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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
DISPONIBILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE,
PLANEJAMENTO DE MATERIAIS E O FORNECIMENTO DE
VACINAS NO BRASIL, DENTRO DE SUA LOGÍSTICA
Por: Rodrigo Souza Goulart
Orientador
Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2014
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2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
DISPONIBILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE,
PLANEJAMENTO DE MATERIAIS E O FORNECIMENTO DE
VACINAS NO BRASIL, DENTRO DE SUA LOGÍSTICA
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Logística Empresarial.
Por: Rodrigo Souza Goulart.
3
AGRADECIMENTOS
Agradeça a Deus e minha Família por
ter me apoiado em mais essa etapa da
minha vida.
4
RESUMO
O presente estudo tem a finalidade de mostrar, com bases teóricas da
Logística, a ligação entre logística e planejamento de materiais e a importância
da logística para a distribuição de produtos e produção de uma empresa
através das operações realizadas na distribuição de vacinas para a população
brasileira, por intermédio de uma Instituição de Saúde Pública. Entretanto,
existem alguns pontos críticos que se tratados, poderiam trazer maior
eficiência no cumprimento dos objetivos da cadeia. Essa variável é a liberação
de matérias-primas, pois em alguns casos geram atrasos para a produção,
devido alguns gargalos dentro do processo de aquisição, planejamento e
mesmo na análise e liberação do material. O objetivo deste trabalho é de
estudar o funcionamento e a estrutura da cadeia de suprimentos de vacinas no
Brasil. Estas operações são regidas pelo Programa Nacional de Imunizações
(PNI), que promove as diretrizes para todo o sistema de fornecimento de
vacinas em território Nacional, a fim de oferecer os melhores serviços, ou seja,
imunizar o maior grupo de pessoas possíveis.
5
METODOLOGIA
O tipo de pesquisa utilizada nesta monografia é o da pesquisa
bibliográfica (publicações pertinentes ao tema como livros, artigos acadêmicos
e artigos corporativos). A Internet também é utilizada como facilitador na
pesquisa.
Este projeto tem o caráter descritivo que visa mostrar como se dá o
planejamento logístico para a distribuição de vacinas, por uma Organização de
Saúde com finalidade produtiva gerida pela Administração Pública.
6
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 07
CAPÍTULO I
Planejamento de Materiais / Estoque e Distribuição 10
CAPÍTULO II
Conceito sobre Compras e Licitações 17
CAPÍTULO III
Como funciona o fornecimento de vacinas por intermédio e uma Instituição de
Saúde Pública 23
CAPÍTULO IV
Estudo de Caso 30 CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38
ÍNDICE 40
FOLHA DE AVALIAÇÃO 42
7
INTRODUÇÃO
A busca por melhorias tem sido um desafio constante e cada vez mais
“disputados” pelas empresas atualmente. Este cenário tem demonstrado que
mesmo as organizações públicas têm se articulado em busca de alcançar a
eficiência necessária para melhor cumprimento de sua missão.
O presente trabalho vem mostrar como são feitos os planejamentos de
materiais de consumo, pincelando a execução das compras, para uma
organização com finalidade produtiva, gerida pela administração pública e
como atua sua logística de distribuição.
O capitulo I, mostrará os conceitos de planejamento de materiais /
estoques e distribuições relevantes às atividades administrativas, a
concordância conforme o tempo passa seus conceitos e definições.
O que abrange também uma Instituição Pública são suas formas de
aquisições (modalidades de compras) através de seus processos de compras
e licitações, serão conceituados no capitulo II.
O capitulo III abordará o foco principal do estudo, tratando o
fornecimento de vacinas, sua programação nacional e seu fluxo de
distribuição.
O estudo de caso no capitulo IV, abordará à Instituição pesquisada,
sua fundação, produtos e atividades logísticas.
A produção e o fornecimento de vacinas para a população brasileira
são atualmente feitos por produtores nacionais públicos ou empresas
internacionais. Estas operações são regidas pelo Programa Nacional de
8
Imunizações (PNI), que promove as diretrizes para todos envolvidos da cadeia.
Entretanto, existem alguns pontos críticos que se tratados, poderiam trazer
mais eficiência no cumprimento desses objetivos, o fornecimento de vacinas
para a população brasileira. O objetivo deste trabalho será estudar e entender
quais são os pontos críticos que nela existem, e identificados, que sejam
passíveis de melhorias.
A variável encontrada é a liberação de matérias-primas, pois em
alguns casos geram atrasos para a produção, devido alguns gargalos dentro
do processo de aquisição, planejamento e mesmo na análise e liberação do
material. O controle de qualidade é o responsável por realizar testes em todos
os insumos e lotes produzidos garantindo seu grau de qualidade e a satisfação
do consumidor, diante do cenário atual a falta da matéria-prima gera um
impacto diretamente no cumprimento da programação da produção
automaticamente refletido no atendimento ao cronograma de entrega do
Ministério da Saúde.
Os problemas na liberação estão ligados à capacidade de análises que
o setor responsável consegue amostrar, analisar e liberar, devido a falta de
espaços, que podem ser compreendidos e / ou reduzidos através do
planejamento das atividades destinadas a eles, com o auxilio e gerenciamento
do almoxarifado conforme necessidade produtiva e data de entrada das notas
fiscais de recebimento de materiais, com isso eliminando o risco de liberação
de materiais que não serão necessários para a produção naquele momento.
9
CAPÍTULO I
GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS –
PLANEJAMENTO DE MATERIAIS / ESTOQUE E
DISTRIBUIÇÃO
O conceito da gestão da cadeia de suprimentos trouxe como
principal novidade o relacionamento das atividades que antes eram
administradas separadamente, agregando valor a produtos e serviços
essenciais para a satisfação do consumidor. Embora muitas pessoas
confundam a logística com o conceito de cadeia de suprimentos por ambos
terem como objetivos colocar os produtos ou serviços certos, no lugar e na
hora certa, nas condições desejadas, o Council of Logistics Management
(CLM) – Conselho de Gestão de Logística, organização criada para incentivar
a troca de ideias relacionadas a esse campo, clareou tal fato criando a
seguinte definição:
Logística é uma parte dos processos da cadeia de
suprimentos que planeja, implementa e controla fluxos
eficientes e eficazes de bens e serviços, além de garantir
a transmissão da informação do ponto de origem até o
ponto de consumo a fim de atender as necessidades dos
clientes.
A Logística possui uma visão organizacional, que administra os
recursos materiais, financeiros e pessoais, onde exista movimento na
empresa, gerenciando desde a compra e entrada de materiais, o planejamento
de produção, o armazenamento, o transporte e a distribuição dos produtos,
monitorando as operações e gerenciando as informações.
De acordo com Ching (1999), até 1950 as atividades logísticas eram
divididas entre diversas áreas. Com isso havia conflitos, já que nenhum
10
departamento tinha responsabilidade e objetivos concretos a serem
alcançados em relação à logística. Em meados de 1945, algumas empresas já
tinham um departamento especifico para cuidar de transporte e
armazenamento de produtos. Após 1950, foram detectadas mudanças nos
gostos dos consumidores e maiores variedades de mercadorias.
De acordo com Kapoor (2004), distribuição é um dos processos da
logística responsáveis pela administração dos materiais a partir da saída do
produto da linha de produção até a entrega do produto no destino final.
A palavra distribuição esta associada também à entrega de cargas
fracionadas, neste tipo de entrega o produto / material é entregue em mais de
um destinatário, aproveitando a viagem e os custos envolvidos.
Pela definição do Council of Suplly of Chaim Management
Professionals, Logística é à parte do Gerenciamento da cadeia de
abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento
eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos
acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem
até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos
clientes, conforme Carvalho (2002).
De acordo com Correa (2001) planejar é entender como a
consideração conjunta da situação presente e da visão de futuro influencia as
decisões tomadas no presente para que se atinjam determinados objetivos no
futuro. Ainda de acordo com Correa (2001) o processo de planejar deve ser
continuo.
Conforme o tempo passa, o planejador deve estender sua visão de
futuro, em termos práticos, a dinâmica se dá da seguinte forma:
• Levantamento da situação presente;
• Desenvolvimento e reconhecimento da visão de futuro;
11
• Tratamento conjunto da situação presente e da visão de futuro
por alguma lógica que transforme os dados coletados sobre
presente e futuro em informações que passam a ser
disponibilizada numa forma útil para a tomada de decisões
gerenciais logísticas;
O conceito de planejamento de materiais pode ser definido como uma
função administrativa, porém estratégica, dentro da organização, responsável
por determinar, antecipadamente, necessidades a serem atendidas no futuro
com detalhamento das ações necessárias para alcançar objetivos desejados,
maximizando recursos.
Segundo Ballou (1993), administração de materiais e distribuição física
integra-se para formar o que se chama hoje de logística empresarial. A
distribuição física é o ramo da logística empresarial que trata da
movimentação, estocagem e processamentos de pedidos dos produtos finais
da firma.
A seguir serão apresentados o conceito e as definições pertinentes ao
planejamento de materiais e gestão de estoques. São elas:
• Demanda
• Estoque
• Nível de Serviço
1.1 - Demanda
Toda Logística de um produto até seu cliente final, passa por um
processo de planejamento iniciado por uma demanda, seja ela, dependente ou
independente.
12
O conceito de demanda é definido por Correa (2001) também em dois
tipos: dependente e independente. A demanda dependente é aquela que
acontece como consequência direta de outro evento sobre o qual sem algum
tipo de informação e a demanda independente vem do mercado e não está
associada a um fato conhecido.
A Fundação Oswaldo Cruz através de sua Unidade Bio-Manguinhos
possui um Departamento de Logística (DELOG) criado com o objetivo de gerir
o fluxo desde os fornecedores de matéria-prima, bem como o planejamento e
programação de produção, planejamento de materiais e compras e a entrega
dos produtos para o cliente.
Seu planejamento e controle de materiais e produção se dão a partir
de um ciclo anual de planejamento que por sua vez é elaborado com base na
demanda de vacinas que o Ministério da Saúde necessita para atendimento a
população brasileira (tabela 1).
A cadeia de suprimentos abrange todas as atividades
relacionadas com o fluxo e transformação de mercadorias
desde o estágio da matéria-prima (extração) até o usuário
final, bem como os respectivos fluxos de informação.
Materiais e informações fluem tanto para baixo quanto
para cima na cadeia de suprimentos. O gerenciamento na
cadeia de suprimentos é a integração dessas atividades,
mediante relacionamentos aperfeiçoados na cadeia de
suprimentos, com o objetivo de conquistar uma vantagem
competitiva sustentável. (BALLOU, 2006, p.28).
13
Tabela 1: CICLO ANUAL DE PLANEJAMENTO
(Adaptada do Departamento de Logística, referencia 2013).
1.2 – Surgimento e manutenção de estoques
Manter estoques é essencial na administração atual. Porém devemos
considerar que não é desejável manter mais do que as quantidades
necessárias, que por sua vez deve ser tratada estrategicamente pelas
organizações.
De acordo com Correa (2001) os estoques tem a função de regular as
taxas diferentes de suprimentos e consumo de um determinado item. Isto leva,
entretanto aos motivos e razões para o surgimento e manutenção de estoques
de determinados itens.
-Demanda Ministério da Saúde -Planejamento de Produção
-Plano mestre de Produção -Planejamento das necessidades de materiais
-Consolidação das necessidades de materiais de produção
-Planejamento e execução da Compra
-Recebimento, Análise de Qualidade e liberação dos Materiais para Produção
14
Figura 1: Alguns motivos para o surgimento dos estoques (extraída de Correa, 2001, Planejamento, Programação e Controle da produção, 4ª edição).
As incertezas proporcionam em determinadas situações a
possibilidade de coordenar as taxas de suprimento e consumo entre
determinadas etapas de um processo de transformação.
Para disponibilizar estoques no canal de distribuição – pipeline – é
necessária uma operação logística de transporte, a fim de deslocar os
produtos das fábricas para os centros de distribuição. Este caso é o mais
comum para produtos de consumo e perecível.
1.2.1 – Gestão de Estoque
A gestão de estoque tem como principal característica o
desenvolvimento de modelos adequados para o gerenciamento e controle dos
estoques considerando as características de cada grupo de itens e quando
estes itens devem ser ressupridos. É necessária a decisão do momento e da
quantidade a ser ressuprida objetivando que o estoque possa atender às
necessidades da demanda.
15
De acordo com a literatura, existem modelos para a gestão de estoque
conforme as variações das necessidades de ressuprimento. São elas:
• Gestão de estoque de itens de demanda independente
• Ponto de reposição e lote econômico
Para Arnold (1999), os objetivos da administração de estoques são:
• Excelência no atendimento ao cliente
• Operação de fábrica de baixo custo
• Investimento mínimo em estoque
1.3 – Nível de Serviço
O nível de serviço, que também é conhecido por várias outras
denominações (serviço ao cliente, OTIF – On time full, pendências) indica o
percentual de atendimento às solicitações dos clientes na quantidade e prazo
estabelecido.
Conforme Hélio Meirim (2013), as empresas buscam se diferenciar de
seus concorrentes através de inovações. Na busca por esta diferenciação, a
logística vem assumindo papel importante e cada vez mais decisivo para a
manutenção dos clientes atuais, bem como atrair, conquistar e manter novos
clientes. O que torna importante mensurar o Nível de Serviço Logístico que
consiste avaliar o ciclo de pedido, considerando desde a recepção do pedido
até a entrega deste ao cliente.
Para cumprimento de um bom nível de serviço citamos o Controle de
Qualidade, departamento extremamente indispensável para atendimento de
um nível de serviço com excelência. Assim notamos que a Qualidade não é de
responsabilidade do Departamento que o controla, à responsabilidade é de
todos.
16
CAPÍTULO II
GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS –
CONCEITO SOBRE COMPRAS E LICITAÇÕES
O processo de compras inicia a partir da necessidade de aquisição de
qualquer bem ou serviço dentro de uma organização.
Seu conceito pode ser definido como uma função administrativa dentro
da organização, responsável por coordenar um sistema de informações e
controle capaz de adquirir externamente, para garantir o fluxo de materiais
necessários à missão da organização, bens e serviços na quantidade certa, na
qualidade certa, da fonte certa, no exato momento e ao preço certo.
Licitação pode ser definida como um procedimento administrativo, uma
sucessão ordenada de atos que visam a garantir princípios jurídicos
consagrados e controladores dos atos da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios.
A licitação procura, portanto, atingir dois objetivos: selecionar a
proposta mais vantajosa para a administração e proporcionar iguais
oportunidades àqueles que desejam contratar com a Administração Pública,
conforme Mello (2003); Meireles (1999).
2.1 – Objetivos do Sistema de Compras e Licitações
Atualmente a função de Compras assume um papel estratégico nos
negócios, face o volume de recursos, principalmente financeiros envolvidos,
que deixa cada vez mais para traz a visão de uma atividade burocrática e
passa a fazer parte do processo de logística das organizações, ou seja, como
parte da cadeia de suprimentos.
17
De acordo com Martins (2002) os objetivos de Compras devem estar
alinhados aos objetivos estratégicos da empresa, visando o melhor
atendimento ao cliente interno e externo.
2.2 – Licitações e Contratos
A Lei 8.666/93 estabelece normas gerais sobre licitações e contratos
administrativos pertinentes à obra, serviços, inclusive de publicidade, compras,
alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
2.3 – Modalidades de compras públicas
As compras públicas podem ser feitas dentro de cinco modalidades de
licitação ou pela sua dispensa de acordo com os preceitos das legislações
vigentes, são elas:
I – concorrência;
II – tomada de preços;
III – convite;
IV – concurso;
V – Pregão, criado através de Medida Provisória nº 2.026/2000 e
atualmente regida pela lei 10.520/02.
2.3.1 – Concorrência
A Concorrência é a modalidade de licitação adequada à contratação
de grandes volumes ou impactos, estabelecida por duas faixas de valor: para
obras e serviços de engenharias. Com aquisição que variam de R$ 650.000,00
a R$ 1.500.000,00, para materiais e serviços e obras e serviços de engenharia.
Apesar da Lei nº 8.666/93, dar uma definição mínima de valores para a
concorrência e importante salientar que essa modalidade é cabível para
18
qualquer valor de contratação. Portanto, a utilização da concorrência é possível
mesmo para aqueles itens que apresentem valores abaixo desse limite. No
entanto, o administrador deverá avaliar bem essa escolha, pois, às vezes, não
é viável se efetuar uma concorrência para um objeto com valor muito baixo, já
que custo processual poderá ser maior que o valor do próprio objeto.
Quanto às concorrências internacionais, nelas se permite à
participação de empresas nacionais e estrangeiras, que competirão em
igualdade de condições, as quais poderão ser verificadas no momento da
cotação dos preços, pois quando for permitido à licitante estrangeira
apresentar proposta em moeda estrangeira, onde essas permissões também
se estenderão às licitantes nacionais.
Na concorrência a habilitação preliminar e as propostas deverão ser
processadas e julgadas por comissão permanente ou especial de, no mínimo
três membros, sendo que pelo menos dois deles deverão ser servidores
qualificados, pertencentes ao quadro permanente do órgão responsável pela
licitação.
2.3.2 – Tomada de Preços
A principal característica da tomada de preços é que se destina a
interessados devidamente cadastrados e, por força da Lei nº 8.666/93, ela
também passou a se estender aos interessados que atenderem a todas as
condições exigidas (documentações exigidas relativas à habilitação) para o
cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas.
Outra característica importante a ser mencionada é que os
interessados ainda não cadastrados poderão apresentar sua documentação
até o terceiro dia anterior a data prevista para recebimento das propostas, esse
procedimento de análise da documentação deverá ser agilizada pela comissão
19
pertinente, a fim de que as empresas não participem em condições de
cadastramentos passíveis de serem revistas, causando prejuízos à licitação.
2.3.3 – Convite
O convite é a modalidade de licitação utilizada para contratações de
menor vulto, ou seja, para aquisições de materiais e serviços com valores
limites pré-fixados.
Essa modalidade se destina a interessados que pertençam ao ramo de
atividade pertinente ao objeto a ser licitado, que poderão ou não ser
cadastrado no órgão que promover o certame, tendo como principal exigência
o convite feito pela Administração. Como pressuposto desta modalidade,
temos que para sua validade ser necessário haver pelo menos três convidados
para a realização do certame.
Outro aspecto a ser salientado é que três é um número mínimo, o que
não impede que a Administração admita uma quantidade maior de convidados.
O § 6º do art. 22 da Lei nº 8.666/93 dispõe que quando existirem na
praça mais de três interessados para o item a ser licitado, a cada novo convite
que possua objeto da mesma espécie ou do mesmo gênero, a Administração
deverá, obrigatoriamente, convidar sempre mais um interessado, até que
existam cadastrados (Fornecedores) que não tenham sido convidados em
licitações anteriores. Essa é a chamada rotatividade de licitantes.
No que tange os convites em âmbito internacional esses também são
passíveis de ocorrer, desde que as contratações estejam dentro dos limites
dessa modalidade e não haja fornecedor do bem ou serviço no país.
2.3.4 – Concurso
20
É a modalidade de licitação destinada à escolha de trabalho técnico
científico ou artístico, ou seja, para trabalhos que exijam uma criação
intelectual. Também é utilizada para a escolha de projetos arquitetônicos.
Diante dessa definição, a primeira distinção a ser feita é que esta
modalidade não tem nada a ver com o concurso destinado à contratação de
pessoal para o serviço público (este não se caracteriza como licitação).
Nesta modalidade de licitação, Concurso, poderão participar quaisquer
interessados que atenderem as exigências do Edital.
No concurso há a instituição de prêmio ou remuneração que não
possuem um caráter de pagamento aos serviços prestados, e sim de incentivo.
O pagamento estará condicionado aos direitos correlatos do trabalho cedido à
Administração pelo autor do projeto, que poderá se valer para fins previstos
nas condições de licitações.
2.3.5 – Pregão
Uma licitação tem o intuito de selecionar as propostas mais vantajosas
e iguais oportunidades aos Fornecedores que desejam contratar com a
Administração Pública.
Na administração moderna o Pregão foi utilizado inicialmente pela
Agencia Nacional de Telecomunicações – ANATEL, em 1998, já que as
Agencias possuíam autonomia para efetuar suas regulamentações para o
processo de licitações, desde que, não ferindo os princípios constitucionais.
Esta modalidade de âmbito da União foi criada em 1998, através da
medida provisória nº 2.026/2000, por intermédio da Lei nº 10.520/02.
21
No âmbito do Governo Federal, o Pregão foi regulamentado pelo
Decreto nº 3.555, e 08 de agosto de 2000, que foi posteriormente alterado pelo
Decreto nº 3.693, de 20 de dezembro de 2000 e pelo Decreto nº 3.784, 06 de
maio de 2001. O Governo Federal expediu o Decreto nº 3.697, de 21 de
dezembro de 2000, dispondo todo o procedimento do Pregão eletrônico,
realizado via Internet, o qual foi revogado pelo Decreto nº 5.450, de 31 e maio
de 2005. Notar que a maioria da regulamentação do Pregão foi efetivada antes
mesmo de ser sancionada a Lei nº 10.520/2002.
No âmbito do direito administrativo o Pregão é a modalidade licitatória
para aquisição de bens e serviços comuns, qualquer que seja o valor estimado
para contratação, em que a disputa pelo fornecimento é realizada por meio de
propostas e lances em sessão pública, seja ela presencial ou de forma
eletrônica.
.
22
CAPÍTULO III
COMO FUNCIONA O FORNECIMENTO DE VACINAS
POR INTERMÉDIO DE UMA INSTITUIÇÃO DE SAÚDE
PÚBLICA.
Primeiramente é preciso entender como age uma Instituição de Saúde
Pública, seus desafios e investimentos em pesquisas.
Figura 2: Complexo tecnológico de Bio-Manguinhos / Fiocruz (extraída do Relatório
anual de Bio-Manguinhos, 2011, p. 74).
De acordo com Artur Couto (2012), diretor de Bio-Manguinhos, “é
preciso Inovar para Crescer”. Ser uma instituição estratégica de Estado para a
saúde pública brasileira é um desafio que requer o contínuo investimento em
pesquisa, desenvolvimento e inovação. A estratégia de Bio-Manguinhos para
dar conta deste compromisso está baseada na tríade Consolidar, Crescer e
Inovar, que guia o Instituto rumo à definição de soluções efetivas para as
demandas de saúde do país, ao estabelecimento de uma gestão de
excelência, em um contexto de sustentabilidade, e à ampliação do acesso da
23
população brasileira aos produtos e serviços de saúde, de forma alinhada aos
princípios do Sistema Único de Saúde (SUS).
A consolidação de Bio-Manguinhos como uma instituição de referência
em imunobiológicos requer o desenvolvimento de um sistema produtivo e de
gestão da qualidade capaz de contribuir efetivamente para a resolução
também de questões globais – o que é possível por meio da exportação da
produção excedente
A demanda de vacinas no país vem aumentando cada vez mais,
porém a infraestrutura dos produtores nacionais, baixos recursos disponíveis,
não têm conseguido acompanhar este crescimento. Na busca constante pela
inovação e ampliação da carteira de produtos, o Instituto Bio-Manguinhos tem
firmado importantes parcerias tecnológicas para atendimento aos programas
públicos de saúde.
O Instituto tem incorporado novos produtos ao seu portfólio para
atender de forma rápida e eficiente essas demandas existentes, e somente no
ano de 2011 foram fornecidas ao Ministério da Saúde (MS) mais de 140,9
milhões de doses de vacinas para o Programa Nacional de Imunizações (PNI),
para garantir à população acesso gratuito a imunobiológicos de alta qualidade.
Para sustentar e manter a qualidade de seus processos, o Instituto
dispõe de uma moderna infraestrutura no campus sede na cidade do Rio de
Janeiro. Seu parque industrial, onde são produzidos nove tipos de vacinas, 14
reativos para diagnostico e dois biofármacos, é um dos mais avançados da
América Latina, que faz parte integrante do processo de inovação, com o
objetivo de atender a crescente demanda do Ministério da Saúde.
Diante da expansão da linha de produtos produzidos, estaremos
abordando apenas a vacina de febre amarela e de uma forma macro o total de
excedentes exportados nos próximos capítulos.
24
3.1 – Indústria Produtora de Vacinas
As indústrias farmacêuticas apresentam uma variedade de produtos,
como químicos, naturais e biotecnológicos, sendo as principais empresas
globalizadas e integradas.
O setor farmacêutico é baseado na inovação tecnológica e na
propriedade intelectual na forma de patentes. Estas patentes garantem
exclusividade de mercado e geram altos ganhos, conforme Fardelone (2006);
Branchi (2006).
A produção de vacinas é uma área que exige uma base cientifica e
tecnológica intensa, cuja produção possui um alto custo fixo e um longo ciclo
produtivo, necessitando assim de uma larga escala produtiva.
Existem dois tipos de segmentos para a indústria produtora de vacinas
no Brasil: o segmento público voltado para a oferta ao interior do Sistema
Único de Saúde (SUS) e o privado que se organiza em torno de clínicas,
consultórios, hospitais, e outros espaços privados.
O mercado de vacinas é cercado de desafios. Trata-se de uma área
que requer uma base científica e tecnológica intensa, cuja produção possui
alto custo, portanto tendo necessidade de operar em larga escala, e, além
disso, tendo um ciclo produtivo longo.
3.2. – Programa Nacional de Imunizações (PNI)
O PNI é uma iniciativa do Ministério da Saúde considerada uma das
mais importantes ações de saúde pública no país, sendo este um dos
melhores programas de imunizações do mundo. O PNI é quem promove as
diretrizes necessárias para todo o fornecimento de vacinas em território
25
nacional, ou seja, toda operação logística é regida por este Programa, seja ela
de Instituição Pública ou Privada.
Figura 3: Programa Nacional de Imunizações (PNI) (extraída do Relatório anual de
Bio-Manguinhos, 2011, p. 20).
3.3 – Vacina Febre Amarela
O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) é
reconhecido internacionalmente como fabricante da vacina febre amarela
(antiamarílica). Desde 1937, as preparações vacinais são obtidas em seus
laboratórios a partir da cepa atenuada 17D do vírus da Febre Amarela,
26
cultivada em ovos embrionados de galinha livres de agentes patogênicos, de
acordo com as normas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde.
À vacina febre amarela, assim como outras (não mencionadas neste
artigo) produzidas pela Instituição, atende prioritariamente a demanda nacional
enviada pelo Ministério da Saúde e, seu excedente é destinado ao cenário
internacional para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização
Pan-Americana da Saúde (Opas) e o Fundo das Nações Unidas para a
Infância (Unicef).
Figura 4: Vacina febre amarela (atenuada) 5 doses (extraída do Relatório anual de
Bio-Manguinhos, 2011, p. 34).
Esta se trata de uma demanda independente, porém todo material
indireto ao lote de vacinas, ou seja, não proporcional ao lote, são planejados
com base em estimativas de consumo anuais e os insumos diretos,
proporcionais ao lote, planejados após recebimento da demanda.
O cronograma de entrega é enviado pelo Ministério da Saúde pré-
estabelecido pelo PNI e Bio-Manguinhos processa conforme o ciclo anual de
planejamento (tabela 1).
27
No ano de 2011 foram atendidos ao PNI mais de 140,9 milhões de
doses de vacinas, de um total produzido de pouco mais de 144,6 milhões de
doses, sendo 11 milhões de doses de vacinas de febre amarela em frascos de
5 doses (figura 4). E todo o excedente foi destinado ao cenário internacional.
Tabela 2: DEMONSTRATIVO DE FORNECIMENTO, EM DOSES DE VACINA
VOLUME TOTAL FORNECIDO DE VACINAS (EM MIL DOSES) 2009 2010 2011 128.774 79.882 140.924 (Adaptada do Relatório anual de Bio-Manguinhos, 2011, p. 21).
TOTAL DE EXCEDENTES DA CAPACIDADE PRODUTIVA (EM DOSES) 2009 2010 2011 17.631.300 4.804.900 3.696.900 (Adaptada do Relatório anual de Bio-Manguinhos, 2011, p. 21).
Nota: considerando as entregas de janeiro a dezembro de cada ano.
No mesmo ano o Instituto foi inspecionado pela Agencia Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) nas áreas de qualidade e produção dessa
vacina, recebendo novamente o Certificado de Boas Práticas de Fabricação
(BPF).
3.4 - Logística de Distribuição
Para que os produtos cheguem às secretarias, o Ministério da Saúde
conta com o auxilio da Central Nacional de Armazenamento e Distribuição de
Imunobiológicos (CENADI). A ideia de criar uma central de distribuição que
centralizasse toda demanda para distribuição de uma só vez, aconteceu em
1982, constituída nas dependências da Fiocruz. A CENADI conta com câmaras
frigoríficas para armazenagem de todo imunobiológicos e posterior distribuição
da vacina a todo o país.
28
A distribuição da vacina pelo país conta com uma estrutura de rede de
frio, que engloba o processo de recebimento, armazenamento, conservação,
manipulação, distribuição e transporte, assegurando que ela mantenha sua
característica inicial. A CENADI também é responsável por enviar amostras
para que o laboratório faça sua análise.
Todo este processo logístico para cumprimento do cronograma de
entrega passa por um processo de validação, desde os insumos, o produto
acabado até os veículos para transporte das vacinas pelo Instituto Nacional de
Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), uma Unidade da Fundação
Oswaldo Cruz, e atualmente o maior laboratório de controle de qualidade
externo. A figura 5 descreve o fluxograma da rede de frios no país.
Figura 5: Fluxo da rede de distribuição (adaptado do Departamento de Relação com o Mercado, referencia 2013).
Estes são distribuídos para os estados por via aérea ou terrestre em
caixas térmicas e enviadas de acordo com o cronograma pré-estabelecido pelo
PNI.
FLUXOGRAMA DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO
Postos de Saúde Nível
Estadual
Postos de Saúde Nível
Regional
Postos de Saúde Nível
Municipal
LABORATORIO PRODUTOR – BIO-MANGUINHOS / FIOCRUZ
CENADI
29
CAPÍTULO IV
ESTUDO DE CASO
4.1 – Bio-Manguinhos
O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos),
unidade técnico-científica da Fiocruz, atualmente produz e desenvolve
imunobiológicos. Sua missão é contribuir para melhoria da saúde pública
brasileira visando atender o quadro epidemiológico mundial e do País.
Fundada em 1976, Bio-Manguinhos é atualmente referência no setor, o
Instituto é o maior fornecedor de imunobiológicos para o Ministério da Saúde,
suprindo as necessidades de vacinas indicadas pelo Programa Nacional de
Imunizações (PNI).
4.1.1 História de Bio-Manguinhos
A história de Bio-Manguinhos está estreitamente ligada a da Fundação
Oswaldo Cruz, por ser uma das suas unidades técnico-científicas. Sua
estruturação se deu a partir da Usina Piloto de Manguinhos para a produção
de vacina contra meningite em 1975. Dada, então, sua criação em 1976.
A Fiocruz nasceu como Instituto Soroterápico Federal, em 1900,
passando a se chamar Instituto Oswaldo Cruz posteriormente, antes de
receber o atual nome. Localizada em Manguinhos, no Rio de Janeiro, atende
às demandas nacionais no campo da saúde pública.
Bio-Manguinhos tem grande responsabilidade nesse objetivo, uma vez
que é a unidade voltada à promoção, ao desenvolvimento e à produção de
imunobiológicos de interesse para a população brasileira.
30
Desde então, Bio-Manguinhos tem evoluído atuando junto a outros
Institutos firmando parcerias na transferência tecnológicas para expandir seus
horizontes.
Em 1985 ocorreu o fim da dependência brasileira das importações de
soros e vacinas através do investimento em laboratórios e plantas industriais e
do lançamento do programa de autossuficiência nacional em imunobiológicos.
A construção do Complexo Tecnológico de Vacinas Bio-Manguinhos
(CTV), localizado no campus da Fiocruz do Rio de Janeiro, teve inicio em
1990.
Em 1997 Bio-Manguinhos inicia a implementação de um novo modelo
de gestão, com o objetivo de uma nova estrutura organizacional visando
avaliação de resultados, autonomia, auto sustentabilidade, agilidade e
flexibilidade operacional. Em 1997 foi inaugurado o Centro de Processamento
Final de Imunobiológicos (CPFI), Permitindo atrair novas tecnologias
internacionais de produção de vacinas.
Em 2001 Bio-Manguinhos obtém a certificação nacional de Boas
Práticas de Fabricação (BPF) da vacina febre amarela, emitida pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), passo fundamental para a
qualificação internacional. A unidade alcançou também a qualificação da
Organização Mundial de Saúde para atuar como fornecedora internacional
deste produto, fato inédito na área de produção de vacinas no Brasil.
Principais produtos fornecidos por Bio-Manguinhos
Vacinas:
• Febre amarela
• Poliomielite
• DTP e Hib
31
• Hib
• Meningite A e C
• Sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral)
Reativos:
• Dengue
• HIV
• Leishmaniose
• Leptospirose
Biofármacos:
• Alfainterferona 2b
• Alfaepoetina
4.2 – Departamento de Logística
O objetivo do Departamento de Logística de Bio-Manguinhos é gerir os
fluxos físicos e de informações, desde fornecedores, passando pelo
planejamento e programação da alocação dos recursos produtivos, aquisições
e armazenagem até a entrega do produto para o cliente.
A estrutura organizacional do Departamento se caracteriza por um
núcleo operacional, interligando as áreas de Compras, Planejamento e
controle de materiais e Planejamento e controle de produção, objetivando
promover níveis adequados de atendimentos e serviços prestados às áreas de
produção. Sua estrutura é composta por três divisões e atribuições:
• Divisão de Operações Logísticas (DIOPE) subdivida em duas seções de
compras: seção de Compras Nacionais (SECOM) e seção de Compras
por Importação (SEIMP).
32
• Divisão de Planejamento Logístico (DIPLO) subdivida em três seções
estratégicas: seção de Planejamento e Controle de Materiais (SEPCM);
seção de Planejamento e Controle de Produção (SEPCP) e; seção de
Gestão Estratégica de Fornecedores de Materiais (SEGEF).
• Divisão de Armazenamento e Movimentação de Materiais e Produtos
Acabados (DIMOA), que englobam os almoxarifados de matérias-primas
(CEADI) e produtos acabados (CAPA).
Figura 6: Organograma do Departamento de Logística / Bio-Manguinhos (extraída da COPPE,
Manual de atribuições do Departamento de Logística, 2006, Versão 3).
4.2.1 – Operação Logística
A Divisão de Operações Logística (DIPLO) tem uma função relevante
dentro da cadeia logística de Bio-Manguinhos, pois seu objetivo principal é
garantir as aquisições de todas às necessidades da Unidade, através da seção
33
de Compras Nacionais, buscando garantir as compras mais vantajosas e no
tempo certo, ainda exercendo os princípios constitucionais outorgados pela
Legislação vigente. Além disso, a seção de compras tem conseguido evoluir
gradativamente, compactando os recursos disponíveis para uma execução
eficiente na média de atendimentos das compras para seus clientes internos.
Figura 7: Gráfico demonstrativo da evolução da Seção de Compras Nacionais (extraído do
Relatório de atividades corporativas, 2013, p. 13).
4.2.1.1 – Oportunidade de melhorias
As oportunidades de melhorias poderão ser implantadas buscando
garantir a eficácia na realização das atividades fins da seção de Compras.
Com o intuito de promover as ações e respostas rápidas e maior gestão de sua
gerencia:
• Implantação de gestão por indicadores de metas e resultados, a
fim de garantir não só a quantidade de processos como também
a qualidade destes realizados;
34
• Redução dos tempos médios de compra para cada modalidade
e análise critica dos pedidos;
• Feedback individual para cada colaborador, mantendo o foco
nas ações e prestação de serviços, garantindo o fluxo e
procedimentos, mapeando-os ao longo do período;
Os problemas relativos ao planejamento, como: necessidade de
replanejamento em curto prazo, aquisições emergenciais ou repetidas
ocasionadas pelas ocorrências de novas demandas ou mudanças de
cronogramas do MS, ou ainda, lead times maior que o desejado indicado nas
aquisições de compras. Também são sugeridas melhorias visando uma melhor
execução de suas atividades como:
• Antecipação à demanda do Ministério da Saúde, sob a forma de
planejamento de itens de comum utilização compactando a
grande quantidade de volume em tempos diferentes;
• A diluição de pedidos em carteira por grupos de estoques,
evitando a grande concentração de pedidos ao final do ano ou
no recebimento do cronograma do Ministério da Saúde;
• Adequar o maior número de pedido à modalidade Pregão
eletrônico pelo sistema registro de preços (em conjunto com a
seção de compras), que seria um facilitador para as aquisições
das necessidades no tempo certo, evitando assim a falta de
materiais / produtos para atendimento de seu principal cliente
externo (Ministério da Saúde).
35
CONCLUSÃO
Ao longo deste trabalho buscamos demonstrar uma análise sucinta da
cadeia de vacinas no Brasil, especificamente à vacina de febre amarela,
através do levantamento das informações obtidas pela leitura de documentos,
artigos e relatórios, quanto pela experiência na área de atuação.
Diferenças de exercícios realizados para aquisições de compras e
planejamento de materiais em uma Organização gerida pela Administração
Pública nos chamam a atenção ao longo deste artigo. As formas de aquisições
na gestão pública se diferenciam por características, procedimentos e valores
que devem respeitar as leis vigentes.
Foi possível observar a burocracia de um processo licitatória, porém
são mais vantajosos para Administração visando proteger os recursos públicos
disponíveis.
Manter estoques é essencial na administração atual. Porém devemos
considerar que não é desejável manter mais do que as quantidades
necessárias, que por sua vez deve ser tratada estrategicamente pelas
organizações.
Importante notar que o trabalho cumpriu com os objetivos propostos de
facilitar o leitor a identificar todo o processo logístico que permeia a
estruturação da distribuição de vacinas no Brasil através de seus envolvidos, o
Ministério da Saúde (MS) e o Programa Nacional de Imunizações (PNI), estes,
responsável por fornecer o cronograma nacional de vacinação, e suas formas
de operar o processo.
Foi transmitido, ainda, um embasamento conceitual da indústria
produtora de vacina, demanda, planejamento de materiais e aquisições de
compra, considerando as necessidades de uma indústria gerida pela
Administração Pública, onde a decisão de produção é baseada em previsões,
36
considerados “sistemas empurrados”, ou seja, “ordens provenientes de
varejistas e não do consumidor final”, levando em conta a burocracia de
aquisição imposta pela legislação vigente
Através do levantamento das informações foi possível estruturar de
uma visão sistêmica o funcionamento da cadeia, o que permitiu a extração de
informações relevantes para esse trabalho.
A indústria produtora de vacina foi escolhida para a pesquisa, pois as
vacinas necessitam de uma base cientifica e tecnológica, cuja produção é o
foco principal para que o cronograma do MS seja cumprido de maneira
adequada.
Os problemas na liberação estão ligados à capacidade de análises que
o setor responsável consegue amostrar, analisar e liberar, que podem ser
compreendidos e / ou reduzidos através do planejamento das atividades
destinadas a eles, com o auxilio e gerenciamento do almoxarifado conforme
necessidade produtiva e data de entrada das notas fiscais de recebimento de
materiais, com isso eliminando o risco de liberação de materiais que não serão
necessários para a produção naquele momento.
Com relação às propostas de melhorias, seria necessário que o
Departamento Logístico, realizasse uma revisão dos procedimentos internos, a
fim de cumprir com êxito a produção final para atendimento do cronograma ao
seu cliente final, Ministério da Saúde. Uma “primícia” de gestão eficiente e
eficaz, viabilizando melhorias na prestação de serviços de saúde para a
população brasileira.
Por fim, compromissos assumidos junto à sociedade brasileira,
cumprimento das exigências da Administração Pública e otimização dos
recursos disponíveis, são atributos que norteiam o Instituto de Tecnologia em
Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz).
37
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALVARENGA, Antônio C. NOVAES. Antonio G. N. Logística Aplicada:
suprimento e distribuição física. 3ª ed. São Paulo. Ed. Edgar Blucher Ltda.
2000.
BIO-MANGUINHOS. Disponível em: <http://www.bio.fiocruz.br>. Acesso em:
08 maio. 2013.
CARVALHO, José Meixa Crespo. Logística. 3ª ed. Lisboa: Edições Silabo,
2002. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org>. Acesso em: 08 maio. 2013.
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Rio de Janeiro. COPPE, 2006.
CORREA, Henrique L et ali. Planejamento, programação e controle da
produção: MRPII/ERP: conceitos uso e implantação. 4ª ed. São Paulo .
Atlas, 2001.
GADELHA, C.A.G. A produção e o desenvolvimento de vacinas no
Brasil. História, ciência saúde - Manguinhos, v.3, n.1, pp. 111-132. 1996.
MEIRELLES, Hely Lopes. Licitação e contrato administrativo. 12ª ed. São Paulo.
Malheiros, 1999.
MELLO, Celso Antônio Bandeira. Curso de direito administrativo. 15ª ed.
São Paulo. Malheiros, 2003.
38
MESNARD, Claudia C. Planejamento de Materiais para Indústria de
Vacinas gerida pela Administração Pública com foco na estratégia de
Compras nacionais. 1ª ed. Rio de Janeiro. UFRJ, 2009.
Nivel de Serviço Logístico: Um diferencial Competitivo. Disponível em:
<http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/nivel-de-
servico-logistico-um-diferencial-competitivo/12472/>. Acesso em: 23 out. 2013.
Normas do Council of Logistics Management . Disponível em:
<http://cadernoeideias.blogspot.com.br/2009/12/logistica-empresarial-clm-council-
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OLIVEIRA, Soraya C.S. Análise da Cadeia de Suprimentos de Vacina no
Brasil. 185 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – COPPE,
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KAPOOR, Satish K.; KANSAL, Purva - Basics of distribution management: a
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<http://pt.wikipedia.org>. Acesso em: 08 maio. 2013.
Pregão eletrônico: comentários ao Decreto nº. 3.697, de 21 de dezembro
de 2000, considerando as regras da Lei nº. 10.520, de 17 de julho de 2002.
Rio de Janeiro: Temas & Idéias Editora, 2003.
39
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
RESUMO 4
METODOLOGIA 5
SUMÁRIO 6
INTRODUÇÃO 7
CAPÍTULO I
(Planejamento de Materiais / Estoque e Distribuição) 10
1.1 - Demanda 12
1.2 – Surgimento e Manutenção de Estoque 14
1.2.1 – Gestão de Estoque 15
1.3 – Nível de Serviço 16
CAPÍTULO II
(Conceito sobre Compras e Licitações) 17
2.1 – Objetivo do sistema de Compras e Licitações 17
2.2 – Licitações e Contratos 18
2.3 – Modalidade de compras Públicas 18
2.3.1 – Concorrência 18
2.3.2 – Tomada de Preços 19
2.3.3 – Convite 20
2.3.4 – Concurso 21
2.3.5 – Pregão 21
40
CAPITULO III
(Como funciona o fornecimento de vacinas por intermédio de uma Instituição
de Saúde Pública) 23
3.1 – Industria produtora de Vacinas 25
3.2 – Programa Nacional de Imunizações (PNI) 25
3.3 – Vacina Febre Amarela 26
3.4 – Logística de Distribuição 28
CAPITULO IV
(Estudo de Casos) 30
4.1 – Bio-Manguinhos 30
4.1.1 – História de Bio-Manguinhos 30
4.2 – Departamento de Logística 32
4.2.1 – Operação logística 33
4.2.1.1 – Oportunidade de Melhorias 34
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38
ÍNDICE 40
FOLHA DE AVALIAÇÃO 42
41
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
Título da Monografia: DISPONIBILIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE,
PLANEJAMENTO DE MATERIAIS E O FORNECIMENTO DE VACINAS NO
BRASIL, DENTRO DE SUA LOGÍSTICA.
Autor: RODRIGO SOUZA GOULART
Data da entrega: 29/01/2014
Avaliado por: Conceito: