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TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO 1 TRIBUNA DO DIREITO ANO 16 - Nº 183 JULHO DE 2008 R$ 7,00 Í n d i c e AASP 4 À Margem da Lei 29 Comunicações 24 Cruzadas 31 Cursos/Palestras/Seminários 22 Da Redação 3 Direito Civil 8 Direito de Família 7 Direito Imobiliário 6 Direito Penal 12 Dos Leitores 3, 22 e 24 Ementas 28 Gente do Direito 13 Hic et Nunc 14 In Memoriam 14 Lazer 29 a 31 Legislação 18 Notas 5 Paulo Bomfim 31 Penhora 19 Poesias 31 Seguros 10 e 19 STJ 23 e 24 Trabalho 25 a 27 Mais os Cadernos de “Exame de Ordem”, “Livros” e “Jurisprudência”. A vaga da Advocacia no STJ deve sair este mês Página 23 15 ANOS A disputa pelos cartórios MAÍRA ROCHA MACHADO E A LAVAGEM DE DINHEIRO Caderno de Livros Bacharéis criticam “decoreba” na segunda fase do 135º Exame de Ordem Caderno Exame de Ordem Pesquisa da AMB mostra o conhecimento sobre o Judiciário e a Justiça Página 17 Ética: julgamento de recurso ficou para o dia 11 de agosto Página 11 U m projeto de lei pretende reti- rar do Poder Ju- diciário o contro- le sobre os cartó- rios de registro civis de pessoas físicas e jurídi- cas, de imóveis, de notas e de protestos. Pelo pro- jeto, tanto os concursos como as nomeações de titulares de cartórios passariam para a com- petência dos Estados. Mas, o Conselho Nacio- nal de Justiça é contra, alegando ser “inconstitu- cional” e contrário ao “in- teresse público”. Para os defensores da proposta, ela corrige um “equívoco” de mais de 20 anos, quando a Constituição foi promulgada, mas não se definiram as regras para alguém se tornar titular de tabelionatos. Atrás de tudo isso, está uma contabilidade que impressiona. Segundo levantamento do próprio CNJ, somente o Rio de Janeiro arrecadou mais de R$ 28 milhões em 2006; São Paulo ficou atrás, com pouco mais de R$ 26 milhões. A As- sociação dos Notários e Registradores do Brasil argumenta que os valores divulgados correspondem à arrecadação bruta e não aos “rendimentos lí- quidos”. Jorge Campos/ACS/STJ Págs. 20 e 21 Augusto Canuto Augusto Canuto As “dicas” de turismo estão nas páginas 29 e 30 Ana Maria Brugin

Edição Julho 2008 - nº 183

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Edição Julho 2008 - nº 183

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Page 1: Edição Julho 2008 - nº 183

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 1JULHO DE 2008

TRIBUNA DO DIREITOANO 16 - Nº 183 JULHO DE 2008 R$ 7,00

Í n d i c eAASP 4À Margem da Lei 29Comunicações 24Cruzadas 31Cursos/Palestras/Seminários 22Da Redação 3Direito Civil 8Direito de Família 7Direito Imobiliário 6Direito Penal 12Dos Leitores 3, 22 e 24Ementas 28Gente do Direito 13Hic et Nunc 14In Memoriam 14Lazer 29 a 31Legislação 18Notas 5Paulo Bomfim 31Penhora 19Poesias 31Seguros 10 e 19STJ 23 e 24Trabalho 25 a 27

Mais os Cadernos de “Exame deOrdem”, “Livros” e “Jurisprudência”.

A vaga da

Advocacia no

STJ deve sair

este mês

Página 23

15ANOS

A disputa pelos cartórios

MAÍRA ROCHA MACHADO E A LAVAGEM DE DINHEIRO

Caderno de Livros

Bacharéis criticam

“decoreba” na

segunda fase do 135º

Exame de Ordem

Caderno Exame de Ordem

Pesquisa da AMBmostra o conhecimento

sobre o Judiciárioe a Justiça

Página 17

Ética: julgamentode recurso ficou

para o dia 11de agosto

Página 11

Um projeto de leipretende reti-rar do Poder Ju-diciário o contro-le sobre os cartó-

rios de registro civis depessoas físicas e jurídi-cas, de imóveis, de notase de protestos. Pelo pro-jeto, tanto os concursoscomo as nomeações detitulares de cartóriospassariam para a com-petência dos Estados.Mas, o Conselho Nacio-nal de Justiça é contra,alegando ser “inconstitu-cional” e contrário ao “in-teresse público”. Para osdefensores da proposta,ela corrige um “equívoco”de mais de 20 anos,quando a Constituição foi

promulgada, mas não sedefiniram as regras paraalguém se tornar titularde tabelionatos.

Atrás de tudo isso, estáuma contabilidade queimpressiona. Segundolevantamento do próprioCNJ, somente o Rio deJaneiro arrecadou maisde R$ 28 milhões em2006; São Paulo ficouatrás, com pouco maisde R$ 26 milhões. A As-sociação dos Notários eRegistradores do Brasilargumenta que os valoresdivulgados correspondemà arrecadação bruta enão aos “rendimentos lí-quidos”.

Jorge Cam

pos/AC

S/S

TJ

Págs. 20 e 21

Augusto Canuto

Augusto Canuto

As “dicas” de

turismo estão

nas páginas

29 e 30

Ana M

aria Brugin

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO2 JULHO DE 2008

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 3JULHO DE 2008

DA REDAÇÃODOS LEITORES-1

O

Caráter15 anos (I)"Meus parabéns pelos 15 anos

frutuosos dessa brilhante obrajornalística chamada 'Tribuna doDireito'". José Fernando Rocha,advogado, São Paulo.

�15 anos (II)

"Embora com breve atraso,dirijo-me a esse nobre jornalista(N.da R. Milton Rondas) para le-var meus votos de congratulaçõespelo 15º aniversário de fundaçãodesse jornal 'Tribuna do Direito',sempre aberto em defesa da ver-dade e da Justiça." Bismael B.Moraes, advogado, São Paulo.

�15 anos (III)

"A Serasa agradece a destaca-da menção à parceria que mantémcom o 'Tribuna do Direito' no discur-so do diretor-responsável do jornal,proferido por ocasião da homena-gem prestada pela OAB-SP (Ordemdos Advogados do Brasil, seção deSão Paulo) aos 15 anos do 'Tribu-na' e publicada na sua edição n°182. Na mesma edição, o 'BoletimSerasa Legal' foi publicado pela 80ª

vez no 'Tribuna do Direito', motivo deorgulho para a empresa, que, as-sim como Vossa Senhoria, tambémdeseja que esse profícuo relacio-namento perdure." Silvânio Covas,diretor jurídico da Serasa.

� Extrapatrimonial "Peço-lhes a fineza de alte-

rar uma palavra na resposta àpergunta ‘O que são exatamen-te os direitos da personalidade?’(N. da R. Entrevista no Cadernode Livros n° 158, junho 2008):no trecho "os reconhecidos pelaordem jurídica para a tutela dedeterminados interesses de ca-ráter patrimonial", a palavra"patrimonial" deve ser substituí-da por "extrapatrimonial". CarlosAlberto Bittar Filho, advogado,São Paulo.

�Durval Noronha

"Prezados senhores. Sobre acarta de Durval de NoronhaGoyos publicada no número dejunho do 'Tribuna do Direito' — que

Continua na página 22

s leitores ainda devem selembrar da expressão “aci-

ma de qualquer suspeita”, quedesignava pessoas ilibadas e porquem se poderia “colocar a mãono fogo”. A expressão era umaespécie de salvo-conduto. Seu“portador” podia freqüentar eparticipar de comissões, represen-tações, mandatos, assim comoformalizar acordos financeirosou de qualquer outro tipo. A sim-ples presença dos cidadãos quecarregavam esse adjetivo, embo-ra não estivesse escrito em ne-nhuma “plaquinha” afixada nopeito, era garantia de coisa jus-ta, honesta, digna de ser exami-nada. Obviamente que haviaerros e interpretações dúbias,mas isso é inerente da pessoahumana. Só que, de repente, essaclassificação não só foi perden-do seu real significado, comopassou a ser depreciativo. Hoje,muitos até preferem não seremclassificados com esse adjetivopara não passar vergonha.

Os motivos estão na cara de

todos, nas ligações escusas emtodos os ramos de atividade, noscompadrios, no levar às ultimasconseqüências a máxima “aosamigos tudo, aos inimigos apenaso rigor da lei, se possível”. Assiste-se (os jornais, as revistas, os noti-ciários da televisão e das emisso-ras de rádio não cansam de apon-tá-los diariamente) fatos cada vezmais escabrosos que vão de des-vio de dinheiro público a enrique-cimento ilícito (como se uma coisa

não tivesse relação direta com aoutra), de nomeações escusas afavorecimentos industriais, co-merciais e financeiros, de “nãomexe com este que é dos nossos”ao “deixa como está, porque nãodá para consertar”.

O País que se orgulha de tervencido a crise econômica e serapontado como uma das naçõesmais promissoras do globo, ain-da tem muito o que aprender nocampo da ética, da decência, dahonestidade. Cada vez que se tocanesse assunto, os eternos defen-sores do status quo argumen-tam que o País é muito novo(tem pouco mais de 500 anos)e que ainda não teve tempo de“aprender” essas “baboseiras”.Vamos ter de esperar até quan-do? Parece-nos que a expressãoque motivou este comentário(“acima de qualquer suspeita”)foi substituída por uma outra,que tem livre trânsito maior:“abaixo de qualquer caráter”. B

Fran Augusti

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO4 JULHO DE 2008

AASP

juíza federal-subs-tituta da 14ª VaraCível Federal, Clau-dia Rinaldi Fernan-des, julgou parci-

almente procedente man-dado de segurança im-petrado pela AASP contraa Inspetoria da ReceitaFederal em São Paulo,com o objetivo de garantiraos associados da entida-de acesso aos autos doscontenciosos administra-tivos que tramitam naCentral de Atendimentoao Contribuinte (CAC)Aduaneira. Na sentença,

MS asseguraacesso a autos

a juíza suspendeu os efei-tos da Ordem de Serviçonº 07/2004, no que dizrespeito à necessidade deprévio agendamento paravista de processos admi-nistrativos (artigo 7º ao 14),garantindo aos associadosda AASP a vista dos autosno dia em que comparece-rem na CAC Aduaneira,“ressalvado o direito da-queles que lá chegarem àsua frente, de forma a man-ter-se em vigor o sistemade senhas e local destinadopara atuação do interessa-do”. B

A

Conselho Diretor da Asso-ciação dos Advogados de

São Paulo concedeu o título deassociado honorário ao ex-con-selheiro e ex-vice-presidente daAASP, Walter Ceneviva. O even-to foi realizado na sede socialda entidade, no centro da Capi-tal paulista.

A saudação ao homenagea-do, advogado de sucesso, jorna-lista, professor e jurista, foi feitapelo ex-presidente da casa, Má-rio Sérgio Duarte Garcia, que fa-lou em nome da AASP. Em seubreve discurso, Mário Sérgio re-lembrou diversas passagens daconvivência com Ceneviva, des-de os bancos da Faculdade deDireito do Largo de São Francis-co — ambos são da Turma do IVCentenário — e enalteceu a dedi-cação de Ceneviva ao Direito, àAdvocacia e à sociedade. Presti-giaram o evento ex-conselheiros,ex-presidentes, amigos e familia-res do homenageado.

Da esq. para dir., Mário Sérgio Duarte Garcia, Walter Ceneviva,Marcio Kayatt (presidente da AASP) e Arystóbulo de Oliveira Freitas(1º secretário da AASP).

Homenagem ao advogadoWalter Ceneviva

Na placa entregue ao home-nageado consta a seguinte ins-crição: “O Conselho Diretor daAssociação dos Advogados deSão Paulo outorga ao eminen-te advogado Dr. Walter Cenevivao título de associado honorário,como reconhecimento expresso deseu notável saber jurídico, dos rele-vantes serviços prestados à Classedos Advogados, a esta Casa e àcausa pública, mercê dos pre-dicados morais e intelectuaiscom que vem pautando suasdiversas atividades profissio-nais ao longo de sua vida, es-pecialmente como advogado,paradigma a todos aqueles queo conhecem.”

Para o presidente da AASP, Mar-cio Kayatt, “a homenagem prestadaa Walter Ceneviva significa o reco-nhecimento da AASP por toda agrandiosa obra jurídica, jornalísti-ca e humanitária deste notáveladvogado, de todos querido epor todos admirado”. B

O

m recente reunião, o ÓrgãoEspecial do Tribunal de

Justiça de São Paulo determi-nou que as sessões das Câma-ras e Grupos de Câmaras Ordi-nárias sejam realizadas sema-nalmente, em conformidadecom o disposto no artigo 78 doregimento interno do tribunal.

TJ-SP atende pedidoHá alguns anos, a AASP pleite-ava o fim das sessões quinze-nais e até mensais das Câma-ras, pois a prática causava inú-meros transtornos aos advoga-dos (acúmulos de sustentaçõesorais, pedidos de preferência,votos pendentes da última ses-são, etc.). B

E

Conselho Diretor daAASP deliberou apoiar

de modo irrestrito a deci-são do Conselho Federal daOrdem dos Advogados doBrasil de ajuizar no Supre-mo Tribunal Federal pedido

Apoio ao Conselho Federal da OAB

de edição de uma súmulavinculante que garanta oacesso dos advogados aosautos de inquéritos polici-ais. A AASP atuará comoassistente no pedido aoSTF. B

Conselho Diretor daAASP decidiu apoiar

de modo irrestrito a propo-situra do Conselho Federalda OAB de solicitar o can-celamento da Súmula nº5 do Supremo Tribunal

O

Federal, que prevê a dis-pensa do advogado em pro-cesso administrativo dis-ciplinar. A AASP solicitaráà OAB que possa ingres-sar no feito como assis-tente. B

O

E ao cancelamento da Súmula nº 5Sala dos Advogados no TJM

A

presidente da AASP, Marcio Kayatt, reuniu-se com o prefeitoGilberto Kassab, o secretário de Transportes, Alexandre de

Moraes, o secretário dos Negócios Jurídicos, Ricardo Dias Leme eJosé Roberto Ferreira Gouvêa, oportunidade em que entregou aoprefeito pleito da associação solicitando a designação do nome doex-presidente da entidade Theotonio Negrão (conselheiro de

Theotonio Negrão1955 a 1966 e presidente no biênio 1959/1960) a um logradouropúblico municipal. A AASP, que nos idos de 1996 homenageou ogrande jurista símbolo da Advocacia e do Direito no Brasil, dandoà sua sede o nome “Edifício Theotonio Negrão”, pretende agoraeternizá-lo também no ambiente urbano, como mais um testemu-nho de gratidão da Advocacia bandeirante. B

O

Sala dos Advogados doTribunal de Justiça

Militar começou a fun-cionar. A associação co-locou à disposição dos advo-gados dois computadorescom acesso à internet (re-cepção e transmissão de

mensagens) e impressorae serviços de reprografia,além do empréstimo decódigos e becas e venda deguias e telefone. A Salaestá instalada na Rua Dr.Vila Nova, 285, 2° andar,Vila Buarque. B

AASP enviou ofício ao ge-rente do Banco Nossa Cai-

xa — PAB Fórum Criminal BarraFunda agradecendo os escla-recimentos sobre a quantidadede caixas disponíveis para aten-dimento aos advogados e solici-tando ampliação dos PABs, namedida em que os existentes semostram insuficientes para pres-tar atendimento digno aos advo-gados. B

AASP encaminhou ofí-cio ao gerente regional

de negócios do Banco Nos-sa Caixa S/A relatando osprincipais assuntos quetêm sido objeto de reclama-ção dos associados da enti-dade: a) ausência de uni-formidade nos horários defuncionamento dos PAB’sdos fóruns do Estado de SãoPaulo; b) necessidade deinstalação de agência nasdependências dos fórunsde Ilha Bela, Osasco e Hor-tolândia; c) recusa de re-cebimento de taxas judi-ciárias em agência bancá-ria não identificada comoPAB; d) cobrança de taxas etarifas bancárias de advo-gado que promoveu a aber-tura de conta no BancoNossa Caixa S.A. apenaspara receber proventos doIpesp ou valores relativosao convênio com a OAB/SP, para assistência judici-ária; e) cobrança de tarifabancária para recolhimen-to de valores corresponden-tes a diligências de Oficialde Justiça, pela internet; f)isenção do pagamento dastarifas bancárias a advoga-dos que prestam assistên-cia judiciária gratuita —convênio entre a DefensoriaPública do Estado de SãoPaulo e a Ordem dos Advoga-dos do Brasil, seção de SãoPaulo; g) elaboração de con-vênio entre essa institui-ção e o Superior Tribunalde Justiça, a fim de ampli-ar a rede de bancos ofici-ais para pagamento de cus-tas judiciais.

Foram anexadas ao docu-mento cópias dos ofícios en-caminhados ao Banco NossaCaixa S.A. nos últimos 12meses. A associação está cer-ta de que o diálogo travadoentre as instituições consti-tui alternativa capaz de ace-lerar as soluções para os pro-blemas em questão. B

Reclamações àNossa Caixa

A

PABs no fórum criminal

A

Balaio de Idéias

Page 5: Edição Julho 2008 - nº 183

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 5JULHO DE 2008

NOTAS

Albino AdvogadosO escritório AlbinoAdvogados & As-sociados comemo-rou a expansão dabanca em Recife ,

Belo Horizonte e Rio de Janeirocom a fusão com o Kraft Advo-gados Associados.

Adriana Domingues....Tomaram posse noTRT-SP as juízasAdriana Paula Do-mingues Teixeira ePriscila Duque Ma-

deira.

Bernardi & SchnappO Bernardi & Sch-napp tem novo en-dereço: Rua BelaCintra, 1.149, 12ºandar, Jardim Pau-

lista, São Paulo, telefone (0xx11)3041-5135.

Carlos Alberto JuniorO advogado CarlosAlberto Lemos Juni-or assumiu a direçãodo Departamento deDireito Desportivo do

escritório Bastos-Tigre, Coelho daRocha e Lopes Advogados.

Felsberg e AssociadosO escritório Fels-berg e Associadosabriu filial em Cam-pinas (SP) com afusão com o Mora-

es Bueno de Aguiar e Advoga-dos Associados.

FenalawA quinta edição daFeira de Serviços eSuprimentos Jurídi-cos (Fenalaw) 2008será realizada entre

os dias 7 e 9 de outubro, noCentro de Convenções Frei Ca-neca (SP), e terá, além de produ-tos e serviços, será ministrado ocurso “Administração Legalpara Advogados”.

InreO Instituto Nacionalde Recuperação Em-presarial (Inre) lançouo portal www.inre.com.br, que visa

manter gestores atualizados como que a legislação oferece parafacilitar a recuperação financeirade empresas e evitar falências.

Isabel FrancoA advogada IsabelFranco, sócia doescritório Demareste Almeida, foi eleitapela segunda vez

representante do Brasil na NewYork State Bar Association.

Jeremias Alves PereiraO advogado Jere-mias Alves Pereira,professor de DireitoProcessual Civil daUniversidade Ma-

ckenzie, foi homenageado nodia 21 pela Congregação deProfessores da Faculdade deDireito da universidade por tercompletado 30 anos de carreira.

Jorge Luiz BorbaJorge Luiz Borba éo novo desembar-gador do Tribunalde Justiça de SantaCatarina.

José Luis de Salles ...O sócio-fundadordo escritório Tozzi-ni Freire Advoga-dos foi premiadopelo Centro para o

Direito Americano Internacional,nos EUA, com o Robert G. Sto-rey International Award for Lea-dership, um dos mais importan-tes da comunidade jurídica in-ternacional.

Liane Vieira RodriguesA juíza federal subs-tituta do TRF da 4ªRegião (PR-RS-SC)Liane Vieira Rodri-gues foi promovida

a titular da Vara Federal e Juiza-do Especial Federal de PatoBranco (PR).

Lilla, Huck, Otranto...O escritório Lilla,Huck, Otranto, Ca-margo e MessinaAdvogados passoua chamar-se Lilla,

Huck, Otranto, Camargo e Mu-nhoz Advogados.

Lobo & de RizzoO escritório Lobo& de Rizzo Advo-gados abriu f i l ialno Rio de Janei-ro na Torre Rio

Sul, em Botafogo, e entroupara a lista da A.M.Best, umadas mais respeitadas agên-cias de informação do mer-cado.

Maria Lúcia Luz LeiriaA desembargado-ra federal MariaLúcia Luz Leir iateve a sua foto co-locada na galeria

dos presidentes do TribunalRegional Federal da 4ª Re-gião, em Porto Alegre.

Rodrigo Ouro PretoO advogado Ro-drigo A. de OuroPreto Santos é onovo sócio coor-denador do setor

de Propriedade Industrial e In-telectual do Siqueira CastroAdvogados.

Rogério Caldas e...Rogério Caldas eAndrea Carrascosão os novos ad-vogados da Dan-nemann Siemsen

Meio Ambiente Consultores.

Ruy Janoni DouradoO advogado RuyJanoni Dourado éo novo sócio doescritório SiqueiraCastro Advogados.

Silvânio BarbosaO juiz Silvânio Barbo-sa dos Santos é onovo desembargadordo Tribunal de Justi-ça do Distrito Federal.

Siqueira CastroO Siqueira CastroAdvogados, eleitopela revista inglesa“Latin Lawyer” comoo maior escritório de

advogados do RJ, está com novoportal: www.siqueiracastro.com.br.

Súmula vinculanteO STF editou a Sú-mula Vinculante nº10 : “Viola a cláusulade reserva de plená-rio (CF art. 97) a de-

cisão de órgão fracionário de tri-bunal que, embora não declareexpressamente a inconstituciona-lidade da lei ou ato normativo doPoder Público, afasta a sua inci-dência no todo ou em parte.”

TJ-RJO TJ-RJ elegeu trêsnovos desembarga-dores: Celso L. de M.Peres, Heleno R. P.

Nunes e Pedro F. Raguenet. B

Page 6: Edição Julho 2008 - nº 183

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO6 JULHO DE 2008

D I R E I T O I M O B I L I Á R I ON E L S O N K O J R A N S K I *

*Advogado e ex-presidente do Ins-tituto dos Advogados de São Paulo(Iasp).

P

Quóruns condominiaisor deliberação demaioria simples(metade dos con-dôminos presen-tes mais um), a

assembléia extraordináriaaprovou a construção de umagaragem de três pavimentosnos fundos do terreno, emárea, até então, destinada aum pequeno campo de fute-bol. O debate foi intenso edemorado. Os opositores sus-tentaram que dos 24 condô-minos do edifício, apenas 14compareceram; que sequer seatendeu ao quórum de fun-cionamento (parcela mínimade comparecimento para le-gitimar a reunião), já que amatéria exigia, segundo aconvenção, a presença de, nomínimo, 16 co-proprietários(dois terços); que apenas 11votaram a favor da constru-ção, ou seja, menos da meta-de dos componentes do con-domínio; que a nova edifica-ção alterava substancialmen-te a destinação da área (cam-po de futebol para garagem);que as novas garagens, con-templando o direito de estaci-onamento de mais três auto-móveis por unidade condomi-nial, não constituíam benfei-toria indispensável; que cadacondômino, ao adquirir aunidade condominial, já ti-nha conhecimento da dispo-nibilidade reduzida da gara-

gem, e concordado com apenasuma vaga por unidade. Não serevestia, pois, de legitimidade aradical alteração na construçãodo edifício. Enfim, a delibera-ção da assembléia era nula.

Enquanto a convenção esta-belecia que "as coisas e os bensde propriedade comum não po-derão ser alterados ou substitu-ídos sem o expresso consenti-mento de 2/3 (dois terços) doscondôminos", dizia seu pará-grafo único que "as benfeitori-as necessárias poderão ser exe-cutadas pelo síndico medianteautorização do Conselho Con-sultivo; as úteis, com aprovaçãode 2/3 (dois terços) dos condô-minos presentes em assembléiageral extraordinária e as volup-tuárias, na conformidade doexigido no artigo".

Ainda que se mostre claro oentendimento decorrente dasnormas da convenção, neces-sário se faz evidenciar que ocoeficiente de "2/3 dos condô-minos", indispensáveis paraobras voluptuárias, significa 2/3 da totalidade dos condôminosque compõem o condomínio(100% dos votos), cabendo acada apartamento o direito deum voto.

A maioria vitoriosa argu-mentou com a assertiva que aconstrução de garagens nãoconstituía melhoramento volup-tuário, ditado por razões deostentação, com propósitos de

exibir riqueza e luxo, sem qual-quer melhoria em sua utiliza-ção. Em verdade, a construçãoda nova garagem nem benfei-toria era, mas sim construçãoindependente (acessão), que setornou mais do que necessária.Tornou-se de uma utilidadeimprescindível. Ressaltou que oedifício fora construído na dé-cada de sessenta, quando umafamília, geralmente, se conten-tava com um só automóvel.Nessa época, os apartamentos,embora de dimensões avanta-jadas, com três ou quatro dor-mitórios, apenas lhes corres-pondia uma vaga na garagem.Era o quanto se fazia necessá-rio. Neste modelo se enquadra-va o edifício em debate.

Sustentava a maioria vence-dora que a acessão tinha de serclassificada como de naturezaútil. O aumento das vagas nagaragem permitiria uso maisvantajoso dessa dependência,de sorte a atender à crescentenecessidade de espaço paraacomodar os carros das famíli-as. Hoje nenhuma delas possuiamenos de três carros que esta-cionavam na rua ou alugavamvagas em garagem distante doprédio. Demais disso, o custo daconstrução valorizaria o edifí-cio, colocando-o em condiçõesde competividade com outrosmais modernos. Assegurava quese tratava de investimento cer-to. Por isso, como o grupo

majoritário atribuiu à obranatureza útil, o quórum espe-cial de 2/3 não ficou subordi-nado à totalidade dos integran-tes do condomínio. Via de con-seqüência, a maioria absolutaexigida se cingia tão-só aoscondôminos presentes à assem-bléia. E, como a deliberaçãoadotada foi sufragada por maisde 2/3 dos condôminos presen-tes, a maioria absoluta foi al-cançada, como exigido pelaconvenção. Por isso, não so-mente a reunião era perfeita-mente legítima, como legítimaa deliberação aprovada.

Replicou a minoria derrota-da que o artigo 1.342 do Códi-go Civil exigia a "aprovação de2/3 dos votos dos condôminos",para "realização de obras, empartes comuns, em acréscimoàs já existentes, a fim de lhesfacilitar ou aumentar a utiliza-ção". Lembrou, ainda, que oartigo seguinte, o 1.343, alerta-va que "a construção de outropavimento, ou, no solo comum,de outro edifício, destinado aconter novas unidades imobi-liárias, depende da aprovaçãoda unanimidade dos condômi-nos". Nessas duas hipóteses le-gais, aduziam os condôminosvencidos, o quórum dizia res-peito à totalidade dos condômi-nos e não aos que compareci-am às assembléias. E essa plu-ralidade, quer de presença,quer de votos não havia sido

observada, reforçando a teseda nulidade.

Em verdadeira tréplica, in-vocou a maioria vitoriosa queos artigos citados não eramaplicáveis, na medida em queo inciso III, do artigo 1.334,também do Código Civil, ou-torgava à convenção de con-domínio o poder de estabele-cer o "quórum exigido para asdeliberações". E essa disposi-ção não ressalvara a prepon-derância das regras previstasnos artigos 1.342 e 1.343, in-vocados pelos condôminosvencidos. Se não ressalvou,inaplicável eram as disposi-ções do Código Civil (regragenérica), enquanto a maté-ria vinha especificamente pre-vista na convenção (regra es-pecífica). Vale dizer que nãoestivesse a matéria expressa-mente prevista na convenção,seria, então, subsidiariamen-te, aplicável o Código Civil.Demais disso, não se cuidavada construção de "novas uni-dades imobiliárias" (conformeartigo 1.343), mas sim de va-gas de garagem, dependênci-as acessórias do apartamento(bem principal).

Sucede que a minoria, alémde não se conformar com aalegada supremacia da con-venção, insurgiu-se tenaz-mente contra a característicade "utilidade" emprestada ànova garagem pela assem-bléia. Considerou que a clas-sificação foi deturpada porforte carga de subjetividade.Exigiu que todas as razões desua discordância fossem regis-tradas na ata da assembléia,destinadas a fomentar a ins-tauração de uma lide, a serapreciada pela Justiça. Algumdia, quem sabe, conhecer-se-á o resultado. Por enquanto,prevalece a deliberação damaioria. B

Page 7: Edição Julho 2008 - nº 183

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 7JULHO DE 2008

DIREITO DE FAMÍLIA

Primeira Tur-ma do STF aco-lheu pedido doEstado da Bahiapara que a pen-

são por morte do fiscal derendas baiano Valdemar doAmor Divino Santos fosseconcedida apenas à esposaRailda Conceição Santos,excluindo Joana da PaixãoLuz, sua concubina por 37anos, de receber o benefício.

O TJ-BA havia determina-do o rateio da pensão entre

Concubina nãorecebe pensão

as duas mulheres por consi-derar que havia uma uniãoestável de Valdemar comJoana, mesmo que a relaçãofosse simultânea com a deum casamento “de papelpassado” com Railda. O Esta-do da Bahia recorreu ao Su-premo, com sucesso. Segun-do o ministro-relator, MarcoAurélio, a união entre Val-demar e Joana não poderiaser considerada estável, poisconstitui concubinato. (RE397762). B

A

Terceira Turma do STJ deci-diu, por unanimidade, man-

ter sentença que condenou aRodocar Sul Implementos Ro-doviários a pagar a família deum trabalhador morto em aci-dente de trabalho pensão men-sal a título de danos materiais eindenização por danos moraisde R$ 39 mil à viúva e R$ 26

Nascituro tem direito à indenizaçãomil para cada um dos filhos, in-clusive um nascituro.

A empresa questionava o fatode a indenização para os filhosnascidos ser igual para o que ain-da estava por nascer, alegandoque a dor dos filhos que conhece-ram o pai seria maior do que a donascituro. O argumento foi rejeita-do. (RESP 931556). B

A

erbas recebidas após a se-paração do casal e refe-

rentes a benefícios previdenciá-rios da aposentadoria do INSSsurgidas e pleiteadas durante ocasamento devem ser partilha-das. Com esse entendimento, aTerceira Turma do STJ reco-nheceu o direito da ex-esposade receber uma parte da verba.

A ex-esposa pediu, em açãode separação judicial litigiosa,que os valores recebidos naaposentadoria do ex-marido in-tegrassem a partilha de bensdo casal. O juiz de primeirograu excluiu os valores da parti-lha por entender que não cons-tituíam bens comuns do casal.O TJ-RS manteve a sentença. Aex-esposa apelou ao STJ e oex-marido alegou que as ver-bas recebidas a título de benefi-cio do INSS não deveriam en-trar na partilha por tratar-se defrutos civis do trabalho, excluí-dos da comunhão de acordocom o Código Civil de 1916. Oargumento foi rejeitado. (RESP918173). B

Aposentadoriaintegrapartilha

V

Quarta Turma do STJ man-teve a decisão que deter-

minou a prisão de RCRD pornão ter pago a pensão ali-mentícia para duas filhas. O

Mantida prisão de pai devedor

relator, ministro Aldir Passa-rinho Junior, entendeu nãocaber mandado de segurançacontra ato judicial passível derecurso. B

A

Page 8: Edição Julho 2008 - nº 183

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO8 JULHO DE 2008

DIREITO CIVIL

instituto da respon-sabilidade civil re-pousa na idéia deque a ninguém éautorizado causar

prejuízo a outrem e tem comorequisitos principais: a ação ouomissão do agente; a culpa; o nexocausal; e o dano. Destes requisi-tos, o dano se mostra o de maiorrelevância, pois sem dano não háque se falar em reparação.

O dano pode ser configuradopela diminuição de um bem ju-rídico, seja ele moral ou materi-al e, dentro do conceito de “danomaterial”. Há duas modalidadesdistintas: o dano emergente e olucro cessante. O dano emergen-te representa a efetiva subtraçãono patrimônio da vítima, umdano presente, enquanto os lu-cros cessantes consistem na per-da de um lucro esperado, umprejuízo futuro, mas certo.

Conforme prevê nosso orde-namento jurídico vigente, odano, para efeito de responsa-bilidade civil, não pode se pre-sumido. Deve, ele, ser real, efe-tivo e atual, não se admitindomera hipótese, ou dano futuro.O prejuízo pode ser futuro,como no caso do lucro cessan-te, mas o dano deve ser atual.

No entanto, é inegável que aperda de determinada oportuni-dade, por ato ilícito de outrem, re-

A responsabilidade civil emrazão da perda da chance

presenta um dano, ainda que nãocaracterizado como lucro cessanteou dano emergente. Este terceirogênero de indenização, como de-fendido por considerável parte dadoutrina, conhecido como perdada chance, surgiu na França nadécada de 60, e é caracterizadoquando, por culpa do agente, avítima fica privada de alcançarum ganho ou evitar uma perda.Caio Mário da Silva Pereira, cita-do por Silvio de Salvo Venosa,(Direito Civil, Responsabilidade Ci-vil, volume quatro, 3ª edição, SãoPaulo, Atlas, 2003) leciona que “éclaro, então, que, se a ação sefundar em mero dano hipotético,não cabe reparação. Mas esta serádevida se se considerar, dentro naidéia de perda de uma oportuni-dade (perte d’une chance) e pu-der situar-se na certeza do dano”.

Neste tipo de indenização, oque se considera é a potenciali-dade de uma perda, não o quea vítima realmente perdeu (dano

emergente) ou efetivamente dei-xou de ganhar (lucro cessante).

O instituto da perda da chan-ce é relativamente novo no meiojurídico, não havendo ainda umposicionamento firme da dou-trina ou jurisprudência acercada sua exata natureza jurídica.Há uma corrente que defendetratar-se de lucro cessante; ou-tra, de dano emergente; uma ter-ceira prefere se referir à perdada chance como sendo um ter-ceiro gênero da espécie danomaterial; e uma outra a qualifi-ca como dano moral.

Como visto no início desteartigo, o dano emergente repre-senta a efetiva subtração nopatrimônio da vítima, um danopresente, consagrado no artigo402 do Código Civil, já o lucrocessante, é bom lembrar, consis-te na perda de um lucro espera-do, um prejuízo futuro, mascerto. Vê-se que a perda da chan-ce se localiza numa zona detransição entre estes dois con-ceitos. Porém, em nenhumadestas duas modalidades de danomaterial poderia se enquadrar,justamente porque o dano ma-terial deve ser real, efetivo e atu-al, não sendo admitido merahipótese, ou dano futuro e, ain-da, deve ter sua existência equantificação apuradas e com-provadas de forma inequívoca.Não é, absolutamente, o caso daperda da chance.

Por fim, defendendo tratar-se

a perda da chance de um danomoral, diante da impossibilidadede seu enquadramento como es-pécie do gênero dano material,cita-se julgado do extinto Segun-do Tribunal de Alçada Civil de SãoPaulo, entendendo que “esta in-denização, no entanto, é pelodano moral, e não material”. (Se-gundo Tribunal de Alçada Civil,Apelação nº 688.509-00, 12ª Câ-mara, relator Jayme Queiroz Lo-pes, julgado em 18/11/2004).

Na doutrina pátria, há quemdefenda a existência de disposi-ção legal a amparar a aplicaçãodo instituto da perda da chance,haja vista o artigo 402 do CódigoCivil dispor que “as perdas e da-nos devidas ao credor abrangem,além do que ele efetivamente per-deu, o que razoavelmente deixoude lucrar”. Privar a vítima de umganho obviamente equivaleria aimpedi-la de lucrar. Silvio de Sal-vo Venosa entende, inclusive, quenossos tribunais já aplicam o ins-tituto da perda da chance: “Quan-do nossos tribunais indenizam amorte do filho menor com pensãopara os pais até quando esse atin-giria 25 anos de idade, por exem-plo, é porque presumem que nes-sa idade se casaria, constituiriafamília própria e deixaria a casapaterna, não mais concorrendopara as despesas do lar. Essa mo-dalidade de reparação de dano éaplicação da teoria da perda dachance.”

Como se vê, o instituto daperda da chance já é aplicado,há muito tempo, em nosso or-denamento. A novidade se limi-ta à sua nomenclatura. B

GISLENE BARBOSA DA COSTA*

O

*Advogada do L.O. Baptista Advogados.

Editora Campus-Elsevierestá lançando a 2ª edição

do livro Gestão para um MundoMelhor de Elcio Anibal de Luc-ca, o empresário que criou uminovador modelo de gestão queconcilia o sucesso das pessoas,da empresa e do País. Ele presi-diu a Serasa de 1991 a janeirodeste ano, quando tornou-sevice-presidente do Conselho deAdministração da Serasa e pre-sidente de Assuntos Corporati-vos da Experian América Lati-na. O autor, uma das maioreslideranças do meio empresariale reconhecido por todos os se-tores como um administrador àfrente de seu tempo, comparti-lha sua trajetória profissional eo inovador modelo de gestãoque criou e por meio do qualtransformou a Serasa em refe-rência mundial.

Administrador com gradua-ção e mestrado pela Escola deAdministração de Empresas daFundação Getúlio Vargas deSão Paulo, Elcio Anibal deCastro narra, em primeira pes-soa, sua trajetória de 40 anos,em que foi consolidando princí-pios e valores éticos e humanís-ticos e conceitos que resultaramnum extraordinário sucesso àfrente da Serasa em quaseduas décadas.

O livro revela o espírito inqui-eto, aguçado, criativo, ousado ehumano de seu autor, que o im-pulsionou, ao longo dos anos, ainovar e superar, sucessiva-mente, os paradigmas. Mas ocerne do livro é a gestão do au-tor na Serasa, quando fala decomo concebe “a empresa esuas pessoas como um só cor-po”; da busca pela excelênciacomo um objetivo permanente,e como isso se concretiza naconquista inédita por três ve-zes do Prêmio Nacional deQualidade; sobre a inovação,como “o futuro da empresa nopresente”; sobre planejamentoestratégico diferenciado pelaparticipação de todas as pesso-as da empresa; sobre o papelda empresa, no capítulo “em-presas existem para servir aohomem”.

O prefácio é do presidentedo Conselho de Administra-ção do Grupo Gerdau, JorgeGerdau Johannpeter. “Estaobra é um conhecimento úni-co sobre gestão.” B

Gestão para umMundo Melhor

LIVROS

A

Page 9: Edição Julho 2008 - nº 183

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 9JULHO DE 2008

INFORME PUBLICITÁRIO

União da classe com o pro-pósito de encontrar um cami-nho para a Carteira de Previ-dência dos Advogados foi omote do encontro realizado nasede da OAB SP, no dia 3 dejunho, reunindo os presiden-te da Ordem, Luiz Flávio Bor-ges D´Urso; do IASP, MariaOdete Duque Bertasi; daAASP, Marcio Kayatt; e daAssociação de Defesa dosDireitos Previdenciários dosAdvogados, Roberto Protásiode Moura, além de inúmerosadvogados e do deputadoestadual Carlos Giannazi, co-ordenador da Frente Parla-mentar em Defesa dos Direi-tos do Advogados Contribu-intes do Ipesp.

Todos fizeram uso da pala-vra para expor as providên-cias que vinham sendo toma-das pelas entidades e fazersugestões.“ O foco principal é encontrar um caminho deequilíbrio para a Carteira dePrevidência, patrimônio daAdvocacia. Para este fim,

União em defesa

da Carteira

do Ipespprecisamos estar unidos enessa articulação ter as devi-das cautelas para não adotar-mos iniciativas que tragam re-sultados indesejados. Diantedas três frentes de lutas queabrimos (jurídica, legislativa epolítica), constatamos que te-mos de investir na discussãodo tema com o governo doEstado e com a AssembléiaLegislativa, pois a lei quecriou a SP Prev e extinguiu oIpesp não previu para ondevai a Carteira dos Advoga-dos”, ponderou D´Urso.

Ao final da reunião ficouacertado que o próximo en-contro será realizado entre ospresidentes das quatro enti-dades, que irão encaminhar assugestões de seus colabora-dores para avaliação e deli-beração, definindo-se umaagenda positiva de trabalho.Segundo as entidades, nestemomento, é fundamental con-cluir os estudos alternativospara equacionamento do défi-cit da Carteira de Previdência.

A OAB SP e o CIEE (Cen-tro de Integração Empresa-Escola) inauguraram em junhoo Projeto de Orientação Jurí-dica Gratuita, que prestaráorientação jurídica patrocina-da por estagiários de Direito,sob supervisão de advogados,para a população carente nasáreas do Direito Trabalhista, de

Orientação jurídicaOAB SP-CIEE

Família, Previdenciário, Consu-midor, Penal etc. O projetovisa abrir novas frentes de tra-balho ao estagiário de Direito.A assistência judiciária conti-nuará a ser prestada pelos ad-vogados inscritos no Convêniode Assistência Judiciária en-tre a OAB SP e a DefensoriaPública.

A OAB SP criticou a apro-vação do substitutivo do sena-dor Valdir Raupp (PMDB-RO),na Comissão de Constituiçãoe Justiça do Senado, que crianovas regras para o pagamentodos precatórios. Para a OAB SP,a PEC -12 agradou somente aosgovernos federal, estaduais emunicipais por limitar o paga-mento dos precatórios a umpercentual baixo da receita cor-rente líquida do Executivo, nes-te momento em que os gover-nos estão batendo recordes dearrecadação. Dessa forma, Es-tados e Distrito Federal teriamde reservar entre 0,5% e 2% da receita para pagar precatóriose os municípios, entre 0,6% e1,5%.

Crítica à PEC dos precatóriosEm uma simulação realizada

pela Comissão de Precatórios daOAB SP, o Estado de São Paulo,com receita líquida de R$ 80bilhões, reservaria 1,5% parapagar um estoque de precatóriosjudiciais de R$ 17 bilhões. Nes-sa perspectiva, quem entrar nafila dos precatórios a partirdeste ano, jamais receberia ocrédito. Atualmente, São Pau-lo está pagando o orçamentode alimentares de 1998. Paraos demais, o prazo para rece-ber seria de 50 anos, sendoque mais de 60 mil credoresjá morreram sem receber seusprecatórios. Já a Prefeitura deSão Paulo reconhece uma dí-vida de cerca de R$ 8 bilhõesem precatórios.

Pela primeira vez, a OAB SP

entregou a carteira de advoga-

da a uma portadora de parali-

sia cerebral na Subsecção de

São José dos Campos. Trata-

se da advogada Flávia Cristia-

ne Fuga e Silva, 26 anos, que

colou grau de bacharel em Di-

reito pela Faculdade de Direito

do Vale do Paraíba em 2006 .

Flávia comunica-se por

meio de um computador es-

pecial, uma vez que a parali-

sia impõe a ela limitações de

fala, locomoção e equilíbrio fí-

sico. Flávia Silva foi aprovada

no 133º Exame de Ordem, que

teve apenas 15,9% de candi-

datos aprovados.

Para o presidente da OAB

Bacharel com paralisiacerebral recebe carteira

da OAB SP

SP, Luiz Flávio Borges D´Urso,

o esforço de Flávia envolve

três aspectos importantes:

“Primeiro, por demonstrar sua

determinação e força frente à

superação das suas limitações

físicas; segundo por ser um

exemplo, a demonstrar que

com empenho pode-se conse-

guir realizar qualquer sonho,

entre eles a aprovação no

Exame de Ordem. Por último,

por ter se tornado um símbo-

lo de luta dos portadores de

necessidades especiais, inte-

grando a Advocacia, neste

momento em que o Supremo

Tribunal Federal decide pela

constitucionalidade da Lei de

Biossegurança.”

A OAB SP está disponibili-zando mais um serviço aos ad-vogados: um link especial em suahome page (www.oabsp.org.br)com todos os dados do Plantãodo Judiciário Criminal e Cível.“Será mais um serviço que a Sec-cional presta aos advogados,informando os nomes dos juízesplantonistas, telefones celularese horários de atendimento, o quefacilitará a rotina dos colegas”,explica o presidente da OAB SP,Luiz Flávio Borges D´Urso.

A legislação estipula que oPlantão Judiciário funcionaráininterruptamente nos perío-dos compreendidos entre o tér-mino do expediente do dia cor-rente e o início do expedientedo dia seguinte, bem comonos dias em que não houverexpediente forense.

O processo de informatiza-ção do sistema Judiciário bra-sileiro tem levado os advogadosa dependerem cada vez mais deinstrumentos de informáticapara o exercício profissional ecomunicação de atos processu-ais, em especial, a rede mundi-al de computadores. Por essarazão, e considerando que to-dos os fóruns do Estado de SãoPaulo dispõem de rede deacesso à internet, a OAB SP en-caminhou consulta ao presiden-te do Tribunal de Justiça de SãoPaulo (TJ-SP), desembargadorRoberto Vallim Bellocchi, sobrea possibilidade de liberação deponto na rede do TJ-SP nas sa-las de advogados nos fóruns doEstado.

Segundo o presidente daOAB SP, Luiz Flávio BorgesD´Urso, esses pontos serviriamexclusivamente para instalaçãode computadores a serem forne-cidos pela Ordem, visando per-mitir aos advogados o acesso àinternet, restritamente à comu-nicação de atos processuais. “Aliberação desse acesso nas salasde advogados, complementariaos investimentos que a enti-dade tem promovido em apoioao projeto de informatizaçãodo TJ-SP, notadamente com aaquisição de equipamentos deinformática, especialmentecomputadores e aparelhosmultifuncionais de digitaliza-ção de documento”, comentouD´Urso.

Site informasobre o Plantão

Judiciário

Seccional solicita pontosde internet ao TJ-SP

Cristóvão Bernardo

D´Urso ressalta a ampliação de mais um mercado de trabalhopara os estagiários

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO10 JULHO DE 2008

A N T O N I O P E N T E A D O M E N D O N Ç A*

*Advogado em São Paulo, consultor,professor do Curso de Especializa-ção em Seguros da FIA/FEA-USP,comentarista da Rádio Eldorado e ar-ticulista de “O Estado de S.Paulo”.

Entre as várias ca-racterísticas docontrato de seguroestá a de que eledeve ser obrigato-

riamente escrito. É o clausula-do da apólice que baliza o ne-gócio, dando o horizonte e oslimites das garantias. Assim,tudo o que não consta do cor-po do contrato, dos anexos, en-dossos, averbações, certificadose faturas não é parte da rela-ção. Em outras palavras, nãoexiste seguro de boca. O que nãoestá escrito, não existe.

Esta exigência é imposiçãolegal, prevista pelo Código Civile pelo Código de Defesa do Con-sumidor. Sendo um contrato deadesão, ele deve ter redação for-mal, com requisitos mínimos declareza. É imprescindível paradeterminar responsabilidades,obrigações e direitos da segura-dora e do segurado.

Dada a complexidade damatéria e da tecnicidade envol-vida em todas as apólices, mes-mo as mais simples, não poderiaser diferente. O documento es-crito é questão de bom senso,essencial para o correto funcio-namento de uma relação basea-da antes de tudo na boa-fé obje-tiva das partes, indispensávelpara o andamento harmoniosode uma relação em que a presta-ção do segurado é obrigatória,mas a contraprestação da segu-radora é aleatória, tendo porobjetivo um evento futuro, quepode ou não se materializar.

Uma apólice de seguros nor-matiza uma relação comerci-al, contém um alto número deinformações e lida com umasérie de fatores complexos. Asoma destas realidades impedeque este contrato siga qualqueroutra forma que não a escrita,sob pena de comprometer odireito das partes ou desonerarsuas obrigações.

Baseado no princípio domutualismo, o seguro deve,antes de tudo, proteger e pre-

As cláusulas dos contratosservar a sociedade. Ele não podeprivilegiar o indivíduo em rela-ção ao todo, muito embora te-nha por escopo justamente aproteção do indivíduo, pelorateio de seus prejuízos, emsituações pré-estabelecidas, pelacoletividade segurada.

Por conta disto, a redação docontrato deve ser feita de formaclara e de fácil compreensão paraos leigos. Deve também colocarcom exatidão cada uma das situ-ações previstas no desenvolvimen-to do plano de seguro e de suaprecificação pela seguradora.

Apólice mal escrita significaindenização mal paga ou, naprática, a penalização da mas-sa segurada pelo desequilíbriodo mútuo composto pelo paga-mento dos prêmios. Ao indeni-zar indevidamente, ou ao dei-xar de indenizar sinistro cober-to, a seguradora age contra oinstituto do seguro, seja pelaagravação do mútuo, seja peloprejuízo causado ao segurado.

Daí ser fundamental que aapólice tenha a redação maisapropriada para cada situação.Seguros complexos ou paragrandes riscos e seguros simplesou para riscos pequenos nãopodem ter a mesma redação, sobpena de divergências quase cer-tas pela insuficiência de seusmecanismos no tocante ao gran-de risco, ou pela sua ininteligi-bilidade no seguro pequeno.

A solução dos problemas de-correntes da interpretação dosclausulados das apólices compe-te ao Judiciário. A priori, o juiznão é um especialista na maté-ria, já que a atividade segurado-ra representa apenas uma pe-quena parcela das relações co-merciais e, conseqüentemente,uma pequena parcela das açõesdistribuídas nos diferentes forosda Justiça brasileira.

Assim, é de bom alvitre omagistrado seguir ao pé da le-tra o clausulado das apólices.Em o fazendo, ele estará mini-mizando a possibilidade de jul-

gar injustamente questões re-levantes, já que a interpreta-ção do contrato se dá no cam-po do valor das palavras gra-fadas e não na livre interpre-tação subjetiva de idéias maisou menos pré-definidas.

Cabe à seguradora escreversuas apólices com o máximo deexatidão, empregando as pala-vras corretas para definir cadasituação, minimizando aomáximo a livre interpretação dosconceitos e termos empregados,já que eles se aplicam a situa-ções concretas, ante as quais amá redação pode modificarcompletamente sua interpreta-ção jurídica, ampliando ou res-tringindo sua abrangência.

Por exemplo: uma cláusu-la de exclusão numa apólicede automóveis, em que estejaescrito: “Risco excluído: danosdecorrentes de acidente emque fique provado que o se-gurado estava embriagado ousob o efeito de drogas” é com-pletamente diferente de: “Ris-co excluído: danos decorren-tes de acidente em que fiqueprovado que o motorista doveículo segurado havia consu-mido álcool ou qualquer tipode droga proibida pela lei.”

A primeira situação excluiapenas a cobertura para aciden-tes em que o segurado estavaembriagado, sendo que cabe àseguradora fazer a prova daembriaguez. Já a segunda ex-clusão é muito mais abrangentee mais exata, por excluir da co-bertura acidentes em que omotorista do veículo segurado, enão apenas o segurado, houverconsumido álcool, o que é mui-to mais restrito e fácil de provardo que estar embriagado.

Detalhes como este fazem adiferença e, dependendo daforma, ela pode custar caro. B

(1)

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 11JULHO DE 2008

ÉTICA

2ª Câmara Re-cursal do Con-selho Federal daOrdem dos Ad-vogados do Bra-

sil deve concluir dia 11 deagosto o julgamento do re-curso interposto pela se-ção de São Paulo contradecisão da 1ª Turma da 2ªCâmara que anulou pro-cesso instaurado contra oadvogado LAP (suspensopor 12 meses por infraçãodisciplinar), pela partici-pação de não-conselheirosno julgamento. Segundo asecretaria do ConselhoFederal da OAB, parte dosconselheiros votou pelanulidade do processo e ou-tra parte seguiu a Súmulan° 1, editada em novem-bro, estabelecendo queinexiste nulidade no jul-gamento de recurso emmatéria ético-disciplinarrealizado por órgão com-posto por advogado não-

conselheiro. Segundo o ad-vogado Alberto ZachariasToron, secretário-geral ad-junto do Conselho Federal,ainda há a possibilidade dea 2ª Câmara Recursal nãoaceitar o recurso do advoga-do LAP e permanecer a deci-são de anulação deste e deoutros processos julgadoscom a participação de não-conselheiros, o que levariaa secional paulista a recor-rer ao Órgão Especial doConselho. “Neste caso, oÓrgão deve decidir favora-velmente à entidade, por játer regulamentado a ques-tão, embora a súmula nãoseja vinculante.”

Outros processos já fo-ram anulados. Em marçodeste ano os membros daTerceira Turma da Segun-da Câmara, por maioriade votos, anularam proces-so instaurado contra a ad-vogada EBK. A ementa des-te julgamento foi publicada

dia 12 de maio no “Diárioda Justiça da União”. Se-gundo o artigo 106, caput, doRegulamento Geral do Esta-tuto da Advocacia e da OAB,os Conselhos Secionais sãocompostos de conselheiroseleitos, não podendo, porisso, “admitir-se a partici-pação em sessões de julga-mento de órgãos dos Con-selhos Secionais de juízesad hoc, os quais não seacham investidos do poderde julgar, exatamente pornão integrarem regular-mente os respectivos Con-selhos”.

A ementa assinala que,do ponto de vista proces-sual, consideram-se ine-xistentes os atos pratica-dos pelos que assim atu-am. “Circunstância quedeve ser reconhecida deofício, em razão do princí-pio da oficialidade, que do-mina o processo adminis-trativo.” B

A

Recurso será julgado dia 11 de agostoADVOCACIA

apresentação posterior dosdocumentos não altera os

prazos nem prejudica as partes.Esse foi o entendimento do STJsobre a validade de atos pro-cessuais transmitidos por fax edesacompanhados das peçasobrigatórias.

A decisão deu-se no julga-mento de um recurso especialcontra a decisão de um desem-bargador, que havia negadoseguimento a um recurso porter sido enviado por fax, sem aspeças obrigatórias.

A Lei nº 9.800/99 estabele-

ce que a transmissão de dadosnão prejudica o cumprimentodos prazos e que os originaisdevem ser entregues em juízoaté cinco dias da data de seutérmino.

Para a relatora, ministra Nan-cy Andrighi, a lei não diz direta-mente de que maneira o proto-colo por fax é válido. Ressaltouque a finalidade da lei é justa-mente ampliar o acesso à Justi-ça, mediante protocolo de peti-ções, sem privilegiar qualquerdas partes. (RESP 901556) BBBBB

Fax não altera prazo

AQuinta Turma do STJ inde-feriu o pedido de um servi-

dor público para anular denún-cia por suposta prática de cri-mes contra a administração pú-blica, alegando constrangimentopela ausência de oportunidadede defesa. A prisão foi decretadaapós investigações da PF de As-sis (SP). Para a relatora, ministraLaurita Vaz, quando a ação pe-nal é precedida de inquérito poli-cial torna-se desnecessária a de-fesa preliminar. (HC 101730) B

Defesa preliminar

A

Page 12: Edição Julho 2008 - nº 183

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO12 JULHO DE 2008

DIREITO PENAL

Prisão preventiva“(...) as cautelas com que a leicuida de restringir as prisõespreventivas constituem o critériosobre o qual se deve julgar ograu de respeito à liberdade civilde um povo.”

Carrara

m nossos sistemasconstitucional eprocessual penal aregra é a incoerci-bilidade: a coerci-

bilidade é a exceção.A evolução histórica do pro-

cesso penal tem sentido huma-nizador. Aliás esse é o magisté-rio de Ferri, quando diz que aratio essendi do Código de Pro-cesso Penal é o caminho da li-berdade, embora ele estabeleçamecanismos da segurança ne-cessária à ordem social e jurídi-ca. Nesse norte valha de mode-lo, a voluntas legis da Lei 5.349/1967, completada pelos dispo-sitivos da Lei 5.941/1973. Oantípoda à essa marcha evolu-tiva processual seria o uso daprisão preventiva de tropel, in-fundada, como forma de puni-ção antecipada, já que ela, porsi só, é um apenamento.

O artigo 312 do CPP outorgafundamento de validade a essetipo de prisão provisória, denatureza cautelar, medida tu-telar da ordem, que é a prisãopreventiva em sentido estrito,isto é, decretada pelo juiz noinquérito ou durante a instru-ção processual.

O decreto da custódia pre-

JOSÉ FERNANDO ROCHA*

ventiva é ato formalmente ju-risdicional, mas substancial-mente administrativo. O seuprolator, de acordo com suaconveniência e oportunidade,poderá ab-rogá-lo ad libitum.

Consabidamente, a prisãopreventiva poderá ser aplicadapela garantia da ordem pública,por conveniência da instruçãocriminal para assegurar a apli-cação da lei penal, quando hou-ver prova da existência do crimee indícios suficientes de autoria.

O mestre Carrara leciona ex

professo as três necessidades quejustificam a prisão preventiva:a) a necessidade de Justiça, paraimpedir a fuga do réu; b) a ne-cessidade da verdade, para im-pedir a perturbação da pesqui-sa das autoridades, a destruiçãodos vestígios do crime e a inti-mação da testemunha; c) a ne-cessidade da defesa pública, paraevitar, no curso do processo,novos ataques ao direito alheio.

Essas necessidades são osvetores que informam o artigo312 do CPP, no qual dois prin-cípios estão em confronto per-manente: o da liberdade ver-

sus o da segurança.A pietra de paragone do con-

ceito encartado no adjetivonecessidade foi lançada peloantigo ministro da Justiça, Joséde Alencar, em 1869, quandoapresentou projeto à Câmara dosDeputados, buscando, segundoJoão Mendes, “restringir e deter-minar a fórmula precisa daprisão preventiva”, esboçando nasua exposição de motivos, verbis:

“Para a prisão preventiva nãobasta a inafiançabilidade do cri-me, nem a presunção veementede criminalidade: é preciso ain-da, para justificá-la, sua necessi-dade indeclinável.” (O Processo

Criminal Brasileiro, edição 1911,volume I, página 314).

Dessarte, na raiz históricada prisão preventiva está a exis-tência, como fundamento, dasua necessidade indeclinável.

A prisão preventiva, na hipó-tese da preservação da ordempública, tem um sentido de segu-rança. É a tutela da ordem, evi-tando-se o cometimento de novoscrimes ou que haja vingança.

Laudelino Freire conceitua aordem pública como o “conjun-to das leis, preceitos e regras queconstituem a segurança da so-ciedade”. Plácido e Silva tam-bém define ordem pública“como a situação e o estado delegalidade normal, em que asautoridades exercem as suasprecípuas atribuições e os cida-dãos as acatam, respeitam, semconstrangimento ou protesto”.

Do ponto de vista formal a

ordem pública é a boa ordem, apaz pública, a landfriede dostratadistas tedescos, que não seconfunde com a ordem jurídi-ca, öffentliche ordnung, de sen-tido material e estrito.

O fundamento real do carcer adcustodiam preventivo é a sua ne-cessidade que, frise-se, “deve fun-dar-se em sua imperiosa, inexo-rável, inevitável necessidade”.(Conforme Galdino Siqueira, Li-vro de Processo Criminal, edição1930, página 129; Magalhães No-ronha, Curso de Direito Proces-

sual Penal, 1966, página 221; He-leno Cláudio Fragoso, Jurisprudên-

cia Criminal, 1973, volume II, pági-na 377; Hélio Tornaghi, Manual de

Prova Penal, volume II, página 619;citando tão-só alguns mestres, poisa lista seria extensa).

Tampouco se pode confundirJuno com nuvem, id est, ordempública com clamor público.Este é o estrépito produzido pelocrime no corpo social.

A lei não quer que haja puni-ção antecipada. Enviar o acu-sado para a enxovia de umaprisão, que o eminente e sau-doso ministro Aliomar Baleeirochamava de “escolas normaisdo crime”, antes que seja defi-nitivamente julgado é antijurí-dico. Mormente, diante da pre-sunção de inocência, ex vi docânon 5º, inciso LVII, da Cons-tituição Federal: “Ninguém seráconsiderado culpado até o trân-sito em julgado de sentençapenal condenatória.”

Mas a raison d’être de tantaparcimônia recomendada pelos

tratadistas e pela engenhariapretoriana prevalente, na aplica-ção da prisão preventiva, se deveao cuidado especial consagradopela lei máxima à liberdade in-dividual e à sujeição do processoaos seus princípios, o due pro-

cess of law, conforme o coman-do 5º, inciso LV, da CF, “contra-ditório” e “ampla defesa”.

Nessa arca sagrada chama-da Constituição Federal, a Na-ção deposita seus valores éticos,morais, políticos, civilizatórios,máxime o bem moral que se si-tua no ponto zênite da tábuade valores axiológicos: a liber-dade individual.

O estado de liberdade, tãoprotegido pela Constituição daRepública, é o único que con-diz com o gênero humano.Qualquer sombra nessa áreaconstitui uma anomalia pois odireito de ser livre só encontralimites nas raias da liberdadealheia. Nosso modus vivendi sebaseia na verdade de Fellman:“Nós não somos livres porquesomos fortes; ao contrário, so-mos fortes porque somos livres.”

Aos advogados abnegadosdefensores da liberdade indivi-dual na liça processual, cabelembrar a ensinança do antigoministro da Corte Suprema nor-te-americana Robert H. Jack-son: “Qualquer que seja a natu-reza da sociedade, a vida dos in-divíduos é mais garantida e maisesperançosa porque há advoga-dos fiéis à sua profissão.” B

E

*Advogado.

Page 13: Edição Julho 2008 - nº 183

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 13JULHO DE 2008

Gente DO DIREITO

Renata Fan, a bacharel quevirou miss e optou pelo

jornalismo esportivo

Barack Obama, um advogadonegro pode dirigir o paísmais importante do mundo

Ele pode ser o primeiro negro a comandar o paísmais poderoso do mundo, os Estados Unidos.Barack Obama, que vai fazer 47 anos dia 1° deagosto, é advogado. Estudou em Harvard, ondeconheceu a esposa Michelle Robinson, comquem teve duas filhas (Malia e Sasha). SegundoSharon Cohen, da Associated Press em Chicagoem artigo publicado no “Valor Econômico”, deSão Paulo, ele virou manchete ao ser eleito oprimeiro afro-americano presidente da “HarvardLaw Review” (“Revista de Direito de Harvard”)talvez a mais prestigiosa publicação jurídica dogênero nos EUA. Depois de formado lecionouDireito Constitucional na Escola de Direito daUniversidade de Chicago. Apesar de evitar aretórica racial, o atual advogado e senador júniorpelo Estado de Illinois, candidato democrata àpresidência dos Estados Unidos, de qualquerforma já escreveu seu nome na história norte-americana. B

InternetGaúcha de Santo Ângelo, no Rio Grande do

Sul, a apresentadora da “TV Bandeirantes”Renata Bomfiglio Fan ou, simplesmente,

Renata Fan, por pouco não seguiu carreira naAdvocacia, como o único irmão, Rafael. Em

1995, enquanto freqüentava o primeiro ano doperíodo noturno do curso de Direito do Instituto

de Ensino Superior de Santo Ângelo (RS), foidescobrindo a paixão pelo Jornalismo. Na

época, atuava como locutora da “RádioTransamérica” do município. Graduou-se emDireito em 2001, mas não chegou a advogar.

Apesar do diploma, a paixão pelaComunicação falou mais alto. Foi aprovada no

curso de Jornalismo da Faculdade do Oestede Minas (Fadom). Após o primeiro ano,

transferiu-se para São Paulo, graduando-seem Jornalismo, em 2005, nas Faculdades

Integradas Alcântara Machado (Fiam). Antesde se tornar apresentadora de TV, foi eleita,

em 1999, Miss Santo Ângelo, Miss RioGrande do Sul e Miss Brasil, ficando em 10º

lugar no Miss Universo. Fanática peloInternacional, de Porto Alegre, Renata deu

início à carreira como apresentadora detelevisão em junho de 2003, quando foi

escolhida para apresentar dois programasesportivos na “Rede Record de Televisão” ao

lado de Milton Neves. A paixão pelo futeboltalvez seja explicada pelo fato de seu pai,

Paulo Fan, ter atuado como jogador emclubes amadores e ter sido comentarista

esportivo no rádio.Andrezza Queiroga B

Divulgação

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO14 JULHO DE 2008

POR PERCIVAL DE SOUZA (Especial para o “Tribuna”)

HIC NUNCET

IN MEMORIAM

Casa do povoO guardião constitucional é

o Supremo Tribunal Federal.Em junho, presidentes de 39Cortes superiores estiveramreunidos na Lituânia, onde orepresentante brasileiro (mi-nistro Gilmar Mendes) consi-derou legítima a intervençãodos tribunais quando surgemvácuos legislativos. O presi-dente do STF foi claro: “Os tri-bunais determinam que oParlamento complemente alei. E o Parlamento obedece.”Ele considera que é um deverdo Judiciário sanar essas bre-chas e preencher lacunas. OSTF seria, assim, uma espé-cie de nova Casa do Povo.Alguns poderão não gostar,citando Monstesquieu. Outrossim, em nome da harmoniaentre os Poderes. SegundoMendes, “é uma tendênciaquase geral no mundo”, os tri-bunais corrigirem distorçõesdo Legislativo. A maioria dospresidentes de Supremas Cor-tes do planeta pensa assim:deve haver intervenção se asleis forem falhas diante dosprincípios centrais da Consti-tuição. É para refletir e con-ferir.

Parlamento problemático Ficha suja não passa por

cima do princípio da presun-ção de inocência. Até pode serum mantra, e aí está outro va-zio legislativo. O TSE decidiuque deve prevalecer o respei-to ao trânsito em julgado dassentenças condenatórias, mes-mo para candidatos responsá-veis por narizes torcidos quereagem diante de certos odo-res repugnantes. Em maio últi-mo, por exemplo, o STF abriu12 inquéritos contra senado-res e deputados federais. Nobalanço do mês, foram regis-trados 19 casos de suspeitada prática de crime por partede parlamentares ao longo de20 dias úteis. Média: quaseum caso novo por dia.

as discussões constitucionais que não perdoam nem os cru-cifixos nas paredes, especialmente dos tribunais, e repetem

à exaustão que o Estado é laico, portanto Igreja e Estado não semisturam, um detalhe no preâmbulo da Carta Magna tem dribla-do as atenções. Essa abertura tem um parágrafo único, e ao sereferir aos representantes do povo brasileiro que se reuniram emassembléia constituinte, afirma, no penúltimo parágrafo, que elesestão ali “sob a proteção de Deus”. Assim está escrito. A forma édireta, incisiva, e lança luz sobre escuridões que tem contempla-do debates, por vezes bizantinos, nesse sentido.

Detalhe divino

N

Gestores condenadosEnquanto isso, o Tribunal

de Contas da União (TCU)condenou 374 gestores a pa-gar RS 139 milhões em multasou por pagamento de dívidascom uso irregular de verbas pú-blicas. E isso apenas entre osmeses de janeiro e março desteano. Fiscalizando e controlan-do, o TCU acredita ter, nesseperíodo, conseguido economi-zar R$ 2,75 bilhões para os co-fres públicos.

Auto da ex-falecidaO Ministério Público Fede-

ral contabiliza 290 inquéritosabertos entre 2000 e 2006,por desvios de verbas do Fun-do Nacional da Amazônia.Alvo: Sudam, a ex-falecidaSuperintendência do Desen-volvimento da Amazônia, ex-tinta em 2001 em conseqüên-cia de casos de corrupçãosem fim. O governo federalcriou um conselho deliberati-vo para o órgão, agora res-suscitado. Segundo o MPF e aPolícia Federal, cerca de R$ 2bilhões teriam sido sugados,não tão misteriosamente, daautarquia.

De volta ao bolso O Conselho Nacional de

Justiça calculou que ao longode 2007, a Justiça do Traba-lho e a Justiça Federal toma-ram decisões que permitiramo repasse de R$ 18 bilhõespara cidadãos de todo o País.De todo esse dinheiro, R$9,89 bilhões são referentes adecisões trabalhistas e R$3,94 bi lhões aos JuizadosEspeciais. Segundo o juiz-auxiliar Alexandre de Azeve-do, os tribunais acabam aju-dando na distribuição de renda.Detalhe: o poder público apa-rece como réu em 80% dasações, o que abrange União,Estados, municípios e empre-sas públicas.B

ão é que o velhocompanheirosaiu de fininhosem avisar nin-guém e foi des-

cansar, que ninguém é de fer-ro? Também pudera, 92 anos nascostas, 69 de trabalho duro,constante, de boa Advocacia.

Granadeiro deixou as Arca-das do Largo de São Franciscocom a Turma de 1939, montousua banca e logo assumiu oDireito do Trabalho, que nemDireito era de verdade, mas umamontoado de portarias, circu-lares, com ranço de burocraciaministerial. A CLT só seria cos-turada em maio de 1943. NaOAB deram-lhe a carteira de nº4.109.

Construiu um escritório fa-miliar, com filhos e netos queacabou se transformando numagrande sociedade de advogados.Sua coleção de medalhas e títu-los foi significativa: membro doInstituto de Direito Social Cesa-rino Jr., do Instituto de DerechoDel Trabajo e de La SeguridadSocial, sócio honorários da As-sociação dos Advogados Traba-lhistas do Estado de São Paulo,distinguido com a comenda deGrande Oficial da Ordem Judi-ciária do Trabalho do TribunalSuperior do Trabalho a Gran-Cruz da Ordem do Mérito Judi-

Granadeiro: mestre e exemplo

ciário do Tribunal Regional doTrabalho da Segunda Região.

Todos guardam sua imagemde um homem alto, de cabelosbrancos, sempre um sorrisoaberto, que se curvava parabeijar as mãos das colegas eapertar fortemente as dos de-mais. Nos lábios sempre umapalavra de estímulo, no gestoum exemplo. Saia do escritóriona Rua Xavier de Toledo e su-bia a pé a Consolação.

A ética sempre foi seu pena-cho e a defendeu com altivez eindependência. Quando a ad-ministração do tribunal, emtempos idos, quis identificar osadvogados, retendo seus docu-mentos e pregando-lhes um cra-chá no peito, rebelou-se e atra-vessou o saguão majestoso,dando de ombros para os servi-

dores que se contentavam emsaber, pelo menos o nome:Qual? Zé, respondia.

José Granadeiro, nosso deca-no, mestre e exemplo.

Sereno, apoiando os anosvividos na bengala, não respon-dia a insolências nem elevava avoz, mas ai de quem aumentas-se o tom em sua frente, aindaque em direção a um colega,Granadeiro era também a ferana defesa das prerrogativasdos advogados, na ética, nasolidariedade, no coleguismo,na amizade.

Granadeiro não partiu e es-tará presente nos corredoresapertados do tribunal, nas sa-las de sessões, afinal é a melhorimagem que se tem da Justiçado Trabalho, da Advocacia tra-balhista séria e respeitável. Gra-nadeiro só foi descansar e fica-rá para sempre como exemploa ser seguido. B

*José Granadeiro Guima-rães faleceu no dia 18 de junho.

José CarlosArouca,advogado e juizaposentado.

Faleceram, em junho, dia 14,em Belém (PA), o advogado e só-cio do Silveira, Athias, Soriano deMello, Guimarães, Pinheiro & Sca-ff Advogados, Gilberto Guimarães;dia 18, o advogado Arakaki Ma-

sakasu; dia 19, aos 86 anos, noRio de Janeiro, o ex-presidentedo Conselho Federal da OAB, Al-berto Barreto de Melo; dia 22, aos63 anos, o advogado Pedro LuizOrtolani e a advogada Ronilda

Maria Lima Noblat; dia 23, aos 74anos, em Recife (PE), o advoga-do Vicente Cavalcanti de GouveiaFilho; e, dia 26, o desembargadorJoaquim Antonio Vizeu PeralvaSantos. B

N

E...

Augusto Canuto

Page 15: Edição Julho 2008 - nº 183

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 15JULHO DE 2008

BOLETIM JURÍDICO ANO 7 - N°81

SERASA LEGALSERASA LEGALServiço Gratuito Serasa de Orientação e

Proteção ao Cidadão

A organização e aatuação de bancos de da-dos de proteção ao crédi-to encontram-se discipli-nadas no art. 43 da Lei nº8.078/90 (Código de De-fesa do Consumidor) e naLei nº 9.507/97(Lei do “HabeasData”).

Tamanha é aimportância dosserviços de prote-ção ao crédito paraa sociedade quetanto a Constitui-ção Federal (art. 5º,inciso LXXII, “a”)quanto o Código deDefesa do Consu-midor (art. 43, § 4º)e a Lei n.º 9.507/97(art. 1º, parágrafoúnico), consideramentidades “de cará-ter público”, possi-bilitando a impetra-ção de “habeasdata” perante qual-quer banco de da-dos que contenha“informações quesejam ou que pos-sam ser transmiti-das a terceiros ouque não sejam deuso privativo do órgão ouentidade produtora ou depo-sitária das informações”.

O art. 43, parágrafoterceiro, do Código de De-

fesa do Consumidor, possi-bilita ao consumidor, sempreque encontrar inexatidão nosseus cadastros, a respectivacorreção.

A Lei do “HabeasData” (Lei n.º 9.507/97), porsua vez, em seu art. 4º,“caput”, estabelece a obriga-

ção de o cadastrado solicitara retificação dos dados empetição acompanhada de do-cumentos comprobatórios desuas alegações.

Do caráter públicodos bancos de dados nãoresulta o livre acesso àssuas informações, ou seja,não significa dizer que osseus registros sejam públi-cos e acessíveis a qualquerpessoa. É possível queeles alberguem tanto infor-

mações públicas quantoprivadas, mas somente osque têm legítimo interessepodem acessá-las, quaissejam, o próprio titular da

SILVÂNIO COVAS* informação e o concedentede crédito, que com o ban-co de dados mantém con-trato com a finalidade es-pecífica de auxílio à reali-zação de seus negócios.

O Código de Defesado Consumidor consagrao princípio da “harmoniza-

ção dos interesses dosparticipantes das relaçõesde consumo e compatibili-zação da proteção do con-sumidor com a necessida-

de de desenvolvimentoeconômico e tecnológico,de modo a viabilizar osprincípios nos quais se fun-da a ordem econômica”(art. 170, da ConstituiçãoFederal) , sempre combase na “boa-fé e equilí-brio nas relações entre

consumidores efornecedores” (in-ciso III do art. 4º).

Em conso-nância com o su-p r a m e n c i o n a d oprincípio, a Serasamantém em todasas suas agênciasum “Serviço Gra-tuito de Orientaçãoao Cidadão” espe-cialmente projeta-do para facilitar oacesso à informa-ção e atender pes-soalmente ao ca-dastrado, o qualfoi criado em 1986,antes mesmo, por-tanto, da existênciado Código de De-fesa do Consumi-dor.

Trata-se deatuação que refle-te a responsabili-dade social da Se-rasa e o objetivo

de facilitar aos cadastra-dos a regularização deanotações registradas nosseus bancos de dados,bem como o registro de in-

Rosana Momi

A Serasa mantém postos de atendimento do Serviço Serasa Gratuito de Orientação ao Cidadão em unidades doPoupatempo, em São Paulo; em unidades do Rio Simples, no Rio de Janeiro; na Casa do Cidadão, em Fortaleza; alémde endereços próprios em todas as capitais e principais cidades do país.

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO16 JULHO DE 2008

SERASA LEGAL

formações relevantes paraa proteção do cidadãocontra fraudes que possamenvolvê-lo.

Em 2007, o “Servi-ço Gratuito de Orientaçãoao Cidadão” rea l izou2.379.434 (dois milhões,trezentos e setenta e novemil, quatrocentos e trintae quatro) atendimentos,12,5% (doze e meio porcento) a mais do que em2006.

O “Guia Serasa deOrientação ao Cidadão –Saiba como evitar a inadim-plência e garantir o seu fu-turo”, editado pela Serasaem 2001, traz a relação deendereços de todos os pos-tos de atendimento da Se-rasa e outras informações deinteresse do cidadão, tam-bém disponíveis na página“Serviços à População” do“site” www.serasa.com.br,que recebe mais de 67.000(sessenta e sete mil) aces-sos por mês.

Outro meio deacesso às informações daSerasa é o seu “Cal lCenter”: (11) 33 Serasa(33, mais as teclas queformam a palavra “Serasa”- 3373.7272), disponível24 (vinte e quatro) horaspor dia, 7 (sete) dias porsemana, o qual oferecegratuitamente serviços degrande utilidade para aprevenção contra fraudes,notadamente, durante ohorário em que não háexpediente bancár io(“Plantão Serasa deAtendimento”).

Isso porque o “Servi-ço Gratuito Serasa deOrientação ao Cidadão” daatende, diariamente, emtodo o Brasil, cerca de novemil pessoas naturais e jurí-

dicas, oferecendo o acessoàs informações de interessedo cadastrado acerca daeventual existência e dosprocedimentos para a regu-larização de informações ne-gativas, bem como outrasinformações para a proteçãodo cidadão que tevecheque(s) roubado(s),furtado(s) perdido(s),extraviado(s), cancelados(s)ou sustado(s), possibilitan-do, também, o cadastra-mento de outrosdocumentos namesma situação,que tenham sidoroubados, extravia-dos e clonados,como o CPF/MF(Cadastro de Pes-soa Física), a Cédu-la de Identidade deRegistro Geral - R.G.,o título de eleitor, aCNH (Carteira Naci-onal de Habilitação) ea CTPS (Carteira deTrabalho e Previdên-cia Social). Essa ino-vação foi implementa-da pela Serasa após aconstatação de que,freqüentemente, osdocumentos são rou-bados com os che-ques.

Os procedi -mentos para a inclusãodas informações sobresinistros envolvendo osdocumentos pessoais sãodiferentes dos utilizadospara os registros inerentesaos cheques, conformeabaixo mencionado.

Quem perde os do-cumentos ou é vítima defurto ou roubo pode entrar

*Mestre em Direito pela PUC-SPe Diretor Jurídico da Serasa

O ServiçoSerasa

Gratuito deOrientaçãoao Cidadão

realizou2.379.434

atendimentosem 2007

em contato com o PlantãoSerasa de Atendimento ecomunicar a espécie e onúmero do documento per-dido ou após a comunica-ção, é necessário enviar,em até dez dias, via fax oupelos Correios, o Boletimde Ocorrência (B.O.) euma declaração formal,assinada pelo titular dosdocumentos, atestando averacidade das informa-

ções prestadas, bem comosolicitando o seu cadastra-mento para disponibiliza-ção na base de dados daSerasa em todo o territó-rio nacional. O atendentedo serviço fornece ao ci-dadão toda a orientaçãosobre os termos dessa de-claração.

O Boletim de Ocor-rência pode ser registradona Delegacia de Políciamais próxima do local dos

fatos ou, em São Paulo,por meio da “Internet”, no“site” www.ssp.sp.gov.br,relacionando-se todos osdados dos documentosroubados, furtados ou ex-traviados.

As informações so-bre os documentos ficamdisponíveis até o momen-to em que o seu titular op-tar por excluí-las. Paraisso, ele deve entrar em

contato novamente coma Serasa no mesmotelefone em que fez oregistro, solicitar aretirada dos dados eenviar uma outra de-claração formal, tam-bém por ele assina-da, ratificando o pe-dido.

Todo corren-tista também tem afaculdade de, emqualquer ponto doPaís, solicitar aobanco no qual man-tém a conta, o ca-das t ramento nabase de dados daSerasa de infor-mações sobre os

seus cheques eventu-almente sustados, as quaisserão fornecidas aos de-mais bancos e aos recebe-dores de cheques comomeio de pagamento, ime-diatamente após a forma-lização do pedido.

Além disso, há apossibilidade de qualquerpessoa, fora do períodode atendimento bancário,comunicar diretamente àSerasa a situação enseja-dora de sustação de che-

ques, confirmando-a, de-pois, perante o banco sa-cado.

Para a os correntistasque tiverem o talão de che-ques extraviado ou roubado,a Serasa registra a ocorrên-cia pelo telefone (11) 33Se-rasa e a repassa-a instanta-neamente para todo o co-mércio, sem a necessidadede formalização por escrito.No entanto, o cidadão pre-cisa procurar sua agênciabancária, na primeira opor-tunidade, para fazer a sus-tação oficial dos cheques noprazo de até dois dias úteis,contado da ocorrência. Emcaso de roubo, é necessárioque o correntista apresenteao banco o Boletim deOcorrência (B.O.).

Se o roubo, o furto ouo extravio ocorrerem forado horário de expedientebancário, o pedido desustação perante o bancotambém pode ser feito, emcaráter provisório, por tele-fone, hipótese em que ocorrentista deve formalizar asustação dos cheques, nomesmo prazo (até dois diasúteis após a ocorrência),comparecendo pessoalmen-te ao banco.

Após esse período, asinformações são automati-camente excluídas da basede consultas do Rechequeda Serasa. Nesse prazo,portanto, o cidadão deveprocurar a sua agência ban-cária para fazer a sustaçãooficial e a Delegacia de Po-lícia, para lavrar o Boletimde Ocorrência, em caso deroubo.

Se você precisar deajuda, conte com a Serasa!

Ocorrências comdocumentos pessoais

Ocorrênciascom cheques etalões de cheques

Page 17: Edição Julho 2008 - nº 183

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSTRIBUNA DO DIREITO

ANO 14 - Nº 159 JULHO DE 2008

MAÍRA ROCHA MACHADO

lavagem de di-nheiro ocorre,entre outrosmotivos, por-que os gover-

nos dispõem de poucasformas de controle de cir-culação do capital. Cons-cientes desse fato, os pa-íses passaram a ampliaras formas de rastrear asmovimentações financei-ras com o objetivo de mi-nimizar ou diminuir aspossibilidades de lava-gem.

O Direito Penal, isola-damente, é incapaz delidar com um problematão complexo, que en-volve fronteiras e legis-lações distintas. Na opi-nião da professora e pes-quisadora Maíra RochaMachado, da Escola deDireito de São Paulo daFundação Getúlio Var-gas, é fundamental queas várias áreas do Direitoe de outros ramos do co-nhecimento dialoguem.

“Estudiosos e teóricosdo Direito, das CiênciasSociais, da Psicologia, daPsiquiatria e mesmo daEconomia têm a percep-ção segundo a qual o Di-reito Penal está sendoincapaz de responder de-terminados problemas.“A cooperação internaci-onal entre os Estados éessencial para permitirque investigações e pro-cessos penais ocorram”,observa.

“O Brasil vem se pre-parando para lidar comessas novas modalida-des criminosas desde1998, com a criação, noâmbito do Ministério daFazenda, do Coaf (Con-selho de Controle deAtividades Financeiras)que completou dez anos

em março. Foi criado pelaLei 9.613, que tipificou ocrime de lavagem de dinhei-ro.”

O mais recente relatórioconsolidado, divulgado emmarço pelo COAF, revela, porexemplo, que entre novem-bro de 2005 e julho de 2007a facção criminosa conhecidacomo “Primeiro Comando daCapital” (PCC) movimentouR$ 63 milhões em 686 con-tas bancárias pertencentes a748 pessoas e empresas sus-peitas de ligação com o cri-me. Nesse período, foram pes-quisados 2.607 nomes iden-tificados pelo Coaf em cruza-mentos de dados ou forneci-dos pelas autoridades polici-ais que combatem o crimeorganizado em São Paulo.

Outra iniciativa foi a cria-ção do Departamento de Re-cuperação de Ativos e Coo-peração Jurídica internaci-onal (DRCI), na esfera doMinistério da Justiça.

Além disso, foi incluída, nareforma do Judiciário, em2004, alteração na Constitui-ção para retirar do SupremoTribunal Federal o julgamen-to das cartas rogatórias.

Um pouco antes, o Brasilfoi convidado a aderir, em2000, ao GAFI (Grupo deAção Financeira Sobre Lava-gem de Dinheiro), instituídopelo G-7 no âmbito da Orga-nização para Cooperação eDesenvolvimento Econômi-co (OCDE) com a finalidadede examinar medidas, de-senvolver políticas e promo-ver ações para combater alavagem de dinheiro.

“O Brasil conseguiu recu-perar pouco dinheiro lavadono exterior. Se for conside-rado um período superior acinco anos, quando essas es-tratégias não existiam, foium avanço significativo”,observa.

A

FRANCISCO MORAESEspecial para o “Tribuna”

A lavagem de dinheiroFotos Augusto Canuto

Page 18: Edição Julho 2008 - nº 183

JULHO DE 20082TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

Tribuna do Direito — Como está o Brasilna punição à lavagem de dinheiro e a ou-tros crimes com dimensão internacional?

Maíra Rocha Machado — O Brasil tem fei-to a sua parte: ratificado convenções, interna-lizado muitas delas, participado de negocia-ções. O combate a esses crimes com dimen-são internacional tem sido articulado sobretu-do na esfera internacional por intermédio deconvenções e tratados, muitos deles negocia-dos no âmbito da Organização das Nações Uni-das (ONU). O que falta ainda para o Brasil éavançar um pouco nos aspectos de prevenção,sobretudo, desse tipo de situação. Ainda tende-mos a dar preferência para medidas de caráterrepressivo, em detrimento das questões de pre-venção. Mas, essa não é uma característicabrasileira, mas do modelo de intervenção. Naúltima década, convenções internacionais ten-tam harmonizar as legislações nacionais e cri-ar cooperação internacional entre os Estados.

TD — O que os países podem fazer para

controlar melhor essa situação?Maíra Rocha — É fundamental que os orde-

namentos jurídicos dos países pelos quais pas-sam tanto as pessoas quanto o capital, quantoos bens, o que quer que seja. possam dialogar.Na esfera penal, isso se traduz na necessida-de de que os países tenham definições co-muns para os crimes. É a isso que se dedi-cam boa parte das convenções internacionais:a criar uma linguagem comum, uma formacomum de tratamento desse tipo de problema.

TD — As fronteiras do Brasil são extensas e

pouco guarnecidas. O que fazer para o Brasilmelhorar o combate efetivo aos criminososque transitam de um país para outro?

Maíra Rocha — Outro aspecto importanteé a questão da prevenção e da fiscalização,tanto de fronteiras quanto, no caso de lava-gem de dinheiro, de movimento de capitais.Os Estados-Nação têm duas grandes opções:ou esperar que as coisas ocorram, e daí ten-tar refazer o caminho do crime; ou identifi-car o crime e punir o autor. E, além disso,tentar prevenir aquele tipo de conduta. To-das as questões relacionadas às fronteirasnacionais obviamente passam pela necessi-dade de ampliar o número de profissionaisnas fronteiras, para realizar a fiscalização doque passa do Brasil para os demais países.Tentando justamente se antecipar a essetipo de problema. A lavagem de dinheiroocorre porque há poucas formas de controleda circulação de capital no mundo. Ampliaras formas de controle da circulação de capi-tal é uma forma de minimizar ou diminuir aspossibilidades de lavagem de dinheiro.

TD — O Direito Penal é adequado para li-

dar com o crime transnacional? Maíra Rocha — Pode-se questionar. É ne-

“O Brasil está fazendo asua parte... falta

avançar na prevenção”

cessário o vínculo entre uma pessoa físicaque tenha agido com a intenção de praticarum crime. As transações financeiras inter-nacionais envolvem, muitas vezes, um sim-ples apertar de botões. Sem considerar as pos-sibilidades societárias. Empresas, por exem-plo, que nem sequer têm um sócio nomeado;companhias que podem pertencer a outras.Pode não existir vínculo imediato entre o ad-ministrador e o dono. Por isso, é difícil identi-ficar o local de cometimento de determinadoscrimes, para saber qual legislação aplicar. Apreocupação tem sido justamente ver se oDireito Penal, tal como foi concebido, em tor-no da forma de responsabilização individual,subjetiva, é o melhor caminho para lidar comesses problemas. É importante reconhecer oslimites do Direito Penal. No momento em quese atravessa, de globalização financeira,tem-se uma complexidade de problemas abso-lutamente diferentes. Talvez mais sérios doque criar mecanismos e estratégias para li-dar com esses crimes. As políticas estataisdevem estar voltadas a encontrar formas deprevenção.

TD — O que se pode esperar no sentidode melhorar o controle e aprimorar a puni-ção e a legislação?

Maíra Rocha — Tentar, em primeiro lu-gar, quebrar as barreiras entre as áreas doDireito. Hoje, no Brasil e em vários países, aestrutura permite que os Direitos Penal,Civil e Administrativo possam intervir nomesmo problema. Em caso de tortura come-tida por policial civil, por exemplo, há possi-bilidade de ação penal, de ação via DireitoAdministrativo e via Direito Civil. Uma dascoisas sobre as quais se tem pensado é que-brar essa estrutura tão rígida entre as áreasdo Direito, e pensar formas conjugadas deatuação. Abrangendo também outros camposdo conhecimento. Estratégias bem-sucedidasde controle da lavagem de dinheiro pressu-põem diretamente atividade financeira. Emvista das limitações do Direito Penal, é preci-so pensar em formas de gestão que conju-guem os vários campos do Direito, o setoradministrativo, o setor comercial, a área eco-nômica, com o propósito de serem criadosmodelos de regulação.

“Na esfera penal, isso se traduz na necessidade de que os países tenham definições comuns”

Page 19: Edição Julho 2008 - nº 183

3TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSJULHO DE 2008

“Enfrentar os mesmosproblemas sem utilizar

o Direito Penal”

TD — Quais as principais experiências re-latadas no seu livro A Internacionalizaçãodo Direito Penal?

Maíra Rocha — São apresentadas algu-mas iniciativas para fazer frente aos mes-mos problemas sem utilizar o Direito Penal,prescindindo desse instrumento. Recorren-do a formas de justiça restaurativa, comu-nitária, de utilização da comunidade. Háum foco muito grande no perdão, na repa-ração do dano, em outras formas de resolu-ção que não enviar o indivíduo à prisão. Nocaso das organizações que estão buscandofortalecer o controle do movimento finan-ceiro, isso se faz não por intermédio do Di-reito Penal, mas de regras na atividade fi-nanceira. Os bancos de compensação, lo-cais pelos quais tem de passar o dinheiro,têm de registrar a operação. Isso na déca-da de 90 não fazia o menor sentido. O di-nheiro rodava sem a menor preocupação.Hoje, em virtude da lavagem de dinheiro,foram criados mecanismos para tentar per-mitir que o dinheiro seja “trilhado”. Isso sefaz independentemente do Direito Penal.Não é o Direito Penal que cria essas regrasfinanceiras. São regras financeiras criadaspelos bancos. Esse outro tipo de dinâmicafavorece — e muito — o combate à lavagemdo dinheiro. Mesmo sem o Direito Penal. Éoutro modelo de regulação.

TD — Como são as experiências internaci-

onais?Maíra Rocha — Incluem desde o Tribu-

nal Penal Internacional, que tem uma es-trutura supranacional para um rol de cri-mes muito específicos (crimes contra a hu-manidade, genocídio, tortura, crimes deguerra) até as situações de cooperação in-ternacional para o tráfico de pessoas; a pos-sibilidade de construção de forças-tarefa,de operações policiais entre os diversos pa-íses. Há muitos formatos. Nos últimos 50anos os trabalhos dividem-se em dois gran-des grupos: crimes contra a humanidade ecrimes transnacionais. Para tentar mos-trar que há diferenças na forma de concep-ção. Para os crimes contra a humanidade,tem-se um modelo de regulação que optoupor criar um tribunal internacional, acimade todos os Estados. É a ele que os paísespodem levar os casos, ou os cidadãos pos-sam levar os casos, em determinadas situ-ações. Tem regras de competência muitorígidas. Uma delas é a complementaridade,que significa que o tribunal só pode atuarse o Estado em que ocorreu o crime não fi-zer nada. A outra estrutura é voltada paraos crimes transnacionais, onde se inclui alavagem, o tráfico de drogas, de pessoas, deórgãos. A própria natureza deles torna mui-

to mais difícil a persecuçãopenal. Para esses crimes, aidéia é dotar cada Estado-Na-ção de elementos e canais decooperação internacional.

TD — Qual o papel das insti-tuições financeiras no sentidode rastrear o movimento dasgrandes somas de dinheiro?

Maíra Rocha — O controle éimportante porque há situaçõesem que os próprios bancos são ví-timas das operações internacio-nais, de grandes quebras. O pró-prio banco pode ser vitimadonuma situação dessa natureza.Há um esforço de órgãos interna-cionais, como, por exemplo, oGAFI (Grupo de Ação FinanceiraSobre Lavagem de Dinheiro), comsede em Paris, para que as sedesdas instituições financeiras apli-quem a mesma legislação nas fi-liais. Onde quer que esteja a ins-tituição financeira com a suabandeira, recomenda-se que asregras sejam as mesmas.“É importante o papel das instituições financeiras”

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JULHO DE 20084TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

ligação de Maíra Rocha Machadocom o Direito Penal vem desde o se-gundo ano do curso de Direito naUSP, quando começou a trabalharno Centro Acadêmico XI de Agosto

com questões ligadas aos direitos humanos. OXI de Agosto tinha uma cadeira na Comissão deDireitos Humanos da OAB. Foi um período detrabalho intenso, pois tinha acabado de ocorrera invasão da Casa de Detenção do Carandirupela tropa de choque da Polícia Militar, chamadapara conter uma rebelião em 2 de outubro de1992. Morreram, no episódio, 111 detentos.

Naquela ocasião, setores da comunidade jurí-dica se mobilizaram para acompanhar os inqué-ritos e os processos penais decorrentes. Foi oprimeiro contato de Maíra Machado com o DireitoPenal. O estágio num escritório da Advocaciaconfirmou a predileção pela área, da qual nãose afastou mais. Terminada a graduação, foipara a Universidade de Barcelona, como pesqui-sadora-visitante, preparar o doutorado (2000/2003), defendido na USP, a respeito da Interna-cionalização do Direito Penal, sob a orientaçãode José Eduardo Faria.

Em 2003, a Escola de Direito de São Paulo daFundação Getúlio Vargas publicou um edital deconvocação para compor o primeiro grupo de pes-quisa de várias áreas jurídicas. Maíra RochaMachado participou do processo seletivo e foiaceita como pesquisadora. Em 2004, foi contrata-da como professora.

Nos últimos cinco anos, dedicou-se a váriostrabalhos, como a criação do Sispenas, sof-tware desenvolvido para realizar simulaçõescom a legislação penal pela Secretaria de As-suntos Legislativos do Ministério da Justiça,que avalia projetos de lei na área penal sub-metidos à sanção presidencial ou parecer dogoverno; a reedição do livro Instituições deDireito Penal, de Basileu Garcia; a revisãotécnica e prefácio do livro A Formação da Ra-cionalidade Penal Moderna e Outros Ensai-os, do professor Álvaro Pires, jurista brasileiroprofessor da Universidade de Ottawa, Cana-dá; a análise da obra de Otto Kirschheimersobre a questão da pena e do Direito na soci-edade atual, em conjunto com José RodrigoRodriguez; o levantamento sobre as decisõesdo Tribunal de Justiça de São Paulo no tocan-te a racismo, a ser incluído em pesquisa coor-denada por Sérgio Costa, do Cebrap; a pes-quisa a respeito de lavagem de dinheiro noBrasil e em países da América Latina, a serutilizada em trabalho da estudiosa francesaMireille Delmas Marty.

Dividindo o tempo entre as aulas e as pesqui-sas, Maíra Rocha Machado está animada comas novas perspectivas do Direito no Brasil. “Acarreira de pesquisador de Direito, inexistentehá dez anos, agora é viável. Quando era estu-dante, isso não era possível. Cursava-se Direitopara ser advogado, juiz, promotor, delegado depolícia. A atividade do pesquisador, do criminólo-go não tinha o reconhecimento que tem hoje. Éum campo de atuação que tem se ampliado bas-tante, com novas formas de financiamento, sejaem agências governamentais, seja em organis-

Animada com as perspectivas da carreira

mos internacionais”, explica.Sempre que possível, Maíra Machado leva os

filhos Felipe, dois anos e oito meses, e Murilo,quatro meses, para acompanhá-la nas viagensque faz para proferir palestras no Brasil, e nos

contatos acadêmicos no exterior. Da mesma for-ma, Glauco, o marido, viaja com ela quando oscompromissos profissionais permitem. Para sedistrair, Maíra Machado opta por literatura brasi-leira.

A

(FM) �

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JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIATRIBUNA DO DIREITO

PROCESSO

ANO 15 - Nº 159 JULHO DE 2008

CLITO FORNACIARI JÚNIOR*

Acórdão que não conhece derecurso é ato processual

O juiz não pode redesenhar o passado do processo, conferindo à querela e ao rito o seu perfilpessoal, desprezando o que antes ficou resolvido

A

*Advogado em São Paulo e mestre em Direito pela PUC-SP.

noção de processo é retiradada conotação vulgar do termo,de onde decorre ser ele umaseqüência de atos (processusest actus) preordenados a umresultado final e interligados, demodo coordenado, a ponto decada um deles ser, ao mesmotempo, resultante da síntese dosanteriores e premissa necessá-ria para os posteriores. Desse

modo, não tem relevância, no processo, ato isola-do, pois simples elemento do todo, mas que, exata-mente por ser parte de algo maior, impõe sejaentendido e inserido nesse encadeamento dinâmi-co, guardando sua relevância.

A ignorância dessa concepção, com toda cer-teza muito anterior ao próprio reconhecimento doprocesso como ciência, põe a perder longos segmen-tos de processos, inaugurando atalhos que inovam nocaminho e conduzem a soluções imprevisíveis, com-prometendo a credibilidade, que é a pedra em quese assenta a segurança, tudo quanto se prometee espera como resultado final da atividadejurisdicional.

Decisão da 35ª Câmara de Direito Privado doTJ-SP, relatada por Clóvis Castelo (Apelação n°714.075-0, julgada em 18/2/08), cometeu esse des-vio ao desprezar decisão anterior proferida no mes-mo processo, que tracejou o caminho pelo qualhaveria de trilhar a demanda.

Em ação civil pública voltada ao cumprimentode obrigação de fazer, após as partes transigirem,assumindo uma delas a obrigação de realizar cer-tas obras, procedeu o autor à constatação unila-teral, a partir da qual apontou o não-cumprimentoda obrigação e reclamou o cálculo da multa fixa-da para o descumprimento, com base na qual,em seguida, esboçou a execução para pagamen-to de quantia certa.

Irresignada, a suposta devedora, diante da re-cusa de sua impugnação com singelo despachode “aguarde-se a instauração do processo”, inter-pôs agravo de instrumento, do qual não se conhe-ceu, pois se estaria atacando despacho de expe-diente. Nele, porém, de modo expresso, balizou-se o caminho que aquele processo deveria trilhare que não seria, logicamente, o da execução porquantia certa. Em vista disso, veio à luz sentençade extinção da execução, que se pretendia fossepara pagamento de quantia certa.

Apelou o exeqüente, sendo o recurso acolhidopara “o prosseguimento da execução da multa di-ária decorrente de descumprimento da obrigaçãode fazer”. Amparou o aresto essa possibilidade nofato de não ter o acórdão que não conheceu doagravo decidido acerca da execução dasastreintes, pois não julgou a questão, simplesmen-

te vendo o agravo como inadequado, de vez quetirado contra despacho de expediente. Com isso,afrontou-se a noção de processo, criando umapicada em meio à selva, que sabe-se lá onde vaidar.

O acórdão abandonado foi da 4ª Câmara doantigo 2º TAC-SP, sendo relator Antonio Vilenilson(Agravo de Instrumento n° 585.748-00/7, julgado em14/12/99) e se restringiu a afirmar que “inócuo, nodizer do apelado e da r. decisão, o incidente deque se queixa a agravante, que, então, se devetranqüilizar: daquelas providências não advirão efei-tos processuais nenhuns. Tal significa que, se hou-ver execução, ela será feita na conformidade dosartigos 632 a 634, sem consideração do guerrea-do incidente”.

A decisão alojou-se na seqüência dos atos doprocesso, sendo um elo de sua corrente, de formaa não poder ser abandonada. Em seu conteúdo,fia-se e interpreta a afirmativa da parte contrária,dizendo da inexistência de efeitos processuais parao quanto estava ocorrendo, vindo a concluir, resol-vendo a questão controvertida, ou seja, o pontode desavença entre as partes, que debatiam so-bre como deveria ser feita a execução: se paracumprimento da obrigação de fazer ou para pa-gamento de quantia certa. Nesse sentido, teve ocondão, ao dizer que “se houver execução, ela seráfeita na conformidade dos artigos 632 a 634”, degizar o rumo que o processo seguiria, o que eradever do magistrado, pois a ele se impõe ajustaraos ritos pertinentes o pedido.

Houvesse sido dissecado o acórdão abandona-do, teria se constatado que, ainda com o não-conhecimento do recurso, houve decisão, mesmoque decisão não fosse aquela contra a qual sededuziu o agravo. O acórdão não estava proibidode decidir, de vez que teve que enfrentar questãocontrovertida entre os litigantes. Quando se julgaimpugnação a despacho, decisão ou sentençanão necessariamente terá que surgir uma respos-ta de igual natureza, podendo o provimento da

apelação gerar uma simplesinterlocutória ou um mero des-pacho e vice-e-versa.

Mesmo, porém, que assimnão fosse, o ato do tribunal es-tampado naquele aresto impli-cou definir o rumo do processo,função que cabe ao julgador eque deveria ter sido, no caso,tomada já pelo de primeiro grau,fazendo adequar a postulaçãoao rito pertinente, cumprindo oque mandam os artigos 616 e295, V, do CPC. Ta l se dá,pois, como ensina Teori AlbinoZavaascki (Comentár ios aoCódigo de Processo Civil, Re-vista dos Tribunais, 2000, pági-na 616 e seguinte), o juiz temque fazer um cont ro le deadmissibilidade da execução,semelhante àquele que se lheimpõe no processo de conheci-mento, devendo adequar a na-tureza da obrigação ao rito cor-reto para seu processamento.

Portanto, mesmo que ao jul-gado não se quisesse emprestarcaráter de decisão, bem como,ainda, que não se tratasse

como tal a determinada adequação da execuçãoao rito correto, à manifestação de segundo grauteria que se lhe conferir eficácia suficiente a ori-ginar direitos às partes ou a uma delas. Essa nãopode ser desprezada, pois também passou a in-tegrar o encadeamento do processo, criandomais do que uma expectativa de que os pas-sos seguintes da pendência seriam resolvidos àluz do critério fixado. A decisão não pode serproscrita, pois se jogaria fora atividade proces-sual, comumente gerada a fórceps, e, mais doque isso, a segurança que se cria com a defini-ção das regras do jogo, que devem perpetuar-se por conta da garantia do devido processolegal, qualificadas em razão de terem sido de-finidas no caso concreto, diante de controvér-sia entre os litigantes.

É inegável — e aí esta um dos entraves ao maisrápido fluxo do processo e, ainda, à segurança quese espera da atividade jurisdicional — que nãopode, a cada passo, o juiz a quem é atribuído umfeito, redesenhar o passado processual, conferin-do à querela e ao rito o seu perfil pessoal. Práticascomo essa afrontam o sentido do processo, vistocomo uma marcha para frente, na qual não sedeve perder a atividade passada, pois gera efei-tos, que não se podem eliminar sem afrontar direi-tos que se incorporam ao patrimônio processual dojurisdicionado. �

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634 JULHO DE 2008

TRIBUNA DO DIREITO

JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIASTF E STJ

��HC 90995 /SP — Relator(a): min. Menezes Direito.Julgamento: 12/2/2008. Órgão julgador: Primeira Turma.Publicação DJE-041. Divulg.: 6/3/2008. Public.: 7/3/08.Ementa: Vol.-02310-02 PP-00408. Parte(s). Pacte. (s):Alessandro Roberto Báu Ferreira. Impte.(s): Willey LopesSucasas e outro(A/S) Coator (A/S)(ES): Relator do HC nº50623 do Superior Tribunal de Justiça. Ementa: Habeas-Corpus. Posse ilegal de arma de fogo de uso restrito co-metida na vigência da Lei nº 9.437/97. Lei nº 10.826/03(Estatuto do Desarmamento). Vacatio legis especial.Atipicidade temporária. Abolitio criminis. 1. A vacatio legisespecial prevista nos artigos 30 a 32 da Lei nº 10.826/03,conquanto tenha tornado atípica a posse ilegal de armade fogo havida no curso do prazo assinalado, não sub-traiu a ilicitude penal da conduta que já era prevista noartigo 10, § 2º, da Lei nº 9.437/97 e continuouincriminada, até com maior rigor, no artigo 16 da Lei nº10.826/03. Ausente, portanto, o pressuposto fundamentalpara que se tenha por caracterizada a abolitio criminis. 2.Além disso, o prazo estabelecido nos referidos dispositi-vos expressa, por si próprio, o caráter transitório daatipicidade por ele criada indiretamente. Trata-se de nor-ma que, por não ter ânimo definitivo, não tem, igualmen-te, força retroativa. Não pode, por isso, configurar abolitiocriminis em relação aos ilícitos cometidos em data anteri-or. Inteligência do artigo 3º do Código Penal. 3. Habeas-Corpus denegado. Decisão: A Turma indeferiu o pedidode habeas-corpus. Unânime. 1ª Turma,12/2/2008.

��HC 93202/SP — Relator(a): min. Cármen Lúcia. Julga-mento: 11/3/2008. Órgão julgador: Primeira Turma. Publi-cação DJE-060. Divulg.: 3/4/2008. Public.: 4/4/2008. Emen-ta Vol-02313-04 Pp-00665 Parte(s). Pacte.(s): Derney LuizGasparino. Impte.(s): Derney Luiz Gasparino. Coator (A/

S)(Es): Superior Tribunal de Justiça. Ementa: Habeas-Corpus. Processual Penal. Paciente condenado por crimeposterior ao início do cumprimento de penas já unificadas.Alegação de ofensa às regras de unificação das penas:não-ocorrência. Inexistência de vício no processo de exe-cução penal. Por deficiência no cálculo das penas. O limitede trinta anos, previsto no artigo 75 do Código Penal, nãodeve ser observado se o réu pratica novos delitos e sofrenovas condenações. Precedentes. Habeas-Corpus indefe-rido. Decisão: A Turma indeferiu o pedido de habeas-corpus. Unânime. 1ª Turma, 11/3/2008.

��HC 88995/AC — Relator(a): min. Cezar Peluso. Jul-gamento: 12/2/2008. Órgão julgador: Segunda Turma.Publicação: DJE-055. Divulg.: 27/3/2008. Public.: 28/3/2008. Ementa. Vol. 02312-04 PP-00683. Parte(s):Pacte (s): Pedro Pascoal Duarte Pinheiro. Impte (s):Rafael Freitas Oliveira e outro (a/s) Rafael Freitas Oli-veira e outro (a/s). Coator (a/s )(ES): Superior Tribunalde Justiça. Ementa: Ação penal. Processo. Excesso deprazo. Não caracterização. Demora oriunda da interposiçãode recursos do réu contra a sentença de pronúncia.Retardamento não imputável a deficiência da máquinajudiciária. HC denegado. Precedentes. Não caracterizaconstrangimento ilegal o excesso de prazo que decorrado direito do réu de, retardando a realização do júri,insistir no reexame da pronúncia mediante recursos emsentido estrito e extraordinário. Decisão: indeferida aordem. Decisão unânime. Ausentes, justificadamente,neste julgamento, os senhores ministros Celso deMello e Joaquim Barbosa. Presidiu, este julgamento, osenhor ministro Gilmar Mendes, 2ª Turma,12/2/2008.

��CC 91267/SP — Relator(a): ministra Maria Thereza

de Assis Moura (1131). Órgão julgador: Terceira Se-ção. Data do julgamento: 13/2/2008. Data da publica-ção/fonte: DJ 22/2/2008, p.164. Ementa: Conflito decompetência. Tentativa de homicídio. Crime dolosocontra a vida. Autor e vítima policiais militares. Crimemilitar. Inexistência. Crime cometido fora de situação deatividade ou assemelhado e fora de área de adminis-tração militar. Competência da Justiça Militar.Inocorrência. Competência do juízo suscitante.1. Ain-da que se trate de crime doloso contra a vida cometidopor militar contra outro militar, a competência não éatraída pela Justiça Militar se os fatos não se enqua-dram nas hipótese do artigo 9º do CPM, que caracteri-zam o crime militar. 2. Crime cometido fora do exercí-cio do serviço, sem farda, e com motivação completa-mente alheia à função, a indicar a ocorrência de crimecomum, e não militar. 3. Competente o juízo da 2ª Varado Tribunal do Júri do Foro Regional de Santana,comarca de São Paulo, o juízo suscitante. Acórdão:Vistos, relatados e discutidos os autos em que são par-tes as acima indicadas, acordam os ministros da Ter-ceira Seção do Superior Tribunal de Justiça: a Seção,por unanimidade, conheceu do conflito e declaroucompetente o suscitante, juízo de Direito da 2ª Vara doTribunal do Júri - Foro Regional I de Santana, SãoPaulo, SP, nos termos do voto da sra. ministra-relatora.Votaram com a relatora os srs. ministros Napoleão NunesMaia Filho, Jane Silva (desembargadora convocada do TJ/MG), Jorge Mussi, Nilson Naves, Felix Fischer, PauloGallotti, Laurita Vaz e Arnaldo Esteves Lima.

��CC 88588/SP — Relator(a): ministra Maria Therezade Assis Moura (1131). Órgão julgador: Terceira Se-ção. Data do julgamento: 13/2/2008. Data da publica-ção/fonte: DJ 22/2/2008, p.162. Conflito negativo decompetência. Porte ilegal de arma de fogo. Infraçãopenal de menor potencial ofensivo, de acordo com a Leinº 10.259/01. Competência dos Juizados EspeciaisCriminais. Deslocamento para o juízo comum. Citaçãoeditalícia. Artigo 66, parágrafo único, da Lei nº 9.099/95. Competência recursal do tribunal hierarquicamentesuperior. 1. No procedimento sumaríssimo para apura-ção dos crimes de menor potencial ofensivo, verificadaa necessidade de realização de citação editalícia, ocor-re o deslocamento da competência dos Juizados Espe-ciais Criminais em favor do juízo comum, conformeredação do artigo 66, parágrafo único, da Lei nº 9.099/95.2. A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça fir-mou-se no sentido de que, tendo o feito tramitado no juízocomum, não obstante tratar de infração de menor potencialofensivo, competente é o órgão jurisdicional hierarquica-mente superior, isto é, o Tribunal de Justiça estadual, paraprocessar e julgar a apelação interposta contra sentençacondenatória prolatada pelo juízo comum, por força do prin-cípio da perpetuactio jurisdicionis. 3. Conflito de competên-cia conhecido para declarar competente o juízo suscitado.Acórdão: Vistos, relatados e discutidos os autos em quesão partes as acima indicadas, acordam os ministros daTerceira Seção do Superior Tribunal de Justiça: a Seção,por unanimidade, conheceu do conflito e declarou compe-tente o suscitado, Tribunal de Justiça do Estado de SãoPaulo, nos termos do voto da sra. ministra-relatora. Votaramcom a relatora os srs. ministros Napoleão Nunes Maia Fi-lho, Jane Silva (desembargadora convocada do TJ/MG),Jorge Mussi, Nilson Naves, Felix Fischer, Paulo Gallotti,Laurita Vaz e Arnaldo Esteves Lima.

STF

STJ

��HC 57019/SE — Relator(a) ministra Laurita Vaz(1120). Órgão julgador: T5, Quinta Turma. Data do jul-gamento: 07/2/2008. Data da publicação/fonte: DJ 3/3/2008 p. 1. Ementa: habeas-corpus. Processual penal.Crime de homicídio qualificado. Tribunal do júri. Absol-vição do paciente. Recurso de apelação. Anulação. De-cisão proferida contrária aos elementos de prova contidosnos autos. Inexistência de violação ao princípio da sobera-nia dos veredictos. Necessidade de se reexaminar o con-junto probatório dos autos. Ministério Público que teria semanifestado após a defesa. Inversão processual não con-figurada. Parecer ministerial. Atuação do parquet comocustos legis. Precedentes. 1. A alegação de que oacórdão impugnado teria violado o princípio da sobera-nia dos veredictos do Tribunal do Júri, requer, na hipóte-se, inevitavelmente, o reexame do conjunto probatório

dos autos, pois o tribunal a quo, ao examinar o contexto fático-probatório apresentado no recurso, entendeu quea decisão proferida pelo júri popular foi emanada em completa dissociação com as provas dos autos.Inviabilidade do writ. 2. Não existe inversão processual quando o Ministério Público, agindo como custus legis,manifesta-se após a defesa, ainda que tenha exarado parecer favorável ao provimento do recurso interposto peloassistente de acusação. 3. Precedentes desta Corte Superior. 4. Ordem denegada. Acórdão: Vistos, relatados ediscutidos estes autos, acordam os ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidadedos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, denegar a ordem. Os srs. ministros ArnaldoEsteves Lima, Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi e Felix Fischer votaram com a sra. ministra-relatora.

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TRIBUNA DO DIREITO

ANO 16 - Nº 93 JULHO DE 2008

prova é difícil e exige conheci-mento, preparação psicológica e“decoreba”. É assim que os ba-charéis que prestaram a segun-da fase do 135º Exame da Or-dem, dia 15, na UniversidadePaulista (SP), definem a prova.“Preparo-me há três anos para oExame, tive depressão, mudeiminha vida, abdiquei do convíviosocial e da família e não consigoser aprovada”, reclamava a can-didata Rose Crozato que, no cur-rículo, tem dois estágios e pós-graduação. Para ela, a prova nãoé decisiva para selecionar futu-ros profissionais, “a OAB tinhade analisar a experiência geraldos bacharéis e não aprovar can-didatos que apenas decoram oconteúdo”. Segundo Rafael Cu-nha, que tentou pela primeiravez, a prova, apesar de difícil,serve apenas para “cumprir for-malidades exigidas pela OAB”, oque não significa que identifiqueo candidato preparado do des-preparado. “A prova, além decomplicada, não avalia o aluno,e, ainda, não sabemos o que es-perar dos professores que corri-gem as peças”, reclama a candi-data Ana Marta, que prestou oExame pela quarta vez.

Os bacharéis criticaram nãosó a dificuldade do Exame, masa exigência de obter a aprovaçãopara advogar. Para Carla An-dressa Parras, conseguir seraprovada “não passa de um gol-pe de sorte” e não de conheci-mento. Os amigos Maurício eMarcelo também afirmam quenão acreditam que para obterêxito no Exame, baste estudar.Para eles, é necessário decorar oconteúdo e manter a calma. Nacontramão, a candidata DéboraTacetano, que tentou pela pri-meira vez, defendeu o método deavaliação e correção. Os candi-datos também destacaram a de-cepção que é estudar anos paraconseguir um diploma e desco-brir no final do curso que con-

Críticas agora ao “decoreba”

cluiu uma faculdade que não o preparou, se-quer, para o Exame da Ordem. “A OAB e oMEC não deveriam permitir que fossem aber-tos cursos que não qualificam os bacharéis. Sefuncionam é porque tiveram autorização e osmaiores prejudicados somos nós”, afirmavaum grupo de candidatos. “Gastamos não sócom a mensalidade do curso e a inscrição doExame, mas também com cursos preparatóri-os, porque precisamos aprender o que não ti-vemos por anos em sala de aula”, reclamavam.

A Comissão de Estágio e Exame de Ordem

da OAB de São Paulo divulgou comunicadoinformando a anulação das questões 33, 39 e50 da primeira fase do 135º Exame de Ordem.Com isso, mais 1.574 candidatos foram apro-vados. Dos 5.692 (incluindo 29 candidatoscom recursos acatados) aprovados para a se-gunda fase, 455 (8%) não compareceram àprova prático-profissional. A lista dos aprova-dos será divulgada dia 11 no site da entidade(www.oabsp.org.br) e os candidatos terão trêsdias para recorrer. O “Tribuna” publica as pro-vas e os respectivos gabaritos.

A primeira fase teve três questões anuladas, permitindo a aprovação de mais 1.574 candidatos

AFotos Augusto Canuto

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EXAME

DE ORDEM

EXAME

DE ORDEM

JULHO DE 20082TRIBUNA DO DIREITO

osé, servidor público aposentado da Secretaria deEducação do Estado de São Paulo, é casado com Jo-

ana, domiciliada em Santo Amaro – SP, do lar e sem fi-lhos. José, no dia 18 de maio de 2008, por volta das 16h, após discussão com Joana, saiu de casa e, desde en-tão, passou a residir em um hotel da cidade. Entretanto,desde aquela data, o cônjuge varão deixou de contribuirpara o sustento do lar conjugal, de modo que já estãovencidas as contas mensais de água (R$ 200,00), energia(R$ 400,00), salário e encargos da empregada doméstica(R$ 700,00), impostos diversos (R$ 500,00), manutençãode veículos (R$ 500,00), e a quantia gasta com gênerosalimentícios essenciais está chegando ao fim (R$1.500,00). Joana não dispõe de renda própria, mas o ca-sal possui vários bens imóveis, alguns deles alugados,além dos proventos da aposentadoria de José, estimadospor Joana em R$ 8.000,00, já descontados a verba pre-videnciária e o imposto sobre a renda. Além disso, o côn-juge virago decidiu contratar advogado, cuja verba hono-rária fora acordada em R$ 4.000,00, a fim de pleitear, naesfera judicial, o suprimento das suas necessidades na-turais e sociais e, após, ressalvada a possibilidade deacordo, Joana pretende também ingressar com ação deseparação judicial e partilha de bens.

QUESTÃO: Considerando a situação hipotética descri-ta, na qualidade de advogado(a) contratado(a) por Joana,redija a petição inicial da medida judicial cabível à espécie.Além das argumentações fáticas, apresente os fundamen-tos legais pertinentes ao direito material e processual apli-cáveis ao caso.

uciano foi denunciado por ter, no dia 5 de junho de2006, por volta das 00 h 30 min, em frente à Igreja

São Judas Tadeu, no bairro Moema, São Paulo – SP, des-ferido, com intenção de matar, disparos de arma de fogocontra Eduardo, os quais, por sua natureza e sede, forama causa eficiente da morte deste, razão pela qual Lucia-no estaria incurso nas penas do art. 121, caput, do Có-digo Penal (CP). Após regular trâmite, sobreveio a decisãode pronúncia, determinando que Luciano fosse submeti-do a júri popular, segundo a capitulação da denúncia. Nodia do julgamento, terminada a inquirição das testemu-nhas, o promotor de justiça deu início à produção da acu-sação. Durante sua explanação perante o conselho desentença, com o fito de influenciar o ânimo dos julgado-res quanto à conduta pretérita de Luciano, o promotormostrou aos jurados, sem a concordância da defesa, do-cumentos relativos a outro processo, no qual o réu Luci-ano era acusado de crime de homicídio qualificado prati-cado em 2/5/2005. Salientou, ainda, o órgão ministeri-al que os jurados deveriam “pensar o que quisessem”acerca da recusa, pela defesa, da produção da nova pro-va. Finda a acusação, foi dada a palavra ao defensor, quepediu ao magistrado o registro, em ata, de que o promo-tor de justiça havia mostrado aos jurados documentosrelativos a outro processo a que respondia o réu, a des-peito da discordância da defesa. O pleito defensivo foi de-ferido. Ademais, tratou a defesa das questões de mérito,bem como advertiu os jurados acerca da primariedade doréu. Por fim, Luciano foi condenado, pelo Tribunal do Júride São Paulo/SP, como incurso no art. 121, caput, do CP,à pena de 7 anos de reclusão, que deveria ser cumpridaem regime inicialmente fechado.

QUESTÃO: Considerando a situação hipotética descrita,formule, na condição de advogado(a) contratado(a) por Luci-

ano, a peça — diversa de habeas corpus — que deve serapresentada no processo.

edro ingressou com reclamação trabalhista contra oestado de São Paulo para ver reconhecido o vínculo de

emprego entre ambos, ainda que não tenha havido préviaaprovação em concurso público. A ação foi julgada impro-cedente pelo juiz do trabalho. Foi interposto recurso ordi-nário contra a sentença, repetindo-se os argumentos tra-zidos na petição inicial, e, sucessivamente, solicitando-sea condenação do reclamado ao pagamento das verbas de-correntes do contrato de trabalho havido entre as partes(aviso prévio, 13º salário proporcional, férias em dobro esimples acrescidas de um terço, depósitos do FGTS e in-denização de 40% sobre o saldo do FGTS). O tribunal re-gional do trabalho (TRT) deu provimento ao recurso, porentender caracterizada a existência de relação de emprego,na forma dos arts 2º e 3º da CLT, mesmo diante da previ-são do art. 37, inciso II e § 2º, da CF/88, pois o serviço foiprestado de forma pessoal, onerosa e com subordinação,cabendo ao ente público arcar com as verbas decorrentesdo contrato de trabalho. Ao reformar a sentença, o TRT re-conheceu a existência do contrato nulo, mas entendeu serele capaz de gerar efeitos jurídicos, pelo que determinou oretorno dos autos à vara de origem para exame dos demaispedidos da inicial. Dessa decisão interpôs o Estado recur-so de revista, cujo seguimento foi negado, sob o argumen-to de que as decisões interlocutórias são irrecorríveis (art.893, § 1º, da CLT e Súmula 214/TST).

QUESTÃO: Em face da situação hipotética acima descri-ta, redija a medida cabível e apresente argumentos funda-mentados, considerando que, em sua decisão, o TRT reco-nheceu ser devido o pagamento de todas as verbas traba-lhistas em hipótese de contrato nulo.

&D Consultoria Ltda. firmou contrato de prestação deserviços de consultoria com o Banco Claro S.A., para

desenvolver e propor a implementação de estratégias mer-cadológicas para Internet e intranet. O serviço foi prestadona sede do Banco Claro S.A., em certo município goiano,e o estabelecimento da A&D Consultoria Ltda. é localiza-do em município paulista. Após consulta às legislaçõeslocais, os dirigentes da A&D Consultoria Ltda. concluíramque tanto o município goiano quanto o paulista se repu-tam credores do imposto sobre serviços (ISS), o que ense-

As provas da segunda fasePONTO 1

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jou dúvida sobre quem seria o sujeito ativo competentepara receber o referido imposto, no valor de R$ 5.500,00.

QUESTÃO: Considerando a situação hipotética apresen-tada, proponha, na qualidade de procurador da A&D Con-sultoria Ltda., a medida judicial que entender cabível, comfundamento na matéria de direito aplicável ao caso, apre-sentando todos os requisitos legais pertinentes.

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PONTO 2

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edro, no exercício do cargo de inventariante dos bensdeixados por seu pai, apresentou declaração de bens,

omitindo a existência de 1.000 cabeças de boi que se en-contravam em área rural de propriedade de Pedro. Antô-nio, seu irmão, constituiu advogado para reclamar aomissão do inventariante. Instado a se manifestar, o in-ventariante declarou que o gado lhe pertencia e que, por-tanto, não haveria mais bens a inventariar, senão os de-clarados.

QUESTÃO: Considerando a situação hipotética descri-ta, na qualidade de advogado(a) contratado(a) por Antônio,redija a petição inicial da medida judicial adequada paraatender à pretensão de seu cliente bem como para impor aoinventariante eventual cominação legal.

aniel, conhecido empresário de São Paulo – SP, bra-sileiro, casado, residente e domiciliado na rua Xan-

gai, n.º 27, bairro Paulista, foi preso em flagrante pela su-posta prática do delito tipificado no artigo 3.º da Lei n.º1.521/1951: “destruir ou inutilizar, intencionalmente esem autorização legal, com o fim de determinar alta depreços, em proveito próprio ou de terceiro, matérias-pri-mas ou produtos necessários ao consumo do povo”. Di-ante desse fato, Geiza, esposa de Daniel, procurou umadvogado e lhe informou que Daniel era primário e pos-suía residência fixa. Aduziu que a empresa do marido,Feijão Paulistano S.A., já atuava no mercado havia maisde 8 anos. Ressaltou que Daniel sempre fora pessoa ho-nesta e voltada para o trabalho. Além disso, Geiza narrouque Daniel era pai de uma criança de tenra idade, Júlia,que necessitava urgentemente do retorno do pai às ativi-dades laborais para manter-lhe o sustento. Por fim, infor-mou que estava grávida e não trabalhava fora. Geiza apre-

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JULHO DE 2008 3TRIBUNA DO DIREITO

sentou ao advogado os seguintes documentos: CPF e RG deDaniel, comprovante de residência, cartão da gestante ex-pedido pela Secretaria de Saúde de SP, certidão de nasci-mento da filha do casal, Júlia, auto de prisão em flagran-te, nota de culpa e folha de antecedentes penais do indici-ado, sem qualquer incidência.

QUESTÃO: Considerando a situação hipotética descrita,formule, na condição de advogado(a) contratado(a) por Daniel,a peça — diversa de habeas corpus — que deve ser apresen-tada no processo.

10ª Vara do Trabalho de São Paulo, analisando reclama-ção trabalhista ajuizada por Manuel, julgou improce-

dente a ação, por entender caracterizada hipótese de dispen-sa por justa causa, tomando por fundamento um único de-poimento, prestado por testemunha arrolada pela reclama-da. Essa testemunha, mesmo não tendo presenciado o ato deter o empregado, Manuel, esmurrado o gerente da empresa,disse ter ouvido falar do ocorrido pelo próprio ofendido. Ficouevidenciado, na instrução processual, que: a) somente pas-sados dois meses do fato, deu-se a demissão por justa cau-sa, sem que tenha havido sequer uma advertência ao empre-gado; b) ninguém presenciou a agressão; c) a única testemu-nha do reclamado disse não trabalhar, nem nunca haver tra-balhado, na empresa que este dirigia.

QUESTÃO: Considerando a situação hipotética apresen-tada, redija a medida cabível, argumentando sobre o fun-damento da despedida de Manuel e sobre as provas produ-zidas em juízo. Analise a hipótese de a justa causa vir a serdescaracterizada, descrevendo quais serão as verbas e di-reitos devidos ao empregado.

urante o exercício de 2005, 30% do total das vendasde papel efetuadas pela Fábrica de Papel Paulista

S.A. foram destinados à impressão de livros e jornais, comsaídas cobertas pela imunidade tributária do ICMS, nostermos do art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal. Emfiscalização, o agente fiscal estadual de São Paulo autuoua empresa, exigindo valores de imposto, multa e juros, porconsiderar que ela deveria ter feito o estorno proporcionalde 30% dos créditos de ICMS pelas compras de matérias-primas e componentes, utilizados na fabricação dos papéisvendidos. Entendeu o agente fiscal tratar-se de hipótese denão-incidência ou isenção do tributo, que, nesse caso, seconfundiria com a imunidade. O processo administrativoteve trânsito em julgado, tendo o órgão administrativo dejulgamento de segunda instância — Tribunal de Impostose Taxas do Estado de São Paulo —, em decisão nãounâni-me, mantido a cobrança do ICMS e acréscimos. O débitofoi inscrito em dívida ativa, mas ainda não foi ajuizada aexecução fiscal. Em face da situação hipotética apresenta-da, na qualidade de advogado da Fábrica de Papel PaulistaS.A..

QUESTÃO: Considerando que a empresa necessita, comurgência, de certidão negativa ou positiva com efeitos denegativa para a participação em licitações públicas, e con-siderando, ainda, que a empresa possui recursos financei-ros para efetuar o depósito judicial do débito, redija a me-dida judicial cabível, com a devida fundamentação legal,para fins de se pleitearem, em juízo, a certidão citada e ocancelamento da cobrança fiscal.

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PONTO 3

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aula, menor púbere, assistida por sua genitora, Fran-cisca, propôs ação judicial contra Lucas, tendo por objeto

a condenação deste em verba alimentícia no valor de um sa-lário mínimo por mês. Além disso, pediu a citação do deman-dado, a designação de audiência de conciliação e instrução,juntou documentos e arrolou testemunhas. Por fim, pediu os

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benefícios da assistência judiciária e a antecipação dos efei-tos da tutela de mérito. O juiz recebeu a petição inicial, de-signou audiência de conciliação e instrução, determinou acitação do réu, porém indeferiu o pedido de assistência judi-ciária sob o fundamento de que não constava nos autos a de-claração da hipossuficiência econômica firmada pela autora.Igualmente, indeferiu o pedido de antecipação dos efeitos datutela de mérito por não ter vislumbrado, na hipótese, a exis-tência de prova inequívoca que conduzisse ao juízo da veros-similhança das alegações, tampouco o fundado receio dedano irreparável ou de difícil reparação, ou caracterizado oabuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protela-tório do réu.

QUESTÃO: Considerando a situação hipotética descri-ta e, ainda, que a autora tenha discordado dos indeferimen-tos dos pedidos da antecipação dos efeitos da tutela demérito e da assistência judiciária, redija, na qualidade deadvogado(a) contratado(a) pela autora, a peça processualda medida judicial visando à reforma de tais decisões.Além das argumentações fáticas, apresente os fundamen-tos legais pertinentes ao direito material e processual apli-cáveis ao caso.

árcio, brasileiro, solteiro, pedreiro, atualmente re-cluso no Centro de Readaptação Penitenciária de

Presidente Bernardes – SP, foi condenado, pelo juiz da2.a Vara Criminal de São Paulo – SP, a 8 anos de reclu-são, em regime fechado, pela prática do crime previstono art. 157, § 2.º, incisos I e II. Recentemente, progre-diu ao regime semi-aberto, razão pela qual ainda nãofaz jus à progressão ao regime aberto. Márcio, que jácumpriu 5 anos do total da pena, tem profissão certa edefinida e está trabalhando, com carteira assinada,como pedreiro, demonstra intenção de fixar residênciana Colônia Agrícola Águas Lindas, lote 1, Guará – DF,em companhia de seus pais, bem como de constituiruma família tão logo seja colocado em liberdade. Em ra-zão disso, por meio da defensoria pública, pleiteou aojuízo competente a concessão do livramento condicio-nal. O juiz indeferiu o pedido de livramento condicional,visto que, no relatório carcerário expedido pelo diretordaquele estabelecimento prisional, consta uma tentati-va de fuga em 22/4/2006, na qual Márcio estivera en-volvido. Entretanto, no mesmo relatório, a autoridadecarcerária informa que, atualmente, o detento, nãoreincidente em crime doloso, ostenta bom comporta-mento e exerce trabalho externo.

QUESTÃO: Considerando a situação hipotética descri-ta, formule, na condição de advogado(a) contratado(a) porMárcio, a peça — diversa de habeas corpus — que deve serapresentada no processo.

aria ingressou com reclamação trabalhista contra aempresa Brasil S.A., argumentando ter exercido fun-

ção de confiança, com o conseqüente pagamento da gra-tificação salarial correspondente, durante seis anos con-secutivos, tendo o empregador, sem justa causa e por atounilateral, promovido sua reversão ao posto antes ocupa-do, quando, então, foi reduzida sua remuneração. Mariapediu antecipação de tutela para que a reclamada proce-desse à imediata incorporação da gratificação, bem comoo pagamento das diferenças salariais correspondentes,desde a data da supressão da vantagem. Ao final, postu-lou a confirmação da medida liminar. Juntou prova docu-mental para comprovar suas alegações. O juiz da 1ª Varado Trabalho de São Paulo, argumentando estarem satis-feitos os pressupostos autorizadores da medida, deferiuo pedido de antecipação dos efeitos da tutela.

QUESTÃO: Em face dessa situação hipotética, redija amedida cabível, argumentando a respeito da possibilidadede redução salarial na hipótese de reversão do empregadoao cargo efetivo, antes ocupado, quando este deixar deexercer função de confiança.

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onsidere a publicação de portaria ministerial determi-nando a incidência do imposto sobre operações de cré-

dito, câmbio e seguros ou relativas a títulos e valores mobi-liários (IOF) sobre as operações de crédito das instituições deassistência social sem fins lucrativos. Considere, ainda, queos dirigentes da Associação Criança Feliz, por entenderem in-devido o referido imposto, alegando que as operações finan-ceiras da associação são direcionadas ao atendimento de suasfinalidades, requeiram o ajuizamento de ação que obste ime-diatamente a cobrança do tributo.

QUESTÃO: Em face dessa hipótese, na qualidade deprocurador da Associação Criança Feliz, proponha a medi-da judicial que entender cabível, com fundamento na maté-ria de direito aplicável ao caso, apresentando todos os re-quisitos legais pertinentes.

1. Pedro, na qualidade de locatário, contratou com An-tônio, locador, menor púbere, assistido por seu genitor,Fernando, a locação do imóvel residencial de sua propri-edade, unidade autônoma e integrante do Condomínio Re-sidencial Enfiteuse. O locador, na oportunidade, fora re-presentado pela Administradora de Imóveis Justa CausaLtda., e o pacto locatício, instituído por meio de instru-mento particular, com vigência do dia 1º/2/2007 a 31/1/2010, previu que o locatário, além de outros encargos,assumiria a obrigação de pagar ao locador a verba loca-tícia e as taxas de condomínio e de IPTU incidentes sobreo imóvel locado. Ocorre que Manuel, síndico do Condomí-nio do Edifício Enfiteuse, alega que consta débito de co-tas de condomínio da unidade locada, referente aos me-ses de setembro/2007 a maio/2008, no valor de R$5.400,00, além de multa penal de 2% e juros de 1% aomês, conforme determinam a convenção e o regimentointerno do condomínio. Considerando a situação hipoté-tica descrita, na qualidade de advogado(a) consultado(a)a respeito, indique que pessoas detêm legitimidade parafigurar nos pólos ativo e passivo da ação judicial que te-nha por objeto a cobrança das cotas de condomínioinadimplidas, conforme alegado.

2. A empresa Brasil Medicamentos Ltda. foi condena-da a pagar a Carlos, menor púbere, a quantia de R$6.000,00, a título de danos morais, mais os honorários desucumbência (R$ 1.000,00) e despesas processuais (R$500,00). No processo de conhecimento, foi observado orito comum sumário, tendo a sentença transitado em jul-gado em 15 de abril de 2008. A executada, intimada dapenhora no dia 15 de junho de 2008, observou que o exe-qüente pretendia receber quantia superior ao valor dacondenação, além de a penhora abranger a totalidade doimóvel comercial de propriedade da executada, avaliadoem R$ 100.000,00. Considerando a situação hipotéticadescrita, na qualidade de advogado(a) consultado(a) a res-peito, indique a medida judicial apropriada para a defesade eventual direito da executada, apresentando os funda-mentos fáticos de tal medida.

3. Fernando foi citado para responder aos termos deação de cobrança pelo rito ordinário, ajuizada por João,que pretendia o recebimento da quantia de R$ 50.000,00referente à venda de um veículo. Fernando, surpreso, vis-to que pagara integralmente o valor ajustado, procurouum advogado e a ele exibiu o recibo de quitação assina-do por João com a firma reconhecida em cartório. Consi-derando a situação hipotética descrita, na qualidade deadvogado(a) consultado(a) a respeito, indique as providên-cias a serem tomadas para atender aos interesses de Fer-nando, informando os respectivos fundamentos legais.

4. Paulo adquiriu de Alexandre um lote urbano, o qual

QUESTÕESPRÁTICAS

Civil EXAME DE ORDEM

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JULHO DE 20084TRIBUNA DO DIREITO

foi totalmente quitado em trinta prestações mensais esucessivas. O compromisso de compra e venda encontra-se registrado na matrícula do respectivo cartório do regis-tro imobiliário. No entanto, o promitente-comprador ale-ga que o alienante se recusa a outorgar-lhe a escriturapública de compra e venda, sob a justificativa de que ain-da detém direito de receber determinada quantia em di-nheiro decorrente de valorização imobiliária. Consideran-do a situação hipotética descrita, na qualidade deadvogado(a) consultado(a) a respeito, indique a medidajudicial apropriada para a defesa de eventual direito dePaulo, informando os respectivos fundamentos legais.

5. Uma empresa do ramo de telefonia móvel foi citadaem ação de conhecimento condenatória por danos morais,em processo que tramita perante uma das varas dos juiza-dos especiais cíveis, proposta por César, assinante dos ser-viços da ré. No exame da matéria, a empresa demandadadescobriu que o demandante lhe deve R$ 3.000,00 referen-tes a serviços prestados no último semestre e que aindanão foram quitados. Considerando a situação hipotéticadescrita, na qualidade de advogado(a) consultado(a) a res-peito, discorra sobre a possibilidade jurídica de a empre-sa demandada formular pedido contraposto a seu favor.

1. Ricardo, menor inimputável, com 14 anos de idade,disse para Lúcio, maior de idade, que pretendia subtrairaparelhos de som (CD player) do interior de um veículo. Paratanto, Lúcio emprestou-lhe uma chave falsa, plenamenteapta a abrir a porta de qualquer automóvel. Utilizando achave, Ricardo conseguiu seu intento. Na situação acimanarrada, quem é partícipe de furto executado por menor deidade responde normalmente por esse crime? Fundamentesua resposta de acordo com teoria adotada pelo Código Pe-nal quanto à natureza jurídica da participação.

2. O magistrado, no ato de recebimento de denúncia,quando faz o juízo de admissibilidade da acusação, podeconferir definição jurídica diversa aos fatos narrados napeça acusatória? Fundamente sua resposta de acordocom a doutrina majoritária.

3. Estabeleça a diferença entre interceptação telefônicae escuta telefônica.

4. Pascoal, que tinha maus antecedentes e era reinci-dente, subtraiu um boné avaliado em R$ 50,00. Após re-gular trâmite processual, não lhe tendo sido oferecida aproposta de suspensão condicional do processo em facedas circunstâncias pessoais, por ocasião da sentença, ojuiz entendeu que o caso não merecia a incidência doprincípio da insignificância por ser Pascoal reincidente,razão pela qual o condenou, por furto simples, à pena deum ano e seis meses de reclusão. Nesse caso, agiu corre-tamente o magistrado ao ter negado a incidência do prin-cípio da insignificância? Justifique sua resposta.

5. No dia 2 de maio de 2006, Paulo e Roberto, comvontade livre e consciente e unidade de desígnios, utili-zando-se de grave ameaça pelo emprego de arma de fogo,subtraíram o celular e o relógio de Kênia e, após tal con-

duta, constrangeram-na, mediante grave ameaça, a forne-cer-lhes a senha e as letras de acesso para a realização desaques em conta-corrente, no total de 4 saques, no valorglobal de R$ 980,00. Considerando a situação hipotéticaacima descrita, tipifique e diferencie as condutas violen-tas de Paulo e Roberto.

1. João, por dois anos, trabalhou na empresa Alfa, atéque, por necessidade de especialização dos trabalhos, asatividades desta foram transferidas para a empresa Beta,integrante do mesmo grupo econômico. Por dois meses,período de transição da transferência das atividades deuma empresa para a outra, João prestou serviços paraambas, durante a mesma jornada de trabalho. Após, foitransferido, em definitivo, para a empresa Beta, quando,então, foi feita a anotação em sua CTPS, indicando a mu-dança do empregador. Passados nove meses da transfe-rência, a empresa Beta encerrou suas atividades, por con-ta de dificuldades financeiras, oportunidade em que dis-pensou seus empregados, inclusive João, sem nada pa-gar-lhes. Considerando a situação hipotética descrita aci-ma, responda às seguintes perguntas. - Contra qual dasempresas João poderá propor reclamação trabalhista? -Terá João direito ao tempo de serviço prestado nas duasempresas, para efeito de pagamento de férias e 13.º salá-rio, ou somente quanto ao período trabalhado na empre-sa Beta? - João terá direito a mais de um salário por tertrabalhado nas duas empresas no período de transiçãodas atividades?

2. Considerando que, tanto no estágio quanto no con-trato de trabalho, a prestação do serviço dá-se com pes-soalidade, subordinação e continuidade, diferencie ambosos contratos, destacando as características específicas docontrato de estágio, no que diz respeito ao “termo de com-promisso”, à matrícula do aluno no curso, ao pagamentode bolsa e à finalidade do estágio.

3. Diferencie gorjeta de gratificação, identificando quem éo responsável pelo pagamento de cada uma dessas parcelase explicando se elas decorrem de obrigação, ou não, por partede quem o faz, e se integram o salário ou a remuneração.

4. João prestou serviços pessoalmente, como represen-tante comercial devidamente inscrito no CORCESP, paradeterminada empresa, pelo período de 10 anos. Rescindi-do o contrato por deliberação da representada no início de2008, sem qualquer causa justificada, João postulou najustiça do trabalho os direitos decorrentes da lei que re-gulamenta a atividade dos representantes comerciais au-tônomos. O juízo do trabalho, em despacho liminar, deu-se por incompetente, sob o fundamento de tratar-se demera prestação de serviços e não de vínculo de emprego.Nessa situação, o posicionamento do juízo do trabalhoestá correto? Fundamente sua resposta.

5. O banco Ômega, empresa pública federal, contratoua empresa Delta, prestadora de serviço, para que execu-tasse, por meio dos empregados desta terceirizada, o ser-viço de limpeza das agências bancárias. Para uma dessasfunções, foi designado Joaquim, que passou a fazer a lim-

Penal EXAME DE ORDEM

Trabalho EXAME DE ORDEM

peza da agência Gama. Passados três anos, a empresaDelta desligou Joaquim do seu quadro, deixando de pa-gar-lhe as verbas rescisórias, assim como de recolher seuFGTS. Diante dessa situação hipotética, redija texto dis-sertativo, abordando a possibilidade de Joaquim ingres-sar com reclamação trabalhista diretamente contra o ban-co Ômega, ou contra este e a empresa Delta, consideran-do que seu vínculo de emprego ocorre somente com a to-madora do serviço, a quem ele estava subordinado. Casoentenda ser a instituição bancária a responsável, explicitese tal responsabilidade será, ou não, de modo solidáriopara com a empresa Delta.

1. Considere que, durante o desembaraço aduaneiro,no território nacional, de bem móvel objeto de contrato dearrendamento mercantil, a autoridade fazendária compe-tente realize concomitantemente a cobrança do impostosobre produtos industrializados (IPI) e do imposto sobreimportação (II). Nesse caso, há hipótese de bitributação(ou bis in idem)? Estabeleça a diferença entre os dois ins-titutos e fundamente sua resposta.

2. O Instituto de Educação Global é uma instituição deeducação e de assistência social, sem fins lucrativos. Aoler um artigo em uma revista, um diretor do Instituto to-mou conhecimento de que esse tipo de entidade pode dei-xar de recolher alguns tributos, desde que atenda a cer-tos requisitos legais. Considerando a situação acima des-crita, responda às perguntas a seguir.

- Que norma jurídica garante às instituições de educa-ção e de assistência social, sem fins lucrativos, a desobri-gação de recolher certos tributos?

- Que tributos essas entidades estão desobrigadas derecolher?

- Que requisitos legais devem ser cumpridos a fim delhes garantir o referido favor legal?

3. A pessoa jurídica A adquiriu o estabelecimento em-presarial da pessoa jurídica B, que atuava no ramo de ven-da de produtos alimentícios no atacado. Após a aquisição,a pessoa jurídica A passou a promover a venda de tapetesorientais. Posteriormente, foram verificados débitos tribu-tários quanto ao recolhimento do imposto sobre a propri-edade predial e territorial urbana (IPTU) anteriores à alie-nação. Considerando a situação descrita, responda, funda-mentadamentande, se a pessoa jurídica A é responsávelpelo recolhimento do imposto devido, especificando, nocaso de resposta afirmativa, o tipo de responsabilidade.

4. Defina o instituto da desconsideração da persona-lidade jurídica e especifique quando poderá ser ele apli-cado para fins tributários.

5. Considere que, em processo de execução fiscal, oexeqüente — INSS — pretenda penhorar bens do ex-sócioe diretor da empresa executada. Considere, ainda, queesse diretor tenha se retirado da referida empresa há maisde dois anos e que não haja bens da empresa para serempenhorados. Nessa situação, que medida judicial deve serinterposta pelo ex-sócio e diretor da empresa? Justifiquesua resposta.

Tributário EXAME DE ORDEM

GabaritoPONTO 1

Civil EXAME DE ORDEM

Deve o examinando elaborar uma petição inicial de açãocautelar de alimentos provisionais a ser proposta por

Joana perante o juízo de família do foro do cônjuge virago. Areferida peça processual deve conter os requisitos previstos nosarts. 801, 804 e 282, todos do CPC. Assim, deve ser declina-da qualificação das partes; a existência do vínculo conjugal; o

abandono do lar pelo cônjuge varão e a sua omissão quanto aosustento do lar do conjugal; a situação de Joana, que, momen-taneamente, não dispõe de renda própria e a capacidade eco-nômica de José prestar-lhe os alimentos; a intenção desta emrequerer em processo próprio a separação conjugal litigiosa ea partilha de bens, além do pedido de deferimento do pedidoliminar e final de alimentos provisionais para o sustento da re-querente, que deverá perdurar até a partilha dos bens do acer-vo conjugal, em valor mensal não inferior a R$ 3.800,00, alémda verba de honorários de advogado, no valor de R$ 4.000,00,em cota única ou parcelada, conforme contrato de honorários.O valor de R$ 4.000,00 refere-se aos honorários contratados eR$ 3.000,00 refere-se a soma da verba alimentícia.

candidato deve interpor recurso de apelação com fun-damento no art. 593, III, a, do CPP. CPP, Art. 593 -

Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:

I - das sentenças definitivas de condenação ou absol-vição proferidas por juiz singular;

II - das decisões definitivas, ou com força de definiti-vas, proferidas por juiz singular nos casos não previstosno Capítulo anterior;

III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei ex-

pressa ou à decisão dos jurados;c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da

pena ou da medida de segurança;d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária

à prova dos autos.Deverá sustentar a nulidade do julgado, ante a viola-

ção ao art. 475 do CPP, visto que o representante do Mi-nistério Público, sem a concordância da defesa, exibiudocumentos relativos a outro processo a que responde oréu com o fito de influenciar o ânimo dos julgadores noque concerne às condutas pretéritas do Apelante. Art.475: Durante o julgamento não será permitida a produção ou

Penal EXAME DE ORDEM

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leitura de documento que não tiver sido comunicado à par-te contrária, com antecedência, pelo menos, de 3 (três) dias,compreendida nessa proibição a leitura de jornais ou qual-quer escrito, cujo conteúdo versar sobre matéria de fato cons-tante do processo. A proibição contida no dispositivo em co-mento tem por escopo evitar que, em plenário, sejam as par-tes – uma ou outra – surpreendidas com a produção ou lei-tura de documentos novos, sem a oportunidade de contradi-tá-los. Sobre o tema leciona Aury Lopes Júnior: “Situaçãobastante problemática e que acabou se tornando comum naatualidade é a seguinte: no curso do júri, quando dos deba-tes, uma das partes postula ao juiz a utilização de um deter-minado documento que – pelos mais variados motivos – nãopode ser juntado com a antecedência legal de 3 dias. O quefazem os juízes, na sua maioria? Questionam a outra partese concordam com a produção. Pronto, está criado o proble-ma. Errou o juiz. Nesse momento, a parte adversa fica numasituação dificílima, que pode – definitivamente – comprome-ter o julgamento. Se aceitar a produção, estará em situaçãode desvantagem pela surpresa gerada, e, conforme o conteú-do do documento, será impossível contradizê-lo. Está perdi-do o júri e uma grave injustiça pode ser produzida. Por ou-tro lado, se não aceitar a produção, o estrago é ainda maior.Basta que o adversário saiba explorar a curiosidade dos ju-rados, fazendo-os deslizar no imaginário, para extrair de lá(do imaginário, lugar do logro, portanto) a decisão que preten-de. É até mais útil explorar o imaginário em torno do que foimostrado (agravado pela recusa da outra parte, logo, se re-cusou é porque algo tinha para esconder...), do que trabalharcom a realidade do documento. Isso é elementar, basta saberlidar com a situação. Daí porque das duas uma: ou o juizveda categoricamente a produção do documento (sem ques-tionar a outra parte para não comprometê-la frente aos jura-dos) e não permite qualquer menção a ele no julgamento; ou,verificando sua relevância, dissolve o conselho de sentença,determina a juntada do documento, assegurando o necessá-rio contraditório, e, após, marca novo júri (...). Assim, relevan-te a proibição do art. 475 (pois é uma garantia revestida deforma), e firmeza devem demonstrar os juízes na sua aplica-ção, evitando comprometimento da outra parte com o ingê-nuo questionamento ‘concorda com a leitura do documento’?Tal prática, muitas vezes fundamentada na (pseudo) garan-tia do contraditório, causa danos irreparáveis ao julgamen-to.” (In: Direito Processual e sua Conformidade Constitucio-nal. Ed. Lumen Juris. Rio de Janeiro. 2007, p. 649/650).Hermínio Alberto Marques Porto anota, na obra Júri – Proce-dimentos e aspectos do julgamento (11.ª ed., Editora Sarai-va, página 133), que: “Constitui prova nova o documento que,mesmo não lido em Plenário, tem seu conteúdo transmitidoaos jurados”. Ora, pode ser que este fato não tenha sido aque-le que levou o conselho de sentença a decidir como decidiu.Entretanto, também não é possível afastar a conclusão deque o nobre promotor de justiça surpreendeu a defesa. É que,ao fazer uso do direito que lhe confere o art. 475 do CPP, res-tou prejudicada, mormente porque o órgão ministerial insti-gou os senhores jurados a que “pensassem o que quisessem”acerca da recusa, pela defesa, na produção da nova prova.Assim, o candidato deve pedir ao magistrado que acolha a ar-güição de nulidade suscitada, para determinar seja o acusa-do submetido a novo julgamento. Subsidiariamente, o can-didato deve pleitear a reforma da r. sentença, de modo que seestabeleça regime mais ameno para o cumprimento da pena,qual seja, o semi-aberto, de acordo com o art. 33 do CP. Art.33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fe-chado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regimesemi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferênciaa regime fechado. (...) § 2º - As penas privativas de liberda-de deverão ser executadas em forma progressiva, segundoo mérito do condenado, observados os seguintes critériose ressalvadas as hipóteses de transferência a regime maisrigoroso: a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos de-verá começar a cumpri-la em regime fechado; b) o conde-nado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro)anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio,cumpri-la em regime semi-aberto; c) o condenado não rein-cidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos,poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. Nessesentido:

TJDFTÓrgão: Segunda Turma CriminalClasse: APR - Apelação CriminalNum. Proc.: 2004 09 1 004111-7Apelante: Júlio César SouzaApelado: Ministério Público do Distrito Federal e Ter-

ritóriosRelator: Desembargador Romão C. OliveiraRevisor: Desembargador Vaz de Mello

medida cabível é agravo de instrumento, com base noart. 897, alínea “b”, da CLT, sob o argumento de que,

mesmo sendo decisão interlocutória a determinação de

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Trabalho EXAME DE ORDEM

retorno dos autos ao juiz de primeiro grau, deveria o re-curso de revista ter sido admitido, pois o acórdão do TRTcontrariou a Súmula 363 do TST, ao reconhecer ser pos-sível o pagamento de todas parcelas decorrentes do con-trato de trabalho válido, em hipótese de contrato nulo,quando somente seria possível o pagamento dos dias tra-balhados e do FGTS do período. Endereçamento: Presi-dente do TST.

spera-se que o (a) candidato (a) proponha uma açãode consignação em pagamento, perante a Vara das

Fazendas Públicas do município goiano, onde foram pres-tados serviços, com fulcro no art. 164, III, do CTN: “Art.164. A importância de crédito tributário pode ser consig-nada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos: [...] III- de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direi-to público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gera-dor. § 1.º A consignação só pode versar sobre o crédito queo consignante se propõe pagar. § 2.º Julgada procedentea consignação, o pagamento se reputa efetuado e a impor-tância consignada é convertida em renda; julgada impro-cedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se ocrédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das pe-nalidades cabíveis”. O Superior Tribunal de Justiça, tam-bém, em diversos julgados, tem-se posicionado no senti-do de que o ISS é devido no local em que foi efetivamenteprestado o serviço. Destaque-se um desses julgados, quemenciona, inclusive, a revogação do artigo 12 do Decreto-Lei 406/98, que indicava o local da prestação dos servi-ços como sendo o do estabelecimento prestador, in verbis:“Recurso ordinário. Mandado de segurança. Tributário.Iss. Local da prestação do serviço. 1. As duas Turmas quecompõem a Primeira Seção desta Corte, mesmo na vigên-cia do art. 12 do Dec-lei n.º 406/68, revogado pela LeiComplementar n.º 116/2003, pacificaram entendimentono sentido de que a Municipalidade competente para re-alizar a cobrança do ISS é a do local da prestação dos ser-viços, onde efetivamente ocorre o fato gerador do impos-to.(...)” (ROMS 17.156/SE, Relator: Ministro Castro Mei-ra, DJU 20/09/2004, p. 215).

candidato deverá promover ação de sonegados (arts.994, 995 do CPC e 1992 do CC), indicando os bens

a serem inventariados, pedindo a destituição do inventa-riante e a perda do direito que sobre eles lhe cabia.

candidato deve fazer um pedido de liberdade provi-sória em favor de Daniel. Sabidamente, ninguém de-

verá ser recolhido à prisão senão após o trânsito em jul-gado de sentença condenatória. A custódia cautelar, destaforma, apenas é prevista nas hipóteses de absoluta neces-sidade, conforme se depreende do artigo 5.º da Constitui-ção Federal (incisos LXVI – “ninguém será levado à prisãoou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provi-sória, com ou sem fiança;” e LVII – “ninguém será consi-derado culpado até o trânsito em julgado de sentençapenal condenatória.”). Assim sendo, houve a necessidadede estabelecer institutos com a finalidade de assegurar oregular desenvolvimento do processo, sem que ocorressequalquer prejuízo à liberdade do acusado. Na nossa legis-lação pátria, esse instituto é a liberdade provisória. Parao deferimento da liberdade provisória, exige o estatutoprocessual a inocorrência das hipóteses previstas nosseus artigos 311 e 312. Atualmente, somente se admite acontinuidade da segregação caso resulte demonstrada asua necessidade diante da análise dos requisitos objetivose subjetivos que autorizam a prisão preventiva. No casoem análise, não estão presentes os requisitos da prisãopreventiva pois o requerente é primário e possui residên-cia fixa, nada indicando que, em liberdade, venha a au-sentar-se do distrito da culpa, dificultando a aplicação dalei penal, nem que venha a causar perturbações durantea instrução criminal, dificultando a prova. Deve ser res-saltada, na resposta, a natureza do delito, pois não se tra-ta de crime no qual se tenha utilizado de violência ou gra-ve ameaça. Por fim, deve ser requerida a concessão de li-berdade provisória mediante fiança, já que se trata decrime contra a economia popular, e, nos termos do art.325, § 2.º, nos casos de prisão em flagrante pela práticade crime contra a economia popular ou de crime de sone-gação fiscal, não se aplica o disposto no art. 310 e pará-grafo único do Código de Processo Penal. Assim, a liber-

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dade provisória somente poderá ser concedida mediantefiança, por decisão do juiz competente e após a lavratu-ra do auto de prisão em flagrante. Ressalte-se que não in-cide na hipótese o art. 350 do CPP, pois não se trata derequerente comprovadamente pobre. Lei n.º 1.521, de 26de dezembro de 1951 Art. 1.º - Serão punidos, na formadesta Lei, os crimes e as contravenções contra a economiapopular. Esta Lei regulará o seu julgamento. Art. 3.º - Sãotambém crimes desta natureza:

I - destruir ou inutilizar, intencionalmente e sem au-torização legal, com o fim de determinar alta de preços,em proveito próprio ou de terceiro, matérias-primas ouprodutos necessários ao consumo do povo;

CPP, Art. 325 - O valor da fiança será fixado pela au-toridade que a conceder nos seguintes limites:

a) de 1 (um) a 5 (cinco) salários mínimos de referência,quando se tratar de infração punida, no grau máximo,com pena privativa da liberdade, até 2 (dois) anos;

b) de 5 (cinco) a 20 (vinte) salários mínimos de referên-cia, quando se tratar de infração punida com pena priva-tiva da liberdade, no grau máximo, até 4 (quatro) anos;

c) de 20 (vinte) a 100 (cem) salários mínimos de refe-rência, quando o máximo da pena cominada for superi-or a 4 (quatro) anos.

§ 1º - Se assim o recomendar a situação econômica doréu, a fiança poderá ser:

I - reduzida até o máximo de dois terços;II - aumentada, pelo juiz, até o décuplo.§ 2º - Nos casos de prisão em flagrante pela prática de

crime contra a economia popular ou de crime de sonega-ção fiscal, não se aplica o disposto no Art. 310 e parágrafoúnico deste Código, devendo ser observados os seguintesprocedimentos:

I - a liberdade provisória somente poderá ser concedidamediante fiança, por decisão do juiz competente e após alavratura do auto de prisão em flagrante;

II - o valor de fiança será fixado pelo juiz que a conceder,nos limites de dez mil a cem mil vezes o valor do Bônus doTesouro Nacional – BTN, da data da prática do crime;

III - se assim o recomendar a situação econômica do réu,o limite mínimo ou máximo do valor da fiança poderá serreduzido em até nove décimos ou aumentado até o décuplo.

Ressalte-se que o candidato que propuser habeas cor-pus (peça não privativa de advogado), ou qualquer outrapeça, deve obter a nota zero no quesito raciocínio jurídico.

medida cabível é recurso ordinário, com base no art.895, alínea “a”, da CLT. Deve-se argumentar que a

empregadora não comprovou a atitude a justificar a dis-pensa por justa causa, pois o depoimento prestado portestemunha que não presenciou o ocorrido não teria sidosuficiente a entender-se que o empregador se desincum-biu do ônus da prova que lhe cabia. Além disso, a própriafalta de imediatidade na punição do empregado pelo em-pregador demonstraria não ter ocorrido o fato justificadorda dispensa, sendo caso de perdão tácito. Assim, a justacausa estaria descaracterizada, devendo ser reconhecidosos direitos decorrentes da rescisão imotivada, sendo eles:multa indenizatória de 40% dos depósitos do FGTS, avi-so prévio, 13.º salário proporcional e férias proporcionais,multa previsto no art. 477, § 8.º, da CLT, créditos venci-dos, se houverem e o direito de levantar os depósitos doFGTS. Endereçamento: Presidente do TST.

candidato deverá ingressar com ação anulatória dedébito fiscal, com depósito no valor do crédito tribu-

tário, e pedido de antecipação de tutela. No mérito, deveráapresentar alegações no sentido de que, por se tratar deimunidade tributária, não há falar-se em estorno de cré-ditos de ICMS pelas compras de matérias primas e com-ponentes, o que apenas ocorreria se se tratasse de isen-ção ou não-incidência, nos termos do art. 155, parágra-fo 2.º, II, da CF.

examinando deverá elaborar a petição de interposiçãoe as razões do recurso de agravo de instrumento (arts.

522-529 do CPC). Nas razões recursais, deve ser demons-trado o cabimento do recurso de agravo de instrumento,o desacerto das decisões recorridas no que se refere àapreciação dos elementos fáticos, quanto ao indeferi-mento do pedido de antecipação da tutela de mérito, ena aplicação das normas previstas na Lei 1060/50, para

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o indeferimento do pedido de assistência judiciária. Assimsendo, deve a postulação recursal requerer a reforma detais decisões interlocutórias, pugnando ao Relator a con-cessão da pretensão recursal em sede de tutela antecipa-da, apresentando os fundamentos para tanto, consoanteautorização prevista no art. 527, inciso III, do CPC.

om fulcro no art. 83, inciso II, do Código Penal, o can-didato deve requerer a concessão do benefício do Li-

vramento Condicional, comprometendo-se, desde já, acumprir e submeter a todas às condições que forem im-postas. Para a concessão do livramento condicional, é ne-cessário que o sentenciado preencha requisitos objetivose subjetivos. Cláudio já cumpriu 5 anos do total da pena,possui profissão certa e definida, e está trabalhando,como pedreiro, com carteira assinada. Ademais, no rela-tório de vida prisional expedido pelo diretor da penitenci-ária, em 28/05/08, consta que a última punição de Cláu-dio ocorreu há mais de dois anos, em razão de tentativade fuga. A autoridade carcerária informou que, atualmen-te, o detento ostenta bom comportamento e exerce traba-lho externo. O artigo 131 da LEP deixa bem clara a neces-sidade da observância dos seguintes requisitos: “Art. 131.O livramento condicional poderá ser concedido pelo juizda execução, presentes os requisitos do art. 83, incisos eparágrafo único do Código Penal, ouvidos o Ministério Pú-blico e o Conselho Penitenciário”. O referido art. 83 do CPassim dispõe: Art. 83 - O juiz poderá conceder livramen-to condicional ao condenado a pena privativa de liberda-de igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:

I - cumprida mais de um terço da pena se o condena-do não for reincidente em crime doloso e tiver bons ante-cedentes;

II - cumprida mais da metade se o condenado for rein-cidente em crime doloso;

III - comprovado comportamento satisfatório durante aexecução da pena, bom desempenho no trabalho que lhefoi atribuído e aptidão para prover à própria subsistênciamediante trabalho honesto;

IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade defazê-lo, o dano causado pela infração;

V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos decondenação por crime hediondo, prática da tortura, trá-fico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo,se o apenado não for reincidente específico em crimes des-sa natureza. Parágrafo único - Para o condenado por cri-me doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pes-soa, a concessão do livramento

ficará também subordinada à constatação de condi-ções pessoais que façam presumir que o liberado nãovoltará a delinqüir. A existência de registro de trans-gressão disciplinar ocorrida há mais de dois anos nãotem o condão de exigir que ele permaneça encarceradoaté a final de sua expiação, mormente diante do relató-rio atualizado da autoridade carcerária informando seubom comportamento. Com efeito, o relatório favorávelda autoridade carcerária, por si só, denota que, se hou-ve, no passado, alguma intenção deliberada do detentoem frustrar a execução da pena, esta não mais subsis-te, porquanto há dois anos não se registra qualquer fatodesabonador à sua conduta, pelo contrário. Bem a pro-pósito, destaco o que preleciona Júlio Fabrini Mirabe-te, in Execução penal, 8.ª edição, pág. 302: “Ainda quenos artigos 83 do CP e 132 da LEP se afirme que o juiz‘poderá’ conceder o livramento condicional e que a dou-trina se tenha posicionado no sentido de considerá-locomo uma faculdade do juiz, hoje se admite que se tratade um direito do sentenciado. Embora atribuído em ca-ráter excepcional, Frederico Marques lembra que pelobenefício é ampliado o status libertatis, tornando-seeste um direito público subjetivo de liberdade, de modoque, preenchidos os seus pressupostos, o juiz é obriga-do a concedê-lo”.

medida cabível é mandado de segurança, com baseno art. 5.º, LXIX, da CF/88, e na Lei n.º 1.533/51.

Deve-se argumentar que não há recurso próprio a impug-nar tutela antecipada concedida antes da sentença (Sú-mula 414, item II, do TST). Após, que o art. 468, parágrafoúnico, da CLT permite a reversão do empregado ao cargoantes ocupado, quando deixar de exercer função de con-fiança, sendo que só não será possível haver redução sa-larial (art. 7.º, VI, da CF/88) quando esta for percebidapor empregado, decorrente do exercício de função de con-fiança gratificada, por mais de dez anos, haja vista o prin-cípio da estabilidade financeira, quando então incorporaraao seu salário (Súmula 372, item I, do TST). Contudo, nocaso, não será devida nem a incorporação da gratificação

nem o pagamento das diferenças salariais corresponden-tes, a contar da data da supressão da vantagem, pois aempregada não satisfez os requisitos contidos na Súmu-la 372, item I, do TST. Endereçamento: Presidente do TST.

spera-se que o (a) candidato (a) ajuíze um mandadode segurança perante a Vara da Justiça Federal, com

pedido de provimento jurisdicional liminar, com funda-mento no art. 150, VI, “c”, da CF. Arestos do TRF 1.ª Re-gião: “Mandado de segurança. Constitucional. Educaçãoe assistência social. Instituição sem fins lucrativos. Imu-nidade. Aplicações financeiras. IOF. 1. A ConstituiçãoFederal prevê a imunidade de impostos em relação a ren-das, bens e serviços de instituições de educação e assis-tência social, sem fins lucrativos, enquadrando-se comorenda o resultado de aplicações financeiras, sobre o qualnão deve incidir imposto como o de operações financeiras,chamado de IOF. 2. Remessa oficial improvida”.(REO95.01.08816-2/GO, rel. Juiz Lindoval Marques de Brito).“Constitucional e tributário. Imposto de renda. Imunida-de tributária. Instituições de educação e assistência soci-al. Constituição Federal, Art. 150, VI, C. Reserva de leicomplementar das normas que estabeleçam condiçõespara o exercício da imunidade das instituições. Constitui-ção federal, art. 150, VI, C. I. A concepção formal das imu-nidades cedeu lugar, no c. STF, à exegese material, intro-duzindo o IOF no campo das imunidades genéricas.II.Impõe-se distinguir as normas que estabeleçam regrasde definição das instituições daquelas que consubstanci-em condições. As primeiras não estão reservadas a leicomplementar, enquanto que as outras devem obediênciaao disposto no art. 146, II, da Constituição Federal. III. NaADIn 1.802, relator Min. Sepúlveda Pertence, foi suspen-sa a vigência do §1.º e a alínea f do §2.º, ambos do art. 12,do art. 13, caput, e do art. 14, todos da Lei 9.532/97. IV.Diante dessas premissas, decorre a inexigibilidade da limi-tação constante do § 1.º do art. 12 da Lei 9.532/97. V. Ape-lação e remessa improvidas”. (AMS 1999.01.00.105254-5/BA, rel. Juíza Vera Carla Nelson de Oliveira Cruz).

1. No pólo ativo da relação processual, deverá figuraro Condomínio Residencial Enfiteuse, representado pelosíndico Manuel. No pólo passivo, deverá constar Antônio,menor púbere, assistido por Fernando.

2. A executada poderá, no prazo de quinze (15) dias,contados da intimação da penhora, oferecer impugnação(art. 475-J, § 1.º), em que alegará excesso de execução(art. 475-L, inciso V, do CPC) e excesso de penhora (art.475-L, inciso III, do CPC).

3. O advogado deve apresentar contestação, alegandoo integral pagamento e, ainda, por se tratar de rito ordi-nário, ajuizar reconvenção, pretendendo o pagamento emdobro da quantia cobrada por João, nos termos do artigo940 do Código Civil.

4. Paulo poderá propor uma ação de adjudicação com-pulsória do imóvel objeto do compromisso de compra evenda, nos termos do art. 16 do Decreto-Lei n.º 58/37,que terá o rito comum sumário (art. 275-281 do CPC).

5. A resposta deve ser pela possibilidade jurídica de aempresa-ré, no bojo de sua resposta, formular o pedidocontraposto para cobrar do requerente a quantia de R$3.000,00, além dos encargos da mora. Apesar do dispostono art. 8.º, § 1.º, da Lei 9.099/95, vige o entendimentojurisprudencial de que o pedido contraposto não equiva-le a uma ação autônoma, de modo que não existe óbicelegal para que a pessoa jurídica formule pedido contra-posto. Nesse sentido: “Reparação de danos. Acidente detrânsito. Pedido contraposto. Pessoa jurídica. 1) o pedidocontraposto não equivale a uma nova ação, razão por quenão se aplica o parágrafo 1º do artigo 8.º da lei 9.099/95.2) a alegação de culpa exclusiva do autor, que é inseridapara o pedido contraposto, não amplia a complexidade dacausa, se não há cogitar-se de perícia e a discussão con-tinua a girar sobre o mesmo ponto controvertido. 3) cabeao interessado adotar as providências para que o funcio-nário da justiça promova a transcrição da mídia, sob penade prevalecerem os informes contidos na sentença recor-rida. 4) recurso não provido”. [Apelação cível no Juizado

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QUESTÕESPRÁTICAS

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Especial 20060610043322ACJ DF. Acórdão Número:269.234. Data de Julgamento: 27/03/2007. Órgão Julga-dor: Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais Cí-veis e Criminais do D.F. Relator: Fábio Eduardo Marques.Publicação no DJU: 23/04/2007, p. 105].

1. De acordo com Luiz Flávio Gomes, em Direito Penal,Parte Geral, volume 02, Ed. Revista dos Tribunais, 2007,p. 509, a participação é acessória (natureza jurídica). Sema conduta principal, não há que se falar em punição dopartícipe. Quem é partícipe de furto executado por menorresponde normalmente pelo crime, porque a condutaprincipal não precisa ser levada a cabo por agente culpá-vel (basta ser típica e ilícita).

Teorias:1. acessoriedade mínima: basta que o fato principal

seja típico.2. acessoriedade limitada: basta que o fato principal

seja típico e ilícito. É a adotada pelo CP.3. acessoriedade máxima: basta que o fato principal

seja típico, ilícito e culpável.4. hiperacessoriedade: o fato principal deve ser típico,

ilícito, culpável e punível.Por exemplo, quem induz o filho a furtar dinheiro do

pai responde pelo crime, apesar da escusa absolutóriaque favorece o filho, porque o fato principal não precisaser punível em relação ao executor. Em suma, o fato prin-cipal precisa ser típico e ilícito. São as duas exigênciaspara se punir o partícipe.

2. De acordo com a doutrina majoritária, não é lícito aojuiz, no ato de recebimento da denúncia, quando faz ape-nas juízo de admissibilidade da acusação, conferir defini-ção jurídica aos fatos narrados na peça acusatória. Pode-rá fazê-lo adequadamente no momento da prolação dasentença, ocasião em que poderá haver a emendatio libelliou a mutatio libelli, se a instrução criminal assim o indi-car. Nesse sentido, é a posição de Luiz Flávio Gomes, emDireito Penal, Parte Geral, Volume 2, Ed. Revista dos Tri-bunais, 2007, p. 910.

3. Segundo as lições do professor Reinaldo Rossano Al-ves. Processo Penal. Brasília: Fortium, 2005, pp 162-164;152-153), na interceptação telefônica, um terceiro reali-za a gravação sem que os interlocutores dela tenham co-nhecimento. Já na escuta telefônica, um terceiro realizaa gravação, mas com o conhecimento de um dos interlo-cutores. Por sua vez, na gravação clandestina, um dos in-terlocutores grava a conversa, sem o conhecimento do ou-tro. Para Vicente Greco Filho, “a interceptação telefônica,em sentido estrito, é a realizada por alguém sem autori-zação de qualquer dos interlocutores para a escuta e,eventualmente gravação, de sua conversa, e no desconhe-cimento deles. Esta é que caracterizará o crime previstoprevisto no art. 10 se realizada fora dos casos legais; agravação unilateral feita por um dos interlocutores com odesconhecimento do outro, chamada por alguns de gra-vação clandestina ou ambiental (não no sentido de meioambiente, mas no ambiente), não é interceptação nemestá disciplinada pela lei comentada e, também, inexistetipo penal que a incrimine”. A escuta telefônica não estáabrangida pela Lei 9.296/96, conforme asseveram Grino-ver, Scarance e Magalhães Filho. Segundo eles, “não seenquadra, igualmente na garantia do art. 5.º, XII, da CFa gravação clandestina de uma conversa feita por um dosinterlocutores, quer se trate de comunicação telefônica,quer se trate de comunicação entre presentes”, pois a ci-tada lei trata de interceptação srictu sensu; nesta sempreexistirá a figura de um terceiro que, conforme dito supra,escuta e/ou grava a conversa sem a anuência de nenhumdos interlocutores, o que não ocorre nos casos da escutatelefônica.

4. Não, as circunstâncias de caráter pessoal, tais comoreincidência e maus antecedentes, não devem impedir aaplicação do princípio da insignificância, pois este estádiretamente ligado ao bem jurídico tutelado, que na espé-cie, devido ao seu pequeno valor econômico, está excluí-do do campo de incidência do direito penal. A existênciade outro processo em andamento não serve como funda-mento para a inaplicabilidade do princípio da insignificân-cia, em respeito aos princípios do estado democrático dedireito, notadamente ao da presunção da inocência. Nessesentido, é a jurisprudência do STJ: Habeas-corpus. Direitopenal. Furto de pulsos telefônicos. Aplicação do princípioda insignificância. Possibilidade. Ordem concedida. 1. Opequeno valor da res furtiva não se traduz, automatica-mente, na aplicação do princípio da insignificância. Háque se conjugar a importância do objeto material para avítima, levando-se em consideração a sua condição eco-nômica, o valor sentimental do bem, como também as

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circunstâncias e o resultado do crime, tudo de modo adeterminar, subjetivamente, se houve relevante lesão.Precedente desta Corte. 2. Consoante se constata dostermos da peça acusatória, a paciente foi flagrada fa-zendo uma única ligação clandestina em telefone pú-blico. Assim, o valor da res furtiva pode ser conside-rado ínfimo, a ponto de justificar a aplicação do Prin-cípio da Insignificância ou da Bagatela, ante a falta dejusta causa para a ação penal. 3. Não há notícia dereiteração ou habitualidade no cometimento da mes-ma conduta criminosa, sendo que a existência de ou-tro processo em andamento não serve como funda-mento para a inaplicabilidade do princípio da insigni-ficância, em respeito aos princípios do estado demo-crático de direito, notadamente ao da presunção dainocência. 4. Ordem concedida, para trancar a açãopenal instaurada contra a paciente. (HC 60.949/PE,Rel. Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, julgado em20.11.2007, DJ 17.12.2007, p. 235) Criminal. HC.Furto. Tentativa. Trancamento da ação penal. Aplica-ção do princípio da insignificância. Possibilidade. Resfurtiva de valor ínfimo. Bem devolvido à vítima. Con-dições pessoais do réu que não impedem a aplicaçãodo instituto. Possibilidade de haver maiores valores nointerior do bem subtraído. Circunstância abstrata. Or-dem concedida.1- A verificação da lesividade mínimada conduta, apta a torná-la atípica, deve levar em con-sideração a importância do objeto material subtraído,a condição econômica do sujeito passivo, assim comoas circunstâncias e o resultado do crime, a fim de sedeterminar, subjetivamente, se houve ou não relevantelesão ao bem jurídico tutelado. 2 - Evidenciado que obem subtraído possui importância reduzida, uma vezque o valor subtraído soma em média 3% do saláriomínimo, além da res furtiva ter sido devolvida à víti-ma, inexiste repercussão social ou econômica, sendoinconveniente se movimentar o Poder Judiciário parasolucionar tal lide. Precedentes. 3 - As circunstânciasde caráter pessoal, tais como reincidência e maus an-tecedentes, não devem impedir a aplicação do princí-pio da insignificância, pois este está diretamente liga-do ao bem jurídico tutelado, que na espécie, devido aoseu pequeno valor econômico, está excluído do campode incidência do direito penal. 4 - A possibilidade dehaver outros valores patrimoniais significativos nointerior da bolsinha furtada é circunstância abstrata,que não pode ser levada em consideração para afastara aplicação do mencionado princípio, em especial emcasos como o dos autos, onde o bem foi restituído à ví-tima. 5 - Ordem concedida, para trancar a ação penalinstaurada contra o paciente, cassando-se o acórdãoimpugnado e restabelecendo-se a decisão monocráti-ca que rejeitou a denúncia oferecida pelo órgão minis-terial, sob o fundamento de ser aplicável à espécie oprincípio da insignificância. (HC 82.833/RJ, Rel. Mi-nistra Jane Silva (Desembargadora convocada do TJ/MG), Quinta Turma, julgado em 04.10.2007, DJ22.10.2007, p. 332) Aplicação do princípio da insigni-ficância a réus reincidentes princípio. Insignificância.Reincidência. O ora paciente subtraiu um boné avali-ado em R$ 50,00, o qual foi devolvido à vítima. Porém,diante da comprovação de seus maus antecedentes ede sua reincidência, foi condenado, por furto simples,à pena de um ano e seis meses de reclusão. Diantedisso, é certo não se lhe aplicar a benesse do furto pri-vilegiado. Contudo o delito pode ser considerado comode reduzido potencial ofensivo, a merecer a incidênciado princípio da insignificância, que não pode ser obs-tado por sua reincidência ou maus antecedentes, vistoque apenas jungido ao bem jurídico tutelado e ao tipodo injusto. Com esse entendimento, que prevaleceuem razão do empate na votação, a Turma, ao prosse-guir o julgamento, concedeu a ordem de habeas cor-pus. Precedente citado: REsp 827.960-PR, DJ 18/12/2006. HC 96.929-MS, Rel. Min. Jane Silva (Desembar-gadora convocada do TJ-MG), julgado em 8/4/2008.

5. Paulo e Roberto praticaram os delitos tipificadosno artigo 157, § 2.º, incisos I (se a violência ou amea-ça é exercida com emprego de arma) e II (se há concur-so de duas ou mais pessoas) e artigo 158, § 1.º, c/cart. 70, do Código Penal (se o crime é cometido porduas ou mais pessoas ou com emprego de arma, emconcurso formal – quatro saques), ambos na forma doartigo 69 (concurso material), todos do Código Penal.Acerca do crime de extorsão e sua qualificação doutri-nária, ensina Damásio E. de Jesus, “A extorsão é de-lito formal e não material. Cuida-se de crime cujo tipopenal descreve a conduta e o resultado, não exigindoa sua produção. A descrição da conduta se encontranas expressões “constranger alguém, mediante violên-

cia ou grave ameaça, a fazer, tolerar que se faça oudeixar de fazer alguma coisa”. O resultado visado peloagente é a “indevida vantagem econômica”. Note-seque o tipo fala em “intuito de obter para si ou para ou-trem indevida vantagem econômica”. Assim, é suficien-te que o sujeito constranja a vítima com tal finalidade,não se exigindo que realmente consiga a vantagem.Cumpre observar que o núcleo do tipo é o verbo cons-tranger e não obter. Compare-se a figura típica da ex-torsão com o tipo do estelionato (CP, art. 171, caput).Neste delito, o núcleo é o verbo “obter”. Em face disso,trata-se de crime material, uma vez que o legisladornão define somente a conduta, mas também o resulta-do, exigindo a sua produção. Na extorsão, ao contrário,o núcleo do tipo é o verbo “constranger” e não “obter”.A definição legal não exige que o sujeito obtenha a in-devida vantagem econômica.” (in Direito Penal, 2.º vo-lume, Parte Especial, 1990, 12.ª edição, Saraiva, pág.321). A diferença entre os tipos se verifica na atuaçãodo agente, presente no roubo, enquanto, na extorsão,se verifica uma conduta da vítima. O critério mais ex-plícito e preciso da diferenciação entre extorsão e rou-bo é o da prescindibilidade ou não do comportamentoda vítima. Isso significa que, à medida que possa oagente a obter a vantagem patrimonial, independente-mente da participação da vítima ameaçada, o que setem é o crime de roubo. Ao contrário, será extorsão oato de se exigir que saque a vítima determinada impor-tância de uma conta bancária, para entregá-la aoagente, sob promessa de violência para o caso de não-atendimento, já que, aqui, a participação daquela erapormenor indispensável à obtenção da vantagem eco-nômica pelo delinqüente, que nada conseguiria sem aadesão e a colaboração do ofendido (RT 720/438).

1. - Súmula 129/TST: não terá direito a mais de umsalário;

- poderá propor a ação contra qualquer das empre-sas, ou ambas, pois se entende como havendo um úni-co empregador (art. 2.º, § 2.º, da CLT);

- terá direito ao tempo de serviço prestado para asduas empresas, computando-se para efeitos de fériase 13.º salário.

2. - Existência do “termo de compromisso” (contratoescrito) entre o estagiário e a parte concedente, com ainterveniência da instituição de ensino, é requisitoobrigatório do ato jurídico;

- só se caracteriza o estágio se o estudante estivermatriculado e cursando, em instituição pública ouparticular, o ensino médio ou

superior;- pode ou não, ser paga a bolsa, em dinheiro ou con-

traprestação, mas não é obrigatório;- o estágio tem como finalidade complementar o en-

sino e possibilitar a aprendizagem na prática.

3. - Gorjeta: paga pelo cliente, de forma espontâneaou decorrente da sua inclusão na nota de serviço (Sú-mula 354/TST), sendo considerada remuneração (sa-lário e gorjeta);

- gratificação: paga por liberalidade do empregador,não se confundindo com 13.º salário, que é compulsó-rio, enquanto aquela é convencional.

4. O posicionamento está incorreto, haja vista aEmenda Constitucional 45, que deu nova redação aoart. 114 do Constituição Federal, ampliando a compe-tência da justiça do trabalho para questões de presta-ção de serviços em que o autor seja pessoa natural.

5. A tomadora de serviço é responsável pelo inadim-plemento das obrigações trabalhistas da prestadora,mesmo quando não haja vínculo de emprego entre elae o empregado, respondendo de modo subsidiário, ouseja, quando a empregadora não arcar com suas obri-gações ou seu patrimônio for insuficiente (Súmula331, item IV, do TST) —, o fundamento da responsabi-lidade subsidiária é a culpa in eligendo (má escolha) ein vigilando (falta de fiscalização);

- o processo de conhecimento deve ser dirigido con-tra ambos (Ômega e Delta) para que possa haver a res-ponsabilidade subsidiária do banco Ômega;

- a subsidiariedade decorre da responsabilidade in-direta da tomadora dos serviços, mesmo nos contratosde terceirização lícita, e independentemente da situa-ção econômico-financeira da empresa prestadora dosserviços.

1. Não se trata de hipótese de bitributação: “Manda-do de segurança. IPI. Mercadorias. Importação. De-sembaraço aduaneiro. CTN, Art. 46, i. Imposto de im-portação. Bitributação. Inexistência. 1. O IPI incidesobre produtos industrializados no exterior, hipóteseem que o fato gerador se dá com o seu desembaraçoaduaneiro no território nacional, de acordo com o es-tabelecido nas letras do inciso I do art. 46 do CTN. 2.A Impetrante não goza de qualquer isenção do paga-mento do IPI sobre mercadorias por ela importadas eque se destinam a arrendamento mercantil a terceiros,como no caso dos autos. 3. O Imposto de Importaçãotem como fato gerador a entrada de produtos estran-geiros no território nacional (CTN, art. 19), não haven-do que se falar em bitributação, dada a sua inexistên-cia, em relação ao Imposto sobre Produtos Industria-lizados” [sem grifo no original] TRF 1ª Região. 2ª tur-ma. AMS 95.01.32531-8/BA. Juiz Lindoval MarquesDe Brito. DJ: 29/08/2002, p.109.

2. A norma jurídica que garante às instituições deeducação e de assistência social, sem fins lucrativos, adesobrigação de recolher certos tributos é o art. 150, VI,“c”, da CF, in verbis: “Art. 150. Sem prejuízo de outrasgarantias asseguradas ao contribuinte, é vedado àUnião, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípi-os: [...] VI - instituir impostos sobre: [...] c) patrimônio,renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suasfundações, das entidades sindicais dos trabalhadores,das instituições de educação e de assistência social,sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;” [semgrifo no original]. A lei confere imunidade quanto aorecolhimento de impostos. Quanto aos requisitos legaisque devem ser cumpridos, eles estão insertos no art. 14do CTN, in verbis: “Art. 14. O disposto na alínea c doinciso IV do artigo 9.º é subordinado à observância dosseguintes requisitos pelas entidades nele referidas: I –não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio oude suas rendas, a qualquer título; (redação dada pelaLcp n.º 104, de 10.1.2001) II - aplicarem integralmen-te, no País, os seus recursos na manutenção dos seusobjetivos institucionais; III - manterem escrituração desuas receitas e despesas em livros revestidos de forma-lidades capazes de assegurar sua exatidão. § 1.º Na fal-ta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1.ºdo artigo 9.º, a autoridade competente pode suspendera aplicação do benefício. § 2.º Os serviços a que se re-fere a alínea c do inciso IV do artigo 9.º são, exclusiva-mente, os diretamente relacionados com os objetivosinstitucionais das entidades de que trata este artigo,previstos nos respectivos estatutos ou atos constituti-vos”.

3. A pessoa jurídica A não tem responsabilidadepelo recolhimento do tributo devido, com fulcro no art.133 do CTN, in verbis: “Art. 133. A pessoa natural oujurídica de direito privado que adquirir de outra, porqualquer título, fundo de comércio ou estabelecimen-to comercial, industrial ou profissional, e continuar arespectiva exploração, sob a mesma ou outra razãosocial ou sob firma ou nome individual, responde pe-los tributos, relativos ao fundo ou estabelecimentoadquirido, devidos até à data do ato: I - integralmen-te, se o alienante cessar a exploração do comércio, in-dústria ou atividade; II - subsidiariamente com o ali-enante, se este prosseguir na exploração ou iniciardentro de seis meses a contar da data da alienação,nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comér-cio, indústria ou profissão” [sem grifo no original]. Deacordo com o comando legal, a responsabilidade de-penderá do rumo a ser tomado pelo adquirente, a qualsomente advirá nos casos de continuidade do empre-endimento.

4. Trata-se da possibilidade de estender os efeitosdas relações obrigacionais tributárias aos bens parti-culares dos administradores ou sócios de pessoa jurí-dica. Aplica-se tal instituto nos casos em que ocorraabuso da personalidade jurídica, caracterizado pelodesvio de finalidade, pela confusão patrimonial, peloencerramento irregular das atividades da empresa ouviolação à lei.

5. Deverá ingressar com exceção de pré-executivi-dade, submetendo ao juiz da execução, independente-mente de penhora ou de embargos, para reconheci-mento da ilegitimidade passiva do ex-sócio e diretor naexecução fiscal.

Tributário EXAME DE ORDEM

Trabalho EXAME DE ORDEM

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EXAME

DE ORDEM

EXAME

DE ORDEM

JULHO DE 20088TRIBUNA DO DIREITO

primeira turma de Direito formadapelas Faculdades Integradas RioBranco, de São Paulo, obteve 72%de aprovação no Exame de Ordem.Segundo o coordenador do curso de

Direito, Paulo Sérgio Feuz, o bom desempenhodos alunos deve-se a infra-estrutura, ao corpodocente qualificado e a um projeto pedagógicode qualidade da faculdade. “Temos classes com,no máximo, 40 alunos, o que permite maiorparticipação em aula e dá aos professores con-dições de informar, cobrar e formar profissio-nais habilitados”, afirma o professor, coordena-dor do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)e desembargador do TJ-SP, Antonio Carlos Ma-lheiros. A faculdade oferece cursos extras eopcionais para corrigir eventuais deficiênciasdos estudantes, explica Paulo Feuz. “Identifica-mos os alunos com mais deficiências, levamoso problema para a coordenação e depois discu-timos medidas práticas com os professorespara suprir essas deficiências, como a criaçãode cursos extras de Português”, explica.

O método de ensino é destacado pelo coorde-nador do curso, que enumera as atividades prá-ticas como um diferencial. “Treinamos e orien-tamos os alunos a partir do terceiro ano paraque atendam à população carente. Temos con-vênios com o Ministério Público Federal, o TJ,o TRF e o CIEE para estágios e incentivamos aatividade prática, estimulando os alunos a as-sistir audiências públicas”, afirma Paulo Feuz.Segundo Antonio Carlos Malheiros, os alunosganham qualidade porque os professores “in-centivam o espírito crítico, com provas que per-mitem consulta”. “O aluno é obrigado a pensar,interpretar, entender e criticar temas pedidosnas questões dissertativas”, justifica.

Com apenas oito anos de existência, as Fa-culdades Integradas Rio Branco, que em 2003abriu o primeiro curso de Direito, conta, hoje,com 330 alunos na especialidade. Entre asmatérias ministradas, estão Direito Civil e Tri-butário, bem como as novas áreas, como Am-biental, Digital e Direitos Humanos.

HistóricoA Fundação de Rotarianos de São Paulo foi

criada em 1946 por associados do Rotary ClubSão Paulo, uma entidade sem fins lucrativos, apartir do conceito de que a formação profissio-nal deveria ser o enfoque principal, visando pre-parar o estudante para o momento em que eletivesse de assumir responsabilidades.

Para isso, foi elaborada uma estratégia ali-cerçada em cursos superiores com caracterís-ticas curriculares e extracurriculares específi-cas e com professores capacitados e experien-tes, aliados a uma infra-estrutura desenhadapara cursos de alta qualidade.

O objetivo principal foi o de possibilitar a in-tegração dos jovens, elaborar projetos interdis-ciplinares com pertinência social, além de de-

Rio Branco e a receita do sucessosenvolver habilidades ecriar competências essen-ciais.

A avaliação do desempe-nho escolar, por exemplo, éfeita por disciplina, incidin-do sobre a freqüência e oaproveitamento. A freqüên-cia às aulas e demais ativi-dades escolares é obrigató-ria, sendo vedado o abonode faltas. Independente-mente dos demais resulta-dos obtidos, é consideradoreprovado na disciplina oaluno que não obtenha fre-qüência de, no mínimo,75%, inclusive nas ativida-des programadas.

O aproveitamento esco-lar é avaliado através deacompanhamento contí-nuo do aluno e dos resul-tados obtidos nos exercíci-os escolares e no exame final, sempre escritos.No final de cada período letivo é realizado umexame visando a avaliação da capacidade dodomínio do conjunto da disciplina. Antes dis-so, existem duas outras avaliações.

Caso a freqüência mínima de 75% seja obe-decida, é considerado aprovado o aluno queindependentemente de exame final tenha notade aproveitamento não inferior a sete; que, noexame final, tenha obtido nota inferior a sete,mas não menor do que quatro, mas que nasoma dos dois exames tenha nota superior ouigual a cinco. Quem não conseguir essa mar-ca, é reprovado.

Além do curso de graduação em Direito, asFaculdades Integradas Rio Branco oferecemvagas em Administração, Ciências Econômicas,Editoração, Jornalismo, Letras, Pedagogia, Pu-blicidade e Propaganda, Rádio e TV, RelaçõesInternacionais, Relações Públicas, Sistemas deInformação, Turismo, além de MBA em Gestãode Marcas e cursos de pós-graduação em Direi-to Internacional Ambiental, Gestão Criativa,Gestão de Finanças, Gestão de Marketing, Ges-tão de Negócios, Gestão de Recursos Humanose Responsabilidade Social Corporativa.

O corpo docente conta com 32 doutores e dou-toras, 42 mestres e 18 especialistas. As Facul-dades Integradas Rio Branco estão instaladasnum câmpus de 10.000 m² de área construí-da, numa concepção arquitetônica horizontal,moderna e arejada, com iluminação natural.Além das salas de aula com capacidade máxi-ma para 40 alunos, os laboratórios de apoiosão dotados de equipamentos de última gera-ção. As faculdades estão localizadas na Aveni-da José Maria de Faria, 111 (travessa da Ave-nida Ermano Marchetti) em São Paulo. Cen-tral de atendimento: 0800-165521.

A

Salas com 40 alunos

Antonio Carlos Malheiros

Paulo Sérgio Feuz

Divulgação

Divulgação

Internet

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STJ

juízo Federal suscitante. Acórdão: Vistos, relatados e dis-cutidos estes autos, acordam os ministros da TerceiraSeção do Superior Tribunal de Justiça, na conformidadedos votos e das notas taquigráficas a seguir a seção, porunanimidade, conhecer do conflito e declarou competenteo suscitante, juízo federal da Vara de Execuções Fiscais eCriminal e Juizado Especial Adjunto de Blumenau — SJ/SC, nos termos do voto do sr. ministro-relator. Votaramcom o relator os srs. ministros Jorge Mussi, Jane Silva(desembargadora convocada do TJ/MG), Felix Fischer,Paulo Gallotti, Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima e MariaThereza de Assis Moura. Ausente, ocasionalmente, o sr.ministro Nilson Naves.

��CC 90131/MG — Relator(a): ministra Maria Therezade Assis Moura (1131). Órgão julgador: Terceira Se-ção. Data do julgamento: 27/2/2008. Data da publica-ção/fonte: DJ 14/3/2008, p. 1. Ementa: conflito de com-petência. Disparo de arma de fogo em via pública. Arti-go 15 da Lei 10.826/03. Policial militar que atira nopneu do carro de caminhão para evitar a fuga. Crimeque não encontra correspondência no Código PenalMilitar. Competência da Justiça Militar afastada. 2.Competência do juízo suscitante. 1. Tratando-se daconduta de efetuar disparos de arma de fogo em viapública, cometida por policial militar em situação deatividade, crime que não encontra correspondente pre-visão legal no Código Penal Militar, é de se afastar acompetência da Justiça castrense. 2. Reconhecida acompetência do juízo de Direito da Vara Criminal deInquéritos Policiais de Belo Horizonte/MG, suscitado,para conhecer de eventual denúncia oferecida contra oinvestigado e processá-lo e julgá-lo se for o caso.Acórdão: Vistos, relatados e discutidos os autos emque são partes as acima indicadas, acordam os minis-tros da Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça:a Seção, por unanimidade, conheceu do conflito e de-clarou competente o suscitado, juízo de Direito da VaraCriminal de Inquéritos Policiais de Belo Horizonte(MG), nos termos do voto da sra. ministra-relatora. Vo-taram com a relatora os srs. ministros Napoleão NunesMaia Filho, Jorge Mussi, Jane Silva (desembargadoraconvocada do TJ/MG), Felix Fischer, Paulo Gallotti,Laurita Vaz e Arnaldo Esteves Lima. Ausente, ocasio-nalmente, o sr. ministro Nilson Naves.

��CC 91016/MT — Relator(a): ministro Paulo Gallotti(1115). 0rgão julgador: Terceira Seção. Data do julga-mento: 27/2/2008. Data da publicação/fonte: DJ 25/3/2008, p. 1. Penal. Conflito de competência. Acidenteaéreo. Atentado contra a segurança de transporte aé-reo. Inobservância de lei, regulamento ou instrução ehomicídio culposo. Delitos praticados por militares,controladores de vôo. Crimes de natureza militar e co-mum. Desmembramento. Princípio do ne bis in idem.Inexistência de conflito. 1. Não ofende o princípio do nebis in idem o fato dos controladores de vôo estaremrespondendo a processo na Justiça Militar e na JustiçaComum pelo mesmo fato da vida, qual seja o acidenteaéreo que ocasionou a queda do Boeing 737/800 daGol Linhas Aéreas no município de Peixoto de Azeve-do, no Estado do Mato Grosso, com a morte de todosos seus ocupantes, uma vez que as imputações sãodistintas. 2. Solução que se encontra, mutatis mutandis,no Enunciado da Súmula 90/STJ: "Compete à JustiçaMilitar processar e julgar o policial militar pela prática

��CC 62460/SP — Relator(a): ministra Maria Thereza deAssis Moura (1131). Órgão julgador: Terceira Seção. Datado julgamento: 13/2/2008. Data da publicação/fonte: DJ22/2/2008, p. 160. Ementa: Conflito negativo de compe-tência. Lesão corporal culposa. Sentença condenatóriaproferida por juiz da Justiça Comum estadual. Revisãocriminal. Competência para julgamento. Tribunal de Jus-tiça. 1. A jurisprudência desta Corte Federal Superior já sepacificou no sentido de que, ainda que se cuide de infra-ção de menor potencial ofensivo, à luz da Lei nº 10.259/2001, o recurso contra sentença de processo que trami-tou no juízo comum deve ser julgado pelo tribunal hierar-quicamente superior (aplicação do princípio perpetuatiojurisdicionis). Seguindo a mesma exegese, compete aoTribunal de Justiça o julgamento de revisão criminal desentença proferida por juiz da Justiça Comum estadual. 2.Conflito conhecido para declarar a competência do Tribu-nal de Justiça do Estado de São Paulo, suscitado.Acórdão: Vistos, relatados e discutidos os autos em quesão partes as acima indicadas, acordam os ministros daTerceira Seção do Superior Tribunal de Justiça: a Seção,por unanimidade, conheceu do conflito e declarou com-petente o suscitado, Tribunal de Justiça do Estado deSão Paulo, nos termos do voto da sra. ministra- relatora.Votaram com a relatora os srs. ministros Napoleão NunesMaia Filho, Jane Silva (desembargadora convocada doTJ/MG), Jorge Mussi, Nilson Naves, Felix Fischer, PauloGallotti, Laurita Vaz e Arnaldo Esteves Lima.

��CC 88013/SC — Relator(a): ministro NapoleãoNunes Maia Filho (1133). Órgão julgador: Terceira Se-ção. Data do julgamento: 27/2/2008. Data da publicação/fonte: DJ 10/3/2008, p. 1. Ementa: Conflito de competên-cia. Justiça Federal e Justiça estadual. Inquérito policial.Apuração de suposto crime ambiental ocorrido em áreaque passou a integrar Parque Nacional Administrado peloIbama. Alteração da competência em razão da matéria.Inaplicabilidade do instituto da perpetuatio jurisdictionis.Lesão a bens, serviços ou interesses da União caracteri-zada. Conflito conhecido, para declarar a competência doJuízo Federal suscitante. 1. A Terceira Seção desta Cortefirmou o entendimento de que, em sendo a proteção domeio ambiente matéria de competência comum da União,dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, einexistindo dispositivo constitucional ou legal fixando ex-pressamente qual a Justiça competente para o julgamen-to de ações penais por crimes ambientes, têm-se que, emregra, a competência é da Justiça estadual. Oprocessamento do inquérito ou da ação penal perante aJustiça Federal impõe seja demonstrada a lesão a bens,serviços ou interesses da União (artigo 109, IV, da CF/88).2. À época dos fatos, o local onde o crime teria sido come-tido pertencia ao município de Blumenau/SC; entretanto,posteriormente, passou a fazer parte do Parque Nacionalda Serra de Itajaí, administrado pelo IBAMA, responsávelpor sua manutenção e preservação, nos termos do artigo4º do Decreto Presidencial de 4/6/04, que criou a referidaárea de proteção ambiental permanente; assim sendo,configurado o interesse público da União, desloca-sea competência para a Justiça Federal. 3. Havendo altera-ção da competência em razão da matéria, os autos nãosentenciados devem ser remetidos ao juízo competentesuperveniente, não se aplicando, nesses casos, o institu-to da perpetuatio jurisdictionis. Precedentes do STJ. 4.Ante o exposto, em consonância com o parecer ministeri-al, conhece-se do conflito para declarar a competência do

do crime militar, e à comum pela prática do crime co-mum simultâneo àquele." 3. Conflito não conhecido.Acórdão: Vistos, relatados e discutidos estes autos,acordam os ministros da Terceira Seção do SuperiorTribunal de Justiça, na conformidade dos votos e dasnotas taquigráficas a seguir, por unanimidade, não co-nhecer do conflito de competência, nos termos do votodo sr. ministro-relator. Votaram com o relator a sra. mi-nistra Laurita Vaz e os srs. ministros Arnaldo EstevesLima, Maria Thereza de Assis Moura, Napoleão NunesMaia Filho, Jorge Mussi, Jane Silva (desembargadoraconvocada do TJ/MG), Nilson Naves e Felix Fischer.

��RCL 2672/SP — Relator(a): ministra Laurita Vaz(1120). Órgão julgador: Terceira Seção. Data do julga-mento: 27/2/2008. Data da publicação/fonte: DJ 26/3/2008, p. 1. Reclamação. Execução penal. Crime hedi-ondo. Descumprimento pelo juízo das Execuções deacórdão do Superior Tribunal de Justiça que assegu-rou ao reclamante progressão de regime prisional. 1. Omagistrado, ao apreciar o novo pedido de progressãode regime prisional, descumpriu o determinado peloacórdão proferido nos autos do habeas-corpus conce-dido por esta Corte, que afastou o óbice legal à eventu-al progressão carcerária. 2. Recalcitrância do juiz sin-gular em aceitar a decisão do Supremo Tribunal Fede-ral que declarou inconstitucional o regime integralmentefechado imposto os crimes hediondos e equiparados, aoargumento de que a declaração de inconstitucionalidadeocorreu em controle difuso, muito embora tal entendimen-to tenha se firmado como posicionamento jurisprudencialuníssono dos tribunais superiores. 3. Reclamaçãojulgada procedente para determinar que o juízo da Varade Execuções Penais de Franco da Rocha, no Estadode São Paulo, aprecie o pedido de progressão de regi-me prisional Ao paciente, considerando o comporta-mento do condenado e o preenchimento dos requisitosobjetivos e subjetivos necessários à concessão do be-nefício. Acórdão: Vistos, relatados e discutidos estesautos, acordam os ministros da Terceira Seção do Su-perior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos edas notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, jul-gar procedente a reclamação, nos termos do voto dasra. ministra-relatora. Votaram com a relatora os srs.ministros Arnaldo Esteves Lima, Maria Thereza de As-sis Moura, Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi,Jane Silva (desembargadora convocada do TJ/MG),Nilson Naves, Felix Fischer e Paulo Gallotti.

��ERESP 469766/SP — Relator(a): ministra Jane Silva(desembargadora convocada do TJ/MG) (8145). Órgãojulgador: Terceira Seção. Data do julgamento: 28/3/2008. Data da publicação/fonte: DJ 8/4/2008, p. 1. Emen-ta: embargos de divergência. Processual penal. Ministé-rio Público. Ciência pessoal. Termo inicial. Entrega dosautos com vista. Recurso especial. Intempestividadecaracterizada. recurso acolhido. 1. A contagem dos pra-zos para o Ministério Público inicia-se na data da entre-ga dos autos com vista, e não do ciente pessoal do re-presentante ministerial, uma vez que isso importaria atri-buir a este o controle sobre a fluência dos prazos pro-cessuais. Precedentes. 2. Intempestividade do recursoespecial caracterizada. 3. Embargos de divergênciaacolhidos, para impor o não conhecimento do recursoespecial. Acórdão: Vistos, relatados e discutidos os au-tos em que são partes as acima indicadas, acordam os

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TRIBUNA DO DIREITO

JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIA

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TRIBUNA DO DIREITO

JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIASTJ

31/7/08

ministros da Terceira Seção do Superior Tribunal deJustiça, por unanimidade, acolher os embargos de di-vergência, nos termos do voto da sra. ministra-relatora.Votaram com a relatora os srs. ministros Felix Fischer,Paulo Gallotti, Laurita Vaz, Arnaldo Esteves Lima, Ma-ria Thereza de Assis Moura, Napoleão Nunes Maia Fi-lho e Jorge Mussi. Ausente, ocasionalmente, o sr. mi-nistro Nilson Naves.

��RESP 921082/RS — Relator(a): ministra Laurita Vaz(1120). Órgão julgador: Quinta Turma. Data do julga-mento 28/2/2008. Data da Publicação/fonte DJ 24/3/2008 p. 1. Ementa: recurso especial. Penal. Porte ilegalde arma de fogo. Realização de exame pericial.Prescindibilidade. Existência de outros meios de pro-va. 1. A nulidade do exame pericial na arma de fogo,pela ausência de peritos oficiais, não desconfigura odelito previsto no artigo 10, caput, da Lei nº 9.437/97,quando existente nos autos outros elementos de provaaptos a embasar o decreto condenatório. Precedentes.2. Recurso especial conhecido e parcialmente providopara, cassando o acórdão na parte recorrida, determi-nar o retorno dos autos ao tribunal de origem para ma-nifestação acerca dos fundamentos trazidos nas razõesdo recurso de apelação do Ministério Público, proferin-do novo acórdão, quanto à referida parte, como enten-der de direito. Acórdão: Vistos, relatados e discutidosestes autos, acordam os ministros da Quinta Turma doSuperior Tribunal de Justiça, na conformidade dos vo-tos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimida-de, conhecer do recurso e lhe dar parcial provimento,nos termos do voto da sra. ministra-relatora. Os srs.ministros Arnaldo Esteves Lima, Napoleão Nunes MaiaFilho, Jorge Mussi e Felix Fischer votaram com a sra.ministra-relatora.

��HC 92392/RS — Relator(a): ministro NapoleãoNunes Maia Filho (1133). Órgão Julgador T5 - QuintaTurma. Data do julgamento 26/2/2008. Data da publica-ção/Fonte DJ 17/3/2008 p. 1. Ementa: habeas-corpus.Execução penal. Progressão de regime prisional. Artigo112 da LEP com redação modificada pela Lei 10.792/03.Condenação por novo crime doloso. Refazimento dapena. Regressão autorizada pelo artigo 118 da LEP. Or-dem denegada. 1. O cometimento de novo crime dolosoimplica, não só a regressão de regime prisional, como oreinício do cômputo do prazo para a concessão do bene-fício de progressão. Precedentes do STJ. 2. Independen-temente da discussão a respeito de qualquer requisito deordem subjetiva, o paciente não soma, a seu favor, o tem-po de pena necessário à obtenção do benefício (1/6 dapena). 3. Parecer do Ministério Público pela denegaçãodo writ. 4. Ordem denegada. Acórdão: Vistos, relatados ediscutidos estes autos, acordam os ministros da QuintaTurma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidadedos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unani-midade, denegar a ordem. Os srs. ministros Jorge Mussi,Felix Fischer, Laurita Vaz e Arnaldo Esteves Lima vota-

ram com o sr. ministro-relator.

��HC 90411/SP — Relator(a): ministro NapoleãoNunes Maia Filho (1133). Órgão julgador. T5 - QuintaTurma. Data do Julgamento 26/02/2008. Data da Publi-cação/Fonte. DJ 17.03.2008 p. 1. Ementa: habeas-corpus. Tráfico ilícito de drogas. Pena total: 7 anos de reclu-são. Inobservância do art. 38 da Lei 10.409/2002. Nulida-de dependente da demonstração objetiva do prejuízo.Processo que obedeceu rigorosamente os princípios docontraditório e da ampla defesa. Prejuízo não demonstra-do. Inteligência dos artigos 563 e 565 do CPP e daSúmula 563. Aplicação do princípio pas de nullité sansgrief. Ordem denegada. 1. No âmbito do processo penal,não se deve declarar nulidade quando não resultar preju-ízo comprovado para a parte que a alega (artigos 563 e565 do CPP e Súmula 563/STF). Dessa forma, ainobservância do artigo 38 da Lei 10.409/2002, à luz deuma interpretação sistemática do capítulo das nulidadesdo CPP, não traduz nulidade absoluta. 2. O Supremo Tribu-nal Federal acolhe o entendimento de que o princípio ge-ral norteador das nulidades em processo penal — pas denullité sans grief — é igualmente aplicável em casos denulidade absoluta (HC 85.155/SP, rel. min. Ellen Gracie,DJU 15/4/05 e AI-AgR. 559.632/MG, rel. min. SepúlvedaPertence, DJU 3/2/6). 3. Os automatismos devem ser evi-tados em sede de processo penal. O que a Constituiçãoreputa indispensável é que se garanta a todo cidadão pro-cessado criminalmente a oportunidade efetiva de se con-trapor à acusação que lhe é feita. 4. A não realização daouvida preliminar do acusado não lhe causa prejuízo,quando o trâmite processual posterior assegurou-lhe todasas oportunidades de defesa. Ofende a lógica do razoável,em prejuízo da efetiva atuação jurisdicional, a pretendidadeclaração de nulidade, em todos os casos, com a repeti-ção dos atos processuais, sem um mínimo de alegação oudemonstração objetiva de prejuízo. 5. Registre-se que, nocaso concreto, foram respeitados os princípios constitucio-nais da ampla defesa e do contraditório, com citação regu-lar, interrogatório na presença do advogado, defesa préviae alegações finais regularmente oferecidas, intimação dasentença condenatória, interposição de Apelação, além deinexistir sequer insinuação sobre qual seria o prejuízo so-frido, razão pela qual é vazia a alegação de nulidade. 6.Ordem denegada, em consonância com o parecer doMPF. Acórdão: Vistos, relatados e discutidos estes autos,acordam os ministros da Quinta Turma do Superior Tribu-nal de Justiça, na conformidade dos votos e das notastaquigráficas a seguir, por unanimidade, denegar a ordem.Os srs. ministros Jorge Mussi, Felix Fischer, Laurita Vaz eArnaldo Esteves Lima votaram com o sr. ministro-relator.

Jurisprudência extraída do Boletim de Jurisprudência da Procu-radoria de Justiça Criminal do Ministério Público do Estado de SãoPaulo, coordenada pelos procuradores de Justiça Mágino AlvesBarbosa Filho (secretário executivo) e Júlio César de Toledo Piza(vice-secretário executivo) e pelos promotores de Justiça An-tonio Celso Pares Vita e Antonio Ozório Leme de Barros.

��HC 86285/DF — Relator(a) ministroNapoleão Nunes Maia Filho (1133). Ór-gão julgador: T5 - Quinta Turma. Datado julgamento: 21/2/2008. Data da pu-blicação/fonte DJ 17/3/2008 p. 1. Emen-ta: habeas-corpus. Roubo circunstanci-ado (concurso de agentes e uso dearma de fogo) cometido contra posto

de atendimento bancário localizadoem hospital. Subtração de bensdos clientes e do banco. Concur-so formal. Alegação de cons-trangimento ilegal pelo aumen-to indevido da pena-base, fixa-

da em 5 anos e 6 meses de reclusão pelo tribunal estadu-al. Inexistência. Circunstâncias judiciais desfavoráveis.Dolo excessivo (violência física contra as vítimas). Maus an-tecedentes. Conseqüências do crime. Ordem Denegada.1. Constatado, in casu, que as circunstâncias judiciais, emsua maioria, são desfavoráveis ao réu, não traduz cons-trangimento ilegal a majoração da pena-base acima domínimo legal. 2. O fato de ter havido violência física contraas vítimas, os maus antecedentes do acusado, bem comoa não recuperação dos bens subtraídos constituem funda-mentação idônea para o aumento da pena-base. 3. Emobediência ao princípio da individualização da pena, aação criminosa cometida com dolo acima do normal,como no caso em apreciação, em que as vítimas, jásubjugadas pelas armas, foram submetidas à violênciacorporal, deve ser valorada com maior rigor. Da mesmaforma, não se pode comparar o crime de roubo em que avítima não sofre prejuízo efetivo, pois os bens são, ao fi-nal, recuperados, com aquele em que isso não ocorre,sob pena de se igualar situações ontologicamente dife-renciadas. 4. Quanto aos maus antecedentes, o fato éque a impetração não traz qualquer adminículo de provapara ilidir a afirmação do acórdão estadual de que o paci-ente possui diversas condenações por crimes idênticos.Ainda que assim não fosse, as demais circunstâncias ju-diciais desfavoráveis (dolo excessivo e conseqüências docrime) são, por si sós, suficientes, para a manutenção dapena-base como fixada pelo acórdão ora impugnado (1/3 acima do mínimo legal). 5. A concessão de habeas-corpus para rever a dosimetria da pena, emboraadmissível, exige que a decisão impugnada padeça deilegalidade flagrante, circunstância que não se constatana hipótese em apreciação. 6. Ordem denegada, emconsonância com o parecer ministerial. Acórdão: Vistos,relatados e discutidos estes autos, acordam os ministrosda Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na con-formidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir,por unanimidade, denegar a ordem. Os srs. ministrosJorge Mussi, Felix Fischer, Laurita Vaz e Arnaldo EstevesLima votaram com o sr. ministro-relator.

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5TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSJULHO DE 2008

EDITORA SARAIVA

Tutela Constitucionaldo Meio Ambiente

Luís Paulo Sirvinskas

Apresenta três par-tes: noções básicasda tutela do meioambiente (DireitoAmbiental, meio am-biente, dano e res-ponsabilidade am-biental); normasconstitucionais am-bientais (normasespecíficas, nor-

mas gerais, normas de competência,normas de garantia); interpretação eaplicação das normas constitucionaisambientais no âmbito dos direitos egarantias fundamentais.

O Contrato de Doação

Pablo Stolze Gagliano

Alguns temas abor-dados pelo autor:visão geral do con-trato de doação;conceito e caracte-rísticas; aceitaçãoda doação; doaçãomortis causa; doa-ção inoficiosa; doa-ção universal; pro-messa de doação

(pactum de donando); espécies co-muns de doação; espécies de doaçãocom impacto no Direito de Família;extinção do contrato de doação; doa-ções não sujeitas à revogação; etc.

Shopping CentersDireito dos Lojistas

Mário Cerveira Filho

4ª edição, revistae atualizada. Des-tina-se a orientaro lojista quanto atrês momentos dis-tintos das rela-ções contratuaiscom o empreende-dor dos shoppingcenters: a fasepré-contratual, ou

seja, de observância dos cuidadosprévios à celebração do contrato; afase contratual, em que são discuti-dos os encargos dos lojistas; e a faserescisória.

Incentivos Fiscais noDireito Ambiental

Terence Dornelles Trennepohl

Apresenta quatropartes: normas ju-rídicas e sançãopremial como in-duzimento às con-dutas desejáveis; odesenvolvimentoeconômico-industri-al da sociedademoderna e o prin-cípio da precaução

no Direito Ambiental; o federalismo fis-cal x ambiental e as competências dosentes de direito público interno; pla-nejamento tributário estatal de fomen-to às políticas públicas ambientais.

Lei das Sociedadespor Ações AnotadaLei n° 6.404/1976

Alfredo Sérgio Lazzareschi Neto

2ª edição, revista,atualizada e ampli-ada. De acordo coma Lei 11.638/07. Aobra é o resultadode vários anos deintensa pesquisarealizada pelo au-tor na jurisprudên-cia do Superior Tri-bunal de Justiça e

dos Tribunais de Justiça dos Estados.Apresenta notas doutrinárias sobrecada um dos dispositivos da Lei6.404/76, devidamente atualizadasà luz da mais recente legislação.

Fundamentos de DireitoConstitucional(volume 2)

Sérgio Sérvulo da Cunha

Na primeira parte(morfologia consti-tucional) temos adescrição de suarealidade, tal comomanifestada naexperiência de vá-rios países desdea segunda metadedo século XVIII. Nasegunda parte (téc-

nica constitucional) altera-se aperspectiva. Tenta-se, aí, respondera duas perguntas: a primeira delas(como fazer a Constituição?); e a se-gunda (como efetivar a Constituição?).

Comentários à Lei deExecução FiscalLei 6.830/80

José da Silva Pacheco

11ª edição, revistae atualizada. Aobra apresenta umestudo detalhadoda Lei 6.830, de22 de setembro de1980. O modo comosão feitos os comen-tários à lei, artigo porartigo, possibilitauma consulta fácil e

rápida, proporcionando ao leitor umenfoque abrangente dos principais pro-blemas relacionados ao assunto, alémde soluções para pontos obscuros dotexto legal.

Direito das Pessoase das FamíliasDoutrina e jurisprudência

Moacir César Pena Jr.

Apresenta 10 ca-pítulos: direito defamília contempo-râneo; casamen-to; união estável;união entre pes-soas do mesmosexo; do regime debens entre os côn-juges e o bem defamília; dissolu-

ção da sociedade e do vínculo con-jugal; guarda e proteção da pessoados filhos; das relações de paren-tesco; da tutela e da curatela; ali-mentos.

Mandado de SegurançaComentários às Leis 1.533/51,4.348/64 e 5.021/66

Cássio Scarpinella Bueno

4ª edição, revista,atualizada e am-pliada. O autor co-menta, um a um,todos os artigosdas três leis de re-gência do manda-do de segurança(Leis 1.533/51,4.348/64 e 5.021/66), declarando a

opção pelo estudo multidisciplinar doinstituto, desde seu nascedouro cons-titucional, passando pela compreen-são de seu conteúdo de direito pú-blico.

A Defesa no Processo CivilAs exceções substanciais noprocesso de conhecimento

Cleanto Guimarães Siqueira

3ª edição. Apre-senta três partes:a primeira, dedi-cada à inserçãodo tema na teoriageral do processo,com o estudo dosseus quatro insti-tutos fundamen-tais; a segunda,com a análise des-

critiva da defesa no processo civil,com destaque para as clássicas ex-ceções substanciais, vistas, agora,sob a ótica do processo; e, por fim,uma etapa destinada às conclusões.

LANÇAMENTO LANÇAMENTO

LANÇAMENTO

LANÇAMENTOLANÇAMENTO

Dano Moral nasRelações de ConsumoDoutrina e jurisprudência

Nehemias Domingos de Melo

Apresenta duas par-tes: fundamentosdos direitos do con-sumidor (históricodo consumerismo, oCódigo Brasileiro doConsumidor, aplica-ção do CDC, os prin-cípios informativosdo CDC, o dano mo-ral no direito brasi-

leiros, etc.); dano moral em espécie(dano moral: bancos e instituições fi-nanceiras, dano moral em razão do usode cartão de crédito, dano moral porerro médico, etc.).

Comentários à Lei deLicitações e Contratos daAdministração Pública

Maria Adelaide de Campos França

5ª edição, atualiza-da. Com apoio nadoutrina e na juris-prudência, a autoraexamina, artigo porartigo, o conteúdoda Lei 8.666/93,Lei de Licitação,procedendo a umainterpretação siste-mática e detalhada

da matéria. Traz inúmeras decisõesjudiciais referentes a procedimentos li-citatórios e contratos administrativose apresenta comentários feitos por es-pecialistas na matéria.

LANÇAMENTO

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JULHO DE 20086TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSMALHEIROS EDITORES

Comentário Contextualà Constituição

José Afonso da Silva

5ª edição, de acor-do com a EC 56/07. O autor tentouorganizar os co-mentários do modomais simples pos-sível, sem prejuízoda correção e daprecisão conceitu-ais e científicas.Procurou elaborar

uma obra que não fosse muito lon-ga, mas também em que estes nãofossem muito sintéticos, de modo adeixar de fora aspecto fundamentalem cada dispositivo comentado.

Teoria dos PrincípiosDa definição à aplicaçãodos princípios jurídicos

Humberto Ávila

8ª edição, amplia-da e atualizada.Temas abordados:normas de primei-ro grau: princípiose regras (distinçõespreliminares, pa-norama da evolu-ção da distinçãoentre princípios eregras, critérios de

distinção entre princípios e regras,etc.); normas de segundo grau: pos-tulados normativos (postulados her-menêuticos, postulados normativosaplicativos, etc.).

O Direito Posto e oDireito Pressuposto

Eros Roberto Grau

7ª edição, revista eampliada. Algunstemas abordadospelo autor, ministrodo STF: nota intro-dutória sobre o di-reito; o direito pos-to e o direito pres-suposto; o tema dalegitimidade do di-reito; os modelos

de direito formal e de direito modernoe a dupla desestruturação do direito;o direito do modo de produção capita-lista e a teoria da regulação; a críticado direito e o “direito alternativo”; etc.

Resumo de Obrigaçõese Contratos(civis, empresariais, consumidor)

Maximilianus Cláudio Américo Führer

Volume 2 da Cole-ção Resumos, 28ªedição, revista eampliada. Apre-senta cinco partes:Direito das Obriga-ções (modalidadesdas obrigações,transmissão dasobrigações, etc.);contratos (contratos

— regras gerais, contratos reguladospelo Código Civil, contratos reguladospor leis especiais, contratos bancári-os); atos unilaterais; responsabilida-de civil; Direito do Consumidor.

Resumo de Direito Civil

Maximilianus Cláudio Américo Führer

Volume 3 da Cole-ção Resumos. 37ªedição, atualizadainclusive com a Lei11.411/07. Abran-ge toda a matériado Direito Civil. Ex-cetua-se a parte re-ferente às Obriga-ções e contratos, quesão tratados no vo-

lume 2 (Resumo de Obrigações e Con-tratos). Excetua-se também o Direito deEmpresa e os títulos de crédito, que sãoobjeto do volume 1, referente ao Direi-to Comercial (Empresarial).

Resumo de Direito PenalParte Geral

Maximilianus Cláudio Américo Führere Maximiliano Roberto Ernesto Führer

Volume 5 da Cole-ção Resumos. 28ªedição. Apresenta10 capítulos: intro-dução — aplicaçãoda lei penal; o fatotípico; a antijuridi-cidade; a culpabi-lidade; concursode pessoas; daspenas; medidas de

segurança; efeitos da condenação, re-abilitação, ação penal; extinção dapunibilidade; prescrição. Apresentaestudos especiais sobre o funciona-lismo do Direito Penal.

Resumo de DireitoTributário

Maximilianus Cláudio Américo Führere Maximiliano Roberto Ernesto Führer

Volume 8 da Cole-ção Resumos. 19ªatualizada. Tratado Direito Finan-ceiro; e do DireitoTributário: teoriageral (introdução,legislação tributá-ria, crédito tributá-rio, exclusão docrédito tributário,

garantias e privilégios do crédito tri-butário, administração tributária, pro-cesso administrativo, etc.); impostos(federais, estaduais e municipais);crimes contra a ordem tributária.

Resumo deProcesso Penal

Maximilianus Cláudio Américo Führere Maximiliano Roberto Ernesto Führer

Volume 6 da Cole-ção Resumos. 23ªedição, atualizadacom as Leis 11.313/06 e 11.343/06. Apresenta cin-co capítulos: ParteGeral; procedimen-tos do Código deprocesso Penal;procedimentos de

leis especiais; o Juizado EspecialCriminal; o processo eletrônico (Lei11.419/06). Apresenta, em apêndi-ce) os artigos 1°, 2°, 3° e 9° da Lei8.072/90 (Crimes Hediondos).

JUAREZ DE OLIVEIRA

Constituição FederalInterpretada pelo STF

Antonio Joaquim Ferreira Custódio

9ª edição, reformu-lada e atualizadaaté maio. Apresen-ta índice sistemá-tico da Constitui-ção Federal; índi-ce cronológico dalegislação comple-mentar; tabela deatualização daConstituição Fede-

ral; índice cronológico das emendasconstitucionais; Constituição Fede-ral; Ato das Disposições Constituci-onais Transitórias (ADCT); etc.

NOTADEZEDITORA NOESES

Direito Tributário —Linguagem e Método

Paulo de Barros Carvalho

Apresenta duaspartes: método ana-lítico e hermenêuti-co (Direito e Filoso-fia, noções funda-mentais para umatomada de posiçãoanalítica, teoria her-menêutica); DireitoTributário (SistemaConstitucional Tri-

butário, lei complementar tributária, te-oria da regra-matriz da incidência, in-frações e sanções tributárias, procedi-mento administrativo tributário, etc.).

Ficções Jurídicas noDireito Tributário

Cristiano Carvalho

Prefácio do profes-sor Paulo de Bar-ros Carvalho, titu-lar de Direito Tri-butário da PUC-SPe da USP. Apresen-ta quatro capítulos:a teoria dos atos defala; teoria geraldas ficções, da ver-dade e dos fatos;

sistema jurídico e teoria dos atos defala; ficções jurídicas e sistema tribu-tário. O autor é mestre e doutor emDireito Tributário (PUC-SP).

LANÇAMENTO

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Atualidades do Direito deFamília e Sucessões

Rolf Madaleno e Mariângela GuerreiroMilhoranza (coordenação

Segundo volume daColetânea FamíliaNotadez. Alguns te-mas abordados: aconsagração jurídicada união homosse-xual através da prin-cipiologia dos direi-tos fundamentais;casamento, o regimeetário obrigatório e a

união estável: da inconstitucionalidadeà inaplicabilidade; o Judiciário diantedos desafios das novas entidades fa-miliares e o novo Direito de Família; etc.

Page 35: Edição Julho 2008 - nº 183

7TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSJULHO DE 2008

EDITORA MÉTODO

EDITORA IMPETUS

Direito do Trabalho

Renato Saraiva

6ª edição. Da Sé-rie Concursos Pú-blicos, coordena-da pelo professorMisael MontenegroFilho. Apresenta 12partes: direito in-dividual do traba-lho — introdução;direito individualdo trabalho — con-

trato individual do trabalho; direitosdo trabalhador na Constituição Fede-ral de 1988; alteração, interrupção esuspensão do contrato de trabalho; etc.

Separação, Divórcio, Partilhase Inventários Extrajudiciais

Antônio Carlos Mathias Coltro e MárioLuiz Delgado (coordenadores)

Alguns temas abor-dados por 30 juris-tas, especialistasem Direito de Famí-lia: o procedimentoextrajudicial pre-visto na Lei 11.441/07, para ashipóteses de quetrata, é obrigatórioou facultativo? Po-

derão ou deverão?; a aplicabilidadeda Lei 11.441/07 aos pedidos de di-vórcio por conversão; a prova testemu-nhal será colhida pelo tabelião?; etc.

Direito PrevidenciárioSintetizado

Lael Viana e Fábio Nadal

Contém cinco par-tes: seguridadesocial (bases cons-titucionais da se-guridade social,princípios da se-guridade social,etc.); custeio daseguridade social(contribuição dotrabalhador, con-

tribuição da empresa, etc.); saúde;Previdência Social (regime geral dePrevidência Social, aposentadoriaespecial, etc.); assistência social.

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LANÇAMENTO

Direitos Fundamentaise Biotecnologia

Ingo Wolfgang Sarlete George Salomão Leite (organizadores)

Apresenta 15 es-tudos de doutrina-dores nacionais eestrangeiros. Al-guns temas abor-dados: as dimen-sões da dignidadeda pessoa huma-na: uma compreen-são jurídico-consti-tucional aberta e

compatível com os desafios da bio-tecnologia; ensaio sobre bioética cons-titucional; a dignidade do homem eos perigos da pós-humanidade; etc.

CAMPUS JURÍDICO

Direito Ambiental

Márcia Dieguez Leuzingere Sandra Cureau

Da Série DireitoPonto a Ponto.Apresenta sete ca-pítulos: conceitos;princípios; prote-ção constitucionalao meio ambientenatural e cultural;Política Nacionalde Meio Ambien-te; recursos hídri-

cos e florestais; meio ambiente cul-tural; responsabilidade por danoscausados ao meio ambiente natu-ral e cultural.

Manual de Interpretaçãodo Código CivilAs normas de tipo aberto e ospoderes do juizJorge Tosta

Apresenta 13 capí-tulos: as normasde tipo aberto noCódigo Civil: a ju-dicialização do Di-reito Privado; asnormas de tipoaberto e de tipo cer-rado — origem his-tórica; as normasde tipo aberto em

sentido lato; diferenças entre tiposabertos e tipos cerrados; espécies denormas de tipo aberto previstas noCódigo Civil; etc.

Direito Imobiliário

Washington Carlos de Almeida

Da Série DireitoPonto a Ponto.Apresenta oito ca-pítulos: Direito Imo-biliário; posse esua proteção; pro-priedade; aquisi-ção, perda, prote-ção e limitações dapropriedade no Di-reito Imobiliário;

contratos imobiliários; nulidades dosnegócios imobiliários; condomínio emedificações e a incorporação; regis-tro público e parcelamento do solo.

Princípio da Boa-FéPerspectivas e aplicações

Camila de Jesus Mello Gonçalves

Prefácio do ex-mi-nistro Celso Lafer.Apresenta cincocapítulos: a boa-fésob a perspectivada ética antiga; aboa-fé sob a pers-pectiva antropoló-gica de HannahArendt; boa-fé econfiança nos con-

tratos; os princípios no positivismo ju-rídico — integração de valores; o prin-cípio da boa-fé e os valores a ele ine-rentes — a cláusula geral de boa-fé.

Manual de DireitoAdministrativoDoutrina e jurisprudência

Almir Morgado

Apresenta 12 ca-pítulos: Direito Ad-ministrativo e regi-me jurídico admi-nistrativo; a admi-nistração públicabrasileira; carac-terísticas da ativi-dade administrati-va; órgãos públi-cos; agentes públi-

cos; atos administrativos; poderesadministrativos; licitação; contratosadministrativos; serviços públicos;controle da administração pública.

Os Mais ImportantesJulgamentos do STFe STJ em 2007

Alessandro Dantas Coutinho

A obra tem por ob-jetivo facilitar oacesso do usuárioaos mais impor-tantes julgamentosrealizados pelo STFe STJ em 2007. Fo-ram selecionadaspelo autor as prin-cipais decisões, co-lhidas do site.

Apresenta todas as súmulas válidasdo STF e do STJ separadas por ma-téria. O autor é mestre e especialis-ta em Direito Público.

Resumo de DireitoAmbiental

Jair Teixeira dos Reis

4ª edição Apresen-ta 13 capítulos:aplicabilidade dostratados internacio-nais de meio ambi-ente no ordenamen-to brasileiro; o meioambiente como ob-jeto do direito; omeio ambiente naConstituição Fede-

ral de 1988; o meio ambiente na le-gislação infraconstitucional; compe-tências legislativas sobre o meio am-biente; etc.

Resumo de DireitoInternacional e Comunitário

Jair Teixeira dos Reis

Temas analisados:sujeitos de DireitoInternacional — Es-tados e organiza-ções; órgãos dasrelações entre osEstados — agentesdiplomáticos e re-presentações con-sulares; Organiza-ção Internacional

do Trabalho (OIT); Organização Mun-dial do Comércio (OMC); Direito Comu-nitário; atividades do estrangeiro noBrasil — limitações constitucionais; etc.

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JULHO DE 20088TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSEDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS

Os Fundamentosdo Antitruste

Paula A Forgioni

3ª edição. Algunstemas analisados:disciplina do com-portamento dosagentes econômi-cos nos mercados econcorrência: trêsmomentos diver-sos; a concorrênciano Brasil; o siste-ma da Lei Antitrus-

te brasileira; os objetivos das leisantitruste: as políticas econômicasatuadas; as válvulas de escape; abu-so de posição dominante; acordosentre agentes econômicos; etc.

Curso Avançado deProcesso Civil(volume 1)

Luiz Rodrigues Wambier (coordenação)

10ª edição, revis-ta, atualizada eampliada. O volu-me 1 trata da teo-ria geral do pro-cesso e processode conhecimento:jurisdição; DireitoProcessual Civil;princípios proces-suais; organiza-

ção judiciária; competência; tipos deprocesso; ação e elementos identifi-cadores das ações; condições daação; classificação das ações; pro-cesso e procedimento; etc.

Curso Avançadode Processo Civil(volume 3)

Luiz Rodrigues Wambier (coordenação)

9ª edição, revista,atualizada e am-pliada. O volume 3trata do processocautelar (teoria ge-ral do processocautelar, arresto,seqüestro, caução,busca e apreen-são, ação de exibi-ção, produção an-

tecipada de provas, etc.) e procedi-mentos especiais (ação de consigna-ção em pagamento, ação de depósi-to, ação de anulação e substituiçãode títulos ao portador, etc.).

Leis Penais e ProcessuaisPenais Comentadas

Guilherme de Souza Nucci

3ª edição. A autoranalisa a Lei deImprensa que, re-centemente, foi ob-jeto de ação de im-pugnação no Su-premo Tribunal Fe-deral, por não apre-sentar, dentro desuas várias nor-mas, harmonia com

a Constituição de 1988. Vários de seusdispositivos foram suspensos, em me-dida liminar, deixando de serem apli-cados aos casos concretos, atingindovários processos em andamento.

Coleção Direito Penal

O volume 1 tratada Parte Geral doCódigo Penal (ar-tigos 1° a 120). Al-guns temas anali-sados: Direito Pe-nal; princípios fun-damentais do Di-reito Penal; teoriada lei penal; âm-bito temporal e

espacial da lei penal; conceito dedelito e classificação das infrações;bem jurídico-penal: conceito e delimi-tação; ação e omissão; delito como açãotípica; delito como ação ilícita; delito

A Editora Revista dos Tribunais está lançando a 2ª edição, reformula-da, atualizada e ampliada da Coleção Direito Penal do professor LuizRegis Prado, em quatro volumes.

como ação culpável; teoria do erro; eta-pas da realização do delito; etc.

O volume 2 tratada Parte Especial(artigos 121 a 196),abordando os cri-mes contra a pes-soa, o patrimônio ea propriedade ima-terial: homicídio,furto, roubo, esteli-onato, apropriaçãoindébita, lesão cor-

poral, entre outros. O autor apresen-ta, ainda, uma visão bastante atual

dos crimes contra a pessoa e mantémseu firme posicionamento nos crimescontra o patrimônio. Em alguns arti-gos, inseriu nota adicional com ex-plicações importantes para o consu-lente sobre outras leis, entendimen-tos diversos, aplicações concretas dosartigos, além de tratamento constitu-cional.

O volume 3 tratada Parte Especial(artigos 197 a 288),abordando os cri-mes contra a or-ganização do tra-balho; contra osentimento religi-oso e contra o res-peito aos mortos;contra a família;

contra a incolumidade pública; con-

tra a paz pública.

O volume 4 tratada Parte Especial(artigos 289 a 359-H): crimes contra afé pública (moedafalsa, falsidade detítulos e outros pa-péis públicos, falsi-dade documental,outras falsidades)crimes contra a ad-

ministração pública (crimes praticadospor funcionário público contra a admi-nistração em geral, crimes praticadospor particular contra a administraçãoem geral, crimes praticados por parti-cular contra a administração públicaestrangeira, crimes contra a adminis-tração da Justiça, crimes contra as fi-nanças públicas).

Curso de DireitoPenal Brasileiro(volume 1)

Luiz Regis Prado

8ª edição. O volu-me 1 trata da ParteGeral (artigos 1° a120). Apresentaquatro partes: intro-dução (Direito Pe-nal, síntese históri-ca do pensamentojurídico penal, etc.);teoria jurídica dodelito (conceito de

delito, bem jurídico-penal: conceito edelimitação, etc.); conseqüências jurí-dicas do delito (teoria dos fins dapena: considerações gerais, etc.); pu-nibilidade e causas de extinção.

Lei de Recuperação deEmpresas e FalênciasComentada

Manoel Justino Bezerra Filho

5ª edição. Propõeum método paraestudo da lei e dis-corre sobre o direi-to falimentar bra-sileiro, trazendovisões críticas deoutros estudiosos.Em seguida, comen-ta a Lei 11.101/05,artigo por artigo,

com considerações sobre o direitocomparado, a “intenção” da nova lei,seus “desvios” do rumo inicial, osbenefícios que poderá trazer para aatividade empresária.

Direito Penal(volume 3)

Rogério Sanches Cunha

O livro é o resulta-do de mais de seteanos de pesquisa.O autor aborda nes-te terceiro volumetoda a Parte Espe-cial do Código Pe-nal (artigos 121 a359-H). A partedoutrinária trazdesde os autores

clássicos (Hungria, Fragoso, Bento deFaria, Aníbal Bruno, etc.), até os maisatuais (Luiz Flávio Gomes, CezarRoberto Bitencourt e Rogério Greco,entre outros).

Código Penal Comentado

Guilherme de Souza Nucci

8ª edição. Trazvários acréscimosno campo doutri-nário e também ajurisprudência re-cente dos tribu-nais pátrios, comparticular ênfaseaos julgados doSupremo TribunalFederal e do Su-

perior Tribunal de Justiça. O autoranalisa a modificação legislativa, nocampo da prescrição, trazida pela Lei11.596/07. Novos quadros esque-máticos foram inseridos.

LANÇAMENTO

Page 37: Edição Julho 2008 - nº 183

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 17JULHO DE 2008

AMB

m um País ondereclama-se a todomomento que aJustiça não exis-te, quando a pró-

pria população não sabecomo funciona a Justiça,dificilmente poderá se terigualdade entre seus pares.Isso é o que se depreendeda pesquisa “Barômetro deConfiança nas InstituiçõesBrasileiras”, realizada pelaAssociação dos MagistradosBrasileiros (AMB) que, pormeio do Instituto de Pesqui-sas Sociais, Políticas e Eco-nômicas (Ipesp), ouviu, entre29 de maio e 2 de junho, portelefone, 1.500 pessoas, nascinco Regiões do País. A pes-quisa mostrou que nada me-nos do que 45% conhecem“mais ou menos” o Poder Ju-diciário e o funcionamentoda Justiça, 28% conhecemde “ouvir falar” e 18% nãoconhecem. Apenas 8% ad-mitiram “conhecer bem”.

Em termos de “confian-ça” nas instituições, numtotal de 17 opções, o PoderJudiciário/Justiça apare-ce em sexto lugar, antece-

Trabalho (6,7%) e a seguir oSupremo Tribunal Federal(6,4%) e a Justiça Eleitoral(6,2%).

Os números sobre oreduzidíssimo conheci-mento do setor, entretan-to, ficam mais evidentesquando a pesquisa desce adetalhes de áreas específi-cas da Justiça, notando-seque as informações se re-sumem às atividades daJustiça do Trabalho, daJustiça Eleitoral e dosJuizados Especiais. Entreas 1.500 pessoas consulta-das para a pesquisa, maisda metade já fez uso deserviços judiciais ou têmparentes que usaram aolongo do ano passado. Se-gundo a pesquisa, apenas10% dos entrevistados ad-mitiram ter utilizado osserviços da Justiça duran-te os últimos 12 meses. E,embora mais da metadedos entrevistados tenha fi-cado “muito satisfeitos” ou“satisfeitos” com o trata-mento recebido, cerca de40% disseram-se “insatis-feitos” ou “muito insatis-

feitos” com o atendimentoe os resultados.

Por desinformação, se-gundo o presidente da AMB,juiz Mozart Valadares Pires,as pessoas entrevistadasacham que promotores emagistrados pertencem auma mesma instituição.De qualquer modo, a pes-quisa informou que aspessoas ouvidas confiammais nos promotores e pro-curadores de Justiça do quenos magistrados. Aindamostraram desconhecimen-to do papel desempenhadopelos delegados de polícia eos agentes penitenciários.

Ainda segundo a pesqui-sa da AMB, o governo fede-ral foi contemplado maiscom avaliação consideradapositiva do que com graude confiança. A nota parao governo foi de 6,1%, em-patando com o Judiciário ecom o Ministério Público.O mais baixo índice deconfiabilidade ficou com ospartidos políticos: 3,6%. B

Percival de Souza,Especial para o “Tribuna”

E

didos pelas Forças Arma-das, Igreja Católica, PolíciaFederal, Imprensa e Mi-nistério Público. A televi-são continua liderandocomo fonte de informação,seguida do rádio, jornal einternet. A pesquisa foifeita antes do episódio emque militares do Exército,no Rio de Janeiro, aprisio-naram três jovens, no Mor-ro da Providência, que naseqüência seriam encon-

trados mortos num depósi-to de lixo sanitário.

Na pesquisa encomen-dada pela AMB, que preten-de atualizá-la trimestral-mente, o item Justiça rece-beu de cada entrevistadouma proposta de avaliaçãocom nota, que poderia osci-lar entre zero e dez. As no-tas mais altas foram conce-didas aos Juizados Especi-ais (6,8%), ficando em se-gundo lugar a Justiça do

Judiciário? Justiça?Pesquisa da Associação dos Magistrados Brasileiros mostra que nada menos do que 45% só conhecem o Judiciário e a Justiça “mais ou menos”

Inte

rnet

Page 38: Edição Julho 2008 - nº 183

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO18 JULHO DE 2008

L E G I S L A Ç Ã OL E G I S L A Ç Ã OL E G I S L A Ç Ã OL E G I S L A Ç Ã OL E G I S L A Ç Ã O (2) (2) (2) (2) (2)

Advogado em São Paulo e diretorda Editora Juarez de Oliveira Ltda..

E-mail: [email protected].

JUAREZ DE OLIVEIRA

ADMINISTRAÇÃO FEDERAL — De-creto n° 6.406, de 19/3/2008(“DOU” de 20/3/2008), distribuio efetivo de oficiais dos qua-dros do corpo de oficiais da ati-va da Aeronáutica, em tempode paz, a vigorar em 2008.

Lei n° 11.647, de 24/3/2008(“DOU” de 24/3/2008, edição ex-tra), estima a receita e fixa a des-pesa da União para o exercíciofinanceiro de 2008.

Decreto n° 6.408, de 24/3/2008 (“DOU” de 25/3/2008),aprova a estrutura regimental eo quadro demonstrativo doscargos em comissão, das grati-ficações de exercício em cargode confiança e das gratificaçõesde representação da AgênciaBrasileira de Inteligência (Abin),do gabinete de Segurança Insti-tucional da Presidência da Re-pública.

Decreto n° 6.417, de 31/3/2008 (“DOU” de 1/4/2008),aprova a estrutura regimentale o quadro demonstrativo doscargos em comissão e dasfunções gratificadas do Minis-tério da Previdência Social, edá outras providências.

Decreto n° 6.428, de 14/4/2008 (“DOU” de 15/4/2008),altera o Decreto n° 6.170, de25/7/2007, que dispõe sobreas normas relativas às trans-ferências de recursos daUnião mediante convênios econtratos de repasse.

Decreto n° 6.434, de 16/4/2008 (“DOU” de 17/4/2008), dánova redação ao inciso III do §3º do artigo 1º do Decreto n°3.905, de 31/8/2001, que dispõesobre a composição, indicação,eleição e nomeação dos mem-bros dos órgãos colegiados doBanco do Brasil S.A..

ACORDO/CONVENÇÃO/TRATADO —Decreto n° 6.404, de 19/3/2008 (“DOU”de 20/3/2008),promulga o Acordo entre o go-verno da República Federati-va do Brasil e o governo daFederação da Rússia sobreCooperação na Área do Turis-mo, celebrado em Brasília,em 12/12/2001.

Decreto n° 6.411, de 24/3/2008 (“DOU”de 25/3/2008),promulga o Acordo sobre Coo-peração em Assuntos Relacio-nados à Defesa entre o gover-no da República Federativado Brasil e o governo da Re-pública da Turquia, celebrado

em Brasília, em 14/8/2003.Decreto n° 6.410, de 24/3/

2008 (“DOU” de 25/3/2008), dis-põe sobre a execução da Atade Retificação, de 30/11/2006,do Acordo de ComplementaçãoEconômica no 58, entre os go-vernos da República Federativado Brasil, da República Argenti-na, da República do Paraguai eda República Oriental do Uru-guai, Estados-partes do Merco-sul, e o governo da Repúblicado Peru.

Decreto n° 6.414, de 25/3/2008 (“DOU” de 26/3/2008), pro-mulga o Acordo de CooperaçãoCultural e Educacional entre ogoverno da República Federati-va do Brasil e o governo da Re-pública Helênica, celebrado emAtenas, em 27/3/2003.

Decreto n° 6.418, de 31/3/2008 (“DOU” de 1/4/2008), pro-mulga o Acordo para a Facilita-ção de Atividades Empresariaisno Mercosul, aprovado pela de-cisão CMC 32/04, emanada daXXVII Reunião de Cúpula doMercosul, realizada em BeloHorizonte, em 16/12/2004.

Decreto n° 6.427, de 7/4/2008 (“DOU” de 8/4/2008), pro-mulga o Acordo entre a Repú-blica Federativa do Brasil e aRepública Portuguesa sobreFacilitação de Circulação dePessoas, celebrado em Lisboa,em 11/7/2003.

ARRENDAMENTO MERCANTIL — Lein° 11.649, de 4/4/2008 (“DOU”de 7/4/2008), dispõe sobre pro-cedimento na operação de ar-rendamento mercantil de veícu-lo automotivo (leasing), e dáoutras providências.

ARRENDAMENTO RESIDENCIAL —Decreto n° 6.429, de 14/4/2008(“DOU” de 15/4/2008), dá novaredação aos incisos I e II do arti-go 1º do Decreto n° 5.435, de26/4/2005, que define os limitesde que tratam o inciso II e o § 5ºdo artigo 3º da Lei n° 10.188, de12/2/ 2001.

CENSO – EDUCAÇÃO — Decreton° 6.425, de 4/4/2008 (“DOU”de 7/4/2008), dispõe sobre ocenso anual da educação.

CENTRAIS SINDICAIS E CLT — Lein° 11.648, de 31/3/2008 (“DOU”de 31/3/2008, edição extra),dispõe sobre o reconhecimentoformal das centrais sindicais

para os fins que especifica, alte-ra a Consolidação das Leis doTrabalho (CLT), aprovada peloDecreto-Lei n° 5.452, de 1/5/1943, e dá outras providências.

CERTIFICADOS FINANCEIROS DO TE-SOURO — Lei n° 11.651, de 7/4/2008 (“DOU” de 8/4/2008), dánova redação aos artigos 1º e2º da Lei n° 10.841, de 18/2/2004, que autoriza a União apermutar Certificados Financei-ros do Tesouro, e ao § 1º do ar-tigo 15 da Lei n° 3.890-A, de 25/4/1961, que autoriza a União aconstituir a empresa CentraisElétricas Brasileiras S.A. (Ele-trobras).

COMÉRCIO EXTERIOR – TRIBUTAÇÃO— Decreto n° 6.419, de 1/4/2008 (“DOU” de 2/4/2008),acresce dispositivo ao inciso Ido artigo 328 do Decreto n°4.543, de 26/12/2002, que regu-lamenta a administração dasatividades aduaneiras, e a fisca-lização, o controle e a tributaçãodas operações de comércio ex-terior.

FISCALIZAÇÃO – REGULARI-DADE — Decreto n° 6.420,de 1/4/2008 (“DOU” de 2/4/2008), dá nova reda-ção aos artigos 1º e 4ºdo Decreto n° 6.106, de30/4/2007, que dispõesobre a prova de regu-laridade fiscal perantea Fazenda Nacional.

IMPOSTO SOBRE A PRO-PRIEDADE TERRITORIALRURAL (ITR) — Decreto n°6.433, de 15/4/2008 (“DOU”de 16/4/2008), institui oComitê Gestor do Impostosobre a Propriedade Terri-torial Rural (Cgitr) e dispõesobre a forma de op-ção de que trata o in-ciso III do § 4º do arti-

go 153 da Constituição, pelosmunicípios e pelo Distrito Fede-ral, para fins de fiscalização ecobrança do Imposto sobre aPropriedade Territorial Rural (ITR),e dá outras providências.

LICITAÇÕES E CONTRATOS — Medi-da Provisória n° 422, de 25/3/2008 (“DOU” de 26/3/2008), dánova redação ao inciso II do § 2º-B do artigo 17 da Lei n° 8.666,de21/6/1993, que regulamenta oartigo 37, inciso XXI, da Consti-tuição, e institui normas para li-citações e contratos da adminis-tração pública.

LÍNGUA PORTUGUESA – TIMOR-LESTE— Decreto n° 6.421, de 2/4/2008 (“DOU” de 3/4/2008), alte-ra o Decreto n° 5.274,de 18/11/2004, que institui o Programade Qualificação de Docente eEnsino de Língua Portuguesano Timor-Leste.

MERCOSUL — Decreto n° 6.405,de 19/3/2008 (“DOU” de 20/3/2008), dá nova redação e acres-

ce dispositivos ao Decreto n°5.906,de 26/9/2006, para ade-quação dos produtos que es-pecifica com os respectivoscódigos de classificação naNomenclatura Comum doMercosul (NCM), alterada apartir de 1/1/2007.

PIS/PASEP/COFINS — Decreton° 6.426, de 7/4/2008 (“DOU”de 8/4/2008), reduz a zeroas al íquotas da contr ibui-ção para o PIS/Pasep, dacontribuição para o Finan-c iamento da Segur idadeSocial (Cofins), da contri-buição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Im-portação dos produtos quemenciona.

PLANO PURIANUAL — Lei n°11.653, de 7/4/2008 (“DOU”de 8/4/2008), dispõe sobre oPlano Plurianual para o perío-do 2008/2011.

RADIODIFUSÃO — Lei n°11.652, de 7/4/2008 (“DOU”de 8/4/2008), institui os prin-cípios e objetivos dos servi-ços de radiodifusão públicaexplorados pelo Poder Exe-cutivo ou outorgados a enti-dades de sua administraçãoindireta; autoriza o PoderExecutivo a constituir a Em-presa Brasil de Comunica-ção (EBC); altera a Lei n°5.070,de 7/71966; e dá ou-tras providências.

REGIME ESPECIAL DE INCENTIVOSPARA O DESENVOLVIMENTO DA INFRA-ESTRUTURA (REIDI) — Decreto n°6.416, de 28/3/2008 (“DOU”de 31/3/2008), altera o Decre-to n° 6.144, de 3/7/2007, queregulamenta a forma de habi-litação e co-habilitação aoRegime Especial de Incenti-vos para o Desenvolvimentoda Infra-Estrutura (Reidi), ins-tituído pelos artigos 1º a 5º daLei n° 11.488,de 15/6/2007.

SERVIÇO TELEFÔNICO — De-creto n° 6.424, de 4/4/2008(“DOU” de 7/4/2008), altera eacresce dispositivos ao ane-xo do Decreto n° 4.769, de27/6/2003, que aprova o Pla-no Geral de Metas para aUniversalização do ServiçoTelefônico Fixo Comutadoprestado no Regime Público(Pgmu). B

DIREITOS DA MULHER — Decreto n°6.412, de 25/3/2008 (“DOU” de 26/3/2008), dispõe sobre a composição, es-truturação, competências e funciona-mento do Conselho Nacional dos Di-reitos da Mulher (Cndm), e dá outrasprovidências.

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 19JULHO DE 2008

SEGUROS-2 PENHORA

Terceira Turma doSTJ manteve deci-são que condenou aCompanhia de Se-guros Aliança do Bra-

sil a devolver o valor pago por umsegurado que se suicidou. O paientrou com uma ação pedindoque a seguradora fosse conde-nada a lhe pagar R$10 mil em ra-zão do suicídio do filho. Em 1ª ins-tância, o pedido foi negado sob ofundamento de que o suicídioocorreu antes do prazo de doisanos de carência ser completado.

A defesa entrou com recursode apelação no TJ-MG, que de-cidiu que a seguradora deveriadevolver à beneficiária a reser-va técnica formada com a con-

Devolução emcaso de suicídio

Atratação do seguro. A segura-dora entrou com um recurso es-pecial no STJ alegando que adecisão do TJ-MG estava forados limites propostos na petiçãoinicial (pagamento da indeniza-ção estipulada na apólice). Adevolução da reserva técnicaseria inviável, por se tratar decontrato de seguro de vida emgrupo.

O ministro-relator, MassamiUyeda, considerou legítima acláusula no contrato de segurode vida que estipula a carência.Entretanto, ressaltou que se osegurado morrer dentro do pra-zo de carência, a seguradoradeve devolver o valor da reservatécnica. (REsp 1038136) B

Segunda Seção do STJ de-cidiu, por unanimidade, que

o Ministério Público (MP) não temlegitimidade para propor açãopara garantir complementação depagamento de indenizações porseguro obrigatório de danos pes-soais (DPVAT).

O MP de Goiás constatou quevítimas de acidentes de trânsito

O Ministério Público e o DPVAT

A

Seção Especializada emDissídios Individuais SDI-

2, do TST, acolheu recurso doHSBC Bank Brasil S.A. e deter-minou a liberação de dinheiropenhorado para o pagamentode sentença trabalhista.

A Vara do Trabalho de SãoBorja (RS) havia determinado oprazo de 48 horas para que oHSBC pagasse mais de R$ 83mil. Se a determinação não fossecumprida, bens do banco seriampenhorados para pagamento dadívida. O banco ofereceu à pe-nhora títulos de créditos do Te-souro, substituídos por dinheiro.

O banco entrou com mandadode segurança no TRT da 4ª Re-gião, que o rejeitou. O HSBC re-correu ao TST alegando que apenhora em dinheiro era abusiva.

O processo é uma execuçãoprovisória e aguarda julgamentono TST. Segundo o relator, minis-tro Pedro Paulo Manus, a execu-ção deve seguir o meio menosgravoso para o devedor. B

Cancelada penhora em dinheiroA

ens do Hospital das Clíni-cas de Porto Alegre (RS) —

foto — são impenhoráveis. Com

Bens de hospitalsão impenhoráveis

essa decisão unânime da Pri-meira Turma do TST, o hospitalganha o direito de quitar débitostrabalhistas com precatórios.

Uma técnica em enfermagem,demitida sem justa causa após14 anos, entrou com ação pedin-do a reintegração ou o pagamen-to das parcelas rescisórias. Ale-gou que foi coagida a se demitirpor ter dois empregos públicos eter de optar por um deles. Comonão pediu demissão, teria sidodispensada. O pedido de reinte-gração foi rejeitado e o hospital

B

Internet

receberam da Áurea SegurosS.A. indenização em valores infe-riores aos previstos em lei e en-trou com ação. O juiz de primeirograu declarou que o MP não tinhalegitimidade para propor a ação,mas a sentença foi reformadapelo TJ-GO. A Áurea recorreu aoSTJ, que reformou a sentença.(RESP 858056). B

condenado a pagar as parcelasrescisórias. O hospital apeloupara quitar com precatórios, masa segunda instância não aceitoue determinou a penhora dosbens do hospital. No TST a sen-tença foi reformada. Segundo oministro-relator, Lelio Bentes Cor-rêa, embora o hospital seja per-sonalidade jurídica de direito pri-vado, cabe-lhe benefícios como a“observância do regime de pre-catórios para o pagamento dedébitos reconhecidos em juízo”.(RR-647/1999-008-04-00.4). B

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO20 JULHO DE 2008

CARTÓRIOS

RASÍLIA — O Con-selho Nacional deJustiça (CNJ) temtrês anos, mas pelaprimeira vez em

sua curta história vive ummomento em que mostra,através de parecer, nãoconcordar com uma pro-posta de projeto de lei, quenasceu no Congresso, deretirar do Poder Judiciáriotodo o controle exercido so-bre os cartórios de regis-tros civis de pessoas físi-cas e jurídicas, e mais ain-da os registros de imóveis,notas e protestos.

A proposta do Legislativo,já aprovada pelo Congres-so, encontrou eco no Exe-cutivo Federal e já assu-miu a figura do projeto delei pelo qual tanto os con-cursos como as nomea-ções de titulares de cartó-rios passariam a ser admi-nistrados pelo Poder Execu-tivo de cada Estado. Ficaria,então, exclusivamente nadependência de leis específi-cas a criação ou extinção deserventias.

Ao tomar conhecimentodesse fato, o Conselho Na-cional de Justiça mandoupara o Ministério da Justiçaum parecer técnico para re-comendar que o projeto de leinão seja sancionado pelo pre-sidente da República. Segun-do o CNJ, o projeto teria víci-os de constitucionalidade.

A posição do CNJ sobreo assunto é categórica: aproposta de mudança nosistema, além de inconsti-

tucional, seria contráriaao interesse público, por-que criaria muitas dificul-dades de adaptação ao Ju-diciário. O ponto centralde violação à Carta Magnaseria o fato de uma lei fe-deral não poder modificaros critérios adotados paraa delegação dos chamados“serviços notáveis”, atual-mente na esfera de compe-tência de cada unidade daFederação.

Não é essa, contudo, ainterpretação do relator doprojeto, senador EduardoAzeredo (PMDB-MG). Se-gundo ele, a proposta apro-vada pelo Congresso esta-ria corrigindo um equívocoque vem se arrastando há

20 anos, quando a Consti-tuição em vigor foi promul-gada. Diz o senador que aCarta Magna criou o con-curso para alguém se tor-nar titular de tabelionatos,mas deixou de mencionarpor conta de quem ficari-am as definições das re-gras. O senador faz críticasao fato de, atualmente, oJudiciário promover con-cursos, nomear os titula-res e ainda fiscalizar todasas atividades do rentávelsetor.

Na disputa, os magistra-dos tendem a apoiar oveto, basicamente por en-tender que o Executivo nãoteria isenção suficientepara a escolha dos titularesde cartórios extrajudiciais.Esta área possui um gran-de interesse econômico,na avaliação do juiz JoãoRicardo dos Santos Costa,vice-presidente da Associa-ção dos Magistrados doBrasil. De fato, conformelevantamento do CNJ, os13.416 cartórios existen-tes no País teriam faturadocerca de R$ 4 bilhões em2006. A burocracia, comose vê, custa bem caro.

A impressionante quan-tia fazia, até aqui, parte deum grande segredo cuida-

dosamente guardado. Ascifras bilionárias indicamclaramente a existênciade uma grande indústria,movimentada por carim-bos que controlam desde aemissão de certidões denascimento, casamento eóbito, passam pelas escri-turas e procurações echegam ao registro deimóveis e protesto de tí-tulos, além das autenti-cações e reconhecimentode firmas.

A contabilidade dos car-tórios impressiona. O maisrentável de todos, conformeo levantamento do CNJ,fica no Rio de Janeiro. Con-seguiu arrecadar R$ 28,3milhões durante o anoretrasado; logo atrás, apa-rece um cartório de SãoPaulo, onde a fatura, du-rante o mesmo período, foide R$ 26,9 milhões. Pelosnúmeros disponíveis atéaqui, o campeão da renta-bilidade seria, conformedados fornecidos pelo Tri-bunal de Justiça do Rio deJaneiro, o 9º Ofício de Re-gistro de Imóveis, localiza-do no centro da cidade.

A pesquisa nacional fei-ta pelo CNJ revela dadoscuriosos. De um lado, o Es-tado de Minas Gerais apare-

ce em primeiro lugar no nú-mero de cartórios (3.040).São Paulo surge em segundo(1.546), e a Bahia em tercei-ro, (1.376). O Rio de Janei-ro, onde está o campeão dofaturamento e a média anu-al de faturamento nunca éinferior a R$ 1 milhão, pos-sui 524 cartórios.

Como todos esses nú-meros provocam surpre-sas, a Anoreg — Associa-ção dos Notários e Regis-tradores do Brasil — res-saltou, em pronuncia-mento oficial, que essesdados, embora contribuampara que se compreenda aimportância dos “relevan-tes serviços prestados pe-los cartórios”, levariam emconsideração as arrecada-ções brutas e não os rendi-mentos líquidos de cada ti-tular de cartório. E isso,segundo destaca a Anoreg,“pode levar a uma equivo-cada compreensão das in-formações”. Já no Conse-lho Nacional de Justiça, oque se diz é que o levanta-mento levou à descobertade erros, distorções e exa-geros. O órgão responsávelpelo controle externo doJudiciário pretende, agora,elaborar políticas e fiscali-zar com rigidez.

A queda-de-braço deixaclaríssima uma situação:se as coisas continuaremcomo estão, o Conselho Na-cional de Justiça usará asinformações obtidas comseu levantamento para ela-borar um diagnóstico. Mas,se o presidente Luiz InácioLula da Silva sancionar oprojeto, essa tarefa seriaimediatamente transferidapara os governos estaduais.

As discrepâncias no movi-mento dos cartórios mostrade maneira nítida que exis-te uma grande diferença en-tre desempenhar uma fun-ção social e oficializar umafigura que seria a do chama-do “cartório pobre”. O con-traponto entre esses dois ti-pos de cartórios está no Riode Janeiro, conforme mostrao levantamento do CNJ.

PERCIVAL DE SOUZA, especial para “O Tribuna”

B

Cartórios, uma “queda-de-braço”Internet

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 21JULHO DE 2008

CARTÓRIOS

e um lado, está o mili-onário 9º Ofício de Re-

gistro de Imóveis (foto aci-ma). São cerca de R$ 3 mi-lhões em caixa a cada mêsno cartório, que é palco deum duelo judicial onde aCorregedoria Geral de Jus-tiça faz sérias restrições aotabelião. De outro lado, nomesmo Rio, fica o 6º Regis-tro Civil de Pessoas Naturais.Localizado na Vila do Sossego,Santa Maria Madalena, queconsegue faturar pífios R$ 5mensais. O TJ-RJ tentouprivatizá-lo. Ninguém se in-teressou . Agora, o Tribunalde Justiça cogita de sim-plesmente encerrar suasatividades.

Como entender isso? Ocartório de Vila do Sossegopode ser classificado como“social”. O cartório do cen-tro do Rio entra na catego-ria de “empresa”, e a histó-ria de cada um deles evi-dencia a existência de umacategoria privilegiada detabeliães, um poder políticocapaz de exercer o tráfico deinfluência e especialistasnas intransponíveis bre-chas de ordem legal. Ocorregedor-geral do Tribu-nal de Justiça do Rio de Ja-neiro, desembargador LuizZveiter, não usa meias pala-vras para definir essa situa-ção. Segundo ele, um verda-deiro clã de tabeliães tem for-

ça suficiente para transformá-lo em pessoas “irremovíveis”:além de poder econômico, osdonos de cartório diferencia-dos “fazem um forte lobby noCongresso Nacional e nasAssembléias Legislativas es-taduais”.

O desembargador sabemuito bem do que está fa-lando. No Rio, existem 524cartórios extrajudiciais,arrecadando R$ 55,8 mi-lhões por mês. Os dez quelucram mais ficam com21% desse imenso bolo daburocracia, ou seja, R$ 12milhões. O 9º Ofício de Imó-veis é responsável pelosregistros de imóveis em 21dos bairros da cidade. O ta-belião, Adilson Alves Men-des, chegou a ser punidopelo TJ-RJ com 90 dias deafastamento, depois que aCorregedoria encontrou irre-gularidades, entre elas a faltade anotações, no livro de pro-tocolo, das custas ao se darentrada num pedido de certi-dão. O TJ precisa examinaressas anotações para fazer ocálculo do faturamento men-sal do cartório.

Enquanto isso, o TJ-RJ ob-serva que existem 44 outroscartórios em situação seme-lhante ao de Vila do Sossego.É o grande contraste: paracontinuarem abertos, essescartórios dependem de ajudafinanceira do tribunal.

D

Internet

indústria que gravita emtorno de carimbos está

distribuída pelo Brasil. Deacordo com o levantamentofeito pelo Conselho Nacionalda Justiça, existem mais cartó-rios em Minas Gerais (3.040),São Paulo (1.546) e Bahia(1.376). Santa Catarina entracom 571, o Rio Grande do Sulcom 752 e mais 945 estão noParaná. O CNJ mandou ques-tionários para 13.596 cartóri-os, mas apenas 85,6% deles,percentual correspondente a11.639, responderam .

O lobby político será testa-do no Rio: a CorregedoriaGeral do Tribunal de Justiçavai propor à Assembléia Le-gislativa, envolta em várioscasos de irregularidades ecorrupção, a aprovação deum projeto que tem como pre-tensão criar 26 novos cartóri-os de imóveis, diminuindo as-sim os lucros dos 12 atuais.

Sabe-se que a maior fontedos lucros está no registro deimóveis, tipo de serviço extra-judicial que proporciona, atu-almente, arrecadações supe-riores a R$ 7 milhões para oscartórios do Rio de Janeiro.Segundo a Corregedoria, jásão passados 70 anos desdea criação do último cartóriono Rio. A diferença é que hásete décadas a cidade tinha1,5 milhão de moradores,contra os 6 milhões atuais. Oesquema de funcionamentodos cartórios, contudo, conti-nua o mesmo dos tempos dosanos 30. O juiz Flávio Dino,que já fez parte do CNJ ehoje é deputado federal peloPC do B do Maranhão, acre-dita que a questão dos altoscustos das taxas cobradaspelos cartórios poderia serresolvida com a padroniza-ção de uma tabela com pre-ços máximos e mínimos. Eleentende que a aprovaçãodessa tabela poderia ser feitapelo Congresso e mesmopelo Conselho Nacional deJustiça, ambos com amparona Constituição Federal. A ta-bela de preços atual é fixadacom bases em leis estaduais.Para o deputado, a eterniza-

ção da burocracia cartorária noBrasil, tomando como referên-cia a exigência do reconheci-mento de firmas, é uma “ques-tão cultural”. Já o deputado LuisPaulo Velloso Lucas, do PSDBdo Espírito Santo, acredita queo registro civil de imóveis pode-ria ser feito pelas prefeituras,como acontece no Canadá enos Estados Unidos. Conse-lheiro do Instituto Hélio Beltrão,nome do ministro que tentouvencer a burocracia do Judiciá-rio durante os anos 70, o depu-tado afirma que o desafio éigual ao de cortar as unhas: “Agente tem de cortar a burocra-cia todas as semanas. Ela ésempre contra o cidadão, viveda desconfiança.”

Poucos sabem, mas trami-tam pelo Congresso dezenas deprojetos que têm os cartórioscomo alvo. Isso inclui desde pro-postas de estatização dos servi-ços até, como pretende o depu-tado João Campos (PSDB-GO),deixar os cartórios em poder dealguém que o herdou, coisa dostempos em que se dispensavao concurso público para se tor-nar tabelião.

Outro ponto obscuro queapareceu no levantamento doCNJ foi a descoberta de quevários cartórios de grande movi-mentação financeira estão sob adireção de desembargadoresaposentados. O colegiado quefiscaliza externamente o Judiciá-rio constatou que em 2006 amaioria dos cartórios teve um lu-cro entre R$ 12 mil e R$ 60 mil.

Existem, entretanto, circuns-tâncias que podem ser conside-radas graves. Elas ficam, por

enquanto, restritas à ação dasCorregedorias dos tribunais.No caso do Rio, foi descober-to um caso em que a vítima,recorrendo à Corregedoria doTJ, informou que ao fazer umregistro no 9º Ofício de Regis-tro de Imóveis não foi infor-mada de que tinha direito a40% de desconto pelo fato deestar fazendo o primeiro regis-tro de um apartamento, finan-ciado pela Caixa EconômicaFederal, na Barra da Tijuca.Segundo a vítima relatou naCorregedoria, alguns funcio-nários do cartório acusadozombaram dela, dizendo que“não tinham o menor interes-se” em divulgar o direito aesse desconto. Essa vítima,em depoimento formal, rela-tou que pagou R$ 1 mil parafazer o registro.

Alguns cartórios, como o 1ºOfício de Notas de Brasília,admitem a burocracia exces-siva, mas alegam que ela ébenéfica para a segurançadas pessoas. É o que susten-ta, por exemplo, o tabeliãodesse cartório, Eduardo Gui-marães Alves. Ele faz um diag-nóstico curioso sobre a situa-ção: “No dia em que a gentefor um povo sério, não vamosprecisar mais de cartórios.”Segundo ele o trabalho evita“que as pessoas mais humil-des sejam lesadas”. Admite,entretanto, que sua função “éser chato e burocrático”.

Na longa história dos cartó-rios existem rastros de corrup-ção e sangue. Vários assassi-natos já foram registrados naferoz disputa pelo comandode alguns deles, principal-mente quando o critério domi-nante era o da hereditarieda-de. Na opinião do presidenteda Associação Paulista deMagistrados, desembargadorHenrique Nelson Calandra, éimportante manter sob o contro-le do Poder Judiciário as ativi-dades cartorárias. Entre outrasrazões, sustenta, por causa daqualidade técnica dos serviços.Para Calandra, a experiênciaadquirida nos litígios judiciaisajuda bastante nas práticas no-toriais. (PS) B

O quegravita por

trás doscarimbos

A

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO22 JULHO DE 2008

DOS LEITORES-2pretende ser uma resposta à queenviei, publicada no número demaio, que teve como motivação suaaleivosa tentativa de desqualificaçãode minha gestão à frente do Itamaraty— esclareço, informo e reitero oque se segue: 1) Arbiter, emLatim, na linguagem jurídica tema acepção de juiz. Árbitro, em Por-tuguês, como sabem os leitoresdo 'Tribuna', é quem participa deum processo arbitral voltadopara deslindar uma controvérsia.No GATT e na OMC, aqueles quecompuseram panels podem,com propriedade, dizer que fo-ram árbitros no sentido amplodo termo, ou seja, integraramcom independência um panel,participando da solução de umacontrovérsia. Durval de NoronhaGoyos nunca integrou um panelno Gatt ou na OMC, como docu-mentei na minha carta publicadano número de maio. Logo, nun-ca foi árbitro no sistema multila-teral de comércio. Ou, se atuouou não se atuou como árbitro doGatt e da OMC — tertium nondatur. Reitero, assim, que o refe-rido senhor descumpriu o devergeral da veracidade exigida peloCódigo de Ética e Disciplina daOAB e muito especificamentefaltou com esta obrigação no quetange à publicidade de títulos equalificações profissionais, atri-buindo-se uma condição quenunca foi nem é a sua. Por isso,como disse, não identifico emquem falseia os dados da suaatividade profissional, locusstandi para atingir a honra alheia,que é o que se propõe a darcontinuidade Durval de NoronhaGoyos na sua nova investidaepistolar; 2) Repito que partici-par de uma lista indicativa de no-mes apresentada pelo Brasil porum certo período, não dá a nin-guém a condição de ‘árbitro’ dosistema multilateral de comér-cio, nem assegura um horizontede previsibilidade de participarde um panel. Foi o que documen-tei no meu texto publicado no 'Tri-buna' de maio. A lista indicativaé uma informação oferecida porum membro da OMC ao Órgãode Solução de Controvérsias.Não tem a natureza de uma subs-tantiva chancela multilateral doseu conteúdo. Não é veraz, as-sim, como diz Durval de NoronhaGoyos na sua carta publicada nonúmero de junho do 'Tribuna',que os nomes apresentadospelo Brasil, inclusive o seu, ‘tive-ram sua experiência e credenci-ais analisadas pelo Órgão deSolução de Controvérsias’. O queo Órgão de Solução de Contro-vérsias faz não é analisar; é ape-nas tomar conhecimento dosnomes e dos currículos apre-sentados por um membro daOMC, disponibilizando a infor-mação no âmbito da Organiza-ção. É o que também posso rei-terar com base na minha expe-riência de presidente do Órgãode Solução de Controvérsias daOMC, eleito por consenso dos

membros em 1996, para ummandato de um ano e que lidouex-officio com o tema das listasindicativas. Mutatis mutandis,para recorrer a uma analogiacom o sistema judiciário brasi-leiro o que vem dizendo no correrdos anos Durval de NoronhaGoyos sobre a sua condição de‘árbitro’, seria equivalente a afir-mar que, quem integrou a listade membros do Ministério Públi-co ou de advogados, elaboradapara preencher o Quinto dosTribunais Federais ou dos Estados,não tendo sido nomeado, poderiaintitular-se desembargador ouministro; 3) Também descumpreo dever da veracidade Durval deNoronha Goyos quando diz, nasua última carta, que não seriaverdadeira a lista dos que inte-graram panels e, por isso, foramárbitros os que listei na minhacarta anterior. Alega que minhalista elenca diplomatas cujascredenciais não foram aprecia-das pelo Órgão de Solução deControvérsias sofismando que,apesar de probos, seriam comoaçougueiros (sic) que arrancamdentes, não-credenciados peloConselho de Odontologia. Nãosó a lista é verdadeira como elaé válida, pois a exigência paraintegrar um panel, nos termos doartigo 8.1 do Entendimento paraSolução de Controvérsias daOMC — que ele mesmo menci-ona — refere-se a pessoas qua-lificadas, exercendo ou não fun-ções governamentais, que, interalia: (I) tenham servido como re-presentantes de um membro daOMC ou de uma parte-contratan-te do Gatt; (II) tenham participa-do de um panel ou apresentadoum caso perante um panel; (III)tenham lecionado ou publicadona área do Direito do ComércioInternacional ou da política co-mercial ou (IV) tenham servidocomo funcionários graduados deum membro na área da políticacomercial. Como é do conheci-mento geral e deve ser domissivista, a representação doBrasil na OMC e antes no Gatt éda competência do Itamaraty. Porisso, os diplomatas brasileirosque foram árbitros na OMC eantes no Gatt e constam ou cons-taram das listas indicativas, pre-enchem plenamente os requisi-tos do artigo 8.1. Estes diploma-tas não são ‘açougueiros’, maspessoas altamente qualificadase os que foram árbitros vêm con-tribuindo com competência parao aprimoramento do Sistema deSolução de Controvérsias daOMC. É o que também me per-mito testemunhar como profes-sor titular da Faculdade de Direi-to da USP, que exerceu as fun-ções de embaixador perante aOMC e de ministro das RelaçõesExteriores e, por isso mesmo, estáem condição de positivamenteavaliar as qualificações profissio-

Continua na página 24

ACIDENTE E DOENÇA DO TRABALHO— A Vendrame Consultores As-sociados realiza dia 28, das 9às 18 horas, na Avenida Tucu-ruvi, 563, 1° (São Paulo), o cur-so “Responsabilidade Civil eCriminal por Acidente e Doen-ça do Trabalho”. Informaçõespelo telefone (0xx11) 2262-4733 ou www.vendrame.com.br

ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA — AB&M Treinamento promove de12 de agosto a 27 de novembro,das 9h30 às 22h30, no auditó-rio da B&M (Avenida EusébioMatoso, 1.375, 1°, São Paulo), ocurso sobre “Administração Tri-butária, Direito e Contabilida-de”, ministrado por sócios e ge-rentes do escritório Braga & Ma-rafon. Informações pelos telefo-nes (0xx11) 3038-5206/5262.

ARBITRAGEM — O Instituto Bra-sileiro de Estudos do Direito daEnergia (Ibde) promove dias28, 29, 30 e 31 das 19h30 às21h30, na Rua Cincinato Braga321, 8° (São Paulo), os cursos“Princípios Gerais de ProcessoAplicáveis aos Procedimentosde Arbitragem”, “Medidas Cau-telares Prévias à Arbitragem”,“Medidas Coercitivas no Decor-rer da Arbitragem” e “Execuçãoe Liquidação de Sentenças emArbitragem”. Informações pelotelefone(0xx11) 3284-1512 [email protected]

COMÉRCIO INTERNACIONAL — ALex Editora Cursos Jurídicosrealiza dia 12, das 8h30 às17h30, no Centro de Treina-mento Lex (Avenida Paulista,1.337, 23/24° andares, SãoPaulo), o curso “Defesa Comer-cial e Concorrência no Comér-cio Internacional”, com o pro-fessor Ricardo Noronha Inglez.Informações pelo telefone(0xx11) 2158-8629.

DIREITO AMBIENTAL — A Fun-dação SOS Mata Atlântica reali-za dias 7,9,16,21,23,28,30 e 4de agosto, das 19 às 22 horas,na Rua Manoel da Nóbrega,456 (Paraíso, São Paulo), o ICurso de Inverno Direito Ambi-ental da Teoria à Pratica, comas advogadas Beatriz Carro-zza, Elci Camargo e SeleneYuasa. Informações pelo tele-fone (0xx11) 3055-7888/7894.

DIREITO COLETIVO DO TRABALHO— O Instituto Internacional deCiências Sociais (Iics) realizade 17 deste mês a 30 de agos-to, às quintas-feiras, das 19 às22h15, o curso “Direito Coletivodo Trabalho”, com os professo-res Ives Gandra Martins, LuizG.Ribeiro Augusto, NelsonMannrich, Ney E.Prado, RenatoRua de Almeida e Ricardo dePaula Alves.Informações pelotelefone (0xx11) 3251-5377 ouwww. iics.org.br/direito

DIREITO ELETRÔNICO — A Cen-tral Prática Consultoria e Trei-namento realiza dia 11, das 9às 17h30, no auditório daCentral Prática (Rua Frei Ca-neca, 322, 4°, Cerqueira César,São Paulo), o curso “DireitoEletrônico nas Empresas”. Infor-mações pelo telefone (0xx11)

CURSOS/PALESTRAS/SEMINÁRIOS3120-6806.

DIREITO IMOBILIÁRIO — A LexEditora Cursos Jurídicos realizadia 22, das 8h30 às 17h30, noCentro de Treinamento Lex(Avenida Paulista, 1.337, 23/24°andares, São Paulo), o curso“Direito Imobiliário para Inician-tes”, com a professora Terezi-nha Aniceto Cameron. Informa-ções pelo telefone (0xx11)2158-8629.

DIREITO INTERNACIONAL — OCentro de Estudos das Socie-dades dos Advogados participade 17 a 21 de agosto, no Rio deJaneiro, da 73ª Conferência daInternational Law Association(ILA). Informações pelo telefone(0xx11) 2104-2252/8402.

DUE DLILIGENCE — O CanalExecutivo (Rua Adolfo Taba-cow, 144, Itaim, São Paulo) rea-liza dia 24 o seminário “Due Di-ligence para fins de Fusões, Ci-sões e Aquisições”, com as par-ticipações de Fábio Kenji Ota(Ernst & Young), Joel Bastos(Ernst & Young), Ricardo Ma-drona Saes (Madroma, Hong,Mazzuco e Kawamura Socieda-de de Advogados), RobertonEmerenciano (Emerenciano,Baggio e Associados Advoga-dos) e Thiago Sandim (LefosseAdvogados). Informações pelotelefone (0xx11) 3079-9910.

INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE— A Vendrame Consultores As-sociados realiza dia 30, das 9às 18 horas, na Avenida Tucu-ruvi, 563, 1° (São Paulo), o cur-so “Perícia Judicial e Assistên-cia Técnica em Insalubridade ePericulosidade”. Informaçõespelo telefone (0xx11) 2262-4733 ou www.vendrame.com.br

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA — O Ca-nal Executivo (Rua Adolfo Taba-cow, 144, Itaim, São Paulo), reali-za dias 24 e 25 o treinamento “Atu-alização Legislativa Tributária,Principais Alterações, Impactos eBenefícios”, com German Alejan-dro San Martin Fernandez.O pro-grama está dividido em quatromódulos, com apresentações so-bre ISS, PIS, Cofins, INSS, etc. In-formações pelo telefone (0xx11)3079-9910.

MERCADO IMOBILIÁRIO — O Ca-nal Executivo (Rua Adolfo Taba-cow, 144, Itaim, São Paulo),promove dia 6 de agosto o se-minário “Mercado Imobiliário –Captação de Recursos, Investi-dores, Mitigação de Riscos, Li-nhas de Financiamento, Poten-ciais Segmentos, Aspectos Tri-butários”, com as participaçõesde Almir Gonçalves (FRibeiroAdvogados), Felipe Vieira (Brazi-lian Mortgages), Flávio Arakari(CEF), Gustavo Felizzola (Inpar),Jefferson Pavarin (Brazilian Mor-tgages), José Manoel Alvarez Lo-pez (Banco Santander), MartinFass (Rio Bravo), Mário Glan-grande (BKO), Ricardo RosaReis (Engeflex) Romeu Pas-quantonio (Bovespa) e Ubiraja-ra Spessoto de Camargo Frei-tas (Cyrela Brasil Realty). Infor-mações pelo telefone (0xx11)3079-9910.

REDAÇÃO JURÍDICA — A LexEditora Cursos Jurídicos realizade 1 a 31, às terças e quintas-feiras, das 18h45 às 20h45, noCentro de Treinamento Lex(Avenida Paulista, 1.337, 23°/24° andares, São Paulo), o cur-so “Redação Jurídica e PráticaForense”, com o professor Ale-xandre Moreira Germano. Infor-mações pelo telefone (0xx11)2158-8629.

SERVIÇOS DE ADVOGACIA — ACentral Prática Consultoria eTreinamento realiza dia 22, das9 às 13 horas, no auditório daCentral Prática (Rua Frei Cane-ca, 322, 4°, Cerqueira César,São Paulo), o curso “Licitaçãopara Contratação de Serviços deAdvocacia”. Informações pelotelefone (0xx11) 3120-6806.

SOCIEDADE ANONIMA — A LexEditora Cursos Jurídicos realizadias 11 e 12, das 8h30 às 17 ho-ras, no Centro de TreinamentoLex (Avenida Paulista, 1.337,23°/24° andares, São Paulo), ocurso “Básico sobre SociedadeAnônima”, com o professor Her-mes A.Vitali. Informações pelo te-lefone (0xx11) 2158-8629.

SOCIEDADE DE ADVOGADOS — ACentral Prática Consultoria eTreinamento realiza dia 10, das9 às 11 horas, no auditório daCentral Prática (Rua Frei Cane-ca, 322, 4°, Cerqueira César,São Paulo), o curso “Estrutura-ção Societária de Sociedade deAdvogados”. Informações pelotelefone (0xx11) 3120-6806.

TERCEIRIZAÇÃO — O CanalExecutivo (Rua Adolfo Taba-cow, 144, Itaim, São Paulo) pro-move dia 22 o seminário “Ter-ceirização sem fraudar a CLT”,com as participações de AnaPalmira Arruda Camargo (Su-perintendência Regional doTrabalho de São Paulo), JoséHélio de Jesus (Araújo e Poli-castro Advogados), Luiz Fer-nando Muniz (Meinberg Munize Advogados Associados) eRoberto Rosano (Telesp). Infor-mações pelo telefone (0xx11)3079-9910.

TRIBUTOS FEDERAIS — O Institu-to Internacional de CiênciasSociais (Iics) realiza de 28 destemês a 20 de agosto, às segun-das e quartas-feiras, das 19 às22h30, o curso “Tributos Fede-rais”, com os professores AndréLuiz Costa-Correa, AntonioCarlos Rodrigues do Amral,Edvaldo Pereira de Brito, Fáti-ma Pacheco Haidar, Ives Gan-dra da Silva Martins, LeoKrakowiak e Wagner Balera.Informações pelo telefone(0xx11) 3251-5377 ou www.iics.org.br/direito

UNIÃO ESTÁVEL — Priscila Gol-denberg, autora do livro Elesnão foram felizes para sempre,faz palestra gratuita sobre “UniãoEstável , a Nova Realidade” nodia 2 de agosto, das 9 às 12 ho-ras, no Viaduto Jacareí, 100, Tér-reo (São Paulo). Informações einscrições pelo telefone (0xx11)3396-4616 ou câ[email protected] B

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 23JULHO DE 2008

STJ

Superior Tri-bunal de Justi-ça deverá so-lucionar estemês a questão

da indicação do represen-tante da OAB à vaga doministro Pádua Ribeiro,que se aposentou. Para odia 1° estava prevista aanálise do mérito do man-dado de segurança ajuiza-do pelo Conselho Federal daentidade. Já há parecer doMinistério Público Federal,através do subprocurador-geral, Aurélio Rios, aco-lhendo, parcialmente, ospleitos da OAB. O MPF reco-mendou ao STJ que mar-casse uma sessão admi-nistrativa para formar a lis-ta tríplice, a partir de no-mes indicados pela OAB.Caso a sessão não sejamarcada, o STJ terá defundamentar a rejeição àlista entregue pela OAB.

Como se recorda, o tri-bunal não aceitou ne-nhum dos candidatos su-geridos pela Ordem dosAdvogados do Brasil emsua lista sêxtupla sob ale-gação de que na indicaçãodos candidatos a entidadeteria privilegiado critériospolíticos em detrimentodos técnicos e de que trêsdos indicados eram “novosdemais”, apesar de ter sidorespeitado a determinaçãoconstitucional de que so-mente maiores de 35 anospodem pleitear o cargo.

O subprocurador da Re-pública, entretanto, nãoreconheceu parte do pedi-do da OAB no mandado desegurança para que ne-nhuma vaga de ministrofosse preenchida enquantoo STJ não apreciasse a lis-ta tríplice para escolha donovo ministro pelo presi-dente da República. Astrês vagas existentes fo-ram preenchidas e os es-colhidos pelo presidenteLuiz Inácio Lula da Silva

— desembargadores LuisFelipe Salomão e GeraldoOg Marques Fernandes eo procurador-geral de Jus-tiça Mauro Luiz CampbellMarques — tomaram pos-se no dia 17 de junho noslugares, respectivamente,do ministro Hélio QuagliaBarbosa (que faleceu) e dosministros Raphael de Bar-ros Monteiro Filho e Fran-cisco Peçanha Martins,que se aposentaram.

Os novos ministros

Geraldo Og Niceas Mar-ques Fernandes, de 56 anos,é pernambucano e presidia oTJ local. É formado em Direi-to pela Universidade Federalde Pernambuco e em Jorna-lismo pela Universidade Ca-tólica. Antes de ser nomeadodesembargador, atuou comorepórter do jornal “Diário dePernambuco”, como juiz deDireito e como consultor doPoder Judiciário da Repúblicada Guiné-Bissau (África).

Luis Felipe Salomão tem45 anos e é de Salvador (BA).Graduado em Direito pelaUFRJ, era desembargadordo TJ do Rio de Janeiro eleciona Direito Comerciale Processual Civil na Esco-la da Magistratura. Atuoucomo juiz em diversascomarcas do interior do Esta-do e na capital fluminense.Presidiu a Associação dosMagistrados do Rio de Janei-ro, e atuou como secretário-geral e diretor da Associaçãodos Magistrados Brasileiros.

O amazonense Mauro

Luiz Campbell Marquestem 44 anos. Foi o mais vo-tado para a lista tríplicedestinada a membros doMinistério Público, forma-da pelo Pleno do STJ. Gra-duado pela Unibennett, doRio de Janeiro, era procu-rador-geral de Justiça doAmazonas. Atuou como se-cretário de Estado de Justi-ça e como secretário de Es-tado de Segurança e, ain-da, como assessor jurídicoda Companhia Energéticado Amazonas e assessor deconselheiro do Tribunal deContas local. É membro daInternational Associationof Prosecutors (IAP).

Nova composição

Nos últimos seis meses,o STJ ganhou cinco novosministros. Além dos trêsque tomaram posse estemês, em dezembro havi-am sido empossados JorgeMussi e Sidnei Beneti. Asmudanças começaram coma transferência espontâ-nea do ministro HamiltonCarvalhido da Sexta para aPrimeira Turma na vagado ministro José Delgado.Geraldo Og Marques assu-me a vaga de Carvalhidona Sexta Turma, Luis FelipeSalomão vai para a Quartae Mauro Campbell substi-tui o juiz-convocado CarlosMathias, que deixou a Se-gunda Turma para atuarna Quarta. A composiçãoatual é a seguinte: Pri-meira Turma — DeniseArruda (presidente), Hamil-

O

ton Carvalhido, Francisco Fal-cão, Luiz Fux e Teori Zavascki;Segunda Turma — CastroMeira (presidente), ElianaCalmon, Humberto Martins,Herman Benjamin e MauroLuiz Campbell; Terceira Tur-ma — Sidnei Beneti (presi-dente), Ari Parglender,Nancy Andrighi e MassamiUyeda; Quarta Turma —Fernando Gonçalves (presi-dente), Aldir PassarinhoJúnior, João Otávio Noronha,Luis Felipe Salomão e CarlosMathias (juiz-convocado);Quinta Turma — ArnaldoEsteves Lima (presidente),Felix Fischer, Laurita Vaz,Napoleão Maia Filho e JorgeMussi; Sexta Turma —Nilson Naves (presidente),Paulo Galotti, Maria Therezade Assis Moura, Geraldo OgMarques e Jane Silva (de-sembargadora-convocada). B

Geraldo Og M. Fernandes Mauro Luiz C. MarquesLuis Felipe Salomão

Advocacia: vaga define-se este mêsMPF aceita parte do

pedido da OAB;presidente nomeia os três

novos ministros

AcordoO presidente do STJ, minis-

tro Humberto Gomes de Barros,e o presidente do Supremo Tri-bunal de Justiça de Portugal,Luís António Noronha Nasci-mento, assinaram, em Lisboa,protocolo de cooperação paraaperfeiçoamento de magistra-dos e servidores e o intercâm-bio de experiências dos res-pectivos judiciários.

Cesar Asfor RochaA Assembléia Legislativa do

Ceará homenageou o ministroCesar Asfor Rocha, vice-presi-dente do STJ e corregedor Naci-onal de Justiça, com um diplo-ma por reconhecimento aosserviços prestados ao Estado.

EstágioSessenta e nove estudantes

de Direito foram selecionados

pelo STJ para o Programa deEstágio Não-Remunerado, de28 a 1º de agosto. O objetivo épermitir que universitários de to-das as regiões do Brasil tenhamacesso a estágios.

Fernando GonçalvesO ministro do STJ, Fernando

Gonçalves, assumiu os cargosde vice-diretor da Escola Nacio-nal de Formação e Aperfeiçoa-mento de Magistrados (Enfam)e de diretor da Revista do Supe-rior Tribunal de Justiça (STJ) nolugar do ministro José Delgado,que se aposentou.

Hamilton CarvalhidoO ministro do STJ, Hamilton

Carvalhido, depois de noveanos, deixou a Terceira Seçãopara integrar a Primeira Seção,responsável por causas de Di-reito Público. Ele era presi-dente do órgão, que passarápara o comando do ministroPaulo Gallotti.

Sálvio de FigueiredoO ministro aposentado e ex-

vice-presidente do STJ Sálviode Figueiredo Teixeira foi home-nageado pela Corte no lança-mento do livro Compromissocom o Direito e a Justiça, comuma placa por serviços presta-dos ao Judiciário.

SiteO STJ oferece no site www.

stj.jus.br um novo serviço: a pá-gina do gabinete do ministro-di-retor da Revista da Corte, JoséDelgado, que tem informaçõessobre o gabinete e dá acessoàs publicações eletrônicas e im-pressas editadas pela área.

Novas súmulasO STJ aprovou cinco novas

Súmulas: 349 que prevê quecompete à Justiça Federal ouaos juízes julgar casos de exe-cuções fiscais de contribuiçõesdevidas pelo empregador aoFGTS; 350 que prevê que o Im-posto sobre Circulação de Mer-cadorias (ICMS) não incide so-bre o serviço de habilitação detelefone celular; 351 que defineque a alíquota de contribuiçãopara o Seguro de Acidente doTrabalho é aferida pelo grau derisco desenvolvido em cadaempresa, individualizada peloCNPJ ou pelo grau de risco daatividade preponderante quan-do houver apenas um registro;352 que determina que a obten-ção ou a renovação do Certifi-cado de Entidade Beneficentede Assistência Social (Cebas) ecertificado não exime a entida-de do cumprimento dos requisi-tos legais supervenientes; e353 que confirma o entendimen-to de que as contribuições parao FGTS não têm natureza tribu-tária. B

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO24 JULHO DE 2008

STJ DOS LEITORES-3nais dos diplomatas de carreirado Itamaraty; 4) Em suma, paranão fugir da verdade, Durval deNoronha Goyos deveria ter ditonão que foi árbitro, mas que foiindicado pelo Brasil para, duran-te certo período, integrar lista depessoas que poderiam ser árbi-tros em panels, se escolhidasem casos concretos. E ele nuncafoi escolhido; por isso, nunca ar-bitrou nada. Destarte as pretensase reiteradas alegações de Durvalde Noronha Goyos sobre a suacondição de árbitro do Gatt ou daOMC são, como diria Eça deQueiroz, quando se viu confron-tado com polêmica indigna, fru-to ou de ‘má-fé cínica’ e/ou de‘obtusidade córnea’; 5) Umapalavra final com a qual encerroa discussão deste assunto noâmbito do 'Tribuna'. Stuart Mill,que foi um defensor sem ressal-vas da liberdade de pensamen-to e de discussão, apresentoutambém em ‘On Liberty’ critériosde moralidade da discussão pú-blica, dizendo que esta pressu-põe ‘calma para ver e honestida-de para informar o que os anta-gonistas e suas opiniões real-mente são, nada exagerando emseu descrédito e não dando ascostas a nada que deponha ouse suponha depor, em favordeles’. No meu texto anterior, nãoapresentei uma bibliografia auto-laudatória como diz o missivistacom má-fé subjetiva e objetiva.Apenas indiquei aos leitores do'Tribuna' onde encontrar os tex-tos de minha autoria que trata-vam dos assuntos por ele sus-citados, com o objetivo de dar aoportunidade, a quem tenha in-teresse, de se informar mais de-tidamente sobre a minha visãodas coisas. Eles foram publica-dos nos dois volumes do meulivro Mudam-se os Tempos — Di-plomacia Brasileira, 2001-2002,cuja razão de ser foi a de prestarcontas à opinião pública do quefoi feito na minha gestão, emobediência ao princípio da publi-cidade da administração públi-ca, cuja finalidade é dar à cida-dania condições de formar a suaopinião, como exige a democra-cia que pressupõe, como dizBobbio, o exercício em públicodo poder comum. Quem assu-me responsabilidades públicas

está sujeito ao sectarismo e aopartidarismo das posições. A ci-tação, pelo missivista, do presi-dente Lula, indica que sua atualpostura, buscando desqualificarminha conduta, está vinculadaao partidarismo da crítica,dirigida à atuação e ao legado dapresidência Fernando Henrique.O mesmo se pode dizer dos de-mais autores por ele citados, in-clusive o suposto ‘grande histori-ador’ por ele referido, conhecidopartidário da crítica à diplomaciado governo Fernando Henriqueque não tem, por isso mesmo,interesse na moralidade da dis-cussão pública, ao modo deStuart Mil!. Coloquei ‘grande his-toriador’ entre aspas pois, naminha opinião, grandes histori-adores são os que buscam al-cançar o nível de Varnhagen,Capistrano de Abreu, SérgioBuarque de Holanda, Caio Pra-do Jr., José Honório Rodrigues,para dar alguns exemplos. Nãoidentifico em Moniz Bandeira estepadrão de excelência. Tambémnão o vislumbraram José Geral-do Vinci de Moraes e José MárcioRego, que não o inseriram nos15 autores referidos no livro Con-versa com Historiadores Brasileiros,que é um balanço da historiografiabrasileira contemporânea. Em sín-tese, para falar com Husserl, aopacidade intencional da consci-ência de Durval de NoronhaGoyos, não abre espaço para amoralidade da discussão públi-ca de minha gestão no Itamaratye não é minha intenção cansar osleitores do 'Tribuna', dando conti-nuidade a esta já inútil polêmica,que parece gerar mais calor doque luz. Agradecendo a publica-ção do inteiro teor desta carta no'Tribuna do Direito'. Celso Lafer.

N.da R. Com a publicação dacarta acima, consciente do espa-ço democrático que a ambos osarticulistas concedeu, e consi-derando a grande quantidadede matérias jurídicas do interes-se dos seus leitores que aguar-dam publicação, naquilo quelhe concerne o "Tribuna do Di-reito" dá por definitivamente en-cerrado o debate jornalísticoentre o professor Celso Lafer eo advogado Durval de NoronhaGoyos Jr.. B

Súmula revogadaA Corte Especial do STJ revo-

gou, dia 21 de maio, a Súmula256, que entendia que o expe-diente do protocolo integradonão se prestava para a interpo-sição de seus recursos. A maté-ria foi abordada no Caderno deJurisprudência de abril (“Ainda oprotocolo integrado para o espe-cial”), por Clito Fornaciari Júnior,que, após apontar o diferenteentendimento do STJ em rela-ção ao do STF, trazendo, então,à colação o acórdão proferidono julgamento do Agravo Regi-mental n° 476.260, relatado peloministro Carlos Brito, concluiu ser aresistência do STJ reforço à arma-dilha, pois a alteração do CPC dita-da pela Lei n° 10.352/01, amplioudefinitivamente a possibilidadeda utilização do protocolo integradopara os recursos voltados às ins-tâncias superiores.

No caso, o agravante sustenta-va que deve prevalecer o entendi-mento da Lei n. 10.352/01, a Cor-te Especial, por maioria, vencidosos ministros Francisco Falcão eFernando Gonçalves, deu provi-mento ao agravo regimental e re-vogou a súmula. O ministro LuizFux, em seu voto-vista, explicitouque a mencionada lei alterou oparágrafo único do artigo 547do CPC, visando a permitir que,em todos os recursos, não sóno agravo de instrumento (arti-go 525, § 2º, do CPC), pudessea parte interpor a irresignaçãopor protocolo integrado. Para ominiostro Luiz Fux, atenta con-tra a lógica jurídica conceder obenefício aos recursos inter-postos na instância local, ondehá mais comodidade às partesdo que com relação aos recur-sos aos tribunais superiores. Atendência ao efetivo acesso àJustiça, demonstrada, quandomenos, pela própria possibilida-de de interposição do recursovia fax, revela a inequivocidadeda ratio essendi do artigo 547, pa-rágrafo único, do CPC, aplicávelaos recursos em geral e, a fortiori,aos Tribunais Superiores. A regraprocessual trazida pela Lei nº10.352/01, ao alterar os artigos542 e 547 do CPC, afastou o obs-táculo à adoção de protocolosdescentralizados, tendo aplicaçãoimediata. Orienta-se aqueladisposição pelo critério da redu-ção de custos, pela celeridadede tramitação e pelo mais facili-tado acesso das partes às diver-sas jurisdições. B

COMUNICAÇÕES

Terceira Turma doSTJ acolheu recursoda “TV Globo Ltda.”e condenou a humo-rista Maria Gorete da

Silva Araújo, “Gorete Milagres”(foto), a pagar multa por que-bra de contrato com cláusula deexclusividade.

O contrato previa prestaçãode serviço e de não-participa-ção em outros programas pordois anos. A humorista, no en-tanto, não respeitou a cláusulade exclusividade e a emissoraentrou com ação por quebra de

Humorista condenadaa pagar multa à Globo

contrato. O pedido foi acolhidoe a artista condenada a pagarmulta diária de R$ 300,00. Ahumorista apelou alegando,entre outras coisas, que o acor-do não previa cobrança a títulode indenização por descumpri-mento. A aplicação da penapecuniária em hipótese dedescumprimento das obriga-ções foi anulada, mas abriu-sea possibilidade de a emissoraconverter a execução em per-das e danos. Ambas as partesapelaram, sem sucesso. (AG723145). B

A

Internet

ex-governador do Rio deJaneiro, Anthony Garoti-

nho, vai receber indenização deR$ 21 mil da Infoglobo Comuni-cações, empresa produtora dosjornais “O Globo”, “Extra”, “Diá-rio de São Paulo” e “Expresso”,do site “Globo Online” e daAgência “O Globo”. A empresapublicou uma notícia sobre oex-governador considerada in-verídica.

O texto, publicado no jornal“O Globo” em 4 de abril de2006, refere-se a supostas de-clarações do ex-ministro de Es-tado José Dirceu sobre valores(US$ 30 milhões) que teriamsido gastos pelo ex-governadorpara garantir a vitória em prévi-as do PMDB, que o indicaramcomo pré-candidato à Presidên-

cia da República. A empresaalegou que somente reproduziuas declarações publicadas pelojornal argentino “Âmbito Finan-ceiro”.

Para o ministro MassamiUyeda, a questão foi decididade forma objetiva e fundamen-tada pelo TJ-RJ, que entendeuque a reprodução somente te-ria ocorrido se o jornal tivessese limitado a transcrever inte-gralmente a reportagem do jor-nal argentino. O texto publica-do não deixa dúvidas de que ainformação é prestada direta-mente pelo jornal brasileiro. Anotícia foi considerada falsaporque o ex-ministro, interpela-do extrajudicialmente, negouser o autor das declarações.(AG 1024853) B

Garotinho receberá indenização

O

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 25JULHO DE 2008

TRABALHO

Horizontais

Verticais

Soluções das Cruzadas

1) Entender; DP; 2) SA; mercado; 3)Cruel, Ordem; 4) Aceno, NI; Só; 5) Lo;Dr; Odete; 6) At; AE; Maior; 7) Dia;Vida; 8) Acaso; AE; CR; 9) Orate; Safo.

1) 1) Escalada; 2) Narcótico; 3) Ué;Aar; 4) Emenda; SA; 5) Nelore; OT; 6)DR; 7) Economia; 8) Raridades; 9) DD;EIA; 10) Doesto; CF; 11) Moer; RO. B

Primeira Seçãodo STJ decidiu,por unanimida-de, que incideImposto de Ren-

da (IR) sobre o pagamentode indenização de horas ex-tras. Com o entendimento,a Seção unificou a juris-prudência das Primeira eSegunda Turmas. A dispu-ta judicial foi entre os tra-balhadores da Petrobras e aFazenda. A Primeira haviaentendido que o valor pagopela Petrobras de indeniza-ção pelas horas trabalha-das não sofre incidênciade IR por tratar-se de ver-ba indenizatória; já a Se-gunda, havia decidido que a

Incide IR nashoras extras

indenização corresponde aoressarcimento de horas ex-tras, configurando acrésci-mo patrimonial passível detributação do IR. De acordocom a defesa da Fazenda, “oIR incide sobre os acrésci-mos patrimoniais, inde-pendente se a verba forindenizatória ou não”.

O ministro-relator, JoséDelgado, que defendia a não-tributação, modificou o enten-dimento ao debater a questãocom a ministra Eliana Cal-mon, que defende a inci-dência do IR sobre horasextras pelo fato de ser verbaremuneratória que aumen-ta o patrimônio da pessoafísica. (ERESP 67014). B

A

uando houver reconheci-mento de mandato tácito

em audiência na Justiça doTrabalho e, na audiência subse-qüente, a parte comparece re-presentada por outro advogado,o segundo mandato revoga oprimeiro. Com esse entendi-mento, a Sexta Turma do TSTmanteve sentença que conde-nou subsidiariamente o municí-pio de Passos (MG) a pagarverbas trabalhistas a uma agen-te de saúde terceirizada.

A empregada trabalhou du-rante dois anos para o municí-pio por intermédio da AmplaCooperativa de Serviços e en-trou com ação após ser demiti-da. Pediu o reconhecimentodo vínculo empregatício, regis-tro em carteira e pagamentode verbas rescisórias, comoaviso prévio, férias e 13º. A

Mandato tácitot rabalhadora alegou que omunicípio deveria ser respon-sabil izado subsidiariamenteporque a cooperativa era ape-nas uma empresa de interme-diação de mão-de-obra. O pe-dido foi acolhido.

O município recorreu alegan-do ser parte ilegítima na ques-tão, mas o argumento foi rejeita-do. O município apelou ao TSTpor meio de agravo de instru-mento, sem sucesso. Segundoo ministro-relator, Horácio Sen-na Pires, houve irregularidadede representação processual,já que na primeira audiência orequerimento de agravo foi assi-nado por um advogado e na se-gunda por outro. Para a Turma,mesmo se tratando de manda-tos tácitos, o segundo revoga oprimeiro. (AIRR 425/2006-101-03-40.5). B

Q Guarda mirimA Primeira Turma do TST

manteve sentença que reconhe-ceu o vínculo empregatício entrea Echlin do Brasil Indústria e Co-mércio Ltda., de Ribeirão Pires(SP), e trinta menores, entre 10 e14 anos, e a condenou a pagar aeles as diferenças salariais,FGTS, férias acrescidas de 1/3 e13º salário, além de outras ver-bas de caráter rescisório e inde-nizatório. O Ministério Público doTrabalho apurou que a GuardaMirim de Ribeirão Pires arregi-mentava jovens e crianças paratrabalhar em empresas por elacadastradas, como a Echlin, eentrou com ação pedindo o reco-nhecimento de vínculo, paga-mento de meio salário mínimo acada menor, 13º, FGTS, títulosrescisórios, férias, entre outros.(RR-334/1999-411-02-00.2).

Ex-bancárioA Seção Especializada em

Dissídios Individuais-1 do TSTmanteve sentença que proibiuo Banco Itaú S.A. de incluir nasdemissões cláusula contratualque estabelece que o plano desaúde de ex-empregados sóserá mantido para quem nãomover ação trabalhista. (ROMS-117/2007-000-04-00.6).

JurosOs juros em execuções tra-

balhistas contra a Fazenda so-bre pagamento de verbas aservidores e empregados públi-cos devem se limitar a 6% aoano. Com esse entendimento, aTerceira Turma do TST refor-mou decisão de segundo grauque havia determinado juros de12% ao ano em processo envol-vendo uma ex-empregada e Fun-dação de Atendimento Sócio-Educativo do Rio Grande do Sul(Fase). (AIRR-729337/2001.8).

Doença ocupacionalA Seção Especializada em

Dissídios Individuais-2 do TSTdecidiu, por unanimidade, rejei-tar recurso do Banco Bradescocontra liminar que determinou areadmissão de um gerente, dis-pensado depois de apresentarlaudo médico que atestava queele estava com hipertensão ar-terial. Ele entrou com ação ale-gando que não poderia ser de-mitido, já que era portador dedoença ocupacional, e pediu areintegração, o pagamento dacomplementação do auxílio do-ença e indenização por danosmorais e materiais de R$ 1 mi-lhão, bem como diferenças sa-lariais. O juiz de primeiro grauanulou a dispensa e determinoua reintegração com todas as ga-rantias e deveres. (ROMS 717/2005-000-05-00.7).

IndustriáriaA Quinta Turma do TST isen-

tou a Chocolates Garoto S.A.de reintegrar uma industriáriaportadora de Lesões por Esfor-ços Repetitivos (LER), demitidaapós ser readaptada em outrafunção. A industriária, após cin-co anos de trabalho, desenvol-veu tendinite e tenossinovite eteve de fazer três cirurgias. Foiafastada pelo INSS e readapta-da em nova função onde ficou

dois anos e oito meses, semapresentar sintomas das doen-ças. Após ser demitida, entroucom pedido de anulação da de-missão e questionou o resulta-do do exame demissional, feitopor médico da empresa. O pedi-do foi acolhido, mas no TST asentença foi reformada. (RR-648/1999-007-17-00.1).

CooperativaA Seção Especializada em

Dissídios Individuais-1 do TSTmanteve entendimento que isen-tou o Banco do Brasil de arcarcom débito trabalhista devidopor uma cooperativa a um tra-balhador que teve o vínculo em-pregatício reconhecido. A coo-perativa foi condenada a pagartodas as verbas trabalhistasmas, diante das tentativas frus-tradas de penhora dos bens daempregadora, foi solicitada apenhora da conta da cooperati-va. Entretanto, o BB descumpriua ordem judicial de penhorar osvalores da conta da cooperativae acabou sendo responsabiliza-do pelo débito trabalhista. O BBrecorreu alegando que não po-deria ser responsabilizado pelopagamento do débito de tercei-ros e que não houve intençãode descumprir ordem judicial.Os argumentos foram acolhi-dos. (E-RR-694/2000-222-05-00.0).

PrêmiosReceber prêmio de incentivo

com freqüência faz com que estaremuneração seja incorporadaao salário e seja incluída em féri-as, 13º, horas extras, horas notur-nas e demais verbas trabalhistas.Com esse entendimento unâni-me, a Quinta Turma do TST reco-nheceu a inclusão ao salário deprêmio de incentivo recebidodesde 1995 pelos servidores daSuperintendência de Controle deEndemias de São Paulo (Sucen).(RR-1.086/2002-069-02-00.8).

Perda de direitosA Sexta Turma do TST rejei-

tou pedido de um ex-emprega-do da Companhia SiderúrgicaNacional (CSN) para receber in-denização por danos morais, emfunção de surdez adquirida notrabalho, por considerar a açãoprescrita. (RR-1292/2005-342-01-00.1). B

Seguro-desempregoO empregador deve emitir

guia de seguro-desemprego nademissão. Caso não o faça, éobrigado a pagar indenizaçãono valor correspondente ao queseria recebido pelo trabalhador.Com esse entendimento, a Ter-ceira Turma do TST restabele-ceu sentença de primeiro grauque condenou o Sport Club In-ternacional a pagar verbas res-cisórias a uma ex-professora deeducação física, entre elas, a in-denização correspondente aovalor do seguro-desemprego, jáque deixou de emitir a guia exi-gida por lei. (RR 127754/2004-900-04-00.1).

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO26 JULHO DE 2008

TRABALHO

uando a relaçãoentre o profissio-nal liberal ou au-tônomo e o clien-te for de consu-

mo, a Justiça do Trabalhonão tem competência parajulgar ações. A decisão é daQuinta Turma do TST ao re-jeitar recurso de um advo-gado de Santa Catarina quequeria receber, por meiode ação trabalhista, hono-rários advocatícios não pa-gos por um casal.

Na ação, que começouna Vara do Trabalho, o ad-vogado informou ter assi-nado, em agosto de 2004,contrato de prestação deserviços com um casal deempresários, com fixaçãode honorários em R$ 14mil a serem pagos em seisparcelas. Até janeiro de2006, apenas duas parce-las teriam sido pagas. Aspartes renegociaram o dé-bito, mas mesmo assimnão houve pagamento. Osempresários contestaramas afirmações do advogado.

Os apelos do advogado fo-ram rejeitados pelo TRT da12ª Região (SC). O advogadorecorreu ao TST, insistindoque a rejeição do processo vi-olaria o artigo 114 da Consti-tuição Federal, incisos I e IX,que define a competência daJustiça do Trabalho.

A relatora, ministra KátiaMagalhães Arruda, con-cluiu que não havia rela-ção de trabalho, mas deprestação de serviços, ca-racterizando-se relação deconsumo. (RR 2629/2006-018-12-00.0) B

JT não pode julgar relação de consumo

Q

GratificaçãoA gratificação semestral, par-

celada mensalmente, adquirenatureza salarial e incide no cál-culo das demais parcelas. O en-tendimento é da Sexta Turma doTST ao reformar decisão do TRTda 3ª Região (MG) e garantir aum aposentado do Banco doBrasil a incidência da gratifica-ção inclusive nas horas extras.(RR 64.107/2002-900-03-00.3).

RecursoA Comercial Gerdau Ltda.

não conseguiu reverter na SDI-1do TST a decisão da Quarta Tur-ma, que havia considerado de-serto um recurso pelo fato de odepósito recursal ter sido feitopor outra empresa do grupo, aincorporadora Gerdau S.A.. (EE-BRR 47446/2002-902-02-00.3).

TransferênciaA empresa deve comprovar

FranquiaA Terceira Turma do TST isentou a Empresa Brasileira de Correi-

os e Telégrafos e retirou a responsabilidade subsidiária no paga-mento de verbas a um trabalhador da Rhannyffer Bazar e PapelariaLtda., franquia da ECT em São Paulo. De acordo com a Turma, con-trato de franquia não é similar à terceirização de serviços e por issonão gera o vínculo empregatício, já que o trabalhador não prestaserviços diretamente ao franqueador. (RR 1356/2000-012-00.8).

a necessidade do serviço emoutra área para legitimar atransferência de funcionário.Apenas especificação em con-trato de trabalho não é suficien-te. O entendimento é da Segun-da Turma do TST ao acatar orecurso de um auxiliar de jardi-neiro da Ponta do Céu Paisa-gismo Ltda. e reformar senten-ça do TRT da 1ª Região (RJ),que havia considerado a trans-ferência legal por estar estabe-lecida em contrato. Com a deci-são da Turma, o auxiliar de jar-dineiro, que teve o contrato res-cindido indiretamente, tem direi-to as verbas rescisórias, inclusi-ve à multa de 40% do FGTS.(RR 2/2004-302-01-00.2).

ImpérioA imunidade de jurisdição

de órgãos internacionais é res-trita aos atos de império e nãodeve ser estendida à relação

trabalhista. O entendimento éda Terceira Turma do TST aoacatar o recurso de um traba-lhador contra o Programa dasNações Unidas para o Desen-volvimento (ONU-Pnud), de Bra-sília (DF), que pleiteava o reco-nhecimento da relação traba-lhista com o órgão. Com o en-tendimento, os autos devem re-tornar à primeira instância paraque os pedidos do trabalhadorsejam julgados. (RR 195/2004-013-10-00.1).

Prescrição IA Quarta Turma do TST con-

firmou por maioria decisão daJustiça do Trabalho de MinasGerais de que não há aplicaçãoimediata da prescrição de cincoanos para trabalhador rural. Deacordo com a Turma, a aplica-ção ocorre somente a partir dapromulgação da EC 28 e nãoda data do ajuizamento daação. (RR 1059/2002-070-03-00.0).

AcidenteA Shell do Brasil Ltda. e ou-

tras foram condenadas a indeni-zar um caminhoneiro terceiriza-do que sofreu acidente em estra-da de Minas Gerais transportan-do óleo. O caminhoneiro capo-tou ao desviar para o acosta-mento para evitar uma colisão.Propôs ação e conseguiu garan-tir indenização de R$ 200 milpor danos morais, pensão men-sal de um salário mínimo, acres-cido de 15% de licença-aciden-te, e ressarcimento pelos gastosmédicos e com o tratamento. Adecisão é da Quinta Turma aonegar recurso da Shell e outras.(AIRR 365/2005).

GarçomA Sexta Turma do TST man-

teve sentença do TRT da 6ª Re-gião (PE) e confirmou o vínculoempregatício de um garçomcom AM & MM Recepções eEventos Ltda.. O garçom haviasido admitido em janeiro de2000 e dispensado em julho domesmo ano. Entrou com açãopedindo as verbas rescisórias e

o reconhecimento do vínculo.Entretanto, a empresa não com-pareceu na audiência inaugurale foi reconhecido o vínculo em-pregatício. (RR 11976-2002-900-06-00.9).

TestemunhasO fato de as testemunhas de

um processo também moveremação contra a mesma empresanão impede a validade do teste-munho. A decisão é da TerceiraTurma do TST ao negar recursodo Banco do Brasil que alegavacerceamento de defesa pelofato de uma das testemunhasde um ex-funcionário ter açãosemelhante contra o banco.Com a decisão, o banco terá depagar a um bancário aposenta-do diferenças salariais, horasextras, multa e participação noslucros. (RR 642/1999/281-04-00.1).

Plano de saúdeA Multibrás S.A. Eletrodo-

mésticos, de Santa Catarina, foicondenada a pagar indeniza-ção por danos morais a umaaposentada por ter extinguido oplano de saúde. Por meio do“clube dos veteranos” a empre-sa ofereceu assistência médicae odontológica até 2003, subsí-dio na compra de medicamen-tos e seguro de vida aos apo-sentados. Uma aposentada pro-pôs ação e conseguiu o resta-belecimento do plano de saúdeigual ou similar ao que possuía,além de R$ 10 mil de indeniza-ção pelo período que ficou sema cobertura do plano de saúde.(RR 1485/2004-030-12-00.7).

Estabilidade IA Singular Serviços de Lim-

peza e Conservação Ltda., doRio Grande do Sul, terá de inde-nizar uma ex-funcionária dispen-sada sem justa causa aos setemeses de gravidez. A empresaalegou desconhecer a gravideze afirmou existir norma coletivaque condicionava a indeniza-ção de estabilidade provisória àcomunicação formal da gesta-ção ao empregador. As três ins-tâncias da Justiça Trabalhistacondenaram a Singular a indeni-zar a funcionária pelo períodoreferente à estabilidade. (RR65769/2002-900-04-00.5).

HonoráriosA SDI-1 do TST negou recurso

do Sindicato dos Trabalhadoresem Alimentação e Afins do Espí-rito Santo que pretendia receberos honorários advocatícios de-correntes da atuação em favorde funcionários da ChocolatesGaroto S.A.. De acordo com osministros da SDI-1, não se podeconfundir os honorários advoca-tícios com os de natureza assis-tencial, que é o caso do sindicato.(ERR 641.721/2000.1). B

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 27JULHO DE 2008

TRABALHO

Prescrição IIAção questionando a relação

trabalhista tem prescrição de doisanos após a rescisão contratual eos pedidos devem ser referentesaos cinco últimos anos de traba-lho. O entendimento é da SextaTurma ao negar recurso de umeconomiário da Caixa EconômicaFederal que propôs ação de da-nos morais depois de mais dequatro anos da extinção do con-trato de trabalho, quando o prazoprescricional já estava vencido.(RR 781/2006-003-03-00.9).

LERA Delphi Automotive Systems

Justa causaA Quinta Turma do TST man-

teve sentença que anulou a de-missão por justa causa de umtrabalhador da Pioneiras Soci-ais acusado de furto de “resti-nhos de tinta”. O empregadoentrou com ação pedindo aanulação da justa causa ale-gando nunca ter sido advertidoou suspenso, o que tornaria in-justa a demissão. O pedido foirejeitado. O trabalhador recor-reu ao TRT-CE, que reformou asentença. (RR-65.484/2002-900-07-00.8).

MultaA Segunda Turma do TST li-

mitou a condenação imposta àUniversidade do Estado do Riode Janeiro (Uerj) e ao Departa-mento de Trânsito do Estado doRio de Janeiro (Detran-RJ) ape-nas ao recolhimento dos valoresdo FGTS em ação movida poruma ex-trabalhadora. A traba-lhadora foi contratada pela Uerjpara prestar serviços como aferi-dora de Código de Registro deVeículos para o Detran-RJ. De-pois de ser demitida, entrou comação alegando que não haviarecebido verbas trabalhistas eque a carteira de trabalho nãohavia sido assinada. A Uerj ale-gou que firmou convênio com oDetran para prestação de servi-ços temporários, e o Detran quea trabalhadora assinou termo decompromisso de estágio queprevia que a remuneração erauma bolsa-auxílio. O juiz de pri-meiro grau condenou a Uerj e oDetran a pagarem, a título de in-denização, verbas como o avisoprévio e multa de 40% do FGTS.No TST, a sentença foi mudadaparcialmente. (RR 1556/1999-004-01-00.7).

HomossexualA Sexta Turma do TST man-

teve decisão que negou indeni-zação por dano moral a um em-pregado da Inkafarma ComércioFarmacêutico, que disse ter sidodiscriminado na empresa pelofato de ser homossexual. O ex-empregado trabalhava comocaixa no período noturno e, apóster sido feito refém em um assal-to, disse ter ficado traumatizado esofrido abalo psicológico, tendode se submeter a tratamento.Segundo o trabalhador, ele pe-diu para mudar de turno, mas o

pedido foi negado por ele ser ho-mossexual e pelo fato de os em-pregadores acharem que seu“jeitinho espontâneo” não eraapropriado para o atendimentoao público no período diurno. Ojuiz de primeiro grau condenou aInkafarma a pagar R$ 50 mil pordanos morais, mas na segundainstância a sentença foi reforma-da. O funcionário apelou ao TST,sem sucesso. (AIRR-558/2004-001-09-40.9).

Estabilidade IIA Sexta Turma do TST reco-

nheceu o direito à estabilidadeprovisória a uma bancária queobteve, no último dia do avisoprévio, a concessão de benefí-cio previdenciário e o reconhe-cimento pelo INSS da existên-cia de doença do trabalho. Atrabalhadora, que exercia afunção de caixa, entrou comação pedindo a reintegração oupagamento dos 12 meses desalário referentes à estabilida-de, além de adicional de sobre-aviso. Segundo ela, duranteuma semana por mês portavaum “bip” para solucionar pro-blemas ocorridos no Caixa 24horas, sem receber adicionalde sobreaviso. Alegou ter sidodemitida no último dia do avisoprévio, mesmo estando incapa-citada para o trabalho por so-frer de Lesão por Esforço Repe-titivo. Segundo ela, o sindicatoavisou o banco de que ela nãopoderia ser demitida e emitiu acomunicação de acidente detrabalho. Os juízes de primeiroe segundo graus rejeitaram opedido por entender que a tra-balhadora não teria direito àestabilidade, pois já estava emaviso prévio. No TST, a senten-ça foi reformada. (RR-98.462/2003-900-04-00.1).

IntervaloA Primeira Turma do TST

condenou a Urca Auto Ônibus,de Minas Gerais, a pagar a umex-motorista o equivalente a 50minutos extras diários não usu-fruídos para almoço e descan-so. A empresa sustentava que oacordo coletivo da categoriapermitia a redução do intervalointrajornada, mas o argumentofoi rejeitado. Para a Turma, oacordo coletivo viola direitos doempregado. (RR-1.432/2000-001-03-00.6). B

Quinta Turma do TSTmanteve sentença que

considerou o recurso da RedeFerroviária Federal S.A (em li-quidação) deserto pelo fatode a empresa ter feito o depó-sito recursal em quantia inferi-or à devida (menos R$ 0,10).

Condenada em ação tra-balhista no valor de R$ 30mil, a Rede Ferroviária ape-lou, sem sucesso. A Rede re-

Recurso deserto pormenos de R$ 0,10

Acorreu alegando que a quan-tia devida era ínfima, mas oargumento foi rejeitado. Omesmo entendimento foi to-mado pela Quinta Turma, háum ano, em julgamento en-volvendo a Companhia Side-rúrgica de Tubarão que de-positou R$ 0,03 a menos.(AIRR 1301/1998-005-10-00.0) e (E-ED-AIRR 365/2003-008-17-40.8). B

Segunda Seção do STJ de-cidiu que a Justiça do Tra-

balho deve processar e julgar aação de indenização referente aacidente de trabalho de menorbolsista do “Programa Bom Me-nino”. O jovem foi admitido poruma empresa de transporte deNova Iguaçu (RJ), em 1991,como aprendiz de mecânico.Em 1993 sofreu um acidenteenquanto limpava uma máqui-na e teve parte de um dedo am-putada. O jovem alega que aempresa omitiu-se por não tercontratado um seguro contra

Indenização de menoracidente pessoal, e entrou compedido de indenização por da-nos morais e materiais. A açãofoi apresentada em 2002 à Jus-tiça comum, que encaminhou àJustiça trabalhista. O jovem re-correu e o TJ-RJ reconheceu acompetência da Justiça comumpara julgar a causa. Em 2006, oJuízo de Direito da 6ª Vara Cívelde Nova Iguaçu declinou nova-mente para Justiça do Trabalho.A relatora, a ministra Nancy An-drighi, concluiu que a Justiça tra-balhista é a competente paraanalisar a causa. (CC 88403) B

A

do Brasil Ltda., prestadora de ser-viços da Fiat, foi condenada a in-denizar um operário, aposentadopor invalidez, em R$ 27 mil pordanos morais e a pagar a comple-mentação vitalícia da aposentado-ria. A decisão é da Segunda Tur-ma do TST ao manter sentençado TRT da 3ª Região (MG), queentendeu que o trabalhador foiaposentado precocemente, aos35 anos, por ter adquirido Lesãopor Esforço Repetitivo (LER). (RR810414/2001.7).

ReintegraçãoO Banco Mercantil do Brasil

S.A. foi condenado a reintegrar

InsalubridadeA Segunda Turma do TST

fixou o salário mínimo comobase de cálculo para o paga-mento do adicional de insalu-bridade de 40% devido a umgari da Construtora QueirozGalvão S.A.. O gari entroucom ação alegando que exer-cia a função de coletor delixo urbano e que durante ocontrato só recebia 20% deadicional de insalubridade enão 40%. Disse, ainda, terrecebido apenas 50% de adi-cional nas horas extras, ape-sar de a convenção coletivaestabelecer o pagamento em110% nos domingos e feria-dos. Pediu as diferenças, avi-so prévio com integração damédia dessas verbas, e todosos reflexos decorrentes. Aempresa contestou alegandoque o empregado exercia ati-vidade de varredor e não co-letor o que ensejaria o paga-mento do adicional em graumédio. O pedido do gari foiacolhido pela primeira ins-tância, mas no TST a senten-ça foi reformada. (RR-150/2001-003-17-00.9).

um bancário, portador do vírusHIV, dispensado sem justa causaem 2001. A decisão é da SDI-1do TST ao entender que a dis-pensa de empregado com HIVpode ser considerada discrimina-tória. (Processo em segredo deJustiça).

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO28 JULHO DE 2008

EMENTAS

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.CONHECIDOS, MAS NÃO PROVIDOS.PUBLICIDADE. MANUTENÇÃO E CON-SERVAÇÃO DE ESPAÇOS PÚBLICOSMEDIANTE RETRIBUIÇÃO DE PUBLICIDA-DE FACULTADA POR LEI MUNICIPAL.COLOCAÇÃO DE PLACAS POR ADVO-GADOS OU SOCIEDADE DE ADVOGADOS.DISCRIÇÃO E MODERAÇÃO QUANTO AOLOCAL DE AFIXAÇÃO.VEDAÇÃO —Existe vedação ética para acolocação de placa de publici-dade da Advocacia em praçaspúblicas, uma vez que o con-ceito de discrição e modera-ção diz respeito não apenasao conteúdo e à forma, mastambém ao local onde ficamexpostas, também chamadode mídia. O que importa nocaso não é a moderação doanúncio, mas a moderação dolocal onde ele será inserido. Apublicidade do advogado empraças públicas caracteriza pu-blicidade imoderada, captaçãode clientela e concorrênciadesleal. Violação ao artigo 1ºdo Provimento 94/2000 doCFOAB. Inteligência dos arti-gos 5º, 7º, 28 a 31 do CED.Proc. E-3.499/2007, v.m., em22/11/2007, do parecer eementa do rel. dr. Luiz AntonioGambelli, com declaração devoto divergente do dr. FábioGuedes Garcia da Silveira, rev.dr. Jairo Haber, presidente dr.Carlos Roberto F. Mateucci.

PUBLICIDADE.VEICULAÇÃO DEANÚNCIO EM JORNAL. INFORMAÇÃOPRESTADA À TURMA DE TRIBUNALDISCIPLINAR. POSSIBILIDADE — Nostermos da Resolução nº 01/1992, a Turma de Deontolo-gia do Tribunal de Ética eDisciplina da OAB-SP (TED I)está devidamente autorizada aprestar às turmas disciplinares,informações necessárias a sub-

sidiar julgamento. No caso, emque se trata de publicidade do ad-vogado, por princípio, devem serobedecidos os parâmetros fixadosno Código de Ética e Disciplina— artigos 28 a 34 — bem comono Provimento nº 94/2000 doConselho Federal da Ordem dosAdvogados do Brasil e, especifi-camente, com relação à veicula-ção de anúncio, deve-se, obriga-toriamente, atentar: 1) o anúnciodeve se apresentar discreto e mo-derado (artigo 3º, § 1º, do Provi-mento), observado o disposto nosartigos 28, 30 e 31 do CED; 2)deve conter o nome e a perfeitaidentificação do advogado, obri-gatoriamente com o número deregistro na OAB e, subsidiaria-mente, com o endereço, telefone,fax, e-mail, etc. (artigo 3º, § 3º); 3)pode conter as áreas ou matériasjurídicas de exercício preferencial(artigo 2º, letra ‘d’); 4) pode conteros títulos acadêmicos e qualifica-ções profissionais obtidos em es-tabelecimentos reconhecidos erelativos à profissão de advogado(artigo 2º, letra ‘e’); 5) pode contera indicação de associações cultu-rais e cientificas de que faça parteo advogado (artigo 2º, letra ‘f’); 6)pode conter o horário de atendi-mento ao público (artigo 2º, letra‘h’); 7) pode conter os idiomas fa-lados e escritos (artigo 2º, letra ‘i’)e 8) os anúncios podem ser vei-culados em revistas, folhetos, jor-nais, boletins e qualquer tipo deimprensa escrita (artigo 5º, letra‘b’). Precedentes: E-2.340/01; E-2.379/01; E-2.459/01; E-2.572/02;E-2.626/02; E-2.909/04; E-2.912/04; E-2.974/04, E-3.130/05; E-3.147/05 e E-3.482/07. Proc. E-3.521/2007, v.u., em 22/11/2007,do parecer e ementa do rel. dr.Guilherme Florindo Figueiredo,rev. dr. Jairo Haber, presidente dr.Carlos Roberto F. Mateucci.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL. ADVO-GADO QUE ATUA ISOLADAMENTE. USO

DE SALA EM PRÉDIO COMERCIAL. USODA EXPRESSÃO “ADVOCACIA”. PERMIS-SÃO. AUTORIZADO O USO DE PLACA,DESDE QUE ATENDIDOS OS PRECEITOSDO PROVIMENTO 94/2000, QUAL SEJA,COM A INDICAÇÃO DO NOME COMPLETOE INSCRIÇÃO NA OAB. COM MODERA-ÇÃO. INEXISTE VEDAÇÃO LEGAL OU ÉTI-CA — É regular o uso, em pla-ca, da expressão “Advocacia”,antecedendo ou seguindo onome completo do advogadoque atua isoladamente, com onúmero de sua inscrição indivi-dual. Para o exercício da Advo-cacia unipessoal é suficiente oregistro do profissional junto àOAB, nos termos do artigo 8º doEAOAB, e observância dos de-mais preceitos estatutários eéticos. É permitido instalar es-critório em prédio dito comerci-al, desde que conservada níti-da e absoluta separação, visan-do proteger a sede profissio-nal, o sigilo dos arquivos, regis-tros e meios de comunicação, apreservação da independênciae liberdade do advogado e oatendimento discreto de seusclientes. Proc. E-3.523/2007,v.u., em 22/11/2007, do pare-cer e ementa da relª drª BeatrizM.A.Camargo Kestner, rev. dr.Luiz Francisco Torquato Avólio,presidente dr. Carlos RobertoF. Mateucci.

INCOMPATIBILIDADE. DIRETORA DEESCOLA ESTADUAL. CONSULTA DETERCEIROS LITIGANTES AO TRIBUNALDEONTOLÓGICO. CONFLITO REAL EN-VOLVENDO PROFESSORES, SINDICATO EDIREÇÃO. VIA IMPRÓPRIA. NÃO-CO-NHECIMENTO — O não-conheci-mento alicerça-se em duplofundamento: consulta de tercei-ros e caso concreto. Descabe àOrdem ingerir ou intervir noepisódio relatado, ainda queindiretamente. O exercício daAdvocacia por impedido defazê-lo face incidência de in-compatibilidade, se comprova-

do, é grave, extrapolando seusefeitos o âmbito ético-estatutá-rio. Ainda que possa o Tribunalde Ética adotar providências, odireito/dever de zelar peloprestígio da Advocacia e deseus pares não é exclusividadeda Ordem, cabendo a cadaqual dos partícipes dar suacontribuição para o bem co-mum. Assim, entre outras provi-dências, poderão os interessa-dos acionar a comissão de se-leção ou, ainda, representar àsturmas disciplinares. Inteligên-cias dos art igos 48 e 49 doCED, artigo 63, “c”, e 136, §3º,I , do Regimento Interno daOAB-SP, art igo 3º do Regi-mento Interno do Tribunal deÉtica e Resolução nº 07/95deste sodalício. Proc. E-3.539/2007,v.u., em 22/11/2007, doparecer e ementa do rel. dr.Fábio Kalil Vilela Leite, rev. dr.Fábio de Souza Ramacciotti,presidente dr. Carlos RobertoF. Mateucci.

ADVOCACIA. IMPOSSIBILIDADE DAUTILIZAÇÃO DA EXPRESSÃO ‘ESCRITÓRIODE ADVOCACIA’, EXCLUSIVO DE SOCIE-DADE DE ADVOGADOS. UTILIZAÇÃO DAEXPRESSÃO ‘ADVOCACIA’, AGREGADAAO NOME COMPLETO DO PROFISSIONALE SUA INSCRIÇÃO NA OAB. INEXISTÊNCIADE INFRAÇÃO ÉTICA. INTERPRETAÇÃODO ARTIGO 14, PARÁGRAFO ÚNICO, DALEI N° 8.906/94, ARTIGO 29, § 5º,DO CÓDIGO DE ÉTICA, ARTIGO 2º, PARÁ-GRAFO ÚNICO, DO PROVIMENTO Nº 112E PROVIMENTO Nº 94/200, AMBOS DOCONSELHO FEDERAL DA OAB — A uti-lização da expressão “escritó-rio de Advocacia” está restrita,segundo melhor exegese dosartigos 14, § único, da Lei n°8.906/94, 29, § 5º, do Códigode Ética e Disciplina, e 2º, §único, do Provimento n° 112do Conselho federal da OAB,ao conjunto de advogados. Jáa utilização da expressão “Ad-vocacia”, desde que seguida

do nome completo do advo-gado e de sua inscrição naOAB, não constitui infraçãoética, ficando apenas impedi-da a sua divulgação com fina-lidade mercantilista ou parainsinuar a existência de socie-dade de advogados, quandoassim não o for. Permitida aapresentação de currículo emsua home page, pelo qual in-dique sua formação e experi-ência profissional, desde quedigam respeito apenas à suapessoa. Não poderá indicarnome de cl ientes para osquais trabalhou nem causasque defendeu. Proc. E-3.541/2007,v.u., em 22/11/2007, doparecer e ementa da relª drªBeatriz M.A.Camargo Keste-ner, rev. dr. Zanon de PaulaBarros, presidente dr. CarlosRoberto F. Mateucci.

ADVOCACIA PRO BONO. POSSIBI-LIDADE. RESOLUÇÃO DA SECIONAL DESÃO PAULO DE 19/8/2002. TABELADE HONORÁRIOS. INAPLICABILIDADE NOCASO — É possível o exercícioda Advocacia pro bono, desdeque nos termos da Resoluçãode 19/8/2002, da secional deSão Paulo da OAB. Inaplicabi-lidade da tabela de honoráriosante a gratuidade da atividade,devendo reverter para a bene-ficiária eventuais honoráriosde sucumbência, mediante do-ação a ser feita pelo prestadorda atividade pro bono. A Advo-cacia gratuita para pessoas fí-sicas carentes deve ser feitaatravés da Assistência Judiciá-ria ou da Defensoria Pública.Proc. E-3.542/2007, v.u., em 22/11/2007, do parecer e ementado rel. dr. Zanon de Paula Bar-ros, rev. dr. Cláudio Felippe Za-laf, presidente dr. Carlos Rober-to F. Mateucci. BEmentas do Tribunal de Ética e Dis-ciplina da OAB-SP.

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 29JULHO DE 2008

*Advogado em Belo Horizonte (MG)[email protected]

LAZER

Sopa de alho-poró

Noites frias de in-verno, pães,queijos, pessoasqueridas e umbom vinho tinto:

Amalaya de Colomé,2005, 14% de álcool, Cal-chaqui, Argentina (R$36,00). Mineral, a prin-cípio, o aroma evoluipara o frutado (ameixaem calda, cerejas no ma-rasquino) e herbáceo;

depois, surgem notas de carne,chocolate ao leite, fumo e café.Quase negro, muito viscoso ecremoso, é encorpado, com per-cepção nítida do álcool, supor-tando pratos condimentados,mas não os de sabor delicado.Boa persistência final.

Tabali, reserva, carménè-re, 2003, 13,5% de álco-ol, Vale do Limari, Chile(R$ 49,00). Vermelhoescuro com perfume detutti-frutti, pimentão, pi-menta-do-reino, courocru e alcachofra em con-

serva. Leve e jovial, predomi-nantemente frutado, despreten-sioso e alegre. Não é rascante,nem amargo, mas equilibrado.Um vinho feminino. Vendidopela Grand Cru.

Miolo RAR, cabernet sau-vignon/merlot, 2003,13% de álcool, Camposde Cima da Serra (RS),Brasil (R$ 55,00). Paraquem gosta de provarvinhos brasileiros. Rubiescuro, muito aromáti-co: couro, carne crua,

ramagens, pimenta-do-reino,amoras e cerejas bem maduras.Corpo médio, ácido, adstrin-gente e bem herbáceo, faltan-do-lhe estrutura e complexida-de. Notas de ervas e de casca dejabuticaba. O final de boca tam-bém não é agradável. Diz-seque a safra 2004 é melhor.

Aduna, reserva, 1999, 13,5%de álcool, Rioja, Espanha (R$99,00). Rubi escuro, com adi-antado halo de evolução, deve

ser bebido imediatamente. Mui-to aromático, entre frutasvermelhas em compota, cho-colate ao leite, pimentão, pi-menta-do-reino e ervas culi-nárias. Bem seco, equilibra-do e harmônico, com taninosjá evoluídos, predominandoas referências herbáceas.

Laurento (UmbertoCesari), riserva, 2002,Sangiovese di Romagna,13% de álcool, Itália (R$130,00). Granada, cris-talino e viscoso, com

aroma discreto, que se abre aospoucos: cereja, casca de maçã,caramelo e chocolate ao leite.Corpo médio, seco e austero.Vendido pela World Wine.

Dica: Pode-se alterar o sa-bor refogando uma cebolamédia junto com o alho-poró.Também é possível acrescen-tar, depois de pronta, queijoparmesão ralado (até 100gr)e salsinha picada. B

A sopa: Ingredientes: 1 alho-poró; 2 batatas médias; 1 den-te de alho amassado; 1 colherde sopa de azeite; 1 litro de cal-do de galinha; sal a gosto. Modode fazer: cozinhar as batatase, quando macias, amassá-las,reservando. Retirar as folhasdo alho-poró e cotar o talo(partes branca e verde claro)em rodelas, refogando-as noazeite. Acrescentar o caldo degalinha, temperar e deixar fer-ver, por 5 minutos. Juntar asbatatas amassadas e, após al-guns minutos, desligar. Paraficar cremosa, passe no proces-sador ou no liquidificador.

Gladston Mamede

VALE A PENA

Viajar para a Ásia é uma ex-periência ímpar. Conhecer oVietnã e o Camboja enriquece oviajante, pois além da belezanatural, a diversidade culturalencanta e, ao mesmo tempo,desafia. O impacto da chegadaa Hanói, depois de 25 horas devôo, somadas a mais 10 horasde fuso horário é logo compen-sado pela visita à cidade; pelabeleza natural da Bahia de Ha-long, com suas formações ro-chosas que lembram figuras di-versas; pela visita a Hoi An, ci-dade de mercadores, que flo-resceu nos séculos XVI e XVII,com sua arquitetura peculiar,misturando os estilos vietnami-ta, chinês e japonês; Hue, sededa “Cidade Proibida”, ocupada

pela última dinastia que reinouno Vietnã e finalmente Ho ChiMinh, a antiga Saigon, que con-serva como museu, o antigo pa-lácio presidencial, de ondeeram comandadas as mano-bras na Guerra do Vietnã e apequena cidade de Cu Chi,com os túneis utilizados pelosvietcongues na guerra. O Cam-boja vivencia a paz somente hápoucos anos, após o massacreimposto pelo regime do KhmerVermelho e ainda enfrenta pro-blemas para localizar e retiraras minas deixadas pelos gruposmilitares envolvidos no conflito.Mas, mesmo assim, o povo éacolhedor. O ponto alto da visitaao Camboja é a cidade de SiemReap, onde está o complexo de

Angkor. O parque tem áreaaproximada de 400 km² e maisde 300 templos que se alter-nam entre o budismo e o hindu-ísmo. Construídos pela dinastiaKhmer nos séculos X, XI, XII eXIII, os templos foram abando-nados, sendo tomados pela flo-resta e redescobertos no séculoXIX, pelos franceses durante aocupação do Camboja. B

Ana MariaBrugin,

juíza-auxiliarda Vara deExecuções

Fiscais do Estado de

São Paulo.

Ana Maria Brugin

À Margem da Lei

eu” Josias era ho-mem de vida hon-rada. Nos seus 52anos mantinha-sevirgem perante a

vida,ou seja, não se envolvera comdívidas, jogo, mulher ou Justiça.

Não é que certa noite, retor-nando de viagem a São Paulopela Rodovia dos Bandeirantes,acaba atropelando um pedes-tre, causando,na vítima, feri-mentos de natureza grave?

Concluído o inquérito,o pro-motor de Justiça de Jundiaí viuelementos que podiam incrimi-nar o Josias. Está certo que te-ria havido uma certa culpa davítima, o que, segundo a acu-sação, não eliminava a do réu,o qual dirigia em excesso develoidade e tinha queimadouma das luzes da lanterna doveículo. O Josias ficou apavo-rado. O juiz recebeu a denún-cia e marcou data para o inter-rogatório.

Precavido, Josias falou com”Deus e todo mundo”. Queria

“Seu” Josias,o atropelamentoe o advogado*

saber o que poderia acontecer.Se ia para a cadeia, se ia perdera primariedade, se tinha direi-to a sursis e coisas do gênero.

O advogado que lhe haviamindicado orientou-o a compa-recer ao interrogatório sozinho,pois ele entraria na jogada pos-teriormente, na fase de defesaprévia. Mas avisou Josias:

-O juiz é um sujeito polido,atencioso, profundamente reli-gioso. Católico praticante, ca-rola mesmo, se preferir.

O Josias queria causar boaimpressão e bolou uma formade apresentação.

Na data aprazada, no entan-to, o juiz-titular, cujo perfil lhefoi traçado, entrara de licença,tendo sido designado um subs-tituto para a respectiva vara. Aocontrário do outro, este eragozador, nada polido e... pior...ateu, profundamente ateu.

Lá chega Josias, apregoadopelo porteiro dos auditórios, nasala e palco do interrogatório.Trajando um terno escuro, tra-zia na mão uma bíblia (dessasidentificáveis facilmente ao lon-ge) e um terço.

O juiz olhou meio de soslaio.Iniciado o interrogatório,o

magistrado pergunta:-O senhor já foi preso ou pro-

cessado?-Nunca, nunca senhor juiz

– responde Josias-O senhor tem advogado?Josias parou, olhou firme-

mente para o juiz ,fez cara derogado e apertando a bíbliarespondeu:

-Excelência, meu advogadoé o melhor dos advogados. É oNosso Senhor Jesus Cristo queestá comigo em todos os mo-mentos.

O juiz ouviu, parou por uminstante e com um ar sério, res-valando para o grave, disparou:

-Olhe moço, é melhor o se-nhor arrumar outro advogado,porque esse aí que o senhorcitou não está inscrito regular-mente na OAB.

S“

*Texto extraído do livro Causas &Causos, do advogado e professorde Direito Civil, Jamil Miguel.

B

Page 50: Edição Julho 2008 - nº 183

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO30 JULHO DE 2008

LAZER

ROTEIRO E INDICAÇÕES DE MARIA MAZZA

Turismo

ma das opçõespara as fériasdeste mês é umaviagem de ôni-bus pelos Esta-

dos do Sul do País. A OpenTour Viagens e Turismo —telefone 0xx11 3885-4307— preparou um roteiro de 11noites pelo Paraná, SantaCatarina e Rio Grande do Sul.

A viagem começa em SãoPaulo e a primeira paradaé em Curitiba, consideradapela ONU uma das cidadescom melhor qualidade devida do mundo. Entre asatrações locais, a catedralmetropolitana, a Rua 24 ho-ras, o Jardim Botânico, oTeatro de Arame e a Pe-dreira Paulo Leminsky. Naprogramação está previstaum passeio de trem deaproximadamente três horasaté a cidade de Morretes, se-guindo-se depois , de ônibusnovamente, até Paranaguá.

Já em território catari-nense, visitas a Joinville,Blumenau, Camboriu (opasseio inclui utilização deteleférico com 1.600 metrosde extensão e que circula a240 metros de altura). Visi-tas também à praia de La-ranjeiras, a estância ter-mal Santo Amaro da Impe-ratriz, Itajaí, Florianópolis(onde pode-se visitar a Ca-tedral Metropolitana, o Mi-rante da Lagoa da Concei-ção, a Praia da Joaquina),Laguna (Museu Anita Gari-

baldi, Casa de Anita, Igre-ja de Santo Antonio dosAnjos, Fonte Carioca, Mar-co das Tordesilhas), praiasdo Gi e Mar Grosso.

Na seqüência, já emterritório gaúcho, Torres,a mais bela praia do lito-ral gaúcho, seguindo-sePorto Alegre (visitas a Ca-tedral Metropolitana, Pa-lácio do Piratini, TeatroSão Pedro, Parque do Far-roupilha, Morro de SantaTeresa, Mercado Púlico,Museu de Ciência e Tec-nologia). Logo depois, Ca-noas, Nova Petrópolis, Ca-nela e Gramado, umasdas regiões mais européi-as do Brasil. No roteiro vi-sitas a Igreja N.Sra. deLourdes, também conhe-cida como Catedral de Pe-dra, ao Castelinho e à Cas-cata do Caracol, ao LagoNegro. Depois, Bento Gon-çalves e o Vale dos Vinhe-dos, Garibaldi, Friburgo fi-nalizando com uma visita àTreze Tílias, a mais im-portante cidade de coloni-zação austríaca do Sul doPaís.

U

“Pacote’

O “pacote” inclui 11 noi-tes, 11 cafés da manhã, 12refeições e os passeios, in-cluindo o trem na Serra doMar (no Paraná). O preçopor pessoa em apartamentoduplo custa a partir de R$2.318,00. B

m uma cidade serrana comoMonte Verde, no Sul de Mi-

nas Gerais, é dificil existir umapousada plana como a Pousadados Marchadores onde há umgrande gramado para cavalgar.Os donos tem criação de man-galarga e ainda promovem pas-seios 4 x 4.

Pousada requintada, desta-ca-se pela área verde plana de30.000 m², com vista panorâmi-ca para os principais pontos tu-rísticos da Serra da Mantiquei-ra. No inverno destaca-se porser o ponto mais frio e pitores-co de Monte Verde.

O atendimento é feito pelospróprios proprietários. E as diá-rias este mês (mínimo de duas)nos chalés na “Ala das Flores”(36 m² acarpetados, que aco-modam um casal e, eventual-mente, até mais dois ocupantes,calefação elétrica próxima àcama, além de lareira e vistapanoramica para o amplo gra-mado e a serra): custam 680,00(as duas diárias); na “Ala dosPássaros” (chalés de 48 m²acarpetados, acomodam umcasal e são ideais para “lua de

mel”, contam com calefação eu-ropéia além da lareira, poltronasde junco ou sofá ao pé da camae janela panorâmica com vistapara a Serra da Mantiqueira. Va-lor das duas diárias: R$ 840,00.

Nas diárias estão incluidoscafé da manhã e, aos sábados,café colonial. É cobrada taxa deserviço de 6%. Reservas pelostelefones (0xx35) 3438-2243 e(0xx11) 8266-6632.

Para chegar a Monte Verde,saindo de São Paulo, deve-seutilizar a Rodovia Fernão Dias

(BR 381) no sentido Belo Hori-zonte. Após a divisa de SãoPaulo com Minas Gerais, seguirmais 30 quilômetros, passandopelas cidades de Extrema e Ita-peva e entrando em Camandu-caia para chegar à estrada Mon-te Verde/Camanducaia (são 29quilômetros em terreno monta-nhoso). Na altura do quilômetro17 há uma ponte e, 500 metrosdepois, uma bifurcação. Toma-se o lado direito e segue-semais 12 quilômetros até o portalda cidade. B

E

Conheça as magias do Sul, de ônibus

... e o frio mineiro de Monte Verde

Colonização austríaca em Treze Tílias

Cascata do Caracol

Curitiba

Laçador em Porto AlegreJoinville

Divulgação

Divulgação

Page 51: Edição Julho 2008 - nº 183

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 31JULHO DE 2008

TRIBUNA DO DIREITO

Diretor-responsávelMilton Rondas (MTb - 9.179)

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Editor-chefeFran Augusti - [email protected]

Diretor de MarketingMoacyr Castanho - [email protected]

Editoração Eletrônica, Composição e ArteEditora Jurídica MMM Ltda.

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PUBLICAÇÃO MENSAL DAEDITORA JURÍDICA MMM LTDA.

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PAULOBOMFIM

D

Cruzadas

M. AMY

Horizontais

1-(Teor. Ger. do Dir.) Interpretar,compreender; Distrito policial.

2-(Dir. Com.) Sigla de Socieda-de Anônima; (Dir. Com.) Centrocomercial.

3-(Dir. Pen.) Ato que faz alguémsofrer; Na linguagem jurídica,mandado, outorga.

4-Gesto, sinal; Símbolo químicodo Níquel; Isolado.

5-Certo tecido ralo; (Abrev.) Dou-tor; Artista de televisão ....Lara;

6-Uma objeção latina; Iniciais deEinstein; (Dir. Civ.) Condição doque atingiu a maioridade civil.

7-Na linguagem jurídica, é o es-paço de 24 horas; (Dir. Civ.) Es-paço de tempo entre o nascimen-to e a morte de uma pessoa.

8-(Dir. Pen.) Ato imprevisível quepode ocasionar um crime; Asduas primeiras vogais; Símboloquímico do cromo.

9-Louco; Na linguagem jurídica,aquele que escapou, livre.

Verticais

1-(Dir. Mil.) Incremento de ativi-dades bélicas.

2-(Med. Leg.) Substância que Soluções na página 25

entorpece o cérebro.

3-Uma exclamação de surpresa;Banha Berna.

4-(Dir. Civ.) Correção feita em atojurídico; (Dir. Comparado) (Abrev.)Sua Alteza.

5-(Dir. Agr.) Raça de gado zebuoriundo da Índia; Odorico Tavares,poeta maranhense.

6-Consoantes de “duro”.

7-(Filosofia do Dir.) Poupança.

Lobatoo último encon-tro com Mon-teiro Lobato,guardo o Uru-pês com a de-

dicatória: “Ao Paulo Bomfimlembrando a bela tarde de 24de junho de 1948.”

Dia frio, feito de arrepiose de passos apressados. A vidacaminhava com mãos nosbolsos e chapéu desabado.

Cheguei à Livraria Brasili-ense, na Rua Barão de Itape-tininga, e subi para o apar-tamento do escritor. Lá che-gando, vou encontrá-lo rode-ado de alguns amigos. EdgardCavalheiro, Fidelino de Fi-gueiredo, Otavianinho Alvesde Lima e, se não me falha amemória, Rubens do Amaral.Falava-se de georgismo e dasalvação nacional através doimposto único. Lobato que-dava-se absorto, distante efriorento, envolto na mantaque lhe escondia os pés.

Apenas os olhos brilhavamdebaixo das grossas sobran-celhas. De vez em quando umsuspiro que vinha de longe,provavelmente do Belenzinho,onde o “Minarete” ressurgiado passado para aportar numpresente em que resiste atéhoje às unhas aguçadas doprogresso.

Quando o silêncio das pri-meiras sombras desceu sobreo grupo, pedi a Lobato que me

falasse de Ricardo Gonçalves.Parecendo despertar de um

sonho, olha-me fixamente eme diz:

- Mas por que você está mepedindo para falar dele agora?

Senti a sensação de havercometido a indiscrição de es-cutar a conversa que manti-nha com o amigo morto.

A cidade anoitecera. Saí-mos caminhando pela Barãode Itapetininga. Íamos silen-ciosos, pressentindo no frio danoite a geada que chegava dasCidades Mortas.

Poucos dias depois, namadrugada de 4 de julho, Lo-bato partia ao encontro deRicardo Gonçalves. B

8-Objeto pouco vulgar (pl.).

9-(Abrev.) Digníssimo; (Dir.Ambiental) Sigla do Estudo Pré-vio de Impacto Ambiental.

10-(Dir. Civ.) Ofensa física oumoral, insulto; Constituição Fe-deral (sigla).

11-Reduzir a pó; Sigla do Esta-do de Rondônia. B

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ma só chanceAo leão do

circo,

Um só segundoAo atirador,

Uma só varaAo equilibrista

E um só momento,Que estou indo, amor!

Uma mãozinhaAo velho claudicante,

Um breve acenoPara o cosmonauta,

Uma oraçãoAo defunto fresco

Devaneio mentirosoem noite de calafrio

Anderson Henrique de Souza(Advogado)

E um pouco de calma,Que não faço falta!

Só me demoroPorque o teu mundoGira no entornoDos meus pés descalços

E só não desçoPorque meu transtornoDiz que a realidadeÉ mais um sonho falso!

Uma só chanceAo leão do circo,

Um só segundoAo atirador,

Uma só varaAo equilibrista

E um só momento,Que estou indo, amor! B

Poesias

U

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO32 JULHO DE 2008