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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA Casas Bahia Por: Paulo Roberto Ramos Doederlein Orientador Prof. Jorge Vieira Rio de Janeiro2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

Casas Bahia

Por: Paulo Roberto Ramos Doederlein

Orientador

Prof. Jorge Vieira

Rio de Janeiro2013

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

Casas Bahia

Apresentação de monografia ao instituto a vez do mestre –

Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de

Especialista em Gestão Estratégica de Vendas e Negociação.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar ao meu Deus e

depois aos meus familiares,

professores e colegas de turma onde

foram feitas várias trocas de

experiências.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a pessoas muito

especiais em minha vida, como minha

esposa, meus filhos que durante essa

trajetória me apoiaram e abriram mão de

minha presença em virtude de minha

realização pessoal e acadêmica.

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RESUMO

Esse trabalho tem por objetivo analisar essa situação da Casas Bahia,

abordando o tema com base nos conceitos de marketing e estratégia discutidos

no curso de Gestão Estratégica de Vendas e Negociação, passando pela

análise do e-commerce no Brasil assim como dos riscos e oportunidades da

Casas Bahia com a sua própria loja virtual.Os passos da Casas Bahia

acompanham a história do varejo Brasileiro que teve grandes mudanças nas

últimas quatro décadas, com importante crescimento da base de consumidores

e mudanças de costumes frutos das evoluções tecnológicas que impactaram

profundamente a mídia, a telecomunicação e a informática.É importante

observar que há 10 anos, a internet não atendia aos interesses da empresa,

pois não estava em linha com a visão da empresa em atender as classes

populares e provavelmente também não era um ambiente, na época, adequado

para a aplicação de seus negócios em função da tecnologia existente que

dificultava a adoção dos valores que a empresa cultivava e ainda cultiva como,

por exemplo, a simpatia, dedicação ou humanidade, nos moldes que a Casas

Bahia ainda adota com as suas lojas físicas. Procurei então, por meio desse

trabalho, apresentar um exemplo de aplicação das técnicas e conceitos

aprendidos no curso a uma situação real de uma empresa inserida em um

contexto ambiental de mudanças tecnológicas e econômicas que causaram e

estão causando alterações do comportamento do seu público alvo, buscando

também entender a sua postura e decisões baseadas em sua visão, missão e

valores.

Palavras-chave:Cliente, Casas Bahia, Gestão Estratégica de Vendas e Negociação. Enterprise Management (Houses Commercial Bahia Ltda), of the course of Business administration of the Salty University of Oliveira 2011.

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METODOLOGIA

A pesquisa bibliográfica foi desenvolvida com o objetivo de transmitir

uma visão da importância da Casas Bahia para o varejo,buscando definir

alguns objetivos estratégicos na sua investida no comércio eletrônico,

obviamente não nos esquecendo da sua Visão, Missão e Valores mas sempre

agregando para que tenha cada vez melhores resultados. Foram coletadas

várias informações de livros de vários autores pertinentes ao assunto tratado

formando assim uma idéia principal .

SUMÁRIO

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTO

DEDICATÓRIA

RESUMO

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I - A EMPRESA E O NEGÓCIO

CAPÍTULO II- RECONHECIMENTOS

CAPÍTULO III – ORGANIZAÇÃO

CAPÍTULO IV – VAREJO CAPÍTULO V – CLASSIFICAÇÕES E FORMATOS VAREJISTAS CAPÍTULO V I – O VAREJO BRASILEIRO CAPÍTULO VII – MARKET SHARE CAPÍTULO VIII – AMBIENTES DE NEGÓCIOS NO MERCADO ELETRÔNICO CAPÍTULO IX – MERCADO ELETRÔNICO E AS VANTAGENS COMPETITIVAS CAPÍTULO X – RISCOS NOS SISTEMAS ELETRÔNICOS DE PAGAMENTO CAPÍTULO XI – PRIVACIDADE E SEGURANÇA CAPÍTULO XII – MARCA CASAS BAHIA CAPÍTULO XIII – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS

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INTRODUÇÃO

Não é possível fazer um comentário sobre o varejo no Brasil sem citar o

nome Casas Bahia que carrega uma fascinante história típica dos

empreendedores imigrantes que vieram ao Brasil em busca de oportunidades

que o seu país natal não poderia oferecer em função dos impactos da Segunda

Grande Guerra Mundial sobre a sua economia.

Essa gigante do ramo varejista de eletrônicos, eletrodomésticos e

móveis se consolidou como líder absoluto com os resultados dos últimos anos

bem superiores que a de seus concorrentes. Desde 2001, o número de lojas da

rede quase dobrou e o faturamento de 6 bilhões passou para 11.5 bilhões de

reais em 2010.

Os passos da Casas Bahia acompanham a história do varejo Brasileiro

que teve grandes mudanças nas últimas quatro décadas, com importante

crescimento da base de consumidores e mudanças de costumes frutos das

evoluções tecnológicas que impactaram profundamente a mídia, a

telecomunicação e a informática.

Curiosamente, aquela empresa que sempre esteve à frente de seus

concorrentes investindo em seus sistemas de informação, em eficiência

logística e crédito ao consumidor (quando ninguém estava disposto a assumir

tais riscos), essa mesma empresa demorou mas hoje já possui uma loja virtual

como possuem os seus principais concorrentes.

Esse trabalho tem por objetivo analisar essa situação da Casas Bahia,

abordando o tema com base nos conceitos de marketing e estratégia discutidos

no curso de em Gestão Empresarial, passando pela análise do e-commerce no

Brasil assim como dos riscos e oportunidades da Casas Bahia com a sua

própria loja virtual.

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CAPÍTULO I

A EMPRESA E O NEGÓCIO

Casas Bahia

A Casa Bahia, empresa de capital nacional, vendida em 1957, em São

Caetano do Sul, para o imigrante Samuel, que iniciou a sua trajetória de

sucesso no mercado varejista brasileiro como mascate vendendo produtos aos

retirantes nordestinos. Mas a história da Casas Bahia não foi iniciada pela

simples aquisição da primeira loja por um imigrante e sim de um empreendedor

polonês chamado Samuel Klein que iniciou a sua aventura no comércio

varejista brasileiro cinco anos antes com apenas U$ 6 mil no bolso, vendendo

produtos como tecidos, vestuários e pequenos utilitários domésticos de casa

em casa com uma filosofia de trabalho e relacionamento com o consumidor

que até hoje é adotada em suas lojas. Maiores detalhes sobre essa fascinante

história do Sr Samuel Klein pode ser encontrada no anexo desse trabalho, na

matéria publicada no Jornal do Comércio – SP sob o título “Samuel Klein,

sangue de comerciantes nas veias”.

Atualmente, a Casas Bahia está presente em quinze estados: SP, RJ,

MG, GO, RS, PR, SC, MS, MT, ES, BA, SE e CE (além do Distrito Federal). A

empresa multiplicou em pouco mais de uma década suas 250 filiais para as

mais de 565 atuais. Em 2011, a rede figurou entre as 250 maiores empresas de

varejo no mundo, segundo o estudo “Poderosos Globais do Varejo em 2009”,

conduzido pela Deloitte Touch que, desde 1999 mapeia o ranking mundial do

setor. A Casas Bahia galgou 60 posições, passando para o 138º lugar, com

receita de US$ 4,8 bilhões no ano fiscal 2007/2008. Foi a única empresa

brasileira a constar do ranking.

No país há mais de meio século, a Casas Bahia é apontada por

pesquisadores da Michigan Business School como benchmark no mercado da

baixa renda. Trata-se de um caso sem similar no varejo mundial como

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descobriu a equipe do indiano C.K.Prahalad, um dos mais respeitados

especialistas em termos de estratégia. Partiu dele a decisão de enviar a São

Paulo, em 2007, dois pesquisadores de Michigan para estudar uma empresa

especialista em lidar com a baixa renda no Brasil: a Casas Bahia.

A habilidade para entender as necessidades emocionais e os hábitos de

compra dos clientes de baixa renda e a capacidade de viabilizar o sonho de

consumo por meio do acesso ao crédito resultou em um modelo de negócios

único no que diz respeito ao varejo.

Segundo Prahalad em seu livro “The Fortune at the Botton of the

Pyramid”; “A Casas Bahia prova minha tese a respeito da importância e da

rentável oportunidade de mercado existente na base da pirâmide de renda”.

O segredo de lidar com todas as camadas sociais, com foco principal

nas classes populares se traduz em números bastante significativos. Em 2011,

a rede fechou o ano com 17,2 milhões de contratos aprovados. Sua plataforma

de clientes no ano somou 29,3 milhões de pessoas, mais do que a população

da maioria das cidades brasileiras.

A rede segue a cartilha de seu fundador, Samuel Klein. Sua empresa

não segue tendências e modismos. Está focada na arte de comprar e vender e

se dedicar ao cliente proporcionando aos seus consumidores atuais qualidade

de serviços, presteza na concessão de crédito e assistência contínua no pós

venda.

A Casas Bahia é muito mais do que a fachada de suas lojas. A empresa

desenvolveu uma estrutura logística que permite a expansão da rede em um

raio de um mil quilômetros a partir de dois grandes Centros de Distribuição

localizados em Jundiaí (SP) e Duque de Caxias (RJ). A rede tem 07 centros de

distribuição (Jundiaí, Duque de Caxias, Ribeirão Preto, Serra, Betim, São

Bernardo do Campo, São José dos Pinhais e Campo Grande) e 07 entrepostos

em localidades distintas nos mercados em que se faz presente. Alheia à

terceirização, embora consciente que o gasto em manter essa estrutura é

significativo, a rede possui uma frota própria de mais de 1508 veículos pesados

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que rodaram, em 2011, mais de 116,7 milhões de quilômetros em um ritmo de

entregas que ultrapassou a marca das 998 mil/mês.

Essa estrutura funciona 24 horas por dia e capacidade de

armazenamento de 8,3 milhões de m³. Todas as lojas da Casas Bahia estão

localizadas dentro de um raio de 1000 quilômetros dos seus dois centros de

distribuição principais e existe um sistema integrado dessas lojas com esses

centros de distribuição funcionando na sua Central de Processamento de

Dados em São Caetano (São Paulo) que distribui as informações da venda

quase que no momento da venda, permitindo que a empresa garanta a entrega

de quaisquer produtos vendidos em suas lojas dentro de um prazo de dois

dias.

Na Casas Bahia, o slogan “Dedicação Total a Você” se aplica aos dois

lados da moeda: clientes e também colaboradores. Já no último Natal ( 2012 –

2013 o Slogan foi: “Natal é todo dia Casas Bahia” .

Em 2009, a Casas Bahia implantou no Centro de Distribuição de Jundiaí

um Centro de Convivência, espaço de relaxamento e convívio para os

colaboradores daquele local, com lanchonete, salão de cabeleireiro e livraria.

Mais tarde, foram inaugurados outros dois centros de convivência, na matriz da

empresa e na CB Contact Center, braço da Casas Bahia na área de tecnologia

e call center.

Já em 2010, a empresa investiu na construção do edifício Chana Klein,

espaço exclusivamente dedicado ao bem-estar e saúde dos seus

colaboradores, que inclui refeitório, academia esportiva, salas de massagem,

acupuntura, ginecologia, centro de reabilitação física, salão de cabeleireiro,

jardim de inverno, sala de estudos, sala ecumênica e lanchonete.

A FUSÃO DAS CASAS BAHIA

No dia 2 de Julho de 2010, foi feita a fusão entre os grupos Pão de

Açúcar e Casas Bahia, sendo assim, com o novo acordo, o novo grupo

formado passa a se chamar de Nova Casas Bahia, onde a captação de

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recursos ficará por parte da Globex, controladora da rede Ponto Frio. Para o

novo acordo, que durou cerca de 4 meses de duração se consolidar, foi preciso

injetar, cerca de R$ 689 milhões por parte do grupo do então, chefe de

conselho da empresa Abílio Diniz.

CAPÍTULO II

Reconhecimentos

A contribuição de Casas Bahia para o desenvolvimento da população

menos favorecida do Brasil é reconhecida não só pelos seus fregueses, como

serve de exemplo para o mundo todo!

A empresa é apontada por pesquisadores da Michigan Business School

como benchmark no mercado da baixa renda. Trata-se de um caso sem similar

no varejo mundial, conforme descobriu a equipe do indiano C.K.Prahalad, um

dos mais respeitados especialistas em estratégia, que foi enviada ao Brasil em

2008 para estudar uma empresa especialista em lidar com a baixa renda no

Brasil. O resultado da pesquisa está registrado no livro “The fortune at the

bottom of the pyramid” (A riqueza na base da pirâmide).

“Casas Bahia: preenchendo sonhos. Por meio de uma abordagem única

no atendimento/serviço ao consumidor, a Casas Bahia tem desenvolvido um

modelo de negócio inovador que, com sucesso, serve a população da base da

pirâmide do Brasil”, C.K. Prahalad.

O reconhecimento não parou aí. Em 2009, a Casas Bahia foi citada na

NRF – National Retail Federation, maior feira mundial de varejo, como uma das

250 maiores empresas deste setor no mundo, lista formada por empresas que

faturam cerca de US$ 3 trilhões dos US$ 8 trilhões de receita do varejo

mundial.

A rede foi ainda a única empresa brasileira citada como exemplo de

concessão de crédito em estudo da Comissão Sobre o Setor Privado e

Desenvolvimento do PNUD - Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento (N.Y)., mar/2007). O Relatório entregue ao Secretário Geral

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da ONU, Kofi Annan, afirmou, entre outros pontos, que Casas Bahia contribui

para o crescimento equitativo da humanidade.

CAPÍTULO III

ORGANIZAÇÃO

Organograma da Casas Bahia – 2012

A Presidência é ocupada pelo fundador Sr Samuel Klein, que tem como

apoio duas diretorias principais: a Diretoria Comercial e a Diretoria Executiva.

A Diretoria Executiva é responsável por todos os assuntos de apoio

administrativo à operação comercial da Casas Bahia. Podemos destacar,

dentre as diversas responsabilidades dessa diretoria a gestão financeira

(contabilidade, auditoria e controladoria), recursos humanos (RH), tecnologia

da informação (TI), recuperação de crédito, crédito central, jurídico,

telecomunicações, segurança e comunicação corporativa. A Diretoria é

ocupada pelo Sr. Michael Klein, filho do Sr. Samuel e as posições diretas são

ocupados por diretores de confiança da família.

A Diretoria Comercial está sendo conduzido pelo outro filho do fundador,

o Sr Saul Klein. Essa diretoria é responsável pela condução das operações das

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565 lojas, por meio de seus gerentes em cada loja, coordenado por a 32

Gerentes Regionais e liderados pelos Diretores de Loja. Além da gestão de

lojas, a Diretoria Comercial ainda responde por assuntos de marketing,

tecnologia (produtos e vendas), compras e logística, sendo essas duas últimas

diretorias estrategicamente muito importantes.

CAPÍTULO IV

VAREJO

“O varejo inclui todas as atividades envolvidas na venda de bens e

serviços diretamente aos consumidores finais para uso pessoal. Qualquer

organização que utiliza esta forma de venda – seja um fabricante, atacadista ou

varejista – está praticando varejo.” (Philip Kotler, Administração de Marketing, p

480).

Iniciamos o capítulo com a definição de um dos ramos mais competitivos

e promissores do mercado brasileiro no qual a Casas Bahia é um dos mais

importantes varejistas na comercialização de bens de consumo, mas antes

iremos discorrer sobre alguns conceitos para que possamos identificar qual o

segmento que a Casas Bahia está atuando nesse vasto mercado como

também o seu posicionamento e atuação.

Os varejistas fazem parte do grupo definido como intermediários no conceito de

marketing. Os intermediários exercem um importante papel no mercado, com

as mais variedades de funções e responsabilidades, pois tornam disponíveis e

acessíveis os produtos dos fabricantes aos mercados alvos. Ainda dentro das

definições em marketing, os varejistas e os atacadistas são especificamente

chamados comerciantes intermediários por comprarem e assumirem a

propriedade das mercadorias e os revenderem. Podemos citar outros

intermediários como agentes intermediários que são os representantes de

fábrica, agentes de vendas e novamente alguns atacadistas. Eles se

distinguem dos comerciantes intermediários por não assumirem as

propriedades dos bens, mas procuram os clientes e negociam com eles em

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nome dos fabricantes. Existem também os facilitadores que, dentro do

processo de unir os produtores aos consumidores, auxiliam no desempenho da

distribuição mas não assumem a posse dos bens nem negociam compras ou

vendas, são as empresas transportadoras, armazéns independentes, bancos e

agências de propaganda.

Em razão de custos, viabilidade econômica e competência, a maioria

dos fabricantes adota intermediários de marketing para colocar seus produtos

no mercado, constituindo então os seus canais de distribuição ou canais de

marketing. “Os canais de marketing podem ser vistos como um conjunto de

organizações independentes envolvidas no processo de tornar o produto ou

serviço disponível par uso ou consumo”. (Stern, Louis W. citado por Kotler no

livro Administração de Marketing, 4ª Edição 1996).

Podemos caracterizar os canais de distribuição em número de níveis,

conforme o papel desempenhado pelos intermediários dentro das etapas de se

levar os produtos dos produtores aos consumidores. Nesse trabalho,

estaremos focando especificamente os conceitos de administração de canais

para bens de consumo, que é a categoria produtos comercializados pela Casas

Bahia.

O mais comum no mercado de bens de consumo é o canal de nível dois

onde existem dois intermediários: os atacadistas que adquirem grandes lotes

de produto e existe uma economia de escala no transporte e no

armazenamento e os varejista que “fragmentam” os lotes em quantidades

menores conforme as necessidades dos consumidores.

Um aspecto importante que tem sido observado no mercado de

eletrônicos é o potencial desenvolvimento do canal de nível zero (também

chamado canal de marketing direto). Graças à evolução da internet e do

número de usuários (assunto que estaremos detalhando mais adiante), houve

um processo de estreitamento de relacionamento entre o fabricante e o

consumidor.

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Os fabricantes cada vez mais estão investindo em seus sítios para

melhor apresentar os seus produtos e dar suporte técnico aos seus clientes

além de indicar os seus canais de vendas mais apropriados.

CAPÍTULO V

CLASSIFICAÇÕES E FORMATOS VAREJISTAS

Existem variadas formas de varejo onde o volume de vendas do varejista

efetivamente ocorre, no entanto estaremos neste trabalho adotando a

abordagem feita por Kotler organizando o varejo em: lojas de varejo, varejos

sem loja e organizações varejistas.

Lojas de Varejo

Existe uma ampla variedade de lojas de varejo onde os consumidores

podem comprar bens e serviços, dentre eles podemos destacar alguns que

estaremos de alguma forma citando e analisando nesse trabalho:

ZZLojas de Especialidade – são aquelas que vendem uma estreita linha

de produtos, mas com um profundo sortimento dentro dessa linha. (Ex. Fast

Shop e sua linha de eletrônicos, informática e linha branca, todos voltados a

um alto padrão de qualidade).

ZZLojas de Departamentos – vendem várias linhas de produtos, como

roupas, móveis e utilidades domésticas. As linhas são operadas como

departamentos separados e administradas por compradores especializados.

(Ex. Casas Bahia, Pernambucanas, Ponto Frio e Insinuante).

ZZSupermercados – são grandes organizações que operam com

pequenas margens, baixo custo, volume elevado e auto-serviços, voltados ao

suprimento de necessidades totais dos consumidores como alimentos, higiene

pessoal, limpeza e manutenção do lar. Mas atualmente, eles também têm

ampliando os negócios oferecendo produtos de eletro eletrônicos, utilidades

domésticas.

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nota: estaremos adotando o nome fantasia das lojas dos grupos

econômicos no trabalho para facilitar a identificação das instituições varejistas

e facilitar o estudo no seu posicionamento no mercado varejista.

ZZLojas de Conveniência – são lojas pequenas situadas em áreas

residenciais, oferecendo uma linha limitada de produtos de conveniência mas

de alta rotatividade e permanecerem abertas 7 dias por semana e além do

horário normal. Caracterizam-se pelos preços mais altos por oferecer

oportunidades de compras complementares e de última hora aos

consumidores. (Ex. Lojas Americanas Express)

ZZSuperlojas, Lojas Mistas e Hipermercados – São grandes espaços

(acima de 11 mil metros quadrados) destinados a atender à quase todas as

necessidades alimentares e não alimentares do consumidor. A loja oferece

amplo sortimento de produtos (vestuários, móveis, eletrodomésticos, etc) e

grande volume de exposição com mínima manipulação por partes de

funcionários. (Ex. Leroy Merlin, Extra, Mega Loja Ponto Frio)

ZZOutros (Lojas de Descontos, Varejo de Liquidação e Showroom de

Venda por Catálogo)

Assim como os produtos, os tipos de lojas de varejos passam por etapas

de crescimentos e declínios denominados Ciclo de Vida do Varejo, o quadro

abaixo representa bem os conceitos descritos por Juracy Parente (Varejo No

Brasil, editora Atlas, edição 2000):

Varejo Sem Lojas

Os principais tipos de varejo sem loja são (Philip Kotker, Administração

de Marketing, 4ª Edição, 1996):

ZZVenda Direta – é uma das formas mais antigas de venda iniciada

com os mascates itinerantes há vários séculos. (Curiosamente, foi a forma de

venda adotada pelo Sr Samuel Klein, fundador e proprietário da Casas Bahia,

quando chegou ao Brasil em 1952 para vender roupas de cama, mesa e banho

de porta em porta com uma charrete). O melhor exemplo de venda porta a

porta é a Avon que trouxe conceitos de amiga das donas de casas e

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conselheira de beleza. A venda direta é um processo caro em função da

necessidade de se pagar altas comissões aos vendedores, muito treinamento,

administração e motivação da força de vendas.

ZZMarketing Direto – basicamente, o marketing direto iniciou-se com as

vendas pelos correios, hoje ele pode ser definido comum sistema de marketing

interativo entre o vendedor e o consumidor que utiliza veículos de

comunicações com a finalidade de se conseguir um contato ou a concretização

de um pedido. Para os varejistas, as ferramentas de comunicação utilizadas

são os catálogos enviados por mala direta, revista, jornal, rádio, televisão ou

computador. Os consumidores efetuam o contato por meio dos correios,

telefones ou computadores para esclarecimentos ou efetuar os pedidos.

Estaremos abordando o Marketing Direto com maiores detalhes nesse trabalho

ao tratarmos sobre o e-commerce mais a diante.

ZZVenda Automática – venda adotada para uma variedade de produtos,

que principalmente são susceptíveis ao consumo por impulso, por meio de

máquinas de vendas posicionadas em locais de conveniência ao consumo.

Exemplo: cigarros, refrigerantes, chocolates, jornais, bebidas quentes, livros

em aeroportos).

Por fim, existem autores que tratam inclusive as lojas virtuais como uma

categoria à parte do Marketing Direto, chamando o de varejo virtual (Juracy

Parente, Varejo no Brasil, Ed Atlas), no entanto estaremos considerando neste

trabalho o varejo via internet como Marketing Direto, uma das formas do varejo

sem loja.

CAPÍTULO VI

O VAREJO BRASILEIRO

O varejo brasileiro vem correspondendo à intensa modificação do

mercado nas últimas cinco décadas. Em 1962, estima-se que havia

aproximadamente 13,5 milhões de consumidores, representando apenas 15%

da população na época. A partir de então, ocorreram eventos diversos eventos

importantíssimos na história da economia brasileira que modificaram

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profundamente as características do mercado, como os planos econômicos

que finalmente conseguiram domar a temida inflação no Governo Itamar

Franco e Fernando Henrique Cardoso, as mudanças tecnológicas (como por

exemplo o surgimento da internet ou mesmo da migração da TV preto e

branco, passando para TV em cores e hoje para a tecnologia LCD (Led) e

PLASMA com definições de imagens muito superiores), as políticas monetárias

que elevaram os juros a níveis astronômicos, a abertura de mercado aos

produtos importados promovida pelo governo Fernando Collor de Mello, o

aprimoramento das regras de proteção ao consumidor (lei do consumidor) que

mudou o perfil do próprio consumidor para um mais exigente e seletivo e

finalmente chegando a aproximadamente 65 milhões de consumidores nos dias

de hoje, com destaque à Classe C que passou a ser mais consumista graças

às atividades populistas do atual governo e expansão do crédito ao

consumidor, sem nos esquecermos do aquecimento do mercado de altíssima

renda. Isso representa um aumento de 46 milhões de pessoas em 40 anos

capazes de consumir alguma coisa no canal varejista.

CAPÍTULO VII

MARKET SHARE

Varejo Total

Casas Bahia detém a liderança absoluta do setor de varejo de

eletrodomésticos, móveis e produtos eletrônicos do Brasil. Segundo a Revista

Exame em sua matéria “Quem Precisa da Liderança?” publicada em

13/07/2010, o faturamento da Casas Bahia em 2011 de 15,5 bilhões de reais

correspondiam a somatória de seus cinco principais concorrentes. A empresa

da família Klein é responsável por 30% do market share de eletro-eletrônicos

vendidos no varejo.

Marketing Direto

O que ocorre no varejo tradicional (com lojas) também ocorre no

comércio eletrônico no Brasil, no entanto a líder absoluta do setor é a B2W

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com54% do mercado em 2011 em 8,3 bilhões de reais com potencial de dobrar

até 2014 (Revista Exame, “A Briga pelo Segundo Lugar – Na Internet”,

17/03/2012).

CAPÍTULO VIII

AMBIENTES DE NEGÓCIOS NO MERCADO ELETRÔNICO

Albertin (2002:14) argumenta que “o tratamento das informações faz

parte de toda atividade de negócio de uma empresa que oeferece um produto

ou serviço – desde a concepção, planejamento e produção até a

comercialização, distribuição e suporte. Como resultado, a TI tem-se tornado

um componente crítico do planejamento estratégico corporativo e da vantagem

competitiva das empresas”.

As vantagens competitivas dependem de como as empresas organizam

e desempenham suas atividades, fazendo com que percebam e descubram

novos e melhores meios de competir num setor e levando-os ao mercado, o

que é percebido como inovação.

Inovação pode ser definida como a inclusão de melhorias em tecnologia

e melhores métodos ou formas de fazer as coisas. Porter (1980) definiu as

cinco forças competitivas, que são:

ZZameaças de novos entrantes;

ZZameaças de produtos ou serviços substitutos;

ZZpoder de negociação dos fornecedores;

ZZpoder de negociação dos compradores; e

ZZrivalidades entre as empresas existentes.

CAPÍTULO IX

MERCADO ELETRÔNICO E AS VANTAGENS COMPETITIVAS

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Tradicionalmente, a TI sempre contribuiu de forma significativa para a

redução de custo, o que também acaba acarretando aumento de valor, mas

não como foco principal. Os exemplos dessa situação são a automação de

processos, redução dos estoques por meio de just-in-time, integração de

processos internos e externos que reduziram o trabalho, etc.

Bloch, Pigneur e Segev (1996) utilizaram o trabalho de Porter (1980)

sobre estratégia competitiva e verificaram que com o comércio eletrônico

teríamos as proposições de benefícios estratégicos abaixo:

A. Estratégias competitivas genéricas. As três estratégias competitivas

genéricas definidas por Porter (1980) são liderança em custo, diferenciação e

segmentação. Segmentar significa concentrar em um segmento de seus

clientes e provê-los com um conjunto de produtos, serviços excelentes, etc. As

três proposições podem apoiar tais estratégias.

A utilização de sistemas de comércio eletrônico na Internet ou sistema

similar...

Proposição A1: proporciona vantagem em custos por meio de promoção

de produtos com menores custos, canais de distribuição mais baratos e

economias diretas.

Proposição A2: auxilia uma empresa a se diferenciar não somente por

preço, mas também por meio de inovação de produtos, tempo para

comercializar e serviço a cliente.

Proposição A3: permite estratégias com ênfase em clientes por meio de

melhores relacionamentos com eles.

B. Novos entrantes e produtos substitutos. A utilização de sistemas de

comércio eletrônico na Internet ou sistema similar...

Proposição B1: permite mais facilmente a entrada em alguns mercados,

tradicionalmente difíceis de acessar, graças à promoção mais fácil de produtos,

novos canais de promoção e requerimentos reduzidos de capital.

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Proposição B2: permite estabelecer barreiras de entrada em alguns

mercados por meio de aprendizagem extensiva de clientes (o que faz com que

a troca de fornecedor seja mais cara), diferenciação de produtos e experiência.

Proposição B3: auxilia a introdução de produtos substitutos num

mercado, graças à inovação de produtos.

C. Intermediação e desvantagem estratégica. A utilização de sistemas

de comércio eletrônico na Internet ou sistema similar...

Proposição C1: torna mais fácil a eliminação de um intermediário numa

rede de distribuição, graças ao contato direto com o cliente e à utilização de

uma infra-estrutura publicamente compartilhada.

Proposição C2: torna mais fácil vir a ser um novo intermediário numa

indústria, por prover serviço de valor adicionado por meio de gerenciamento de

informação, como, por exemplo, integradores ou fornecedores de serviços

básicos.

Proposição C3: torna possível enfrentar concorrentes, graças à

maturidade de algumas tecnologias e experiências aprendidas, e é crítica para

não perder terreno quando das mudanças nas dinâmicas do mercado.

CAPÍTULO X

RISCOS NOS SISTEMAS ELETRÔNICOS DE PAGAMENTO

Kalakota e Whinston (1996) definem que em desafio essencial do

comércio eletrônico é o gerenciamento de risco. A operação dos sistemas de

pagamento incorre em três grandes riscos: fraude ou erro, aspectos de

privacidade e risco de crédito.

ZZRiscos de erro ou disputas: proteção do consumidor. Virtualmente,

todos os sistemas eletrônicos de pagamento necessitam de alguma habilidade

para manter registros automáticos, que inclui as seguintes facilidades: memória

permanente, acessibilidade e rastreabilidade, uma base de dados do sistema

de pagamento e transferência de dados para as autoridades realizadoras de

pagamento, bancárias e monetárias.

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ZZGerenciamento a privacidade da informação. Os sistemas eletrônicos

de pagamento precisam assegurar e manter a privacidade.

ZZGerenciamento risco de crédito. Risco de crédito ou sistêmico é a

maior preocupação na rede de sistemas de pagamento, pois uma falha de um

banco em honrar sua posição na rede poderia a levar uma reação em cadeia

de falhas no banco.

Apesar dos ganhos de custo e eficiência, muitas barreiras permanecem

para a disseminação dos sistemas eletrônicos de pagamento. Nelas incluem-se

muitos fatos, vários de natureza não técnica, que precisam ser tratados antes

que algum novo método de pagamento possa ter sucesso:

ZZPrivacidade. Um usuário espera confiar em um sistema seguro

ZZSegurança. Um sistema seguro verifica a identidade das transações

de duas partes por meio de autenticação de usuário e reserva flexibilidade

para restringir informação/serviço através de controle de acesso.

ZZInterfaces intuitivos. O interface de pagamento precisa ser tão fácil de

usar como um telefone.

ZZIntegração de bases de dados. Com o home banking, por exemplo,

um cliente quer trabalhar com todas as suas contas.

ZZIntermediários. Um agente de rede – alguém para intermediar

mercadorias e serviços, resolver conflitos e prover transações financeiras

eletronicamente – precisa estar presente.

ZZModelo de preço. Um aspecto fundamental é como estabelecer o

preço dos serviços do sistema de pagamento.

ZZPadrões. Sem padrões, a junção de usuários de pagamento em

redes e sistemas diferentes se torna impossível.

CAPÍTULO XI

PRIVACIDADE E SEGURANÇA

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Uma das grandes preocupações dos clientes é com a privacidade e

segurança. A segurança dos sistemas on-line tem evoluído muito rapidamente,

sendo que novas soluções técnicas têm surgido, sendo suficientemente boa

para ser utilizada em transações comerciais.

Bhimani (1996) relaciona algumas das maneiras pelas quais os

problemas de segurança na Internet Comercial se manifestam: • Bisbilhotice.

Podem resultar no roubo de informações de contas, tais como número de

cartões de crédito, número de contas de clientes ou informações sobre saldo e

extrato de conta.

• Espionagem de senhas. Podem ser utilizados para se obter acesso a

sistemas nos quais informações proprietárias são armazenados.

• Modificação de dados: Podem ser utilizados para modificar conteúdos

de certas transações (por exemplo, alterar o sacador em um cheque eletrônico

ou alterar o valor que está sendo transferido para uma conta bancária).

• Falsificação: Podem ser utilizados para permitir a uma parte mascarar-

se como um outra.

• Repúdio. Pode causar problemas com sistemas de faturamento

eletrônico e acordos de processamento de transações.

Uma solução de segurança adequada para processamento de transação

deve satisfazer aos seguintes requerimentos fundamentais de segurança:

• Confiabilidade. Todas as comunicações entre as partes estão restritas

àquelas envolvidas na transação. Essa confiabilidade é um componente

essencial na privacidade do usuário, assim como na proteção da informações

proprietária e um inibidor para roubo de serviços de informação.

• Autenticação. Ambas as partes têm de se sentir confortáveis e crente

de que estão comunicando-se com aquela com a qual estão fazendo negócio.

A autenticação é usualmente provida por meios de assinaturas e identificação

digitais.

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• Integridade dos dados. O dado enviado como parte de uma transação

não deve ser modificável em trânsito. Similarmente, não deve ser possível

modificar um dado enquanto armazenado.

• Não repúdio. Nenhuma parte pode negar ter participado de uma

transação após o fato.

• Aplicação seletiva de serviços. Pode ser desejável que parte de uma

transação seja escondida, enquanto o restante da mesma transação fique à

vista.

Ocorre também que existem ameaças a clientes, principalmente de dado

ou código de má-fé, que se referem a:

• Vírus. Um segmento de código que pe replicado por anexar cópias de

si mesmo nos executáveis existentes. A nova cópia do virus é executada

quando o usuário executa o programa hospedeiro.

• Cavalo de Tróia. Um programa que desempenha uma tarefa desejável

mas também inclui funções inesperadas e indesejáveis.

• Worm. Um programa auto-replicante que é autocontido e não requer

um programa hospedeiro. O programa cria uma cópia de si mesmo e causa

sua execução, não requerendo a intervenção do usuário.

CAPÍTULO XII

MARCA CASAS BAHIA Segundo os trabalhos de pesquisas divulgados anualmente,

conduzida pelo Ibope Monitor e pelo Grupo Meio & Mensagem, a Casas Bahia

tem liderado o ranking de maior anunciante no Brasil desde 2005, com

investimentos que em 2010 chegou a R$ 807 milhões. (Informações extraídas

da matéria “Casas Bahia Lidera Lista de Anunciantes” – 12/03/2011 – Revista

Exame on-line – SP).

As lojas Casas Bahia carregam um forte conceito no mercado varejista.

Com uma tradição de mais de meio século de existência, cobertura física com

as suas 565 lojas e intensa comunicação no mercado, não há dúvidas que a

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marca Casas Bahia detém uma identidade e transmite benefícios que são

percebidos pelos consumidores, como por exemplo, vendedores prestativos,

formas de pagamentos acessíveis (disponibilização de créditos a uma classe

econômica mais baixa), disponibilidade de produtos (caso um modelo

divulgado na mídia não esteja disponível, são oferecidos modelos similares da

mesma marca ou de marcas concorrentes) e a logística diferenciada para

entrega dos produtos na residência do consumidor, onde quer que ele more

(inclusive em favelas) com a cortesia padrão da Casas Bahia dos

entregadores.

Certo dos benefícios oferecidos – traduzidos no seu slogan “Dedicação

Total a Você” – as lojas da Casas Bahia não se posicionam como os que

oferecem preços mais baixos, mas sim preços garantidamente competitivos.

A loja virtual da Casas Bahia com certeza irá herdar esses conceitos,

além do conhecimento da marca no mercado. Esses aspectos com certeza irá

dar um forte apoio no seu lançamento frente as lojas virtuais já existentes e

conhecidas no mercado nacional como a B2W (Submario.com,

Americanas.com e Shoptime), Magazineluiza.com, Pontofrio.com e outros.

A Casas Bahia possui, como mencionado na introdução desse trabalho,

um Centro de Tecnologia onde são centralizados o processamento de dados

de todo o seu complexo de lojas e armazéns. A empresa identificou durante a

sua trajetória de crescimento a importância da tecnologia da informação e tem

investido constantemente em equipamentos, programas e pessoas para

permitir que um produto possa ser entregue em até dois dias após a sua

compra em quaisquer uma de suas lojas, além de controlar o cadastro de seus

clientes com o acompanhamento de cobranças de suas compras financiadas e

os seus inúmeros novos contratos de financiamentos ou cartões de créditos

criados diariamente em suas operações.

Não há dúvidas que a atual infraestrutura de processamento de dados,

que lhe permitiu o fantástico crescimento na última década de forma

competitiva e aparentemente sólido, pode ser um dos pontos fortes para

reduzir as vantagens criada pelo pioneirismo de seus concorrentes no mercado

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e-commerce no Brasil. Essa intimidade com a ferramenta pode também

alavancar a Casas Bahia nesse mercado, pois um dos principais desafios para

as empresas que buscam crescer no varejo on-line é ganhar a confiança do

internauta com mecanismos de segurança nas transações financeiras feitas no

site, algo que se consegue com um sistema muito bem estruturado.

CAPÍTULO XIII

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Considerando as análises e informações contidas nesse trabalho,

buscamos definir alguns objetivos estratégicos para a Casas Bahia na sua

investida no comércio eletrônico, obviamente não nos esquecendo da sua

Visão, Missão e Valores.

É importante observar que a criação de uma loja virtual por uma

empresa já estabelecida no mercado varejista com o negócio já notadamente

estável seria considerada, sob a óptica de uma gestão estratégica, um objetivo

tático criado a partir de iniciativas de um objetivo estratégico da empresa. No

entanto, com o objetivo de apresentar um processo de planejamento,

estaremos “promovendo” a operação de abertura de uma loja virtual a um

status de objetivo corporativo que supostamente seria parte de outros objetivos

já definidos pela Casas Bahia a partir de um contexto mais abrangente do que

o tratado nesse trabalho que teve como foco a operação no comércio

eletrônico.

Estaremos então adotando as técnicas de estabelecimento de um plano

estratégico aprendidas no curso de gestão estratégica de Vendas e

Negociações, mas nos restringindo até a definição dos parâmetros para a

definição dos objetivos táticos que devem ser estabelecidos pelas áreas

responsáveis. Não estaremos nos aprofundando nos objetivos táticos por este

dependerem de maiores detalhes importantes dos departamentos como a sua

estrutura interna, funcionamento e responsabilidades (algo que não tivemos

acesso). Caso contrário, estaríamos exercitando a repetição das técnicas

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aprendidas a um nível de detalhamento excessivamente baseado em situações

hipotéticas.

Seguindo esta abordagem, três foram os objetivos estratégicos:

• Abrir uma loja virtual inovadora no Brasil

• Atender todas as regiões do Brasil com qualidade Casas Bahia

• Aumentar a competitividade da Casas Bahia

CONCLUSÃO

Iniciei esse trabalho com uma dúvida: por que a Casas Bahia postergou

tanto ter uma loja virtual enquanto que os seus principais concorrentes são

pioneiros no comércio eletrônico? Como a Casas Bahia que sempre ousou no

varejo com investimentos em sistemas e operações arriscadas como créditos

ao consumidor, quando nenhum dos seus concorrentes ainda nem pensava em

fazer, deixou Submarino.com surgir e abocanhar uma parte do mercado

varejista que pode crescer em 2013 quase 45% em relação a 2012?

Com base nas informações analisadas em relação ao comércio

eletrônico e a recente ascensão econômica da classe mais popular do Brasil,

concluímos que aparentemente as decisões da Casas Bahia foram corretas,

considerando a sua visão e missão. Levando ainda a consideração o

crescimento da empresa na última década e o seu distanciamento para com os

concorrentes diretos, não há como negar que a estratégia da Casas Bahia foi

bem sucedida.

É importante observar que há 10 anos, a internet não atendia aos

interesses da empresa, pois não estava em linha com a visão da empresa em

atender as classes populares e provavelmente também não era um ambiente,

na época, adequado para a aplicação de seus negócios em função da

tecnologia existente que dificultava a adoção dos valores que a empresa

cultivava e ainda cultiva como, por exemplo, a simpatia, dedicação ou

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humanidade, nos moldes que a Casas Bahia ainda adota com as suas lojas

físicas.

Somente a partir de 2004 o comércio eletrônico passou a ter dimensões

significativas e a partir de 2007 o seu crescimento passou a ser mais intensivo

e consistente. Aliado à tendência de crescimento, apenas a partir de 2009 os

indicadores econômicos mostrou o melhoramento do poder aquisitivo da classe

C a ponto de ser considerada como uma potencial consumidora da loja virtual,

auxiliado pelo barateamento dos equipamentos de informática.

Hoje, ao que tudo indica, a Casas Bahia vem investindomais nesse

canal pois o seu público alvo está começando a experimentar o comércio

eletrônico e provavelmente a tecnologia hoje disponível deve permitir atender o

seu público, sem ir de encontro ao seu modelo de negócio.

Procurei então, por meio desse trabalho, apresentar um exemplo de

aplicação das técnicas e conceitos aprendidos no curso a uma situação real de

uma empresa inserida em um contexto ambiental de mudanças tecnológicas e

econômicas que causaram e estão causando alterações do comportamento do

seu público alvo, buscando também entender a sua postura e decisões

baseadas em sua visão, missão e valores.

REFERÊNCIAS

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contribuições de suas aplicações.4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

BHIMANI, A. Securing he commercial Internet. Communication of the ACM,

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Hautes Etudes Commerciales, Université de Lausanne, 1996

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KALAKOTA, R.; WHINSTON, A. Electronic commerce: a manager’s guide.

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