18

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - … · DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE ... contando apenas a história dos personagens, assim sendo, ele

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - … · DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE ... contando apenas a história dos personagens, assim sendo, ele
Page 2: DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - … · DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE ... contando apenas a história dos personagens, assim sendo, ele

PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO

Título: Letramento Literário: uma aplicação prática

Autor: Ruth Budin

Disciplina/Área Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto/localização

Colégio Estadual do Campo Professor Estanislau Wrublewski

Município da escola Cruz Machado

Núcleo Regional de Educação União da Vitória

Professor Orientador Maria Cristina Robazkiewicz

Instituição de Ensino Superior Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras – FAFIUV

Relação Interdisciplinar

Resumo A leitura, na atualidade, não é considerada algo importante pela maioria dos estudantes, sendo esta considerada algo obrigatório e não prazeroso como deveria ser, já que a leitura proporciona uma viagem a diversos universos literários, além de formar cidadãos críticos e conhecedores de vários aspectos sociais. Para inserir o hábito da leitura se faz necessário um trabalho todo especial durante as aulas de Língua Portuguesa, com metodologias que realmente levem os alunos ao fascinante mundo dos livros por interesse próprio e não pela obrigatoriedade de ler obras cobradas durante as aulas de Língua Portuguesa ou por concursos vestibulares. Esta produção didática-pedagógica apresenta metodologias para trabalho com alunos da primeira serie do ensino médio através do gênero textual com a utilização de contos consagrados da literatura brasileira. Não apenas trabalhando a questão da leitura, mas também desenvolvendo a oralidade e da produção textual, já que os alunos serão instigados à produzirem seus próprios contos e montarem uma obra coletânea no final deste trabalho.

Palavras-chave Letramento literário; gênero textual; leitura.

Formato do Material Didático Caderno Pedagógico

Público Alvo Alunos da 1ª série do Ensino Médio

Page 3: DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - … · DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE ... contando apenas a história dos personagens, assim sendo, ele

CADERNO PEDAGÓGICO

LETRAMENTO LITERÁRIO: uma aplicação prática

PROFESSORA PDE: RUTH BUDIN

PROFESSORA ORIENTADORA: Ms. MARIA CRISTINA ROBAZKIEVICZ

UNIÃO DA VITÓRIA

DEZEMBRO/2012

PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Page 4: DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - … · DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE ... contando apenas a história dos personagens, assim sendo, ele

PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

LETRAMENTO LITERÁRIO: uma aplicação prática

Caderno Pedagógico, apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, sob a orientação da Professora Maria Cristina Robazkiewicz, do Departamento de Letras, da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória – FAFI - UV.

UNIÃO DA VITÓRIA – PR

DEZEMBRO/2012

Page 5: DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - … · DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE ... contando apenas a história dos personagens, assim sendo, ele

1 APRESENTAÇÃO

“Se refletirmos bem, veremos que o professor é o intelectual que delimita todos

os quadrantes do terreno da literatura escolar. Sem a sua presença atuante,

sem o trabalho competente, o terreno dificilmente chegará a produzir o

benefício que a sociedade espera e deseja, ou seja, leitura e leitores assíduos

e maduros” (SILVA, 2010, p.19).

Sou Ruth Budin, professora de Língua Portuguesa, pertencente ao núcleo

Regional de União da Vitória, atuo no Colégio do Campo Professor Estanislau

Wrublewski localizado no distrito de Santana, município de Cruz Machado.

Na qualidade de professora apaixonada por leituras, percebendo que tantos

alunos não desenvolveram o gosto pelas viagens que só a leitura proporciona,

nessa angustia, encaminhei meus trabalhos nesta linha de estudo.

Oportunamente, ao participar do PDE ficou concretizada a ideia de um

letramento literário. Intitulei meu projeto assim: Letramento Literário: uma aplicação

prática, sendo ele dirigido ao Ensino Médio, tendo como orientadora a professora

mestre Maria Cristina Robazkievicz da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e

Letras (FAFI-UV) de União da Vitória.

Objetivando proporcionar aos educandos a possibilidade de vivenciar

momentos agradáveis de leitura, consequentemente trazendo-as ao cotidiano, nos

momentos de vivenciá-las nas práticas produtivas.

Eles perceberão que também podem produzir seus contos a partir do

conhecimento de suas características e vivências através das leituras

proporcionadas.

Assim encaminhei o material didático na forma de Caderno Pedagógico, onde

aparecerão formas de trabalhar os contos selecionados e também a produção de

contos pelos alunos.

Pois conforme vemos nas Diretrizes Curriculares para Educação Pública do

Estado do Paraná “Ao ler o indivduo busca as suas experiências, os seus

conhecimentos prévios, sua formação familiar, religiosa e cultural.” (PARANÁ, 2008.

p. 56).

Para isso, se faz necessário um professor leitor, que apresente leituras, que

incentive uma leitura interessante e que prenda o educando à leitura.

Page 6: DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - … · DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE ... contando apenas a história dos personagens, assim sendo, ele

Somente desta forma, teremos um leitor de fato, que busca obras para o seu

prazer, intelecto,... e não porque lhes são impostas leituras.

Cabe ao professor tornar a leitura interessante, com atividades pensadas,

criando estratégias para que o aluno tenha possibilidades de se colocar diante do

que lê, com argumentos favoráveis ou desfavoráveis, com conhecimento de causa.

De acordo com Silva (2010. p.92), “E o professor hoje, nestas terras

brasileiras de tantas contradições e mentiras, tem uma responsabilidade

fundamental: destruir os fetiches, desprender mais de si mesmo e recuperar a sua

imaginação criadora”.

É nesta perspectiva que podemos mostrar aos educandos a magia

encantadora das viagens através de leituras.

Ruth Budin

Page 7: DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - … · DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE ... contando apenas a história dos personagens, assim sendo, ele

2 MATERIAL DIDÁTICO

O ensino de Língua Portuguesa, envolve práticas de expressão oral, leitura,

produção de textos orais e escritos e momentos específicos de reflexão sobre a

língua. Neste sentido, o ensino de português deve estar voltado para que o aluno

consiga se expressar, se fazendo entender; seja um leitor crítico e ativo; seja um

usuário da escrita e seja capaz de refletir sobre sua língua, tendo coerência e

coesão em seus textos (CENPEC, 1998).

Com esta finalidade, o material didático desenvolvido busca trabalhar todos

estes aspectos: leitura, oralidade e produção textual.

De acordo com CENPEC (1997) os elementos principais de uma narrativa

são:

Narrador: é através dele que a narrativa nos é transmitida. Ele pode estar em uma

posição fora das ações, contando apenas a história dos personagens, assim sendo,

ele será um narrador de terceira pessoa, porém, pode contar a história como

personagem dela, adquirindo a característica de narrador de primeira pessoa.

Ação ou Enredo: compreende todos os acontecimentos da história: os fatos e

atos que envolvem as personagens. Essas ações organizam-se através do enredo,

que significa sequência que ocorrem a partir de linhas condutoras, quais sejam:

- sequência lógico-causal: onde as ações acontecem em decorrência uma das

outras;

- sequência cronológica: onde os fatos são apresentados em ordem linear ou não.

Page 8: DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - … · DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE ... contando apenas a história dos personagens, assim sendo, ele

Tempo: numa narrativa podemos falar em duas formas de tempo: o tempo-época e

o tempo-duração. Neste, transcorrem as ações do começo ao fim da historia, como

dias, meses,... E naquele, indica-se o momento histórico dos acontecimentos

narrados, pode ser observado claramente por estar mencionado ou implícito na

caracterização dos personagens e do espaço.

Personagens: é com eles que acontecem os fatos, é através deles que se

consegue a empatia do leitor. Podem ter papel determinante no desenvolvimento do

enredo, serão os protagonistas (principais) ou coadjuvantes (secundários). Estes,

podem se contrapor aos principais serão chamados de antagonistas.

Fala dos personagens: para representar o que os personagens dizem, o

narrador lança mão de dois processos básicos: o discurso direto e o indireto.

Naquele, caracteriza-se através de marcos como verbos de locução, dois pontos,

travessões ou aspas, mostrando a fala direta dos personagens. Nesse, é o narrador

que conta o que foi dito. Pode-se utilizar um terceiro processo, que é o discurso

indireto livre, quando o narrador reproduz a fala do personagem sem nenhuma

indicação, reflexões dos personagens misturam-se no mesmo discurso do narrador,

onde somente o contexto pode esclarecer o que pertence a um ou a outro.

Espaço: é onde os personagens movem-se e este pode auxiliar em sua

caracterização, na medida em que permite transmitir idéias ao leitor com maior

intensidade. Porém, às vezes, o espaço assume apenas um caráter decorativo,

tornando-se não mais do que um cenário, pano de fundo sobre a qual se

desenrolam os fatos.

Para iniciar o contato dos alunos com a Narrativa, será utilizada a

metodologia de análise de Contos.

Page 9: DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - … · DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE ... contando apenas a história dos personagens, assim sendo, ele

Conto 1

Será apresentada a obra Biruta de autoria de Lygia Fagundes Telles.

- Contextualizar a obra e a escritora.

Atividades - Após a realização da leitura do conto silenciosamente, lê-lo em voz alta, tecer

comentários acerca do tema central e temas afins, procurando trazê-los às questões

sociais que estão muito claras em todo o curso do conto;

- Comentar se conhecem narrativas semelhantes, se já leram algo tema relativo;

- Pedir para que cada um comente se notou ou se não conheceu alguma palavra. Se

houver fazer a inferência do sentido pelo contexto e esclarecer as dúvidas com

ajuda do dicionário;

- Solicitar que respondam questões envolvendo personagens, sequência de ações e

de espaço.

“Alonso foi para o quintal carregando uma bacia cheia de louça suja.

[...] O cachorro saiu de dentro da garagem. Era pequenino e branco, uma

orelha em pé e a outra completamente caída.

- Sente-se aí, Biruta, que vamos ter uma conversinha. – disse Alonso

pousando a bacia ao lado do tanque”.

(Biruta – Lygia Fagundes Telles)

Page 10: DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - … · DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE ... contando apenas a história dos personagens, assim sendo, ele

O que são gêneros textuais?

Conforme MARCUSHI,

Gênero textual refere os textos materializados em situações comunicativas

recorrentes. Os gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida

diária e que apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos

por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente

realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas

(2008, p.155).

O trabalho com Gêneros Textuais é uma extraordinária oportunidade de se

trabalhar com a língua em suas mais diversas formas de usos autênticos no

cotidiano. Pois nada do que dizemos linguisticamente estará fora de ser feito em

algum gênero (Marcushi, 2005, p.35).

Quais são as características do gênero conto?

O conto de acordo com KAUFMAN e RODRIGUES,

É um relato em prosa de fatos fictícios. Consiste de três momentos

perfeitamente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de

equilíbrio segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um

conflito, que dá lugar a uma serie de episódios e se encerra com a resolução

desse conflito que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio perdido

(1995, p. 21.).

O conto entra na classificação de texto literário, pois privilegia a mensagem

pela própria mensagem, ele é que permite desenvolver virtualidades da linguagem,

onde há espaço da liberdade da linguagem, nos leva a imaginar, a inferir imagens de

Page 11: DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - … · DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE ... contando apenas a história dos personagens, assim sendo, ele

beleza ou de tristeza, conforme nosso mundo e permite a musicalidade das

palavras,...

Atividades - Após explicações acerca do gênero, pedir confecção de um conto, com um dos

temas afins, ou tema central do conto analisado.

Comentar aos alunos que os contos produzidos farão parte da coletânea de

contos, a qual será produzida ao final do trabalho e que será apresentada aos pais e

orientadora do projeto.

É importante deixar claro a função prática dessa atividade, para não parecer

que “A escola é talvez o único lugar onde se escreve muitas vezes sem motivo [...].

Certas atividades da escola representam um puro exercício de escrever” (CAGLIARI,

2009).

- Apresentar contos selecionados, falar sobre eles; quando o aluno escolhê-lo, fazer

os comentários acerca, pois selecionando apenas pelo titulo, às vezes, o aluno

poderá ler algo que não seja do seu interesse. Ao fazer comentários sobre o assunto

tratado no conto, o aluno lerá com maior entusiasmo.

- Pedir a leitura do conto.

- Solicitar que recontem o que leram, não a classe toda, apenas algumas alunos. Se

ninguém quiser recontar por espontaneidade, fazer a solicitação indicando nomes

dos alunos que deverão realizar a explanação.

- Pedir objetividade e cuidado com a utilização da norma culta;

- Após a realização da recontagem, tecer comentários sobre a norma culta,

linguagem informal, oralidade, escrita, assim como as marcas de fala, como tiques e

idiossincrasias de cada um.

- Pedir a produção de um conto, antes lembrá-los das características básicas deste

gênero.

- Solicitar que alguns alunos façam a leitura dos contos produzidos e enfatizar a

importância da oralidade, muitas vezes desprezada nas escolas. Conforme Cagliari

(2009, p. 82), “o ensino de Português tem sido fortemente dirigido para a escrita,

Page 12: DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - … · DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE ... contando apenas a história dos personagens, assim sendo, ele

(...)” “é um absurdo que todas as atividades de Português na escola girem em torno

da escrita (...)”.

- Fazer comentários sobre a importância da boa comunicação em todos os instantes

de nossas vidas, desde pedir ou dar uma informação objetiva a um transeunte, ou

até solicitar algo mais “sério” em uma mesa do médico, do psicólogo, etc.

- Tecer comentários a respeito da importância da leitura e pedir que levem contos

para leitura em casa, estes deverão estar disponíveis na classe para a escolha.

Conto 2

Apresentar o conto Venha ver o pôr-do-sol de autoria de Lygia Fagundes

Telles

Atividades - Proceder a leitura em voz alta do conto e após fazer comentários acerca do tema

central e temas afins, procurando contextualizá-los ao cotidiano.

“Ele a esperava encostado a uma árvore. Esguio e magro, metido num largo

blusão azul-marinho, cabelos crescidos e desalinhados, tinha um jeito jovial

de estudante.

- Minha querida Raquel.

Ela encarou-o, séria. E olhou para os próprios sapatos.

- Veja que lama. Só mesmo você inventaria um encontro num lugar destes.

Que idéia, Ricardo, que idéia! Tive que descer do táxi lá longe, jamais ele

chegaria aqui em cima.

Ele riu entre malicioso e ingênuo”.

(Venha ver o pôr-do-sol – Lygia Fagundes Telles)

Page 13: DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - … · DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE ... contando apenas a história dos personagens, assim sendo, ele

- Pedir as características do gênero conto a partir do conto apresentado.

- Pedir que listem palavras usadas para caracterizar o ambiente em que ocorre a

historia apresentada no conto, assim como também dos personagens envolvidos

(Ricardo e Raquel).

- Solicitar a representação em linguagem não verbal de um pôr-do-sol assistido por

eles ou imaginado.

- Colocar essa atividade no mural da classe.

- Fazer a exploração do tipo de narrador, espaço e personagens, oralmente.

- Responder questões sobre alguns elementos da narrativa, tais como: enredo,

tempo e discurso.

- Tecer conversações acerca da época em que o conto fora escrito (1923), seria

possível ninguém ouvir Raquel chamando por socorro, seria possível um cemitério

totalmente abandonado, em quais circunstâncias?

- É possível perceber a vingança de Ricardo, friamente calculada? Pedir fatos que

comprovem essa afirmação.

- O cenário ajudou criar um ambiente sombrio que sugere uma tragédia, como muro

arruinado e outros, sugerir que os alunos façam a descrição deste ambiente,

colocando as suas sensações a respeito deste local.

- Que tipo de ser humano representa o personagem principal deste conto?

Conto 3

Apresentar o conto Felicidade Clandestina de autoria de Clarice Lispector.

“Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando

balas com barulho. Como esta menina devia nos odiar, nós que éramos

imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo

exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem

notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a impor-lhe

emprestados os livros que ela não lia”.

(Felicidade Clandestina – Clarice Lispector)

Page 14: DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - … · DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE ... contando apenas a história dos personagens, assim sendo, ele

Atividades - Solicitar a leitura do conto, enfatizar o preconceito saliente na questão dos

adjetivos atribuídos à antagonista. Pedir citações de exemplos do que a sociedade

classifica como “bonito”, “bom”, “humano”, “honesto”, “ninguém” e pedir a

caracterização de forma diversa (frases, desenhos, poesias, etc.) de alguns desses

adjetivos. - Colocar essa atividade no mural da classe.

- Caracterização psicológica das personagens e perguntar se conhecem alguém

com características semelhantes a desses personagens.

- Retomar às características do conto e pedir nova produção.

Produzindo seus Próprios Contos

Após trabalhar cada um dos contos selecionados, os alunos vão realizar suas

próprias produções, que serão corrigidas e devolvidas para os estudantes. Após

esta fase, os contos produzidos serão digitados no laboratório de informática do

colégio. As produções serão unidas em duplas.

O “corpo” do livro está pronto, sendo posteriormente apresentadas, aos

alunos, as demais partes componentes do livro, tais como: capa, sumário,

apresentação, resumo, etc.

Nesta etapa, os alunos deverão estar com obras em mãos para que haja uma

melhor compreensão do que esta sendo explicado.

Com o corpo digitado, trabalhar manualmente as suas partes, deixando claro

os componentes obrigatórios e os optativos nesta construção.

Page 15: DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - … · DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE ... contando apenas a história dos personagens, assim sendo, ele

Finalização Como finalização do trabalho desenvolvido no Caderno Pedagógico, a obra

produzida pelos alunos será apresentada aos pais, professora orientadora e equipe

pedagógica da escola, onde o trabalho foi realizado. Sendo na ocasião do

lançamento da obra, será servido um coquetel alimentício aos alunos e pessoas

envolvidas direta ou indiretamente na realização deste trabalho.

Page 16: DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - … · DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE ... contando apenas a história dos personagens, assim sendo, ele

3 ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Atualmente, as práticas de leitura realizadas na escola não formam pessoas

que apresentam gosto pela leitura. Ao terminarem educação básica são

considerados simulacros de leitor, aqueles que são idealizados pela crítica e pela

escola, mas que não conseguem encontrar em suas leituras, os sentidos

previamente criados para os textos considerados de valor, lendo-os apenas por

obrigação (SOARES, 2011).

Através da leitura e escritura de textos literários encontramos o senso de nós

mesmos e da comunidade a que pertencemos (COSSON, 2009). A inserção do

chamado letramento literário nas escolas, especialmente nas aulas de Língua

Portuguesa está centrada apenas na leitura de trechos selecionados de algumas

obras ou a história da trajetória da literatura e a biografia de autores mais

renomeados. Este fato faz com que a literatura seja repugnada pela maioria dos

estudantes.

É necessário, de maneira urgente, que seja refeita a inserção da literatura aos

nossos jovens, de maneira que estes venham a sentir a importância da leitura de

obras clássicas relacionando-as com o mundo contemporâneo. Formando desta

maneira pessoas com uma visão crítica para os aspectos sociais da atualidade. Este

é o objetivo principal desta produção didático - pedagógico: inserir a literatura aos

alunos da primeira série do ensino médio, fazendo com que eles possam ver a

literatura e a leitura não como algo obrigatório, mas como algo prazeroso e que pode

trazer alternativas para melhorar suas condições de vida assim como de sua

comunidade.

As estratégias metodológicas para alcançar o objetivo proposto segue o que é

sugerido por Cosson (2009), onde são apresentadas diversas maneiras para inserir

a leitura literária nas aulas de Língua Portuguesa instigando os educandos à

reflexão e conhecimento. O autor afirma que para ser trabalhada a inserção do

letramento literário na escola é necessário seguir os quatro passos básicos para o

letramento literário na escola: motivação, introdução, leitura e interpretação. Deste

modo, o trabalho com os gêneros textuais se tornam meios para introduzir o gosto

da leitura nos educandos.

Page 17: DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - … · DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE ... contando apenas a história dos personagens, assim sendo, ele

As atividades são apenas sugestivas, procurando não cair, como afirma

Lajolo (2010), onde os exercícios que através da designação de interpretação,

compreensão ou entendimento do texto, costumam suceder-se à leitura são,

quase sempre exercícios que sugerem ao educando que interpretar, compreender

ou entender um texto (atividades que podem, muito bem, definir o ato da leitura) é

repetir o que o texto diz. O que é absolutamente incorreto.

Page 18: DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - … · DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE ... contando apenas a história dos personagens, assim sendo, ele

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAGLIARI, L. C. Alfabetização e lingüística. São Paulo: Scipione, 2009.

CENPEC – CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO, CULTURA E AÇÃO COMUNITÁRIA. Ensinar e aprender: língua portuguesa. Impulso inicial. Projeto Correção de Fluxo. Secretaria de Estado da Educação. 1998. CENPEC – CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO, CULTURA E AÇÃO COMUNITÁRIA. Ensinar e aprender: língua portuguesa. Projeto Correção de Fluxo. v. 2. Secretaria de Estado da Educação. 1997. COSSON, R. Letramento Literário: teoria e prática. 1.ed. São Paulo: Contexto, 2009. KAUFMAN, A. M; RODRIGUES, M. H. Escola, leitura e produção de textos. Porto Alegre: Artmed, 1995. LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Pulo: Ática, 2010. LISPECTOR, C. Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1977. MARCUSHI, L. A. Produção textual, análise de gênero e compreensão. 3. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. MARCUSHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, A. P; MACHADO, A. R; BEZERRA, M. A. Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Licerna, 2005. PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Pública do Estado do Paraná. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Língua Portuguesa. Curitiba: Secretaria do Estado da Educação, 2008. SILVA, E. T. da. A produção da leitura na escola. 2. ed. São Paulo: Ática, 2010. SOARES, S.R. Caminhos e Desencaminhos do Ensino da Literatura: letramento literário e materiais didáticos. Revista Litteris. n.7.março 2011. TELLES, L. F. Venha ver o pôr-do-sol e outros contos. São Paulo: Ática, 1988.