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1 Língua Portuguesa Língua Portuguesa DISCURSO DIRECTO, DISCURSO INDIRECTO, DISCURSO INDIRECTO LIVRE - DISCURSO DIRECTO: Relata textualmente uma mensagem já produzida. - DISCURSO INDIRECTO: Relata a mensagem fazendo-a depender de um verbo e utilizando a subordinação através de uma oração completiva, uma oração interrogativa indirecta ou uma oração infinitiva. Se o verbo introdutório está no pretérito perfeito do indicativo, sofrem alterações os modos e tempos dos verbos, os pronomes pessoais, os determinantes e pronomes demonstrativos, o vocativo e alguns advérbios e expressões circunstanciais. DISCURSO DIRECTO DISCURSO INDIRECTO Cita-se textualmente uma mensagem produzida, fazendo-a preceder de um verbo declarativo ou interrogativo (dizer, exclamar, perguntar, responder …), seguida de dois pontos. Usa-se o verbo declarativo ou interrogativo, mas a mensagem é reproduzida utilizando uma oração subordinada completiva ou uma oração interrogativa indirecta (introduzida por um pronome, conjunção ou advérbio interrogativo) ou uma oração infinitiva. Modos e tempos: Presente do indicativo Pretérito perfeito do indicativo Futuro do indicativo Imperativo Modos e tempos (alterações exigidas pelo uso do verbo declarativo ou interrogativo no pretérito perfeito do indicativo): Pretérito imperfeito do indicativo Pretérito mais-que-perfeito do indicativo Condicional Conjuntivo Pronomes pessoais de 1ª e 2ª pessoas Pronomes pessoais de 3ª pessoa Determinantes e pronomes possessivos de 1ª e 2ª pessoas Determinantes e pronomes possessivos de 3ª pessoa Determinantes e pronomes interrogativos: este, esse, isto, isso. Determinantes e pronomes interrogativos: aquele, aquilo. Advérbios e expressões circunstanciais de tempo e de lugar: Hoje Agora, neste momento Ontem Amanhã Na semana passada Aqui, cá Advérbios e expressões circunstanciais de tempo e de lugar: Naquele dia Então, naquele momento Na véspera No dia seguinte Na semana anterior Ali, lá Vocativo Complemento indirecto

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Língua PortuguesaLíngua Portuguesa

DISCURSO DIRECTO, DISCURSO INDIRECTO, DISCURSO INDIRECTO LIVRE

- DISCURSO DIRECTO: Relata textualmente uma mensagem já produzida.

- DISCURSO INDIRECTO: Relata a mensagem fazendo-a depender de um verbo e utilizando a subordinação através de uma

oração completiva, uma oração interrogativa indirecta ou uma oração infinitiva.

Se o verbo introdutório está no pretérito perfeito do indicativo, sofrem alterações os modos e tempos

dos verbos, os pronomes pessoais, os determinantes e pronomes demonstrativos, o vocativo e alguns

advérbios e expressões circunstanciais.

DISCURSO DIRECTO DISCURSO INDIRECTOCita-se textualmente uma mensagem produzida, fazendo-a preceder de um verbo declarativo ou interrogativo (dizer, exclamar, perguntar, responder …), seguida de dois pontos.

Usa-se o verbo declarativo ou interrogativo, mas a mensagem é reproduzida utilizando uma oração subordinada completiva ou uma oração interrogativa indirecta (introduzida por um pronome, conjunção ou advérbio interrogativo) ou uma oração infinitiva.

Modos e tempos:

Presente do indicativo Pretérito perfeito do indicativo Futuro do indicativo Imperativo

Modos e tempos (alterações exigidas pelo uso do verbo declarativo ou interrogativo no pretérito perfeito do indicativo):

Pretérito imperfeito do indicativo Pretérito mais-que-perfeito do indicativo Condicional Conjuntivo

Pronomes pessoais de 1ª e 2ª pessoas Pronomes pessoais de 3ª pessoaDeterminantes e pronomes possessivos de 1ª e 2ª pessoas

Determinantes e pronomes possessivos de 3ª pessoa

Determinantes e pronomes interrogativos: este, esse, isto, isso.

Determinantes e pronomes interrogativos: aquele, aquilo.

Advérbios e expressões circunstanciais de tempo e de lugar:

Hoje Agora, neste momento Ontem Amanhã Na semana passada Aqui, cá

Advérbios e expressões circunstanciais de tempo e de lugar: Naquele dia Então, naquele momento Na véspera No dia seguinte Na semana anterior Ali, lá

Vocativo Complemento indirecto

- DISCURSO INDIRECTO LIVRE: mantém marcas do discurso indirecto e do discurso directo, mas com omissão do verbo

declarativo e da conjunção introdutória da oração completiva.

Discurso indirecto livre é uma modalidade de técnica narrativa, resultante da mistura dos discursos directo e indirecto, sendo um processo de grande efeito estilístico.

Por meio dele, o narrador pode, não apenas reproduzir indirectamente falas das personagens, mas também o que elas não falam, mas pensam, sonham, desejam, etc. Neste caso, discurso indirecto livre corresponde ao monólogo interior das personagens, mas expresso pelo narrador.

As orações do discurso indirecto livre são, em regra, independentes, sem verbos declarativos. O foco narrativo deve ser de terceira pessoa. Esse discurso é muito utilizado na narrativa moderna, pela fluência e ritmo que confere ao texto. Para produzir discurso indirecto livre que exprima o mundo interior da personagem, o narrador precisa de ser omnisciente.

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1O Discurso Indirecto Livre em Eça de Queirós

«O discurso indirecto livre é considerado, por grande parte dos autores, uma forma de relato de discurso, tal como os discursos directo e indirecto (…) Além de relatar palavras de personagens (tendo nessas ocorrências, frequentemente, conotações irónicas), o discurso indirecto livre usa-se igualmente para transmitir pensamentos, criando, nesse caso, um efeito de aproximação empática entre o leitor e o mundo interior da personagem. (…) Guerra da Cal e Óscar Lopes atribuem a Eça de Queirós (um mestre no uso deste recurso) a introdução do discurso indirecto livre na literatura portuguesa e até peninsular.»

«O discurso indirecto livre, como se lê na Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra, «aproxima narrador e personagem, dando-nos a impressão de que passam a falar em uníssono.»

Exercícios:

1. Lê a citação que se segue, retirada de Os Maias, de Eça de Queirós: “Carlos tomou-lhe a mãozinha e beijou-lha – perguntando se a boneca também estava doente.

- Cricri também teve dor – respondeu ela muito séria, sem tirar dele os seus magníficos olhos.

- Eu já não tenho…”

1.1. Nesta citação, há

discurso directo.

discurso indirecto.

discurso indirecto livre.

discurso indirecto livre e discurso directo.

discurso directo e discurso indirecto.

2. Lê o excerto seguinte, retirado de “Os Maias”, de Eça de Queirós:

Uma noite que o coronel Sequeira, à mesa do whist, contava que vira Maria Monforte e Pedro passeando a cavalo, «ambos muito bem e muito distingués», Afonso, depois dum silêncio, disse com um ar enfastiado:- Enfim, todos os rapazes têm as suas amantes... Os costumes são assim, a vida é assim, e seria absurdo querer reprimir tais coisas. Mas essa mulher, com um pai desses, mesmo para amante acho má.O Vilaça suspendeu o baralhar das cartas, e ajeitando os óculos de ouro exclamou com espanto:- Amante! Mas a rapariga é solteira, meu senhor, é uma menina honesta!...Afonso da Maia enchia o seu cachimbo; as mãos começaram a tremer-lhe; e voltando-se para o administrador, numa voz que tremia um pouco também:- O Vilaça de certo não supõe que meu filho queira casar com essa criatura...O outro emudeceu. E foi o Sequeira que murmurou:-Isso não, está claro que não...

2.2. Identifica as modalidades de discurso presente.

2.3. Rescreve-o em discurso indirecto.

3. Lê as citações que se seguem, retiradas de Os Maias, de Eça de Queirós:

“Carlos tranquilizou Miss Sara. Oh, ela via bem que mademoiselle estava boa. O que a assustara fora achar-se ali só, sem a mamã, com aquela responsabilidade. Por isso a tinha deitado…Oh, se fosse uma criança inglesa, saía com ela para o ar… mas estas meninas estrangeiras tão débeis, tão delicadas… “.

“Quis então que o pai fosse para a mesa: não havia motivos para que se não jantasse. Ele ia um bocado acima ao seu antigo quarto de solteiro… Ainda lá tinha a cama, não é verdade? Não, não queria tomar nada…”

3.2. Rescreve estas citações em discurso directo.

3.3. Rescreve estas citações em discurso indirecto.