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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA ESTUDO DE CASO: TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS ELÉTRICOS NO RESTAURANTE “O PRAZER” Por: José Hermógenes Teixeira Costa Orientador Profª Ursula Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · custos, tais como salários, encargos sociais, treinamento, livros técnicos, espaço ocupado dentro da organização e gastos com

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ESTUDO DE CASO: TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS

ELÉTRICOS NO RESTAURANTE “O PRAZER”

Por: José Hermógenes Teixeira Costa

Orientador

Profª Ursula

Rio de Janeiro

2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

FOLHA DE ROSTO

ESTUDO DE CASO: TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS

ELÉTRICOS NO RESTAURANTE “O PRAZER”

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gerenciamento de Projetos.

Por: José Hermógenes Teixeira Costa

3

AGRADECIMENTOS

......a todos os autores consultados e citados e

ao corpo docente do Instituto a Vez do Mestre

que, através de seu acervo de informações

contribuíram na elaboração desse

trabalho......

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a meus filhos

Beatriz, Bernardo e Daniela, com

meus agradecimentos a Deus e aos

amigos e amigas, que muito me

ajudaram a chegar até aqui.

5

RESUMO

O objetivo principal deste trabalho consiste em mostrar que a

terceirização de atividades meio auxilia o empresário a focar na sua atividade

fim. Será estudado o caso de um restaurante de grande porte, com graves

problemas no seu sistema de distribuição interna de energia elétrica e que não

tinha funcionários com habilitação e nem com certificação na área em

evidência.

Trata-se de um estudo de caso real, oriundo da experiência profissional

do autor. Os nomes de empresas e de pessoas, eventualmente citados, são

ficcionais, para preservação de privacidade.

6

METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado com base em diários de obra e anotações

pessoais do autor, durante os serviços de reforma do sistema de distribuição

elétrica interna do Restaurante “O Prazer”1. O restaurante é localizado

estrategicamente em bairro alto da cidade do Rio de Janeiro, com privilegiada

visão para a Baía de Guanabara e para o centro da cidade, em região bucólica

e arborizada.

Foi seguido o roteiro dos serviços executados, a partir da constatação

dos problemas e até a proposta de soluções técnicas, culminando com a

contratação do autor e sua equipe para implementação das soluções

propostas.

O restaurante não tinha equipe de manutenção com elementos

habilitados e certificados em serviços elétricos. Na realidade, o responsável

pela manutenção geral era um antigo ajudante de cozinha que conhecia todos

os recantos do local e “conhecia” um pouco de hidráulica e eletricidade. Todos

os reparos antes executados – e mesmo os novos circuitos instalados – o eram

de forma empírica e sem os menores cuidados com a proteção individual e,

mais importante ainda, sem cuidados quanto à proteção aos usuários. Não

havia técnico ou engenheiro responsável e não havia um projeto de instalações

elétricas. Tudo era uma grande “colcha de retalhos” improvisada, com graves

problemas ocultos. A terceirização dos serviços em eletricidade fez com que os

problemas, gradativamente, fossem eliminados e culminou com a

reorganização total das instalações elétricas e de iluminação. Um efeito

colateral foi a redução do consumo de energia elétrica, pela eliminação de

perdas em circuitos mal dimensionados. Com isso, a direção da casa passou a

focar no objetivo principal: produzir comida de boa qualidade para seus clientes

e fidelizá-los pelo paladar.

1 Nome fictício de um restaurante de grande porte, situado no bairro carioca de Santa Teresa, Rio de Janeiro, RJ, onde o autor exerceu atividades relacionadas com projetos de iluminação de 2010 a 2015.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8

CAPÍTULO I – TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADES MEIO ................................ 9

CAPÍTULO II – O PROBLEMA DA ELETRICIDADE ........................................ 11

CAPITULO III – EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS ............................................... 16

CAPITULO IV – O ANTES E O DEPOIS ......................................................... 26

CONCLUSÃO .................................................................................................. 31

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E CITADA ..................................................... 32

ÍNDICE ............................................................................................................. 33

8

INTRODUÇÃO

O presente trabalho discorre sobre o tema “Terceirização de Serviços”

que é muito importante para uma empresa. Terceirizar é a forma do

empreendedor gerenciar sua empresa de forma a focar na sua especialidade e

contratar terceiros para as atividades meio nas quais não tenha expertise nem

pessoal apropriado para exercê-las. Foi subdividido em quatro capítulos, para

facilitar a apresentação do processo.

Um dos problemas que ocorrem com frequência é o das pessoas que

querem montar seu próprio negócio de forma expedita, sem sequer avaliar os

custos para mantê-lo, tendo tão somente uma expectativa do quanto esperam

obter de retorno, além de não obterem informações sobre o mercado em que

irão atuar e das atividades meio para conseguirem atingir os resultados

planejados.

Esse é um dos motivos pelos quais muitas empresas prestam serviço

de baixo nível de qualidade. Falta de profissionais adequados, além da falta de

tecnologia, estrutura, também geram insatisfação por parte dos clientes, que

acabam procurando a concorrência na maioria das vezes, ocasionando o

fechamento das portas.

O tema tem uma importância muito grande para qualquer empresário,

pois mostra que um planejamento bem elaborado faz com que a empresa

funcione de forma adequada, dando ao gestor uma visão clara dos processos e

permitindo planejar a curto, médio e longo prazos, com condições de tomar a

melhor decisão com base nas informações obtidas.

9

CAPÍTULO I – TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADES MEIO

“A necessidade de criar e sustentar vantagens

competitivas tem proporcionado o surgimento de novos negócios com o intuito de reduzir custos e tornar os produtos e serviços mais competitivos. Nesse contexto, surgiu a terceirização, que ganha destaque e se solidifica como uma das atividades mais eficientes na racionalização de recursos humanos. É a modalidade de buscar fora tudo aquilo que não é essencial e estratégico para a atividade-fim das empresas. Esta já é uma prática antiga nas grandes economias mundiais, entretanto, apesar de ter surgido no Brasil no final da década de 50, com as montadoras de automóveis, a terceirização somente agora está tomando impulso no país.” (IMHOFF, 2005)

A realização das atividades organizacionais por pessoas jurídicas

distintas da organização tem sido definida como terceirização. Na realidade,

terceirização consiste em transferir a terceiros a execução de tarefas para as

quais a relação custo/benefício da execução interna não é das mais

vantajosas, seja do ponto de vista financeiro, de qualidade, ou mesmo de

especialidade. Essa prática surgiu, inicialmente nas áreas ditas de apoio como:

conservação e limpeza, assistência médica e alimentação de funcionários.

Atualmente, sob o impacto das novas tecnologias de gestão, as atividades

empresariais já adotam terceirização em outros segmentos, além daqueles

ligados à logística, tais como operações relacionadas com processamento de

dados, assistência jurídica, contábeis, e várias outras. De maneira positiva na

adoção deste tipo de modalidade de contratação de serviços, é que se torna

desnecessária a manutenção de uma equipe própria, envolvendo todos os

custos, tais como salários, encargos sociais, treinamento, livros técnicos,

espaço ocupado dentro da organização e gastos com equipamentos.

Para o estudo do tema terceirização é preciso se reportar aos conceitos

de emprego e empregador para que se elabore exclusão, os limites jurídico

trabalhistas da chamada relação.

10

Conforme o art. 2° da CLT: “considera-se empregador a empresa

individual ou coletiva que, assumido os riscos da atividade econômica, admite,

assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços.”

Segundo o artigo 3° da CLT : “considera-se empregado toda pessoa

física que prestar serviço de natureza não eventual a empregador, sob a

dependência deste mediante salário.

Dessas definições legais, obtêm-se cinco requisitos para a

caracterização do empregado:

§ é necessário ser pessoa física (pessoalidade),

§ não-eventual (não eventualidade da prestação),

§ ser subordinado (dependência hierárquica),

§ receber salário (remuneração) e

§ prestar os serviços pessoalmente (contrato intuitu personae).

No entanto a terceirização tem sido definida como sendo um processo

planejado de transferência de atividades delegadas para terceiros (empresas

terceirizantes ou contratadas), ficando a empresa concentrada apenas em

tarefas essencialmente ligadas ao negócio em que atua.

Segundo Martins, (2001, p.23), “consiste a terceirização na possibilidade

de contratar terceiro para a realização de atividades que não constituem o

objeto principal da empresa”.

Um dos principais riscos da terceirização é contratar empresas

inadequadas para realizar os serviços, sem competência e idoneidade

financeira, pois poderão advir problemas principalmente de natureza

trabalhista. Outro risco é o de pensar a terceirização apenas como forma de

reduzir custos, se esse objetivo não for alcançado, ou no final a terceirização

não der certo, implicará no desprestígio de todo o processo. Martins (2001,

p.46).

11

CAPÍTULO II – O PROBLEMA DA ELETRICIDADE

O Restaurante “O Prazer” começou de forma bem modesta: sua

proprietária morava numa casinha e recebia amigos para o jantar. Ela mesma

preparava as comidas. Isso era uma rotina de finais de semana, até que vários

amigos a incentivaram a se profissionalizar e abrir ali um restaurante. Como ela

cozinhava bem e o local era atrativo e apropriado, ganharia dinheiro com isso.

Ela aceitou bem a idéia e encarou como desafio: pôs mãos à obra e

tratou de se equipar para cozinhar em quantidades maiores, contando com a

assessoria de um outro amigo que era cozinheiro profissional de um grande

hotel no Rio de Janeiro.

O negócio, surgido nessa casinha, começou a dar certo e a afluência de

clientes foi aumentando. Chegou ao ponto de necessitar ampliar a área para

colocação de mesas e cadeiras para clientes, bem como aumentar os estoques

de bebidas e de refrigeradores, além de contratar garçons e copeiros.

Começou aí a necessidade de expandir as instalações elétricas, que ficaram

insuficientes – e surgiram as extensões de fio e as tomadas múltiplas, bem

como os aquecimentos de tomadas, fusíveis queimados e coisas do gênero.

Os problemas elétricos eram resolvidos pontualmente, com a ajuda de

“curiosos” – prestadores de serviços das redondezas que se intitulavam

“bombeiros hidráulicos com experiência em eletricidade”. E a clientela

continuava a crescer.

Criou-se um turno adicional de serviço, com contratação de duas

equipes e cozinheiros profissionais. A partir daí, a empreendedora tratou de

manter as suas receitas mas usando os serviços de cozinheiros empregados. A

cozinha ficou pequena para tanto movimento e construíram uma nova cozinha

em área adjacente à casa, toda montada e equipada por orientação de

cozinheiro industrial experiente – mas com instalação elétrica e de iluminação

12

montada pelo antigo ajudante de cozinha, pessoa de confiança pessoal da

proprietária ora nomeado “encarregado de manutenção geral”.

Com a expansão ainda maior da clientela, que aumentava por força da

propaganda de pé de ouvido, e também por solicitação da mesma clientela

para o fornecimento de bebidas, refeições e petiscos diferenciados após as

18h, surgiu a necessidade do turno da noite. O autor foi então contratado para

fazer projeto de iluminação para uso noturno das áreas externas, quando se

deparou com as instalações elétricas muito mal executadas e sem nenhum

critério técnico de projeto.

Após verificar a realidade do local, o autor apresentou à casa um

engenheiro eletricista de sua confiança, certificado e habilitado – que foi

contratado para fornecer um laudo técnico de avaliação do sistema elétrico

interno. O laudo fornecido apontou todas as irregularidades e perigos da

instalação existente, bem como apontou as soluções necessárias em ordem de

prioridade, tudo segundo as Normas Brasileiras para sistemas de eletricidade

da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Sob a responsabilidade técnica do mesmo engenheiro, o autor e sua

equipe foram contratados para realizar os serviços de recuperação do sistema

interno de distribuição de energia elétrica do estabelecimento. A contratação se

deu sob forma de terceirização de serviços, uma vez que o autor é registrado

como MEI – Micro Empresário Individual – e possui habilitação no CREA-RJ

para execução dos serviços em eletricidade, além do que o engenheiro

responsável técnico e a equipe técnica são habilitados e certificados em NR-

10.

A sequência de atividades é a seguir descrita.

13

2.1 Definição das prioridades do trabalho

• Aumento de Carga Elétrica do estabelecimento: solicitado à

concessionária Light Serviços de Eletricidade S. A. e atendido

pela mesma, por ter sido verificado que a carga autorizada era

insuficiente para todas as instalações – existente e por serem

criadas

• Encomenda de substituto do Quadro Principal de Distribuição e

Proteção do estabelecimento, para permitir suportar o sistema

elétrico existente e suas ampliações imediatas projetadas, com

margem a expansões futuras

• Cozinha Principal: refazer completamente a instalação elétrica e

montar Quadro de Distribuição e Proteção exclusivo

• Cozinha de Produção: refazer parcialmente a instalação elétrica e

de iluminação, além de montar Quadro de Distribuição e Proteção

exclusivo

• Área interna de recepção e atendimento a clientes, na casa:

refazer completamente a instalação elétrica e revisar o Quadro de

Distribuição e Proteção existente para a casa

• Área externa de recepção e atendimento a clientes, da casa: criar

instalação elétrica para iluminação externa e tomadas e criar

Quadro de Comando da iluminação, derivado ao Quadro de

Distribuição e Proteção da casa

• Bar temático nº 1 em área externa da casa: refazer totalmente a

instalação elétrica e criar Quadros para Comando de Iluminação e

para Distribuição e Proteção exclusivos

• Bar temático nº 2 em área externa de terreno adquirido

posteriormente: refazer totalmente a instalação elétrica e criar

Quadros para Comando de Iluminação e para Distribuição e

Proteção exclusivos

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• Banheiros para uso dos clientes, masculino e feminino: revisar as

instalações elétricas para iluminação e tomadas, com criação de

um Quadro de Distribuição e Proteção exclusivo

• Vestiários para funcionários, masculino e feminino: revisar e

ampliar as instalações elétricas para iluminação e tomadas, com

criação de um Quadro de Distribuição e Proteção exclusivo

• Área de armazenamento, no mesmo terreno do Bar temático nº 2

– depósito, frigorífico de uso diário a -8 ºC, frigorífico de

armazenamento prolongado a -23 ºC, cave de vinhos com

temperatura e umidade controladas, escritório de recepção de

mercadorias: revisar e ampliar as instalações elétricas existentes,

com revisão e ampliação do Quadro de Distribuição e Proteção

existente e aumento do seu ramal alimentador

• Área de descarte de lixo com separação para coleta seletiva e

condicionamento do ar para retardar putrefação do lixo orgânico:

executar serviços de reparo civil e isolamento térmico,

aterramento elétrico ora inexistente, implantar um Quadro de

Distribuição e Proteção exclusivo e criar circuitos elétricos para ar

condicionado, iluminação e tomadas

• Área especial e separada para recepção de clientes VIP, com

mini-cozinha exclusiva, no limite remoto do terreno do Bar

temático nº 2: criar circuitos elétricos para ar condicionado,

iluminação, tomadas e equipamentos de cozinha, com

implantação de Quadro de Comando de Iluminação e Quadro de

Distribuição e Proteção exclusivos

• Área administrativa – escritórios da Diretoria, da Gerência

Financeira, de Recursos Humanos e de Mâitres: revisar e ampliar

os circuitos elétricos para iluminação, tomadas, condicionamento

de ar e equipamentos de informática, telefonia, circuito fechado

de tv para vigilância e alarmes, bem como implantar um Quadro

de Distribuição e Proteção exclusivo em local seguro

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• Lavanderia do estabelecimento – reformar o Quadro de

Distribuição e Proteção, incluindo reforma e ampliação dos

circuitos elétricos para os equipamentos e implantação de Quadro

de Comando para as bombas dágua do estabelecimento

16

CAPITULO III – EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS

3.1 Aumento de Carga do estabelecimento

Essa foi a primeira parte do trabalho. Sem ela, nada poderia ser feito. O

engenheiro calculou a carga total em uso, além da carga adicional que a

proprietária pretendia ligar – sob a forma de novos equipamentos, entre

substituição de alguns já obsoletos e equipamentos adicionais para novas

atividades – e detectou a necessidade de um importante aumento na carga

autorizada pela Light ao estabelecimento. A não observância desse preceito

causaria desligamentos de energia por excesso de consumo, bem como

possíveis multas da concessionária por consumo acima do contratado. Fora

isso, os desligamentos que ocorreriam poderiam colocar em risco os

equipamentos e as mercadorias nas câmaras frigoríficas, bem como afugentar

clientes se ocorridos em horários de grande movimento.

Uma vez solicitado e atendido, passou-se à etapa de ampliar o Quadro

Principal de Distribuição e Proteção. Esse quadro é o responsável por proteger

todas as instalações elétricas internas, permitindo também desligamentos

seletivos de áreas definidas – para o caso de manutenções programadas ou

segregação de defeitos graves localizados.

3.2 Substituição do Quadro Principal de Distribuição e Proteção

Já com o aumento de carga autorizado e implantado pela

concessionária, o engenheiro projetou e encomendou um novo Quadro

Principal de Distribuição e Proteção para o estabelecimento. Esse quadro foi

concebido para permitir os desligamentos e os trabalhos com rede

desenergizada em setores específicos do estabelecimento, bem como deixar

margem a criação futura de novos quadros para expansões futuras do circuito

elétrico.

17

Recebido e conferido o novo quadro, o restaurante ficou dois dias

totalmente fechado para que se pudesse proceder ao desligamento geral da

eletricidade, com substituição do quadro existente pelo novo.

Enquanto o serviço era executado, as áreas importantes do

estabelecimento – armazenamento e depósito, administração, cave e cozinhas

– foram abastecidas por gerador alugado para a finalidade específica.

Findo o serviço, o restaurante foi religado e voltou ao seu funcionamento

habitual, enquanto a equipe se preparava para as etapas posteriores.

3.3 Cozinha Principal

Como a Cozinha Principal é o coração do estabelecimento e fica à vista

de todos os clientes, foi a próxima importante etapa do trabalho. A parada para

executar esse serviço foi de uma semana, pois houve importantes mudanças

no lay-out dessa cozinha e houve alguma interferência entre os trabalhadores

do arquiteto contratado para as obras civis e a equipe do autor. Cumpre

escarecer que o arquiteto contratado não tinha habilitação para serviços

elétricos, de sorte que coube à equipe do autor a parte relativa ao novo cirbuito

elétrico.

Os serviços eram executados em paralelismo com as obras civis,

embora essa não seja a forma recomendável. Entretando, por pressão do

estabelecimento, assim foi feito.

As novas instalações elétricas foram montadas com formato industrial,

para facilitar mudanças rápidas de lay-out e para permitir manutenção mais

expedita em casos de necessidade. Fora isso, a montagem eletromecânica

industrial já traz a inerente proteção aos usuários contra choques e mau uso

18

das tomadas – visto tratar-se de local onde se usam muitos equipamentos

metálicos e onde há água e outros líquidos em trânsito e em manipulação.

Cumpre observar que, durante as obras civis, grande quantidade de

instalações elétricas, hidráulicas e de gás foram totalmente removidas e outras,

novas, implementadas. As instalações elétricas existentes, em especial,

mostraram-se totalmente inadequadas às finalidades – demonstrando a

inaptidão de quem as implementou. A maioria estava subdimensionada e

muitos fios estavam abandonados, com sinais de queima por excesso de

corrente – um sinal claro do subdimensionamento. Não havia sinal de circuitos

de aterramento para proteção, mandatórios para uma cozinha comercial ou

industrial.

Os novos circuitos foram implementados, todos, com tomadas no novo

padrão ABNT de três pinos. Todas com o terceiro pino devidamente conectado

a um circuito de terra para proteção. As únicas exceções foram dois ou três

circuitos para equipamentos de alta potência elétrica, cujas tomadas são de

padrão diverso e já previstas em normas mais rígidas para conexão e proteção

elétrica dos equipamentos de alto consumo – fritadeiras, fornos comerciais e

industriais.

Também foram instalados sensores DR nos circuitos elétricos de

equipamentos onde poderia ocorrer choque elétrico eventual em usuários –

balcões frigorificados, geladeiras, pias metálicas e fogões. Esses sensores

desligam a proteção do circuito com correntes de fuga da ordem de

miliampéres, evitando que qualquer defeito ocasione choque elétrico

potencialmente fatal aos usuários. Lembrando que todo equipamento de

cozinha industrial é, forçosamente, involucrado em metal e todo balcão

frigorífico, ou pia, ou mesa de corte de insumos da cozinha, é obrigatoriamente

em aço inoxidável. Toda tomada de equipamento ou para ligação eventual de

batedeira, liquidificador, faca elétrica ou outros, nesses casos, é dotada da

proteção com sensor DR por força de lei e de norma específica da ABNT.

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3.4 Cozinha de Produção

Com o aumento de clientela e da quantidade de clientes atendidos ao

mesmo tempo, uma cozinha de produção foi montada para fazer as bases dos

pratos a serem fornecidos. A cozinha principal ficou com a incumbência de

terminar os pratos produzidos, à vista dos clientes, dando uma visão mais

“clean” e sem os cheiros e a visão dos volumes de coisas básicas em produção

– arroz, feijão, massas, pães, bolos, grandes porções de carnes, peixes e aves,

temperos, salmouras, etc.

Os circuitos da cozinha de produção estavam razoavelmente bem

dimensionados, mas não tinham proteção adequada e nem aterramento. Por

isso, tiveram de ser refeitos para aumentar a proteção dos cozinheiros e

ajudantes. Os motivos são os mesmos da cozinha principal.

O serviço foi feito em dias que o restaurante não abre ao público. A folga

semanal é nas segundas feiras. Somente nesses dias é que se podia desligar

toda a cozinha de produção.

No primeiro desligamento geral foi implantado o novo Quadro de

Distribuição e Proteção da cozinha de produção, bem como sua interligação

aos circuitos existentes. Aproveitou-se para trocar alguns deles e passar os

circuitos de terra de proteção.

No segundo desligamento, procedeu-se à instalação das proteções com

sensores DR, onde necessário, bem como a revisão dos circuitos de

iluminação e instalação de novos circuitos solicitados pela proprietária e pelo

cozinheiro chefe.

Na seguinda feira seguinte, não foi preciso desligar totalmente a cozinha

de produção. Apenas os circuitos sendo checados eram seletivamente

20

desligados no quadro exclusivo da cozinha de produção, demonstrando sua

utilidade e funcionalidade. Alguns testes de proteção foram efetuados e o

serviço dado como concluído.

3.5 Área interna de recepção e atendimento a clientes, na casa

O salão de refeições interno da casa também sofreu intervenção de

obras civis, para modificação. Por conseguinte, seus circuitos elétricos de

iluminação, tomadas e de depósito local de vinhos e bebidas geladas tiveram

de ser refeitos. Foram todos trocados, por solicitação da proprietária, com

inclusão de circuitos de terra de proteção em todas as tomadas – por exigência

do novo padrão ABNT.

O Quadro de Distribuição e Proteção da casa foi revisto e as proteções

por disjuntores existentes foram substituídas, para que efetivamente

protegessem o cabeamento, os equipamentos e as pessoas. Isso foi feito após

a constatação que os disjuntores existentes eram todos superdimensionados e

não protegiam coisa alguma – mais um indício de inaptidão da pessoa

encarregada da manutenção.

Após a execução do serviço, o local ficou com suas instalações civis e

elétricas totalmente regularizadas.

3.6 Bar temático nº 1 em área externa da casa

O Bar temático nº 1, em área externa da casa, foi criado após a obra de

modificação do salão de refeições. As instalações elétricas para seu balcão

frigorífico, suas tomadas e sua iluminação foram todos implantados, juntamente

com um Quadro de Distribuição e Proteção exclusivo e um pequeno quadro de

comando para a iluminação. O ramal alimentador do quadro de distribuição e

proteção foi proveniente de um disjuntor do Quadro de Distribuição e Proteção

21

existente na casa, para essa finalidade dimensionado, e o serviço ficou a

contento tendo sido dado como concluído.

3.7 Bar temático nº 2 em terreno adquirido posteriormente

Esse Bar temático nº 2, construído em terreno vizinho adquirido

posteriormente à criação do restaurante, tinha uma instalação elétrica derivada

da casa principal por extensão – vulgarmente conhecida como “puxadinho”.

Sem proteção adequada, sem dimensionamento adequado, seu circuito elétrico

possuía inúmeros problemas.

A solução desses problemas era sempre pontual e por meio de recursos

improvisados pelo encarregado de manutenção, com muitas emendas fora de

padrão e desprotegidas.

Com a revisão posta em prática, implantou-se um Quadro de

Distribuição e Proteção exclusivo para o local, com ramal alimenador

proveniente do Quadro Principal do estabelecimento. Também foi

implementado um quadro de controle de iluminação exclusivo, em paralelo com

a revisão dos circuitos de iluminação e tomadas. Não esquecendo a

alimentação do balcão frigorífico do bar e da alimentação em circuito dedicado

para a máquina de café expresso italiana, com caldeira elétrica para geração

de vapor dágua sob pressão. Sempre com as respectivas proteções por

sensores DR onde necessário.

3.8 Banheiros para uso dos clientes – masculino e feminino

Os banheiros para uso dos clientes, masculino e feminino, tiveram as

instalações elétricas para iluminação e tomadas totalmente revisadas, com

criação de um Quadro de Distribuição e Proteção exclusivo e inclusão do

circuito de terra de proteção no terceiro pino das tomadas, conforme novo

padrão ABNT.

22

3.9 Vestiários para funcionários – masculino e feminino

Os vestiários para uso dos funcionários, masculino e feminino, tiveram

as instalações elétricas para iluminação e tomadas totalmente revisadas e

ampliadas, com criação de um Quadro de Distribuição e Proteção exclusivo e

inclusão do circuito de terra de proteção no terceiro pino das tomadas,

conforme novo padrão ABNT. A ampliação ocorreu por conta de inclusão de

circuitos robustos e com aterramento para chuveiros elétricos, nas cabines

para banho de ambos os vestiários, bem assim como a instalação de alguns

ventiladores de teto nos dois ambientes.

3.10 Área de armazenamento

Área de armazenamento, situada no mesmo terreno do Bar temático nº

2. Conta com depósito, um frigorífico de uso diário a -8 ºC, um frigorífico de

armazenamento prolongado a -23 ºC, uma grande cave de vinhos com

temperatura e umidade controladas e um escritório administrativo para

recepção de mercadorias.

O serviço ali foi grande: revisar e ampliar as instalações elétricas

existentes, com revisão e ampliação do Quadro de Distribuição e Proteção

existente e aumento do seu ramal alimentador.

O ramal alimentador partia do Quadro Principal do estabelecimento, mas

estava aquecendo por subdimensionamento. A máquina do frigorífico de

armazenamento prolongado havia sido substituída por uma mais potente,

porém, a instalação elétrica existente fora mantida e era inadequada ao novo

maquinário. Houve a inclusão de um aparelho de ar condicionado split ao

quadro, cuja alimentação foi tirada de um disjuntor que alimentava o frigorífico

de uso diário – essa foi uma ligação irregular e condenada pelas regras mais

comezinhas de instalações elétricas.

23

Foi substituído o ramal alimentador do quadro da área de

armazenamento por outro, com dimensionamento adequado à distância e à

carga sendo suprida. Os disjuntores do quadro foram subsituídos por outros

com limites adequados às cargas respectivas e acrescentado disjuntor para o

novo condicionador de ar split. Também foi substituído o disjuntor geral do

quadro e foram passados circuitos de terra para proteção dos diversos

equipamentos – coisa inexistente até então.

Após realização de testes bem sucedidos, o serviço foi dado como

concluído.

3.11 Lixeira

A área de descarte de lixo com separação para coleta seletiva e

condicionamento do ar para retardar putrefação do lixo orgânico – uma nova

área construída por exigência da Vigilância Sanitária – teve a necessidade de

receber intervenções de reparo civil para impermeabilização e isolamento

térmico.

Em termos de sistema elétrico, as intervenções foram para inclusão de

aterramento elétrico, ora inexistente, implantação de um Quadro de

Distribuição e Proteção exclusivo e criação de circuitos elétricos para ar

condicionado, iluminação e tomadas.

A Vigilância Sanitária recomendou a instalação de condicionamento de

ar (resfriamento) para retardar a putrefação do lixo orgânico até sua coleta –

que não é feita diariamente pela empresa contratada – e evitar queixas da

vizinhança quanto ao mau cheiro.

As novas instalações elétricas foram testadas e aprovadas, tendo o

serviço sido dado como concluído.

24

3.12 Área exclusiva para clientes VIP

Foi construída uma sala, especial e separada, para recepção exclusiva

de clientes VIP. Dotada de uma mini-cozinha exclusiva, no limite remoto do

terreno do Bar temático nº 2, a proprietária solicitou a criação de todos os

circuitos elétricos necessários para ar condicionado, iluminação, tomadas e

equipamentos de cozinha, com implantação de Quadro de Comando de

Iluminação e Quadro de Distribuição e Proteção exclusivos.

O quadro foi montado, com os respectivos circuitos elétricos e

disjuntores associados. O ramal alimentador foi calculado e instalado, derivado

do Quadro Principal do estabelecimento.

Após testes com toda a carga ligada, o serviço foi considerado

concluído.

3.13 Administração do Restaurante

A Área administrativa – escritórios da Diretoria, da Gerência Financeira,

de Recursos Humanos e de Mâitres – dotada de diversos aparelhos de ar

condicionado, computadores, servidores e uma central de CFTV (Circuito

Fechado de TV) para vigilância e segurança, teve de passar por uma revisão e

ampliação dos circuitos elétricos para iluminação, tomadas, condicionamento

de ar e equipamentos de informática, telefonia CFTV e alarmes, bem como foi

implantado um Quadro de Distribuição e Proteção exclusivo em local seguro.

Toda essa área era alimentada por diversos circuitos “puxados” do quadro da

casa principal e sem nenhuma proteção. Esse fato causava muitos problemas,

principalmente nos computadores e equipamentos de telefonia (central

telefônica).

Foi providenciado um ramal alimentador, derivado do Quadro Principal

do estabelecimento, para um Quadro de Distribuição e Proteção exclusivo e

instalado em local estratégico. Também foi providenciada uma ligação especial

25

a um Quadro de Alimentação em Emergências desse quadro e das câmaras

frigoríficas da área de armazenamento, quadro esse destinado a ser

alimentado por gerador externo de emergência, a ser alugado em caso de falta

de energia da Light por período prolongado. Com a falta de energia, os

circuitos em alimentação de emergência ficam automaticamente conectados ao

Quadro de Emergência e, se houver gerador ligado a esse quadro,

permanecerão alimentados. Com o retorno da energia, em quinze minutos a

ligação é transferida de volta aos suprimentos originais nos quadros

correspondentes.

Ligações testadas e funcionando corretamente. Serviço dado como

concluído.

3.14 Lavanderia

Lavanderia do estabelecimento, destinada a lavar uniformes dos

funcionários, toalhas de mesas, guardanapo, panos de prato, panos de limpeza

de mesas, toalhas de mão para os garçons e acessórios do gênero.

Foi necessário reformar o Quadro de Distribuição e Proteção,

aumentando-o e mudando sua localização. Também foram efetuadas reforma e

ampliação dos circuitos elétricos para os equipamentos e foi implantado um

Quadro de Comando dedicado para as bombas dágua do estabelecimento e

que são supridas pelo quadro da Lavanderia.

Todos os circuitos de aterramento de proteção foram incluídos, para

proteção dos usuários. Também foram incluídos sensores DR para proteção de

usuários no uso de equipamentos em contato com água.

Após testes exaustivos do novo quadro, o serviço foi dado como

concluído.

26

CAPITULO IV – O ANTES E O DEPOIS

4.1 O estabelecimento antes do serviço terceirizado

O restaurante funcionou durante alguns anos da forma como foi descrita

inicialmente: com instalações improvisadas e de forma amadorística. Mas, à

medida que o tempo foi passando, a proprietária foi se conscientizando de que

deveria profissionalizar os serviços. Então, fez a formalização da empresa

tendo os filhos como sócios – transformando o restaurante improvisado numa

empresa familiar com finalidade lucrativa. Contratou cozinheiros profissionais,

mâitres profissionais, garçons com formação profissional, recepcionistas,

ajudantes, copeiros e teve de construir instalações de apoio em anexo à casa

onde tudo começou.

Com o aumento da clientela, consequência de um serviço bem feito,

houve a expansão da estrutura administrativa com a contratação de gerentes

financeiro e de recursos humanos, além de mais profissionais para turnos

adicionais.

O que não mudou, entretanto, foi a estrutura de manutenção. O

encarregado de manutenção continuava a ser o antigo e fiel ajudante de

cozinha que conhecia todos os meandros do local. Afinal, fora ele quem havia

feito todas as instalações da estrutura que estava em funcionamento – não

importava se estavam tecnicamente boas ou não, mas sim que tudo

funcionava. E, se algum serviço de correção mais complicado surgia, a

proprietária contratava um “entendido” das redondezas para corrigir o

problema. E a vida seguia.

A ocorrência de uma queima simultânea de vários equipamentos,

causada por um curto circuito que se originou numa tomada da cozinha e foi

refletir em todas as áreas do restaurante, causando até choques elétricos em

torneiras nos banheiros, mostrou que algo não estava tão certo assim. Após

27

isso, o autor foi consultado e sugeriu a contratação de um consultor para

avaliar a real situação de toda a instalação elétrica.

O laudo técnico de avaliação mostrou o que o autor já suspeitava: a total

inconformidade das instalações com as normas brasileiras referentes a

instalações elétricas comerciais e industriais. E aí surgiu a sugestão de se

terceirizarem os serviços de reforma do sistema interno de distribuição elétrica

– justamente para que os proprietários pudessem continuar a se dedicar ao

foco do seu empreendimento.

4.2 O estabelecimento depois do serviço terceirizado

Tendo sido concluída a reforma do sistema interno de distribuição

elétrica do restaurante, o consultor e o autor sugeriram aos proprietários que se

pensasse na terceirização da manutenção do estabelecimento. Afinal, o

encarregado desses serviços não tinha conhecimento técnico, nem habilitação

e nem certificação para realizá-los de per si. Seu único mérito era o de ter

acompanhado a evolução do estabelecimento desde o início das operações do

mesmo. E não tinha ajudantes fixos, sequer os contratados eventualmente

eram habilitados.

Foi sugerido aos proprietários que mantivessem o seu encarregado

como um supervisor da empresa de manutenção terceirizada a ser contratada,

por ele conhecer tudo o que havia “escondido” nos subsolos e paredes do

restaurante – exceto o sistema elétrico reformado e totalmente documentado

pelo autor, pelo consultor e sua equipe terceirizada.

No momento em que se escreve esta monografia, os proprietários do

restaurante estão analisando propostas de terceirização desses serviços por

algumas empresas do ramo e devem tomar em breve a decisão sobre o

contrato de terceirização que melhor os atenda.

28

Uma consequencia imediata do serviço de correção das instalações

elétricas internas foi o da melhoria de eficiência energética do restaurante: a

fatura mensal da Light baixou cerca de 35%, em termos de consumo de

energia elétrica, com respeito ao mesmo período de medição verificado antes

do início dos serviços, três anos antes.

Como se pode perceber, os serviços de correção do sistema elétrico

interno do restaurante consumiram mais que dois anos de trabalho técnico

contínuo e seu custo não foi pequeno. Mas o investimento já começou a dar

resultado na economia obtida. Se a tarifa de energia elétrica não subisse, a

economia mensal obtida pagaria o investimento em cerca de dois anos – mais

ou menos o mesmo tempo que demorou para corrigir tudo.

Levando em conta os gastos que já haviam sido efetuados com

manutenções feitas por “curiosos”, a esperança é que a terceirização da

manutenção faça esses gastos se reduzirem em cerca de 40% - mesmo

levando em conta os custos do contrato em si.

4.3 Algumas conjecturas sobre a terceirização

O processo de terceirização é amplamente regulado pela lei 6.019/74 e

pelo Decreto-Lei n° 73.841//74, legalmente permitidos nas áreas de limpeza e

segurança.

Para Giosa (1997, p.28), o fato de o governo, através de seu órgão de

representação – Ministério do Trabalho – ainda não ter se posicionado

oficialmente a respeito da terceirização e suas relações trabalhistas envolvidas,

inspira dúvidas e, às vezes, inibe as decisões dos empresários mais

conservadores. Neste sentido Queiroz (1998) aponta vários riscos legais que

comprometem o tomador de serviços quando a terceirização é erroneamente

implantada. O principal deles é o vínculo empregatício caracterizado nos art. 2°

e 3° da CLT que em linhas gerais dizem, respectivamente, “é empregador

aquele que dirige a prestação de serviço” e que “é empregado aquele que tem

29

com o contratante um relação de pessoalidade, habitualidade, onerosidade que

se traduzem em subordinação e dependência”.

O Tribunal Superior do Trabalho editou o Enunciado de Súmula n° 2564

que representa o entendimento da Justiça do Trabalho sobre a legalidade dos

contratos de prestação de serviço, que pouco contribuiu para a flexibilização

referente dos mesmos.

Por sua vez, o Enunciado de Súmula n° 331 ampliou substancialmente a

liberdade em se terceirizar. Editado em 1993, veio na esteira da modernidade

em nível de relações do trabalho. Na década de noventa, ganhava espaço a

tão criticada ou aclamada globalização. Junto a ela, inúmeras formas de

aglomerações trabalhistas passaram a surgir no mundo todo.

O Brasil, forçado a buscar o seu lugar do mundo globalizado, aderiu

quase que sistematicamente a alguns novos institutos como a terceirização.

Assim o Enunciado n° 331 consagrou-se como uma tendência flexibilizadora,

viabilizando a terceirização nos serviços de vigilância (Lei n° 7102/83), nos

serviços de conservação e limpeza e em outros tipos de serviços

especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a

pessoalidade e a subordinação direta (requisitos da relação de emprego

constantes do artigo 3° da CLT).

Segundo Martins (2001, p.46), poderíamos classificar as áreas

terceirizadas como:

a) atividades acessórias da empresa como: limpeza, segurança,

manutenção, alimentação, etc.;

b) atividades-meio: departamento de pessoal, manutenção de

máquinas, contabilidade;

c) atividades fim: produção, vendas, transporte dos produtos etc.

30

O mais comum, todavia, é a terceirização de serviços contábeis,

jurídicos e informática. Uma outra alternativa é o controle sobre terceiros, isso é

necessário quando uma empresa possui muitos parceiros e torna-se difícil

administrar essas relações. É o que alguns denominam de quarteirização, isto

é, a terceirização da terceirização.

No caso em estudo, as propostas de contratos de terceirização sob

análise dos proprietários recaem nas classificações das letras (a) e (b) –

manutenção e manutenção de máquinas, respectivamente.

31

CONCLUSÃO

A terceirização pode trazer condições de melhorar os lucros de um

estabelecimento comercial, pela entrega de atividades meio não pertinentes ao

dia a dia do estabelecimento. Com isso, permite que os empresários aumentem

o foco e a eficiência das suas ações empresariais, deixando aquelas atividades

onde não possuem expertise a cargo de outras empresas que sejam

especialistas nessas atividades e que, por sua vez, as exercem com máxima

eficiência.

Dessa forma, ocorre uma sinergia de eficiências administrativas e

técnicas, permitindo um aumento da lucratividade para a empresa e uma maior

satisfação dos clientes pela percepção de um atendimento cada vez melhor.

O que se observa no presente estudo de caso é uma cabal

demonstração das afirmativas aqui colocadas. A terceirização veio

profissioalizar uma atividade meio que não pertencia ao grupo de expertises

dos proprietários do restaurante e que, por isso, gastavam muito mais sem o

saber. Após a terceirização, houve uma consequente redução de gastos e sua

eficácia foi cabalmente comprovada pela mera observação da evolução dos

custos com energia elétrica consumida – que apresentaram importante redução

nos níveis de consumo mensal, da ordem de 35%.

32

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E CITADA Item Referencia

1 BRASIL. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. Enunciado Nº 256, de 22 de setembro de 1986. Contrato de prestação de serviços: Legalidade – Revisto pelo Enunciado Nº 331. Diário da Justiça [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 30 set. 1986. Seção 1.

2 BRASIL. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. Enunciado Nº 331, de 11 de setembro de 2000. Contrato de prestação de serviços: Legalidade – Revisão do pelo Enunciado Nº 256. Diário da Justiça [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 19 set. 2000. Seção 1.

3 MARTINS, Sérgio Pinto. A Terceirização e o direito do trabalho. São Paulo: Atlas, 2001.

4 GIOSA, Lívio Antônio. Terceirização: uma abordagem estratégica. 5. ed São Paulo: Pioneira, 1997.

5 LEIRA, Jerônimo Souto, SARATT, Newton Dornelles, Terceirização: uma alternativa de flexibilidade empresarial. 8. ed. São Paulo: Gente, 1995.

6 CARRION, Valentin, Consolidação das leis do trabalho. 29 ed. São Paulo: Saraiva

33

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO ........................................................................................... 2

AGRADECIMENTOS ......................................................................................... 3

DEDICATÓRIA ................................................................................................... 4

RESUMO ........................................................................................................... 5

METODOLOGIA ................................................................................................ 6

SUMÁRIO .......................................................................................................... 7

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 8

CAPÍTULO I – TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADES MEIO ................................ 9

CAPÍTULO II – O PROBLEMA DA ELETRICIDADE ........................................ 11

2.1 Definição das prioridades do trabalho .................................................... 13

CAPITULO III – EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS ............................................... 16

3.1 Aumento de Carga do estabelecimento.................................................. 16

3.2 Substituição do Quadro Principal de Distribuição e Proteção ................. 16

3.3 Cozinha Principal .................................................................................... 17

3.4 Cozinha de Produção ............................................................................. 19

3.5 Área interna de recepção e atendimento a clientes, na casa ................. 20

3.6 Bar temático nº 1 em área externa da casa ............................................ 20

3.7 Bar temático nº 2 em terreno adquirido posteriormente ......................... 21

3.8 Banheiros para uso dos clientes – masculino e feminino ....................... 21

3.9 Vestiários para funcionários – masculino e feminino .............................. 22

3.10 Área de armazenamento ...................................................................... 22

3.11 Lixeira ................................................................................................... 23

3.12 Área exclusiva para clientes VIP .......................................................... 24

3.13 Administração do Restaurante ............................................................. 24

3.14 Lavanderia ............................................................................................ 25

CAPITULO IV – O ANTES E O DEPOIS ......................................................... 26

4.1 O estabelecimento antes do serviço terceirizado ................................... 26

4.2 O estabelecimento depois do serviço terceirizado ................................. 27

4.3 Algumas conjecturas sobre a terceirização ............................................ 28

CONCLUSÃO .................................................................................................. 31

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E CITADA ..................................................... 32

ÍNDICE ............................................................................................................. 33