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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PQVTs – PROGRAMAS DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO Por: Elisangela dos Santos Morais Orientadoras Prof. Marcella Estevez Prof. Adelia Maria O. Araujo Goiânia – Go 2010 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · Já o capitulo III descreve os Programas de Qualidade de Vida no Trabalho PQVT, implantados nas Empresas entrevistadas. 10 CAPÍTULO

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PQVTs – PROGRAMAS DE QUALIDADE DE VIDA NO

TRABALHO

Por: Elisangela dos Santos Morais

Orientadoras

Prof. Marcella Estevez

Prof. Adelia Maria O. Araujo

Goiânia – Go

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

]

PQVTs – PROGRAMAS DE QUALIDADE DE VIDA NO

TRABALHO

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão em

Recursos Humanos.

Por: Elisangela dos Santos Morais.

3

AGRADECIMENTOS

Ao Clube Jaó e a Rhede

Transformadores que muito

contribuíram para a realização deste.

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu filho

Guilherme e ao meu esposo e

companheiro Luciano.

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RESUMO

A qualidade de vida no trabalho proporciona uma maior participação por parte

dos trabalhadores nas decisões da empresa, promove melhor integração entre

colaboradores, melhora a saúde e motiva as pessoas a terem hábitos mais

saudáveis de vida. A QVT tem tanto o objetivo de melhorar as condições e

saúde do trabalhador, como também objetiva que a Empresa seja competitiva,

tenha responsabilidade social entre outros. Os programas de QVT promovem

organizações socialmente responsáveis e que criam espaços nos quais os

trabalhadores possam crescer pessoal e profissionalmente.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada nesse estudo foi exploratória tendo como fonte

de coleta de dados a pesquisa de campo e bibliográfica.

O objetivo do estudo é demonstrar a importância dos PQVTs -

Programas de Qualidade de Vida no Trabalho e citar alguns exemplos de

Programas de Qualidade de Vida.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – SAÚDE E QVT 10

1.1 - Histórico da QVT 12

1.2 - Problemas de Saúde nas Organizações 15

1.3 - A importância dos programas de QVT 18

CAPÍTULO II – INDICADORES DE QVT 22

2.0 – Conceito 22

2.1 – Os modelos de QVT 23

CAPÍTULO III – PROGRAMAS DE QVT 32

3.1 – Etapas para implantação do programa de QVT 32

3.2 – Avaliação dos programas de QVT 35

3.3 – Estudos de caso 36

3.4 – Discussão 52

CONCLUSÃO 55

ANEXOS 57

BIBLIOGRAFIA 62

ÍNDICE 64

FOLHA DE AVALIAÇÃO 66

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INTRODUÇÃO

A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) diz respeito à satisfação do

individuo na realização do seu trabalho, ou seja, o quanto o trabalho pode

satisfazer suas necessidades pessoais. Para sabermos se uma pessoa tem

QVT, é preciso avaliar o estilo de vida dessa pessoa (alimentação, tipos de

lazer, educação, nível de estresse e outros).

O Conceito de QVT implica em profundo respeito pelas pessoas. Para

alcançar níveis elevados de qualidade e produtividade, as organizações

precisam de pessoas motivadas, que participem ativamente nos trabalhos que

executam e que sejam adequadamente recompensadas pelas suas

contribuições (Chiavenato, 2004).

Para que a Organização se mantenha competitiva no mercado, é

imprescindível a gestão da qualidade total. Para a satisfação do Cliente é

necessário investir nos funcionários, pois estes são as “molas mestras” de

qualquer negócio. Somente o funcionário pode garantir a produção de bens ou

serviços com qualidade.

Sabe-se que a Qualidade de Vida pode representar para a Empresa

maior lucratividade, pois: facilita o aumento de produtividade, melhora a

qualidade e incentiva a iniciativa, a criatividade e o trabalho em equipe;

também interfere no nível de satisfação do trabalhador, no clima

organizacional, no relacionamento interpessoal e incentiva o trabalhador a ter

hábitos saudáveis de vida.

Este trabalho tem como objetivo apresentar as vantagens do programas

de QVT e através do estudo de casos, citar exemplos de implantação de

programas de Qualidade de Vida no Trabalho que possam trazer resultados

satisfatórios para empresa e trabalhadores, com baixo custo de implantação.

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Nosso estudo também tem como objetivo demonstrar através da

fundamentação teórica, como os programas de ginástica laboral, programa

de qualidade 5S, o futebol, a yoga, e as campanhas de saúde se relacionam

com indicadores de QVT.

Os programas de QVT trazem benefício para a Empresa – melhor

lucratividade, produtividade e diminuição de custos com afastamentos,

assiduidade e rotatividade, ainda promove a fidelidade dos clientes, através de

programas de responsabilidade social e ambiental - e para o Empregado –

vida mais saudável, maior satisfação no desempenho de suas atividades e

melhor equilíbrio emocional. Também melhora as condições físicas, sociais e

psicológicas do trabalho.

No estudo realizado e organizado por Macedo (2004), sobre a

percepção dos trabalhadores sobre a qualidade no trabalho em Goiás – prêmio

SESI, alguns trabalhadores alegaram que, anteriormente à implantação do

PQVT ( Programas de Qualidade de Vida no Trabalho ), o trabalho era difícil,

pois não havia integração, convívio social e comunicação por causa do sistema

administrativo ultrapassado. Declararam que não havia atividades recreativas

como esporte, lazer e educação, nem programas de segurança no trabalho.

Neste estudo vamos abordar que tipos de programas podem ser implantados

em uma Empresa para favorecer a QVT e qual a percepção desses programas

para os colaboradores.

No capítulo I apresentamos o conceito histórico do tema Qualidade de

Vida no Trabalho, também abordamos os principais problemas de saúde nas

organizações. O objetivo do capitulo II é demonstrar quais são os principais

indicadores e modelos de QVT. Já o capitulo III descreve os Programas de

Qualidade de Vida no Trabalho PQVT, implantados nas Empresas

entrevistadas.

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CAPÍTULO I

SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Qualidade de vida

Ninguém força uma semente a brotar

nem obriga um botão de rosa a desabrochar.

Tentá-lo seria destruir a semente ou a flor.

A vida é um movimento permanente,

parte de dentro para fora, e jamais o contrário.

Entretanto, não se deve deixar

a semente entregue a si própria.

Sem relação com a terra, ela não germina.

Corte o botão de rosa e deixe-o sobre a pedra;

ele morre.

É necessário oferecer ao ser vivo

condições de vida.

(J. Lara, APUD Medeiros, 1999).

11

É no contexto da globalização cada vez mais voltado para os interesses

do capital que a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) se faz urgente no intuito

de voltarmos os olhares também para os interesses do homem/trabalhador. É

conveniente acrescentar que a abordagem da QVT sofre várias alterações com

relação a sua nomenclatura, dependendo da evolução do pensamento

administrativo (Mazzucco, 1999, APUD Macedo, 2004).

O Tema Qualidade de Vida no Trabalho teve sua denominação recebida

em 1950 quando surgiram os estudos sobre as relações Individuo x Trabalho x

Organização, Macedo (2004).

Segundo Silva (1997), a relação entre saúde e qualidade de vida parece

óbvia: o próprio senso comum nos diz que ter saúde é a primeira e essencial

condição para que alguém possa qualificar sua vida como de boa qualidade.

Mas o que parece óbvio e claro nem sempre o é, na realidade tanto a

concepção de saúde como a de qualidade de vida comportam discussões e

interpretações diversas.

Para a organização mundial de saúde, ter saúde significa uma

condição de bem-estar que inclui não apenas o bom funcionamento do corpo,

mas também o vivenciar uma sensação de bem-estar social – como uma boa

qualidade nas relações que o indivíduo mantém com as outras pessoas e com

o meio ambiente (Silva, 1997).

É comum as empresas confundirem atitudes de Qualidade de Vida

com o Programa de Qualidade de Vida no Trabalho (PQVT).

Macedo, (2004), cita a explicação que Goulart e Sampaio, (1999, p.25)

para acabar com a confusão dos termos:

“A qualidade de vida está relaciona aos aspectos relativos

à saúde, educação, moradia, entre outros, que constituiria

12

a responsabilidade de um projeto social de cunho político,

que escapa às obrigações da empresa. Há, contudo, um

ponto de vista segundo o qual a empresa pode oferecer

subsídios para garantir vida familiar mais satisfatória, esta

crença reflete-se nas ações que vão compor a PQVT de

determinada organização”.

Para o homem, o trabalho tem que ter um sentido, por isso, ele sempre

se preocupou com sua Qualidade de Vida no Trabalho, independente do

contexto no qual estava inserido, buscando sempre: a satisfação pessoal, o

sentimento de felicidade e o prazer em viver.

1.1 – Histórico da Qualidade de vida no trabalho

No inicio da década de 50, na Inglaterra, Eric Trist e colaboradores

estudavam um modelo macro para agrupar o trinômio indivíduo x trabalho x

organização. Essa nova técnica recebeu a denominação de Qualidade de Vida

no Trabalho – QVT. Mas foi entre 1924 e 1927, na Empresa Western Eletric

Company que foram realizadas as primeiras pesquisas do comportamento

humano no trabalho. Essa Empresa mostrou-se preocupada com o bem-estar

dos empregados, procurou estabelecer boas condições de trabalho

(Rodrigues, 1994).

Ainda na década de 50, Eric Trist e colaboradores desenvolveram uma

série de estudos que deram origem a uma abordagem sócio-técnica em

relação à organização do trabalho, tendo como base a satisfação do

trabalhador no trabalho e em relação a ele. Louis Davis e colaboradores, nesta

época realizavam pesquisas para modificar as “linhas de montagem”, no intuito

de tornar a operário mais agradável e satisfatória (Huse &Cummings, 1985,

APUD Rodrigues, 1994).

13

Mas somente na década de 60, foi que as preocupações com a QVT,

tomaram impulso, (Rodrigues, 1994).

Na década de 1970, quando estava desenvolvendo um projeto sobre

desenho de cargos, Louis Davis, APUD Chiavenato (2004), cunhou o termo

Qualidade de Vida no Trabalho. Para ele, conceito de QVT refere-se à

preocupação com o bem-estar geral e a saúde dos trabalhadores no

desempenho de suas tarefas.

Trist (1975) diz que a QVT é de fundamental importância para as

organizações, tanto dos países desenvolvidos, como dos países em

desenvolvimento. Para Nadler e Lawler (1983, APUD Rodrigues, 1994), QVT é

a grande esperança das organizações para atingirem altos níveis de

produtividade, sem esquecer a motivação e satisfação do indivíduo.

Em 1979, teve inicio uma nova fase do desenvolvimento das

abordagens sobre a QVT. Este período foi induzido pelo fascínio das técnicas

de administrar, usadas em um país que superou muito bem a crise: O Japão.

Algumas destas técnicas, como por exemplo, os Ciclos de Controle de

Qualidade – CCQ, disseminaram-se nas organizações do Ocidente,

principalmente nas norte-americadas (Huse & Cummings, 1985, APUD

Rodrigues, (1994).

Para Walton (1973, APUD Rodrigues, 1994), a “expressão Qualidade

de Vida” tem sido usada com crescente freqüência para descrever certos

valores ambientais e humanos, negligenciados pelas sociedades industriais em

favor do avanço tecnológico, da produtividade e do crescimento econômico”.

Abaixo segue um quadro sobre as definições evolutivas da QVT na

visão de Nadler e Lawer.

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Quadro 1: Definições evolutivas da QVT

Período Foco Principal Definição

1959/1972 Variável A QVT foi tratada como reação individual ao trabalho ou às conseqüências pessoais de experiência do Trabalho.

1969/1975 Abordagem

A QVT dava ênfase ao indivíduo antes de dar ênfase aos resultados organizacionais, mas ao mesmo tempo era vista como um elo dos projetos cooperativos do trabalho gerencial.

1972/1975 Método A QVT foi o meio para o engrandecimento do ambiente de trabalho e a execução de maior produtividade e satisfação.

1975/1980 Movimento

A QVT, como movimento, visa a utilização dos termos “gerenciamento participativo” e “democracia industrial” com bastante freqüência, invocador como ideais do movimento.

1979/1983 Tudo A QVT é vista como um conceito global e como uma forma de enfrentar os problemas de qualidade e produtividade.

Previsão Futura Nada

A globalização da definição trará como conseqüência inevitável a descrença de alguns setores sobre o termo QVT. E para estes QVT na representará.

Fonte: Nadler & Lawler, 1983, p. 22-24 citado por Rodrigues (1994).

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1.2 – Problemas de saúde nas organizações

O ambiente de trabalho interfere significativamente sobre a percepção

do trabalhador sobre a Qualidade de Vida no Trabalho. Além da segurança no

trabalho, outros itens como liderança, jornada, comunicação da empresa,

tomada de decisão, organização do trabalho, oportunidade de carreira e a

interferência do trabalho na vida familiar dos funcionários, são fatores

relevantes para a percepção da QVT.

Exemplo do quanto esses itens são importantes, foi constatado em

nossa entrevista na empresa de entretenimento onde, uma das queixas dos

funcionários, era trabalhar finais de semana e em eventos noturnos, não

havendo tempo para o lazer e família.

A comunicação ineficiente em uma organização traz desgaste físico e

psicológico para o trabalhador, fazendo com que a saúde seja fragilizada pelo

estresse.

A liderança despreparada tecnicamente e gerencialmente, gera

desgaste físico do funcionário no desenvolvimento das atividades, causa

problemas de relacionamento entre a equipe, fazendo com que o trabalhador

fique desmotivado e tenha comportamentos de falta de compromisso com a

empresa. Medeiros, (1999) usa o termo “liderança humanizada” para definir

o gerente-lider, que trabalha visando em primeiro lugar o bem-estar dos seres

humanos, consegue fazer sua equipe embarcar na idéia de atingir a missão da

empresa. Ele compartilha com os outros a união a que se propõem para atingir

metas. Assim, consegue adesões apaixonantes, energizantes e motivadas.

Todos embarcam no projeto que é vital para a competitividade no mercado e

que exigirá sacrifícios de todos em função da unidade. Foi à partir dessa

premissa, que a Rhede transformadores investiu em treinamento para seus

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lideres da área de produção, conseguindo assim melhorar o clima

organizacional e consequentemente a QVT.

O papel da liderança também é de suma importância para a

implantação, manutenção e eficiência de um programa de QVT que objetiva a

proteção da saúde do trabalhador, pois de nada adianta a empresa investir,

por exemplo, em um educador físico para realização da ginástica laboral e na

hora da atividade o líder ficar de “cara feia” porque o trabalhador parou suas

atividades.

A definição de proteção à saúde para Silva (1997), é que estas

objetivam proteger o indivíduo da ação de riscos aos quais possa estar exposto

ou tenha possibilidade de vir a se expor. Como exemplo ele cita as

campanhas de vacinação e o uso de E.P.I - Equipamento de Proteção

Individual (luvas, capacetes, protetores de ouvido e outros).

Tão importante quanto proteger a saúde é promover a saúde do

trabalhador, que para Silva (1997), é todo um processo destinado a habilitar

pessoas a aumentar o controle sobre sua saúde e melhorá-la, alcançando um

estágio de bem–estar físico, mental e social. Para alcançar este estágio, o

indivíduo ou o grupo deve ser capaz de identificar e realizar as aspirações,

satisfazer necessidades e modificar ou cooperar com o meio ambiente. A

promoção da saúde é algo, que tem muito mais a ver com qualidade de vida e

bem menos com o ato puro e simples de se evitarem doenças.

De acordo com Chiavenato (2004), os principais problemas de saúde

nas organizações estão relacionados com:

• Alcoolismo e dependência química de drogas, medicamentos,

fumo e etc.

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• Aids: é a Síndrome de Deficiência Imunológica adquirida que

ataca o sistema que protege o organismo de doenças.

• Estresse no trabalho.

• Exposição a produtos químicos perigosos, como ácidos e

outros.

• Exposição a condições ambientais adversas (frias, quentes,

contaminadas, secas úmidas, barulhentas, pouco iluminadas

etc.).

• Hábitos alimentares inadequados: obesidade ou perda de peso.

• Vida sedentária, sem contatos sociais e sem exercícios físicos.

• Automedicação sem cuidados médicos adequados.

Um bom plano de saúde médico hospitalar tende a reduzir a

automedicação e consequentemente leva o trabalhador a cuidar melhor de sua

saúde física e mental. Os planos de saúde empresariais oferecem preços mais

acessíveis para Empresa e Trabalhador e também conseguem atender o

individuo com mais qualidade e eficiência do que o Sistema Único de Saúde.

Assim é possível oferecer um tratamento muito mais preventivo do que

curativo, causando menos danos à saúde do individuo e trazendo pouco

prejuízo para a empresa por causa dos afastamentos médicos.

Algumas vezes, a instalação de janelas ou exaustores são

investimentos de baixo custo que podem melhorar a qualidade do ambiente de

trabalho, evitando cansaço, alergias, desidratação e diminuição da

produtividade.

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Realizar campanhas usando de murais, informativos, palestras e

outros são meios de conscientizar o trabalhador sobre os problemas com

alcoolismo, drogas e fumo. Se não é possível implantar um grupo de auto-

ajuda, tipo AA (alcoólicos Anônimos), um assistente social ou psicólogo poderá

orientar o trabalhador a procurar ajuda para curar-se desses males.

A própria SIPAT – Semana interna de prevenção de acidentes de

trabalho, pode ser usada para divulgação de formas de promoção da saúde do

trabalhador, basta para isso escolher temas que informem sobre as DSTs

(doenças sexualmente transmissíveis), obesidade, LER – lesão por esforço

repetitivo, dependência química e outros.

1.3 A importância dos programas de qualidade de vida no

trabalho

Para Silva (1997), as razões que justificam a implantação de um

programa de qualidade de vida no local de trabalho atendem, aos interesses

tanto do empregado como do empregador, pois, é trabalhando que passamos

a maior parte de nossa vida é no trabalho, ou por meio dele, que realizamos

grande parte de nossas aspirações. Compreensível é, pois, o papel relevante

do trabalho em nossa vida e o reflexo do restante dela sobre a qualidade do

trabalho e o desempenho profissional.

Ora, aceita a relevância do trabalho sobre a vida, aceita-se também,

implicitamente, a importância de se desvincular o trabalho das noções de

castigo e tortura. A instituição de programas de Promoção da Saúde no interior

das empresas contribui, decisivamente, para que o trabalhador passe a gostar

do trabalho e passe, por extensão, a “vestir a camisa” da empresa, Silva,

(1997).

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Benefícios para o empregado

O trabalho é um estruturante psíquico. Ele cria uma identidade social.

No mundo capitalista, quem trabalha é valorizado, Macedo (2004). Nas

entrevistas de seleção de pessoal é clara essa condição de que o trabalho traz

dignidade ao homem. É possível verificar o quanto a auto estima, auto

confiança e o humor sofrem alterações diante do emprego ou desemprego.

Mas o importante não é somente estar inserido na sociedade através do

trabalho, é essencial gostar do que faz, para que o individuo sinta satisfação

em sair de casa para ir trabalhar.

Na pesquisa realizada por Macedo (2004), os trabalhadores relataram

que com a implantação do PQVT, houve a melhora no ambiente de trabalho.

Quanto aos aspectos físicos, os trabalhadores consideraram que melhorou a

higiene, a segurança, a organização, o lazer e a interação entre as pessoas.

No que se refere à saúde ocupacional, declararam que houve a diminuição dos

acidentes de trabalho e o resgate da sua importância para a empresa.

Enfim, para Silva (1997) os benefícios de um PQVT para o trabalhador

seriam de uma vida melhor e provavelmente mais longa, com melhor saúde

física, principalmente, mais feliz. Esse estado de maior felicidade advém não

apenas do fato de o indivíduo sentir-se mais disposto e com maior vigor físico,

mas, sobretudo e principalmente, da sensação de bem-estar interior

decorrente da melhoria as relações pessoais que mantém no trabalho, além do

fato de passar a vivenciar o trabalho não como tortura e fonte de dissabores,

mas como algo prazeroso e desejável.

No capitulo III abordamos os benefícios para os empregados de acordo

com os PQVT implantados nas empresas entrevistadas.

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Benefícios para a empresa

As grandes e modernas corporações do Primeiro Mundo, segundo

Silva (1997), preocupam-se com o engajamento emocional do indivíduo, sua

satisfação interior, a percepção que venha a ter de fazer parte de algo que

sente também como seu. O benefício mais evidente obtido pela empresa que

consegue alcançar este engajamento emocional dos empregados é estimular a

criatividade e a capacidade deles para vencer obstáculos.

A expressão “vestir a camisa” da empresa é muito utilizada no meio

corporativo. Mas despertar esse sentimento nos empregados é algo que nem

toda empresa consegue por diversos motivos. Os programas de QVT são

ferramentas essenciais para o desenvolvimento do sentimento de valorização e

importância no empregado. Através desse sentimento o individuo se identifica

com a empresa, assim tem motivos para se empenhar de forma mais eficiente

nas atividades, torna-se mais responsável com os compromissos firmados pela

empresa.

A implantação de um programa de qualidade de vida é capaz de

atender às duas pontas da questão - O porquê e a importância da

implantação de um programa de qualidade de vida? - por um lado, ao motivar

os funcionários, tende a aumentar a produtividade e, portanto, a taxa média de

lucratividade. Por outro, reduz os custos com assistência médica, Silva, (1997).

Outros benefícios dos Programas de Qualidade de Vida no Trabalho:

• Redução do absenteísmo: Diminuição das faltas e afastamentos

por motivos de doenças, ou seja, maior produtividade e

lucratividade.;

21

• Diminuição da rotatividade: As empresas investem anos

treinando seus empregados, e por causa do clima

organizacional desfavorável ou doença ocupacional perdem o

empregado e consequentemente todo o investimento em

treinamento;

• Comportamento favorável ao trabalho: Indivíduos mais

compromissados, conscientes da sua importância para a

empresa e sociedade;

• Diminuição da fadiga: Menor estresse do colaborador auxilia

para a realização de atividades/produção com mais qualidade;

• Integração social: Conscientização do empregado sobre sua

responsabilidade com colegas de trabalho, com a comunidade

na qual participa e melhora até da saúde pública;

• Desenvolvimento de capacidades humanas: a empresa que

investe em treinamento, tem melhor chance de oferecer

produtos/ com qualidade e

• Aumento da produtividade.

22

CAPÍTULO 2

INDICADORES DE QUALIDADE DE VIDA NO

TRABALHO

Para Chiavenato (2004), os PQVTs, são geralmente adotados por

organizações que procuram prevenir problemas de saúde de seus

funcionários. O caráter profilático desses programas parte do reconhecimento

de seu efeito sobre o comportamento dos funcionários e estilo de vida fora do

trabalho, encorajando as pessoas a melhorarem seu padrão de saúde e serve

também, para reduzir os elevados custos de saúde. Ao redor de 1980, cerca

de metade de todas as unidades de negócios dos Estados Unidos com menos

de 50 funcionários estava oferecendo algum tipo de programa de bem-estar. E

a tendência é de aceleração.

Um programa de bem-estar tem geralmente três componentes,

segundo Chiavenato (2004):

• Ajudar os funcionários a identificar riscos potenciais de saúde;

• Educar os funcionários a respeito de riscos de saúde, como pressão

sanguínea elevada, fumo, obesidade, dieta pobre e estresse e

• Encorajar os funcionários a mudar seus estilos de vida através de

exercícios, boa alimentação e monitoramento da saúde.

23

2.1 Os modelos de QVT

O desempenho no cargo e o clima organizacional representam fatores

importantes na determinação da QVT. Se a qualidade do trabalho for

pobre, conduzirá à alienação do empregado à insatisfação, à má vontade,

ao declino da produtividade, a comportamentos contraproducentes (como

absenteísmo, rotatividade, roubo, sabotagem, militância sindical e etc.). A

qualidade do trabalho elevada conduz a um clima de confiança e respeito

mútuo, no qual as pessoas tendem a aumentar suas contribuições e elevar

suas oportunidades de êxito psicológico enquanto a administração tende a

reduzir mecanismos rígidos de controle social, Chiavenato (2004).

Para Chiavenato (2004), a importância das necessidades humanas é

variável conforme a cultura de cada individuo e de cada organização.

Portanto QVT não é determinada apenas pelas características individuais

(necessidades, valores, expectativas) ou situacionais (estrutura

organizacional, tecnologia, sistemas de recompensas, políticas internas),

mas, sobretudo pela atuação sistêmica dessas características individuais e

organizacionais. Por essa razão, vários autores apresentam modelos de

QVT. São eles:

As dimensões do cargo produzem estados psicológicos críticos que

conduzem a resultados pessoais e de trabalho que afetam a QVT

(Hackman e Oldhan, 1975, APUD Chiavenato, 2004). As dimensões do

cargo são:

• Variedade de habilidades - O cargo deve requerer várias e

diferentes habilidades, conhecimentos e competências das

pessoas.

24

• Identidade da tarefa - O trabalho deve ser realizado do inicio até o

fim para que a pessoa possa perceber que produz um resultado

palpável.

• Significado da tarefa - A pessoa deve ter uma clara percepção de

como o seu trabalho produz conseqüências e impactos sobre o

trabalho das outras.

• Autonomia - A pessoa deve ter a responsabilidade pessoal para

planejar e executar as tarefas, autonomia própria e

independência para desempenhar.

• Retroação do próprio trabalho - A tarefa deve proporcionar

informação de retorno à pessoa para que ela própria possa auto-

avaliar seu desempenho.

• Retroação extrínseca - Deve haver o retorno proporcionado pelos

superiores hierárquicos ou porcionado pelos superiores

hierárquicos ou clientes a respeito do desempenho na tarefa.

• Inter-relacionamento - A tarefa deve possibilitar contato

interpessoal do ocupante com outras pessoas ou com clientes

internos e externos.

Para os autores, as dimensões do cargo são determinantes da QVT

pelo fato de oferecerem recompensas intrínsecas que produzem a satisfação

no cargo e automotivam às pessoas para o trabalho. Pode se utilizar um

modelo de pesquisa sobre o diagnóstico do trabalho baseado em um inventário

de diagnóstico das características do cargo para medir o grau de satisfação

geral e o grau de motivação interna como diagnóstico de QVT, (Hackman e

Oldhan, APUD Chiavenato, 2004).

25

A expressão Qualidade de Vida para tem sido usada com crescente

freqüência para descrever certos valores ambientais e humanos,

negligenciados pelas sociedades industriais em favor do avanço

tecnológico, da produtividade e do crescimento econômico (Walton, 1973,

APUD, Rodrigues, 1994). Walton, propõe oito categorias conceituais com o

intuito de analisar as características notáveis da Qualidade de Vida no

Trabalho, destacados nos tópicos à seguir.

• Compensação justa e adequada - O trabalho é o meio de ganhar a vida. A

compensação recebida pelo trabalho realizado “é um conceito relativo, não

um simples consenso sobre os padrões objetivos e subjetivos para julgar a

adequação da compensação”.

A honestidade da compensação pode ser focalizada por vários prismas,

por exemplo: pelas relações entre salário e fatores como experiência e

responsabilidade; pelas relações entre salário e talento ou habilidade; pela

demanda de mão-de-obra ou pela média de compensação da comunidade em

questão.

• Condições de segurança e saúde no trabalho -Walton propõe algumas

sugestões para o melhoramento desta dimensão, dentre ela podemos citar:

“ Horários razoáveis reforçados por um período normal de

trabalho padronizado; condições físicas de trabalho que

reduzam ao mínimo o risco de doenças e danos; limite de

idade imposto quando o trabalho é potencialmente

destrutivo para o bem-estar das pessoas abaixo ou acima

de certa idade.

• Oportunidade imediata para utilização e desenvolvimento da capacidade

humana - O trabalho tem tendido a ser fracionado, inábil e firmemente

controlado (P.13). O planejamento e sua implementação tem tido caminhos

26

distintos. O autor estabelece cinco requisitos básicos para o atendimento

aceitável deste item: autonomia no trabalho; múltiplas habilidades;

informação e perspectivas; tarefas completas e planejamento.

• Oportunidade futura para crescimento contínuo e segurança - Neste item o

autor focaliza a atenção na oportunidade de carreira. E é nele que surge

uma barreira muitas vezes intransponível; a educação formal, que

geralmente é pré-requisito para posições mais elevadas dentro da

organização. Para a viabilidade deste item, Walton sugere que se trabalhe

com:

Aplicação respectiva: a expectativa de usar o conhecimento e as habilidades

expandidas e recém adquiridas em atribuições de trabalho futuro;

Desenvolvimento: a extensão em que as atividades atuais de alguém

contribuam para manter e expandir sua capacidade antes de levá-lo a

obsolescência;

Oportunidades de progresso: a avaliação das oportunidades de progredir em

termos organizacionais ou de carreiras reconhecidas pelos semelhantes

membros da família ou associadas e

Segurança: “a segurança de emprego ou de renda associada ao trabalho do

trabalhador” (p.14).

• Integração social na organização do trabalho – Os pontos fundamentais

para uma boa integração social no trabalho, são: a ausência de

preconceitos de cor, raça, sexo, religião, nacionalidade, estilo de vida e

aparência física. A ausência de estratificação e a mobilidade social

facilitariam ou induziriam um senso de comunidade nas organizações. O

que sem dúvida seria a mola mestra para um bom nível de integração

social.

27

• O constitucionalismo na organização do trabalho - As normas que

estabelecem os direitos e deveres dos trabalhadores são vistas por Walton

como elementos chaves para fornecer uma elevada QVT. Os aspectos

mais significativos, na concepção do autor, são o direito a privacidade,

direito de posicionamento (o diálogo livre) e o direito a tratamento justo em

todos os assuntos.

• O trabalho e o espaço total da vida - Walton afirma que a “ experiência de

trabalho de um indivíduo pode ter efeito negativo ou positivo sobre outras

esferas de sua vida, tais como suas relações com sua família” (p16). A

relação entre o trabalho e o espaço total da vida é visto através do conceito

de equilíbrio.

O autor questiona ainda a relação do tempo e energia extras que o

trabalhador dedica ao trabalho e as deficiências na situação familiar.

• A relevância social da vida do trabalho - Para Walton, as mudanças das

condições organizacionais “ocorrerão num passo mais lento do que a do

aumento das expectativas do empregado”. (p.21). Esta situação trará uma

maior alienação para o trabalhador e somente com uma reestruturação do

trabalho, “ a qualidade de vida poderá ser exaltada e as expectativas dos

trabalhadores de todos os níveis poderão ser entendidas e satisfeitas” (p.

21)

O autor ainda denuncia a forma irresponsável com a qual algumas

organizações agem, fazendo com que “um número crescente de empregados

depreciem o valor de seus trabalhos e carreiras, afetando, assim a auto-estima

do trabalhador” (p.16).

28

“A produtividade também parece ter uma relação curvilínea para a

maioria das dimensões de vida no trabalho” (Walton, 1973, p. 17). Continua o

autor afirmando que:

“Considerando os níveis potenciais da produtividade para

qualquer classe determinada de trabalho e grupo de

empregados, é provável que haja algum nível muito bom de

oportunidade para se utilizar e desenvolver capacidades.

Este nível de oportunidade é criado, pela autonomia,

multiplicidade das habilidades exigidas, informações de

trabalho e planejamento da responsabilidade existente na

situação de trabalho” (p. 17).

Abaixo segue um quadro com resumo de fatores de QVT e suas

dimensões ( Walton, 1973, APUD, Chiavennato, 2004).

Quadro II: Modelo de QVT para Walton e suas dimensões.

Fatores de QVT Dimensões Definição

Compensação justa e adequada

1. Salário adequado ao trabalho.

2. Compatibilidade interna.

3. Compatibilidade externa.

A justiça distributiva de compensação depende da adequação da remuneração ao trabalho que a pessoa realiza, da equidade interna (equilíbrio entre as remunerações dentro da organização) e da equidade externa (equilíbrio com as remunerações do mercado de trabalho).

Condições de segurança e saúde no trabalho

4. Jornada de trabalho.

5. Ambiente físico seguro e saudável.

Envolvimento das dimensões, jornada de trabalho e ambiente físico adequado à saúde e bem-estar da pessoa.

Utilização e desenvolvime

6. Autonomia. No sentido de proporcionar oportunidades de satisfazer as

29

nto de capacidades

7. Significado da tarefa.

8. Identidade da tarefa.

9. Variedade de habilidades.

10. Retroação e retro informação.

necessidades de utilização de habilidades e conhecimentos do trabalhador, desenvolver sua autonomia, autocontrole e de obter informações sobre o processo total do trabalho, bem como retro informação quanto ao seu desempenho.

Oportunidades de crescimento e segurança

11. Possibilidades de carreira.

12. Crescimento profissional.

13. Segurança e emprego.

Proporcionar possibilidade de carreira na organização, crescimento e desenvolvimento pessoal e de segurança no emprego de forma duradoura.

Integração social na organização

14. Igualdade de oportunidades.

15. Relacionamentos interpessoais e grupais.

16. Senso comunitário.

A eliminação de barreiras hierárquicas marcantes, apoio mútuo, franqueza interpessoal e ausência de preconceito.

Garantias constitucionais

17. Respeito às leis e direitos trabalhistas.

18. Privacidade pessoal.

19. Liberdade de expressão.

20. Normas e rotinas claras da organização.

Estabelecimento de normas e regras da organização, diretos e deveres do trabalhador, recursos contra decisões arbitrárias e um clima democrático dentro da organização.

Trabalho e espaço total de vida

21. Papel balanceado do trabalho na vida pessoal.

O trabalho não deve absorver todo o tempo e energia do trabalhador em detrimento de sua vida familiar e particular, de seu lazer e atividades comunitárias.

Relevância 22. Imagem da empresa. O trabalho deve ser uma

30

social da vida no trabalho

23. Responsabilidade social pelos produtos/serviços.

24. Responsabilidade pelos empregados.

atividade social que traga orgulho para a pessoa em participar de uma organização. A organização deve ter uma atuação e uma imagem perante a sociedade, responsabilidade social, responsabilidade pelos produtos e serviços oferecidos, práticas de emprego, regras bem definidas de funcionamento e de administração eficiente.

Fonte: (Walton, 1973, APUD Chiavenato, 2004).

A QVT está fundamentada em quatro aspectos para Nadler e Lawler,

(1983) APUD Rodrigues, (1994):

• Participação dos funcionários nas decisões;

• Reestruturação do trabalho através do enriquecimento de tarefas e

de grupos autônomos de trabalho;

• Inovação no sistema de recompensas para influenciar o clima

organizacional e

• Melhoria no ambiente de trabalho quanto a condições físicas e

psicológicas, horário de trabalho e etc.

Na medida em que esses quatro aspectos são incrementados haverá

uma melhoria na QVT.

No quadro 1 mostramos as definições evolutivas da QVT na visão de

Nadler & Lawler.

31

Após várias pesquisas os autores identificaram fatores que prevêem o

sucesso dos projetos de QVT, Rodrigues, (1994). São eles:

• Percepção da necessidade;

• O foco do problema que é destacado na organização;

• Estrutura para identificação e solução do problema, teoria/modelo

de projeto de treinamento e participantes;

• Compensações projetadas tanto para os processos quanto para

os resultados;

• Sistemas múltiplos afetados e

• Envolvimento amplo da organização (p. 27-28);

Para que o programa de QVT seja bem sucedido existem ainda três

necessidades básicas. A primeira seria o desenvolvimento do projeto em

níveis diferentes, coerentes com o contexto em que será aplicado. O

segundo aspecto “envolve mudanças nos sistemas de gerencialmente e

disposições organizacionais” (p.30). E, finalmente, “são necessárias

mudanças no comportamento do gerenciamento superior” (p. 30). É preciso

que a alta gerência não só esteja comprometida com o processo, mas

participando ativamente dele, para que este possa ser disseminado em

toda a organização, Chiavenato, (2004).

32

CAPÍTULO 3

PQVTs - PROGRAMAS DE QUALIDADE DE VIDA NO

TRABALHO

O conceito de qualidade de vida no trabalho compreende a gestão

dinâmica e contingencial de fatores físicos, tecnológico e sócio psicológico que

afetam a cultura e renovam o clima organizacional, refletindo no bem-estar do

trabalhador e na produtividade da empresa. Diante da complexidade do tema,

diversas práticas empresariais, voltadas para gestão de pessoas, vêm sendo

realizadas e nomeadas de Qualidade de Vida no Trabalho (Fernandes, 1996

APUD Ramos e Silva, 2009).

Em Goiás, foi realizada por Macedo (2004), uma pesquisa sobre o prêmio

SESI – Serviço Social da Indústria - Qualidade de Vida no Trabalho, onde ao

serem perguntados sobre sua participação nas atividades relacionadas ao

PQVT, os trabalhadores listaram as atividades de educação, telecurso,

atividades de treinamento, motivação, seminários e palestras. Ainda

declararam terem participado de atividades de integração e de lazer, tais como

futebol, excursões, viagens, festas e campeonatos. Mencionaram também

atividades relacionadas à saúde, como ginástica e tratamento dentário.

3.1 Etapas para implantação de programa de QVT

São cincos passos para implantação do programa de QVT (Silva, 1997).

São eles:

1º passo - Escolher alguém do quadro de funcionários para assumir a

função de coordenador do programa. Caberá a ele a tarefa de gerenciar e

33

coordenar o planejamento, a implementação e a continua avaliação (e

conseguintes correções) do programa. O escolhido deve, tanto quanto

possível, aproximar-se do seguinte perfil: capacidade de gerência e

administração que o habilitem a planejar e implementar o programa; crença

sincera e entusiástica na validade do programa, em seus objetivos e

finalidades; conhecimento e acesso às redes de comunicação e liderança –

formais e informais – no interior da empresa e, preferencialmente, também no

seio da comunidade. Disponibilidade de tempo.

É desejável que o escolhido seja um exemplo de equilíbrio e estilo de

vida saudável.

O coordenador do programa terá as seguintes responsabilidades Silva,

(1997):

1. Montar e coordenar as atividades de um Comitê Interno de Promoção da

Saúde ;

2. Gerenciar a logística necessária para o desenvolvimento das atividades do

programa;

3. Monitorar a implementação destas atividades;

4. Coletar e analisar os dados que permitem avaliar os resultados;

5. Acompanhar e manter permanentemente atualizada a “execução

orçamentária” do programa;

6. Agir como relações-públicas do programa, promovendo-o através das redes

de comunicação (formais e informais) da empresa.

2º passo – Sensibilizar a direção da empresa – Existem dois caminhos

por meio dos quais nasce a idéia da implantação de um programa de QVT: ou

34

ela nasce de um profissional do escalão intermediário, ou virá de “cima para

baixo”. No primeiro caso o inventor da idéia terá a seu cargo a árdua tarefa de

“vendê-lo” à direção da empresa.

Sobretudo é importante saber o que a diretoria da empresa espera do

programa e quais os objetivos que pretende alcançar ao adotá-lo. Este

conhecimento é importante, visto que o coordenador depende dele para

determinar a amplitude e o direcionamento do programa. O autor cita algumas

hipóteses, entre elas:

1. A direção da empresa pretende abordar um programa de saúde mais

simples, antes de implantar m PQVT mais amplo e completo. Neste caso,

campanhas de combate ao fumo, de medição de pressão arterial e dos

níveis de colesterol no sangue poderá ser um bom começo;

2. Os exemplos acima ainda são de fácil determinação e de vantajosa relação

custo-benefício, caso exista uma excessiva preocupação com os custos e

3. Se o interesse da direção é implementar um programa de grande

visibilidade, visando cultivar boas relações com os empregados, ações

voltada para a nutrição e a prática de exercícios físicos, bem como aquelas

voltadas parar melhorar as relações interpessoais no ambiente de trabalho,

são as mais indicada.

3º passo – ouvir os empregados para se fazer o diagnóstico da situação

da empresa – Nesta fase é feito o diagnóstico da situação da empresa, ou

seja, é o momento de determinar os riscos aos quais os empregados estão

expostos e, também aferir seus interesses e necessidades.

A melhor forma de realizar esse tipo de diagnóstico é realizando uma

pesquisa utilizando da distribuição de questionários. Sendo que o conteúdo

35

dos questionários dependerá muito dos objetivos e da dimensão do programa

a ser implantado.

4º passo – levantamento dos custos de implantação dos programas e

recursos disponíveis.

5º passo – para que o programa obtenha sucesso é importante, (Nadler,

1983, APUD, Rodrigues, 1994):

1. O desenvolvimento do projeto em níveis diferentes, coerentes com o

contexto em que será aplicado;

2. Envolvimento de mudanças nos sistemas de gerenciamento e disposições

organizacionais e

3. Necessidade de mudança no comportamento do gerenciamento superior,

ou seja, é preciso que a alta gerência não só esteja comprometida com o

processo, mas participando ativamente dele, para que este possa ser

disseminado em toda a organização.

3.2 Avaliação dos Programas de QVT

Através da avaliação, consideráveis ganhos podem ser auferidos, como

por exemplo, a possibilidade de direcionar os investimentos para os resultados

que agregam valor para a organização, alinhando a gestão de pessoas aos

objetivos e metas da empresa (Sammartino, 1995). Esse processo pode ser

otimizado, superando-se alguns obstáculos que a avaliação encontra

especificamente nas atividades de Gestão de Pessoas. Tomando-se como

exemplo os programas de treinamento, desenvolvimento, Universidades

Corporativas, planos de remuneração e de benefícios, Programas de

Qualidade de Vida no Trabalho, percebe-se que, muitas vezes, os resultados

36

decorrentes destas atividades não estão ligados de maneira direta com a

obtenção de valores financeiros, ao contrário do que ocorre com outras

atividades da empresa, como, por exemplo, a promoção de vendas, Oliveira e

França (2005).

É difícil relacionar os programas de Gestão de Pessoas aos ganhos que

eles trazem para a empresa. Isso faz com que muitos administradores deixem

em segundo plano a tarefa de avaliar os resultados do que foi investido. Existe

uma falsa crença, muito difundida entre os profissionais, de que os resultados

da área não podem ser avaliados, a não ser muito subjetivamente. Este mito é

uma das causas prováveis porque a prática da avaliação dos resultados é

ainda pouco difundida, (Fitz-enz, 1984 APUD Oliveira e França, 2005).

3.3 Estudos de Caso

Os programas abaixo descritos foram implantados pelas empresas

pesquisadas. São programas de baixo custo de implantação, porque na

maioria contam com facilitadores, voluntários e parceiros, como por exemplo, o

SESI.

Além da descrição do programa abordaremos os principais benefícios e

tipo de satisfação dos colaboradores com relação aos programas.

Caso 1

Indústria de reforma e fabricação de transformadores – classificada

como uma das 150 melhores para se trabalhar, segundo a revista Você S. A.

No mercado há 15 anos, tem como principal atividade reformar e fabricar

37

transformadores de energia elétrica. Possui média de 180 colaboradores. Está

situada na cidade de Aparecida de Goiânia – Go.

Os principais Programas de Qualidade de Vida nessa Indústria são:

Campanhas de Vacinação

Em parceria com a Secretaria

municipal de Saúde, essas

empresas implantaram campanhas

de vacinação dentro da empresa.

As vacinas mais aplicadas foram

contra febre amarela, dupla adulta,

antitetânica e rubéola.

Dias depois da campanha de vacinação, surgiu nas imediações da

empresa um foco de febre amarela em macacos. Ouviram-se muitos

comentários dos funcionários sobre o quanto foi importante a Empresa

promover a campanha antes mesmo da própria Secretaria Municipal de Saúde

convocar a população para a vacinação.

Esse episódio traz indícios de reconhecimento dos funcionários e

comunidade local quanto a preocupação da Empresa com a saúde dos

trabalhadores.

Campeonato de truco

O truco é um jogo de cartas que surgiu por volta do século 9, na China.

Anualmente as empresas promovem a confraternização dos

Foto: Elisangela dos Santos - vacinação

38

colaboradores, o campeonato de truco tem sido atividade presente nesse tipo

de evento.

A Empresa investe em medalhas e troféus.

É uma atividade que promove a integração de trabalhadores de diversas

áreas, o lazer e o entretenimento.

Grupos de Gestão

Grupo de gestão é um

conjunto de trabalhadores de

diversos setores/departamentos de

uma mesma Empresa que

coordenam ações voltadas para a

própria empresa e comunidade

local.

Foto: Elisangela dos Santos – Grupo de gestão

Os principais objetivos dos grupos de gestão são: desenvolvimento de

ações que preservação da natureza, incentivo ao trabalho voluntário na

comunidade local, criação de programas esportivos e de motivação entre

outros.

Os grupos formados na Indústria pesquisada promoveram campanhas

de doações de livros para uma escola pública situada no mesmo bairro da

Empresa.

39

A Criação e manutenção de uma horta nas dependências da escola, foi

a parcela de contribuição que a Indústria fez, tornando o lanche das crianças

mais nutritivo e saboroso. Alguns trabalhadores tinham seus filhos

matriculados nessa Escola.

A visita a abrigos de idosos e creches, era pratica constante nessa

Indústria. O grupo gestor agendava a visitação e convidava os trabalhadores à

visitação e doação de mantimentos para a Instituição.

Programa Idéia brilhante

As melhores idéias aplicáveis sugeridas no ano são premiadas com

bônus e viagens.

Além de valorizar o colaborador, o programa permite que o trabalhador

participe das decisões da Empresa.

A motivação é o beneficio mais evidente nesse programa, afinal a idéia

do trabalhador chega mais fácil ao Presidente da Empresa sem distorções e

risco de que algum gerente lhe roube a idéia.

O trabalhador sente-se valorizado por poder participar nas decisões da

Empresa, sendo que a motivação e o clima organizacional sofrem alterações

positivas com o programa.

Campanhas educacionais

As campanhas de conscientização para funcionários geralmente

abordam temas como combate ao câncer, tabagismo, alcoolismo, controle de

pressão arterial, higiene bucal, trânsito e outros.

40

A estratégia utilizada era: durante uma semana divulgar o tema em

murais informativos, entregar botons, panfletos e realizar uma palestra com

profissional da área. Utilizava-se sempre o mês no qual o calendário

comemorava esse tema, com o intuito de que a mídia nacional fortalecesse a

campanha dentro da Empresa.

Os benefícios mais evidentes nesse tipo de campanha era a orientação

que o trabalhador recebia quanto aos diversos tipos de profissionais

qualificados para ajudá-lo em seu problema, como por exemplo, psicólogos,

psiquiatras, cardiologista e outros. Outro beneficio é o da saúde preventiva,

especialmente no caso do câncer de mama e colo de útero. Algumas

colaboradoras relataram que não se submetiam com freqüência exame

ginecológico.

Esse programa também tem baixo custo de implantação, pois é possível

conseguir profissionais de saúde da própria Rede Municipal de Saúde. Quanto

ao mural informativo, na internet encontra-se sites confiáveis que

disponibilizam imagens e informações sobre os temas.

Caso 2

Clube recreativo há 46 anos no mercado de lazer, esporte, educação e

entretenimento. Média de 155 colaboradores. Situado na cidade de Goiânia.

Atividades esportivas

Com a mudança dos hábitos do homem moderno – transporte,

alimentação, informatização e robotização dos processos de produção, a

atividade física passa a ser essencial a fim de manter a saúde física e mental

das pessoas.

41

Não resta alternativa ao mundo moderno, a não ser incorporar as

atividades esportivas ao cotidiano empresarial. Afinal essa atividades contribui

para a prevenção de várias doenças, melhora a auto estima do trabalhador e

alivia o estresse. Para a empresa os benefícios são mais que vantajosos:

aumento da produtividade do trabalhador, diminuição da rotatividade e

absenteísmo e ainda a melhora da imagem da Empresa perante a

comunidade.

A empresas entrevistada investiu nas atividades esportivas abaixo

descritas. Com exceção do futebol, as outras eram praticadas durante o

expediente de trabalho:

• Ginástica laboral

A Ginástica Laboral nada mais é do que a prática da atividade física

orientada e dirigida durante o horário do expediente e no local de trabalho, isto

é, existe uma pausa para que possam ser realizados exercícios físicos que

visam benefícios pessoais e no trabalho. Tem como principal objetivo

minimizar os impactos negativos oriundos do sedentarismo na vida e na saúde

do trabalhador (CARVALHO, 2004 APUD Junior e Sousa, 2004).

Este tipo de atividade física vem crescendo e ganhando espaço dentro

das empresas, uma vez que diminui os efeitos negativos do trabalho. Não só

problemas físicos, mas também psicológicos (conflitos interpessoais, estresse,

baixa concentração e confiança) e sociais (convívio, trabalho em equipe,

relacionamento social). Isto é, visa a promoção da saúde psicossomática do

trabalhador, a melhoria do relacionamento interpessoal no trabalho, além do

aumento da produtividade, Junior e Sousa, (2004).

42

Fotos: Lucy Nevoa – Ginástica Laboral

Tabela III - Benefícios com a implantação da ginástica laboral (Zilli, 2002 APUD, Poleto, 2002).

Benefícios da Ginástica Laboral

Melhora os movimentos bloqueados por tensões emocionais.

Aumenta amplitude muscular.

Melhora coordenação motora.

Eliminação das toxinas pela melhora de circulação sanguínea.

Reduz o sedentarismo.

Reduz a fadiga mental e física.

Melhora a concentração e agilidade.

Prevenção de lesões musculares

Motiva para a mudança do estilo de vida com a realização de atividade física regular.

Desenvolve a consciência corporal.

Melhora o bem estar físico e mental.

Melhora a socialização.

43

• Natação

Foto: Lucy Nevoa – Campeonato de

natação

Existem muitos estilos de nadar entre eles, o crawl, o costas e o estilo

peito.

Os benefícios da prática da natação são basicamente os mesmos da

prática do futebol.

As aulas na Empresa pesquisada são ministradas duas vezes por

semana, sendo que além de um educador físico o programa conta com uma

facilitadora. Verificamos que muitos colaboradores aprenderam a nadar nesse

programa.

Os colaboradores relataram como melhora: diminuição das dores

lombares, melhor disposição física, diminuição do estresse e perda de peso.

A empresa percebeu como benefícios a diminuição dos afastamentos

por problemas de coluna e articulações em geral, bem como redução do

estresse entre outros.

Através de movimentos

coordenados o homem consegue

flutuar e deslocar-se na água.

A natação além de atividade

esportiva também apresenta

características de recreação e lazer.

44

Essa atividade física apresentou segundo a entrevistada, baixo custo de

implantação, haja visto, que a empresa já possui piscinas de uso de seus

clientes e também o fato de terem conseguido dois voluntários.

As turmas tem freqüência média de 15 alunos.

Uma vez por ano é realizado um mini campeonato, por categoria, onde a

Empresa entrega medalhas para os três vencedores de cada categoria.

• Yoga

A Yoga teve origem na

Índia há pelo menos 500 anos

atrás. É considerada um o

método holístico mais antigo do

mundo. A referência ao holístico

si dá pelo fato de que a atividade

promove benefícios ao corpo e a

mente, e é também considerada

como uma filosofia de vida.

Sua filosofia pretende unir corpo e mente, para que o individuo possa

agir e, lidar com seus pensamentos e emoções com maior clareza. Tem como

objetivo também ensinar ao praticante como se relacionar melhor socialmente,

promover o respeito mútuo e a paz interior.

A prática da Yoga faz com que o trabalhador sinta suas tensões

aliviadas, melhore sua forma física, fortaleça o tônus muscular, desenvolva a

agilidade corporal, aumente sua capacidade pulmonar, fortaleça o sistema

Foto: Lucy Nevoa - Yoga

45

cardiovascular, reduza o stress, tenha maior resistência física e equilíbrio, tanto

corporal quanto mental.

Todos esses benefícios são sentidos no também no ambiente de

trabalho, pois os trabalhadores ficam mais resistentes aos problemas

corporativos do dia a dia. O que significa mais resistência a pressões, melhor

produtividade e melhor relacionamento interpessoal, entre outros.

A Empresa passou a oferecer a prática de yoga para os colaboradores

que não gostavam de natação. Essa atividade acontece durante o expediente

de trabalho, e contava com uma trabalhadora voluntária na orientação.

• Futebol

Com mais de 6 campos de

futebol, entre eles um de grama

sintética, antes para uso exclusivo

dos clientes, a Empresa não perdeu

tempo e implantou o futebol para os

colaboradores. Com direito a dois

campeonatos anuais.

Foto: Lucy Nevoa – Futebol

De olho nos benefícios da atividade, aproveitou o baixo de implantação

e a baixa freqüência de Clientes nas segundas e quartas-feiras para criar a

“pelada” dos colaboradores.

Os principais benefícios da atividade são:

• Diminuição da gordura corporal;

46

• Aumento da força e da massa muscular e da densidade óssea;

• Melhora da resistência cardiovascular;

• Reduz o risco de várias doenças como as cardíacas, diabetes, pressão

alta etc;

• Elimina o estresse e a ansiedade;

• Melhora a flexibilidade, a coordenação, a mobilidade articular, o reflexo,

a agilidade e a concentração;

• Estimula a circulação sangüínea;

• Aumenta a socialização, afinal é um esporte coletivo.

• Aniversariantes do mês

Quem não gosta de comemorar a data do próprio aniversário? E se

comemoração acontecer na Empresa, com bolo e refrigerante, tudo por conta?

Melhor ainda.

Uma vez por mês as Empresas reúnem todos os colaboradores para

que os aniversariantes do mês possam soprar as velinhas.

Simples e barato para a Empresa. Muitas vezes grandioso para alguns

colaboradores que não podem festejar seu aniversário, por diversos motivos

(dinheiro, família distante e outros).

O programa agrega valores como: integração, valorização do individuo e

entretenimento.

47

• Treinamento e desenvolvimento de Pessoal

O desenvolvimento é um

conjunto de atividades que objetiva

explorar o potencial de

aprendizagem e a capacidade

produtiva das pessoas, visando

mudanças de comportamentos e

atitudes bem como a aquisição de

novas habilidades e conhecimentos.

Tem como meta maximizar o desempenho profissional e motivacional do ser

humano, melhorando os resultados e consequentemente gerando um bom

clima organizacional Pio, (2006).

O treinamento é um dos recursos do desenvolvimento de Pessoal. Visa

o aperfeiçoamento de desempenhos, aumento da produtividade e das relações

interpessoais. Para isso, prepara o potencial humano frente as inovações

tecnológicas e as constantes mudanças do mercado de trabalho, sendo o

treinamento indispensável para a busca da qualidade total Pio, (2006).

Investir no desenvolvimento de pessoas significa investir na qualidade

de serviços que determinada empresa oferece, porém, esse investimento deve

privilegiar todas as pessoas que participam da organização, pois os resultados

decorrem das atividades do coletivo Pio, (2006).

Um bom programa de inclusão digital, além de verba anual para

encaminhar os colaboradores para treinamentos dentro e fora da Empresa foi

o que encontramos na Empresas visitadas.

Foto: Elisangela Santos - Treinamento

48

Um projeto chamado “fábrica de talentos” implantado nessa instituição

favorecia a realização de palestras bimestrais. Se o colaborador possuísse

conhecimento em determinada área, o Rh orientava o trabalhador a montar um

curso ou palestra. Temas como Jardinagem, Atendimento ao Cliente,

Motivação, relacionamento familiar e outros, fazem muito sucesso entre os

trabalhadores.

Os treinamentos In Company são abertos para profissionais de diversas

áreas – do operacional ao administrativo.

• Projeto EJA - Educação de Jovens e Adultos

O projeto EJA tem como

objetivo resgatar o que em

determinado momento histórico

separou, diferenciou, divergiu entre

as práticas na educação de jovens

e adultos, hoje, tem sido um dos

instrumentos de resgaste e

contribuição na definição

de uma política de educação para EJA, assim como, uma referência na

construção do projeto pedagógico decorrente desta política, Machado, (1997).

O projeto além de alfabetizar jovens e adultos e, acaba com o

preconceito que essas pessoas sofrem por não terem passado pela educação

escolar.

Outro beneficio desse projeto está ligada a exclusão do mercado formal

de trabalho. Muitos profissionais são desclassificados em processos seletivos

Foto: Lucy Nevoa - EJA

49

por não serem alfabetizados, ou até deixam de ser promovidos dentro da

própria Empresa por esse motivo.

Nas Empresas pesquisadas, as salas de aula foram montadas dentro da

própria instituição, através de convênios com o SESI e com a Secretaria

Municipal de Educação.

As Empresas cederam uma hora de trabalho para quem se inscrevesse

no projeto. Também contribuíam com material escolar para o incentivo dos

alunos na turma. Saber ler o nome do ônibus, assinar o contra-cheque e

participar de treinamento sem medo de ser solicitado a leitura de algum texto,

foram os principais benefícios relatados pelos trabalhadores.

• Programa de Qualidade 5S

O processo 5 “S” foi desenvolvido no Japão no final da década de 60,

cujo objetivo era qualificar o ambiente de trabalho para melhorar a

produtividade.

É chamado de 5 “S” por que são cinco iniciais das palavras em japonês:

Seiri, - senso de seleção e de utilidade, Seiton – senso de organização, Seiso

– senso de limpeza, Seiketsu, senso de zelo e Shitsuke – senso de

autodisciplina. Estas palavras são as fases seqüenciais para implementação

do processo nas empresas.

Algumas empresas utilizam o 5”S” para preparação e implantação de

programas de qualidade. Outras o usam como ferramenta para manutenção

dos mesmos programas.

50

Fotos: Lucy Nevoa - Antes e depois – programa 5 S

Os principais benefícios do programa são:

• Liberação de utensílios, equipamentos e documentos desnecessários;

• Melhor visualização do local de trabalho;

• Rapidez e facilidade na busca de documentos e objetos;

• Redução da perda de tempo;

• Controle do uso de equipamentos e documentos necessários;

• Estímulo à criatividade;

51

• Redução dos riscos de acidentes;

• Higiene no local de trabalho;

• Eliminação de desperdício;

• Melhora quanto à higiene mental e física;

• Melhoria das áreas comuns (copas, dormitórios, refeitório e outros.)

52

3.4 Discussão

Segue abaixo tabela dos programas apresentados anteriormente,

onde relacionamos os Indicadores de QVT e a qual teoria ele está

relacionado.

Quadro IV- Programas de QVT, seus indicadores e teórico.

Programa Indicador Teoria

Campanha de Vacinação

1. Condições de segurança e saúde no trabalho.

1.Walton

Campanha Educacional

1. Condições de segurança e saúde no trabalho.

1. Walton

Atividades esportivas

1. Inter – relacionamento

2. Integração social na organização.

1. Hackman e Oldhan

2. Walton

Grupos de gestão

1. Inter – relacionamento.

Integração social na organização.

2. Participação dos funcionários nas decisões.

3. Grupos autônomos de trabalho.

1. Hackman e Oldhan

2. Nadler e Lawler

3. Nadler e Lawler

Aniversariantes do mês

1. Integração social na organização.

1. Walton

Idéia brilhante

1. Participação dos funcionários nas decisões.

2. Inovação no sistema de recompensas para influenciar o clima organizacional

1. Nadler e Lawler

2. Nadler e Lawler

Treinamento e desenvolvimento de

1. Oportunidade futura para crescimento contínuo e

1. Walton

53

pessoal segurança.

Projeto EJA – educação de Jovens e

Adultos

1. Oportunidade futura para crescimento contínuo e segurança.

1. Walton

Programa de Qualidade 5 S

1. Significado da tarefa.

2. Condições de segurança e saúde no trabalho.

3. Participação dos funcionários nas decisões.

4. Melhoria no ambiente de trabalho quanto a condições físicas e psicológicas.

1. Hackman e Oldhan

2. Walton

3. Nadler e Lawler

4. Nadler e Lawler

Fontes: (Hackman e Oldhan, APUD Chiavenato, 2004); ( Walton, 1973,

APUD, Chiavennato, 2004); Rodrigues, (1994).

Mesmo sabendo que os programas citados acima apresentaram boa

aceitação entre os colaboradores, segue abaixo algumas criticas sobre como

foram implantados.

• A idéia de um PQVT partiu do médio escalão – gerência – com apóio

de várias pessoas da área administrativa, no entanto houve

dificuldade de vender a idéia para a Diretoria da Empresa, o que

gerou baixo investimento financeiro nos programas.

• A impressão que se tem é que na substituição dos gestores os

programas correm riscos de serem instintos na Empresa. Falta maior

convencimento por parte dos Diretores, no sentido de mudar a

cultura da Empresa.

• Não foi realizado pesquisa entre os colaboradores para escolha dos

programas.

• Os programas não possuem avaliação formal da sua eficiência.

54

• Não foi desenvolvido nenhum sistema de pesquisa de satisfação

para ser aplicado nos colaboradores.

• Apesar dos programas apresentarem indicadores conforme

verificamos no quadro IV, nas instituições pesquisadas nenhuma

apresentou programas relativos à remuneração e carreira, Esse fato

reforça a idéia de que a Direção não “comprou” a idéia, a ponto de

mudar a cultura da Empresa.

55

CONCLUSÃO

No decorrer da historia do homem, as condições de trabalho mudaram

gradativamente, mesmo assim estamos longe de proporcionar a realização

das pessoas, durante o desenvolvimento de suas atividades, pois, o trabalho

exige esforço físico, renúncia e ainda é visto como uma obrigação, haja visto

que o trabalho é necessário para que o individuo permaneça inserido na

sociedade e mantenha sua subsistência.

Para que a organização se mantenha competitiva no mercado, a busca

pela qualidade dos produtos e serviços, tem sido o fator principal para que as

Empresas melhorem a Qualidade de Vida de seus trabalhadores. A Tecnologia

tornou-se grande aliada para melhorar a produtividade e qualidade dos

serviços e produtos, também auxiliou para diminuição do desgaste físico do

trabalhador. No entanto o desgaste intelectual e emocional aumentou

significativamente, devido à pressão por maior produção e diminuição dos

postos de trabalho, causando maior estresse no trabalhador e em decorrência

disso aumento de doenças como depressão, ansiedade e transtorno do

pânico, que atualmente são consideradas “doenças do século XXI”.

Se por um lado o empresário quer melhor lucratividade, produtividade,

criatividade e iniciativa do trabalhador, por outro lado o trabalhador deseja que

sua remuneração supra suas necessidades, que seu trabalho lhe dê satisfação

pessoal e que as condições de desenvolvimento de suas atividades não

desgaste sua saúde.

Assim um programa de Qualidade de Vida pode promover a integração,

melhorar o clima organizacional, reduzir conflitos, melhorar o trabalho em

equipe, prevenir doenças, promover o sentimento de utilidade e respeito no

trabalhador, promover a identificação do trabalhador com a Empresa. Assim,

fica mais fácil “vestir a camisa”. É o casamento quase perfeito entre Empresa

e trabalhador.

56

Os programas de QVT visam minimizar os efeitos nocivos do trabalho

sobre o homem, pois incentiva o trabalhador a promover mudanças no seu

estilo de vida. Também cria a possibilidade satisfazer algumas necessidades

do individuo dentro da Empresa, com pouco investimento financeiro por parte

do dele, como por exemplo, as atividades esportivas e a inclusão digital.

Sempre que se pretende implantar um PQVT em uma Empresa, o

principal questionamento é sobre o custo, vantagens, benefícios para a

Empresa e a, perda de tempo na produção entre outros. Em nosso estudo de

caso demonstramos que as Empresas usaram de recursos que já possuíam,

fazendo com que o custo de implantação e manutenção do programa tivesse

baixo custo. Foi à forma encontrada por essas instituições para minimizar o

estresse no trabalho.

A criatividade utilizada na escolha dos programas implantados pelas

Empresas pesquisadas nos mostra que um pouco de boa vontade por parte do

empresário e investimento financeiro são suficientes para dar inicio a um

Programa de Qualidade de Vida. O que se espera dessas Empresas é que

esses programas possam evoluir estruturalmente e administrativamente, ou

seja, que o RH, Diretoria e trabalhadores decidam juntamente, quais são os

melhores programas a serem implantados e que implantem ferramentas de

avaliação desses programas.

57

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 - Roteiro de Entrevista

Anexo 2 - Internet . Os benefícios da yoga

Anexo 3 - Internet . Mulheres e o futebol

58

ANEXO 1

Roteiro de Entrevista

1. Qual a perspectiva de Q.V.T adotada pela Empresa?

2. 2Porque a Empresa considera importante a Q.V.T de seus

colaboradores?

3. Quais programas foram implantados? Como e porque foram

implantados?

4. Como foi a adesão dos colaboradores aos programas? Foi necessário

fazer alguma campanha de motivação para a participação?

5. A implantação dos programas de Q.V.T. requerer que tipo de

investimento (financeiro, pessoal, profissional)?

6. Quais resultados obtidos com os programas de Q.V.T, tanto para os

colaboradores, quanto para a empresa?

59

ANEXO 2

Internet

Os benefícios do Yoga

Literalmente Yoga significa união, numa referência aos benefícios atingidos pelo corpo e mente, através da prática desta filosofia. Tem origem na Índia, e há mais de quinhentos anos, tem sido o método holístico mais antigo no mundo. Sua filosofia pretende unir corpo e mente, para que possamos agir e, lidar com nossos pensamentos e emoções com maior clareza. A vida tem seus conflitos, crianças chorando, brigando, cachorro que fez xixi no tapete, marido que chegou estressado do trabalho, a comida que queimou, falta roupa limpa, o seu chefe que estava de mau humor e te passou um sabão... enfim, o Yoga promete aliviar as tensões, para que se possa lidar melhor com estes problemas do dia a dia. Seu efeito deverá ser sentido após algumas sessões, e entre seus benefícios à saúde estão a forma física, fortalecimento do tônus muscular, desenvolvimento da agilidade corporal, maior capacidade pulmonar, fortalecimento do sistema cardiovascular, redução no stress, maior resistência física e equilíbrio, tanto corporal quanto mental. É uma ótima opção, para pessoas estressadas que, precisam relaxar para poder recuperar a concentração e ainda voltar à forma. Após uma aula de Yoga, o seu corpo certamente “pedirá”, por uma segunda rodada. E se você não tem tempo para a prática numa academia, exercite-se em casa mesmo, com as crianças, marido, sogra, vizinha... Existem muitos dvds, com explicações básicas que podem ser muito úteis para iniciantes! Filosofia. Algumas frases que descrevem essa filosofia oriental têm relação com o convívio social, o respeito mútuo e a paz interior. Não devemos fazer a outrem o que não gostaríamos que fizessem conosco. Essa é em resumo a lei de Dharma. Mantendo o corpo firme, com três partes eretas ( cabeça, pescoço, e peito), o sábio dirige os sentidos e a mente ao interior do coração... Svetasvatara Upanishad O Yoga deve conhecer –se por meio do Yoga. O Yoga se manifesta mediante o Yoga. Aquele que se aplica sem descanso ao Yoga, no final encontra no Yoga uma alegria permanente. Vyasa, Yoga Bhasya

60

Benefícios do Yoga na dieta alimentar. Entre algumas das principais causas da obesidade está a ansiedade. Muitas mulheres afirmam sentir vontade de comer quando estão muito nervosas, este hábito tende a se tornar um distúrbio, e, portanto incontrolável por si só. Com a prática do Yoga, e a provável redução do estress, os sintomas de ansiedade , poderão ser melhor administrados, ocasionando num controle eminente dessas emoções. Se a cultura milenar encantar ainda mais quem a pratica, uma boa dica é experimentar os deliciosos pratos típicos desta cultura, que apesar de vegetarianos têm um sabor peculiar, além de pouco calórico. quarta-feira, 15 de outubro de 2008. LINK: http://www.tekatun.com/2008/10/os-beneficios-do-yoga.html Acesso: 27/12/2009

61

ANEXO 3

Internet

Mulheres e o futebol

Criado em Qui, 21/08/2008 12h43 Foi-se o tempo em que futebol era só coisa de homem. As Olimpíadas de Pequim são prova disso, basta repara no nosso time de guerreiras, em especial a jogadora Marta da seleção feminina de futebol. Mesmo sem medalha em Pequim, elas fazem bonito nos campos!

Tudo bem que ainda é difícil as mulheres trocarem uma partida ou um jogo na TV por algum passeio com as amigas ou algo do tipo. Mas que elas estão praticando o esporte, isso estão. Também, pudera. O futebol é um ótimo exercício cardiovascular, estimula o espírito competitivo e pode ajudá-la a ter aquele corpinho tão sonhado. A prática possibilita enrijecer o bumbum e as coxas muito bem e chega a queimar até 400 calorias por hora. Veja aqui mais benefícios de jogar futebol!

“Eu sempre gostei do esporte, mas tomei coragem mesmo quando meu namorado alugou uma quadra com uns amigos. Fui assisti-lo e na quadra ao lado tinha um time de meninas. Estava faltando uma jogadora e elas me chamaram. Me emprestaram uma chuteira e uniforme. Adorei e não parei mais”, conta Paula Moura.

A publicitária confirma ainda que o futebol fez mesmo maravilhas por sua saúde. “Em menos de três meses, jogando toda semana, perdi três quilos e ganhei coxa. Adorei meu novo corpo”, conta ela.

Paula não é a única. A procura pela modalidade aumentou tanto que escolas especiais de futebol incluíram aulas femininas em sua programação. Mulheres famosas também se empolgaram e entraram na onda. Em julho, a apresentadora do “Pânico na TV”, da RedeTV!, Sabrina Sato suou as belas pernas e jogou em um amistoso do GRAAC (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer). Vale a pena praticar!

Fonte - MBPress

http://vilamulher.terra.com.br/mulheres-e-o-futebol-11-1-68-149.html Acesso

27/12/2009.

62

BIBLIOGRAFIA

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monografia passo a passo... Siga o mapa da mina. 5ª ed. Rio de Janeiro. Ed.

Wak.2005.

Bergamaschi, Elaine Cristina e Polito, Eliane : Ginástica Laboral. Revista

Digital – São Paulo - www.confef.org.br - Agosto de 2004. Acesso:

27/12/2009.

Chiavenato, Adalberto. Gestão de Pessoas: e o novo papel dos recursos

humanos nas organizações. 7ª reimpressão. Rio de Janeiro. Ed. Elsevier,

2004.

Junior, Rubens Venditti e Souza, Irivaldo : A Ginástica Laboral.

http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Ano 10 - N° 77 -

Outurbro de 2004. Acesso: 10/10/2009.

Macedo, Kátia Barbosa (org). Qualidade de vida no trabalho: O olhar da

psicologia e da administração. Goiânia. Ed. Da UCG, 2004.

Machado, Maria Margarida. Política Educacional para Jovens e Adultos:

A experiência do projeto AJA (93/96) na Secretaria Municipal da Educação de

Goiânia. Tese de mestrado –UFG – Goiânia, 1997.

Medeiros, José Rafael. O amor renovando o trabalho. Petrópolis, RJ: vozes,

1999.

Rodrigues, Marcus Vinicius Carvalho. Qualidade de vida no trabalho: evolução

e análise do nível Gerencial. 2ª ed. Petrópolis, RJ. Ed. Vozes, 1994.

63

Oliveira, Patrícia Morilha e França, Ana Cristina Limongi : Avaliação da

gestão de programas de qualidade de vida no trabalho. © RAE- eletrônica - v.

4, n. 1, Art. 9, jan./jun. 2005: www.rae.com.br/eletronica. Acesso: 10/10/2009.

Poleto, Sandra Salete: Avaliação e implantação de programas de ginástica

laboral, implicações metodológicas. Tese de mestrado –UFRGS - Porto Alegre,

2002.

Pio, Cleuza. Treinamento e desenvolvimento de pessoas: dois lados da

mesma moeda. Artigo. www.psicologia.com.pt/artigos/ver_opiniao.2006. acesso

12/12/2009.

Ramos Pablo Arreula Nascimento e Silva, Katiene Souza. Programa de

Qualidade de Vida do Trabalhador. Manual para treinamento das equipes de

saúde da família. Série Cadernos Técnicos, 2. Salvador: Polo de Capacitação,

Formação e Educação Permanente de Pessoal para Saúde da família.

Salvador, 2001. http://www.saneamento.poli.ufrj.br/documentos/24CBES/VIII-

006.pdf acesso: 12/12/2009.

Silva, Marco Aurelio Dias e Marchi, Ricardo. Saúde e qualidade de vida no

trabalho.. São Paulo. Ed. Best Seller, 1997.

.

64

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I – SAÚDE E QVT 10

1.1 - Histórico da QVT 12

1.2 - Problemas de Saúde nas Organizações 15

1.3 - A importância dos programas de QVT 18

Benefícios para o empregado 19

Benefícios para a Empresa 20

CAPÍTULO II – INDICADORES DE QVT 22

2.1 – Os modelos de QVT 23

CAPÍTULO III – PROGRAMAS DE QVT 32

3.1 – Etapas para implantação do programa de QVT 32

3.2 – Avaliação dos programas de QVT 35

3.3 – Estudos de caso 36

Caso 1 36

Campanhas de vacinação 37

65

Campeonato de truco 37

Grupos de Gestão 38

Programa Idéia brilhante 39

Campanhas educacionais 39

Caso 2 39

Atividades esportivas 39

Natação 40

Ginástica laboral 41

Yoga 43

Futebol 44

Aniversariantes do mês 47

Treinamento e desenvolvimento de pessoal 47

Projeto EJA – Educação de Jovens e Adultos 48

Programa de Qualidade 5 S 49

3.4 – Discussão 52

CONCLUSÃO 55

ANEXOS 57

BIBLIOGRAFIA 62

ÍNDICE 64

66

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes

Título da Monografia: PQVTs – Programas de Qualidade de Vida no

Trabalho.

Autora: Elisangela dos Santos Morais

Data da entrega: 24/04/2010

Avaliado por: Conceito: