Ead Uniceub Livro Didatico - Parte 3

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Pr-Reitoria Acadmica Diretoria Acadmica Assessoria de Educao a Distncia

Nivelamento em Lngua PortuguesaTexto: Anlise Lingustica e Produo de Sentido

Professora: Luciane Lira

No no silncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ao-reflexo Paulo Freire

Nivelamento em Lngua Portuguesa

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ApresentaoBem-vindo (a) ao Curso de Nivelamento em Lngua Portuguesa -Texto: Anlise Lingustica e Produo de Sentido. O material didtico do curso foi elaborado de forma a facilitar o processo de aprendizagem dos alunos, e constitudo por este livro, que voc poder imprimir ou salvar no seu computador, vdeo aula, exerccios e discusso por meio dos fruns disponveis no ambiente virtual de aprendizagem do UniCEUB. importante que voc leia o Manual do Aluno disponvel no ambiente virtual, para conhecer as caractersticas dos cursos de educao a distncia EAD e os procedimentos que dever adotar para ser bem sucedido em mais essa jornada que voc escolheu. Voc ter um constante acompanhamento por parte de seu professor tutor e da equipe de EAD e poder ter todas as suas dvidas sanadas. Para que isso ocorra, sempre que tiver alguma dvida sobre o contedo da disciplina entre em contato com o professor tutor utilizando o ambiente virtual. Para dvidas de cunho acadmico ou administrativo, utilize o espao Fale com a Coordenao EAD. A Assessoria de Educao a Distncia do UniCEUB est a sua disposio para atende-lo (a) no fornecimento de informaes que venham a contribuir na sua busca pelo sucesso acadmico e profissional. Sucesso e conte conosco! Assessoria de Educao a Distncia do UniCEUB

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SUMRIO

SUMRIOPALAVRAS DO PROFESSOR TUTOR ............................................ IV PLANO DE ENSINO ...................................................................... V PROCEDIMENTOS METODOLGICOS ................................................ VII AVALIAO E RENDIMENTO .......................................................... VII UNIDADE 01 LINGUAGEM E SOCIEDADE ................................ 08 TEXTO 1: ........................................... ERRO! INDICADOR NO DEFINIDO.0 TEXTO 2: ................................................................................ 105 TEXTO 3: .................................................................................. 16

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PALAVRAS DO PROFESSOR TUTORPrezado (a) aluno (a), bem-vindo (a)! Vamos iniciar a disciplina de Nivelamento em Lngua Portuguesa - Texto: Anlise Lingustica e Produo de Sentido. Sou a professora Luciane Lira e juntos vamos percorrer este curso sobre compreenso e produo textual. Caso queira conhecer um pouco mais sobre minhas atividades profissionais, visite meu currculo no site abaixo [http://lattes.cnpq.br/1164601563175873] A partir deste momento estou inteira disposio para ajudlo (a). Vamos fazer do nosso curso um ambiente interativo e agradvel de aprendizado. Um abrao! Professora Luciane Lira.

PLANO DE ENSINOO plano de ensino um documento importante para se entender a rotina e os pontos norteadores do nosso curso. Verifique com ateno como se dar o processo de avaliao e como os contedos esto apresentados. Qualquer dvida, no deixe de entrar em contato pelo ambiente virtual Moodle ou pelo Fale com a Coordenao EAD.

EMENTA Lngua, linguagem, sociedade, ideologia e identidade. Leitura e produo textual: funcionalidades de gneros e tipos textuais.

OBJETIVO DO CURSO Ampliar a competncia lingustica do aluno universitrio para desempenhar atividades sociais de leitura, escrita e oralidade. OBJETIVOS ESPECFICOS Compreender a organizao dos elementos lingsticos necessrios produo de textos diversificados. Produzir textos orais e escritos diversificados de forma a demonstrar conhecimentos lingusticos necessrios construo da argumentao, da narrao, da exposio, da descrio e da injuno. Produzir textos demonstrando posicionamento crtico a respeito dos temas relacionados ao exerccio da profisso. Produzir textos coesos e coerentes de maneira que selecione, relacione, organize fatos e opinies de forma a defender um ponto de vista.

Contedo ProgramticoGneros textuais. Configuraes lingusticas das tipologias textuais. A organizao das frases na oralidade e na escrita: sequncia lgica de ideias. Modos de organizao do discurso A organizao das frases na oralidade e na escrita: sequncia lgica de ideias coerncia externa e interna e referenciao. Reflexes lingusticas sobre regncia e concordncia na construo do texto: noes introdutrias de regncia e concordncia, em especial, na construo de perodos simples.

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Pontuao: uso da vrgula, ponto e vrgula, ponto final; construo do perodo composto.

PROCEDIMENTOS METODOLGICOSO curso tem dois encontros presenciais e utilizao do ambiente virtual Moodle. Nos encontros presenciais sero realizadas as seguintes atividades: Primeiro dia de aula: apresentao da disciplina e da metodologia e treinamento no ambiente virtual de aprendizagem AVA, em Laboratrio de Informtica. Haver tambm uma avaliao diagnstica que servir para identificar o nvel de conhecimento do aluno e para medir, junto com a avaliao final, a evoluo do aluno durante o curso. ltimo dia de aula: reforo dos pontos mais importantes do curso, esclarecimentos de dvidas e avaliao da aprendizagem e do curso. Os dois encontros presenciais ocorrero aos sbados. Para o desenvolvimento do contedo ministrado a distncia, os alunos tero a sua disposio a seguinte estrutura no AVA: 1. Material didtico com o contedo da disciplina para estudo e interao. Esse material ficar disponvel para download e impresso. 2. Vdeos aula com explicaes sobre o contedo da disciplina. 3. Frum de Discusso de assuntos especficos da disciplina. 4. Frum de Notcias: usado para comunicao entre professor e os alunos. 5. Frum Social: destinado a conversas informais, no tendo ligao direta com os eventos do curso. 6. Dilogo Reservado 7. Fale com a Coordenao A distribuio da carga horria da disciplina a seguinte: 06 horas para os encontros presenciais e 24 horas para o desenvolvimento das atividades a distncia, includas a utilizao do AVA e tempo para estudos.

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AVALIAO

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RENDIMENTO

O processo avaliativo ocorrer em trs momentos e com os seguintes percentuais: 1. Participao no Frum de discusso dos assuntos especficos da disciplina, que corresponder a 20% da meno. 2. Exerccios solicitados pelo professor e postados na plataforma, conforme cronograma de atividades da disciplina, resultaro em 25% da avaliao. 3. A prova final ser realizada durante o ltimo encontro presencial e equivaler a 55% da meno. A aferio da participao ser contabilizada pela plataforma Moodle e o aluno dever ter participado em, no mnimo, 75% das atividades programadas. A frequncia obrigatria nos encontros presenciais, sendo reprovado o aluno faltoso.

UNIDADE 1: LINGUAGEM E SOCIEDADETema: As relaes entre a lngua, linguagem e a sociedade. Assuntos: Identidade lingustica; o certo e o errado em Lngua Portuguesa; uso das linguagens padro e no padro. Gneros textuais: Charge animada, poema, notcia, esquema. Objetivo geral: Ler e compreender textos em diversos gneros, reconhecendo recursos textuais de conexo e construo de sentidos, para produes textuais que foquem o registro de informaes para o ambiente de trabalho e acadmico. Objetivos especficos: Reconhecer padres de comunicao entre linguagem oral e escrita; padro e no padro. Reconhecer elementos que conferem conexo entre as partes do texto. Identificar relaes de sentido na composio textual, a partir da anlise dos elementos lingusticos. Identificar as intencionalidades discursivas. Apreender as tipologias textuais e gneros textuais. Produzir esquema. Anlise lingustica: Uso das linguagens. Texto literrio e no literrio. Uso de figuras de linguagem. Gneros textuais. Configuraes lingusticas das tipologias textuais. A organizao das frases na oralidade e na escrita: sequncia lgica de ideias. Produo textual final: Esquema

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Ol, estudante! Seja bem-vindo ao mdulo 1 do curso de Lngua Portuguesa: Gramtica e Produo Textual! Cada mdulo do nosso curso possui duas unidades compostas por sequncias didticas com o objetivo de faz-lo refletir por determinados temas da atualidade e, tambm, de ampliar o seu conhecimento acerca de textos diversificados, tanto na estrutura quanto na funcionalidade de cada texto. Nesta unidade, trataremos da importncia da lngua e das linguagens na sociedade. Falaremos sobre linguagem padro e no padro; a noo de erro na produo de um texto; o que preconceito lingustico; a identidade lingustica, a importncia do conhecimento da lngua portuguesa leitura, escrita e oralidade - em um ambiente profissional. Utilizamos vrios tipos de linguagens para nos comunicar: linguagem corporal, linguagem musical, linguagem da medicina, linguagem padro ou no padro da Lngua Portuguesa. O objetivo da linguagem a comunicao, a interao com os interlocutores por meio de diversos textos inseridos em contextos de uso, sejam escritos ou falados.

Sequncias Didticas (SD): estratgia de seleo e organizao de diversos textos, segundo a temtica e os gneros textuais pertinentes ao objetivo do curso, para desenvolver as prticas de oralidade, leitura, anlise lingustica e produo de textos.

Texto: toda produo lingustica, oral ou escrita, que apresenta sentido completo e unidade. (GOLDSTEIN, LOUZADA e IVAMOTO, 2009:11)

Contexto: determina o modo como vamos utilizar a linguagem na interao com outras pessoas. O contexto define o que adequado ou inadequado para produo textual. (GOLDSTEIN, LOUZADA e IVAMOTO, 2009:11)

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TEXTO 3:HADDAD DIZ QUE LIVRO DO MEC NO PRECONIZA ERRO GRAMATICALO Globo, Agncia Senado - Publicado: 31/05/11 - 0h00

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BRASLIA - O ministro da Educao, Fernando Haddad, afirmou nesta tera-feira que o livro "Por uma vida melhor" , da professora Helosa Ramos, no ensina a falar ou a escrever errado, conforme dizem crticos do material. O livro foi distribudo para 485 mil estudantes jovens e adultos. O livro defende uma suposta supremacia da linguagem oral sobre a linguagem escrita, admitindo a troca dos conceitos "certo e errado" por "adequado ou inadequado". A partir da, frases com erros de portugus como "ns pega o peixe" poderiam ser consideradas corretas em certos contextos. Haddad disse que os exerccios contidos no livro pedem aos alunos que transformem frases escritas na linguagem popular para a norma culta. - O livro parte de uma realidade comum ao aluno e traz o estudante para a norma culta disse o ministro, que participa de audincia na Comisso de Educao, Cultura e Esporte (CE). O ministro disse que os prprios crticos do livro reconhecem no terem lido a obra. Alguns, disse, aps tomarem conhecimento do total da obra, retiraram as crticas. Por outro lado, o ministro ressaltou que o MEC recebeu inmeras manifestaes apoiando o livroRetirado de: http://goo.gl/U1lvD Acessado em 1 de novembro de 2011.

Explorando o texto 3 Gnero do texto Tipo textual predominante Esfera social de circulao Tema Finalidade LinguagemO texto 3 transita na esfera jornalstica, pois expe informaes especficas a um pblico abrangente, afinal pode ser publicado em jornais, internet, revistas com grande circulao nacional. Esse texto em questo amplia o debate sobre a distribuio do livro didtico Por uma vida melhor, com o foco na explicao dada pelo, na poca, ministro da Educao, Fernando Haddad. Por ser um texto curto, dinmico, com informaes pontuais e com temporalidade, podemos consider-lo uma notcia. Assim, segundo Goldstein e Lousada (2009), a notcia um gnero breve, simples e com relativa imparcialidade; alm disso, pode

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conter pequenos trechos de sequncias tipolgicas narrativas para consolidar a notcia dada. Ainda segundo Goldstein e Lousada (2009: 66), a estruturao de uma notcia bem simples: 1) Tem como finalidade informar sobre um acontecimento importante, respondendo a todas (ou parte de) as seguintes questes: o que ocorreu? Onde e quando? Como aconteceu? Com quem? Por qu? Com qual consequncia? 2) Aps o ttulo, costuma vir o olho, que introduz ou resume o tema tratado. Em algumas notcias breves, o olho no aparece. 3) Na sequncia h o corpo da notcia. 4) Empregam-se termos especializados relativos ao assunto abordado. 5) A opinio de especialistas vem transcrita entre aspas, seguidas de um verbo de dizer ou verbo dicendi. 6) No indicada a autoria do texto. 7) Geralmente as formas verbais so empregadas no presente do indicativo. 8) O texto apresenta coerncia, do incio ao final. 9) Esto presentes os elementos de coeso textual.

Para que um texto seja bem escrito, tenha unidade, utilizamos dois elementos importantes: a coerncia e a coeso textual. Em cada unidade do nosso curso, aprofundaremos esses dois tpicos, afinal, a construo do texto depende de uma boa conexo e sequenciao entre as ideias!

Mas, afinal, o que coerncia?Quando falamos de coerncia, temos em mente a progresso das ideias contidas no texto, ou seja, a coerncia que garante a sequncia lgica dos assuntos que compem a ideia central do seu texto. Para que isso ocorra, necessrio planejar os assuntos a serem tratados no seu texto, assim voc evita de inserir informaes desnecessrias ou redundantes acerca da ideia central. Uma forma de fazer esse planejamento separar em tpicos os pontos que voc deseja relatar no seu texto, desse modo h a visualizao dos dados mais significativos e a estruturao lgicotemporal das informaes a fim de indic-las ao leitor. Um outro aspecto interessante da coerncia a relao entre as informaes do texto e as referncias externas, presentes na sociedade. Assim, temas muito subjetivos, como comportamento humano, ou imprecisos, devem ser trabalhados com cuidado para no interferir na construo da coerncia textual.

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Observe a sequncia de informaes do texto 3.

1. O ministro da Educao afirmou nesta tera-feira que o livro "Por uma vida melhor" no ensina a falar ou a escrever errado. 2. O livro defende uma suposta supremacia da linguagem oral sobre a linguagem escrita, admitindo a troca dos conceitos "certo e errado" por "adequado ou inadequado". 3. A partir da, frases com erros de portugus como "ns pega o peixe" poderiam ser consideradas corretas em certos contextos. 4. O ministro disse que os prprios crticos do livro reconhecem no terem lido a obra. 5. Alguns, disse, aps tomarem conhecimento do total da obra, retiraram as crticas. 6. Por outro lado, o ministro ressaltou que o MEC recebeu inmeras manifestaes apoiando o livro.

Quando retiramos as informaes principais do texto, percebemos que elas possuem uma sequncia que facilita o leitor a perceber a progresso das informaes dentro do texto. Essa progresso acontece tambm devido aos marcadores gramaticais contidos no texto, que auxiliam na costura, na tessitura textual. Observe as informaes sem os marcadores:

O ministro da Educao afirmou que o livro "Por uma vida melhor" no ensina a falar ou a escrever errado. O livro defende uma suposta supremacia da linguagem oral sobre a linguagem escrita, admitindo a troca dos conceitos "certo e errado" por "adequado ou inadequado". Frases com erros de portugus poderiam ser consideradas corretas. O ministro disse que os prprios crticos do livro reconhecem no terem lido a obra. Alguns, disse, retiraram as crticas. O ministro ressaltou que o MEC recebeu inmeras manifestaes apoiando o

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livro.Sem os marcadores gramaticais, as informaes poderiam ser estruturadas de maneira no coerente com as referncias do mundo real, pois so os marcadores, neste contexto, que direcionam a relao de causa e efeito, de temporalidade, de explicao de termos, de localizao. Os marcadores gramaticais so chamados de coeso textual. H textos que, mesmo sem elementos de coeso para relacionar os perodos, possuem coerncia. Gneros textuais como esquema ou fichamento, alguns formatos de conto podem ser construdos sem conectores entre os perodos. O texto a seguir um conto que utiliza sobre substantivos para contar o percurso dirio de um personagem. No h elementos coesivos entre os substantivos, entretanto percebe-se a relao de causa e efeito, a temporalidade.

Circuito FechadoRicardo Ramos Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. gua. Escova, creme dental, gua, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, gua, cortina, sabonete, gua fria, gua quente, toalha. Creme para cabelo; pente. Cueca, camisa, abotoaduras, cala, meias, sapatos, gravata, palet. Carteira, nqueis, documentos, caneta, chaves, leno, relgio, maos de cigarros, caixa de fsforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xcara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fsforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papis, telefone, agenda, copo com lpis, canetas, blocos de notas, esptula, pastas, caixas de entrada, de sada, vaso com plantas, quadros, papis, cigarro, fsforo. Bandeja, xcara pequena. Cigarro e fsforo. Papis, telefone, relatrios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papis. Relgio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboos de anncios, fotos, cigarro, fsforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xcara, cartaz, lpis, cigarro, fsforo, quadro-negro, giz, papel. Mictrio, pia, gua. Txi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xcara. Mao de cigarros, caixa de fsforos. Escova de dentes, pasta, gua. Mesa e poltrona, papis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fsforo, telefone interno, externo, papis, prova de anncio, caneta e papel, relgio, papel, pasta, cigarro, fsforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papis, folheto, xcara, jornal, cigarro, fsforo, papel e caneta. Carro. Mao de cigarros, caixa de fsforos. Palet, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xcaras, cigarro e fsforo. Poltrona, livro. Cigarro e fsforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fsforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, cala, cueca, pijama, espuma, gua. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.Disponvel em : http://educacao.uol.com.br/portugues/texto-voce-sabe-qual-o-conceito.jhtm. Acessado em: 8 de dezembro de 2011.

O conto Circuito Fechado demonstra claramente a conexo entre as ideias sem uma tessitura gramatical no texto literrio. J nos textos no literrios, um gnero muito utilizado na esfera acadmica e que possui pouca coeso o esquema. Esquema o plano, a linha diretriz seguida pelo autor no desenvolvimento de seu escrito; esse plano delimita um tema e estabelece a trajetria bsica de sua apresentao, subordinando ideias, selecionando fatos e argumentos. A funo do esquema, pois, definir o tema e hierarquizar as partes de um todo numa linha diretriz, para torn-lo possvel a uma viso global, alm disso, facilita reter as informaes essenciais de um texto, proporcionando melhor aprendizagem do contedo.

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Geralmente, os esquemas so constitudos por tpicos enumerados - das informaes principais do texto, entretanto, tambm podemos estrutur-lo por meio de um diagrama visual, utilizando setas, num formato de organograma. Este modelo mais indicado para apresentao de um trabalho, conferncia, palestras, pois facilita a visualizao dos interlocutores. J na produo textual escrita, o formato de esquema mais adequado o estruturado em tpicos, perodos desenvolvidos com as ideias principais.

ATENO: O ESQUEMA EM TPICOS NO UMA CPIA DE TRECHOS DO TEXTO- BASE. UTILIZE AS SUAS PRPRIAS PALAVRAS PARA TRANSPOR CADA IDEIA SIGNIFICATIVA DE ACORDO COM A SEQUNCIA LGICA.

Dicas importantes:A elaborao do esquema exige: a definio das ideias principais e secundrias - para se chegar at a identificao dessas ideias em um texto, importante fazer uma leitura detalhada do texto; rife os trechos mais significativos do texto-base; redao das ideias em tpicos ou frases curtas com as suas prprias palavras; disposio das ideias diferenciando as principais das secundrias por uma sequncia numrica. Ex. 1.; 1.1.; 1.2.; 2.; 2.1, etc); se houver mais de uma obra a ser esquematizada sobre o mesmo tema, podemos elaborar um esquema comparativo dos textos; (Ver o exerccio 1 de interpretao textual, questo 5.) utiliza-se a linguagem padro; os slides feitos em apresentaes com Power point devem utilizar a tcnica do esquema, pois facilita a visualizao das informaes mais importantes com maior rapidez.

PRODUO TEXTUAL Nesta sequncia didtica, estudamos muitos aspectos importantes sobre o uso da Lngua Portuguesa: a identidade, a expressividade das ideias, a construo lgica das informaes, o contexto de produo textual, a linguagem padro e no padro, oralidade e escrita, coeso e coerncia, tipologia e gneros textuais. Tudo isso, com base na polmica do certo e errado no livro didtico Por uma vida melhor. Com isso, percebemos que a lngua interacional e, consequentemente, modelada ou remodelada conforme o contexto e a intencionalidade discursiva.

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Para finalizar a unidade 1 deste mdulo, leia o texto a seguir, de autoria de Srio Possenti, professor da Unicamp, e faa o esquema em tpicos. Siga as orientaes dadas para a produo desse gnero textual. Lembre-se que seu esquema deve conter uma sequncia lgica das informaes principais e que deve ser estruturado com as suas prprias palavras. Tenha um bom trabalho!

Aceitam tudoSrio Possenti De Campinas (SP)

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De vez em quando, algum diz que lingistas "aceitam" tudo (isto , que acham certa qualquer construo). Um comentrio semelhante foi postado na semana passada. Achei que seria uma boa oportunidade para tentar esclarecer de novo o que fazem os linguistas. Mas a razo para tentar ser claro no tem mais a ver apenas com aquele comentrio. Surgiu uma celeuma causada por notas, comentrios, entrevistas etc. a propsito de um livro de portugus que o MEC aprovou e que ensinaria que certo dizer Os livro. Perguntado no espao dos comentrios, quando fiquei sabendo da questo, disse que no acreditava na matria do IG, primeira fonte do debate. Depois tive acesso indigitada pgina, no mesmo IG, e constatei que todos os que a leram a leram errado. Mas aposto que muitos a comentaram sem ler. Vou tratar do tal "aceitam tudo", que vale tambm para o caso do livro. Primeiro: duvido que algum encontre esta afirmao em qualquer texto de lingustica. uma avaliao simplificada, na verdade, um simulacro, da posio dos linguistas em relao a um dos tpicos de seus estudos - a questo da variao ou da diversidade interna de qualquer lngua. Vale a pena insistir: de qualquer lngua. Segundo: "aceitar" um termo completamente sem sentido quando se trata de pesquisa. Imaginem o ridculo que seria perguntar a um qumico se ele aceita que o oxignio queime, a um fsico se aceita a gravitao ou a fisso, a um ornitlogo se ele aceita que um tucano tenha bico to desproporcional, a um botnico se ele aceita o cheiro da jaca, ou mesmo a um linguista se ele aceita que o ingls no tenha gnero nem subjuntivo e que o latim no tivesse artigo definido. No s no se pergunta se eles "aceitam", como tambm no se pergunta se isso tudo est certo. Como se sabe, houve poca em que dizer que a Terra gira ao redor do sol dava fogueira. Semmelveis foi escorraado pelos mdicos que mandavam em Viena porque disse que todos deveriam lavar as mos antes de certos procedimentos (por exemplo, quem viesse de uma autpsia e fosse verificar o grau de dilatao de uma parturiente). No faltou quem dissesse "quem ele para mandar a gente lavar as mos?" Ou seja: no se trata de aceitar ou de no aceitar nem de achar ou de no achar correto que as pessoas digam os livro. Acabo de sair de uma fila de supermercado e ouvi duas lata, dez real, trs quilo a dar com pau. Eu deveria mandar esses consumidores calar a boca? Ora! Estvamos num caixa de supermercado, todos de bermuda e chinelo! No era um congresso cientfico, nem um julgamento do Supremo! Um linguista simplesmente "anota" os dados e tenta encontrar uma regra, isto , uma regularidade, uma lei (no uma ordem, um mandato).

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O caso manjado: nesta variedade do portugus, s h marca de plural no elemento que precede o nome - artigo ou numeral (os livro, duas lata, dez real,trs quilo). Se houver mais de dois elementos, a complexidade pode ser maior (meus dez livro, os meus livro verde etc.). O nome permanece invarivel. O linguista v isso, constata isso. No s na fila do supermercado, mas tambm em documentos da Torre do Tombo anteriores a Cames. Portanto, mesmo na lngua escrita dos sbios de antanho. O linguista tambm constata the books no ingls, isto , que no h marca de plural no artigo, s no nome, como se o ingls fosse uma espcie de avesso do portugus informal ou popular. O linguista aceita isso? Ora, ele no tem alternativa! um dado, um fato, como a combusto, a gravitao, o bico do tucano ou as mars. O linguista diz que a escola deve ensinar formas como os livro? Esse outro departamento, ao qual volto logo. Volto ao tema do linguista que aceitaria tudo! Para quem s teve aula de certo / errado e acha que isso tudo, especialmente se no tiver nenhuma formao histrica que lhe permitiria saber que o certo de agora pode ter sido o errado de antes, pode ser difcil entender que o trabalho do linguista completamente diferente do trabalho do professor de portugus. Outro tema: o linguista diz que a escola deve ensinar a dizer Os livro? No. Nenhum linguista prope isso em lugar nenhum (desafio os que tm opinio contrria a fornecer uma referncia). Alis, isso no foi dito no tal livro, embora todos os comentaristas digam que leram isso. O linguista no prope isso por duas razes: a) as pessoas j sabem falar os livro, no precisam ser ensinadas (observe-se que ningum falao livros, o que no banal); b) ele acha - e nisso tem razo - que mais fcil que algum aprenda os livros se lhe dizem que h duas formas de falar do que se lhe dizem que ele burro e no sabe nem falar, que fala tudo errado. H muitos relatos de experincias bem sucedidas porque adotaram uma postura diferente em relao fala dos alunos. PS 1 - todos os comentaristas (colunistas de jornais, de blogs e de TVs) que eu ouvi leram errado uma pgina (sim, era s UMA pgina!) do livro que deu origem celeuma na semana passada. Minha pergunta : se eles defendem a lngua culta como meio de comunicao, como explicam que leram to mal um texto escrito em lngua culta? no teste PISA que o Brasil, sempre tem fracassado, no ? Pois , este foi um teste de leitura. Nosso jornalismo seria reprovado. PS 2 - Alexandre Garcia comeou um comentrio irado sobre o livro em questo assim, no Bom Dia, Brasil de tera-feira: "quando eu TAVA na escola...". Uma carta de leitor que criticava a forma "os livro" dizia "ensinam os alunos DE que se pode falar errado". Uma professora entrevistada que criticou a doutrina do livro disse "a lngua ONDE nos une" e Monforte perguntou "Onde FICA as leis de concordncia?". Ou seja: eles abonaram a tese do livro que estavam criticando. S que, provavelmente, acham que falam certinho! No se do conta do que acontece com a lngua DELES mesmos!!Fonte: http://goo.gl/jUnjH Acessado em 23 de maio de 2012. (Adaptado).

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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AZEREDO, Jos Carlos de. Gramtica Houaiss da lngua portuguesa. So Paulo: Publifolha, 2008; COSTA, Sergio Roberto. Dicionrio de gneros textuais. Belo Horizonte: Autntica editora, 2008. GOLDSTEIN, Norma, LOUZADA, Maria Silvia, IVAMOTO, Regina. O texto sem mistrio: leitura e escrita na universidade. So Paulo: tica, 2009. KOCH, Ingedore V e ELIAS, Vanda Maria. Ler e escrever: estratgias de produo textual. So Paulo: Contexto, 2009. ______. Ler e compreender: os sentidos do texto. So Paulo: Contexto, 2010; MACHADO, Anna Rachel (coord.). Resumo. So Paulo: Parbola, 2004.