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44 Apoio    E   q   u    i   p   a   m   e   n    t   o   s   p   a   r   a   s   u    b   e   s    t   a   ç    õ   e   s    d   e    T    &    D Por Sergio Feitoza Costa* Capítulo XI Cálc ulo da elev ação de t empera tura em invólucros pela IEC 60890  Nesta série de artigos são apresentados conceitos de engenharia para o projeto e especicação de equipamentos de subestações de transmissão e distribuição. O primeiro ascículo cobriu aspectos dos estudos do sistema elétrico que servem de base para as especicações técnicas dos equipamentos. O segundo cobriu conceitos sobre curtos-circuitos, ampacidades, sobrecargas e contatos elétricos. O terceiro ascículo abordou o tema “Técnicas de ensaios de alta potência, laboratórios de ensaios e principais ensaios”. No quarto ascículo, cobriu-se o tema “Estudos elétricos de sobretensões, coordenação de isolamento e impactos de campos elétricos e magnéticos”. No quinto ascículo, o tema abordado oi a recente brochura CIGRÉ 602 sobre simulação de arcos. O tema do sexto ascículo oram as especicações técnicas de disjuntores, secionadores, painéis e para raios eitas por concessionarias de energia. O sétimo descreveu distancias de segurança e sistemas de proteção contra incêndios em subestações. O oitavo oi sobre a utura IEC62271-307. O nono oi sobre técnicas para reormar equipamentos de subestações e adiar investimentos. O décimo abordou novas tecnologias para o setor elétrico. Este 11º tratará do cálculo da elevação de temperatura em invólucros pela IEC 60890. I  No projeto de produtos elétricos os requisitos principais a atender são (a) as temperaturas que não podem ser excedidas em uso normal, (b) a capacidade de suportar as orças eletrodinâmicas de curto-circuito, que podem danicar barramentos e isoladores, (c) suportar a sobrepressão dos arcos internos, (d) as solicitações dielétricas às sobretensões de impulso ou a tensão de requência nominal, (e) as solicitações mecânicas causadas por operações repetitivas, e () a capacidade de evitar a penetração de agua e poeiras no invólucro.  Como os equipamentos são cada vez menores e as correntes cada vez mais altas é muito mais di ícil atender a alguns destes requisitos, mantendo a segurança das pessoas e instalações e otimizando o projeto para o uso mínimo de cobre, alumínio, suportes das barras e outros componentes. Um dos principais aspectos é o de elevações de temperatura. Conorme mostrado no ascículo 2 desta série, os resultados do ensaio de elevação de temperatura são inuenciados pela corrente aplicada, tipo de materiais, as resistências de contato, a temperatura do uido, a geometria dos condutores, o volume interno líquido do compartimento e a existência ou não de aberturas de ventilação. As resistências de contato e a área e velocidade de ventilação impactam ortemente no resultado do ensaio. Se a resistência e estes dados não estão registrados no relatório de ensaio o ensaio não tem reprodutibilidade e isso pode ser visto como uma alha do laboratório de ensaios. As normas IEC e suas traduções nas normas brasileiras não tratam da relação entre os ensaios de eleva ção, o de arco interno e o de grau de proteção e não expli citam tudo que deve ser registrado nos relatórios de ensaios. As normas de painéis de média e de baixa tensão deveriam pedir explicitamente (mas não pedem) para registrar no relatório de ensaios os atores acima.  O conteúdo dos relatórios de ensaios emitidos por laboratórios de ensaios não pode ser visto apenas como algo técnico. Mais de 80% das vezes o principal objetivo de quem entra em longas las de espera e depois paga para realizar os onerosos ensaios é ter um documento neutro que permita a comercialização de seus produtos. Por isso, espera-se que as gerências de laboratórios de ensaios ociais de terceira parte tenham a  visão de que os relat órios de ensaios são um instrumento comercial poderoso e devem ser claros, precisos, identicar muito bem o que oi testado e ter conclusões objetivas. É comum encontrar nos relatórios rases dizendo que os resultados só se aplicam à amostra testada e outras que visam eximir o laboratório de qualquer responsabilidade

Ed 118 Fasciculo Cap XI Equipamentos Para Subestacoes de T&D

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Apoio

Equipamentosparasubestaccedilotildeesde

TampD

Por Sergio Feitoza Costa

Capiacutetulo XI

Caacutelculo da elevaccedilatildeo de temperatura em

invoacutelucros pela IEC 60890

Nesta seacuterie de artigos satildeo apresentados

conceitos de engenharia para o projeto

e especificaccedilatildeo de equipamentos de

subestaccedilotildees de transmissatildeo e distribuiccedilatildeo

O primeiro asciacuteculo cobriu aspectos dos

estudos do sistema eleacutetrico que servem de

base para as especificaccedilotildees teacutecnicas dos

equipamentos O segundo cobriu conceitos

sobre curtos-circuitos ampacidades

sobrecargas e contatos eleacutetricos O terceiro

asciacuteculo abordou o tema ldquoTeacutecnicas de

ensaios de alta potecircncia laboratoacuterios de

ensaios e principais ensaiosrdquo No quarto

asciacuteculo cobriu-se o tema ldquoEstudos

eleacutetricos de sobretensotildees coordenaccedilatildeo de

isolamento e impactos de campos eleacutetricos

e magneacuteticosrdquo No quinto asciacuteculo o tema

abordado oi a recente brochura CIGREacute 602

sobre simulaccedilatildeo de arcos O tema do sexto

asciacuteculo oram as especificaccedilotildees teacutecnicas

de disjuntores secionadores paineacuteis epara raios eitas por concessionarias de

energia O seacutetimo descreveu distancias de

seguranccedila e sistemas de proteccedilatildeo contra

incecircndios em subestaccedilotildees O oitavo oi

sobre a utura IEC62271-307 O nono oi

sobre teacutecnicas para reormar equipamentos

de subestaccedilotildees e adiar investimentos O

deacutecimo abordou novas tecnologias para o

setor eleacutetrico Este 11ordm trataraacute do caacutelculo

da elevaccedilatildeo de temperatura em invoacutelucros

pela IEC 60890

I983150983156983154983151983140983157983271983267983151

No projeto de produtos eleacutetricos os

requisitos principais a atender satildeo (a) as

temperaturas que natildeo podem ser excedidas

em uso normal (b) a capacidade de suportar

as orccedilas eletrodinacircmicas de curto-circuito

que podem danificar barramentos e

isoladores (c) suportar a sobrepressatildeo dos

arcos internos (d) as solicitaccedilotildees dieleacutetricasagraves sobretensotildees de impulso ou a tensatildeo

de requecircncia nominal (e) as solicitaccedilotildees

mecacircnicas causadas por operaccedilotildees

repetitivas e () a capacidade de evitar a

penetraccedilatildeo de agua e poeiras no invoacutelucro

Como os equipamentos satildeo cada vez

menores e as correntes cada vez mais altas

eacute muito mais diiacutecil atender a alguns destes

requisitos mantendo a seguranccedila das pessoas

e instalaccedilotildees e otimizando o projeto para o uso

miacutenimo de cobre alumiacutenio suportes das barrase outros componentes Um dos principais

aspectos eacute o de elevaccedilotildees de temperatura

Conorme mostrado no asciacuteculo 2 desta

seacuterie os resultados do ensaio de elevaccedilatildeo de

temperatura satildeo influenciados pela corrente

aplicada tipo de materiais as resistecircncias de

contato a temperatura do fluido a geometria

dos condutores o volume interno liacutequido

do compartimento e a existecircncia ou natildeo de

aberturas de ventilaccedilatildeo As resistecircncias de

contato e a aacuterea e velocidade de ventilaccedilatildeo

impactam ortemente no resultado do

ensaio Se a resistecircncia e estes dados natildeo

estatildeo registrados no relatoacuterio de ensaio o

ensaio natildeo tem reprodutibilidade e isso pode

ser visto como uma alha do laboratoacuterio de

ensaios As normas IEC e suas traduccedilotildees

nas normas brasileiras natildeo tratam da relaccedilatildeo

entre os ensaios de elevaccedilatildeo o de arco interno

e o de grau de proteccedilatildeo e natildeo explicitam tudo

que deve ser registrado nos relatoacuterios de

ensaios As normas de paineacuteis de meacutedia e de

baixa tensatildeo deveriam pedir explicitamente

(mas natildeo pedem) para registrar no relatoacuterio

de ensaios os atores acima

O conteuacutedo dos relatoacuterios de ensaios

emitidos por laboratoacuterios de ensaios natildeo

pode ser visto apenas como algo teacutecnico

Mais de 80 das vezes o principal objetivo

de quem entra em longas filas de espera e

depois paga para realizar os onerosos ensaios

eacute ter um documento neutro que permita acomercializaccedilatildeo de seus produtos Por isso

espera-se que as gerecircncias de laboratoacuterios de

ensaios oficiais de terceira parte tenham a

visatildeo de que os relatoacuterios de ensaios satildeo um

instrumento comercial poderoso e devem

ser claros precisos identificar muito bem

o que oi testado e ter conclusotildees objetivas

Eacute comum encontrar nos relatoacuterios rases

dizendo que os resultados soacute se aplicam agrave

amostra testada e outras que visam eximir

o laboratoacuterio de qualquer responsabilidade

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Apoio

utura pelo uso do documento

Em minha visatildeo se um laboratoacuterio tem

competecircncia teacutecnica para tal deve emitir

relatoacuterios de ensaios que identifiquem

corretamente o equipamento que oi testado

e trazer uma conclusatildeo escrita inormando

se o equipamento testado atendeu ou natildeoos requisitos da norma teacutecnica Pagar mais

barato por ensaios em laboratoacuterios que natildeo

atendem a isso eacute um erro estrateacutegico agrave luz

das novas normas IEC como a IEC 62271-

307 que mencionam explicitamente o que

deve ser registrado

No caso das elevaccedilotildees de temperatura

interpretar os resultados e comparaacute-los com

as normas para saber se o equipamento

passou ou oi reprovado natildeo eacute uma tarea

simples Eacute preciso conhecer bem asentrelinhas de normas como a IEC 62271-

1 a IEC 62271-200 e as da seacuterie IEC 61439

Muitos compradores de equipamentos de

baixa e meacutedia tensotildees satildeo exigentes em

pedir os relatoacuterios de ensaios para eetivar

as compras mas aceitam relatoacuterios que natildeo

dizem se o equipamento passou ou natildeo no

ensaio de elevaccedilatildeo de temperatura Muitas

vezes o limite maacuteximo permitido na norma

oi ultrapassado e em alguns casos o relatoacuterio

nem mesmo se aplica ao equipamento que

estaacute sendo comprado Em anos passados quando eu

coordenava o Comitecirc Teacutecnico 32 (Fuses)

da IEC ndash International Electrotechnical

Commission tive a oportunidade de

conhecer alguns documentos TR (Technical

Reports) da IEC que embora muito uteis

satildeo ainda hoje muito pouco conhecidos no

mundo A IEC publica principalmente dois

tipos de documentos as normas teacutecnicas e

os relatoacuterios teacutecnicos As normas teacutecnicas

especificam os procedimentos meacutetodos deensaios e valores limites que natildeo devem ser

ultrapassados As normas teacutecnicas raramente

descrevem os undamentos teacutecnicos e

trazem as explicaccedilotildees do porquecirc dos valores

limites e meacutetodos empregados Algumas

interpretaccedilotildees satildeo diiacuteceis de analisar ateacute

mesmo para as equipes do laboratoacuterio de

ensaios Exemplos destes satildeo a definiccedilatildeo

da maacutexima elevaccedilatildeo de temperatura que

deve ser atendida em dierentes tipos de

conexotildees e contatos no ensaio de elevaccedilatildeo

de temperatura ou mesmo o nuacutemero deaplicaccedilotildees de curto-circuito em paineacuteis

submetidos ao ensaio de arco interno

Por este motivo a IEC publica aleacutem das

normas os importantes relatoacuterio teacutecnicos

Nestes uacuteltimos que natildeo tecircm caraacuteter

normativo eacute que estatildeo os undamentos

para os valores utilizados nas normas Nos

treinamentos que aplico para abricantes

concessionaacuterias e empresas de certificaccedilatildeo

utilizo muitos destes relatoacuterios teacutecnicos

IEC No livro de minha autoria que podeser baixado livremente em httpwww

cognitorcombrBook_SE_SW_2013_POR

pd haacute vaacuterias inormaccedilotildees extraiacutedas destes

documentos TR da IEC

Alguns dos principais relatoacuterios teacutecnicos

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Apoio

Equipamentosparasubestaccedilotildee

sde

TampD

IEC uacuteteis no dia a dia de quem projeta e

especifica equipamentos satildeo

bull IECTR 60890 A method o

temperature-rise verification o low-voltage

switchgear and controlgear assemblies by

calculationbull IEC TR 60943 Guidance concerning

the permissible temperature rise or parts

o electrical equipment in particular or

terminals

bull IEC 61117 Method or assessing the

short-circuit withstand strength o partially

type-tested assemblies (PTTA)1

bull IEC TR 60865-1 Short-circuit currents

ndash Calculation o effects ndash Part 1 Definitions

and calculation methods

bull IEC TR 60865-2 Short-circuit currentsndash Calculation o effects ndash Part 2 Examples o

calculation

Para o tema elevaccedilotildees de temperatura haacute

os documentos IEC TR 60943 e o TR IEC

60890 O IEC TR 60943 eacute o mais completo

documento que conheccedilo na bibliografia a

respeito de temperaturas em equipamentos

e materiais condutores e isolantes e seu

impacto na vida uacutetil aleacutem de muitos

outros aspectos Eacute um documento que um

bom projetista ou um bom engenheiro de

laboratoacuterio de ensaios deve conhecer nos

miacutenimos detalhes para desenvolver um

projeto competente ou realizar e analisar

resultados de testes

Neste artigo vamos destacar o conteuacutedo

do documento IECTR 60890 Este apresenta

um meacutetodo simples mas muito eficaz para

calcular a elevaccedilatildeo de temperatura do ar

dentro de um compartimento de painelou barramento blindado ou invoacutelucros em

geral Se um projetista deseja calcular as

elevaccedilotildees de temperatura que aconteceratildeo

nos barramentos de um painel com vaacuterias

ontes de calor internas (conexotildees das barras

disjuntores usiacuteveis e chaves) pode seguir

um meacutetodo como o descrito a seguir

Cabe ainda mencionar que haacute abricantes

que produzem invoacutelucros vazios mas natildeo

produzem o painel ou barramento completo

montado A norma NBR IEC 60208 -

Invoacutelucros vazios destinados a conjunto

de manobra e controle de baixa tensatildeo

- Requisitos gerais permite estabelecer a

capacidade de dissipaccedilatildeo de potecircncia em

invoacutelucros vazios usando os meacutetodos da IEC

60890

No que diz respeito a caacutelculoscompletos de elevaccedilatildeo de temperatura em

equipamentos a sequecircncia normalmente

adotada eacute a seguinte Em primeiro lugar

calcula-se a elevaccedilatildeo de temperatura do

ar interno considerando todos os watts

dissipados pelo meacutetodo da IEC 60890 Em

seguida calcula-se a elevaccedilatildeo de temperatura

das barras e conexotildees em relaccedilatildeo ao ar

interno por um meacutetodo de elementos

finitos Somando-se os dois valores obteacutem-se

a elevaccedilatildeo de temperatura das partes emrelaccedilatildeo ao ar externo Este eacute o meacutetodo usado

no sofware de projeto SwitchgearDesign

O 983149983273983156983151983140983151 983140983141 983139983265983148983139983157983148983151 983140983137 IEC

983094983088983096983097983088

O meacutetodo eacute utilizado para calcular a

elevaccedilatildeo de temperatura do ar no interior de

um invoacutelucro metaacutelico com ou sem aberturas

de ventilaccedilatildeo mas sem ventilaccedilatildeo orccedilada

No SwitchgearDesign oram acrescentadas

equaccedilotildees que permitiram estender as

equaccedilotildees para invoacutelucros com ventilaccedilatildeo

orccedilada e outros fluidos aleacutem do ar como o

SF6 Nas antigas normas de paineacuteis de baixa

tensatildeo IEC 60439 e na mais recente seacuterie IEC

61439 a possibilidade de substituir o ensaio

de elevaccedilatildeo de temperatura por caacutelculos eacute

baseada neste meacutetodo

A ideia central da aplicaccedilatildeo do meacutetodo

da IEC 60890 eacute que originalmente um

certo painel com tipo construtivo definido

e alguns tipos de componentes internos

oi inicialmente testado e aprovado emlaboratoacuterio Suponhamos que temos

agora um outro painel do mesmo tipo

construtivo (da mesma amiacutelia mas com

dimensotildees dierentes do testado) que usa os

mesmos tipos de componentes poreacutem em

quantidades dierentes Um exemplo eacute que

o painel originalmente testado contava com

trecircs disjuntores internos dissipando uma

certa potecircncia total enquanto o natildeo testado

tem paredes de dimensotildees dierentes e tem

cinco disjuntores ao inveacutes de trecircs Portantodissipa uma quantidade dierente de watts A

ideia eacute que se pudermos provar por calculo

que a elevaccedilatildeo de temperatura do ar interno

no equipamento natildeo testado eacute menor do

que aquela do equipamento testado os

componentes internos do equipamento

calculado seratildeo menos solicitados que os

componentes do painel testado Por isso natildeo

eacute necessaacuterio repetir os ensaios

Eacute um meacutetodo empiacuterico baseado em

resultados de ensaios obtidos em um grande

nuacutemero de dierentes tipos de invoacutelucros Os

resultados destes ensaios oram associados

aos valores das variaacuteveis principais de

caacutelculo para criar uma seacuterie de curvas que

satildeo utilizadas nos caacutelculos de cada invoacutelucro

especiacutefico

Figura 1 ndash Confguraccedilatildeo de caacutelculo

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Apoio

Equipamentosparasubestaccedilotildee

sde

TampD

As variaacuteveis de caacutelculo relevantes satildeo as

seguintes (ver Figura 1)

- As dimensotildees do invoacutelucro altura largura

proundidade

- O tipo de instalaccedilatildeo por exemplo no

centro de uma sala ou encostado nas paredesou encostado em paredes e outros paineacuteis

quentes

- O projeto do invoacutelucro com ou sem

aberturas de ventilaccedilatildeo

- O nuacutemero de particcedilotildees horizontais internas

(com uros) por onde o ar ascendente deveraacute

circular do undo para o topo do invoacutelucro

- A dissipaccedilatildeo eetiva de potecircncia nos

componentes internos do invoacutelucro

O meacutetodo vale para invoacutelucros em chapade accedilo chapas de alumiacutenio erro undido

material isolante e outros semelhantes Eacute

aplicaacutevel se estiverem reunidas as seguintes

condiccedilotildees

bull Haacute uma distribuiccedilatildeo aproximadamente

uniorme da dissipaccedilatildeo de potecircncia no

interior do invoacutelucro Esta situaccedilatildeo na vida

real eacute rara mas o meacutetodo ornece bons

resultados a despeito disso

bull As particcedilotildees agem de tal maneira que a

circulaccedilatildeo do ar eacute pouco impedida

bull O equipamento instalado eacute projetado para

corrente alternada ateacute 60 Hz ou contiacutenua de

valores natildeo superiores a 3150 A

bull Os condutores eleacutetricos e peccedilas estruturais

satildeo dispostos de tal modo que as perdas por

correntes de Foucault satildeo insignificantes

Na realidade para correntes acima de 3000

A os eeitos podem ser mais pronunciados

caso sejam utilizados por exemplo emespaccediladores de barramentos materiais como

o accedilo carbono

bull Para invoacutelucros com aberturas de

ventilaccedilatildeo a seccedilatildeo transversal das aberturas

de saiacuteda do ar (topo) eacute de pelo menos 11

vezes a seccedilatildeo transversal das aberturas de

entrada de ar (parte de baixo)

bull Natildeo haacute mais de trecircs particcedilotildees horizontais

na coluna ou seccedilatildeo sob anaacutelise

bull Se o invoacutelucro tem aberturas de ventilaccedilatildeo

a aacuterea de passagem de ar em cada particcedilatildeo

Figura 2 ndash Sequecircncia de caacutelculo da elevaccedilatildeo de temperatura a 50 e 100 da altura do invoacutelucro

Figura 3 ndash Dados de entrada e resultados do meacutetodo

horizontal deve ser no miacutenimo 50 da seccedilatildeo

reta transversal da coluna

O meacutetodo visa determinar a elevaccedilatildeo

de temperatura do ar ao longo da altura da

coluna do involucro com base na elevaccedilatildeo

de temperatura a 50 da altura e em 100

da altura (proacuteximo ao teto) Eacute utilizada aequaccedilatildeo principal mostrada na Figura 2

Os atores K D e P x que multiplicados

orneceratildeo a elevaccedilatildeo de temperatura do

ar interno devido aos watts produzidos

satildeo obtidos a partir dos dados de entrada

mostrados na Figura 3 Entre estes se

destaca o tipo de instalaccedilatildeo mostrado na

parte superior direita da figura Este tipo

depende da localizaccedilatildeo do painel dentro

da sala Por exemplo um painel instalado

sozinho no centro da sala (curva 1) se

aqueceraacute menos que um outro igual poreacutem

instalado encostado nas paredes e tendocomo vizinhos dois outros paineacuteis aquecidos

(curva 4)

O ator B usado para calcular a aacuterea do

involucro eetivamente exposta para eeitos

de dissipaccedilatildeo de calor eacute obtido a partir dos

dados da Figura 4 Note-se que este ator

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Apoio

Figura 5 ndash Fator K para Aegt 125 m2

Figura 4 ndash Fator b de caacutelculo da aacuterea exposta

Tipo de Instalaccedilatildeo

Face do teto exposta

Superiacutecie do teto coberta

Faces expostas rente traseira lados

Faces laterais cobertas

Faces laterais de invoacutelucro central

Superiacutecie do chatildeo

Fator de superfiacutecie B

14

07

09

05

05

desconsiderada

eacute multiplicado pela aacuterea de cada parede

especiacutefica

A soma das aacutereas de cada parede resulta

na aacuterea eetiva Ae que seraacute utilizada como

dado de entrada em algumas das demais

figuras deste asciacuteculo

O Fator K que aparece na oacutermula eacutecalculado em unccedilatildeo dos valores da aacuterea Ae e

da aacuterea de entrada de ar conorme mostrado

na Figura 5

A determinaccedilatildeo da temperatura no topo

do involucro eacute eita utilizando-se um ator de

distribuiccedilatildeo C como nas Figuras 6 e 7 Este

ator depende de haver ou natildeo aberturas de

ventilaccedilatildeo

O ator D que aparece na ormula eacute

obtido atraveacutes dos dados da Tabela 1 em

unccedilatildeo do nuacutemero de particcedilotildees horizontaisComo eacute de se esperar quanto maior o

nuacutemero de particcedilotildees mais diiacutecil eacute para o

ar circular e portanto maior eacute o valor de

D e consequentemente da elevaccedilatildeo de

temperatura

Os valores de P e x que aparecem na

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Apoio

Equipamentosparasubestaccedilotildee

sde

TampD

Figura 6 ndash Fator C para distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo ao longo da altura sem aberturas de ventilaccedilatildeo

Figura 7 ndash Fator C para distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo ao longo da altura com Ae gt 125 m2 e aberturas

de ventilaccedilatildeo

ormula geral da Figura 2 satildeo a potecircncia

dissipada total que haacute dentro do invoacutelucro

e o ator empiacuterico X mostrado na coluna

da direita da Figura 2 O valor da potecircnciadissipada deve ser avaliado considerando

todas as cargas teacutermicas no interior

do invoacutelucro tais como resistores de

aquecimento disjuntores e chaves perdas

nos barramentos watts gerados por induccedilatildeo

e magneacutetica etc

C983151983149983141983150983156983265983154983145983151983155 983142983145983150983137983145983155

Na primeira vez que examinei e tentei

utilizar o meacutetodo da IEC 60890 haacute alguns

anos imaginei que por sua simplicidade soacute

Sem aberturas de ventilaccedilatildeo

A e gt 125 m2

Com aberturas de ventilaccedilatildeo

A e gt 125 m2

Particcedilotildees = 1

100

103

Particcedilotildees = 2

105

105

Particcedilotildees = 3

115

110

Particcedilotildees = 4

130

115

T ABELA 1 - F ATOR D

pudesse ser aplicado em situaccedilotildees muito

proacuteximas das descritas nas ldquocondiccedilotildees de

validaderdquo Entretanto agrave medida que ui

utilizando-o em vaacuterios e vaacuterios projetos

executados para abricantes de paineacuteis e

barramentos blindados percebi como os

resultados calculados se aproximam muitodos valores medidos em ensaios em quase

todas as situaccedilotildees

Embora este meacutetodo empiacuterico seja

simples pela acilidade de uso atraacutes dele haacute

a contribuiccedilatildeo dos principais abricantes

mundiais de paineacuteis de baixa tensatildeo Satildeo

eles que atuam nos grupos de trabalho da

IEC que prepararam este documento Tenho

atuado ao longo dos anos em alguns grupos

de tralho da IEC como o que atualmente

estaacute preparando a nova IEC 62271-307 Asdiscussotildees teacutecnicas satildeo muito ricas

A utilizaccedilatildeo deste meacutetodo de caacutelculo das

temperaturas do fluido viabilizou no sofware

SwitchgearDesign substituir caacutelculos pesados

de dinacircmica computacional dos fluidos

(CFD) por algumas poucas e simples linhas

de coacutedigo computacional Isto pode ser

percebido nos casos validados detalhados

no link mostrado mais acima neste texto Os

sofwares CFD satildeo poderosos porem muito

mais diiacuteceis de comprar utilizar e modelar

Aleacutem disso necessitam de um treinamento

do projetista muito mais longo E aiacute chega

o problema pois a grande maioria dos

abricantes brasileiros simplesmente parou

de investir em treinamento e capacitaccedilatildeo de

pessoal nos uacuteltimos anos Terceirizaram as

atividades de desenvolvimentos de engenharia

e este eacute um erro estrateacutegico Eacute exatamente o

contraacuterio do que azem os asiaacuteticos e alguns

outros paiacuteses inclusive na Ameacuterica do Sulcomo a Colocircmbia e o Chile

Vejo muitos brasileiros comentando

de modo depreciativo que os chineses

conseguem produzir e vender muito porque

sua matildeo de obra eacute muito barata Este eacute um

erro grosseiro de avaliaccedilatildeo Foi assim no

passado mas os chineses e outros asiaacuteticos

passaram a investir bastante em capacitaccedilatildeo e

hoje abricam em seus paiacuteses quase todos os

produtos que se possa imaginar A tiacutetulo de

exemplo se uma empresa quisesse comprar

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Apoio

CONTINUA NA PROacuteXIMA EDICcedilAtildeO

Acompanhe todos os artigos deste fasciacuteculo em

wwwosetoreletricocombr

Duacutevidas sugestotildees e comentaacuterios podem ser

encaminhados para

redacaoatitudeeditorialcombr

Sergio Feitoza Costa eacute engenheiroeletricista com mestrado em sistemas

de potecircncia Eacute diretor da CognitorConsultoria PampD e Treinamento

sergiofeitozacognitorcombrwwwcognitorcombr

equipamentos para montar um grande

laboratoacuterio de ensaios de alta tensatildeo ou de

alta potecircncia poderia comprar todos os itens

na China Entretanto aqui no Brasil natildeo se

poderia comprar nenhum dos equipamentos

pois nenhum abricante os desenvolveu

Poderiacuteamos ateacute preerir comprar de umabricante mais tradicional na Europa ou

Ameacuterica do Norte poreacutem o ato eacute que seria

possiacutevel comprar qualquer um deles na China

Se extrapolarmos este raciociacutenio para trens

modernos barcas de transporte de massa

navios e outros itens veremos como no Brasil

pensamos curto e estamos desatualizados Na

questatildeo dos desenvolvimentos tecnoloacutegicos

estamos perdendo de mais de 7 a 1 nos

uacuteltimos 15 anos

Repetindo parte do que escrevi noasciacuteculo anterior (novas tecnologias)

passamos por um momento em que as

induacutestrias do setor eleacutetrico brasileiro estatildeo

perdendo em competitividade A culpa natildeo eacute

soacute dos procedimentos impostos e burocracia

excessivos que emperram a induacutestria eleacutetrica

e satildeo mantidos por governos e instituiccedilotildees

que pensam apenas em se manter no poder

e natildeo tecircm nenhuma visatildeo ou interesse no

que aconteceraacute com o Paiacutes no meacutedio ou

longo prazos A culpa tambeacutem eacute nossa por

assistirmos a tudo passivamente

A maior parte de nossa induacutestriaeleacutetrica que avanccedilava muito bem nas

deacutecadas de 1980 e 1990 parece que perdeu

o oco Com exceccedilatildeo de uma ou duas regiotildees

do Brasil onde se percebe que haacute iniciativas

de planejamento e de motivaccedilatildeo do setor

industrial paramos no tempo

Para os meacutedios e pequenos abricantes

da induacutestria eleacutetrica que me procuram para

aconselhamentos costumo sugerir algumas

accedilotildees como

bull Focar em produzir e vender 60 para o

mercado externo e 40 no mercado interno

brasileiro

bull Competir no mercado externo eacute mais

diiacutecil no primeiro momento mas muito

compensador depois Quem compete

bem laacute ora com muito mais acilidade

poderaacute vender aqui quando a situaccedilatildeo

brasileira melhorar Portanto recomeccedilar

a criar uma cultura de capacitar o pessoal

teacutecnico e manter equipes competentes para

enrentar novos desafios Um bom comeccedilo

eacute ter na equipe teacutecnica pelo menos dois bonsprojetistas com visatildeo aberta para inovaccedilotildees

bull Ter um plano de metas em novas

tecnologias com as prioridades definidas

Manter em curso a cada ano pelo menos

trecircs projetos de novos produtosrdquo Esta eacute a

maneira de criar uma cultura de inovaccedilatildeo na

empresa e manter a chama acesa

Page 2: Ed 118 Fasciculo Cap XI Equipamentos Para Subestacoes de T&D

7242019 Ed 118 Fasciculo Cap XI Equipamentos Para Subestacoes de TampD

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4

Apoio

utura pelo uso do documento

Em minha visatildeo se um laboratoacuterio tem

competecircncia teacutecnica para tal deve emitir

relatoacuterios de ensaios que identifiquem

corretamente o equipamento que oi testado

e trazer uma conclusatildeo escrita inormando

se o equipamento testado atendeu ou natildeoos requisitos da norma teacutecnica Pagar mais

barato por ensaios em laboratoacuterios que natildeo

atendem a isso eacute um erro estrateacutegico agrave luz

das novas normas IEC como a IEC 62271-

307 que mencionam explicitamente o que

deve ser registrado

No caso das elevaccedilotildees de temperatura

interpretar os resultados e comparaacute-los com

as normas para saber se o equipamento

passou ou oi reprovado natildeo eacute uma tarea

simples Eacute preciso conhecer bem asentrelinhas de normas como a IEC 62271-

1 a IEC 62271-200 e as da seacuterie IEC 61439

Muitos compradores de equipamentos de

baixa e meacutedia tensotildees satildeo exigentes em

pedir os relatoacuterios de ensaios para eetivar

as compras mas aceitam relatoacuterios que natildeo

dizem se o equipamento passou ou natildeo no

ensaio de elevaccedilatildeo de temperatura Muitas

vezes o limite maacuteximo permitido na norma

oi ultrapassado e em alguns casos o relatoacuterio

nem mesmo se aplica ao equipamento que

estaacute sendo comprado Em anos passados quando eu

coordenava o Comitecirc Teacutecnico 32 (Fuses)

da IEC ndash International Electrotechnical

Commission tive a oportunidade de

conhecer alguns documentos TR (Technical

Reports) da IEC que embora muito uteis

satildeo ainda hoje muito pouco conhecidos no

mundo A IEC publica principalmente dois

tipos de documentos as normas teacutecnicas e

os relatoacuterios teacutecnicos As normas teacutecnicas

especificam os procedimentos meacutetodos deensaios e valores limites que natildeo devem ser

ultrapassados As normas teacutecnicas raramente

descrevem os undamentos teacutecnicos e

trazem as explicaccedilotildees do porquecirc dos valores

limites e meacutetodos empregados Algumas

interpretaccedilotildees satildeo diiacuteceis de analisar ateacute

mesmo para as equipes do laboratoacuterio de

ensaios Exemplos destes satildeo a definiccedilatildeo

da maacutexima elevaccedilatildeo de temperatura que

deve ser atendida em dierentes tipos de

conexotildees e contatos no ensaio de elevaccedilatildeo

de temperatura ou mesmo o nuacutemero deaplicaccedilotildees de curto-circuito em paineacuteis

submetidos ao ensaio de arco interno

Por este motivo a IEC publica aleacutem das

normas os importantes relatoacuterio teacutecnicos

Nestes uacuteltimos que natildeo tecircm caraacuteter

normativo eacute que estatildeo os undamentos

para os valores utilizados nas normas Nos

treinamentos que aplico para abricantes

concessionaacuterias e empresas de certificaccedilatildeo

utilizo muitos destes relatoacuterios teacutecnicos

IEC No livro de minha autoria que podeser baixado livremente em httpwww

cognitorcombrBook_SE_SW_2013_POR

pd haacute vaacuterias inormaccedilotildees extraiacutedas destes

documentos TR da IEC

Alguns dos principais relatoacuterios teacutecnicos

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6

Apoio

Equipamentosparasubestaccedilotildee

sde

TampD

IEC uacuteteis no dia a dia de quem projeta e

especifica equipamentos satildeo

bull IECTR 60890 A method o

temperature-rise verification o low-voltage

switchgear and controlgear assemblies by

calculationbull IEC TR 60943 Guidance concerning

the permissible temperature rise or parts

o electrical equipment in particular or

terminals

bull IEC 61117 Method or assessing the

short-circuit withstand strength o partially

type-tested assemblies (PTTA)1

bull IEC TR 60865-1 Short-circuit currents

ndash Calculation o effects ndash Part 1 Definitions

and calculation methods

bull IEC TR 60865-2 Short-circuit currentsndash Calculation o effects ndash Part 2 Examples o

calculation

Para o tema elevaccedilotildees de temperatura haacute

os documentos IEC TR 60943 e o TR IEC

60890 O IEC TR 60943 eacute o mais completo

documento que conheccedilo na bibliografia a

respeito de temperaturas em equipamentos

e materiais condutores e isolantes e seu

impacto na vida uacutetil aleacutem de muitos

outros aspectos Eacute um documento que um

bom projetista ou um bom engenheiro de

laboratoacuterio de ensaios deve conhecer nos

miacutenimos detalhes para desenvolver um

projeto competente ou realizar e analisar

resultados de testes

Neste artigo vamos destacar o conteuacutedo

do documento IECTR 60890 Este apresenta

um meacutetodo simples mas muito eficaz para

calcular a elevaccedilatildeo de temperatura do ar

dentro de um compartimento de painelou barramento blindado ou invoacutelucros em

geral Se um projetista deseja calcular as

elevaccedilotildees de temperatura que aconteceratildeo

nos barramentos de um painel com vaacuterias

ontes de calor internas (conexotildees das barras

disjuntores usiacuteveis e chaves) pode seguir

um meacutetodo como o descrito a seguir

Cabe ainda mencionar que haacute abricantes

que produzem invoacutelucros vazios mas natildeo

produzem o painel ou barramento completo

montado A norma NBR IEC 60208 -

Invoacutelucros vazios destinados a conjunto

de manobra e controle de baixa tensatildeo

- Requisitos gerais permite estabelecer a

capacidade de dissipaccedilatildeo de potecircncia em

invoacutelucros vazios usando os meacutetodos da IEC

60890

No que diz respeito a caacutelculoscompletos de elevaccedilatildeo de temperatura em

equipamentos a sequecircncia normalmente

adotada eacute a seguinte Em primeiro lugar

calcula-se a elevaccedilatildeo de temperatura do

ar interno considerando todos os watts

dissipados pelo meacutetodo da IEC 60890 Em

seguida calcula-se a elevaccedilatildeo de temperatura

das barras e conexotildees em relaccedilatildeo ao ar

interno por um meacutetodo de elementos

finitos Somando-se os dois valores obteacutem-se

a elevaccedilatildeo de temperatura das partes emrelaccedilatildeo ao ar externo Este eacute o meacutetodo usado

no sofware de projeto SwitchgearDesign

O 983149983273983156983151983140983151 983140983141 983139983265983148983139983157983148983151 983140983137 IEC

983094983088983096983097983088

O meacutetodo eacute utilizado para calcular a

elevaccedilatildeo de temperatura do ar no interior de

um invoacutelucro metaacutelico com ou sem aberturas

de ventilaccedilatildeo mas sem ventilaccedilatildeo orccedilada

No SwitchgearDesign oram acrescentadas

equaccedilotildees que permitiram estender as

equaccedilotildees para invoacutelucros com ventilaccedilatildeo

orccedilada e outros fluidos aleacutem do ar como o

SF6 Nas antigas normas de paineacuteis de baixa

tensatildeo IEC 60439 e na mais recente seacuterie IEC

61439 a possibilidade de substituir o ensaio

de elevaccedilatildeo de temperatura por caacutelculos eacute

baseada neste meacutetodo

A ideia central da aplicaccedilatildeo do meacutetodo

da IEC 60890 eacute que originalmente um

certo painel com tipo construtivo definido

e alguns tipos de componentes internos

oi inicialmente testado e aprovado emlaboratoacuterio Suponhamos que temos

agora um outro painel do mesmo tipo

construtivo (da mesma amiacutelia mas com

dimensotildees dierentes do testado) que usa os

mesmos tipos de componentes poreacutem em

quantidades dierentes Um exemplo eacute que

o painel originalmente testado contava com

trecircs disjuntores internos dissipando uma

certa potecircncia total enquanto o natildeo testado

tem paredes de dimensotildees dierentes e tem

cinco disjuntores ao inveacutes de trecircs Portantodissipa uma quantidade dierente de watts A

ideia eacute que se pudermos provar por calculo

que a elevaccedilatildeo de temperatura do ar interno

no equipamento natildeo testado eacute menor do

que aquela do equipamento testado os

componentes internos do equipamento

calculado seratildeo menos solicitados que os

componentes do painel testado Por isso natildeo

eacute necessaacuterio repetir os ensaios

Eacute um meacutetodo empiacuterico baseado em

resultados de ensaios obtidos em um grande

nuacutemero de dierentes tipos de invoacutelucros Os

resultados destes ensaios oram associados

aos valores das variaacuteveis principais de

caacutelculo para criar uma seacuterie de curvas que

satildeo utilizadas nos caacutelculos de cada invoacutelucro

especiacutefico

Figura 1 ndash Confguraccedilatildeo de caacutelculo

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Apoio

Equipamentosparasubestaccedilotildee

sde

TampD

As variaacuteveis de caacutelculo relevantes satildeo as

seguintes (ver Figura 1)

- As dimensotildees do invoacutelucro altura largura

proundidade

- O tipo de instalaccedilatildeo por exemplo no

centro de uma sala ou encostado nas paredesou encostado em paredes e outros paineacuteis

quentes

- O projeto do invoacutelucro com ou sem

aberturas de ventilaccedilatildeo

- O nuacutemero de particcedilotildees horizontais internas

(com uros) por onde o ar ascendente deveraacute

circular do undo para o topo do invoacutelucro

- A dissipaccedilatildeo eetiva de potecircncia nos

componentes internos do invoacutelucro

O meacutetodo vale para invoacutelucros em chapade accedilo chapas de alumiacutenio erro undido

material isolante e outros semelhantes Eacute

aplicaacutevel se estiverem reunidas as seguintes

condiccedilotildees

bull Haacute uma distribuiccedilatildeo aproximadamente

uniorme da dissipaccedilatildeo de potecircncia no

interior do invoacutelucro Esta situaccedilatildeo na vida

real eacute rara mas o meacutetodo ornece bons

resultados a despeito disso

bull As particcedilotildees agem de tal maneira que a

circulaccedilatildeo do ar eacute pouco impedida

bull O equipamento instalado eacute projetado para

corrente alternada ateacute 60 Hz ou contiacutenua de

valores natildeo superiores a 3150 A

bull Os condutores eleacutetricos e peccedilas estruturais

satildeo dispostos de tal modo que as perdas por

correntes de Foucault satildeo insignificantes

Na realidade para correntes acima de 3000

A os eeitos podem ser mais pronunciados

caso sejam utilizados por exemplo emespaccediladores de barramentos materiais como

o accedilo carbono

bull Para invoacutelucros com aberturas de

ventilaccedilatildeo a seccedilatildeo transversal das aberturas

de saiacuteda do ar (topo) eacute de pelo menos 11

vezes a seccedilatildeo transversal das aberturas de

entrada de ar (parte de baixo)

bull Natildeo haacute mais de trecircs particcedilotildees horizontais

na coluna ou seccedilatildeo sob anaacutelise

bull Se o invoacutelucro tem aberturas de ventilaccedilatildeo

a aacuterea de passagem de ar em cada particcedilatildeo

Figura 2 ndash Sequecircncia de caacutelculo da elevaccedilatildeo de temperatura a 50 e 100 da altura do invoacutelucro

Figura 3 ndash Dados de entrada e resultados do meacutetodo

horizontal deve ser no miacutenimo 50 da seccedilatildeo

reta transversal da coluna

O meacutetodo visa determinar a elevaccedilatildeo

de temperatura do ar ao longo da altura da

coluna do involucro com base na elevaccedilatildeo

de temperatura a 50 da altura e em 100

da altura (proacuteximo ao teto) Eacute utilizada aequaccedilatildeo principal mostrada na Figura 2

Os atores K D e P x que multiplicados

orneceratildeo a elevaccedilatildeo de temperatura do

ar interno devido aos watts produzidos

satildeo obtidos a partir dos dados de entrada

mostrados na Figura 3 Entre estes se

destaca o tipo de instalaccedilatildeo mostrado na

parte superior direita da figura Este tipo

depende da localizaccedilatildeo do painel dentro

da sala Por exemplo um painel instalado

sozinho no centro da sala (curva 1) se

aqueceraacute menos que um outro igual poreacutem

instalado encostado nas paredes e tendocomo vizinhos dois outros paineacuteis aquecidos

(curva 4)

O ator B usado para calcular a aacuterea do

involucro eetivamente exposta para eeitos

de dissipaccedilatildeo de calor eacute obtido a partir dos

dados da Figura 4 Note-se que este ator

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Apoio

Figura 5 ndash Fator K para Aegt 125 m2

Figura 4 ndash Fator b de caacutelculo da aacuterea exposta

Tipo de Instalaccedilatildeo

Face do teto exposta

Superiacutecie do teto coberta

Faces expostas rente traseira lados

Faces laterais cobertas

Faces laterais de invoacutelucro central

Superiacutecie do chatildeo

Fator de superfiacutecie B

14

07

09

05

05

desconsiderada

eacute multiplicado pela aacuterea de cada parede

especiacutefica

A soma das aacutereas de cada parede resulta

na aacuterea eetiva Ae que seraacute utilizada como

dado de entrada em algumas das demais

figuras deste asciacuteculo

O Fator K que aparece na oacutermula eacutecalculado em unccedilatildeo dos valores da aacuterea Ae e

da aacuterea de entrada de ar conorme mostrado

na Figura 5

A determinaccedilatildeo da temperatura no topo

do involucro eacute eita utilizando-se um ator de

distribuiccedilatildeo C como nas Figuras 6 e 7 Este

ator depende de haver ou natildeo aberturas de

ventilaccedilatildeo

O ator D que aparece na ormula eacute

obtido atraveacutes dos dados da Tabela 1 em

unccedilatildeo do nuacutemero de particcedilotildees horizontaisComo eacute de se esperar quanto maior o

nuacutemero de particcedilotildees mais diiacutecil eacute para o

ar circular e portanto maior eacute o valor de

D e consequentemente da elevaccedilatildeo de

temperatura

Os valores de P e x que aparecem na

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Equipamentosparasubestaccedilotildee

sde

TampD

Figura 6 ndash Fator C para distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo ao longo da altura sem aberturas de ventilaccedilatildeo

Figura 7 ndash Fator C para distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo ao longo da altura com Ae gt 125 m2 e aberturas

de ventilaccedilatildeo

ormula geral da Figura 2 satildeo a potecircncia

dissipada total que haacute dentro do invoacutelucro

e o ator empiacuterico X mostrado na coluna

da direita da Figura 2 O valor da potecircnciadissipada deve ser avaliado considerando

todas as cargas teacutermicas no interior

do invoacutelucro tais como resistores de

aquecimento disjuntores e chaves perdas

nos barramentos watts gerados por induccedilatildeo

e magneacutetica etc

C983151983149983141983150983156983265983154983145983151983155 983142983145983150983137983145983155

Na primeira vez que examinei e tentei

utilizar o meacutetodo da IEC 60890 haacute alguns

anos imaginei que por sua simplicidade soacute

Sem aberturas de ventilaccedilatildeo

A e gt 125 m2

Com aberturas de ventilaccedilatildeo

A e gt 125 m2

Particcedilotildees = 1

100

103

Particcedilotildees = 2

105

105

Particcedilotildees = 3

115

110

Particcedilotildees = 4

130

115

T ABELA 1 - F ATOR D

pudesse ser aplicado em situaccedilotildees muito

proacuteximas das descritas nas ldquocondiccedilotildees de

validaderdquo Entretanto agrave medida que ui

utilizando-o em vaacuterios e vaacuterios projetos

executados para abricantes de paineacuteis e

barramentos blindados percebi como os

resultados calculados se aproximam muitodos valores medidos em ensaios em quase

todas as situaccedilotildees

Embora este meacutetodo empiacuterico seja

simples pela acilidade de uso atraacutes dele haacute

a contribuiccedilatildeo dos principais abricantes

mundiais de paineacuteis de baixa tensatildeo Satildeo

eles que atuam nos grupos de trabalho da

IEC que prepararam este documento Tenho

atuado ao longo dos anos em alguns grupos

de tralho da IEC como o que atualmente

estaacute preparando a nova IEC 62271-307 Asdiscussotildees teacutecnicas satildeo muito ricas

A utilizaccedilatildeo deste meacutetodo de caacutelculo das

temperaturas do fluido viabilizou no sofware

SwitchgearDesign substituir caacutelculos pesados

de dinacircmica computacional dos fluidos

(CFD) por algumas poucas e simples linhas

de coacutedigo computacional Isto pode ser

percebido nos casos validados detalhados

no link mostrado mais acima neste texto Os

sofwares CFD satildeo poderosos porem muito

mais diiacuteceis de comprar utilizar e modelar

Aleacutem disso necessitam de um treinamento

do projetista muito mais longo E aiacute chega

o problema pois a grande maioria dos

abricantes brasileiros simplesmente parou

de investir em treinamento e capacitaccedilatildeo de

pessoal nos uacuteltimos anos Terceirizaram as

atividades de desenvolvimentos de engenharia

e este eacute um erro estrateacutegico Eacute exatamente o

contraacuterio do que azem os asiaacuteticos e alguns

outros paiacuteses inclusive na Ameacuterica do Sulcomo a Colocircmbia e o Chile

Vejo muitos brasileiros comentando

de modo depreciativo que os chineses

conseguem produzir e vender muito porque

sua matildeo de obra eacute muito barata Este eacute um

erro grosseiro de avaliaccedilatildeo Foi assim no

passado mas os chineses e outros asiaacuteticos

passaram a investir bastante em capacitaccedilatildeo e

hoje abricam em seus paiacuteses quase todos os

produtos que se possa imaginar A tiacutetulo de

exemplo se uma empresa quisesse comprar

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equipamentos para montar um grande

laboratoacuterio de ensaios de alta tensatildeo ou de

alta potecircncia poderia comprar todos os itens

na China Entretanto aqui no Brasil natildeo se

poderia comprar nenhum dos equipamentos

pois nenhum abricante os desenvolveu

Poderiacuteamos ateacute preerir comprar de umabricante mais tradicional na Europa ou

Ameacuterica do Norte poreacutem o ato eacute que seria

possiacutevel comprar qualquer um deles na China

Se extrapolarmos este raciociacutenio para trens

modernos barcas de transporte de massa

navios e outros itens veremos como no Brasil

pensamos curto e estamos desatualizados Na

questatildeo dos desenvolvimentos tecnoloacutegicos

estamos perdendo de mais de 7 a 1 nos

uacuteltimos 15 anos

Repetindo parte do que escrevi noasciacuteculo anterior (novas tecnologias)

passamos por um momento em que as

induacutestrias do setor eleacutetrico brasileiro estatildeo

perdendo em competitividade A culpa natildeo eacute

soacute dos procedimentos impostos e burocracia

excessivos que emperram a induacutestria eleacutetrica

e satildeo mantidos por governos e instituiccedilotildees

que pensam apenas em se manter no poder

e natildeo tecircm nenhuma visatildeo ou interesse no

que aconteceraacute com o Paiacutes no meacutedio ou

longo prazos A culpa tambeacutem eacute nossa por

assistirmos a tudo passivamente

A maior parte de nossa induacutestriaeleacutetrica que avanccedilava muito bem nas

deacutecadas de 1980 e 1990 parece que perdeu

o oco Com exceccedilatildeo de uma ou duas regiotildees

do Brasil onde se percebe que haacute iniciativas

de planejamento e de motivaccedilatildeo do setor

industrial paramos no tempo

Para os meacutedios e pequenos abricantes

da induacutestria eleacutetrica que me procuram para

aconselhamentos costumo sugerir algumas

accedilotildees como

bull Focar em produzir e vender 60 para o

mercado externo e 40 no mercado interno

brasileiro

bull Competir no mercado externo eacute mais

diiacutecil no primeiro momento mas muito

compensador depois Quem compete

bem laacute ora com muito mais acilidade

poderaacute vender aqui quando a situaccedilatildeo

brasileira melhorar Portanto recomeccedilar

a criar uma cultura de capacitar o pessoal

teacutecnico e manter equipes competentes para

enrentar novos desafios Um bom comeccedilo

eacute ter na equipe teacutecnica pelo menos dois bonsprojetistas com visatildeo aberta para inovaccedilotildees

bull Ter um plano de metas em novas

tecnologias com as prioridades definidas

Manter em curso a cada ano pelo menos

trecircs projetos de novos produtosrdquo Esta eacute a

maneira de criar uma cultura de inovaccedilatildeo na

empresa e manter a chama acesa

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Apoio

Equipamentosparasubestaccedilotildee

sde

TampD

IEC uacuteteis no dia a dia de quem projeta e

especifica equipamentos satildeo

bull IECTR 60890 A method o

temperature-rise verification o low-voltage

switchgear and controlgear assemblies by

calculationbull IEC TR 60943 Guidance concerning

the permissible temperature rise or parts

o electrical equipment in particular or

terminals

bull IEC 61117 Method or assessing the

short-circuit withstand strength o partially

type-tested assemblies (PTTA)1

bull IEC TR 60865-1 Short-circuit currents

ndash Calculation o effects ndash Part 1 Definitions

and calculation methods

bull IEC TR 60865-2 Short-circuit currentsndash Calculation o effects ndash Part 2 Examples o

calculation

Para o tema elevaccedilotildees de temperatura haacute

os documentos IEC TR 60943 e o TR IEC

60890 O IEC TR 60943 eacute o mais completo

documento que conheccedilo na bibliografia a

respeito de temperaturas em equipamentos

e materiais condutores e isolantes e seu

impacto na vida uacutetil aleacutem de muitos

outros aspectos Eacute um documento que um

bom projetista ou um bom engenheiro de

laboratoacuterio de ensaios deve conhecer nos

miacutenimos detalhes para desenvolver um

projeto competente ou realizar e analisar

resultados de testes

Neste artigo vamos destacar o conteuacutedo

do documento IECTR 60890 Este apresenta

um meacutetodo simples mas muito eficaz para

calcular a elevaccedilatildeo de temperatura do ar

dentro de um compartimento de painelou barramento blindado ou invoacutelucros em

geral Se um projetista deseja calcular as

elevaccedilotildees de temperatura que aconteceratildeo

nos barramentos de um painel com vaacuterias

ontes de calor internas (conexotildees das barras

disjuntores usiacuteveis e chaves) pode seguir

um meacutetodo como o descrito a seguir

Cabe ainda mencionar que haacute abricantes

que produzem invoacutelucros vazios mas natildeo

produzem o painel ou barramento completo

montado A norma NBR IEC 60208 -

Invoacutelucros vazios destinados a conjunto

de manobra e controle de baixa tensatildeo

- Requisitos gerais permite estabelecer a

capacidade de dissipaccedilatildeo de potecircncia em

invoacutelucros vazios usando os meacutetodos da IEC

60890

No que diz respeito a caacutelculoscompletos de elevaccedilatildeo de temperatura em

equipamentos a sequecircncia normalmente

adotada eacute a seguinte Em primeiro lugar

calcula-se a elevaccedilatildeo de temperatura do

ar interno considerando todos os watts

dissipados pelo meacutetodo da IEC 60890 Em

seguida calcula-se a elevaccedilatildeo de temperatura

das barras e conexotildees em relaccedilatildeo ao ar

interno por um meacutetodo de elementos

finitos Somando-se os dois valores obteacutem-se

a elevaccedilatildeo de temperatura das partes emrelaccedilatildeo ao ar externo Este eacute o meacutetodo usado

no sofware de projeto SwitchgearDesign

O 983149983273983156983151983140983151 983140983141 983139983265983148983139983157983148983151 983140983137 IEC

983094983088983096983097983088

O meacutetodo eacute utilizado para calcular a

elevaccedilatildeo de temperatura do ar no interior de

um invoacutelucro metaacutelico com ou sem aberturas

de ventilaccedilatildeo mas sem ventilaccedilatildeo orccedilada

No SwitchgearDesign oram acrescentadas

equaccedilotildees que permitiram estender as

equaccedilotildees para invoacutelucros com ventilaccedilatildeo

orccedilada e outros fluidos aleacutem do ar como o

SF6 Nas antigas normas de paineacuteis de baixa

tensatildeo IEC 60439 e na mais recente seacuterie IEC

61439 a possibilidade de substituir o ensaio

de elevaccedilatildeo de temperatura por caacutelculos eacute

baseada neste meacutetodo

A ideia central da aplicaccedilatildeo do meacutetodo

da IEC 60890 eacute que originalmente um

certo painel com tipo construtivo definido

e alguns tipos de componentes internos

oi inicialmente testado e aprovado emlaboratoacuterio Suponhamos que temos

agora um outro painel do mesmo tipo

construtivo (da mesma amiacutelia mas com

dimensotildees dierentes do testado) que usa os

mesmos tipos de componentes poreacutem em

quantidades dierentes Um exemplo eacute que

o painel originalmente testado contava com

trecircs disjuntores internos dissipando uma

certa potecircncia total enquanto o natildeo testado

tem paredes de dimensotildees dierentes e tem

cinco disjuntores ao inveacutes de trecircs Portantodissipa uma quantidade dierente de watts A

ideia eacute que se pudermos provar por calculo

que a elevaccedilatildeo de temperatura do ar interno

no equipamento natildeo testado eacute menor do

que aquela do equipamento testado os

componentes internos do equipamento

calculado seratildeo menos solicitados que os

componentes do painel testado Por isso natildeo

eacute necessaacuterio repetir os ensaios

Eacute um meacutetodo empiacuterico baseado em

resultados de ensaios obtidos em um grande

nuacutemero de dierentes tipos de invoacutelucros Os

resultados destes ensaios oram associados

aos valores das variaacuteveis principais de

caacutelculo para criar uma seacuterie de curvas que

satildeo utilizadas nos caacutelculos de cada invoacutelucro

especiacutefico

Figura 1 ndash Confguraccedilatildeo de caacutelculo

7242019 Ed 118 Fasciculo Cap XI Equipamentos Para Subestacoes de TampD

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Apoio

Equipamentosparasubestaccedilotildee

sde

TampD

As variaacuteveis de caacutelculo relevantes satildeo as

seguintes (ver Figura 1)

- As dimensotildees do invoacutelucro altura largura

proundidade

- O tipo de instalaccedilatildeo por exemplo no

centro de uma sala ou encostado nas paredesou encostado em paredes e outros paineacuteis

quentes

- O projeto do invoacutelucro com ou sem

aberturas de ventilaccedilatildeo

- O nuacutemero de particcedilotildees horizontais internas

(com uros) por onde o ar ascendente deveraacute

circular do undo para o topo do invoacutelucro

- A dissipaccedilatildeo eetiva de potecircncia nos

componentes internos do invoacutelucro

O meacutetodo vale para invoacutelucros em chapade accedilo chapas de alumiacutenio erro undido

material isolante e outros semelhantes Eacute

aplicaacutevel se estiverem reunidas as seguintes

condiccedilotildees

bull Haacute uma distribuiccedilatildeo aproximadamente

uniorme da dissipaccedilatildeo de potecircncia no

interior do invoacutelucro Esta situaccedilatildeo na vida

real eacute rara mas o meacutetodo ornece bons

resultados a despeito disso

bull As particcedilotildees agem de tal maneira que a

circulaccedilatildeo do ar eacute pouco impedida

bull O equipamento instalado eacute projetado para

corrente alternada ateacute 60 Hz ou contiacutenua de

valores natildeo superiores a 3150 A

bull Os condutores eleacutetricos e peccedilas estruturais

satildeo dispostos de tal modo que as perdas por

correntes de Foucault satildeo insignificantes

Na realidade para correntes acima de 3000

A os eeitos podem ser mais pronunciados

caso sejam utilizados por exemplo emespaccediladores de barramentos materiais como

o accedilo carbono

bull Para invoacutelucros com aberturas de

ventilaccedilatildeo a seccedilatildeo transversal das aberturas

de saiacuteda do ar (topo) eacute de pelo menos 11

vezes a seccedilatildeo transversal das aberturas de

entrada de ar (parte de baixo)

bull Natildeo haacute mais de trecircs particcedilotildees horizontais

na coluna ou seccedilatildeo sob anaacutelise

bull Se o invoacutelucro tem aberturas de ventilaccedilatildeo

a aacuterea de passagem de ar em cada particcedilatildeo

Figura 2 ndash Sequecircncia de caacutelculo da elevaccedilatildeo de temperatura a 50 e 100 da altura do invoacutelucro

Figura 3 ndash Dados de entrada e resultados do meacutetodo

horizontal deve ser no miacutenimo 50 da seccedilatildeo

reta transversal da coluna

O meacutetodo visa determinar a elevaccedilatildeo

de temperatura do ar ao longo da altura da

coluna do involucro com base na elevaccedilatildeo

de temperatura a 50 da altura e em 100

da altura (proacuteximo ao teto) Eacute utilizada aequaccedilatildeo principal mostrada na Figura 2

Os atores K D e P x que multiplicados

orneceratildeo a elevaccedilatildeo de temperatura do

ar interno devido aos watts produzidos

satildeo obtidos a partir dos dados de entrada

mostrados na Figura 3 Entre estes se

destaca o tipo de instalaccedilatildeo mostrado na

parte superior direita da figura Este tipo

depende da localizaccedilatildeo do painel dentro

da sala Por exemplo um painel instalado

sozinho no centro da sala (curva 1) se

aqueceraacute menos que um outro igual poreacutem

instalado encostado nas paredes e tendocomo vizinhos dois outros paineacuteis aquecidos

(curva 4)

O ator B usado para calcular a aacuterea do

involucro eetivamente exposta para eeitos

de dissipaccedilatildeo de calor eacute obtido a partir dos

dados da Figura 4 Note-se que este ator

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Apoio

Figura 5 ndash Fator K para Aegt 125 m2

Figura 4 ndash Fator b de caacutelculo da aacuterea exposta

Tipo de Instalaccedilatildeo

Face do teto exposta

Superiacutecie do teto coberta

Faces expostas rente traseira lados

Faces laterais cobertas

Faces laterais de invoacutelucro central

Superiacutecie do chatildeo

Fator de superfiacutecie B

14

07

09

05

05

desconsiderada

eacute multiplicado pela aacuterea de cada parede

especiacutefica

A soma das aacutereas de cada parede resulta

na aacuterea eetiva Ae que seraacute utilizada como

dado de entrada em algumas das demais

figuras deste asciacuteculo

O Fator K que aparece na oacutermula eacutecalculado em unccedilatildeo dos valores da aacuterea Ae e

da aacuterea de entrada de ar conorme mostrado

na Figura 5

A determinaccedilatildeo da temperatura no topo

do involucro eacute eita utilizando-se um ator de

distribuiccedilatildeo C como nas Figuras 6 e 7 Este

ator depende de haver ou natildeo aberturas de

ventilaccedilatildeo

O ator D que aparece na ormula eacute

obtido atraveacutes dos dados da Tabela 1 em

unccedilatildeo do nuacutemero de particcedilotildees horizontaisComo eacute de se esperar quanto maior o

nuacutemero de particcedilotildees mais diiacutecil eacute para o

ar circular e portanto maior eacute o valor de

D e consequentemente da elevaccedilatildeo de

temperatura

Os valores de P e x que aparecem na

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Equipamentosparasubestaccedilotildee

sde

TampD

Figura 6 ndash Fator C para distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo ao longo da altura sem aberturas de ventilaccedilatildeo

Figura 7 ndash Fator C para distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo ao longo da altura com Ae gt 125 m2 e aberturas

de ventilaccedilatildeo

ormula geral da Figura 2 satildeo a potecircncia

dissipada total que haacute dentro do invoacutelucro

e o ator empiacuterico X mostrado na coluna

da direita da Figura 2 O valor da potecircnciadissipada deve ser avaliado considerando

todas as cargas teacutermicas no interior

do invoacutelucro tais como resistores de

aquecimento disjuntores e chaves perdas

nos barramentos watts gerados por induccedilatildeo

e magneacutetica etc

C983151983149983141983150983156983265983154983145983151983155 983142983145983150983137983145983155

Na primeira vez que examinei e tentei

utilizar o meacutetodo da IEC 60890 haacute alguns

anos imaginei que por sua simplicidade soacute

Sem aberturas de ventilaccedilatildeo

A e gt 125 m2

Com aberturas de ventilaccedilatildeo

A e gt 125 m2

Particcedilotildees = 1

100

103

Particcedilotildees = 2

105

105

Particcedilotildees = 3

115

110

Particcedilotildees = 4

130

115

T ABELA 1 - F ATOR D

pudesse ser aplicado em situaccedilotildees muito

proacuteximas das descritas nas ldquocondiccedilotildees de

validaderdquo Entretanto agrave medida que ui

utilizando-o em vaacuterios e vaacuterios projetos

executados para abricantes de paineacuteis e

barramentos blindados percebi como os

resultados calculados se aproximam muitodos valores medidos em ensaios em quase

todas as situaccedilotildees

Embora este meacutetodo empiacuterico seja

simples pela acilidade de uso atraacutes dele haacute

a contribuiccedilatildeo dos principais abricantes

mundiais de paineacuteis de baixa tensatildeo Satildeo

eles que atuam nos grupos de trabalho da

IEC que prepararam este documento Tenho

atuado ao longo dos anos em alguns grupos

de tralho da IEC como o que atualmente

estaacute preparando a nova IEC 62271-307 Asdiscussotildees teacutecnicas satildeo muito ricas

A utilizaccedilatildeo deste meacutetodo de caacutelculo das

temperaturas do fluido viabilizou no sofware

SwitchgearDesign substituir caacutelculos pesados

de dinacircmica computacional dos fluidos

(CFD) por algumas poucas e simples linhas

de coacutedigo computacional Isto pode ser

percebido nos casos validados detalhados

no link mostrado mais acima neste texto Os

sofwares CFD satildeo poderosos porem muito

mais diiacuteceis de comprar utilizar e modelar

Aleacutem disso necessitam de um treinamento

do projetista muito mais longo E aiacute chega

o problema pois a grande maioria dos

abricantes brasileiros simplesmente parou

de investir em treinamento e capacitaccedilatildeo de

pessoal nos uacuteltimos anos Terceirizaram as

atividades de desenvolvimentos de engenharia

e este eacute um erro estrateacutegico Eacute exatamente o

contraacuterio do que azem os asiaacuteticos e alguns

outros paiacuteses inclusive na Ameacuterica do Sulcomo a Colocircmbia e o Chile

Vejo muitos brasileiros comentando

de modo depreciativo que os chineses

conseguem produzir e vender muito porque

sua matildeo de obra eacute muito barata Este eacute um

erro grosseiro de avaliaccedilatildeo Foi assim no

passado mas os chineses e outros asiaacuteticos

passaram a investir bastante em capacitaccedilatildeo e

hoje abricam em seus paiacuteses quase todos os

produtos que se possa imaginar A tiacutetulo de

exemplo se uma empresa quisesse comprar

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CONTINUA NA PROacuteXIMA EDICcedilAtildeO

Acompanhe todos os artigos deste fasciacuteculo em

wwwosetoreletricocombr

Duacutevidas sugestotildees e comentaacuterios podem ser

encaminhados para

redacaoatitudeeditorialcombr

Sergio Feitoza Costa eacute engenheiroeletricista com mestrado em sistemas

de potecircncia Eacute diretor da CognitorConsultoria PampD e Treinamento

sergiofeitozacognitorcombrwwwcognitorcombr

equipamentos para montar um grande

laboratoacuterio de ensaios de alta tensatildeo ou de

alta potecircncia poderia comprar todos os itens

na China Entretanto aqui no Brasil natildeo se

poderia comprar nenhum dos equipamentos

pois nenhum abricante os desenvolveu

Poderiacuteamos ateacute preerir comprar de umabricante mais tradicional na Europa ou

Ameacuterica do Norte poreacutem o ato eacute que seria

possiacutevel comprar qualquer um deles na China

Se extrapolarmos este raciociacutenio para trens

modernos barcas de transporte de massa

navios e outros itens veremos como no Brasil

pensamos curto e estamos desatualizados Na

questatildeo dos desenvolvimentos tecnoloacutegicos

estamos perdendo de mais de 7 a 1 nos

uacuteltimos 15 anos

Repetindo parte do que escrevi noasciacuteculo anterior (novas tecnologias)

passamos por um momento em que as

induacutestrias do setor eleacutetrico brasileiro estatildeo

perdendo em competitividade A culpa natildeo eacute

soacute dos procedimentos impostos e burocracia

excessivos que emperram a induacutestria eleacutetrica

e satildeo mantidos por governos e instituiccedilotildees

que pensam apenas em se manter no poder

e natildeo tecircm nenhuma visatildeo ou interesse no

que aconteceraacute com o Paiacutes no meacutedio ou

longo prazos A culpa tambeacutem eacute nossa por

assistirmos a tudo passivamente

A maior parte de nossa induacutestriaeleacutetrica que avanccedilava muito bem nas

deacutecadas de 1980 e 1990 parece que perdeu

o oco Com exceccedilatildeo de uma ou duas regiotildees

do Brasil onde se percebe que haacute iniciativas

de planejamento e de motivaccedilatildeo do setor

industrial paramos no tempo

Para os meacutedios e pequenos abricantes

da induacutestria eleacutetrica que me procuram para

aconselhamentos costumo sugerir algumas

accedilotildees como

bull Focar em produzir e vender 60 para o

mercado externo e 40 no mercado interno

brasileiro

bull Competir no mercado externo eacute mais

diiacutecil no primeiro momento mas muito

compensador depois Quem compete

bem laacute ora com muito mais acilidade

poderaacute vender aqui quando a situaccedilatildeo

brasileira melhorar Portanto recomeccedilar

a criar uma cultura de capacitar o pessoal

teacutecnico e manter equipes competentes para

enrentar novos desafios Um bom comeccedilo

eacute ter na equipe teacutecnica pelo menos dois bonsprojetistas com visatildeo aberta para inovaccedilotildees

bull Ter um plano de metas em novas

tecnologias com as prioridades definidas

Manter em curso a cada ano pelo menos

trecircs projetos de novos produtosrdquo Esta eacute a

maneira de criar uma cultura de inovaccedilatildeo na

empresa e manter a chama acesa

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As variaacuteveis de caacutelculo relevantes satildeo as

seguintes (ver Figura 1)

- As dimensotildees do invoacutelucro altura largura

proundidade

- O tipo de instalaccedilatildeo por exemplo no

centro de uma sala ou encostado nas paredesou encostado em paredes e outros paineacuteis

quentes

- O projeto do invoacutelucro com ou sem

aberturas de ventilaccedilatildeo

- O nuacutemero de particcedilotildees horizontais internas

(com uros) por onde o ar ascendente deveraacute

circular do undo para o topo do invoacutelucro

- A dissipaccedilatildeo eetiva de potecircncia nos

componentes internos do invoacutelucro

O meacutetodo vale para invoacutelucros em chapade accedilo chapas de alumiacutenio erro undido

material isolante e outros semelhantes Eacute

aplicaacutevel se estiverem reunidas as seguintes

condiccedilotildees

bull Haacute uma distribuiccedilatildeo aproximadamente

uniorme da dissipaccedilatildeo de potecircncia no

interior do invoacutelucro Esta situaccedilatildeo na vida

real eacute rara mas o meacutetodo ornece bons

resultados a despeito disso

bull As particcedilotildees agem de tal maneira que a

circulaccedilatildeo do ar eacute pouco impedida

bull O equipamento instalado eacute projetado para

corrente alternada ateacute 60 Hz ou contiacutenua de

valores natildeo superiores a 3150 A

bull Os condutores eleacutetricos e peccedilas estruturais

satildeo dispostos de tal modo que as perdas por

correntes de Foucault satildeo insignificantes

Na realidade para correntes acima de 3000

A os eeitos podem ser mais pronunciados

caso sejam utilizados por exemplo emespaccediladores de barramentos materiais como

o accedilo carbono

bull Para invoacutelucros com aberturas de

ventilaccedilatildeo a seccedilatildeo transversal das aberturas

de saiacuteda do ar (topo) eacute de pelo menos 11

vezes a seccedilatildeo transversal das aberturas de

entrada de ar (parte de baixo)

bull Natildeo haacute mais de trecircs particcedilotildees horizontais

na coluna ou seccedilatildeo sob anaacutelise

bull Se o invoacutelucro tem aberturas de ventilaccedilatildeo

a aacuterea de passagem de ar em cada particcedilatildeo

Figura 2 ndash Sequecircncia de caacutelculo da elevaccedilatildeo de temperatura a 50 e 100 da altura do invoacutelucro

Figura 3 ndash Dados de entrada e resultados do meacutetodo

horizontal deve ser no miacutenimo 50 da seccedilatildeo

reta transversal da coluna

O meacutetodo visa determinar a elevaccedilatildeo

de temperatura do ar ao longo da altura da

coluna do involucro com base na elevaccedilatildeo

de temperatura a 50 da altura e em 100

da altura (proacuteximo ao teto) Eacute utilizada aequaccedilatildeo principal mostrada na Figura 2

Os atores K D e P x que multiplicados

orneceratildeo a elevaccedilatildeo de temperatura do

ar interno devido aos watts produzidos

satildeo obtidos a partir dos dados de entrada

mostrados na Figura 3 Entre estes se

destaca o tipo de instalaccedilatildeo mostrado na

parte superior direita da figura Este tipo

depende da localizaccedilatildeo do painel dentro

da sala Por exemplo um painel instalado

sozinho no centro da sala (curva 1) se

aqueceraacute menos que um outro igual poreacutem

instalado encostado nas paredes e tendocomo vizinhos dois outros paineacuteis aquecidos

(curva 4)

O ator B usado para calcular a aacuterea do

involucro eetivamente exposta para eeitos

de dissipaccedilatildeo de calor eacute obtido a partir dos

dados da Figura 4 Note-se que este ator

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Figura 4 ndash Fator b de caacutelculo da aacuterea exposta

Tipo de Instalaccedilatildeo

Face do teto exposta

Superiacutecie do teto coberta

Faces expostas rente traseira lados

Faces laterais cobertas

Faces laterais de invoacutelucro central

Superiacutecie do chatildeo

Fator de superfiacutecie B

14

07

09

05

05

desconsiderada

eacute multiplicado pela aacuterea de cada parede

especiacutefica

A soma das aacutereas de cada parede resulta

na aacuterea eetiva Ae que seraacute utilizada como

dado de entrada em algumas das demais

figuras deste asciacuteculo

O Fator K que aparece na oacutermula eacutecalculado em unccedilatildeo dos valores da aacuterea Ae e

da aacuterea de entrada de ar conorme mostrado

na Figura 5

A determinaccedilatildeo da temperatura no topo

do involucro eacute eita utilizando-se um ator de

distribuiccedilatildeo C como nas Figuras 6 e 7 Este

ator depende de haver ou natildeo aberturas de

ventilaccedilatildeo

O ator D que aparece na ormula eacute

obtido atraveacutes dos dados da Tabela 1 em

unccedilatildeo do nuacutemero de particcedilotildees horizontaisComo eacute de se esperar quanto maior o

nuacutemero de particcedilotildees mais diiacutecil eacute para o

ar circular e portanto maior eacute o valor de

D e consequentemente da elevaccedilatildeo de

temperatura

Os valores de P e x que aparecem na

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Figura 6 ndash Fator C para distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo ao longo da altura sem aberturas de ventilaccedilatildeo

Figura 7 ndash Fator C para distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo ao longo da altura com Ae gt 125 m2 e aberturas

de ventilaccedilatildeo

ormula geral da Figura 2 satildeo a potecircncia

dissipada total que haacute dentro do invoacutelucro

e o ator empiacuterico X mostrado na coluna

da direita da Figura 2 O valor da potecircnciadissipada deve ser avaliado considerando

todas as cargas teacutermicas no interior

do invoacutelucro tais como resistores de

aquecimento disjuntores e chaves perdas

nos barramentos watts gerados por induccedilatildeo

e magneacutetica etc

C983151983149983141983150983156983265983154983145983151983155 983142983145983150983137983145983155

Na primeira vez que examinei e tentei

utilizar o meacutetodo da IEC 60890 haacute alguns

anos imaginei que por sua simplicidade soacute

Sem aberturas de ventilaccedilatildeo

A e gt 125 m2

Com aberturas de ventilaccedilatildeo

A e gt 125 m2

Particcedilotildees = 1

100

103

Particcedilotildees = 2

105

105

Particcedilotildees = 3

115

110

Particcedilotildees = 4

130

115

T ABELA 1 - F ATOR D

pudesse ser aplicado em situaccedilotildees muito

proacuteximas das descritas nas ldquocondiccedilotildees de

validaderdquo Entretanto agrave medida que ui

utilizando-o em vaacuterios e vaacuterios projetos

executados para abricantes de paineacuteis e

barramentos blindados percebi como os

resultados calculados se aproximam muitodos valores medidos em ensaios em quase

todas as situaccedilotildees

Embora este meacutetodo empiacuterico seja

simples pela acilidade de uso atraacutes dele haacute

a contribuiccedilatildeo dos principais abricantes

mundiais de paineacuteis de baixa tensatildeo Satildeo

eles que atuam nos grupos de trabalho da

IEC que prepararam este documento Tenho

atuado ao longo dos anos em alguns grupos

de tralho da IEC como o que atualmente

estaacute preparando a nova IEC 62271-307 Asdiscussotildees teacutecnicas satildeo muito ricas

A utilizaccedilatildeo deste meacutetodo de caacutelculo das

temperaturas do fluido viabilizou no sofware

SwitchgearDesign substituir caacutelculos pesados

de dinacircmica computacional dos fluidos

(CFD) por algumas poucas e simples linhas

de coacutedigo computacional Isto pode ser

percebido nos casos validados detalhados

no link mostrado mais acima neste texto Os

sofwares CFD satildeo poderosos porem muito

mais diiacuteceis de comprar utilizar e modelar

Aleacutem disso necessitam de um treinamento

do projetista muito mais longo E aiacute chega

o problema pois a grande maioria dos

abricantes brasileiros simplesmente parou

de investir em treinamento e capacitaccedilatildeo de

pessoal nos uacuteltimos anos Terceirizaram as

atividades de desenvolvimentos de engenharia

e este eacute um erro estrateacutegico Eacute exatamente o

contraacuterio do que azem os asiaacuteticos e alguns

outros paiacuteses inclusive na Ameacuterica do Sulcomo a Colocircmbia e o Chile

Vejo muitos brasileiros comentando

de modo depreciativo que os chineses

conseguem produzir e vender muito porque

sua matildeo de obra eacute muito barata Este eacute um

erro grosseiro de avaliaccedilatildeo Foi assim no

passado mas os chineses e outros asiaacuteticos

passaram a investir bastante em capacitaccedilatildeo e

hoje abricam em seus paiacuteses quase todos os

produtos que se possa imaginar A tiacutetulo de

exemplo se uma empresa quisesse comprar

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Duacutevidas sugestotildees e comentaacuterios podem ser

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Sergio Feitoza Costa eacute engenheiroeletricista com mestrado em sistemas

de potecircncia Eacute diretor da CognitorConsultoria PampD e Treinamento

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equipamentos para montar um grande

laboratoacuterio de ensaios de alta tensatildeo ou de

alta potecircncia poderia comprar todos os itens

na China Entretanto aqui no Brasil natildeo se

poderia comprar nenhum dos equipamentos

pois nenhum abricante os desenvolveu

Poderiacuteamos ateacute preerir comprar de umabricante mais tradicional na Europa ou

Ameacuterica do Norte poreacutem o ato eacute que seria

possiacutevel comprar qualquer um deles na China

Se extrapolarmos este raciociacutenio para trens

modernos barcas de transporte de massa

navios e outros itens veremos como no Brasil

pensamos curto e estamos desatualizados Na

questatildeo dos desenvolvimentos tecnoloacutegicos

estamos perdendo de mais de 7 a 1 nos

uacuteltimos 15 anos

Repetindo parte do que escrevi noasciacuteculo anterior (novas tecnologias)

passamos por um momento em que as

induacutestrias do setor eleacutetrico brasileiro estatildeo

perdendo em competitividade A culpa natildeo eacute

soacute dos procedimentos impostos e burocracia

excessivos que emperram a induacutestria eleacutetrica

e satildeo mantidos por governos e instituiccedilotildees

que pensam apenas em se manter no poder

e natildeo tecircm nenhuma visatildeo ou interesse no

que aconteceraacute com o Paiacutes no meacutedio ou

longo prazos A culpa tambeacutem eacute nossa por

assistirmos a tudo passivamente

A maior parte de nossa induacutestriaeleacutetrica que avanccedilava muito bem nas

deacutecadas de 1980 e 1990 parece que perdeu

o oco Com exceccedilatildeo de uma ou duas regiotildees

do Brasil onde se percebe que haacute iniciativas

de planejamento e de motivaccedilatildeo do setor

industrial paramos no tempo

Para os meacutedios e pequenos abricantes

da induacutestria eleacutetrica que me procuram para

aconselhamentos costumo sugerir algumas

accedilotildees como

bull Focar em produzir e vender 60 para o

mercado externo e 40 no mercado interno

brasileiro

bull Competir no mercado externo eacute mais

diiacutecil no primeiro momento mas muito

compensador depois Quem compete

bem laacute ora com muito mais acilidade

poderaacute vender aqui quando a situaccedilatildeo

brasileira melhorar Portanto recomeccedilar

a criar uma cultura de capacitar o pessoal

teacutecnico e manter equipes competentes para

enrentar novos desafios Um bom comeccedilo

eacute ter na equipe teacutecnica pelo menos dois bonsprojetistas com visatildeo aberta para inovaccedilotildees

bull Ter um plano de metas em novas

tecnologias com as prioridades definidas

Manter em curso a cada ano pelo menos

trecircs projetos de novos produtosrdquo Esta eacute a

maneira de criar uma cultura de inovaccedilatildeo na

empresa e manter a chama acesa

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Apoio

Figura 5 ndash Fator K para Aegt 125 m2

Figura 4 ndash Fator b de caacutelculo da aacuterea exposta

Tipo de Instalaccedilatildeo

Face do teto exposta

Superiacutecie do teto coberta

Faces expostas rente traseira lados

Faces laterais cobertas

Faces laterais de invoacutelucro central

Superiacutecie do chatildeo

Fator de superfiacutecie B

14

07

09

05

05

desconsiderada

eacute multiplicado pela aacuterea de cada parede

especiacutefica

A soma das aacutereas de cada parede resulta

na aacuterea eetiva Ae que seraacute utilizada como

dado de entrada em algumas das demais

figuras deste asciacuteculo

O Fator K que aparece na oacutermula eacutecalculado em unccedilatildeo dos valores da aacuterea Ae e

da aacuterea de entrada de ar conorme mostrado

na Figura 5

A determinaccedilatildeo da temperatura no topo

do involucro eacute eita utilizando-se um ator de

distribuiccedilatildeo C como nas Figuras 6 e 7 Este

ator depende de haver ou natildeo aberturas de

ventilaccedilatildeo

O ator D que aparece na ormula eacute

obtido atraveacutes dos dados da Tabela 1 em

unccedilatildeo do nuacutemero de particcedilotildees horizontaisComo eacute de se esperar quanto maior o

nuacutemero de particcedilotildees mais diiacutecil eacute para o

ar circular e portanto maior eacute o valor de

D e consequentemente da elevaccedilatildeo de

temperatura

Os valores de P e x que aparecem na

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Apoio

Equipamentosparasubestaccedilotildee

sde

TampD

Figura 6 ndash Fator C para distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo ao longo da altura sem aberturas de ventilaccedilatildeo

Figura 7 ndash Fator C para distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo ao longo da altura com Ae gt 125 m2 e aberturas

de ventilaccedilatildeo

ormula geral da Figura 2 satildeo a potecircncia

dissipada total que haacute dentro do invoacutelucro

e o ator empiacuterico X mostrado na coluna

da direita da Figura 2 O valor da potecircnciadissipada deve ser avaliado considerando

todas as cargas teacutermicas no interior

do invoacutelucro tais como resistores de

aquecimento disjuntores e chaves perdas

nos barramentos watts gerados por induccedilatildeo

e magneacutetica etc

C983151983149983141983150983156983265983154983145983151983155 983142983145983150983137983145983155

Na primeira vez que examinei e tentei

utilizar o meacutetodo da IEC 60890 haacute alguns

anos imaginei que por sua simplicidade soacute

Sem aberturas de ventilaccedilatildeo

A e gt 125 m2

Com aberturas de ventilaccedilatildeo

A e gt 125 m2

Particcedilotildees = 1

100

103

Particcedilotildees = 2

105

105

Particcedilotildees = 3

115

110

Particcedilotildees = 4

130

115

T ABELA 1 - F ATOR D

pudesse ser aplicado em situaccedilotildees muito

proacuteximas das descritas nas ldquocondiccedilotildees de

validaderdquo Entretanto agrave medida que ui

utilizando-o em vaacuterios e vaacuterios projetos

executados para abricantes de paineacuteis e

barramentos blindados percebi como os

resultados calculados se aproximam muitodos valores medidos em ensaios em quase

todas as situaccedilotildees

Embora este meacutetodo empiacuterico seja

simples pela acilidade de uso atraacutes dele haacute

a contribuiccedilatildeo dos principais abricantes

mundiais de paineacuteis de baixa tensatildeo Satildeo

eles que atuam nos grupos de trabalho da

IEC que prepararam este documento Tenho

atuado ao longo dos anos em alguns grupos

de tralho da IEC como o que atualmente

estaacute preparando a nova IEC 62271-307 Asdiscussotildees teacutecnicas satildeo muito ricas

A utilizaccedilatildeo deste meacutetodo de caacutelculo das

temperaturas do fluido viabilizou no sofware

SwitchgearDesign substituir caacutelculos pesados

de dinacircmica computacional dos fluidos

(CFD) por algumas poucas e simples linhas

de coacutedigo computacional Isto pode ser

percebido nos casos validados detalhados

no link mostrado mais acima neste texto Os

sofwares CFD satildeo poderosos porem muito

mais diiacuteceis de comprar utilizar e modelar

Aleacutem disso necessitam de um treinamento

do projetista muito mais longo E aiacute chega

o problema pois a grande maioria dos

abricantes brasileiros simplesmente parou

de investir em treinamento e capacitaccedilatildeo de

pessoal nos uacuteltimos anos Terceirizaram as

atividades de desenvolvimentos de engenharia

e este eacute um erro estrateacutegico Eacute exatamente o

contraacuterio do que azem os asiaacuteticos e alguns

outros paiacuteses inclusive na Ameacuterica do Sulcomo a Colocircmbia e o Chile

Vejo muitos brasileiros comentando

de modo depreciativo que os chineses

conseguem produzir e vender muito porque

sua matildeo de obra eacute muito barata Este eacute um

erro grosseiro de avaliaccedilatildeo Foi assim no

passado mas os chineses e outros asiaacuteticos

passaram a investir bastante em capacitaccedilatildeo e

hoje abricam em seus paiacuteses quase todos os

produtos que se possa imaginar A tiacutetulo de

exemplo se uma empresa quisesse comprar

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CONTINUA NA PROacuteXIMA EDICcedilAtildeO

Acompanhe todos os artigos deste fasciacuteculo em

wwwosetoreletricocombr

Duacutevidas sugestotildees e comentaacuterios podem ser

encaminhados para

redacaoatitudeeditorialcombr

Sergio Feitoza Costa eacute engenheiroeletricista com mestrado em sistemas

de potecircncia Eacute diretor da CognitorConsultoria PampD e Treinamento

sergiofeitozacognitorcombrwwwcognitorcombr

equipamentos para montar um grande

laboratoacuterio de ensaios de alta tensatildeo ou de

alta potecircncia poderia comprar todos os itens

na China Entretanto aqui no Brasil natildeo se

poderia comprar nenhum dos equipamentos

pois nenhum abricante os desenvolveu

Poderiacuteamos ateacute preerir comprar de umabricante mais tradicional na Europa ou

Ameacuterica do Norte poreacutem o ato eacute que seria

possiacutevel comprar qualquer um deles na China

Se extrapolarmos este raciociacutenio para trens

modernos barcas de transporte de massa

navios e outros itens veremos como no Brasil

pensamos curto e estamos desatualizados Na

questatildeo dos desenvolvimentos tecnoloacutegicos

estamos perdendo de mais de 7 a 1 nos

uacuteltimos 15 anos

Repetindo parte do que escrevi noasciacuteculo anterior (novas tecnologias)

passamos por um momento em que as

induacutestrias do setor eleacutetrico brasileiro estatildeo

perdendo em competitividade A culpa natildeo eacute

soacute dos procedimentos impostos e burocracia

excessivos que emperram a induacutestria eleacutetrica

e satildeo mantidos por governos e instituiccedilotildees

que pensam apenas em se manter no poder

e natildeo tecircm nenhuma visatildeo ou interesse no

que aconteceraacute com o Paiacutes no meacutedio ou

longo prazos A culpa tambeacutem eacute nossa por

assistirmos a tudo passivamente

A maior parte de nossa induacutestriaeleacutetrica que avanccedilava muito bem nas

deacutecadas de 1980 e 1990 parece que perdeu

o oco Com exceccedilatildeo de uma ou duas regiotildees

do Brasil onde se percebe que haacute iniciativas

de planejamento e de motivaccedilatildeo do setor

industrial paramos no tempo

Para os meacutedios e pequenos abricantes

da induacutestria eleacutetrica que me procuram para

aconselhamentos costumo sugerir algumas

accedilotildees como

bull Focar em produzir e vender 60 para o

mercado externo e 40 no mercado interno

brasileiro

bull Competir no mercado externo eacute mais

diiacutecil no primeiro momento mas muito

compensador depois Quem compete

bem laacute ora com muito mais acilidade

poderaacute vender aqui quando a situaccedilatildeo

brasileira melhorar Portanto recomeccedilar

a criar uma cultura de capacitar o pessoal

teacutecnico e manter equipes competentes para

enrentar novos desafios Um bom comeccedilo

eacute ter na equipe teacutecnica pelo menos dois bonsprojetistas com visatildeo aberta para inovaccedilotildees

bull Ter um plano de metas em novas

tecnologias com as prioridades definidas

Manter em curso a cada ano pelo menos

trecircs projetos de novos produtosrdquo Esta eacute a

maneira de criar uma cultura de inovaccedilatildeo na

empresa e manter a chama acesa

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Figura 7 ndash Fator C para distribuiccedilatildeo da elevaccedilatildeo ao longo da altura com Ae gt 125 m2 e aberturas

de ventilaccedilatildeo

ormula geral da Figura 2 satildeo a potecircncia

dissipada total que haacute dentro do invoacutelucro

e o ator empiacuterico X mostrado na coluna

da direita da Figura 2 O valor da potecircnciadissipada deve ser avaliado considerando

todas as cargas teacutermicas no interior

do invoacutelucro tais como resistores de

aquecimento disjuntores e chaves perdas

nos barramentos watts gerados por induccedilatildeo

e magneacutetica etc

C983151983149983141983150983156983265983154983145983151983155 983142983145983150983137983145983155

Na primeira vez que examinei e tentei

utilizar o meacutetodo da IEC 60890 haacute alguns

anos imaginei que por sua simplicidade soacute

Sem aberturas de ventilaccedilatildeo

A e gt 125 m2

Com aberturas de ventilaccedilatildeo

A e gt 125 m2

Particcedilotildees = 1

100

103

Particcedilotildees = 2

105

105

Particcedilotildees = 3

115

110

Particcedilotildees = 4

130

115

T ABELA 1 - F ATOR D

pudesse ser aplicado em situaccedilotildees muito

proacuteximas das descritas nas ldquocondiccedilotildees de

validaderdquo Entretanto agrave medida que ui

utilizando-o em vaacuterios e vaacuterios projetos

executados para abricantes de paineacuteis e

barramentos blindados percebi como os

resultados calculados se aproximam muitodos valores medidos em ensaios em quase

todas as situaccedilotildees

Embora este meacutetodo empiacuterico seja

simples pela acilidade de uso atraacutes dele haacute

a contribuiccedilatildeo dos principais abricantes

mundiais de paineacuteis de baixa tensatildeo Satildeo

eles que atuam nos grupos de trabalho da

IEC que prepararam este documento Tenho

atuado ao longo dos anos em alguns grupos

de tralho da IEC como o que atualmente

estaacute preparando a nova IEC 62271-307 Asdiscussotildees teacutecnicas satildeo muito ricas

A utilizaccedilatildeo deste meacutetodo de caacutelculo das

temperaturas do fluido viabilizou no sofware

SwitchgearDesign substituir caacutelculos pesados

de dinacircmica computacional dos fluidos

(CFD) por algumas poucas e simples linhas

de coacutedigo computacional Isto pode ser

percebido nos casos validados detalhados

no link mostrado mais acima neste texto Os

sofwares CFD satildeo poderosos porem muito

mais diiacuteceis de comprar utilizar e modelar

Aleacutem disso necessitam de um treinamento

do projetista muito mais longo E aiacute chega

o problema pois a grande maioria dos

abricantes brasileiros simplesmente parou

de investir em treinamento e capacitaccedilatildeo de

pessoal nos uacuteltimos anos Terceirizaram as

atividades de desenvolvimentos de engenharia

e este eacute um erro estrateacutegico Eacute exatamente o

contraacuterio do que azem os asiaacuteticos e alguns

outros paiacuteses inclusive na Ameacuterica do Sulcomo a Colocircmbia e o Chile

Vejo muitos brasileiros comentando

de modo depreciativo que os chineses

conseguem produzir e vender muito porque

sua matildeo de obra eacute muito barata Este eacute um

erro grosseiro de avaliaccedilatildeo Foi assim no

passado mas os chineses e outros asiaacuteticos

passaram a investir bastante em capacitaccedilatildeo e

hoje abricam em seus paiacuteses quase todos os

produtos que se possa imaginar A tiacutetulo de

exemplo se uma empresa quisesse comprar

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alta potecircncia poderia comprar todos os itens

na China Entretanto aqui no Brasil natildeo se

poderia comprar nenhum dos equipamentos

pois nenhum abricante os desenvolveu

Poderiacuteamos ateacute preerir comprar de umabricante mais tradicional na Europa ou

Ameacuterica do Norte poreacutem o ato eacute que seria

possiacutevel comprar qualquer um deles na China

Se extrapolarmos este raciociacutenio para trens

modernos barcas de transporte de massa

navios e outros itens veremos como no Brasil

pensamos curto e estamos desatualizados Na

questatildeo dos desenvolvimentos tecnoloacutegicos

estamos perdendo de mais de 7 a 1 nos

uacuteltimos 15 anos

Repetindo parte do que escrevi noasciacuteculo anterior (novas tecnologias)

passamos por um momento em que as

induacutestrias do setor eleacutetrico brasileiro estatildeo

perdendo em competitividade A culpa natildeo eacute

soacute dos procedimentos impostos e burocracia

excessivos que emperram a induacutestria eleacutetrica

e satildeo mantidos por governos e instituiccedilotildees

que pensam apenas em se manter no poder

e natildeo tecircm nenhuma visatildeo ou interesse no

que aconteceraacute com o Paiacutes no meacutedio ou

longo prazos A culpa tambeacutem eacute nossa por

assistirmos a tudo passivamente

A maior parte de nossa induacutestriaeleacutetrica que avanccedilava muito bem nas

deacutecadas de 1980 e 1990 parece que perdeu

o oco Com exceccedilatildeo de uma ou duas regiotildees

do Brasil onde se percebe que haacute iniciativas

de planejamento e de motivaccedilatildeo do setor

industrial paramos no tempo

Para os meacutedios e pequenos abricantes

da induacutestria eleacutetrica que me procuram para

aconselhamentos costumo sugerir algumas

accedilotildees como

bull Focar em produzir e vender 60 para o

mercado externo e 40 no mercado interno

brasileiro

bull Competir no mercado externo eacute mais

diiacutecil no primeiro momento mas muito

compensador depois Quem compete

bem laacute ora com muito mais acilidade

poderaacute vender aqui quando a situaccedilatildeo

brasileira melhorar Portanto recomeccedilar

a criar uma cultura de capacitar o pessoal

teacutecnico e manter equipes competentes para

enrentar novos desafios Um bom comeccedilo

eacute ter na equipe teacutecnica pelo menos dois bonsprojetistas com visatildeo aberta para inovaccedilotildees

bull Ter um plano de metas em novas

tecnologias com as prioridades definidas

Manter em curso a cada ano pelo menos

trecircs projetos de novos produtosrdquo Esta eacute a

maneira de criar uma cultura de inovaccedilatildeo na

empresa e manter a chama acesa

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equipamentos para montar um grande

laboratoacuterio de ensaios de alta tensatildeo ou de

alta potecircncia poderia comprar todos os itens

na China Entretanto aqui no Brasil natildeo se

poderia comprar nenhum dos equipamentos

pois nenhum abricante os desenvolveu

Poderiacuteamos ateacute preerir comprar de umabricante mais tradicional na Europa ou

Ameacuterica do Norte poreacutem o ato eacute que seria

possiacutevel comprar qualquer um deles na China

Se extrapolarmos este raciociacutenio para trens

modernos barcas de transporte de massa

navios e outros itens veremos como no Brasil

pensamos curto e estamos desatualizados Na

questatildeo dos desenvolvimentos tecnoloacutegicos

estamos perdendo de mais de 7 a 1 nos

uacuteltimos 15 anos

Repetindo parte do que escrevi noasciacuteculo anterior (novas tecnologias)

passamos por um momento em que as

induacutestrias do setor eleacutetrico brasileiro estatildeo

perdendo em competitividade A culpa natildeo eacute

soacute dos procedimentos impostos e burocracia

excessivos que emperram a induacutestria eleacutetrica

e satildeo mantidos por governos e instituiccedilotildees

que pensam apenas em se manter no poder

e natildeo tecircm nenhuma visatildeo ou interesse no

que aconteceraacute com o Paiacutes no meacutedio ou

longo prazos A culpa tambeacutem eacute nossa por

assistirmos a tudo passivamente

A maior parte de nossa induacutestriaeleacutetrica que avanccedilava muito bem nas

deacutecadas de 1980 e 1990 parece que perdeu

o oco Com exceccedilatildeo de uma ou duas regiotildees

do Brasil onde se percebe que haacute iniciativas

de planejamento e de motivaccedilatildeo do setor

industrial paramos no tempo

Para os meacutedios e pequenos abricantes

da induacutestria eleacutetrica que me procuram para

aconselhamentos costumo sugerir algumas

accedilotildees como

bull Focar em produzir e vender 60 para o

mercado externo e 40 no mercado interno

brasileiro

bull Competir no mercado externo eacute mais

diiacutecil no primeiro momento mas muito

compensador depois Quem compete

bem laacute ora com muito mais acilidade

poderaacute vender aqui quando a situaccedilatildeo

brasileira melhorar Portanto recomeccedilar

a criar uma cultura de capacitar o pessoal

teacutecnico e manter equipes competentes para

enrentar novos desafios Um bom comeccedilo

eacute ter na equipe teacutecnica pelo menos dois bonsprojetistas com visatildeo aberta para inovaccedilotildees

bull Ter um plano de metas em novas

tecnologias com as prioridades definidas

Manter em curso a cada ano pelo menos

trecircs projetos de novos produtosrdquo Esta eacute a

maneira de criar uma cultura de inovaccedilatildeo na

empresa e manter a chama acesa