41
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO NAS PEQUENAS EMPRESAS Prof.ª ANA CLAUDIA MORRISSY Orientadora MARINA FRAGOSO SENNA DE SOUZA Rio de Janeiro 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO NAS PEQUENAS EMPRESAS

Prof.ª ANA CLAUDIA MORRISSY

Orientadora

MARINA FRAGOSO SENNA DE SOUZA

Rio de Janeiro

2013

DOCU

MENTO

PRO

TEGID

O PEL

A LE

I DE D

IREIT

O AUTO

RAL

Page 2: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO NAS EMPRESAS

Apresentação desta monografia é requisito parcial para a conclusão e

aprovação no curso de POS-GRADUAÇÃO “Lato senso” fim obtenção

do grau de especialista em Finanças e Gestão Corporativa.

Page 3: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que de uma forma ou de

outra colaboraram e apoiaram para a

conclusão deste trabalho.

Page 4: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

1

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus, pela vida e a

todos os meus familiares que sempre me

apoiaram ao longo de minha vida.

Page 5: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

2

RESUMO

Propõe-se neste trabalho realizar uma pesquisa sobre o capital de giro capital de giro nas empresas, parte-se do pressuposto que o mesmo está diretamente

associado às fontes que a empresa necessita para financiar seu crescimento.

Defende-se a ideia que uma boa administração do capital de giro, e também

conhecer os melhores meios de obtê-lo podem levar ao sucesso organizacional

deste número elevado das empresas.

Palavras-Chave: Análise Financeira. Capital de Giro. Investimento de

Capital. Micro e Pequenas Empresas. Administração de Caixa; Modalidades de

Crédito.

Page 6: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

3

METODOLOGIA

Utilizando-se de metodologia de pesquisa baseada na coleta de material

bibliográfico, na busca de normas pertinentes e na pesquisa na internet, o presente

trabalho, alicerçado em posicionamentos de estudiosos sobre Capital de Giro. Bem

como em questões de conhecimentos sociais, culturais e do contexto histórico, para

uma análise a respeito do tema proposto. Serão tratados como objetos de estudo,

recentes artigos, revistas científicas, livros textos, artigos de Internet e folders

especializados. Dado a relevância e extensão do assunto, a exposição de alguns

tópicos será sucinta, apenas com o intuito de dar compreensão ao assunto em foco.

Page 7: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

4

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 6

CAP I - CONCEITOS SOBRE GESTÃO DE CAPITAL DE GIRO 8

CAP II - GERENCIAMENTO DO CAPITAL DE GIRO 15

CAP III - EMPRESAS E OS ASPECTOS ECONÔMICOS 24

CAP IV-POR QUE O CAPITAL DE GIRO É IMPORTANTE PARA AS EMPRESAS 33

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 37

Quadros:

1- A LIQUIDEZ GERAL 9

2- CALCULAR A NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO 10

3- ATIVO E PASSIVO 17

4 - ATIVO CIRCULANTE 20

5- GERENCIAR O CAPITAL DE GIRO 30

Page 8: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

5

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC: Ativo Circulante

AP: Ativo Permanente

BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CMV: Custo das Mercadorias Vendidas

ELP: Exigível a Longo Prazo

GA: Giro do Ativo

ICMS: Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

ILC: Índice de Liquidez Corrente

ILG: Índice de Liquidez Geral

ILI: Índice de Liquidez Imediata

ILS: Índice de Liquidez Seca

IIPL: Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido

IPCT: Índice de Participação de Capital de Terceiros

IPI: Imposto de Produtos Industrializados

MB: Margem Bruta

ML: Margem Líquida

MOP: Margem Operacional

PC: Passivo Circulante

PIB: Produto Interno Bruto

PL: Patrimônio Líquido

PMPC: Prazo Médio de Pagamento das Compras

PMRE: Prazo Médio de Renovação de Estoque

PMRV: Prazo Médio de Recebimento das Vendas

PP: Pontos Percentuais

RA: Rentabilidade do Ativo Total

RLP: Realizável a Longo Prazo

RPL: Rentabilidade do Patrimônio Líquido

TRI: Taxa de Retorno do Investimento

Page 9: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

6

INTRODUÇÃO

Este trabalho propõe analisar os principais posicionamentos que envolve as

empresas, no Brasil. Não será aprofundado os cálculos mais detalhados de

contabilidade utilizados no capital de giro. O foco será em torno da gestão e estudos

de possíveis cenários de melhoria do capital giro investido e esperado.

De acordo com Hoji (2001, p.109), “O capital de giro é conhecido como capital

circulante e corresponde aos recursos aplicados em ativos circulantes, que

transformam-se constantemente dentro do ciclo operacional”.

Já Martins e Assaf Neto (2010, p. 276) dizem que "o capital de giro representa

o valor total dos recursos demandados pela empresa, para financiar seu ciclo

operacional", e ainda "que engloba as necessidades circulantes identificadas desde

a aquisição de matéria-prima até a venda de produtos elaborados". (MARTINS &

ASSAF NETO, 2010, p. 276).

Assim o capital de giro é o recurso primordial para a atividade principal de uma

empresa, sendo este necessário para continuar a adquirir os bens que serão

revendidos no volume que o seu mercado consome e garantindo a sua principal

fonte de renda de forma contínua. Frente ao atual mercado competitivo em que

atuam, as empresas precisam captar recursos oferecidos pelo mercado financeiro

que sejam mais vantajosos para suprir as necessidades do seu dia-a-dia,

conhecendo a taxa de despesas, os juros e os

riscos que influenciam na escolha de uma fonte de financiamento.

Com base nos pressupostos acima Justifica-se a realização deste por

acreditar que o Capital de Giro tem uma grande importância pelo fato de fornecer

informações das atividades operacionais e a forma de financiamento das aplicações

de recursos e muitas das vezes os empresários não dão a devida importância. Desta

forma, pode se afirmar que o correto dimensionamento da necessidade de capital de

giro é um dos maiores desafios do administrador financeiro.

Diante disso, o problema da pesquisa procura dar resposta à seguinte

questão: Os empreendedores das Pequenas empresas conhecem a importância de

uma boa gestão do Capital de Giro?

Page 10: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

7

Desta forma o Objetivo Geral deste trabalho destina-se Ajudar os empresários

na administração financeira de suas organizações, sejam elas de pequeno, médio ou

grande porte.

E os Objetivos Específicos pretendem:

- Revisar a literatura referente ao capital de giro tendo como enfoque as

atividades empresariais.

- Mostrar a importância de uma boa administração do Capital de Giro das

empresas sejam elas de pequeno ou grande porte.

- Demonstrar uma Política de Capital de Giro para as empresas visando um

bom Planejamento Financeiro

-Identificar as principais necessidades de capital de giro de uma empresa.

Para tanto, este trabalho está disposto em quatro capítulos além da

introdução da conclusão e das referências bibliográficas.

Page 11: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

8

CAPÍTULO I

CONCEITOS SOBRE GESTÃO DE CAPITAL DE GIRO Segundo Assaf Neto e Silva (2010, p. 15), “o capital de giro representa os

recursos demandados por uma empresa para financiar suas necessidades

operacionais”.

Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que

são "recursos correntes (curto prazo) da empresa, geralmente identificados como

aqueles capazes de serem convertidos em caixa no prazo máximo de um ano".

Assim, relatam os autores "os elementos de giro, diante da definição apresentada,

são identificadas no ativo circulante e passivo circulante, ou seja, no curto prazo”.

O capital de giro é assim calculado: Capital Circulante Líquido = Ativo

Circulante - Passivo Circulante.

Segundo Gitman (2004), o valor deste cálculo é muito útil para controle interno

da empresa porém não tem grande utilidade ao se comparar o desempenho de

empresas diferentes.

Outro modo de enfocar o capital de giro, diz respeito ao dinâmico, que de

acordo com Blatt (2001) define: a NCG - Necessidade de Capital de Giro ou IOG -

Investimento Operacional em Giro, mostra o excesso ou a falta de Ativos Circulantes

Operacionais em relação aos Passivos Circulantes Operacionais que, após ser

calculado, tem em seus resultados, possivelmente é a mais dinâmica e a difícil

análise que se possa efetuar sobre uma empresa.

Deste modo, se for desejável que enfoque dinâmico seja mais eficaz, é

preciso aplicar os critérios de liquidez, endividamento e rentabilidade. Sobre a

liquidez aborda-se a seguir.

1.1 Análise de Liquidez

A liquidez de uma empresa é medida pela capacidade que ela possui para

satisfazer suas obrigações de curto prazo, nas datas dos vencimentos. A liquidez

refere-se à solvência da situação financeira global da empresa – a facilidade com a

qual ela pode pagar suas contas.

Page 12: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

9

A liquidez, para Matarazzo (1998), em geral, faz parte do interesse imediato

dos fornecedores, pois representa a capacidade que a empresa tem de efetuar os

pagamentos acordados; diz respeito às condições financeiras. A liquidez pode ser

subdividida em quatro indicadores: a liquidez geral, a liquidez corrente, a liquidez

seca, e a liquidez imediata.

Os principais indicadores para análise de liquidez são:

• capital de giro líquido (CGL);

• índice de liquidez corrente (ILC);

• índice de liquidez seca (ILS);

• participação das disponibilidades (PD);

• participação de contas a receber (PCR);

• participação dos estoques (PE);

• índice de financiamento (IF).

A interpretação desses índices pode ser feita comparando-os com os de

outras empresas do mesmo ramo, e também analisando sua evolução ao longo do

tempo na própria empresa.

A liquidez geral, a liquidez corrente, a liquidez seca, e a liquidez imediata são

apresentadas pelas seguintes fórmulas:

Liquidez Geral = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo

Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo.

Liquidez Corrente = Ativo Circulante

Passivo Circulante.

Liquidez Seca = Ativo Circulante - Estoques

Passivo Circulante.

Liquidez Imediata = Disponível

Passivo Circulante.

Quadro 1 : A liquidez geral. Fonte: (MATARAZZO, 1998).

Page 13: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

10

Deste modo, Matarazzo (1998), os modos de calcular a liquidez geral, a

liquidez corrente, a liquidez seca, e a liquidez imediata.

1.2 Relação entre capital de giro e sua necessidade

Segundo Matarazzo (1998) apresenta a necessidade de capital de giro (NCG) não só como um conceito fundamental para a análise da empresa do ponto de vista

financeiro (caixa), mas como um conjunto de estratégias de financiamento,

crescimento e lucratividade. É a chave para a administração financeira de uma

empresa (MATARAZZO, 1998).

O capital de giro está diretamente ligado às fontes que a organização precisa

para financiar seu crescimento. Desta forma, se houver diminuição no capital de giro

reduz despesas com juros ou permite à empresa usar os recursos adicionais

disponíveis em outros propósitos (ex.: aquisições / oportunidades de crescimento).

As empresas procuram vantagens competitivas especialmente em condições

econômicas desafiantes, o que torna mais imprescindível a importância de calcular a

necessidade de capital de giro.

Quadro 2: Calcular a necessidade de capital de giro. Fonte: NOGUEIRA, Clayton, 2010.

Pensado nisto, Assaf Neto (2002, p.190), diz que o comportamento do capital

de giro é extremamente dinâmico, exigindo modelos eficientes e rápidos de avaliação

Page 14: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

11

da situação financeira da empresa. Uma necessidade de investimento em giro mal

dimensionada é certamente uma fonte de comprometimento da solvência da

empresa, com reflexos sobre sua posição econômica de rentabilidade. É preciso

então, organizar um cálculo bem detalhado da necessidade de capital de giro, antes

de tomada de decisão, assim o empresário sabe quais caminhos irá percorrer.

A relação entre a necessidade de capital de giro surge da dificuldade de

sincronização temporal dos elementos que compõem o capital de giro. Já que:

Os elementos que compõem o ativo circulante não costumam apresentar sincronização temporal equilibrada em seus níveis de atividade. Desta forma, pelo fato de as atividades de produção, venda e cobrança não serem sincronizadas entre si, faz-se necessário o conhecimento integrado de suas evoluções como forma de se dimensionar mais adequadamente o investimento necessário em capital de giro e efetivar seu controle. (ASSAF NETO E SILVA, 2010, p. 15).

Ainda de acordo com Matarazzo (1998, p. 345), para financiar as

necessidades de capital de giro, a empresa pode contar normalmente com três tipos

de financiamentos:

• Capital próprio;

• Empréstimos e financiamentos bancários de longo prazo;

• Empréstimos bancários de curto prazo e Duplicatas descontadas.

O correto dimensionamento da necessidade de capital de giro é um dos

maiores desafios do administrador financeiro. Elevado volume de capital de giro irá

desviar recursos financeiros que poderiam ser aplicados nos ativos permanentes da

empresa. Todavia, capital de giro muito reduzido restringirá a capacidade de

operação e de vendas da empresa. A necessidade de capital de giro pode ser

estimada de dois modos: com base no ciclo financeiro ou com utilização dos

demonstrativos contábeis (balanço patrimonial).

1.3 Cálculo com Base no Ciclo Financeiro

Page 15: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

12

O professor Euries B. Lima, demonstra o Cálculo com Base no Ciclo

Financeiro afirmando que este método é aplicável a uma empresa em fase de

implantação, devido não existir método de demonstrações contábeis.

Segundo Assaf e Silva (2002) somente a partir do ciclo operacional pode ser

identificado o Ciclo Financeiro da empresa, que ele define como sendo

exclusivamente suas movimentações de caixa, abrangendo o período compreendido

entre o desembolso inicial e o recebimento da venda do produto; representando

desta forma o intervalo de tempo em que não ocorrem ingressos de recursos

financeiros na empresa, demandando-se capital para financiá-lo.

A necessidade de capital de giro corresponde ao caixa operacional, ou seja,

ao montante mínimo de recursos financeiros necessários para garantir a

operacionalidade da empresa. Trata-se de uma forma simples de se efetuarem os

cálculos, pois o método pressupõe que as despesas projetadas anuais são

uniformemente distribuídas ao longo do ano.

Cálculo com Base no Balanço Patrimonial

O capital de giro líquido (CGL) é definido como a diferença entre o ativo

circulante e o passivo circulante. Porém, nem todo o valor do CGL assim calculado

representa efetiva necessidade de investimento. O ativo circulante contém contas

transitórias (caixa, bancos, aplicações financeiras de curto prazo) e no passivo

circulante também são transitórios os empréstimos e financiamentos de curto prazo,

bem como os seus respectivos encargos financeiros. Essas contas transitórias (ativo

e passivo flutuantes) não estão relacionadas à necessidade de investimento em

capital de giro.

Para se calcular a necessidade de capital de giro de uma empresa com base

em seu balanço patrimonial é necessário que se reclassifiquem algumas contas tanto

do ativo como do passivo com a finalidade específica de se proceder a esses

cálculos. Passa-se a considerar o balanço patrimonial da seguinte maneira:

Ativo Permanente (AP) – formado pelos itens de longo prazo do ativo. Seu valor é

igual à soma dos seguintes itens: realizável a longo prazo, investimento, imobilizado

e diferido.

Page 16: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

13

Ativo Operacional (AO) – representa os recursos utilizados nas operações da

empresa que dependem das características de seu ciclo operacional. É composto

por: duplicatas a receber, estoques e outros valores a receber que possuem natureza

permanente.

Ativo Flutuante (AF) – corresponde aos itens de curtíssimo prazo do ativo circulante

que possuem natureza transitória como caixa, bancos e aplicações financeiras de

curto prazo.

Passivo Permanente (PP) – é formado pelas contas de longo prazo do passivo e

representa a fonte permanente de recursos financeiros da empresa. É igual à soma

do exigível a longo prazo com o patrimônio líquido.

Passivo Operacional (PO) – representa as contas do passivo vinculadas ao ciclo

operacional da empresa, tais como fornecedores, salários, encargos, impostos, taxas

e outras contas a pagar.

O ideal na hora de comprar dos fornecedores é acertar o prazo de pagamento

para que eles coincidam com as vendas para os clientes. Por isso, a negociação com

o fornecedor, visualizando os orçamentos de concorrentes para tentar melhorar

condições, principalmente para evitar o pagamento antecipado.

É oportuno levar em consideração também que ao emprestar o dinheiro do

banco para realizar compras é preciso embutir esses valores nas suas vendas para

não perder dinheiro. "O importante é não esquecer que pode também quer dar uma

vantagem para o cliente, mexendo nos preços e prazos. Por isso, é bom realizar uma

boa negociação", Ressalta ainda que "O controle mal feito das contas a pagar, a

receber e do estoque leva muitos pequenos negócios ao fracasso", afirma o diretor

de Direto da Contabilidade, Silvinei Cordeiro Toffanin.

Passivo Flutuante (PF) – corresponde aos itens de curtíssimo prazo do passivo

circulante que não têm vinculação direta com as operações da empresa. São eles:

empréstimos, financiamentos e outras obrigações financeiras de curto prazo1.

E para terminar este capítulo, recorre-se as informações de Hoji (2001, p.109)

acrescentando que estudo do capital de giro é fundamental para a administração 1. Lima Euries, Disponível em http://www.google.com.br/search?q=capital+de+giro+liquido&hl=pt-B R Acesso em 17/09/2013.

Page 17: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

14

financeira, porque a empresa precisa recuperar todos os custos e despesas

(inclusive financeira) incorridos durante o ciclo operacional e obter o lucro desejado,

por meio da venda do produto ou prestação de serviço.

Page 18: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

15

CAPÍTULO II

GERENCIAMENTO DO CAPITAL DE GIRO

O gerenciamento adequado do capital de giro de uma empresa é fundamental

para a saúde financeira, segurança nos negócios, garantia de lucros e perspectivas

de expansão de um empreendimento. A escolha certa para financiamento de capital

de giro é indispensável para o sucesso financeiro das empresas.

Segundo Gitman (2010), além de seu envolvimento permanente com

atividades de análise e planejamento financeiro, o administrador financeiro preocupa-

se com a tomada de decisões de investimento e financiamento.

De acordo com Hoji, (2001, p. 109) “O capital de giro é conhecido

também como o capital circulante e corresponde aos recursos aplicados em ativos

circulantes, que transformam-se constantemente dentro do ciclo operacional”.

Reiterado por Blatt (2001), o capital de giro líquido indica a folga financeira da

empresa, ou seja, o excesso ou falta de Ativos Circulantes em relação aos Passivos

Circulantes.

Existem três situações de capital de giro segundo Di Augustini (1999), a

primeira diz respeito ao Capital de Giro Próprio. Esta é a relação em que o Ativo

Circulante é maior que o Passivo Circulante, ou seja, os bens e direitos a curto prazo

que estão no Ativo Circulante são maiores que as obrigações que estão no Passivo

Circulante.

A segunda é o Capital de Giro Nulo nesta pode se dizer que a relação em que

o Ativo Circulante é igual ao Passivo Circulante, ou seja, os bens e direitos a curto

prazo que estão no Ativo Circulante são iguais às obrigações que estão no Passivo

Circulante.

A terceira fala sobre o Capital de Terceiros como sendo a relação em que o

Ativo Circulante é menor que o Passivo Circulante, ou seja, os bens e direitos a curto

prazo que estão no Ativo Circulante, são menores que as obrigações a curto prazo

que a empresa mantém com terceiros, localizado no Passivo Circulante. (DI

AUGUSTINI, 1999). Ao se avaliar as aplicações e as fontes de recursos financeiros,

é possível identificar as necessidades líquidas do capital de giro numa empresa.

Page 19: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

16

2.1 Ativos e passivos circulantes

Os ativos estão representados por todos os bens e direitos que

uma organização econômica possui e que possam ser valorizados em termos

monetários. Ativo Circulante é formado por aquele grupo de contas que

representam bens e direitos, suscetíveis de serem convertidos em dinheiro ou

de serem consumidos no próximo ciclo normal de operações normais da

empresa (geralmente tem-se como base um ano). Os ativos circulantes são:

dinheiro em caixa, conta movimento em bancos, mercadorias, depósitos

bancários, matéria primas e títulos.

Estes são classificados da seguinte forma: Capital de giro é o ativo

circulante que sustenta as operações do dia-a-dia da empresa e representa a

parcela do investimento que circula de uma forma a outra, durante a condução

normal dos negócios.

O montante do capital de giro é encontrado através dos ativos

circulantes ou correntes. Já a diferença entre os ativos circulantes e os

passivos circulantes é denominada de capital de giro líquido.

As contas circulantes de empresa, ativo e passivo circulantes, fazem

parte da gestão do capital de giro, assim o objetivo da gestão de capital de giro

é administrar as contas circulantes, para que possa garantir um nível aceitável

de capital circulante líquido. Deste modo, toda empresa deve manter um

mínimo possível de capital de giro, pois os ativos circulantes tem que ser capaz

de cobrir os passivos circulantes, e é claro com alguma margem de segurança.

Os ativos circulantes que tem mais destaque são: caixa, títulos

negociáveis, duplicatas a receber e estoques. Cada um desses ativos

circulantes deve ser bem administrado para que se possa garantir a liquidez da

empresa. Em se tratando dos passivos circulantes, os mais importantes são:

duplicatas a pagar, títulos a pagar e despesas provisionadas. É preciso que

seja bem administrado para garantir que cada uma das fontes de financiamento

a curto prazo seja utilizada da melhor maneira possível. A gestão do capital de

giro é a atividade mais conhecida da Administração Financeira. A maior parte

do tempo do administrador financeiro é tomado pela administração dos ativos

correntes.

Page 20: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

17

Quadro 3: Ativo e Passivo. Fonte: Gitman (2006).

Segundo Gitman (2006), os ativos circulantes, comumente chamados de

capital de giro, representam a proporção do investimento total da empresa que

circula, de uma forma para outra, na condução normal das operações. Essa

idéia abrange a transição repetida de caixa para estoques, destes para contas

a receber e de volta para o caixa. Como substitutos de caixa, os títulos

negociáveis de curto prazo também são considerados parte do capital de giro.

Um investimento alto demais em ativos circulantes reduz a lucratividade

(mais investimento em ativos líquidos e, portanto, menos rentáveis), enquanto

um investimento baixo demais em ativos circulantes aumenta o risco de a

Page 21: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

18

empresa não poder honrar suas obrigações nos prazos pactuados (perder

crédito e até se tornar inadimplente). Ambas as situações conduzem à redução

do valor da empresa, que é exatamente o oposto da missão dos gestores.

2.2 Análise Dinâmica do Capital de Giro Na década de 1970 o professor e pesquisador francês Michel Fleuriet

criou um novo modelo de análise do capital de giro, o qual ficou associado ao

seu nome, O modelo Fleuriet, ficou conhecido como Análise Dinâmica do

Capital de Giro.

Primeiramente, o pesquisador demonstra uma nova classificação

gerencial para as contas de ativo e passivo circulante, segundo sua natureza

financeira ou operacional, sendo essa segregação essencial para o processo

de avaliação das necessidades de capital de giro. O ativo (passivo) circulante

se subdivide em Ativo Circulante Cíclico (Passivo Circulante Cíclico) e Ativo

Circulante Errático (Passivo Circulante Errático).

O Ativo (Passivo) Cíclico é composto pelas contas relacionadas às

atividades operacionais da empresa, sendo influenciados pelo volume de

negócios ou por características das fases do ciclo operacional. O Ativo Cíclico

é composto pelas contas como estoques, duplicatas a receber e provisão para

créditos de liquidação duvidosa, com as características das fases do ciclo

operacional, como prazos de estocagem ou política de prazos de venda. Da

mesma forma, o Passivo Cíclico é formado pelas obrigações de curto prazo da

empresa, diretamente identificáveis com seu ciclo operacional (fornecedores,

salários e encargos e impostos e taxas)2.

2.3 Capital de Giro Positivo e Capital de Giro Negativo

O Ativo compreende os bens, os direitos, capazes de gerar benefícios

presentes ou futuros e tem suas contas organizadas pelo seu grau de liquidez.

O Passivo por sua vez compreende as origens de recursos representados

2 FLEURIET, M.; KEHDY, R. e BLANC, G. 2003. O modelo Fleuriet: a dinâmica financeira das empresas brasileiras: um novo método de Análise, Orçamento e Planejamento. Rio de Janeiro, Campus.

Page 22: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

19

pelas obrigações para com terceiros, e suas contas são organizadas segundo

grau de exigibilidade.

Se for o caso de o valor do ativo circulante superar o do passivo

circulante, diz-se que a empresa possui um capital de giro positivo. Essa

situação (ativo circulante maior que o passivo circulante) é mais comum, por

conta de dois motivos:

• O primeiro, denominado descasamento, diz respeito à impossibilidade

de conciliar as datas de pagamento com as de recebimento;

• O segundo refere-se à incerteza associada ao recebimento dos recursos

de clientes nas datas acordadas e à necessidade de a empresa honrar seus

pagamentos nas datas compromissadas, sob pena de sofrer os efeitos de

perda de reputação, pagamento de multa e juros cada vez mais altos e, por

fim, perda do crédito e inadimplência.

Assim, um ativo circulante maior que o passivo circulante dá fôlego para

o gestor lidar com o descasamento e as incertezas das entradas de caixa.

Neste caso, o ativo circulante maior que o passivo circulante, o capital

de giro líquido representa a parcela dos ativos circulantes da empresa

financiada com recursos de longo prazo (soma do exigível a longo prazo com

patrimônio líquido), os quais excedem as necessidades de financiamento dos

ativos permanentes.

Page 23: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

20

Quadro 4: Ativo circulante. Fonte: NOGUEIRA, Clayton, 2010.

E se o valor do ativo circulante for menor que o do passivo circulante,

vale dizer que a empresa possui capital de giro líquido negativo. Assim é

menos usual, pois o capital de giro líquido é a parcela dos ativos permanentes

da empresa que está sendo financiada com passivos circulantes, ou seja, com

capitais de curto prazo, o que denota um quadro de risco, pois dívidas de curto

prazo vencem antes que os ativos não circulantes comecem a gerar caixa3.

Comparando o ativo circulante com o passivo circulante pode dizer que,

o ativo circulante é o dinheiro que existe em caixa, ou depositado em bancos.

Também são os bens, direitos e valores a receber no prazo máximo de um

3 NOGUEIRA, Clayton, 2010.

Page 24: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

21

ano, ou seja, realizável a curto prazo, (duplicatas, estoques de mercadorias

produzidas, etc.

Já o Passivo circulante são as obrigações ou dívidas que deverão ser

pagas no decorrer do exercício seguinte, as duplicatas a pagar, contas a pagar,

títulos a pagar, empréstimos bancários, imposto de renda a pagar, salários a

pagar.

2.3.1 Fluxos de caixa e o capital de giro

O Fluxo de caixa é um instrumento gerencial que controla e informa

todas as movimentações financeiras (entradas e saídas de valores) de um

dado período, pode ser diário, semanal, mensal, etc., é composto dos dados

obtidos dos controles de contas a pagar, contas a receber, de vendas, de

despesas, de saldos de aplicações, e de todos os demais elementos que

representem as movimentações de recursos financeiros da empresa. Como a

capacidade geração de caixa.

O fluxo de caixa pode ser apresentado por meio de duas formas: o

método direto e o método indireto. O método direto parte do saldo de caixa e

demonstra os recebimentos e pagamentos operacionais da empresa, os

investimentos e os financiamentos por ela utilizados, o que facilita ao usuário

avaliar a sua solvência. Já o método indireto é aquele através do qual os

recursos provenientes das atividades operacionais são demonstrados a partir

do lucro líquido, ajustado pelos itens considerados nas contas de resultado que

não afetam o caixa.

Segundo Padoveze (2004, p. 49):

O método indireto, que evidencia a movimentação do saldo no período, partindo da geração de caixa por meio da demonstração de resultados e das variações dos elementos patrimoniais do balanço que geram ou necessitam de caixa. O método direto, que evidência a movimentação do saldo de caixa do período, coletando as informações especificas das entradas e saída de numerários constante das contas de disponibilidades (caixa, bancos e aplicações financeiras).

Padoveze (2004) ainda comenta que a demonstração do fluxo de caixa,

Page 25: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

22

quando comparada com a Demonstração das Origens e Aplicações de

Recursos, tem uma maior qualidade de informações, sendo que ela supre

algumas carências básicas como a falta de detalhamento das variações do giro

e o tratamento dos elementos financeiros como se fossem operacionais.

Stancil (1987, p.38) demonstra a capacidade de geração de caixa uma

informação essencial. Afinal, em sua opinião, uma empresa não pode pagar

contas com lucros, apenas com o caixa. O próprio pagamento dos lucros é

diretamente dependente dos saldos de caixa da empresa. No seu

entendimento, por trás do interesse dos usuários sobre a potencialidade de

lucros de uma organização, está o desejo de saber quanto em caixa ela está

gerando.

Por causa de recentes fracassos empresariais têm fortalecido a

convicção de que os enfoques previsivo e preventivo da análise dos fluxos de

caixa não são explorados em toda sua potencialidade. A Demonstração dos

Fluxos de Caixa (DFC) resguarda, na sua simplicidade, capacidades essenciais

para o sucesso na condução de qualquer porte ou atividade empresarial, que

permite, como por exemplo: (a) apoiar o estudo para a previsão de falência; (b)

analisar a relação lucro versus caixa; (c) avaliar os efeitos no caixa das

transações de investimentos e financiamentos e (d) indicar as possibilidades

futuras de liquidação de obrigações. Estas, entre outras, corroboram com a

idéia de que, para o estudo da liquidez, a DFC é o relatório mais eficaz na

condução da gestão empresarial.

Segundo Hoji (2004), o responsável pela administração do caixa precisa

de uma visão integrada do fluxo de caixa da empresa e interagir

preventivamente junto às áreas geradoras de recebimentos e de pagamentos,

principalmente nos itens que mais impactam no caixa, como por exemplo;

Contas a receber, Estoques e Contas a pagar.

Ressalta-se que estas três atividades empresariais participam com

eficácia nos ciclos operacional e financeiro das organizações e, portanto devem

ser consideradas. Assim, as áreas gestoras dessas atividades devem estar

atentas aos seus respectivos prazos de execução para não influenciar

negativamente nos resultados dos encaixes e desencaixes.

Segundo Filho (2005, p. 8), “a boa gestão de caixa é um dos fatores

mais importantes para a liquidez e rentabilidade da empresa”. Ainda conforme

Page 26: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

23

o autor, o gestor deve ter como objetivo principal, maximizar essas duas

variáveis. Deste modo o controle eficiente da utilização dos recursos da

empresa, implica numa boa administração de capital de giro. Reitera Tofóli

(2008) que a gestão do caixa é uma das ferramentas mais importantes da

gestão do capital de giro da empresa, pois representa os seus ativos mais

líquidos e possibilitam pagar as contas (compromissos) nos respectivos

vencimentos, apresentando-se como uma ferramenta eficaz para cobrir

desembolsos inesperados, reduzindo o risco de uma crise de liquidez nas

empresas.

Page 27: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

24

CAPÍTULO III

AS EMPRESAS E OS ASPECTOS ECONÔMICOS

Segundo Chiavenato (2005, p. 9), “a administração financeira (...) é a

área que cuida dos recursos financeiros da empresa”. Sua preocupação está

voltada a dois aspectos relevantes dos recursos financeiros: a rentabilidade e a

liquidez. Sua função é fazer com que sejam lucrativos e líquidos ao mesmo

tempo. Sendo estes os dois objetivos principais da administração financeira,

proporcionar o melhor retorno possível do investimento e a sua rápida

conversão em capital de giro.

Segundo Gitman (2004) a administração financeira preocupa-se com as

tarefas do administrador financeiro na empresa, os quais devem conduzir

ativamente os assuntos de qualquer tipo de empresa. Esses profissionais

desempenham as mais variadas tarefas financeiras, tais como planejamento,

concessão de créditos a clientes, avaliação de projeto de investimentos e

captação de fundos para financiar as atividades da organização.

3.1 Administração das disponibilidades Sousa e Menezes (1997) comentam que a interrelação entre estratégia,

crescimento e administração do capital de giro existe na medida em que a

estratégia define se o crescimento é o objetivo a ser perseguido e define como

ele poderá ser conseguido; desta forma a definição do crescimento como

objetivo empresarial traz consequências diretas na administração do capital de

giro sob todos os aspectos, particularmente se esse capital for autofinanciado.

A necessidade de capital de giro e o efeito tesoura.

A primeira missão de um administrador financeiro é administrar as

entradas e saídas de recursos na empresa com o intuito de ter liquidez nos

momentos necessários.

O objetivo da administração financeira de curto prazo é gerir cada ativo circulante (estoques, contas a receber, caixa e aplicações financeiras a curto prazo) e cada passivo circulante (contas a pagar, despesas a pagar, e instituições financeira a pagar a curto prazo) de maneira a alcançar um equilíbrio entre rentabilidade e risco que contribua positivamente para valor da empresa. (GITMAN, 2004, p. 510).

Page 28: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

25

As principais contas que movimentam o caixa de uma empresa são:

• Estoque;

• Contas a receber;

• Contas a pagar.

O giro dos estoques demonstra o número de vezes em que o capital

investido em estoques é recuperado através das vendas, ou seja, a rotatividade

ou quantidade de vezes que estes demoram a ser totalmente vendido; ele é

obtido pela relação entre os custos das vendas ocorridos num determinado

período com o saldo médio dos estoques, e quanto maior for seu resultado

melhor para a empresa.

Quanto maior for à frequência de entregas dos fornecedores,

logicamente em menores lotes, maior será o índice de giro dos estoques. É

importante perceber que se a venda for lucrativa, isto é, se o valor recebido

pela venda for superior ao custo direto da mercadoria, esta diferença é

considerada como margem de contribuição da venda e servirá para pagar os

custos fixos, além de também contribuir para o lucro final do negócio.

Segundo Braga (1989, p. 102):

O cálculo do giro ou rotação dos recursos investidos nos estoques fornece uma média adequada para a avaliação da eficiência na sua gestão. Este cálculo indica o número de vezes em que tais recursos foram renovados em certos intervalos de tempo. Em fase dos padrões observados em cada ramo de negócios, estoques com baixa rotação representam fundos ociosos, enquanto um giro alto significa otimização dos recursos investidos.

Existem as contas de duplicatas a receber sofrem diretamente com a

política de vendas da companhia, pois é ela que decidirá o prazo que a

empresa vai ter que esperar para obter o retorno sobre o recurso investido.

Assim, o giro das duplicatas a receber representa o prazo médio de

recebimento para a realização em dinheiro das vendas a prazo. Esse prazo se

encontra dividindo-se as Receitas Brutas de vendas pelo Saldo médio das

Duplicatas a receber.

Page 29: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

26

De acordo com Ross, Westerfield e Jaffe (2008, p. 47):

O índice de giro de contas a receber é calculado pelo quociente entre vendas e o valor médio de contas a receber durante o exercício contábil. Se dividirmos o número de dias do ano (365) pelo índice de giro de contas a receber, teremos o prazo médio de recebimento.

Esse índice é importante para a análise da política de vendas da

empresa já que ele demonstra de forma simples quanto tempo demora para

ocorrer a renovação dos direitos a receber que a mesma possui, evidenciando,

dessa forma, a quantidade de vezes que esses direitos foram totalmente

recebidos.

Outro fator importante é a rentabilidade do ativo é calculada quando se

deseja ter uma ideia da lucratividade como um todo, independente da origem

dos recursos, admitindo-se as aplicações realizadas. Ele demonstra quanto a

empresa obteve de lucro líquido com relação ao seu investimento total. Isso se

torna uma medida de desempenho comparativo de um ano para o outro.

Segundo Gitman (2001, p. 143): “A taxa de retorno sobre o ativo total:[...]

mensura a eficiência global da empresa em gerar lucros com seus ativos

disponíveis. Quanto maior for o rendimento da empresa sobre o total de ativos,

melhor.”

3.2 Gestão do Capital de Giro

Os objetivos da gestão do capital de giro de uma organização visam

proteger e utilizar eficazmente os recursos financeiros. Ao mesmo tempo,

buscando manter certo grau de liquidez, para que a organização consiga

cumprir seus compromissos, abrangendo as decisões de:

• Planejamento: previsão das necessidades de recursos

financeiros para todos os tipos de operações e atividades.

• Financiamento: identificação e escolha de alternativas de

fontes de recursos.

Page 30: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

27

• Controle: acompanhamento e avaliação dos resultados

financeiros da organização.

• Investimento: seleção de alternativas para aplicação dos

resultados financeiros da organização.

De acordo com pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e

Pequenas Empresas (Sebrae), a gestão do capital de giro é um dos aspectos

mais importantes para a saúde financeira da empresa.

Ainda de acordo com o Sebrae nas empresas de pequeno porte

cerca de 90% do tempo do gerente financeiro são dedicados

à gestão do capital de giro. Para garantir o capital de giro necessário ao

funcionamento da empresa, o empresário ou o gerente financeiro dedica

grande parte de seu tempo a administração do caixa (disponibilidades),

administração das contas a receber (provenientes das vendas a

prazo), gestão financeira dos estoques, administração das obrigações a pagar

(fornecedores, impostos, empréstimos, despesas operacionais e outras contas

a pagar), além de visitas e negociações com bancos.

Assim a gestão do capital de giro consiste numa atividade ligada à

estratégia da empresa e exige, basicamente, conhecimento sobre o negócio,

sobre o ramo de atuação, sobre as possíveis fontes de financiamento e sobre

as melhores formas de aplicação de recursos.

Corroborando com esta ideia se posicionou Longenecker et al. (2007, p.

395):

A gestão do capital de giro – gestão do capital de curto prazo (ativos circulantes) e dos recursos financeiros de curto prazo (passivos circulantes) – é extremamente importante para as pequenas empresas. De fato, não existe matéria na área de finanças mais importante e ao mesmo tempo mais mal-entendida. As boas oportunidades de negócio podem ser irreparavelmente danificadas pela gestão ineficiente dos ativos e passivos de curto prazo.

Page 31: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

28

Desta forma, o empresário precisa constantemente atualizado para que

suas decisões - que nessa área geralmente são de curto prazo - não acarretem

problemas financeiros para a empresa.

Um recurso muito importante também é a política de substituição de

passivos consiste em trocar uma dívida por outra de menor custo financeiro.

Desta forma, uma empresa de grande porte poderia adotar esta solução,

através do lançamento de títulos no exterior ou mesmo fazendo um lançamento

de ações. Entretanto, as empresas de pequeno e médio porte não têm essa

opção. Um programa tradicional de substituição de passivos para essas

empresas quase sempre significaria trocar seis por meia dúzia.

Numa situação extrema, as pequenas e médias empresas poderiam

trocar passivo exigível por passivo não exigível (capital), através da admissão

de novos sócios. Sem dúvida, esta seria uma solução a ser adotada em último

caso.

3.3 Decisão sobre compra a vista e a prazo

De acordo com Gitman (2004) o Capital de bruto compreende se pelo

total do ativo circulante, mais precisamente pelas contas estoque, valores a

receber, caixa e outros. O capital de giro liquido é obtido pala diferença entre o

ativo circulante e passivo circulante. Através dessa operação podemos analisar

se empresa possui uma folga financeira positiva, podendo liquidar seu exigível

a curto prazo, ou capital de giro liquido negativo não podendo honrar suas

dividas a curto prazo. (GITMAN, 2004).

Já o Capital giro próprio conforme Tófoli (2008.p.12) “O Capital

Circulante Próprio revela, basicamente, os recursos próprios das empresas que

estão financiados suas atividades correntes – o ativo circulante”.

Corresponde a parcela de capital da empresa (sócios), que esta sendo

usado para financiar os elementos ativo circulante como duplicatas a receber

(créditos). TÓFOLI (2008.p.12). Desta forma, explica Tófoli, o Capital de Giro:

Deve ser administrado de forma que não sejam mantidos estoques em excesso e desnecessário que fatalmente incidirão em custos (custo de manter estoque). O mesmo raciocínio para cuidado da política de crédito, pois uma política mais liberal ampliará o volume das contas a

Page 32: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

29

receber e provável aumento da inadimplência, e maior espaço de tempo no ciclo de caixa (ou ciclo financeiro). (TÓFOLI, 2008, p. 151).

Por isso é que se pode concordar com Assaf Neto (2008), que relata que

toda empresa possui capacidade financeira limitada até um determinado nível

de negócio. Quando esse limite começa a exceder, as empresas ficam mais

vulneráveis às oscilações dos negócios e tendem a necessitar de um

incremento em seu capital de giro. Neste sentido, é preciso ficar atento na

tomada de decisões sobre as compras a serem feitas a vista ou a prazo.

Gitman (2004) diz que a maior parte das decisões empresariais é

calculada em termos financeiros, uma vez que uma decisão errônea pode

comprometer o capital da empresa. Isso faz com que os profissionais de todas

as áreas de responsabilidade da organização, interajam com o pessoal de

finanças para realizar seu trabalho. É preciso justificar a necessidade de

investimentos, preocupando-se com o desempenho financeiro e defender as

propostas para conseguir recursos da alta administração.

3.3.1 Sugestões aos empresários no que tange ao capital de

giro

O modo certo de dimensionar os recursos disponíveis pode ter impacto

significativo na questão da solvência da empresa. Assim Gitman (1997, p. 598),

recomenda que “o administrador precisa examinar detidamente o padrão de

recebimentos e pagamentos diários da empresa, para estar certo de que há

caixa suficiente para pagar as contas no vencimento”.

De acordo com Prestes (2002) além de fatores ambientais (internos e

externos) são necessárias ferramentas gerenciais que auxiliem na gestão dos

empreendimentos, em especial o gerenciamento do fluxo de caixa da empresa,

através de planilha eletrônica onde o gestor visualize as contas a pagar e

receber, além de melhor gerenciar o capital de giro.

Page 33: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

30

Quadro 5: Gerenciar o capital de giro Fonte: (Hoji 2003, p. 123),

Hoji (2003, p. 123), recomenda que“Os administradores [...] devem ter a

consciência de que o capital de giro investido em estoques tem custo financeiro

que afetará o resultado econômico e financeiro”. Assim, cabe aos gestores das

empresas irem à busca do equilíbrio em relação às quantidades e

Page 34: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

31

periodicidades para aquisição e manutenção dos estoques, que atendam às

necessidades dos consumidores no momento certo, a quantidades e preços

que não acarretem custos financeiros além de suas possibilidades financeiras.

Mesmo apresentando uma menor participação sobre o total dos ativos

da empresa, o capital de giro exige um esforço do administrador financeiro

maior do que aquele requerido pelo capital fixo. É preciso acompanhamento

permanente, pois está continuamente sofrendo o impacto das diversas

mudanças enfrentadas pela empresa. Já o capital fixo não exige atenção

constante, pois os fatos capazes de afetá-lo acontecem com uma freqüência

bem menor.

3.3.2 Dicas para a eficiência e eficácia financeira das empresas

Segundo Braga (1989, p.129) os pontos determinantes numa eficiência

financeira buscam apoio nos seguintes itens:

Na conta estoque, que deve equilibrar-se ao nível mínimo possível de

forma a não interromper a produção e fazer com que a mercadoria gire no

menor tempo possível utilizando ferramentas como as promoções, sorteios e

concursos;

Na conta duplicata a receber propiciar ao cliente a possibilidade de

quitação antecipada dando-lhe vantagens e descontos; A conta duplicatas a

pagar deve buscar negociações junto aos fornecedores fins aumentar os

prazos e fazer parcerias locais para aumentar o quantitativo dos pedidos

visando um maior desconto.

Braga ressalta ainda que:

a) Retardar os pagamentos aos fornecedores, sem comprometer o conceito

creditício que a empresa possui junto aos mesmos.

b) Acelerar o recebimento das duplicatas, sem afastar os clientes por excesso

de rigor na cobrança, e, desde que sejam economicamente justificáveis,

oferecer descontos financeiros para estimular a antecipação de pagamento que

facilitarão alcançar os objetivos desta estratégia.

c) Elevar o giro dos estoques, reduzindo o prazo médio de estocagem, até um

Page 35: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

32

ponto a partir do qual haveria riscos de paralisação do processo produtivo por

falta de materiais e de perda de vendas por falta de mercadorias.

Recomenda-se ficar atento ao fato de que a melhoria dos negócios

reúne-se em uma gestão voltada ao planejamento, entendendo e se adaptando

aos riscos para desta forma otimizar os retornos dos investimentos. E assim

aumentar o capital de giro.

Page 36: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

33

CAPÍTULO IV

POR QUE O CAPITAL DE GIRO É IMPORTANTE PARA

AS EMPRESAS

O Crescimento leva a um aumento nas despesas fixas e variáveis e

aumenta exigência de capital de giro. Hoji (2001, p.109) apresenta suas

argüições em relação a este questionamento, o ator revela que: O estudo do

capital de giro é fundamental para a administração financeira, porque a

empresa precisa recuperar todos os custos e despesas (inclusive financeira)

incorridos durante o ciclo operacional e obter o lucro desejado, por meio da

venda do produto ou prestação de serviço.

E acrescenta que o capital de giro é responsável pelo ciclo operacional

das empresas, pois sua movimentação reflete no estado patrimonial da

empresa. O capital de giro sofre transformação e cada transformação, tem

objetivo de fazer o capital retornar sempre maior que o valor do inicio do ciclo

operacional.

O especialista em finanças Márcio Iavelberg (2013), em reportagem a

Revista Exame, dá a dica para quem pretende abrir uma empresa, ou para

empresas em fase inicial. Iavelberg (2013, diz que levando em consideração

investimentos iniciais com estoque, máquinas, pessoal, divulgação da marca e

muitos outros. Nessa semana vamos falar dos sérios problemas financeiros

que um negócio pode sofrer em plena expansão.

Para entender melhor a questão, é importante separar os gastos do dia-a-dia

em dois grandes grupos: os custos variáveis ou diretos; que são aqueles que

acontecem proporcionalmente ao aumento das vendas ou da produção, como

matéria-prima, insumos (eletricidade, água, etc.) e comissões, por exemplo; e

as despesas fixas, como aluguel, salários administrativos, telefone, etc. À

medida que a empresa cresce, estas despesas aumentam, levando a uma

necessidade de aumento de capital de giro.

Teoricamente as despesas fixas não deveriam aumentar muito com a

expansão nas vendas, mas muitas vezes o empresário aproveita o bom

momento e contrata um assistente aqui e outro ali, muda de escritório para um

Page 37: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

34

lugar mais amplo e confortável e, com isso, as despesas sobem. Os custos

variáveis, esses sim, aumentam proporcionalmente às vendas. Vale comentar

que nem sempre o empresário consegue adicionar no preço o aumento dos

insumos e matérias-primas, perdendo, então, parte da margem de lucro dos

produtos ou serviços vendidos.

Outro ponto que influencia quanto capital de giro será necessário para

que a empresa possa crescer é o prazo de estocagem e os prazos de

pagamento de fornecedores e recebimento dos clientes. Quanto maior o prazo

que se deixa o produto parado na prateleira e quanto mais prazo se dá para os

clientes pagarem, maior a necessidade de capital de giro. De outro lado do

“cabo de guerra” está o prazo que você tem para pagar seus fornecedores.

Conseguindo um bom prazo para pagar, você diminui o “desencaixe”

financeiro, ou seja, a necessidade de tomar dinheiro no mercado ou colocar

dinheiro pessoal ou, ainda, encontrar investidores para seu negócio.

Como sugestão, o especialista aconselha que se faça as contas antes de

alongar prazos de recebimento quando se tem o objetivo de vender mais. Isso

pode ser fatal para o seu negócio.4

4.1. Políticas de crédito

Para Silva (1993), o crédito faz com que as empresas aumentem seu

nível de atividade e estimula o consumo influenciando na demanda. Desta

forma, facilita a execução de projetos, para os quais a empresa não disponha

de recursos próprios suficientes, como também as políticas de crédito.

Chiavenato (2005) diz que tais políticas de crédito servem para indicar as

bases para concessão de crédito ao cliente e o valor máximo desse crédito.

A política de crédito consiste nestas quatros variáveis:

a. O período de crédito, que constitui a extensão de tempo que os compradores

recebem para pagar suas compras.

4 Disponível em< [email protected].> Acesso em 22 set 2013.

Page 38: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

35

b. Os padrões de crédito, que se referem à força financeira mínima dos clientes

a crédito aceitáveis e à quantia de crédito disponível para diferentes clientes.

c. A política de cobrança da empresa, que é medida por sua rigidez ou

frouxidão no acompanhamento das contas de pagamento lento.

d. Quaisquer descontos dados por pagamento antecipado, incluindo-se a

quantia de desconto e o período. (WESTON; BRIGHAN, 2000, p.438).

Assaf Neto e Silva (2006), argumentam que os componentes para uma

política de crédito são os padrões que a empresa deseja utilizar para

concessão do crédito, o prazo que pretende dar a seus clientes, o desconto

que poderá conceder aos clientes e como será o processo de cobrança destes

títulos de venda a prazo. Neste caso:

A maior ou menor flexibilidade da política de crédito, entretanto, poderá estar associada às características da empresa e de seus produtos, de forma que uma empresa que venda um produto com uma margem bruta de lucro relativamente alta (40 ou 50 % por exemplo), terá maiores condições de adotar uma política de crédito mais liberal e assumir um nível de risco maior. Uma empresa que trabalhe com margem bruta de lucro muito baixa, ainda que seu giro de estoque seja rápido, tenderá a ser mais rigorosa na seleção de seus clientes; o mesmo deverá ocorrer com empresas que apresentem giro muito lento de seus estoques. (SILVA, 1998, p.103).

Assaf Neto e Silva (2006), destacam a política de crédito como sendo

responsável por fixar os parâmetros da empresa em termos de venda a prazo.

Nestes parâmetros estão os elementos fundamentais para a concessão, a

monitoria e a cobrança do crédito. No momento de sua definição, devem ser

levados em consideração o fluxo de caixa proveniente desta política e o

investimento necessário para colocá-la em prática. Desta forma destaca-se a

importância das políticas de crédito para adquirir e preservar o capital de giro

de uma empresa.

Page 39: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

36

IV CONCLUSÃO

Diante da fundamentação exposta no decorrer deste trabalho, conclui-se

que os diversos autores aqui citados acreditam na eficácia do capital de giro

para as empresas e que a eficiente gestão desse importante recurso pode

influenciar no sucesso das organizações empresariais.

De acordo com os resultados obtidos, constatou-se que o estudo do

capital de giro, é fundamental para o administrador financeiro e para

profissionais que atuam na área financeira de um modo geral. Este importante

recurso é responsável pelo ciclo operacional da organização empresarial, e sua

movimentação reflete no seu estado patrimonial.

Assim, uma boa administração de capital de giro torna-se necessário em

qualquer empresa, seja ela de pequeno ou médio porte. Ressalta-se a

administração do capital de giro refere-se à administração das contas dos

elementos dos ativos e passivos circulantes, bem como as contas caixa,

estoques, contas a receber e a pagar e todo o seu gerenciamento financeiro,

que visem manter e determinar o nível de rentabilidade e liquidez.

Cabe destacar que o capital de giro é passível de transformação,

principalmente no momento atual, e cada transformação, tem objetivo de fazer

o capital retornar sempre maior que o valor do inicio do ciclo operacional de

cada empresa. Deste modo, é recomendável que o empresário avalie o

momento, as faltas, as sobras de recursos financeiros, e os reflexos gerados

por decisões tomadas na empresa em relação a compras, vendas e

administração do caixa.

Page 40: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

37

BIBLIOGRAFIA

AFFONSO, Fernando G. R. Planejamento e controle do capital de giro operacional de concessionárias autorizadas de auto veículos. 193p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade deEconomia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1991.Disponível em: < http://hdl.handle.net/10183/18106> Acesso em: 10/09/13 ANTHONY, Robert Newton. Contabilidade gerencial; introdução à Contabilidade. São Paulo,Atlas, 1981. ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008. ASSAF NETO, Alexandre e SILVA, César Augusto T. Administração do capital de giro. 3ªEd. São Paulo: Atlas, 2010. BLATT, Adriano. Análise de balanços. Estruturação e avaliação das demonstrações financeiras e contábeis. São Paulo: Makron Books, 2001. BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 1989. CHIAVENATO, I. Administração financeira: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. COBRA, Marcos. Administração de vendas. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 1994. CUNHA, Licínio. Economia e Política do Turismo. Lisboa: McGraw-Hill, 1997. GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. São Paulo: Harper, 1978. DI AUGUSTINI, CARLOS ALBERTO, Capital de Giro, São Paulo: Atlas, 2a. Edição, 1999. GITMAN, Lawrence J. Princípios da Administração Financeira. Tradução Allan VidigalHastings; revisão técnica Jean Jacques Salim. 12ª Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.(Coleção trabalhos acadêmicos-científicos. Série textos didáticos). HOJI, Masakazu. Administração financeira: uma abordagem prática. 3 ed. São Paulo: Atlas,2001. HOJI, Masakazu. Administração Financeira e Orçamentária: Uma abordagem prática:. 9ª.. ed.São Paulo: Atlas, 2010. LONGENECKER, J. G. et al. Administração de pequenas empresas. São Paulo: Thomson Learning, 2007. MATARAZZO, Dante C. Análise e Financeira de Balanços. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1998. MARION, José C. Contabilidade empresarial. 8. Ed. São Paulo: Atlas, 1998. P. 380-404. MARQUES, P. V.; MELLO, P. C. Mercados futuros de commodities agropecuárias. SãoPaulo : Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), 1999. 208p. MARTINS, Eliseu; NETO ASSAF, Alexandre. Administração financeira. São Paulo: Atlas,1986. PADOVEZE, Clóvis Luís; BENEDICTO, Gideon Carvalho de. Análise das demonstrações financeiras. São Paulo: Thomson, 2004. PRESTES, N.R. Um Estudo sobre os controles de gestão utilizados nas Micro e Pequenas Empresas Comerciais da cidade de Ivaiporã (PR).

Page 41: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Assaf Neto e Silva (2010, p. 14), referem-se ainda ao termo giro dizendo que ... crescimento e lucratividade. É a chave para a

38

Dissertação de Mestrado UFSC – 2002. Disponível em http://teses.eps.ufsc.br/defesa/pdf/10240.pdf Acesso 02.09.2013 SILVA, José Pereira da. Gestão e Análise de Risco de Crédito. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2006. ____________________. Gestão e análise de risco de crédito. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 1998. ____________________. Análise e decisão de crédito. São Paulo: Atlas, 1993. STICKNEY, Clyde P., WEIL, Roman L. Contabilidade Financeira: uma introdução aos conceitos, métodos e usos. São Paulo: Atlas, 2001. TÓFOLI, Irso. Administração Financeira empresarial: uma tratativa prática. 1 ed. Campinas: Arte Brasil Editora/Unisalesiano – Centro Universitário Católico Auxilium, 2008. WESTON, J. Fred; BRIGHAM, Eugene F. Fundamentos da administração financeira. 10.ed. São Paulo: Makron Books, 2000.Disponível em http://www.biblioteca.sebrae.com.br. Acesso em 09/09/13