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Teoria Geral da Pena – Professor Ênio Luis Rossetto Concurso de Pessoas – Artigos 29, 30 e 31 Introdução Artigo 29: quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. De acordo com o texto do dispositivo uma conduta pode ser mais ou menos condenável, como por exemplo o roubo é menos condenável do que o latrocínio. Esse juízo de censura, de culpabilidade, reflete na dosagem da pena. A parte do dispositivo que traz “quem, de qualquer modo” também dá idéia de abrangência na atribuição da pena. Concurso de pessoas pode ser definido como a ciente e voluntária participação de duas ou mais pessoas na mesma infração penal. Convergência de vontades para um fim comum que é a realização do tipo penal, sendo dispensável a existência de um acordo prévio entre as várias pessoas: basta que um dos delinquentes esteja ciente de que participa da conduta de outra pessoa para que haja concurso de pessoas. Causalidade física e psíquica A causalidade psíquica (ou moral), ou seja, a consciência de participação no concurso de agentes, acompanha a causalidade física (nexo causal). Quem concorre para um crime, o faz consciente e voluntariamente. O concurso de pessoas pode ocorrer desde a ideação do crime até a sua consumação, respondendo pelo ilícito o que ajudou a planejá-lo, o que forneceu os meios materiais, o que intervém na execução. Responde pelo delito aquele que contribui para o crime com adesão posterior ao início de sua execução, dispensada a necessidade de acordo prévio.

Resumo de Direito Penal - Dosimetria da Pena

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Teoria Geral da Pena – Professor Ênio Luis Rossetto. Teoria Geral da Pena e dosimetria da pena

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Teoria Geral da Pena Professor nio Luis Rossetto

Teoria Geral da Pena Professor nio Luis RossettoConcurso de Pessoas Artigos 29, 30 e 31

Introduo

Artigo 29: quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.

De acordo com o texto do dispositivo uma conduta pode ser mais ou menos condenvel, como por exemplo o roubo menos condenvel do que o latrocnio.

Esse juzo de censura, de culpabilidade, reflete na dosagem da pena.

A parte do dispositivo que traz quem, de qualquer modo tambm d idia de abrangncia na atribuio da pena.

Concurso de pessoas pode ser definido como a ciente e voluntria participao de duas ou mais pessoas na mesma infrao penal. Convergncia de vontades para um fim comum que a realizao do tipo penal, sendo dispensvel a existncia de um acordo prvio entre as vrias pessoas: basta que um dos delinquentes esteja ciente de que participa da conduta de outra pessoa para que haja concurso de pessoas.

Causalidade fsica e psquica

A causalidade psquica (ou moral), ou seja, a conscincia de participao no concurso de agentes, acompanha a causalidade fsica (nexo causal). Quem concorre para um crime, o faz consciente e voluntariamente.

O concurso de pessoas pode ocorrer desde a ideao do crime at a sua consumao, respondendo pelo ilcito o que ajudou a planej-lo, o que forneceu os meios materiais, o que intervm na execuo. Responde pelo delito aquele que contribui para o crime com adeso posterior ao incio de sua execuo, dispensada a necessidade de acordo prvio.

Delitos Plurissubjetivos

So os delitos praticados por mais de uma pessoa. A participao de pessoas no crime (concurso) pode ser necessrio ou eventual.

-Concurso necessrio: ocorre por exemplo no artigo 288, que dispe sobre a formao de quadrilha. necessrio que tenham quatro pessoas. A, B, C e D se associam para cometer roubo 157 + 288. Caso somente A, B e C se associem no temos o 288, pois eles esto em trs.

No artigo 288 temos um crime de perigo, no h necessidade de praticar de fato o crime, somente a associao j tipifica.

-Concurso eventual: eventualmente mais pessoas podem participar. Para estabelecermos o concurso de pessoas temos que diferenciar participao de co-autoria.

Autoria:

Sujeito que realiza a ao tipificada. A lei faz distino entre autoria e participao ao estabelecer sano menos gravosa ao partcipe. H ainda diminuio da pena para aquele cuja participao for de menor importncia. Trs teorias para a conceituao de autor:

a) conceito restrito de autor em um critrio formal-objetivo: autor aquele que pratica a conduta tpica inscrita em lei, ao executiva, principal. o que mata, rouba etc. A falha desta teoria que exclui aquele que comete o crime valendo-se de quem no age com culpabilidade (menor, insano mental).

b) Conceito extensivo de autor em um critrio material-objetivo: autor no s o que realiza a conduta tpica, como tambm aquele que concorre com uma causa para o resultado. Assim, essa teoria no distingue autor de partcipe, j que todos os agentes concorrem para o resultado

c) baseada na doutrina alem, conceitua autor como aquele que tem domnio final do fato. Critrio mfinal-objetivo. Autor aquele que tem o poder de determinar o modo e inclusive interromper o crime. quem tem o poder de deciso sobre o fato. no s o que executa a ao tpica, como tambm aquele que se utiliza de uma pessoa que no age com culpa ou com dolo (autoria mediata). Tem controle subjetivo do fato.

O autor diferencia-se do partcipe pelo domnio finalista do acontecer. O partcipe limita-se a colaborar no fato, dominado inteiramente pelo autor.

Adotamos a teoria formal objetiva, que delimita a ao do autor e do partcipe, complementada pela autoria mediata. Autor quem realiza diretamente ao tpica, no todo ou em parte, colaborando na execuo (autoria direta) ou quem realiza por meio de outrem que no imputvel ou no age com culpabilidade (autoria mediata). So autores, por exemplo, tanto os que batem quanto os que seguram. So coautores os que conjuntamente realizam a conduta tpica. Os demais so partcipes.

Co-autoria: reunio de autores. Os coautores realizam atos tpicos de execuo. Coautor quem executa, juntamente com outras pessoas, a ao ou omisso que configura o delito. , em ltima anlise, a prpria autoria. Pode haver repartio de tarefas entre os coautores. Aquele que concorre na realizao do tipo tambm responde pela qualificadora ou agravente de carter objetivo quando tem conscincia desta e a aceita como possvel. Inexistente a conscincia de cooperao na conduta comum, no haver concurso de pessoas, ao mesmo tempo, sem conhecerem a inteno uma da outra.

Participao: o papel do partcipe, que no pratica atos de execuo. Sua atividade acessria, com fundo auxiliar. Seu auxlio pode ser:

-Material: levar o autor ao local do crime, dar a arma para a execuo.

-Moral: o partcipe instiga, determina, induz o outro a realizar o delito. A conduta principal, da qual o partcipe necessita para existir, feita pelos coautores. Sua conduta por si s no atpica.Atividade acessria daquele que colabora para a conduta do autor com a prtica de uma ao que, em si mesma, no penalmente relevante. Tal conduta passa a ser relevante quando o autor ou os coautores, iniciam ao menos a execuo do crime. So vrias as formas de participao: ajuste, determinao, instigao, organizao e chefia, auxlio material, auxlio moral, adeso sem prvio acordo. Existem duas espcies bsicas de participao:

a) Instigao: instiga aquele que age sobre a vontade do autor, fazendo nascer neste a idia de prtica do crime. O prprio mandante tem sido considerado partcipe.

b) Cumplicidade: aquele que contribui para o crime prestando auxlio ao autor ou partcipe emprstimo da arma, revelao de segredo de cofre etc. No exclui a cumplicidade por omisso nas hipteses em que o sujeito tem o dever jurdico de evitar o resultado.

Autoria mediata

Autor no apenas o que realiza diretamente a ao ou omisso tpica, mas quem consegue a execuo por meio de pessoa que atua sem culpabilidade. Ex.: enfermeira que ministra ao paciente veneno supondo que se trata de um medicamento. Nesse caso no h concurso de pessoas, mas sim um autor mediato.

Crimes de mo prpria no admitem autoria mediata, porm possvel a participao.

A expresso Qualquer modo mostra uma causalidade material, ou seja, independente de qual recurso a pessoa utilizou para executar o crime, ela ser punida.

Indo de acordo com a conceituao acima dada, o mandante do crime seria um partcipe moral. Porm a pessoa de maior importncia no pode ser mera participante.

Teorias

Teoria monista, unitria ou igualitria: o crime, ainda quando tenha sido praticado em concurso de vrias pessoas permanece nico e indivisvel. No se distingue entre as vrias categorias de pessoas (autor, partcipe, instigador, cmplice) sendo todos autores. Posio adotada pelo cdigo quando diz: quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a ele cominadas. Dessa regra tem-se que qualquer ao ser punida pelo pela pena do crime em seu total. A adoo dessa teoria pelo CP evita questes resultantes de dvidas quanto autor, cmplice, auxlio necessrio, auxlio secundrio etc.

Teoria pluralista: multiplicidade de agentes e pluralidade de delitos, praticando, cada pessoa, um crime prprio, autnomo. A falha desta teoria que todas as aes convergem para uma ao nica.

Teoria dualstica: no concurso de pessoas h um crime para o agente e outro para os partcipes. Existe no crime uma ao principal, que a ao do autor do crime, e aes secundrias realizadas pelas pessoas que instigam ou auxiliam o autor a cometer delito. A falha desta teoria advm do fato de que o crime s um fato, e por vezes a ao do executor menos importante do que a do partcipe (casos de mandato, coao irresistvel).

No artigo 29 a lei agasalha a teoria monista, unitria, s h um crime e todos so responsveis por ele, porm o legislador procurou regras precisas para distinguir autoria e participao. A palavra culpabilidade, empregada no dispositivo, uma clusula salvatria contra os excessos. O 2 impe a verificao quanto a cada um dos concorrentes do elemento subjetivo do crime (dolo ou culpa) e da censurabilidade da conduta. Nessas excees a lei se aproxima da teoria dualstica.

Participao de menor importncia - 1

Se a participao for de menor importncia, a pena pode ser diminuda de um sexto a um tero.

Para tanto, a conduta do partcipe deve ser bem distante da realizao do crime. Ele contribui de qualquer modo, porm de forma insignificante.

Desvio Subjetivo (cooperao dolosamente distinta) - 2

Dolo o querer praticar o crime. Entre os agentes, todos tm dolo. Quando se fala em desvio subjetivo, algum da quadrilha de desvia do dolo inicial e pratica um crime de maior importncia.

Um exemplo clssico o dos dois homens que planejam furtar uma casa, porm, durante a execuo, um deles comete um estupro tambm. Um dos homens responde por furto + estupro e o outro somente por furto.

Em caso de previsibilidade do resultado a pena pode ser aumentada at a metade. Exemplo: dois homens resolvem assaltar um banco. Um deles est armado e comete latrocnio. Como o evento podia ser previsto, ambos sero punidos por latrocnio.

A participao acessria de um fato principal. Para a punibilidade do partcipe basta que o fato seja tpico e antijurdico. H casos em que possvel que o resultado ocorrido seja diferente daquele pretendido pelo partcipe. H um desvio subjetivo entre os sujeitos, chamado de excesso de mandado. Ex.: A e B invadem uma casa para furt-la. B aproveita e estupra a empregada. Como este um ato imprevisvel, no responde A pelo estupro. A falta de previsibilidade quanto ao crime mais grave exclui a responsabilidade do partcipe.

Dispe o art. 29, 2: Se algum dos concorrentes quis participar do crime menos grave, ser-lhe- aplicada a pena deste; essa pena ser aumentada at a metade, na hiptese de ter sido previsvel o resultado mais grave. Quando o crime mais grave, embora no querido, previsto pelo partcipe, responde por esse ilcito a ttulo de dolo eventual (assume-se o risco). por isso que o dispositivo faz meno previsibilidade do fato, e no previso do partcipe. Ex.: quadrilha vai assaltar uma casa, eles esto armados. Se acontecer um latrocnio, todos respondem por este crime.

O 2 do art. 29 consagra o princpio da individualizao da pena no concurso de agentes ao determinar que cada concorrente responsvel de acordo com o elemento subjetivo (dolo) e tambm no descuida do princpio da proporcionalidade ao prever o aumento da pena quando, alm do dolo referente ao crime menor, h um desdobramento psicolgico da conduta do agente quanto previsibilidade da realizao do crime mais grave (culpa). Havendo previsibilidade quanto ocorrncia do crime mais grave,a pena aplicada no poder ser superior quela que seria atribuda ao crime efetivamente praticado.

Por exemplo cita-se o caso do agente que transporta os autores e co-autores ao local do furto que acaba se tranformando em latrocnio, enquanto permanece de vigia. O agente, por no ter domnio do fato considerado partcipe, devendo responder pelo crime menos grave, j que no se pode a ele imputar a omisso de evitar o resultado mais grave.

Excees da Teoria Unitria

Punir pelo mesmo crime tanto coautor quanto partcipe um tanto quanto rigoroso, chegando at mesmo a ser injusto, pois, de acordo com tal teoria, mesmo com uma pequena participao ter-se- uma pena grande. O dispositivo foi alterado em 1984, com a frase: na medida de sua culpabilidade.

Na participao de menor importncia a pena fica abaixo do mnimo. O juiz possui a faculdade de aumentar ou diminuir a pena de acordo com a teoria unitria.Analisaremos o que o CP traz sobre o aborto: De acordo com o art 124 o aborto a interrupo da gravidez gerando a morte do feto. Ele possui trs modalidades:

1- a me consente art 124

2 ela consente de cometam o abortamento art 124 e 126 para o mdico

3- aborto sem o consentimento art 125, no qual terceiro faz o aborto.

No caso 2 podemos verificar que me e mdico cometem o mesmo crime, o aborto, entretanto a me punida com o artigo 124, enquanto o mdico punido com o artigo 126.

Este um exemplo da execuo da teoria unitria, na qual a gestante punida com menos gravidade do que o mdico, ela recebe tratamento diferenciado.

Outro exemplo de exceo da teoria unitria o artigo 317 e 333. No art 317 temos a corrupo passiva, e o sujeito ativo o servidor pblico. No artigo 333 a corrupo ativa e o sujeito ativo o particular.

Toda corrupo tem o seu corruptor. Se fossemos nos guiar pela teoria unitria sem as excees, tanto o corruptor quanto o funcionrio seriam punidos com a mesma pena. Graas s excees o 317 pune funcionrios pblicos e o 333 pune o corruptor empresrio.

A pena a mesma, de dois a 12 anos, porm a razo de existir a distino poder punir o corruptor independentemente da punio do funcionrio pblico.De acordo com o artigo 342 temos que Falso Testemunho ou Falsa Percia um crime de mo prpria, que s pode ser praticado pessoalmente pelo autor no permitindo o concurso de pessoas. Se a pessoa faz alguma afirmao inverdica em juzo ela punida pelo 342, no tendo como duas pessoas concorrerem nesse crime. Este um instrumento de defesa da justia.

Em caso de corrupo de testemunha, se fssemos mais uma vez, guiados somente pela teoria unitria, o corruptor deveria ser punido com o 342, porm, o artigo 343 se encarrega de punir o corruptor da testemunha.

Requisitos para o concurso de pessoas

a) Pluralidade de agentes: cada um dos agentes oferece uma contribuio para a realizao do crime.b) Pluralidade de condutas relevantes: cada uma das condutas objetivamente tem relevncia para o resultado. qualquer modo.

Peguemos um caso em que A atirou em B. Se A no tivesse atirado B no teria morrido. Se C no tivesse emprestado a arma para A, A no teria atirado em B, que no teria morrido. Temos ento causas e condies. O autor o A, porm C participou materialmente.

Todas estas so condutas relevantes, pois se alguma delas for eliminada, o resultado no se dar.

A conduta tem que ser relevante para atribuir participao.

c) Liame subjetivo: nexo psicolgico entre os agentes. Ajuste prvio, que a combinao do delito e aderncia de vontades, na qual um soma a vontade do outro. indispensvel a homogeinedade do elemento subjetivo, que significa dizer que todos devem possuir o mesmo dolo.

Quando se diz dolo afasta-se negligncia (culpa). O crime doloso deve ser atribudo aos dois.

c1) No existe participao culposa em crime doloso. A no pode contribuir culposamente para que B faa crime doloso. Ex.: Mdico com conduta culposa e enfermeira com conduta dolosa. H dois crimes, sem o concurso de pessoas.

c2) No existe participao dolosa em crime culposo. Ex.: Edson, com dolo, quer acertar em A, mas no tem coragem. O tosco puxa o gatilho pensando que a arma est descarregada e mata A. Neste caso h dolo e culpa, dois crimes sem concurso de pessoas.SE NO HOUVER LIAME SUBJETIVO H AUTORIA COLATERAL.

A e B no tm conscincia de que iro produzir resultado comum. Eles no se ajustam e no aderem vontade um do outro.Suponha-se que a arma de A calibre 38 e a de B 0.40. Os dois se postam e esperam C passar. A e B no sabem que ambos esto a espreita. C baleado por ambos.

Se a prova pericial disser que a causa de morte pelo 38 A ser condenado pelo homicdio consumado e B ser condenado pela tentativa de homicdio.Se a percia no determinar quem matou, ambos sero condenados por tentativa.

Podemos ter entre os agentes o chamado EXCESSO DE MANDADO. Ex.: A combina com B de dar uma surra em C. O mandado de A para B uma surra em C. A pensou em leso corporal. B deu uma surra to forte que matou C. Houve ento o excesso de mandado..

Quando h aderncia de vontade no h excesso de mandado.

Acessoriedade Mnima

O autor principal tem que ter praticado fato tpico para que o partcipe responda.

Ao Extremada: o autor tem que praticar essa ao. A ao tem que ser tpica, antijurdica e culpvel.

Ao Limitada: basta que o autor pratique ao tpica e antijurdica.

Na teoria do domnio do fato h:

a) coautoria funcional (parcial): ele pratica atos de execuo alm de ter o domnio final da execuo.

b) coautoria propriamente dita: realizam atos de execuo, no tem o domnio do final da ao.

Participao contribuir para um delito alheio sem realizar conduta que se ajuste ao tipo, e sem ter condies de decidir sobre a consumao.

Concurso de pessoas no crime culposo

Exemplo 1: motorista imprudente com passageiro que o instiga. possvel coautoria e participao. Eles se acham coligados objetiva e subjetivamente. Origem causalista.

Exemplo 3: trabalhadores lanam tbuas do alto. Admite-se participao neste caso, pois h um autor principal que no observa o dever de cuidado.

A coautoria possvel a todos aqueles que contribuem para o crime, que no observam o dever de cuidado.

Coautoria em crime culposo

Existe um vnculo psicolgico entre duas pessoas na prtica da conduta, ainda que no em relao ao resultado, concorrem elas para o resultado lesivo se obrarem com culpa em sentido estrito. No se fala em participao em crime culposo, porm em coautoria.. H coautoria entre o motorista que dirige em velocidade incompatvel com o local e o passageiro que o instigou a tal.

O concurso de agentes no crime culposo difere-se daquele do ilcito doloso, pois se funda apenas na causa, e no no resultado, que involuntrio. Autor todo aquele que causa culposamente o resultado, realizam conduta tpica, inobservncia do dever de cuidado.

H distino entre concurso de agente em crime culposo da concorrncia de causas, na qual duas pessoas contribuam para um resultado sem que haja o conhecimento por qualquer delas de que est colaborando na conduta de outrem.

Diz-se que no existe participao culposa em crime doloso ou participao dolosa em crime culposo. Analisemos o exemplo de Antolisei: A instiga B para que acelere nas proximidades de uma curva muito perigosa, com a esperana de atropelar um ciclista que odeia. No caso de atropelamento no haver concurso de agentes. A responder por crime doloso e B por crime culposo.

Concurso de pessoas e crimes por omisso

possvel a participao em crime omissivo puro, ocorrendo o concurso de agentes por instigao ou determinao, porm no se pode falar em coautoria em crime omissivo prprio. possvel a participao por omisso em crime comissivo.

Punibilidade no concurso de agentes

Diante ento do disposto no art. 29, todos os autores, coautores e partcipes incidem nas penas cominadas ao crime praticado, exceto no caso de estes ltimos terem querido participar de crime menos grave. O juiz deve julgar na medida de sua culpabilidade, segundo a reprovabilidade da conduta do coautor ou partcipe.

A participao de menor importncia s pode ser a colaborao secundria dispensvel que, embora dentro da causalidade, se no prestada, no impediria a realizao do crime.

Trata-se de uma reduo facultativa da pena, podendo o juiz deixar de aplic-la, mesmo convencido da apoucada importncia da contribuio causal para o delito.

Circunstncias Comunicadas

Artigo 30: No se comunicam as circunstncias e as condies de carter pessoal, salvo quando elementares ao crime.

Comunicabilidade: transferncia de uma circunstncia.Em primeiro lugar estabelece-se a distino entre circunstncias e condies pessoais. As condies referem-se s relaes do agente com a vida exterior, com os outros seres e com as coisas, alm de indicar um estado. As circunstncias so elementos que, embora no essenciais infrao penal,a ela se integram e funcionam para moderar a qualidade e a quantidade da pena (motivo do crime, desconhecimento da lei, confisso espontnea).

Condies reais ou objetivas so circunstncias referentes ao fato objetivamente considerado. Dizem respeito ao tempo (durante a noite, por ocasio de incndio), ao lugar (lugar ermo, casa habitada), ao meio de execuo (emprego de veneno, fogo, explosivo) e s condies ou qualidades da vtima (criana, enfermo...)

As condies e circunstncias no se comunicam entre os coautores e partcipes. Cada sujeito responder de acordo com suas condies (menoridade, reincidncia, parentesco) e circunstncia (motivo torpe, de relevante valor social etc).

Dispe a lei que as circuntncias de carter pessoal elementares do crime comunicam-se entre os agentes. No se trata de circunstncias, mas sim de elementos que, necessariamente, fazem parte do tipo penal. Assim, aquele que auxilia o funcionrio pblico na prtica do peculato responde por esse crime.

Ento, determinando a lei que no se comunicam as circunstncias de carter pessoal, so comunicveis as de carter objetivo.

Circunstncias so condies de carter pessoal, subjetivo. No so elementares. As circunstncias podem ser judiciais, como o art 59 caput; subjetivas quando dizem respeito ao agente; legais:

-agravantes art 61 e 62

-atenuantes art 65

- qualificadora acompanham o delito, parte especial do cdigo

-causas de aumento ou diminuio da pena;

Objetivas quando dizem respeito ao fato, como a alnea d, II do artigo 61. Diz respeito ao crime.

O tipo fundamental ocorre, por exemplo no artigo 121 recluso de 6 a 20 anos.

O tipo qualificado ocorre no 2 do 121 recluso de 12 a 30 anos.

Aumento e Qualificadora

Na qualificadora so dadas novas margens penais mxima e mnima.

Nas causas de aumento e diminuio a lei autoriza aumentar ou diminuir a pena, alm das margens penais.

Qualificadoras e agravantes

O concurso de pessoas pode ser uma qualificadora de delito. o que ocorre nos crimes qualificados de constrangimento ilegal, roubo, violao de domiclio. A qualificadora poder surgir como o simples concurso de pessoas, ou exigir que a execuo do crime seja realizada por dois ou mais sujeitos, como no artigo 146, 1 (constrangimento)

H a agravante no caso de concurso de pessoas quando o sujeito promove, ou organiza a cooperao no crime ou dirige a atividade dos demais (art 62, I).

Nas circunstncias lidamos com o que est ao redor do fato. So dados acessrios agregados figura criminosa que fazem aumentar ou diminuir a pena. A elementar de um crime o tipo penal, logo, no existe circunstncia elementar.

Circunstncias elementares que passam a constituir o crime

So elementos constitutivos do tipo penal. Se a elementar do tipo penal for tirada, ou no haver crime ou confundir-se- com outro crime. atipicidade absoluta (no tem tipo) ou atipicidade relativa (outro delito).

Nestes casos o legislador pega uma circunstncia e coloca no tipo penal, tornando-a elementar.

Condies de carter pessoal Escusa Absolutria

Condies de carter pessoal so as relaes do agente com o mundo exterior, com o estado de pessoa, com um parentesco, conforme o artigo 181 do CP.S SE COMUNICAM ENTRE OS AGENTES AS CIRCUNSTNCIAS OBJETIVAS

Artigo 121, 2.

A quer matar B por vingana, que motivo torpe. C ir matar com veneno (agravante). C sabia do motivo torpe, estava em sua esfera de conhecimento, porm o motivo torpe s incidir na pena de A, enquanto o veneno ir incidir em A e B.

Peculato

Art 312 sujeito ativo: funcionrio pblico elementar. Pena de 2 a 12 anos mais a multa.

Art 168- apropriao indbita. Pena de 1 a 4 anos anos mais a multa. um crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa desde que ela tenha posse ou deteno.

O artigo 312 traz uma circunstncia elementar, e caso no a possua teremos atipicidade absoluta.

Jos funcionrio pblico. Maria no , porm ajuda no peculato. Ambos sero punidos pelo artigo 312, pois ser funcionrio pblico elementar e entrou na esfera de conhecimento.

Pela teoria unitria ambos respondero por um nico crime.

AS CIRCUNSTNCIAS COMUNICVEIS APARECEM PARA ATENDER A TEORIA UNITRIA.

Concurso e execuo do crime.

Determina o artigo 31: O ajuste, a determinao ou a instigao e o auxlio, salvo disposio expressa em contrrio, no so punveis, se o crime no chega, pelo menos a ser tentado. Como somente a prtica de atos de execuo enseja responsabilidade, este artigo chega a ser corolrio.

Ajuste acordo feito para cometer o crime. Determinao a provocao para que surja em algum a vontade de praticar crime. Instigao a estimulao da idia criminosa e auxlio a ajuda material.

Pode ocorrer que, antes ou depois de ter iniciado o crime venha a cessar a coerncia das vontades dos concorrentes. Hipteses:

a) O arrependido o executor, e no inicia a execuo do crime projetado, ou um partcipe que vem a impedir a execuo. Neste caso no h fato punvel.

b) O arrependido o executor, e j iniciada a execuo, desiste da consumao ou impede que o resultado se produza; ou um partcipe que consegue evitar que a meta seja atingida. No h punio no caso de desistncia voluntria e arrependimento eficaz. Neste caso inexiste tentativa.

c) O arrependido o partcipe, e resulta intil seu esforo para impedir a execuo. punido. Ele no o causador.

Tambm no poder ser responsabilizado aquele que planeja um crime, mas permanece nos atos prepatrios.

Autoria incerta

Com a teoria monista, qualquer problema relacionado com a autoria incerta ser resolvido com a punio de todos pelo resultado, ainda que no se possa saber quem praticou a ao prevista no ncleo do tipo.

A exceo est no 2 do 29.

Sano penalCaptulo I evoluo da pena1) Na Antiguidade

a) Vingana privada Talio

A resposta a sano era completamente desproporcional, sendo este o grande problema da vingana privada. Presente nas organizaes mais primitivas. As consequncias da resposta desmedida ao delito era a constante guerra entre as tribos. As pessoas comearam a perceber esta ignorncia.

O primeiro avano feito foi o a Lei de Talio, que tornou as leis mais iguais.

b) Vingana Divina Cdigo Manu

Mistura entre crime e pecado. As regras divinas deveriam ser seguidas. O direito no era positivado. As regras eram ditadas pelas divindades. A sano era sempre muito severa. Ao cometer um crime, cometia-se um pecadom da a severidade penal.

O cdigo de Manu surgiu no sculo V a.C., e suas sanes purificavam pelo sofrimento.

Povo hebreu: nmades com regras a serem seguidas: transferiam a evergia negativa dos pecados para os bodes. Amarrava-se o pergaminho que continha os pecados do bode e soltavam-no no deserto, assim o pecado passava para ele.

c) Vingana pblica

Na Realeza de Rooma Rex aplicava a sano penal e as regras religiosas.Na Repblica o D. Penal no evoluiu, somente o direito civil.

No Imprio a democracia romana deixou de existir e o imperador precisava ser fortalecido. criado o juiz, que aplica o direito de forma bastante severa, com penas duras e predominncia de penas de morte retrocesso.2) Idade Mdia 476 d.C 1473 (Queda de Constantinopla)

a) Direito GermnicoInvaso dos povos brbaros aps a queda do Imprio Romano, predomnio do direito germnico. Os germnicos eram um povo livre, guerreiro e muito prtico.

A forma de aplicar penas se dava ou pela perda da paz, expulsando o criminoso do grupo, fazendo-o perder sua proteo; ou pela composio, na qual o criminoso comprava sua liberdade mediante pagamento, o que configura o que ocorre HOJE nos Juizados Especiais Criminais.

Era um povo supersticioso que influenciou no processo probatrio ordlias.

b) Direito Cannico

Surge como uma forma de fortalecimento da Igreja. Ela se fortalece perseguindo os hereges. Havia confuso entre crime e pecado, direito e moral. As bruxas eram perseguidas porque elas dominavam o conhecimento.

Luta entre o poder laico e o poder cannico. Poder Central x Poder Papal.

Santo Agostinho pregava trs tipos de sano:

-condenao a partir do pecado original;

-purgao em vida;-correa com o objetivo da emenda do transgressor.

O criminoso era um pecador, porm se ele purgasse ele estaria a salvo. Assim, Inquisio se valeu disso para torturar os criminosos, para purificar.

Toms de Aquino tentou conciliar racionalismo cristo com f. Tentava justificar a punio atravs de Deus dizendo que TUDO emana de Deus, inclusive a punio. Essa teoria foi utilizada pelo absolutismo.

Tribunais da Inquisio: penas severas, tortura. O D. Laico tambm aplicava tortura.

3) Idade Moderna 1453 at 1787 (Revoluo Francesa)

Pouca evoluo do Direito penal. Pena de Gal navio priso, no qual a pessoa remava at a morte.

As casas de correo na Inglaterra tinham a finalidade de receber mendigos, ociosos e criminosos para a explorao desta fora de trabalho, ensinando tais pessoas a operar mquinas.

Maquiavel, em O Prncipe, diz que melhor o prncipe ser temido do que ser amado. A pena no era para recuperar ningum, era para intimidar.

4) Idade Contempornea

Iluminismo

Momento de antropocentrismo.

Thomas Hobbes Leviat

O Estado todo poderoso justifica a pena como uma concesso de parcela de liberdade. As pessoas deveriam abrir mo de parte de seus direitos e estabelecer um contrato social. Esse direito penal logicamente fundado no contrato social. Para Hobbes a pena tinha que ter poder intimidativo.

Jean Jacques Rousseau Contrato Social

Iremos premiar a atividade proveitosa e castigar a prejudicial. Noo tirnica. Com o pensamento contratualista justifica-se a pena de morte.

Montesquieu: o esprito da lei e repartio dos poderes.

Perodo Humanitrio Cesare Bonsana Beccaria

Beccaria falou sobre a punio. Nascido em Milo, de famlia nobre, cursou direito em Pdua. Escrevia sobre um direito penal no to sanguinrio, sendo que a pena tinha que ter uma finalidade, no podendo ser aplicada sem estar codificada. o perodo humanitrio do direito.

-legalidade das penas, s podendo ser aplicadas se positivadas;

-proporcionalidade das penas;

-penas necessrias, teis;

-rapidez das penas;

-pena com fim preventivo, para que no ocorram outros crimes.

Jeremy Bentham

A pena um mal tanto para o indivduo, que a ela submetido, quanto para a sociedade, que se v privada de um elemento que a ela pertence, mas se justifica pela sua utilidade. O fim da pena a preveno geral, quando intimida todos os componentes da sociedade, e de preveno particular, ao impedir que o delinquente pratique novos crimes.

Captulo II Teorias da pena

Legitimidade para punir

a) Legitimidade externa: tem referncia nos princpios normativos externos (penal) e a existncia de justas razes para aceitar a violncia da pena como consequncia prtica do crime.b) Legitimidade interna: a aplicao da pena vlida na medida em que forem observados todos os preceitos estabelecidos pelo direito positivo para sua imposio.

Teorias justificadoras

-movimento de ordem abolicionista: a pena no tem efeito.

-movimento de ordem justificadora

Teorias Retributivas

a) Carrara: pena consequncia do crime (violao jurdica, infrao de lei do Estado, ente jurdico que necessariamente viola um direito). O fim primeiro o restabelecimento da ordem externa da sociedade alterada pelo delito. Ele no se preocupa com a recuperao do delinquente, e sim com a segurana do Estado. marcado pela sua proporcionalidade.

b) Kant: Retribuio moral. Imperativo Categrico: mandato que no pode ser transgredido, se a lei vulnerada, surge a necessria consequncia: a pena, que o significado do justo e do igual, no tem a funo de previnir delitos, mas que haja uma perfeita igualdade entre o crime e o castigo. Pena compensao moral (matou/morreu).

c) Hegel: Retribuio Jurdica o delito a negao do direito, e a pena a afirmao do direito. O autor v na imposio da pena a restaurao da ordem jurdica violada.A teoria retributivista no explica por que e para que a pena. A idia de compensao equivocada, irracional.

Teorias Prevencionistas

A utilidade da pena seria intimidar evitando a prtica de delitos, tentativa de recuperar o delinquente.

Beccaria: a pena tem que ser infalvel e certa. A certeza de um castigo desencoraja o esprito humano. A intimidao da pena surge da sua extenso.

Feuerbach: nulo crime, nula pena. Estudos orientados por Kant. Criou a teoria da coao psicolgica. A mente das pessoas pode se alterar devido a pena.

Crticas: nem todas as pessoas se impressionam com a aplicao da pena. A grande novidade foi o desenvolvimento de uma doutrina.

Preveno Especial Negativa

Busca a neutralizao atravs daquele que praticou a infrao penal. Crticas:

-Produz maior reincidncia, atravs dos malefcios da cadeia;

-A pena privativa de liberdade causa uma desintegralizao social, afasta o culpado da famlia e dos laos afetivos;

-Existe dentro da cadeia uma cultura causadora de deformaes psquicas e emocionais, o que dificulta a reintegrao social e possibilita a carreira criminosa a cadeia uma universidade do crime. uma forma de etiquetamento, pois o criminoso leva a marca na forma de antecedentes.Desdobramento do pensamento de Feuerbach

A pena deve produzir efeitos de intimidao sobre a generalidade das pessoas, atemorizando os possveis infratores, a fim de que eles no cometam mais delitos.

Quando a pessoa est no momento de decidir delinquir a pena deve desencorajar, a pena deve ter papel educativo.

Crtica: se pressuposto que a pena tenha tal carter inibitrio, o ser humano por natureza pensa em situaes de risco, pensa na relao relao de custo-benefcio. As vezes o crime pode compensar. Nem todos se atemorizam com a pena. A temerao varia de pessoa para pessoa.

Se a funo da pena s intimidar, perde-se o valor do bem jurdico. A escala de valores dos bens jurdicos que deve nortear as penas. este, em geral, o grande problema da preveno especial negativa.

1 Crtica: a teoria negativa parte de uma concepo de que o ser humano realizaria diante da pena um raciocnio de custo benefcio, pressupondo que o infrator seja um sujeito racional, que maximiza o benefcio esperado de sua conduta sobre o custo.

2 Crtica: depende da capacidade da pessoa ser atemorizada.

3 Crtica: Essa teoria desonsidera a pena segundo o bem jurdico tutelado.

4 Crtica: despreza as causas da criminalidade.

Preveno Especial positiva

Procura melhorar o encarceiramento, colocando o preso para trabalhar com a ideologia de ressocializao, reduo, reintegrao e recuperao. Tenta-se a reintegrao dos valores ticos do preso.

Crtica: como ressocializar se ele nunca foi socializado, vivendo em ambiente e condies diversas. Cadeia no oferece condies de melhoramento. As regras da cadeia so diferentes das regras da sociedade.

Parte de um princpio de comunicao da sociedade. A comunicao da sociedade feita num sistema, e o Direito Penal um subsistema.

Para que a comunicao d certo, os subsistemas devem estar integrados, assim, a sociedade tambm dar certo.O fim da pena reestabelecer a confiana na norma, conferindo confiana ao sistema, para que ele funcione corretamente, logo, a preveno especial positiva o que h de mais moderno.

Preveno Especial

preciso melhorar o criminoso. Faz-se isso pela sano penal.

Positivismo Criminolgico na Itlia Empirismo

a) Lombroso: trabalhava numa penitenciria na Itlia. Analisou e percebeu que certos tipos de crimes tinham certos tipos fsicos. Ele criou a idia de criminoso nato, que a pessoa com disposio natural para o crime, portadora de condies que dificultam ou impedem o ajustamento social.

b) Ferri: as aes humanas so produto do organismo fisiolgico e psquico e da atmosfera fsica e social na qual o criminoso nasceu e vive. A pena deve ser ajustada natureza do delinquente, e portanto deve ser aplicada por tempo indeterminado. A pena pode ser substituda por medida de segurana.

c) Garfalo: foi o criador da criminologia, matria que estuda as causas e efeitos do crime. Trabalha com a antropologia e contra a sociologia. Cria o conceito de periculosidade. Para o indivduo perigoso a pena deve ser indeterminada. Ele une psiquiatria e Direito Penal para dar esse conceito de indivduo perigoso.

Ele criou as seguintes categorias:

-criminoso nato, igual ao Lombroso;

-louco;

-criminoso habitual, produto do meio social;

-criminoso ocasional;

-criminoso passional.

Preveno Especial de Von LiztAcredita na capacidade de recuperao da pena em alguns casos (Alemanha organizada).

A pessoa poderia ser ressocializada pela pena, por cumpr-la, e quando se trata de pequenos criminosos.

Para os irrecuperveis a pena deveria neutralizar, isolar a pessoa, inocunuizar, so os casos dos criminosos de alta periculosidade. Assim a pena ter carter intimidativo.

Escola Correncionalista Dorado Monteiro

O criminoso pode se recuperar, o problema est na sociedade.

Substituio do sistema penal repressivo, baseado em um contedo mdico-pedaggico, tornando o preso que cumpriu a pena em um heri.

No h sociedade utpica, perfeita, sem o sistema repressivo (trabalho, estudo, atividade religiosa, social...)

Problema: Quanto tempo at a ressocializao?

O programa mximo gasta muito dinheiro at a ressocializao, o programa mnimo d condies pela perspectiva de recuperao. Quando chega ao final da pena solto.

A sano penal comporta a pena e a medida de segurana.

Pena: sano penal de carter aflitivo, imposta pelo Estado, devendo o culpado pela prtica de infrao penal cumpir a execuo da sentena que consiste na restrio ou privao de um bem jurdico, cuja finalidade aplicar uma retribuio punitiva ao delinquente, promover a sua readaptao social e prevenir novas trangresses.

Finalidades da pena: so explicadas por trs teorias:

a) Teoria absoluta ou de retribuio: a finalidade da pena punir o autor de uma infrao penal. A pena a retribuio do mal injusto praticado pelo criminoso, pelo mal justo previsto no ordenamento jurdico.

b) Teoria relativa, finalista, utilitria ou da preveno: a pena tem um fim prtico e imediato de preveno geral ou especial. A preveno especial porque a pena objetiva a readaptao e a segregao sociais do criminoso como meios de impedi-lo de voltar a delinquir. A preveno geral representada pela intimidao dirigida ao ambiente social.

c) Teoria mista ou ecltica, intermediria ou conciliatria: a pena tem dupla funo de punir o criminoso e prevenir a prtica do crime pela reeducao e intimidao coletiva.

Caractersticas da pena

a) Legalidade: a pena deve estar prevista em lei vigente, no se admitindo que seja cominada por regulamento ou ato normativo infralegal.

b) Anterioridade: a lei j deve estar em vigor na poca em que for praticada a infrao penal.

c) Personalidade: a pena no pode passar da pessoa do condenado. Assim, a pena de multa, ainda que considerada dvida de valor para fins de cobrana no pode ser exigida dos herdeiros do falecido.

d) Individualidade: a sua imposio e cumprimento devero ser individualizados de acordo com a culpabilidade e o mrito do sentenciado.

e) Inderrogabilidade: salvo as excees legais, a pena no pode deixar de ser aplicada sob nenhum fundamento, assim, o juiz no pode deixar de aplicar a pena levando em conta seu valor irrisrio.

f) Proporcionalidade: a pena deve ser proporcional ao crime praticado.

g) Humanidade: no so admitidas penas de morte, saldo em caso de guerra declarada, perptuas, trabalhos forados, banimentos cruis etc.

Princpio da Humanidade ou humanizao das penas

Utiliza o princpio da dignidade humana. A matria penal tem uma interveno estatal muito intensa. A pena privativa de liberdade no possui restituio. Erro judicirio pode at indenizar, porm o tempo no recuperado. Como a interveno do Estado vasta, comeou a basear-se muito no princpio da dignidade humana na durao da pena e na forma de execuo da mesma.Assim, pensando na dignidade da pessoa humana relacionada com a durao da pena, fora proibida a priso perptua.

A forma de execuo da pena no Brasil progressiva. Temos os chamados regimes prisionais:

1- Fechado

2- Semi aberto

3- Aberto

A forma de execuo por etapas foi uma forma de humanizao das penas. Ex.: 1/6 da pena cumprido no regime fechado. Assim, o preso adquire o primeiro requisito para passar para o regime semi-aberto. Em certos tipos de crime 1/6 muito ou 1/6 pouco. Aps o cumprimento no regime fechado, o preso passa para o regime semi aberto, cumprindo mais 1/6 da pena em tal regime, conseguindo ento o requisito para passar ao regime aberto. Essa progresso vai fazendo com que o criminoso retome aos poucos o contato com a sociedade.

A progresso positiva, pois reafirma os valores que a pessoa adquire na sociedade. A cadeia traz sofrimento, perda de valores. Faz a pessoa voltar a delinquir, vai fazendo uma desculturalizao dos valores da sociedade. Mesmo com o preso trabalhando e estudando ele ganha essa culturalizao com os valores da priso.

Princpio da legalidade

O crime tem que estar definido em lei, bem como a pena tem que estar positivada tambm em lei no sentido formal, emanada do Congresso Nacional.

Est vedada a possibilidade de cominar pena por medida provisria.

Evita que o Poder Executivo crie atos normativos de carter penal. Ex.: o prefeito decreta que se os bares no forem fechads at as duas horas da manh os donos sero detidos por dez dias.

Do princpio da legalidade decorre a proibio de analogia no Direito Penal. Porm, se analogia for um bonam partem, o juiz, em tese, pode aplicar a norma penal.Princpio da anteriodade

A lei penal que define o crime e comina a pena deve ser anterior conduta, para que possa ser aplicada.

Podemos ter leis posteriores, sucessivas, que podem agravar ou atenuar. A lei penal s retroage se for para beneficiar o ru. O fundamento poltico a segurana jurdica.

Princpio da personalidade

A pena privativa de liberdade no recai sobre terceiros. Multa, conforme artigos 91 e 92 do CP pode recair.

No se passa para os sucessores nada alm do limite do patrimnio. Junto com o patrimnio vm as suas obrigaes.A multa no incide no patrimnio herdado em caso de morte.

Princpio da Proporcionalidade

Mensurabilidade da pena. Grande dificuldade, porque adentra o plano subjetivo.

S surgiu com o iluminismo. Se a pena no for proporcional ela estimula o criminoso.

O legislador deve descrever o crime e determinar o mximo e o mnimo da pena predeterminao, estabelecendo proporcionalidade.

O juiz da sentena fala em qualidade e em quantidade.

No campo da execuo temos a fase ps-determinao. O juiz da execuo tem a atribuio de conceder e retirar benefcios legais.

Os benefcios seriam: progresso de pena, mais ou menos proporcional. Alguns delitos exigem que o condenado passe pelo exame criminolgico, trabalho obrigatrio para reduo de pena.No plano legislativo o legislador infraconstitucional pode individualizar a pena. Podemos ter outras penas alm da restritiva de liberdade, como por exemplo a prestao de servio social alternativo. O legislador infraconstitucional pode dar pena alternativa com limitaes da CF. Ele pode adotar vrias modalidades de pena que ele julgar necessrio.

Somente o legislador poder prever uma quantidade de pena mnima e mxima. A pena tambm pode ser individualizada em qualidade. Se a pena for privativa de liberdade tem-se recluo, deteno.

Se a pena for pecuniria decidem-se quantidades e valores.

Pode-se ainda, na pena de multa, utilizar salrios mnimos ou valor fixo. O mais comum o salrio mnimo.

Em Penas Restritivas de Direitos, o legislador pode fixar critrios. So penas alternativas ou substitutivas das privativas de liberdade.

O legislador pode individualizar as penas restritivas de direitos determinando certos requisitos para sua aplicao.

Em termos de pena privativa de liberdade, o legislador pode entrar no campo da execuo da pena, tornando-a mais ou menos rigorosa, exigindo mais tempo de pena para a progresso de regime.

No plano judicial, na aplicao da pena, o juiz que est aplicando a sentena obrigado a individualizar a pena bem corretamente, para que a defesa no inpugne a sentena.

primeiro feita a dosimetria penal, que passa por trs fases art 68:

-Primeiramente fixa-se o regime prisional;

-busca-se benefcios ao ru, sempre buscando substituir a PPL pela PRD. Se no for vivel porque o ru no preenche os requisitos necessrios.

Em termos de sequencia, o juiz j deu a pena. Entramos no ramo processual, se o ru j est preso, assim continua. Se est solto pode recorrer em liberdade.

Quando h o trnsito em julgado inicia-se a execuo penal.

No plano da execuo penal o juiz da vara de execuo penal expede o mandado de priso. O juiz da sentena expede a guia de recolhimento que d incio execuo para o juiz da vara de execuo.

Cada preso tem o seu processo individualizado.

Se a pena for superior a 30 anos e j houver o trnsito em julgado, o primeiro benefcio a unificao da pena em 30 anos. O segundo a progresso do regime.

A execuo da pena no esttica. Alm da progresso de regime tem a regresso do regime.

Livramento condicional: ocorre no final da pena pode a qualquer momento ser perdido.

Artigo 32 do Cdigo Penal

As penas so:

I- privativas de liberdade;

II- restritivas de direitos

III- de multa.

Podem-se, porm, distinguir na nova lei as penas comuns, que so as privativas de liberdade (recluso e deteno) e a multa; e as penas alternativas que seriam as restritivas de direitos.

PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

Introduo problemtica da priso

um sistema contraditrio, pos praticamente impossvel a ressocializao do homem que se encontra preso quando vive em uma sociedade cujos valores so totalmente destintos daqueles a que, em liberdade, dever obedecer. Isso sem falar nas deficincias intrnsecas ou eventuais do encarceiramento, como a superpopulao, atentados sexuais, falta de ensino e de profissionalizao.Priso no soluo, medida necessria para crimes espordicos. Deve-se investir em sade e gerao de empregos para os jovens.

Recluso e deteno

A distino entre estas modalidades de PPL est presente no artigo 33, em que a pena de recluso pode ser cumprida nos trs regimes: fechado, aberto e semiaberto, e a deteno apenas pode ser cumprida no semiaberto e aberto. Permite-se, porm, no caso de regresso, que o condenado a detneo venha a cumpr-la no regime fechado.

PENAS RESTRITIVAS DE LIBERDADE

-Espcies:

a) Recluso: s pode comear a cumprir a pena em regime fechado.

b) Deteno: pode comear em regime semi-aberto

c) Priso simples (para as contravenes penais).

-Regimes Penitencirios

a) Fechado: cumpre a pena em estabelecimento penal de segurana mxima ou mdia.

b) Semi-aberto: cumpre a pena em colnia penal agrcola, industrial ou em estabelecimento similar.

c) Aberto: trabalha ou frequenta cursos em liberdade, durante o dia, e a noite recolhe-se na Casa do Albergado ou em estabelecimento similar noite e nos dias de folga.

-Regime inicial de cumprimento da pena; de acordo com o art. 110 da LEP, o regime inicial observa o artigo 33 do CP, que estabelece a diferena entre recluso e deteno

Regimes penitencirios da pena de recluso:

a) Se a pena for superior a oito anos: inicia o cumprimento em regime fechado.

b) Se a pena imposta for superior a quatro anos e infeiror a oito: inicia em regime semi-aberto.

c) Se a pena for igual ou inferior a quatro anos: inicia em regime aberto.

d) Se o condenado por reincidente: inicia sempre no regime fechado, no importando a quantidade da pena imposta. H, contudo, uma possibilidade excepcional de o juiz conceder regime aberto ao sentenciado reincidente. O STF concedeu esse benefcio a uma pessoa previamente condenada a multa a iniciar a pena em regime aberto, desde que a pena fosse inferior a quatro anos. Baseou-se no artigo 77, 1 do CP, que permite a concesso do sursis (condicional) ao sentenciado que reincidente, porm seu primeiro crime de multa. Para Fernando Capez, a interpretao literal, e uma vez condenado a recluso, o ru deve comear a cumprir a pena em regime fechado.

e) Se as circunstncias do artigo 59 do CP forem desfavorveis ao condenado: inicia em regime fechado. No se tratando de pena superior a oito anos (art 33, 2a), a imposio de regime inicial fechado depende de fundamentao adequada em face do que dispem as alneas b, c e d do 2 e tambm o 3 do artigo 59 do CP.

Smula 719: A imposio do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permite motivao idnea.

Regimes penitencirios de pena de Deteno

a) Se a pena for superior a quatro anos: inicia em regime semi-aberto.

b) Se a pena for igual ou inferior a quatro anos: inicia em regime aberto.

c) Se o condenado por reincidente: inicia no regime mais gravoso existente, ou seja, no semi-aberto.

d) Se as circunstncias do artigo 59 do CP forem desfavorveis ao condenado: inicia no regime mais gravoso existente, ou seja, no semi-aberto.

e) Importante: no existe regime inicial fechado na pena de Deteno.

Gravidade do Delito

Por si s no basta para determinar a imposio do regime inicial fechado, sendo imprescindvel verificar o conjunto das circunstncias de natureza objetiva e subjetiva previstas no artigo 59 do CP tais como grau de culpabilidade, personalidade, conduta social, antecedentes etc., salvo se devido quantidade da pena for obrigatrio aquele regime.

Regime fechado na pena de deteno: o CP somente veda o regime inicial fechado, no impedindo que o condenado a pena de deteno submeta-se a tal regime, vem virtude de regresso.

Regime inicial na pena de priso simples: tambm no existe regime inicial fechado, devendo a pena ser cumprida em regime semi-aberto ou aberto, em estabelecimento especial de priso comum, sem regor penitencirio (LCP art 6). A nica diferena em relao a pena de deteno que a lei no permite o regime fechado nem em caso de regresso. No regride do semi-aberto para o fechado.

Sentena omissa quanto ao regime inicial: se no houver expressa meno quanto ao regime inicial, a dvida deve ser resolvida em prol do regime mais benfico, desde que juridicamente cabvel. Por exemplo, ru primrio condenado a seis anos de recluso, sem que a sentena faa meno ao regime inicial. Sendo possveis, na hiptese, tanto o fechado quanto o semi-aberto, a pena dever ser cumprida neste ltimo, por ser mais branco.

Progresso de regime

A alterao da situao ftica existente ao tempo da condenao faz com que o juzo da execuo promova as adaptaes da deciso nova realidade. Assim, o fato de algum ter recebido um determinado regime de cumprimento de pena no significa, salvo algumas excees, que tenha que permanecer o tempo todo no mesmo. O processo de execuo dinmico e est sujeito a modificaes.

A possibilidade de que alguem que iniciou a pena em regime mais gravoso obter o direito de passar a uma forma mais branda e menos expiativa de execuo chama-se progresso.

Requisitos para a progresso:-Objetivo: consiste no tempo de cumprimento da pena no regime anterior, que de pelo menos 1/6. A cada nova progresso exige-se o requisito temporal de cumprimento de 1/6 do restante da pena, e no mais da pena fixada na sentena.

-Subjetivo: bom comportamento, que substituiu a palavra mrito na lei anterior. Antigamente o exame criminolgico influenciava na progresso. Hoje, com o texto da nova lei, apenas o Ministrio Pblico tem que avaliar. Tal omisso do CTC na lei e do exame criminolgico, no entanto, no impede que o juiz da execuo, se entender necessrio, realize o exame.

Soma e Unificao de penas para aplicao da regra do concurso de crimes: o regime inicial de cumprimento de pena ser determinado com o total imposto, seja este resultante da soma, como no caso de concurso material ou formal imperfeito, seja da aplicao do critrio da exasperao.

Se houver alguma pena de recluso, o regime inicial ser determinado de acordo com o montante a ser cumprido, salvo em se tratando de reincidente, caso em que o regime inicial ser obrigatoriamente fechado.

Se todas as penas impostas forem de deteno, na pior das hipteses o regime inicial ser o semi-aberto.

Sobrevindo alguma nova condenao durante a execuo, a nova pena ser somada ou unificada com o restante e sobre o total far-se- o clculo do novo regime a ser cumprido. Assim, se, por exemplo, quando faltavam 2 anos de deteno, sobreviessem 7 anos de recluso, em virtude de um novo processo, os 9 restantes (2 de deteno e 7 de recluso) teriam de ser cumpridos no fechado.

No caso de condenaes provenientes de diferentes processos, procede-se, incialmente, ao clculo de soma ou unificao de penas e sem seguida, de acordo com o total a que se chegar, fixa-se o regime inicial.

Progresso de regime nos crimes hediondos: no caso de condenao pela prtica de crime hediondo, terrorismo e trfico ilcito de entorpecentes, est proibida a progresso de regime, devem ser cumpridas as penas no regime integralmente fechado. No h que se falar nestes casos, sobre inconstitucionalidade, uma vez que o prprio constituinte autorizou o legislador a conferir tratamento mais severo aos crimes definidos como hediondos, trfico ilcito de entorpecentes ao terrorismo e tortura. O indivduo que cometeu um destes crimes teve direito a individualizao da pena nos termos do artigo 68 do CP, ficou em estabelecimento penal de acordo com seu sexo e grau de periculosidade e ainda tem o direito de obter livramento condicional aps o cumprimento de 2/3 da pena.

Progresso por salto: consiste na passagem direta do regime fechado para o aberto. No permitida pela LEP, porm, h alguns casos em que jurisprudncia permite a progresso com salto: quando o condenado j cumpriu 1/6 da pena no regime fechado, no consegue passagem para o semi-aberto por falta de vaga. Neste caso o condenado cumpre mais 1/6 no fechado, como se estivesse no semi-aberto e vai direto para o regime aberto.

Preso provisrio e progresso de regime: o preso provisrio no tem direito progresso, pois esta pressupe que a sentena condenatria tenha transitado em julgado. Porm, a smula 716 diz o seguinte: Admite-se a progresso de regime de cumprimento da pena ou a aplicao imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trnsito em julgado da sentena condenatria.

Requisitos da progresso:a) objetivo: consiste no tempo de cumprimento da pena no regime anterior (1/6 da pena). A cada nova progresso exige-se o requisito temporal. O novo cumprimento de 1/6 referente ao restante da pena, e no pena inicialmente fixada na sentena.

b) subjetivo: compreende o bom comportamento, atestado pelo diretor da penitenciria.

Regras do regime fechado:

a) exame criminolgico: no incio do cumprimento da oena, o condenado ser submetido ao exame criminolgico de classificao para individualizao da pena.

b) Trabalho interno: fica sujeito ao trabalho interno durante o dia, sendo que a atividade laboral tem finalidade educativa e produtiva. remunerado, no podendo tal remunerao ser inferior a do S.M., o preso tem direito aos benefcios da Previdncia Social, no se sujeita o trabalho do preso CLT, uma vez que no decorre de contrato livremente firmado com o empregador, sujeitando-se a regime de direito pblico. O trabalho dever do preso, e a recusa deste vista como falta grave.

Pelo instituto da remio, a cada trs dias trabalhados o preso desconta um dia de sua pena. Caso seja aplicada falta grave ao preso, ele perder todo o tempo remido (art 127 da LEP).

c) Trabalho externo: admissvel trabalho fora do estabelecimento carcerrio, em servios ou obras pblicas, desde que tomadas as cautelas necessrias contra fuga e em favor da disciplina. Exige para o trabalho externo o cumprimento de 1/6 da pena. necessrio o exame criminolgico antes de autorizar o servio externo.

Regime disciplinar diferenciado: direcionado para o condenado definitivo e o preso provisrio que cometerem crime doloso capaz de ocasionar dubverso da ordem ou disciplina internas. Consiste no recolhimentoem cela individual, visita de duas pessoas no mximo, por duas horas semanais e duas horas de banho de sol por dia, pelo prazo mximo de 360 dias, sem prejuzo da repetio da sano por nova falta grave da mesma espcie, at o limite de 1/6 da pena aplicada. A autorizao para incluso do preso em regime disciplinar depender de requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento. Essa sano somente poder ser aplicada por prvio e fundamentado despacho do juiz competente.

Exame criminolgico

Caput do artigo 34. Para que sejam cumpridos os princpios da personalidade e proporcionalidade da pena, imperioso que os condenados sejam classificados, dando a cada preso as oportunidades e elementos necessrios para lograr a reincero social. Assim, alm do exame de personalidade institui-se o exame criminolgico, pois as condies pessoais do agente e a gravidade do fato delituoso podem determinar a execuo da pena no regime fechado. Tal exame somente ser realizado aps o trnsito em julgado da sentena condenatria, j que visa individualizao para a execuo da pena privativa de liberdade, e ser obrigatria aos condenados ao regime fechado e facultada para os sujeitos ao semiaberto. uma percia.Regras do regime semi-aberto

a) exame criminolgico: o CP dispe que necessria a realizao antes do ingresso neste regime, mas a LEP prev que tal exame no ser obrigatrio, podendo ou no ser realizado. Diante desta contradio, prevalece a LEP.

b) trabalho: segue as mesmas regras do regime fechado, dando direito tambm remio, com a diferena que desenvolvido no interior da colnia penal.

c) autorizaes de sada: so benefcios aplicveis aos condenados do fechado ou semi-aberto e subdividem-se em:

c1) Permisso de sada: os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisrios podero obter permisso para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:

-falecimento ou doena grave do cnjuge, companheira, ascentende, descendente ou irmo;

-necessidade de trabamento mdico.

A atribuio para conceder a permisso de sada do diretor do presdio, tratando-se, portanto, de medida meramente administrativa. Se o diretor negar, o juiz da execuo pode conceder a permisso.

c2) Sada temporria: os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto podero obter autorizao para sada temporria do estabelecimento, sem vigilncia direta, nos seguintes casos:

-visita famlia;

-frequncia a curso supletivo profissionalizante, bem como de instruo de segundo grau ou superior, na comarca do juzo da execuo;

-participao em atividades que concorram para o retorno ao convvio social.

A sada temporria no se aplica ao preso em regime fechado, por sua incompatibilidade com essa liberdade dada na sada temporria.

claro que as permisses de sada, a autorizao ser motivada pelo juz da execuo, sero ouvidos o MP e a administrao penitenciria e depender do comportamento adequado, cumprimento de 1/6 da pena se o condenado for primrio e se for reincidente. Deve haver compatibilidade do benefcio com os objetivos da pena. A competncia da sada temporria do juiz da execuo.

Se o preso tiver vindo do regime fehado, no qual j cumpriu 1/6 para a progresso, esse perodo ser computado para fins de obteno da sada temporria, sendo desnecessrio cumpr-lo novamente no semi-aberto para ter direito esse benefcio

Remio:

Direito que o condenado em regime fechado ou semi-aberto tem de, a cada trs dias de trabalho, descontar um dia de pena. A cada 12 horas de estudos, a serem cumpridos tambm em trs dias, h o desconto de um dia da pena.

O preso que pretende trabalhar, mas no consegue porque o estabelecimento no lhe oferece condies (como no caso de cadeias superlotadas) no tem direito ao desconto. Somente no caso do preso que sofreu acidente de trabalho e est impossibilitado de trabalhar h o direito de remir o tempo sem trabalhar mesmo. O condenado que for punido por falta grave perder o direito ao tempo remido, comeando o novo perodo a oartir da data da infrao disciplinar. O STJ se manifestou no que diz respeito ao porte do telefone celular e seus componentes, dizendo que tal ato no constitui falta grave a ensejar a perda dos dias remidos.

Regras do regime aberto

a) Requisitos: exige-se autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado, somente podendo ingressar neste regime se estiver trabalhando ou se comprovar a possibilidade de faz-lo, apresentar mrito para a progresso e aceitar as condies impostas pelo juiz. O pressuposto para o ingresso no regime aberto a aceitao pelo condenado das condies impostas pelo juiz.

b) Condies: as condies gerais so: permanecer no local que for designado durante o repouso e nos dias de folga, sair para o trabalho e retornar nos horrios fixados, no se ausentar da cidade onde reside sem autorizao judicial, comparecer a juzo para informar e justificar suas atividades. H ainda a possibilidade do juiz da execuo impor outras condies de acordo com seu critrio, como por exemplo a proibio de frequentar certos lugares, no trazer armas ou instrumentos capazes de afetar a integridade fsica de outrem.

c) Casa do albergado: destina-se ao cunprimento da PPL de regime aberto.

d) Priso-albergue domiciliar: o condenado a regime aberto, com sentena transitada em julgado pode recolher-se em sua prpria casa residncia ao invs da Casa do Albergado quando tiver mais de 70 anos, quando estiver acometido de doena grave, condenada gestante, condenada com filho menos ou deficiente fsico ou mental.

e) Inexistncia da Casa do Albergado na comarca: no autoriza priso domiciliar. Neste caso o condenado deve ser recolhido a cadeia pblica ou outro presdio comum, em local adequado e no deixado em inteira liberdade.

Regresso de regime: a volta do condenado ao regime mais rigoroso, por ter descumprido as condies impostas para o ingresso e permanncia no regime mais brando. Embora a lei vede a progresso por salto, possvel regredir do aberto para o fechado sem passar pelo semi-aberto. Hipteses de regresso:

a) prtica de fato definido como crime doloso

b) prtica de falta grave: entre elas, a fuga

c) sofrer condenao, por crime anterior, cuja pena, cuja pena, somada ao restante da pena em execuo, torne incabvel o regime;

d) frustrar os fins da execuo, no caso de estar em regime aberto;

e) no pagamento da multa cumulativa, no caso de regime aberto.

Direitos do preso: o preso conserva todos os direitos no atingidos pela condenao.

-Direito a vida

-Direito a integridade fsica e moral;

-Direito igualdade;

-Direito de propriedade;

-Direito a liberdade de pensamento e convico religiosa;

-Direito inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e imagem;

-Direito de petio aos poderes pblicos em defesa de direitos ou contra abuso de poder;

-Direito assistncia jurdica;

-Direito educao e cultura;

-Direito ao trabalho remunerado;

-Direito indneizao por erro judicirio;

-Direito alimentao, vesturio e alojamento com instalaes higinicas;

-Direito de assistncia sade;

-Direito assistncia social;

-Direito individualizao da pena.

Direito de receber visitas: tal direito pode ser limitado por ato motivado do diretor do estabelecimento ou do juiz. O regime disciplinar diferenciado, imposto para o condenado definitivo ou preso provisrio autoriza a restrio de visitas.

Direitos polticos: so suspensos os direitos polticos aps o trnsito em julgado da sentena condenatria. Ficam suspensos estes direitos mesmo com o livramento condicional.

Supervenincia de doena mental: o condenado deve ser transferid para hospital de custdia e tratamento psiquitrico e a pena poder ser substituda por medida de segurana.

Detrao penal

Conceito: o cmputo, na PPL e na medida de segurana, do tempo de priso provisria, no Brasil ou non estrangeiro, o de priso administrativa e o de internao em hospital de custdia e tratamento ou estabelecimento similar. A interpretao literal do dispositivo que trata da detrao nos leva concluso de que somente ser possvel a aplicao da detrao nas penas privativas de liberdade. A detrao matria exclusiva do juzo da execuo.

Detrao em penas restritivas de direitos: como o CP somente fala de detrao nas PPLs, a interpretao literal do texto poderia levar concluso de que o benefcio no se estende PRD. Deve-se considerar, no entanto, que se a lei admite o desconto do tempo da priso provisria para a PPL, seria injusto no beneficiar quem conseguiu a substituio por penalidade mais branda. Sendo assim, em caso de priso provisria antes da deciso por PRD, deve ser admitida a detrao.

Priso provisria em outro processo: possvel descontar o tempo de priso provisria de um processo, cuja sentena foi absolutria, em outro processo de deciso condenatria, desde que o crime pelo qual o ru foi condenado tenha sido praticado antes da priso no processo em que o ru foi absolvido, para evitar assim que o agente fique com crdito para com a sociedade.

Detrao para fins de prescrio: pode ser aplicada calculando-se a prescrio sobre o restante da pena. Por exemplo: o sujeito ficou preso provisriamente por 60 dias. Desconta-se esse perodo da pena aplicada e calcula-se a prescria em funo do que est a ser cumprido.

Regime Inicial

Esto obrigatoriamente condenados ao regime fechado os condenados recluso reincidentes, ou seja, cuja pena seja superior a oito anos (art 33, 2). A pena ser integralmente cumprida em regime fechado quando se tratar de trfico ilcito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e crimes hediondos, consumados ou tentados, ainda que a pena aplicada seja inferior a oito anos. Para alguns doutrinadores, tal disposio seria inconstitucional por violar a individualidade da pena, disposta no artigo 5, XLVI. Entretanto, o critrio para fixao da pena a gravidade do crime e no a regra da individualizao, que a relativizao.

Podem iniciar o cumprimento em regime semi-aberto os no reincidentes condenados recluso superior a quatro anos e no excedentes a oito.

Devem iniciar os cumprimento da pena em regime semi-aberto os no reincidentes pena de deteno, qualquer que seja sua quantidade, e os no reincidentes condenados a pena superior a oito anos. Quando aplicada a pena de deteno, no importa por quanto tempo seja, o condenado deve cumprir inicialmente em regime semi-aberto, art 33.

S podem iniciar o cumprimento da pena em regime aberto os condenados no reincidentes com pena igual ou inferior a quatro anos.

Quando houver condenao por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a determinao de cumprimento ser feita pelo resultado da soma ou unificao das penas, observando detrao e remio.

A opo pelo regime inicial da pena cabe ao juiz da sentena. Para a fixao de regimes menos severos, porm, alm de no reincidncia e quantidade da pena, deve o juiz observar os critrios do artigo 59, atendendo culpabilidade, aos antecedentes, conduta social, personalidade, motivos, circunstncias e consequncias do crime, bem como o comportamento da vtima.

Quanto a priso do tipo albergue o condenado deve atender s condies impostas no artigo 114 da LEP: estar trabalhando ou comprovar possibilidade de faz-lo imediatamente, apresentar fundados indcios de que ir ajustar-se ao novo regime, entre outros.

O regime de priso aberta em residncia particular somente ser admitido se o condenado for maior de 70 anos, se estiver acometido de doena grave ou se tratar-se de mulher com filho menor ou deficiente fsico ou mental, ou se for gestante.

O regime aberto no pode ser concedido por habbeas corpus, pois a sua aplicao depende de requisitos subjetivos, como dispe o artigo 33, 2.PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOSNas penas restritivas de direitos no h o encarceiramento. Alguns direitos so limitados temporariamente.

O malefcio da PPL a contaminao do preso. Preso primrio contaminado por preso reincidente.

Na PRD no ocorre contaminao, no ocorre a estigmatizao do preso como na PPL, na qual difcil a ressocializao do condenado, h uma deformao da personalidade ( o preso na priso um autmato, no pensa), alm do custo elevado para o Estado, sem retornos. Est regulado pelo artigo 43 do CP.

A multa (prestao pecuniria) tambm passou a ser PRD, quando esta for menor ou igual a um ano (art 43, 2).O grande problema referente a aplicao das penas alternativas reside no fato de que elas somente podem ser atribudas a rus que no ofeream periculosidade, e que possam permanecer em liberdade. Elas no iro contribuir para aliviar as populaes carcerrias, uma vez que o grande nmero de internos nos presdios encontram-se condenados ao cumprimento de elevadas penas e so delinquentes de alta periculosidade.

Prestao pecuniria

A primeira idia da prestao pecuniria que o condenado pague vtima, confundindo-se com uma indenizao. A lei autoriza o pagamento para terceiro, confundindo-se com uma multa. De acordo com o artigo 45, 1, o valor fica entre um e 360 salrios mnimos.Possui natureza pecuniria, reparatria se o pagamento for feito vtima ou aos seus dependentes e natureza indenizatria.

No se confunde a prestao pecuniria com a multa reparatria do art 297 do CTB (Cdigo de Trnsito), pois ela somente permitida quando h dano material ao ofendido, enquanto a prestao pecuniria possvel mesmo na ausncia de prejuzo individual.

Havendo dano vtima, a quantia apurada ser a ela destinada ou, na sua falta, a seus dependentes; caso contrrio o produto ir para a entidade pblica ou privada com destinao social, por determinao do juiz da execuo. Caso o ofendido venha a propor ao de reparao civil (artigo 63 do CP) ou a execuo civil da sentena condenatria penal transitada em julgado, o valor referente prestao pecuniria pago ao ofendido ser descontado do total da condenao civil ou penal, ou seja, se em uma ao de reparao foram coincidentes as partes, o valor pago na indenizao penal pode ser deduzido na ao civil.

A ao civil ex delito est prevista no CP nos artigos 61 e 62. Nossas instncias so independentes: pode-se buscar uma ao civil de reparao de dano mesmo no tendo ainda a sentena penal condenatria. Esta sentena, aps o trnsito em julgado, j fornece o valor mnimo de indenizao.

Prestao inominada

No caso de prestao pecuniria, se houver aceitao do beneficirio, a prestao pode adquirir outra natureza. O legislador pensou na exceo, porm esta tornou-se regra. Hoje a prestao inominada tornou-se o pagamento das cestas-bsicas. largamente aplicada pela praticidade, porque os juzes sabem que as entidades esto recebendo as cestas bsicas e h possibilidade de fiscalizao.

A mo de obra tambm uma forma de prestao inominada.

Perda de bens e valores

Artigo 45, 3. Constitui o confisco em favor do Fundo Penitencirio Nacional de quantia que pode atingir at o valor referente ao prejuzo causado ou do proveito obtido pelo agente tudo o que ele ganhou com a prtica do crime. Esse dinheiro ou objetos devem ser de origem lcita, para que ele sinta o confisco como uma condenao. A lei no usa este termo confisco, pois confiscar contra a lei. Ex.: a pessoa ganha dinheiro com o trfico de drogas e compra um apartamento. O imvel confiscado ao final do processo. Tal tipo de punio usado com os colarinhos brancos.-Efeitos da condenao: leitura dos artigos 91 e 92.

Prestao de servios comunidade ou entidades pblica

Dispe o artigo 46, 1: A prestao de servios comunidade ou a entidades pblicas consiste na atribuio de tarefas gratuitas ao condenado. E de acordo com o 2 dar-se- em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimento congneres, em progamas comunitrios ou estatais.

Essa pena depende, e muito, do apoio da comunidade s autoridades judiciais, possibilitando a oportunidade para o trabalho do sentenciado, o que j demonstra as dificuldades que o condenado tem de reinsero no meio social.

Para cada dia de condenao cumprida uma hora de trabalho. Como no passam de dois anos, temos 730 horas. cumprida uma hora por dia para no atrapalhar a jornada de trabalho do condenado. Esse tempo nunca pode ser inferior metade da condenao PPL.

O juiz da execuo transforma a PPL em prestao de servios por causa dos inmeros convnios feitos entre as varas das execues criminais e as instituies.

As tarefas devem ser atribudas pelo juiz da execuo conforme as aptides do condenado, de acordo com o disposto no 3 do artigo 46.Interdio temporria de direitos

Artigo 47 do CP, no qual so proibidos:

-exerccio de cargo, funo ou atividade pblica, bem como mandato eletivo;

-exerccio de profisso, atividade ou ofcio que dependam de habilitao especial, licena ou autorizao do poder pblico

-suspenso da autorizao de habilitai para dirigir veculo;

-proibio de frequentar determinados lugares.

Esse tipo de proibio atinge fundo dos interesses econmicos do condenado sem acarretar os males representados pelo recolhimento priso por curto prazo e que os interditos sentiro de modo muito mais agudo os efeitos da punio do tipo restritivo ao patrimnio. Priva o sentenciado da prtica de certas atividades sociais em que se mostrou irresponsvel ou perigoso.

Limitao de final de semana

Obrigao de permanecer, aos sbados e domingos, por cinco horas dirias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adqueado, podendo ser ministrado aos condenados durante essa permanncia cursos e palestras, ou taribudas a eles ativididades educativas. Artigo 48 e pargrafo nico.Multa

Consiste no pagamento ao fundo penitencirio da quantia fixada na sentena e calculada em dias-multa, sendo, no mnimo de 10 e no mximo 300 dias multa (art 49). O valor do dia-multa fixado pelo juiz, leva em conta a situao econmica do ru. No pode ser inferior a 1/30 do salrio mnimo nem superior a cinco salrios mnimos (1 49). A pena de multa no pode ser inferior a 10 dias multa, ou seja, remunerao devida por 10 dias de trabalho com base no salrio mnimo, nem superior a 360 dias. Concedeu-se ao juiz a faculdade de fixar a pena de dias-multa de um tero do salrio mnimo a um teto de 1800 salrios mnimos mensais.O salrio a ser considerado aquele vigente ao tempo de crime. O valor atualizado pelos ndices de correo monetria, de acordo com o 2.

O termo inicial para o pagamento a data do trnsito em julgado da sentena para as partes. O pagamento poder ser feito at 10 dias aps o trnsito em julgado. Os artigos 50 a 53 disciplinam o pagamento.Cominao

Quanto as penas privativas de liberdade, continuam elas a ter seus limites estabelecidos na sano correspondente a cada tipo legal (art 53). A pena de multa, prevista em cada tipo legal, tem os limites fixados no artigo 49 e seus pargrafos (art 58), e o mesmo ocorre quando aplicada em substituio pena privativa de liberdade, nos termos dos artigos 44, 58, pargrafo nico, e 60, 2.

A partir do 54, porm, o CP orev a cominao e aplicao das penas restritivas de direitos. No esto elas cominadas abstratamente para cada tipo penal, mas so aplicveis a qualquer deles, independentemente de cominao na parte especial, em substituio pena privativa de liberdade fixada em quantidade inferior um ano ou nos crimes culposos. o que determina o artigo 54. Assim, aps aplicada pelo juiz a pena privativa de liberdade pelo juiz da sentena, conforme cominao especfica do crime pelo qual o ru foi condenado, poder o magistrado substitu-la pela PRD aplicvel na espcie.

Essa substituio se d de tal forma que a durao da pena restritiva de direito a mesma da pena privativa de liberdade, de acordo com 55.

Somente aps o trnsito em julgado da sentena que aplicou a pena de prestao de servios ou de limitao de fim de semana que se determinar, no juzo da execuo, a forma de cumprimento dessas sanes, ajustadas s condies pessoais do condenado, s caractersticas do estabelecimento, da entidade ou do programa comunitrio.

Permite-se ainda a substituio da PPL pela multa, quando inferior a um ano.

APLICAO DA PENA

Circunstncias do crime

Circunstncias so dados subjetivos ou objetivos que fazem parte do fato natural, agravando ou diminuindo a gravidade do crime sem modificar-lhe a essncia.As circunstncias legais podem ser genricas, quando previstas na parte geral do CP (agravantes, atenuantes e causas gerais de aumento ou diminuio de pena) ou especficas constantes na parte especial (qualificadoras e causas especiais de aumento ou diminuio da pena). As atenuantes e agravantes atenuam ou agravam a pena em ndices nao fixados expressamente em lei (arts 61 a 67). As causas gerais de aumento ou diminuio de pena tm previamente demarcado nos correspondentes dispositivos da parte geral os limites de aumento ou diminuio. Elas podem ser encontradas nos mais variados delitos e influem no aumento ou diminuio da pena aps terem sido consideradas as circunstncias juridiciais. As qualificadoras cominam uma pena mais severa em seus limites.As circunstncias podem ser objetivas ou subjetivas. Subjetivas relacionam-se com o sujeito ativo do crime, estando entre elas os antecedentes, a personalidade, os motivos do crime, o estado psquico do agente. As objetivas dizem respeito a todas aquelas que no se relacionam diretamente a pessoa do agente, podendo referir-se ao meio usado para a prtica do crime, s consequncias do delito, pessoa da vtima, ocasio do fato.As circunstncias subjetivas no se comunicam aos demais agentes, salvo quando elementares.

Circunstncias judiciais

Artigo 59: O juiz, atendento culpabilidade, aos antecedentes, conduta social, personalidade do agente, aos motivos, s circunstncias e ao comportamento da vtima, estabelecer, conforme seja necessrio e suficiente para a reprovao a preveno do crime:

I - as penas aplicveis dentre as cominadas; PPL e multa. Se for permitida a PPL substituda por PRD. A pena de multa pode vir isolada ou pode vir acumulada com a PPL. O juiz escolhe multa ou priso, baseando-se nas circunstncias judiciais.II- a quantidade de pena aplicvel dentre os limites previstos; aps condenado o ru, vista a quantificao da pena, os limites. o momento do clculo dosimetria da pena. o sistema trifsico no qual o juiz encontra a pena definitiva aps as trs fases.III- o regime inicial de cumprimento de PPL; depis de encontrada a pena definitiva tem-se que encontrar o regime inicial. Discute-se no caso das penas de 4 a 8 anos que o regime inicial poder ser semi-aberto, dependendo das circunstncias.IV- a substituio da pena privativa de liberdade aplicada, por outra espcie de pena, se cabvel. O termo se cabvel refere-se aos requisitos. Usa-se o artigo 44 para verificar se cabvel, principalmente no inciso III do artigo 44.

O artigo 59 estabelece a pena base. Ele fala sobre os fins da pena, determinando que ela seja estabelecida conforme seja necessrio.

Menciona-se em primeiro lugar a culpabilidade do agente, pois graduvel pe a censura cujo ndice, maior ou menor, incide na quantidade de pena. A palavra culpabilidade deve levar o julgador a atentar para as circunstncias pessoais e fticas no contexto em que se realizou a ao, conduzindo-o a uma anlise da conscincia ou do potencial conhecimento do ilcito, da exigibilidade de conduta diversa e parmetros do justo grau de censura atribuvel ao autor do crime. Deve tambm o julgador observar os antecedentes, a conduta social (diversos papis desempenhados junto comunidade), personalidade (boa ou m ndole, sentido moral do criminoso).Destacam-se tambm as circunstncias referentes ao contexto do crime.

Os motivos do crime realam a necessidade de efetuar um perfil psquico do delinquente e da causao do crime para uma correta imposio da pena. O crime deve ser punido em razo de motivos que podem alterar a pena, apriximando-se do mnimo quando derivam de sentimentos de nobreza moral.

Quanto s circunstncias e consequncias do crime, inclui-se a durao do tempo do delito, local (indicador de maior periculosidade), atitude durante ou ps conduta criminosa (insensibilidade ou arrependimento). As demais referem-se gravidade maior ou menor do dano causadoa

Circunstncias agravantes

Agravam sempre a pena, quando no constituem ou qualificam o delito, as circunstncias dos artigos 61 e 62.

Art. 61 - So circunstncias que sempre agravam a pena, quando no constituem ou qualificam o crime:

I - a reincidncia;

II - ter o agente cometido o crime:

a) por motivo ftil ou torpe;

b) para facilitar ou assegurar a execuo, a ocultao, a impunidade ou vantagem de outro crime;

c) traio, de emboscada, ou mediante dissimulao, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossvel a defesa do ofendido;

d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;

e) contra ascendente, descendente, irmo ou cnjuge;

f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relaes domsticas, de coabitao ou de hospitalidade, ou com violncia contra a mulher na forma da lei especfica; g) com abuso de poder ou violao de dever inerente a cargo, ofcio, ministrio ou profisso;

h) contra criana, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grvida;

i) quando o ofendido estava sob a imediata proteo da autoridade;

j) em ocasio de incndio, naufrgio, inundao ou qualquer calamidade pblica, ou de desgraa particular do ofendido;

l) em estado de embriaguez preordenada.

evidente que uma circunstncia elementar ou qualificadora que faz parte da estrutura do tipo bsico ou qualificado no pode, ao mesmo tempo, torn-lo mais grave, pelo princpio do non bis in idem.

Reincidncia

Art. 63 - Verifica-se a reincidncia quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentena que, no Pas ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. Art. 64 - Para efeito de reincidncia:

I - no prevalece a condenao anterior, se entre a data do cumprimento ou extino da pena e a infrao posterior tiver decorrido perodo de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o perodo de prova da suspenso ou do livramento condicional, se no ocorrer revogao; (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)II - no se consideram os crimes militares prprios e polticos

H quem veja na reincidncia como agravante uma exacerbao do Direito Penal, entretanto, a pessoa que j foi punida e voltou a delinquir demonstra que sua conduta criminosa resultou novamente pois a pena anteriormente aplicada se mostrou insuficiente para intimid-la ou recuper-la.A lei no diferencia a reincidncia quanto s espcies de crimes, mas faz algumas distines quanto a outros efeitos. Assim, somente se impede o sursis (condicional) ao reincidente em crime doloso (art 77, I) e tambm no se impede o benefcio quando o sentenciado foi condenado anteriormente somente pena de multa.

Havendo extino da punibilidade pela prescrio da pretenso punitiva, no prevalece a sentena anterior para o efeito da reincidncia, j que, nesta hiptese, desaparecemos efeitos da deciso. Tratando-se, porm da prescrio da pretenso executria, que extingue somente a pena, no fica excluda a agravante quando do cometimento de novo crime.De acordo com o inciso primeiro do artigo 64, no prevalece a condenao anterior, se entre a data do cumprimento ou extino da pena e a infrao posterior tiver decorrido perodo de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o perodo de prova da suspenso ou do livramento condicional, se no ocorrer revogao.O perodo de provas, que o perodo em que o ru fica em observao, contado se o reincidente tiver cumprido a pena, ou seja, descontado. Circunstncias atenuantes

Art. 65 - So circunstncias que sempre atenuam a pena:

I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentena;

II - o desconhecimento da lei;

III - ter o agente:

a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;

b) procurado, por sua espontnea vontade e com eficincia, logo aps o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqncias, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;

c) cometido o crime sob coao a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influncia de violenta emoo, provocada por ato injusto da vtima;

d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;

e) cometido o crime sob a influncia de multido em tumulto, se no o provocou.

O artigo trata dos dados subjetivos que diminuem a pena. Em todas as hipteses descritas no artigo a reduo obrigatria, levando-se em conta as demais circunstncias do delito, que podem agravar a sano. Ao contrrio das causas de diminuio da pena, porm, no se permite a reduo para abaixo do mnimo previsto na lei.Ao ru menor e ao maior de 70 anos a prescrio reduzida pela metade e o maior de 70 recebe o sursis (condicional) quando condenado pena no superior a quatro anos.

Prev o artigo 66 que a pena poder ser atenuada em razo de circunstncia relevante, anterior ou posterior ao crime, embora no prevista expressamente em lei. a circunstncia inominada, facultativa e de contedo varivel, que permitir ao juiz considerar aspectos do fato no previstos expressamente. So exemplos a extrema penria do autos de um crime contra o patrimnio, o arrependimento do agente.FIXAO DA PENA

A lei regular a individualizao da pena art 5 XLVI. A pena ser determinada no plano legislativo, no plano judicial e no momento executrio.

o sistema trifsico de aplicao, conforme o disposto no artigo 68 do CP.

Na 1 fase fixada a pena base, de acordo com o artigo 59, estabelecendo a pena entre os limites mnimo e mximo para o ilcito penal, que determinada a pena aplicada entre as cominadas alternativamente (recluso ou deteno, recluso ou multa, deteno ou multa) como a quantidade da sano. No caso da PPL existe um mnimo e um mximo determinados abstratamente pelo legislador. Ao fixar a pena base ela no pode ser fixada acima do mnimo s com base nas circunstncias judiciais. Em seguida sero consideradas as circunstncias atenuantes e agravantes, aumentando ou siminuindo a pena em quantidade que fica a seu prudente arbtrio. As agravantes e atenuantes no podem passar do mnimo e mximo penal. Esto na parte geral, sendo categoriz-las como genricas. As agravantes devem SEMPRE ser fundamentadas.

Na terceira fase aplicam-se os efeitos do aumento da pena e da diminuio previstos nas causas gerais e especiais nas propores previstas nos respectivos dispositivos legais. O aumento e a diminuio podem passar por cima dos limites ou ficarem abaixo. Havendo concorrncia de causas de aumento ou de diminuio previstas na parte especial, o juiz limitar-se- a um s aumento ou a s uma diminuio, prevalecendo a causa que mais aumenta ou mais diminuiNo necessria a fixao de uma pena base quando no houver qualquer circunstncia atenuante ou agravante ou causa de aumento ou diminuio da pena, pois em tais casos a pena base a prpria pena definitiva.Incidindo duas qualificadoras do crime, uma deve funcionar para a fixao da pena base, enquanto outra servir como agravante comum, para o clculo da pena definitiva. Especiamente quando ela tambm for conhecida pelo artigo 65.

No se pode, porm, levar em conta duas vezes uma s circunstncia em face do princpio do non bis in idem. Supondo por exemplo que o condenado seja reincidente. Essa circunstncia j foi levada em conta na primeira fase, no podendo ser calculada novamente como agravante.Constituir o crime uma circunstncia agravante que est na prpria definio do crime, integrando o tipo penal, no podendo, neste caso, ser utilizada, pois caracteriza dupla incidncia bis in idem. Ex.: art 61, II, h crime praticado contra a mulher grvida e artigo 125 aborto sem o consentimento da gestante. Se fosse utilizado o artigo 61, II, h seria caso de bis in idem.

Aplicao da pena SISTEMA TRIFSICO

Artigo 68: A pena-base serpa fixada atendendo-se ao critrio do artigo 59 deste Cdigo; em seguida sero consideradas as circunstncias atenuantes e agravantes; por ltimo as causas de diminuio e de aumento.

Elementar: todo componente essencial da figura tpica, sem o qual esta desaparece. Encontra-se no tipo fundamental ou tipo bsico, que o caput do tipo incriminador.

Circunstncia: todo dado secundrion e eventual agregado a figura tpica, cuja ausncia no influi de forma alguma sobre a sua existncia. Tem a funo de agravar ou abrandar a sano penal e situa-se nos pargrafos.

Classificao das circunstncias

Objetivas ou reais: dizem respeito aos aspectos objetivos do fato tpico, tais como lugar e tempo do crime, objeto material, qualidades da vtima, meios e modos de execuo.

Subjetivas ou pessoais: relacionam-se ao agente, como antecedentes, personalidade, conduta social, reincidncia e motivos do crime.

Quanto sua aplicao

Judiciais: no esto elencadas na lei, sendo fixadas livremente pelo juiz, de acordo com o artigo 59 do cdigo.

Legais: esto expressamente discriminadas em lei e sua aplicao obrigatria por parte do juiz.

Espcies de circun