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o potencial educativo de um evento mundial no Brasil Do gramado para a sala de aula:

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o potencial educativo de um evento mundialno Brasil

Do gramado para a sala de aula:

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Expediente

Editorial

Conselho EditorialEulália Anjos SiqueiraKelen Cristiane dos Santos ChaconMaria Estela Ribeiro FernandesMarilda Aparecida Tavares Romeiro Safiti

Coordenação EditorialBernadete Tedeschi Vitta Ribeiro

Jornalista ResponsávelKelli Correa Brito - MTB 40.010

Projeto Gráfico e Diagramação Eduardo Leite

Nossa capa e imagensThinkstock

FotosArquivo das Escolas MunicipaisNey Samento / PMMC

Colaboraram nesta ediçãoAndréa Pereira de SouzaBernadete Tedeschi Vitta RibeiroBianca Cristina de Castro SantosJoel SantanaKelli Correa BritoLucimeyre GonçalvesLuiz MaritanMaria Helena Cecin Resek AlbernazMarineide Cardoso da ConceiçãoPatrícia Marins Aguiar CondeRaelen Brandino GonçalvesThamires Fernanda Costa

CTP, Impressão e AcabamentoRettec Artes Gráficas e Editora Ltda.Rua Xavier Curado, 388Ipiranga - São Paulo - SPTel.: (11) 2063.7000site: www.rettec.com.br

A Revista Educando em Mogi nº 67 é uma

publicação da Secretaria de Educação de Mogi

das Cruzes, por meio da Coordenadoria de

Comunicação Social, e não se responsabiliza

por conceitos emitidos em artigos assinados.

Secretaria de EducaçãoCoordenadoria de Comunicação Social

Av. Ver. Narciso Yague Guimarães, 277Centro Cívico - Mogi das Cruzes - SPCEP: 08790-900Tel.: (11) 4798.5011 / 4798.5012e-mail: [email protected]

site: www.mogidascruzes.sp.gov.br

Tiragem4.000 exemplares

Um grande evento, como o Campeonato Mundial de Futebol, é uma oportunidade para enriquecer a forma-ção dos alunos em todos os níveis de ensino. Um gancho para se trabalhar um texto, a Matemática com a tabela de jogos, a cultura e a localização de outros países... Estas são algumas das possibilidades de um rico leque que se abre com a realização do torneio, que neste ano tem como sede o Brasil e que a Revista Educando em Mogi apresenta nesta edição.

Conheça um pouco mais sobre a história deste campeonato com o jornalista e escritor, Luiz Maritan. Neste número temos duas entrevistas especiais. Falamos com o cônsul-geral da Bélgica no Brasil, Didier Vanderhas-selt, sobre a educação desse País que escolheu Mogi das Cruzes como base de treinamento de sua seleção de futebol e com o jogador Cacau, naturalizado alemão, que passou a infância em Mogi e hoje desenvolve o projeto “Esportes para a Vida” com jovens do Conjunto Jefferson.

As boas práticas nas escolas também estão presentes em nossa publicação com os trabalhos das escolas muni-cipais José Alves dos Santos e Profª Heliana Mafra Machado de Castro, além do Núcleo Rural I. Temos ainda a história da batata contada pela equipe do Departamento de Alimentação Escolar, base da alimentação da Bélgica e como foi produzido um material que está fazendo sucesso nas escolas, o livro de atividades “Educando em Mogi – A bola que rola lá é a bola que rola aqui”.

Que o Campeonato Mundial de Futebol seja um momento de aprendizagem e um rico trabalho realizado nas escolas. Esta edição da Revista Educando em Mogi caminha neste sentido, apresentado caminhos por onde os educadores podem explorar todo o potencial educativo da competição.

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Índice

Campeonato Mundial de Futebol4

Bélgica tem como meta educação de qualidade para todos14

Mogi recebe seleção belga e se prepara para a chegada dos turistas18

Tabela e grupos21

Batata: sua história e seu sabor25

Formação dos Professores de Educação Física – 201429

A bola que rola lá é a bola que rola aqui!30

Campeonato Mundial de Futebol e diversidade32

O Mundial de Futebol é seu e nosso!

33

36 O Pequeno Cidadão da Zona Rural em tempos de Mundial de Futebol

Práticas sustentáveis no Campeonato Mundial de Futebol

40 Cacau e os sonhos dos jovensdo Conjunto Jefferson

38

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4 Educando em Mogi . nº 67 Prefeitura de Mogi das Cruzes

CampeonatoMundial de

FutebolEntre os dias 12 de junhoe 13 de julho, 32 seleções disputarão os 64 jogos do

Campeonato Mundial de Futebol de 2014.

Ao todo, 736 dos melhores atletas do mundo jogarão

para uma audiência estimadade mais de 3 bilhões de

pessoas ao redor do mundo.Os números mostram a

grandeza do Mundial defutebol e dão uma noção sobre

a fascinação que explodirá a partir do apito inicial para o

jogo de abertura, entre Brasil e Croácia, na Arena Corinthians

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5 Prefeitura de Mogi das Cruzes nº 67 . Educando em Mogi

A 20ª edição da competição terá os oito campeões mundiais na disputa em 12 cidades brasileiras. Brasil, Itália, Alemanha, Argentina, Uruguai, Inglaterra, França e Espanha já tiveram o gosto de conquistar o título do torneio criado em 1928, pelo fran-cês Jules Rimet e que, desde sua primeira edição, em 1930, evoluiu e se transformou no maior evento esportivo de uma única modalidade no mundo.

Para a edição deste ano, as seleções classificadas foram divididas em oito grupos, com quatro equipes. Os dois melhores de cada chave se classificam para as oitavas de final do torneio. A partir daí, a competição acontecerá em eliminatórias simples até a decisão, que acontecerá no Maracanã.

O Grupo A é formado pelo anfitrião Brasil, a Croácia, México e Camarões. No B, estão a atual campeã Espanha, a sempre favorita Holanda, o Chile e a Austrália. Consi-derado uma das chaves mais tranquilas da competição, a C tem a incógnita Colômbia, que pode ficar sem sua estrela Falcão García, machucado, a retranca da Grécia, Costa do Marfim e Japão.

Por outro lado, o Grupo D é considerado o “Grupo da Morte”, com três campeões mundiais: Uruguai, Inglaterra e Itália, além da Costa Rica. Este chaveamento já dá a certeza de que pelo menos um país campeão ficará pelo caminho logo na primeira fase. No Grupo E, a expectativa é que a França, mesmo não sendo cabeça de chave, não tenha problemas para avançar, ao lado de Suíça, Equador e Honduras.

Favorita ao título e esperando contar com Lionel Messi em plena forma, a Argentina deve dominar o Grupo E, enfrentando a Bósnia Herzegóvina, o Irã e a Nigéria. Outra seleção favorita que não deve ter dificuldades é a Alemanha, no Grupo F, sobrando a segunda vaga para ser disputadas entre Portugal, Gana e Estados Unidos.

Por fim, a Bélgica é a cabeça de chave do Grupo H. A seleção europeia, que escolheu Mogi das Cruzes como seu Centro de Treinamento durante a competição, terá pela frente a Argélia, Rússia e Coréia do Sul. É favorita para avançar e uma candidata a surpresa do Mundial.

Tudo isso, no entanto, são prognósticos, que podem cair por terra quando a bola começar a rolar. Afinal de contas, o futebol é pródigo em surpresas e, jogo após jogo, se esforça para manter a fama de modalidade esportiva mais imprevisível do mundo. É mais ou menos como a vida.

Luiz Maritan

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6 Educando em Mogi . nº 67 Prefeitura de Mogi das Cruzes

O INÍCIO

A precariedade do transporte transatlântico nas primeiras décadas do século passado prejudicou a participação das seleções europeias no primeiro Campeonato Mundial de Futebol, disputado em 1930, no Uruguai. Ao todo, 13 países estiveram em campo, sendo nove repre-sentantes das Américas. Apenas França, Iugoslávia, Romênia e Bélgica aventuraram-se em atravessar o oceano em navios, em uma viagem que durava até duas semanas.

Em campo, os donos da casa confirmaram o favoritismo e ficaram com o primeiro título mundial. Conhecida como Celeste Olímpica, pe-los títulos nas Olimpíadas de 1924 e 1928, a seleção uruguaia bateu a Argentina, por 4 a 2, no estádio Centenário, em Montevidéu. Dorado, Cea, Iriarte e Castro marcaram para os campeões, enquanto Peucelle e Stabile descontaram.

A Europa começaria a mostrar sua força nos Mundiais seguintes, disputados em 1934 e 1938. Comandados pelo capitão Giuseppe Meazza, os italianos conquistaram o bicampeonato. O primeiro título foi em casa, sob as vistas de Benito Mussolini e com vitória na final sobre a Tchecoslováquia, por 2 a 1. Quatro anos mais tarde, na França, a Azzurra bateu a Hungria, por 4 a 2.

Nesta edição do torneio, pela primeira vez o Brasil mostrou sua força. Em um time que contava com o zagueiro Domingos da Guia e com o centroavante Leônidas da Silva como estrelas, a Seleção termi-nou a disputa na terceira colocação. De quebra, o “Diamante Negro” ainda terminou o Mundial com a artilharia da competição, com sete gols marcados.

Com o crescimento da tensão na Europa e a eclosão da 2ª Guerra Mundial, os Mundiais de 1942 e 1946 não foram realizados. A disputa só voltaria em 1950.

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7 Prefeitura de Mogi das Cruzes nº 67 . Educando em Mogi

MARACANAZZO E A SURPRESA HÚNGARA

Em 1950, a competição aportou pela primeira vez no Brasil. Com craques como os meias Zizinho e Jair da Rosa Pinto e o atacante Ade-mir de Menezes, o Brasil era principal candidato a conquistar o título. Em campo, a equipe fazia jus ao favoritismo, com direito a goleadas por 7 a 1 contra a Suécia e 6 a 1 contra a Espanha. Nesta última, com direito à festa da torcida, que entoava a marchinha “Touradas em Madri”, de Braguinha e Alberto Ribeiro.

Na final, cerca de 200 mil pessoas lotaram o recém-inaugurado estádio do Maracanã para acompanhar o duelo entre Brasil e Uruguai. Com a festa já pronta e os brasileiros jogando por um empate, o ponta direita Friaça abriu o placar para o time da casa. O atacante Schiaffino empatou para a Celeste Olímpica e, aos 16 minutos do segundo tem-po, o ponta direita Ghiggia recebeu lançamento nas costas do lateral brasileiro Bigode e tocou na saída do goleiro Barbosa para marcar o segundo gol uruguaio.

O título do Uruguai e a decepção brasileira causou o que foi chamado à época de “o maior silêncio do mundo” e, para as fu-turas gerações, a final do Mundial de 1950 ficou conhecida como “Maracanazzo”.

Em 1954, outra seleção encantou o mundo. A competição voltou à Europa para ser disputada na Suíça. Com craques do porte de Puskás, Kocsis e Czibor, a Hungria surpreendeu a todos. Na final, no entanto, o time sucumbiu à força da Alemanha Ocidental, que venceu por 3 a 2 e conquistou o título.

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8 Educando em Mogi . nº 67 Prefeitura de Mogi das Cruzes

O MUNDIAL DE FUTEBOL É NOSSO

As duas edições posteriores do Campeonato Mundial de Futebol mostraram ao planeta uma das equipes mais impressionantes de todos os tempos. Com Pelé, Garrincha, Vavá, Didi, Zito, Gilmar e muitos ou-tros craques, a Seleção Brasileira conquistou seus dois primeiros títulos mundiais nos torneios de 1958, na Suécia, e 1962, no Chile. Foi o início da era de ouro verde e amarela pelos campos do mundo.

Na Suécia, os jovens Pelé e Garrincha começaram na reserva de Mazola e Joel, respectivamente. Os dois passaram ao time principal – dizem que por exigência dos líderes do elenco – no jogo contra a União Soviética, considerada uma das potências do mundial, com seu futebol científico. Vitória por 2 a 0.

Na final, o Brasil goleou os donos da casa, por 5 a 2, garantiu seu primeiro título e deixou para trás o trauma de 1950. O Mundial de 1958 também teve o maior artilheiro em uma única edição do tor-neio, o francês Just Fontaine, com 13 gols anotados.

Em 1962, o Brasil manteve a base campeã para conquistar seu segun-do título. No entanto, o caneco veio com uma dose de sofrimento. Pelé se machucou no segundo jogo da campanha, contra a Tchecoslováquia. Foi substituído por Amarildo, “o Possesso”, mas foi Garrincha quem comandou a Seleção para o bi, com vitória na final contra a Tchecoslo-váquia, por 3 a 1.

A competição teve ainda lances pitorescos, como a invasão de campo por um cachorro, durante a partida entre Brasil e Inglaterra, pelas quartas de final, e o erro do árbitro chileno Bustamante, que caiu na malandragem do lateral esquerdo Nilton Santos, no jogo contra a Espanha, que definiu a classificação brasileira para as quartas de final. A “Enciclopédia do Futebol”, como o jogador era conhecido, cometeu pênalti em Collar e, após a falta, deu um passo a frente, posicionando--se fora da área. O árbitro marcou apenas falta para os espanhóis.

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9 Prefeitura de Mogi das Cruzes nº 67 . Educando em Mogi

O domínio brasileiro foi quebrado em 1966, na Inglaterra. Sofrendo com a desorganização interna, a Seleção Brasileira teve uma partici-pação pífia no torneio e acabou eliminada por Portugal, de Eusébio, e Hungria, ainda na primeira fase do torneio. A Itália também deu vexame, caindo em um grupo em que se classificaram a União Soviéti-ca e a Coréia do Norte.

Na final, ingleses e alemães colocaram sua velha rivalidade, que extrapola o futebol, em campo e foram protagonistas da mais polêmi-ca decisão de um Campeonato Mundial de Futebol disputado até hoje. Após empate por 2 a 2 no tempo normal, os times disputaram uma prorrogação. Aos 11 minutos, o atacante inglês Geoff Hurst bateu de dentro da área. A bola chocou-se contra o travessão do goleiro Tilko-wski e contra o chão, próximo à linha do gol. O árbitro suíço Gottfried Vienst validou o gol, para revolta dos alemães. No final, 4 a 2 para a Inglaterra, que conquistou seu único título mundial.

Quatro anos depois, o Brasil apresentaria ao mundo o que é consi-derada por grande parte dos críticos como a melhor seleção de futebol de todos os tempos. Comandados por Zagallo, os brasileiros dispu-taram o torneio de 1970, no México, com Félix, Carlos Alberto Torres, Brito, Wilson Piazza, Everaldo, Clodoado, Gerson, Rivellino, Jairzi-nho, Tostão e Pelé. Um esquadrão que fez história, nunca se viu tantos craques juntos em um mesmo time.

Pelé em sua melhor forma foi responsável por lances geniais, como a tentativa de gol do meio do campo contra a Romênia ou o drible de corpo no goleiro uruguaio Mazurkievski, na semifinal.

No caminho para o título, os brasileiros venceriam a Tchecoslo-váquia (4 a 1), Inglaterra (1 a 0), a Romênia (3 a 2), o Peru (4 a 2) e o Uruguai (3 a 1), até chegar à grande final, contra a Itália. A decisão foi um passeio verde e a amarelo, com goleada por 4 a 1, gols brasileiros de Pelé, Gerson, Jairzinho e Carlos Alberto. O tricampeonato mundial estava garantido e, com ela, a posse definitiva da Taça Jules Rimet.

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10 Educando em Mogi . nº 67 Prefeitura de Mogi das Cruzes

FUTEBOL TOTAL

O Mundial de 1974 trouxe uma nova taça em disputa e um novo pa-radigma de futebol. Comandada pelo craque Johan Cruyff, a Holanda apresentou ao mundo o futebol total, em que os jogadores não tinham posição fixa em campo e circulavam por todos os setores do gramado. Uma equipe que ficou conhecida como o “Carrossel Holandês”.

A decisão colocou os holandeses, que haviam eliminado o Brasil, frente a frente com a dona da casa Alemanha Ocidental, no estádio Olímpico de Munique. Com gols de Breitner e Gerd Müller, a segurança de Sepp Maier no gol e a classe de Franz Beckenbauer, os alemães leva-ram a melhor e conquistaram o título com uma vitória por 2 a 1.

Em 1978, a Holanda voltou a ser destaque, no Campeonato Mundial de Futebol realizado na Argentina. No entanto, para os brasileiros, a competição ficou marcada por um jogo do qual a Seleção não partici-pou, mas que definiu o rumo do time do técnico Cláudio Coutinho na competição.

Na rodada decisiva da segunda fase, Brasil e Argentina chegaram empatados em pontos, mas com os brasileiros levando vantagem no saldo de gols. No primeiro jogo da rodada, o time nacional venceu a Polônia por 3 a 1, o que obrigaria os argentinos a golear o Peru para chegar à final contra a Holanda. Ao final do jogo, os 6 a 0 dos donos da casa contra os peruanos deu a vaga à seleção azul, branca e preta na final e iniciou uma reclamação brasileira sobre uma possível facilitação do jogo pelos peruanos.

A decisão comprovou a força argentina, que venceu a Holanda por 3 a 1, fazendo a festa dos torcedores e frustrando a possibilidade de conquista do título por uma geração de jogadores holandeses.

A Espanha recebeu a edição de 1982 e um novo encantamento futebolístico. Com Telê Santana no comando e craques como Zico, Sócrates, Falcão, Júnior, Cerezo, Eder e Leandro, a Seleção Brasileira encantou o mundo com um futebol alegre, de técnica e gols. Rapida-mente, o time empolgou a torcida e se transformou na sensação da competição e em favorito ao título.

Na partida decisiva para a classificação à semifinal, os brasileiros enfrentaram a Itália, no estádio Sarriá, em Barcelona. Um empate garan-tiria a continuação da Seleção na competição, mas uma tarde inspirada do atacante Paolo Rossi, que marcou três gols, pôs fim ao sonho. Vitória da Itália por 3 a 2 e classificação da Azzurra, que seria a campeã, após vitória na final contra a Alemanha Ocidental.

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11 Prefeitura de Mogi das Cruzes nº 67 . Educando em Mogi

A ERA MARADONA

A competição voltou ao México em 1986, após problemas internos impedirem a Colômbia de receber a competição. Os campos mexica-nos viram a afirmação do argentino Diego Armando Maradona. O meia foi o principal responsável pelo bicampeonato mundial dos sul--americanos, com atuações decisivas na épica disputa de quartas de fi-nal contra a Inglaterra, quando marcou dois gols (um de mão e outro, considerado um dos mais bonitos de todos os tempos, driblando toda a defesa inglesa), na semifinal contra a Bélgica e na decisão contra a Alemanha Ocidental, que novamente ficou com o vice-campeonato.

A competição também marcou a despedida da geração brasileira de Zico e Sócrates dos Mundiais – o time foi eliminado nas quartas de final pela França, nos pênaltis – e do surgimento efêmero da seleção dina-marquesa, conhecida como “Dinamáquina”, que goleou o Uruguai, por 5 a 1, na primeira fase do torneio.

Se Maradona encantou o mundo em 1986, o torneio de 1990, na Itália, trouxe o que é considerada por muitos como a competição com mais baixo nível técnico na história. Com times mais preocupados em se defender que atacar, os jogos caminharam aos trancos e barrancos, que rendeu poucos gols.

A exceção era a Alemanha Ocidental, de Lothar Matthäus, Andrea Brehme e Jurgen Klinsmann. Na decisão, uma repetição da final de quatro anos atrás, contra os argentinos, que, com um time muito abaixo do que havia sido campeão no México, chegaram à final graças à genialidade de Maradona e às defesas em cobranças de pênalti do goleiro Sérgio Goycochea. E foi exatamente em uma penalidade máxi-ma que os alemães marcaram 1 a 0, quebraram a sequência de vice--campeonatos e conquistaram o título.

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12 Educando em Mogi . nº 67 Prefeitura de Mogi das Cruzes

É TETRA! É PENTA!

Com Maradona envolvido em problemas com drogas, o Brasil voltou a ser protagonista em 1994, no Mundial dos Estados Unidos. O baixinho Romário e um esquema de jogo cauteloso montado pelo técnico Carlos Alberto Parreira levaram o time verde e amarelo à final da competição. Destaque para a emocionante partida de quartas de final, quando os brasileiros eliminaram a Holanda, por 3 a 2, com um gol salvador, de falta, do lateral-esquerdo Branco.

A final, contra a Itália de Roberto Baggio e Franco Baresi, foi uma das mais disputadas de todos os tempos. Após 0 a 0 no tempo regulamentar e na prorrogação, os times partiram para a decisão por pênaltis. Foi a vez de o goleiro brasileiro Taffarel brilhar, ao ver a cobrança de Baresi ir por cima do gol e defender o chute de Massaro. No final, Baggio, craque italiano, também bateu muito alto e os brasileiros comemoraram o tetra-campeonato mundial, após 24 anos sem títulos.

Quatro anos depois, em 1998, a competição chegou à França. Com Zagallo novamente no comando e o atacante Ronaldo em grande fase, o Brasil foi derrubando adversários até chegar à final. Destaque para o reencontro com a Holanda, na semifinal. A decisão novamente foi para os pênaltis e, mais uma vez, Taffarel decidiu e levou a Seleção à decisão contra os franceses.

O jogo decisivo começou com uma polêmica antes mesmo de a bola entrar em jogo. A estrela brasileira Ronaldo passou mal na concentra-ção e chegou a ser substituído na escalação por Edmundo. O camisa nove, no entanto, entrou em campo, mas a Seleção Brasileira não teve forças para segurar os donos da casa que, com grande atuação do meia Zinedine Zidane, venceram por 3 a 0 e escreveram o nome do país na galeria dos campeões mundiais.

O título voltaria às mãos brasileiras em 2002, quando o campeonato chegou pela primeira vez à Ásia. E pela primeira vez também o Mun-dial teve duas sedes: Japão e Coréia do Sul. Com Luiz Felipe Scolari no banco de reservas, Marcos fechando o gol e Rivaldo e Ronaldo jogando muito, os brasileiros confirmaram a hegemonia mundial.

A decisão contra a Alemanha levou a campo as duas seleções mais eficientes da história dos Mundiais a decidir o título. A expectativa de equilíbrio foi quebrada pela atuação dos três destaques brasileiros. Marcos fez defesas impressionantes, enquanto Rivaldo participou dos lances dos dois gols marcados por Ronaldo. Brasil, pentacampeão mundial de futebol.

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13 Prefeitura de Mogi das Cruzes nº 67 . Educando em Mogi

Luiz Maritan é jornalista, escritor e autor dos livros “Bandeira Dois” e “Gente como a gente”.

MUNDIAIS RECENTES

A edição de 2006 levou o Mundial de volta à Alemanha. Brasileiros e os donos da casa eram os favoritos a repetir a decisão de quatro anos antes, mas ficaram pelo caminho. Itália e França chegaram à decisão, disputada em Berlin, com estilos diferentes. A França apostava em seu ataque, com Zidane e Thierry Henry, enquanto os italianos, com Fábio Cannavaro como destaque, jogavam com a força de sua defesa.

Após empate por 1 a 1, as equipes foram para a prorrogação. Aos 5 minutos da segunda etapa do tempo extra, após uma discussão, Zidane acertou uma cabeçada no peito do zagueiro italiano Marco Materazzi e foi expulso. O lance desestabilizou os franceses, que não tiveram forças para segurar os italianos nas cobranças de pênalti. No final, 5 a 3 e o tetracampeonato à “Squadra Azzurra”.

O último torneio disputado até aqui aconteceu em solo africano. A África do Sul recebeu o Mundial que teve a Espanha e seu futebol de toque de bola como protagonista. A “Fúria”, como o time é conhecido, mostrou um futebol sólido, com craques de Real Madrid e Barcelona formando a base do elenco.

Na decisão, os espanhóis enfrentaram a Holanda, dos meias Rob-ben e Sneijder, e apagaram a síndrome do “quase”, que perseguia o time da Península Ibérica. Um gol de Andrés Iniesta, aos 10 minutos do segundo tempo da prorrogação deu o título inédito à Espanha e colocou o time como força no futebol mundial.

Agora, que venha a disputa em terras brasileiras. Brasil, Argentina, Alemanha e Espanha aparecem como favoritos. Mas tudo pode mudar em 90 minutos. Esta é a magia do futebol.

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14 Educando em Mogi . nº 67 Prefeitura de Mogi das Cruzes

Bélgica tem como meta

educação de qualidade

para todosA Revista Educando em Mogi

entrevistou para esta edição especial sobre o Campeonato

Mundial de Futebol, realizado neste ano no Brasil, o Cônsul-Geral da

Bélgica, Didier Vanderhasselt.O representante belga, que está há um ano e meio no Brasil, nos

contou um pouco sobre a educação em seu país, cuja seleção de

futebol ficará hospedada em nossa cidade durante a competição.

Vanderhasselt já esteve na cidade algumas vezes após a escolha do selecionado e aprovou a definição

da Associação Real de Futebol por Mogi das Cruzes. “Fomos muito bem recebidos e a combinação

de Mogi com os locais de nossos primeiros jogos é ótima”

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15 Prefeitura de Mogi das Cruzes nº 67 . Educando em Mogi

Bernadete Tedeschi Vitta RibeiroKelli Correa Brito

Educando em Mogi - Em linhas gerais, como é a edu-cação na Bélgica?

Didier Vanderhasselt - Na Bélgica não temos educação privada, tudo é público e muito acessível e democrático. A educação para as crianças, por exemplo, não tem que custar nada para as famílias. Tudo é gratuito e por isso de-manda um grande investimento por parte do governo.

Geralmente, o nível de educação da Bélgica é alto. Nos rankings internacionais da OCDE (Organização para Co-operação e Desenvolvimento Econômico), responsável pelo desenvolvimento e coordenação do Programme for International Student Assessment (Pisa) - Programa In-ternacional de Avaliação de Estudantes, estamos sempre no “top 10” para o ensino médio e superior. As universi-dades e as “business schools” também estão no topo dos rankings internacionais.

Educando em Mogi – E para as Universidades?

Didier Vanderhasselt - Paradoxalmente nossas univer-sidades são muito baratas e geralmente as pessoas acre-ditam que educação barata não pode ser sinônimo de alta qualidade. Isso acontece aqui no Brasil também, mas na Bélgica temos alta qualidade e custo baixo. Fazemos par-te de programas importantes, como o Ciências sem Fron-teiras, onde temos de demonstrar que esses dois fatores podem caminhar juntos: qualidade e custo baixo.

A inscrição em nossas universidades é em média R$ 2 mil reais por ano. Este é um problema também porque muitas vezes os alunos ingressam na universidade e aca-bam optando depois por fazer outra coisa.

Educando em Mogi - Como é o sistema educacional na Bélgica?

Didier Vanderhasselt - A educação é uma grande prio-ridade. É realmente crucial para o desenvolvimento do país, o investimento na educação é um investimento no futuro do país. A particularidade do sistema de educação

na Bélgica, assim como é um pouco aqui no Brasil, é que a Educação não é uma competência federal. A educação é da responsabilidade de cada região, no norte a região Flamenca ou Flanders e ao sul, a Valônia ou Região Valã.

As crianças aprendem na escola outras línguas, mas a organização da educação é de competência regional, o que aqui seria considerado estadual. Não temos um mi-nistro de educação nacional, só temos um ministro de educação flamenco e outro da Valônia, sendo que nas duas regiões a educação é de alta qualidade tanto no ní-vel médio quanto no universitário.

Temos creches privadas e públicas. Na Bélgica para to-dos os alunos, dos 6 aos 18 anos, o ensino é obrigatório. Dos zero aos seis anos não é necessário por enquanto um professor, mas no futuro isso deverá ser regulamentado.

A educação também acontece além da sala de aula. Existem escolas de balé, música, artes, moda dentro da educação oficial. As aulas para crianças e jovens, dos sete aos 18 anos, acontecem das 8h30 até 16 horas e às quartas, no período da tarde, não há aula. Na universidade, tive 32 horas de aula por semana.

A partir dos 11 anos já passa a ser ensinado outro idio-ma e há aulas opcionais, mas acho que falta um pouco mais de esporte em nosso sistema educacional.

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16 Educando em Mogi . nº 67 Prefeitura de Mogi das Cruzes

Educando em Mogi - Como é a formação do professor?

Didier Vanderhasselt - Para cada nível de ensino há um mínimo de qualificação exigido para os professores. Temos escolas para cada nível. Por exemplo, minha irmã não é aluna da universidade, mas fez uma habilitação específica para professores do ensino médio. No ensino superior todos os professores são de nível universitário.

Educando em Mogi - Como é o critério de admissão de professores?

Didier Vanderhasselt - A escola tem a livre opção de escolher os profissionais, mas eles têm que ter o diplo-ma adequado. Nosso sistema de ensino é dividido em duas fases para crianças de 6 a 12 anos, que é o ensino fundamental e dos 12 aos 18 anos, o superior. Depois, é a universidade.

Para dar aula para alunos a partir dos 14, 15 anos é exigido que os professores possuam nível universitário. É uma profissão bem remunerada, mas a pressão para eles é maior do que antes, há mais burocracia, mais exigências administrativas. Além da sala da aula, exige-se demais em relação ao salário.

Às vezes, dizem que o reconhecimento da sociedade não é suficiente, mas geralmente é sim.

Educando em Mogi - Há algum tipo de avaliação interna?

Didier Vanderhasselt - Temos um sistema de inspe-ção. Em minha época na escola, uma ou duas vezes, tí-nhamos um inspetor na sala para avaliação do profes-sor. Temos também esse trabalho na universidade e em algumas, os alunos também podem participar da avalia-ção dos professores.

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17 Prefeitura de Mogi das Cruzes nº 67 . Educando em Mogi

Bernadete Tedeschi Vitta Ribeiro é graduada em Pedagogia

Kelli Correa Brito é graduada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero

Na universidade, essa inspeção é chamada Comissão de Visita. Eles verificam todo seu funcionamento e en-viam um relatório para o ministro.

Há no Ministério da Educação de cada região da Bélgica objetivos bem detalhados do que os alunos tem que apren-der. É um sistema e tem naturalmente cursos e livros a se-rem utilizados nas escolas. Acho que, geralmente, as escolas escolhem, mas eles têm que fazer isso dentro dos objetivos estabelecidos. E a inspeção controla a aplicação destes con-teúdos e o mesmo acontece nas universidades.

Educando em Mogi - Como o sernhor analisa a educa-ção brasileira?

Didier Vanderhasselt - Acompanhei em outubro do ano passado, uma visita do ministro de Educação fla-menca ao secretário de Estado de Educação, Herman Vo-orwald e pude ver que os desafios aqui são grandes. As diferenças entre uma cidade como São Paulo e outra de menor porte são grandes e organizar o mesmo sistema de educação é um grande desafio.

Nós temos a vantagem de ter uma área pequena, não temos uma área do país onde a educação não é acessível, temos outros desafios. Tenho muito apreço pelos profis-sionais do sistema brasileiro de educação que conseguem superar estas dificuldades.

Educando em Mogi - O que o senhor achou da escolha de Mogi das Cruzes como campo de treinamento da sele-ção de futebol de seu País?

Didier Vanderhasselt - Eu falei com a Associação Real de Futebol. A escolha foi primordialmente do treinador de nossa seleção. A infraestrutura e a localização de Mogi das Cruzes muito perto de Guarulhos e de São Paulo, foi muito importante. Fomos muito bem recebidos. Depois do sorteio, ficamos muito felizes com a formação dos grupos no campeonato. Os primeiros jogos serão em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. A combinação de Mogi com os locais de nossos primeiros jogos é ótima.

O que faz o Cônsul-Geral de um país?

O cônsul é o representante diplomático de um país em outra nação, responsável pela proteção dos interesses dos indiví-duos e empresas de sua nacionalidade naquele país estrangeiro.

O papel do cônsul é regulado, no plano internacional, pela Convenção de Viena sobre Relações Consulares, de 1963.

Cônsul-geral é o mais alto cargo consu-lar e geralmente tem como base as gran-des metrópoles, como no caso do Consu-lado Geral da Bélgica que está localizado em São Paulo.

Diversos países, como o Brasil, unifi-cam as funções do diplomata e do cônsul. Entre as funções do cônsul estão a ex-pedição de documentos de viagem (por exemplo, passaportes) e vistos de entrada e a atuação como oficial de registro civil, registrando casamentos, nascimentos e óbitos dos cidadãos de sua nacionalidade residentes naquele país.

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18 Educando em Mogi . nº 67 Prefeitura de Mogi das Cruzes

Mogi recebeseleção belga

e se prepara para a chegada dos turistas

Escolhida como Centro de Treinamento pela seleção belga, Mogi das Cruzes prepara-se para receber os atletas e também os turistas e a imprensa que virão até a cidade acompanhar os jogadores

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19 Prefeitura de Mogi das Cruzes nº 67 . Educando em Mogi

A programação inclui ações em dife-rentes áreas, como Esporte, Educação, Cultura e Turismo. A estimativa é de que 500 oportunidades de emprego serão ge-radas e movimentação na economia da cidade fique entre R$ 25 e 30 milhões.

Ao todo, 1.200 municípios brasileiros se inscreveram para ser campo de trei-namento no Campeonato Mundial de 2014. Desses, 89 entraram na lista de ve-rificação. Após várias etapas e vistorias, 32 foram aprovadas. A FIFA, por fim, selecionou 18 municípios e Mogi das Cruzes estava nessa lista.

A seleção da Bélgica deverá chegar a Mogi das Cruzes no dia 10 de junho, sete dias antes da sua estreia na Copa do Mundo, contra a Argélia, no Minei-rão. Na primeira fase do Mundial, o time ainda enfrenta a Rússia, no dia 22 de junho, no Maracanã, e a Coréia do Sul, no dia 26 de junho, na Arena Corin-thians, em Itaquera.

TURISMO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

Para receber os turistas, a cidade promoveu a capaci-tação dos operadores do Terminal Rodoviário e taxistas com a oferta de cursos do Crescer – Centro Municipal de Apoio à Educação de Jovens e Adultos, vinculado à Secretaria de Educação. Os profissionais participaram de cursos de inglês.

Na unidade Centro do Crescer também foram ofere-cidos outros cursos rápidos no segmento de turismo e hospitalidade.

A Coordenadoria Municipal de Turismo também pro-moverá eventos importantes durante o Mundial, como o 1º Festival Gastronômico, em parceria com o Comtur e Abrasel e o Festival da Cerveja Belga. A cidade também terá materiais bilíngues para orientar os turistas.

Na área de Educação, além da oferta de cursos de qualificação profissional básica, as escolas também re-ceberam um livro com atividades sobre as característi-cas da Bélgica e de Mogi das Cruzes. A publicação foi entregue para todos os alunos da rede municipal e traz informações sobre o país europeu, como localização, idioma e artes.

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20 Educando em Mogi . nº 67 Prefeitura de Mogi das Cruzes

COMIDA TÍPICA E ATRAÇÕES CULTURAIS

As crianças degustaram no dia 29 de maio, o stoemp, prato tradicional belga com linguiça, batata e cenoura. Os alunos também estarão envolvidos em uma ginca-na, que terá como resultado uma exposição no saguão da Prefeitura.

Uma competição esportiva mobilizará as escolas do programa Escola de Tempo Integral, que representarão 24 seleções que disputarão o Campeonato Mundial no Brasil. A competição também tomará conta dos Centros Esporti-vos da cidade e da Praça da Juventude com disputas entre times formados por crianças e adolescentes.

Durante o Mundial, a Secretaria Municipal de Cultura também terá uma programação diferenciada com dança,

música, artes plásticas, além do tradi-cional Festival de Inverno. Está progra-mada a exposição “Um olhar sobre a Bélgica”, com alguns representantes da chamada arte primitivista ou naïf.

Os pintores representados na referi-da exposição são artistas não eruditos, ou seja, autodidatas, que, a partir de temas populares como o futebol, desen-volvem um estilo caracterizado pelas cores vivas e uma imaginação, estiliza-ção e poder de síntese levados para a tela com uma técnica muito pessoal.

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21 Prefeitura de Mogi das Cruzes nº 67 . Educando em Mogi

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Educando em Mogi . nº 67 Prefeitura de Mogi das Cruzes22

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23 Prefeitura de Mogi das Cruzes nº 67 . Educando em Mogi

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25 Prefeitura de Mogi das Cruzes nº 67 . Educando em Mogi

A batata teve origem nos Andes e nas Ilhas Chilenas, sendo introduzida na Europa no século XVI por sua resistência ao pisoteamento das tropas e às geadas, pois ficavam armazenadas no solo. Com o processo de colonização, ela chegou a outros continentes e tornou-se base da ali-mentação e um dos vegetais mais consumidos nas Américas do Norte e do Sul, principalmente por grandes redes de fast food. Segundo a Associação Brasileira da Batata (ABBA), atualmente a batata é o 4º alimento mais consumido no mundo, depois do arroz, do trigo e do milho.

Estudiosos da história da alimentação acreditam que o grande consumo de batata em todo o mundo se deu devido aos seguintes fatores: valor energético, ausência de colesterol, sabor e cheiro pouco acentuado (possibilita diversas combinações), alto rendimento e grande capaci-dade de adaptação.

O cultivo de batata pode ser feito em uma grande variedade de climas justamente por sua capacidade de adaptação, sendo assim, os maiores produtores de batata estão espalhados pelo mundo todo. São eles: Polônia, China, Estados Unidos, Alemanha e Índia.

Batata:sua história e seu saborBianca Cristina de Castro SantosMaria Helena Cecin Resek Albernaz

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26 Educando em Mogi . nº 67 Prefeitura de Mogi das Cruzes

CLASSIFICAÇÃO

É classificada como um tubérculo, isto é, um caule subterrâneo caracterizado por sua forma geralmente ar-redondada com gemas (ou olhos – dos quais nascem no-vas plantas) e por sua capacidade de reservar energia. As raízes do tubérculo ajudam-no a se fixar no solo, absorver e conduzir água e nutrientes.

Em relação à variedade, a batata pode apresentar di-versas cores, cascas e polpas.

VALOR NUTRICIONAL

A batata é considerada um dos alimentos energéticos mais nutritivos, por ser rica em carboidratos e possuir pro-teína de boa qualidade. Apresenta ainda um índice alto de valor biológico, ou seja, possui aminoácidos essenciais em sua composição, caracterizando uma proteína completa e ficando atrás somente do ovo e do leite.

CONSUMO

A batata pode ser consumida de diversas maneiras: frita, assada ou cozida. Porém é importante saber qual a melhor forma de preparação com o intuito de preservar seus nutrientes:

Frita: é a forma menos recomendada de prepará-las, pois a alta temperatura produz substâncias que fazem mal ao organismo. O ideal é assar as batatas pré-cozidas em vez de fritá-las.

Assada: é uma das maneiras mais saudáveis, desde que seja usado pouco óleo e a casca não seja retirada. É ideal para acompanhar carnes.

Cozida: deve ser preparada com a casca bem lavada, pois ela funciona como uma barreira contra a saída dos nutrientes. Pode ser usada em saladas e purê.

Crua: não é recomendável, pois a batata precisa do calor para amolecer e perder a piretrina (substância que pode causar náusea).

A CULINÁRIA BELGA E A BATATA A culinária belga é fortemente influenciada pela cozi-

nha francesa e holandesa. Os pratos típicos vão dos mais simples aos mais refinados e alguns são inspirados na cozinha espanhola do século XVI. São usados produtos típicos regionais, mas o prato base deles é a batata, assim como o arroz com feijão para os brasileiros.

Na Bélgica, o alimento mais consumido é a batata frita. Em todos os lugares do país é possível encontrar pequenos quiosques vendendo esse alimento. Isso explica a existên-cia de um museu totalmente dedicado à batata frita.

RECEITA BELGA NA MERENDA ESCOLAR

A merenda escolar de Mogi das Cruzes contou com um prato típico belga em seu cardápio do mês de maio para homenagear a Delegação da Bélgica. Cerca de 29 mil alunos das escolas da rede municipal de ensino degusta-rão esse prato belga.

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27 Prefeitura de Mogi das Cruzes nº 67 . Educando em Mogi

CURIOSIDADES

Segundo a ABBA, a batata inglesa adquiriu esse nome no Brasil durante a construção de ferrovias. Nesta época, os técnicos ingleses exigiam batatas em suas refeições e, assim, a batatinha (como chamavam os agricultores fami-liares) passou a ser chamada de batata inglesa.

Outra curiosidade sobre batatas é a origem da expres-são popular “Vá plantar batatas”. Antigamente, o traba-lho braçal era visto como um serviço inferior e de menor prestígio social, pois confirmava a desqualificação e po-breza da pessoa. 'Em Portugal, este pensamento não era diferente, já que julgavam que trabalhar com a terra era um serviço degradante e rudimentar. E foi assim que a expressão portuguesa surgiu, para desejar que alguém pare de perturbar e vá fazer este trabalho depreciativo. Atualmente, a expressão tem cunho irônico e é utilizada como sinônimo de “deixe-me em paz”.

Existem outras expressões que mencionam a batata,

mas não se sabe ao certo como nem quem começou a utilizá-las, tais como:

“Isso é batata!” – utilizada quando algo é certo de acontecer;

“Sua batata está assando!” – advertência de proble-ma iminente;

"Batata quente" – problema que não é fácil de resolver;"Batata-da-perna" – panturrilha.

A batata também aparece em brincadeiras infantis, como Batata Quente, jogo no qual os participantes sen-tam em círculo enquanto um fica do lado de fora can-tando a música “Batata quente, quente, quente...”. Quem canta pode fazer isso por quanto tempo desejar. Durante a canção, os participantes passam a “batata quente” de um para a outro conforme o ritmo da música.

Ingredientes:

1kg de batatas

800g de cenouras

600g de lingüiça de frango

2 cebolas grandes

2 colheres de sopa de margarina

sal, pimenta do reino, noz moscada

Modo de preparo: deixe derreter a margarina e doure a cebola cortada em

fatias grossas. Acrescente as linguiças, as cenouras e as batatas picadas

em pedaços grandes. Coloque uma pitada de sal, de noz moscada e de pi-

menta do reino. Adicione água até a metade do preparo. Tampe a panela

e deixe cozinhar em fogo médio por 35 minutos. Mexa com uma colher de

vez em quando e verifique se há água suficiente para não queimar. Se

necessário, acrescente mais um pouco. Quando as linguiças estiverem bem

cozidas, as cenouras bem macias e as batatas quase virando purê, o prato

estará pronto. Se precisar, deixe cozinhar mais um pouco até dar o ponto.

Dica: Se sobrar muita água, deixe a panela sem tampa por alguns mi-

nutos no final do cozimento.

S T O E M P

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28 Educando em Mogi . nº 67 Prefeitura de Mogi das Cruzes

Bianca Cristina de Castro Santos é bacharel em Administração com Ênfase em Negócios pela UMC

Maria Helena Cecin Resek Albernaz é nutricionista especializada em Nutrição Materno-Infantil

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA BATATA (ABBA). Disponível em: http://www.abbabatatabrasileira.com.br/index.htm. Acessado em: 13.03.2014.

E-GUIA DO ESTUDANTE. Vá plantar batatas! Disponível em: http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-histo-ria/va-plantar-batatas-435769.shtml. Acessado em: 17.03.2014.

EQUIPE BRASIL ESCOLA. LOPES, Patrícia. Batata. Disponível em: http://www.brasilescola.com/saude/batata.htm. Acessado em: 13.03.2014.

EQUIPE BRASIL ESCOLA. SOUSA, Rainer. Vá plantar batatas. Disponível em: http://www.brasilescola.com/curio-sidades/va-plantar-batatas.htm. Acessado em: 13.03.2014.

EQUIPE ESCOLA KIDS. ARAGUAIA, Mariana. Classificação dos Alimentos. Disponível em: http://www.escolakids.com/classificacao-dos-alimentos.htm. Acessado em: 13.03.2014.

M DE MULHER. GONZAGA, Ana. Batata: descubra suas qualidades nutricionais. Disponível em: http://mdemu-lher.abril.com.br/saude/reportagem/alimenta-saude/batata-descubra-suas-qualidades-nutricionais-753722.shtml. Acessado em: 13.03.2014

MUNDO EDUCAÇÃO. MORAES, Paulo Louredo. Tipos de Caule. Disponível em: http://www.mundoeducacao.com/biologia/tipos-caule.htm. Acessado em: 13.03.2014.

REVISTA NOVA ESCOLA. NUNES, Ronaldo. Ed. Abril. Qual a diferença entre raiz tuberosa, tubérculo e bulbo? Dispo-nível em: http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/fundamentos/qual-diferenca-entre-raiz-tuberosa-tuberculo-bulbo--caule-cebola-batata-beterraba-511193.shtml. Acessado em: 13.03.2014.

SEMPRE TOPS. Brincadeira Batata Quente: Origem, regras e história.

http://www.sempretops.com/diversao/brincadeira-batata-quente/. Acessado em: 27.03.2014

Quando aquele que está cantando grita “queimou!”, o último que segurou a batata é eliminado. Vence quem ficar por último na roda. A “batata quente” utilizada na brinca-deira pode ser qualquer objeto que não machuque, como uma bola macia ou um boneco de pano, por exemplo.

A brincadeira não tem origem certa, mas sabe-se que era muito jogada no século XIX. As crianças usavam um objeto parecido com o boneco Spudsie (utilizado na ver-são americana desta brincadeira) e nele havia um timer de contagem regressiva e música. Atualmente, os brin-quedos estão mais sofisticados e modernos.

A batata também já fez parte de inspirações poéti-cas. Portanto, não podemos deixar de citar a cantiga popular abaixo.

“Batatinha quando nasceespalha a rama pelo chão,menininha quando dormepõe a mão no coração.”

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29 Prefeitura de Mogi das Cruzes nº 67 . Educando em Mogi

Este ano acontece um evento esportivo muito importante aqui no Brasil, o “Campeonato Mun-dial de Futebol”, realizado de quatro em quatro anos. Diante disso, a proposta de formação con-tinuada para os professores de Educação Física, atuantes nas 20 escolas do programa Escola de Tempo Integral, no Cempre Benedito Ferreira Lopes e na Emesp Prof.ª Jovita Franco Arouche, foi, neste primeiro semestre, sobre o evento em questão.

É muito comum os professores incluírem em seu planejamento, conteúdos relativos às gran-des realizações esportivas que ocorrem no País e no mundo, porém, acabam se transformando em projetos que ficam restritos ao ambiente escolar de cada um e, muitas vezes, restritos às aulas de Educação Física.

A proposta foi que os professores, durante o período de formação, trocassem ideias e experi-ências entre si, estudassem, refletissem e apro-fundassem seus conhecimentos sobre “Futebol” e o “Campeonato Mundial”, nos seus diferentes aspectos, para levar às escolas uma ação inter-disciplinar, envolvendo toda equipe escolar e, se possível, atividades interescolares. A finalização do projeto é a realização da “Copinha Municipal das Escolas de Período Integral”, entre os dias 2 e 6 de junho.

Formação dos Professores de Educação Física – 2014

Joel Santana

Os encontros de formação foram mensais e o primeiro aconteceu em 11 de março deste ano, no Bloco Didático – Cemforpe, onde foi feita a apresentação da proposta de trabalho, pesquisa, análise e seleção dos subtemas. Os professores foram divididos em grupos, de maneira que cada grupo ficou responsável por desenvolver a proposta de atividades para um segmento (ano/série). No final do período, foi feita a explanação de cada grupo/segmento para apreciação, análi-se e sugestões dos demais.

Durante os demais encontros foi feita a fina-lização dos trabalhos para serem levados e apli-cados nas escolas e definido o início do planeja-mento e preparação da “Copinha”, envolvendo os alunos das Escolas de Tempo Integral.

A ideia é que cada escola tenha uma equipe na competição, representando um País. O cam-peonato seguirá os mesmos moldes do Mundial e acontecerá entre os dias dois e onze de junho.

Joel Santana é especialista da área de Educação Física da Divisão de Orientação Pedagógica

Campeonato Mundial de Futebol

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30 Educando em Mogi . nº 67 Prefeitura de Mogi das Cruzes

Sabedora do contexto histórico atualmente viven-ciado pelo Brasil com a concretização do Campeonato Mundial de Futebol – 2014, bem como da importância desse momento para o município de Mogi das Cruzes com a recepção da seleção belga, a Secretaria Munici-pal de Educação (SME) aproveitou a paixão brasileira pelo futebol e desenvolveu o projeto A bola que rola lá é a bola que rola aqui!, estimulando o aprendizado de culturas diferentes, o desenvolvimento da prática des-portiva e o envolvimento da população nesse projeto.

O projeto teve seu início com o lançamento da re-vista Educando em Mogi - A bola que rola lá é a bola que rola aqui!, material interdisciplinar distribuído para os alunos e para os professores da rede municipal e sub-vencionada de educação para ser utilizado nas salas de aula, com o objetivo de subsidiar a prática docente. Sua finalidade foi fornecer informações sobre as cultu-ras belga e mogiana realizando um paralelismo entre Bélgica e Mogi das Cruzes, para que os leitores perce-bessem as semelhanças, valorizassem as diferenças e aprendessem com elas. A confecção desse material en-volveu departamentos da SME, Coordenadoria de Tu-rismo e um diálogo com o Consulado Geral da Bélgica.

Como toda ação pedagógica necessita da transposi-ção didática, a SME criou um rol de ações vinculadas à revista para fortalecer a práxis educacional e o envolvi-mento dos alunos e da comunidade. Destarte, todas as unidades escolares da rede municipal e subvenciona-das puderam participar das atividades.

CIRCUITO

Após o trabalho com a revista Educando em Mogi - A bola que rola lá é a bola que rola aqui!, sugeriu-se às escolas que realizassem um cir-cuito possibilitando a participação de todas as crianças em atividades que continuavam com foco no Campeonato Mundial de Futebol deste ano e na acolhida à seleção belga. As atividades contemplavam as especificidades dos níveis e modalidades de ensino e podiam ser escolhidas pela comunidade escolar. Eram elas: confecção das bandeiras da Bélgica e de Mogi das Cruzes; quiz; releitura do Manneken Pis; mosaico; jogo de mímicas; ressignificação da obra Jogos Infantis (Pieter Bruegel); telefone sem fio; jogo do per-curso; composê e boliche da fauna.

EXPOSIÇÃO

A partir dos resultados obtidos no circuito ou outras atividades desenvolvidas pelas unidades escolares referente ao tema em questão, será or-ganizada, no saguão do prédio sede da adminis-tração municipal, a exposição intitulada A bola que rola lá é a bola que rola aqui! Bélgica e Mogi das Cruzes com vista ao terceiro objetivo do proje-to: informar não só a comunidade escolar, mas também a comunidade mogiana sobre o Campe-onato Mundial de Futebol e a vinda da seleção belga a Mogi.

A bola

Andréa Pereira de Souza

que rola láé a bola que

rola aqui!

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31 Prefeitura de Mogi das Cruzes nº 67 . Educando em Mogi

Andréa Pereira de Souza é responsável pela Divisão de Orientação Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação. Profes-sora na Universidade de Mogi das Cruzes e mestranda em Políticas Públicas.

COPINHA DAS ESCOLAS DE TEMPO INTEGRAL - 2014

A proposta surgiu com o intuito de subsidiar a ação pedagógica dos professores de Educação Física para que estes desenvolvessem um tra-balho de socialização de ideias e experiências entre si, promoção do estudo, da reflexão e do aprofundamento sobre “Futebol” e “Campeona-to Mundial”, permeados pela visita da Bélgica, nos seus diferentes aspectos, para consolidar nas escolas uma ação interdisciplinar, envolven-do toda equipe escolar e, se possível, atividades interescolares.

PRATO TÍPICO BELGA

Para findar a transposição didática, fora pro-porcionado aos alunos da rede municipal a pos-sibilidade de degustar o prato típico belga inti-tulado Stoemp. A receita do prato, trabalhada anteriormente dentro da sala de aula, proporcio-nou o contato com o gênero discursivo, aliando à atividade extraclasse ao conteúdo conceitual trazido no currículo mogiano.

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A BOLA QUE ROLA LÁÉ A BOL A QUE ROL A AQUI!

EDUCANDO EM MOGI

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06/05/14 15:23

O desenvolvimento do projeto A bola que rola lá é a bola que rola aqui! proporcionou às escolas o trabalho com um tema interdisciplinar presente no contexto na-cional transpondo-o da informação ao saber elaborado. Concomitantemente, possibilitou às escolas desenvol-ver a função de dinamizadora do seu entorno escolar, uma vez que, além dos alunos, família e comunidade também foram chamados a participar das ações, bem como ter ciência delas.

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32 Educando em Mogi . nº 67 Prefeitura de Mogi das Cruzes

A turma do infantil III da Escola Muni-cipal José Alves dos Santos procurou tra-balhar o tema do Campeonato Mundial de Futebol, realizado neste ano no Brasil, en-volvendo a questão da diversidade, a partir dos países que irão disputar a primeira fase do torneio com o Brasil, que serão Croácia, México e Camarões. Na roda de conversa, as crianças exploraram o tema, ouvindo textos informativos e de quadrinhos da revista Sai-ba Mais da Turma da Mônica.

Tiveram contato também na roda de con-versa com textos informativos sobre os pa-íses que irão disputar com o Brasil, sendo que cada um representa um continente. As crianças conheceram as respectivas bandei-ras, uniformes e costumes das seleções e por fim, visualizaram o globo terrestre e identi-ficaram a localização geográfica.

Os alunos pintaram uma bola de isopor de forma coletiva, caracterizando o globo terrestre, além da pintura da bandeira dos quatro países e depois de terminada a pin-tura do globo, as bandeiras foram fincadas juntamente com o jogador representando o país, mostrando desta forma os diferentes continentes unidos pelo esporte. A partir do globo, realizaram um cartaz montado cole-tivamente sobre a cultura dos países, envol-vendo dança, comidas típicas e curiosidades.

Campeonato Mundial de Futebol e diversidade

Raelen Brandino Gonçalves

A atividade propiciou o conhecimento sobre o Campe-onato Mundial de Futebol, favorecendo o conhecimento das quatro nacionalidades, comparando características e percebendo que mesmo com a diversidade todos se unem em favor do esporte.

Raelen Brandino Gonçalves é graduada em Peda-gogia e História, cursa especialização em Ética, Valores e Cidadania na escola (USP), e é especialista em Edu-cação Inclusiva e Deficiência Mental (PUC – SP), Psico-pedagogia Clínica e Institucional e Alfabetização (UNI-CID) e Didática, Dinâmica e Gestão do Ensino Superior (UMC). Atualmente é professora de Educação Infantil em escolas municipais de Mogi das Cruzes e São Paulo.

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33 Prefeitura de Mogi das Cruzes nº 67 . Educando em Mogi

Tendo em vista que o esporte desenvolve integralmente o ser humano em suas capacidades físicas, cognitivas, in-telectuais, sociais, morais, éticas e emocionais, bem como pelas práticas esportivas podemos transformar a cultura corporal de movimento, significando-a e ressignificando--a de acordo com a realidade em que as crianças estão in-seridas, foi proposto à equipe da Escola Municipal Profª Heliana Mafra Machado de Castro trabalhar não somente o esporte em si, mas integrar efetivamente todas as áreas do conhecimento existentes no interior escolar, desmisti-ficando a ideia da fragmentação dos saberes e respeitan-do uma ótica mais democrática, participativa e coerente às novas exigências pedagógicas de nosso tempo.

A primeira questão levantada antes de o projeto ter iní-cio foi: “faremos uma competição masculina ou daremos abertura para as meninas participarem?” E partindo do ponto de vista inclusivo, onde todos têm direito à educa-ção de qualidade, decidimos que o nosso torneio teria a participação das meninas também. Assim, além de rom-permos com o preconceito de que futebol é assunto de menino (ideia ainda corrente em nossa escola), também fomentaríamos a prática da modalidade entre as meni-nas, que ainda se sentem inseguras nas aulas de educação física quando o assunto é futebol.

O Mundial de Futebolé seu e nosso!

Thamires Fernanda Costa

Em ano de Campeonato Mundial de Futebol, a escola precisa

contextualizar as práticas educativas ao evento cultural

esportivo que estamos vivendo,no qual o Brasil será

sede neste ano

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34 Educando em Mogi . nº 67 Prefeitura de Mogi das Cruzes

Desse modo, começamos nosso projeto trocando co-nhecimentos entre os professores de Educação Física e alunos, discutindo sobre os aspectos históricos e funda-mentalistas do futebol e do Campeonato Mundial, além de ressaltar a importância de Charles Miller na dissemi-nação da prática do esporte no Brasil. A participação dos alunos foi positiva e nos surpreendemos com a motiva-ção das crianças dos 1º anos em questionar as regras e fundamentos da modalidade.

Feito isso, partimos para a escolha das seleções que dis-putarão a Mini-Copa (3º, 4º e 5º anos) e a Mini-Copinha (1º e 2º anos) no interclasse desse semestre. Para tal ação, ten-do como prioridade a participação ativa do aluno durante o processo, cada professora do ensino regular fez uma votação com as crian-ças, e elegeram o país que gostariam de representar em nossa competição. Este processo foi desenvolvido de tal modo para que os alunos se sentissem parte do projeto, se identificando com a escolha do grupo.

Assim, cada educadora ficou incum-bida de trabalhar os aspectos culturais, turísticos, gastronômicos e linguísticos do país eleito pela turma. Paralelamente, a Oficina do Saber trabalhou os aspectos gráficos e fonéticos dos nomes dos paí-ses envolvidos, os mascotes de todas as edições do Mundial já realizadas, con-feccionando as bandeirinhas da torcida e expondo os trabalhos no mural de ativi-dades sobre o tema.

Ainda nos preparativos para o iní-cio da Mini-Copa e da Mini-Copinha, a Oficina de Artes colaborou na confec-ção dos uniformes de cada seleção, ex-plicando os significados das bandeiras e utilizando diferentes suportes gráfi-cos para tal.

Já a Oficina de Educação Ambiental trabalhou as dimensões biológicas do Tolypeutes tricinctus, o tatu--bola, que é o mascote do Mundial: seu habitat, do que se alimenta, como vive dentre outras questões acerca do tema.

Pensando na abertura do evento em nossa escola, foi ensaiada a dança de abertura com a música “Todo mun-do”, interpretada por Gaby Amarantos, reunindo as crianças que gostariam de participar. Nesse momento, a compreensão das professoras do ensino regular somado ao comprometimento dos alunos envolvidos em realizar as tarefas do dia em casa fizeram toda a diferença para que o trabalho fosse realizado com sucesso.

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35 Prefeitura de Mogi das Cruzes nº 67 . Educando em Mogi

Passada essa etapa, chegou a grande hora de dar-mos início às atividades cerimoniais da Mini-Copa e da Mini-Copinha, e no dia da abertura todos os profis-sionais presentes auxiliaram nos bastidores do evento para que as grandes estrelas pudessem brilhar.

Iniciamos com o desfile de cada seleção e foi muito prazeroso ver as crianças torcendo e participando com energia da festa. Cantamos o Hino Nacional e prestigia-mos a dança de abertura, que contagiou a todos!

O evento terminou com as considerações da diretora Cristina Aparecida Riegel Novo sobre o projeto, decla-rando oficialmente aberto os jogos da Mini-Copa e da Mini-Copinha na EM Profª Heliana Mafra Machado.

Contudo, ainda não concluímos nosso projeto. Esta-mos realizando os jogos masculinos e femininos sema-nalmente, contando com o apoio da equipe gestora e de funcionários dispostos a auxiliar no que for preciso, e, é claro, ansiosos para saber quais países serão os campeões desse ano. Desafios? Claro que encontramos (e iremos encontrar) como a aceitação da perda entre as crianças do 1º ano; resistência de algumas meninas em participar da modalidade, dentre outras situações.

Thamires Fernanda Costa é bacharel e li-cenciada em Educação Física e pós-gradu-anda em Artes e Educação

No entanto, uma coisa é certa: é muito gratificante ver toda a escola mobilizada, os profissionais trabalhando em equipe, as crianças felizes. Tal experiência nos faz perceber que é possível, sim, a escola desenvolver proje-tos educacionais em conjunto e, que ao articularmos to-dos os profissionais de ensino em uma mesma ação, não só contribuímos para um fazer mais rico em possibilida-des educativas, como também dialogamos com o mundo contemporâneo que necessita cada vez mais do trabalho cooperativo e da integração dos indivíduos.

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36 Educando em Mogi . nº 67 Prefeitura de Mogi das Cruzes

O Campeonato Mundial de Futebol, por ser um evento que envlove muitos países, é uma grande oportunidade para enriquecer as aulas, tornando--as mais significativas para os alunos. Eventos, como este, tornam-se ótimos recursos motivacio-nais por estimular o conhecimento e desenvolver as competências curriculares, valorizando as inte-ligências múltiplas. O projeto, desenvolvido pe-las escolas do Núcleo Rural 1, visa um trabalho interdisciplinar, envolvendo habilidades e ativi-dades dentro e fora da escola, privilegiando desta forma, o desenvolvimento e o aprimoramento do conhecimento acerca do nosso país e dos demais participantes do evento em questão.

O futebol é um dos esportes mais populares no mundo. Praticado em centenas de países, desperta tanto interesse em função de sua for-ma de disputa atraente e é tão popular graças a seu jeito simples de jogar, pois basta uma bola, equipes de jogadores e as traves, para que, em qualquer espaço, crianças e adultos possam se divertir. Na rua, na escola, no clube, no campi-nho do bairro ou até mesmo no quintal de casa, desde cedo jovens de vários cantos do mundo começam a praticar o futebol.

Diante de tudo isso na 1ª reunião de OPA de 2014, a equipe teve a ideia de desenvolver um projeto de modo a oportunizar maior integração entre as sete unidades do Núcleo permeando os demais que já vem sendo desenvolvidos pelo Núcleo Rural I, tais como: Valores, Cidadania, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Cartão Pos-tal, Música, Universo, Artes Visuais, Culinária entre outras ações.

O Pequeno Cidadão da Zona Ruralem tempos de

Mundial de Futebol

Marineide Cardoso da ConceiçãoPatrícia Marins Aguiar Conde

“A gestão de uma escola reside

na capacidade de mobilizar

cada um para a concretização

do projeto institucional,

sem perder nunca a

capacidade de decidir.”

ALARCÃO, Isabel.

Professores reflexivos em

uma escola reflexiva. 2003.

Ficou diagnosticado no planejamento unificado, a necessidade do aprofundamento do tema atra-vés da formação em serviço nas reuniões de OTE. Portanto foi planejado para a 1ª OTE de 2014 uma ação educativa e lúdica, envolvendo habilidades linguísticas de forma interdisciplinar, abordando inclusive o trabalho com as salas multisseriadas que são muito comuns nas escolas rurais.

E qual a melhor maneira de abordar toda essa temática adequando à realidade do Núcleo Ru-ral I ao mesmo tempo?

Através de um formato lúdico e significati-vo envolvendo brincadeiras do povo daqui e de vários cantos do mundo; assim, foi iniciada a formação que vem dando suporte ao desen-volvimento do projeto em si e aproximando as crianças das diversas culturas do mundo.

Depois de muitas reflexões ficou decido que seria criado um Projeto ainda maior intitulado "Pequeno Cidadão da Zona Rural", no qual en-globaria todos esses temas.

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37 Prefeitura de Mogi das Cruzes nº 67 . Educando em Mogi

“A diversidade cultural é um fato.

O universo cultural diz respeito ao modo de

vida dos grupos sociais, e nesse sentido

organiza identidades individuais e coletivas.

Assim, a cada cultura corresponde uma

forma de estar no mundo. É a partir dessa

forma que ndivíduos e coletividade

pensam o outro, como estranho, diferente,

estrangeiro.” VITULE, Maria Luiza.

Guia de Viagem: Cultura e Mundo

Contemporâneo

“As informações são, sem dúvida, muito

importantes. Mas só o conhecimento

que resulta da sua compreensão e

interpretação permitirá a visão e a

sabedoria necessárias para mudar a

qualidade do ensino e da educação.”

ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em

uma escola reflexiva. 2003.

A OTE foi planejada pensando em todos os de-talhes desde o desenvolvimento de um plano de ação, que atingisse todos os níveis da escrita até a escolha dos materiais que seriam utilizados e ofe-recidos como fonte de pesquisa.

É importante ressaltar que desde 2012 as OTE’s do Núcleo têm sido de cunho formativo, com in-tuito de oferecer informações que possam enri-quecer a prática visando um ensino de qualidade.

A experiência da formação da 1ª OTE foi pro-dutiva e gratificante, tanto que começaram a sur-gir novos desdobramentos das atividades viven-ciadas, como por exemplo, a “Copa do Núcleo Rural I” que vem contagiando inclusive pais e comunidade que estão cada vez mais conscien-tes de sua importância no processo educativo. Cada escola teve a oportunidade de escolher um determinado país para aprofundamento, cuja culminância está sendo compartilhada nas reuniões de OTE de 2014. Para valorizar o traba-lho das equipes as reuniões estão acontecendo a cada mês em uma escola diferente proporcio-nando a troca de experiências e criando novos repertórios para os professores.

Referências

ALARCÃO, Isabel; Professores reflexivos em uma escola re-flexiva. São Paulo, Cortez, 2003.

ALMEIDA, Berenice M.; PUCCI, Magda D. Outras Terras, Ou-tros Sons. São Paulo: Callis, 2002.

PREFEITURA MUNICIPAL DE MOGI DAS CRUZES, Secre-taria Municipal de Educação. Diretrizes Curriculares Municipais para a Educação da Infância. Mogi das Cruzes: 2007.

Patrícia Marins Aguiar Conde é pedagoga e es-pecialista em Alfabetização e Letramento

Marineide Cardoso da Conceição é pedagoga e especialista em Alfabetização e Letramento

De acordo com as Diretrizes Curriculares Mu-nicipais para a Educação da Infância para conse-guir um ensino de qualidade é importante que o aluno seja protagonista do processo educacional.

Para tanto o professor precisa construir um novo olhar sobre a ação pedagógica, tornando--se pesquisador e investigador de modo que a aprendizagem seja significativa e que o educan-do transforme as informações em conhecimento para que possa interagir positivamente no meio em que vive.

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38 Educando em Mogi . nº 67 Prefeitura de Mogi das Cruzes

Unir o Esporte ao Turismo, em especial o futebol, o esporte mais popular do mundo, pode trazer resultados positivos para ambos os lados. Considerando que o Brasil é um país de apaixonados por esportes e neste ano, sedia um dos maiores eventos do planeta, o Campeonato Mundial de Futebol, e que Mogi das Cruzes foi escolhida como campo de treinamento de uma grande seleção, está é a oportunidade de mostrarmos ao mundo nos-sas riquezas, belezas e cultura.

É o momento estratégico para a sustentabilidade em nosso País, uma oportunidade de mostrar o que produzimos de melhor e aprendermos um pouco mais sobre como preservar a riqueza natural que possuímos. Um grande exemplo deste resultado positi-vo é a agricultura, onde mais de 400 mil famílias de agricultores serão beneficiadas com geração de emprego e renda, e simultanea-mente, promoverão a proteção ambiental de suas propriedades.

PRESERVANDO O MEIO AMBIENTE

Com essas iniciativas buscaremos apro-veitar o potencial do Campeonato Mundial de Futebol para a promoção de práticas sus-tentáveis e do turismo local, para que tanto turistas brasileiros como estrangeiros pos-sam fazer escolhas sustentáveis em suas via-gens durante a competição.

Para você que vai participar desta festa que tomará conta do Brasil, veja como é a reciclagem dos materiais. O tempo que leva para a decomposição na natureza e o que pode ser reaproveitado, vamos aproveitar o Mundial de Futebol para cuidar do nosso ambiente e respeitar o nosso Planeta.

Veja também na próxima página o que pode ou não ser reciclado.

Práticas sustentáveis no Campeonato Mundial de FutebolKelli Correa BritoLucimeyre Gonçalves

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39 Prefeitura de Mogi das Cruzes nº 67 . Educando em Mogi

RIQUEZAS NATURAIS MOGIANAS

O encontro da exuberante Mata Atlântica pre-sente nas serras do Itapeti e do Mar e ao longo do rio Tietê fazem de Mogi das Cruzes uma ci-dade rica em recursos naturais. Mais de 65% do município é situado em áreas de preservação ambiental, abrigando espécies raras da flora e da fauna, muitas delas em extinção no planeta, como o sagüi-da-serra-escuro. Mogi está inseri-da na segunda maior reserva de Mata Atlântica do Estado, e a vegetação, em forma de ilhas flo-restais se distribui por todo o município.

Esses remanescentes florestais guardam uma rica biodiversidade ainda não totalmente co-nhecida. Rios, cachoeiras e lagoas naturais com-põem, com a fauna e a flora, o espetáculo da na-tureza, contemplado e estudado por grupos de turistas e pesquisadores que percorrem trilhas sob a orientação e coordenação de ambientalis-tas. Tamanha riqueza natural atrai ao município turistas e pesquisadores, que se encantam com as belezas do território mogiano.

Além disso, a cidade possui projetos e espa-ços específicos para a educação ambiental, como o Parque Natural Municipal Francisco Affonso de Mello, na Serra do Itapeti, o Núcleo Ambien-tal da Ilha Marabá, às margens do Rio Tietê, e a Escola Ambiental de Mogi das Cruzes, projeto de referência nacional na área.

Dessa forma, Mogi prova que é possível buscar um desenvolvimento sustentável, com qualidade de vida à população e respeito ao meio ambiente. Fonte: www.mogidascruzes.sp.gov.br

Kelli Correa Brito é graduada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero

Lucimeyre Gonçalves é gestora da Escola Ambiental de Mogi das Cruzes. Possui licenciatura plena em Geografia pela Universidade de Mogi das Cruzes e atualmente é pós-Graduan-da em Educação Ambiental e Sustentabilidade

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40 Educando em Mogi . nº 67 Prefeitura de Mogi das Cruzes

e os sonhos dos jovensdo Conjunto Jefferson

Muitos meninos brasileiros sonham em um dia ser jogador de futebol.

Este também era o sonho do pequeno Claudemir Jerônimo Barreto, mais

conhecido como Cacau, que nasceu em Santo André, mas passou sua

infância e adolescência em Mogi das Cruzes. Hoje, o jogador do Stuttgart,

que naturalizou-se alemão e já defendeu a seleção do País, ajuda a realizar

os sonhos de outros meninos e meninas da cidade que o acolheu por meio

do projeto “Esportes para a Vida”, uma parceria com a organização não

governamental Visão Mundial. Cacau contou a Revista Educando em Mogi um

pouco de sua história, sua infância na cidade e como está sendo a experiência

de desenvolver um projeto com adolescentes e jovens do Conjunto Jefferson.

O apelido surgiu logo no seu primeiro aniversário, enquanto cantava

“parabéns”, o menino cantava Cacaudemir, repetidas vezes, ao invés de

Claudemir. Assim, sua mãe, Ana Maria Jerônimo, começou a lhe chamar

carinhosamente de Cacau. O sonho de ser jogador, aliado à esperança de ter

uma vida melhor, fez com que ele e seu irmão mais velho participassem de

peneiras em diversos clubes da cidade de São Paulo. Sua mãe nunca o deixou

parar de estudar, Cacau concluiu o ensino médio em Mogi e chegou a prestar

vestibular para Educação Física, mas não foi possível continuar devido a sua

condição financeira na época.

O técnico do time que Cacau jogava aos 17 anos encontrou um primo

músico que morava na Alemanha, Osmar de Oliveira, e falou das habilidades

do jovem. Após um ano, ele, então com 18 anos foi para Alemanha. No dia

12 de julho de 1999, desembarcou no aeroporto de Munique. No País passou

por diversos clubes, até conquistar seu lugar de destaque, em 2003, no VFB

Stuttgart, pelo qual teve a oportunidade não só de jogar na Bundesliga, mas

também de disputar torneios internacionais como UEFA Champions League.

CACAU Kelli Correa Brito

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41 Prefeitura de Mogi das Cruzes nº 67 . Educando em Mogi

Educando em Mogi - Como foi a infância em Mogi das Cruzes? Até quando você morou na cidade? Quais esco-las você frequentou?

Cacau - Foi uma infância bem feliz por um lado, jo-gando muito futebol, brincando com amigos e fazendo o que toda criança faz. Por outro lado, havia o sofrimento, do qual não tínhamos noção da dimensão, mas sentía-mos a cada dia. Ficávamos sozinhos em casa, pois mi-nha mãe tinha que ir trabalhar e tínhamos somente o necessário para comer, às vezes só arroz e ovo, isso nos influenciou muito.

Vivi de 1985 a 2000 no Conjunto Primavera e frequen-tei a Escola Estadual Profª Sueli de Oliveira Silva Martins, no conjunto São Sebastião e depois da 8ª série, fui para o SESI 113. Os últimos três anos estudei na Escola Estadual Gabriel Pereira, na Vila da Prata.

Educando em Mogi - Você tem alguma lembrança ou saudade de alguma coisa durante o período que viveu aqui na cidade?

Cacau - Tenho muita saudade do tempo com os ami-gos e conhecidos no Conjunto Primavera. Sempre que posso vou rever o pessoal e tenho ainda amigos da época que ajudam a matar essa saudade.

Educando em Mogi - Como e quando nasceu o sonho de ser jogador de futebol?

Cacau - Sempre joguei futebol. Com oito anos disputei meu primeiro torneio de futebol de salão pelo Bagaço da Vila, no antigo Ginásio do União, dali já começava a nas-cer o sonho de me tornar profissional.

Educando em Mogi - Como foi o início da carreira?

Cacau - Depois desse torneio continuei jogando perto de casa, até que veio um convite para jogar no Onze Uni-dos, que na época era coordenado pelo Zé Daurinho. Foi ele quem me levou, em 93, para o Palmeiras, onde fiquei por três anos. Quando fui dispensado, voltei pra Mogi, joguei em alguns clubes e depois parei no Joana D’arc. Foi lá que tive o convite para ir jogar na Alemanha.

Educando em Mogi - Como foi a mudança para a Ale-manha? Foi o primeiro país estrangeiro em que você jo-gou? Como foi a adaptação?

Cacau - A minha vinda pra Alemanha foi uma gran-de aventura, por não saber o que me esperava. Foi a minha primeira viagem internacional e tudo o que vivi me impressionou.

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42 Educando em Mogi . nº 67 Prefeitura de Mogi das Cruzes

No começo foi muito difícil, pois dependia de alguém pra tudo, eu não falava o idioma, isso foi mudando com o tempo e depois que aprendi bem o idioma, passei a me sentir em casa aqui na Alemanha.

Educando em Mogi - Qual a emoção de estar em um Campeonato Mundial de Futebol?

Cacau - É algo super emocionante, pois sempre acom-panhei de perto os Mundiais, principalmente o de 94. Vi-brei com cada lance e cada gol e isso ficou marcado em mim. Depois eu mesmo fui viver isso dentro da compe-tição, jogando junto e até marcando gol. É algo que vou levar pro resto da minha vida.

Educando em Mogi - Como você vê a importância da Educação e do Esporte na vida das crianças jovens?

Cacau - O esporte tem um poder de inclusão muito grande, ali não tem negro e branco, rico e pobre, são to-dos iguais, isso é um grande passo para ganhar as crian-ças. Dentro disso está a disciplina, o respeito, o trabalho

em equipe que é vivido dentro do esporte, são valores que podem ser passados para as crianças que vão ser usa-dos em todas as áreas de sua vida.

Educando em Mogi - Quantos filhos você tem, de que idade e que tipo de conselho você dá para eles nes-se sentido?

Cacau - Tenho três filhos, Lídia, de sete anos, Levi, de cinco anos e Davi, de um ano. Tento ensiná-los a dar valor às pequenas coisas na vida e a não se esquecer dos menos favorecidos, já que eles podem viver hoje algo melhor do que eu vivi na infância.

Educando em Mogi - Como nasceu a ideia do projeto?

Cacau - O projeto foi algo que esteve sempre dentro do meu coração, já que a minha ideia era retribuir a essas crianças o que eu mesmo recebi. Desde pequeno recebi ajuda de pessoas que tinham uma condição melhor, por isso essa ideia foi crescendo e amadurecendo. Com o pas-sar dos anos e no momento certo, se tornou realidade.

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43 Prefeitura de Mogi das Cruzes nº 67 . Educando em Mogi

Educando em Mogi - O que você espera passar para as crianças e jovens que participam do projeto?

Cacau - Espero que com o trabalho e experiência da Visão Mundial, que nos apoia em todas as áreas e com a minha própria experiência de vida, possamos passar para essas crianças que vale a pena lutar, se empenhar e aprender. E que cada uma dessas crianças é valiosa e preciosa, não precisa se envergonhar de nada e pode ba-talhar por um futuro diferente do que vive hoje.

ESPORTE PARA A VIDA

O projeto Esportes para a Vida, uma parceria da organização não governamental Visão Mundial e o jogador de futebol Cacau, contribui para reduzir as vulnerabilidades, fortalecer as competências esportivas, habilida-des sociais e aumentar o bem estar de 120 adolescentes e jovens que vivem no Conjunto Jefferson. O projeto nasceu em 2013 e é fruto de um sonho compartilhado. Um sonho no qual todos os adolescentes e jovens pos-sam se tornar cidadãos plenos, participativos e com oportunidades para vida.

A iniciativa acredita que, por meio do esporte, é possível contribuir não somente para fortalecimento de uma geração mais saudável, mas também, de uma geração mais conhecedora de seus direitos e que possa colocar em prática sua cidadania plena.

POR QUE O ESPORTE TRANSFORMA VIDAS?

O esporte de modo geral, e o futebol em especial, é um fenômeno mundial e uma potente estratégia para o desenvolvimento social. Se utilizado adequadamente, pode ser uma excelente plataforma para construção de va-lores que transcendem os benefícios físicos. Potencializando o desenvolvimento integral de adolescentes e jovens.

O caráter inclusivo de práticas esportivas saudáveis, bem como seu poder de agregação e popularidade, torna o esporte um instrumento fundamental para atingir a promoção da igualdade de gênero, a educação integral, prevenção de doenças e sustentabilidade ambiental. Além disso, os valores e os direitos inerentes ao esporte podem unir as comunidades, motivar e inspirar adolescentes e jovens a escolherem o caminho esporti-vo como estilo de vida e promover cidadania e transformação social.

Educando em Mogi - Em sua opinião, qual a impor-tância de Mogi das Cruzes receber uma seleção como a da Bélgica? O que isso pode representar para a cidade e as crianças?

Cacau - Creio que isso alarga as fronteiras das crianças para que elas vejam além do mundo delas, elas verão um outro mundo e uma outra realidade e que essa outra realidade, talvez, esteja mais perto do que elas imaginam.

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