas, tambm, a advogados,

    professores, enfim, todos aqueles que operam com o direito.

    A leitura do livro permite que o leitor saia com conhecimento bastante preciso da

    Teoria Geral do Processo e pronto para o exerccio da prtica processual, alm de

    possibilitar o aprofundamento na rea especfica do Direito Processual Civil.

    Tenho a certeza de que esta obra do Professor Humberto ter imenso sucesso como os

    seus anteriores trabalhos, sendo de leitura obrigatria para todos aqueles que cultivam o

    direito processual.

  • De minha parte, quero expressar, mais uma vez, a minha alegria, o meu orgulho e

    satisfao por esta bela obra produzida pelo Professor Humberto Dalla Bernardina de

    Pinho.

    Rio de Janeiro, 29 de junho de 2007.

    Paulo Cezar Pinheiro Carneiro

    Professor Titular de Teoria Geral do Processo da Universidade do Estado do Rio de

    Janeiro

  • Apresentao

    Honra-me o Prof. Humberto Dalla com o convite para apresentar o seu novo livro,

    Direito Processual Civil contemporneo Teoria Geral do Processo, que agora publica,

    para gudio no s dos seus alunos e ex-alunos de Graduao e de Ps-Graduao no Rio

    de Janeiro, mas, tambm, de todos os que conhecem suas qualidades como jurista.

    Discpulo de Paulo Cezar Pinheiro Carneiro, que, ao lado de Luiz Fux, lidera a escola de

    processualistas formada na Universidade do Estado do Rio de Janeiro por Jos Carlos

    Barbosa Moreira, Humberto revela nesta obra capacidade invejvel de conciliar a

    insupervel dogmtica construda em quase dois sculos pelo processualismo cientfico

    com as novas exigncias de efetividade e de instrumentalidade do processo,

    caractersticas do nosso tempo.

    Expondo com a mesma iseno e o mesmo esprito crtico tanto as doutrinas e os

    institutos tradicionais como os que emergiram nos ltimos anos no curso de sucessivos

    projetos de reformas, oferece arsenal de informaes suficiente para que o jovem leitor

    possa construir os seus prprios critrios de avaliao dessa evoluo, desenvolvendo a

    partir da os seus estudos com solidez.

    O ttulo da obra j representa, em si mesmo, uma corajosa tomada de posio. Embora

    defenda a unidade cientfica bsica do processo civil e do processo penal, o Autor se

    rende realidade de que no possvel construir ao mesmo tempo uma boa teoria geral

    para ambos, pois se h muitos pontos comuns, h tambm divergncias radicais, que no

    podem ser ignoradas, a no ser falseando o que um e outro possuem de especfico.

    A relevncia de novos instrumentos de tutela de direitos, como, por exemplo, os meios

    alternativos de soluo de conflitos, os juizados especiais, as aes coletivas, as novas

    figuras de tutela da urgncia e a informatizao so analisados sempre numa perspectiva

    construtiva e crtica, de evoluo sem rupturas e de permanente busca do

    aperfeioamento e da melhoria da qualidade da administrao da Justia civil.

    No momento em que os manuais mais antigos no conseguem assimilar e explicar o

  • novo e os mais recentes nem sempre conseguem revelar a importncia do saber

    construdo pelas geraes passadas, este livro preenche uma lacuna e ao mesmo tempo

    lana um sinal de esperana de que possvel e desejvel conservar e inovar.

    O Autor vai, assim, colocando solidamente o seu tijolo no edifcio do conhecimento do

    processo civil no Brasil.

    Parabns!

    Rio de Janeiro, 8 de julho de 2007.

    Leonardo Greco

  • Nota Segunda Edio

    Foi com imensa satisfao que pudemos constatar a inesperada e excepcional acolhida

    que esta modesta obra obteve dos mais variados setores da comunidade jurdica.

    Em menos de um ano a primeira edio j est esgotada, o que nos motivou a revisar

    e atualizar todo o texto, em razo das leis editadas durante o ano de 2008, bem como a

    inserir e aperfeioar alguns tpicos.

    Reposicionamos o captulo antes dedicado apenas ao estudo do acesso Justia para o

    captulo introdutrio, por acreditar que tais noes so verdadeiramente propeduticas e

    devem ser transmitidas ao alunado antes mesmo do estudo dos institutos fundamentais,

    como a jurisdio, o processo e a ao.

    A obra ganha um captulo dedicado aos procedimentos especiais, previstos dentro e

    fora do CPC, com o objetivo de fornecer uma viso geral dos diversos ritos contemplados

    em nosso direito processual civil positivado.

    Os captulos referentes execuo e tutela de urgncia so remodelados de forma a

    apresentar as noes gerais dos institutos de forma sistemtica.

    Apesar de todos os nossos esforos, diante do acelerado ritmo do legislador reformista,

    certamente ao longo deste ano e do prximo outras leis sero editadas.

    De forma a garantir a atualizao da obra at que venha a prxima edio (se Deus

    quiser!), estaremos ofertando material complementar em nosso stio, sobretudo na seo

    frum, e arquivos de atualizao, na pgina inicial, a exemplo do que j temos feito com

    o Livro dedicado Legislao do Ministrio Pblico, cuja 5 edio se encontra no prelo.

    No posso encerrar esta breve nota sem agradecer a todo empenho, dedicao e

    profissionalismo da Dra. Marcia Duarte, que, continuando o trabalho iniciado pela Dra.

    Flavia Vital Brazil, teve participao fundamental para que esta nova edio pudesse ser

    preparada em to pouco tempo.

    O autor

  • Junho de 2008

  • Nota Terceira Edio

    Novamente nos debruamos sobre o texto, desta vez para trazer a lume a terceira

    edio. Durante um ano e meio acompanhamos as inovaes legislativas at que a

    comunidade acadmica foi surpreendida com a notcia de que o Senado Federal havia

    convocado uma Comisso para redigir um novo CPC. No obstante esse fato, novas leis

    continuaram a ser editadas.

    Nessa terceira edio, optamos por no fazer significativas mudanas no texto,

    aguardando as diretrizes do novo texto do CPC, que se espera ainda para este ano.

    Fizemos a atualizao de acordo com os novos diplomas, chamando a ateno para a

    nova lei orgnica da Defensoria Pblica, a lei que instituiu os Juizados Especiais da

    Fazenda Pblica e os pequenos ajustes e reparos feitos no bojo do Cdigo. Foram

    inseridos pequenos trechos explicando ao leitor o significado dessas principais mudanas,

    de modo a manter o texto sempre atual.

    Foram feitas, tambm, pequenas correes e ajustes em pontos que vm sofrendo

    grande evoluo jurisprudencial, como a smula vinculante e a repercusso geral.

    Procuramos, ainda, dar uma panormica do Projeto de Lei n. 5.139/2009, o chamado

    Projeto de Lei da Ao Civil Pblica, eis que as notcias so de que sua aprovao

    iminente.

    Por fim, nesta terceira edio, pretendemos aumentar o grau de interatividade entre

    este livro e as ferramentas de comunicao com nossos leitores. Refiro-me pgina na

    internet (http://www.humbertodalla.pro.br), ao blog (http://humbertodalla.blogspot.com)

    e ao twitter (http://twitter.com/humbertodalla), alm, claro, do e-mail

    ([email protected]).

    Quero aproveitar o ensejo para agradecer todas as contribuies, sugestes, crticas e

    elogios recebidos de todas as partes do pas. Registro, neste momento, o enorme auxlio

    que me tem sido prestado pela acadmica Larissa Clare Pochmann da Silva, sobretudo

    para que esta edio pudesse chegar rapidamente s prateleiras.

    http://www.humbertodalla.pro.brhttp://humbertodalla.blogspot.comhttp://twitter.com/humbertodalla),mailto:([email protected]

  • O autor

    Carnaval de 2010

  • Nota Quarta Edio

    Mais uma edio destas pequenas lies de teoria do processo. Ao contrrio da terceira

    edio, esta quarta no marcada por uma inundao de novas leis. Por outro lado,

    vivemos sombra de um novo Cdigo de Processo Civil.

    E um novo Cdigo mesmo. So premissas e valores renovados que pretendem, com

    grande chance de sucesso, inserir nosso ordenamento processual na era contempornea.

    A partir de uma premissa neoconstitucionalista e ps-positivista, os institutos so

    revistos, o procedimento abreviado, os recursos so reservados para os casos

    relevantes, os precedentes passam a ter maior prestgio, o processo eletrnico

    viabilizado e a efetividade, finalmente, parece se tornar algo mais prximo e palpvel.

    Neste livro j faremos diversos comentrios e transcreveremos dispositivos do Projeto

    de Lei n. 8.046/2010. Todas as novidades do projeto e as etapas de sua tramitao sero

    acompanhadas de perto, no blog. Continuaremos a postar os Comentrios ao Novo CPC,

    atividade que iniciamos em meados de 2010 e que mantemos com frequncia quinzenal,

    de forma a deixar o leitor sempre atualizado.

    Tambm foram feitos ajustes em alguns captulos, de modo a adaptar essa edio

    chegada do novo livro, que tratar do processo civil (conhecimento, procedimentos

    especiais, cumprimento de sentena, execuo, cautelares, recursos e meios de

    impugnao) e que ser a continuao deste.

    Novos captulos foram inseridos, tambm de modo a cobrir todo o programa de

    processo civil que dado nas principais Universidades do pas.

    Quero registrar meus agradecimentos Larissa Pochmann, que revisou os originais e

    me auxiliou na atualizao e insero de material, e Renata Berlinski de Brito e Cunha,

    que fez a reviso e formatao final.

    O autor

    Agosto de 2011

  • [email protected]

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  • Nota Quinta Edio

    Chegamos a mais uma edio deste volume 1 do Direito Processual Civil

    Contemporneo, ao mesmo tempo em que nos aproximamos do 15 ano consecutivo de

    docncia.

    Temos visto, nos ltimos tempos, um amadurecimento de alguns institutos de nosso

    direito processual, no obstante a indefinio quanto ao tempo e forma exata do novo

    Cdigo.

    Diversas verses tm se sucedido e, apesar das divergncias, fica clara a ideia da

    constituio de um sistema hbrido, composto por institutos nacionais e estrangeiros,

    alguns dos quais importados do common law.

    Ao que parece, nosso novo Cdigo regular uma atividade jurisdicional multifacetada.

    O juiz no deve apenas interpretar e aplicar a lei ou mesmo compor a lide. Tais

    conceitos, forjados em tempos de positivismo, hoje no encontram mais espao numa

    sociedade ps-moderna, globalizada e digital.

    A jurisdio, hoje, tem de ser neoconstitucionalizada, garantista, uniformizadora,

    vinculante, pacificadora e voltada para o interesse pblico.

    Certamente, muitos dos institutos tradicionais precisam de um novo enfoque para que

    possam se amoldar a esse novo formato.

    Esse o nosso principal desafio nesta edio.

    Ao mesmo tempo em que fizemos uma reviso geral e atualizamos o contedo com

    novas tendncias doutrinrias e precedentes dos Tribunais Superiores, preparamos o

    leitor para essas novas dimenses da atividade jurisdicional.

    Quero registrar meus agradecimentos a Antonio Abi Ramia, Carla Kalcenik, Michele

    Paumgartten, Priscila Terra, Renata Berlinski de Brito e Cunha e Roberto Rodrigues, pelo

    inestimvel auxlio na reviso e atualizao do texto desta quinta edio.

  • Alm disso, como ainda estamos em tempos de gestao do novo Cdigo,

    apresentamos ao final de cada captulo um quadro comparativo e algumas consideraes

    sobre o novo texto proposto, atualizando, sempre que possvel, com as novas verses.

    Assim como na edio anterior, caso seja aprovada uma nova verso do Projeto ou o

    Substitutivo, em fins de 2012 ou durante o ano de 2013, vamos disponibilizar a verso

    em nosso blog e daremos continuidade aos comentrios, j com base no novo texto.

    Novamente, colocamo-nos disposio por meio de todos os canais digitais

    disponveis, e renovamos os agradecimentos comunidade acadmica pela excelente

    acolhida que a obra vem tendo.

    O autor

    Rio de Janeiro, setembro de 2012.

    http://www.humbertodalla.pro.br

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  • Nota Sexta Edio

    Chegamos sexta edio deste volume 1, dedicado teoria geral do processo, aes

    constitucionais, tutela coletiva e meios alternativos de soluo de conflitos.

    Promovemos a completa reviso, reestruturao e atualizao do texto, a fim de que

    pudesse estar em total acordo com a redao sancionada e publicada do novo Cdigo de

    Processo Civil Lei n. 13.105/2015.

    Este volume corresponde Parte Geral do Novo Cdigo de Processo Civil. Mantivemos

    os captulos referentes aos juizados especiais, tutela coletiva, aes constitucionais e

    mecanismos de soluo de conflitos, fazendo as respectivas adaptaes por fora do novo

    ordenamento.

    Ademais, inserimos um tpico sobre a reclamao, no captulo das aes

    constitucionais, e atualizamos o texto das aes coletivas.

    Exclumos os captulos que apresentavam uma viso geral dos recursos, execuo e

    procedimentos especiais, pois tais matrias j so tratadas com o aprofundamento

    devido no volume 2.

    Tambm inserimos a Lei de Mediao (Lei n. 13.140/2015) e a Lei n. 13.129/2015, que

    atualizou a Lei de Arbitragem.

    Nesta atualizao pude contar, mais uma vez, com a valiosa ajuda da Dra. Carla

    Kacelnik. A ela o meu agradecimento pela colaborao e pela atenciosa reviso do texto.

    Igualmente agradeo aos Drs. Maria Eduarda Brasil e Marcus Pereira, bem como ao

    acadmico Daniel Pontes, pelo auxlio na reviso do texto do Novo Cdigo de Processo

    Civil.

    Como sempre, ficamos disposio para crticas e sugestes.

    O autor

    Rio de Janeiro, junho de 2015.

  • http://www.humbertodalla.pro.br

    http://www.humbertodalla.pro.br

  • Nota Stima Edio

    Em menos de um ano nossa ltima edio se esgotou!

    Motivo de grande orgulho para ns, esse fato nos impulsionou a, uma vez mais,

    atualizar e ampliar o texto.

    Desta vez incorporamos algumas alteraes reflexas, por conta das Leis ns.

    13.146/2015 e 13.256/2016. Da mesma forma, no que concerne aplicao subsidiria

    do NCPC, examinamos os enunciados j produzidos, bem como apresentamos algumas

    inconsistncias e snteses conclusivas.

    Alm disso, examinamos a Lei n. 13.245/2016, que alterou o Estatuto da OAB para

    ampliar os direitos dos advogados no tocante ao acesso a inquritos, o novo Cdigo de

    tica, aprovado em 2015 pelo Conselho Federal da OAB, e a Lei n. 13.300/2016, que

    disciplinou o processo e o julgamento do mandado de injuno.

    Trouxemos, igualmente, algumas impresses sobre o direito intertemporal e as normas

    de transio entre os ordenamentos.

    Consideraes mais especficas foram lanadas nos chamados microssistemas, ou seja,

    juizados especiais, tutela coletiva e aes constitucionais.

    Procuramos, tambm, adicionar um nmero maior de referncias cruzadas entre os

    dispositivos legais. Nos cursos e aulas ministrados nos ltimos meses, notamos uma

    especial necessidade do mercado nesse sentido, j que, embora se complementem,

    inmeros artigos do NCPC esto espalhados ao longo do texto, e precisam,

    necessariamente, ser interpretados em conjunto, sob pena de perda de substrato

    hermenutico.

    Em seguida, identificamos pequenos atritos detectados entre as leis de mediao e

    arbitragem e o texto do novo CPC. Esses pontos tambm foram objeto de abordagem

    especfica.

    Como agora vivemos a Era dos Precedentes, fizemos meno, sempre que possvel, a

  • recursos extraordinrios com repercusso geral, recursos especiais repetitivos e smulas

    editados antes da vigncia do CPC/2015 e que com ele se harmonizam. Da mesma

    forma, chamamos a ateno para hipteses de superao de tais precedentes.

    A fim de contribuir com o debate, inserimos os principais Enunciados aprovados pelo

    FPPC Frum Permanente de Processualistas Civis e pela ENFAM Escola Nacional de

    Formao e Aperfeioamento de Magistrados.

    Como sempre, temos alimentado nossos canais nas redes sociais com novos textos,

    palestras e comentrios. Todos podem ser acessados por meio do nosso site

    .

    Muito obrigado a todos os alunos, colegas e amigos pela tima acolhida que esta obra

    vem tendo.

    Last, but not least, queria registrar meus sinceros agradecimentos Dra. Renata Di

    Masi Palheiro. Suas observaes e comentrios, em todos os momentos desta reviso,

    foram determinantes para que o resultado final pudesse ser alcanado.

    O autor

    Rio de Janeiro, maio de 2016.

    http://www.humbertodalla.pro.br

  • Nota Oitava Edio

    Chegamos oitava edio do nosso Curso. Durante o ano de 2017 preparamos vrias

    alteraes, agora incorporadas ao texto. Adicionamos mais um item no cap. 24, tratando

    das aes de controle abstrato de constitucionalidade. Embora o tema pertena

    originalmente ao direito constitucional, j h hoje um nmero de controvrsias

    procedimentais que justificam a insero da temtica num curso de processo civil.

    Da mesma forma, reescrevemos diversos itens, de modo a deixar mais ntida a

    compatibilidade do instituto com o CPC/2015, sublinhando as primeiras controvrsias j

    enfrentadas pela doutrina e jurisprudncia. De outro lado, abreviamos alguns itens de

    modo a no tornar a leitura da obra excessivamente cansativa.

    O leitor notar alteraes mais substanciais nos captulos referentes a evoluo do

    direito processual, acesso justia, jurisdio, atos processuais e tutela provisria.

    De forma geral, mantivemos a mesma linha que tem sido seguida nas edies

    anteriores, ou seja, neste volume 1 demos nfase aos institutos da teoria geral do

    processo, bem como tratamos das questes que figuram frequentemente nos editais dos

    concursos pblicos, tais como aes constitucionais, aes coletivas, juizados especiais e

    meios no judiciais de soluo de conflitos.

    As principais referncias doutrinrias e jurisprudenciais desde a ltima edio tambm

    foram acrescidas, bem como tivemos a preocupao de inserir os precedentes j

    produzidos pelos Tribunais Superiores, alm de outros instrumentos que, de alguma

    forma, traduzem a pacificao de um entendimento, como os Enunciados do FPPC

    Frum Permanente de Processualistas Civil e Enunciados da I Jornada de Preveno e

    Soluo Extrajudicial de Conflitos (CJF/STJ).

    Tambm incorporamos as alteraes introduzidas pela Lei n. 13.467, de 13 de julho de

    2017, na CLT e que repercutiram em questes como a competncia das varas de trabalho

    e a arbitragem envolvendo as relaes de trabalho.

    Por fim, agradeo a Daniel Pontes, Jos Roberto Porto e a Marcelo Mazzola pela leitura

  • e reviso do texto.

    Rio de Janeiro, agosto de 2017.

    Humberto Dalla

  • Primeiras palavras

    Este livro fruto da experincia colhida em mais de dez anos de docncia, primeiro na

    Faculdade de Direito da UERJ e, depois, concomitantemente, na Estcio.

    Sempre fiz questo de lecionar todo o programa. Procurei acompanhar as turmas,

    desde o primeiro perodo de teoria geral do processo, at o ltimo, que trata dos

    procedimentos especiais e previstos na legislao extravagante ao Cdigo de Processo

    Civil.

    Paralelamente a isso, o fato de lecionar tanto na graduao como na ps-graduao,

    lato e stricto sensu, permitiu-me observar as necessidades acadmicas dos alunos de

    ambos os nveis e procurar, dentro de minhas possibilidades, atend-las.

    Ao longo desses anos, fui colhendo excertos das aulas, obtidos a partir de trabalhos

    desenvolvidos por diversos alunos, que anotavam, gravavam, taquigrafavam e digitavam

    as aulas, transmitindo-me o contedo, depois, em disquetes ou por e-mail.

    O texto vem sendo escrito h seis anos, em doses homeopticas, aproveitando as raras

    e irregulares brechas de tempo. Foi modificado inmeras vezes, em razo das constantes

    edies de novas leis que alteraram o Cdigo de Processo Civil.

    A linguagem utilizada a mais clara e direta possvel. Procurei privilegiar o contedo

    mnimo indispensvel a um curso de Teoria do Processo, adaptado e ajustado s

    necessidades da Justia do sculo XXI.

    Por outro lado, institutos que, normalmente, so vistos de passagem, foram

    aprofundados, tendo em vista que o livro destina-se tambm a alunos de ps-graduao,

    ao mesmo tempo que visa preparar o aluno da graduao para as especializaes e o

    mestrado.

    Desse modo, ao lado de temas tradicionais como jurisdio, ao e processo, so

    igualmente contemplados os mecanismos de acesso Justia, o procedimento nos

    juizados especiais, as formas alternativas de soluo de conflitos e as modalidades de

  • tutela coletiva. Quanto a esses tpicos, compilei, atualizei e adaptei diversos trabalhos

    escritos nos ltimos anos, de forma a complementar o contedo da obra.

    A ideia trabalhar numa dimenso intermediria. Pretendo que o resultado seja mais

    profundo do que um manual ou apostila utilizada em graduao, mas, ao mesmo tempo,

    nem to especfico e restrito como um texto de mestrado.

    Como a proposta inovadora, espero contar com a boa vontade e pacincia dos

    leitores, sem prescindir das valiosas crticas e sugestes dos colegas, de modo a

    aperfeioar ao mximo o trabalho.

    O autor

    Junho de 2007

  • CAPTULO

    1

    Direito Processual: conceito, natureza e o acesso Justia

    1.1 CONSIDERAES INTRODUTRIAS

    Tradicionalmente, e para fins meramente didticos, a doutrina classifica o Direito, tal

    como o concebemos, em dois grandes ramos: pblico e privado.

    Enquanto no ramo privado subsistiria uma relao de coordenao entre os sujeitos

    integrantes da relao jurdica, como no direito civil, no direito comercial e no direito do

    trabalho, no ramo pblico prevaleceria a supremacia estatal em face dos demais sujeitos.

    Nessa linha de raciocnio, o direito processual, assim como o constitucional, o

    administrativo, o penal e o tributrio, constitui ramo do direito pblico, visto que suas

    normas, ditadas pelo Estado, so de ordem pblica e de observao cogente1 pelos

    particulares, marcando uma relao de poder e sujeio dos interesses dos litigantes ao

    interesse pblico.

    Todavia essa dicotomia2 entre pblico e privado apenas utilizada para sistematizao

    do estudo, pois, modernamente, entende-se que est superada a denominada summa

    divisio3, tendo em vista que ambos os ramos tendem a se fundir em prol da funo social

    perseguida pelo Direito.

    Assim sendo, fala-se hoje em constitucionalizao do direito4-5.

    A questo, inclusive, ganha novos contornos no estudo da temtica das convenes

    processuais, como ser visto mais adiante, durante o exame do art. 190.

    Dessa forma, abandonada a viso dicotmica ultrapassada, podemos definir o direito

    processual como o ramo da cincia jurdica que trata do conjunto de regras e princpios

    que regulamentam o exerccio da funo jurisdicional do Estado.

  • A jurisdio, que ser objeto de estudo mais aprofundado, constitui a forma estatal, por

    excelncia, de composio de litgios, embora no seja a nica6, como veremos a seguir.

    1.2 AS FORMAS DE COMPOSIO DOS CONFLITOS

    A doutrina tradicionalmente classifica as formas de resoluo de conflitos em

    autodefesa, autocomposio e heterocomposico7. Esta ltima poderia ser feita pelo

    Estado (jurisdio) ou por um particular, em certos casos especficos permitidos pela Lei

    (arbitragem).

    bem verdade, contudo, que hoje parte da doutrina tem expandido o conceito de

    jurisdio, para abarcar tambm, em certas situaes, a resoluo de conflitos

    empreendida fora do Poder Judicirio. Nesse sentido, teceremos maiores consideraes

    no captulo que trata da jurisdio e de suas caractersticas.

    1.2.1 Autodefesa (ou autotutela)8

    Seria a forma mais primitiva de resoluo de conflitos. Utilizava-se da fora fsica contra

    o adversrio para vencer sua resistncia e satisfazer uma pretenso.

    Remonta ao Cdigo de Hamurabi, que consagrou a Lei de talio olho por olho, dente

    por dente , que impunha o revide na mesma medida que a injustia praticada, sendo

    utilizada, principalmente, no combate ao crime9.

    Restringia-se imposio de uma soluo pelo mais forte sem que houvesse a

    afirmao da existncia ou inexistncia de direito, apresentando como caractersticas

    essenciais a ausncia de juiz imparcial e a imposio do interesse da parte mais forte.

    Deve ser observado que a Lei de talio trouxe apenas uma regra de proporcionalidade.

    O limite da agresso retribuda seria o da leso causada.

    Por no garantir a justia, mas somente a vitria do mais ousado sobre o mais tmido,

    tal prtica foi vedada pelos Estados modernos. Nesse sentido, um passo muito

    importante foi a garantia do due process of law, cuja origem remonta Magna Carta

    (1215), pois esta impedia que qualquer pessoa fosse privada de seus bens ou de sua

    liberdade sem que fosse observado o devido processo legal, ficando proibida, portanto, a

    autotutela.

  • Alm dessa garantia, hoje prevista em nosso ordenamento jurdico no art. 5, LIV, da

    Constituio Federal, temos tambm a regra do art. 345 do Cdigo Penal, que caracteriza

    a autotutela como ilcito penal, ao tipificar o crime de exerccio arbitrrio das prprias

    razes.

    Todavia o Estado permite a autodefesa em situaes excepcionais, tais como: na

    legtima defesa no mbito penal10 (art. 25 do Cdigo Penal); no desforo possessrio

    conferido ao possuidor turbado (art. 1.210, 1, do CC); no direito de reteno do

    locatrio (art. 578 do CC) e do depositrio (art. 644 do CC); bem como no direito de

    greve, garantido constitucionalmente (art. 9 da CF), no mbito do direito do trabalho.

    Tais excees se justificam pelo fato de o Estado nem sempre estar presente no

    momento em que um direito violado. Assim, para evitar o perecimento do direito, seu

    titular poder realizar atos por conta prpria para garanti-lo, nos casos em que a lei

    permitir, desde que o faa imediatamente aps a violao ou quando o direito estiver

    prestes a ser vulnerado, devendo haver, sempre, a proporcionalidade entre o agravo

    sofrido e a resposta.

    1.2.2 Autocomposio

    Na fase positivista de nosso direito, a autocomposio era vista como forma

    intermediria de soluo de conflitos, ainda precria, porm mais evoluda do que a

    autodefesa.

    Trata-se de soluo parcial (por ato dos sujeitos em conflito) na qual as partes chegam

    a um acordo quanto existncia ou inexistncia de um direito, seja pela renncia, pela

    transao (concesses recprocas) ou mediante o reconhecimento da pretenso alheia,

    pondo fim ao conflito de interesses existente.

    Tal mtodo no desapareceu dos ordenamentos jurdicos modernos, sendo consentido

    e at mesmo estimulado em muitas situaes (desde que se trate de direitos disponveis

    ou de reflexos patrimoniais de direitos indisponveis v. g., valor discutido para penso

    alimentcia), embora subsistam crticas quanto aparente espontaneidade do sacrifcio

    prprio, bem como quanto desvantagem para a parte mais fraca, resultante de

    disparidades econmicas ou de uma interpretao errnea ou incompleta do direito11.

  • Em nosso ordenamento, a autocomposio pode ocorrer extra ou

    endoprocessualmente, isto , antes da instaurao do processo ou durante a sua

    pendncia12, sendo que, na segunda hiptese, haver a extino do processo com a

    resoluo do mrito.

    A indisponibilidade do direito de liberdade, associada ao princpio da nulla poena sine

    judicio, durante muito tempo fundamentou a inexistncia da autocomposio no mbito

    penal. Todavia, a Constituio de 1988 estabeleceu em seu art. 98, I, a possibilidade da

    transao (embora sempre acompanhada de controle jurisdicional, de acordo com a

    norma que a regulamentou) em casos de infraes penais de menor potencial ofensivo,

    dispositivo que s veio a ser regulamentado em 1995, por meio da Lei n. 9.099, que trata

    dos Juizados Especiais.

    So exemplos de autocomposio em nosso ordenamento jurdico: a transao civil

    (arts. 840 a 850 do CC); a conciliao (arts. 21 a 26 da Lei n. 9.099/95 e art. 165, 2,

    do CPC/2015); a mediao (art. 165, 3, do CPC/2015 e Lei n. 13.140/2015); e a

    transao penal13 (arts. 72 a 76 da Lei n. 9.099/95).

    bem verdade que o termo autocomposio est, hoje, em desuso. Os novos

    ordenamentos vm tratando da conciliao e da mediao como ferramentas mais

    adequadas para o tratamento dos conflitos. Trataremos deste tema mais frente, no

    Captulo 25.

    1.2.3 Heterocomposio e Juzo Arbitral

    A parcialidade caracterstica da autocomposio fundamentou a crena de que a

    soluo de conflitos deveria ser entregue a pessoa desinteressada no objeto da disputa.

    O Juzo Arbitral uma modalidade de heterocomposio (julgamento do litgio por

    terceiro escolhido consensualmente pelas partes) tambm voltada fixao de existncia

    ou inexistncia de um direito. Diferencia-se da conciliao porquanto esta, alm de

    consistir em meio alternativo de autocomposio induzida, permite apenas que um

    terceiro imparcial conduza as partes a um acordo, nada mais podendo fazer se isso se

    mostrar invivel.

    J no caso da arbitragem, no havendo possibilidade de acordo entre as partes, caber

    ao rbitro impor a sua deciso solucionando a controvrsia, em razo do fato de que as

  • partes haviam acordado previamente que se submeteriam quilo que por aquele viesse a

    ser decidido.

    Com a promulgao da Lei n. 9.307, em 1996, foi modernizado o procedimento arbitral,

    que antes era regulamentado pelo CPC de 1973, em captulo prprio.

    A lei atribuiu eficcia prpria sentena arbitral, proporcionando os mesmos efeitos da

    sentena judicial, inclusive com fora de ttulo executivo, podendo o procedimento

    arbitral ser utilizado por partes maiores e capazes que disputam direitos patrimoniais

    disponveis.

    Discute-se acerca da natureza pblica ou privada do instituto14. Questo de

    importncia meramente acadmica, preferimos conceber o instituto como uma forma

    paraestatal de soluo de litgios.

    1.2.4 Jurisdio/processo

    Torna-se, a partir do sc. XIV, a forma predominante de resoluo de conflitos

    monopolizada pelo Estado15.

    Palavra que vem do latim jurisdictio (que etimologicamente significa dizer o direito), a

    jurisdio tem como fim ltimo16 a pacificao social e consiste em um poder e dever do

    Estado, pois se por um lado corresponde a uma manifestao do poder soberano do

    Estado, impondo suas decises de forma imperativa aos particulares, por outro,

    corresponde a um dever que o Estado assume de dirimir qualquer conflito que lhe venha

    a ser apresentado17.

    Assim, medida que o Estado, vedando a justia privada, retira do indivduo a

    possibilidade de buscar, por suas prprias foras, a resoluo dos conflitos, assume, em

    contrapartida, o poder-dever de solucion-los com justia18, uma vez que a perpetuao

    de pretenses insatisfeitas e controvrsias pendentes de resoluo constituiria fonte de

    intensa perturbao da paz social.

    Apresentou-se como o meio que dispunha das maiores chances de resoluo justa e

    pacfica dos litgios, diante da imparcialidade e da fora coativa das decises proferidas.

    Por conseguinte, a funo jurisdicional concebida, segundo Chiovenda, como a funo

    do Estado que tem por escopo a atuao da vontade objetiva e concreta da lei, mediante

  • a substituio de uma atividade privada por uma atividade pblica; ou, consoante

    Carnelutti, como a funo estatal de justa19 composio de lides, entendidas como o

    conflito de interesses qualificado pela pretenso de uma parte e resistncia de outra20.

    A funo jurisdicional pode ser definida, ainda, de acordo com uma postura que procura

    relacionar os conceitos supracitados como sendo a funo de atuar a vontade objetiva da

    lei, com a finalidade de obter a justa composio da lide.

    A jurisdio apresenta como vantagens a imparcialidade, a defesa dos direitos da

    sociedade e a autoridade e capacidade de impor a deciso tomada. Suas caractersticas

    bsicas so a presena de uma pretenso21 (o interesse contrariado ou resistido que leva

    o cidado a buscar a prestao jurisdicional do Estado-Juiz a fim de alcanar o bem que

    almeja), a inrcia22 (o fato de o juiz, como regra, no agir de ofcio, mas somente

    quando provocado pelas partes), a substitutividade23 (o monoplio da funo

    jurisdicional) e a definitividade24 (cabe ao Judicirio dar a palavra final nos conflitos e

    questes jurisdicionalmente suscitados).

    Essas quatro caractersticas traduzem a prpria jurisdio exercida pelo Estado-Juiz por

    meio de um instrumento denominado processo. Assim, o juiz ir adequar o caso concreto

    que lhe submetido moldura legal25, aplicando o dispositivo legal pertinente

    questo e solucionando o conflito de forma a garantir seja proporcionada aos membros

    da sociedade a justia por eles esperada quando escolheram o Estado-Juiz como nico

    solucionador de seus conflitos.

    O processo, por sua vez, o instrumento de que se utiliza o Estado para, no exerccio

    da funo jurisdicional, resolver os conflitos de interesses apresentados pelas partes.

    Atualmente, no entanto, muito se discute acerca da crise vivenciada pelo Judicirio, da

    questo do acesso Justia e da falta de efetividade do processo como meio de

    proporcionar s partes exatamente aquilo a que fazem jus.

    Constata-se que, superada a fase do desenvolvimento cientfico do processo26, pugna-

    se por sua efetividade, como forma de viabilizar o acesso ordem jurdica justa27.

    No entanto, em resposta s reivindicaes sociais, vem ganhando destaque o

    movimento em busca de novos instrumentos alternativos de pacificao social, fundado

    na crena de que o importante pacificar, sendo irrelevante 28 que essa ao seja obra

  • do Estado ou de outros meios.

    Com isso, alm do mtodo estatal de resoluo de litgios (jurisdio), hoje se fala

    tambm nos equivalentes jurisdicionais, ou seja, nos meios mediante os quais se obtm

    a soluo de conflitos com a participao direta dos litigantes ou por meio de um

    particular desprovido de poder jurisdicional.

    Assim, os Mtodos Alternativos de Soluo de Conflitos os MASCs29 caracterizam-se

    pela ruptura com o formalismo processual; pela possibilidade de juzos de equidade,

    compreendendo, entre outros, a negociao direta entre as partes, a mediao, a

    conciliao e a arbitragem30; bem como pela celeridade e confidencialidade, embora o

    dispndio econmico, em certos casos, seja mais elevado.

    1.3 CORRENTES UNITARISTA E DUALISTA DA CINCIA PROCESSUAL

    Distinguem-se, na doutrina, duas correntes acerca da sistematizao do direito

    processual: a que acredita na unidade de uma teoria geral do processo (unitarista) e a

    que sustenta a separao entre a cincia processual civil e a penal31, por constiturem

    ramos dissociados, com institutos peculiares (dualista)32.

    No entanto, a posio mais adequada, a nosso ver, a que entende pela existncia de

    uma nica Teoria Geral do Processo, tendo em vista que a cincia processual, seja penal,

    civil, ou at mesmo trabalhista, obedece a uma estrutura bsica, comum a todos os

    ramos, fundada nos institutos jurdicos da ao, da jurisdio e do processo.

    Longe de pretender afirmar a unidade legislativa, a Teoria Geral do Processo permite

    uma condensao cientfica de carter metodolgico, elaborando e coordenando os mais

    importantes conceitos, princpios e estruturas do direito processual.

    Importante destacar que novos e modernos diplomas, como a Lei Maria da Penha Lei

    n. 11.340/2006, que visa prevenir e reprimir a violncia domstica, adotam a sistemtica

    de juzos hbridos, sugerindo a criao de varas especializadas, com competncia civil e

    criminal, de modo a facilitar o acesso Justia e conferir proteo mais efetiva vtima

    de tais situaes de violncia33.

    Dessa forma, o estudo da Teoria Geral do Processo fruto da autonomia cientfica

    alcanada pelo direito processual e tem como enfoque o complexo de regras e princpios

  • que regem o exerccio conjunto da jurisdio pelo Estado-Juiz; da ao, pelo demandante

    (e da defesa, pelo demandado); bem como os ensinamentos acerca do processo,

    procedimento e pressupostos.

    As normas genricas definidas pela Teoria Geral do Processo dizem respeito ao

    Processo, Ao e Jurisdio. Estes elementos integram a chamada Trilogia Estrutural

    do Processo, porque so institutos bsicos dos ramos do direito processual.

    Importante contribuio sobre o tema foi dada em 2014 por Afrnio Silva Jardim34, ao

    disponibilizar o texto intitulado no creem na teoria geral do processo, mas que ela

    existe, existe... as bruxas esto soltas...:

    Tenho sustentado, em vrios de meus estudos, que o essencial para que exista o processo (como categoriaautnoma) a pretenso e no a lide. (...) O conceito de pretenso, formulado por Carnelutti, no pressupe aexistncia de um credor e de um devedor e nem de qualquer relao jurdica de direito material. e) O conceito dejurisdio tem outra dimenso no processo penal, pois seria no um poder-dever, mas sim uma garantia fundamental,sendo aqui mais sensvel a garantia do juiz natural (...) Neste sentido, nosso estudo doutrinrio foi pioneiro.Entretanto, isto em nada dificultou a elaborao de meus outros textos, todos partindo de conceitos formulados pelaTeoria Geral do Processo. Por derradeiro, ainda que assim no fosse, no esqueamos, mais uma vez, das aespenais no condenatrias, onde a distribuio do nus da prova pode ser igual ao processo civil. h) Juiz Natural eimparcial. So conceitos comuns aos vrios ramos do Direito Processual. Se h ativismo judicial aqui ou acol umaquesto de distoro prtica, que em nada se relaciona com a Teoria Geral do Processo. (...) De qualquer forma, seconseguirem acabar com a Teoria Geral do Processo (usei a expresso repetidamente de propsito), eu me sentireiestimulado a sustentar a N.T.G.P., ou seja, a Neo Teoria Geral do Processo. Hoje, basta colocar a expresso neoque o velho se torna novo.

    1.4 MOVIMENTOS DE ACESSO JUSTIA

    1.4.1 O acesso Justia como aspecto do Estado de direito

    Cndido Rangel Dinamarco destaca, desde h muito, a relevncia de se emprestar

    interpretao evolutiva aos princpios e garantias constitucionais do processo civil,

    reconhecendo que a evoluo das ideias polticas e das frmulas de convivncia em

    sociedade repercute necessariamente na leitura que deve ser feita dos princpios

    processuais constitucionais a cada poca35.

    Com essa base, imperioso que se reconhea o acesso Justia como princpio

    essencial ao funcionamento do Estado de direito36. Isso porque um Estado estruturado

    sob esse postulado deve garantir, na sua atuao como um todo, isonomia substancial

    aos cidados. Na funo jurisdicional, esse dever de igualdade se expressa,

    precisamente, pela garantia de acesso Justia.

  • Tal garantia, nas palavras de Dinamarco, figura como verdadeira cobertura geral do

    sistema de direitos, destinada a entrar em operao sempre que haja alguma queixa de

    direitos ultrajados ou de alguma esfera de direitos atingida37.

    Nesse sentido, o processo aparece como aspecto dinmico, essencial para que o Estado

    atinja seus fins no exerccio da jurisdio. Esses fins, chamados escopos da jurisdio,

    so de trs ordens: sociais, polticos e jurdico.

    Quanto questo social, h dois objetivos. Primeiro, informar aos cidados quanto aos

    seus direitos e obrigaes, criando um vnculo de confiana com o Poder Judicirio.

    Segundo, a resoluo de conflitos, valendo-se da tutela jurisdicional para alcanar a

    pacificao social.

    No plano poltico, o escopo da jurisdio seria concretizar o poder de imprio estatal.

    Ao mesmo tempo, limitaria esse poder e conformaria seu exerccio, para proteger a

    liberdade.

    Por ltimo, o escopo jurdico da jurisdio est representado na noo de processo

    justo, capaz de dar efetividade realizao do direito material.

    O processo justo38, em um ambiente democrtico e constitucional, no pode perder de

    vista que o procedimento uma estrutura de formao de decises. Por isso,

    necessrio que o ambiente processual seja de intenso e verdadeiro debate, sem que se

    imponha a superioridade do Estado-juiz. Dessa forma, o cidado deve ser visto como

    participante, no apenas o destinatrio do exerccio da funo estatal, aplicando-se o

    princpio da igualdade.

    imperioso, destarte, que o magistrado aja para assegurar, na forma o da deciso,

    uma efetiva participao e influncia de todos os sujeitos processuais. Apenas dessa

    forma, o processo tambm poder ser considerado justo em seu aspecto comparticipativo

    e policntrico.

    1.4.2 A problematizao da insuficincia do acesso Justia

    No se pode esquecer que, historicamente, a problematizao das questes

    relacionadas ao acesso Justia originaram-se em um projeto de 1971, na cidade de

    Florena, Itlia, com a Conferncia Internacional relativa s garantias fundamentais das

  • partes no processo civil39.

    No decorrer daquela dcada, o estudo teve continuidade, tratando dos temas da

    assistncia judiciria aos hipossuficientes, da proteo aos interesses difusos e,

    finalmente, da necessidade de implementao de novas solues processuais.

    Esse movimento foi, ento, difundido internacionalmente por Mauro Cappelletti,

    ganhando substncia crtica a partir da utilizao do mtodo comparativo. Nesse

    contexto, cumpre-se fazer um breve esclarecimento sobre as posies identificadas no

    bojo do movimento, para se compreender melhor esse verdadeiro despertar da cincia

    processual para os problemas scio-jurdicos enfrentados pelos pases ocidentais40.

    Sem dvida, o acesso Justia direito social bsico dos indivduos. Contudo esse

    direito no est restrito ao mero acesso aos rgos judiciais e ao aparelho judicirio

    estatal. Muito alm disso, deve representar um efetivo acesso ordem jurdica justa.

    Esse entendimento, trazido por Kazuo Watanabe41, de fundamental importncia para

    a compreenso do movimento e para uma atuao sistemtica e lcida.

    Nesse contexto, inserem-se as propostas do novo Cdigo de Processo Civil, em

    perspectiva mais consciente, de forma a se aprimorar a tcnica e a substncia do direito

    processual como meio essencial para que se permita o acesso to proclamada ordem

    jurdica justa.

    Ainda na teoria de Kazuo Watanabe, compem o direito de acesso Justia: (a) o

    direito informao e perfeito conhecimento do direito substancial e organizao de

    pesquisa permanente, a cargo de especialistas, orientada aferio constante da

    adequao entre a ordem jurdica e a realidade scio-econmica do Pas; (b) direito de

    acesso Justia adequadamente organizada e formada por juzes inseridos na realidade

    social e comprometidos com o objetivo de realizao da ordem jurdica justa; (c) direito

    pr-ordenao dos instrumentos processuais capazes de promover a efetiva tutela de

    direitos; (d) direito remoo de todos os obstculos que se anteponham ao acesso

    efetivo Justia com tais caractersticas.

    Essa estruturao torna forosa a concluso de que os institutos processuais precisam,

    realmente, sofrer reviso e aprimoramento. S assim se pode construir um instrumento

    cada vez mais eficaz rumo ao processo justo42.

  • Os bices que impedem a efetividade do acesso Justia so de vrias ordens. O

    primeiro deles a questo econmica, nela includos os custos e o tempo dispendido

    durante o procedimento. Os honorrios contratuais do advogado e as taxas judicirias,

    por vezes, podem, especialmente nas causas de menor monta, ser significativos frente ao

    bem da vida discutido.

    A demora na prestao jurisdicional tambm onera economicamente o processo, seja

    por pressionar as partes hipossuficientes a abandonar suas pretenses ou por for-las a

    acabar aceitando acordo em patamar muito inferior ao dano experimentado. A excessiva

    delonga das demandas tambm perpetua os conflitos sociais em vez de contribuir para

    sua pacificao43.

    Outra barreira ao acesso Justia a questo geogrfica. Configura-se pela dificuldade

    de um indivduo, sozinho, postular direitos da coletividade e pela disperso das pessoas

    afetadas, impedindo a formulao de estratgia jurdica comum.

    Um terceiro bice a ser enfrentado o de ordem burocrtica. Trata-se da dificuldade de

    o indivduo, muitas vezes, tendo um nico processo em toda vida, estar em juzo contra

    litigantes habituais. Dentro desse bice, encontram-se tambm as barreiras

    institucionais, representadas pela percepo da autoridade judiciria como nica capaz

    de resolver as controvrsias e pelo desconhecimento quanto aos ritos processuais.

    No se pode perder de vista, ainda, que as barreiras suscitadas no se mostram

    autnomas e incomunicveis. Pelo contrrio, elas tm ntima relao, e qualquer soluo

    aventada deve tratar de todos os problemas em conjunto.

    Nessa configurao, ainda, esses embaraos acabam por atingir, de forma

    extremamente mais gravosa, os litigantes individuais, em especial os mais pobres, e as

    causas de contedo econmico diminuto. Portanto prioritariamente a partir dessa

    realidade que se deve pensar o acesso Justia e estruturar as polticas para lhe

    trazerem efetividade.

    No obstante toda a preocupao dos processualistas com a ideia do acesso Justia,

    h muito a doutrina se debrua sobre a possibilidade de expandir os limites desse acesso

    para alm das fronteiras do Poder Judicirio. Vamos, nos itens seguintes, explorar um

    pouco mais essa perspectiva.

  • 1.4.3 O contedo do princpio do acesso Justia

    Considerando a problematizao do acesso Justia e seus reflexos normativos, Paulo

    Cezar Pinheiro Carneiro, aps estudo para aferir se as reformas legislativas havidas em

    meio ao movimento foram fiis s premissas iniciais, afirma que o desenvolvimento

    desejado perpassa necessariamente pelos quatro grandes princpios que devem informar

    o real significado da expresso acesso Justia44.

    Passemos, ento, a uma breve anlise desses princpios.

    O primeiro deles a acessibilidade. Esse princpio visa assegurar que os sujeitos45 de

    direito, com capacidade de estar em juzo, tenham meios para arcar com os custos

    financeiros do processo, bem como procedam ao correto manejo dos instrumentos legais

    judiciais ou extrajudiciais, para efetivar direitos individuais e coletivos.

    Esse princpio se expressa em trs elementos, quais sejam, o direito informao, para

    o cidado ter conscincia de seus direitos e da forma de exerc-los; a adequao do

    legitimado escolhido para propor as demandas cabveis, alm de seu desempenho

    satisfatrio em juzo; por fim, a estipulao dos custos financeiros do processo em

    patamar que no dificulte ou iniba o acesso Justia.

    O direito informao deve garantir que os cidados conheam os direitos que detm e

    como podem fazer val-los em caso de violao. Isso porque a ignorncia jurdica gera as

    no partes, completamente marginalizadas no que tange ao acesso Justia46.

    O desempenho tambm se insere na acessibilidade. Esse preceito consiste no poder-

    dever das autoridades envolvidas no processo, magistrados e promotores, em assegurar

    a isonomia substancial entre as partes, de modo a evitar que um eventual desempenho

    insatisfatrio de seus advogados possa frustrar a realizao de direitos47.

    Passada a acessibilidade, o prximo princpio citado pelo autor o da operosidade. Tal

    princpio se consubstancia no dever de atuar do modo mais eficiente possvel para

    assegurar o acesso Justia pelas pessoas que participam da atividade judicial ou

    extrajudicial.

    H duas vertentes de aplicao: objetiva e subjetiva. No plano subjetivo,

    concretizada por meio de uma atuao tica de todos os sujeitos envolvidos no processo,

    que devem atuar colaborativamente entre si para a democratizao do processo, alm de

  • se abster de praticar atos processuais procrastinatrios.

    Por sua vez, no campo objetivo, significa a necessidade de utilizao dos instrumentos

    mais eficazes pelas partes, pautando eticamente a escolha de meios, voltando-se a

    otimizar a produtividade. Em ltima anlise, o que se pretende a conjugao ideal do

    binmio celeridade-eficincia, auxiliando-se a constante busca pela verdade real e pela

    conciliao.

    Em outras palavras, tem-se que, se houver mais de um jeito de praticar certo ato,

    deve-se escolher aquele mais apto a promover a melhor tramitao do processo. Esse

    dever no incumbe somente s partes, mas tambm ao juiz que, especificamente, deve

    dirigir o processo de forma a assegurar uma efetiva paridade de armas e a isonomia

    substancial.

    O magistrado deve superar a ideia de que o jurisdicionado um mero destinatrio da

    tutela, dando ateno sua condio concreta como ser humano, com todos os

    elementos que o cercam.

    Importante tambm, ainda no ponto da operosidade, destacarmos os mecanismos

    alternativos de solues de controvrsia. o investimento nos ditos equivalentes

    jurisdicionais, em especial a conciliao e a mediao, permitindo-se que se solucionem

    os litgios mais rapidamente e, acima de tudo, alcanando o escopo de promover a

    participao social.

    O terceiro princpio o da utilidade. Por ele, deve-se assegurar que o processo garanta

    ao vencedor tudo aquilo que lhe de direito, do modo mais rpido e proveitoso possvel

    e com o menor sacrifcio para a parte vencida.

    Menciona o autor48 que a jurisdio ideal seria aquela que pudesse, no momento

    mesmo da violao, conceder, a quem tem razo, o direito material.

    Para se alcanar a utilidade do processo, devem ser considerados os seguintes fatores:

    (i) a tentativa de harmonizar, no caso concreto, a segurana e a celeridade;

    (ii) a importncia da tutela antecipada para proteo de direito lquido e certo violado

    ou ameaado e, desse modo, no se apresenta razovel aguardar o fim do processo;

    (iii) a priorizao permanente da execuo especfica como nica forma de promover a

  • plena satisfao com a prestao jurisdicional;

    (iv) a observncia da fungibilidade da execuo. Isso porque, sendo o processo

    instrumental em relao ao direito material, ele no pode ser o bice ao atingimento de

    resultados prticos consentneos com a finalidade pretendida, seja por uma rigorosidade

    excessiva de seus institutos seja por uma congruncia absoluta e inflexvel entre o

    pedido, a sentena e a execuo;

    (v) o alargamento do alcance subjetivo da coisa, para que ela atinja um maior nmero

    de pessoas e, ainda, com maior limite objetivo prtico; e, por fim,

    (vi) a imposio de limites para a incidncia das nulidades processuais, tendo-se em

    vista o carter instrumental do processo e a necessria busca por sua efetividade. No se

    pode permitir que as matrias processuais, encaradas em rigidez extremada, faam o rito

    retroceder desnecessariamente, obstando que a atividade jurisdicional alcance seu

    objetivo maior de justa composio do direito material.

    Apenas a correta combinao desses aspectos pode efetivar o princpio constitucional

    de razovel durao do processo, que, alis, um dos alicerces do processo justo49.

    Essa garantia, agora constante tambm dos arts 4, 6, 113, 1, 139, II, e 685,

    pargrafo nico do CPC, encontra guarida expressa tambm no direito comparado. Citem-

    se, por exemplo, o artigo 2, do Cdigo de Processo Civil Portugus50, o artigo 111, da

    Constituio Italiana51, o artigo 1.1, nmero 2, alnea d, e o artigo 1.4, nmero 2,

    alneas c, g e l, das Civil Procedure Rules52, do Reino Unido, e a 6 Emenda

    Constituio norte-americana53.

    foroso se reconhecer que a ideia de durao razovel de difcil balizamento. Em

    verdade, como afirma Luiz Fux, deve ser extrada a contrario sensu54.

    Serge Guinchard, por sua vez, reala que o significado do que ou no a durao

    razovel do processo s pode ser aferida in concreto, considerando-se as circunstncias e

    a complexidade do caso em tela55.

    O quarto e ltimo princpio apontado pelo jurista o da proporcionalidade.

    Esse princpio impe que o julgador escolha, diante de todas as solues possveis, a

    que mais esteja de acordo com os princpios informadores do direito, e com os fins que

    determinado conjunto de regras visa alcanar, privilegiando, no caso concreto, o

  • interesse que se mostre mais valioso.

    Alguns, indo um pouco alm, advogam, inclusive, que os provimentos judiciais tenham

    como referncia o consequencialismo. A tese, com traos de utilitarismo, seria de que se

    priorizassem as consequncias e os resultados prticos dos comandos judiciais. Nesse

    sentido, a produo concreta de efeitos no particular e no sistema geral deveria ser

    levada em conta pelos magistrados56.

    Todos os princpios elencados por Paulo Cezar Pinheiro Carneiro, uma vez observados

    como pontos norteadores dos esforos para o aperfeioamento dos institutos e regras

    processuais, sem dvida conduziro ampliao do efetivo acesso Justia em nosso

    pas e no desenvolvimento da jurisdio transnacional.

    Algumas das mudanas tm carter tcnico, outras dizem respeito aos direitos coletivos

    amplamente considerados ou s questes administrativas dos tribunais nacionais.

    Em suma, as reformas no podem se restringir ao plano jurdico-normativo, preciso

    que haja a adoo de medidas prticas que realmente efetivem tais mudanas no plano

    dos fatos.

    Deve-se, ainda, compreender que o movimento em prol do efetivo acesso ordem

    jurdica justa visa garantir nada menos do que um direito verdadeiramente fundamental

    de todos os jurisdicionados57, o qual j constitui o foco da cincia processual moderna.

  • CAPTULO

    2

    Fontes do Direito Processual Civil Brasileiro

    As fontes de direito em geral podem ser conceituadas como os meios de produo,

    expresso ou interpretao da norma jurdica58. So os meios pelos quais as normas

    jurdicas so estabelecidas de modo a prover o direito objetivo.

    As fontes podem ser diretas (ou imediatas), que so aquelas que tm potencial

    suficiente para gerar regra jurdica como a lei; as fontes indiretas (ou mediatas) que no

    so dotadas de tal virtude, exercem papel de influncia na futura elaborao da norma,

    no tm aptido para gerar o dever jurdico, como a doutrina e a jurisprudncia59.

    Importante destacarmos nesta oportunidade que h entendimento doutrinrio no

    sentido de assegurar que as fontes do direito seriam apenas as fontes de regras

    obrigatrias e, por esse motivo, a doutrina no poderia ser considerada fonte do direito,

    pois, para ser fonte do direito, tem que ser uma regra jurdica que se positive com fora

    legtima, obrigatria, com vigncia e eficcia dentro de uma determinada estrutura

    normativa60.

    Passemos agora ao estudo de outra classificao das fontes do direito, que igualmente

    geram intensas controvrsias doutrinrias.

    As normas de direito processual emanam de fontes classificveis como formais e

    materiais (ou substanciais).

    Fontes formais so aquelas que detm fora vinculante e constituem o prprio direito

    positivo. A fonte formal do direito processual, por excelncia, a lei lato sensu61, que

    dotada de coercitividade e considerada a principal forma de expresso do direito.

    Abaixo da norma legal se encontra a fonte secundria (ou subsidiria), que ser

    utilizada quando da aplicao do direito, em hipteses nas quais o prprio ordenamento

  • assim determine, como os princpios gerais, os costumes, a equidade e o uso da

    analogia.

    Isso decorre do fato de que nem sempre as fontes principais sero suficientes para

    atender ao caso concreto, pelo que o julgador dever se valer de meios suplementares

    de integrao do ordenamento jurdico; e os meios suplementares sero as fontes

    secundrias (ou subsidirias)62.

    Aps vermos que a lei a fonte formal do direito processual em sentido amplo,

    apontamos inicialmente, como fonte formal em sentido estrito, a Constituio Federal,

    que consagra os chamados Princpios Constitucionais Processuais, tais como o Devido

    Processo Legal, a Ampla Defesa e o Contraditrio, a Durao Razovel do Processo, bem

    como a Isonomia e a Inadmissibilidade de provas obtidas por meios ilcitos.

    Em seguida, temos a Lei Federal (art. 22, I, da Constituio de 1988) e a Lei Estadual,

    que podem tratar de matria de procedimento e de criao e funcionamento dos Juizados

    Especiais (art. 24, X e XI), bem como disciplinar a organizao judiciria e as normas de

    competncia em razo de valor e matria.

    Por fim, os Tratados Internacionais 63 assinados e ratificados pelo Brasil e os

    regimentos internos dos Tribunais.

    Passado o estudo das fontes formais do direito, veremos agora as fontes materiais, que

    so as que no possuem fora vinculante nem carter obrigatrio, mas se destinam a

    revelar e informar o sentido das normas processuais64.

    Essas fontes materiais so dotadas de carter tico, sociolgico, poltico, histrico,

    econmico, cultural etc. que, em determinado momento, servem para provocar, justificar

    e legitimar o ato de criao das normas legais, posto que influenciam o legislador que

    elabora propostas legislativas frutos da observncia de valores e interesses sociais. Nessa

    linha, podemos observar que, por diversas vezes, recomendaes ou resolues, sem

    carter normativo, acabam, com o tempo, sendo convertidas em leis.

    Alm das fontes formais e materiais do direito, existem os chamados meios

    suplementares de integrao da norma, que so aqueles institutos jurdicos destinados a

    preencher lacunas no ordenamento, que, constatadas pelo magistrado, tm que ser

    preenchidas para que sejam executveis, sob pena de resultarem em negativa de

  • prestao jurisdicional (non liquet)65.

    Essa terceira fonte seria formada pela jurisprudncia (entendimento dos tribun