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POLÍTICAS PÚBLICAS PARA GESTÃO SOCIAMBIENTAL SUSTENTÁVEL NA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Núcleo da Agenda Ambiental da UnB Decanato de Extensão Novembro de 2009

Doc de Políticas publicas para a UnB - doc2009

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POLÍTICAS PÚBLICAS PARA GESTÃO SOCIAMBIENTAL SUSTEN TÁVEL

NA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Núcleo da Agenda Ambiental da UnB

Decanato de Extensão

Novembro de 2009

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SUMÁRIO

Documento Políticas Públicas para Gestão Socioambiental Sustentável

na Universidade de Brasília ............................................................................................................................. 03

Declaração do seminário ................................................................................................................................... 28

Corpo técnico ......................................................................................................................................................... 30

Planejamento estratégico nas áreas ............................................................................................................. 32

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INTRODUÇÃO

A Agenda Ambiental da UnB busca instituir um conjunto de práticas em prol da

sustentabilidade ambiental e da qualidade de vida no campus, de acordo com a Agenda 21 e com

a legislação ambiental brasileira. Para isso aposta na mobilização social e na normatização de

políticas públicas como estratégias de implantação e consolidação das mudanças necessárias.

As seis áreas temáticas trabalhadas pela Agenda são:

I - Resíduos sólidos

II - Mobilidade sustentável

III - Educação e Comunicação

IV - Áreas verdes e Espaços de convivência

V - Água e Energia

VI - Saúde e Nutrição

As propostas apresentadas neste documento foram elaboradas originalmente por

membros da Comissão da Agenda Ambiental e pela equipe do Núcleo da Agenda Ambiental da

Universidade de Brasília, vinculada ao Decanato de Extensão em 2008 e foram submetidas à

discussão pública da comunidade universitária no Seminário Gestão Socioambiental na UnB –

em debate, promovido entre os dias 3 a 5 de junho de 2009 no auditório Dois Candangos no

Campus Darcy Ribeiro. Este encontro reuniu cientistas, ambientalistas, representantes do Poder

Legislativo, do Terceiro Setor, imprensa e comunidade acadêmica, que durante três dias

discutiram o documento preliminar e juntos firmaram compromissos e sistematizaram objetivos

e metas direcionados para a responsabilidade social e o cuidado essencial com o futuro das

pessoas, comunidades e meio ambiente.

Os resultados dessa audiência pública foram incorporados ao documento-base e

resultaram em um conjunto de propostas que têm como objetivo subsidiar a elaboração políticas

públicas socioambientais para a Universidade de Brasília.

Metodologia do Seminário

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Para a realização do Seminário Gestão Socioambiental para a UnB, o Núcleo da Agenda

Ambiental concebeu uma metodologia de trabalho em três momentos distintos: atividades

culturais de sensibilização; mesas redondas e grupos de discussão.

No início de cada tópico da programação, foi realizada uma atividade vivencial de

abertura, seguida de apresentação artística, mesa redonda, grupos de discussão com finalização

em plenária.

As mesas redondas duraram em média 1h20min, compostas por cinco membros:

coordenador, três pesquisadores convidados e um representante de Ponto de Ação Cultural

Sustentável (PACS). Todos os conteúdos apresentados nas mesas foram registrados em vídeo

pelo Centro de Produção Cultural e Educativa (CPCE) - UnBTV.

Os representantes de PACS fizeram exposição sobre a proposta dos projetos e relato dos

trabalhos desenvolvidos. Todos os componentes da mesa e coordenadores de Grupos de

Discussão (GD) receberam uma cópia do documento preliminar de Políticas Públicas para a

Gestão Ambiental da UnB.

Após cada mesa redonda, instalava-se um grupo de discussão por área temática com

apoio de um mediador e relator. Três perguntas norteadoras guiaram as discussões dos grupos:

Quais os principais problemas ambientais relacionados ao eixo temático? Quais as possíveis

soluções para estes problemas? Que medidas são necessárias para a implementação destas

propostas? Ao fim de cada GD, um relator apresentou na plenária o relatório dos debates.

A elaboração do documento de Declaração Final do evento foi submetida à apreciação e

deliberação na última plenária do seminário no dia 5 de junho. As sugestões foram redigidas em

forma de tópicos com recomendações e compromissos.

SISTEMATIZAÇÃO DAS PROPOSTAS POR EIXO TEMÁTICO

I – GESTÃO COMPARTILHADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A Universidade de Brasília, como instituição pública, deve ser exemplo para a sociedade

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e, dessa maneira, entre outras ações deve orientar para a elaboração de políticas públicas de

gestão integrada dos resíduos sólidos. Entretanto, ainda não realiza em seus campi a gestão dos

resíduos sólidos gerados na Universidade, conforme prevê o Decreto Presidencial Nº5940/2006,

que regulamenta a coleta seletiva em instituições públicas. Enquanto instituição formadora de

opinião e atitudes, espaço de troca de saberes, conhecimentos, a UnB não pode se omitir nesse

cenário. Sabe-se que o potencial de reciclagem de resíduos sólidos no Distrito Federal ultrapassa

mais da metade dos resíduos descartados.

Um levantamento realizado na Universidade de Brasília pela estudante Daniela Oliveira

(1999) estimou que a Universidade produzia 1.700 kg de lixo diariamente, ou seja,

aproximadamente 42,5 toneladas ao mês. Da produção total de lixo do campus, constatou-se que

papel e papelão contribuíam com 51% na composição, sendo que 47,42 % deste total

correspondia a papel e 27,61% papelão. O segundo tipo que mais contribuía na composição do

lixo da UnB era o resíduo orgânico (32%), composto de restos de alimentos, papel higiênico,

toalhas de papel e absorventes. O terceiro tipo com maior contribuição correspondia ao plástico

(12%), compostos por plásticos finos, plásticos moles e plásticos duros. Os vidros (1%) eram

oriundos, principalmente, do consumo de bebidas e de vidrarias de laboratório. Os metais (1%)

eram formados principalmente de clipes e grampos para grampeado e latas de alumínio. Na

classificação "outros tipos de lixo" (3%) reuniram-se materiais não recicláveis como embalagem

laminada de alimentos outros não reconhecidos. Quase uma década se passou desde o

levantamento destes dados e, apesar de ainda não haver dados mais atuais, sabe-se que estes

números aumentaram significativamente, tendo em vista o crescimento da comunidade

universitária.

Quase uma década se passou desde o levantamento e, apesar de ainda uma

sistematização dos dados atuais, sabe-se que estes números aumentaram significativamente,

tendo em vista o crescimento da comunidade universitária. A utilização de papel tipo A4

atingiram a cota de 720 resmas por semana e os copos descartáveis somam em média 210 mil

copos por mês.

A educação ambiental, conjugada com políticas públicas específicas, tem um papel

determinante neste processo, sobretudo na proposição e adesão às ações reguladoras

institucionais. Para tanto, a educação ambiental crítica trabalha em três fases: sensibilização,

mobilização e ação transformadora que resultam em tomada de consciência e compromisso para

o consumo consciente.

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A metodologia utilizada em educação ambiental e adotada como proposta desta Agenda

para gestão dos resíduos sólidos na UnB, considerando-se compra, produção, coleta e destinação

final dos mesmos, consiste em um conjunto de ações-chave representadas por 5 Rs: reduzir,

reutilizar, reciclar, recusar e repensar.

Reduzir o consumo implica na incorporação de novos hábitos como, por exemplo, a

substituição de copos descartáveis por canecas permanentes e a redução do número de

impressões e fotocópias. Reutilizar inclui ações como o reaproveitamento de móveis e peças e

mesmo do verso de documentos como rascunho. Reciclar implica na coleta seletiva do material e

no encaminhamento para cooperativas ou órgãos responsáveis por transformar o velho em novo.

Recusar é dizer não ao consumismo desmedido, aos descartáveis, ao papel inútil, às velhas

formas de produção que lesam o meio ambiente. O processo de mobilização é decisivo para

esta mudança. Trata-se de convocar vontades em torno de um imaginário comum. Os atores

sociais envolvidos são chamados, mas a participação é um ato de escolha. Repensar é uma

atividade que envolve as múltiplas estratégias da educação e da comunicação. Inclui a criação de

um novo imaginário para a percepção do impacto ambiental na vida cotidiana, a partir da

informação e da sensibilização.

É fundamental também a formação de multiplicadores, que ajudem a envolver colegas de

trabalho, e estudantes para a consolidação de uma nova consciência ambiental. Entende-se que o

envolvimento da comunidade universitária, nos assuntos ligados aos resíduos por ela produzidos

e nas decisões sobre o seu correto armazenamento e disposição, é uma contribuição essencial

para a construção e consolidação de uma consciência ambiental sustentável.

Entretanto, a mobilização e participação comunitária, sem a garantia de políticas

institucionais capazes de normatizar as estratégias em andamento, são insuficientes para alcançar

os resultados desejados.

De acordo com a proposta da Agenda 21 Nacional, em 1998 a Universidade de Brasília

estabeleceu os princípios da Agenda 21 da UnB, os quais foram caracterizados em: Processo

Participativo – legitimação da construção da agenda por meio do Seminário Agenda 21 da UnB;

descentralização – coordenação diferenciada dos Grupos de Trabalhos (GT’s) separados por área

temática; multisetorial – participação dos vários setores que compõem a Universidade; e co-

responsabilidade dos diferentes segmentos – participação de professores, estudantes,

funcionários, permissionários.

Assim sendo, a Agenda Ambiental visa, dentre suas ações prioritárias, promover a gestão

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integrada compartilhada dos resíduos sólidos o que implica pensar a gestão desde o consumo até

sua triagem e destinação final. A disseminação de propostas de consumo consciente que se

materializam na campanha “Sou UnB, jogo limpo” visa, sobretudo, a redução do desperdício de

recursos naturais/ materiais e a diminuição do impacto ambiental gerado pela excessiva produção

de lixo. Para tanto, a Agenda Ambiental da UnB propõe três enfoques complementares para

tratar a questão dos resíduos sólidos nos campi da UnB:

1. Adoção de medidas institucionais e de mobilização comunitária para o consumo

consciente na UnB e redução da geração de resíduos;

2. Normatização da gestão compartilhada dos resíduos sólidos, desde a coleta até a

destinação final, pela criação de políticas para gestão e educação socioambiental na UnB.

3. Destinação dos resíduos coletados à cooperativas de catadores, como prevê do Decreto

Presidencial 5.940/2006.

Amparados pelos enfoques acima citados, deseja-se universalizar nos campi:

O uso de canecas e copos permanente e a extinção dos descartáveis

Desde o segundo semestre de 2007, o Núcleo da Agenda Ambiental tem realizado, em

parceria com estudantes, professores, funcionários e patrocinadores (FUBRA), campanhas de

distribuição de canecas ecológicas. A idéia é substituir os descartáveis gradativamente por

canecas, até a sua extinção total não somente no RU, mas em todo o campus, visto que somente

no restaurante universitário são usados aproximadamente 120.000 copos descartáveis por mês.

Foram realizadas quatro campanhas de distribuição, totalizando 6000 canecas, no RU

para substituição voluntária dos copos descartáveis. Cresce o apoio à idéia na comunidade de

usuários do RU, mas observa-se ainda pouca utilização das canecas. Na semana do meio

ambiente, ocorrida durante o primeiro semestre de 2009, foi realizada mais uma campanha de

distribuição de canecas no RU, com ampla ação de comunicação, educação ambiental e

sensibilização. De acordo com a proposta referendada no Seminário Gestão Compartilhada de

Resíduos Sólidos, em setembro de 2009 aconteceu a última campanha de distribuição das

canecas e, a partir desta ação, começou-se a reduzir, gradativamente, os fornecimentos dos copos

no RU. Iniciou-se com o não fornecimento dos copos às sextas-feiras, e depois se inclui as

quintas-feiras também. A proposta é que seja dada continuidade a essa diminuição regressiva dos

copos descartáveis no primeiro semestre de 2010, até sua eliminação por completa até o final

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deste semestre. As canecas passarão a ser distribuídas a todos os calouros no kit calouro e

também será colocada a venda, por preço subsidiado, em pontos estratégicos. Sugere-se que a

Livraria da UnB seja o principal ponto de venda. Também está prevista a compra de canecas

para todos os professores e funcionários. A distribuição destas últimas acontecerá no primeiro

semestre de 2010, acompanhada de uma campanha de Educomunicação e recursos audiovisuais.

Placas educativas permanentes e pias específicas para a lavagem das canecas já foram instaladas

no RU.

Os comerciantes que possuem cantinas e lanchonetes nos campi serão igualmente

orientados a estimular o uso das canecas pela oferta de descontos aos usuários que façam esta

opção. Sugere-se que nestes estabelecimentos também estejam à venda as canecas com preço

subsidiado, que permitam uma pequena margem de lucro. O uso de descartáveis em geral deverá

ser desestimulado entre vendedores e clientes, caso a extinção total deles não seja possível, em

curto prazo, e, neste caso, será sugerido aos comerciantes o uso de materiais biodegradáveis

(embalagens e copos de papel) e a coleta seletiva dos resíduos ali gerados.

Coleta Seletiva dos resíduos sólidos

A gestão dos resíduos enfoca desde o consumo até a destinação final dos lixos e resíduos

gerados nos campi. Esta gestão começará com a separação do papel (principal resíduo gerado no

campus) e dos demais resíduos como o metal, vidro, plástico e resíduo orgânico. Serão

consolidadas parcerias com associações de catadores e oferecidos módulos de orientação aos

funcionários da Universidade. Materiais didáticos como cartilhas informativas, oficinas e vídeos

educomunicativos também devem ser oferecidos à comunidade acadêmica, visto que a educação

ambiental deve ancorar à ação para que um trabalho como este tenha sucesso.

A coleta do material reciclável e/ou reutilizável deverá ser feita de forma integrada com a

redução do consumo. Para tanto é necessário, além da aquisição e instalação de lixeiras

apropriadas para coleta seletiva, acionar parceiros do sistema de coleta público, promover ampla

campanha educativa visando adesão de toda comunidade dos campi e incentivar pesquisas sobre

formas de reciclagem e reutilização de resíduos.

A coleta seletiva é um poderoso instrumento de redução do volume de resíduos sólidos

urbanos, facilita a sua gestão, diminui os custos de operação por parte do poder público, gera

renda para catadores, além de minimizar o impacto sobre o meio ambiente.

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Prevê-se ainda o beneficiamento dos resíduos orgânicos pela construção de composteiras,

que comportem pelo menos os resíduos gerados no Restaurante Universitário, geridos de acordo

com as normas sanitárias.

Redução, reaproveitamento e reciclagem de papel

Implementar estratégias que garantam a redução, o reaproveitamento e a reciclagem

de papel é um desafio. Campanhas de esclarecimento, instalação de postos de entrega,

organização e realização da coleta e separação dos materiais, ampliam o alcance das ações.

Uma estratégia importante é conscientizar a comunidade universitária em relação à redução,

reaproveitamento e a reciclagem de papel no campus. A sensibilização da comunidade

acadêmica precisa ser apoiada por medidas institucionais que contenham a impressão

desmesurada e uso excessivo de tinta e papel, como seja a instalação de um sistema intranet

que reduzirá efetivamente a necessidade de impressão de documentos.

Algumas das ações necessárias são: realizar módulos de orientação para os

funcionários, professores e estudantes para a realização da coleta seletiva de papel nos campi,

distribuir caixas coletoras nas unidades da UnB para a coleta seletiva do papel; selecionar,

acondicionar e encaminhar os papéis usados que não forem reutilizados e reciclados na UnB

para as cooperativas de catadores ligadas a CENTCOOP-DF, diagnosticar as iniciativas

realizadas nos campi para o gerenciamento de resíduos sólidos; identificar estratégias que

contribuam para redução, reutilização e reaproveitamento de papel nos campi, compatíveis

com o perfil da comunidade universitária, principalmente, aqueles que desenvolvem serviços

administrativos e de limpeza; elaborar e produzir material para orientação e divulgação das

estratégias identificadas; realizar Oficinas de reciclagem de papel, como sensibilização dos

estudantes, funcionários e professores chamando atenção para o uso do papel.

Sugere-se ainda a compra e uso de papéis reciclados industrializado para a

administração, institutos e faculdades, e, produção de material para orientação e divulgação

desta campanha.

Ao longo de 2008 foi realizada uma experiência piloto na Faculdade de Educação

para coleta solidária de papel protagonizado pelo projeto ‘Reciclando o Cotidiano na UnB’

em parceria com o projeto Água como Matriz Ecopedagógica, o Núcleo da Agenda

Ambiental (NAA-DEX) da UnB e com a Ageplan (cooperativa de catadores da Vila Planalto).

O grupo distribuiu caixas coletoras de papel nas salas da Faculdade de Educação, comprou

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um contêiner para armazenamento do papel / papelão recolhido, elaborou uma cartilha com

informações relativas aos 5R´s que foi distribuída à comunidade acadêmica e elaborou

módulos de orientação para a equipe de limpeza com entrega de materiais informativos e

realização de oficinas. O Núcleo da Agenda Ambiental dispõe de mais 2000 mil caixas

coletoras para implantar a coleta de papel em outras unidades da UnB e aguarda uma

regulamentação institucional da Reitoria para gestão dos resíduos sólidos nos campi. Porém,

existe a possibilidade de caixas mais duradouras, com um outro tipo de material sustentável e

durável sejam disponibilizadas.

O Núcleo da Agenda Ambiental ainda dispõe de 1500 mil caixas para apoiar a coleta

de papel em outras unidades da UnB em 2010, quando o GT de Gestão de Resíduos Sólidos

propõe a regulamentação institucional da Reitoria para a implantação da coleta seletiva no

Campus Darcy Ribeiro. Para suprir a demanda de alocação de caixas coletoras em todas as

salas das unidades serão necessárias pelo menos 5000 caixas.

Diminuição do número de impressões e fotocópias

Duas mil e seiscentas resmas de papel saem do Almoxarifado Central da UnB por mês.

Uma grande parte deste consumo dá-se pela impressão de documentos que poderiam ser

visualizados por e-mail ou trocados por sistema “intranet” (rede virtual de conexão interna para

empresas/ instituições).

As impressões e fotocópias desnecessárias elevam os gastos públicos e causam grande

impacto ambiental, tendo em vista que para produzir uma tonelada de papel são necessárias entre

2 a 3 toneladas de árvores e uma grande quantidade de água e energia.

A instalação de sistema “intranet” possibilitará que grande parte dos documentos de

circulação interna seja compartilhada on-line, sem utilização do papel. Esta ferramenta seria

associada a uma ampla campanha de sensibilização e educação dos funcionários e professores da

universidade para diminuir o impacto ambiental proveniente do desperdício. Hábitos conscientes

em relação ao consumo de papel incluem: evitar ao máximo a impressão, a revisão de textos na

tela do computador antes de imprimi-los, impressão frente e verso, reutilização de papéis para

rascunho e a separação de papel para reciclagem. Sugere-se a criação de um grupo técnico de

trabalho específico para programar e instalar esse sistema na Universidade.

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Reutilização de materiais e reciclagem nos campi

A reutilização de materiais dentro da Universidade deverá integrar o conjunto de ações

de consumo consciente e gestão compartilhada de resíduos sólidos. Isso pode ser feito por meio

de ações de recuperação e conserto de computadores, máquinas e mobiliário para reutilização

pela própria UnB ou para doação dos mesmos para instituições sem fins lucrativos.

Também propõem-se a criação de espaços para compostagem de matéria orgânica

(cascas de frutas, verduras e podas de árvores), incluindo principalmente os restos do R.U.; a

realização de oficinas de reaproveitamento de óleo de cozinha para confecção de sabão destinada

a grupos comunitários, em especial para cooperativas de catadores que se mostrem interessadas;

a realização de oficinas de brinquedos e de artesanato e/ou atividades de extensão que trabalhem

com materiais reutilizados antes gerados nos campi.

Monitoramento dos dados de compra, consumo e descarte de resíduos

É necessário realizar uma pesquisa para atualizar os dados obtidos em 1999 pela

Agenda 21, a fim de obter os números recentes, relativos aos resíduos sólidos produzidos na

universidade, e verificar a evolução do quadro nos últimos anos. Esta pesquisa deverá ser feita

de forma sistemática e continuada para gerar dados comparativos e comprovar o resultado das

ações de sensibilização e educação ambiental.

Envolvimento comunitário na gestão de resíduos sólidos.

A principal estratégia de mobilização e integração comunitária do Núcleo da Agenda

Ambiental é o apoio dado aos PACS (Pontos de Ações Culturais Sustentáveis), ou seja, ações

socioambientais protagonizadas por membros da comunidade universitária que atuam em rede

(veja mais explicações no item comunicação e educação deste documento). Esta rede de ações

ambientais em desenvolvimento nos campi da UnB tem com forma de articulação, os coletivos

dos PACS. Os PACS de cada área temática se reúnem em um mesmo Coletivo, que, por sua vez,

está ligado aos demais Coletivos formados por outras áreas temáticas. Essa comunicação entre

os Coletivos acontece por meio do Conselho de Articulação e do Fórum de Mobilização

Permanente. Assim, todas as iniciativas referentes à gestão de resíduos sólidos tornam-se

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integradas e articuladas entre si e com as demais ações ambientais, formando um grupo de

discussão, inter-relação e apoio mútuo.

Considera-se que a articulação entre as diversas instâncias (PACS, Coletivos, Conselho e

Fórum) é fundamental para gestão compartilhada dos resíduos sólidos. A participação efetiva de

todos os setores envolvidos é condição indispensável para o sucesso na implementação e

sustentação de uma gestão socioambiental na UnB.

Em busca do envolvimento comunitário, o Decanato de Extensão/Núcleo da Agenda

Ambiental (NAA) apoiou por meio de dois editais de fomento (2008 e 2009) projetos

relacionados à gestão de resíduos: Tome Consciência; Reciclando o Cotidiano; O Papel de Cada

Um e “ReciclaBio”.

Encaminhamentos:

• Criar GT para planejar e implantar Gestão compartilhada de resíduos sólidos

na UnB (em agosto de 2009 por ato da Reitoria foi criado o Grupo de Trabalho para

gestão integrada e compartilhada de resíduo sólidos no Campus Darcy Ribeiro).

• Pensar e aplicar estratégias transversais que relacionem estratégias de Mobilização

Social, Educomunicação e Educação Ambiental para a gestão de resíduos sólidos e do consumo

consciente.

• Oferecer módulos de orientação para a formação de multiplicadores entre

funcionários, professores, estudantes e catadores associados para a realização da coleta seletiva

nos campi e adoção de práticas para o consumo consciente.

• Promover campanhas educativas para redução dos descartáveis em todos os

campi, envolvendo o R.U., as cantinas e as lanchonetes.

• Institucionalizar o não fornecimento dos copos descartáveis no RU,

departamentos e unidades administrativas até 2010 e, futuramente, a extinção também dos

saquinhos plásticos que embalam os talheres.

• Institucionalizar, financiar e apoiar a compra subsidiada e a distribuição de

canecas para todos os calouros.

• Estimular os diversos departamentos da Universidade a terem atitudes em prol do

meio ambiente.

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• Construir um galpão para armazenamento e triagem do material recolhido na

Universidade, em 2010.

• Firmar parcerias com a cooperativa de catadores CENTCOOP-DF para a coleta

seletiva e integrar a gestão dos resíduos da UnB com as políticas públicas no âmbito federal para

gestão de Resíduos Sólidos, de acordo com o Decreto 5940/2008 da Presidência da República;

• Instalar lixeiras próprias para a coleta seletiva de resíduos sólidos nos campi,

devidamente sinalizadas daquilo que deve e daquilo que não dever ser depositado ali e, sinalizar

também as lixeiras já instaladas nos campi;

• Instalar as novas lixeiras nos campi que atendam aos padrões da coleta seletiva da

UnB (orgânico, reciclável e papel);

• Comprar e distribuir periodicamente caixas coletoras de papel específicas para a

coleta seletiva do papel nas unidades da UnB e verificar a possibilidade da aquisição de caixas

com materiais mais duradouros para a coleta seletiva;

• Instalar contêineres apropriados para a coleta seletiva dos resíduos coletados em

cada unidade;

• Estabelecer um pacto socioambiental entre as lanchonetes e fotocopiadoras na

Universidade e fiscalizar para que o mesmo seja cumprido;

• Promover, apoiar e financiar estratégias e campanhas em prol do meio ambiente e

seu devido material de orientação e divulgação;

• Instalação de Intranet (rede virtual institucional para troca de documentos): criar

um GT unicamente para isso. Exigir, quando houver novas licitações, o compromisso

socioambiental das empresas;

• Auxiliar a conscientização da Comunidade Universitária em relação à redução, ao

reaproveitamento e, quando possível, à reciclagem de papel nos campi através de materiais,

campanhas e oficinas realizadas em conjunto com os projetos vinculados ao NAA;

• Identificar estratégias que contribuam para redução e reutilização de papel nos

campi, com o perfil da comunidade universitária e, principalmente, a comunidade que

desenvolve os serviços administrativos e de limpeza;

• Institucionalizar a compra e o uso de papéis reciclados industrializado para a

administração, institutos e faculdades;

• Estimular as fotocopiadoras a imprimirem frente e verso;

• Instalar a rede virtual institucional para troca de documentos entre os

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computadores, Intranet;

• Disponibilizar uma Biblioteca virtual para os usuários de livros e periódicos;

• Firmar parceria com permissionários para promover o uso das canecas em

cantinas e lanchonetes, bem como a separação seletiva dos resíduos;

• Subsidiar e garantir a existência de pontos permanentes de venda de canecas;

• Reutilização e recuperação de materiais e mobiliário/ doação dos excedentes;

• Diagnosticar, registrar e articular as iniciativas realizadas nos campi para o

gerenciamento de resíduos sólidos por meio do cadastro de PACS e pela formação de Coletivos;

• Melhorar as estratégias de divulgação do edital “Mostre Seu Amor pela UnB”

promovido pelo NAA, visando a participação de um número maior de participantes;

• Aumentar o número de projetos contemplados no edital “Mostre Seu amor pela

UnB”, privilegiando aqueles que atuem com Comunicação e Ed. Ambiental e Resíduos Sólidos;

• Divulgar de forma continua e eficaz as ações dos projetos de maneira que a

comunidade possa ter acesso e participar;

• Criação de Grupo de Trabalho para planejar e implantar a Gestão Compartilhada

de Resíduos Sólidos na UnB;

• Apoiar e fiscalizar os laboratórios para que o material químico utilizado não seja

descartado em locais indevidos;

• Pesquisar e estudar as novas tecnologias limpas que surgem e os estudos

relacionados a este tema para que possam ser implementadas nas novas construções da

Universidade;

• Incentivar festas limpas na UnB;

• Utilizar as tecnologias já existentes na UnB como a usina de reciclagem de

concreto, no Gama, para tratamento de resíduos gerados na universidade;

• Exigir, quando houver novas licitações, o compromisso socioambiental das

empresas e implementar um sistema de compras verdes.

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II - MOBILIDADE SUSTENTÁVEL

O número sempre crescente de veículos incorporados ao tráfego brasileiro implica na

necessidade de organização cada vez melhor do espaço viário. Nesse panorama, a cidade de

Brasília destaca-se como uma das cidades que tiveram maior expansão da frota de veículos nos

últimos anos, a qual superou o elevado crescimento demográfico, o que pode ser explicitado pela

alta taxa de veículos por habitante (1 veículo para cada 2,2 habitantes – fonte Correio

Braziliense, maio de 2008).

Como esse crescimento não foi previsto em sua construção, vários problemas têm

ocorrido na circulação, como congestionamentos e precariedade de locais para estacionamento.

Essa situação ocorre também na Universidade de Brasília – UnB. Já em 1994, quando da

elaboração do Plano Circulação do Campus Darcy Ribeiro, a circulação e as demais funções do

trânsito apresentavam sérios problemas em suas vias, segundo estudo publicado no mesmo ano.

Naquela época, a UnB tinha 11.000 freqüentadores, hoje, esse número pulou para cerca de

30.000 pessoas. Tal aumento não foi acompanhado de igual investimento nos sistemas de

transporte e viário interno, agravando as anomalias detectadas naquele período, além do

surgimento de novas.

Esse conjunto de fatores torna mais evidente a necessidade de promover a mobilidade

sustentável, que privilegie os modos de transporte coletivos sobre os individuais e as pessoas

sobre os veículos.

Os principais problemas enfrentados pela população que frequenta a UnB, no que diz

respeito à circulação, podem ser divididos e tratados em diferentes tópicos:

Sistema Viário

A maioria das vias internas ao Campus Darcy Ribeiro apresenta duplo sentido, não

condizente com a grande demanda de veículos que trafegam por elas. Por outro lado, restringir a

circulação a um só sentido nas vias significa reduzir as possibilidades de acesso assegurado por

elas. O acesso é também prejudicado por um número insuficiente de interseções, as quais são em

sua maioria pouco eficientes. As rotatórias existentes foram construídas sem obedecer à melhor

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técnica, particularmente no que diz respeito à circulação de ônibus. Além disso, há uma carência

de medidas de moderação do tráfego, o que permite o desenvolvimento de altas velocidades.

Tudo isso gera um ambiente propício a sérios acidentes de trânsito e congestionamentos.

Acrescenta-se o fato dos veículos que circulam pelo campus estacionarem em locais

proibidos como filas duplas, sobre as calçadas e gramados, de modo a impedir o livre fluxo da

via e dos pedestres, indicando a reprodução de valores individualistas em detrimento do bem

comum. Estudos apresentados pelo Grupo de Trabalho sobre Mobilidade no “Plano de

Circulação do Campus Darcy Ribeiro” já indicam uma série de medidas a serem tomadas

visando a melhoria das condições de circulação para pedestres e veículos.

Sistema Cicloviário

A falta de uma rede cicloviária adequada, segura e sinalizada faz com que as pessoas

deixem de usar a bicicleta como meio de transporte, mais uma vez levando-as a buscarem

solução no uso de veículos motorizados para os mais diversos deslocamentos.

Uma rede cicloviária pode ser uma alternativa saudável no sentido de reduzir a

quantidade de carros no campus. Neste ponto, merece destaque a existência do projeto “Bicicleta

Livre”, cadastrado como projeto de extensão da UnB e apoiado por edital de financiamento do

DEX/NAA “ Mostre seu Amor pela UnB” em dois anos consecutivos, 2008 e 2009.

O projeto, em plena execução, prevê o provimento de bicicletas para uso comunitário por

pessoas cadastradas, que podem retirá-las e devolvê-las em qualquer dos bicicletários instalados

no Campus Darcy Ribeiro. Em 2009, foram disponibilizadas 14 bicicletas comunitárias para que

estudantes, funcionários e visitantes pudessem se deslocar pelo campus e após o uso devolvê-las

nos paraciclos do ICC (norte e sul), os paraciclos da Faculdade de Educação Física e da

Faculdade de Educação. O projeto pretende estender-se a todos os paraciclos instalados pelo

campus quando conseguir maior número de bicicletas.

No final de 2008 e início de 2009 cerca de 110 paraciclos foram instalados no campus,

possibilitando que 220 bicicletas pudessem ser guardadas. Contudo, esta infraestrutura carece de

cobertura e segurança, sendo necessários recursos para, numa nova etapa, a construção de

bicicletários que assegurem segurança e ponto de apoio ao usuário.

Transporte Coletivo

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Os usuários do transporte coletivo são prejudicados devido ao horário inadequado das

linhas, falta de informação sobre as mesmas nas paradas (horários, número das linhas e itinerário

dos ônibus). Além disso, a utilização pouco racional das linhas existentes favorece a expansão do

transporte informal não autorizado. Em conseqüência da falta de transporte público eficiente as

pessoas buscam suas soluções individuais para a mobilidade, aumentando a dependência do

automóvel.

Sugere-se que a Reitoria da Universidade seja mediadora junto às empresas de ônibus

que passam pelo campus na busca de um serviço adequado às necessidades dos usuários

estudantes, funcionários e visitantes.

Circulação de Pedestres

A rede de passeios é insuficiente para o acesso das pessoas aos prédios da universidade,

além de não dispor em muitos casos de tratamento específico para pessoas com deficiências ou

com mobilidade reduzida. Tais obstáculos dificultam a vida do pedestre no campus, podendo

inclusive provocar graves acidentes. Em muitas situações ainda faltam arborização e iluminação,

o que implica em desconforto aos usuários e na falta de segurança dos que estudam à noite e

precisam deslocar-se por longas distâncias. A geometria e locação dos passeios não favorecem o

deslocamento a contento dos pedestres até o destino final de seu trajeto, incitando a busca de

caminhos alternativos que provocam a degradação das áreas verdes. O planejamento junto à

Prefeitura-CEPLAN da melhor arquitetura de trajeto e materiais para construção dos passeios

deverá dar-se de modo que os usuários possam usufruir desta infraestrutura, especialmente no

período das chuvas.

Encaminhamentos

Diante do exposto, propõe-se as seguintes ações agrupadas em 4 objetivos:

• Buscar alternativas para desestimular o uso de veículos automotores particulares

dentro do campus tais como:

- Criar sistema de “Carona Solidária”, ou apoiar projeto de extensão de ação

contínua que diminua o fluxo de veículos que se destinam e circulam diariamente entre e nos

campi;

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- Criar sistema de rodízio de veículos;

- Promover o “Dia Sem Carro”;

- Implantar rede cicloviária interna ao campus, em parceria com o GDF;

- Urbanizar, arborizar e iluminar as redes de passeios;

- Criar pontos de apoio aos pedestres que se deslocam por longas distâncias, com

bebedouro, bancos, cobertura, etc.

• Incentivar a utilização do transporte coletivo em detrimento ao uso de veículos

particulares:

- Criar programas do tipo “passe livre” ou custo reduzido para estudantes dentro do

campus;

- Investir em infraestrutura para o transporte coletivo dentro do campus e integrado a

outros campi;

- Colocar painéis informativos nas paradas de ônibus, divulgando itinerários, linhas e

horários;

• Incentivar o uso da bicicleta:

- Criar rede cicloviária dentro do campus integrada à rede do GDF;

- Integrar as redes cicloviárias interna e externa aos campi;

- Instalar bicicletários seguros e cobertos tanto para as bicicletas comunitárias como para

as particulares - os bicicletários devem ter WC, chuveiros e armários;

- Instalar paraciclos em todos os pontos de circulação dos campi.

• Disponibilizar recursos para promover:

- pesquisas de desenvolvimento de projetos de design e de tecnologias alternativas,

ecológicas e renováveis de meios de propulsão;

- pesquisas de infraestrutura e manutenção básica de vias e ciclovias.

• Divulgar pesquisas locais e globais sobre mobilidade sustentável, promovendo

Congressos e Encontros Científicos para que se promova esta troca de informações.

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III - EDUCAÇÃO AMBIENTAL E COMUNICAÇÃO

As estratégias de educação ambiental e comunicação são fundamentais para que a

comunidade universitária sinta-se parte integrante e atuante na Agenda Ambiental. São

estratégias transversais que perpassam todas as demais áreas de atuação. Para implantar a coleta

seletiva, por exemplo, são necessárias atividades educativas e estratégias de mobilização para

instauração e consolidação de novos comportamentos e atitudes. É necessário ainda articular e

estimular a comunidade a participar ativamente dos processos, discussões e decisões relativas à

gestão socioambiental no campus. Sabe-se que a implantação de uma agenda ambiental é um

processo de construção coletiva que trabalha na reciprocidade de uma normatização institucional

com a adesão voluntária e consciente dos membros das comunidades.

A forte presença da questão ambiental na mídia, muitas vezes com a utilização

equivocada de conceitos e a difusão de práticas e atitudes prejudiciais ao meio ambiente, chama

a atenção para o poder de penetração dos veículos de comunicação na construção do senso

comum sobre meio ambiente e problemas sócio-ambientais. O trabalho com educação ambiental

e comunicação deve buscar difundir outros valores, outros olhares, que possam servir como

contraponto aos vigentes, e assim despertar reflexões mais aprofundadas sobre esses temas.

A educação ambiental aposta na sensibilização por meio de oficinas e cursos para formar

cidadãos responsáveis pela sustentabilidade socioambiental, que possam atuar como

multiplicadores de um estilo de vida alternativo ao padrão hegemônico e unidimensional da

sociedade de consumo. A capacitação dos funcionários é fundamental e deve ser feita via

departamento de recursos humanos.

A comunicação investe na informação e na mobilização por meio de campanhas que

utilizem os recursos de mídia disponíveis sejam eles impressos, audiovisuais, sonoros ou

virtuais. Também visa à articulação de atores em rede, promovendo a troca e o

compartilhamento de informações e apoio mútuo em empreendimentos.

As campanhas de educomunicação ambiental da Agenda Ambiental precisam do apoio

dos veículos de comunicação internos (Secom, UnBTV, CPD, etc.) e externos (rádios, TVs,

jornais e sites informativos locais). Essas campanhas devem ser compostas por materiais

informativos (folders, vídeos, clipes musicais, curtas, vinhetas, programas de rádio, releases,

reportagens etc.) e materiais educativos (cartilhas, manuais, livros e artigos) para orientar o

processo educativo e apoiar a capacitação de todos os segmentos da comunidade universitária,

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por isso, as parcerias internas são de suma importância.

A implantação da coleta seletiva no campus Darcy Ribeiro prevista para 2010 depende

fundamentalmente de estratégias bem sucedidas de comunicação e educação ambiental. Este é

um trabalho que deve acontecer por meio de oficinas de rádio, de vídeo e de comunicação

comunitária que produzam vinhetas que poderão ser veiculadas em programas de rádio e

televisão comunitárias e educativas objetivando promover um amplo processo de discussão sobre

as questões socioambientais.

No seminário realizado em junho de 2009 para discussão do documento que propõe

políticas institucionais para a agenda ambiental na Universidade de Brasília, a gestão integrada

dos resíduos sólidos emergiu como tema estratégico e prioritário. A educomunicação ambiental

foi indicada como chave para garantir a sustentabilidade do processo de implantação,

Para realizar todo potencial da educação ambiental e comunicação será preciso que a

universidade como um todo valorize as ações de educação ambiental, fornecendo suporte

material e recursos para a produção de informativos, estimulando e garantido a participação dos

funcionários de cada setor nas oficinas e cursos de capacitação propostos pela Agenda Ambiental

da UnB.

O processo educativo e comunicativo mostra-se fundamental como aglutinador de

parcerias e a formação de uma rede de planejamento, apoio e ação. Os GTs da Agenda, a

Comissão Ambiental, o Fórum de Mobilização Permanente, os Pontos de Ações Culturais

Sustentáveis (PACS) e os Coletivos Temáticos são parte da estratégia do NAA para formar esta

rede entre funcionários, estudantes e professores e estende-la aos gestores e demais

colaboradores e interessados.

Importante ressaltar que a mobilização não se esgota em uma intervenção pontual,

especialmente tratando-se da comunidade acadêmica, com entrada e saída semestral de novos

estudantes e a descontinuidade do trabalho nos meses de férias. É recomendável, portanto, que a

cada semestre sejam renovadas e reinventadas estratégias de mobilização e atividades de

educação ambiental para enraizamento e sustentabilidade dos conceitos trabalhados e efetivação

da mudança pretendida. Sugere-se também a formação de um Grupo de Trabalho (GT) para

planejamento das ações de Comunicação e Educação Ambiental.

Finalmente, sugere-se a criação de estratégias para valorizar e estimular ações

socioambientais nos campi e no Distrito Federal, como por exemplo, a premiação das idéias e

ações notáveis para sustentabilidade socioambiental realizadas por pessoas e grupos e também a

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concessão de um selo verde aos departamentos, parceiros e instituições que adotarem os

parâmetros ambientais propagados pela Agenda (coleta seletiva, consumo consciente de

recursos, substituição dos descartáveis etc.).

Encaminhamentos

• Garantir apoio para as campanhas da Agenda Ambiental pela assessoria e pelos

veículos de comunicação internos e externos.

• Produzir material informativo (folders, jornais, vinhetas para TV, programas de rádio,

releases,reportagens, site etc.) e educativos (vídeos, cartilhas, manuais, livros e artigos) em

parceria com os veículos de comunicação interna e com o DEX.

• Capacitar os segmentos da comunidade universitária diretamente envolvidos na gestão

socioambiental dos campi por meio das estratégias de educação ambiental e comunicação:

cursos, campanhas, oficinas, materiais educativos e informativos etc.

• Sensibilizar a comunidade geral por meio de campanhas oficinas e cursos, que formem

cidadãos responsáveis pela sustentabilidade ambiental e multiplicadores.

• Consolidar parcerias institucionais, governamentais e privadas nas áreas de educação

ambiental e comunicação.

• Ampliar a articulação social da rede dos atores e projetos socioambientais da UnB e por

meio dos PACS, Coletivos, Conselho e Fórum Permanente dos parceiros externos.

• Valorizar institucionalmente as estratégias de Educação Ambiental e Comunicação

fornecendo suporte material e recursos para as ações.

• Lançar novos editais que contemplem projetos de educação ambiental e comunicação.

IV - ÁREAS VERDES E ESPAÇOS DE CONVIVÊNCIA

Áreas de interação, comunicação, convivência e exercício de práticas sustentáveis são

fundamentais para garantir o caráter participativo e comunitário da Agenda Ambiental. Estes

espaços materializarão as propostas da Agenda tornando real o ideal da sustentabilidade no

campus.

Inicialmente a proposta é a construção de praças verdes interligadas por trilhas

ecológicas, com identificação de árvores e outras espécies nativas do Cerrado.

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Para realização de oficinas, cursos, eventos, exposições, seminários que favoreçam a

transição para o modo de vida sustentável a Agenda Ambiental propomos a construção de um

espaço de Educação Ambiental na área destinada ao LABTEC (Laboratório de Tecnologias

Ecológicas Apropriadas) que, além de abrigar as atividades supracitadas, possa funcionar como

uma vitrine de práticas sustentáveis e de projetos de pesquisa voltados para sustentabilidade

socioambiental. A concepção desse projeto arquitetônico deve ser pensada por professores e

estudantes de arquitetura e engenharia da UnB, buscando minimizar os impactos ambientais da

construção. Neste centro de convivência, todos os princípios da sustentabilidade devem ser

experimentados na prática, desde a economia de recursos: água, energia, materiais, à gestão

compartilhada e vida comunitária. Será um espaço para a promoção de debates, vivências,

oficinas e cursos que visem o desenvolvimento do sujeito ecológico integral. A coerência entre

forma e conteúdo é de fundamental importância no design do espaço.

V - ÁGUA E ENERGIA

A água e a energia são recursos fundamentais que interferem diretamente na gestão

ambiental e socioeconômica do campus, por isso merecem tratamento especial e estudos

específicos. Promover uma boa gestão desses recursos, evitando o desperdício, monitorando o

consumo e buscando tecnologias limpas e inovadoras são passos fundamentais na implantação

efetiva da Agenda Ambiental.

A Universidade de Brasília desde 2005 instituiu grupos de trabalho (GT) constituídos

por técnicos e gestores destas áreas que já apresentaram suas propostas, muitas delas em

desenvolvimento. Os membros destes grupos são responsáveis por estudos, normatização e

orientação técnica para o uso sustentável da água e da energia no campus, entretanto não

desenvolveram estratégias de comunicação e educação ambiental para sensibilizar e enraizar

novos hábitos de uso consciente destes recursos ambientais. Este é um problema que poderá ser

resolvido com editais específicos para estimular projetos temáticos de educação ambiental e

campanhas sobre consumo consciente de água e energia.

Um outro problema a ser contornado é a falta de integração entre os grupos de trabalho

de Água e Energia com a Agenda Ambiental da UnB. Em razão da confluência de objetivos é

fundamental que se pense formas de integração, uma delas poderá ser a indicação de membros

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da Comissão permanente da Agenda Ambiental para compor estes grupos de trabalho,

promovendo assim a articulação e coerência das atividades comuns e a participação de membros

do GT na Comissão da Agenda Ambiental. A idéia é articular, mantendo-se a representatividade

e competência técnica dos grupos setoriais.

VI - SAÚDE E NUTRIÇÃO

Na proposta de sustentabilidade, não há como se negligenciar para promoção da saúde

dos indivíduos fatores como: a alimentação, a interação com o meio no qual esta inserido e os

aspectos psicológicos, culturais. Neste sentido, ao amplia-se o entendimento do que vem a ser

“Saúde e Nutrição”, para além da dimensão física e fisiológica e à luz da Ecologia Humana, para

reconhecer as dimensões holísticas do Ser Humano enquanto pertencente a um sistema ecológico

dinâmico e complexo.

Ecologia Humana

A Ecologia Humana, como proposta filosófica e pedagógica busca uma práxis

diferenciada, uma visão de mundo holística, que concebe o mundo como um todo integrado, e

não como uma coleção de partes dissociadas. Pode também ser denominada visão ecológica, se o

termo "ecologia" for empregado num sentido muito mais amplo e profundo que o uso restrito da

ciência ecológica. A percepção ecológica profunda reconhece a independência fundamental de

todos os fenômenos e o fato de que, enquanto indivíduos e sociedades estamos todos encaixados

nos processos cíclicos da natureza. Visa também o conhecimento interior e pode ser aplicada nas

mais diversas dimensões existenciais humanas: social, econômica, política, científicas,

filosóficas, educacionais e da vida cotidiana.

O estado do corpo físico influencia a configuração psíquica, mental e emocional do

indivíduo. Desta maneira, se internamente o indivíduo encontra-se num estado emocional-

psíquico de desequilíbrio, conseqüentemente suas relações exteriores estarão desequilibradas, ao

passo que se internamente ele se encontra harmonizado, o ambiente ao seu redor e as relações

que mantém refletirão este estado de harmonia. Entretanto, um ambiente inapropriado também

interfere no estado psíquico e emocional do indivíduo.

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Nossas atividades cotidianas culminam para uma grande quantidade de funções

acumuladas, com o conseqüente aumento de responsabilidades, os servidores, docentes e

discentes sofrem influências do meio ambiente, como o excesso de pessoas em um mesmo

ambiente, barulho, temperatura, exigências interpessoais, influências fisiológicas provocadas por

sedentarismo, envelhecimento, doenças, acidentes, nutrição deficiente, e também fatores

psicológicos como ansiedade, stress, medo, depressão. A combinação desses fatores pode trazer

uma visível queda de rendimento e, a longo prazo, acarretar patologias, como problemas

cardiovasculares e respiratórios, debilitando a pessoa ainda mais.

Diante desse contexto, baseado nos pressupostos da ecologia humana, propomos a

inserção de práticas sustentáveis consolidadas pela interação de diferentes ciências de saúde

tanto do Oriente quanto do Ocidente, tendo como objetivo o melhor desempenho do aluno, do

professor, dos servidores da universidade, pois sabemos o quanto uma atividade física melhora as

condições vida da pessoa. O objetivo principal da oferta de práticas corporais sustentáveis, é a

busca por uma saúde integral com fortalecimento interno do indivíduo associado à alimentação

equilibrada. Essas práticas visam o equilíbrio, a concentração, o desenvolvimento da

criatividade, uma postura corporal mais sadia, dentre outros benefícios, busca acima de tudo uma

melhor qualidade de vida.

Propomos também a valorização e a criação de infraestrutura de forma a criar ambiência

adequada para o desenvolvimento dessas atividades. Atualmente o Centro Olímpico funciona

aquém das suas potencialidades. Sua revitalização torna-se prioritária para que possa funcionar

como espaço privilegiado para o desenvolvimento de práticas de corporeidade.

Também muitos espaços de uso coletivo não dispõem de ventilação e iluminação

adequadas. Existem salas de aula e ambientes de trabalhos escuros, ou com baixa incidência de

sol, desprovidos de condições fundamentais para execução das atividades e saúde dos usuários.

Tais problemas podem ser minimizados, uma vez que diagnosticados, com implantação de

soluções criativas e tecnologias ecológicas apropriadas.

Na perspectiva da ecologia humana que compreende o humano, suas circunstâncias e

sua rede de relações, propomos uma visão mais holística, onde estudantes, professores e

servidores da comunidade UnB poderão exercitar vivências corporais sustentáveis. Isto

compreende um leque de opções tais como: trabalhos corporais, danças, palestras, encontros,

feiras de produtos orgânicos de produção local e solidária, revitalização do Centro Olímpico,

construção de ciclovias e outros.

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Alimentação Natural-Integral

A UnB já é referencia nacional ao disponibilizar no Restaurante Universitário, no qual

milhares de pessoas, dentre discentes, docentes e servidores, fazem suas refeições, a alimentação

vegetariana. Mas podemos ir além disso.

No restaurante propõe-se substituir o suco químico para sucos naturais, da fruta ou de

polpas, além de apoiar à redução do consumo da carne vermelha, sabidamente causador de

doenças cardíacas e de tantos outros diversos fatores adversos, tanto para o meio ambiente, pois

a criação de animais para o abate é uma das principais atividades humanas que contribuem para a

emissão de gases de efeito estufa responsáveis pelas mudanças climáticas.

Além disso, a UnB pode inovar ao valorizar no restaurante universitário um cardápio que

além de se preocupar com o valor nutricional dos alimentos, inclua produtos do cerrado,

preferencialmente comprados de agricultura familiar e cooperativas locais, destacando a

responsabilidade socioambiental da instituição.

Reforçando a importância da alimentação natural-integral, dos benefícios físicos e

fisiológicos em termos de nutrição e alimentação, propõe-se a implementação de políticas que

visem à multiplicação de locais de alimentação natural-integral, orgânica e vegetariana na

universidade e intermediação, junto às diversas lanchonetes existentes nos campi da UnB, para a

oferta de alimentos naturais e integrais com menor teor de gordura.

Finalmente recomenda-se articular, mobilizar e disponibilizar espaços para se promover

mudanças de hábitos e uma reeducação alimentar que esteja conectada a um consumo consciente

e responsável de modo a contribuir com a melhoria da qualidade de vida.

Encaminhamentos

• Criação de GT para pensar e implantar políticas de Saúde e Nutrição com foco

socioambiental;

• Consolidar parcerias internas e externas para um trabalho articulado de promoção da

saúde;

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• Levantamento de dados de saúde entre todos os seguimentos da universidade para

posterior implementação de programas e campanhas de saúde coletiva;

• Garantir apoio institucional, através da criação de editais, por meio do DEX, DAC,

SRH e outras entidades da comunidade universitária, provendo recursos financeiros e humanos

para projetos e pesquisas e programas permanentes que abordem os temas da Ecologia Humana,

medicina integrativa, práticas integrativas de saúde e promovam a integração de formas de

conhecimento e a ação prática;

• Incentivar a incorporação nos projetos políticos pedagógicos atividades disciplinares

que promovam práticas esportivas e saúde e a nutrição;

• Criar e/ou destinar espaços para atividades como: medicina integrativa e terapias

naturais;

• Revitalizar o Centro Olímpico e criar novos espaços para a realização de práticas

sustentáveis de promoção da saúde;

• Promoção de eventos, debates, aulas permanentes, cursos, feiras;

• Promover e fomentar aulas regulares de Tai Chi, Lian Going, Yoga, Meditação, dentre

outras práticas que promovam a re-conexão sociedade-natureza, tendo como base de ação os

pressupostos da ecologia humana;

• Incentivar inclusão informações nutricionais e informações sobre alergênicos

(glútem, lactoses ...) e promover campanhas para a promoção hábitos saudáveis;

• Estudar a possibilidade de criação de horta orgânica comunitária universitária;

• Incentivar que os alimentos disponibilizados na UnB pelo RU e permissionários

sejam comprados de produtores locais e na medida do possível naturais, integrais e acessíveis

financeiramente;

• Incentivar a criação de uma lanchonete modelo que tenha preços acessíveis e opções

de alimentos saudáveis preferencialmente vegetarianos e não industrializados;

• Promover e garantir suporte para feiras que trabalhem com produtos eco-sociais,

principalmente do bioma cerrado;

• Substituir, gradualmente, os materiais de limpeza nocivos à natureza e, por

conseqüência, aos humanos, que lidam direta ou indiretamente com esses materiais, por

materiais menos nocivos ou não nocivos e biodegradáveis.

Page 27: Doc de Políticas publicas para a UnB - doc2009

UNB/UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA DEX/DECANATO DE EXTENSÃO

UnB/Universidade de Brasília DEX/Decanato de Extensão

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Afirmar a gestão socioambiental sustentável nos campi da Universidade de Brasília é um

compromisso público de repercussão local e nacional. Esta Universidade tem o potencial para

transformar-se em vitrine de boas práticas relacionadas à qualidade ambiental e ao

desenvolvimento humano sustentável. Para isso é necessário, além da mobilização comunitária,

o compromisso público, institucional dos gestores, responsáveis pela regulamentação dos

espaços comunitários nos campi da UnB.

A crise ambiental já não é mais um anúncio, mas sim uma realidade perceptível,

confirmada por pesquisas realizadas pela comunidade científica e amplamente divulgadas pelas

mídias. Cabe aos governos e sociedade agirem para minimizar seus impactos e implementar o

almejado desenvolvimento humano sustentável, isto é, o desenvolvimento aliado à qualidade de

vida e à manutenção do patrimônio natural para as atuais e futuras gerações do planeta. A

Universidade de Brasília pode vir a ser um modelo para as comunidades com quem trabalha na

medida em que possa aliar conhecimento, tecnologia ao compromisso local e planetário em

benefício da vida de todos habitantes dessa grande nave mãe Terra.

Idéias e ações brotam em núcleos diversos, em espaços informais, em periferias que se

fazem centros de saber e fazer originais, em redes circulares cujo fluxo necessita apenas de

elementos que funcionem como catalizadores de desejos, práticas, expressões e políticas. Assim

a Universidade se compromete no corpo vivo da sociedade e contribui para oxigenar enquanto

irriga o processo de construção permanente pela qualidade de vida.