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JORNAL DO JORNAL DO JORNAL DO JORNAL DO JORNAL DO SINDICATO DOS PROFISSIONAIS EM EDUCAÇÃO NO ENSINO MUNICIPAL DE SÃO PAULO SINPEEM SINPEEM SINPEEM SINPEEM SINPEEM EDIÇÃO ELETRÔNICA - FEVEREIRO DE 2021 ANO 25 Nº 190 FILIADO À CNTE, À CUT E AO DIEESE SINPEEM SINPEEM SINPEEM SINPEEM SINPEEM SINPEEM entrega pauta de reivindicações da categoria à SME Páginas 7 a 15 Prefeitura prorroga até 28/02 o período de suspensão da prova de vida Página 15 Reforma administrativa de Guedes e Bolsonaro atinge servidores estaduais e municipais Páginas 16 e 17 Prêmio de Desempenho Educacional será pago até abril; SINPEEM quer antecipação do pagamento Página 18 GREVE UNIFICADA EM DEFESA DA SAÚDE E DA VIDA SEM SEGURANÇA SANITÁRIA, RETORNO NÃO! Após muitas rodadas de nego- ciação com a SME, inclusive com a apresentação de contrapropos- ta para o reinício das aulas, in- clusive com a inclusão dos pro- fissionais de educação nos gru- pos prioritários de vacinação, di- ante da negativa do governo em nos atender, diante do crecimen- to da curva de contaminação pelo coronavírus, o SINPEEM e os de- mais sindicatos representantes da categoria decidiram decretar greve a partir de 10/02 contra o calendário da SME, que prevê o início das aulas presenciais a par- tir de 15/02. Defendemos e reivin- dicamos a retomada somente após a implementação de medi- das sanitárias e de infraestrutu- ra que garantam, de fato, segu- rança sanitária, conforme orien- tação dos órgãos de saúde, tendo em vista que, até o momento, as escolas da rede municipal de en- sino não oferecem. Há unidades com vazamento de água no teto, estuque quebrado, mato toman- do conta do terreno e ventilação inadequada para uma situação de pandemia em que o distancia- mento e a circulação de ar são es- senciais. Páginas 3 a 6 Visita do SINPEEM a escolas comprova situação inadequada para a retomada presencial. Página 4 Em recente visita a algumas escolas, o SINPEEM comprovou que a rede municipal não oferece segurança para o retorno das aulas presenciais. Mato, teto quebrado, telhado danificado e pouca circulação de ar nas salas de aula são apenas alguns dos problemas estruturais verificados

EDIÇÃO ELETRÔNICA - FEVEREIRO DE 2021 – ANO 25 – N º 190 … · 2021. 2. 15. · JORNAL DO SINDICATO DOS PROFISSIONAIS EM EDUCAÇÃO NO ENSINO MUNICIPAL DE SÃO PAULO SINPEEM

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JORNAL DOJORNAL DOJORNAL DOJORNAL DOJORNAL DO SINDICATO DOS PROFISSIONAIS EM EDUCAÇÃONO ENSINO MUNICIPAL DE SÃO PAULO

SINPEEMSINPEEMSINPEEMSINPEEMSINPEEMEDIÇÃO ELETRÔNICA - FEVEREIRO DE 2021 – ANO 25 – Nº 190 – FILIADO À CNTE, À CUT E AO DIEESE

SINPEEMSINPEEMSINPEEMSINPEEMSINPEEM

SINPEEM entrega pauta de reivindicações da categoria à SME Páginas 7 a 15

Prefeitura prorrogaaté 28/02 o período

de suspensão daprova de vida

Página 15

Reforma administrativa deGuedes e Bolsonaroatinge servidores

estaduais e municipaisPáginas 16 e 17

Prêmio de DesempenhoEducacional será pago até

abril; SINPEEM querantecipação do pagamento

Página 18

GREVE UNIFICADA EM DEFESA DA SAÚDE E DA VIDASEM SEGURANÇA SANITÁRIA, RETORNO NÃO!

Após muitas rodadas de nego-ciação com a SME, inclusive coma apresentação de contrapropos-ta para o reinício das aulas, in-clusive com a inclusão dos pro-fissionais de educação nos gru-pos prioritários de vacinação, di-ante da negativa do governo emnos atender, diante do crecimen-to da curva de contaminação pelocoronavírus, o SINPEEM e os de-mais sindicatos representantesda categoria decidiram decretargreve a partir de 10/02 contra ocalendário da SME, que prevê oinício das aulas presenciais a par-tir de 15/02. Defendemos e reivin-dicamos a retomada somenteapós a implementação de medi-das sanitárias e de infraestrutu-ra que garantam, de fato, segu-rança sanitária, conforme orien-tação dos órgãos de saúde, tendoem vista que, até o momento, asescolas da rede municipal de en-sino não oferecem. Há unidadescom vazamento de água no teto,estuque quebrado, mato toman-do conta do terreno e ventilaçãoinadequada para uma situação depandemia em que o distancia-mento e a circulação de ar são es-senciais. Páginas 3 a 6

Visita do SINPEEM a escolas comprova situaçãoinadequada para a retomada presencial. Página 4

Em recente visita aalgumas escolas, oSINPEEM comprovouque a rede municipalnão oferece segurançapara o retorno dasaulas presenciais.Mato, teto quebrado,telhado danificadoe pouca circulação dear nas salas de aulasão apenas alguns dosproblemas estruturaisverificados

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2 fevereiro de 2021JORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEM

DIRETORIA

Presidente ------------------------------------------------------- Claudio FonsecaVice-presidente ------------------------------------------------ José Donizete FernandesSecretário-geral ------------------------------------------------ Cleiton Gomes da SilvaVice-secretário-geral ------------------------------------------ Gislene Gomes NogueiraSecretária de Finanças --------------------------------------- Doroty Keiko SatoVice-secretária de Finanças --------------------------------- Cleonice Helena Oliveira da SilvaSecretário de Administração e Patrimônio -------------- Josafá Araújo de SouzaSecretária de Imprensa e Comunicação ----------------- Lílian Maria PachecoVice-secretária de Imprensa e Comunicação ----------- Fátima Pereira dos SantosSecretária de Assuntos Jurídicos --------------------------- Nilda Santana de Souza SantosVice-secretária de Assuntos Jurídicos -------------------- Miriam Sanches CasarSecretária de Formação -------------------------------------- Patrícia Pimenta FurbinoVice-secretário de Formação ------------------------------- Taísa Julio Vicente SoaresSecretária de Assuntos Educacionais e Culturais ------ Priscila PitaSecretário de Política Sindical ------------------------------ João Baptista Nazareth JúniorSecretário de Assuntos do Quadro de Apoio ----------- José Corsino da CostaVice-secretária de Assuntos do Quadro de Apoio ----- Paulo Cézar BarbosaSecretária de Seguridade Social/Aposentados --------- Cleusa Maria MarquesSecretária para Assuntos da Mulher Trabalhadora ---- Luzinete Josefa da RochaSecretária de Políticas Sociais ------------------------------ Cibele Ribeiro BritoSecretário de Saúde e Segurança do Trabalhador ----- Floreal Marim Botias JúniorSecretário de Organização Regional ---------------------- Eliazar Alves Varela

DIRETORES REGIONAIS

Ana Cristina da Cruz Goes - Ana Paula Macedo ReinfederonCélia Cordeiro da Costa - Claudia Aparecida Cesar Rezende

Diogo Mautone da Silveira - Juliano GodoiMichele Rosa Oliveira - Oelton Cardoso Coelho

Orlando Torres Filho - Oziel da Silva Lima - Raquel Macedo de LimaRicardo Cardoso de Moraes - Valéria de Jesus Silva

SINDICATO DOS PROFISSIONAIS EM EDUCAÇÃO NO ENSINO MUNICIPAL DE SÃO PAULOAvenida Santos Dumont, 596 - CEP 01101-000 - Luz - São Paulo - SP - Fone 3329-4500www.sinpeem.com.br – e-mails: [email protected][email protected]

Registro Sindical no Ministério do Trabalho outorgado pelo Processo nº 24440.025576/89

Jornalista responsável: Graça Donegati - Mtb 22.543Diagramação: José Antonio – 60 mil exemplares

Os textos publicados no Jornal do SINPEEM são deexclusiva responsabilidade da Diretoria do sindicato

EDITORIAL

Quando pensamos em assuntos con-sensuais na sociedade é impossível não in-cluir o reconhecimento da importância es-tratégica da educação no desenvolvimen-to individual, social e econômico de umanação.

Qualquer pessoa, por mais simples queseja, saberá dizer sobre os países que ven-ceram crises resultantes de guerras ou de-sastres naturais, elegendo a educaçãocomo sua prioridade.

Não faltará também quem diga que aeducação formal, técnico-cientifica e soci-al é um dos mais importantes pilares daformação geral de todo o ser humano.

Infelizmente, parece que o consensotermina na afirmação da importância daeducação e seu potencial transformador.

Vejam só o que ocorre com a educa-ção formal escolar no Brasil, antes e prin-cipalmente neste período de pandemia.Pouca importância se dá, de fato, aos pro-blemas cotidianos das escolas.

Estruturas precárias, recursos materi-ais escassos, péssimas instalações, falta deequipamentos, construções inadequadasao processo educativo, profissionais domagistério e demais servidores mal remu-nerados e sem política oficial e permanen-te de formação.

Pesquisas revelam o descaso com aeducação: há no país escolas até mesmosem banheiros ou estrutura para servirmerenda às crianças.

Em meio à pandemia, este quadro ficaainda mais visível diante da decisão a sertomada de quando e como serão retoma-das as aulas presenciais nas redes de ensi-no.

O decreto de estado de emergência,por conta da pandemia do coronavírus,

implicou, também, no afastamento de 35milhões de crianças, adolescentes e adul-tos das aulas presenciais, somente da edu-cação básica.

As atividades por modo remoto nemde longe cumprem a insubstituível funçãosocial da escola e a retomada das aulas pre-senciais exige estrutura física, material erecursos inexistentes na maioria delas.

Como retomar as atividades presenci-ais sem oferecer riscos à saúde e à vida dealunos e dos profissionais de educação emescolas em más condições?

Como deixar crianças, jovens e ado-lescentes fora da escola por um período tãolongo? A perdurar a situação por mais tem-po, estará condenada uma geração inteira.Os indicadores de grau de escolaridade eaprendizagem são sofríveis. Vão ficar mui-to piores.

Tomara que a iniciativa de um grupode pais e mães de alunos da rede privadaque procurou a Justiça para obrigar a Pre-feitura de São Paulo a reabrir as escolas, seconverta em organização social e mobili-zação para exigir dos governos que as es-colas estejam em plenas condições de re-ceber seus filhos com segurança sanitária.Do contrário, estarão buscando na Justiçao direito de frequentar ambientes de altorisco para a vida.

Precisamos que este discurso consen-sual resulte, de fato, na verdadeira impor-tância dada à educação de forma a mobili-zar a sociedade, agora e sempre, em defe-sa da educação e da escola.

A DIRETORIA

CLAUDIO FONSECAPresidente

Educação para além do consenso

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fevereiro de 2021 JORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEM 3

SINPEEM e demais sindicatos decretamgreve unificada em defesa da vida

Apesar da pressão do SINPEEM e dos demais sindicatos querepresentam os profissionais de educação contra o calendário daSME, tendo em vista que a curva de contaminação pelo corona-vírus está em ascensão e que as unidades educacionais não pos-suem condições estruturais e de sanitização, colocando em riscoa vida dos profissionais de educação, dos nossos alunos e de suasfamílias, o governo manteve a decisão de retomar as aulas pre-senciais na rede municipal de ensino em 15 de fevereiro.

Contra este calendário da SME, os sindicatos decretaram gre-ve unificada a partir de 10/02, em defesa da vida dos profissio-nais de educação, dos alunos e de suas famílias. Reivindicamostrabalho remoto até que sejam implementadas todas as medidasexigidas pelos órgãos de saúde que garantam, de fato, segurançasanitária a toda a comunidade escolar, além de condições estrutu-rais e pedagógicas em todas as unidades educacionais da rede.

Para tomar esta decisão o SINPEEM disponibilizou em seusite consulta sobre o posicionamento dos seus associados sobre aquestão de segurança nas unidades educacionais e a possibilida-de de greve da categoria no caso de o governo insistir na retoma-da das atividades presenciais sem que haja a garantia segurançasanitária. Segundo a consulta, 90% são faroráveis à greve.

Também usamos como base assembleia realizada em marçode 2020, quando aprovamos autorização para a Diretoria decidirpor convocação de greve durante o período da pandemia.

Antes de iniciar a greve, em reuniões com a SME ressaltamosa necessidade de o calendário escolar estar em sintonia com ocalendário de vacinação, a importância de os profissionais de edu-cação serem incluídos no grupo prioritário de vacinação. Cobra-mos o atraso na distribuição de tablets para os alunos e a necessi-dade de realização de consulta aos pais e /ou responsáveis sobre oretorno das aulas presenciais.

Em ofício à SME, as entidades sindicais se posicionaramcontrárias ao retorno das atividades presenciais nas unidadeseducacionais na rede municipal de ensino e apresentaram pau-ta unificada de reivindicação, conforme sugue:

1 - que o retorno previsto em calendário escolar(planejamento e retorno dos alunos) se dê exclusivamentepor meio de atividades remotas;

2 - estabelecimento imediato de teletrabalho para gestoreseducacionais, Quadro de Apoio e analistas;

3 - adoção de logística adequada para a distribuição demultimeios tecnológicos, entre outros, que não envolvamas unidades educacionais, em cumprimento ao artigo 3ºdo Decreto n 59.283/2020, bem como a segurançaterritorial da unidade educacional;

4 - vacinação de todos os profissionais de educação, jáque o governo municipal possui recursos em caixa paraaquisição de vacinas, já autorizadas pela Anvisa, aindaque de forma emergencia;

5 - testagem em massa, para isolamento social e comcontrole e mapeamento, inclusive de mutações quepossam surgir;

Pauta unificada de reivindicações6 - equipamento de proteção individual (EPI) dequalidade, em quantidade suficiente, em conformidadecom as Normas Técnicas da Organização Mundial daSaúde;

7 - suporte social às famílias dos estudantes da redemunicipal, do ensino infantil ao ensino médio, inclusivena modalidade de educação de jovens e adultos;

8 - a não transferência de responsabilidade às famílias,em casos de possíveis infecções, o que já é previsto pelaSME quando cita, na Instrução Normativa n 01/21, aelaboração da "Planilha da Morte", como chamamos;

9 - a alteração do Anexo I, da Instrução Normativa n 01/21, que trata das comorbidades que garantem apermanência em trabalho remoto, em consonância como Decreto n 59.283/2020. Entendemos que uma instruçãonormativa deve se ater em seu conteúdo de questõespresentes em legislações anteriores e não apontar rigidezem seu texto para além do que consta no decreto;

10 - revogação do prazo de 15 de março de 2021 para aentrega de declarações médicas que impõe uma situaçãoque não contempla a realidade dos serviços médicos parao real atendimento dos profissionais de educação.

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4 fevereiro de 2021JORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEM

Onze meses após o início da pande-mia do novo coronavírus, o Brasil já ul-trapassou a marca de mais de 235 milmortes, o equivalente a populações comoas das cidades de Rio Claro (SP), com208 mil habitantes; Angra dos Reis (RJ),com 207 mil; Sobral (CE), com 210,7mil; Rio Grande (RS), com 211,9 mil; eLuziânia (GO), com 211,5 mil habitan-tes. Do total de mortos no Brasil, maisde 50 mil óbitos ocorreram no Estado deSão Paulo, epicentro da doença no país.

Com a curva de contaminação emascensão, o caos está instalado em mui-tas cidades do país, que agonizou com afalta de leitos e até mesmo de oxigênio,como Manaus, no Amazonas, escanca-rando a falência do sistema de saúde.

Com o comportamento negacionis-ta do governo Bolsonaro, que desde oinício da pandemia tratou a doença como“uma gripezinha”, ignorando o cresci-mento vertiginoso da contaminação emtodo o país, num total desrespeito a to-das as famílias que perderam seus entes

Sem condição, retorno presencial não

Em recente visita a algumas escolas da rede, o presidente doSINPEEM, Claudio Fonseca, comprovou as péssimas condiçõesestruturais das escolas, com reboco do teto caindo, ventilaçãoprecária, carteiras amontoadas, nenhum sinal de adaptação paraas condições de sanitização exigidas pelos órgãos de saúde.

Sempre deixamos claro que somos favoráveis à educaçãopresencial, mas, acima de tudo, defendemos a vida. E não hácondições para o retorno das atividades presenciais nas esco-las da rede municipal de ensino com segurança nas condi-ções atuais.

Defendemos e continuaremos insistindo que a retomada sódeve ocorrer após a implementação de medidas que garantam,de fato, a segurança sanitária. Medidas que, dificilmente, serãoimplantadas até fevereiro.

O SINPEEM tem insistido com a SME que a sociedade pre-cisa ter amplo conhecimento das medidas que estão sendo im-plementadas em cada uma das unidades da rede municipal deensino e a comunidade local também precisa ter certeza deque as aulas serão retomadas em um ambiente que não ofere-ça riscos.

O vídeo da visita do presidente à escola está disponível nosite www.sinpeem.com.br e no facebook do sindicato.

SINPEEM participa da campanha“Profissionais da Educação: vacina já!”

O SINPEEM apoia a campanha “Profissionais da educação:vacina já!”, lançado em 14 de janeiro por parlamentares, movi-mentos sociais e entidades sindicais, que reivindica a inclusãodos profissionais de educação como prioridade na vacinação con-tra a Covid-19.

Para a CNTE, o comportamento do governo federal em ig-norar importância d trabalho dos educadores, não os colocandocomo prioridade no plano de vacinação, é reflexo das agressõesdo presidente Bolsonaro aos professores e à educação no país.

SINPEEM comprova que escolas não têm condiçõesestruturais e sanitárias para garantir segurança

queridos e aos que agonizaram com a pre-cariedade do atendimento hospitalar, asituação só piorou.

A irresponsabilidade do governo fe-deral em descumprir as recomendaçõessanitárias dos órgãos de saúde, levoumuitas pessoas a também acreditaremque estão livres do contágio e a prove-rem aglomerações, propiciando ambien-te favorável à disseminação da Covid-19e ao aumento das mortes.

A inércia do governo Bolsonaro tam-bém deixou o Brasil muito atrás na cor-rida pela vacina.

Em São Paulo, após autorizaçãoemergencial da Anvisa, o governo do Es-tado iniciou a vacinação em 17/01, masainda não há insumos suficientes parauma vacinação em massa.

Na luta em defesa da vida e da edu-cação, desde o início da pandemia oSINPEEM vem insistindo com o gover-no Covas, inclusive como eixo central dapauta de reivindicações entregue à SME(veja nas páginas 7 a 15), que o retorno

das aulas presenciais só deve ocorrer apósa comprovação da implementação demedidas sanitárias seguras em todas asunidades educacionais da rede munici-pal de ensino. O calendário escolar deveestar em sintonia com o calendário de va-cinação e os profissionais de educaçãotambém têm de ser incluídos entre osgrupos prioritários para a vacinação.

Como sempre, não deixamos de ladoa nossa luta por melhores condições sa-lariais e de trabalho, com reivindicaçõesda categoria, aprovadas em todas as ins-tâncias do SINPEEM, relacionadas àsquestões salarial e funcional dos docen-tes, gestores e Quadro de Apoio - quepossui importância estratégica no funci-onamento das unidades educacionais - ;reorganização do quadro e das carreirasdo pessoal de apoio operacional e técni-co-administrativo da educação, seguran-ça, organização e saúde dos trabalhado-res.

SINPEEM, em defesa da vida e daeducação!

Salas de aula e corredores com janelasbasculantes, que não proporcionam

ventilação adequada, telhado sujo, complantas enraizadas

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fevereiro de 2021 JORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEM 5

Processo de discussão e negociaçãocom a Secretaria de Educação e a greve

A atuação do SINPEEMdesde o momento dadeclaração do estado depandemia do novo coronavíruspela Organização Mundial deSaúde (OMS) tem sidopermanente em defesa daeducação, da saúde e da vidados seus profissionais, dosbebês, crianças, adolescentes.

Atuação em discussõescom a SME e pressões queresultaram no decretodispondo sobre as medidasemergenciais, entre elas oafastamento imediato dosprofissionais de educaçãomaiores de 60 anos e dos quepossuem comorbidades. Operíodo do recesso escolar de2020 e a da a antecipação doinício da suspensão das aulaspresenciais, para evitarcirculação de pessoas na cidadee aglomerações nas escolas,também foram resultados demuitas discussões e da pressãorealizadas pelo SINPEEM.

Pressionamos pela suspensão das aulas eafastamento de todos os profissionais de educação

Logo no início dapandemia, travamos umaimensa batalha para que aSME não dispensasse somenteos alunos, mantendo todos osprofissionais de educação –docentes, gestores e Quadrode Apoio – nas unidadeseducacionais. Os professoresfariam o seu trabalho com osalunos on-line, mas a partir daescola. Gestores e Quadro deApoio, exceto maiores de 60anos e pessoas comcomorbidade, continuariam

trabalhando na escola.Com as discussões e

pressões que realizamos aSME decidiu que osprofessores seriamdispensados de comparecernas unidades e realizariamtrabalho remoto. Gestores eQuadro de Apoio, depois demuito embate, tiveram otrabalho organizado emregime de plantão, em horárioreduzido, sob a justificativa deque as escolas não poderiamser totalmente fechadas,

inviabilizando a campanha devacinação contra a H1N1,cadastramento paraprogramas de assistência,distribuição de cestas ematerial. Discordamos econtinuamos pressionando. ASME cedeu parcialmente. Nãomanteve a convocação detodos os gestores e do Quadrode Apoio, mas o regime deplantão, com pelo menos doisprofissionais de educação –um gestor e um do Quadro deApoio.

Atendendo às pressões degrupos de interesse queignoram ou negligenciam ofato de estarmos no períodomais agudo da pandemia, ogoverno do Estado anunciouque as aulas presenciais seriaminiciadas em 01/02, em todasas redes de ensino.

Considerando a gravidadedo momento e a situação deinsegurança sanitária dasescolas da rede municipal deensino, com falta de pessoal, dematerias, além da estruturainadequada e a insuficiência devacina para imunizar tambémos profissionais de educaçãocontra a Covid-19, o SINPEEMse posicionou contra o retornodas aulas presenciais e ratificoue insistiu com o goveno sobrea necessidade de afastamentodos gestores e pessoal doQuadrod e Apoio que aindaestão em trabalho nas escolas,expostos a riscos, agora aindamaiores devidos às novasvariantes do vírus.

Pressão impediuinício do

planejamentopresencial em 01/02

O cumprimento dasregras de afastamento eaglomerações de pessoas,para evitar a contaminaçãopelo coronavírus, impôsdificuldades também para omovimento, que, não só naparticipação em processos dediscussão e negociação, masprincipalmente nos atos,manifestações, passeatas egreves, como os realizadospelos SINPEEM, a sua forçapara pressionar e conquistar.

Mas, mesmo nestasituação, o SINPEEM nãofechou ou deixou de atuar umsó dia em defesa da educação,dos seus profissionais, dasaúde e da vida.

Durante a pandemia,atuou e pressionou:

✓ impedindo que oprojeto de lei quereduziria 30% dossalários dos profissionaisde educação fosse votadoe aprovado;✓ conquistando que aPrefeitura aplicasse osíndices de reajustes aospadrões de vencimentosdos ativos e aposentados,referentes à incorporaçãodos abonoscomplementares de pisosdos docentes, gestores edo Quadro de Apoio à

educação;✓ garantindo aantecipação do pagamentopara março de 2020 doPDE, que conseguimoscom valor máximo de R$5.000,00 para a Jeif, J-30 eJ-40 e proporcional para asdemais jornadas, semdescontos por ausências;✓ conquistando aprorrogação do prazo devalidade dos concursos dePEI, diretor e supervisor;✓ garantindo ahomologação dosconcursos paracoordenador pedagógico eATE, antes do início devigência da lei eleitoral;✓ garantindo a autorizaçãopara a convocação deaprovados nos concursosde coordenadorpedagógico, ATE, PEI,supervisor e diretor;✓ conquistando o cartãode alimentação escolar e aextensão de sua concessãopara todos os alunos;✓ conquistando o valepara aquisição direta pelasfamílias do material evestuário escolar;✓ obrigando a SME aapresentar a minuta doprotocolo sanitário para asescolas;

✓ obtendo aumento dovalor do PTRF e o uso dosrecursos vinculados àformação para outrasnecessidades das escolas;✓ conquistando apublicação do decreto doPDE/2020 antes doencerramento do ano,assegurando assim o seupagamento;✓ obrigando a SME aenviar para as escolasequipamentos, materiais eEPIs;✓ impedindo que aPrefeitura cedesse aogoverno do Estado, quequeria o retorno das aulaspresenciais já em agostode 2020; depois emsetembro, outubro,novembro e até mesmoem dezembro, a poucosdias do encerramento doano letivo de 2020;✓ evitando que o períodode planejamentopresencial fixado parainiciar no dia 01/02/2021fosse efetivado na rededireta;✓ evitando que a data deinício das aulas presenciaisautorizadas pelo decretopara o dia 15/02 fosseincluída na InstruçãoNormativa nº 01/2021.

SINPEEM: atuação permanente eresponsável desde o início da pandemia

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6 fevereiro de 2021JORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEM

SINPEEM participa de reuniões da MesaSetorial com o novo secretário de EducaçãoApós o anúncio e a

nomeação do novo secretá-riode Educação, Fernando Padula,solicitamos reunião paraapresentar e discutir a nossapauta de reivindica-ções, quetem como eixo central a nãoretomada das aulas presenciaise o fechamento total dasunidades educacionais.

A primeira reunião, com apresença de representantes dosdemais sindicatos ocorreu nodia 08 de janeiro. Feitas asapresentações, tratamos dascondições inexistentes pararetomada segura das aulaspresenciais. Também trata-mosde questões relacionadas àconvocação de aprovados nosconcursos, pagamento dequinquênios, sexta parte,enquadramento por evoluçãofuncional, organização, fun-cionamento, calendário escolar,

Prefeito em exercício ignorousindicatos e autorizou início das aulas

entre outros temas.Exigimos que a SME

apresentasse relatóriodetalhado de intervenções feitasem cada uma das unidades darede direta, para atender aoprotocolo de higiene e sanitário.Cobramos, ainda, que todas asintervenções e reformasestruturais que foram realizadasnas escolas, materiais enviadose recursos financeiros, tambémfossem entregues e disponi-bilizados para os profis-sionaisde educação de cada escola,para os pais/mães/responsáveis.Que estas informações esti-vessem dispo-níveis no site decada DRE, escola e SME antesda decisão de retomada dasaulas presenciais.

Na ocasião, o secretárioafirmou que analisaria asituação e marcou nova reuniãopara o dia 22 de janeiro.

Desrespeitando o calen-dário de reunião agendadocom os sindicatos, possi-velmente para atender àspressões do governo do Estadoe do movimento “Escolasabertas” composto principal-mente por mães de alunos(as)de escolas da elite, o prefeitoem exercício e os secretários deEducação e de Saúde anun-ciaram o decreto autorizandoo retorno de atividades,inclusive aulas presenciais na

rede particular a partir do dia01/02 e aulas presenciais apartir do dia 15/02 na redepública municipal.

A autorização ocorreujustamente no momento maiscrítico desde a declaração doestado de emergência, sob oargumento de que as escolasestão preparadas e que as escolasabertas não oferecem risco decontaminação para as crianças eos profissionais de educação.Discurso absurdo e negligente.

SINPEEM mantém discussões eingressa com Ação Civil Coletiva

O SINPEEM, mesmo com a publicação do Decreto nº 60.058/2021, que autorizou atividades e aulas presenciais, continuoudiscutindo e pressionando a Secretaria de Educação para que asua regulamentação, por meio da Instrução Normativa nº 01, nãofixasse o dia 01/02 como o início do planejamento presencial nasescolas e o dia 15/02 para o início de aulas presenciais.

Ao mesmo tempo, ajuizamos ação civil coletiva, com pedidode liminar contra o decreto do prefeito.

Pressão SINPEEM resulta emalteração do calendário escolar

Concedida a liminar contra a retomada por ação promovidapelas entidades sindicais da rede estadual de ensino – Apeoesp,Udemo, Apase e CPP –, o governo do Estado recorreu e opresidente do Tribunal de Justiça cassou a liminar, restabelecendoo decreto estadual, obrigando os professores estaduais aretomarem as atividades presenciais a partir do dia 01/02.

Apresentado recurso pelas entidades contra a decisão dopresidente do TJ, o juiz acolheu os argumentos do governo e aação terá seu mérito julgado. Se for favorável às entidades osdecretos de retomada serão revogados.

Em 28/01 realizamos maisuma reunião para tratar docalendário da SME, que previao período de planejamentopresencial de 01/02 a 12/02 einício das aulas presenciais em15/02. Insistimos na nãoaplicação do calendário,devido ao perigo iminente dea maior circulação de pessoasna cidade e a concentração nasescolas implicarem em maiortaxa de contaminação pelocorona-vírus.

A reivindicação doSINPEEM foi atenderia emparte. A SME estabeleceu queo período 01 a 09/02 seriadestinado ao planejamentoescolar não presencial e operíodo de 10 a 12/02 aoplaneamento organizado porcada escola, com a presença de

um grupo distinto deprofessores e gestores em cadaum destes dias.

Não recusamos a propostae reivindicamos que ainstrução normativa quetrataria do calendário edemais procedimentos para asescolas não incluísse o dia 15/02 como data de início dasaulas presenciais, paracontinuarmos negociando.

Conseguimos ocompromisso do secretário deque a instrução normativa nãoconteria a data de reinício dasaulas presenciais e acontinuidade das negociações.

Com a publicação da INem 29/01 continuamos anossa luta contra o calendáriodas atividades e aulaspresenciais.

SINPEEM e entidades apresentaramcontraproposta ao calendário da SME

Na reunião realizada antesdo anúncio do decreto queautoriza a retomada, foidiscutida e apresentadaproposta unificada dasentidades de calendário escolar,com o objetivo de adiar aretomada de aulas presenciaise também afastar gestores eQuadro de Apoio que seencontram em regime deplantão nas escolas, em funçãodo aumento de casos, inclusive

com a crescente quantidade decontaminados pelo vírus,doentes, internações e óbitos

A proposta dispunha sobreo período de planejamento,retomada de aulas nãopresenciais e, se houvessenecessidade, antecipação dorecesso, para que houvessetempo de ampliar a vacinação,atendendo inclusive aosprofissionais de educação.

Tribunal de Justiça concede ecassa liminar contra a retomada

As reuniões de discussão com a SME continuam. Queremoso alinhamento do calendário escolar com o calendário devacinação.

Vamos esgotar todo o processo de negociação para que ogoverno, e mesmo a imprensa e parte da opinião pública, nãoacuse a categoria de intransigência e de, após um ano sem aulaspresenciais, não querer retomar as aulas.

Defendemos o ensino presencial, mas, durante este períodode pandemia, para preservar a vida dos profissionais de educação,bebês, crianças, adolescentes, adultos e ses familiares, defendemoso trabalho remloto até que haja, de fato, todas as condiçõesnecessárias para garantir a segurança sanitária de todos.

SINPEEM continua pressionando aSME pela não retomada presencial

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fevereiro de 2021 JORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEM 7

1 - SOBRE A REABERTURA EFUNCIONAMENTO DAS ESCOLAS

Em meio às condições adversas decorrentes da pandemia daCovid-19, a discussão e decisão a ser tomada quanto à retomada dasaulas presenciais na rede municipal de ensino nos enche de preocu-pações. Por mais que nos anúncios oficiais se afirmem que as escolase seus profissionais estão preparados para retomarem as atividadespresenciais, as evidências afirmam o contrário.

As edificações escolares precisam de adaptações espaciais, aindanão realizadas, que contribuam para a não disseminação do vírus epara a garantia de ambiências saudáveis.

Os ambientes escolares demandam diferentes soluções para oconforto térmico, ventilação, iluminação e acústica, que exigem fle-xibilidade de soluções e respostas de desenho ainda não dadas.

A transferência da responsabilidade, quase que exclusivamen-te para a equipe gestora escolar, de soluções para adaptações dosambientes, mobiliário, equipamentos, aquisição de materiais, si-nalização, segurança alimentar, sanitização ambiental e transpor-te escolar, por mais que eles sejam os maiores conhecedores decada uma das unidades da rede, com certeza não garante quetodas elas estão preparadas.

Para o SINPEEM, a reabertura das escolas, ou melhor, a reto-mada das aulas presenciais deve ser cuidadosamente pensada e bemplanejada para ser possível juntarmos o benefício da retomada paraos alunos e evitar que os alunos e os profissionais de educação adoe-çam gravemente ou até percam suas vidas.

O momento é de condições adversas, decorrentes da pandemia,que não dá mostras de estar no fim. Muito ao contrário, estão emexpansão a quantidade de pessoas contaminadas, as internações e osóbitos. A decisão sobre a retomada das atividades escolares presenci-ais precisa levar em consideração este momento, a necessidade deexecutar adaptações espaciais, para manter regras de distanciamen-to e higiene nas edificações escolares. Precisa, também, levar emconsideração as localidades com os indicadores sanitários dos territó-rios no quais as escolas estão inseridas.

Segundo indicadores das Secretarias de Saúde, as populações maisafetadas pela pandemia são aquelas em situação de pobreza e vulne-rabilidade social, os maiores usuários das escolas da nossa rede deensino.

A escola é um espaço importante de vivência social e experiênci-as relacionais e imprescindibilidade para o processo de ensino/apren-dizagem.

SINPEEM entrega pauta de reivindicaçõespara o novo secretário de Educação

Em meio ao anúncio do governo mu-nicipal de retomada das atividades presen-ciais a partir de 01/02 para os profissionaisde educação e do dia 15/02 para os alunos,o SINPEEM entregou a sua Pauta de Rei-vindicação ao governo, tendo a questão dascondições de funcionamento e sanitária dasescolas como principal, neste momento depandemia, sem deixar de lado a necessá-ria valorização dos profissionais de educa-ção seus direitos e e condições de traba-lho.

Mais uma vez, deixamos claro o nos-so posicionamento contrário à retomadadas aulas presenciais na situação atual,quando a curva de contaminação pelo co-ronavírus está em ascensão, e manifesta-mos a nossa preocupação, tendo em vista

que as unidades educacionais da redemunicipal de ensino não possuem condi-ções estruturais nem pedagógicas para oatendimento presencial.

Na pauta, reivindicamos a inclusão dosprofissionais de educação e dos alunos nogrupo prioritário de vacinação contra aCovid-19, iniciada pelo governo do Esta-do em 17/02, e defendemos mudanças quedevem ser efetivadas, começando pelaabertura de diálogo entre o governo, a co-munidade escolar e os sindicatos, visandoà organização da retomada em 2021 comsegurança e responsabilidade.

Apontamos, ainda, a necessidade deaumento da equipe de limpeza nas unida-des educacionais, autonomia para a orga-nização do calendário escolar, segurança no

transporte e manuseio dos alimentos noambiente escolar, organização do ensinoem ciclos, mais formação para os profissi-onais de educação, redução do número dealunos por sala e distanciamento, reorga-nização da rede. Apontamos as especifici-dades para o atendimento à educação in-fantil, dos grupos de risco e os desafios dosprofissionais de educação.

Como não poderia deixar de ser, tam-bém constam na nossa pauta, aprovada nasreuniões de representantes e do ConselhoGeral, e em nossos congressos e assemblei-as: questão salarial, questão funcional, or-ganização e condições de trabalho, forma-ção dos profissionais de educação, deman-da e organização escolar, saúde dos profis-sionais de educação e combate à violência.

Itens que compõem a pauta entregue ao governo CovasO SINPEEM tem como princípio a defesa da educação bási-

ca presencial. Mas, acima deste, a saúde e a vida.O período de distanciamento social gerou reverberações físicas e

psicológicas importantes na comunidade escolar, evidenciando a ne-cessidade de que os espaços das escolas sejam fisicamente acolhedo-res, funcionais, saudáveis e confortáveis.

Entendemos que a decisão de retomada deve ser construída comdiálogo e participação dos profissionais de educação e usuários dasescolas, para que a decisão afaste dúvidas, ansiedade, medo, afasta-mentos por adoecimento, entre outros sentimentos e ocorrências.

Para o SINPEEM, a SME precisa ter todos os indicadores e di-vulgar amplamente quais as mudanças espaciais e ambientais queforam e/ou estão sendo realizadas nas escolas, bem como a disponi-bilidade de materiais, equipamentos de proteção ambiental, recur-sos humanos, formação, alimentação, transporte, entre outros, queas diferenciam da situação anterior à pandemia e suspensão dasaulas.

Precisa dizer aos profissionais de educação e a toda sociedadeque as ações referentes à formação – saúde, plano de comunicação,organização dos ambientes, plano de fluxo institucional, práticas desegurança, protocolos de higiene e desinfecção, protocolo de trans-porte, protocolo de alimentação, protocolo de atendimento ao estu-dante com sintomas e protocolo de atendimento e encaminhamentomédico ao profissional de educação com sintomas foram executadasaté o presente momento.

O SINPEEM entende que não há condição de retomarmos asaulas presenciais neste momento ou em um prazo minimamenteprevisível, pois a curva de contaminação ainda é alta e sequer teveinício a campanha de vacinação, que não há para todos.

Defendemos:

a) que seja estabelecido diálogo entre o governo, a comunidadeescolar e os sindicatos para que organizemos uma estratégia paraa retomada em 2021 com segurança e responsabilidade;

b) a criação de uma comissão municipal intersetorial (Educa-ção, Saúde, Conselhos de Escola, Associações de Pais e Mes-tres), bem como a criação de um grupo de estudos em cadaescola e execução de medidas sanitárias, que pode ser formadodentre componentes do Conselho de Escola;

c) mudança intensa na rotina da escola, pois medidas sanitári-as e de convívio social e distanciamento precisam ser garanti-

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8 fevereiro de 2021JORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMdas para o sucesso dessa nova etapa pós-pandemia;

d) que a retomada seja gradual, com precauções com a saúdecom adoção de medidas como testagem sorológica periódica,controle de temperatura, uso de máscaras, lavagem de mãos einstalação de torneiras, grupos menores de alunos, mão únicaem corredores, revezamento, espaçamento de carteiras e aulasao ar livre, horários diferentes de entrada e saída, arejar a sala,afastar professores do grupo de risco e repensar as reuniõesdiárias/HA, PEA;

e) é fundamental que haja equipe que trabalhe em cadaunidade com o impacto emocional nos alunos e profissionaisda Educação (perdas, adoecimento, luto, desemprego etc.), comacolhimento e escuta. Professores e alunos precisarão ser auxili-ados pelo Naapa e por profissionais habilitados.

1.1 – SINPEEM exige aumentoda equipe de limpeza

Os protocolos para retorno às aulas precisam garantir que nãohaja aglomerações tanto nas salas de aulas como em outros espaçosdas unidades escolares, como também cuidados com a preparação daescola para receber a todos com higienização intensiva e organizaçãoda mesma.

Para isso, é preciso que seja viabilizado um aumento considerá-vel nas equipes de limpeza e alimentação, ampliação de módulo do-cente, chamada dos ATEs e coordenadores pedagógicos dos últimosconcursos para assumirem seus cargos, garantindo as condições ne-cessárias para a segurança sanitária da comunidade escolar e efetivaaprendizagem.

Essas medidas deverão ser acompanhadas de total vigilância paraum possível regresso imediato à quarentena, caso haja recrudesci-mento da contaminação.

1.2 – Autonomia para a escolaorganizar o seu calendário

Cabe à escola reorganizar o calendário de acordo com a sua reali-dade, bem como as atividades curriculares complementares e de pre-venção ao abandono e evasão escolar, implementando as necessáriasavaliações diagnósticas e recuperação das aprendizagens.

A ruptura da interação existente entre professores/alunos certa-mente produziu um sentimento novo e assustador na comunidadeescolar, deixando muito claro que aulas on-line não substituem asaulas presenciais.

O novo calendário escolar irá depender de infraestrutura para odenominado “novo normal”, com a adoção das medidas governa-mentais necessárias para o alcance das metas previstas no Plano Na-cional de Educação (PNE), posto que o distanciamento social está napauta do dia.

1.3 – Segurança alimentar e das escolas

Para o SINPEEM, todas as áreas que envolvem a retomada dasaulas presenciais merecem cuidado e investimento, a fim de garantira segurança e a preservação das vidas dos profissionais, dosestudantes e de suas famílias.

O recebimento da merenda, preparo, distribuição e alimentaçãoprovocam preocupação. É justamente no momento das refeições queos estudantes retirarão as máscaras de proteção.

Culturalmente, interagimos uns com os outros durante as refei-ções, o que significa que se não houver todo o cuidado necessáriopoderemos incorrer em risco de contaminação.

No período pré-pandemia já indicávamos a urgência de amplia-ção dos módulos de profissionais por meio de abertura de concursoatendendo, de forma mais adequada, as necessidades das unidades.De igual forma, os ambientes receberam atenção edespertaram preocupação, pois a rede, em sua maioria, conta comespaços mal ventilados, pequenos, horários apertados e insufici-ência no quadro de profissionais da limpeza.

O atendimento e desenvolvimento do processo de ensino/

aprendizagem nas práticas diárias conta com uma complexa redede tarefas, o que significa dizer que necessita de recursos huma-nos e materiais para que os estudantes possam ser integralmenteassistidos.

No documento “Recomendações para execução do programanacional de alimentação escolar no retorno às aulas presenciais du-rante a pandemia da Covid-19: educação alimentar, nutricional esegurança dos alimentos”, a Cosan justifica:

“De acordo com a Resolução CD/FNDE nº 06, de 08 de maio de2020, na Seção IV do Controle de Qualidade Higiênico-Sanitário,artigos 40 e 42, é estabelecido que os produtos alimentícios a seremadquiridos para o alunado do PNAE devem atender ao disposto nalegislação de alimentos, estabelecida pela Agência Nacional de Vigi-lância Sanitária (Anvisa), do MS, e pelo Ministério da Agricultura,Pecuária e Abastecimento (Mapa) e que cabe às entidades executorasou às unidades executoras adotarem medidas de controle higiênico-sanitário que garantam condições físicas e processos adequados àsboas práticas de manipulação e processamento de alimentos na aqui-sição, no transporte, na estocagem, no preparo/manuseio e na distri-buição de alimentos aos alunos atendidos pelo programa.

Nesse sentido, foi desenvolvido um rígido protocolo a ser incor-porado pelas Secretarias de Educação e unidades escolares.”

O documento apresenta a seguinte estrutura que exigimos sejadada total condição e meios pela SME, para serem implementados:

Protocolo 1: edificação, instalações, equipamentos, móveis eutensíliosProtocolo 2: higienização de instalações, equipamentos,móveis e utensíliosProtocolo 2A: higienização de utensílios, equipamentos esuperfícies sem contato com alimentosProtocolo 2B: higienização de utensílios, equipamentos esuperfícies com contato com alimentosProtocolo 3: higienização de mamadeiras, copos de transição,chupetas, latas e recipientes de leiteProtocolo 4: abastecimento de águaProtocolo 4A: higienização do reservatório de águaProtocolo 4B: bebedouros e similaresProtocolo 5: manejo dos resíduosProtocolo 6: manipuladoresProtocolo 7: saúde e higiene dos manipuladores de alimentosProtocolo 8: conduta e etiqueta respiratória dos manipulado-res de alimentosProtocolo 9: higienização das mãosProtocolo 10: procedimento para higienização das mãosProtocolo 11: uso de luvas e máscaras de proteção respiratóriaProtocolo 12: formação dos gestores e manipuladores dealimentosProtocolo 13: matérias-primas, ingredientes e embalagensProtocolo 13A: fornecimento de matérias-primas, ingredientese embalagensProtocolo 13B: transporte das matérias-primas, ingredientes eembalagensProtocolo 13C: recebimento de matérias-primas, ingredientese embalagensProtocolo 13D: armazenamento de matérias-primas, ingredi-entes e embalagensProtocolo 14: preparação dos alimentosProtocolo 14A: higienização dos alimentosProtocolo 14B: preparo dos alimentosProtocolo 15: transporte do alimento preparadoProtocolo 16: exposição ao consumo, distribuição e consumo do

alimento preparadoConsiderando as terceirizações dos serviços de alimentação, o

documento destaca:✓ “Terceirização - para os serviços terceirizados deve-se exigir

os mesmos cuidados relacionados às boas práticas de manipulaçãodos alimentos da gestão própria. É importante o monitoramentopara garantir que as ações sejam efetivas.”

Com base na realidade da RME e a necessidade de implementa-ção de rígidos protocolos, o SINPEEM propõe:

a) ampliação do módulo de profissionais para atender aosprocessos indicados no protocolo;

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b) instalação de pias para uso exclusivo de lavagens das mãos;

c) envio de materiais de consumo conforme destacado noprotocolo;

d) reestruturação física dos refeitórios e cozinhas de modo aatender as exigências quanto a ventilação e distanciamentoprevistos no protocolo;

e) adaptação das rotinas, inclusive quanto aos horários, paraassegurar que as refeições atenderão ao protocolo;

f) treinamento dos profissionais envolvidos na alimentaçãoescolar;

g) disponibilização impressa do protocolo aos profissionais;

h) formação para todos os profissionais de educação sobre oprotocolo de alimentação a fim garantir que estarão aptos aoacompanhamento dos estudantes;

i) acompanhamento diário da saúde dos profissionais;

j) não retomar as aulas antes das medidas implementadas edos profissionais vacinados.

1.4 – Organização do ensino em ciclos poderespender à necessidade de reposição e reforço

A construção/reconstrução do conhecimento tem como palcoprincipal a escola, o ensino presencial. Nesse sentido o SINPEEMtem feito, ao longo dos anos e principalmente após a promulgaçãoda LDB, em 1996, a defesa de que a organização do ensino seja emciclos, posto que a progressão continuada está necessariamente liga-da à concepção de escola democrática, que respeita as diferenças cul-turais, étnicas, sociais e econômicas. Além disso, a construção deuma educação de qualidade deve levar em conta a dimensão socioe-conômica e cultural, uma vez que o ato educativo se dá em umcontexto de posições e disposições no espaço social, de heterogeneida-de e pluralidade sociocultural, que repercutem e também se fazempresentes nas instituições educativas.

Temos ensino em ciclos na rede municipal de ensino desde 1992e, em 2014, o ensino fundamental de nove anos foi dividido em trêsciclos, sendo que a alfabetização ocupa primordialmente os três pri-meiros anos, mas o letramento inter e transdisciplinar deve continu-ar durante todos os anos do fundamental.

Propomos:

a) que se discuta na rede municipal sobre a necessidade deimplementação de fato dos ciclos e de flexibilizar os currículosdos ciclos de alfabetização, intermediário e autoral, reorgani-zando as metas e objetivos para garantir os direitos de aprendi-zagens:

b) intensificar ações de recuperação paralela e apoio pedagógico.

Excepcionalmente, é imprescindível uma reorganização curri-cular da RME e ela deve pautar-se por uma revisão dos tempos ne-cessários dos alunos para apreender e construir conhecimentos. Essenovo tempo deverá passar por “novos” paradigmas e “novos” ciclosde aprendizagens.

Propomos:

✓ reorganizar os atuais ciclos: alfabetização, intermediário au-toral. Atualmente há reprovação no 3º ano, nos 6º, 7º, 8º e 9º anos.Manter essa reprovação neste momento pandêmico é ampliar assi-metrias, aprofundar a evasão e negar a LDB, que garante acesso epermanência, desconsiderando aspectos éticos como a equidade.A reorganização dos tempos para aprender na rede municipal deensino constituiria de três ciclos sem reprovação.

✓ a avaliação deve reproduzir as diretrizes aprovadas, porsemelhança, pelo Conselho Municipal de Educação (CME), refe-rente à EJA (Parecer nº 05/, de 09/06/2020). Também consideraras recomendações do Conselho Nacional de Educação - CNE (Pa-recer CNE/CP nº 05/2020, de 28/04/2020), especificadamente oitem 2.16, versando sobre “avaliações e exames no contexto dasituação de pandemia”.

Defendemos a organização do ensino em ciclos, com a redu-ção da quantidade de alunos por classe. Consideramos que a or-ganização do ensino em ciclos é funcionalmente necessária e podeter excelentes resultados, desde que:

a) seja efetivado um trabalho político-pedagógico e admi-nistrativo sistemático que favoreça a real implantação dociclo;

b) seja estabelecida como princípio a qualidade social daeducação, priorizando as relações humanizadas, sustentá-veis e solidárias;

c) seja realizada a reorganização curricular, tendo em vista aorganização em ciclos e as diferentes etapas de desenvolvi-mento da capacidade de aprendizagem dos alunos;

d) os laboratórios de informática sejam mantidos e equipa-dos adequadamente com número de computadores ePoeds em proporção ao número de alunos, salas e turnosdas unidades escolares;

e) sejam efetivadas ações planejadas de formação continua-da, a serem realizadas pela Coped/DRE para os profissio-nais de educação envolvidos com o ensino fundamental,visando à compreensão de como atuar nos ciclos;

f) sejam realizadas reuniões/seminários, considerando-oscomo dias letivos, para realizar a avaliação do projeto peda-gógico da unidade e dos resultados alcançados com a novareorganização curricular;

g) sejam garantidos meios, espaços, materiais e profissionaisde educação para o acompanhamento individualizado dosalunos, principalmente dos que possuem dificuldade deaprendizagem, e que as classes dos 1º, 2º e 3º anos do ciclo Isejam adaptadas, aparelhadas com mobília e materiaispedagógicos especiais para alfabetização dos estudantes;

h) seja realizada avaliação contínua e diagnóstica, acompa-nhada das condições necessárias para executar atividadesque permitam aos estudantes superar dificuldades, sempromoção automática e com direito à recuperação paralela;

i) a reestruturação dos ciclos considere como ponto dereferência o desenvolvimento do aluno e não a organizaçãodos conteúdos;

j) seja considerado o princípio de progressão do aluno emcontraposição às ideias de promoção automática ou depromoção/retenção;

k) seja garantido o acesso ao conhecimento por meio daformação de equipes multidisciplinares, que trabalhemaspectos que interferem no processo de ensino/aprendiza-gem;

l) seja feito planejamento ajustado à organização do ensinoem ciclos e não por ano, de acordo com as necessidades deaprendizagens dos estudantes;

m) haja módulo de professores por unidade escolar redefi-nido para assegurar a execução dos trabalhos de apoio ereforço das aprendizagens;

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10 fevereiro de 2021JORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMn) seja feito registro permanente, do processo educativo ede ensino/aprendizagem e avaliação coletiva e global nofinal de cada ciclo;

o) seja feita avaliação coletiva, que abranja todos os envolvi-dos no processo educacional e todos os aspectos que inter-ferem no aproveitamento dos alunos e que os resultadosdefinam ações e graus de responsabilidade dos envolvidosno processo de ensino/aprendizagem;

p) sejam considerados na avaliação dos estudantes todos osaspectos do seu desenvolvimento: conhecimento, socialização,formação de valores e habilidades cognitivas;

q) garanta que haja um módulo diferenciado para as escolasespeciais, não em função do número de salas, mas em razãoda diversidade do atendimento prestado nas unidades escola-res: surdos-cegos, surdos deficientes múltiplos, surdos cadei-rantes, entre outros, objetivando o atendimento às suas neces-sidades e melhor desenvolvimento dos estudantes;

r) as avaliações não sirvam como instrumentos para identificarfracassos, mas usadas para identificar as necessidades daescola, para superar as desigualdades nas condições de aprendi-zagens dos estudantes;

s) seja assegurada a realização de recuperação paralela doseducandos com defasagem de aprendizagens, desenvolvida porprofessores remunerados para tal fim e integrada ao projetopedagógico da escola;

t) o ensino possibilite o conhecimento crítico de múltiplasabordagens teóricas;

u) o ensino possibilite aos bebês, crianças, adolescentes, jovense adultos desenvolver e expandir o interesse pela cultura;

v) o ensino respeite a individualidade do estudante, estimulan-do-o a colocá-la a serviço da sociedade e a desenvolver, consci-entemente, a disciplina individual e a disciplina coletiva, nosentido da responsabilidade pessoal e social, visando ao exercí-cio pleno da cidadania;

w) que o Sistema de Gestão Pedagógica ofereça todas as condi-ções técnicas e materiais para as operações de apontamento,consolidação, compatibilização e compartilhamento e que nãoseja utilizado comprometendo o tempo destinado à regêncianem o tempo fora da jornada do professor e gestor.

A organização do ensino em ciclos deve ser planejada, conside-rando, ainda:

a) que todos tenham o direito ao conhecimento;

b) que a construção do conhecimento não pode ser fragmentada;

c) a garantia da representatividade pluriétnica da sociedade nocurrículo escolar;

d) a necessidade de atividades extraclasse, com duração eformas subordinadas às necessidades pedagógicas;

e) que a autonomia da escola seja sustentada pela existência derelações democráticas entre as unidades escolares e os órgãoscentrais;

f) a realização de estudos com elevado teor científico paraavaliar os problemas que dificultaram a real implantaçãodos ciclos.

A reorganização dos atuais ciclos (alfabetização, intermediá-rio e autoral), com reprovação, pressupõe em período de pande-

mia, não haver retenção. Trata-se de uma proposta de mudançada escola. A proposta de organização em ciclos se baseia numaconcepção de educação com prática social humanística, científicae libertadora, uma concepção de currículo em processo que ne-cessita de todos envolvidos no processo educativo, uma concep-ção de aprendizagem que respeita o desenvolvimento afetivo,social e cognitivo do aluno, considerando-o como agente cons-trutor do seu conhecimento.

1.5 – Formação continuadapara enfrentar novos desafios

Mais formação para enfrentarmos esses novos desafios, Jeif paratodos como jornada do cargo, possibilitando a formação de professo-res em CJ para implementar projetos de leitura e ciências, uso cons-ciente das novas tecnologias e imersão em cultura, filosofia, ética.

1.6 – Distanciamento e reduçãoda quantidade de alunos por sala

Redução da quantidade de alunos por classe/turma/agrupamentoé reivindicação permanente do SINPEEM. A pandemia impôs dis-tanciamento e deixou ainda mais claro a urgência do atendimentodesta nossa reivindicação.

Turmas menores com, no máximo, 15 alunos para que o dis-tanciamento sugerido no protocolo seja implementado em espaçosarejados e bem estruturados, sem prescindirmos do afeto libertador,do debate criador e do diálogo transformador, que são indeclináveisno de processo ensino/aprendizagem.

1.7 – Reorganização da redeé uma necessidade inadiável

Ao trabalhar o tema da pandemia na rede de ensino, a SMEdeve promover ações para uma cultura de saúde, mas também deresponsabilidade social, com a indicação de que cada um deve cuidarde si e dos outros.

Considerando o artigo 23 da LDB, que possibilita a organizaçãodo calendário se adequando às peculiaridades dos locais e a excepcio-nalidade ora configurada, bem como o número de horas de atendi-mento na rede pública de 10 horas nos CEIs, seis ou oito horas nasEmeis e, no mínimo, cinco horas nas Emefs, Emefms e Emebss, hácondições de cumprimento das 800 horas letivas previstas na legisla-ção, mesmo com a redução de dias letivos, caso necessário, excepcio-nalmente.

É imprescindível uma reorganização curricular da RME e eladeve se pautar por uma revisão dos tempos necessários dos alunospara apreender e construir conhecimentos. Esse novo tempo deverápassar por “novos” paradigmas e “novos” ciclos de aprendizagens.

1.8 – Cuidar das especificidadesda educação infantil agora e sempre

Pouco se sabe, até o momento, sobre os reais riscos da Covid-19para bebês e crianças pequenas. Mesmo diante de algumas afirma-ções de que este é o grupo de menor vulnerabilidade, no Brasil fo-ram constatados casos de contágio e, infelizmente, de mortes de cri-anças acometidas pelo vírus. Nosso país está entre os de maior con-taminação, sendo São Paulo o epicentro da pandemia, com númeroscrescentes de contágio e de mortes.

Para o SINPEEM, a escola pré-pandemia já apresentava ummodelo considerado como inadequado pedagogicamente, levando emconta as turmas numerosas, recursos insuficientes, módulos incom-pletos de profissionais, uma série de equipamentos pequenos e malventilados, entre outros fatores.

Diante da pandemia, tal modelo ganha um grau de preocupa-ção ainda maior, afinal as vidas das crianças, dos profissionais edas famílias estão diretamente ligadas às decisões a serem toma-das quanto à retomada das aulas presenciais.

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1.9 – Primeira infância exigecuidados diferenciados

Pensando na educação infantil, primeiramente, é preciso con-siderar justamente as especificidades de crianças tão pequenas eque necessitam de cuidados com os corpos, pois constroem rela-ções de afeto e confiança mediadas pelo toque, colo e abraços.

Descobrir o mundo passa pelas investigações que envolvem oscinco sentidos. Na primeira infância, objetos são levados à boca, as-sim como as mãos. Evitar um comportamento característico da ida-de é praticamente impossível, por maior que seja o cuidado e orien-tação por parte dos docentes.

O cérebro do bebê e da criança pequena, nesta fase, entendetodo o prazer pela boca, pele e tato. Por isso, os pequeninos se expres-sam pelo choro, chupando dedos, chupetas, ao mamar e levar objetoà boca. Este é o seu contato com o mundo e a forma como o experi-mentam.

1.10 - Direitos dos bebês e criançase os protocolos de segurança

Discutir o ensino remoto e presencial diante da necessidade demedidas preventivas ao contágio pelo vírus passa pelos direitos dosbebês e das crianças.

Direito à escola e à educação, à saúde e prevenção, à liberdade,respeito e dignidade. Para garantir tais direitos o momento exigeadaptações de diferentes aspectos. Primeiro, caberá a SME seguir asorientações da OMS e do SUS. Reorganizar proposta curricular, tur-mas, rotinas, calendário, espaços, materiais e módulos de profissio-nais, a fim de retomar as atividades de forma segura.

Cabe ressaltar que nessa faixa etária não se indica o uso de más-caras. É também nessa fase que, com o alargamento de contato comdiferentes pessoas e desenvolvimento da imunidade, as crianças fi-cam gripadas frequentemente, além de outros contágios característi-cos na infância como catapora, por exemplo.

Os pequeninos necessitam de um tempo que chamamos de aco-lhimento para conhecer os profissionais da unidade escolar, os ami-gos, os espaços e a rotina. A partir disso e das relações estabelecidas sesentem seguros ao se afastarem das famílias. Vale salientar que cadacriança tem seu próprio tempo, história e cultura e deve ser respeita-da nessa individualidade.

Dito isso, o retorno deve considerar possibilidades antes planeja-das pelas equipes e redimensioná-las conforme discussão local.

Propomos:

a) nas condições atuais, não retomada das atividades presenci-ais nos CEIs sem a vacinação dos profissionais de educação;

b) manter o trabalho on-line com as famílias das crianças;

c) manter os programas de alimentação para as crianças eabono de emergência para as famílias.

1.11 - Profissionais de educação: desafios e direitos

Os profissionais de educação têm deveres, bem como direitos,que devem ser assegurados neste momento desafiador, sobretudo deambientes de trabalho, instalações e materiais suficientes e adequa-dos, para que exerçam com eficiência suas funções, bem como paraparticipar como integrante do Conselho de Escola e demais espaçosde debates, estudos e deliberações que afetem o processo educacio-nal, garantindo o princípio da gestão democrática. Participar, ainda,do processo de planejamento, execução e avaliação das atividades.

Ressaltamos que a SME deve promover meios de formação quecontribuam diretamente nas práticas docentes virtuais, minimizan-do as dificuldades de utilização das ferramentas tecnológicas.

Conforme orientação da Saúde, algumas providências são in-dispensáveis para a segurança e prevenção ao contágio do coro-navírus.

Desta forma, propomos adaptações:

a) retomada das aulas presenciais apenas quando houversegurança sanitária e diminuição da vulnerabilidade ao contá-gio, o que não será possível sem a vacinação;

b) realização de teste para profissionais, estudantes e famíliasantes do retorno às atividades presenciais;

c) disponibilização de álcool em gel em todos os espaços daunidade, acessível para adultos e crianças;

d) rigor na oferta de água e sabão para higiene frequente dasmãos dos adultos e crianças;

e) fornecimento de kit lanche (pães, queijos, iogurte, achocola-tado, frutas etc.), com cardápio a ser definido pela equipenutricional da PMSP;

f) para os bebês, alimentação embalada individualmente;

g) disponibilização do cartão merenda para todos os alunos daRME, a fim de garantir complementação a merenda escolar;

h) aferição da temperatura de bebês, crianças, profissionais efamílias, a partir do momento que for reiniciado o acesso àsunidades;

i) entrada das crianças direto para as salas de referência, comorganização por turma a cada dez minutos, evitando aglomera-ções. Acesso de apenas um responsável por criança na unidade;

j) saída dos alunos com autorização de acesso de apenas umresponsável por criança, com organização por turma a cada dezminutos;

k) obrigatoriedade de utilização de máscaras e uso de álcool emgel no acesso à unidade;

l) manutenção de portas e janelas abertas, a fim de garantirmelhor circulação do ar;

m) marcação no chão indicando distanciamento necessário eseguro;

n) atentar à utilização de linguagem ilustrativa, de modo queas crianças pequenas compreendam;

o) rigor na limpeza de todos os espaços, mobiliários e materiaisacessados por bebês, crianças e profissionais. Para isso, urgênciana ampliação do módulo do quadro de profissionais de limpe-za, considerando a metragem da unidade escolar e o númerode usuários;

p) rotina de limpeza e desinfecção ao final do dia;

q) tapete desinfetante no acesso às áreas internas;

r) EPIs para todos os profissionais;

s) planejamento de atividades que envolvam o maior tempopossível nas áreas externas e sem concentração de diferentesturmas;

t) oferta de máscara com transparência na altura dos lábiospara crianças surdas e profissionais que interagem com elas;

u) considerar os índices de contágio por regiões direcionando asações;

v) contar com professores orientadores de educação digital(Poeds) na educação infantil será importante para a diminuiçãodas dificuldades e atendimento aos estudantes;

w) para manutenção do ensino remoto e programa de recupe-

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12 fevereiro de 2021JORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMração das aprendizagens, garantia de tablets com acesso àinternet para os estudantes;

x) oferta de notebooks para docentes e gestores, a fim de viabi-lizar as atribuições diante do chamado “novo normal”.

Ao analisar o arcabouço legal, a riqueza dos projetos realizadospelas unidades escolares com as devidas adaptações que a aulasremotas exigiram, sem prévia formação e pautado em marcos le-gais, além da manutenção das formações contínuas, reivindicamosa homologação do PEA 2020, supervisão e autorização da pontua-ção devida pelo cumprimento do estabelecido na IN nº 002/2020.

1.12 - Bebês e crianças comlaudos ou histórico de doenças

A rede municipal de ensino deve garantir a manutenção doafastamento das crianças com laudo ou histórico de doenças, cu-jos médicos e famílias decidam como forma mais segura à saúdedelas. As aulas remotas serão computadas como frequência, nãoimplicando em faltas e cancelamento das matrículas.

1.13 – Afastamento dos profissionaisde educação do grupo de risco

A exemplo da decisão pelo afastamento imediato dos funcioná-rios do grupo de risco no início da pandemia, os mesmos devem semanter afastados em teletrabalho, enquanto não houver vacina.

1.14 - SINPEEM defende a vacinaçãodos profissionais de educação

Apesar de todas as indicações de adaptações apresentadas, asorientações para os profissionais de educação, estudantes e seusfamiliares devem ser pautadas nas pesquisas científicas, que defi-nirão o melhor momento em retomar as atividades presenciais.

Decisões precipitadas podem resultar em uma grande onda decontágio. Não é possível ofertar às crianças, profissionais e familia-res um ambiente de insegurança, adoecimento e contaminação.

O exercício pleno da cidadania se faz imperioso como formade confrontarmos as crises sanitária, econômica e política que vi-vemos e o SINPEEM reitera que está em todos essas frentes, “com-batendo o bom combate”, e externa pesar por enfrentarmos umadoença que tem ceifado vidas em todos os setores da sociedade,mas que é mais cruel com a classe trabalhadora, que perdeu seusustento e tem menos possibilidades de enfrentar o distanciamentosocial, pois muitos vivem em condições precárias de moradia. Alémdisso, temos uma população de rua crescente e hospitais públicossucateados, que já não atendiam a periferia de maneira digna eagora escancaram o descaso de sucessivas administrações inope-rantes na saúde pública, o que causou aumento exponencial noque diz respeito à letalidade da Covid-19 entre nós.

Mais Educação, SPI, TEX e JEX de projetos só serão resolvidoscom a implementação da Jeif para todos que por ela optarem e aredução do número de alunos por sala. Só assim poderemos re-cuperar a aprendizagem perdida neste período de afastamentosocial, forçado pela pandemia.

O SINPEEM segue defendendo a educação básica presencial e aescola pública em todas suas esferas, como princípios. A suspensãodas aulas presenciais ocorre por força da pandemia e a defendemosenquanto não houver a vacinação e por quanto durar o risco de con-taminação dos profissionais de educação e dos estudantes.

2 – QUESTÃO SALARIAL - 2021/2022

2.1 - Valorização do piso profissional – § 1º, artigo 100 da Lei nº 14.660/2007:

➼ fixar o piso salarial profissional dos integrantes do Quadrodos Profissionais de Educação (docentes, gestores e pessoal de apoio),

a partir de maio de 2021 e pagamento a partir de janeiro de 2022.

✓ pisos dos docentes:- Jeif/J-30 – licenciatura plena / QPE-14A = R$ 4.579,42;- JBD – licenciatura plena / QPE-14A = R$ 3.442,65;- JB – licenciatura plena / QPE-14A = R$ 2.287,69.

✓ pisos dos gestores:- coordenador pedagógico / QPE-15A = R$ 6.518,36;- diretor de escola / QPE- 17-A = R$ 7.393,29;- supervisor escolar / QPE-18-A = R$ 8.385,65.

✓ ✓ ✓ ✓ ✓ pisos do Quadro de Apoio:- agente escolar / QPE-1A = R$ 1.707,55;- auxiliar técnico de educação / QPE-3A = R$ 1.940,33;- auxiliar técnico / QPE-6A = R$ 2.339,48.

2.2 - Incorporação dosabonos complementares de pisos:

a) incorporação do abono complementar de piso aos padrões devencimentos das tabelas do Quadro dos Profissionais de Edu-cação ativos: - 9,5% em janeiro de 2022; - 9,5% em maio de 2022.

b) incorporação em janeiro de 2022 do abono complementar depiso aos padrões de vencimentos do pessoal ativo e aposentadodos Quadros dos Níveis Básico e Médio da PMSP;

c) reajustar os valores dos pisos do pessoal dos níveis básico emédio, com os seguintes porcentuais:- 9,5% em janeiro de 2022;- 9,445% em maio de 2022.

2.3 - Isonomia salarial:

➼ direito de isonomia e paridade para os todos os aposentados,inclusive para os que possuem proventos proporcionais por idade.

2.4 - Alteração da Lei nº 14.660/2007 para:

a) assegurar a Jeif para todos os docentes – PEI, Peif, fund.II/médio que por ela optarem;

b) fixar a Jeif como jornada dos seguintes cargos docentes:- professor de educação infantil;- professor de educação infantil e fundamental I;- professor de ensino fundamental II e médio;

c) autorizar a inclusão na Jeif como jornada do cargo por opçãodos atuais professores integrantes da classe I da carreira domagistério;

d) incluir o direito de declínio anual da Jeif para a JBD, duran-te o processo inicial de escolha/atribuição;

e) garantir que na composição da jornada docente – J-30, Jeif,JBD, JB – deve ser observada a Lei nº 11.738, de 16 de julho de2008, fixando o limite máximo de dois terços do total dacarga horária para o desempenho das atividades de intera-ção com os educandos, observando, no mínimo, um terçopara horas/atividade;

f) permitir que o cargo de professor de educação infantil(PEI) tenha alteração de denominação para professor deeducação infantil e ensino fundamental I, por OPÇÃO doatual titular do cargo, assegurada a mesma composição eremuneração da Jeif, sem perda de lotação, direitos funcio-nais, pontuação para escolha/atribuição e direitos para aaposentadoria;

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fevereiro de 2021 JORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEM 13

g) assegurar que os aprovados remanescentes do concurso paraprovimento do cargo de professor de educação infantil (PEI)possam efetivar a opção pela denominação do cargo para Peif,no momento da escolha da vaga, antes da nomeação, posse eexercício;

h) fixar o QPE-03A como a referência inicial do cargo deAGENTE ESCOLAR, a partir de 01 janeiro de 2022, enqua-drando todos os atuais agentes escolares em três referênciassuperiores às quais se encontram;

i) fixar o QPE-07A como a referência inicial do cargo deAUXILIAR TÉCNICO DE EDUCAÇÃO, a partir de 01janeiro de 2022, enquadrando, os ATEs em três referênciassuperiores às quais se encontram;

j) fixar o QPE-15A como a referência inicial do cargo deDOCENTE - CATEGORIA III, a partir de 01 de janeiro de2022, enquadrando todos os docentes pertencentes a estacategoria em uma referência superior às quais se encontram;

k) fixar o QPE-17A como a referência inicial do cargo deCOORDENADOR PEDAGÓGICO a partir de 01 de janeirode 2022, enquadrando todos os atuais coordenadores pedagó-gicos em duas referências superiores às quais se encontram;

l) fixar o QPE-19A como a referência inicial do cargo deDIRETOR DE ESCOLA, a partir de 01 de janeiro de 2022,enquadrando todos os atuais diretores em duas referênciassuperiores às quais se encontram;

m) fixar o QPE-20A como a referência inicial do cargo deSUPERVISOR ESCOLAR, a partir de 01 janeiro de 2022,enquadrando todos os atuais supervisores em duas referên-cias superiores às quais se encontram;

n) enquadramento automático de todos os aposentados doQuadro do Magistério – docentes e gestores – em duasreferências superiores às quais se encontram a partir de 01janeiro de 2022;

o) enquadramento automático de todos os aposentados doQuadro do Apoio à Educação em três referências superioresàs quais se encontram a partir de 01 janeiro de 2022.

2.5 - Prêmio de DesempenhoEducacional 2020:

a) extensão do direito para os aposentados;

b) alterar o Decreto nº 60.032/2020 para que os descontospelo quesito assiduidade não retroaja à data de sua publicação;

c) alterar o decreto para suprimir da aferição do desempe-nho escolar o índice de abandono e participação na avalia-ção diagnóstica;

d) efetivar o pagamento do PDE de 2020 em fevereiro de2021.

2.6 - Gratificação por local de trabalhoe noturno – Lei nº 14.660/2007:

➼ fixar em 30% do valor da referência QPE-11A da tabela daJeif a gratificação por local de trabalho, criada pela Lei nº 14.660/2007.

2.7 - Adicional por trabalho noturno:

a) alterar de 30% para 50% o adicional sobre o valor da hora/aula/trabalho a partir das 19 horas;

b) apontar e pagar o adicional noturno, interrompido a partir demarço de 2020.

2.8 - Auxílio-refeição e vale-alimentação:

➼ aumentar em 50% os valores do auxílio-refeição e do vale-alimentação a partir de 01 de maio de 2021.

2.9 - Verba de locomoção:

a) aplicar 20% a partir de maio a título de correção da verba delocomoção paga aos gestores e garantia de atualização anualcom índice nunca inferior à inflação;

b) verba de locomoção extensiva para os secretários deescola e auxiliares técnicos de educação quando designadospara realizarem serviços externos para a unidade.

2.10 - Incorporações por exercício de jornadas especiais, cargos e funções:

➼ restabelecimento do direito de incorporar a diferença remu-neratória por exercício pelo período de cinco anos, ininterruptos ouintercalados, de jornadas especiais, cargos e funções por designação,nos proventos de aposentadoria.

3 – FUNCIONAL/CARREIRAS E JORNADAS

3.1 - Evolução funcional:

a) alteração do inciso I do parágrafo único do artigo 2º da Leinº 15.963/2014, que adicionou duas referências nas tabelas devencimentos dos docentes e gestores, para constar o que segue:

I - a evolução funcional, nas referências acrescidas pela Lei nº15.963/2014, será regulamentada por decreto;

II - os enquadramentos dos docentes e gestores a que se refereo inciso I, se darão por opção do servidor e por um dos critérios:

- tempo,- tempo e títulos,- títulos.

III - os servidores ativos que comprovarem 23 anos ou mais deExercício no Quadro do Magistério municipal serão enquadradosautomaticamente nas respectivas referências, como segue:

1. docentes ativos com 23 anos de exercício - QPE-22;2. docentes ativos com 24 anos ou mais de exercício - QPE-23;3. gestores ativos com 23 anos de exercício - QPE-23;4. gestores ativos com 24 anos ou mais de exercício - QPE-24;

b) enquadramento automático de todos os docentes egestores aposentados e que se encontram em referênciasinferiores ao QPE-20, em duas referências superiores;

c) isonomia entre ativos e aposentados, readaptados, comis-sionados estáveis e não estáveis.

3.2 – Jornadas de trabalho:

a) computar na composição da Jeif classes/aulas atribuídaspara regência (25 horas/aula), assim como as destinadas aosprojetos pedagógicos, aulas de reforço e recuperação, entreoutros;

b) direito de opção pela JBD para os professores ainda emJB (20horas/aula);

c) fixação da jornada de trabalho do coordenador pedagógico,assistente de diretor, diretor de escola e supervisor escolar em

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14 fevereiro de 2021JORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEM30 horas/semana, sem redução da remuneração;

d) inclusão no PEA dos professores readaptados em Jeif queassim desejarem, com a respectiva pontuação para evoluçãofuncional.

4 - FUNCIONAL - QUADRO DE APOIO:

a) compor o Quadro de Apoio à Educação com cargos deprovimento efetivo e funções de natureza operacional de nívelbásico e técnico-administrativo de nível médio e superior;

b) compor comissão com representantes do executivomunicipal e de representantes dos profissionais de educa-ção para discussão e apresentação de projeto dispondosobre quadro e carreiras do pessoal operacional e técnico-administrativo da Secretaria Municipal de Educação;

c) realização urgente de concursos para investidura noscargos vagos de agente escolar;

d) convocação, em caráter de urgência, dos aprovados noconcurso para cargo de ATE;

e) reorganização, com ampliação e preenchimento das vagasdo módulo de pessoal do Quadro de Apoio das unidadesescolares;

f) redução da jornada dos integrantes do Quadro de Apoiopara 30 horas/semana, sem redução de salário;

g) alteração da denominação dos atuais agentes escolares paraauxiliares técnicos de educação, por opção do servidor, comenquadramento nas referências próprias destes cargos, semqualquer redução do vencimento padrão e remuneração;

h) alteração, por opção do servidor em exercício ou lotado nasunidades da SME, da denominação do seu cargo de agente deapoio, integrante do Quadro do Pessoal do Nível Básico daPrefeitura de São Paulo, para agente escolar, integrante doQuadro de Apoio à Educação, com todos os direitos funcionaise igual remuneração;

i) redução dos interstícios na tabela de tempo e estabelecer osmesmos critérios utilizados para os enquadramentos do magis-tério, para fins de enquadramento por evolução dos auxiliarestécnicos de educação e agentes escolares;

j)considerar títulos e participação em cursos e eventos deinteresse na área da educação e participação em projetos dasunidades escolares para evolução funcional;

k) garantia de cursos de formação dentro e fora do horário detrabalho para todos os profissionais de educação do Quadro deApoio.

5 – ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADESE CONDIÇÕES DE TRABALHO:

a) face aos cuidados decorrentes da situação de pandemia e ocumprimento dos protocolos de segurança sanitária, alterarurgentemente, e antes da retomada de aulas presenciais, osmódulos de pessoal, com a ampliação da quantidade dedocentes, apoio operacional e técnico-administrativo, consi-derando as especificidades de cada unidade quanto à quan-tidade de turnos, ambientes, aulas, número de alunos einclusão de alunos deficientes;

b) reorganizar o trabalho docente para que todos os professorescomponham suas jornadas com regência e demais atividades

relacionadas ao projeto pedagógico da escola, superando a atualcomposição do módulo docente da unidade, entre professoresem regência e professores em Complementação de Jornada(CJ), sem ou com regência parcial;c) reorganizar as jornadas docentes, destinando 60% do totaldas horas adicionais da Jeif e atividades da JBD, J-30 e J-40,vinculando um montante anual de horas remuneradas,destinadas aos seguintes programas, sob a responsabilidadeda SME:- O educador vai ao teatro;- O educador vai ao cinema;- O educador vai ao museu;- O educador vai ao parque público;

d) ampliar a rede física escolar direta para o atendimentointegral à demanda de educação infantil, ensino fundamentalregular e educação de jovens e adultos;

d) adequação das edificações, dos equipamentos e espaçosespecíficos para o trabalho de apoio aos alunos com deficiência edificuldade de aprendizagem;

e) ampliar os projetos voltados ao atendimento aos alunosdeficientes, realizados nas próprias unidades com professores epessoal de apoio necessário;

f) Centros de Educação Infantil e Escolas Municipais de Educa-ção Infantil com módulo de pessoal da área de saúde, emrespeito à concepção de que as instituições de educação infantildevem cuidar e educar;

g) garantir meios, espaço, material e profissionais de educaçãopara o acompanhamento individual dos alunos, principalmen-te daqueles com dificuldades de aprendizagem;

h) redução da quantidade de alunos por sala/turma/agrupa-mento no ensino regular e nas escolas de educação especial.

6 – FORMAÇÃO PROFISSIONAL:

a) utilização das horas adicionais e atividades das jornadas,bem como parte das jornadas dos gestores e dos demais profis-sionais de educação para a formação profissional e programasde incentivo à cultura geral;

b) participação das Secretarias Municipais de Saúde, Educação,Esportes, Meio Ambiente e Assistência Social no desenvolvi-mento de programas de apoio aos alunos com deficiência etranstorno global do desenvolvimento e superdotação/altashabilidades,

c) formação de equipes multidisciplinares que atendam àsunidades escolares em cada região, prestando o atendimentonecessário aos alunos com necessidades de atendimento especi-alizado e/ou em situação de vulnerabilidade;

d) garantir a todos os professores e integrantes da equipegestora um notebook com os programas necessários, conteúdoseducacionais e sua manutenção.

7 – DEMANDA EORGANIZAÇÃO ESCOLAR:

a) realização de levantamento de demanda e chamadapública para a educação de jovens e adultos (EJA);

b) ampliação da quantidade de auxiliares de vida escolar(AVEs) e estagiários por unidade;

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fevereiro de 2021 JORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEM 15

■ FIQUE POR DENTRO

Adicional noturno aindadepende da decisão da Justiça

O SINPEEM não aceitoua decisão da SME de cortar opagamento do adicional no-turno dos profissionais de edu-cação que estão em trabalhonoturno, ainda que na moda-lidade on-line e ingressou comação na Justiça para garantireste direito, que consta em leie não pode ser suprimido porato administrativo.

Conseguimos uma limi-nar para o pagamento do adi-

SINPEEM defende Jeif paratodos que por ela optarem

A Instrução Normativa nº 01/2021 estabelece que o professorem CJ - módulo - só poderá ser incluído na Jeif se a substituiçãofor para períodos de licenças iguais ou superiores a 180 dias.

Não concordamos. Queremos que a SME mantenha a regraanterior e continuamos lutando para garantir a Jeif como jornadado cargo docente, com opção anual pela JBD; maneira de assegurara Jeif para todos que por ela optarem, como consta no PL nº 68/2017.

O recadastramento (prova de vida) de aposentados epensionistas está novamente suspenso, desta vez até dia 28/02/2021, conforme Decreto nº 60.082, publicado no DOC destaquinta-feira, 11/02.

A medida está prevista no inciso VII do artigo 12 do Decretonº 59.283/20.

Prorrogado até 28/02 o período desuspensão da prova de vida

Todos os órgãos da administra-ção pública municipal direta e das au-tarquias, fundações, empresas públicase sociedades de economia mista muni-cipais, bem como dos serviços sociaisautônomos instituídos pelo Município,concessionárias de serviços públicosmunicipais e pessoas jurídicas que man-tenham qualquer espécie de ajuste coma administração municipal devem ado-tar, utilizar e respeitar o nome socialdas travestis, mulheres transexuais ehomens trans.

O uso do nome social em regis-tros e sistemas tem de ser solicitado porescrito ao setor responsável pelo ca-dastramento interno. Deve ser ampla-mente respeitado, principalmente em:

I - fichas de cadastro, formulári-os, prontuários, petições, documentosde tramitação e requerimentos de qual-quer natureza;

II - cadastros para ingresso e per-manência nas pessoas jurídicas que seencontram obrigadas ao uso do nomesocial, conforme previsto no “caput”deste artigo;

III - comunicações internas de

uso ou circulação coletiva, especial-mente memorandos, escala de férias eholerites impressos;

IV - endereços de correios eletrô-nicos;

V - identificações funcionais deuso interno dos órgãos, entidades, ins-tituições ou empresas;

VI - listas de ramais dos órgãos,entidades, instituições ou empresas;

VII - nomes de usuário(a) em sis-temas de informática;

VIII - inscrições em eventos pro-movidos pelos órgãos, entidades, insti-tuições ou empresas e expedição dos res-pectivos certificados.

A identificação pelo registro civildeve se limitar aos sistemas internos deacesso restrito e informações sociais pre-vistas na legislação trabalhista. Emcasos absolutamente necessários de usodo nome constante do registro civil, estedeverá ser escrito entre parênteses, ga-rantindo destaque ao nome social.

Legislação: Decreto nº 51.180,de 14/01/2010; Lei Federal nº 13.019,de 31/07/2014, e Decreto nº 58.228,de 16/05/2018.

Nome social

c) implementação de programas de segurança para as escolas epolíticas de inclusão social (esportes, cultura, lazer etc.) quevisem ao combate à violência;

d) pela guarda patrimonial, retomada de concurso de vigias.

8 – SAÚDE DOSPROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO:

a) regulamentação imediata e assegurar o acesso ao Programade Saúde do Profissional da Educação criado pela Lei nº 17.437de 12 de agosto de 2020;

b) criar o programa de proteção à saúde e prevenção às doen-ças para os profissionais de educação;

c) adotar medidas preventivas, assistência e proteção à saúde ereabilitação do profissional de educação, como política perma-nente da Prefeitura de São Paulo;

d) criação de centros de prevenção e reabilitação para os profis-sionais de educação;

e) inclusão no calendário anual de atividades escolares de doisdias por semestre destinados a palestras sobre prevenção e paraexames médicos de rotina para os profissionais de educação:papanicolau, mamografia, toque retal, oftalmológico, otorrinoe fonoaudiológico;

f) regulamentação e funcionamento imediato do ProgramaSuplementar de Assistência à saúde dos Estudantes, criadopela Lei Municipal nº 17.437/20.

9 – COMBATE À VIOLÊNCIA:

a) afastamento e proteção imediata aos profissionais deeducação sob o risco de morte ou agressão nas escolas, semperdas de direitos;

b) criação de um núcleo, pela SME, em cada DRE, paraprestar atendimento e encaminhamento junto aos órgãosde segurança às escolas e aos profissionais de educaçãovítimas de violência além de discutir, planejar e executar asações para enfrentar a violência no ambiente escolar.

cional noturno durante o perí-odo de pandemia. No entanto,a Procuradoria-Geral da Prefei-tura entrou com recurso e con-segui derrubar a liminar.

No entanto, esta disputacontinua. Caso o Tribunal deJustiça julgue pela procedênciada nossa ação, a Prefeitura teráde pagar os valores retrativos amarço de 2020. Caso julgue pelaimprocedência, o SINPEEM irárecorrer da decisão.

Negativa à solicitaçãode licença médica

Todo servidor tem o direi-to de encaminhar pedido dereconsideração em até doisdias úteis, após a publicação noDOC.

Em caso de negativa, de-

verá encaminhar recurso, ematé dois dias úteis, para a Gale-ria Prestes Maia, Viaduto doChá.

Legislação: Decreto nº58.255, de 09/05/2018.

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16 fevereiro de 2021JORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEM

Reforma administrativa atinge tambémservidores dos Estados e Municípios

A reforma administrativa do governoBolsonaro está entre as principais pautasdo Congresso Nacional para 2021.

Sob a justificativa de redução de gas-tos e aumento da eficiência, em mais umabsurdo ataque aos direitos dos servido-res públicos, a Proposta de Emenda Cons-tituição (PEC) nº 32/2020 garante maispoderes ao presidente para extinguir car-

gos, gratificações, funções, órgãos, trans-formar cargos vagos e reorganizar autar-quias e fundações da União.

A proposta também proíbe promo-ções ou progressões na carreira exclusiva-mente por tempo de serviço, a redução dejornada de trabalho sem redução da remu-neração e mais de 30 dias de férias por ano.

Um verdadeiro desmonte do serviço

público, tão relevante no atendimento àpopulação. Importância evidenciada ago-ra, com a pandemia da Covid-19.

Na PEC original, as medidas atingiamapenas os servidores da União, mas o tex-to recebeu emendas e as mudanças vãoatingir também os servidores dos Estadose Municípios.

■ ENTENDA A REFORMA

Entra governo, sai governo e os servi-dores públicos, bem como os trabalhado-res da iniciativa privada, vêm assumindoo ônus de medidas que têm como finali-dade a retirada de direitos, como as refor-mas municipal e federal da Previdência.

Luta do SINPEEM em defesa dos direitos continuaFoi assim no governo Collor, que usou

como bandeira a necessidade de acabarcom os privilégios dos servidores e com osmarajás do serviço público; e nos gover-nos Itamar, Sarney, FHC, Lula, Dilma, Te-mer e agora Bolsonaro.

O SINPEEM continua na luta em de-fesa dos servidores, dos serviços públicos,da estabilidade, efetividade, carreiras e de-mais direitos e mobilizará a categoria paraimpedir a aprovação desta reforma draco-niana.

➼ Vale para servidores do poderes Executivo, Legislativo e Judici-ário da União, Estados e Municípios.

➼ Só valerá para quem ingressar no setor público a partir da pro-mulgação da Emenda Constitucional.

➼ Para os atuais servidores não muda nada. Continuam com seusdireitos atuais garantidos e sua remuneração.

➼ Não vale para os chamados membros de poder - parlamenta-res, juízes, desembargadores, ministros de tribunais superiores,promotores, procuradores e militares.

➼ Para os servidores ocupantes de carreiras típicas de Estado, évedada a realização de qualquer outra atividade remunerada, in-cluída a acumulação de cargos públicos. Exceções: servidores noexercício da docência e atividades regulamentadas na áreade saúde.

➼ Para os demais servidores, é autorizada a acumulação remune-rada de cargos públicos quando houver compatibilidade de horá-rios e não houver conflito de interesse.

➼ Também chamado de anuênio, aumenta o salário do servidorem 1% por ano. No governo federal já tinha sido extinto. Agora,não será permitido também nas outras esferas.

➼ Fica extinta tal medida aplicada como espécie de puniçãoao servidor.

➼ Proíbe concessão de reajustes salariais retroativos.

➼ Os cargos comissionados e funções gratificadas serão gradati-vamente extintos para dar lugar aos novos cargos de liderançae assessoramento.

➼ Uma parte dos cargos de liderança e assessoramento será ocu-pada mediante seleção simplificada.

➼ Os cargos estratégicos dos níveis mais altos da administração,como o de secretários, bem como os de assessoramento, serão delivre nomeação e exoneração. Para esses, a seleção simplificadanão é requisito obrigatório. (ver em ”Vínculos”)

➼ São compostas de servidores que exercem atividades exclusiva-mente públicas e que são finalísticas, indispensáveis para a existên-cia ou representação do Estado. Compõem o núcleo duro do Esta-do. Futuramente, o governo apresentará uma proposta legislativapara delimitar taxativamente tais carreiras. (ver em “Estabilidade”)

➼ Continuarão sendo a principal forma de ingresso no serviçopúblico.

➼ Haverá também um novo modelo de seleção simplificada paracargos de liderança e assessoramento.

➼ Segundo o governo, para os atuais servidores nada muda. De acor-do com a Constituição, só é possível demiti-los em três hipóteses:

ABRANGÊNCIA

ACÚMULO DE CARGOS

APOSENTADORIA COMPULSÓRIA

AUMENTO RETROATIVO

CARGOS COMISSIONADOS

CARREIRAS DE ESTADO

CONCURSOS

ESTABILIDADE

ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO

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fevereiro de 2021 JORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEM 17

■ ENTENDA A REFORMA- processo administrativo disciplinar (PAD);- por decisão judicial transitada em julgado;- por insuficiência de desempenho (o que ainda não foi regula-mentado).

➼ A partir da PEC, haverá duas situações distintas:- para ocupantes de carreira de Estado:- por processo administrativo disciplinar (PAD);- por decisão judicial transitada em julgado ou por decisão cole-giada; - por insuficiência de desempenho (que será finalmente regu-lamentada na próxima fase da reforma).

➼ Os demais (para os que têm vínculo por tempo indeterminado):- haverá a possibilidade de demissão em outras hipóteses pre-vistas em lei a ser aprovada pelo Congresso.

➼ O governo garante que nenhum servidor será desligado porcritérios arbitrários ou preferências político-partidárias, indepen-dentemente de seu vínculo. Além disso, informa que decisões re-lacionadas ao desligamento serão colegiadas, isto é, que não se-jam tomadas somente por uma pessoa.

➼ A intenção do governo é fazer a reforma administrativa emtrês fases:

1 - PEC 32/2020: novo regime de vínculos, alteração organiza-cional da administração pública e fim imediato de alguns bene-fícios; 2 - projetos e projetos de lei complementar serão apresenta-dos para tratar de gestão de desempenho, diretrizes de carrei-ras e cargos, funções e gratificações; 3 - será apresentado o Projeto de Lei Complementar do NovoServiço Público tratando de direitos e deveres, estrutura remu-neratória e organização das carreiras.

➼ Nenhum servidor poderá ter férias com mais de 30 dias deduração. Em alguns Estados há contagem de férias em dias úteis,por exemplo, o que alonga o período de ausência do servidor deseu posto de trabalho.

➼ Os servidores não poderão mais incorporar ao salário valoresreferentes ao exercício temporário de cargos e funções.

➼ Será mantida para os atuais e futuros servidores.

➼ Será totalmente extinta (já foi extinta no âmbito federal).

➼ A PEC altera o artigo 84 da Constituição para dar mais liberda-de ao chefe do Executivo de mexer na administração pública, po-dendo extinguir órgãos e entidades, como ministérios, autarquiase fundações, sem a necessidade de projeto de lei. Ou seja, prevêque o presidente da República tenha mais autonomia na gestãoda estrutura do Executivo Federal, desde que isso não impliqueem aumento de despesas nem na interrupção ou não cumpri-mento dos serviços prestados.

➼ A criação de órgãos ou entidades ou a transformação que im-plique aumento de despesa continuará dependendo de aprova-ção pelo Legislativo.

➼ Já existe previsão legal na Constituição para desligamento doservidor, mas o tema nunca foi regulamentado. Agora o governopromete enviar posteriormente ao Congresso a regulamentação.

➼ Sobre a possibilidade de demissão quando o país estiver emcrise econômica ou recessão, a PEC não trata do tema. O governojá encaminhou ao Congresso Nacional a PEC Emergencial (PEC186/2019), que prevê medidas de racionalização, incluindo, apossibilidade de desligar um percentual de servidores, a partir decritérios técnicos e objetivos, a serem definidos em lei.

➼ proíbe o pagamento de qualquer tipo de parcela indenizatóriaou algo semelhante, com outra denominação, sem previsão legal.Ou seja, a administração não poderá criar os chamados penduri-calhos por conta própria.

➼ Acrescenta novos princípios constitucionais da administraçãopública ao artigo 37 da Constituição: legalidade, impessoalidade,imparcialidade, moralidade, publicidade, transparência, inova-ção, responsabilidade, unidade, coordenação, boa governançapública, eficiência e subsidiariedade.

➼ Proíbe a progressão ou promoção baseada somente no tempode serviço.

➼ Proíbe a redução de jornada sem a consequente redução desalário, exceto por motivo de saúde.

➼ É vedada a redução da jornada e da remuneração para os car-gos típicos de Estado.

➼ A transição do modelo atual para o novo levará tempo. Comonão está previsto alterar os vínculos ou carreiras dos atuais servi-dores, os dois modelos (antigo e novo) deverão conviver lado alado durante um período.

➼ A PEC do governo cria cinco novos vínculos jurídicos em subs-tituição ao atual Regime Jurídico Único (RJU). São eles:

- por prazo determinado; - por cargo de liderança e assessoramento;- por tempo indeterminado (via concurso público); - por cargo típico de Estado (via concurso público);- de experiência (via concurso público).

➼ O vínculo de experiência será uma espécie de alternativa aoatual estágio probatório, sendo mais uma etapa do concursopúblico. Somente os mais bem avaliados no fim do vínculoserão investidos no cargo.

Fonte: Agência Senado

FASES

FÉRIAS

LICENÇA-CAPACITAÇÃO

LICENÇA-PRÊMIO

LIBERDADE AO CHEFE DO EXECUTIVO

MAU DESEMPENHO

ORÇAMENTO

PARCELAS INDENIZATÓRIAS

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

PROGRESSÃO OU PROMOÇÃO

REDUÇÃO DE JORNADA E DE SALÁRIO

TRANSIÇÃO

VÍNCULOS

INCORPORAÇÃO

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18 fevereiro de 2021JORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEMJORNAL DO SINPEEM

Ao sancionar a lei que garantiu reajus-te de 46% ao próprio salário e de seus se-cretários, o prefeito Bruno Covas usoucomo uma dos argumentos os reajustesconcedidos aos profissionais de educaçãonos últimos oito anos.

É importante esclarecer que os reajus-tes obtidos pela categoria nos governosKassab, Haddad, Doria e Covas foram con-quistados por meio de mobilizações e gre-ves da categoria, convocadas e realizadaspelo SINPEEM.

Portanto, não podem ser tratadoscomo concessões, mas sim como resulta-do da nossa luta no enfrentamento às po-líticas adotadas pelos governos de conce-der o ínfimo percentual de 0,01% a cadaano, a título de revisão geral anual de suaremuneração.

Com a nossa pressão e luta conquista-mos os seguintes índices:

- 10,19% em 2012;- 10,19% em 2013;- 13,43% em 2014;- 15,38% em 2015;- 10% em 2016;- 7,57% em 2017;- 3,71% em 2018;- 3,03% em 2019/2020.O SINPEEM sempre lutou e conquis-

tou estes índices como abono complemen-tar de piso e as respectivas incorporaçõesaos padrões de todas as tabelas de venci-mentos dos Quadros do Magistério e deApoio à Educação, para ativos e aposenta-dos com direito à paridade.

Portanto, não foram índices concedi-dos pelos governos, foram arrancados naluta.

Valores atuais dos padrões de venci-mentos:

Reajustes obtidos pela categoria nosúltimos oito anos foram conquistados na luta

1 - QUADRO DO APOIO:

- agente escolar – QPE 01A - R$ 1.425,64;

- ATE - QPE 03A - R$ 1.616,99; - ATE - QPE 06A - R$ 1.953,24;

2 - QUADRO DO MAGISTÉRIO:

1 - docentes – QPE-14A:

- Jeif/J-30 - R$ 3.832,37;

- JBD - R$ 2.874,28;

2 - gestores:

- coordenador pedagógico - QPE-15A -R$ 5.442,20;

- diretor de escola - QPE-17A - R$6.172,68;

- supervisor escolar - QPE-18A - R$6.573,90.

Fica claro que, mesmo com os índicesconquistados com muitas lutas, os pisosdos integrantes do QPE são incompatíveise aquém da importância estratégica daeducação.

A inflação que foi considerada comofator preponderante para o prefeito deci-dir aumentar em 46% o seu salário e dosseus secretários, por questão de justiça eigualdade de tratamento, deveria tambémser considerada para todos os servidorespúblicos.

Aumento já para todos os servidores!

Em dezembro do ano passado, apóspressão do SINPEEM, a SME publicouno DOC o Decreto nº 60.032, que dispõesobre os critérios e valor institucional parao cálculo individual e pagamento do PDEde 2020.

O valor institucional do prêmio foifixado em R$ 5.000,00.

Para o cálculo individual do prêmio,serão considerados a jornada de traba-lho e os seguintes critérios:

- desempenho da unidade; e

- assiduidade até 31/12/20.

Quem tem direito

Tem direito ao PDE o profissionalde educação que ingressou na rede até 31/05/2020 e que teve, no mínimo, 180 diasde exercício no ano. O valor é proporcio-nal à jornada de trabalho:

Jeif, J-30 e J-40 - R$ 5.000,00;

JBD - R$ 3.750,00: JBD;

JB - R$ 2.500,00.

SINPEEM reivindicaa antecipação do

pagamento do prêmio

A lei estabelece que o pagamento doPDE deve ser realizado até abril do anosubsequente ao do exercício. Mas, a exem-plo do ano passado, reivindicamos a an-tecipação do pagamento para fevereiro. Vale ressaltar que, como conseguimos,mais uma vez, que o decreto fosse publi-cado após o encerramento do ano letivo,a assiduidade não terá efeito para des-contos. Como sempre, com a nossa atuaçãoconseguimos diminuir os efeitos dos des-contos e obter o maior valor institucionale individualmente do PDE, principal-mente neste momento de pandemia.

PDE de 2020 serápago em parcelaúnica, até abril

“Nós, professores e trabalhadores da educação exigimos que sejam tomadas imediatasprovidências com relação à irresponsável e genocida tentativa de retomada das aulas namodalidade presencial. É sabido que os hospitais estão cheios, que nossas salas não têm venti-lação adequada, os banheiros são coletivos e insuficientes, e tudo o mais é precário em temposnormais, na pandemia será uma câmara da morte para as crianças que não tem compreensãoda necessidade de distanciamento social, as crianças não têm a concentração necessária paralidar com estado de alerta constante, ou seja, para se cuidar sem as distrações que possibilitemcontaminações que são fatais – não é mais uma possibilidade, já é fato consumado - e atingemalém de si mesmas, seus familiares.

É uma fala esdruxula a de comparar escolas com bares. Crianças não frequentam bares.Que fechem os bares então e não que as escolas sejam abertas. As comunidades escolares, emsua maioria, são carentes, não possuem planos médicos como é o caso dos filhos dos que estu-dam nas particulares e que estão exigindo essa abertura absurda, que cobrará de formas bemdistintas os que se contaminarão nas escolas pública e na privada.

Some-se a isso a saturação dos hospitais. Ceder às exigências das escolas particulares nessemomento é namorar com a morte. Comprovou-se que a abertura das escolas na Europa foiuma das principais responsáveis pelo recrudescimento da pandemia.

M. O. G, professora de educação infantil

■ ESPAÇO DO ASSOCIADO

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Para mais informações, envie seu e-mail para [email protected] pelo telefone 3311-7637 (WhatsApp).

Parcerias com faculdades, universidades,cursos de idiomas e demais instituições de ensino

A formação continuada dos profissionais de educação da rede municipal de ensino está entre as políti-cas permanentes do SINPEEM. Nesse sentido, além da programação própria de cursos e seminários,mantém parcerias com faculdades, universidades e outras instituições de ensino, inclusive com escolas deidiomas, que oferecem descontos variados para os associados ao sindicato e seus dependentes.

Observação: antes de prestar o vestibular, verifique na instituição de ensino o valor do seu desconto.