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UNIVERSIDADE DE LISBOA INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA DISSERTAÇÃO A UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS E OS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM: UM ESTUDO NA INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA NO 2.º CICLO Cláudia Isabel Ribeiro Cunha CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRE EM EDUCAÇÃO Área de Especialização em TIC e Educação 2010

DISSERTAÇÃO - repositorio.ul.ptrepositorio.ul.pt/bitstream/10451/2547/8/ulfp035767_tm_tese.pdf · 2010 . ii . iii RESUMO ... sequências, de alunos do 5.º ano que fazem uso das

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UNIVERSIDADE DE LISBOA

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA

DISSERTAÇÃO

A UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS E OS

PROCESSOS DE APRENDIZAGEM:

UM ESTUDO NA INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA NO 2.º CICLO

Cláudia Isabel Ribeiro Cunha

CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRE

EM EDUCAÇÃO

Área de Especialização em TIC e Educação

2010

i

UNIVERSIDADE DE LISBOA

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE LISBOA

DISSERTAÇÃO

A UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS E OS

PROCESSOS DE APRENDIZAGEM:

UM ESTUDO NA INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA NO 2.º CICLO

Cláudia Isabel Ribeiro Cunha

CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE MESTRE

EM EDUCAÇÃO

Área de Especialização em TIC e Educação

Orientadora: Professora Doutora Hélia Margarida Aparício Pintão Oliveira

2010

ii

iii

RESUMO

A motivação para a realização deste estudo surgiu da observação de que, em Portugal,

existe pouca reflexão sobre o efeito da utilização das tecnologias na aprendizagem dos alu-

nos. As escolas encontram-se cada vez mais bem equipadas ao nível dos materiais tecnológi-

cos disponíveis, mas pouco se reflecte sobre a utilização desses materiais, especialmente ao

nível do impacto destes na aprendizagem dos alunos.

Com este estudo pretende-se compreender os processos de resolução de tarefas com

sequências, de alunos do 5.º ano que fazem uso das Tecnologias da Informação e da Comuni-

cação (TIC) em comparação com alunos do mesmo ano de escolaridade que utilizam exclusi-

vamente papel e lápis. Para tal, foi desenhada uma proposta pedagógica no âmbito da área

disciplinar de Matemática, que visa o trabalho com sequências e regularidades, e que preten-

de auxiliar os alunos no desenvolvimento do pensamento algébrico, como forma de prepara-

ção para o trabalho algébrico formal do 3.º ciclo. De entre as várias ferramentas tecnológicas

disponíveis, este estudo debruça-se sobre a utilização de applets por se considerar que estas

permitem uma interactividade que pode ser útil no trabalho com sequências.

A metodologia de investigação é de natureza qualitativa, seguindo o paradigma interpre-

tativo. Foi realizada uma experiência de ensino de modo a estudar o conhecimento matemáti-

co dos alunos envolvidos, e realizados quatro estudos de caso para possibilitar a recolha

intensiva e detalhada dos dados sobre o trabalho dos alunos. A recolha de dados foi efectuada

recorrendo ao diário de bordo (complementado com dados obtidos por gravações áudio) e aos

documentos produzidos pelos alunos durante a realização das tarefas propostas.

Os resultados do estudo mostram que a utilização de applets em tarefas de exploração

de sequências permite um trabalho mais rápido e autónomo por parte dos alunos. No entanto,

a análise das sequências também se torna mais superficial, o que pode limitar as capacidades

de generalização dos alunos, pelo que é necessário que a utilização da applet seja acompa-

nhada de um conjunto de questões que obriguem os alunos a aprofundar a exploração da

sequência.

Palavras-chave: Tecnologias da Informação e comunicação (TIC), applets, sequências e

regularidades, tarefas de exploração.

iv

v

ABSTRACT

The motivation for this study came from the observation that, in Portugal, there is little

discussion on the effect of using technology in students learning. Schools are increasingly

better equipped with technological resources available, but still there is little a lack of reflec-

tion about the use of these resources, particularly how these impact students learning.

This study aims to understand the processes of solving tasks with sequences, of 5th

grade students who make use of Information and Communication Technology (ICT) in com-

parison to students of the same grade who use only paper and pencil. For this purpose, it was

designed a pedagogical proposal in Mathematics, which involves the work with sequences

and regularities, and aims to assist students in the development of algebraic thinking, as prep-

aration for the formal work in Algebra in the 3th cycle. Among the various technological

tools, this study focuses on the use of applets, because it was felt that it permits an interactivi-

ty that could be useful in the work with sequences.

The research methodology is qualitative in nature, following the interpretive paradigm.

It has been developed a teaching experiment in order to study the mathematical knowledge of

the students involved, and conducted four case studies to allow intensive and detailed collec-

tion of data on students' work. Data collection was performed using the logbook, supple-

mented with information from audio recordings, and the documents produced by students in

the carrying out tasks.

The study results show that when students use applets in the exploration of sequences,

they work more quickly and independently. However, sequence analysis also becomes more

shallow, which might limit the possibility for students to generalise. Therefore, it is necessary

that the use of the applet is accompanied by a set of questions that require students a deeper

exploration of the sequence.

Keywords: Information and Communication Technology (ICT), applets, regularities and

sequences, exploration tasks.

vi

vii

AGRADECIMENTOS

À minha orientadora, Professora Doutora Hélia Margarida Aparício Pintão de Oliveira,

pelo interesse e apoio com que me acompanhou neste estudo e pelas críticas, sugestões e

incentivos que foi dando ao longo da sua realização. Muito obrigada pela simpatia e pela

paciência em todos os momentos.

Aos meus alunos, participantes neste estudo, por terem acedido a colaborar na investi-

gação e pelo interesse e amizade que demonstraram.

Ao Gabinete do Director da minha Escola pela disponibilidade e apoio.

A todos aqueles que, de algum modo, contribuíram para a realização deste trabalho.

Por fim, e sem dúvida aos mais importantes, aos meus amigos e à minha família, em

particular, aos meus pais e ao meu marido, por todo o apoio que sempre me deram ao longo

da realização deste trabalho; sem vocês não teria sido possível.

viii

ix

ÍNDICE

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 1

1.1. PERTINÊNCIA E QUESTÕES DO ESTUDO .................................................................................................... 1

1.2. ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO ..................................................................................................................... 4

CAPÍTULO 2 - PADRÕES E SEQUÊNCIAS NO DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO ALGÉBRICO ........................................................................................................................................................... 5

2.1. ÁLGEBRA NO CURRÍCULO: A IMPORTÂNCIA DO PENSAMENTO ALGÉBRICO ................................................ 5

2.2. PADRÕES E SEQUÊNCIAS .............................................................................................................................. 8

2.3. ESTRATÉGIAS DE RESOLUÇÃO DE TAREFAS COM SEQUÊNCIAS ................................................................. 10

2.4. DIFICULDADES NA RESOLUÇÃO DE TAREFAS COM SEQUÊNCIAS ............................................................... 16

CAPÍTULO 3 - AS TIC NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA ........................................................................... 19

3.1. AS TIC EM CONTEXTO EDUCATIVO ........................................................................................................... 19

3.2. AS TIC NO ENSINO DA MATEMÁTICA ....................................................................................................... 21

3.3. MATERIAIS MANIPULATIVOS VIRTUAIS E O ENSINO DA MATEMÁTICA ..................................................... 23

3.4. AMBIENTES DE APRENDIZAGEM COM AS TIC ........................................................................................... 26

3.5. AS POSSIBILIDADES DAS TIC NO DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO ALGÉBRICO ............................. 27

CAPÍTULO 4 - METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO ............................................................................... 31

4.1. OPÇÕES METODOLÓGICAS ......................................................................................................................... 31

4.2. PARTICIPANTES ......................................................................................................................................... 34

4.3. ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO ....................................................................................................................... 36

4.4. MÉTODOS DE RECOLHA DE DADOS ............................................................................................................ 36

4.4.1. Diário de Bordo ......................................................................................................................... 37

4.4.2. Resolução escrita das actividades realizadas ........................................................................... 38

4.4.3. Outros documentos .................................................................................................................... 38

4.5. ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................................................................. 39

CAPÍTULO 5 - EXPERIÊNCIA DE ENSINO ................................................................................................... 41

5.1. ENQUADRAMENTO CURRICULAR DAS TAREFAS ........................................................................................ 41

5.2. PLANIFICAÇÃO .......................................................................................................................................... 44

5.3. TAREFAS .................................................................................................................................................... 47

x

5.4. DINÂMICAS DE SALA DE AULA .................................................................................................................. 52

5.4.1. O trabalho com suporte das applets .......................................................................................... 54

5.4.2. O trabalho com papel e lápis .................................................................................................... 63

CAPÍTULO 6 - RESULTADOS ........................................................................................................................... 65

6.1. ACTIVIDADE 1 – INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 65

6.2. ACTIVIDADE 2 – COLARES DE CONTAS ..................................................................................................... 73

6.3. ACTIVIDADE 3 – NÚMEROS EM CAIXA ...................................................................................................... 78

6.4. ACTIVIDADE 4 – SEQUÊNCIAS CRESCENTES .............................................................................................. 85

6.5. ACTIVIDADE 8 – FORMAÇÕES EM V .......................................................................................................... 89

CAPÍTULO 7 - CONCLUSÃO ............................................................................................................................ 97

7.1. SÍNTESE DO ESTUDO .................................................................................................................................. 97

7.2. CONCLUSÕES DO ESTUDO ......................................................................................................................... 98

7.2.1. Estratégias de resolução utilizadas ........................................................................................... 99

7.2.2. Dificuldades apresentadas pelos alunos ................................................................................. 102

7.2.3. Características do trabalho com recurso às TIC .................................................................... 103

7.3. REFLEXÃO FINAL ..................................................................................................................................... 105

REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................... 109

ANEXOS ............................................................................................................................................................... 117

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ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1 – UMA POSSÍVEL ESTRATÉGIA DE GENERALIZAÇÃO EM SEQUÊNCIAS ...................................................... 11 FIGURA 2 – PADRÃO DA TAREFA APRESENTADA AOS ALUNOS ................................................................................. 13 FIGURA 3 – GENERALIZAÇÃO CONSTRUTIVA DE UM PADRÃO FIGURATIVO .............................................................. 14 FIGURA 4 – GENERALIZAÇÃO DECONSTRUTIVA DE UM PADRÃO FIGURATIVO ......................................................... 14 FIGURA 5 – DIAGRAMA DO PROBLEMA DOS QUADRADOS SOMBREADOS ................................................................. 15 FIGURA 6 – ORIGINAL DA TAREFA UTILIZADA NO PURPOSEFUL ALGEBRAIC ACTIVITY ............................................. 28 FIGURA 7 – TAREFA UTILIZADA NO PROJECTO PURPOSEFUL ALGEBRAIC ACTIVITY ............................................... 28 FIGURA 8 – PÁGINA DE ENTRADA PARA AS ACTIVIDADES PLANIFICADAS ................................................................ 55 FIGURA 9 – PÁGINA CONTENDO A APPLET UTILIZADA PARA AS ACTIVIDADES 1 E 4. ............................................... 56 FIGURA 10 – PÁGINA CONTENDO A APPLET UTILIZADA NA ACTIVIDADE 2 .............................................................. 58 FIGURA 11 – PÁGINA CONTENDO A APPLET UTILIZADA NAS ACTIVIDADES 3, 6 E 8 ................................................. 59 FIGURA 12 – PÁGINA CONTENDO A APPLET UTILIZADA NA ACTIVIDADE 5 .............................................................. 61 FIGURA 13 – PÁGINA CONTENDO A APPLET UTILIZADA NA ACTIVIDADE 7 .............................................................. 62

ÍNDICE DE QUADROS QUADRO 1 – PLANIFICAÇÃO DAS ACTIVIDADES PROPOSTAS .................................................................................... 45 QUADRO 2 – OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DAS ACTIVIDADES PROPOSTAS ................................................................... 48

ÍNDICE DE ANEXOS

ANEXO 1 – PLANIFICAÇÃO ..................................................................................................................................... 119 ANEXO 2 – SCREENSHOTS DAS APPLETS UTILIZADAS .............................................................................................. 121 ANEXO 3 – FICHAS DE TRABALHO PROPOSTAS AO 5.ºA .......................................................................................... 129 ANEXO 4 – FICHAS DE TRABALHO PROPOSTAS AO 5.ºB .......................................................................................... 145 ANEXO 5 – PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO AO DIRECTOR DA ESCOLA ......................................................................... 163 ANEXO 6 – PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO AOS ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO ........................................................ 165

xii

1

CAPÍTULO 1

Introdução

Quando se fala da utilização de tecnologia em educação, assume-se frequentemente que

a sua introdução no ensino é simples e benéfica, bastando para isso a disponibilização aos

alunos de ferramentas informáticas. No entanto, a investigação tem demonstrado que para

que a utilização destes materiais se traduza em resultados positivos na aprendizagem dos alu-

nos é necessário alterar as práticas e os hábitos do professor nas suas aulas. Neste capítulo

pretende-se apresentar as motivações para a realização do estudo realizado, assim como os

objectivos a que se propõe.

1.1.Pertinência e questões do estudo

The most important single factor influencing learning is what the

learner already knows. Ascertain this and teach him accordingly.

David Ausubel

Com o aumento do número de ferramentas tecnológicas à disposição do professor, tor-

na-se cada vez mais importante a reflexão sobre o impacto desse uso na aprendizagem dos

alunos. A utilização de ferramentas informáticas pode alterar a forma como os alunos apren-

dem, mas para tal o professor deve ter consciência deste facto e apoiar os seus alunos, desen-

volvendo actividades que os conduzam a novas aprendizagens.

Ao longo da minha experiência como professora tenho verificado que frequentemente

os professores utilizam as novas tecnologias em sala de aula, ou apenas como apoio no seu

modelo tradicional de aula, ou porque são incitados a fazer uso da tecnologia, embora não

reflictam sobre o seu real impacto na aprendizagem dos seus alunos. Daí considerar impor-

tante conhecer a forma como a utilização das ferramentas tecnológicas pode influenciar os

2

processos de aprendizagem dos alunos, mais do que simplesmente a sua motivação ou inte-

resse pela aula.

As escolas estão cada vez mais apetrechadas com material informático, calculadoras,

computadores, projectores de vídeo, quadros interactivos, e há cada vez mais a possibilidade

de acesso a software variado para as diferentes disciplinas e mesmo a aplicações da Web 2.0

que começam a ser também utilizados em contexto educativo. As potencialidades de todo

este material podem ser imensas, mas é sobretudo necessário e importante que seja averigua-

do o real impacto da utilização destes instrumentos na aprendizagem dos alunos. Segundo

Miranda (2007), a integração eficaz das tecnologias no ensino exige um esforço de reflexão e

de alteração de práticas de ensino, pois o simples apetrechamento das escolas não é suficien-

te.

Como a análise de uma situação de utilização da tecnologia em sala de aula não pode

surgir descontextualizada, decidiu-se enquadrar este estudo no contexto da aprendizagem da

Matemática, mais especificamente na aprendizagem inicial da Álgebra através da exploração

de padrões e sequências. Estudos recentes indicam que o trabalho realizado com a análise de

sequências e regularidades propicia o desenvolvimento do pensamento algébrico, facilitando

no futuro o estudo formal de estruturas algébricas (Kaput, 1999; Orton & Orton, 1999;

Threlfall, 1999; Stacey, 1989; Zazkis & Liljedahl, 2002).

A exploração de sequências, nomeadamente através da procura do seu termo geral, leva

os alunos a pensar sobre as relações numéricas e geométricas associadas, a identificar

regularidades, e eventualmente a generalizar através de diferentes processos. Seguindo as

orientações destes, e outros estudos que enfatizam a importância do pensamento algébrico,

também o novo Programa de Matemática do Ensino Básico (ME, 2007) passou a comtemplar

o trabalho com sequências e regularidades desde o 1.º Ciclo, aparecendo este trabalho

formalmente no 2.º Ciclo dentro do Tema Álgebra.

Apesar do novo Programa da Matemática não estar ainda em vigor na escola onde me

encontrava a leccionar, achei que esta era uma oportunidade interessante para realizar com os

meus alunos de 5.º ano um conjunto de tarefas de exploração de padrões, tentando assim

prepará-los para o trabalho algébrico que irão realizar num futuro próximo.

Desta forma, foi elaborada uma proposta pedagógica para o 5.º ano de escolaridade no

âmbito da exploração de sequências e regularidades, para ser desenvolvida nas aulas de

Estudo Acompanhado, de modo a evitar perturbar a planificação já desenhada para as aulas

de Matemática. A proposta elaborada é constituida por uma sequência de actividades

relacionadas com o estudo de padrões e regularidades, com um carácter essencialmente

3

exploratório e investigativo. Através desta proposta, procurou-se proporcionar aos alunos

uma experiência de aprendizagem significativa, tendo em vista o desenvolvimento do

pensamento algébrico.

Assim neste estudo procura-se compreender de que modo a utilização de tecnologias em

sala de aula influencia o ambiente de trabalho e os processos utilizados pelos alunos para

resolver problemas propostos em contexto de aprendizagem da Matemática. A partir deste

objectivo foi delineado o problema de investigação, o qual se centra na compreensão dos pro-

cessos de resolução de tarefas com sequências de alunos que fazem uso das TIC em compa-

ração com alunos do mesmo ano de escolaridade que utilizam exclusivamente papel e lápis

Segundo Bogdan e Bilken (1994), numa investigação qualitativa as questões estudadas

são escolhidas para analisar o fenómeno em causa em toda a sua extensão e contexto, e são

elas que orientam o estudo em vez de hipóteses que se procuram testar. Deste modo, para

ajudar a alcançar o objectivo delineado, foram identificadas as seguintes questões:

Como se caracterizam as estratégias dos alunos na exploração de sequências,

com e sem a utilização das TIC?

Que dificuldades apresentam os alunos durante a realização das tarefas com

sequências, com e sem recurso às TIC?

Que características apresenta o trabalho em sala de aula com recurso às TIC?

Com o objectivo de definir uma tecnologia específica a ser utilizada nas várias tarefas

propostas aos alunos, considerou-se que seria interessante focar o estudo sobre a utilização de

applets, por já existirem algumas disponíveis na Internet, e por este tipo de ferramenta tecno-

lógica permitir uma manipulação dos objectos analisados, que poderia ser útil neste contexto.

Através da aplicação da proposta pedagógica já referida e com base no trabalho desen-

volvido pelos alunos de duas turmas de 5.º ano (uma turma que realizará as tarefas propostas

com recurso adicional às applets e outra que realizará todas tarefas apenas com papel e lápis),

procura-se responder às questões apresentadas. Pretende-se assim contribuir para conhecer,

mais em pormenor, as características das tarefas realizadas com recurso às TIC, na fase ini-

cial da aprendizagem da Álgebra.

4

1.2.Organização do estudo

Este estudo encontra-se organizado em sete capítulos, sendo que neste primeiro realço a

pertinência da realização desta investigação, apresentado o problema e as questões orientado-

ras.

Nos capítulos dois e três apresenta-se uma fundamentação teórica, referindo documen-

tos e investigações realizados no âmbito da análise e exploração de sequências e regularida-

des, e também da utilização de tecnologia em contexto educativo, em especial no estudo da

Matemática.

No capítulo quatro são descritas e justificadas as opções metodológicas seguidas para a

realização da investigação, assim como os procedimentos seguidos com vista à recolha e aná-

lise de dados.

No capítulo cinco é apresentada a proposta pedagógica, contextualizada no currículo

actual, e com a descrição da planificação das tarefas e das dinâmicas de sala de aula, com e

sem a utilização de tecnologias. Apresenta-se também neste capítulo uma breve descrição do

desempenho geral das turmas durante a realização das actividades propostas.

No capítulo seis são apresentados os resultados, baseados nos estudos de caso realizados

em ambas as turmas, sendo analisadas as semelhanças e diferenças ao nível das estratégias

utilizadas pelos alunos ao longo da resolução da experiência pedagógica.

Finalmente, no capítulo sete, apresentam-se os principais resultados da investigação rea-

lizada, sendo também elaborada uma reflexão pessoal do trabalho desenvolvido.

5

CAPÍTULO 2

Padrões e sequências no desenvolvimento do pensamento

algébrico

As investigações realizadas nas últimas décadas em educação matemática têm demons-

trado a necessidade de crescimento de um domínio da matemática anteriormente reservado a

níveis de escolaridade mais avançados: a Álgebra. Actualmente considera-se que o estudo da

Álgebra deve ser iniciado de modo informal com crianças nos primeiros anos de ensino, visto

que o trabalho realizado nesse sentido auxilia ao desenvolvimento de competências e capaci-

dades de raciocínio importantes na resolução de problemas e na aprendizagem dos mais

variados conceitos. Neste capítulo pretende-se esclarecer como surgiu e qual a importância

do desenvolvimento do pensamento algébrico, assim como apresentar as características das

estratégias de resolução e de generalização utilizadas por crianças aquando da resolução de

tarefas envolvendo padrões e sequências.

2.1. Álgebra no Currículo: a importância do pensamento algébrico

Há já muitos séculos que o estudo da Álgebra tem vindo a ser construído, tendo como

aspecto central o cálculo algébrico. O seu espaço na matemática escolar esteve quase sempre

associado a níveis de escolaridade mais avançados (3.º Ciclo e Secundário) e o seu âmbito

normalmente reduzido ao trabalho realizado com equações e funções. No entanto, esta visão

da álgebra tem vindo a ser considerada, por muitos autores, como insuficiente e redutora

(Kaput, 1999; NCTM, 2007; Herbert & Brown, 1997), visto que desconsidera aspectos rela-

cionados com a resolução de problemas e com as relações entre números, aspectos que hoje

se consideram claramente necessários na Álgebra escolar.

6

Nas últimas décadas, vários autores em diversas investigações (Stacey, 1989; Herbert &

Brown, 1997; Kaput, 1999; Cai & Knuth, 2005), demonstraram a importância da Álgebra na

matemática escolar e que esta envolve o trabalho com símbolos, a linguagem algébrica, o

estabelecimento de relações matemáticas e a generalização, e que a natureza deste tipo de

trabalho está implícito e é necessário quer na resolução de problemas em Geometria, quer em

Aritmética, atravessando todo o currículo. É através desta perspectiva sobre a Álgebra que

surge o conceito de pensamento algébrico, no qual se enquadra o raciocínio e o trabalho que

permite chegar ao estabelecimento de relações e a generalizações através de uma linguagem

simbólica (Kaput, 1999), a qual se vai tornando cada vez mais formal ao longo da escolarida-

de.

Segundo Kriegler (2001) o pensamento algébrico é uma forma de desenvolver o racio-

cínio matemático e também o estudo dos conceitos algébricos fundamentais. Cai e Knuth

(2005) referem o pensamento algébrico como uma forma particular de pensamento que inclui

a análise de relações entre quantidades, a noção de estrutura, a generalização, a resolução de

problemas, a modelação, a justificação e a prova de ideias. O aluno deve aprender álgebra de

uma forma contextualizada, resolvendo problemas e desenvolvendo competências associadas

ao raciocínio matemático e competências de representação através de relações visuais, numé-

ricas ou simbólicas.

A importância de proporcionar aos alunos uma aprendizagem significativa em matemá-

tica, um ambiente que lhes permita envolverem-se na aprendizagem e que esteja relacionado

com a sua realidade e experiências, levou à introdução em matemática de actividades de

compreensão de padrões, visto que estes se encontram em todo o lado, nas vivências do dia-

a-dia (Vale & Pimentel, 2009). Através do estudo de padrões, os alunos são levados a “des-

cobrirem relações, encontrarem conexões, fazerem conjecturas, previsões e também generali-

zações” (Vale & Pimentel, 2009, p. 7). A resolução de problemas envolvendo padrões e

sequências e a sua generalização envolve frequentemente estes aspectos, auxiliando o aluno

no processo de desenvolvimento do pensamento algébrico que lhe facilitará no futuro a reso-

lução de outros tipos de tarefas matemáticas ou problemas do dia-a-dia.

A contextualização da aprendizagem da matemática e a atribuição de significado aos

símbolos envolvidos nas questões matemáticas, impedem que a álgebra escolar se resuma à

resolução de expressões algébricas ou exercícios abstractos, que afastam o aluno da com-

preensão total das questões e da sua apropriação. Freudenthal (1991) defende que a matemá-

tica pode ser trabalhada enquanto actividade humana, permitindo aos alunos reinventar a

matemática na sala de aula, atribuindo significado aos símbolos usados.

7

De acordo com o NCTM (2007) o trabalho algébrico deverá ser iniciado no 1.º ciclo de

modo a que a experiência desenvolvida, ao longo desse e do 2.º ciclo, crie bases para o traba-

lho mais complexo com funções no 3.º ciclo. Esta visão sobre a álgebra escolar e a importân-

cia do pensamento algébrico levou a alterações curriculares nos Estados Unidos, nomeada-

mente a iniciar o estudo da álgebra em idades mais jovens do que era anteriormente feito.

Ainda segundo o NCTM, o trabalho com padrões e as experiências com números e as suas

propriedades são formas de facilitar a compreensão das funções e o trabalho com símbolos e

expressões algébricas.

A descrição e análise de padrões e sequências levam a aprendizagem de uma matemáti-

ca que vai para além de procedimentos e rotinas. De um modo intuitivo e motivador, os alu-

nos podem aprender a desenvolver o seu pensamento algébrico, comunicando o seu raciocí-

nio de modo claro e justificando as suas decisões através das suas palavras ou de simbolismos

que considerem adequados (Vale, Palhares, Cabrita, & Borralho, 2006). McClure (2009) con-

sidera que a mudança curricular causada por esta visão da álgebra escolar constitui uma

mudança no paradigma do ensino da matemática, visto que se deixa de dar tão grande ênfase

à aritmética para o atribuir a hábitos de pensamento e raciocínio que auxiliam a uma com-

preensão mais profunda dos processos matemáticos.

Foi nesta perspectiva que também em Portugal o Programa de Matemática do Ensino

Básico (ME, 2007) foi alterado na sua estrutura e composição, dando lugar a um tema trans-

versal ligado ao pensamento algébrico. Já em 2001, o Currículo Nacional do Ensino Básico

evidenciava uma mudança nesta mesma direcção, ao determinar que ao longo de todos os

ciclos deveriam ser trabalhadas competências associadas ao estudo da Álgebra (Oliveira,

2009). No novo Programa é clara a importância dada ao desenvolvimento do pensamento

algébrico, sendo que:

a alteração mais significativa em relação ao programa anterior é o estabelecimento

de um percurso de aprendizagem prévio nos 1.º e 2.º ciclos que possibilite um

maior sucesso na aprendizagem posterior, com a consideração da Álgebra como

forma de pensamento matemático, desde os primeiros anos. (ME, 2007, p. 7)

As tarefas a desenvolver devem ser de índole exploratória ou investigativa (Ponte,

Branco, & Matos, 2009), de modo a promover hábitos de pensamento que permitam a gene-

ralização, considerando os números e as operações de forma algébrica, isto é, dando atenção

às relações existentes entre os números e não apenas os valores numéricos absolutos. Este

8

novo Programa realça a importância de desenvolver o pensamento algébrico, a capacidade de

representar através de símbolos as situações matemáticas e a capacidade de resolução de pro-

blemas em diversos contextos.

2.2. Padrões e sequências

As mudanças nas orientações do Programa de Matemática implicam uma reflexão apro-

fundada sobre as tarefas matemáticas propostas aos alunos, de modo a possibilitar o desen-

volvimento do pensamento algébrico (Oliveira, 2009) e do raciocínio matemático. A explora-

ção de sequências e padrões são um modo muito rico de trabalhar o currículo da matemática

transversalmente “tanto a nível de conteúdos como das capacidades que promove nos estu-

dantes de qualquer nível e, também, na forte ligação que tem com a resolução de problemas,

com actividades de exploração e de investigação” (Vale & Pimentel, 2009, p. 8). Alguns

investigadores chegam a definir a matemática como a ciência dos padrões, pois faz parte da

natureza humana a procura pela regularidade, pela ordem e pela existência de uma estrutura

(Vale & Pimentel, 2005). Na realidade, da mesma forma que a matemática se encontra pre-

sente em todos os aspectos da nossa vida quotidiana, também os padrões nos acompanham

diariamente.

A identificação de um padrão é algo muito pessoal por estar relacionado com a forma

como interpretamos o mundo. Mesmo os investigadores que se dedicam ao tema consideram

o conceito de padrão muito variável, associando-o ao contexto em que é utilizado (Orton,

1999). Para Vale, Palhares, Cabrita e Borralho (2006) padrão é um conceito utilizado princi-

palmente para referir disposições ou arranjos, sejam eles geométricos, numéricos ou mesmo

sonoros.

A utilização de sequências de imagens ou números e a realização de investigações sobre

as regularidades nelas presentes permite trabalhar o pensamento algébrico. Os alunos podem

eventualmente procurar generalizar as situações através de expressões simples criadas por si

mesmos e que permitem que a aprendizagem da Álgebra vá ocorrendo de forma gradual,

assim como a capacidade de abstracção que lhe está associada (Abrantes, Serrazina, &

Oliveira, 1999). A generalização tanto pode surgir como um propósito para a exploração das

tarefas, assim como um meio para explorar e analisar a sequência apresentada (Steele &

9

Johanning, 2004). Um aspecto importante no trabalho com padrões e sequências é proporcio-

nar um contexto para a exploração da sequência, de modo a apreender a sua expressão geral.

As tarefas deste âmbito a apresentar aos alunos no ensino básico podem ser constituídas

por sequências repetitivas ou por sequências crescentes. Nas sequências repetitivas, existe um

conjunto de elementos (termos) que se repete, sendo a sequência formada pelos mesmos ele-

mentos repetidos pela mesma ordem infinitamente. A procura de padrões neste tipo de

sequências leva os alunos à análise dos seus elementos, à identificação da unidade que se

repete e, numa fase posterior, à generalização relativamente à ordem dos vários elementos da

sequência. O trabalho com este tipo de sequências pode facilitar o desenvolvimento de capa-

cidades de manipulação simbólica e de generalização, mesmo em crianças pequenas

(Threlfall, 1999).

As sequências crescentes são formadas por elementos diferentes entre si (termos), mas

relacionados uns com os outros e com a sua posição (ordem) na sequência (Ponte, Branco, &

Matos, 2009). A forma de crescimento destas sequências está sempre associado a uma

sequência numérica, podendo os elementos dessa sequência ser números ou objectos dispos-

tos em configurações pictóricas e cuja contagem permite obter o valor numérico da ordem

correspondente. Um tipo de sequências muito presente na matemática escolar são as lineares,

nas quais o padrão aumenta ou diminui sempre na mesma proporção (Hargreaves, Threlfall,

Frobisher, & Shorrocks-Taylor, 1999). Liljedahl (2004) refere-se a este tipo de sequências

como padrões numéricos, visto a sua importância estar principalmente relacionada com o

valor numérico de cada elemento, sendo muitas vezes reconhecidos pelos alunos como

sequências de números familiares, por exemplo, os múltiplos de certos números naturais.

As sequências repetitivas são normalmente mais simples de analisar (Ponte, Branco, &

Matos, 2009). Os vários termos podem ser constituídos por elementos com apenas um atribu-

to, isto é, diferentes apenas no tamanho ou apenas na cor, ou então ser constituídos por dife-

rentes atributos. Threlfall (1999) salienta que estes padrões podem ser estudados por crianças

no início do ensino básico, começando por sequências com unidades de repetição pequenas e

poucos atributos, aumentando depois e progressivamente a sua complexidade. Segundo o

autor, o trabalho com estas sequências auxilia os alunos a desenvolver as suas capacidades de

manipulação de símbolos e de generalização. Para Zazkis e Liljedahl (2002) a exploração de

sequências repetitivas ainda permite introduzir ou evidenciar conceitos e relações numéricos,

especialmente os associados com a multiplicação de números naturais.

10

2.3. Estratégias de resolução de tarefas com sequências

Segundo o NCTM (2007) a resolução de problemas permite ao aluno desenvolver novas

formas de pensar, assim como hábitos de persistência e de curiosidade, além de permitir

ampliar e consolidar as aprendizagens realizadas. A resolução de problemas está intimamente

ligada aos padrões, pois a forma utilizada para descobrir um padrão parte da utilização de

poderosas estratégias para resolver problemas (Vale, Palhares, Cabrita, & Borralho, 2006).

A resolução de problemas envolvendo o estudo de padrões e sequências tornou-se assim

numa forma de auxiliar o desenvolvimento do pensamento algébrico de alunos dos níveis de

escolaridade mais elementares do que aqueles que até aqui contactavam com temas do âmbito

da Álgebra. A resolução destas tarefas pressupõe que os alunos conseguem analisar a situa-

ção, organizar a informação obtida de modo a conseguir elaborar conjecturas, e chegar a uma

generalização (Barbosa, Vale, & Palhares, 2008), o que auxilia o desenvolvimento da capaci-

dade de resolução de problemas. Segundo Vale e Pimentel (2009) a resolução de problemas

envolvendo padrões é uma forma poderosa de levar os alunos a verbalizar as relações existen-

tes dentro do padrão, e a analisar outras conjecturas e diferentes justificações apresentadas

nas discussões em grande grupo.

O modo como se interpreta um padrão, como se reconhece uma regularidade, como se

tenta procurar ordem no que aparentemente é caos, varia de pessoa para pessoa. No entanto,

alguns estudos de Gardner (1993) e Krutetskii (1976) citados por Barbosa, Vale e Palhares

(2008) revelam que o raciocínio predominantemente utilizado pelos alunos na resolução de

problemas com padrões tem características analíticas, embora nem sempre sejam a forma de

resolução mais eficiente.

Krutetskii (1976) debruçou-se sobre este problema e efectuou um estudo com uma

amostra de alunos com bom desempenho em Matemática. Tendo como foco a aná-

lise do raciocínio evidenciado por esses alunos na resolução de problemas, identifi-

cou três categorias: analítico (não visual), geométrico (visual) e harmónico (capa-

cidade de utilizar em simultâneo representações visuais e não visuais). (p. 463)

Stacey (1989) num estudo envolvendo alunos entre os 9 e os 13 anos na resolução de

tarefas com sequências crescentes, verificou que estes obtêm melhores resultados quando

utilizam um processo harmónico na resolução das tarefas, isto é, quando conjugam as estraté-

gias analíticas com as geométricas.

11

Segundo Herbert e Brown (1997), o processo de análise e investigação de padrões em

álgebra segue, frequentemente, as seguintes fases: primeiro o aluno analisa a sequência e ten-

ta identificar um padrão; em seguida o aluno compreende o padrão, conseguindo descrevê-lo

e analisar os seus aspectos matemáticos; por fim consegue determinar o termo de qualquer

ordem, ou seja, consegue a generalização da situação através da análise que efectuou. Tam-

bém Stacey (1989) refere que a procura de padrões é uma estratégia importante na resolução

de problemas, tendo em consideração que muitas situações matemáticas se podem resolver

através da observação de casos especiais ou padrões.

De acordo com Driscoll (1999), a generalização é dos processos mais importantes para

o pensamento matemático e na resolução de problemas, pois permite-nos olhar para situações

a analisar além das suas particularidades e identificar que tipo de problema se trata ou talvez

qual a estratégia mais adequada para o resolver.

Hargreaves, Threlfall, Frobisher e Shorrocks-Taylor (1999) realçam que o trabalho de

exploração de padrões e sequências e de generalização contribui significativamente para o

desenvolvimento do pensamento matemático dos alunos, auxiliando-os a criar estratégias de

raciocínio importantes para o trabalho mais avançado em Álgebra. No entanto, estes autores

distinguem estratégias de processos, referindo-se a estratégias como modos de acção utiliza-

dos com um propósito, um objectivo. Por outro lado, processo é o emprego de qualquer acção

à disposição do aluno, mesmo que este não tenha um objectivo determinado. Uma estratégia,

pode assim ser constituída pela utilização ordenada de vários processos disponíveis ao aluno.

Figura 1 – Uma possível estratégia de generalização em sequências (Hargreaves, Threlfall, Frobisher, & Shorrocks-Taylor, 1999, p. 71)

Frequentemente, quanto maior o nível de dificuldade das questões colocadas, como uma

situação de generalização de uma sequência quadrática, maior o número de processos utiliza-

dos e mais complexa se torna a estratégia a adoptar.

ESTRATÉGIA

Vários processos podem ser combinados para formar uma estratégia

Observa os

números

Compara as

diferenças

Repete até encontrar todas as diferenças

Foca atenção em dois

números adjacentes

Conta de um número

até ao seguinte

Memoriza a diferença

entre os números

12

No processo de resolução de problemas relacionados com padrões e sequências podem

ser utilizadas várias estratégias. No estudo já referido anteriormente, Stacey (1989) identifi-

cou quatro métodos utilizados pelos alunos durante a resolução das tarefas com sequências

crescentes, com suporte pictórico. São eles contagem, diferença, objecto inteiro e linear. No

método de contagem, os alunos procediam à contagem dos elementos apresentados no dese-

nho e se necessitarem de indicar o termo de determinada ordem, contam até o alcançar.

No método da diferença os alunos verificavam quantos elementos aumentavam por cada

termo, e quando pretendiam calcular os seguintes iam adicionando o mesmo número recursi-

vamente ou então multiplicavam a diferença encontrada pela ordem do termo a encontrar.

No método do objecto inteiro, os alunos utilizavam o conceito de múltiplo ou de pro-

porcionalidade directa para calcular o número de elementos de determinado termo, a partir

daqueles que já detinham (Orton & Orton (1999), na investigação realizada com alunos entre

os 10 e os 13 anos, identificam este método como short-cut ou atalho, por ser utilizado quan-

do os alunos pretendem um método que lhes dê uma resposta rápida).

O método linear era utilizado quando os alunos reconheciam que na generalização do

padrão eram necessárias a multiplicação e a adição, e que a ordem pela qual as operações

eram realizadas também era importante. Stacey refere também que frequentemente os alunos

usavam mais que um método para encontrar a solução.

Stacey (1989) menciona também que na identificação dos termos seguintes da sequência

– que a autora denomina de generalização próxima – os alunos usam os mesmo métodos que

na identificação de termos mais afastados – denominado de generalização distante. Realça, no

entanto, que alguns alunos que nas questões de generalização próxima usaram o método

linear, passaram para o método da diferença nas questões de generalização distante, o que

revela falta de reflexão sobre a resolução realizada. A autora considera que as estratégias

adequadas para resolução de cada um dos tipos de generalização são diferentes, e embora

exista uma tendência dos alunos em utilizar o método da diferença para resolver a maioria

das questões (Orton & Orton, 1999), este não facilita o acesso ao termo geral, pelo que a sua

utilização frequente deve ser desencorajada.

Num estudo realizado com alunos do 6.º ano de escolaridade, Barbosa, Vale e Palhares

(2008) evidenciaram que a estratégia mais utilizada pelos alunos em questões de generaliza-

ção próxima é a contagem dos seus elementos ou o desenhar do termo pedido (embora tam-

bém utilizem o método do objecto-inteiro e o método recursivo), e que em questões de gene-

ralização distante utilizam principalmente o método linear.

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14

Ainda relativamente à generalização de padrões figurativos associados a sequências

lineares, Becker e Rivera (2005) realizaram um estudo com alunos de 9.º ano no qual identi-

ficaram vinte e três estratégias diferentes utilizadas, sendo algumas numéricas e outras

visuais. Os autores agruparam as formas de generalização identificadas de acordo com a sua

similaridade em três grupos: numéricas, figurativas e pragmáticas, sendo as numéricas as

mais predominantes. Segundo estes autores, os alunos que utilizam estratégias numéricas

empregam a ‘tentativa e erro’ como uma estratégia de semelhança, sem preocupação sobre o

valor do coeficiente do padrão linear. Os alunos que utilizam a generalização figurativa

empregam estratégias de similaridade perceptual, nas quais o importante é a relação entre os

números na sequência linear. Os alunos que generalizam de forma pragmática utilizam estra-

tégias numéricas e figurativas, conseguindo identificar as relações e as propriedades nas

sequências numéricas.

Rivera e Becker (2008) realizaram ainda estudos envolvendo alunos entre os 11 e os 14

anos em tarefas com padrões figurativos e referem a existência de três formas de generaliza-

ção utilizada: uma forma construtiva convencional, uma construtiva não convencional e outra

deconstrutiva. A forma construtiva convencional é a mais fácil para os alunos estabelecerem,

assim como a mais comum, enquanto a construtiva não convencional já se apresenta mais

difícil, e a deconstrutiva sendo a que menos alunos conseguem atingir. A generalização cons-

trutiva ocorre normalmente quando a expressão geral é simples e se obtém a partir de padrões

figurativos cujas imagens em cada termo se apresentam isoladas, facilitando a sua contagem.

Figura 3 – Generalização construtiva de um padrão figurativo

(Rivera & Becker, 2008, p. 68)

Figura 4 – Generalização deconstrutiva de um padrão figurativo

(Rivera & Becker, 2008, p. 68)

Sem sobreposição Subtrai 1 lado interior sobreposto

Subtrai 2 lados interiores sobrepostos

15

Quando cada termo é constituído por elementos que se sobrepõem, dificultando a sua

contagem, e cuja generalização envolve a combinação de adições e subtracções sucessivas

em cada parte de cada termo, os autores consideraram um caso de generalização deconstruti-

va. Os autores evidenciam a tendência dos alunos pelas formas de generalização construtivas.

Steele e Johanning (2004) realizaram estudos envolvendo a exploração de sequências

crescentes sob forma pictórica, lineares e quadráticas, por alunos do 7.º ano e referem que

estes desenvolvem esquemas mentais para a resolução de problemas algébricos envolvendo

padrões e que estes determinam a forma como tentam generalizar esses mesmos padrões. As

autoras referem duas formas de generalização: uma construída através de subtracções e outra

a partir de construções adicionais.

No caso da estratégia de subtracções, os alunos identificam um valor constante a ser

retirado nos seus cálculos de forma a obterem o total desejado. No estudo realizado pelas

autoras, os alunos tinham de calcular o número de quadrados sombreados numa sequência de

figuras como as abaixo apresentadas; alguns alunos conseguiram chegar ao termo geral mul-

tiplicando o número de lados pelo número de quadrados presente em cada lado (no caso da

Figura 5 fariam 4 x 3), subtraindo depois a este valor o número 4. Nesta situação, a figura

ajuda a identificar mais facilmente qual o valor a retirar pois os alunos aperceberam-se que o

4 obtido e que necessitavam de utilizar correspondia ao número de cantos da figura (os quais

contavam duas vezes ao fazer 4x3).

Figura 5 – Diagrama do problema dos quadrados sombreados

(Steele & Johanning, 2004, p. 73)

Com a estratégia das construções adicionais, os alunos procedem como se estivessem a

construir a figura, adicionando um certo número de quadrados a cada lado do quadrado; os

alunos que utilizaram esta estratégia no estudo referido por Steele e Johanning começaram

por colocar 3 quadrados num dos lados da figura, mas ao lado seguinte apenas adicionaram 2

quadrados, assim no lado que se lhe seguiu; para o último lado apenas foi possível acrescen-

tar mais um quadrado para a figura ficar completa, chegando os alunos a uma sequência de

adições do tipo n+(n-1)+(n-1)+(n-2). No entanto, os principais resultados evidenciados pelo

16

estudo relacionam-se com os esquemas mentais desenvolvidos pelos alunos, os quais vão

sequencialmente acomodando e assimilando novos aspectos de modo a facilitar a resolução

de cada nova situação matemática que lhes é apresentada. Estes ajustes ocorrem à medida que

vão resolvendo tarefas semelhantes, evidenciando como o trabalho continuado com este tipo

de tarefas contribui para o desenvolvimento e fortalecimento de estratégias de resolução viá-

veis.

Num estudo realizado em Portugal com crianças de 5.º ano, Santos (2008) investigou

também as estratégias de generalização de padrões utilizadas na resolução de tarefas envol-

vendo padrões figurativos e numéricos. A investigadora identificou uma evolução das estra-

tégias utilizadas pelos alunos, os quais começam por utilizar estratégias recursivas, de conta-

gem ou aditivas para encontrar os termos próximos ou distantes numa dada sequência. Ao

longo do trabalho com este tipo de tarefas, acabam por ter a necessidade de encontrar rela-

ções, usando estratégias de agrupamento visual para melhor compreenderem a construção da

figura. Mais tarde, acabam por procurar uma relação directa entre o termo e a sua ordem,

independentemente de se tratar de uma situação de generalização próxima ou distante, reve-

lando uma evolução na escolha das estratégias. A investigadora concluiu também que “as

estratégias implementadas foram-se tornando mais intencionais, pois os alunos sabiam o que

procuravam, percepcionando a necessidade de encontrar uma generalização” (Santos, 2008,

p. 154).

2.4. Dificuldades na resolução de tarefas com sequências

Aquando da resolução de tarefas envolvendo a procura e análise de padrões, os alunos

encontram obstáculos que dificultam, entre outros aspectos, a obtenção da generalização. Em

alguns casos, trata-se de pormenores que, quando ignorados, inviabilizam a resposta mais

adequada, desorientando os alunos no caminho a percorrer para a solução. Driscoll (1999)

realça três erros frequentemente dados pelos alunos aquando do trabalho com padrões: um

deles é a pressa de encontrar uma expressão geral, o que muitas vezes os leva a ignorar casos

particulares da sequência e, consequentemente, a obter uma generalização errada; outro erro

comum é o trabalho com a sequência conduzir a conclusões que não são adequadamente ana-

lisadas, isto é, os alunos podem até chegar a uma conclusão correcta – a uma relação numéri-

ca, por exemplo – mas não chegam a reflectir sobre essa relação e a sua importância na con-

17

clusão a que chegaram, sendo esta relação interpretada como trivial quando não o é; o outro

erro salientado pelo autor é facto de os alunos muitas vezes criarem generalizações baseadas

em propriedades erradas usando, por exemplo, o conceito de proporcionalidade directa em

situações em que este não se pode aplicar.

Também Stacey (1989) identifica no seu estudo alguns dos condicionantes identificados

por Driscoll nos processos de resolução das tarefas. A utilização de métodos incorrectos ou

de vários métodos conjugados de modo errado são outros obstáculos salientados pela autora

que também realça a falta de consistência na escolha dos modelos matemáticos utilizados. A

pressa para chegar à resposta levou frequentemente os alunos a mudar de estratégia meio da

tarefa para o método da diferença ou do objecto-inteiro, de modo a obter uma resposta mais

rapidamente, mas frequentemente a resposta encontrada era incorrecta. Segundo refere a

autora, os alunos desenvolvem uma compreensão incompleta de determinados conceitos

como proporcionalidade directa e função linear, o que os leva posteriormente utilizar as suas

propriedades de modo errado e irreflectido.

A capacidade de abstracção dos alunos também condiciona as suas aprendizagens neste

âmbito. De acordo com o estudo realizado por Orton e Orton (1999) o grau de abstracção de

um aluno pode determinar as dificuldades que terá durante a resolução da tarefa e mesmo o

seu interesse e motivação ao longo da realização da tarefa. Os autores referem que embora

perto de metade dos alunos do seu estudo, com idades entre os 10 e os 13, tenham conseguido

encontrar o termo seguinte numa sequência, a identificação de termos mais distantes dos

apresentados tornou-se numa tarefa difícil para a grande maioria dos alunos. Muitos dos erros

cometido pelos alunos estão relacionados com a sua falta de competência aritmética, o que

torna mais difícil a continuação da sequência ou identificação de termos mais distantes.

Estes autores salientam também que os alunos apresentam uma clara preferência por

relações recursivas, o que dificulta a obtenção de uma generalização da sequência, assim

como (mais uma vez) a utilização de métodos desadequados à situação. Já Hargreaves, Threl-

fall, Frobisher e Shorrocks-Taylor (1999) referem a tendência dos alunos para identificarem

números pares e impares na exploração de sequências lineares, método este que também não

permite obter uma expressão geral.

Zazkis e Liljedahl (2002) referem no seu estudo que o uso excessivo do pensamento

aditivo e a falta de associação entre as propriedades da adição e da multiplicação podem difi-

cultar a obtenção da expressão geral associada à sequência. Estas dificuldades foram identifi-

cadas em adultos (professores em início de carreira) sendo natural que também se encontrem

no trabalho realizado por alunos mais jovens.

18

Quando se trata de alunos mais jovens, a transição para a ideia de sequência como fun-

ção pode ser difícil (Warren & Cooper, 2008). Este facto pode dever-se à falta da linguagem

adequada para expressar essa relação (não fazem uso de expressões como ‘coluna’ ou ‘linha’)

e à falta de capacidade para visualizar a continuidade dos padrões, ou seja, falta de capacida-

de de abstracção. No estudo realizado com alunos de 8 anos, Warren e Cooper (2008) salien-

tam que muitos alunos revelam capacidade de expressar as generalizações oralmente, embora

com pouca precisão. Verificaram que as respostas escritas estavam frequentemente incorrec-

tas, apesar das suas respostas orais terem sido consideradas correctas; os investigadores justi-

ficam este facto com o facto de se subentender o que os alunos dizem oralmente, pelas

expressões que utilizam ou por exemplificarem com materiais manipuláveis, o que não se

pode incluir nas respostas escritas. Também Santos (2008) realça esta dificuldade no trabalho

realizado com alunos do 5.º ano, nomeadamente dificuldades em exprimir raciocínios e em

justificá-los.

No entanto Warren e Cooper (2008) realçam que mesmo os alunos do 1.º ciclo são

capazes de um pensamento funcional e que o desenvolvimento deste pensamento pode ser

auxiliado pela utilização de padrões através de materiais manipuláveis, e do acompanhamento

do professor através de questões que tentem tornar explícita a relação entre as figuras e a sua

posição nos padrões. Tornando explícita a posição de cada termo através da indicação do

valor da sua ordem, ajuda a enfatizar a ligação entre o padrão e o número da posição que lhe

corresponde.

19

CAPÍTULO 3

As TIC na Educação Matemática

A escola sempre tentou acompanhar as evoluções tecnológicas, desde as já longínquas

potencialidades do rádio e da televisão, até mais recentemente com a utilização de redes

sociais ou ambientes virtuais. A procura de novas formas de chegar aos alunos, e de auxiliar

as suas aprendizagens, tem trazido para dentro das escolas ferramentas cuja utilização nem

sempre é simples, mas que se espera que criem melhores condições para o ensino. Na última

década foram as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) que ganharam terreno,

com as suas múltiplas ferramentas e mundos de aprendizagem.

Neste capítulo pretende-se apresentar um quadro geral da utilização das TIC no ensino,

em especial no ensino-aprendizagem da matemática e aquando do uso de materiais manipula-

tivos virtuais, como é o caso das applets. Ao fazê-lo, tentar-se-á também chamar a atenção

para alguns aspectos da utilização das TIC em sala de aula, nomeadamente das alterações

ocorridas nos espaços de aprendizagem e nos papéis desempenhados pelo professor e pelos

alunos nas situações de ensino. Serão também salientadas algumas potencialidades da utiliza-

ção de ferramentas tecnológicas no desenvolvimento do pensamento algébrico.

3.1. As TIC em contexto educativo

A tecnologia é um termo muito vasto e cuja definição frequentemente envolve a combi-

nação de um dispositivo, a forma como pode ser utilizado e em que contextos, e que aplica-

ções tem. Segundo Damásio (2007) a tecnologia “envolve um conjunto de artefactos e dispo-

sitivos que incorporam um vasto número de práticas no seu uso e desenvolvimento e que se

organizam de acordo com lógicas sociais e organizacionais específicas. A tecnologia combina

elementos tecnológicos com práticas e formas de organização social” (Damásio, 2007, p. 45),

20

sendo as TIC uma forma de manifestação tecnológica que assume grande importância na nos-

sa sociedade.

A forma como os instrumentos tecnológicos são desenhados para aplicação no contexto

escolar depende da corrente psicológica que os orienta e consequentemente do propósito para

o qual a ferramenta foi criada. No entanto, as ferramentas tecnológicas utilizadas no ensino

tendem a ter algumas propriedades comuns (Damásio, 2007) como permitir a participação

activa dos alunos de modo interactivo, facilitar a prática repetitiva de determinada acção,

possibilitar diferentes percursos de aprendizagem e níveis de dificuldade e realizar um feed-

back imediato às acções dos alunos pela correcção das tarefas, na tentativa de os motivar e

auxiliar.

Mas a tecnologia por si só não faz qualquer diferença no ensino; é a relação entre o con-

texto tecnológico utilizado, o professor, os alunos, o currículo e a actividade matemática que

podem fazer diferença na aprendizagem (Heid & Blume, 2008). A tecnologia é mais uma

ferramenta ao dispor do professor, a quem cabe a decisão de escolher os materiais mais ade-

quados para os seus alunos e para os conteúdos a trabalhar. Isto porque diferentes alunos têm

diferentes formas de aprender e de compreender o que lhes é apresentado.

Em grande parte das salas de aula existem alunos que necessitam do trabalho com mate-

riais manipulativos para compreender os conceitos, outros que conseguem facilmente apren-

der através de uma história ilustrada ou de um esquema, e ainda outros que precisam cons-

truir uma explicação sua para o conceito em causa (Alejandre & Moore, 2003) de forma a

compreendê-lo adequadamente e conseguir resolver problemas relacionados. Ao professor

cabe a tarefa de escolher as actividades a realizar em cada conteúdo de modo a promover as

aprendizagens desejadas nos seus alunos, mas ao utilizar ferramentas tecnológicas existem

outras preocupações a que deve dar atenção (Clements & Sarama, 2005).

Estudos revelam que, até há poucos anos em Portugal, a utilização que era feita das TIC

em contexto educativo era fraca e quando era realizada não era adequadamente pensada, pla-

nificada ou pedagogicamente cuidada (Paiva, 2002). Na última década houve um grande

crescimento de materiais e ferramentas ao dispor da sociedade e também da escola. A criação

do Plano Tecnológico da Educação e o apetrechamento das escolas com meios electrónicos

foi uma das medidas aplicadas pelo Governo Português para tentar facilitar e melhorar a inte-

gração curricular das TIC. Espera-se assim transformar as escolas “em espaços de interactivi-

dade e de partilha sem barreiras, preparando as novas gerações para os desafios da sociedade

do conhecimento” (ME, 2006). O aumento que ocorreu ao nível da variedade de aplicações e

ferramentas disponíveis teve como base principalmente a Internet. Esta forma de divulgação

21

de informação tem sofrido várias e rápidas mutações ao longo dos últimos 10 anos, tendo-se

tornado num dos principais meios de comunicação utilizados na nossa sociedade.

3.2. As TIC no ensino da Matemática

As potencialidades da utilização das TIC na educação são várias (Correia, 2004; Ponte,

2002; Paiva, 2002; Martinho & Pombo, 2009). Estudos referem que a implementação de tec-

nologias em actividades de sala de aula criam um ambiente mais motivador para os alunos, os

quais se revelam mais empenhados, interessados e mesmo rigorosos no tratamento dos resul-

tados obtidos durante a actividade (Martinho & Pombo, 2009).

A utilização das TIC no ensino, em especial da matemática, tem também tido um grande

crescimento, havendo actualmente uma vasta gama de possibilidades tecnológicas ao dispor

do professor e dos alunos. O computador, a calculadora, o projector de vídeo ou o quadro

interactivo são materiais que cada vez mais estão presentes nas salas de aula em Portugal,

permitindo um conjunto numeroso de actividades e formas de aprendizagem, como nunca

antes foi visto.

No ensino da matemática, a utilização de ferramentas electrónicas como a calculadora

ou o computador, podem permitir uma visão mais clara dos conceitos matemáticos, ajudar na

organização e análise de dados e fazer cálculos de modo extremamente rápido e eficaz

(NCTM, 2007). A utilização destas tecnologias permite envolver os alunos em actividades

significativas, auxiliando ao desenvolvimento de atitudes positivas face à matemática, além

de facilitar a colaboração e interacção entre professor e aluno (Ponte, 1995).

A utilização efectiva dos computadores no ensino básico e secundário teve o seu grande

impulso na década de 90 com o projecto Minerva, embora não existisse muito software dedi-

cado ao desenvolvimento de aprendizagens em Matemática. O aumento dos materiais dispo-

níveis foi crescendo de acordo com o interesse dos professores e as suas aprendizagens dentro

desta nova ferramenta (Silveira, 2007) e assim apareceram várias experiências com o LOGO,

a folha de cálculo e pequenos programas feitos em Basic. A calculadora gráfica foi também

um instrumento lentamente integrado no ensino, não só por ainda existir em pouco número

mas devido a normas administrativas que impediam a utilização da calculadora em determi-

nados contextos de avaliação, como os exames no ensino secundário. No entanto, ao longo da

década de 90 a utilização de calculadoras no ensino começou a ser facilitada e as experiências

22

de utilização de calculadoras gráficas em sala de aula demonstraram a importância desta fer-

ramenta. O NCTM (2007) realça que “as tecnologias electrónicas – calculadoras e computa-

dores – constituem ferramentas essenciais para o ensino, aprendizagem e o fazer matemática”

(p. 26), sendo instrumentos importantes na investigação em matemática, pois facilitam o tra-

balho aos alunos na medida em que lhes permitem dedicar maior atenção aos seus raciocí-

nios, reflexões, conjecturas e à resolução de problemas.

Na década de 90 iniciou-se também a utilização da Internet pelo grande público, e mul-

tiplicam-se os programas e as experiências dedicadas à educação matemática, como a lingua-

gem LOGO, o Cabri-géomètre, a folha de cálculo, o Derive, o Mathematica, o Sketchpad, e a

utilização do computador para permitir actividades de modelação computacional. Segundo

Ponte (1995) as vantagens da utilização do computador referem-se à possibilidade de visuali-

zação, modelação e criação de micromundos de aprendizagem, sendo dos instrumentos mais

importantes que os professores têm ao seu dispor para proporcionar experiências diversifica-

das aos seus alunos. O apetrechamento das escolas com os materiais necessários foi sempre

uma necessidade e preocupação, tendo sido realizada muito lentamente.

A par da utilização da tecnologia, surgiu também a necessidade de reflexão e avaliação

sobre essa utilização, visto que a própria sociedade se foi transformando na sociedade da

informação. Segundo Ponte (1997) o papel da matemática escolar passou a ser o de “dar um

contributo essencial para aprender a interrogar, conjecturar, descobrir e argumentar racioci-

nando sobre objectos abstractos e relacionando-os com a realidade física e social” (p. 1). Esta

alteração levou também a que o papel do professor se alterasse, assim como as metodologias

e materiais tradicionalmente utilizados em sala de aula. A Associação de Professores de

Matemática (1998) sugere igualmente a diversificação dos materiais utilizados pelo professor

nas tarefas realizadas em sala de aula, nomeadamente pela utilização de materiais manipulá-

veis, calculadoras e computadores, realçando que estes proporcionam um grande envolvimen-

to dos alunos na sua aprendizagem. Referem também que os professores devem preparar as

suas aulas baseando-se em várias fontes, entre as quais a Internet. Actualmente é possível

encontrar na Internet várias aplicações informáticas ou mesmo ferramentas Web 2.0 que

começam a ser utilizadas em contexto educativo (Coutinho, 2009; Carvalho, 2008; O’Hear,

2006; Kumar, 2009).

Para a aprendizagem de conteúdos associados a Funções e Álgebra existem ao dispor do

professor várias aplicações criadas exclusivamente para a aprendizagem, como é o caso dos

Computer Assisted Systems (CAS) como o Derive, o Maple ou o Mathcad, disponíveis tanto

em software para instalação em computadores como nas calculadoras das marcas Casio ou

23

Texas Instruments. No entanto, quando analisamos investigações realizadas sobre o trabalho

algébrico com padrões e sequências nos 1.º e 2.º ciclos utilizando o computador, a ferramenta

mais comummente escolhida é a folha de cálculo (Ponte, Branco, & Matos, 2009). Isto por-

que se trata de um programa de simples acesso e utilização, chegando a ser sugerido no novo

Programa da Matemática a sua utilização, visto que “permite realizar com rapidez experiên-

cias com números e pôr em evidência relações numéricas” (ME, 2007, p. 40). A folha de cál-

culo é um instrumento que se considera ainda que auxilia o desenvolvimento do conceito de

variável e a compreensão das relações entre variáveis, libertando o aluno dos cálculos numé-

ricos e manipulações numéricas repetitivas, o que permite uma maior concentração no traba-

lho a realizar (Neves, Monteiro, Rocha, Silva, & Ponte, 2005).

Por sua vez, o Geogebra é um programa recente que interliga o trabalho de Geometria e

Álgebra, permitindo relacionar a representação gráfica e em tabela com as informações que

lhe são dadas algebricamente (Ponte, Branco, & Matos, 2009).

Existem, no entanto, outras ferramentas disponíveis na Internet, nomeadamente applets,

que podem ser utilizadas de forma contextualizada de modo a orientar os alunos em activida-

des de exploração e desenvolvimento do raciocínio matemático. As applets, que também se

encontram referidas no novo Programa de Matemática como ferramentas úteis no trabalho em

sala de aula, encontram-se disponíveis em vários sítios da Internet, como é o caso do sítio do

Instituto Freudenthal, e podem ser utilizadas nas aulas de Matemática para trabalhar diversos

“conceitos matemáticos de uma forma diferente, estimulante para os alunos, possibilitando a

diferenciação pedagógica na sala de aula” (Figueiredo & Palha, 2005, p. 6).

3.3. Materiais manipulativos virtuais e o ensino da Matemática

No ensino da matemática, tal como nas restantes áreas disciplinares, a utilização das

TIC pode levar à criação de novos ambientes de aprendizagem, de novos procedimentos den-

tro da sala de aula, isto é, novas formas de actuar por parte do professor e dos alunos. Estas

modificações devem ser cuidadosamente analisadas pelo professor de forma a verificar se são

positivas para os seus alunos, ou se apenas irão substituir algo que o professor costuma fazer

sem trazer benefícios claros para a aprendizagem.

De entre o vasto conjunto de ferramentas que as TIC disponibilizam ao professor e ao

ensino da matemática estão os materiais manipulativos virtuais. Young (2006) utiliza o termo

24

‘virtual manipulatives’ para se referir a elementos cuja utilização é possível através da Inter-

net e não apenas com o computador, pelo que inclui neste grupo as applets, não só as desen-

volvidas em Java mas as programadas em Flash. Assim, a manipulação destes materiais vir-

tuais deverá possibilitar as mesmas propriedades que os materiais manipuláveis reais, acres-

cendo a vantagem de poderem ser usados em qualquer altura, por professores ou alunos, visto

encontrarem-se disponíveis na Internet.

Além disso, muitos destes materiais possibilitam a correcção automática das respostas

dadas pelos alunos e são adequados à utilização por parte dos que são portadores de deficiên-

cia (Young, 2006). A utilização de materiais manipulativos virtuais pode proporcionar

ambientes nos quais os alunos reflectem sobre as suas conjecturas e resolvem as dificuldades

que vão encontrando durante a resolução da tarefa, estabelecendo conexões entre diferentes

conceitos matemáticos e operações (Durmus & Karakirik, 2006).

As applets são pequenas aplicações que podem ser desenvolvidas em linguagem Java1 e

que se podem incluir em páginas HTML de modo a serem utilizadas através um browser;

estas aplicações não necessitam de instalação no computador e permitem manipular objectos

ou obter algum resultado a partir da interacção com essa aplicação. Existe uma grande varie-

dade de applets disponíveis na Internet, cuja utilização se pode associar ao trabalho sobre

diferentes conceitos matemáticos, embora seja menos comum encontrá-las escritas em portu-

guês.

A criação de applets em Flash2 começa também a ser cada vez mais comum. O Macro-

media Flash é uma ferramenta de desenvolvimento de aplicações, principalmente utilizada

por permitir a criação de objectos gráficos e animações de forma simples e de grande quali-

dade. O resultado de uma aplicação feita em flash é muito semelhante a uma applet Java,

sendo também possível a sua utilização online através da sua inclusão numa página html.

A utilização de applets pode auxiliar os alunos na compreensão de conceitos matemáti-

cos, através da visualização das suas múltiplas representações – numéricas, algébricas, gráfi-

cas, pictóricas e verbais – e da exploração de actividades (Garofalo & Summers, 2004). O seu

uso em sala de aula de matemática obtém os seus maiores benefícios da interactividade per-

mitida, o que pode tornar a tarefa apresentada mais motivadora e interessante para os alunos

(Figueiredo & Palha, 2005). Além disso, muitas das applets disponíveis permitem a correc-

ção automática das tarefas realizadas, o que concede ao aluno uma maior autonomia no seu

percurso de aprendizagem pois não necessita do professor para saber se as suas respostas 1 http://java.com/pt_BR/ 2 http://en.wikipedia.org/wiki/Adobe_Flash

25

estão correctas e assim poder passar às tarefas seguintes. As applets também podem ser usa-

das para realizar demonstrações por parte do professor, evitando que este se alongue em

exposições demoradas e muitas vezes pouco claras para os alunos (Heath, 2002). Este poder

de interactividade, a possibilidade de modelar situações reais e demonstrar determinados con-

ceitos ou acontecimentos aos alunos, tornam também as applets em boas ferramentas para

serem utilizadas nos quadros interactivos.

A interactividade é um dos aspectos mais importantes destas ferramentas. Esta interacti-

vidade pode ter várias formas de ser identificada, quer por existência de feedback por parte da

aplicação, ou pelo controlo que o utilizador faz do objecto representado. Ao definirmos uma

aplicação como interactiva estamos a avaliar o seu índice de usabilidade, o carácter lúdico do

seu conteúdo e os controlos existentes da interface apresentada. Assim, a interactividade pode

ser considerada com um conceito multifacetado que “introduz o uso, a participação e a adop-

ção lúdica como propriedades sociais das TIC” (Damásio, 2007, p. 88).

Como qualquer outra actividade de exploração, a utilização de applets permite desen-

volver as capacidades argumentativas dos alunos, os quais poderão depois ser aliciados a dis-

cutir as suas descobertas com os colegas. Aliás, visto que os alunos podem seguir diferentes

percursos de aprendizagem e as aulas se podem tornar pouco orientadas pelo professor, é

importante a existência de momentos de discussão em grande grupo. Estes momentos permi-

tirão ao professor ter uma ideia geral do trabalho realizado pelos alunos, assim como também

permitirá aos alunos reflectir sobre as actividades realizadas e as suas aprendizagens, discu-

tindo diferentes caminhos seguidos na resolução das actividades (Figueiredo & Palha, 2005).

A utilização destas novas tecnologias não descarta a importância do trabalho com papel

e lápis, devendo ser assumido que se trata apenas de mais uma forma de representar o concei-

to matemático em estudo (Ventura & Oliveira, 2008). A aprendizagem pode beneficiar com a

tecnologia mas porque esta facilita a visualização das noções matemática por diversas pers-

pectivas, pois os alunos devem ser capazes de alterar entre formas de representação dos con-

ceitos, de acordo com o que é mais adequado (NCTM, 2007). As tarefas a propor ao aluno

deverão ser contextualizadas e cuidadosamente preparadas pelo professor, a quem cabe o

papel de dinamizar a tarefa tendo como suporte o computador e orientar a discussão e refle-

xão posterior, relacionando as diferentes descobertas dos alunos e promover a consolidação e

generalização dos conceitos abordados.

26

3.4. Ambientes de aprendizagem com as TIC

Como foi já referido, a utilização de ferramentas TIC em contexto de sala de aula acar-

reta algumas alterações naquilo que é quotidiano na preparação das aulas e no desenvolvi-

mento das tarefas. Para os professores que têm pouca familiaridade com os instrumentos tec-

nológicos, a adaptação às ferramentas e às novas rotinas de sala de aula tem de ser realizada

com tempo e calma (Alejandre, 2005). É preciso considerar vários factores como o material

disponível, como irão trabalhar os alunos, se em grupo ou individualmente, quais os objecti-

vos para os quais se irá utilizar as TIC, etc.

As alterações que se impõem sobre o papel do professor e do aluno são dos principais

factores de resistência à utilização educativa das TIC (Amado & Carreira, 2008). Para acom-

panhar o ritmo a que as novas tecnologias vão surgindo, a que novas ferramentas são dispo-

nibilizadas, é essencial uma formação constante por parte do professor, uma atenção perma-

nente sobre as novas possibilidades para as suas aulas e para facilitar a aprendizagem dos

seus alunos.

O professor deve assumir que, neste campo, não é o detentor supremo do conhecimento,

para se colocar a par com os seus alunos na aprendizagem centrada no uso da tecnologia.

Embora pareça que o papel do professor é secundarizado, a realidade é que a sua importância

reside na escolha adequada das ferramentas aquando da criação e condução das situações de

aprendizagem necessárias (Ponte, 1995). É neste sentido que o professor deve direccionar o

seu esforço, fazendo uma planificação cuidada da aula e da tarefa a realizar, e tentando o

mais possível tornar-se fluente no uso da ferramenta ou tecnologia escolhida.

Claro que o professor pode recorrer às TIC e continuar a leccionar aulas mais expositi-

vas, fazendo aulas demonstrativas com utilização das ferramentas seleccionadas ou usando o

projector como substituto do quadro preto. Desta forma, ser-lhe-á mais fácil manter o contro-

lo sobre o uso da tecnologia e reduzir o risco de questões sobre o uso da ferramenta que pode-

ria não saber responder imediatamente aos alunos. Aliás, diversos estudos têm demonstrado

que o facto de a tecnologia estar presente na sala de aula não implica que ocorram alterações

na prática educativa (Oliveira & Domingos, 2008).

No entanto, a utilização efectiva da tecnologia por parte dos alunos, torna-os mais

envolvidos na realização das tarefas e na sua aprendizagem. O papel assumido pelo aluno em

aulas em que ocorre a utilização das TIC é mais activo e central (Amado & Carreira, 2008).

Ao utilizarem o computador os alunos conseguem mais facilmente exemplificar, conjecturar

e trabalhar múltiplas representações do mesmo conceito, num espaço de tempo mais curto e

27

com menor ansiedade relativamente à possibilidade de erros da sua parte. Podem ainda testar

as suas conjecturas e corrigi-las ou ampliá-las consoante os exemplos com os quais vão traba-

lhando. Nesta perspectiva, a utilização da tecnologia permite a diferenciação pedagógica, o

que é essencial quando se tem alunos com níveis de desempenho heterogéneos (Zulatto,

2002), como é habitual nas nossas salas de aula.

A integração das TIC na sala de aula surge cada vez mais como uma necessidade, mas a

sua utilização efectiva e útil depende do interesse e dedicação do professor. A utilização de

applets, ou qualquer outra ferramenta tecnológica, implica a proximidade entre o professor e

a tecnologia, a sua apropriação, escolha cuidadosa das actividades a realizar com os alunos,

assim como a definição de como a tecnologia irá complementar a aprendizagem realizada

também por outros meios. Só assim os alunos realizarão aprendizagens válidas, significativas,

e enfrentarão a aprendizagem de forma entusiástica e produtiva.

3.5. As possibilidades das TIC no desenvolvimento do Pensamento Algébrico

Como foi referido anteriormente, a utilização do computador no trabalho em Álgebra

está principalmente voltado para o uso de ferramentas próprias para níveis mais avançados.

Nos níveis de escolaridade mais baixos, é comum a utilização da folha de cálculo ou do mais

recente Geogebra, o qual apresenta facilmente a forma gráfica da relação ordem/termo da

situação em estudo.

Healy, Pozzi e Sutherland (2001) referem que durante as décadas de 80 e 90 foram rea-

lizados alguns estudos associados à utilização da linguagem LOGO que revelaram que a uti-

lização de ambientes computacionais podem auxiliar os alunos a ultrapassar algumas das suas

dificuldades na aprendizagem da álgebra, sendo-lhes mais fácil a adopção da linguagem

algébrica do que acontecia com a realização de tarefas de papel e lápis: “students necessarily

used formal language to converse with the computer giving them a more meaningful intro-

duction to, for example, the notion of variables” (Healy, Pozzi, & Sutherland, 2001, p. 238).

A perspectiva que guia o modelo das tarefas utilizadas nestes estudos é diferente daquela que

se começa a implementar em Portugal, visto que não tem a sua ênfase no trabalho de análise

de sequências e padrões mas sim na possibilidade de utilizar o sistema simbólico como uma

forma de comunicação, como acontece com a linguagem LOGO.

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29

A utilização da folha de cálculo nesta situação torna muito clara a estrutura iterativa da

tarefa e permite aos alunos oscilar entre a utilização dos exemplos numéricos (resultados das

formulas visíveis na Figura 7) e as formulas utilizadas para encontrar os valores numéricos e

que reflectem uma notação algébrica. Segundo Ainley, Bills e Wilson (2005), a utilização da

notação necessária à folha de cálculo obriga os alunos a estabelecer relações entre as diferen-

tes células, ou seja, diferentes valores numéricos, e tem o propósito imediato de obter um

resultado para a tarefa a realizar. Ao introduzir a fórmula necessária numa célula o aluno

também obtém uma resposta ao nível da sua correcção, evitando de esperar pela verificação

do professor.

Apesar de ainda pouco comum, começam a surgir estudos de tentativas de desenvolvi-

mento de ambientes tecnológicos contextualizados para o trabalho em Álgebra com alunos

mais jovens. Em 2008 foi criado em Londres um projecto – MiGen – com o objectivo de

melhorar a capacidade de generalização em matemática em alunos entre os 11 e os 14 anos,

através da utilização de um ambiente tecnológico. A equipa envolvida no projecto tem tenta-

do desenvolver um micromundo de aprendizagem em Álgebra – o eXpresser – que possibilita

aos alunos analisar e generalizar usando padrões, através da construção de modelos. Gera-

niou, Mavikis, Hoyles e Noss (2009) realizaram um estudo com alunos entre os 11 e 14 anos

no qual investigaram as estratégias dos alunos na resolução de tarefas com padrões e sequên-

cias num protótipo do eXpresser chamado ‘ShapeBuilder’. Esta ferramenta foi elaborada para

possibilitar a construção e exploração de padrões, facilitando diferentes representações, como

simbólicas, icónicas, numéricas e mesmo verbais, e permitir a compreensão das relações e

equivalência entre diferentes representações. Os investigadores seguiram uma abordagem

construtivista, encorajando os alunos a construir relações usando uma linguagem quase-

algébrica. Concluíram que a construção colaborativa dos padrões, quer com as formas como

com as expressões, apresenta o potencial de encorajar os alunos a desenvolver uma estratégia

explícita, a qual têm de comunicar aos restantes colegas assim como desenvolver uma lin-

guagem que permita a sua descrição.

A aplicação desenvolvida, o micromundo eXpresser, incentiva os alunos a fazer cone-

xões entre actividades concretas de padrões e as expressões algébricas que as gerem

(Gutierrez, Makrikis, & Pearce, 2008) de uma forma em que a expressão geral está presente

desde o início, em vez de ser o objectivo da tarefa. Geraniou, Mavikis, Hoyles e Noss (2009)

realizaram também outro estudo no âmbito do projecto MiGen, no qual referem que a inte-

racção com este micromundo envolve os alunos na aprendizagem, e provoca-os a pensar

30

sobre as formas de generalização, ajudando-os a fazer a transição de números para variáveis

de uma forma significativa. Os autores realçam que as actividades de papel e lápis podem

limitar a propensão dos alunos para estabelecer relações entre as variáveis e utilizá-las de

modo significativo pois tornam menos claras as origens das variáveis:

Paper and pencil approaches tend to lead to the referents of the relevant va-

riables becoming obscured, thus limiting students’ propensity to conceptualize

relationships between variables, to justify and use them in a meaningful way.

With eXpresser, students have to construct models employing the structures

they see and find rules with generality in mind. (Geraniou E. , Mavrikis,

Hoyles, & Noss, 2009, p. 107).

31

CAPÍTULO 4

Metodologia de investigação

Tendo em consideração que o objectivo do presente estudo é identificar diferenças nos

processos e estratégias utilizados durante a exploração de padrões e sequências por alunos

que o fazem com suporte tecnológico relativamente aqueles que não fazem uso de tecnolo-

gias, apresentam-se de seguida os aspectos e características da metodologia seguida na inves-

tigação realizada, salientando que esta teve uma natureza qualitativa. O estudo realizado

focou-se numa realidade específica, a qual será neste capítulo explicada, justificando as

opções tomadas relativamente à escolha dos participantes, dos métodos de recolha de dados e

à análise dos resultados. Serão também explicadas algumas condicionantes que surgiram ao

longo da realização da investigação, e que obrigaram a alterações na metodologia inicialmen-

te pensada.

4.1. Opções metodológicas

A escolha da metodologia de investigação a seguir num estudo está dependente de

vários aspectos (Yin, 2003) como o tipo de questões do estudo, o nível de controlo que o

investigador tem sobre as ocorrências e se o objecto em estudo ocorre ou não durante a reali-

zação da investigação. Tendo estes aspectos em consideração optou-se por uma metodologia

qualitativa, visto que neste estudo se procurou fazer a descrição e explicação de vários aspec-

tos passados na sala de aula.

Segundo Bogdan e Bilken (1994), a metodologia qualitativa é possível quando se con-

jugam algumas características específicas como: o ambiente natural ser a fonte primária de

dados, sendo o investigador o principal instrumento de recolha de dados; os dados recolhidos

serem descritivos; o foco do investigador residir no processo mais do que nos resultados; os

32

dados serem analisados de modo indutivo; e o sentido ou o significado das acções e experiên-

cias dos participantes constituírem o cerne da investigação. Estas características estão todas

presentes no estudo realizado, visto que este decorreu na sala de aula de Estudo Acompanha-

do – o ambiente natural – de modo a recolher directamente os dados à medida que as aulas

decorriam, e a recolha de dados foi realizada pela investigadora, apesar de esta recorrer tam-

bém à gravação áudio e aos documentos produzidos pelos alunos. Os dados recolhidos cor-

respondem a dados descritivos, como é o caso das transcrições dos diálogos realizados entre

os alunos ou entre os alunos e investigadora, do diário de bordo realizado pela investigadora

ou pelos excertos de documentos utilizados, e foram analisados de modo indutivo, tendo sido

agrupados de acordo com as suas relações, e interpretados de forma a alcançar um conheci-

mento mais aprofundado sobre as questões em estudo, relacionadas com as estratégias utili-

zadas pelos alunos na resolução das actividades. Ao longo do estudo, pretendeu-se conhecer

melhor os métodos utilizados pelos alunos, as estratégias seguidas, e a forma como os alunos

interpretaram as várias questões propostas. Pelas características referidas e tendo em vista o

seu objectivo principal, esta investigação seguiu uma abordagem interpretativa, de modo a

conseguir uma análise mais aprofundada do processo em estudo, e visto haver uma grande

proximidade da investigadora com os participantes (Miles & Huberman, 1994).

Considerando os objectivos do estudo, dentro das modalidades possíveis na investigação

qualitativa, optou-se pela realização de uma experiência de ensino. Esta técnica de investiga-

ção foi desenhada para estudar o conhecimento matemático de crianças e como este é apren-

dido dentro do contexto do ensino da matemática (Steffe, 1991). Thompson (1979) resume as

principais características de uma experiência de ensino nos seguintes termos: tem uma orien-

tação para descobrir os processos através dos quais os alunos aprendem os conteúdos escola-

res, é uma investigação de natureza longitudinal, o investigador intervém no processo de

aprendizagem do aluno, existe uma interacção constante entre as observações registadas e a

planificação das futuras actividades na investigação, e os dados recolhidos são essencialmen-

te qualitativos. A característica mais óbvia neste método é que o investigador actua como

professor, tornando-se participante na interacção com o aluno. De acordo com Steffe (1991),

durante a interacção com o aluno, e baseando-se na interpretação que faz das palavras e atitu-

des do aluno, o investigador pode tomar decisões relativas a que questões colocar ou que

novas situações criar, sendo este aspecto o modus operandi das experiências de ensino.

De acordo com Engelhardt, Corpuz, Ozimek e Rebello (2003), em termos de desenvol-

vimento curricular, a experiência de ensino é vantajosa pois durante os episódios de ensino

em que o professor/investigador interage com o aluno, é possível testar novas estratégias de

33

ensino, analisando que instrumentos ou métodos proporcionaram aos alunos maior cresci-

mento conceptual. Segundo Steffe (1991), para tal é necessário ter em mente um modelo do

conhecimento do aluno, o qual se obtém a partir da formulação e teste de conjecturas sobre

vários aspectos da actividade matemática do aluno, de modo a perceber qual o conhecimento

que este detém.

Esta modalidade de investigação tem os seus fundamentos nas teorias construtivistas de

Piaget, as quais determinam que as raízes do conhecimento matemático podem ser encontra-

das na forma coordenada das acções dos alunos (Steffe, 1991). O conhecimento matemático é

baseado na coordenação de acções individuais organizadas em padrões que permitam alcan-

çar um objectivo, podendo estas acções tanto ser físicas como mentais. De acordo com Steffe

(1991) estas acções mentais constituem operações, e os esquemas envolvidos são operativos.

Embora esta metodologia permita desenvolver modelos úteis de aprendizagem em

matemática, no caso do presente estudo foi usada como forma de entender que estratégias são

utilizadas durante a resolução de tarefas com sequências e padrões, e descobrir semelhanças e

diferenças que ocorrem durante essa resolução por alunos que trabalham apenas com papel e

lápis e alunos que também utilizam a tecnologia como ferramenta. Não se pretende generali-

zar os resultados obtidos mas apenas apresentar um conjunto de dados que ajudem a com-

preender que diferenças existem na aprendizagem da Álgebra por jovens alunos quando se

recorre ou não à utilização do computador em sala de aula.

Optou-se também pela realização de estudos de caso, visto que se pretendia observar

detalhadamente uma realidade: o desenvolvimento de estratégias de resolução de tarefas com

sequências (Bogdan & Bilken, 1994). De acordo com Coutinho e Chaves (2002), “a caracte-

rística que melhor identifica e distingue esta abordagem metodológica é o facto de se tratar de

um plano de investigação que envolve o estudo intensivo e detalhado de uma entidade bem

definida: o caso” (p. 223). Num estudo de caso pretende-se estudar os fenómenos no seu con-

texto, neste caso na sala de aula, focando-se para isso a atenção em dois pares de alunos em

cada turma envolvida que trabalharam em grupo. O trabalho desenvolvido por estes grupos

foi analisado mais pormenorizadamente, de modo a compreender a forma de resolução das

tarefas propostas e identificar semelhanças e diferenças entre os grupos que utilizaram ferra-

mentas tecnológicas e os que não o fizeram.

Segundo Cohen, Manion e Morrison (2000) o estudo de caso permite construir afirma-

ções teóricas desde que fundamentadas pelas provas obtidas durante a realização do estudo,

no contexto em que este decorreu. Assim, a generalização dos resultados é restrita, podendo

ser aplicada aos restantes alunos pertencentes às turmas onde foi realizado o estudo de caso

34

ou a outros alunos, mas desde que tenham características comuns, como a idade, o nível de

ensino e experiências semelhantes com a Matemática.

Visto que durante a realização deste estudo desempenhei as funções tanto de investiga-

dora como de professora das turmas em estudo, tive a oportunidade de aprofundar a reflexão

sobre a minha prática em sala de aula e procurar compreender melhor os problemas que, por

vezes, surgem nas aulas. De acordo com Bogdan e Bilken (1994), a investigação em educa-

ção pode ser utilizada pelos professores para melhorarem a sua própria prática e tornarem-se

mais eficazes. Além disso, pode ainda ajudar os professores a serem mais observadores do

meio escolar e mais conscientes na sua formação. Assim, esta foi uma oportunidade para

aperfeiçoar o meu desempenho em sala de aula, reflectindo, de uma forma mais estruturada,

sobre as minhas intervenções junto dos alunos.

4.2. Participantes

O estudo foi realizado na escola sede do Agrupamento de Escolas D. Pedro II, na Moita,

onde existem alunos do 5.º até ao 9.º ano de escolaridade. A escola está situada na vila da

Moita, junto da Escola Secundária, numa zona calma e tranquila. O município da Moita inte-

gra a Área Metropolitana de Lisboa e, embora a sua população esteja maioritariamente activa,

há a realçar um envelhecimento da população e um decréscimo ao nível dos jovens entre os 0

e os 14 anos. As principais actividades económicas situam-se no sector terciário, o qual tem

registado um grande crescimento nos últimos anos.

Para além dos alunos provenientes da freguesia da Moita, a Escola recebe também alu-

nos de algumas freguesias rurais. Devido à falta de transportes e ao povoamento disperso das

zonas rurais, os alunos permanecem grande parte do dia na Escola, só retornando a casa no

final do dia. A Escola tem procurado dinamizar vários espaços que permitam a estes alunos

que permanecem na escola participar em diversas actividades, algumas desportivas, outras

lúdicas ou de apoio ao estudo. A nível socioeconómico, as famílias pertencem principalmente

à classe média, embora existam muitos alunos provenientes de famílias com dificuldades

económicas, o que se tem vindo a comprovar pelo aumento de alunos a beneficiar de apoios

da acção social. O ambiente na escola é calmo e agradável, com pouca incidência de situa-

ções de indisciplina e de abandono escolar.

35

As turmas envolvidas no estudo pertencem ao 5.º ano de escolaridade. A turma A era

constituída por 27 alunos, com idades compreendidas entre os 10 e os 11 anos, sendo 14

rapazes e 13 raparigas. A turma B tinha 23 alunos, sendo 12 rapazes e 11 raparigas, entre os

10 e os 12 anos, havendo dois alunos repetentes. Em relação ao aproveitamento, os alunos da

turma B apresentavam maiores dificuldades de aprendizagem, não só na disciplina de Mate-

mática mas nas várias áreas curriculares. No entanto, os alunos eram interessados e, na maio-

ria, empenhados na realização das tarefas propostas. O 5.ºA, apesar de ser uma turma grande

e por vezes barulhenta, os alunos trabalhavam muito bem, chegando a competir entre eles

para ver quem acabava primeiro as tarefas de modo correcto. Nenhuma das turmas tinha na

sua constituição alunos a repetir o 5.º ano.

Tendo em consideração os objectivos da investigação realizada, era necessário utilizar

duas turmas com características semelhantes, de modo a reduzir as variáveis que pudessem

influenciar o desempenho dos alunos na realização das tarefas. Embora tivessem algumas

similaridades, na realidade ao longo do ano lectivo as turmas foram-se revelando muito dife-

rentes relativamente ao aproveitamento obtido nas várias áreas curriculares, tendo a turma B

apresentado um aproveitamento muito baixo em relação à turma A. Além destes factos, os

alunos do B apresentavam mais dificuldades em cumprir as regras de sala de aula, levantan-

do-se frequentemente do lugar sem pedir autorização e criando alguns conflitos entre si. No

entanto, enquanto professora de ambas as turmas nunca tive dificuldades em lidar com

nenhum dos alunos, tendo a relação com eles sido agradável, embora me acusassem frequen-

temente de ser demasiado exigente com eles.

De modo a esbater as diferenças entre os participantes no estudo, escolheram-se para a

recolha mais pormenorizada de dados grupos de alunos que apresentassem características

semelhantes nas duas turmas. Foram escolhidos dois grupos de alunos em cada turma, sendo

que cada grupo era formado por dois elementos. Os alunos escolhidos tinham entre 10 e 11

anos, e eram alunos com bom comportamento e resultados escolares satisfatórios. Outros

critérios utilizados para a escolha dos alunos recaíram na assiduidade apresentada ao longo

do ano (de forma a garantir que se poderia recolher dados análogos para todos os grupos) e na

capacidade de trabalho em grupo revelado noutras actividades realizadas ao longo do ano

lectivo (de modo a que a interacção dentro do grupo não constituísse um entrave à actividade

matemática a desenvolver com as tarefas propostas). Foram assim escolhidos na turma A os

grupos Maria-Vera e Diogo-Isabel e na turma B os grupos Filipa-Mafalda e Andreia-Sónia.

Os alunos foram informados acerca da realização da investigação durante o 2.º período,

visto que a implementação decorreu durante o 3.º período, e mostraram-se muito receptivos e

36

curiosos. Foi pedida a autorização para participação dos alunos aos respectivos encarregados

de educação (anexo 7), tendo sido garantido o anonimato dos alunos. Também o Director da

Escola já tinha sido informado dos objectivos do estudo (anexo 6), concedido a sua autoriza-

ção para a sua realização.

4.3. Organização do estudo

O estudo decorreu de Novembro de 2009 a Setembro de 2010, podendo definir-se três

etapas distintas. Durante a primeira etapa foi realizada a revisão de literatura recomendada

sobre o tema em estudo, incidindo principalmente sobre o estudo de sequências e padrões, as

estratégias de resolução utilizadas por alunos na realização de tarefas com sequências, e a

utilização das TIC neste contexto. Também foram realizadas as leituras necessárias de modo

a organizar adequadamente a metodologia de trabalho e a recolha de dados, assim como a

planificação da proposta pedagógica. Nos meses de Abril e Maio foi realizada a recolha de

dados, durante a concretização da proposta pedagógica apresentada. Os alunos foram obser-

vados no seu contexto natural, em situações de aprendizagem em sala de aula. Neste período

foram analisados alguns dos dados, transcritas as gravações áudio efectuadas e elaborado

progressivamente o diário de bordo. Na etapa final do estudo foram analisados em detalhe os

dados recolhidos e redigidos os resultados.

4.4. Métodos de recolha de dados

Tendo em consideração que o estudo realizado assentou numa metodologia qualitativa,

os métodos de recolha de dados consistiram na análise documental e na observação partici-

pante, sendo esta complementada com o diário de bordo e as gravações do áudio dos alunos

aquando da realização das actividades propostas. Também se tentou fazer o registo vídeo dos

passos seguidos pelos alunos durante a manipulação das applets, mas devido à existência de

alguns problemas técnicos esta gravação nem sempre foi possível. A utilização de vários ins-

trumentos de recolha de dados é importante, pois permite obter informações complementares

e realizar uma abordagem a partir de várias perspectivas (Bogdan & Bilken, 1994).

37

4.4.1. Diário de Bordo

As observações realizadas durante um trabalho de investigação devem ser cuidadosa-

mente controladas e sistematizadas, de modo a permitirem obter informações fidedignas e

isentas de parcialidade (Ludke & André, 1986). A observação favorece um contacto pessoal

com o objecto em estudo, assim como também permite obter a perspectiva dos sujeitos

observados. Na situação estudada, permitiu conhecer a percepção dos alunos relativamente às

tarefas apresentadas e o seu envolvimento durante a sua resolução.

Quando o observador também participa activamente no estudo ou nos eventos a estudar,

como é o caso, considera-se a forma específica ‘observação participante’ (Yin R. K., 2003).

Esta forma de observação tem as suas vantagens: neste caso, o facto de ser professora dos

alunos e de ser conhecida por eles, julgo que me permitiu observá-los numa posição mais

confortável do que seria se se sentissem observados por alguém desconhecido. Por outro

lado, ao assumir uma posição activa durante o decorrer da observação, o investigador pode

ter menos tempo para realizar as observações convenientemente, perdendo algumas dos

dados que poderiam ser importantes para o estudo.

The participant role may simply require too much attention relative to the ob-

server role. Thus, the participant observer may not have sufficient time to take

notes or to raise questions about events from different perspectives, as a good

observer might. (Yin, 2003, p. 96)

Para registar as observações realizadas, o investigador pode recorrer à utilização do diá-

rio de bordo. Este instrumento de recolha de dados permite registar as observações realizadas,

descrevendo o que aconteceu, mas também as preocupações, sugestões ou ideias que podem

surgir ao investigador durante a observação (Ponte, 2002). No fim de cada aula, registei os

acontecimentos que considerei mais importantes relativamente à actividade realizada, a forma

como os alunos exploraram as tarefas ou questões que colocaram. Também realizei o registo

da minha percepção sobre o ambiente de sala de aula, a prestação dos alunos, bem como da

minha prestação. Estes dados foram complementados com os registos dos diálogos mais sig-

nificativos obtidos a partir das gravações áudio, tendo sido dada maior relevância aos diálo-

gos onde os alunos debatessem as estratégias usadas para solucionar as tarefas, visto ser este

um dos pontos fulcrais do estudo realizado. A reflexão sobre as situações ocorridas em aula é

uma fonte importante de dados, contribuindo para melhor conhecer os fenómenos do funcio-

38

namento da sala de aula. Neste caso, os registos realizados no Diário permitem conhecer

melhor as estratégias utilizadas pelos alunos durante a realização das actividades propostas, e

discutidos por todos no momento da discussão geral.

Ainda para complementar os registos realizados sobre a utilização das applets, por parte

dos alunos, foi utilizado um programa informático que permite gravar os passos seguidos

pelos alunos, e tudo o que acontece no ecrã do computador, num ficheiro de vídeo. Este pro-

grama, chamado AutoScreenRecorder, foi obtido a partir de uma pesquisa na Internet e tra-

tando-se de um software livre, não necessita de licença para poder ser instalado. O programa

de gravação foi instalado nos computadores dos alunos sobre os quais foi realizado o estudo

de caso, e a partir da sua visualização foi possível obter mais alguma informação, nomeada-

mente, o tempo que os alunos demoraram a realizar as tarefas, o número de tentativas reali-

zadas aquando da exploração das applets ou a forma como interagiam com a applet. Estas

informações foram posteriormente acrescentadas ao Diário de Bordo, facilitando a compreen-

são sobre o trabalho realizado pelos alunos no computador.

4.4.2. Resolução escrita das actividades realizadas

Para obter informação relativa à resolução dos alunos das tarefas que constam na pro-

posta pedagógica, foram recolhidas, fotocopiadas e analisadas as fichas de trabalho de todos

os alunos das duas turmas envolvidas. Estes dados complementaram os dados obtidos pelos

outros meios (observação directa, gravação áudio e gravação vídeo dos passos realizados no

computador) e registados no diário de bordo. Em cada tarefa, realizada no computador ou

não, os alunos deveriam responder a questões e a justificar as opções tomadas, descrevendo

como pensaram e indicando dúvidas ou dificuldades que tivessem tido. Desta forma, foi pos-

sível analisar as diferentes estratégias utilizadas pelos alunos e a sua adequação para cada

tarefa.

4.4.3. Outros documentos

De forma a obter informações que permitisse uma caracterização das turmas envolvidas,

foram ainda consultados vários documentos informativos como os Projectos Curriculares das

Turmas, os Registos de Avaliação dos alunos e as actas das reuniões dos Conselhos de Tur-

ma. As informações constantes nestes documentos também auxiliaram a definir os grupos de

alunos que vieram a constituir os estudos de caso realizados, pois foi tido em consideração o

39

comportamento dos alunos e a sua assiduidade, de modo a que o estudo não ficasse compro-

metido pela falta de comparência dos alunos.

4.5. Análise dos dados

Pretendendo responder às questões da investigação, procedeu-se à análise dos dados

recolhidos (Quivy & Campenhoudt, 1998). A análise dos dados permite aumentar a com-

preensão sobre as informações recolhidas. Segundo Bogdan e Bilken (1994) é recomendável

que a análise comece a ser realizada durante a recolha dos dados, de forma a orientar a inves-

tigação ou aprofundar mais as questões estudadas, pois posteriormente poderá já não haver

forma de esclarecer determinados aspectos investigados. No caso desta investigação, a pro-

posta pedagógica estava desenhada deste o início da recolha de dados, mas a realização de

uma primeira análise de dados ainda que superficial, ao longo da sua recolha, permitiu uma

observação mais atenta a determinados pormenores nas aulas seguintes e uma reflexão sobre

a adequação das tarefas ao seu contexto e às capacidades dos alunos. A formalidade por mim

requerida aos alunos, especialmente, quanto à indicação da regra geral das sequências estuda-

das, foi aumentando ao longo da realização das várias actividades, de acordo com o que

tinham conseguido realizar nas aulas anteriores, o que permitiu ir obtendo informação cada

vez mais completa sobre o objecto de estudo .

A análise dos dados foi realizada seguindo uma perspectiva descritiva e interpretativa,

apresentando-os de forma factual e sistemática e, com base nesses dados, procurando com-

preender como pensaram os participantes. De acordo com o sugerido por Ludke e André

(1986) para possibilitar a análise, os dados recolhidos foram organizados para depois se pro-

curarem relações e estabelecerem inferências relacionadas com os propósitos do estudo.

40

41

CAPÍTULO 5

Experiência de ensino

O presente estudo foi realizado no contexto da aprendizagem de conteúdos integrados

no tema Álgebra do novo Programa de Matemática para o Ensino Básico (ME, 2007). Este

tema e os respectivos tópicos são novos no 2.º ciclo, sendo que os alunos envolvidos tiveram,

ao longo da sua experiência escolar, pouco contacto com actividades relacionadas com a

aprendizagem de ideias algébricas, de acordo com a informação recolhida junto dos alunos:

quando questionados acerca da realização anterior de tarefas com sequências e padrões, refe-

riram nunca terem realizado actividades daquele género. No entanto, dado que o novo Pro-

grama não estava ainda em vigor na escola onde o estudo foi realizado, as actividades foram

desenvolvidas nas aulas de Estudo Acompanhado.

Apresentam-se neste capítulo as orientações curriculares envolvidas na preparação das

actividades, assim como as características destas, a planificação das aulas e os objectivos

propostos. No final do Capítulo é ainda apresentada uma breve descrição da forma como

decorreram as aulas e do desempenho geral dos alunos aquando da realização das actividades

propostas para resolução com papel e lápis e em contexto ‘tecnológico’.

5.1. Enquadramento curricular das tarefas

O desenvolvimento da planificação apresentada para o presente estudo foi realizado

tendo por base o novo Programa da Matemática (Ministério da Educação, 2007) e orientações

emergentes da literatura já revista nos capítulos anteriores. Como o principal objectivo deste

estudo é verificar quais as diferenças nos processos de aprendizagem entre alunos que utili-

zam as TIC nas aulas relativamente àqueles que não o fazem, foi necessário conceber um

contexto para possibilitar a análise de aspectos visíveis durante a aprendizagem de determi-

42

nados conceitos. A introdução das sequências e padrões como conteúdo formal na aprendiza-

gem da Álgebra no 2.º ciclo surgiu como a oportunidade ideal para contextualizar este estudo.

Desta forma, os alunos envolvidos puderam ter contacto com tarefas deste âmbito, o que não

aconteceria doutro modo visto o novo Programa da Matemática não estar ainda em vigor na

escola onde foi realizado o estudo. Desta forma, procurou-se contribuir para melhorar a pre-

paração dos alunos para a aprendizagem de conceitos tradicionalmente associados ao Tema

da Álgebra, como equações e funções. No contexto do novo Programa esta preparação para o

estudo da Álgebra inicia-se de modo informal no 1.º Ciclo, passando no 2.º ciclo a pertencer a

um tema organizado, no qual os alunos trabalham conceitos ligados à exploração de padrões

e sequências. Tanto o trabalho realizado no 1.º ciclo como no 2.º pretendem auxiliar os alunos

no desenvolvimento de um pensamento algébrico, o qual, como foi já referido nos capítulos

anteriores, facilita a aprendizagem não só da Álgebra, mas de outros temas matemáticos do

currículo, tal é a sua transversalidade e utilidade para a resolução de problemas, sejam eles

aritméticos ou geométricos. O Programa realça, ainda, a importância do desenvolvimento da

capacidade de os alunos explorarem e investigarem regularidades, assim com de resolver

problemas, raciocinar e comunicar recorrendo a representações simbólicas, aspectos contem-

plados nas propostas apresentadas nesta experiência de ensino.

Visto que o novo Programa apenas começou a ser aplicado no presente ano lectivo

(2009/10) e somente em algumas escolas, os alunos que actualmente frequentam o 5.º ano em

poucas situações terão tido contacto com actividades de âmbito pré-algébrico. Assim, a plani-

ficação da proposta pedagógica teve em consideração o muito provável desconhecimento dos

alunos de 5.º ano de tarefas de exploração de padrões, pelo que foi necessário começar por

actividades com padrões simples e com questões de identificação de figuras ou posições.

Pois, tal como é sugerido por Vale e Pimentel (2005), estas tarefas de natureza simples facili-

tam posteriormente o trabalho com sequências mais complexas. Como foi pormenorizado na

revisão de literatura já apresentada, o desenvolvimento do pensamento algébrico através da

exploração de padrões é uma forma diferente de fazer matemática, podendo levar à constru-

ção de contextos de aprendizagem muito ricos e interessantes para os alunos (Becker &

Rivera, 2005; Hargreaves, Threlfall, Frobisher & Shorrocks-Taylor, 1999; Herbert & Brown,

1997; NCTM, 2007; Orton & Orton, 1999; Stacey, 1989).

Também de acordo com o Currículo Nacional do Ensino Básico (ME-DEB, 2001), a

matemática surge cada vez mais na sociedade de forma implícita, sendo necessário um olhar

atento para identificar os aspectos matemáticos do nosso dia-a-dia, e destaca a matemática

como a “ciência das regularidades e da linguagem dos números, das formas e das relações”

43

(p. 58). Segundo este documento, ao longo dos vários ciclos do Ensino Básico, os alunos

deverão desenvolver:

a predisposição para procurar padrões e regularidades e para formular genera-

lizações em situações diversas, nomeadamente em contextos numéricos e

geométricos;

a aptidão para analisar as relações numéricas de uma situação, explicitá-la em

linguagem corrente e representá-las através de diferentes processos, incluindo

o uso de símbolos;

a sensibilidade para entender e usar as noções de correspondência (…) (p. 66)

Por outro lado, a utilização de tecnologia na sala de aula pressupõe um leque alargado

de possibilidades que devem ser analisadas de modo a potenciar a aprendizagem que daí

poderá advir. Os materiais manipulativos virtuais como as applets surgiram como uma solu-

ção adequada para o tipo de tarefas que se pretendia realizar com os alunos, dadas as suas

características visuais. Além disso, a utilização das applets é normalmente simples, podendo

ser realizada mesmo por crianças, as quais facilmente se apropriam das suas propriedades

pela interactividade proporcionada (Moyer, Niezgoda & Stanley, 2005). A utilização de tec-

nologia na sala de aula é também um aspecto salientado no novo Programa da Matemática,

onde se considera ser “importante na resolução de problemas e na exploração de situações”

(p. 9), devendo ser utilizada especialmente em situações em que a “atenção se deve centrar

nas condições da situação, nas estratégias de resolução e na interpretação e avaliação dos

resultados” (p. 10), tal como é o caso da presente proposta pedagógica.

Como se trata de um estudo que pretende comparar estratégias de resolução desenvolvi-

das por alunos em dois contextos diferentes (na presença e na ausência de ferramentas TIC)

foi necessário aplicar as mesmas actividades em duas turmas, sendo que uma realizou todas

as actividades com papel e lápis (5.º B), enquanto a outra turma utilizou applets que permi-

tiam manipular as sequências de cada actividade (5.º A) e, de seguida, respondeu a questões

com papel e lápis. As applets foram desenvolvidas especificamente para este estudo, embora

tenham sido inspiradas em applets disponíveis online ou em tarefas encontradas em diversos

documentos consultados. No entanto, todos os alunos deveriam trabalhar sobre as mesmas

sequências, pelo que o desenvolvimento das applets teve de ter este aspecto em consideração.

A proposta pedagógica planificada pretendia proporcionar aos alunos situações que

promovessem o desenvolvimento do pensamento algébrico, através da realização de activida-

des com um carácter exploratório e investigativo. Segundo o novo Programa, o pensamento

matemático deverá ser estimulado através da realização de actividades de exploração e inves-

44

tigação, através das quais os alunos são frequentemente questionados sobre as suas observa-

ções, de modo a clarificar as suas ideias e organizar a forma como pensaram sobre a tarefa

matemática apresentada, justificando os passos tomados e as operações realizadas.

É ao professor que compete o papel de incentivar os alunos à explicitação dos seus

raciocínios, auxiliando os alunos na formulação e teste das suas conjecturas, pedindo-lhes

exemplos e contra-exemplos nas suas respostas. A apresentação de perguntas como “Porque

será que isso acontece?”, “O que acontecerá se…?”, “Como sabem que essa resposta é a cor-

recta?” permitem que os alunos entendam que além de darem a sua resposta deverão também

saber justificá-la. Este tipo de questões também potencia a discussão entre os alunos, levan-

do-os a confrontar as suas opiniões e defendê-las perante os colegas, o que permitirá a melho-

ria das suas capacidades de argumentação e de comunicação matemática. Estas questões aju-

dam também a explicitar os processos de raciocínio, aspecto vital para o desenvolvimento do

estudo em causa, possibilitando a procura de semelhanças e diferenças nas estratégias utiliza-

das pelos alunos aquando da resolução das tarefas propostas.

Como já referido, a proposta foi concretizada em duas turmas do 5.º ano de escolarida-

de, às quais leccionei durante o ano lectivo 2009/2010, tendo as actividades sido realizadas

nas aulas de Estudo Acompanhado, em virtude do novo Programa de Matemática não estar

ainda em vigor na escola em causa. Deste modo, pretendia não comprometer o trabalho plani-

ficado para as aulas de matemática, visto que ainda foi utilizado um número considerável de

aulas nesta experiência de ensino.

As actividades propostas são constituídas principalmente por padrões figurativos, pois

considerou-se que estes possibilitavam um maior leque de interpretações e análises por parte

dos alunos. Os padrões figurativos, quando associados a sequências numéricas, permitem não

só a análise do seu crescimento numérico, como também da forma como visualmente a

sequência evolui, constituindo um suporte importante para a generalização.

5.2. Planificação

A planificação da proposta pedagógica teve como objectivos o desenvolvimento do pen-

samento algébrico em alunos do 2.º ciclo do ensino básico e a exploração de tarefas que per-

mitissem alcançar o objectivo principal do estudo, ou seja, analisar as diferenças nas estraté-

gias de resolução entre alunos que utilizam as TIC aquando da realização das tarefas matemá-

45

ticas, face aos alunos que não as utilizam. Para cada actividade foram definidos os objectivos

a alcançar, de acordo com o novo Programa de Matemática (ME, 2007) e com o Currículo

Nacional do Ensino Básico (ME-DEB, 2001).

Foram criadas oito actividades principais, compostas por um total de 11 tarefas, as quais

foram realizadas ao longo de 10 aulas de 45 minutos, agrupadas em cinco blocos de 90 minu-

tos. Embora estivesse previsto que a sua implementação teria lugar no início do 2.º período,

apenas foi possível a concretização da planificação no 3.º período, ao longo dos meses de

Abril e Maio. Esta alteração deveu-se à mudança da escola onde seria implementada a plani-

ficação, visto que inicialmente estava previsto que as actividades seriam aplicadas por outra

professora noutra escola onde estava em vigor o novo Programa de Matemática. Como surgi-

ram alguns obstáculos relacionados com a gravação áudio das aulas e a utilização que seria

feita dessas gravações, foi necessário adiar a aplicação do estudo até encontrar as condições

necessárias para que este fosse realizado de forma adequada. Isto veio a acontecer na escola

onde me encontrava a leccionar, tendo para isso alterado a metodologia que estava definida

para a realização da investigação, de modo a ajustá-la às novas condições.

A utilização do Estudo Acompanhado como espaço educativo para a realização destas

tarefas foi possível por se tratar de turmas abrangidas pelo Plano da Matemática II, e o pro-

jecto apresentado pela escola ter determinado que nestas turmas o Estudo Acompanhado seria

maioritariamente destinado à realização de tarefas relacionadas com a aprendizagem da

matemática. As actividades estavam inicialmente planeadas para ambas as turmas segundo o

calendário que se apresenta no Quadro 1, visto que ambas turmas têm duas aulas semanais de

Estudo Acompanhado.

Quadro 1 – Planificação das actividades propostas

N.º da Aula Sumário Actividades a realizar

1 e 2 Introdução ao estudo da Álgebra Padrões e sequências repetitivas

Actividade 1 – Introdução Actividade 2 – Contas num colar

3 e 4 Sequências Repetitivas – Contas num colar Actividade 2 – Contas num colar

5 e 6 Sequências Crescentes – Exploração de padrões visuais e numéricos

Actividade 3 – Números em caixa Actividade 4 – Sequências numéri-cas

46

7 e 8 Continuação do estudo de padrões e sequências crescentes

Actividade 5 – Quadrado 10x10 Actividade 6 – Números Quadrados

9 e 10 Conclusão do estudo de padrões e sequências crescentes

Actividade 7 – Mesas e cadeiras Actividade 8 – Formações em V

Neste plano não foram contemplados momentos de avaliação sumativa, visto o plano ser

aplicado nas aulas de Estudo Acompanhado, cujos critérios de avaliação estão relacionados

com o cumprimento das tarefas propostas, o interesse e empenho revelado na realização das

mesmas e o comportamento dos alunos nas aulas. Para os objectivos da presente investigação

também não era relevante a avaliação das aprendizagens realizadas pelos alunos, além da

análise do que foi feito actividade a actividade, de acordo com as questões do estudo.

A organização das aulas com estas actividades foi semelhante em ambas as turmas, e em

quase todas as aulas. A actividade era apresentada no início da aula e eram distribuídas as

fichas de trabalho correspondentes. Nas primeiras aulas as actividades eram lidas com os alu-

nos, de modo a esclarecer eventuais dúvidas relativamente à linguagem utilizada, após o que

estes eram deixados a trabalhar autonomamente. Era-lhes indicado que deveriam tentar reali-

zar a tarefa em pares e apenas recorrer à ajuda da professora quando nenhum dos dois alunos

soubesse por onde seguir na resolução da tarefa. A realização das actividades em grupos de

dois alunos tornou-se necessária de modo a possibilitar a inter-ajuda e o confronto de ideias e

opiniões durante a exploração das actividades. No entanto, como é difícil ter mais de dois

alunos a trabalhar em simultâneo, num computador, de forma produtiva, decidiu-se pelo tra-

balho a pares em ambas as turmas. À medida que os alunos iam terminando as tarefas, era

distribuída nova actividade, caso se verificasse que ainda havia tempo para a sua realização.

No final de cada aula era realizada a discussão em grande grupo sobre as actividades

realizadas, tendo os diferentes grupos a oportunidade de apresentar os seus resultados e as

estratégias que utilizaram para encontrar as suas respostas. Esta partilha de estratégias foi

importante pois permitiu aos alunos exercitar as suas capacidades de argumentação e justifi-

cação das opções tomadas durante a exploração das sequências. Nestes momentos de apre-

sentação de resultados foi possível confrontar as diferentes abordagens utilizadas pelos alu-

nos, reconhecendo frequentemente equivalência nas estratégias utilizadas por diferentes gru-

pos. Foi possível discutir as conjecturas apresentadas pelos alunos, e as várias formas de

generalização encontradas, procurando identificar nelas semelhanças nas diferentes lingua-

gens utilizadas, visto que alguns grupos conseguiram ser mais formais do que outros. A capa-

47

cidade de comunicação oral matemática, um dos aspectos transversais da aprendizagem da

matemática salientada no documento das Competências Essenciais da Matemática, foi deste

modo trabalhada com os alunos; embora sem imposição de formalismos, a linguagem utiliza-

da foi sendo corrigida de forma a possibilitar aos alunos a identificação das expressões mais

adequadas durante argumentação oral.

Durante a sua implementação, a planificação foi revista e ajustada, visto que algumas

actividades levaram mais tempo do que o previsto para serem realizadas. Esta necessidade de

ajuste surgiu dado o grande empenho e profundidade na exploração revelados pelos alunos na

realização de algumas actividades e, noutros casos, dada a dificuldade de concretização das

mesmas, como será adiante analisado.

5.3. Tarefas

Tendo em consideração o objectivo da planificação em fomentar o desenvolvimento do

pensamento algébrico dos alunos, através do trabalho com padrões e sequências, foram orga-

nizadas actividades que permitissem a compreensão do padrão a explorar, exercitando as suas

capacidades dos aluno de observar, analisar, procurar semelhanças e regularidades e, poste-

riormente, de generalizar. As actividades estão organizadas de forma crescente quanto ao seu

nível de complexidade, e possibilitam a revisão de alguns conceitos geométricos e aritméticos

já trabalhados nas aulas de matemática (ver Quadro 2).

As primeiras actividades envolvem o trabalho com sequências repetitivas, nas quais

existe um conjunto de figuras ou números que se repete continuamente; o propósito destas

actividades é que os alunos criem hábitos de análise e descrição das sequências, de modo a

posteriormente compreender a sua formação e chegar a uma generalização. Os alunos devem

identificar o conjunto de elementos que se repete e associar cada figura à ordem que ocupa na

sequência. Desta forma poderão chegar a uma regra geral de formação da sequência, a qual

pode ser descrita em linguagem natural, visto que se tratam de alunos jovens e com pouco

contacto com a linguagem algébrica.

As restantes actividades envolvem o trabalho com sequências crescentes, formando

assim a maior parte do trabalho realizado pelos alunos. Novamente pretende-se que os alunos

analisem a sequência apresentada, procurando regularidades na sua formação, relações entre

o número de elementos que constitui cada figura e a respectiva ordem. Ao longo destas acti-

48

vidades as questões colocadas tornam-se mais aprofundadas, assim como maior a necessidade

de apresentar de forma explícita as relações encontradas. Ao alcançar a generalização, os

alunos devem ser estimulados a usar progressivamente linguagem simbólica para representar

a sequência, aproximando-se o mais possível da linguagem algébrica formal.

Para os alunos que utilizaram o computador, cada actividade começava sempre pela

manipulação da applet correspondente.

Quadro 2 – Objectivos específicos das actividades propostas

N.º da Aula Actividades Objectivos das actividades a realizar

1 e 2

Actividade 1 – Introdução Actividade 2 – Contas num colar

Continuar a representação de uma sequência repetitiva; Identificar a unidade que se repete ciclicamente; Descrever uma relação entre os termos da sequência e a sua ordem (com base no comprimento da unidade que se repete);

Relacionar o elemento do padrão repetitivo com a sua ordem; Utilizar a relação entre o termo e a sua ordem na sequência para indi-car o termo de uma ordem (geralmente mais distante);

3 e 4

Actividade 2 – Contas num colar (conti-nuação)

Identificar a unidade que se repete ciclicamente; Descrever uma relação entre os termos da sequência e a sua ordem (com base no comprimento da unidade que se repete);

Relacionar o elemento do padrão repetitivo com a sua ordem; Representar, analisar e descrever padrões através de palavras e tabelas; Usar a relação entre o termo e a sua ordem na sequência para indicar o termo de uma ordem (geralmente mais distante) e para indicar a ordem de um termo dado;

Expressar essa relação em linguagem natural;

5 e 6

Actividade 3 – Números em caixa Actividade 4 – Sequências numéricas

Analisar e descrever padrões e regularidades e formular generalizações a partir de contextos numéricos;

Indicar a lei de formação de uma sequência numérica; Usar a relação entre o termo e a sua ordem na sequência para indicar o termo de uma ordem (geralmente mais distante) e para indicar a ordem de um termo dado;

Expressar essa relação em linguagem natural;

7 e 8

Actividade 5 – Quadrado 10x10 Actividade 6 – Números Qua-drados

Analisar e descrever padrões e regularidades e formular generalizações a partir de contextos geométricos e numéricos;

Explorar as relações entre a ordem de uma figura na sequência e o número de objectos que a constitui;

Representar, analisar e descrever padrões através de palavras, tabelas e expressões simbólicas;

Expressar essa relação em linguagem natural e simbólica (generalizar);

49

9 e 10

Actividade 7 – Mesas e cadei-ras Actividade 8 – Formações em V

Explorar as relações entre a ordem de uma figura na sequência e o número de objectos que a constitui;

Representar, analisar e descrever padrões através de palavras, tabelas e expressões simbólicas;

Usar a relação entre o termo e a sua ordem na sequência para indicar o termo de uma ordem (geralmente mais distante) e para indicar a ordem de um termo dado;

Expressar essa relação em linguagem natural e simbólica (generalizar).

A primeira actividade (como se poderá consultar no anexo 4) é composta por três tarefas

envolvendo padrões repetitivos: as duas primeiras tarefas com padrões figurativos e a terceira

tarefa com um padrão numérico. Como se pode consultar no Quadro 2 trata-se de uma activi-

dade introdutória, onde os alunos são levados a continuar as sequências, o que os auxiliará na

análise da sequência e compreensão da unidade repetitiva. Nestas três tarefas os alunos

devem igualmente relacionar as figuras com a posição que ocupada na sequência; ao fazê-lo

os alunos vislumbram a regra de formação da sequência e conseguem identificar as figuras,

ou números, pertencentes a ordens mais distantes na sequência. Nesta actividade começam a

ser abordados os conceitos de termo, ordem e lei de formação.

Em ambas as turmas, os alunos revelaram mais facilidade na resolução das tarefas com

os padrões figurativos do que com o padrão numérico, onde apresentaram dificuldades em

distinguir a posição ocupada por um número, do valor que esse número apresenta. Os alunos

realizaram a actividade com interesse e curiosidade, mas apresentaram justificações vagas ou

incompletas sobre a forma como procederam para encontrar as suas respostas. No entanto, é

clara a preferência por estratégias de contagem para obter as respostas, principalmente na

turma que realizou as tarefas com papel e lápis. A maioria dos alunos das duas turmas tam-

bém revelou dificuldades em determinar as regras de formação das sequências, e muitos

quando tentaram generalizar utilizaram estratégias desadequadas, com um carácter recursivo

mas aplicado de forma errada.

A actividade 2 segue os passos da actividade anterior, embora o atributo que varie nas

várias sequências apresentadas seja a cor. A actividade é composta por várias questões ao

longo das quais os alunos vão progressivamente associando a unidade de repetição ao concei-

to de múltiplo para encontrar e indicar a cor de determinada ordem. Esta actividade resultou

muito bem na turma que utilizou a applet e muito mal na outra turma. Isto porque as primei-

ras tentativas de resolução partiram, em ambas as turmas, da formação aleatória de um padrão

inicial e depois da repetição desse padrão. Na applet este processo de construção do padrão e

50

verificação da sua validade é muito rápido, mas ao fazê-lo no papel o tempo gasto até se con-

seguir pintar todas as contas até à pretendida é muito grande e muito desmotivador quando se

verifica que estava errado e que se irá levar novamente muito tempo para fazer nova tentati-

va.

Por este motivo, na turma que realizou as actividades com papel e lápis, esta actividade

foi limitada a uma aula, e os alunos não a chegaram a terminar. Optou-se por não continuar a

aplicação da actividade 2 nesta turma porque esta tinha várias perguntas e os alunos se reve-

laram frustrados e desmotivados com as várias tentativas que tinham que realizar para procu-

rar todas as respostas. No entanto, os alunos ainda conseguiram explorar as primeiras ques-

tões e apresentar algumas conjecturas, embora poucas vezes justificadas.

Na turma que utilizou a applet, a exploração da actividade foi muito mais gratificante,

tendo os alunos conseguido detectar relações entre a posição de algumas cores e a continua-

ção da sequência.

A actividade 3 é constituída pela primeira sequência crescente apresentada aos alunos.

Trata-se de um padrão figurativo associado à sequência dos múltiplos de 4. Esta actividade,

assim como as actividades 6, 7 e 8, tem uma natureza exploratória e pretende que os alunos

encontrem relações entre o número de pontos e a posição da figura na sequência. Para ajudar

os alunos na análise da sequência, são apresentadas tabelas que lhes permitem organizar os

dados e observá-los de uma forma mais sistemática e são colocadas várias questões acerca

dos elementos seguintes da sequência, assim como sobre elementos mais distantes. As ques-

tões apresentadas orientam os alunos na análise da sequência, mas também os força a procu-

rar e testar conjecturas relativamente à estrutura da sequência, tendo como propósito final que

estes consigam expressar a relação entre termo e ordem, em linguagem natural e, posterior-

mente, usando uma linguagem mais formal.

Para os alunos que utilizaram o computador, a applet continha algumas perguntas extra

sobre o número de elementos das figuras seguintes às inicialmente apresentadas (“Quantos

pontos tem a figura n=4?”), sobre alguma figura um pouco mais distante (“Quantos pontos

tem a figura n=10?”) e sobre a existência de figuras com determinado número de elementos

(“Existe alguma figura com 30 pontos?”). A última questão que surge na applet apela à cria-

ção de uma expressão geral para a sequência, mas os alunos foram informados de início que

não era necessário responder à questão e que na altura em que ela surgisse deveriam passar

para a realização da ficha de trabalho.

Após as observações iniciais, os alunos deveriam desenhar as duas figuras seguintes

da sequência. Porém, na turma que utilizou a applet, nenhum aluno apresentou a resposta

51

para esta questão; aquando da manipulação da applet, os alunos teriam já analisado esta ques-

tão, embora através da identificação do número de elementos das duas figuras seguintes, e

não através da construção das figuras (é a applet que desenha as figuras após a resposta dos

alunos). Na turma que apenas realizou a ficha de trabalho, apenas uma aluna não apresentou

o desenho das figuras seguintes; todos os restantes o fizeram de forma correcta, com poucas

excepções.

A maior diferença identificada entre as duas turmas consiste no facto de que, na resolu-

ção desta questão, alguns alunos da turma que utilizou a applet apresentam como justificação

que o 60 faz parte da sequência porque se o 20 e o 40 fazem parte, então o 60 também fará.

Esta justificação nunca é apresentada pelos alunos da turma que realizou a actividade apenas

com papel e lápis; em contrapartida, alguns alunos desta turma para verificarem se o 60 é

múltiplo realizam a operação inversa, isto é, fizeram a divisão de 60 por 4 para identificarem

que se trata da 15.ª figura da sequência (estratégia esta que aparentemente não é utilizada por

nenhum aluno da turma que usou a applet).

Ao longo das actividades 6, 7 e 8 ambas as turmas conseguiram realizar registos um

pouco mais pormenorizados relativamente aos processos utilizados para resolver as activida-

des, mas sempre um pouco incompletos. As generalizações realizadas foram-se tornando

mais formais, embora poucos alunos tenham conseguido utilizar expressões algébricas para

exprimir a generalização.

A Actividade 4 é composta por duas tarefas envolvendo padrões numéricos crescentes;

na primeira tarefa os alunos apenas têm de analisar os primeiros quatro elementos de várias

sequências, encontrar o padrão no crescimento das sequências e completá-las com os quatro

elementos seguintes. Trata-se de um exercício simples que não exige um nível aprofundado

de reflexão nem generalização sobre a regra de formação da sequência. A sua inclusão na

planificação deu-se por se considerar que poderia ser necessário um momento com uma tare-

fa mais simples, que não exigisse tanto dos alunos, de modo a que os alunos que tenham

apresentado maiores dificuldades nas outras actividades tivessem a oportunidade de realizar

esta com sucesso. Por se tratar de uma tarefa na qual os alunos não precisavam de apresentar

justificações para as respostas encontradas, foi resolvida de modo bastante rápido em ambas

as turmas, embora a turma que utilizou a applet a tenha realizado mais rapidamente visto que

iam obtendo a confirmação das suas respostas à medida que iam realizando a tarefa. Para

facilitar a análise da actividade, foi pedido a ambas as turmas que acrescentassem à frente de

cada sequência a regra que encontraram para a continuar; quase todos os alunos fizeram-no,

revelando a natureza aditiva da estratégia utilizada em todas as sequências.

52

A segunda tarefa desta actividade envolve também um padrão numérico, embora nesta

tarefa já surjam questões que suscitam uma maior análise da parte dos alunos, e eventualmen-

te a procura de generalização sobre a regra geral de formação. Como os números eram

conhecidos para os alunos, quase todos associaram a sequência aos múltiplos de 9. No entan-

to, muitos alunos demonstraram ter dificuldades em verificar se o 450 pertencia à sequência

apresentada, tendo alguns alunos recorrido à contagem como estratégia para identificar o 450.

Mais uma vez, a linguagem utilizada para descrever a generalização foi pouco formal, tendo

muitos alunos recorrido a exemplos para explicar como se poderia fazer para encontrar o

número corresponde a determinada posição.

A actividade 5, embora diferente das restantes actividades da planificação apresentada,

foi incluída por ter sido considerada uma actividade de procura de padrões interessante e que

poderia resultar numa grande variedade de padrões encontrados pelos alunos, visto que a sua

abertura possibilita a adopção de qualquer perspectiva por parte destes. O quadrado 10x10

proporciona aos alunos a oportunidade de exploração de sequências finitas de números e de

descrição das regularidades encontradas, nomeadamente através da sua lei de formação. No

entanto, os alunos não demonstraram interesse pela actividade. Colocaram muitas dúvidas e

pareciam sempre muito pouco à vontade na procura das regularidades e principalmente na

descrição da regularidade encontrada. Em ambas as turmas, os alunos utilizaram os quadra-

dos onde podiam procurar qualquer regularidade para continuarem a procurar múltiplos de

outros números, como aconteceu nas primeiras questões desta actividade.

5.4. Dinâmicas de sala de aula

O desempenho dos alunos durante as aulas em que foram aplicadas as actividades foi

muito satisfatório, sendo que estes se mostravam, claramente, motivados. Nas primeiras acti-

vidades ambas as turmas revelaram desconhecer este tipo de tarefas, mostrando-se os alunos

um pouco desorientados; no entanto, fui dando o máximo de apoio possível, assim como o

meu par pedagógico de Estudo Acompanhado que esteve presente nas aulas, cuja formação

académica também é em Matemática. Nestas aulas, a professora Luzia ajudou-me no acom-

panhamento do trabalho dos alunos, esclarecendo as dúvidas apresentadas por alguns grupos.

A discussão geral das Actividades realizada no final da aula era principalmente orientada por

mim, embora a professora Luzia também interviesse, procurando solicitar a participação dos

53

grupos que tinha acompanhado e que sabia terem contribuições interessantes para a discussão

geral. A maioria das questões colocadas pelos alunos era relativa ao significado das questões

enunciadas nas fichas de trabalho, visto que os alunos destas turmas apresentam frequente-

mente dificuldades na interpretação das questões, mesmo noutras disciplinas. Foi necessário

explicar várias vezes o significado de algumas expressões de modo a que todos os alunos

compreendessem o que se pretendia com as questões. No entanto, assim que se apropriaram

das expressões utilizadas e do seu significado, as actividades foram realizadas pela maioria

dos alunos de modo bastante interessado e com empenho.

Relativamente à maior parte das questões relacionadas com o funcionamento das aulas,

estas não foram muito diferentes daquilo a que os alunos estavam habituados nas aulas de

Estudo Acompanhado. As actividades a realizar foram entregues aos alunos no início de cada

aula em suporte papel, onde os alunos realizaram os seus registos e respostas. No caso da

turma que utilizou os computadores, a análise da sequência passava inicialmente pela utiliza-

ção das applets, mas todas as orientações sobre o que deviam fazer no computador estava

igualmente descrito na ficha de trabalho. Durante a sua resolução tentei sempre acompanhar

os alunos, esclarecendo eventuais dúvidas ou corrigindo o caminho tomado na resolução da

actividade, caso estivessem errados. Fui sempre relembrando-os de que deveriam justificar as

suas respostas, mesmo em situações em que a questão não o pedia. Em algumas situações

coloquei questões aos alunos para os ajudar a tornar mais explícito o raciocínio que fizeram

ou a estratégia que utilizaram para resolver determinada questão, pedindo-lhes depois que o

explicassem dessa forma na ficha de trabalho.

Tentei sempre que os alunos trabalhassem do modo mais autónomo possível, para que

me pudesse concentrar nas questões relativas à investigação, nomeadamente tentando com-

preender a forma como os alunos reagiam às tarefas e as dificuldades que iam sentindo

durante a sua realização. Quando as dificuldades encontradas pelos diferentes grupos de tra-

balho eram semelhantes, fizeram-se pequenas pausas no trabalho de forma a apresentar as

dificuldades para toda a turma e, através de uma reflexão partilhada e discussão dos vários

pontos de vista, encontrar uma solução ou resposta possível para a questão.

Como referido na planificação, o trabalho foi realizado pelos alunos em pequenos gru-

pos com dois elementos, pretendendo-se que desta forma houvesse troca de ideias e discussão

durante a análise das sequências apresentadas. Em ambas as turmas os alunos trabalharam

desta forma, excepto no 5.ºA onde foi necessário formar um grupo de 3 elementos, não só

para não deixar nenhum aluno a trabalhar sozinho mas também devido ao número de compu-

tadores disponíveis. No 5.ºB um dos grupos foi desfeito a meio da proposta pedagógica devi-

54

do a problemas de comportamento que surgiram durante estas aulas; estes alunos passaram a

trabalhar individualmente, o que já acontecia frequentemente nas restantes aulas, tanto de

Matemática como de Estudo Acompanhado. Também no 5.ºB houve um outro aluno que des-

de o início preferiu realizar as actividades sozinho, apesar de, por várias vezes, lhe ter solici-

tado que se juntasse a qualquer outro grupo de trabalho.

As maiores dificuldades no trabalho realizado com estas turmas estão relacionadas com

o nível de ruído que se cria na sala durante o trabalho autónomo dos grupos de trabalho. Este

ruído é já comum nas aulas com estas turmas, mas dando-lhes a oportunidade de trabalharem

sempre em grupo ainda se agudizou mais este aspecto.

No final de cada aula, foram analisadas e discutidas as actividades realizadas nessa aula,

tendo cada grupo de trabalho a oportunidade de indicar quais as maiores dificuldades encon-

tradas, e como procederam para resolver as várias tarefas. Houve também casos de alunos

que apresentaram algumas dúvidas que permaneceram apesar da discussão realizada e de

serem descritas as várias estratégias utilizadas para resolver determinada questão. Foi tam-

bém nestes momentos finais de discussão que foi sendo introduzida a linguagem simbólica

para representação das regras de formação das sequências analisadas. Alguns alunos conse-

guiram adoptar esta linguagem formal mais facilmente, enquanto outros sentiram necessidade

de continuam a explicar a regra geral através de linguagem natural.

5.4.1. O trabalho com suporte das applets

A utilização das novas tecnologias em sala de aula pressupõe alguns cuidados diferentes

daqueles que o professor está habituado, mas, ainda assim, análogos aos preparativos neces-

sários para uma qualquer aula prática, com utilização se materiais manipuláveis, por exem-

plo. Entre os cuidados que precisei de ter inicialmente, encontram-se a necessidade de reser-

var a sala de informática com a antecedência suficiente para permitir a disponibilidade duran-

te o período de tempo necessário; pedir as palavras-chave de acesso aos computadores para

instalar os programas necessários, assim como os ficheiros necessário à realização das activi-

dades; pedir a colaboração do professor responsável pela gestão da rede da sala para criar

uma conta de utilizador para a turma, de modo a permitir o acesso aos computadores e con-

trolar os programas utilizados pelos alunos; certificar que existem computadores suficientes

para todos os alunos e que todos os periféricos necessários se encontram a funcionar.

De modo a evitar possíveis complicações pela falta de Internet nos dias de aplicação das

actividades, os ficheiros contendo as applets foram copiados para todos os computadores e

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nos acabaram por resolver também a tarefa 4 por não lerem com atenção o que era indicado e

pedido na ficha de trabalho.

O facto de a applet permitir corrigir imediatamente algumas das questões levou a que os

alunos realizassem rapidamente as tarefas no computador, passando depois mais tempo na

ficha de trabalho, justificando as opções tomadas durante a análise das sequências.

Os alunos mostraram-se sempre muito interessados e motivados durante a realização da

actividade, colocando algumas dúvidas relativamente à natureza de algumas questões ou

pedindo ajuda quando ficavam sem ideias de que estratégia utilizar. As dificuldades que

alguns tiveram prendem-se com o facto de terem dado no computador as respostas aleatoria-

mente, apenas verificando se estavam correctas ou não; como não tinham analisado conve-

nientemente a sequência, tiveram depois dificuldades em justificar as suas respostas e descre-

ver o raciocínio utilizado e acabaram por pedir a minha ajuda, ou da minha colega, para se

conseguirem orientar.

Toda a organização do trabalho inicial e dificuldades técnicas que, entretanto, surgiram

levou a que o tempo disponível na aula não permitisse realizar mais do que a Actividade 1.

No final da aula foi realizada a discussão geral das tarefas, onde os grupos de trabalho pude-

ram confrontar as suas ideias relativamente a vários aspectos das sequências, e as estratégias

utilizadas para determinar a regra de formação da sequência.

A Actividade 2, que aquando da planificação pareceu uma actividade mais complicada e

que levaria muito tempo para os alunos resolverem, foi resolvida num só bloco de 90 minutos

e conseguiu motivar e envolver os alunos na sua resolução de uma forma que não foi visível

em mais nenhuma actividade.

Novamente, houve alguns problemas iniciais com o arranque dos computadores e intro-

dução das palavras-chave, assim como outras questões relacionadas com o software necessá-

rio para o funcionamento das applets. Estas dificuldades foram pontuais e não atrasaram mui-

to o trabalho dos grupos.

A applet utilizada foi construída a partir doutra disponível no sítio web do Instituto

Freudenthal3 e surge ainda no âmbito do trabalho com sequências repetitivas. São apresenta-

dos vários padrões que os alunos devem analisar, prevendo qual a cor da peça que ficará em

determinada posição. A rapidez com que os alunos conseguem fazer as experimentações e

testar as suas conjecturas utilizando a applet, tornou esta actividade muito interessante e

3 http://www.fi.uu.nl/toepassingen/03047/toepassing_rekenweb.en.html

58

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des com esta applet, quando chegavam à última questão, alguns grupos ainda tentaram escre-

ver a expressão geral em linguagem formal, mas quando o fizeram pediram a minha ajuda.

Na applet, a introdução da expressão não pode ter qualquer erro ou espaço entre as letras,

caso contrário tal será identificado como uma expressão errada, daí terem tido dificuldades,

pois na ficha de trabalho alguns grupos conseguiram representar correctamente as expressões.

Esta applet tem ainda a vantagem de poder funcionar como um jogo, visto que é possí-

vel receber uma pontuação por cada resposta dada. Alguns dos grupos ainda comentaram

entre eles as pontuações obtidas, mas não se tornou num factor motivador para a realização

da actividade, talvez pelas pontuações não chamarem muito a atenção dos alunos e maioria

dos grupos não se ter sequer apercebido delas. As maiores dificuldades sentidas pelos alunos

continuaram a ser no âmbito da interpretação das questões da ficha de trabalho e da expressão

escrita aquando das justificações para as suas respostas. Estas dificuldades podem estar rela-

cionadas com a ideia de que a matemática se faz apenas com números e operações, e não com

a escrita, ou que basta apresentar um cálculo para justificar uma resposta. Os alunos não estão

habituados a escrever os seus raciocínios e consideram que basta escrever a resposta final.

A Actividade 5 foi realizada numa applet criada propositadamente para a realização des-

te estudo. Tem por base uma tarefa já conhecida e que também surge na Brochura Álgebra no

Ensino Básico (Ponte, Branco, & Matos, 2009). Na ficha de trabalho desta actividade, esta-

vam explicados os procedimentos para utilizar a applet e o que os alunos deveriam tentar

fazer nesta actividade.

Os primeiros quatro quadrados tinham a indicação de que sequências deveriam assina-

lar, e as restantes quatro foram deixadas em aberto, para permitir aos alunos a exploração e

descoberta de outras regularidades presentes no quadrado. Foi indicado aos alunos que assim

que acabassem os quadrados na applet, deveriam copiar para a ficha e indicar junto de cada

um quais as regularidades encontradas e a sua lei de formação.

Por ter uma natureza muito aberta e diferente das outras actividades realizadas, os alu-

nos não revelaram muito interesse pela actividade, mostrando-se desorientados e sem perce-

ber o que deveriam fazer; na applet ainda mostraram interesse, enquanto pintaram os quadra-

dos que tinham a indicação das sequências a registar, mas ao passar para a ficha de trabalho e

ao registar por escrito as observações realizadas, mais uma vez os alunos revelaram dificul-

dades em perceber o que deveriam escrever. Nos quadrados em que tinham a liberdade para

procurar as regularidades que quisessem, os alunos não tiveram muita imaginação e restringi-

ram-se à procura de outros múltiplos. Por estes motivos, o meu acompanhamento aos alunos

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muito simples

as, entre os

guras, ou pa

a ficha de t

mero de mes

nguagem ma

tivate/activitie

ega) teve de

quadrados co

ais regularida

a applet util

Mesas e Ca

organização

elacionados

s, visto que

valores de 1

ara confirm

trabalho sem

as ao núme

ais formal.

s/Chairs

ser mais fre

oloridos, ou

ades nas seq

lizada na Ac

deiras’. Esta

o americana

com a utiliz

somente per

1 e 22. Os al

ar se os seu

m muitas difi

ro da figura

equente, cha

para novas

quências anal

ctividade 5

a applet mui

a que dispon

zação das TI

rmitia aume

lunos apena

us desenhos

iculdades, em

a, o que lhe

6

amando-lhes

explorações

lisadas.

to simples fo

nibiliza onlin

IC em Educa

entar ou dim

s a utilizaram

ou previsõe

mbora pouco

s dificultou

61

a

a

foi

ne

a-

mi-

m

es

os

a

62

No

zadas na

panhado

nas restan

destas ta

introduçã

continuav

problema

próximo,

foi també

das respo

cação de

raciocínio

explicaçã

Pela

relaciona

que impe

tema ope

problema

buindo e

Fig

geral, os alu

sala dos co

que ocorrer

ntes aulas, f

arefas. As ra

ão do nome

vam a preci

as mas, quan

, antes de pe

ém mais aut

ostas. Claro

estar correc

o, eram pos

ão plausível,

a minha par

adas com alg

edia a utiliza

erativo, erro

as foram res

stes alunos

gura 13 – Pá

unos revelar

omputadores

ram ao longo

foi claro o en

aras vezes qu

de utilizador

sar de ajuda

ndo surgiram

edirem ajuda

tónomo, vist

que alguns a

cta, mas com

steriormente

, o que os lev

te, as dificu

guns imprev

ação do com

s na instalaç

olvidos freq

por outros g

ágina conten

am-se muito

, comparativ

o do ano. Ap

nvolvimento

ue tiveram d

r e, no decur

a neste aspec

m, tentavam

a às professo

to que algum

alunos encon

mo na ficha

obrigados a

vava a uma i

uldades senti

vistos que oc

mputador, falt

ção do Java

quentemente

grupos, o qu

ndo a applet u

o interessado

vamente com

pesar de não

o e empenho

dificuldades

rso das aulas

cto. Na utili

sempre reso

oras present

mas applets

ntraram as r

de trabalho

a reflectir so

inevitável an

idas na gestã

correram com

ta de cabo d

necessário

separando o

ue foi especi

utilizada na

os e motivad

m as restante

o serem alun

o demonstrad

s na utilizaçã

s, eram cada

ização das a

lvê-los com

es. O trabalh

até lhes per

espostas por

tinham de j

obre os resu

nálise da seq

ão e organiz

m os compu

de rede impe

ao funciona

o grupo de t

ialmente con

Actividade 7

dos durante a

es aulas de

nos muito de

do ao longo

ão do comp

a vez menos

applets raram

o grupo de

ho realizado

rmitiam faze

r tentativas a

justificar e e

ultados e a e

quência em c

zação das au

utadores – fa

edindo a util

amento das a

trabalho afec

nstrangedor p

7

as aulas real

estudo acom

esinteressado

da realizaçã

putador foi n

os alunos qu

mente tiveram

trabalho ma

o pelos aluno

er a correcçã

até obter ind

explicar o se

encontrar um

causa.

ulas estiveram

alta do rato,

ização do si

applets. Este

ctado e distr

para o estud

li-

m-

os

ão

na

ue

m

ais

os

ão

di-

eu

ma

m

o

s-

es

ri-

do

63

nas situações em que o grupo a separar se tratava de um dos grupos analisados no Estudo de

Caso.

5.4.2. O trabalho com papel e lápis

As aulas da turma que realizou as actividades apenas com o suporte de papel e lápis

decorreram de forma semelhante às aulas da outra turma. A organização da aula foi parecida

em ambas as turmas, isto é, a actividade era apresentada aos alunos e distribuída a ficha de

trabalho. Após esclarecidas algumas dúvidas que os alunos tivessem relativamente às ques-

tões ou sobre a natureza da tarefa, os pares de alunos iniciavam o seu trabalho. No final da

aula, era realizada discussão geral das actividades, onde os vários grupos de trabalho expu-

nham as estratégias utilizadas para encontrar as suas respostas, e se esclareciam e corrigiam

possíveis erros ou dúvidas.

Comparativamente com a outra turma, esta levou mais tempo para realizar algumas das

actividades, nomeadamente a Actividade 2 ‘Contas num colar’ e a Actividade 5 ‘Quadrado

10x10’. A Actividade 2 tornou-se praticamente impossível de resolver, pois os alunos tinham

de pintar inúmeros quadrados para verificar se o seu padrão era o correcto ou não. Como eles

começavam logo pela experimentação sem pensarem na regra que determinaria a cor de

determinada peça, levavam imenso tempo a pintar quadrados para depois verificarem que o

seu padrão não estava correcto e terem de começar tudo de novo. Esta actividade revelou-se

uma perda tempo ao ser realizada somente em papel. Na Actividade 5 ocorreram as mesmas

dificuldades que na outra turma, ou seja, como a tarefa era muito aberta, os alunos sentiram-

se desorientados e sem saber o que fazer nos quadrados livres, onde deveriam ser eles a pro-

curar regularidades nos números. Além disso enganaram-se frequentemente ao pintar os múl-

tiplos pedidos, o que tornou difícil a resolução da actividade e obrigou a tirar várias cópias

desta ficha de trabalho para que os alunos pudessem corrigir as tarefas.

As aulas com esta turma também se revelaram mais exigentes ao nível da minha colabo-

ração, e da minha colega, visto que os alunos pediram muito mais a nossa ajuda, para os

orientarmos, e para verificarmos se as suas respostas estavam completas e correctas. Visto

que este tipo de tarefas se tratava de uma novidade para eles, estavam muito inseguros na

realização das actividades e, mesmo para as questões mais simples, pediam a nossa confirma-

ção. Em similaridade com a outra turma, estes alunos também revelaram dificuldades na

expressão escrita, relativamente às questões nas quais deveriam descrever o raciocínio que

seguiram para encontrar as respostas. Pediam-nos para lhes explicarmos as perguntas várias

64

vezes, na tentativa de perceberem o que tinham de escrever em pormenor; então revíamos

com eles o processo que tiveram até encontrar a resposta e pedíamos para tentarem escrever

exactamente o que nos tinham dito oralmente.

Exceptuando as actividades referidas, o trabalho realizado com papel e lápis decorreu

sem grandes problemas, tendo os alunos realizado as restantes actividades de forma empe-

nhada e interessada. Revelaram pouca autonomia, solicitando frequentemente a colaboração

das professoras, mas conseguiram alcançar os objectivos definidos para as actividades pro-

postas no que respeita ao trabalho com sequências e padrões e desenvolvimento do pensa-

mento algébrico. Nas últimas actividades, os alunos já conseguiam encontrar mais facilmente

as regularidades presentes nas sequências e muitos conseguiam generalizar, embora usando

quase sempre uma linguagem natural.

65

CAPÍTULO 6

Resultados

O processo de recolha de dados permitiu a obtenção de uma grande quantidade de

informação acerca do modo como alunos de 5.º ano resolvem tarefas de exploração e genera-

lização de padrões e sequências. Foram aplicadas oito actividades distintas em duas turmas, o

que perfaz um total de 50 alunos.

Para possibilitar uma análise mais pormenorizada das estratégias utilizadas pelos alunos

das duas turmas, e do trabalho desenvolvido pelos alunos ao nível do desenvolvimento do

pensamento algébrico e da generalização de padrões, foram realizados estudos de casos nas

duas turmas. Na turma A os estudos de caso foram realizados sobre dois grupos de alunos, o

par Diogo e Isabel e o par Maria e Vera, e na turma B sobre outros dois grupos, o par Filipa e

Mafalda e o par Andreia e Sónia.

Como foi já referido no Capítulo 4, apenas algumas das actividades realizadas serão

alvo de análise neste capítulo.

6.1. Actividade 1 – Introdução

Esta actividade foi desenhada para proporcionar o primeiro contacto com os padrões

repetitivos, estando organizada em três tarefas.

5.ºA - Desenvolvimento da Actividade

Na realização da primeira tarefa, ambos os grupos de trabalho começaram por resolver

na applet as questões iniciais (a qual pode ser consultada no Anexo 3), continuando a sequên-

cia apresentada e indicando um termo de uma ordem próxima e um termos de uma ordem

distante. Ambos os grupos identificaram o quadrado como sendo o 8.º elemento da sequência,

66

sendo qu

implicita

Na

segue tam

o grupo D

ção da se

samente.

Qua

lam algum

grupo Di

que é vis

pouco inc

ue apenas o

amente indica

identificaçã

mbém uma e

Diogo-Isabe

equência, as

ando se pede

ma dificulda

iogo-Isabel t

sível pela re

completa.

grupo Mari

a que esta fo

R

o de um ter

estratégia de

el indica o te

ssociando o

Re

e aos alunos

ade em comu

ter consegui

esposta anter

ia-Vera apre

oi obtida por

Resposta do g

rmo distante

contagem, i

ermo desejad

triângulo à

Resposta d

esposta do g

s para explic

unicar o que

ido encontra

rior, a sua ju

esenta uma

r contagem:

grupo Maria

da sequênc

indicando iss

do justifican

posição ímp

do grupo Ma

grupo Diogo-

car a regra d

e observaram

ar a relação

ustificação n

justificação

a-Vera

cia (posição

so mesmo na

ndo a respos

par, embora

aria-Vera

-Isabel

de formação

m nas questõe

entre cada

na ficha de

para a sua

21), o grup

a resposta ap

sta com a reg

não o expli

da sequênci

es anteriores

figura e a s

trabalho apr

resposta qu

o Maria-Ver

presentada. J

gra de forma

cando rigoro

ia, estes reve

s. Apesar de

ua posição,

resenta-se um

ue

ra

a-

o-

e-

o

o

m

O g

posição,

trabalho.

Na

começam

exploraçã

nuar a se

contagem

grupo Maria-

em diálogo u

Maria: A

n

Vera: En

Maria: O

Vera: En

resolução d

m por realiza

ão da applet

equência. No

m.

Maria: P

Professo

Maria: A

Professo

-Vera, embo

uma com a o

A regra de fo

não é?! Entã

ntão é: a regr

assim…

Os ímpares…

ntão o 1… 3…

da tarefa 2,

ar a tarefa na

t, o grupo M

o entanto, pa

Professora, n

ra: Não, a i

ou seja, tens

guires explic

Ah, se é par,

ra: Pois, um

Resposta do

ora consiga a

outra, não co

ormação dest

ão olha: o 1 é

ra da sequên

… o 21 era um

… 7… são t

Resposta d

os grupos

a applet, pas

Maria-Vera id

ara indicarem

nós contámos

ideia é tu ten

s de percebe

car o 51.

se é impar…

ma regra dess

o grupo Dio

aperceber-se

onsegue exp

ta sequência

é, o 3 també

ncia é sempre

m número ím

odos iguais…

do grupo Ma

analisados s

ssando depo

dentifica a un

m a 51.ª fig

s todas as fig

ntares chega

er a regra de

… como há p

se género…

go-Isabel

e da relação

primi-lo conv

a é serem sem

ém, … é!

e os pares e í

mpar, não é?

… é isso…

aria-Vera

seguem cam

is para a fich

nidade de re

gura as aluna

guras da sequ

ar ao 51 sem

e formação

pouco…

mas pensem

entre cada f

venientemen

mpre número

ímpares, eu

? Eu acho qu

minhos difere

ha de trabalh

epetição e co

as seguem a

uência até ch

m continuares

da sequênci

m bem.

6

figura e a su

nte na ficha d

os ímpares,

acho que é

ue sim!

entes. Ambo

ho. Durante

onsegue cont

a estratégia d

hegar ao 51.

s a sequênci

ia para conse

67

ua

de

os

a

ti-

de

.

a;

e-

68

(Na

Ape

não tenta

sabiam q

seguinte,

tractiva, r

O o

trabalho

posições

também r

a minha ausê

Maria: E

Vera: En

Maria: E

Vera: Ma

esar de se ap

aram procura

que se tratav

as alunas c

retrocedendo

outro grupo a

com a apple

múltiplas d

recuam dois

ência)

Então o 51 é

ntão quais sã

Então o 51 é

as todas as f

perceberem

ar uma expl

va de um cír

conseguiram

o uma figura

analisado se

et qual a uni

de 3, seguin

passos para

Re

par? Ou é ím

ão os pares?

ímpar…

figuras apare

que todas as

licação para

rculo porqu

responder c

a por cada po

Resposta d

eguiu um cam

dade de repe

ndo assim um

a identificare

esposta do g

mpar?

(e dizem tod

ecem nos ímp

s figuras apa

o círculo ap

e a applet l

correctament

osição pedid

do grupo Ma

minho difere

etição e que

m processo

em as figuras

grupo Diogo-

dos os pares

pares…

areciam em p

parecer na 5

hes forneceu

te, tendo seg

da.

aria-Vera

ente, tendo o

a terceira fi

multiplicati

s anteriores.

-Isabel

até 52) …

posições ímp

51.ª posição

u a solução)

guido uma e

os alunos re

igura aparec

ivo. Na que

pares e pare

(as alunas j

). Na questã

estratégia sub

econhecido n

ia sempre na

estão seguin

es,

ão

b-

no

as

te

A te

cia com

Maria-Ve

podiam i

oito. Este

citou a re

ram para

isso apen

ram por r

recia sem

avançara

Dur

pedidos s

da ficha d

gia do ou

sequência

distante,

posição 2

erceira tare

números, ao

era começou

indicar o núm

e grupo cons

egra de form

encontrar o

nas foi neces

recorrer à es

mpre nas pos

am mais duas

rante a mani

seguindo um

de trabalho,

utro grupo e

a, indicando

usando a m

20 é ocupada

efa trouxe al

o invés de sí

u por ter alg

mero da 9.ª

seguiu encon

mação da seq

22º termo. O

ssário identif

stratégia de

sições de va

s casas de m

R

ipulação da

ma estratégia

o Diogo pro

e chega à m

o a unidade

mesma estrat

a pelo númer

lgumas dific

ímbolos com

gumas dificu

posição se o

ntrar os elem

quência, tend

O elemento

ficá-lo; para

contagem m

alor múltiplo

modo a identi

Resposta do g

applet, o gr

a de contage

ocura outra e

mesma soluç

de repetição

égia do grup

ro 8.

culdades aos

mo aconteceu

uldades logo

o maior núm

mentos próxi

do repetido a

próximo est

identificar o

mas depois ap

o de 4, pelo

ificarem o nú

grupo Maria

rupo Diogo-I

em para amb

estratégia, m

ção. Este gru

o. Identificam

po anterior m

alunos, por

u nas sequên

o de início,

mero que ap

imo e distant

a explicação

tava já repre

o elemento d

perceberam-

que calcular

úmero quatro

a-Vera

Isabel conse

bas as situaç

mas acaba po

upo exprime

m também c

mas não exp

r se tratar de

ncias anterio

pois não p

arecia na se

te pedidos m

o do processo

sentado na s

distante as al

-se que o ele

ram os múlt

o.

egue identifi

ões. Durante

or seguir a m

e a regra de

correctament

plicitam por

6

e uma sequên

ores. O grup

ercebia com

quência era

mas não expl

o que realiza

sequência, po

unas começa

emento 8 apa

iplos até 20

car os termo

e a realizaçã

mesma estraté

formação d

te o element

rque motivo

69

n-

po

mo

o

li-

a-

or

a-

a-

e

os

ão

é-

da

to

a

70

5.º B

Na

guem con

contagem

estratégia

grupos a

Des

alteraram

questão r

cialmente

B - Desenvo

exploração

ntinuar a seq

m dos elemen

a de contage

encontrar ou

Professo

2

Andreia

Professo

Andreia

Professo

Andreia

Professo

Andreia

sta forma, am

m as suas re

referente à r

e o que era p

Re

olvimento d

da primeir

quência e id

ntos da sequ

em, mas quan

utras formas

ra: Experim

2.ª, 3.ª… ago

dos quadrad

: Os triângul

ra: Exactam

: Pares

ra: então o 2

: Triângulo p

ra: Exacto,

: Como tamb

mbos os gru

espostas na

regra de form

pedido e o qu

espostas do g

a Actividad

ra tarefa da

dentificam o

uência. Na id

ndo verifiqu

s de identific

mentem pôr p

ora reparem

dos.

los estão sem

mente… e os

21 vai ser…

porque está n

se eu vos pe

bém é impar

upos acabara

ficha de tra

mação da se

ue deveriam

grupo Diogo

de

a actividade,

8.º elemento

dentificação

uei como est

car o elemen

por baixo de

bem na pos

mpre em pos

quadrados n

num impar.

edisse o 101,

r era triângul

am por relac

abalho. Assi

equência, na

m explicar.

o-Isabel

ambos os g

o da sequênc

o do 21.º elem

avam a faze

nto da 21.ª po

cada figura

ição das figu

sição ímpar.

nos…

, vocês não i

lo.

cionar a figu

im, consegu

a qual as alu

grupos anal

cia facilmen

mento torna

r procurei le

osição:

a posição de

uras… dos tr

iam contar at

ura com a s

uem também

unas não pe

isados conse

nte, através d

am a utilizar

evar ambos o

elas… a 1.ª,

riângulos e

té 101…

sua posição,

m responder

rceberam in

e-

de

a

os

e

à

ni-

Na

Ambos c

o grupo

anterior.

pares e í

grupo co

demasiad

seguem e

atenção à

se há alg

casos as

plos de 3

múltiplos

ficará na

realização

conseguiram

Andreia-Són

Porém, acab

ímpares e, p

meça por se

do distante e

encontrar ou

às posições d

go familiar n

posições de

3 no caso da

s de 3 a par

posição 51.

Res

da tarefa d

continuar a

nia começou

bam por veri

por isso, não

eguir a estrat

e desistem, s

utra estratégi

do triângulo

nos números

cada figura

as posições

rtir do 30 e

Re

spostas do g

dois, os gru

sequência c

u por tentar

ificar que qu

o podem apl

tégia da con

supondo que

ia, pedem a m

, depois às d

s que vão en

avançam de

do círculo.

encontram

esposta do gr

grupo Andrei

upos analisa

correctament

aplicar a re

ualquer uma

licar aqui o

ntagem, mas

e existirá ou

minha ajuda

do quadrado

ncontrando. A

e três em trê

As alunas a

o 51, identi

rupo Andreia

ia-Sónia

ados seguira

te, mas na id

egra do par-

a das três fig

mesmo raci

verificam qu

utra forma m

a. Indico-lhe

o e depois às

As alunas ve

ês, e acabam

acabam por

ficando o cí

a-Sónia

am estratégi

dentificação

-ímpar utiliz

uras aparece

iocínio. Em

ue se trata d

mais fácil. Co

s que devem

do círculo,

erificam que

m por reconhe

escrever a s

írculo como

7

as diferente

do 51.º term

zada na taref

e em posiçõe

seguida, es

de um númer

omo não con

m prestar ma

e verificarem

e em todos o

ecer os múlt

sequência do

o a figura qu

71

es.

mo

fa

es

te

ro

n-

ais

m

os

ti-

os

ue

72

O g

alunas ap

que se na

bém esta

sequência

Para

vamente

Na

cia é form

tos da seq

re a repet

Am

to ao 22.

bem que

uma abor

e duas po

grupo Filipa

plicam o con

a posição de

ará. Consequ

a estará um

a identificar

as posições

terceira tar

mada por mú

quência são

tição do conj

mbos os grup

º elemento d

o algarismo

rdagem mult

osições à fren

-Mafalda se

nceito de pro

ez está o triâ

uentemente c

quadrado.

Re

am os dois t

e vão verific

refa da Activ

últiplos de d

números pa

njunto numér

Re

os consegue

da sequência

o 8 aparece n

tiplicativa e

nte estará o

egue uma es

oporcionalid

ângulo, nas

consideram

sposta do gr

termos anter

cando que el

vidade 1,o g

ois, enquant

res entre o d

rico indicado

sposta do gr

em identifica

a, ambos os

nas posições

aditiva, e co

4.

stratégia que

dade directa

posições vin

que na posiç

rupo Filipa-M

riores ao 51.

lementos apa

grupo Andre

to o grupo Fi

dois e o oito.

o.

rupo Filipa-M

ar na sequênc

grupos dura

múltiplas de

oncluem que

e o induz a

de forma de

nte, trinta, q

ção que se s

Mafalda

º, ambos os

arecem.

eia-Sónia ape

ilipa-Mafald

. A expressã

Mafalda

cia o 9.º elem

ante a análise

e 4. A partir

e na posição

uma respos

esadequada,

quarenta e ci

se segue ao

grupos subt

enas refere q

da salienta qu

ão “e por aí a

mento. No q

e da sequênc

desta observ

o 20 estará n

sta errada. A

considerand

inquenta tam

51.º termo d

traem sucess

que a sequên

ue os elemen

adiante” suge

que diz respe

cia se aperce

vação seguem

novamente o

As

do

m-

da

si-

n-

n-

e-

ei-

e-

m

8

73

Síntese

Apesar desta ter sido a primeira actividade realizada, os alunos de ambas as turmas con-

seguiram analisar as sequências e procurar as respostas para as questões apresentadas. Os

grupos começaram por utilizar estratégias de contagem para identificarem os elementos dis-

tantes, mas durante a análise das sequências foram-se apercebendo de relações existentes as

figuras e as respectivas posições, o que os auxiliou a encontrar processos mais rápidos e efi-

cazes de identificar os elementos pedidos.

Apesar das estratégias utilizadas em ambas as turmas na realização das três tarefas

serem semelhantes, salienta-se que na turma B um dos grupos aplicou a estratégia de propor-

cionalidade directa numa das tarefas, obtendo um resultado errado devido à inadequação des-

ta estratégia para a situação em causa.

Os grupos analisados revelaram muitas dificuldades na comunicação escrita dos proces-

sos de resolução utilizados e dos raciocínios que desenvolveram para a realização das tarefas

apresentadas, ficando as respostas escritas nas fichas de trabalho muitas vezes incompletas.

6.2. Actividade 2 – Colares de contas

Esta actividade foi realizada logo na aula seguinte à da Actividade 1. Nesta pretende-se

dar continuidade ao trabalho com sequências repetitivas, sendo a cor e o número de elemen-

tos da unidade de repetição os atributos que variam. Apresentam-se de seguida as resoluções

realizadas pelos grupos analisados das duas turmas, mas apenas até à alínea c) da questão 2,

visto que a turma 5.º B não realizou as restantes questões.

5.º A – Desenvolvimento da Actividade

Na primeira tarefa da Actividade 2, os grupos analisados começaram por criar padrões

sem quaisquer critérios quanto à ordem das cores utilizadas, até que conseguiram um padrão

que tornava azul a posição 102 da sequência. Este trabalho de tentativa e erro é muito simples

e rápido de executar na applet, pelo que rapidamente ambos os grupos se obtiveram uma ou

duas soluções para a tarefa. Ao obterem algumas das soluções, o grupo Diogo-Isabel confir-

maram que a peça azul devia ficar em 2.º lugar para que também ficasse em 102.º lugar. Ten-

74

taram ent

ram na ap

po Maria

que enco

nas enco

padrões q

apercebe

no meio d

Na

cando o c

nos come

cor-de-ro

posições

para justi

na respos

tão perceber

applet se esta

a-Vera foram

ontraram um

ontraram três

que estavam

m da posiçã

das outras p

realização d

conceito de

eçam por int

osa. O grupo

4, 8, 12, 16

ificar a resp

sta da ficha d

r que outros

avam realme

m criando no

m padrão pos

s padrões di

m correctos. M

ão constante

eças.

R

da tarefa 2,

múltiplo par

troduzir o pa

o Diogo-Isab

6 e 20, ou s

posta na fich

de trabalho,

Re

R

padrões dif

ente correcto

ovos padrões

ssível, desen

iferentes e n

Mesmo na re

na peça azu

Resposta do g

ambos os g

ra explicar a

adrão na app

bel observa

seja, nas pos

ha de trabalh

apresentand

esposta do g

Resposta do g

ferentes pode

os e desenha

s e realizando

nharam-no n

nunca quest

esposta da a

ul em todas a

grupo Maria

grupos segui

a solução da

plet e verific

então que a

sições múltip

ho. O grupo

do apenas a j

grupo Diogo-

grupo Maria

eriam ter est

aram-nos na

o as tentativ

a ficha de tr

ionaram a p

alínea b) da T

as soluções,

a-Vera

iram estratég

as várias alín

car que na po

as peças cor

plas de 4 e

Maria-Vera

ustificação p

-Isabel

a-Vera

ta característ

ficha de tra

vas na applet

rabalho. No

posição da p

Tarefa 1, as

apenas refer

gias multipli

neas. Na alín

osição 20 fic

res-de-rosa a

utilizam est

não indica

para o result

tica. Verifica

abalho. O gru

t. De cada ve

entanto, ape

peça azul no

alunas não s

rindo que est

icativas, apl

nea a), os alu

cou uma peç

aparecem na

ta observaçã

a cor da peç

ado obtido.

a-

u-

ez

e-

os

se

li-

u-

ça

as

ão

ça

Na

desenvol

qual cons

que reco

quatro pe

se engana

O g

pedida a

amarela e

tégia de

zes de ap

de modo

resposta

5.ºB

Na

de repeti

grupos se

na folha d

Am

ção. O gr

peça azu

resposta,

2.ª posiç

fica na 2

resolução d

lveram na qu

sidera a repe

nhecem ser

eças. No enta

aram nos cál

grupo Maria-

cor da peça

e deram as s

contagem pa

plicar a mesm

a encontrar

correcta, ma

B – Desenvo

tarefa 1, am

ição, de acor

em a definiç

de respostas

mbos os grup

rupo Andreia

l se aparece

quantas com

ão. Assim, c

.ª posição, e

da alínea b),

uestão anteri

etição por 4

a peça cor-

anto, fazem

lculos.

Re

-Vera não se

a da 21.ª po

suas resposta

ara identific

ma estratégi

a resposta c

as recorrendo

olvimento da

mbos os grup

rdo com o d

ção anterior

s e verificara

os conseguir

a-Mafalda a

er na 102.ª p

mbinações d

chegaram à

assim tamb

, o grupo D

ior para esta

vezes do co

-de-rosa por

a contagem

espostas do g

e apercebeu

sição. As al

as nesse sent

arem as cor

ia da alínea

correcta. O g

o novamente

a Actividad

pos analisado

determinado

de critérios

am se o 102.º

ram na prim

ssociou a po

osição. Proc

diferentes pod

possibilidad

bém na 102.ª

Diogo-Isabel

questão, usa

onjunto de qu

r se tratar do

de todas as

grupo Diogo

da alteração

lunas achara

tido. Já na a

es das peças

a) e recorrem

grupo Diogo

e aos múltipl

de

os começaram

o tarefa. Este

s. Os alunos

º elemento d

meira tentativ

osição da peç

curaram dep

diam fazer d

de de 4 pad

ª posição. O

conseguiu

ando uma es

uatro peças e

o inicio da r

peças de mo

o-Isabel

o da ordem d

am então qu

línea c), as a

s pedidas. A

m à contage

o-Isabel cons

los de 4.

m por criar u

e padrão ini

pintaram o

da sequência

va encontrar

ça azul no pa

ois, sem ten

das várias co

drões distinto

grupo Filipa

adaptar o ra

stratégia mu

e adicionand

repetição do

odo a confirm

das cores, ap

e se tratava

alunas recorr

As alunas não

em de todos

segue também

um padrão p

cial foi cria

esquema co

tinha a cor a

uma solução

adrão inicial

ntarem prova

ores, estando

os, nos quai

a-Mafalda ta

7

aciocínio qu

ltiplicativa n

do depois um

o conjunto d

marem se nã

penas que er

de uma peç

reram à estra

o foram capa

os elemento

m encontrar

para a unidad

do pelos do

orresponden

azul.

o para a situa

l ao facto de

ar na folha d

o a cor azul n

is a peça azu

ambém verif

75

ue

na

m,

de

ão

ra

ça

a-

a-

os

a

de

ois

te

a-

a

de

na

ul

fi-

76

cam que

azul na 2

Na

que o gru

plicativa

de repeti

posição t

O g

posta.

Nas

têm as su

tagem pa

pretendid

trarem a

se as sua

existem outr

2.ª posição, m

tarefa 2, o g

upo Filipa-M

para encont

ição tem 4 e

também apar

grupo Filipa-

s restantes a

uas estratégi

ara encontrar

dos, enquant

cor das posi

s ideias estav

ras soluções

mas não inve

grupo Andre

Mafalda. O g

trar a cor qu

elementos e

recerá a peça

-Mafalda seg

Re

Re

alíneas desta

as, isto é, o

r as resposta

to o grupo A

ições pretend

vam correcta

s se mudarem

estigam quan

eia-Sónia co

grupo Andre

e aparece na

que a peça

a cor-de-rosa

guiu a estrat

esposta do gr

sposta do gr

tarefa que

grupo Filipa

as, utilizando

Andreia-Sóni

didas, recorr

as.

m as peças de

ntas soluções

nseguiu apro

eia-Sónia co

a 20.ª posiçã

a cor-de-rosa

a.

tégia de con

rupo Andreia

rupo Filipa-M

os grupos co

a-Mafalda c

o a folha de r

ia utilizam e

rendo depois

e outras core

s existem.

ofundar mai

onsegue apli

ão. As alunas

a surge em

ntagem, tal c

a-Sónia

Mafalda

onseguiram

ontinua a ut

respostas par

stratégias m

s à folha de r

es de sítio e

is a análise d

car uma estr

s verificam q

4.º lugar. A

como indicam

resolver, os

tilizar a estra

ra encontrar

multiplicativa

respostas par

mantiverem

da situação d

ratégia mult

que a unidad

Assim, na 20

m na sua re

s alunos man

atégia de con

r os resultado

as para encon

ra verificarem

m a

do

ti-

de

0.ª

s-

n-

n-

os

n-

m

Sínt

Com

e lápis. M

pedido pa

e branco

No

padrão p

nos que r

As que n

Os aluno

realizar e

riamente

Tor

muito ma

alunos da

tarefas d

quadrado

tas; este

ficar as v

na resolu

dade de u

frequente

tese

mo foi já ref

Mais uma ve

ara fazer nas

dificultou a

entanto, co

resente na fi

realizaram a

não realizaram

os utilizaram

e muitas vez

que se revel

rna-se clara n

ais rápida e

as duas turm

de certo mod

os da folha d

facto desmo

várias respos

ução das tare

uma forma m

emente.

Re

ferido, esta a

ez, os alunos

s várias ques

percepção d

m a explica

ficha de trab

s actividades

m foi por fal

m principalm

zes iniciavam

lavam errado

nesta Activi

apelativa a

mas também

do contrariad

de resposta p

otivou-os mu

stas rapidam

efas. É també

mais autónom

esposta do gr

actividade to

s revelaram

stões. Tamb

da cor do pad

ação da tare

alho e de co

s com papel

lta de tempo

mente estraté

m as suas te

os para as qu

dade a impo

realização d

foi diferent

dos, pois pe

para verifica

uito. Por outr

mente, pelo q

ém de salien

ma que os al

rupo Andreia

rnou-se mui

algumas dif

ém o facto d

drão.

efa para toda

omo deveria

e lápis cons

o visto cada q

gias de cont

entativas par

uestões abor

ortância da u

das tarefas p

e, sendo que

erceberam o

arem se as su

ro lado, na t

que estiveram

ntar que os a

lunos da turm

a-Sónia

ito morosa d

ficuldades em

de as fichas

a a turma, e

ser utilizad

seguiram rea

questão leva

tagem, as qu

rtindo de pa

rdadas.

utilização do

propostas. O

e na turma B

tempo que

uas resposta

turma A, os

m sempre in

alunos da tur

ma B, os qua

de ser realiza

m compreen

de trabalho

e indicação

da a folha au

alizar alguma

ar muito tem

uais levam m

adrões constr

o computado

O interesse re

B os alunos

iriam gasta

as estavam o

alunos cons

nteressados e

rma A realiza

ais solicitara

7

ada com pap

nder o que er

serem a pret

das cores d

uxiliar, os alu

as das tarefa

mpo a resolve

mais tempo

ruídos aleato

or, pois torno

evelado pelo

realizaram a

ar a colorir o

ou não correc

seguiram ver

e empenhado

aram a activ

am ajuda ma

77

el

ra

to

do

u-

as.

er.

a

o-

ou

os

as

os

c-

ri-

os

vi-

ais

78

A a

crescente

modo a a

generaliz

5.ºA

Os

pode ser

leva a en

sequência

acertam a

figura se

sequência

esta obse

figura, ac

Maria-Ve

applet.

Em

dem com

sequência

actividade ‘N

e. A activida

auxiliá-los n

zação sobre a

A - Desenvo

alunos come

consultada

ncontrar o n

a. O grupo

as respostas

guinte para

a tem sempr

ervação. Qua

cabam por a

era também

seguida pas

m relativa fa

a.

6.3. A

Números em

ade orienta o

as suas obse

a organizaçã

lvimento da

eçaram a ac

no Anexo 3

número de p

Diogo-Isabe

e, especialm

não perder p

re mais 4 po

ando são qu

adicionar 4

segue uma

ssam para re

acilidade, in

Actividade 3

m caixa’ foi

os alunos ao

ervações, con

ão da sequên

a Actividade

ctividade pel

), responden

pontos das

el repara ime

mente, o Dio

pontos. Nes

ontos que a

uestionados p

sucessivame

estratégia ad

esolução da

ndicando as

Respostas d

– Números

a primeira

o longo do p

njecturas e,

ncia.

e

la manipulaç

ndo às quest

figuras segu

ediatamente

go tenta calc

ta análise ap

anterior e re

pela aplicaçã

ente até à 10

ditiva para e

ficha de trab

semelhança

do Grupo Dio

s em Caixa

a ser realiz

processo de

no final da a

ção da apple

tões que apa

uintes e de

que é atribu

cular sem er

percebem-se

espondem às

ão sobre o n

0.ª e encont

encontrar os

balho. Às pr

as e diferenç

ogo-Isabel

zada com um

análise da

actividade, n

et correspon

arecem na ap

outras mais

uída pontuaç

rro o número

e que a figur

s questões d

número de p

tram o valor

vários termo

rimeiras que

ças dos vári

ma sequênc

sequência, d

numa possív

ndente (a qu

pplet e que o

s distantes d

ção consoan

o de pontos d

ra seguinte d

e acordo com

pontos da 10

r 40. O grup

os pedidos n

estões respon

ios termos d

ia

de

el

al

os

da

te

da

da

m

0.ª

po

na

n-

da

A a

zada por

situação

além daq

todos sem

Na

tos, os al

foi o grup

tes. Com

posta sat

cando-lhe

aos múlti

O o

sendo qu

se tratar

O Diogo

ponde ut

perceber

torna a in

alínea c), que

nenhum do

na applet e

queles presen

m dificuldad

resolução da

lunos aprese

po Maria-Ve

mo se engana

isfatória e a

es que se tra

iplos de 4.

outro grupo e

ue a Isabel co

de um núme

, como se tin

tilizando ess

que não tinh

ndicar que o

e pedia para

os alunos do

ainda tinha

ntes na ficha

de.

a alínea e), q

entaram vári

era, as quais

aram ao dese

cabaram por

atava dos nú

estudado, o

omeçou por

ero par, visto

nha apercebi

sa justificaçã

ha a resposta

61 não pode

Respostas d

os alunos d

os grupos an

am no ecrã d

a de trabalh

que pergunta

ias estratégia

s começaram

enhar as fig

r pedir ajuda

úmeros múlt

par Diogo-I

identificar o

o que todos

ido que todo

ão. Ao confr

a mais adequ

e fazer parte

do Grupo M

desenharem a

nalisados, tal

do computad

ho. Por outro

ava sobre a

as. O grupo

m por tentar d

guras, contin

a a outro gru

tiplos de 4 e

Isabel, come

o 60 como fa

os números

os os número

frontarem as

uada, e corri

e da sequênci

aria-Vera

as duas figur

lvez porque

dor outros te

o lado, a alín

existência d

que apresen

desenhar alg

nuaram sem

upo de coleg

e que o núm

eçou por seg

azendo parte

s da sequênc

os presentes

suas conjec

ige-a; no ent

ia por se trat

ras seguinte

já tinham e

ermos da se

nea d) foi pr

de um termo

ntou maiores

gumas das fi

conseguir o

gas que as o

mero 60 tam

guir estratégi

e da sequênc

cia têm esta

eram múltip

cturas, a Isab

tanto, na que

tar de um nú

7

s, não é real

explorado es

equência, par

reenchida po

com 60 pon

s dificuldade

iguras seguin

bter uma re

rientou expl

mbém pertenc

ias diferente

cia apenas po

característic

plos de 4, re

bel acaba po

estão seguin

úmero impar

79

li-

ta

ra

or

n-

es

n-

s-

li-

ce

es,

or

a.

s-

or

te

.

80

Em

associar r

rá ter 25

rísticas d

embora o

ras ficass

Para

pondente

múltiplo

4” ou que

regra ger

Isabel co

po aprese

caram qu

cia algum

seguida os

rapidamente

pontos. No

das figuras d

o fizessem c

sem com alg

a encontrare

e, na alínea i

de 4 ao cres

e “a relação

ral da sequê

onseguiram i

entou uma re

ue é preciso

ma confusão

alunos deve

e que o quad

entanto, par

da sequência

om pouca pr

guns erros.

em uma rela

i), os grupos

scimento da

é que são m

ência, onde

identificar qu

esposta pouc

“multiplicar

entre a estra

Respost

Respost

eriam tentar

drado deverá

a desenhar a

e não o fize

reocupação p

ação entre a

s analisados

sequência, i

múltiplos de 4

os alunos u

ue tinham de

co coerente c

r o número 4

atégia aditiva

tas da Isabel

tas do Diogo

desenhar a

ter 100 pon

a figura deve

eram. Todos

pelo rigor no

posição da

conseguiram

indicando qu

4”. Estas ob

utilizaram um

e “multiplica

com o restan

4 pelos pont

a e a express

l

o

25.ª figura d

ntos no total,

eriam ter ana

s os grupos d

o desenho, o

figura e o n

m mais uma

ue “temos se

servações aj

ma linguage

ar a figura c

nte trabalho

tos das outra

são geral da

da sequência

pelo que ca

alisado melh

desenharam

o que levou

número de p

a vez associa

empre que m

judam na for

em natural. O

om o 4” ma

que realizara

as figuras”, o

sequência.

a. Conseguem

ada lado deve

hor as caracte

a 25.ª figur

a que as figu

pontos corre

ar a noção d

multiplicar po

rmalização d

O par Diogo

s o outro gru

am, pois ind

o que eviden

m

e-

e-

ra,

u-

s-

de

or

da

o-

u-

di-

n-

5.ºB

As

de imedi

do este a

de área c

O o

mas não

aumentam

As

subseque

chamar a

engana-s

figura 4:

B - Desenvol

alunas come

ato que o nú

argumento na

om a de perí

outro grupo

o faz quaisq

m de quatro

alunas reali

entes da seq

a atenção do

e nos registo

lvimento da

eçam por an

úmero de po

a atribuição

ímetro.

Resp

analisado ap

quer observa

em quatro u

Resp

izaram sem

quência e, em

os alunos pa

os e conside

a Actividade

nalisar a sequ

ontos de cada

de similarid

postas do gru

percebeu-se

ações basea

unidades.

postas do gru

dificuldade

m seguida,

ara o total de

era como 1.ª

e

uência apres

a figura corr

dade entre as

upo Andreia

da razão do

adas nessa i

upo Filipa e

es as questõ

completaram

e pontos de

ª figura a pr

sentada e um

responde aos

s figuras, em

a-Mafalda

o cresciment

informação,

Mafalda

ões seguintes

m a questão

cada figura

imeira por e

m dos grupo

s múltiplos d

mbora confun

to entre as v

apenas sal

s, desenhan

com a qua

a. O grupo A

elas desenha

8

os apercebe-s

de 4, utilizan

ndam a noçã

várias figura

lientando qu

do as figura

al se pretend

Andreia-Són

ada, ou seja,

81

se

n-

ão

as,

ue

as

de

nia

a

82

O g

Na

procedem

ram, o qu

do 40 por

nhecem q

As r

ralização

figura ter

damente

número d

figura co

exemplo.

mente po

AndreiaSónia: 1,AndreiaSónia: SiAndreiaSónia: SãAndreiaSónia: SeAndreiaSónia: 4,AndreiaSónia: E

grupo Filipa

alínea e), pa

m da mesma

ue acontece

r este ser o m

que não é po

restantes qu

o sobre a seq

ria no total 1

no par Filip

de pontos de

orrespondent

. O outro gru

orque não se

: Para desen, 2, 3, 4, 5, 6: 16, não é? im. : E na seguinão 20 pontos: Para desene reparares, : Pois é! , 8, 12, 16, 2: Então fica na 4.ª figura

e Mafalda re

ara verificare

forma: cont

no 4x15. A

maior múltip

ossível que h

Re

Re

estões da fic

quência apre

100 pontos,

a e Mafalda

e cada lado d

te, ou seja, n

upo analisad

e apercebeu

hares a 1.ª fi6… (contam

nte? 1, 2, 3, s! hares a 3.ª fiolha, isto é s

20, 24. 24. a ficam 28.

esolve estas

em se existe

tinuam os m

Ambos os gru

plo de que se

haja uma figu

esposta do gr

sposta do gr

cha de trabal

sentada. Tod

mas o desen

, que se aper

da figura era

na figura 2

do não revel

dos cuidado

igura precisatodos os pon

4, … (conta

igura precisasempre a tab

questões sem

e alguma fig

múltiplos de 4

upos começa

e recordam.

ura com 61 p

rupo Andreia

rupo Filipa-M

lho pretendia

dos os grupo

nho em si fe

rcebeu pelas

a sempre ma

existem três

ou dúvidas n

os que dever

as de… quanntos) …16!

m novament

as de…? Qubuada do 4!

m dificuldad

gura com 60

4 até encont

aram a proc

Utilizando o

pontos.

a-Sónia

Mafalda

am orientar

os conseguir

z salientar a

s primeiras fi

aior em um v

s pontos em

na realização

ria ter para d

ntos pontos?

te) … 20!

uantos pontos

des.

pontos, amb

trarem o val

curar os múl

o mesmo rac

os alunos pa

ram reconhe

alguns proble

figuras da seq

valor do que

m cada lado d

o desta ques

desenhar cor

s?

bos os grupo

or que procu

tiplos a part

ciocínio, reco

ara uma gene

cer que a 25

emas, nomea

quência que

e o número d

da figura, po

stão, possive

rrectamente

os

u-

tir

o-

e-

5.ª

a-

o

da

or

el-

a

figura. O

24 e 25.

Na

posição q

com base

ponde qu

Filipa e

número d

o número

Este

tada. Os

descobrir

Esta

obtenção

tar, atrav

que rege

Sónia:

O g

sequência

as questõ

4x25=10

O desenho es

alínea i) é p

que esta ocu

e nas observ

ue “o númer

Mafalda, in

da figura com

o total de pon

e foi o grupo

restantes gru

ram inicialm

as alunas for

o de qualquer

vés de uma li

a sequência

grupo Filipa

a é o facto d

ões de forma

0, nesta que

stá feito com

pedido aos a

upa. O grup

vações feitas

ro de pontos

nfluenciado

m o número

ntos da figur

Re

o que demon

upos seguira

mente.

ram também

r elemento d

inguagem na

a apresentad

Re

a-Mafalda c

de aumentar

a correcta, e

estão não pro

m alguns erro

alunos que r

po Andreia-S

desde o iníc

s é o quadru

pelas preocu

de pontos e

ra e a sua po

sposta do gr

nstrou seguir

am uma abor

m as únicas q

da sequência

atural abrevi

da (4n), com

esposta do gr

considerou q

rem de 4 em

e mesmo per

ocuraram um

os, como un

relacionem o

Sónia conseg

cio e na anál

uplo do núm

upações do

m cada lado

osição.

rupo Filipa-M

r uma abord

rdagem num

que não cons

a. Todos os r

ada e com re

mo é o caso

rupo Andreia

que a regra

m 4. Embora

rcebido que

ma regra ger

ns lados com

o número de

gue estabele

lise da tabel

mero da figur

desenho da

o, mas não ex

Mafalda

agem pictór

mérica, basead

seguiram def

restantes gru

ecurso a algu

do grupo co

a-Sónia

a para desco

as alunas te

a 25.ª figura

ral que perm

m 26 pontos

e pontos da

ecer a relaçã

a da alínea a

ra”. Por sua

a 25.ª figura

xplicita uma

rica da sequê

da nos múlti

finir uma reg

upos consegu

uns símbolo

onstituído pe

obrir qualqu

enham respo

a teria 100 p

mitisse encon

8

e outros com

figura com

ão facilment

anterior e re

vez, o grup

a, relaciona

a relação entr

ência apresen

iplos de 4 qu

gra geral par

uiram explic

s, a expressã

ela Andreia

uer figura d

ondido a toda

pontos porqu

ntrar qualque

83

m

a

te,

s-

po

o

re

n-

ue

ra

ci-

ão

e

da

as

ue

er

84

figura al

possível

Sínt

Na

pelos alu

apenas é

applet du

zadas aq

semelhan

to de 4 v

ras apres

Para

ao conce

A g

tendo os

necessári

No entan

turma qu

utilização

ma de ge

Imp

menos au

tões da fi

eatoriamente

encontrar o

tese

realização d

unos das dua

feita na pa

urante a real

quando da ju

nte em amba

alores entre

entadas e da

a identificar

ito de múltip

generalização

alunos reco

io multiplica

nto, é de real

ue realizou a

o da applet a

eneralização

porta ainda

utónomo que

icha de traba

e, mas volta

número de p

Re

desta activid

as turmas. N

rte inicial d

lização da ac

ustificação d

as as turmas,

figuras cons

as por eles de

rem a existên

plo de 4, per

o conseguid

orrido a uma

ar por 4 o nú

lçar que hou

a actividade

apenas os al

da sequênci

salientar qu

e os alunos d

alho sem req

aram a apoi

pontos de ca

sposta do gr

dade não sã

Na turma qu

da tarefa e ap

ctividade ne

das suas res

, sendo que,

secutivas atr

esenhadas.

ncia de um t

rcorrendo tod

a pelos grup

a linguagem

úmero da fig

uve um maio

com recurso

lunos dos gr

ia.

ue os alunos

da turma A,

querer ajuda.

iar-se na abo

da figura som

rupo Filipa-M

o evidentes

ue utilizou o

parentement

m a salienta

spostas. A f

em ambas, o

ravés da con

termo mais

dos os múlti

pos analisado

m essencialm

gura para ob

r número de

o apenas a p

rupos analisa

s da turma

sendo que e

ordagem rec

mando quatr

Mafalda

diferenças

o computado

te os alunos

am como par

forma como

os alunos se

ntagem do nú

distante a m

plos até enco

os de ambas

mente simból

bter o númer

e alunos a alc

papel e lápis;

ados conseg

B continuam

estes realiza

cursiva atrav

ro à anterior

nas estratég

or, a utilizaç

s não tornam

rte das obse

o abordam a

e apercebem

úmero de po

maioria dos a

ontrar o valo

s as turmas

lica para ind

o de elemen

cançar a gen

; na turma q

uiram encon

m a revelar

am grande pa

vés da qual

.

gias utilizada

ção da appl

m a recorrer

rvações real

a sequência

do incremen

ntos das figu

alunos recorr

or pretendido

é semelhant

dicarem que

ntos da figur

neralização n

que recorreu

ntrar uma fo

r um trabalh

arte das que

é

as

let

à

li-

é

n-

u-

re

o.

te,

é

ra.

na

à

or-

ho

s-

85

6.4. Actividade 4 – Sequências crescentes

Como foi já referido, esta actividade era constituída por duas tarefas, sendo a primeira

formada por várias sequências numéricas nas quais os alunos apenas tinham de descobrir a lei

de formação para indicar os quatro termos seguintes. Como esta tarefa foi desenhada apenas

para servir de prática dos alunos na identificação da lei de formação de sequências numéricas

não será abordada nesta análise de dados. A tarefa 2 desta Actividade era constituída por

uma exploração simples da sequência numérica dos múltiplos de 9, cuja análise de dados é a

seguir apresentada.

5.ºA - Desenvolvimento da Tarefa

Os alunos começaram por analisar a sequência na applet e indicar os elementos seguin-

tes. O grupo Diogo-Isabel apercebeu-se logo nesta fase inicial de que a sequência era forma-

da pelos números múltiplos de nove. No entanto, ao realizar a alínea b) não conseguiu encon-

trar uma forma de verificar se o número 450 pertenceria à sequência. Na applet, os alunos

indicaram que o número 450 não pertencia à sequência mas há que ter em conta que a applet

retornava a informação de que a resposta estava errada. Os alunos ficaram assim a saber que

este era um termo da sequência mas sem conseguir explicar porquê. Acabaram por pedir-me

ajuda e eu procurei salientar as características dos múltiplos e de que a multiplicação é a ope-

ração inversa da divisão.

Professora: Então qual é a relação entre os números da sequência? Isabel: São os múltiplos de 9. Professora: Então para um número pertencer à sequência tem de ser múltiplo de 9, certo? Isabel: Sim Professora: Então como é que vêem que o 450 é múltiplo de 9? Diogo: Não sei… Professora: Como é que nós fazemos os múltiplos? Que operações fazemos? Diogo: Andamos de 9 em 9. Professora: Ou então multiplicamos, 9x1, 9x2, 9x3… não é? Professora: Então como é que eu encontro o 450? Diogo: É ver se há um número que vezes 9 dê 450. Professora: Exacto. Então se já tenho o 450 como é que eu faço o contrário para obter o número que falta? Professora: O contrário da multiplicação é a … Diogo: Divisão. Professora: Então tenho de pegar no 450 e dividir por…

86

Apó

Continua

O g

não recon

mento da

recta, em

vários nú

baseada n

po do lad

múltiplo

tões sobr

Na

usando u

forma ma

Diogo: 9ProfessoDiogo: S

ós este diálo

aram depois

grupo Maria-

nheceram os

a sequência,

mbora não e

úmeros vai d

nesta observ

do, que as aj

de nove, da

re as quais ap

alínea refer

uma linguage

ais completa

. ra: e depoisim.

ogo os aluno

a resolução

-Vera aperce

s números. A

as alunas re

entendam po

diminuindo

vação, mas n

juda dizendo

aí pertencer

presentava a

rente à regra

em natural,

a, evidencian

Re

s? Se for inte

s ficaram a f

da ficha.

ebeu-se que o

Assim, na al

espondem ‘si

orquê. Aperc

ao longo da

não consegue

o-lhes que a

à sequência

algumas dúvi

a geral da s

embora seja

ndo a relação

espostas do g

eiro é porque

fazer a opera

os números

línea b) em

im’ na apple

cebem-se de

a sequência

em e desiste

sequência é

a. Este grupo

idas.

equência, am

a o par Mari

o entre cada

grupo Diogo

e o 450 é mú

ação 450 : 9

aumentavam

que deveria

et e verificam

e que o alga

e tentam en

em. Acabam

é dos múltipl

o consegue

mbos os gru

ia-Vera que

figura e a su

o-Isabel

últiplo. Certo

9 e verificara

m de 9 em 9

am indicar se

m que a resp

arismo das

ncontrar um

m por pedir au

los de nove

assim respo

upos conseg

formula a r

ua ordem.

o?

am que dá 5

unidades ma

e o 450 é ele

posta está co

unidades do

ma justificaçã

uxílio ao gru

e que o 450

nder às que

guem explica

regra geral d

0.

as

e-

or-

os

ão

u-

é

s-

ar

de

5.º B

Na

elemento

da sequên

plos de 9

O g

sequência

B - Desenvo

turma B os

os seguintes.

ncia aument

9, evidencian

grupo Filipa

a são os múl

R

olvimento d

alunos com

Nesta análi

tam de 9 em

ndo ainda um

Re

a-Mafalda c

ltiplos de 9 e

Res

Respostas do

a Tarefa

meçaram tam

ise inicial, o

9 unidades

m raciocínio

esposta do gr

onsegue ap

e indica-o na

spostas do gr

grupo Maria

mbém por an

grupo Andr

mas não a a

aditivo.

rupo Andreia

erceber-se,

a resposta.

rupo Filipa-M

a-Vera

nalisar a seq

reia-Sónia ap

associam ain

a-Sónia

logo no iní

Mafalda

quência e ind

percebe-se q

nda à sequênc

ício, que os

8

dicar quais o

que os termo

cia dos múlt

s números d

87

os

os

ti-

da

88

No

estratégia

como é v

Para

sequência

tinuar a s

tiplo de

este é mú

valor mu

pelo algo

Na

uma form

Mafalda

invés de

sentam a

entanto, par

a de contag

visível na res

a identificar

a e apercebe

sequência pa

9, vai fazer

últiplo de 9:

uito grande e

oritmo da div

identificaçã

ma de calcu

apresente um

apresentar u

inda uma lin

ra verificar s

em, identifi

sposta aprese

r o número

e-se que os n

ara verificar

parte da se

começam p

e que não faz

visão e encon

Re

o da expres

ular o valor

m exemplo d

uma forma g

nguagem sim

Re

Re

se o número

icando o 50

entada na alí

o 450, o gru

números são

se aparece o

quência. Te

por pensar em

z sentido. De

ntram o valo

esposta do gr

são geral, am

de qualquer

de como calc

geral de enc

mbólica infor

esposta do gr

sposta do gr

o 450 faz par

como núm

ínea c).

upo Andreia

múltiplos d

o 450, mas a

entam então

m fazer o 45

ecidem fazer

or 50.

rupo Andreia

mbos os gru

r posição da

cula o valor

contrar qualq

rmal na defin

rupo Andreia

rupo Filipa-M

rte da sequên

mero que mu

a-Sónia ana

de 9. As alun

a Sónia obse

encontrar u

50 x 9, mas p

r a operação

a-Sónia

upos analisad

a sequência,

(para um ter

quer número

nição da exp

a-Sónia

Mafalda

ncia, este gr

ultiplicado p

alisa mais a

nas ainda pen

rva que se o

uma forma d

percebem qu

o inversa, ou

dos consegu

, embora o

rmo bastante

o. Ambos os

pressão geral

rupo recorre

por 9 dá 45

atentamente

nsam em con

o 450 for mú

de verificar s

ue vai dar um

u seja, 450 :

uem encontra

grupo Filipa

e distante), a

s grupos apre

l.

à

0,

a

n-

úl-

se

m

9,

ar

a-

ao

e-

89

Síntese

Apesar de se tratar de uma sequência simples e constituída por elementos conhecidos

pelos alunos de ambas as turmas, os alunos dos grupos analisados revelaram dificuldades ao

nível dos conhecimentos aritméticos que já deveriam estar consolidados e que lhes facilitaria

a resolução das tarefas, nomeadamente na identificação do 450 como elemento da sequência.

Todos os grupos continuaram a recorrer inicialmente a estratégias de contagem para

identificarem os próximos elementos da sequência, utilizando uma análise mais aprofundada

apenas para a identificação de elementos distantes ou aquando da procura de uma regra geral

de formação da sequência. Apesar de todos os grupos analisados reconhecerem no final da

actividade que se tratava da sequência dos múltiplos de 9, a explicitação da regra geral conti-

nuou a ser feita numa linguagem pouco formal e no, caso de um dos grupos, com recurso a

um exemplo. Não são visíveis diferenças de maior entre os grupos analisados nas duas tur-

mas.

6.5. Actividade 8 – Formações em V

A Actividade 8 foi a última a ser aplicada nestas turmas. É uma actividade com carácter

exploratório que inclui uma sequência pictórica associada a uma função afim.

5.ºA – Desenvolvimento da Actividade

Os alunos começam por realizar a actividade na applet correspondente, mas para todos

os termos pedidos (dois termos próximos e um distante), em ambos os grupos analisados,

recorrem à estratégia de contagem para saber o número de elementos da figura. Apenas o

grupo Diogo-Isabel se apercebe de que o número de elementos de cada figura é sempre ímpar

e usa esta informação para responder às questões da applet referentes à existência de figuras

com 20 ou 31 elementos. O grupo Maria-Vera apercebe-se durante a manipulação da applet

que o número de pontos de cada figura é perto do dobro do número da figura, mas não explo-

ram muito esta ideia durante a manipulação da applet. Acabam por responder correctamente

às questões pedidas e passam para a realização da ficha de trabalho.

90

Na

sequência

Vera real

Isabel nã

já tem no

Na

grupo M

cada figu

número d

número d

estratégia

melhor a

que é nec

pontos d

geral par

ficha de tra

a. Ao referi

lça que cada

ão responde à

oção de qual

alínea c), pa

Maria-Vera se

ura tem mai

de pontos de

de pontos em

a de contage

as figuras an

cessário mul

da figura. De

a responder

abalho os a

irem os cuid

a figura tem

à questão ne

a regra gera

ara identific

egue uma e

is dois pont

e cada figura

m causa. No

em para iden

nteriores e ap

ltiplicar por

epois de dis

a esta e às q

R

Re

lunos come

dados que tiv

m mais dois e

esta altura, vo

al de formaç

ar a posição

estratégia rec

tos que a an

a a partir da

o grupo Diog

ntificar a po

percebe-se d

2 o número

cutirem as e

questões das

Resposta do g

esposta do g

çam por de

veram para

elementos q

oltando a ela

ão da sequên

o da figura r

cursiva. Um

nterior, parti

a figura ante

go-Isabel, a

osição da fig

da regra gera

da figura e

estratégias s

alíneas d) e

grupo Maria

grupo Diogo-

esenhar as d

desenhar as

ue a figura

a no final da

ncia.

representada

ma vez que j

indo da figu

erior, até enc

Isabel come

gura, mas o

al de formaç

somar 1 par

seguidas, aca

e).

a-Vera

-Isabel

duas figuras

s figuras, o

anterior. O

a ficha de tra

, a qual tem

já tinham o

ura seis vão

contrar uma

eça também

Diogo cons

ção da sequê

ra obter o nú

abam por ut

seguintes d

grupo Maria

grupo Diogo

abalho quand

m 17 pontos,

bservado qu

registando

figura com

por utilizar

segue analisa

ência, ou sej

úmero total d

tilizar a regr

da

a-

o-

do

o

ue

o

o

a

ar

a,

de

ra

Na

recido na

alunas to

anteriorm

‘braços’

nas conse

na na res

A a

nos recor

ímpar de

Na

guagem

numérico

Vera não

parte da

alínea d), o

a applet e po

ornam a anal

mente sobre

da figura, te

eguem assim

olução da ta

alínea f) não

rreram a um

pontos.

alínea g) os

ainda pouco

os e das oper

o indica toda

figura. O gr

grupo Mari

or isso sabia

lisar melhor

o número d

endo cada ‘b

m chegar à e

arefa.

R

apresentou

ma propriedad

Re

R

s alunos apre

o formal. No

rações envol

a a expressã

rau de elabor

a-Vera aperc

am que se tr

as figuras d

de pontos ser

braço’ o núm

expressão ge

Resposta do g

dificuldades

de comum a

esposta do g

Resposta do g

esentam a e

o caso de D

lvidas e escr

ão correctam

ração desta r

cebe-se que

ratava da fig

da sequência

r o dobro do

mero de ponto

eral, embora

grupo Maria

s para qualqu

a todas as fig

grupo Diogo-

grupo Maria

xpressão ge

Diogo-Isabel

revem a expr

mente, engan

resposta é ta

a figura com

gura 10. Na

a e percebem

o número da

os igual ao n

não a indiq

a-Vera

uer um dos g

guras da sequ

-Isabel

a-Vera

ral da sequê

utilizam ab

ressão correc

nando-se no

ambém meno

m 21 pontos

resolução d

m que a ideia

a figura pro

número da f

quem ainda,

grupos, send

uência: terem

ência, utiliza

breviaturas e

ctamente. O

registo, ape

or do que o

9

s tinha já apa

da alínea e) a

a que tiveram

vem dos do

figura. As alu

mas aplicam

do que os alu

m um númer

ando uma lin

e os símbolo

grupo Maria

enas referind

do outro gru

91

a-

as

m

ois

u-

m-

u-

ro

n-

os

a-

do

u-

92

po, denot

ce e não

5.º B

Os

ção das d

cada figu

cada figu

é maior e

No

aumentar

tando ainda

à unidade qu

B – Desenvo

alunos come

duas figuras

ura ter mais

ura, decompo

em uma unid

entanto, ao

r dois eleme

uma forte d

ue é adiciona

Re

R

olvimento d

eçaram a rea

seguintes. N

dois eleme

ondo-a, e ob

dade que o n

Exploração

responderem

entos por ca

dependência

ada.

esposta do g

Resposta do g

da Actividad

alização da a

Nesta primei

ntos que a f

bservando qu

número da fig

o das figuras

m à primeira

ada figura q

da figura, na

grupo Diogo-

grupo Maria

de

actividade pe

ira fase, o gr

figura anteri

ue o número

gura a que co

s pelo grupo

a alínea apen

que desenhar

a medida em

-Isabel

a-Vera

ela análise d

rupo Andreia

ior, mas fez

de elemento

orresponde.

Andreia-Só

nas referem q

ram. Na res

m que se refe

da sequência

a-Sónia aper

z também um

os de um dos

ónia

que tiveram

solução da a

erem ao vért

a e representa

rcebeu-se qu

ma análise d

s lados do ‘V

o cuidado d

alínea c), es

ti-

a-

ue

de

V’

de

te

grupo já

geral de f

O g

tentou qu

contém t

dois lado

critério, o

Com

resposta,

anterior.

A a

fizessem

Sónia não

anteriore

para a qu

evidencia a

formação da

grupo Filipa-

ue a figura n

antos pontos

os do ‘V’. A

o que eviden

mo a alínea

tendo as alu

alínea e) ped

o raciocíni

o se aperceb

s, ou seja, c

uestão. O gru

a observação

a sequência.

Re

-Mafalda não

não ficasse

s quanto o n

ssim, na alín

ncia que já ti

Re

seguinte é

unas possive

dia o número

o contrário

beu do que e

onsiderou 8

upo Filipa-M

o que fez in

esposta do gr

o refere com

torta. No en

número da fi

nea c) conse

inham identi

sposta do gr

parecida, am

elmente apli

o de pontos

ao aplicado

stava a ser p

5 como o te

Mafalda realiz

nicialmente,

rupo Andreia

mo construiu

ntanto, tamb

igura se não

eguem identi

ificado uma

rupo Filipa-M

mbos os gru

cado a mesm

da figura 85

o nas duas a

pedido e apli

rmo e não a

zou a tarefa

evidenciand

a-Sónia

as figuras p

bém observa

o contarem c

ificar a posiç

regra de form

Mafalda

upos analisa

ma estratégia

5, ou seja, pr

alíneas anter

icou o mesm

a ordem, obte

pedida sem

do que enco

pedidas, apen

am que cada

com o ponto

ção da figur

mação para

ados consegu

a que aplica

retendia-se q

riores. O gr

mo raciocínio

endo uma re

dificuldades

9

ontrou a regr

nas indica qu

a lado do ‘V

de união do

a usando ess

a sequência.

uem chegar

aram na alíne

que os aluno

rupo Andreia

o das questõe

esposta errad

s.

93

ra

ue

V’

os

se

.

à

ea

os

a-

es

da

94

Respostas do grupo Andreia-Sónia

Respostas do grupo Filipa-Mafalda

Na alínea f) o grupo Andreia-Sónia verifica que o número de pontos indicado é par

enquanto todos as figuras até ao momento analisadas têm um número ímpar de pontos, e uti-

liza esta justificação na sua resposta.

Resposta do grupo Andreia-Sónia

O grupo Filipa-Mafalda resolve dividir o número de pontos apresentado por 2 e verifica

que não sobra nada enquanto nas outras situações que analisou sobrava sempre um ponto que

ficava no vértice do ‘V’. Assim, as alunas consideram que não é possível construir tal figura.

Na

mação da

de cálcul

zada não

procedim

consegue

de toda a

apenas q

construçã

Sínt

Tod

de cada f

de início

ela ocupa

última ques

a sequência

lo do númer

é ainda form

mento. O gru

e expressar a

a ficha para

que cada figu

ão de cada fi

tese

dos os grupo

figura e nas

a uma relaç

ada. Apenas

Re

tão, na qual

analisada, a

o de pontos

mal, e pouco

upo Filipa-M

aqui a regra

responder,

ura aumenta

igura, olhand

Re

Re

os realizaram

característic

ção entre o n

os grupos d

sposta do gr

l se pretendi

apenas o gru

a partir do

o sintética, e

Mafalda, por

geral de for

com sucess

a 2 pontos re

do de forma

esposta do gr

sposta do gr

m uma explor

cas pictórica

número de p

da turma A c

rupo Filipa-M

ia que os alu

upo Andreia

número da f

estando ainda

sua vez, não

rmação da se

o, às questõ

elativamente

recursiva pa

rupo Andreia

rupo Filipa-M

ração da seq

as da dispos

pontos de um

começaram p

Mafalda

unos indicas

a-Sónia cons

figura. No en

a muito próx

o entende o

equência que

ões colocada

e à anterior,

ara a sequên

a-Sónia

Mafalda

quência base

sição dos po

m dos lados

por utilizar in

ssem a regra

seguiu indica

ntanto, a lin

xima de uma

sentido da q

e tinha utiliz

as. Ao invés

voltando a

ncia.

eada no núm

ntos, tendo

da figura e

nicialmente

9

a geral de fo

ar uma form

nguagem util

a descrição d

questão e nã

zado ao long

s disso, realç

centrar-se n

mero de ponto

chegado log

a posição po

estratégias d

95

or-

ma

li-

do

ão

go

ça

na

os

go

or

de

96

contagem, passando somente à definição de relações entre as posições e as figuras quando se

tratam de elementos mais distantes na sequência.

A generalização da sequência continuou a ser realizada com recurso a uma linguagem

natural, apresentando-se algumas respostas incompletas ou indicadoras de um raciocínio

recursivo, apesar de os grupos analisados terem todos conseguido definir oralmente durante a

realização da actividade a relação entre o número de pontos e a posição ocupada pela figura.

No entanto, os alunos da turma A apresentam uma linguagem mais sintética na expressão da

regra geral do que os alunos da turma B.

97

CAPÍTULO 7

Conclusão

Neste capítulo pretende-se apresentar uma sistematização do estudo realizado, come-

çando por relembrar as questões orientadoras do estudo, assim como a proposta pedagógica e

a metodologia de investigação adoptada.

Em seguida são abordados os resultados obtidos, procurando responder às questões ini-

ciais e realizada uma reflexão sobre esta experiência de investigação e as suas implicações

para a prática profissional.

7.1. Síntese do Estudo

Este estudo foi realizado procurando compreender de que modo a utilização de tecnolo-

gias em sala de aula influencia o ambiente de trabalho e os processos utilizados pelos alunos

para resolver problemas propostos em contexto de aprendizagem da Matemática. A partir

deste objectivo foi delineado o problema de investigação, o qual se centra em compreender os

processos de resolução de tarefas com sequências de alunos que fazem uso das TIC em com-

paração com alunos que utilizam exclusivamente papel e lápis.

Para isso, considerou-se as seguintes questões:

Como se caracterizam as estratégias dos alunos na exploração de sequências,

com e sem a utilização das TIC?

Que dificuldades apresentam os alunos durante a realização das tarefas com

sequências, com e sem recurso às TIC?

Que características apresenta o trabalho em sala de aula com recurso às TIC?

A proposta pedagógica foi elaborada tendo por base as orientações do novo Programa

de Matemática do Ensino Básico (ME, 2007) e do Currículo Nacional do Ensino Básico

(ME-DEB, 2001). Foram também consideradas as orientações do documento Princípios e

98

Normas para a Matemática Escolar (NCTM, 2007), assim como as concepções sobre Álge-

bra Escolar referidas por autores como Kaput (1999) e Kieran e Yerushalmy (2004). Esta

proposta visava promover o desenvolvimento do pensamento algébrico, através da realização

de tarefas de carácter essencialmente exploratório e investigativo. Deste modo, pretendia-se

proporcionar o estudo de padrões e sequências de uma forma desafiante, solicitando a elabo-

ração de estratégias de resolução próprias e o estabelecimento de generalizações.

A investigação foi delineada seguindo uma metodologia qualitativa, utilizando o para-

digma interpretativo. Foram realizados dois estudos de caso em cada uma das duas turmas

participantes no estudo, uma que realizou as actividades propostas recorrendo à utilização de

applets e outra que realizou as actividades apenas com recurso a papel e lápis.

Esta metodologia foi escolhida por permitir estudar os fenómenos no seu contexto natu-

ral e conhecer a perspectiva dos participantes sobre o objecto em estudo. É possível afirmar

que além de procurar conhecer a natureza do trabalho com e sem recurso às TIC, este estudo

ocorre no âmbito da minha actividade profissional, aumentando o meu conhecimento sobre a

minha própria prática.

A concretização da proposta pedagógica foi realizada com duas turmas de 5.º ano, às

quais leccionei durante o ano lectivo 2009-2010, tendo assim desempenhado os papéis de

investigadora e de professora da turma.

Os dados foram recolhidos durante as aulas, tendo sido realizadas gravações áudio do

trabalho efectuado pelos grupos escolhidos para os estudos de caso. Foi também elaborado

um diário de bordo e recolhidas as fichas de trabalho de todos os alunos de ambas as turmas

participantes.

7.2. Conclusões do Estudo

Para melhor organizar as conclusões sobre o estudo realizado, são abordados separada-

mente os seguintes aspectos: estratégias de resolução utilizadas, dificuldades apresentadas no

trabalho em Álgebra, características do trabalho com recurso às TIC e diferenças no papel do

professor.

99

7.2.1. Estratégias de resolução utilizadas

No estudo realizado foram abordadas sequências repetitivas (Threlfall, 1999; Zazkis &

Liljedahl, 2002) e sequências crescentes associadas a funções lineares (Stacey, 1989; Warren

& Cooper, 2008).

Na exploração de sequências com padrões repetitivos, os alunos de ambas as turmas

começam por recorrer a estratégias de contagem, neste caso, repetindo a unidade até à

posição desejada, especialmente nas situações de identificação de um termo próximo. Na

primeira Actividade apenas o grupo Diogo-Isabel não recorreu à estratégia de contagem para

identificar termos próximos numa das tarefas. Os alunos conseguiram aplicar um processo

multiplicativo ainda durante a utilização da applet visto terem identificado que os elementos

da sequência eram múltiplos de 9.

Na identificação de termos distantes, alguns grupos tornam a aplicar a estratégia de

contagem enquanto outros tentam encontrar outras relações entre as figuras e as suas

posições. A primeira tarefa realizada com padrões repetitivos tem uma unidade de repetição

com dois elementos, por isso os alunos acabam por utilizar a estratégia do “par e impar”.

Apenas o grupo Maria-Vera, que utilizou o computador, não o faz, continuando a aplicar a

estratégia de contagem apesar de se aperceber da relação entre as figuras e a sua posição.

Aliás, este grupo, inicialmente, recorre sempre à estratégia de contagem para identificar

termos distantes durante a exploração das sequências repetitivas, apercebendo-se depois de

outras possibilidades, como a utilização dos multiplos de um número.

Os processos multiplicativos, ou do objecto inteiro, são os mais utilizados pelos grupos

de ambas as turmas para identificar os termos distantes. Segundo Threlfall (1999) esta

estratégia é a mais utilizada por alunos que realizam os primeiros contactos com tarefas deste

âmbito. Os alunos identificam relações entre o número de elementos que constituem a

unidade de repetição e a ordem desses elementos, conseguindo assim identificar o elemento

de qualquer ordem pretendida. Na turma que realizou as tarefas com recurso a papel e lápis

nenhum dos grupos analisados aplicou a estratégia de contagem aquando da identificação de

termos distantes, o que não aconteceu com os grupos da turma A. Por outro lado, a única

situação de aplicação de estratégias desadequadas que ocorreu nos grupos analisados passou-

se na turma B; o grupo Filipa-Mafalda aplicou de forma errada uma estratégia de

proporcionalidade directa, considerando que, se o triângulo ocupava a posição dez, também

estaria na posição cinquenta.

100

Na exploração de sequências crescentes, a identificação de um termo próximo na

sequência obriga à análise de regularidades entre as figuras já apresentadas. Ao analisar os

primeiros elementos da sequência os alunos apercebem-se da regularidade existente no

incremento do número de unidades de figura para figura. Esta informação permite-lhes iden-

tificar os termos próximos, utilizando uma estratégia recursiva através da adição consecutiva

do mesmo número de unidades. Esta estratégia aditiva é utilizada pelos grupos analisados

quase sempre que precisam de identificar termos próximos na sequência. A tendência para a

utilização de estratégias aditivas é indicada noutros estudos já referidos, como acontece com

Orton & Orton (1999) e Stacey (1989). Nas situações em que os alunos reconhecem a

sequência numérica associada ao padrão apresentado, é frequente recorrerem à regra geral

para identificar os termos seguintes, assim como os termos distantes.

Na identificação de termos distantes em sequências crescentes, os alunos dos grupos

analisados que trabalharam com o computador (turma A) revelam uma maior tendência para

recorrer como primeira opção à estratégia aditiva que utilizaram para identificar o termo pró-

ximo. Só depois, quando verificam que se trata de uma estratégia pouco prática ou demorada,

procuram outras estratégias que os levam a analisar melhor a sequência e a aproximarem-se

mais da procura pela regra geral, normalmente recorrendo a estratégias multiplicativas ou

funcionais.

Os alunos dos grupos analisados que realizaram as tarefas com papel e lápis (turma B)

revelaram mais facilidade na análise da sequência, reconhecendo mais cedo a regra geral de

formação da sequência, através da análise da composição de cada figura ou por reconheci-

mento da sequência numérica subjacente. Quando se trata de sequências com um padrão pic-

tórico, os alunos partem inicialmente para a decomposição da figura, procurando identificar

aspectos comuns em todas as figuras ou formas de relacionar o número de unidades da figura

com a ordem que ocupa na sequência. Na turma A não é tão frequente o recurso à análise da

figura, numa fase inicial de exploração da sequência.

Como foi já referido, a construção das figuras é importante para a compreensão da

forma como a sequência evolui e de como identificar o número da figura (ordem) a partir da

disposição de sub-conjuntos dos elementos da figura. Também pode auxiliar os alunos no

caminho para alguma forma de generalização sobre o modo de crescimento da sequência, daí

esta questão estar presente em todas as actividades com sequências crescentes apresentadas

aos alunos.

101

Para responder a questões referentes à existência de determinados elementos na sequên-

cia, os alunos também recorrem à procura de regularidades nas figuras que já conhecem,

como o facto do número de unidades que as compõe ser par ou ímpar.

A linguagem utilizada pelos alunos para expressar a regra geral de formação das várias

sequências crescentes não evolui muito ao longo da proposta pedagógica, sendo que a maio-

ria dos alunos utiliza uma linguagem natural, com recurso a abreviaturas e alguns símbolos

numéricos e de operações, para expressar a relação entre o termo e a ordem. Apesar de nas

discussões gerais se chamar a atenção para a possibilidade de utilização da letra n para repre-

sentar a posição que se pretende descobrir, poucos alunos fazem uso deste simbolismo, e os

que o fazem pertencem exclusivamente à turma A. Na turma B, um dos grupos revelou em

várias situações dificuldade em explicitar a regra geral de formação da sequência, apesar de

na procura de termos distantes frequentemente utilizar estratégias multiplicativas ou funcio-

nais relacionadas com a expressão geral. Nas questões relativas à regra geral, este grupo apre-

sentava expressões incompletas, dava exemplos de como calcular determinado termo da

sequência ou refere a constante de crescimento da sequência, tal como utilizada inicialmente

para calcular termos próximos através de estratégias aditivas. No entanto, importa salientar

que, apesar das dificuldades em utilizar uma linguagem formal ou mesmo em explicitar a

regra geral de formação das sequências, a maioria dos alunos de ambas as turmas consegue

generalizar e aplicar este conhecimento na identificação de termos distantes.

Resumindo, é possível verificar uma evolução na escolha das estratégias ao longo da

proposta pedagógica, especialmente aquando da procura dos termos distantes das sequências.

No entanto, as estratégias utilizadas são semelhantes nos grupos analisados das duas turmas,

sendo apenas de realçar que, os alunos que realizaram o trabalho com papel e lápis, consegui-

ram realizar uma análise mais eficiente das figuras das sequências, recorrendo menos fre-

quentemente à utilização de estratégias aditivas na procura dos termos distantes.

Por outro lado, os alunos da turma que utilizou as applets conseguiram utilizar uma lin-

guagem mais formal na designação da expressão geral das sequências. Não sendo possível

generalizar este resultado uma vez que este tem origem no trabalho de apenas dois grupos de

alunos, salienta-se que também os estudos realizados por Geraniou, Mavikis, Hoyles e Noss

(2009) demonstraram que os alunos que utilizam o computador em actividades relacionadas

com a exploração de sequências têm maior facilidade em fazer a transição de números para

variáveis de uma forma significativa. No entanto, relativamente à capacidade de generalizar

apresentada pelos alunos, os resultados obtidos são satisfatórios.

102

7.2.2. Dificuldades apresentadas pelos alunos

Inicialmente, os alunos apresentaram algumas dificuldades em compreender como

poderiam analisar as sequências propostas ou que características procurar. Os alunos pediam

frequentemente ajuda e não percebiam sequer o que se pretendia com “generalizar”. Apresen-

tavam dúvidas relativamente ao que era pedido nas várias questões, pois não reconheciam as

expressões ou palavras utilizadas. Estas dificuldades foram sendo ultrapassadas ao longo da

proposta pedagógica, com a realização das várias tarefas, nas quais a linguagem utilizada era

semelhante. Porém, os alunos revelaram sempre algumas dificuldades em expressar o seu

raciocínio, quer oralmente ou por escrito. Alguns autores (Orton, 1999; Stacey, 1989; Warren

& Cooper, 2008) referem as dificuldades apresentadas pelos alunos ao nível da expressão

oral. Contudo, as maiores dificuldades foram sentidas ao nível da expressão escrita, tendo os

alunos revelado falta de hábitos de comunicação matemática, visto que normalmente apresen-

tam apenas os cálculos realizados para encontrar a resposta pretendida. Estas dificuldades

foram reveladas pelos alunos de ambas as turmas participantes no estudo.

Em algumas situações o trabalho dos alunos também foi prejudicado pelas dificuldades

na aplicação de conhecimentos aritméticos básicos, como aconteceu no trabalho com os múl-

tiplos de um número ou com o conceito de par e ímpar. Nomeadamente, o grupo Diogo-

Isabel teve dificuldade em compreender como verificar se o número 450 pertencia à sequên-

cia, apesar de ter rapidamente reconhecido a sequência com a dos múltiplos de 9. No entanto,

só com ajuda, estes alunos conseguiram perceber que tinham de utilizar a operação inversa da

multiplicação para verificar a existência daquele número na sequência. Também na última

Actividade realizada, cujos termos eram todos constituídos por um número ímpar de pontos,

alguns alunos em ambas as turmas realizaram a operação de divisão por 2 para verificar se

haveria alguma figura com 35778 pontos. Também estes constrangimentos foram identifica-

dos por Orton & Orton (1999) em estudos realizados com alunos entre os 10 e 13 anos.

A escolha de estratégias de resolução inadequadas trouxe também alguns problemas

para os alunos. A tendência para a utilização de estratégias aditivas na procura de termos dis-

tantes em sequências crescentes tornou-se moroso e, em alguns casos, levou a erros de cálcu-

lo. Houve, ainda, uma situação com o grupo Filipa-Mafalda de aplicação de uma estratégia

relacionada com o conceito de proporcionalidade directa numa sequência repetitiva, que tam-

bém induziu o grupo a uma resposta errada. Segundo Driscoll (1999), este é um erro frequen-

te no trabalho com padrões, o qual ocorre principalmente quando os alunos procuram uma

forma rápida de encontrar a resposta e depois não reflectem sobre os resultados obtidos.

103

Como foi já referido na análise das estratégias utilizadas, os alunos da turma que utili-

zou as applets recorreram mais frequentemente a estratégias aditivas na procura de termos

distantes e levaram mais tempo até realizarem uma análise aprofundada das figuras, decom-

pondo-as e procurando relações entre o número de unidades que as compõem. O facto de

terem inicialmente a sequência no computador, e de esta apresentar mais termos do que na

ficha de trabalho, pode ter levado os alunos a debruçarem-se menos sobre as figuras em si

durante a análise da sequência e de, por isso, se distanciarem da possibilidade, frequentemen-

te associada à análise deste tipo de padrões, de riscar a figura e separar os elementos que as

constituem aquando da sua análise.

7.2.3. Características do trabalho com recurso às TIC

A interacção dos alunos com as applets revelou alguns aspectos que merecem ser foca-

dos e analisados. Os alunos começaram sempre a realização das actividades propostas pela

manipulação da applet correspondente, passando depois para a resolução da ficha de trabalho.

Em quase todas as actividades, a ficha de trabalho continha as mesmas questões que a applet,

além de outras adicionais associadas à exploração necessária para a generalização do termo

geral da sequência. Durante a resolução da ficha de trabalho, os alunos permaneciam junto do

computador, pelo que tinham sempre à sua disposição a applet. No entanto, os alunos rara-

mente tornaram a recorrer à applet depois de resolverem todas as questões que esta apresen-

tava. Apenas na Actividade 2 a resolução da ficha de trabalho foi feita a par com a manipula-

ção da applet, mas apenas porque envolvia diferentes tarefas cujas questões tinham que ser

respondidas na ficha de trabalho. É possível que os alunos tenham assumido que o trabalho

na applet tinha um carácter introdutório, visto que as fichas de trabalho apresentavam quase

sempre mais questões, ou então não encontraram utilidade na manipulação da applet para

responder às restantes questões das fichas.

A análise dos padrões realizada pelos alunos da turma A revelou-se frequentemente

superficial, revelando os alunos mais dificuldades na justificação das suas respostas e em

descrever o raciocínio utilizado para encontrar a solução. Ao invés do que foi referido ante-

riormente sobre as dificuldades na expressão oral e escrita, estas dificuldades estavam rela-

cionadas principalmente com o facto de os alunos terem verificado as suas respostas nas

applets, ficando a saber se estavam correctas ou não. Apesar de saberem a resposta, não con-

seguiam justificá-la por não terem reflectido sobre a sequência em questão e encontrado a

resposta pelos seus próprios meios. Tal como salientado por Ponte (1995), a utilização das

104

tecnologias pode tornar a Matemática numa actividade mais experimental, mas ao realizar

mais rapidamente várias experiências, o aluno pode não conseguir desenvolver o pensamento

mais adequado à situação, neste caso, pode não ter realizado uma análise aprofundada da

sequência. De facto, para a maioria das sequências apresentadas o que seria determinante

para identificar a expressão geral da sequência era uma boa capacidade de observação de

alguns termos da sequência e a capacidade de identificar características específicas da figura

que se relacionavam com a sua respectiva ordem.

Apesar deste revés da correcção automática possível nas applets, a realização das acti-

vidades na turma A decorreu sempre mais rapidamente do que na turma B, o que permitiu

realizar discussões gerais dos resultados mais aprofundadas e nas quais foi possível confron-

tar as estratégias seguidas pelos alunos que analisaram a sequência mais aprofundadamente e

discutir os resultados alcançados por todos.

Além da diminuição do tempo necessário para a realização das propostas e uma maior

autonomia por parte dos alunos em algumas das tarefas, o recurso às applets revelou-se

essencial na realização da Actividade 2. Esta actividade só pode ser apresentada aos alunos

recorrendo à utilização da applet visto que a realização com papel e lápis se revela muito

demorada e as várias tentativas que os alunos precisam de realizar acabam por desmotivá-los

e levá-los a desinteressarem-se pela actividade. Na turma A, esta foi a actividade onde os

alunos demonstraram um maior envolvimento, realizando todas as tarefas de forma muito

empenhada, o que confirma as indicações de estudos que mostram que a utilização das

applets pode tornar uma tarefa mais motivadora e interessante para os alunos (Figueiredo &

Palha, 2005). Ao nível das estratégias utilizadas para resolver esta actividade, os alunos da

turma A recorreram menos vezes a estratégias de contagem que os alunos da turma B, procu-

rando estratégias mais eficientes, como o método do objecto inteiro, associado ao conceito de

múltiplo.

Um dos problemas identificados na utilização das applets relaciona-se com a limitação

no número e tipo de resposta que estas permitem, o que limita também a interactividade da

aplicação. Como exemplo, a applet Problemas com Pontos utilizada nas actividades 3 e 8,

apesar de apresentar um conjunto de cinco questões verificáveis na própria applet, as respos-

tas requeridas ao utilizador são maioritariamente numéricas. A última das questões apresen-

tadas é sempre o pedido da expressão geral da sequência apresentada, cuja resposta obriga à

utilização da linguagem algébrica formal. Por este motivo, os alunos raramente puderam res-

ponder à questão na applet ou apenas o fizeram no final da discussão geral dos resultados,

105

visto que a utilização de espaços ou do sinal de multiplicar tornavam a expressão errada, exi-

gindo-lhes um rigor na escrita algébrica simbólica que, obviamente, ainda não podiam ter.

7.3. Reflexão final

Uma reflexão sobre este trabalho obriga a um balanço dos seus efeitos a nível pessoal e

profissional, mas também a uma observação crítica sobre a forma como se desenrolou todo

processo que levou à investigação, e sobre o estudo em si. A escolha pela realização de um

estudo comparativo surgiu devido à curiosidade pessoal sobre o verdadeiro impacto da utili-

zação das tecnologias em sala de aula. Questões relacionadas com a motivação e interesse

dos alunos estão bem documentadas em estudos realizados nas últimas décadas mas, no

decurso da minha vida profissional, e nas leituras que realizei no âmbito deste mestrado em

educação, são poucas as informações que se encontram sobre o impacto na aprendizagem da

utilização de ferramentas computacionais ou da Internet. Considero que é necessária a refle-

xão sobre a utilização destes novos instrumentos nas escolas, de forma a compreendermos o

impacto que têm na aprendizagem nas várias áreas disciplinares e no desenvolvimento do

raciocínio dos nossos alunos.

Para contextualizar o estudo, como foi já referido, foi escolhido o tema da Álgebra visto

as orientações do novo Programa de Matemática do Ensino Básico darem importância ao

desenvolvimento do pensamento algébrico logo deste o 1.º Ciclo. No 2.º Ciclo surgem agora

tópicos relacionados com o estudo de sequências e regularidades, sendo que no anterior Pro-

grama não havia quaisquer referências no 2.º Ciclo à preparação para o trabalho algébrico do

3.º ciclo. Como professora do 2.º Ciclo, este trabalho introdutório ao estudo da Álgebra e

todas as dificuldades dos alunos inerentes ao trabalho com expressões algébricas eram-me

desconhecidas, pelo que as aprendizagens que realizei ao longo desta investigação me permi-

tiram um conhecimento aprofundado sobre o assunto, e uma melhor preparação profissional

para trabalhar estes aspectos centrais com os meus alunos.

Considerando que, no ano em que o estudo foi realizado, o novo Programa de Matemá-

tica não se encontrava ainda em vigor na escola onde lecciono, a realização desta proposta

pedagógica constituiu também uma oportunidade para estes realizarem um conjunto de tare-

fas significativas, que os auxiliou na preparação para o trabalho algébrico que irão iniciar

formalmente no 7.º ano. A revisão das orientações curriculares e a consulta de literatura sobre

106

o ensino e aprendizagem da Álgebra nos primeiros anos, levaram à realização de um trabalho

que penso reflectir vários aspectos deste tema matemático.

A proposta pedagógica foi constituída por tarefas principalmente exploratórias, dando

aos alunos a oportunidade de desenvolver gradualmente as capacidades relacionadas com o

pensamento algébrico, e nas quais estes desempenharam um papel activo e central. Estas

actividades proporcionaram um ambiente de partilha de ideias que envolveu verdadeiramente

os alunos na actividade matemática. Os alunos demonstraram-se sempre muito empenhados,

mesmo aqueles que, em outras aulas, pouco participavam nas actividades.

A utilização destas applets pode facilitar o trabalho do professor no decorrer da aula,

visto permitir aos alunos um trabalho mais rápido e mais autónomo. Porém, é necessário que

as fichas de trabalho que acompanham a utilização do computador tenham questões muito

específicas e que obriguem os alunos a aprofundar a análise da sequência, para que não se

trate apenas de uma manipulação virtual sem a existência de aprendizagem, ou do desenvol-

vimento das competências para o qual a Actividade foi desenhada inicialmente. Questões

sobre o raciocínio que os alunos realizaram para conseguirem encontrar um termo da sequên-

cia, além de constituírem uma forma do professor se certificar que estes realmente se debru-

çaram sobre a questão, auxiliam-nos a comunicar as suas ideias, desenvolvendo as suas capa-

cidades de comunicação matemática. A ficha de trabalho que acompanha o trabalho no com-

putador constitui também uma fonte de estudo para o aluno, o qual pode assim verificar o

trabalho realizado no computador, mesmo quando não tem a applet disponível. No entanto,

observa-se que para a maioria dos alunos, o enunciado escrito e a exigência da escrita acabou

por fazê-los descentrar-se da exploração da sequência que fizeram na applet.

Relativamente ao estudo das sequências e regularidades, penso tratar-se de um trabalho

importante para o desenvolvimento do pensamento algébrico e que os alunos devem ser

incentivados desde cedo à realização de actividades de exploração de padrões, de modo a

desenvolverem a sua capacidade de generalização. As dificuldades encontradas pelos alunos

na realização destas tarefas, tornou-me mais alerta para os cuidados a ter na elaboração de

propostas de trabalho para os meus alunos.

Em termos gerais, considero que a proposta apresentada tenha sido adequada. No entan-

to, para uma aplicação futura, existem algumas actividades cuja aplicação deveria ser repen-

sada. Nomeadamente, a Actividade 2 não poderá ser proposta aos alunos sem o apoio da

applet, visto que a sua realização se tornará morosa e desinteressante para os alunos, e não

será possível fazer uma discussão adequada dos resultados obtidos. A Actividade 5 também

não poderá ser apresentada aos alunos numa vertente tão aberta, sem que os alunos estejam

107

habituados a realizar este tipo de trabalho exploratório. Independentemente das ferramentas

utilizadas para a sua resolução, esta actividade necessita que o professor realize inicialmente

um acompanhamento mais próximo do trabalho dos alunos, dando-lhes exemplos das

sequências que podem encontrar e analisando essas sequências com eles, podendo depois

permitir alguma abertura na procura de outras sequências e sua análise.

A escolha pela metodologia de investigação adoptada deveu-se ao facto de se pretender

compreender a forma como os alunos pensavam e actuavam, através de uma descrição por-

menorizada dos seus raciocínios e respostas. Parece-me que esta metodologia foi adequada ao

estudo realizado, pois permitiu caracterizar o trabalho realizado por cada um dos grupos ana-

lisados, e obter dados relativos às estratégias utilizadas pelos alunos durante a resolução das

actividades apresentadas. No entanto, o envolvimento como professora nas tarefas de sala de

aula e o controlo dos comportamentos dos alunos mais agitados, levou a que o registo siste-

mático do trabalho dos alunos durante a aula se tornasse difícil de realizar. Procurei registar

os aspectos que considerei mais importantes no final de cada aula, salientando sempre os

aspectos positivos e negativos do desenvolvimento da actividade, as dificuldades apresenta-

das pelos alunos durante a sua realização e os aspectos mais importantes na discussão geral

da actividade. Estes dados foram depois cruzados com as gravações áudio dos alunos durante

a realização das tarefas e com os registos realizados nas fichas de trabalho.

Embora inicialmente se tivesse considerado a gravação vídeo do trabalho realizado

pelos alunos no computador através do programa AutoScreenRecorder, ocorreram alguns

problemas relacionados com a utilização desta aplicação que inviabilizou a análise dos dados

recolhidos. Em alguns dos dias a aplicação não funcionou correctamente, e nos dias em que

foi possível fazer a gravação, o funcionamento da aplicação tornava o computador muito len-

to, o que perturbava a sua utilização normal por parte dos alunos. Atendendo à irregularidade

dos dados recolhidos por este meio, ao grande volume de dados já obtidos através dos restan-

tes instrumentos de recolha de dados e ao curto espaço de tempo disponível para realizar a

análise, foi necessário decidir pela não utilização dos dados provenientes gravações vídeo,

embora sabendo que este meio poderia ajudar na caracterização de alguns aspectos específi-

cos do trabalho com as applets.

Considero que o trabalho realizado foi bastante positivo, pelos resultados alcançados ao

nível dos objectivos do estudo, mas principalmente pelo contributo que esta investigação deu

para a minha contínua formação como professora e pelo desenvolvimento pessoal alcançado

através das aprendizagens que realizei. Como professora, considero muito importante a análi-

se que fiz ao longo destes meses sobre a minha actuação e sobre a natureza das actividades a

108

propor aos alunos. A reflexão sobre os vários aspectos relacionados com ensino e aprendiza-

gem da Matemática levou-me a criticar mais a escolha das actividades a desenvolver em sala

de aula. A escolha das tarefas a realizar e das ferramentas a utilizar, devem ser alvo de uma

aprofundada análise por parte do professor, e levá-lo a considerar as competências que pre-

tende auxiliar os seus alunos a desenvolver com aquela proposta. A utilização do computador

pode trazer vantagens, mas é a análise e a discussão dos resultados obtidos que auxilia os

alunos no desenvolvimento das suas aprendizagens. É importante que os professores realizem

investigações sobre as suas experiências de ensino, de modo a desenvolverem uma maior

consciência sobre o impacto das suas práticas na aprendizagem dos seus alunos.

Embora o estudo realizado tenha permitido conhecer algumas das diferenças para a

aprendizagem dos alunos resultantes da utilização do computador em sala de aula, existem

alguns aspectos que precisam de ver estudados e analisados. Por exemplo, seria interessante

compreender quais as características das tarefas realizadas com o apoio do computador, que

tornam esta ferramenta uma mais-valia para a aprendizagem realizada pelos alunos.

No âmbito do desenvolvimento do pensamento algébrico e da capacidade de generaliza-

ção, o projecto MiGen6 levou à criação de um ambiente de aprendizagem que, de acordo com

os investigadores envolvidos, consegue envolver os alunos e ajudá-los a fazer a transição de

números para variáveis de uma forma mais significativa do que aquela conseguida com o

trabalho de papel e lápis. No entanto, a investigação sobre estes temas poderá contribuir para

perceber quais as características que tornam este ambiente mais eficiente, em termos da

aprendizagem realizada pelos alunos, de modo a que pudessem ser aplicadas em ambientes de

aprendizagem em outras áreas da Matemática.

Espero que este estudo possa servir de ponto de partida para outras investigações no

âmbito da utilização das TIC em contexto educativo e suscite a curiosidade de outros profes-

sores para reflectirem sobre a forma como as suas práticas e escolhas pedagógicas influen-

ciam a aprendizagem dos seus alunos, numa altura em que se considera tão importante a utili-

zação das tecnologias em sala de aula.

6 http://migenproject.wordpress.com/

109

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ufpr.pbworks.com%2Ff%2FGT6_T11.pdf&ei=8EMETM2vFIKK4Qa16NnLDg&usg

=AFQjCNFTfbASlsSwPW75SKXquA8nSdondQ.

116

117

ANEXOS

118

119

N.º da Aula Data Sumário Objectivos Tarefas a realizar

1 e 2 13/16 de

Abril

Introdução ao estudo

da Álgebra

Padrões e sequências

repetitivas

Continuar a representação de uma sequência repetitiva;

Identificar a unidade que se repete ciclicamente;

Descrever uma relação entre os termos da sequência e a sua ordem (com base no

comprimento da unidade que se repete);

Relacionar o elemento do padrão repetitivo com a sua ordem;

Utilizar a relação entre o termo e a sua ordem na sequência para indicar o termo de

uma ordem (geralmente mais distante);

Actividade 1 – Introdução

Actividade 2 – Contas num colar

3 e 4 20/23

Abril

Sequências Repetiti-

vas – contas num

colar

Identificar a unidade que se repete ciclicamente;

Descrever uma relação entre os termos da sequência e a sua ordem (com base no

comprimento da unidade que se repete);

Relacionar o elemento do padrão repetitivo com a sua ordem;

Representar, analisar e descrever padrões através de palavras e tabelas;

Usar a relação entre o termo e a sua ordem na sequência para indicar o termo de

uma ordem (geralmente mais distante) e para indicar a ordem de um termo dado;

Expressar essa relação em linguagem natural;

Actividade 2 – Contas num colar

5 e 6 27/30 de

Abril

Sequências Crescen-

tes - Exploração de

padrões visuais e

numéricos

Analisar e descrever padrões e regularidades e formular generalizações a partir de

contextos numéricos;

Indicar a lei de formação de uma sequência numérica;

Usar a relação entre o termo e a sua ordem na sequência para indicar o termo de

uma ordem (geralmente mais distante) e para indicar a ordem de um termo dado;

Expressar essa relação em linguagem natural;

Actividade 3 – Números em caixa

Actividade 4 – Sequências numé-

ricas

Anexo 1 – Planificação

119

120

7 e 8 11/14 de

Maio

Continuação do estu-

do de padrões e

sequências crescentes

Analisar e descrever padrões e regularidades e formular generalizações a partir de

contextos geométricos e numéricos;

Explorar as relações entre a ordem de uma figura na sequência e o número de

objectos que a constitui;

Representar, analisar e descrever padrões através de palavras, tabelas e expressões

simbólicas;

Expressar essa relação em linguagem natural e simbólica (generalizar);

Actividade 5 – Quadrado 10x10

Actividade 6 – Números Quadra-

dos

9 e 10 25/28 de

Maio

Conclusão do estudo

de padrões e sequên-

cias crescentes

Explorar as relações entre a ordem de uma figura na sequência e o número de

objectos que a constitui;

Representar, analisar e descrever padrões através de palavras, tabelas e expressões

simbólicas;

Usar a relação entre o termo e a sua ordem na sequência para indicar o termo de

uma ordem (geralmente mais distante) e para indicar a ordem de um termo dado;

Expressar essa relação em linguagem natural e simbólica (generalizar);

Actividade 7 – Mesas e cadeiras

Actividade 8 – Formações em V

120

121

Anexo 2 – Screenshots das applets utilizadas

Sequências Simples – Applet utilizada na Actividade 1

122

Contas num colar – Applet utilizada na Actividade 2

123

124

125

Problemas com pontos – Applet utilizada na Actividade 3

126

Applet utilizada na Actividade 4

127

Applet utilizada na Actividade 5

Applet utilizada na Actividade 6

128

Applet utilizada na Actividade 7

Applet utilizada na Actividade 8

Activida

Nesta

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Anexo 3 –

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130

Realiza no computador as questões colocadas.

Depois de cada exercício clica no botão “validar” para verificares a tua resposta.

a. Responde também aqui a essas questões.

Que figura geométrica ocupará a 51ª posição? Explica como pensaste.

Qual será a figura que se encontra na 50ª posição? E pela 49ª? Explica como pensaste.

3. Clica agora sobre “Tarefa 3” do lado esquerdo do ecrã.

Observa com atenção a sequência que aparece no ecrã, semelhante à abaixo representada:

2 4 6 8 2 4 6 8 2 4 6 8 …

a. Qual a regra de formação desta sequência?

Explica como pensaste.

b. Realiza no computador as questões colocadas.

Depois de cada exercício clica no botão “validar” para verificares a tua resposta

c. Responde também aqui a essas questões.

Qual o 9º elemento da sequência? _____________________________________________

Sem continuar a escrever a sequência, diz, justificando, qual é o 22º elemento da sequência?

131

Tarefa 2 – Contas num colar

No ambiente de trabalho, faz um duplo clique sobre o ícone que diz “Actividades de Álgebra”.

Quando abrir a janela com a lista das actividades a realizar, clica em “Actividade 2 – Contas num colar”.

Lê o texto com atenção e depois clica em “fazer” para continuares. Resolve as tarefas apresentadas uma a uma.

Para preencheres o cordel, clica sobre as peças pela ordem que achares correcta e depois clica no botão “Preencher”. Caso te enganes ou erres, clica no botão “Limpar” e tenta de novo.

Tarefa 1 ‐ Responde às questões apresentadas nos espaços abaixo.

a. Quantos padrões encontraste que, se repetidos, tornam a peça 102 numa peça azul? Dese‐

nha‐os.

b. O que têm de comum as várias soluções que encontraste?

Tarefa 2 – Onde diz “Tarefa a realizar”, escolhe “Tarefa 2”. Realiza a actividade apresentada.

Responde aqui às questões colocadas.

a. Com o padrão: amarelo, amarelo, amarelo, rosa; consegues prever qual será a cor da peça

n.º 20? Explica como pensaste.

b. E se for rosa, amarelo, amarelo, amarelo, qual será a cor da peça número 21? Porquê?

c. Experimenta agora o padrão amarelo, rosa, amarelo, amarelo; prevê as cores das peças

número 41, 42, 43 e 44.

d. Voltemos ao padrão inicial. Prevê quais as cores das peças número 99, 100, 101 e 102. Expli‐

ca como pensaste.

Tarefa 3 – Onde diz “Tarefa a realizar”, escolhe “Tarefa 3”. Realiza a actividade apresentada.

Responde aqui às questões colocadas.

a. Quantos padrões diferentes consegues criar com as peças disponíveis, de

modo a que as peças números 20, 28, 36, 44, 52, 84 e 124 sejam vermelhas?

Desenha‐os.

132

Tarefa 4 – Onde diz “Tarefa a realizar”, escolhe “Tarefa 4”. Realiza a actividade apresentada.

Responde aqui às questões colocadas.

a. Existe mais que uma solução em que as peças 50, 100 e 150 sejam azuis?

Desenha as soluções.

Tarefa 5 – Onde diz “Tarefa a realizar”, escolhe “Tarefa 5”. Realiza a actividade apresentada.

Responde aqui às questões colocadas.

a. Como ficou o padrão de modo a que a peça número 15 seja vermelha, a número 28 verde, a

número 62 amarela, a número 72 castanha, a número 121 azul e a número 131 cor‐de‐rosa?

b. Porque será que a cor da peça 121 é igual àquela que ficou em número 1?

133

Actividade 3 – Números em caixa

No ambiente de trabalho, faz um duplo clique sobre o ícone que diz “Actividades de Álgebra”.

Quando abrir a janela com a lista das actividades a realizar, clica em “Actividade 3 – Números em caixa”.

Para começares precisas de ver a sequência correcta. Clica na caixa por baixo de “escolhe uma sequência”, e escolhe a que diz “números caixa”. Aparece uma sequência semelhante à abaixo apresentada.

Figura 1 Figura 2 Figura 3

Responde às questões apresentadas por baixo da sequência. Para dares as tuas respostas, escreve o resultado no rectângulo branco e depois prime a tecla Enter para verificares se está correcto. À medida que fores acertando nas questões, vai clicando no botão “Pergunta seguinte” para pode‐res continuar a responder.

Responde agora às seguintes questões:

a. Em que são parecidas estas figuras?

b. Em que são diferentes?

c. Desenha, na sequência, as próximas duas figuras.

d. Para desenhar a primeira figura precisas de ____ pontos.

Para desenhar a segunda figura precisas de ____ pontos.

Para desenhar a terceira figura precisa de ____ pontos.

Para desenhar a quarta figura precisas de ____ pontos.

Para desenhar a quinta figura precisas de ____ pontos.

Para desenhar a sexta figura precisas de ____ pontos.

e. Com 60 pontos é possível obter um número em caixa? Justifica o teu raciocínio.

f. E com 61 pontos, posso obter um número em caixa? Justifica o teu raciocínio.

g. Desenha a figura que surgirá na 25ª posição.

134

h. Preenche a tabela relacionando o número de pontos com cada figura.

Figura n.º N.º de Pontos

1

2

3

4

10

25

i. Existe alguma relação entre o número de pontos utilizado com a posição ocupada pela figura?

(entre os dados da primeira coluna e os da segunda coluna?)

j. Consegues encontrar uma regra geral para descobrir o número de pontos para qualquer figura

(posição)?

135

Actividade 4 – Sequências numéricas

No ambiente de trabalho, faz um duplo clique sobre o ícone que diz “Actividades de Álgebra”.

Quando abrir a janela com a lista das actividades a realizar, clica em “Actividade 4 – Sequências Numéri‐

cas”.

Já usaste esta actividade antes, mas agora vamos realizar as restantes tarefas.

1. Do lado esquerdo da janela, selecciona a “Tarefa 4”.

Para cada sequência apresentada, descobre os 4 termos seguintes e valida as tuas respostas.

Só é possível validar de forma correcta cada uma das tuas respostas, se tiveres os 4 números correc‐

tos.

Depois de validares as tuas respostas, regista‐as aqui:

a. 1, 2, 4, 7, 11,

b. 3,6,11,18,27,

c. 3, 4, 5, 6,

d. 3, 6, 9, 12,

e. 3, 7, 11, 15,

f. 5, 10, 20, 40,

g. 2, 4, 8, 16,

h. 10, 14, 18, 22,

2. Agora selecciona a “Tarefa 5” do lado esquerdo da janela e responde às questões colocadas.

a. Regista também aqui os 5 termos seguintes da sequência:

9, 18, 27, 36, 45, 54, 63, 72, 81, 90, …

b. Qual a relação existente entre os números da sequência?

c. Diz se o número 450 fará parte desta sequência. Explica como pensaste.

d. Como podes representar qualquer elemento desta sequência?

136

137

Actividade 5 – Regularidades no quadrado de 10 por 10

No ambiente de trabalho, faz um duplo clique sobre o ícone que diz “Actividades de Álgebra”.

Quando abrir a janela com a lista das actividades a realizar, clica em “Actividade 5 – Quadrado 10 x 10”.

Na tabela apresentada pinta, com duas cores diferentes, os números pares e os números impares. Para

escolheres a cor para pintar, clica sobre o quadrado da cor correspondente. Depois clica sobre os núme‐

ros que queres pintar com essa cor.

Nota: Se te enganares, clica sobre o ícone da borracha e depois sobre o número onde te enganaste. Podes também clicar no botão “Limpar” se quiseres recomeçar do início.

Podes registar na tabela seguinte como ficou a tua tabela no computador.

De seguida vais pintar os múltiplos de 2, 3, 4 e 5.

Pinta cada um numa tabela diferente. Para tal, selecciona do lado esquerdo a opção para cada um

dos múltiplos, e pinta com uma cor à escolha os múltiplos correspondentes.

a. O que observas de especial nas tabelas depois de pintares os vários múltiplos?

b. Compara com a tabela dos pares e impares. Verificas alguma coincidência?

c. Regista nas tabelas seguintes os múltiplos que pintaste no computador.

138

d. Procura agora outras regularidades nos números da tabela.

Para tal, selecciona as opções do lado esquerdo que indicam “Livre...” e procura os teus padrões,

pintando‐os.

Podes também registar as regularidades que encontraste nas tabelas seguintes. Não te esqueças

de registar ao lado de cada tabela o que significam os teus padrões.

139

Actividade 6 – Números quadrados

No ambiente de trabalho, faz um duplo clique sobre o ícone que diz “Actividades de Álgebra”.

Quando abrir a janela com a lista das actividades a realizar, clica em “Actividade 6 – Números quadra‐

dos”.

Para começares precisas de ver a sequência correcta. Clica na caixa por baixo de “escolhe uma sequência”, e escolhe a que diz “números quadrados”.

Aparece uma sequência semelhante à abaixo apresentada.

Responde às questões apresentadas por baixo da sequência. Para dares as tuas respostas, escreve o resul‐

tado no rectângulo branco e depois prime a tecla Enter para verificares se está correcto.

À medida que fores acertando nas questões, vai clicando no botão “Pergunta seguinte” para poderes con‐

tinuar a responder.

Responde agora às seguintes questões:

a. O que têm as figuras em comum?

b. Regista junto à sequência a figura seguinte.

c. Com 49 pintas é possível construir um quadrado semelhante aos anteriores? Justifica o teu

raciocínio.

d. O quadrado com 49 pintas iria ocupar a posição ____. Porquê?

e. Quantas pintas tem a figura da 50ª posição? Como chegaste a essa conclusão?

f. Imagina que terias de explicar a um amigo teu como tinha de fazer para descobrir quantas pintas

existem para qualquer figura da sequência acima apresentada. Como o farias?

g. Consegues encontrar uma regra que te permita descobrir quantas pintas existem em qualquer

figura?

Nº de pintas = _____________

140

141

Actividade 7 – Mesas e cadeiras

No ambiente de trabalho, faz um duplo clique sobre o ícone que diz “Actividades de Álgebra”.

Quando abrir a janela com a lista das actividades a realizar, clica em “Actividade 8 – Mesas e Cadeiras”.

Imagina que tens uma amiga que vai realizar uma festa de aniversário. Para tal precisa de calcular quan‐

tas mesas irá precisar. Imagina as seguintes situações:

a. Desenha as próximas duas figuras da sequência.

Confirma no computador se as tuas figuras estão correctas. Para tal, clica no botão “Aumen‐

tar” de modo a que a figura apresentada fique com o aspecto da Figura 2 representada aci‐

ma. Clica depois mais 2 vezes para verificares como serão as 2 figuras seguintes da sequên‐

cia.

b. A tua amiga apenas possui em casa um total de oito mesas.

Para quantas pessoas terá lugar? Explica como pensaste.

Confirma no computador se acertaste. Para tal, clica no botão “Aumentar” até teres uma

figura com o comprimento de 8 mesas.

c. Completa a afirmação:

Por cada mesa que a Maria acrescentar irá obter ____ lugares sentados.

d. Sabendo que estarão 48 convidados para a festa, de quantas mesas irá precisar?

Esse número de mesas, iria ocupar a figura n.º ________

e. Constrói uma tabela, onde relaciones o número de mesas com o número de cadeiras (luga‐

res)?

f. Será que consegues encontrar uma regra que te permita saber para qualquer número de

mesas, quantas cadeiras serão precisas?

142

143

Actividade 8 – Formações em V

No ambiente de trabalho, faz um duplo clique sobre o ícone que diz “Actividades de Álgebra”.

Quando abrir a janela com a lista das actividades a realizar, clica em “Actividade 8 – Formações em V”.

Aparece uma sequência semelhante à abaixo apresentada.

Responde às questões apresentadas por baixo da sequência. Para dares as tuas respostas, escreve o resul‐

tado no rectângulo branco e depois prime a tecla Enter para verificares se está correcto.

À medida que fores acertando nas questões, vai clicando no botão “Pergunta seguinte” para poderes con‐

tinuar a responder.

Responde agora às seguintes questões:

a. Desenha as duas figuras seguintes da sequência.

b. Indica os cuidados que tiveste para poderes continuar o padrão.

c. Qual será a posição desta figura? Justifica a tua resposta.

d. Qual será a posição da figura que utiliza 21 pontos? Explica como pensaste.

e. Quantos pontos terá a figura n.º 85? Explica como pensaste.

f. É possível fazer uma figura com 35 778 pontos? Justifica a tua resposta.

g. Será que consegues encontrar o número total de pássaros para qualquer formação em “V”? Justi‐

fica a tua resposta.

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Anexo 4 – Fichas de trabalho propostas ao 5.ºB

Actividade 1 ‐ Introdução

1. Observa a sequência que se segue:

a. Desenha os próximos quatro elementos da sequência.

b. Qual o elemento que ocupa a posição 8 da sequência?

c. Sem desenhar, diz qual o elemento que ocupa a posição 21 da sequência?

Explica como chegaste a essa conclusão.

d. Como se poderá explicar a regra de formação desta sequência?

2. Observa a sequência abaixo apresentada:

a. Desenha a sequência até à 15ª figura.

b. Que figura geométrica ocupará a 51ª posição? Explica como pensaste.

c. Qual será a figura que se encontra na 50ª posição? E pela 49ª? Explica como pensaste.

3. Observa a sequência seguinte:

2 4 6 8 2 4 6 8 2 4 6 8 …

a. Qual a regra de formação desta sequência?

Explica como pensaste.

b. Qual o 9º elemento da sequência?

_______________________________________________________

c. Sem continuar a escrever a sequência, diz, justificando, qual é o 22º elemento da sequência?

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Actividade 2 – Contas num colar

Fica sempre mais bonito um colar colorido do que um com apenas uma cor. Repara no padrão apresentado no

seguinte cordel:

Como podes verificar, trata‐se da repetição de 5 peças ao longo do fio: primeiro vermelho, depois verde,

depois azul, depois verde outra vez e novamente verde.

Vamos fazer colares coloridos como este!

2. Constrói um colar teu com as cores disponíveis, escolhendo primeiro que padrão irás repetir ao longo

de todo o colar. Mas atenção: tenta criar um padrão de tal modo que a peça 102 seja azul.

a. Quantas soluções haverá?

b. O que têm de comum as várias soluções que encontraste?

3. Cria agora o padrão: amarelo, amarelo, amarelo, rosa; consegues prever qual será a cor da peça núme‐

ro 20?

Explica como pensaste.

a. E se for rosa, amarelo, amarelo, amarelo, qual será a cor da peça número 21? Porquê?

b. Experimenta agora o padrão amarelo, rosa, amarelo, amarelo; prevê as cores das peças número

41, 42, 43 e 44.

c. Voltemos ao padrão inicial. Prevê quais as cores das peças número 99, 100, 101 e 102. Explica

como pensaste.

4. Agora és tu quem escolhe quantas peças terá o padrão inicial, a partir das peças abaixo

disponíveis. Apenas terás de criar o padrão de modo a que as peças números 20, 28, 36,

44, 52, 84 e 124 sejam vermelhas.

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a. Existem vários padrões possíveis; quantos padrões diferentes consegues criar?

5. Cria agora um padrão de 9 peças com as abaixo disponíveis. Cria‐o de forma a que as

peças 50, 100 e 150 sejam azuis.

a. Existe mais que uma solução?

6. Agora cria um padrão com as cores disponíveis abaixo de modo a que a peça número 15 seja

vermelha, a número 28 verde, a número 62 amarela, a número 72 castanha, a número 121

azul e a número 131 cor‐de‐rosa.

a. Porque será que a cor da peça 121 é igual àquela que ficou em número 1?

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Questão 1

Questão 2

Questão 3

Questão 4

Questão 5

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151

Actividade 3 – Números em caixa

Observa a sequência de figuras abaixo apresentada:

Figura 1 Figura 2 Figura 3

a. Em que são parecidas estas figuras?

b. Em que são diferentes?

c. Desenha, na sequência, as próximas duas figuras.

d. Para desenhar a primeira figura precisas de ____ pontos.

Para desenhar a segunda figura precisas de ____ pontos.

Para desenhar a terceira figura precisa de ____ pontos.

Para desenhar a quarta figura precisas de ____ pontos.

Para desenhar a quinta figura precisas de ____ pontos.

Para desenhar a sexta figura precisas de ____ pontos.

e. Com 60 pontos é possível obter um número em caixa? Justifica o teu raciocínio.

f. E com 61 pontos, posso obter um número em caixa? Justifica o teu raciocínio.

g. Desenha a figura que surgirá na 25ª posição.

h. Preenche a tabela relacionando o número de pontos com cada figura.

Figura n.º N.º de Pontos

1

2

3

4

10

25

i. Existe alguma relação entre o número de pontos utilizado com a posição ocupada pela figura?

(entre os dados da primeira coluna e os da segunda coluna?)

j. Consegues encontrar uma regra geral para descobrir o número de pontos para qualquer figura

(posição)?

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Actividade 4 – Sequências numéricas

1. Descobre os quatro termos seguintes em cada uma das sequências:

i. 1, 2, 4, 7, 11, …., …., …., ….

j. 3,6,11,18,27, …., …., ….., …..

k. 3, 4, 5, 6, …., …., …., ….

l. 3, 6, 9, 12, …., …., …., ….

m. 3, 7, 11, 15, …., …., …., ….

n. 5, 10, 20, 40, …., …., …., ….

o. 2, 4, 8, 16, …., …., …., ….

p. 10, 14, 18, 22, …., …., …., ….

2. Observa a seguinte sequência:

9, 18, 27, 36, 45, 54, 63, 72, 81, 90, …

a. Escreve os cinco seguintes números da sequência.

b. Qual a relação existente entre os números da sequência?

c. Diz se o número 450 fará parte desta sequência. Explica como pensaste.

d. Como podes representar qualquer elemento desta sequência?

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Actividade 5 – Regularidades no quadrado de 10 por 10

a. Na tabela acima, pinta a uma cor os números pares e a outra cor os números ímpares.

b. Pinta nas tabelas seguintes os múltiplos de 2, 3, 4, e 5. O que observas?

Compara com a tabela que pintaste acima. Verificas alguma coincidência?

156

c. Procura agora outras regularidades nos números da tabela. Utiliza as tabelas abaixo.

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Actividade 6 – Números quadrados

Observa a sequência:

a. O que têm as figuras em comum?

b. Desenha a figura seguinte da sequência.

c. Com 49 pintas é possível construir um quadrado semelhante aos anteriores? Justifica o teu

raciocínio.

d. O quadrado com 49 pintas iria ocupar a posição ____. Porquê?

e. Quantas pintas tem a figura da 50ª posição? Como chegaste a essa conclusão?

f. Imagina que terias de explicar a um amigo teu como tinha de fazer para descobrir quantas

pintas existem para qualquer figura da sequência acima apresentada. Como o farias?

g. Consegues encontrar uma regra que te permita descobrir quantas pintas existem em qual‐

quer figura?

Nº de pintas = _____________

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Actividade 7 – Mesas e cadeiras

A Maria decidiu realizar uma festa de aniversário.

Começou a pensar no número de mesas que iria necessitar.

a. Desenha as próximas duas figuras da sequência.

b. A Maria apenas possui em casa um total de oito mesas.

Para quantas pessoas terá lugar? Explica como pensaste.

c. Completa a afirmação: “Por cada mesa que a Maria acrescentar irá obter ____ lugares sentados“.

d. Sabendo que estarão 48 convidados para a festa, de quantas mesas irá precisar?

Esse número de mesas, iria ocupar a figura n.º ________.

e. Completa a seguinte tabela, onde relaciones o número de mesas com o número de cadeiras

(lugares).

f. Será que consegues encontrar uma regra que te permita saber para qualquer número de mesas,

quantas cadeiras serão precisas?

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Actividade 8 – Formações em V

Já alguma vez viste pássaros voar em forma de “V”?

Podes fazer uma sequência de padrões em “V” utilizando pontos.

Os primeiros três elementos encontram‐se abaixo indicados.

a. Desenha as duas figuras seguintes da sequência.

b. Indica os cuidados que tiveste para poderes continuar o padrão.

c. Qual será a posição desta figura? Justifica a tua resposta.

d. Qual será a posição da figura que utiliza 21 pontos? Explica como pensaste.

e. Quantos pontos terá a figura n.º 85? Explica como pensaste.

f. Será possível fazer uma figura com 35 778 pontos? Justifica a tua resposta.

g. Será que consegues encontrar o número total de pássaros para qualquer formação em “V”? Justi‐

fica a tua resposta.

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Anexo 5 – Pedido de autorização ao Director da Escola

Exm. Senhor

Director da Escola Básica 2,3 D. Pedro II, na Moita

Eu, Cláudia Isabel Ribeiro Cunha, Professora do Quadro de Agrupamento venho por

este meio solicitar autorização para desenvolver, em 2 turmas de 5.º ano desta escola, o pro-

jecto de investigação “A utilização de ferramentas tecnológicas e os processos de aprendiza-

gem: um estudo na introdução à Álgebra no 2.º ciclo”. Este projecto está a ser desenvolvido

no âmbito do curso de Mestrado em Educação, que estou a realizar no Instituto de Educação

da Universidade de Lisboa, sob a orientação da Professora Doutora Hélia Oliveira, e tem

como objectivo compreender as diferenças nos processos de resolução dos alunos que utili-

zam as TIC nas suas aulas relativamente àqueles cuja aprendizagem se dá num ambiente mais

‘tradicional’.

A recolha de dados para a concretização do projecto decorrerá durante os 2.º e 3.º perío-

dos, em especial durante os meses Março e Abril, irá incidir sobre duas turmas de 5.º ano, e

terá como instrumentos: (i) observação directa; (ii) gravação áudio/vídeo da conversação que

ocorrer entre os alunos; (iii) trabalhos produzidos pelos alunos; (iv) entrevistas a alguns dos

alunos; (v) gravação dos passos utilizados para a resolução das tarefas no computador.

Será solicitada autorização aos Encarregados de Educação dos alunos das turmas selec-

cionadas para a participação neste projecto de investigação e será salvaguardado o anonimato

dos alunos envolvidos.

Pedindo deferimento a esta minha solicitação e agradecendo desde já a atenção que se

digne dispensar a este assunto, subscrevo-me,

Atenciosamente

____________________________ (Cláudia Cunha)

23 de Fevereiro de 2010

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Anexo 6 – Pedido de autorização aos Encarregados de Educação

Exmo.(a) Senhor(a)

Encarregado(a) de Educação

Eu, Cláudia Cunha, pretendo desenvolver, nas aulas de Estudo Acompanhado da turma do

seu educando o projecto de investigação “A utilização de ferramentas tecnológicas e os processos

de aprendizagem: um estudo na introdução à Álgebra no 2.º ciclo”. Este projecto está a ser desen-

volvido no âmbito do curso de Mestrado em Educação, que estou a realizar no Instituto de Edu-

cação da Universidade de Lisboa, e tem como objectivo compreender as diferenças nos processos

de resolução dos alunos que utilizam as TIC nas suas aulas relativamente áqueles cuja aprendiza-

gem se dá num ambiente mais ‘tradicional’.

A recolha de dados, para a concretização do projecto, decorrerá entre os meses de Março e

Abril e irá incidir sobre as actividades realizadas por toda a turma e, em particular, sobre 4 alunos

que serão previamente seleccionados. Nestas aulas será realizada a gravação áudio e vídeo das

actividades realizadas por aqueles alunos. Poderá ainda ser necessário realizar pequenas entrevis-

tas com os alunos seleccionados.

A realização deste estudo não irá interferir com a leccionação da área curricular de Estudo

Acompanhado, visto que as actividades a desenvolver estão relacionadas com a disciplina de

Matemática.

Assim, solicito a sua autorização para que o seu educando possa participar neste projecto

caso ele seja um dos seleccionados e manifeste interesse em participar. Saliento que será mantido

o total anonimato em relação à origem dos dados recolhidos e as gravações efectuadas servirão

apenas para facilitar os registos das actividades realizadas, sendo posteriormente eliminadas.

Agradeço desde já a atenção dispensada.

Atenciosamente,

(Cláudia Cunha)

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Eu, ____________________________________, encarregado(a) de educação do(a)

aluno(a) ____________________________________, n.º ____, da turma ____ do 5.º ano de

escolaridade, tomei conhecimento da realização do projecto de investigação e autorizo / não

autorizo (riscar o que não interessa) a participação do meu educando no projecto de investigação

referido.

Moita, _____ de ____________ de 2010

O(A) Encarregado(a) de Educação