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14/05/2018 Edição 2064 Sindicato dos Metalúrgicos de Ouro Branco, Congonhas, Jeceaba e Base Sede Ouro Branco: Av: Patriótica, 1080 - Bairro Siderurgia ZAP: (31) 98733-0616 Fixo: (31) 3741-2019 Celulares: (31) 98524-4816 /4817/4819 Presidente: Raimundo Nonato Roque de Carvalho ([email protected]) Assessora de Imprensa: Ariana V. dos Santos ([email protected]) Tiragem: 6000 exemplares Gráfica Pontual: (31) 3741-3291 AUDITORES FISCAIS INTERDITAM ÁREAS NA GERDAU OURO BRANCO REFORMA TRABALHISTA: O PIOR AINDA ESTÁ POR VIR Precarização do trabalho, salários menores, insegurança e até doenças psicossociais. Em entrevista à Fórum, o diretor técnico do Dieese explicou como a reforma trabalhista começará a dar seus sinais em um futuro já certo de profundas transformações no mundo do trabalho O golpe que culminou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff não veio à toa. Ele foi articulado entre setores das elites brasileiras e um deles, o empresarial, exigiu uma “flexibilização” das leis do trabalho e Michel Temer, assim que assumiu a presidência, colocou o assunto em discussão. Maquiando com adjetivos como “modernização” da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e prometendo que a medida geraria mais empregos, o emedebista encabeçou a pauta no Congresso e, finalmente, sancionou a reforma trabalhista em novembro do ano passado. Elogiada por empresários e criticada por trabalhadores, sindicalistas e especialistas em direito do trabalho, a reforma trabalhista promove um verdadeiro desmonte na legislação que garantia o mínimo de segurança, salubridade e estabilidade ao trabalhador. A nova legislação atende às demandas do mercado, que queria poder demitir sem ter que gastar uma fortuna, contratar sem ter que pagar férias de forma integral ou até mesmo diminuir o papel do sindicato nas negociações trabalhistas. Entre as mudanças, a reforma libera a terceirização para qualquer ramo de atividade; cria o trabalho intermitente, que permite a contratação de funcionários sem horários fixos de trabalho, ganhando de acordo com o tempo que trabalharem; permite que o horário de almoço seja reduzido para 30 minutos; autoriza a divisão das férias em três períodos e os acordos individuais entre patrão e empregado passam a valer mais do que as convenções e os acordos coletivos da categoria. Como logo após a sanção ficaram vários pontos da nova legislação sem definição, Michel Temer assinou a Medida Provisória 808/17, que tinha como intuito regulamentar pontos controversos da reforma. Esta era uma oportunidade de “suavizar” de alguma maneira o impacto da medida, mas, na segunda-feira (23), a MP perdeu a validade, isto é, “caducou”, e agora a reforma aprovada pelo Congresso no ano passado volta a valer integralmente, incluindo os pontos polêmicos como o que permite que grávidas trabalhem em locais insalubres. Companheiros, Como é do conhecimento de todos, uma equipe de Auditores Fiscais realizaram vistoria na Gerdau Ouro Branco para verificar as condições dos equipamentos da empresa, terminando por interditar algumas áreas como uma caldeira na central térmica no carboquímico óleo leve e usina de alcatrão. A versão apresentada pela empresa em seu comunicado interno foi informar aos trabalhadores que os equipamentos estão em condições normais de operação, os problemas detectados pela auditoria eram referentes a documentações. O Sindicato imediatamente solicitou uma reunião com a empresa, para tratarmos sobre o assunto. O nosso Sindicato vem acompanhando essa situação, inclusive participando de reunião na Gerência Regional do Trabalho. Também fizemos contato com o chefe dos Auditores Fiscais do Estado de Minas Gerais, oportunidade em que os mesmos confirmaram a interdição das áreas na empresa Gerdau Ouro Branco. Entendemos que a força que a liminar tem para liberar a operação na área é imensa, porém, os riscos levantados pelos auditores são graves e essa liminar não elimina esses riscos. Pedimos aos trabalhadores envolvidos nestas áreas para que entrem em contato com o nosso Sindicato, denunciando situações irregulares, pois, a única preocupação do Sindicato é com a saúde e a segurança dos trabalhadores. Por esta razão, é muito importante que os trabalhadores fiquem atentos e denunciem ao Sindicato qualquer condição insegura.

Edição 2064 AUDITORES FISCAIS INTERDITAM ÁREAS NA ... · Em entrevista à Fórum, ... trabalhista promove um verdadeiro desmonte na legislação que garantia o ... que queria poder

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Page 1: Edição 2064 AUDITORES FISCAIS INTERDITAM ÁREAS NA ... · Em entrevista à Fórum, ... trabalhista promove um verdadeiro desmonte na legislação que garantia o ... que queria poder

14/05/2018

Edição 2064

Sindicato dos Metalúrgicosde Ouro Branco, Congonhas, Jeceaba e Base

Sede Ouro Branco: Av: Patriótica, 1080 - Bairro SiderurgiaZAP: (31) 98733-0616 Fixo: (31) 3741-2019

Celulares: (31) 98524-4816 /4817/4819

Presidente: Raimundo Nonato Roque de Carvalho([email protected])

Assessora de Imprensa: Ariana V. dos Santos([email protected])

Tiragem: 6000 exemplaresGráfica Pontual: (31) 3741-3291

AUDITORES FISCAIS INTERDITAM ÁREAS NA GERDAU OURO BRANCO

REFORMA TRABALHISTA: O PIOR AINDA ESTÁ POR VIRPrecarização do trabalho, salários menores, insegurança e até doenças psicossociais. Em entrevista à Fórum, o diretor

técnico do Dieese explicou como a reforma trabalhista começará a dar seus sinais em um futuro já certo de profundas transformações no mundo do trabalho

O golpe que culminou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff não veio à toa. Ele foi articulado entre setores das elites brasileiras e um deles, o empresarial, exigiu uma “flexibilização” das leis do trabalho e Michel Temer, assim que assumiu a presidência, colocou o assunto em discussão. Maquiando com adjetivos como “modernização” da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e prometendo que a medida geraria mais empregos, o emedebista encabeçou a pauta no Congresso e, finalmente, sancionou a reforma trabalhista em novembro do ano passado.

Elogiada por empresários e criticada por trabalhadores, sindicalistas e especialistas em direito do trabalho, a reforma trabalhista promove um verdadeiro desmonte na legislação que garantia o mínimo de segurança, salubridade e estabilidade ao trabalhador. A nova legislação atende às demandas do mercado, que queria poder demitir sem ter que gastar uma fortuna, contratar sem ter que pagar férias de forma integral ou até mesmo diminuir o papel do sindicato nas negociações trabalhistas.

Entre as mudanças, a reforma libera a terceirização para qualquer ramo de atividade; cria o trabalho intermitente, que permite a contratação de funcionários sem horários fixos de trabalho, ganhando de acordo com o tempo que trabalharem; permite que o horário de almoço seja reduzido para 30 minutos; autoriza a divisão das férias em três períodos e os acordos individuais entre patrão e empregado passam a valer mais do que as convenções e os acordos coletivos da categoria.

Como logo após a sanção ficaram vários pontos da nova legislação sem definição, Michel Temer assinou a Medida Provisória 808/17, que tinha como intuito regulamentar pontos controversos da reforma. Esta era uma oportunidade de “suavizar” de alguma maneira o impacto da medida, mas, na segunda-feira (23), a MP perdeu a validade, isto é, “caducou”, e agora a reforma aprovada pelo Congresso no ano passado volta a valer integralmente, incluindo os pontos polêmicos como o que permite que grávidas trabalhem em locais insalubres.

Companheiros,Como é do conhecimento de todos, uma equipe de Auditores Fiscais realizaram vistoria na Gerdau Ouro

Branco para verificar as condições dos equipamentos da empresa, terminando por interditar algumas áreas como uma caldeira na central térmica no carboquímico óleo leve e usina de alcatrão.

A versão apresentada pela empresa em seu comunicado interno foi informar aos trabalhadores que os equipamentos estão em condições normais de operação, os problemas detectados pela auditoria eram referentes a documentações.

O Sindicato imediatamente solicitou uma reunião com a empresa, para tratarmos sobre o assunto.O nosso Sindicato vem acompanhando essa situação, inclusive participando de reunião na Gerência Regional

do Trabalho. Também fizemos contato com o chefe dos Auditores Fiscais do Estado de Minas Gerais, oportunidade em que os mesmos confirmaram a interdição das áreas na empresa Gerdau Ouro Branco.

Entendemos que a força que a liminar tem para liberar a operação na área é imensa, porém, os riscos levantados pelos auditores são graves e essa liminar não elimina esses riscos.

Pedimos aos trabalhadores envolvidos nestas áreas para que entrem em contato com o nosso Sindicato, denunciando situações irregulares, pois, a única preocupação do Sindicato é com a saúde e a segurança dos trabalhadores.

Por esta razão, é muito importante que os trabalhadores fiquem atentos e denunciem ao Sindicato qualquer condição insegura.

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O governo federal convocou 59.118 segurados que recebem o auxílio-doença para a revisão de benefícios por incapacidade do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A lista com o nome dos convocados foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) do dia 30 de abril.

Foram chamados os beneficiários não encontrados por alguma inconsistência no endereço e quem recebeu a carta, mas não agendou a perícia no prazo determinado. Quem teve o nome publicado no DOU tem 15 dias corridos para tomar ciência da publicação e mais 5 dias para agendar a perícia pelo telefone 135. Ou seja, o prazo para o agendamento se encerra no dia 21 de maio de 2018.

Caso a perícia não seja agendada, o pagamento ficará suspenso até o convocado regularizar sua situação. A partir da suspensão, o beneficiário tem até 60 dias para marcar o exame. Se não procurar o INSS nesse prazo, o benefício será cessado.

Governo convoca 59 mil segurados para revisão de

benefícios do INSS

ASSEMBLEIAEdital de Convocação

CMI Brasil Serviços de Manutenção de Equipamentos Industriais Ltda

Data: 16 de Maio (quarta-feira)Local: Sede do SindicatoHorário: 17:30 horas, em primeira convocação, se obtido o quorum legal e, às 18:00 horas, em segunda convocação, com qualquer número de presentes.Pauta:Discussão, aprovação ou rejeição da Contraproposta da empresa para celebração do Acordo Coletivo de Trabalho 2018/2019.

Danos morais: anotação de licença médica na CTPS é abusiva e prejudicial ao empregado

A 8ª Turma do TRT-MG condenou uma empresa a pagar a um empregado indenização por danos morais por ter anotado na CTPS dele os dias em que o empregado esteve em licença médica. Acolhendo o voto da Relatora, a Turma entendeu que a anotação era descabida e desnecessária, servindo apenas para revelar a fragilidade da saúde do reclamante e para lhe trazer dificuldades na obtenção de um novo emprego.

A decisão se baseou nos artigos 186, 187 e 927 do Código Civil (aplicáveis no âmbito do Direito do Trabalho, por força do art. 8º da CLT), que autorizam a responsabilidade civil do empregador por danos causados ao empregado. “O dano moral se traduz em lesão que sofre um indivíduo em sua intimidade, sua imagem, sua honra, sua dignidade, em suma: em seus valores morais. E, para o direito de reparação, é imprescindível haver dano, ação ou omissão, dolo ou culpa, e finalmente, a relação de causalidade entre ambos”, registrou a Relatora.

Ela lembrou que o parágrafo 4º do artigo 29 da CLT estabelece que “é vedado ao empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta do empregado em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social.” E, segundo a Juíza convocada, foi exatamente isso o que fez a ré, já que a anotação de licenças médicas na CTPS do empregado, além de completamente desnecessária, pode lhe causar futuras dificuldades de reinserção no mercado de trabalho, com obtenção de novo emprego, uma vez que o afastamento é contrário aos interesses do empregador. “As anotações de fruição de licença por atestado médico apostas na CTPS do reclamante maculam sua imagem frente a possíveis novos empregadores, ensejando reparação civil por danos morais”, pontuou.

Para reforçar a decisão, a Relatora citou julgados do TST no mesmo sentido de seu entendimento (RR-380- 90.2016.5.19.0007, Data de Julgamento: 20/09/2017, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/09/2017; RR-1006-78.2012.5.05.0027, Data de Julgamento: 28/06/2017, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 03/07/2017).