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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
A influência da psicomotricidade para um melhor
desenvolvimento da criança
Ananza Botelho de Assis
ORIENTADOR: Profa. Me. Fátima Alves
Rio de Janeiro 2015
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicomotricidade Por: Ananza Botelho de Assis
A influência da psicomotricidade para um melhor
desenvolvimento da criança
Rio de Janeiro 2015
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu esposo, por toda compreensão,
pelo carinho, pela paciência e principalmente por
toda palavra de incentivo nos momentos difíceis.
4
DEDICATÓRIA
Dedico a Deus por ter me dado forças de chegar
de chegar até aqui.
5
RESUMO
Procura-se com essa pesquisa apresentar a importância da psicomotricidade
na infância, porque ao movimentar-se a criança expressa emoções, pensamentos e
sentimentos, e quanto mais a criança faz uso desse corpo maior será os seus
experimentos. Podemos utilizar em todos os conteúdos conceitos da motricidade
humana, como uma consequência de um trabalho que tem como prioridade,
desenvolver as habilidades motoras de forma prazerosa e lúdica. Um dos principais
aspectos a serem abordados é: aprendizagem e estruturação temporal, esquema
corporal, lateralidade, organização espacial. Além desses aspectos descritos, é
importante trabalhar as intuições e atividades. O processo de ensino é um caminho
complexo que abraça sistemas e aptidões diversas, inclusive as motoras. O
desenvolvimento psicomotor interpor a colaboração constante do professor através
da instigação.
6
METODOLOGIA
A metodologia usada na pesquisa será descritiva, com conceitos, ideias e
estudos de diferentes enfoques, cuja função é gerar benefícios para educação
psicomotora, sem ignorar fatos e alterações de dados coletados. Tendo como base
principal as seguintes referências bibliográficas: Almeida (2006), Oliveira (2008),
Barros, Erreira & Heinsius (2008), Goretti (2009) e Fonseca (2009).
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Breve histórico da psicomotricidade 10
CAPÍTULO II - Funções básicas da psicomotricidade 13
CAPÍTULO III - Considerações de psicomotricidade e educação infantil 22
CONCLUSÃO 28
BIBLIOGRAFIA 29
WEBGRAFIA 31
ÍNDICE 32
8
INTRODUÇÃO
Essa presente pesquisa que tem como título “A influência da psicomotricidade
para um melhor desenvolvimento da criança” visa identificar e relatar os principais
fatores que devem ser desenvolvidos através da psicomotricidade, além de abordar
a sua importância desde a face da infância.
A psicomotricidade está ligada ao processo de desenvolvimento das crianças
possibilitando que possam desenvolver as funções básicas como a lateralidade,
esquema corporal e global, a coordenação motora e em partes das percepções na
estrutura espacial, temporal, olfativa, gustativa e musical.
O uso de atividades interligadas a psicomotricidade são essenciais na
infância, pois garantem a construção de diversos conceitos que são indispensáveis
na formação do cidadão. Sabendo dessa importância na infância, as escolas
acabam sendo agentes importantes para o desenvolvimento de atividades que
despertem a evolução das percepções e funções básicas do ser humano. O modo
mais fácil de traduzir o objetivo das atividades que trabalham com a área
psicomotora é possibilitar que os alunos aprendam a se expressar através de seu
corpo e sempre trabalhando com o seu lado cognitivo.
Como justificativa, a ramificação da psicomotricidade abrange o psique na
idade infantil, é a fase que o indivíduo mais adquire conhecimentos gerais. Se nesta
fase a criança não obtiver a devida orientação, futuramente apresentará um déficit
tanto em seu raciocínio quanto em seus movimentos corporais.
O estudo da psicomotricidade na infância visa contribuir de forma pedagógica
para o desenvolvimento integral da criança, tendo em vista o aspecto mental,
psicológico, social, cultural e físico. Para entendermos o lugar que ocupamos no
espaço, reconhecermos limitações e impossibilidades que nos rodeiam na
construção da noção do tempo e espaço.
Nas atividades as crianças tem a liberdade de demonstrar suas verdadeiras
emoções e ter habilidades em saber se expressar. Através das brincadeiras e jogos
ela passa a conhecer o seu corpo e ao outro inclusive no meio que vive.
O trabalho tem como objetivo compreender a importância da educação
psicomotora contextualizada na estruturação da aprendizagem infantil; Pontuar as
dificuldades na aprendizagem ocasionadas pelo não desenvolvimento psicomotor;
9
Reconhecer a educação psicomotora como agente contribuinte para o
desenvolvimento global da criança; Identificar que as atividades afetivas e
psicomotoras, constitui um fator de equilíbrio na vida das pessoas.
A hipótese aborda que quando não fornecemos meios de desenvolver o lado
psicomotor de uma criança, futuramente terá sérias consequências no aprendizado
e em seu relacionamento social. É de suma importância o desenvolvimento da
psicomotricidade com as crianças, pois, além de tratar dos estímulos corporais da
infância, desenvolvem de forma concreta os aspectos psicológicos e, com isso,
qualifica os processos de ensino-aprendizagem.
A metodologia usada na pesquisa será descritiva, com conceitos, ideias e
estudos de diferentes enfoques, cuja função é gerar benefícios para educação
psicomotora, sem ignorar fatos e alterações de dados coletados. Tendo como base
principal as seguintes referências bibliográficas: Almeida (2006), Oliveira (2008),
Barros, Erreira & Heinsius (2008), Goretti (2009) e Fonseca (2009).
A monografia encontra-se assim organizada: no capítulo 01 foi abordada a
definição dos elementos teóricos da psicomotricidade, assim como o seu
desenvolvimento ao longo dos anos. No capítulo 02 foi discutido as funções básicas
da psicomotricidade fazendo presente a descrição dos conceitos do esquema
corporal, global e as coordenações motoras. No capítulo 03 foi desenvolvido o
enlace entre a psicomotricidade e a educação infantil, abordando assim o papel da
escola no desenvolvimento de tal conceito, assim como uma breve orientação a
respeito das leis de diretrizes curriculares da educação infantil.
10
CAPÍTULO I
BREVE HISTÓRICO DA PSICOMOTRICIDADE
A palavra psicomotricidade tem um significado grego forte e pode ser
explicada como psiché vindo de alma e o termo latino moto vindo de mover
constantemente. Um termo mais definido é dado pela Sociedade Brasileira de
Psicomotricidade como sendo:
É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE, 2004 )
1.1 Definição dos elementos teóricos da psicomotricidade ao longo
dos anos
O termo psicomotricidade é apresentado de diversas maneiras de acordo com
a definição de cada autor. De acordo com a Associação Brasileira de
Psicomotricidade esse termo é empregado para uma relação entre movimento
integrado e organizado através das experiências vivenciadas pelo cidadão em torno
de sua fase infantil, pois através dessas vivencias surge a sua forma de linguagem,
seu individualismo e sua sociabilidade.
Já autores como Costa (2002) e Coste (1981) utilizam apresentações do tema
que se agregam aos valores citados pela Associação Brasileira de Psicomotricidade
que são empregados como sendo a união de conhecimentos fisiológicos,
psicológicos,antropológicos e assim sendo associadas também com a psicanálise,
sociologia, linguística etc. Ao modo que unidos possam permitir que o corpo seja o
mediador, possibilitando assim que possa reconhecer e se integrar a outras pessoas
e aos objetos em sua volta.
Em um modo geral, a presença da psicomotricidade na vida humana não é
um fator que surgiu a alguns séculos, para afirmar essa ideia basta visualizar o
11
aparecimento da psicomotricidade no mundo pré histórico, pois os humanos nesse
mesmo período necessitavam se adaptar ao ambiente em que viviam e ao decorrer
dos séculos essa adaptação nunca desapareceu da história, sendo assim possível a
constatação da presença da motricidade nos tempos mais antigos.
No entanto, de acordo com Fonseca (2008) as contribuições para o avanço
dos estudos da psicomotricidade foram surgindo ao longo dos séculos, mas
especificadamente citando o médico e estudioso Tissié que tratou de cuidar e
registrar suas experiências, a qual submeteu um jovem nascido um distúrbio mental
e notavelmente com ausência de movimentos adequadas. Ao decorrer do tempo de
suas observações submeteu esse jovem a atividades físicas das quais desenvolviam
sua coordenação e outras funções psicomotoras.
Ao longo das décadas outros grandes estudiosos como Wallon e Dupré
trouxeram uma gama de informações importantes para os estudos da
psicomotricidade, tem definições diferentes para a mesma. Sendo Dupré a favor de
que a questão da ausência psicomotora não estaria ligada a fatores neurológicos, já
Wallon surge logo em seguida com a afirmação de que o desenvolvimento
psicomotor estaria interligado com laços afetivos, os quais são indispensáveis para
na formação da personalidade de cada individuo. Na década de 1960 a
psicomotricidade deixa de apresentar exclusividade motora e passa a apresentar-se
em sua total globalidade corporal, ou seja, através também de fatores afetivos e
emocionais.
De acordo com Nunez (2002):
A psicomotricidade como seu nome indica, trata de relacionar os elementos aparentemente desconectados, de uma mesma evolução: o desenvolvimento psíquico e o desenvolvimento motor. Parte, portanto, de uma concepção do desenvolvimento que coincide com a maturação e as funções neuromotoras e as capacidades psíquicas do indivíduo de maneira que ambas as coisas não são duas formas, até então desvinculadas, na realidade é um processo. (NUNEZ apud COSTALLAT, 2002, p. 22)
Dessa forma, através de estudos apresentados por Barreto e Falcão (2009),
especificadamente no Brasil pode-se resumir a evolução da psicomotricidade ao
longo dos séculos da seguinte forma:
12
I)- Na década de 1950 surge os primeiros registros de atividades ligadas ao estudo
da psicomotricidade, a qual utilizavam crianças e jovens com algum tipo de
diagnostico neurológico afetado;
II)- Adiante na década de 1951, a Faculdade Logopedia do Estado do Rio de Janeiro
recebeu a inclusão da matéria de psicomotricidade em sua grade de aulas com o
objetivo de auxiliar na formação de seus docentes através de aulas especializadas
com os melhores professores vindos da Argentina e da França ligados a essa área;
III)- Por volta da década de 1968, a disciplina de psicomotricidade passou a ser
transmitida de forma geral e elaborada através da proposta de melhor preparar os
profissionais e dessa forma agregar as ações psicomotoras a um recurso
pedagógico utilizados em unidades de ensino especiais;
IV)- Finalmente em 1968 o MEC aprovou a iniciativa do Instituto Brasileiro de
Medicina e Reabilitação em fundar o primeiro curso de capacitação em
psicomotricidade em nível de graduação.
13
CAPÍTULO II
FUNÇÕES BÁSICAS DA PSICOMOTRICIDADE
O estudo da psicomotricidade a respeito de suas características propõem o
fato de que a criança só desenvolve de forma qualificada os seus movimentos
psicomotores quando conseguem alcançar maior êxito no desempenho das funções
básicas da psicomotricidade. O movimento das crianças são importantes para o
desenvolvimento de tais funções e essa afirmação é constatada no RCNEI (1998):
Ao movimentar-se, as crianças expressam sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais. O movimento humano, portanto, é mais do que simples deslocamento do corpo no espaço: constitui-se em uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo. ( Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil, 1998, p.15 )
2.1 Funções básicas da psicomotricidade
A psicomotricidade é definida como sendo a junção de três conhecimentos
importantes: o desenvolvimento intelectual, a função motora e o desenvolvimento
afetivo das crianças. Por meio de desses três conhecimentos se torna possível o
desenvolvimento de funções básicas da psicomotricidade que podem ser descritos
como esquema corporal, esquema global que se divide em coordenação motora
ampla e fina, lateralidade, desenvolvimento das percepções através da estruturação
espacial, orientação temporal, desenvolvimento olfativo, gustativo e orientação
musical.
2.1.1 Conceito de Esquema corporal
Conforme o individuo vai se envolvendo ao ambiente ao seu redor durante os
primeiros meses de sua vida, o chamado esquema corporal já se encontra em
estágio de desenvolvimento. O mesmo é conhecido pela evolução de três etapas, os
14
quais são responsáveis pelo desenvolvimento das crianças. Segundo estudos de Le
Boulch (1981) essas três etapas são classificadas como:
a)- Corpo vivido: Esse período corresponde as crianças na faixa etária de zero à três
anos de idade. Nessa fase a criança adquire uma necessidade muito grande de se
movimentar e esse aspecto gera ainda mais o desenvolvimento motor de cada um.
Essa fase pode ser classificada como inteligência sensório-motora citada por Piaget
(1995) em suas obras onde indagava estar ligada a ação, sendo assim o
desenvolvimento de um comportamento imitativo das crianças através do lúdico. De
acordo com pesquisas realizadas por SOUZA (2011):
Desde seu nascimento, a criança está em contato com o mundo em que vive. Para mamar, o bebê necessita exercer movimentos com a boca; ao acostumar-se com este exercício, só mamar o seio não o satisfaz, começa então a encontrar os dedos, colocando-os na boca para sugá-los provocando movimentos diferentes. Esse é o início da coordenação motora, ou seja, da construção da inteligência através da assimilação mental. (SOUZA, 2011, p.07)
b)- Corpo percebido ou descoberto: Esse período corresponde as crianças na faixa
etária de três à sete anos de idade, ou seja, essa fase é uma continuidade do corpo
vivido. A partir desse período, a criança passa a situar os objetos que a rondam,
assim como a si própria. Passa a desenvolver o domínio de localização dos objetos
e de si própria através dos conceitos de acima, abaixo, direita, esquerda, antes,
depois etc.
A criança, com isso, passa a aperfeiçoar e refinar seus movimentos adquirindo maior coordenação dentro de um espaço e tempo determinado. Descobre sua dominância e com ela seu eixo corporal. O corpo passa a ser um ponto de referência para se situar e situar os objetos em seu espaço e tempo. ( Portal da Educação, 2013. <http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/45547/elementos-basicos-da-psicomotricidade#!2> Acesso em: 20 Janeiro 2016 )
c)- Corpo representado: Esse período corresponde as crianças na faixa etária de
sete à doze anos de idade, ou seja, fica conhecida como a etapa final do individuo
para o desenvolvimento dos aspectos motores. Nessa fase, o esquema corporal
passa por uma estruturação e a criança desenvolve a capacidade de criar a imagem
mental de seu corpo em movimentação. O corpo deixa de ser pontos de referencia e
a partir desse momento o individuo cria suas próprias referencias que irão orienta-lo
em suas práticas do dia a dia. Segundo Oliveira (2012) “a criança terá completo
conhecimento e controle de todas as partes de seu corpo” (OLIVEIRA, 2012, p.63)
15
2.1.2 Conceito de Esquema Global
De acordo com as experiências vivenciadas por cada individuo, assim como
os movimentos que produz, a adaptação do mesmo busca um equilíbrio cada vez
mais completo. Com o decorrer dessa adaptação, seus movimentos vão sendo
coordenados e seu corpo vai se conscientizando de acordo com suas posturas. De
acordo com Souza & Silva (2013) “Diz respeito à atividade dos grandes músculos.
Depende da capacidade de equilíbrio postural do individuo.” (SOUZA & SILVA,
2013, p.05)
2.1.2.1 Coordenação Motora Ampla
A coordenação motora ampla é a definição dada para os movimentos dos
músculos, ou seja, membros inferiores e superiores através de atividades e
brincadeiras. As crianças no inicio de seus anos de vida fazem movimentos
simétricos, porém com um tempo esses movimentos vão se desenvolvendo
separadamente. Para que esses movimentos sejam desenvolvidos, alguns
atividades como correr, saltar, arremessar bolas, levar objetos necessitam ser
trabalhados. Assim como brincadeiras direcionadas como jogar bexigas para o alto
sem deixa-las cair no chão, morto-vivo, passar anel, pular corda, esconde-esconde e
várias outras que trabalhem com a movimentação dos músculos do nosso corpo.
2.1.2.2 Coordenação Motora Fina
A coordenação motora fina constitui-se na capacidade de controlar as ações
dos pequenos músculos encontrados principalmente nas mãos e nos dedos dos
indivíduos. As mãos são conhecidas por suas grandes habilidades motoras e se
tornam essenciais para a aprendizagem da escrita. São responsáveis pela
coordenação dos trabalhos mais finos e quando bem desenvolvidos adquirem um
traçado de letra muito bom.
Sua destreza manual é um aspecto importante para o individuo, pois é dessa
maneira que irá desenvolver o modo de pegar e manusear os objetos. De acordo
com Oliveira (2012), as mãos podem ser consideradas o órgão mais importante para
16
a descoberta do mundo e através dessa afirmação torna-se importante os
movimentos exercidos com precisão para a realização das atividades.
A execução de algumas atividades como escrita, recorte, colagem, amarrar e
desamarrar, bolinhas com papel crepom, dobraduras, amarelinha etc. são indicadas
para o desenvolvimento da coordenação motora fina.
2.2 Lateralidade
O conceito de lateralidade de Fonseca (1989) é definida como:
A lateralidade constitui um processo essencial às relações entre a motricidade e a organização psíquica inter-sensorial. Representa a conscientização integrada e simbolicamente interiorizada dos dois lados do corpo, lado esquerdo e lado direito, o que pressupõe a noção da linha média do corpo. Desse radar vão decorrer, então, as relações que pressupõe a noção da linha média do corpo. Desse radar vão decorrer, então, as relações de orientação face aos objetos, às imagens e aos símbolos, razão pela qual a lateralização vai interferir nas aprendizagens escolares de uma maneira decisiva. (FONSECA, 1989. p. 69)
A lateralidade de uma criança é desenvolvida a partir do momento em que a
mesma ganha a capacidade de olhar em todas as direções com a ideia do espaço
em que se encontra e consiga se orientar através de suas coordenações. A
descoberta de que seu corpo pode realizar diversos movimentos ao mesmo
momento vem se tornando presente cada vez mais, após a criança permanecer por
algum tempo com movimentos desordenados, sem sequencia ou coordenação.
O desenvolvimento da lateralidade ocorre quando a criança consegue
reconhecer o melhor domínio pelos pés, mãos ou olhos de acordo com o seu lado
esquerdo ou direito. Esse fenômeno ocorre quando há um domínio melhor de um
lado do hemisfério cerebral em relação ao outro. A criança que consegue ter um
domínio melhor do seu lado direito fica conhecida como destra e o seu lado
esquerdo sendo canhota. Essa dominância que ocorre em um dos lados do corpo do
individuo ocasiona no fortalecimento muscular, rapidez nas atividades que
desenvolve e o lado não tão utilizado assim se torna um auxiliador de atividades,
funcionando assim de maneira complementar. Le Boulch (1987) afirma que “A
lateralidade em alguns casos pode ser influenciada por treinamento e hábitos
sociais, pela escola ou família.” ( BOULCH, 1987, p.23)
17
2.3 Desenvolvimentos das Percepções
Através dos estímulos recebidos, a criança necessita conhecê-los e
compreende-los de tal maneira que possam desenvolver cada um de acordo com
suas necessidades. Le Blouch (1981) afirma que “ a percepção nada mais é a
habilidade de reconhecer um estímulo, interpreta-lo e identifica-lo incorporando-o às
exigências precedentes.” ( BLOUCH, 1981, p.33)
A percepção pode ser dividida em espacial, temporal, auditiva, olfativa,
gustativa, musical e visual. Há o desenvolvimento de algum órgão para cada uma
das percepções citadas acima, assim sendo a visão e a audição responsáveis pela
comunicação do individuo com o ambiente em que vive, o órgão auditivo e a visão
são importantes para a aprendizagem, podendo desenvolver a escrita e diferenciar
os sons das palavras trabalhadas, gustativo e olfativo são órgãos que se
desenvolvem juntos, pois o gustativo depende basicamente das sensações do olfato
para distinguir os alimentos e saber diferencia-lo. Assim sendo, o desenvolvimento
de cada percepção se torna essencial para a vida dos indivíduos.
2.3.1 Estruturação Espacial
É a definição dada para a orientação que a criança desenvolve a cerca do
que a rodeia, ou seja, consciência da situação em que se encontra de acordo com o
ambiente em que esta presente, adquirindo assim a habilidade de se orientar
através das pessoas e dos objetos que ficam ao seu redor.
O corpo passa a ser o agente de referencia para a orientação do individuo e o
órgão que orienta no desenvolvimento da orientação espacial é o sistema visual. A
percepção espacial ocorre ao decorrer dos primeiros seis anos de vida das crianças
e esse processo se divide basicamente em três estágios. De acordo com Alves
(2008), esses três estágios são conhecidos como:
a) Primeiro estágio: a criança deve localizar si própria no espaço, sendo capaz de se
reconhecer como o sujeito do espaço;
b)- Segundo estágio: capacidade de localizar a posição que cada objeto ocupa com
relação ao seu própria espaço;
18
c)- Terceiro estágio: desenvolvimento das noções de localização que os objetos se
encontram.
Alguns indivíduos crescem sem desenvolver a percepção espacial e esse
motivo de ocasiona por diversos fatores e podem ser identificados como sendo
crianças que não sabem associar ações abstratas como esquerda e direita,
ausência de oportunidades em se trabalhar o manuseio de objetos, fraco
desenvolvimento do esquema corporal e diversos outras causas que acabam por
prejudicar o desempenho psicomotor e mental do individuo.
2.3.2 Orientação Temporal
O desenvolvimento dessa habilidade se torna essencial para qualquer
individuo que vive em sociedade, pois é através dela que o processo de escrita será
trabalhado, pois no momento da aprendizagem da leitura, a criança necessita
possuir a habilidade do ritmo e dessa maneira conseguir absorver os diferentes sons
através de suas sucessões, o reconhecimento e tempo das palavras. Outro fator
importante a ser desenvolvido é no momento em que a criança se situar na hora de
contar fatos na ordem em que ocorreram utilizando algumas noções como hoje,
agora, ontem, amanhã serão assimiladas para a participação do ambiente em que
vive pelo sistema de localização das ações.
A adaptação do individuo na sociedade se torna favorável quando consegue
desenvolver algumas percepções e a orientação temporal é uma delas, pois dessa
maneira conseguirá dar sequências aos seus gestos que também é um fator ligado
exclusivamente a afetividade que recebe e as suas necessidades biológicas.
De acordo com explicações de ROSA (2002):
O tempo, é antes de tudo, memória: à medida que leio, o tempo passa. Assim, aparecem os dois grandes componentes da organização temporal: a ordem e a duração que o ritmo reúne. A primeira define a sucessão que existe entre os acontecimentos que se produzem, uns sendo a continuação de outros, em uma ordem física irreversível; a segunda permite a variação do intervalo que separa dois pontos, ou seja, o princípio e o fim de um acontecimento (ROSA, 2002, p.22)
19
Sendo assim, a orientação temporal pode ser explicada em 4 tempos, das
quais podem ser explicados como:
a)- Tempo Rítmico: pode ser empregado como um ato que todos os indivíduos
fazem. Pode-se dar como exemplo o ritmo do nosso andar na rua, o pulsar das veias
do corpo, respiração etc.;
b)- Tempo Cronológico: ações relacionadas a aspectos mais abstratos as quais as
crianças encontram uma certa dificuldade para desenvolver. Citando como exemplo
a localização temporal como amanhã, hoje e ontem;
c)- Tempo Subjetivo: a ansiedade e a motivação estão intimamente interligadas uma
a outra e dependendo de seu nível pode ocasionar sensações agradáveis ou
desagradáveis. Como exemplo pode-se citar o modo que se encontra um individuo
no momento da chegada de alguma data importante, assim como em situações que
não gostaria de estar vivenciando;
d)- Tempo Dinâmico: é associado na realização de alguma tarefa, sendo o individuo
capaz de realiza-la rapidamente ou lentamente.
2.3.3 Desenvolvimento olfativo e gustativo
São percepções que utilizam receptores interligados entre ambas as partes e
são fatores manuseados através das substancias químicas aparentes. A percepção
olfativa com objetivo de diferenciar odores e cheiros específicos. E a percepção
gustativa responsável pela verificação e reconhecimento dos sabores, sendo eles
doce, azedo, salgado,amargo etc.
A utilização do órgão gustativo influencia diretamente no funcionamento do
olfato e assim contrariamente também, pois se um individuo não utilizar o nariz para
sentir o odor do alimento, automaticamente não saberá a diferença entre uma barra
de chocolate e uma salada de espinafre.
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2.3.4 Desenvolvimento Visual
É um fator caracterizado como sendo o meio de comunicação mais
importante entre o individuo e o meio externo em que vivencia. Pesquisas realizadas
afirmam que “Se a criança não realiza ações com os objetos, se não tem
possibilidade de ver, tocar, mover-se, provar seu domínio sobre as coisas, vai
encontrar sérias dificuldades no processo de organização de sua inteligência [...]”. (
FERNÁNDEZ, 1991, p.72)
Através da visão a criança passa pelo processo de reconhecimento dos
símbolos, assim como pela diferenciação de letras, palavras etc. A percepção é
desenvolvida e a identificação de objetos, pessoas, de formas, cores etc. são
trabalhadas de forma espontânea.
2.3.5 Desenvolvimento do Equilíbrio
O equilíbrio compõe uma das fases da coordenação global, a qual se
classifica sendo muito importante para o individuo, pois irá influenciar em grande
parte das atividades que executara durante sua existência.
Para que o equilíbrio seja desenvolvido outro grande componente também
deve passar por evolução, ou seja, o tônus muscular necessita ser trabalhado para o
desenvolvimento da função de equilíbrio. O tônus muscular esta presente em todas
as funções motoras. De acordo com afirmações de Fonseca (1983) “ o tônus vai-se
constituindo e moldando as diferentes situações.”
O equilíbrio se divide em duas classificações conhecidas como dinâmica e
estática. O equilíbrio estático é conhecido como o estágio mais difícil, pois trabalha
com a postura fixa da criança e principalmente com sua concentração. Já o
equilíbrio dinâmico são os movimentos menos trabalhados contando com as
diferenças de posições das crianças. De acordo com Alves (2008) “o equilíbrio
permite que o corpo se mantenha parado de modo estável ou de maneira precisa.”
21
2.3.6 Desenvolvimento do Ritmo
O ritmo esta presente na vida dos indivíduos desde o inicio desde o momento
do seu nascimento, porém começa a ser percebida pelos mesmos através do seu
próprio corpo com o reconhecimento da batida de seu coração ou o ritmo da sua
respiração. A partir do conhecimento do ritmo do seu próprio corpo, as crianças
percebem ao seu redor a presença do mesmo no movimento do corpo e no mundo
dos sons.
O individuo com déficit no desenvolvimento do ritmo acaba por apresentar
alguns problemas que interferem na qualidade de vida dos mesmos, tais como erro
no momento da entonação de certas palavras e acentuação das mesmas, leitura de
frases lenta e em fase pré silábica e o mais presente em grande parte dos casos, a
falta de respeito do espaço existente entre duas palavras.
2.3.7 Desenvolvimento Auditivo
O órgão responsável pelo desenvolvimento auditivo é o ouvido, a qual é
responsável por diferenciar os sons, as tonalidades e os ruídos. Os estímulos do
ambiente externo que os indivíduos vivem são capazes de desencadear diversas
operações conhecidas como as ondas sonoras.
A audição é o a gente responsável pelo desenvolvimento da inteligência dos
indivíduos, pois é através delas que os mesmos são capacitados para ler, escrever e
falar. Sem a audição a tarefa de alfabetizar as crianças se dificulta e por esse motivo
acaba sendo um dos órgãos mais importantes na visão educacional.
22
CAPÍTULO III
CONSIDERAÇÕES DE PSICOMOTRICIDADE E EDUCAÇÃO
INFANTIL
As escolas são consideradas agentes importantes para o desenvolvimento
das competências motoras das crianças, pois as mesmas dependem de seus
movimentos para a realização das principais atividades do cotidiano e necessitam de
atividades e interferências para o trabalho do mesmo.
A Resolução nº 05, de 17 de dezembro de 2009 fixa as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.
Com base no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998):
O movimento é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana. As crianças se movimentam desde que nascem, adquirindo cada vez maior controle sobre seu próprio corpo e se apropriando cada vez mais das possibilidades de interação com o mundo. Engatinham, caminham, manuseiam objetos, correm, saltam, brincam sozinhas ou em grupo, com objetos ou brinquedos, experimentando sempre novas maneiras de utilizar seu corpo e seu movimento. Ao movimentar-se, as crianças expressam sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais. O movimento humano, portanto, é mais do que simples deslocamento do corpo no espaço: constitui-se em uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo. (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, 1998)
3.1 Relação entre Psicomotricidade e Escola
O ambiente escolar se torna um momento importante para o desenvolvimento
da psicomotricidade nas crianças e esse fato acaba se tornando uma escolha
positiva para a educação.
Todos os aspectos que formam a psicomotricidade das crianças estão
presentes em seu dia a dia através das apresentações de personalidades,
expressões corporais e os sentimentos. Por esse motivo é de grande relevância que
as crianças tenham o lado psicomotor bem desenvolvido fator que garante um
desempenho escolar muito bom.
23
Alguns aspectos como o social, afetivo e principalmente o motor são fatores
desenvolvidos pelas crianças por meio de intervenções de atividades psicomotoras.
Os elementos presentes na psicomotricidade como por exemplo a lateralidade,
estruturação temporal, corporal ou espacial, equilíbrio etc. podem ser trabalhadas
através do cotidianos das crianças no ambiente escolar utilizando atividades
direcionadas para cada elemento.
As atividades lúdicas ganham espaço cada vez mais nas instituições de
ensino e esse fato esta proporcionando as crianças momentos prazerosos no
momento da aprendizagem, pois é através das brincadeiras que desenvolvem o
senso dos movimentos.
Os docentes das instituições de ensino necessitam manter uma observação
clara em relação ao desenvolvimento psicomotor das crianças nos momentos de
execução das atividades, pois se a dificuldade da criança não passar por um
processo de detectação e diagnostico a tempo ágil acabará se tornando um
indivíduo com um déficit muito grande em alguma área psicomotora.
Algumas ações são indispensáveis para o ser humano aperfeiçoar e podem
ser identificadas sendo a leitura e imagem, pois o individuo depende da execução
dessas duas práticas para se socializar ao meio em que vive.
Os processos cognitivos, afetivos e psicomotores são aspectos que
necessitam ser desenvolvidos nas crianças desde cedo e essa fato influencia no
cidadão que essa criança se tornará na sociedade. Essa fase de desenvolvimento
conta com a participação da escola através de papel de educadora. Os professores
são as ferramentas utilizadas pelas instituições de ensino como uma forma de
intermediador.
A prática pedagógica no processo de ensino aprendizagem é uma ação
importante para o desenvolvimento psicomotor das crianças nas escolas, pois a
construção do seu saber se inicia no ambiente escolar e conta exclusivamente com
a dedicação dos profissionais educacionais no momento da elaboração e execução
das atividades pedagógicas para o desenvolvimento global da criança.
De acordo com pesquisas de Negrine (1995):
A educação psicomotora é uma técnica, que através de exercícios e jogos adequados a cada faixa etária leva a criança ao desenvolvimento global de ser. Devendo estimular, de tal forma, toda uma atitude relacionada ao corpo, respeitando as diferenças individuais (o ser é
24
único, diferenciado e especial) e levando a autonomia do indivíduo como lugar de percepção, expressão e criação em todo seu potencial. (NEGRINE, 1995, p. 15).
Diversas pesquisas revelam que as crianças que desenvolvem o seu lado
psicomotor de maneira apreciável conseguem se capacitar e se adequar no seu
aprendizado escolar. Foi dessa maneira que surgiu a preocupação de se trabalhar a
psicomotricidade nas instituições escolares, pois quanto mais cedo os alunos
tiverem contato com atividades que desenvolvam o seu lado psicomotor, será
melhor para o se capacitar e descobrir o seu corpo como sendo um instrumento de
ação na sociedade.
A aprendizagem e o processo psicomotor estão interligados e desde o
momento em que o individuo passa a ter contato com o mundo, ou seja, desde o seu
nascimento, o processo de desenvolvimento psicomotor se inicia. Dessa maneira
pode-se chegar a conclusão que existe dois principais agente que são responsáveis
por desenvolver tais dons psicomotores: os pais e as instituições escolares.
Os pais através do auxilio nos mesmos simples de reconhecimento visual de
objetos, auxilio nos primeiros passos e equilíbrio, etc. É a ajuda simples
característica do momento vivenciado pela crianças desde o seu nascimento. Já no
ambiente escolar as atividades que desenvolvam o lado motor das crianças são
consideradas lúdicas, conseguindo assim que as crianças participem desses
momentos de modo prazeroso e aproveitável.
Nas instituições escolares os principais agentes que irão trabalhar
diariamente com os alunos, ou seja, os professores necessitam saber primeiro se a
proposta pedagógica esta de acordo com a necessidade dos seus alunos no
momento do desenvolvimento de suas atividades. De nada adianta trabalhar
diversas atividades se as mesmas não apresentarem objetivos relevantes com
relação ás funções psicomotoras.
Seja qual for à experiência proposta e o método adotado, o educador deverá levar em consideração as funções psicomotoras (esquemacorporal, lateralidade, equilíbrio, etc.) que pretende reforçar nas crianças com as quais está trabalhando. Mesmo levando em conta que, em qualquer exercício ou atividade proposta, uma função psicomotora sempre se encontra associada a outras, o professor deverá estar consciente do que exatamente está almejando e onde pretende chegar. (NEGRINE, 1995, p. 25).
25
Dessa maneira se torna fundamental que os docentes tenham em seus
conhecimentos a importância de tais atividades na vida de seus alunos para que
dessa maneira possam planejar atividades lúdicas com resultados extraordinários e
seus alunos consigam alcançar o sucesso.
3.2 Orientações a respeito da psicomotricidade nas Diretrizes
Curriculares da Educação Infantil
Nas Diretrizes Curriculares da Educação Infantil o termo psicomotricidade não
vem apresentado, porém as ações que devem ser desenvolvidas nessa fase escolar
são todas as definições do que é a psicomotricidade.
De acordo com as definições estipulados no documento das Diretrizes
Curriculares a Educação Infantil é caracterizado como:
Primeira etapa da educação básica, oferecida em creches e pré-escolas, às quais se caracterizam como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e submetidos a controle social. É dever do Estado garantir a oferta de Educação Infantil pública, gratuita e de qualidade, sem requisito de seleção. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2010)
Nestas Diretrizes, esta estimulada que as propostas pedagógicas das
instituições de ensino da educação infantil devem garantir e desenvolver as funções
sociopolíticas e pedagógicas. São muitas as concepções da proposta pedagógica,
porém as três mais relevantes são:
a)- Construindo novas formas de sociabilidade e de subjetividade comprometidas
com a ludicidade, a democracia, a sustentabilidade do planeta e com o rompimento
de relações de dominação etária, socioeconômica, étnico racial, de gênero, regional,
linguística e religiosa;
b)- Oferecendo condições e recursos para que as crianças usufruam seus direitos
civis, humanos e sociais;
26
c)- Possibilitando tanto a convivência entre crianças e entre adultos e crianças
quanto à ampliação de saberes e conhecimentos de diferentes naturezas.
Em muitos momentos durante a leitura desse documento encontram-se
questões a serem trabalhadas na educação infantil e que são na verdade definição
da importância da psicomotricidade na vida das crianças. Outra passagem presente
nesse mesmo documento que representa o que essa fase educacional deve ser na
vida das crianças esta descrita como “A indivisibilidade das dimensões expressivo
motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética, estética e sociocultural da criança.”
(Ministério da Educação, 2010)
Os eixos apresentados no Currículo da Educação Infantil, ou seja, interações
e brincadeiras são claros com relação as experiências que cada criança deve ser
garantida. Observe abaixo algumas dessas garantias extraídas das Diretrizes
Curriculares da Educação Infantil:
a)- Promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de
experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação
ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança;
b)- Possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação e interação
com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros
textuais orais e escritos;
c)- Recriem, em contextos significativos para as crianças, relações quantitativas,
medidas, formas e orientações espaço temporais;
d)- Incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a
indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao
tempo e à natureza.
Com base em todas as informações que foram registradas anteriormente e
extraídas das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil, o termo
psicomotricidade não foi registrado, porém a sua definição é localizada ao longo do
documento, assim como nos objetivos e propostas pedagógicas citadas nessa
27
pesquisa. O conhecimento da psicomotricidade, assim como sua característica,
importância e como se necessita ser desenvolvido preciso estar presente no modo
de ensino dos docentes.
O autor Lapierre (2002) defende que as atividades envolvendo o aspecto
psicomotor necessitam ser acompanhadas, aplicadas e avaliadas com objetivos
claros de desenvolvimento do mesmo:
Nós deveríamos levar mais longe essa lógica; se a criança tem deficiências que a impedem de chegar ao cognitivo, é porque o ensino que recebeu não respeitou as etapas de seu desenvolvimento psicomotor. Sob o aspecto da prevenção, passaríamos da reeducação à educação psicomotora. Portanto, torna-se importante estudar as funções psicomotoras, bem como sua importância para o desenvolvimento infantil. (LAPIERRE, 2002, p. 25).
Se o docente deixa-las passar sem trabalhar o que realmente necessita
ocorre sérios problemas como a ausência de algumas etapas psicomotoras, ou seja,
a criança pula as etapas que necessita desenvolver uma a uma e futuramente
passará por complicações em suas funções motoras.
De acordo com Alves (2012) “ através dos jogos e brincadeiras, que serão
realizados os primeiros ensinamentos para criança, preparando-a para a vida, para
tornar-se um adulto em seu meio social. ” (ALVES, 2002, p. 31)
Para que a psicomotricidade consiga alcançar seus objetivos no ambiente
escolar, faz-se necessário o modo da aplicação e empenho do processo de
aprendizagem em relação ao modo de trabalho do professor. As crianças
necessitam da compreensão e respeito pelas suas dificuldades por parte dos
docentes e por esse motivo as atividades que serão aplicadas devem ser pensadas
e desenvolvidas de acordo com cada etapa da fase infantil. É através dessas
atividades que as crianças irão se comunicar, expressar tanto por emoção como
pelo físico e dessa maneira seu desejo de aprender irá despertar.
De acordo com Le Boulch:
A educação psicomotora deve ser enfatizada e iniciada na escola primária. Ela condiciona todos os aprendizados pré escolares e escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar o tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos, ao mesmo tempo em que desenvolve a inteligência. Deve ser praticada desde a mais tenra idade, conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações, difíceis de corrigir quando já estruturadas. (LE BOULCH, 1984, p. 24).
28
CONCLUSÃO
No decorrer dessa presente pesquisa com o objetivo de registrar a definição
da psicomotricidade assim como sua importância na fase da Educação Infantil,
permitiu mostrar que as crianças necessitam da intervenção dos professores com
atividades direcionadas e que apresentem objetivos concretos a respeito do
desenvolvimento do lado psicomotor dos indivíduos.
O desenvolvimento motor auxilia no lado físico, afetivo e cognitivo das
crianças futuramente dando a cada uma a possibilidade de exerce funções
importante no dia a dia de um individuo na sociedade, assim como dando a
possibilidade de ler, escrever, reconhecer, criar e se reinventar no meio em que vive.
Desde o seu nascimento, a criança já começa a conhecer alguns aspectos
motores, porém é na fase escolar que esses fatores necessitam ser desenvolvidos
um a um através da intervenção dos professores. Os pais também são agentes
importantes para desenvolvimento de tais aspectos.
Assim como citado anteriormente e presente nas Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil, o objetivo da fase infantil para o
desenvolvimento psicomotor é respeito pela indivisibilidade entre as dimensões
expressivo motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética, estética e sociocultural das
crianças. Mostrando assim que os docentes devem estar interagidos sobre o
conhecimento da psicomotricidade, assim como sempre manter em pratica
pesquisas sobre possíveis atividades lúdicas que podem ser utilizadas para
trabalhar o lado motor de cada criança.
Por meio de atividades lúdicas, o processo de aprender utilizará a
contextualização para auxiliar o processo de ensino aprendizagem utilizando o
cotidiano das crianças e fazendo com que cada uma desenvolva o seu lado
psicomotor sem que percebam garantindo assim um futuro sem complicações para
cada individuo.
Para Galvão (1995) “psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de
estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao mundo
interno e externo. É sustentada por três conhecimentos: movimento, intelecto e
cognitivo.” (GALVÂO, 1995, p. 10).
29
BIBLIOGRAFIA
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30
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http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/45547/elementos-basicos-da-
psicomotricidade#!2> Acesso em 25 jan 2016.
32
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTOS 03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - BREVE HISTÓRICO DA PSICOMOTRICIDADE 10
1.1 Definição dos elementos teóricos da psicomotricidade ao longo dos anos 10
CAPÍTULO II - FUNÇÕES BÁSICAS DA PSICOMOTRICIDADE 13
2.1 Funções básicas da psicomotricidade 13
2.1.1 Conceito de Esquema corporal 13
2.1.2 Conceito de Esquema Global 15
2.1.2.1 Coordenação Motora Ampla 15
2.1.2.2 Coordenação Motora Fina 15
2.2 Lateralidade 16
2.3 Desenvolvimentos das Percepções 17
2.3.1 Estruturação Espacial 17
2.3.2 Orientação Temporal 18
2.3.3 Desenvolvimento Olfativo e Gustativo 19
2.3.4 Desenvolvimento Visual 20
2.3.5 Desenvolvimento do Equilíbrio 20
2.3.6 Desenvolvimento do Ritmo 21
2.3.7 Desenvolvimento Auditivo 21
33
CAPÍTULO III - CONSIDERAÇÕES DE PSICOMOTRICIDADE E EDUCAÇÃO
INFANTIL 22
3.1 Relação entre Psicomotricidade e Escola 22
3.2 Orientação a respeito da psicomotricidade na Diretrizes Curriculares da
Educação Infantil 25
CONCLUSÃO 28
BIBLIOGRAFIA 29
WEBGRAFIA 31
ÍNDICE 32