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Dosimetria da Pena Dosimetria da Pena (...)a pena justa será somente a pena necessária (...)a pena justa será somente a pena necessária (Von Liszt) (Von Liszt) Maria Lucia Pacheco Ferreira Marques

Dosimetria da Pena (...)a pena justa será somente a pena necessária (Von Liszt) Maria Lucia Pacheco Ferreira Marques

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Dosimetria da PenaDosimetria da Pena(...)a pena justa será somente a pena necessária (...)a pena justa será somente a pena necessária

(Von Liszt) (Von Liszt)

Maria Lucia Pacheco Ferreira Marques

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Critério Trifásico de Fixação da Critério Trifásico de Fixação da PenaPenaArt. 68 do Código penalArt. 68 do Código penal

primeira faseprimeira fase: analise da circunstâncias judiciais: analise da circunstâncias judiciais– circunstâncias constantes do circunstâncias constantes do art. 59art. 59 do CP. do CP. – Ao final da primeira fase é Ao final da primeira fase é fixada a pena-fixada a pena-

basebase.. segunda fasesegunda fase: analise das circunstâncias legais: analise das circunstâncias legais

– circunstâncias agravantescircunstâncias agravantes ou atenuantesou atenuantes previstas nos previstas nos arts. 61 e segsarts. 61 e segs. do CP. do CP

– ao final fixa-se a ao final fixa-se a pena provisóriapena provisória terceira faseterceira fase: analise das causas de aumento ou : analise das causas de aumento ou

diminuição de pena,diminuição de pena,– encontradas na parte geral e parte especial encontradas na parte geral e parte especial – São expressas por fraçõesSão expressas por frações (aumenta-se da (aumenta-se da

metade, diminui-se de dois terços, etc)metade, diminui-se de dois terços, etc)– a pena resultante deste processo será a a pena resultante deste processo será a pena pena

finalfinal

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2

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Primeira fasePrimeira faseCCircunstâncias judiciais - ircunstâncias judiciais - Art. 59 Art. 59

do CPdo CP analise, analise, criteriosacriteriosa, de cada uma das , de cada uma das oito circunstâncias judiciaisoito circunstâncias judiciais

– Individualiza a pena para cada réu e para cada infração penal Individualiza a pena para cada réu e para cada infração penal praticada praticada

sentença sem fundamento para valoração das circunstâncias sentença sem fundamento para valoração das circunstâncias judiciaisjudiciais ou que não indica os elementos dos autos que formaram o ou que não indica os elementos dos autos que formaram o convencimento do Juiz quanto a essa valoração padece de convencimento do Juiz quanto a essa valoração padece de nulidade nulidade

Situações possíveisSituações possíveis::– Circunstâncias judiciais são Circunstâncias judiciais são todas favoráveistodas favoráveis ao agente, ao agente, devedeve fixar fixar

a a pena-base no mínimo legalpena-base no mínimo legal– circunstância judicial circunstância judicial valorada desfavoravelmentevalorada desfavoravelmente ao condenado ao condenado

Acréscimo de um Acréscimo de um quantumquantum ao mínimo ao mínimo cominado no tipo cominado no tipo penal, penal, sem extrapolar, jamais, a pena máxima sem extrapolar, jamais, a pena máxima in abstratoin abstrato

não podem ser valorados negativamentenão podem ser valorados negativamente quando integrar: quando integrar:– definição típicadefinição típica– quando caracterizar circunstância agravantequando caracterizar circunstância agravante– quando caracterizar causa especial de aumento de pena.quando caracterizar causa especial de aumento de pena.

Valor quântico para cada circunstância:Valor quântico para cada circunstância:– Não há disposição legalNão há disposição legal– JurisprudênciaJurisprudência

1/6 da pena mínima 1/6 da pena mínima in abstratoin abstrato Majora ou reduz,Majora ou reduz, apenas, dentro dos limites legaisapenas, dentro dos limites legais

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Primeira fasePrimeira faseCCircunstâncias judiciais - ircunstâncias judiciais - Art. 59 Art. 59 do CPdo CP

CulpabilidadeCulpabilidade do sentenciado do sentenciado – dimensionardimensionar a culpabilidade pelo grau de a culpabilidade pelo grau de

intensidade da reprovação penalintensidade da reprovação penal– Dois dos elementos da culpabilidade: Dois dos elementos da culpabilidade:

o o potencial conhecimento da ilicitudepotencial conhecimento da ilicitude a a exigibilidade de conduta diversaexigibilidade de conduta diversa

É um exame de valoração, de graduação que deverá É um exame de valoração, de graduação que deverá expressar oexpressar o plusplus da conduta típica da conduta típica

Expressões utilizadas em sentençasExpressões utilizadas em sentenças– o agente agiu com culpabilidade, pois tinha a o agente agiu com culpabilidade, pois tinha a

consciência da ilicitude do que faz consciência da ilicitude do que faz – estelionato, pelo fato de "o agente ter agido de má-fé, estelionato, pelo fato de "o agente ter agido de má-fé,

sem importar-se com seu semelhante que sofreu o sem importar-se com seu semelhante que sofreu o prejuízo prejuízo

AtençãoAtenção: o fato de o acusado ter agido livre e : o fato de o acusado ter agido livre e conscientemente não pode fundamentar a exasperação da conscientemente não pode fundamentar a exasperação da pena-base, pois, se a ação não fosse consciente e pena-base, pois, se a ação não fosse consciente e deliberada, inexistiria dolo. Assim o uso de tais expressões deliberada, inexistiria dolo. Assim o uso de tais expressões não autorizam a exasperação da pena base não autorizam a exasperação da pena base

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Primeira fasePrimeira faseCCircunstâncias judiciais - ircunstâncias judiciais - Art. 59 Art. 59 do CPdo CP

AntecedentesAntecedentes– Integrante das circunstâncias

judiciais, contudo será analisada em momento futuro.

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Primeira fasePrimeira faseCCircunstâncias judiciais - ircunstâncias judiciais - Art. 59 Art. 59 do CPdo CP Conduta SocialConduta Social

– Percebida através dos elementos indicativos da Percebida através dos elementos indicativos da inadaptaçãoinadaptação ou ou do bom relacionamento do agente do bom relacionamento do agente perante a sociedadeperante a sociedade em que em que está integrado está integrado

não é na sociedade que o Magistrado considera saudável ou não é na sociedade que o Magistrado considera saudável ou idealideal

– Se o ambiente em que o agente se inserir for, por exemplo, Se o ambiente em que o agente se inserir for, por exemplo, uma favela, não poderá o Juiz exigir-lhe comportamento uma favela, não poderá o Juiz exigir-lhe comportamento típico das classes sociais mais abastadas típico das classes sociais mais abastadas

Destaca-se, para analise, três campos da vida: familiar, laborativo e Destaca-se, para analise, três campos da vida: familiar, laborativo e religioso ( religioso ( inin Cruz, p. 119 -122) Cruz, p. 119 -122)– analisar: o modo de agir do agente nas suas ocupações, sua analisar: o modo de agir do agente nas suas ocupações, sua

cordialidade ou agressividade, egocentrismo ou prestatividade, cordialidade ou agressividade, egocentrismo ou prestatividade, rispidez ou finura de trato, seu estilo de vida honesto ou reprovável rispidez ou finura de trato, seu estilo de vida honesto ou reprovável

Não bastam meras conjecturasNão bastam meras conjecturas É necessário que se ponderem as provas produzidas nos autos: a É necessário que se ponderem as provas produzidas nos autos: a

palavra das testemunhas que conviveram com réu (inclusive das palavra das testemunhas que conviveram com réu (inclusive das abonatórias), eventuais declarações, atestados, abaixo-assinados, etc, abonatórias), eventuais declarações, atestados, abaixo-assinados, etc,

Demonstração de um comportamento Demonstração de um comportamento habitualhabitual. . – fato isolado na vida do condenado não revela sua conduta social, fato isolado na vida do condenado não revela sua conduta social,

que é sempre permanente. que é sempre permanente.

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Primeira fasePrimeira faseCCircunstâncias judiciais - ircunstâncias judiciais - Art. 59 Art. 59 do CPdo CP

PersonalidadePersonalidade– índoleíndole do agente, maneira de agir e de sentir, do agente, maneira de agir e de sentir,

seu grau de senso moral, ou seja, a totalidade seu grau de senso moral, ou seja, a totalidade de de traços emocionais e comportamentaistraços emocionais e comportamentais do indivíduodo indivíduo

– "personalidade desajustada", "ajustada", "personalidade desajustada", "ajustada", "agressiva", "impulsiva", "boa“, "má“ "agressiva", "impulsiva", "boa“, "má“ tecnicamente, nada informamtecnicamente, nada informam

É necessário É necessário fundamento baseado no conjunto fundamento baseado no conjunto probatórioprobatório

– Elementos para valoração: laudos psiquiátricos, Elementos para valoração: laudos psiquiátricos, informações trazidas pelos depoimentos informações trazidas pelos depoimentos testemunhais e, ainda, a própria experiência do testemunhais e, ainda, a própria experiência do Magistrado em seu contato pessoal com o réuMagistrado em seu contato pessoal com o réu

–   Não havendo, elementos suficientes não deve, o Não havendo, elementos suficientes não deve, o juiz, hesitar em declarar que não há como valorar juiz, hesitar em declarar que não há como valorar essa circunstância essa circunstância

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Primeira fasePrimeira faseCCircunstâncias judiciais - ircunstâncias judiciais - Art. 59 Art. 59 do CPdo CP Dos motivosDos motivos constituem a fonte propulsora da constituem a fonte propulsora da vontade vontade

criminosa criminosa – Não se trata, portanto, de analisar a intensidade de dolo ou Não se trata, portanto, de analisar a intensidade de dolo ou

culpaculpa médico que facilita a morte do paciente, diante de médico que facilita a morte do paciente, diante de

seu desmedido e incombatível sofrimento, possui seu desmedido e incombatível sofrimento, possui motivo menos reprovável motivo menos reprovável

agente que mata o irmão, para que seja o único agente que mata o irmão, para que seja o único sucessor do patrimônio do ascendente, motivo mais sucessor do patrimônio do ascendente, motivo mais reprovável. reprovável.

furto praticado pelo desejo de obtenção de lucro furto praticado pelo desejo de obtenção de lucro fácil, o Juiz deve entender pelo não recrudescimento fácil, o Juiz deve entender pelo não recrudescimento da pena em razão desta circunstância judicial pois, da pena em razão desta circunstância judicial pois, freqüentemente, este é o motivo dos crimes de furto freqüentemente, este é o motivo dos crimes de furto – Os motivos diversos dos normais à espécie delitiva, Os motivos diversos dos normais à espécie delitiva,

portanto, é que devem ser valorados pelo Magistradoportanto, é que devem ser valorados pelo Magistrado

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Primeira fasePrimeira faseCCircunstâncias judiciais - ircunstâncias judiciais - Art. 59 Art. 59 do CPdo CP

Das circunstânciasDas circunstâncias elementos do fato delitivo, acessórios ou elementos do fato delitivo, acessórios ou

acidentais, não definidos na lei penal. acidentais, não definidos na lei penal. – Franco:Franco:o lugar do crime, o tempo de sua o lugar do crime, o tempo de sua

duração, o relacionamento existente entre duração, o relacionamento existente entre autor e vítima, a atitude assumida pelo autor e vítima, a atitude assumida pelo delinqüente no decorrer da realização do fato delinqüente no decorrer da realização do fato criminoso criminoso

é mais censurável a conduta do agente que é mais censurável a conduta do agente que matou alguém na igreja ou na casa da vítima do matou alguém na igreja ou na casa da vítima do que aquele que a matou em sua própria casa. que aquele que a matou em sua própria casa.

é menos censurável o agente que se demonstrou é menos censurável o agente que se demonstrou sinceramente arrependido da prática delitiva do sinceramente arrependido da prática delitiva do que aquele que comemorou o evento que aquele que comemorou o evento embriagando-se (desde que não configure embriagando-se (desde que não configure arrependimento eficaz)arrependimento eficaz)

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Primeira fasePrimeira faseCCircunstâncias judiciais - ircunstâncias judiciais - Art. 59 Art. 59 do CPdo CP

Das conseqüênciasDas conseqüências avaliação,do grau de intensidade da lesão jurídica avaliação,do grau de intensidade da lesão jurídica

causada à vítima ou a seus familiarescausada à vítima ou a seus familiares material quando causar diminuição no patrimônio material quando causar diminuição no patrimônio

da vítima, sendo suscetível de avaliação econômica da vítima, sendo suscetível de avaliação econômica o dano moral implicará dor, abrangendo tanto os o dano moral implicará dor, abrangendo tanto os

sofrimentos físicos quanto os moraissofrimentos físicos quanto os morais– não se pode considerar como conseqüência desfavorável não se pode considerar como conseqüência desfavorável

do crime de homicídio, a perda de uma vida do crime de homicídio, a perda de uma vida – o fato de o agente ter ceifado a vida de um pai de família o fato de o agente ter ceifado a vida de um pai de família

numerosa, o que é mais censurável do que a conduta numerosa, o que é mais censurável do que a conduta daquele que assassinou uma pessoa solteira. daquele que assassinou uma pessoa solteira.

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Primeira fasePrimeira faseCCircunstâncias judiciais - ircunstâncias judiciais - Art. 59 Art. 59 do CPdo CP

Do comportamento da vítimaDo comportamento da vítima Inovação trazida com a Reforma da Parte Inovação trazida com a Reforma da Parte

Geral do Código Penal, em 1984 Geral do Código Penal, em 1984 é preciso perquirir em que medida a é preciso perquirir em que medida a

vítima, com a sua atuação, contribuiu para vítima, com a sua atuação, contribuiu para a ação delituosa. ( Silva, 2010, p.260)a ação delituosa. ( Silva, 2010, p.260)– Muito embora o crime não possa de Muito embora o crime não possa de

modo algum ser justificado, não há modo algum ser justificado, não há dúvida de que em alguns casos a dúvida de que em alguns casos a vítima, com o seu agir, contribui ou vítima, com o seu agir, contribui ou facilita o agir criminoso,facilita o agir criminoso,

– essa circunstância refletir essa circunstância refletir favoravelmente ao agente na favoravelmente ao agente na dosimetria da penadosimetria da pena

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Primeira fasePrimeira faseCCircunstâncias judiciais - ircunstâncias judiciais - Art. 59 Art. 59 do CPdo CP

Algumas condutas da vítimaAlgumas condutas da vítima::– vítima instiga, provoca, desafia ou facilita a conduta vítima instiga, provoca, desafia ou facilita a conduta

delitiva do agentedelitiva do agente injusta provocação da vítima: causa de diminuição de injusta provocação da vítima: causa de diminuição de

penapena– a ser sopesada somente na terceira etapa da a ser sopesada somente na terceira etapa da

dosimetria, como ocorre no homicídio (art. 121, §1º, dosimetria, como ocorre no homicídio (art. 121, §1º, do CP) e nas lesões corporais (art. 129, §4º, do CP).do CP) e nas lesões corporais (art. 129, §4º, do CP).

Túlio Lima Vianna: Túlio Lima Vianna: – não será considerado favorável ao agente o não será considerado favorável ao agente o

comportamento da vítima pela comportamento da vítima pela "mera roupa "mera roupa provocante com a qual desfila a moça em local ermo, provocante com a qual desfila a moça em local ermo, pois ninguém é obrigado a trajar-se com recato"pois ninguém é obrigado a trajar-se com recato"

– Por outro lado, a moça que aceita ir ao motel com um Por outro lado, a moça que aceita ir ao motel com um rapaz e lá, desiste da relação no último momento, rapaz e lá, desiste da relação no último momento, certamente contribui para a prática do estuprocertamente contribui para a prática do estupro

– conclui o autor que: conclui o autor que: "a clara diferença entre os dois "a clara diferença entre os dois comportamentos das vítimas está na absoluta comportamentos das vítimas está na absoluta passividade do primeiro e na atividade do segundo"passividade do primeiro e na atividade do segundo" . .

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Segunda faseSegunda faseCircunstâncias legaisCircunstâncias legais - A- Arts. 61 e segsrts. 61 e segs

Agravantes e atenuantesAgravantes e atenuantes circunstâncias agravantescircunstâncias agravantes são somente são somente

aquelas previstas nos arts. 61 e 62 do Código aquelas previstas nos arts. 61 e 62 do Código PenalPenal– Não majoraNão majora a pena acima do máximo a pena acima do máximo

legallegal circunstâncias atenuantescircunstâncias atenuantes são aquelas são aquelas

previstas no art. 65 do mesmo diploma legal, previstas no art. 65 do mesmo diploma legal, havendo ainda no art. 66 do CP a previsão de havendo ainda no art. 66 do CP a previsão de uma atenuante genérica uma atenuante genérica – não reduz a pena abaixo do mínimo legal a pena abaixo do mínimo legal

Valor quânticoValor quântico para cada circunstância: para cada circunstância:– Não há disposição legalNão há disposição legal– JurisprudênciaJurisprudência

1/6 da pena mínima 1/6 da pena mínima in abstratoin abstrato Ao final tem-se a fixação da pena provisóriaAo final tem-se a fixação da pena provisória

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Terceira faseTerceira faseCausas de aumento ou diminuição de Causas de aumento ou diminuição de penapenaEncontradas na parte geral ou parte especial do código Encontradas na parte geral ou parte especial do código

Encontrarem-se Encontrarem-se dispersas no Códigodispersas no Código – parte geral – Ex.: tentativa, concurso formal, crime parte geral – Ex.: tentativa, concurso formal, crime

continuado continuado – parte especial – Ex.: art. 157 §2º, art. 155 §1º § 2º parte especial – Ex.: art. 157 §2º, art. 155 §1º § 2º

são são facilmente identificáveisfacilmente identificáveis – sempre sempre expressas por uma fraçãoexpressas por uma fração (aumenta-se da (aumenta-se da

metade, diminui-se de um a dois terços, etc).metade, diminui-se de um a dois terços, etc). Ordem de aplicaçãoOrdem de aplicação::

– primeiramente são aplicadas as causas de aumento primeiramente são aplicadas as causas de aumento de pena e, em seguida, as causas de diminuição de de pena e, em seguida, as causas de diminuição de pena.pena.

– a causa de diminuição de pena em razão da tentativa a causa de diminuição de pena em razão da tentativa (art. 14,II, do CP) será sempre a última a ser aplicada. (art. 14,II, do CP) será sempre a última a ser aplicada.

PenaPena pode pode ultrapassar os limites mínimos e ultrapassar os limites mínimos e máximosmáximos

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Definição do regime Definição do regime inicial de cumprimento inicial de cumprimento de pena de pena Após a fixação do Após a fixação do quantumquantum da da

pena definitiva, o regime pena definitiva, o regime inicial de cumprimento de inicial de cumprimento de pena será definido com base pena será definido com base no art. 33 do Código Penal. no art. 33 do Código Penal.

Regime integralmente Regime integralmente fechado: art. 2º, §1º, lei nº fechado: art. 2º, §1º, lei nº 8.072/90 8.072/90

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Substituição da pena Substituição da pena

última etapa no processo de fixação da penaúltima etapa no processo de fixação da pena e deverá e deverá observar o disposto no observar o disposto no art. 44 do Código Penalart. 44 do Código Penal. .

Os Os requisitos para a substituiçãorequisitos para a substituição da pena são: da pena são:– 1) crime culposo ou crime doloso com pena inferior a 4 1) crime culposo ou crime doloso com pena inferior a 4

(quatro) anos;(quatro) anos;– 2) o crime não ter sido praticado com violência ou grave 2) o crime não ter sido praticado com violência ou grave

ameaça; ameaça; – 3) o réu não ser reincidente no mesmo crime 3) o réu não ser reincidente no mesmo crime

(reincidência específica); (reincidência específica); – 4) as circunstâncias judiciais serem favoráveis. 4) as circunstâncias judiciais serem favoráveis.

 Obviamente se o juiz considerou na primeira fase da  Obviamente se o juiz considerou na primeira fase da fixação da pena as circunstâncias judiciais favoráveis ao fixação da pena as circunstâncias judiciais favoráveis ao réu para fixar a pena-base, estas circunstâncias também réu para fixar a pena-base, estas circunstâncias também devem ser consideradas favoráveis quando da análise da devem ser consideradas favoráveis quando da análise da substituição da pena.substituição da pena.

As As penas iguais ou inferiores a 1(um) anopenas iguais ou inferiores a 1(um) ano serão serão substituídas por uma prestação pecuniária substituídas por uma prestação pecuniária ouou uma restritiva uma restritiva de direitos.de direitos.

As penas superiores a 1(um) anoAs penas superiores a 1(um) ano serão substituídas por serão substituídas por uma prestação pecuniária uma prestação pecuniária ee uma restritiva de direitos ou por uma restritiva de direitos ou por duas restritivas de direitos.           duas restritivas de direitos.           

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Substituição da penaSubstituição da penaResolução 05 do Senado Federal de fev 2012Resolução 05 do Senado Federal de fev 2012http://www.apmppr.org.br/site/images/Resolucao-05-http://www.apmppr.org.br/site/images/Resolucao-05-SF.pdfSF.pdf

Conforme resolução 05 do senado federal de fevereiro Conforme resolução 05 do senado federal de fevereiro de 2012de 2012, a pena privativa de liberdade aplicada na condenação , a pena privativa de liberdade aplicada na condenação de pequenos traficantes pode ser substituída por pena restritiva de pequenos traficantes pode ser substituída por pena restritiva de direito conforme a normativa do art 44 do CP.  de direito conforme a normativa do art 44 do CP.  

Histórico da resolução 05: O STF no julgamento definitivo do Histórico da resolução 05: O STF no julgamento definitivo do Habeas Corpus 97.256/RS, em set de 2010 decidiu que são Habeas Corpus 97.256/RS, em set de 2010 decidiu que são inconstitucionais dispositivos da lei de drogas(Lei 11343/06) que inconstitucionais dispositivos da lei de drogas(Lei 11343/06) que proíbem expressamente a conversão da pena privativa de proíbem expressamente a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direito para condenados por tráfico de liberdade em restritiva de direito para condenados por tráfico de drogas. A determinação da Corte apenas retira o óbice legal, drogas. A determinação da Corte apenas retira o óbice legal, ficando a cargo do Juízo o exame dos requisitos necessários ficando a cargo do Juízo o exame dos requisitos necessários para conversão da pena. para conversão da pena.

Diante dessa decisão, o Senado Federal editou a Resolução Diante dessa decisão, o Senado Federal editou a Resolução 5/2012, no último dia 15, suprimindo do texto legal a parte que 5/2012, no último dia 15, suprimindo do texto legal a parte que impunha a proibiçãoimpunha a proibição

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Substituição da penaSubstituição da pena

NotasNotas A prestação pecuniária não obedece ao critério de fixação A prestação pecuniária não obedece ao critério de fixação

com base em dias-multa, devendo ser determinada uma com base em dias-multa, devendo ser determinada uma importância entre 1(um) e 360 (trezentos e sessenta) salários importância entre 1(um) e 360 (trezentos e sessenta) salários mínimosmínimos

O código se refere a prestação O código se refere a prestação pecuniáriapecuniária e, portanto, não é e, portanto, não é de boa técnica a fixação de pagamento de cestas básicas, de boa técnica a fixação de pagamento de cestas básicas, uma vez que não são pecúnia (dinheiro) e podem ter valor uma vez que não são pecúnia (dinheiro) e podem ter valor variável.variável.

A prestação pecuniária deve ser paga preferencialmente a A prestação pecuniária deve ser paga preferencialmente a vítima, mas se por qualquer motivo esta não puder receber o vítima, mas se por qualquer motivo esta não puder receber o pagamento (vítima de homicídio culposo, por exemplo) o pagamento (vítima de homicídio culposo, por exemplo) o pagamento será feito a seus dependentes. Não havendo pagamento será feito a seus dependentes. Não havendo vítima nem dependentes ou no caso de não haver uma vítima vítima nem dependentes ou no caso de não haver uma vítima determinada (crimes contra a saúde pública, por exemplo) a determinada (crimes contra a saúde pública, por exemplo) a prestação pecuniária será paga a entidades assistenciais.prestação pecuniária será paga a entidades assistenciais.

A prestação de serviços comunitários só pode ser aplicada em A prestação de serviços comunitários só pode ser aplicada em penas superiores a 6 (seis) meses e será cumprida à razão de penas superiores a 6 (seis) meses e será cumprida à razão de 1 (uma) hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de 1 (uma) hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho, tudo nos modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho, tudo nos termos do art. 46 do CP.termos do art. 46 do CP.

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Revisão: Revisão: As 8 etapas percorridas pelo As 8 etapas percorridas pelo magistrado ao fixar uma penamagistrado ao fixar uma pena (1ª) escolha da pena a ser aplicada quando ao fato for cominada mais (1ª) escolha da pena a ser aplicada quando ao fato for cominada mais

de uma alternativamente art. 59, I;de uma alternativamente art. 59, I; (2ª) analise das circunstâncias judiciais para estabelecimento da pena- (2ª) analise das circunstâncias judiciais para estabelecimento da pena-

base art. 59,base art. 59,caputcaput e art. 68, 1ª arte; e art. 68, 1ª arte; (3a) analise das circunstâncias legais (agravantes e atenuantes, (3a) analise das circunstâncias legais (agravantes e atenuantes,

art.68,2º parte; art.6, 62 e 65)art.68,2º parte; art.6, 62 e 65) (4ª) analise das causas especiais de aumento ou diminuição de pena, (4ª) analise das causas especiais de aumento ou diminuição de pena,

previstas na parte geral e na parte especial( art. 68, 3ª parte); previstas na parte geral e na parte especial( art. 68, 3ª parte); (5º) estabelecimento do regime inicial do cumprimento da pena ( arts. (5º) estabelecimento do regime inicial do cumprimento da pena ( arts.

59, III e 33);59, III e 33); (6º) realização das substituições cabíveis ( arts. 59,IV; 43;44 e 60§2º);(6º) realização das substituições cabíveis ( arts. 59,IV; 43;44 e 60§2º); (7º) concessão da suspensão condicional da pena ( art.77);(7º) concessão da suspensão condicional da pena ( art.77); (8º)fundamentação dos efeitos da condenação referidas no art.92.(8º)fundamentação dos efeitos da condenação referidas no art.92.

InIn: Ferreira citado por Silva ( 2010.,p.233) : Ferreira citado por Silva ( 2010.,p.233)