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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO NAS PEQUENAS EMPRESAS
Prof.ª ANA CLAUDIA MORRISSY
Orientadora
MARINA FRAGOSO SENNA DE SOUZA
Rio de Janeiro
2013
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2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO NAS EMPRESAS
Apresentação desta monografia é requisito parcial para a conclusão e
aprovação no curso de POS-GRADUAÇÃO “Lato senso” fim obtenção
do grau de especialista em Finanças e Gestão Corporativa.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que de uma forma ou de
outra colaboraram e apoiaram para a
conclusão deste trabalho.
1
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Deus, pela vida e a
todos os meus familiares que sempre me
apoiaram ao longo de minha vida.
2
RESUMO
Propõe-se neste trabalho realizar uma pesquisa sobre o capital de giro capital de giro nas empresas, parte-se do pressuposto que o mesmo está diretamente
associado às fontes que a empresa necessita para financiar seu crescimento.
Defende-se a ideia que uma boa administração do capital de giro, e também
conhecer os melhores meios de obtê-lo podem levar ao sucesso organizacional
deste número elevado das empresas.
Palavras-Chave: Análise Financeira. Capital de Giro. Investimento de
Capital. Micro e Pequenas Empresas. Administração de Caixa; Modalidades de
Crédito.
3
METODOLOGIA
Utilizando-se de metodologia de pesquisa baseada na coleta de material
bibliográfico, na busca de normas pertinentes e na pesquisa na internet, o presente
trabalho, alicerçado em posicionamentos de estudiosos sobre Capital de Giro. Bem
como em questões de conhecimentos sociais, culturais e do contexto histórico, para
uma análise a respeito do tema proposto. Serão tratados como objetos de estudo,
recentes artigos, revistas científicas, livros textos, artigos de Internet e folders
especializados. Dado a relevância e extensão do assunto, a exposição de alguns
tópicos será sucinta, apenas com o intuito de dar compreensão ao assunto em foco.
4
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 6
CAP I - CONCEITOS SOBRE GESTÃO DE CAPITAL DE GIRO 8
CAP II - GERENCIAMENTO DO CAPITAL DE GIRO 15
CAP III - EMPRESAS E OS ASPECTOS ECONÔMICOS 24
CAP IV-POR QUE O CAPITAL DE GIRO É IMPORTANTE PARA AS EMPRESAS 33
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA 37
Quadros:
1- A LIQUIDEZ GERAL 9
2- CALCULAR A NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO 10
3- ATIVO E PASSIVO 17
4 - ATIVO CIRCULANTE 20
5- GERENCIAR O CAPITAL DE GIRO 30
5
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AC: Ativo Circulante
AP: Ativo Permanente
BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CMV: Custo das Mercadorias Vendidas
ELP: Exigível a Longo Prazo
GA: Giro do Ativo
ICMS: Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
ILC: Índice de Liquidez Corrente
ILG: Índice de Liquidez Geral
ILI: Índice de Liquidez Imediata
ILS: Índice de Liquidez Seca
IIPL: Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido
IPCT: Índice de Participação de Capital de Terceiros
IPI: Imposto de Produtos Industrializados
MB: Margem Bruta
ML: Margem Líquida
MOP: Margem Operacional
PC: Passivo Circulante
PIB: Produto Interno Bruto
PL: Patrimônio Líquido
PMPC: Prazo Médio de Pagamento das Compras
PMRE: Prazo Médio de Renovação de Estoque
PMRV: Prazo Médio de Recebimento das Vendas
PP: Pontos Percentuais
RA: Rentabilidade do Ativo Total
RLP: Realizável a Longo Prazo
RPL: Rentabilidade do Patrimônio Líquido
TRI: Taxa de Retorno do Investimento
6
INTRODUÇÃO
Este trabalho propõe analisar os principais posicionamentos que envolve as
empresas, no Brasil. Não será aprofundado os cálculos mais detalhados de
contabilidade utilizados no capital de giro. O foco será em torno da gestão e estudos
de possíveis cenários de melhoria do capital giro investido e esperado.
De acordo com Hoji (2001, p.109), “O capital de giro é conhecido como capital
circulante e corresponde aos recursos aplicados em ativos circulantes, que
transformam-se constantemente dentro do ciclo operacional”.
Já Martins e Assaf Neto (2010, p. 276) dizem que "o capital de giro representa
o valor total dos recursos demandados pela empresa, para financiar seu ciclo
operacional", e ainda "que engloba as necessidades circulantes identificadas desde
a aquisição de matéria-prima até a venda de produtos elaborados". (MARTINS &
ASSAF NETO, 2010, p. 276).
Assim o capital de giro é o recurso primordial para a atividade principal de uma
empresa, sendo este necessário para continuar a adquirir os bens que serão
revendidos no volume que o seu mercado consome e garantindo a sua principal
fonte de renda de forma contínua. Frente ao atual mercado competitivo em que
atuam, as empresas precisam captar recursos oferecidos pelo mercado financeiro
que sejam mais vantajosos para suprir as necessidades do seu dia-a-dia,
conhecendo a taxa de despesas, os juros e os
riscos que influenciam na escolha de uma fonte de financiamento.
Com base nos pressupostos acima Justifica-se a realização deste por
acreditar que o Capital de Giro tem uma grande importância pelo fato de fornecer
informações das atividades operacionais e a forma de financiamento das aplicações
de recursos e muitas das vezes os empresários não dão a devida importância. Desta
forma, pode se afirmar que o correto dimensionamento da necessidade de capital de
giro é um dos maiores desafios do administrador financeiro.
Diante disso, o problema da pesquisa procura dar resposta à seguinte
questão: Os empreendedores das Pequenas empresas conhecem a importância de
uma boa gestão do Capital de Giro?
7
Desta forma o Objetivo Geral deste trabalho destina-se Ajudar os empresários
na administração financeira de suas organizações, sejam elas de pequeno, médio ou
grande porte.
E os Objetivos Específicos pretendem:
- Revisar a literatura referente ao capital de giro tendo como enfoque as
atividades empresariais.
- Mostrar a importância de uma boa administração do Capital de Giro das
empresas sejam elas de pequeno ou grande porte.
- Demonstrar uma Política de Capital de Giro para as empresas visando um
bom Planejamento Financeiro
-Identificar as principais necessidades de capital de giro de uma empresa.
Para tanto, este trabalho está disposto em quatro capítulos além da
introdução da conclusão e das referências bibliográficas.
8
CAPÍTULO I
CONCEITOS SOBRE GESTÃO DE CAPITAL DE GIRO Segundo Assaf Neto e Silva (2010, p. 15), “o capital de giro representa os
recursos demandados por uma empresa para financiar suas necessidades
operacionais”.
Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que
são "recursos correntes (curto prazo) da empresa, geralmente identificados como
aqueles capazes de serem convertidos em caixa no prazo máximo de um ano".
Assim, relatam os autores "os elementos de giro, diante da definição apresentada,
são identificadas no ativo circulante e passivo circulante, ou seja, no curto prazo”.
O capital de giro é assim calculado: Capital Circulante Líquido = Ativo
Circulante - Passivo Circulante.
Segundo Gitman (2004), o valor deste cálculo é muito útil para controle interno
da empresa porém não tem grande utilidade ao se comparar o desempenho de
empresas diferentes.
Outro modo de enfocar o capital de giro, diz respeito ao dinâmico, que de
acordo com Blatt (2001) define: a NCG - Necessidade de Capital de Giro ou IOG -
Investimento Operacional em Giro, mostra o excesso ou a falta de Ativos Circulantes
Operacionais em relação aos Passivos Circulantes Operacionais que, após ser
calculado, tem em seus resultados, possivelmente é a mais dinâmica e a difícil
análise que se possa efetuar sobre uma empresa.
Deste modo, se for desejável que enfoque dinâmico seja mais eficaz, é
preciso aplicar os critérios de liquidez, endividamento e rentabilidade. Sobre a
liquidez aborda-se a seguir.
1.1 Análise de Liquidez
A liquidez de uma empresa é medida pela capacidade que ela possui para
satisfazer suas obrigações de curto prazo, nas datas dos vencimentos. A liquidez
refere-se à solvência da situação financeira global da empresa – a facilidade com a
qual ela pode pagar suas contas.
9
A liquidez, para Matarazzo (1998), em geral, faz parte do interesse imediato
dos fornecedores, pois representa a capacidade que a empresa tem de efetuar os
pagamentos acordados; diz respeito às condições financeiras. A liquidez pode ser
subdividida em quatro indicadores: a liquidez geral, a liquidez corrente, a liquidez
seca, e a liquidez imediata.
Os principais indicadores para análise de liquidez são:
• capital de giro líquido (CGL);
• índice de liquidez corrente (ILC);
• índice de liquidez seca (ILS);
• participação das disponibilidades (PD);
• participação de contas a receber (PCR);
• participação dos estoques (PE);
• índice de financiamento (IF).
A interpretação desses índices pode ser feita comparando-os com os de
outras empresas do mesmo ramo, e também analisando sua evolução ao longo do
tempo na própria empresa.
A liquidez geral, a liquidez corrente, a liquidez seca, e a liquidez imediata são
apresentadas pelas seguintes fórmulas:
Liquidez Geral = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo
Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo.
Liquidez Corrente = Ativo Circulante
Passivo Circulante.
Liquidez Seca = Ativo Circulante - Estoques
Passivo Circulante.
Liquidez Imediata = Disponível
Passivo Circulante.
Quadro 1 : A liquidez geral. Fonte: (MATARAZZO, 1998).
10
Deste modo, Matarazzo (1998), os modos de calcular a liquidez geral, a
liquidez corrente, a liquidez seca, e a liquidez imediata.
1.2 Relação entre capital de giro e sua necessidade
Segundo Matarazzo (1998) apresenta a necessidade de capital de giro (NCG) não só como um conceito fundamental para a análise da empresa do ponto de vista
financeiro (caixa), mas como um conjunto de estratégias de financiamento,
crescimento e lucratividade. É a chave para a administração financeira de uma
empresa (MATARAZZO, 1998).
O capital de giro está diretamente ligado às fontes que a organização precisa
para financiar seu crescimento. Desta forma, se houver diminuição no capital de giro
reduz despesas com juros ou permite à empresa usar os recursos adicionais
disponíveis em outros propósitos (ex.: aquisições / oportunidades de crescimento).
As empresas procuram vantagens competitivas especialmente em condições
econômicas desafiantes, o que torna mais imprescindível a importância de calcular a
necessidade de capital de giro.
Quadro 2: Calcular a necessidade de capital de giro. Fonte: NOGUEIRA, Clayton, 2010.
Pensado nisto, Assaf Neto (2002, p.190), diz que o comportamento do capital
de giro é extremamente dinâmico, exigindo modelos eficientes e rápidos de avaliação
11
da situação financeira da empresa. Uma necessidade de investimento em giro mal
dimensionada é certamente uma fonte de comprometimento da solvência da
empresa, com reflexos sobre sua posição econômica de rentabilidade. É preciso
então, organizar um cálculo bem detalhado da necessidade de capital de giro, antes
de tomada de decisão, assim o empresário sabe quais caminhos irá percorrer.
A relação entre a necessidade de capital de giro surge da dificuldade de
sincronização temporal dos elementos que compõem o capital de giro. Já que:
Os elementos que compõem o ativo circulante não costumam apresentar sincronização temporal equilibrada em seus níveis de atividade. Desta forma, pelo fato de as atividades de produção, venda e cobrança não serem sincronizadas entre si, faz-se necessário o conhecimento integrado de suas evoluções como forma de se dimensionar mais adequadamente o investimento necessário em capital de giro e efetivar seu controle. (ASSAF NETO E SILVA, 2010, p. 15).
Ainda de acordo com Matarazzo (1998, p. 345), para financiar as
necessidades de capital de giro, a empresa pode contar normalmente com três tipos
de financiamentos:
• Capital próprio;
• Empréstimos e financiamentos bancários de longo prazo;
• Empréstimos bancários de curto prazo e Duplicatas descontadas.
O correto dimensionamento da necessidade de capital de giro é um dos
maiores desafios do administrador financeiro. Elevado volume de capital de giro irá
desviar recursos financeiros que poderiam ser aplicados nos ativos permanentes da
empresa. Todavia, capital de giro muito reduzido restringirá a capacidade de
operação e de vendas da empresa. A necessidade de capital de giro pode ser
estimada de dois modos: com base no ciclo financeiro ou com utilização dos
demonstrativos contábeis (balanço patrimonial).
1.3 Cálculo com Base no Ciclo Financeiro
12
O professor Euries B. Lima, demonstra o Cálculo com Base no Ciclo
Financeiro afirmando que este método é aplicável a uma empresa em fase de
implantação, devido não existir método de demonstrações contábeis.
Segundo Assaf e Silva (2002) somente a partir do ciclo operacional pode ser
identificado o Ciclo Financeiro da empresa, que ele define como sendo
exclusivamente suas movimentações de caixa, abrangendo o período compreendido
entre o desembolso inicial e o recebimento da venda do produto; representando
desta forma o intervalo de tempo em que não ocorrem ingressos de recursos
financeiros na empresa, demandando-se capital para financiá-lo.
A necessidade de capital de giro corresponde ao caixa operacional, ou seja,
ao montante mínimo de recursos financeiros necessários para garantir a
operacionalidade da empresa. Trata-se de uma forma simples de se efetuarem os
cálculos, pois o método pressupõe que as despesas projetadas anuais são
uniformemente distribuídas ao longo do ano.
Cálculo com Base no Balanço Patrimonial
O capital de giro líquido (CGL) é definido como a diferença entre o ativo
circulante e o passivo circulante. Porém, nem todo o valor do CGL assim calculado
representa efetiva necessidade de investimento. O ativo circulante contém contas
transitórias (caixa, bancos, aplicações financeiras de curto prazo) e no passivo
circulante também são transitórios os empréstimos e financiamentos de curto prazo,
bem como os seus respectivos encargos financeiros. Essas contas transitórias (ativo
e passivo flutuantes) não estão relacionadas à necessidade de investimento em
capital de giro.
Para se calcular a necessidade de capital de giro de uma empresa com base
em seu balanço patrimonial é necessário que se reclassifiquem algumas contas tanto
do ativo como do passivo com a finalidade específica de se proceder a esses
cálculos. Passa-se a considerar o balanço patrimonial da seguinte maneira:
Ativo Permanente (AP) – formado pelos itens de longo prazo do ativo. Seu valor é
igual à soma dos seguintes itens: realizável a longo prazo, investimento, imobilizado
e diferido.
13
Ativo Operacional (AO) – representa os recursos utilizados nas operações da
empresa que dependem das características de seu ciclo operacional. É composto
por: duplicatas a receber, estoques e outros valores a receber que possuem natureza
permanente.
Ativo Flutuante (AF) – corresponde aos itens de curtíssimo prazo do ativo circulante
que possuem natureza transitória como caixa, bancos e aplicações financeiras de
curto prazo.
Passivo Permanente (PP) – é formado pelas contas de longo prazo do passivo e
representa a fonte permanente de recursos financeiros da empresa. É igual à soma
do exigível a longo prazo com o patrimônio líquido.
Passivo Operacional (PO) – representa as contas do passivo vinculadas ao ciclo
operacional da empresa, tais como fornecedores, salários, encargos, impostos, taxas
e outras contas a pagar.
O ideal na hora de comprar dos fornecedores é acertar o prazo de pagamento
para que eles coincidam com as vendas para os clientes. Por isso, a negociação com
o fornecedor, visualizando os orçamentos de concorrentes para tentar melhorar
condições, principalmente para evitar o pagamento antecipado.
É oportuno levar em consideração também que ao emprestar o dinheiro do
banco para realizar compras é preciso embutir esses valores nas suas vendas para
não perder dinheiro. "O importante é não esquecer que pode também quer dar uma
vantagem para o cliente, mexendo nos preços e prazos. Por isso, é bom realizar uma
boa negociação", Ressalta ainda que "O controle mal feito das contas a pagar, a
receber e do estoque leva muitos pequenos negócios ao fracasso", afirma o diretor
de Direto da Contabilidade, Silvinei Cordeiro Toffanin.
Passivo Flutuante (PF) – corresponde aos itens de curtíssimo prazo do passivo
circulante que não têm vinculação direta com as operações da empresa. São eles:
empréstimos, financiamentos e outras obrigações financeiras de curto prazo1.
E para terminar este capítulo, recorre-se as informações de Hoji (2001, p.109)
acrescentando que estudo do capital de giro é fundamental para a administração 1. Lima Euries, Disponível em http://www.google.com.br/search?q=capital+de+giro+liquido&hl=pt-B R Acesso em 17/09/2013.
14
financeira, porque a empresa precisa recuperar todos os custos e despesas
(inclusive financeira) incorridos durante o ciclo operacional e obter o lucro desejado,
por meio da venda do produto ou prestação de serviço.
15
CAPÍTULO II
GERENCIAMENTO DO CAPITAL DE GIRO
O gerenciamento adequado do capital de giro de uma empresa é fundamental
para a saúde financeira, segurança nos negócios, garantia de lucros e perspectivas
de expansão de um empreendimento. A escolha certa para financiamento de capital
de giro é indispensável para o sucesso financeiro das empresas.
Segundo Gitman (2010), além de seu envolvimento permanente com
atividades de análise e planejamento financeiro, o administrador financeiro preocupa-
se com a tomada de decisões de investimento e financiamento.
De acordo com Hoji, (2001, p. 109) “O capital de giro é conhecido
também como o capital circulante e corresponde aos recursos aplicados em ativos
circulantes, que transformam-se constantemente dentro do ciclo operacional”.
Reiterado por Blatt (2001), o capital de giro líquido indica a folga financeira da
empresa, ou seja, o excesso ou falta de Ativos Circulantes em relação aos Passivos
Circulantes.
Existem três situações de capital de giro segundo Di Augustini (1999), a
primeira diz respeito ao Capital de Giro Próprio. Esta é a relação em que o Ativo
Circulante é maior que o Passivo Circulante, ou seja, os bens e direitos a curto prazo
que estão no Ativo Circulante são maiores que as obrigações que estão no Passivo
Circulante.
A segunda é o Capital de Giro Nulo nesta pode se dizer que a relação em que
o Ativo Circulante é igual ao Passivo Circulante, ou seja, os bens e direitos a curto
prazo que estão no Ativo Circulante são iguais às obrigações que estão no Passivo
Circulante.
A terceira fala sobre o Capital de Terceiros como sendo a relação em que o
Ativo Circulante é menor que o Passivo Circulante, ou seja, os bens e direitos a curto
prazo que estão no Ativo Circulante, são menores que as obrigações a curto prazo
que a empresa mantém com terceiros, localizado no Passivo Circulante. (DI
AUGUSTINI, 1999). Ao se avaliar as aplicações e as fontes de recursos financeiros,
é possível identificar as necessidades líquidas do capital de giro numa empresa.
16
2.1 Ativos e passivos circulantes
Os ativos estão representados por todos os bens e direitos que
uma organização econômica possui e que possam ser valorizados em termos
monetários. Ativo Circulante é formado por aquele grupo de contas que
representam bens e direitos, suscetíveis de serem convertidos em dinheiro ou
de serem consumidos no próximo ciclo normal de operações normais da
empresa (geralmente tem-se como base um ano). Os ativos circulantes são:
dinheiro em caixa, conta movimento em bancos, mercadorias, depósitos
bancários, matéria primas e títulos.
Estes são classificados da seguinte forma: Capital de giro é o ativo
circulante que sustenta as operações do dia-a-dia da empresa e representa a
parcela do investimento que circula de uma forma a outra, durante a condução
normal dos negócios.
O montante do capital de giro é encontrado através dos ativos
circulantes ou correntes. Já a diferença entre os ativos circulantes e os
passivos circulantes é denominada de capital de giro líquido.
As contas circulantes de empresa, ativo e passivo circulantes, fazem
parte da gestão do capital de giro, assim o objetivo da gestão de capital de giro
é administrar as contas circulantes, para que possa garantir um nível aceitável
de capital circulante líquido. Deste modo, toda empresa deve manter um
mínimo possível de capital de giro, pois os ativos circulantes tem que ser capaz
de cobrir os passivos circulantes, e é claro com alguma margem de segurança.
Os ativos circulantes que tem mais destaque são: caixa, títulos
negociáveis, duplicatas a receber e estoques. Cada um desses ativos
circulantes deve ser bem administrado para que se possa garantir a liquidez da
empresa. Em se tratando dos passivos circulantes, os mais importantes são:
duplicatas a pagar, títulos a pagar e despesas provisionadas. É preciso que
seja bem administrado para garantir que cada uma das fontes de financiamento
a curto prazo seja utilizada da melhor maneira possível. A gestão do capital de
giro é a atividade mais conhecida da Administração Financeira. A maior parte
do tempo do administrador financeiro é tomado pela administração dos ativos
correntes.
17
Quadro 3: Ativo e Passivo. Fonte: Gitman (2006).
Segundo Gitman (2006), os ativos circulantes, comumente chamados de
capital de giro, representam a proporção do investimento total da empresa que
circula, de uma forma para outra, na condução normal das operações. Essa
idéia abrange a transição repetida de caixa para estoques, destes para contas
a receber e de volta para o caixa. Como substitutos de caixa, os títulos
negociáveis de curto prazo também são considerados parte do capital de giro.
Um investimento alto demais em ativos circulantes reduz a lucratividade
(mais investimento em ativos líquidos e, portanto, menos rentáveis), enquanto
um investimento baixo demais em ativos circulantes aumenta o risco de a
18
empresa não poder honrar suas obrigações nos prazos pactuados (perder
crédito e até se tornar inadimplente). Ambas as situações conduzem à redução
do valor da empresa, que é exatamente o oposto da missão dos gestores.
2.2 Análise Dinâmica do Capital de Giro Na década de 1970 o professor e pesquisador francês Michel Fleuriet
criou um novo modelo de análise do capital de giro, o qual ficou associado ao
seu nome, O modelo Fleuriet, ficou conhecido como Análise Dinâmica do
Capital de Giro.
Primeiramente, o pesquisador demonstra uma nova classificação
gerencial para as contas de ativo e passivo circulante, segundo sua natureza
financeira ou operacional, sendo essa segregação essencial para o processo
de avaliação das necessidades de capital de giro. O ativo (passivo) circulante
se subdivide em Ativo Circulante Cíclico (Passivo Circulante Cíclico) e Ativo
Circulante Errático (Passivo Circulante Errático).
O Ativo (Passivo) Cíclico é composto pelas contas relacionadas às
atividades operacionais da empresa, sendo influenciados pelo volume de
negócios ou por características das fases do ciclo operacional. O Ativo Cíclico
é composto pelas contas como estoques, duplicatas a receber e provisão para
créditos de liquidação duvidosa, com as características das fases do ciclo
operacional, como prazos de estocagem ou política de prazos de venda. Da
mesma forma, o Passivo Cíclico é formado pelas obrigações de curto prazo da
empresa, diretamente identificáveis com seu ciclo operacional (fornecedores,
salários e encargos e impostos e taxas)2.
2.3 Capital de Giro Positivo e Capital de Giro Negativo
O Ativo compreende os bens, os direitos, capazes de gerar benefícios
presentes ou futuros e tem suas contas organizadas pelo seu grau de liquidez.
O Passivo por sua vez compreende as origens de recursos representados
2 FLEURIET, M.; KEHDY, R. e BLANC, G. 2003. O modelo Fleuriet: a dinâmica financeira das empresas brasileiras: um novo método de Análise, Orçamento e Planejamento. Rio de Janeiro, Campus.
19
pelas obrigações para com terceiros, e suas contas são organizadas segundo
grau de exigibilidade.
Se for o caso de o valor do ativo circulante superar o do passivo
circulante, diz-se que a empresa possui um capital de giro positivo. Essa
situação (ativo circulante maior que o passivo circulante) é mais comum, por
conta de dois motivos:
• O primeiro, denominado descasamento, diz respeito à impossibilidade
de conciliar as datas de pagamento com as de recebimento;
• O segundo refere-se à incerteza associada ao recebimento dos recursos
de clientes nas datas acordadas e à necessidade de a empresa honrar seus
pagamentos nas datas compromissadas, sob pena de sofrer os efeitos de
perda de reputação, pagamento de multa e juros cada vez mais altos e, por
fim, perda do crédito e inadimplência.
Assim, um ativo circulante maior que o passivo circulante dá fôlego para
o gestor lidar com o descasamento e as incertezas das entradas de caixa.
Neste caso, o ativo circulante maior que o passivo circulante, o capital
de giro líquido representa a parcela dos ativos circulantes da empresa
financiada com recursos de longo prazo (soma do exigível a longo prazo com
patrimônio líquido), os quais excedem as necessidades de financiamento dos
ativos permanentes.
20
Quadro 4: Ativo circulante. Fonte: NOGUEIRA, Clayton, 2010.
E se o valor do ativo circulante for menor que o do passivo circulante,
vale dizer que a empresa possui capital de giro líquido negativo. Assim é
menos usual, pois o capital de giro líquido é a parcela dos ativos permanentes
da empresa que está sendo financiada com passivos circulantes, ou seja, com
capitais de curto prazo, o que denota um quadro de risco, pois dívidas de curto
prazo vencem antes que os ativos não circulantes comecem a gerar caixa3.
Comparando o ativo circulante com o passivo circulante pode dizer que,
o ativo circulante é o dinheiro que existe em caixa, ou depositado em bancos.
Também são os bens, direitos e valores a receber no prazo máximo de um
3 NOGUEIRA, Clayton, 2010.
21
ano, ou seja, realizável a curto prazo, (duplicatas, estoques de mercadorias
produzidas, etc.
Já o Passivo circulante são as obrigações ou dívidas que deverão ser
pagas no decorrer do exercício seguinte, as duplicatas a pagar, contas a pagar,
títulos a pagar, empréstimos bancários, imposto de renda a pagar, salários a
pagar.
2.3.1 Fluxos de caixa e o capital de giro
O Fluxo de caixa é um instrumento gerencial que controla e informa
todas as movimentações financeiras (entradas e saídas de valores) de um
dado período, pode ser diário, semanal, mensal, etc., é composto dos dados
obtidos dos controles de contas a pagar, contas a receber, de vendas, de
despesas, de saldos de aplicações, e de todos os demais elementos que
representem as movimentações de recursos financeiros da empresa. Como a
capacidade geração de caixa.
O fluxo de caixa pode ser apresentado por meio de duas formas: o
método direto e o método indireto. O método direto parte do saldo de caixa e
demonstra os recebimentos e pagamentos operacionais da empresa, os
investimentos e os financiamentos por ela utilizados, o que facilita ao usuário
avaliar a sua solvência. Já o método indireto é aquele através do qual os
recursos provenientes das atividades operacionais são demonstrados a partir
do lucro líquido, ajustado pelos itens considerados nas contas de resultado que
não afetam o caixa.
Segundo Padoveze (2004, p. 49):
O método indireto, que evidencia a movimentação do saldo no período, partindo da geração de caixa por meio da demonstração de resultados e das variações dos elementos patrimoniais do balanço que geram ou necessitam de caixa. O método direto, que evidência a movimentação do saldo de caixa do período, coletando as informações especificas das entradas e saída de numerários constante das contas de disponibilidades (caixa, bancos e aplicações financeiras).
Padoveze (2004) ainda comenta que a demonstração do fluxo de caixa,
22
quando comparada com a Demonstração das Origens e Aplicações de
Recursos, tem uma maior qualidade de informações, sendo que ela supre
algumas carências básicas como a falta de detalhamento das variações do giro
e o tratamento dos elementos financeiros como se fossem operacionais.
Stancil (1987, p.38) demonstra a capacidade de geração de caixa uma
informação essencial. Afinal, em sua opinião, uma empresa não pode pagar
contas com lucros, apenas com o caixa. O próprio pagamento dos lucros é
diretamente dependente dos saldos de caixa da empresa. No seu
entendimento, por trás do interesse dos usuários sobre a potencialidade de
lucros de uma organização, está o desejo de saber quanto em caixa ela está
gerando.
Por causa de recentes fracassos empresariais têm fortalecido a
convicção de que os enfoques previsivo e preventivo da análise dos fluxos de
caixa não são explorados em toda sua potencialidade. A Demonstração dos
Fluxos de Caixa (DFC) resguarda, na sua simplicidade, capacidades essenciais
para o sucesso na condução de qualquer porte ou atividade empresarial, que
permite, como por exemplo: (a) apoiar o estudo para a previsão de falência; (b)
analisar a relação lucro versus caixa; (c) avaliar os efeitos no caixa das
transações de investimentos e financiamentos e (d) indicar as possibilidades
futuras de liquidação de obrigações. Estas, entre outras, corroboram com a
idéia de que, para o estudo da liquidez, a DFC é o relatório mais eficaz na
condução da gestão empresarial.
Segundo Hoji (2004), o responsável pela administração do caixa precisa
de uma visão integrada do fluxo de caixa da empresa e interagir
preventivamente junto às áreas geradoras de recebimentos e de pagamentos,
principalmente nos itens que mais impactam no caixa, como por exemplo;
Contas a receber, Estoques e Contas a pagar.
Ressalta-se que estas três atividades empresariais participam com
eficácia nos ciclos operacional e financeiro das organizações e, portanto devem
ser consideradas. Assim, as áreas gestoras dessas atividades devem estar
atentas aos seus respectivos prazos de execução para não influenciar
negativamente nos resultados dos encaixes e desencaixes.
Segundo Filho (2005, p. 8), “a boa gestão de caixa é um dos fatores
mais importantes para a liquidez e rentabilidade da empresa”. Ainda conforme
23
o autor, o gestor deve ter como objetivo principal, maximizar essas duas
variáveis. Deste modo o controle eficiente da utilização dos recursos da
empresa, implica numa boa administração de capital de giro. Reitera Tofóli
(2008) que a gestão do caixa é uma das ferramentas mais importantes da
gestão do capital de giro da empresa, pois representa os seus ativos mais
líquidos e possibilitam pagar as contas (compromissos) nos respectivos
vencimentos, apresentando-se como uma ferramenta eficaz para cobrir
desembolsos inesperados, reduzindo o risco de uma crise de liquidez nas
empresas.
24
CAPÍTULO III
AS EMPRESAS E OS ASPECTOS ECONÔMICOS
Segundo Chiavenato (2005, p. 9), “a administração financeira (...) é a
área que cuida dos recursos financeiros da empresa”. Sua preocupação está
voltada a dois aspectos relevantes dos recursos financeiros: a rentabilidade e a
liquidez. Sua função é fazer com que sejam lucrativos e líquidos ao mesmo
tempo. Sendo estes os dois objetivos principais da administração financeira,
proporcionar o melhor retorno possível do investimento e a sua rápida
conversão em capital de giro.
Segundo Gitman (2004) a administração financeira preocupa-se com as
tarefas do administrador financeiro na empresa, os quais devem conduzir
ativamente os assuntos de qualquer tipo de empresa. Esses profissionais
desempenham as mais variadas tarefas financeiras, tais como planejamento,
concessão de créditos a clientes, avaliação de projeto de investimentos e
captação de fundos para financiar as atividades da organização.
3.1 Administração das disponibilidades Sousa e Menezes (1997) comentam que a interrelação entre estratégia,
crescimento e administração do capital de giro existe na medida em que a
estratégia define se o crescimento é o objetivo a ser perseguido e define como
ele poderá ser conseguido; desta forma a definição do crescimento como
objetivo empresarial traz consequências diretas na administração do capital de
giro sob todos os aspectos, particularmente se esse capital for autofinanciado.
A necessidade de capital de giro e o efeito tesoura.
A primeira missão de um administrador financeiro é administrar as
entradas e saídas de recursos na empresa com o intuito de ter liquidez nos
momentos necessários.
O objetivo da administração financeira de curto prazo é gerir cada ativo circulante (estoques, contas a receber, caixa e aplicações financeiras a curto prazo) e cada passivo circulante (contas a pagar, despesas a pagar, e instituições financeira a pagar a curto prazo) de maneira a alcançar um equilíbrio entre rentabilidade e risco que contribua positivamente para valor da empresa. (GITMAN, 2004, p. 510).
25
As principais contas que movimentam o caixa de uma empresa são:
• Estoque;
• Contas a receber;
• Contas a pagar.
O giro dos estoques demonstra o número de vezes em que o capital
investido em estoques é recuperado através das vendas, ou seja, a rotatividade
ou quantidade de vezes que estes demoram a ser totalmente vendido; ele é
obtido pela relação entre os custos das vendas ocorridos num determinado
período com o saldo médio dos estoques, e quanto maior for seu resultado
melhor para a empresa.
Quanto maior for à frequência de entregas dos fornecedores,
logicamente em menores lotes, maior será o índice de giro dos estoques. É
importante perceber que se a venda for lucrativa, isto é, se o valor recebido
pela venda for superior ao custo direto da mercadoria, esta diferença é
considerada como margem de contribuição da venda e servirá para pagar os
custos fixos, além de também contribuir para o lucro final do negócio.
Segundo Braga (1989, p. 102):
O cálculo do giro ou rotação dos recursos investidos nos estoques fornece uma média adequada para a avaliação da eficiência na sua gestão. Este cálculo indica o número de vezes em que tais recursos foram renovados em certos intervalos de tempo. Em fase dos padrões observados em cada ramo de negócios, estoques com baixa rotação representam fundos ociosos, enquanto um giro alto significa otimização dos recursos investidos.
Existem as contas de duplicatas a receber sofrem diretamente com a
política de vendas da companhia, pois é ela que decidirá o prazo que a
empresa vai ter que esperar para obter o retorno sobre o recurso investido.
Assim, o giro das duplicatas a receber representa o prazo médio de
recebimento para a realização em dinheiro das vendas a prazo. Esse prazo se
encontra dividindo-se as Receitas Brutas de vendas pelo Saldo médio das
Duplicatas a receber.
26
De acordo com Ross, Westerfield e Jaffe (2008, p. 47):
O índice de giro de contas a receber é calculado pelo quociente entre vendas e o valor médio de contas a receber durante o exercício contábil. Se dividirmos o número de dias do ano (365) pelo índice de giro de contas a receber, teremos o prazo médio de recebimento.
Esse índice é importante para a análise da política de vendas da
empresa já que ele demonstra de forma simples quanto tempo demora para
ocorrer a renovação dos direitos a receber que a mesma possui, evidenciando,
dessa forma, a quantidade de vezes que esses direitos foram totalmente
recebidos.
Outro fator importante é a rentabilidade do ativo é calculada quando se
deseja ter uma ideia da lucratividade como um todo, independente da origem
dos recursos, admitindo-se as aplicações realizadas. Ele demonstra quanto a
empresa obteve de lucro líquido com relação ao seu investimento total. Isso se
torna uma medida de desempenho comparativo de um ano para o outro.
Segundo Gitman (2001, p. 143): “A taxa de retorno sobre o ativo total:[...]
mensura a eficiência global da empresa em gerar lucros com seus ativos
disponíveis. Quanto maior for o rendimento da empresa sobre o total de ativos,
melhor.”
3.2 Gestão do Capital de Giro
Os objetivos da gestão do capital de giro de uma organização visam
proteger e utilizar eficazmente os recursos financeiros. Ao mesmo tempo,
buscando manter certo grau de liquidez, para que a organização consiga
cumprir seus compromissos, abrangendo as decisões de:
• Planejamento: previsão das necessidades de recursos
financeiros para todos os tipos de operações e atividades.
• Financiamento: identificação e escolha de alternativas de
fontes de recursos.
27
• Controle: acompanhamento e avaliação dos resultados
financeiros da organização.
• Investimento: seleção de alternativas para aplicação dos
resultados financeiros da organização.
De acordo com pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (Sebrae), a gestão do capital de giro é um dos aspectos
mais importantes para a saúde financeira da empresa.
Ainda de acordo com o Sebrae nas empresas de pequeno porte
cerca de 90% do tempo do gerente financeiro são dedicados
à gestão do capital de giro. Para garantir o capital de giro necessário ao
funcionamento da empresa, o empresário ou o gerente financeiro dedica
grande parte de seu tempo a administração do caixa (disponibilidades),
administração das contas a receber (provenientes das vendas a
prazo), gestão financeira dos estoques, administração das obrigações a pagar
(fornecedores, impostos, empréstimos, despesas operacionais e outras contas
a pagar), além de visitas e negociações com bancos.
Assim a gestão do capital de giro consiste numa atividade ligada à
estratégia da empresa e exige, basicamente, conhecimento sobre o negócio,
sobre o ramo de atuação, sobre as possíveis fontes de financiamento e sobre
as melhores formas de aplicação de recursos.
Corroborando com esta ideia se posicionou Longenecker et al. (2007, p.
395):
A gestão do capital de giro – gestão do capital de curto prazo (ativos circulantes) e dos recursos financeiros de curto prazo (passivos circulantes) – é extremamente importante para as pequenas empresas. De fato, não existe matéria na área de finanças mais importante e ao mesmo tempo mais mal-entendida. As boas oportunidades de negócio podem ser irreparavelmente danificadas pela gestão ineficiente dos ativos e passivos de curto prazo.
28
Desta forma, o empresário precisa constantemente atualizado para que
suas decisões - que nessa área geralmente são de curto prazo - não acarretem
problemas financeiros para a empresa.
Um recurso muito importante também é a política de substituição de
passivos consiste em trocar uma dívida por outra de menor custo financeiro.
Desta forma, uma empresa de grande porte poderia adotar esta solução,
através do lançamento de títulos no exterior ou mesmo fazendo um lançamento
de ações. Entretanto, as empresas de pequeno e médio porte não têm essa
opção. Um programa tradicional de substituição de passivos para essas
empresas quase sempre significaria trocar seis por meia dúzia.
Numa situação extrema, as pequenas e médias empresas poderiam
trocar passivo exigível por passivo não exigível (capital), através da admissão
de novos sócios. Sem dúvida, esta seria uma solução a ser adotada em último
caso.
3.3 Decisão sobre compra a vista e a prazo
De acordo com Gitman (2004) o Capital de bruto compreende se pelo
total do ativo circulante, mais precisamente pelas contas estoque, valores a
receber, caixa e outros. O capital de giro liquido é obtido pala diferença entre o
ativo circulante e passivo circulante. Através dessa operação podemos analisar
se empresa possui uma folga financeira positiva, podendo liquidar seu exigível
a curto prazo, ou capital de giro liquido negativo não podendo honrar suas
dividas a curto prazo. (GITMAN, 2004).
Já o Capital giro próprio conforme Tófoli (2008.p.12) “O Capital
Circulante Próprio revela, basicamente, os recursos próprios das empresas que
estão financiados suas atividades correntes – o ativo circulante”.
Corresponde a parcela de capital da empresa (sócios), que esta sendo
usado para financiar os elementos ativo circulante como duplicatas a receber
(créditos). TÓFOLI (2008.p.12). Desta forma, explica Tófoli, o Capital de Giro:
Deve ser administrado de forma que não sejam mantidos estoques em excesso e desnecessário que fatalmente incidirão em custos (custo de manter estoque). O mesmo raciocínio para cuidado da política de crédito, pois uma política mais liberal ampliará o volume das contas a
29
receber e provável aumento da inadimplência, e maior espaço de tempo no ciclo de caixa (ou ciclo financeiro). (TÓFOLI, 2008, p. 151).
Por isso é que se pode concordar com Assaf Neto (2008), que relata que
toda empresa possui capacidade financeira limitada até um determinado nível
de negócio. Quando esse limite começa a exceder, as empresas ficam mais
vulneráveis às oscilações dos negócios e tendem a necessitar de um
incremento em seu capital de giro. Neste sentido, é preciso ficar atento na
tomada de decisões sobre as compras a serem feitas a vista ou a prazo.
Gitman (2004) diz que a maior parte das decisões empresariais é
calculada em termos financeiros, uma vez que uma decisão errônea pode
comprometer o capital da empresa. Isso faz com que os profissionais de todas
as áreas de responsabilidade da organização, interajam com o pessoal de
finanças para realizar seu trabalho. É preciso justificar a necessidade de
investimentos, preocupando-se com o desempenho financeiro e defender as
propostas para conseguir recursos da alta administração.
3.3.1 Sugestões aos empresários no que tange ao capital de
giro
O modo certo de dimensionar os recursos disponíveis pode ter impacto
significativo na questão da solvência da empresa. Assim Gitman (1997, p. 598),
recomenda que “o administrador precisa examinar detidamente o padrão de
recebimentos e pagamentos diários da empresa, para estar certo de que há
caixa suficiente para pagar as contas no vencimento”.
De acordo com Prestes (2002) além de fatores ambientais (internos e
externos) são necessárias ferramentas gerenciais que auxiliem na gestão dos
empreendimentos, em especial o gerenciamento do fluxo de caixa da empresa,
através de planilha eletrônica onde o gestor visualize as contas a pagar e
receber, além de melhor gerenciar o capital de giro.
30
Quadro 5: Gerenciar o capital de giro Fonte: (Hoji 2003, p. 123),
Hoji (2003, p. 123), recomenda que“Os administradores [...] devem ter a
consciência de que o capital de giro investido em estoques tem custo financeiro
que afetará o resultado econômico e financeiro”. Assim, cabe aos gestores das
empresas irem à busca do equilíbrio em relação às quantidades e
31
periodicidades para aquisição e manutenção dos estoques, que atendam às
necessidades dos consumidores no momento certo, a quantidades e preços
que não acarretem custos financeiros além de suas possibilidades financeiras.
Mesmo apresentando uma menor participação sobre o total dos ativos
da empresa, o capital de giro exige um esforço do administrador financeiro
maior do que aquele requerido pelo capital fixo. É preciso acompanhamento
permanente, pois está continuamente sofrendo o impacto das diversas
mudanças enfrentadas pela empresa. Já o capital fixo não exige atenção
constante, pois os fatos capazes de afetá-lo acontecem com uma freqüência
bem menor.
3.3.2 Dicas para a eficiência e eficácia financeira das empresas
Segundo Braga (1989, p.129) os pontos determinantes numa eficiência
financeira buscam apoio nos seguintes itens:
Na conta estoque, que deve equilibrar-se ao nível mínimo possível de
forma a não interromper a produção e fazer com que a mercadoria gire no
menor tempo possível utilizando ferramentas como as promoções, sorteios e
concursos;
Na conta duplicata a receber propiciar ao cliente a possibilidade de
quitação antecipada dando-lhe vantagens e descontos; A conta duplicatas a
pagar deve buscar negociações junto aos fornecedores fins aumentar os
prazos e fazer parcerias locais para aumentar o quantitativo dos pedidos
visando um maior desconto.
Braga ressalta ainda que:
a) Retardar os pagamentos aos fornecedores, sem comprometer o conceito
creditício que a empresa possui junto aos mesmos.
b) Acelerar o recebimento das duplicatas, sem afastar os clientes por excesso
de rigor na cobrança, e, desde que sejam economicamente justificáveis,
oferecer descontos financeiros para estimular a antecipação de pagamento que
facilitarão alcançar os objetivos desta estratégia.
c) Elevar o giro dos estoques, reduzindo o prazo médio de estocagem, até um
32
ponto a partir do qual haveria riscos de paralisação do processo produtivo por
falta de materiais e de perda de vendas por falta de mercadorias.
Recomenda-se ficar atento ao fato de que a melhoria dos negócios
reúne-se em uma gestão voltada ao planejamento, entendendo e se adaptando
aos riscos para desta forma otimizar os retornos dos investimentos. E assim
aumentar o capital de giro.
33
CAPÍTULO IV
POR QUE O CAPITAL DE GIRO É IMPORTANTE PARA
AS EMPRESAS
O Crescimento leva a um aumento nas despesas fixas e variáveis e
aumenta exigência de capital de giro. Hoji (2001, p.109) apresenta suas
argüições em relação a este questionamento, o ator revela que: O estudo do
capital de giro é fundamental para a administração financeira, porque a
empresa precisa recuperar todos os custos e despesas (inclusive financeira)
incorridos durante o ciclo operacional e obter o lucro desejado, por meio da
venda do produto ou prestação de serviço.
E acrescenta que o capital de giro é responsável pelo ciclo operacional
das empresas, pois sua movimentação reflete no estado patrimonial da
empresa. O capital de giro sofre transformação e cada transformação, tem
objetivo de fazer o capital retornar sempre maior que o valor do inicio do ciclo
operacional.
O especialista em finanças Márcio Iavelberg (2013), em reportagem a
Revista Exame, dá a dica para quem pretende abrir uma empresa, ou para
empresas em fase inicial. Iavelberg (2013, diz que levando em consideração
investimentos iniciais com estoque, máquinas, pessoal, divulgação da marca e
muitos outros. Nessa semana vamos falar dos sérios problemas financeiros
que um negócio pode sofrer em plena expansão.
Para entender melhor a questão, é importante separar os gastos do dia-a-dia
em dois grandes grupos: os custos variáveis ou diretos; que são aqueles que
acontecem proporcionalmente ao aumento das vendas ou da produção, como
matéria-prima, insumos (eletricidade, água, etc.) e comissões, por exemplo; e
as despesas fixas, como aluguel, salários administrativos, telefone, etc. À
medida que a empresa cresce, estas despesas aumentam, levando a uma
necessidade de aumento de capital de giro.
Teoricamente as despesas fixas não deveriam aumentar muito com a
expansão nas vendas, mas muitas vezes o empresário aproveita o bom
momento e contrata um assistente aqui e outro ali, muda de escritório para um
34
lugar mais amplo e confortável e, com isso, as despesas sobem. Os custos
variáveis, esses sim, aumentam proporcionalmente às vendas. Vale comentar
que nem sempre o empresário consegue adicionar no preço o aumento dos
insumos e matérias-primas, perdendo, então, parte da margem de lucro dos
produtos ou serviços vendidos.
Outro ponto que influencia quanto capital de giro será necessário para
que a empresa possa crescer é o prazo de estocagem e os prazos de
pagamento de fornecedores e recebimento dos clientes. Quanto maior o prazo
que se deixa o produto parado na prateleira e quanto mais prazo se dá para os
clientes pagarem, maior a necessidade de capital de giro. De outro lado do
“cabo de guerra” está o prazo que você tem para pagar seus fornecedores.
Conseguindo um bom prazo para pagar, você diminui o “desencaixe”
financeiro, ou seja, a necessidade de tomar dinheiro no mercado ou colocar
dinheiro pessoal ou, ainda, encontrar investidores para seu negócio.
Como sugestão, o especialista aconselha que se faça as contas antes de
alongar prazos de recebimento quando se tem o objetivo de vender mais. Isso
pode ser fatal para o seu negócio.4
4.1. Políticas de crédito
Para Silva (1993), o crédito faz com que as empresas aumentem seu
nível de atividade e estimula o consumo influenciando na demanda. Desta
forma, facilita a execução de projetos, para os quais a empresa não disponha
de recursos próprios suficientes, como também as políticas de crédito.
Chiavenato (2005) diz que tais políticas de crédito servem para indicar as
bases para concessão de crédito ao cliente e o valor máximo desse crédito.
A política de crédito consiste nestas quatros variáveis:
a. O período de crédito, que constitui a extensão de tempo que os compradores
recebem para pagar suas compras.
4 Disponível em< [email protected].> Acesso em 22 set 2013.
35
b. Os padrões de crédito, que se referem à força financeira mínima dos clientes
a crédito aceitáveis e à quantia de crédito disponível para diferentes clientes.
c. A política de cobrança da empresa, que é medida por sua rigidez ou
frouxidão no acompanhamento das contas de pagamento lento.
d. Quaisquer descontos dados por pagamento antecipado, incluindo-se a
quantia de desconto e o período. (WESTON; BRIGHAN, 2000, p.438).
Assaf Neto e Silva (2006), argumentam que os componentes para uma
política de crédito são os padrões que a empresa deseja utilizar para
concessão do crédito, o prazo que pretende dar a seus clientes, o desconto
que poderá conceder aos clientes e como será o processo de cobrança destes
títulos de venda a prazo. Neste caso:
A maior ou menor flexibilidade da política de crédito, entretanto, poderá estar associada às características da empresa e de seus produtos, de forma que uma empresa que venda um produto com uma margem bruta de lucro relativamente alta (40 ou 50 % por exemplo), terá maiores condições de adotar uma política de crédito mais liberal e assumir um nível de risco maior. Uma empresa que trabalhe com margem bruta de lucro muito baixa, ainda que seu giro de estoque seja rápido, tenderá a ser mais rigorosa na seleção de seus clientes; o mesmo deverá ocorrer com empresas que apresentem giro muito lento de seus estoques. (SILVA, 1998, p.103).
Assaf Neto e Silva (2006), destacam a política de crédito como sendo
responsável por fixar os parâmetros da empresa em termos de venda a prazo.
Nestes parâmetros estão os elementos fundamentais para a concessão, a
monitoria e a cobrança do crédito. No momento de sua definição, devem ser
levados em consideração o fluxo de caixa proveniente desta política e o
investimento necessário para colocá-la em prática. Desta forma destaca-se a
importância das políticas de crédito para adquirir e preservar o capital de giro
de uma empresa.
36
IV CONCLUSÃO
Diante da fundamentação exposta no decorrer deste trabalho, conclui-se
que os diversos autores aqui citados acreditam na eficácia do capital de giro
para as empresas e que a eficiente gestão desse importante recurso pode
influenciar no sucesso das organizações empresariais.
De acordo com os resultados obtidos, constatou-se que o estudo do
capital de giro, é fundamental para o administrador financeiro e para
profissionais que atuam na área financeira de um modo geral. Este importante
recurso é responsável pelo ciclo operacional da organização empresarial, e sua
movimentação reflete no seu estado patrimonial.
Assim, uma boa administração de capital de giro torna-se necessário em
qualquer empresa, seja ela de pequeno ou médio porte. Ressalta-se a
administração do capital de giro refere-se à administração das contas dos
elementos dos ativos e passivos circulantes, bem como as contas caixa,
estoques, contas a receber e a pagar e todo o seu gerenciamento financeiro,
que visem manter e determinar o nível de rentabilidade e liquidez.
Cabe destacar que o capital de giro é passível de transformação,
principalmente no momento atual, e cada transformação, tem objetivo de fazer
o capital retornar sempre maior que o valor do inicio do ciclo operacional de
cada empresa. Deste modo, é recomendável que o empresário avalie o
momento, as faltas, as sobras de recursos financeiros, e os reflexos gerados
por decisões tomadas na empresa em relação a compras, vendas e
administração do caixa.
37
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