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PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI SECRETARIA DE EDUCAÇÃO – SEDUC COORDENADORIA TÉCNICA E PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS ENSINO FUNDAMENTAL ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O 1º E 2º SEGMENTO

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PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMAÇARI

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO – SEDUC

COORDENADORIA TÉCNICA E PEDAGÓGICA

EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS

ENSINO FUNDAMENTAL

ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O

1º E 2º SEGMENTO

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PREFEITO MUNICIPAL

Luiz Carlos Caetano

VICE-PREFEITA

Tereza Giffoni

SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO

Luiz Valter de Lima

SUBSECRETARIA DE EDUCAÇÃO

Maria das Graças Guimarães

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EDUCAÇÃO PARA JOVENS E ADULTOS ENSINO FUNDAMENTAL

ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O 1º E 2º SEGMENTO

Rita Lôbo Freitas Coordenação, elaboração e texto final

Consultoras Joanne Silva Santana

Ana Rosa do Carmo Ibert Tânia Cristina Rocha Silva Gusmão

Amaleide Lima dos Santos Maria Helena Andrade Onofre da Silva

Luciana Leite Jamilli Multari

Rita Sandra Alves de Jesus

Camaçari/Bahia, 2008 1ª Edição

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Coordenadoria Técnica e Pedagógica Carmem Lúcia Silva Santos

Coordenadoria Setorial de Educação de Jovens e Adultos

Rita Lôbo Freitas Marieni Almeida de Oliveira Secretaria de Educação-Coordenadoria Técnica e Pedagógica Rua Francisco Drumond,s/n- Centro Administrativo de Camaçari Camaçari-Ba- Brasil-CEP: 42.800-000 Tel (71) 3621 6809 fax (71) 36216612 e-mail:[email protected]

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Educação para jovens e adultos: ensino fundamental: orientações curriculares -1º segmento –2º segmento / coordenação, elaboração e texto final (de) Rita Lôbo Freitas ; — Camaçari-Bahia: Secretaria Municipal de Educação;Camaçari,2008. 191p. 1. Educação de Jovens e Adultos. 2.. Fundamental 3.Currículo .

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SUMÁRIO APRESENTAÇÃO..................................................................................06

INTRODUÇÃO........................................................................................07

1.0-PROPOSTA CURRICULAR 1º SEGMENTO...................................09

1.1- ÁREAS DO CONHECIMENTO........................................................09

1.2- OBJETIVOS.....................................................................................10

1.3- ORGANIZAÇÃO CURRICULAR.....................................................12

1.4- EMENTA CURRICULAR/CONETÚDOS.........................................27

1.5- METODOLOGIA..............................................................................34

1.6- COMPETÊNCIAS E HABILIDADES...............................................39

1.7- AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM...............................................46

2.0- PROPOSTA CURRICULAR 2º SEGMENTO..................................50

2.1- ÁREA DE LÍNGUA PORTUGUESA................................................50

2.2- ÁREA DE MATEMÁTICA................................................................69

2.3- ÁREA DE CIÊNCIAS NATURAIS....................................................82

2.4- ÁREA DE HISTÓRIA.......................................................................98

2.5- ÁREA DE GEOGRAFIA.................................................................112

2.6- ÁREA DE ARTES..........................................................................133

2.7- ÁREA DE LÍNGUA INGLESA.......................................................156

2.8- ÁREA DE FILOSOFIA..................................................................165

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................179

REFERENCIAIS BIBLIOGRAFICOS...................................................180

FICHA TÉCNICA..................................................................................189

ANEXOS

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APRESENTAÇÃO

Este documento constitui-se como fonte embasadora para o trabalho pedagógico a

ser desenvolvido nas unidades escolares do Município de Camaçari que atendem à

EJA- Educação de Jovens e Adultos.

Fruto do debate realizado nos encontros de Formação Continuada de Docentes no

ano de 2007 e 2008 o qual teve na sua elaboração as contribuições da equipe de

professores formadores, professores cursistas e coordenadores pedagógicos que se

fizeram presentes nesses encontros, sendo o documento sistematizado e estruturado

por equipe técnica pedagógica da Secretaria de Educação e por consultores

especializados em cada área do conhecimento.

As orientações curriculares aqui apresentadas estão fundamentadas nos

referenciais curriculares propostos pelo MEC- Ministério da Educação, tendo como

principal objetivo manter em toda rede uma mesma proposta de currículo para

EJA.Como primeiro documento referencial da Secretária de Educação para EJA,

está sujeito a alterações e novas contribuições dos integrantes do processo de

ensino-aprendizagem, o que não inviabiliza a sua regulamentação.

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INTRODUÇÃO

O texto a seguir está dividido em dois capítulos, trás a proposta curricular para o 1º e

para o 2º segmento do Ensino Fundamental da EJA.O 1º segmento trás as

considerações a cerca dos objetivos de ensino, conteúdos a serem ensinados, não

apenas os conteúdos , mas as orientações pedagógicas por disciplina e ou área do

conhecimento, as competências e habilidades a serem desenvolvidas pelos

educandos,orientações sobre a metodologia de trabalho e a avaliação da

aprendizagem, a proposta curricular está organizada por disciplina. Vale ressaltar

que no 1º segmento foram incluídas as disciplinas Artes,Educação Física e Língua

Inglesa. A disciplina Língua Inglesa ainda não é obrigatória no 1º segmento, ainda

está em fase de discussão com os docentes da rede , portanto não foi incluída neste

documento.A disciplina Educação Física passa a ser obrigatória por ocasião da

implantação das turmas de EJA, ressaltando que esta disciplina ainda não é

ministrada no Ensino Noturno, o que tornou difícil a realização do debate a cerca de

como ministrá-la, até por falta de docentes envolvidos neste processo.Por esse

motivo, sugere-se, em anexo, a Proposta Curricular do MEC- Ministério da

Educação para Educação Física, ficando a cargo dos docentes da EJA, da área,

discutir e analisar esta proposta e ajustá-la à realidade do Município, tanto no 1º

como no 2º segmento, logo no inicio das atividades letivas.

Na segunda parte do documento consta a proposta curricular do 2º segmento, a qual

está subdividida por disciplina, contendo a concepção de cada área, objetivos de

ensino para cada disciplina, conteúdos, competências e habilidades e

desenvolvimento curricular. É importante registrar que a proposta de cada disciplina

está bastante diferenciada em sua construção, tanto na organização textual, como

nos itens compostos no texto. Isto ocorreu pelo fato das propostas terem sido

elaboradas por diferentes consultores e ou professores formadores da rede, e além

de tudo respeitando as contribuições dos docentes, cursistas que viabilizaram esta

construção.A disciplina religião foi extinta do currículo, no entanto seus conteúdos

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poderão ser integrados à disciplina Filosofia, a qual fica mantida na EJA, mesmo não

sedo disciplina proposta nos referenciais nacionais.

É de fundamental importância que após implantada na rede, a proposta curricular

seja rediscutida nas unidades escolares ao longo do processo de ensino e

aprendizagem, por todos os docentes e coordenadores pedagógicos envolvidos

com a EJA, sugerindo à Secretaria de Educação, possíveis alterações para melhorar

o currículo e adequá-lo ao Projeto Político Pedagógico das unidades escolares, pois

entende-se que o currículo da EJA é algo vivo e em constante mudanças.

Coordenadoria Técnica e Pedagógica

Secretaria de Educação- SEDUC

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1.0-PROPOSTA CURRICULAR PARA

1º SEGMENTO-1º a 4 º série EJA 02 /EJA 03

1.1- ÁREAS DE CONHECIMENTO

As propostas educacionais mais recentes buscam a estruturação de seus programas

pautados em uma pedagogia das competências, visto que esta concepção extrapola

o campo teórico para adquirir materialidade pela organização dos currículos e

programas escolares. Nesse contexto, a noção de competência pode ser analisada

na perspectiva das pedagogias psicológicas, desde sua identidade original até a

aproximação mais recente com o construtivismo. Por este prisma, a apropriação de

uma noção originária da psicologia cognitiva confere à educação o papel de adequar

as necessidades de aprendizagens às relações sociais contemporâneas.

Nesse campo, a especificidade da Educação de Jovens e Adultos encontra no

percurso formativo delineado por competências uma área fértil para que as

disciplinas não sejam fragmentadas, mas apresentem articulações, contradições e

problematizações onde os educandos possam desenvolver as habilidades correlatas

para aquisição de determinadas competências propícias à abordagem da sociedade

atual, conforme se explicitará no decorrer deste documento.

As exigências educativas para o público de EJA estão diretamente relacionadas a

diferentes dimensões da vida, do trabalho e da participação social, política e

desenvolvimento cultura das pessoas. Por isso, a proposta curricular que

apresentamos não aborda as disciplinas e seus conteúdos de forma isolada, mas a

articulação entre demandas de aprendizagens e suas estratégias para um ensino

que possibilite um conjunto de habilidades necessárias a consolidação do exercício

da cidadania.

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Para tanto, as áreas de conhecimento a serem desenvolvidas de forma integrada,

com base na proposta curricular do MEC para o primeiro segmento da Educação de

Jovens e Adultos, são as seguintes:

� Língua Portuguesa

� Matemática

� Estudos da Sociedade e da Natureza (Geografia, História e Ciências)

� Educação Física

Os conhecimentos relativos a estas áreas referem-se ao domínio e uso competente

dos saberes identificados para cada etapa ou nível de aprendizagem em que o

educando se encontra, possibilitando superações e alcance dos critérios adotados

como parâmetro de avaliação, através da análise das atividades desenvolvidas

expressas como “competências”, “habilidades” e “conteúdos”.

Assim, a condução metodológica para esta proposta curricular dado a sua estrutura

apresenta-se como elemento novo centrado não na conceituação e replicação de

conteúdos, mas em uma análise mais ampla de todo o contexto do ensino, não se

restringindo apenas a tarefas conteudistas, mas ao exercício dos conhecimentos

constantes nestas áreas.

1.2- OBJETIVOS GERAIS

1.2.1- ESPECIFICOS

• Propiciar aos educandos a reflexão sobre a cidadania, favorecendo a

formação de um cidadão crítico e consciente de seus direitos e deveres,

capaz de se tornar um agente transformador da realidade;

• Possibilitar aos educandos a vivência de uma ação participativa e democrática

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na prática efetiva da escola e da sala de aula, em busca da autonomia;

• Oportunizar aos educandos da classe popular o resgate do direito relativo à

apropriação dos espaços culturais da cidade de Camaçari, tanto como forma

de conhecimento, quanto enriquecimento pessoal;

• Garantir aos jovens e adultos a construção psicogenética da língua escrita,

bem como a complementação do processo de alfabetização, propiciando uma

formação intelectual integral nas diferentes áreas, visando a construção do

conhecimento, indispensável à educação.

• Criar condições para que os educandos possam construir conhecimentos

através da formulação de hipóteses e do confronto destas com outras,

resolvendo problemas, num processo ativo de interação sujeito-objeto;

1.2.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Que os educandos sejam capazes de:

• Dominar instrumentos básicos da cultura letrada, que lhes permitam melhor

compreender e atuar no mundo em que vivem.

• Ter acesso a outros graus ou modalidades de ensino básico e

profissionalizante, assim como a outras oportunidades de desenvolvimento

cultural.

• Incorporar-se ao mundo do trabalho com melhores condições de desempenho

e participação na distribuição da riqueza produzida.

• Valorizar a democracia, desenvolvendo atitudes participativas, conhecer

direitos e deveres da cidadania.

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• Desempenhar de modo consciente e responsável seu papel no cuidado e na

educação das crianças, no âmbito da família e da comunidade.

• Conhecer e valorizar a diversidade cultural brasileira, respeitar diferenças de

gênero, geração, raça e credo, fomentando atitudes de não-discriminação.

• Aumentar a auto-estima, fortalecer a confiança na sua capacidade de

aprendizagem,valorizar a educação como meio de desenvolvimento pessoal e

social.

• Reconhecer e valorizar os conhecimentos científicos e históricos, assim como

a produção literária e artística como patrimônios culturais da humanidade.

• Exercitar sua autonomia pessoal com responsabilidade, aperfeiçoando a

convivência em diferentes espaços sociais.

1.3- ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

A organização curricular reflete um conjunto de idéias e valores que norteiam o

trabalho docente, os quais influenciam as relações na sala de aula. Desta forma, o

currículo deve ser organizado a partir das reflexões e definições constantes na

Proposta Pedagógica da escola.

Deve- se considerar alguns aspectos na organização curricular, tais como: o

currículo não é um instrumento neutro, passa a ideologia que a classe dominante

utiliza para a manutenção de privilégios; não deve ser separado do contexto social,

no qual o educando está inserido; e, finalmente, o conhecimento sistematizado deve

ser integrado, com o objetivo de diminuir o isolamento que ocorre entre os

componentes curriculares.

Assim, a EJA será constituída de uma especificidade curricular, que considere as

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características próprias dos jovens e adultos, assim como, seus interesses, suas

condições de vida, de trabalho e suas motivações para acessar o conhecimento

sistematizado e ressignificar o conhecimento já adquirido.

A Grade Curricular estará dividida conforme o projeto município desde que

amparada pelo CNE- Resolução nº. 01 de 05/07/2000 (Institui as diretrizes

curriculares para EJA); pelo CEE Resolução n° 138 de 20/11/2001 (estabelece

diretrizes para educação básica. na modalidade de EJA no Sistema de Ensino do

Estado da Bahia); e pelo CME- Resolução nº. 004 de 09706/2004, Art. 13 (Fixa

normas para o funcionamento da EJA, e dá outras providências, bem como as leis

federais vigentes LDB nº. 9.394/96,lei 10.639 e a Constituição Federal.

1.3.1- HISTÓRICO E CONCEPÇÃO DAS ÁREAS/DISCIPLINAS 1.3.1.1- LÍNGUA PORTUGUESA

A área de Língua Portuguesa permeia todas as demais áreas de conhecimento, pois

é o principal componente de qualquer estudo ou situação para acesso à informação,

dando suporte as diferentes expressões orais, escritas, organização das idéias e

representações da cultura e dos saberes de cada pessoa.

A LINGUAGEM ORAL:

O uso da Língua Portuguesa abrange o desenvolvimento da oralidade, ao exercício

da leitura e escrita e organização mental com apoio da memória. Para tanto, as

estratégias didáticas devem proporcionar situações comunicativas que façam uso

dos recursos lingüísticos diversos e adequados a cada tipo de situação, favorecendo

a compreensão de domínio dos recursos básicos da representação alfabética, da

ortografia, pontuação e adequação a função social da leitura e escrita.

Sabemos que a linguagem oral é o recurso lingüístico primordial a todos os serem

humanos, pois é através da comunicação oral que nos desenvolvemos e interagimos

com o mundo e por onde se dá o processo de aprendizagem da leitura e escrita.

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Em turmas de educação de jovens e adultos o professor deve acolher as diversas

formas de expressão dos alunos, uma vez que estes trazem uma forte bagagem

cultural que se expressa no vocabulário regional, sotaques, modismos e variações

lingüísticas que caracterizam a linguagem oral. Portanto, é preciso lembrar que a

linguagem oral possui uma natureza mais flexível que a escrita pois são decorrentes

de um contexto e “enraizamento” sociocultural.

A LINGUAGEM ESCRITA:

Os jovens e adultos, mesmo os que nunca frequentam uma sala de aula, têm

conhecimentos sobre a escrita, pois convivem desde cedo em uma sociedade letrada

em que todas as situações de comunicação e informação estão presentes de forma

alfabética. São documentos pessoais, placas de sinalização, linhas de ônibus,

receitas medicas, nomes de ruas, cidades etc. Ou seja, quando os alunos chegam à

sala de aula já trazem vários conhecimentos prévios sobre a escrita e cabe ao

professor criar situações para valorizar os que eles sabem e propor situações de

aprendizagem até que os mesmos alcancem a autonomia necessária para ler,

compreender e fazer inferências sobre a escrita.

Para que o trabalho com a linguagem escrita, assim como para a oral, podem ser

utilizados diferentes portadores textuais que fazem parte do cotidiano dos alunos,

folhetos de propagandas, jornais, cartas, receitas, cartazes e outros portadores

textuais que possibilitem ler e escrever textos variados.

É importante ressaltar que o objetivo central no ensino da Língua Portuguesa é

formar bons leitores e produtores de textos. Portanto, é preciso utilizar atividades que

envolvam uma análise mais ampla da linguagem e seus códigos, oportunizando

desde a compreensão de que para cada fonema existe uma determinada grafia até a

expressão adequada para cada intenção comunicativa.

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1.3.1.2- MATEMÁTICA

A Matemática como ciência engloba varias relações e coerências com as demais

áreas do conhecimento. Ela se faz presente nas situações de Comunicação e

Expressão, nas Ciências exatas e naturais como base para resolução de problemas

com a utilização de raciocínios cada vez mais elaborados com vistas ao exercício

cognitivo para estruturação do pensamento.

Na educação de jovens e adultos estes conhecimentos matemáticos precisam ser

orientados de forma a que os alunos construam as noções formais das operações,

visto que em sua grande maioria já apresentam saberes “informais” sobre cálculos e

utilizam estratégias de aproximação e outros procedimentos de contagem com

coerência, mas não dominam as representações simbólicas convencionais da

matemática.

Neste área do conhecimento o professor de EJA precisa interagir com a “fala

matemática” do aluno para compreender o processo do raciocínio e levar o

educando a expor seus pontos de vista, descrevendo a resolução de problemas de

forma investigativa e estimulando a produção dos registros e representações

simbólicas presentes nestas operações.

Para uma abordagem significativa da matemática na vida do aluno é preciso que as

situações apresentadas estejam vinculadas as suas necessidades do cotidiano,

promovendo a leitura e interpretação das questões, formulação de hipóteses e

procedimentos necessários para resolução e não o exercício mecânico de aplicação

de regras e conceitos isolados da matemática.

1.3.1.3- ESTUDOS DA SOCIEDADE E DA NATUREZA (Geografia, História e

Ciências)

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A sociedade contemporânea impõe uma atualização constante diante das

tecnologias, sobretudo diante das transformações sociais e políticas que afetam o

mundo em que vivemos onde os fenômenos das ciências naturais precisam ser

compreendidos em toda sua complexidade e não estar restrito a conceitos

historicamente formulados.

Assim, os blocos desta área de conhecimento incorporam elementos que dizem

respeito diretamente a vida dos educandos, como reflexão sobre as questões sociais

do local em que vivem, do pais e do mundo, aspectos relativos ao corpo humano,

qualidade de vida, respeito e valorização das diferentes culturas, bem como as

relações estabelecidas entre os seres humanos e o meio ambiente que tanto

preocupa a humanidade nos dias atuais.

Enfatiza-se na Educação de Jovens e Adultos o conhecimento sobre a organização

política e social do pais, estabelecendo relações com a conjuntura da realidade em

evidência e os fatores que colaboraram para o estágio atual, bem como

compreender o seu “lugar de cidadão” na sociedade em que está inserido.

Para tanto, a abordagem metodológica desta área de conhecimento deve partir da

problematização de situações vivenciadas no cotidiano, oportunizando que os alunos

expressem seus conhecimentos prévios acerca dos assuntos abordados e

contribuam para uma conceituação mais significativa dos fenômenos abordados em

sala de aula.

1.3.2- CURRICULO POR COMPONENTE

Língua Portuguesa

Os cursos destinados à Educação de Jovens e Adultos devem oferecer a quem os

procura a possibilidade de desenvolver as competências necessárias para a

aprendizagem dos conteúdos escolares, bem como a possibilidade de aumentar a

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consciência em relação ao estar.no mundo, ampliando a capacidade de participação

social, no exercício da cidadania. Para realizar esses objetivos, o estudo da

linguagem é um valioso instrumento.

Qualquer aprendizagem só é possível por meio dela, já que é com a linguagem que

se formaliza todo conhecimento produzido nas diferentes disciplinas e que se

explica a maneira como o universo se organiza.

O estudo da linguagem verbal traz em sua trama tanto a ampliação da modalidade

oral, por meio dos processos de escuta e de produção de textos falados, como o

desenvolvimento da modalidade escrita, que envolve o processo de leitura e o de

elaboração de textos.

Além dessa dimensão mais voltada às práticas sociais do uso da linguagem, o

estudo da linguagem envolve, também, a reflexão acerca de seu funcionamento,

isto é, dos recursos estilísticos que mobiliza e dos efeitos de sentido que produz.

Participa-se de um mundo que fala, escuta, lê, escreve e discute os usos desses

atos de comunicação. Para compreendê-lo melhor, é necessário ampliar

competências e habilidades envolvidas no uso da palavra, isto é, dominar o discurso

nas diversas situações comunicativas, para entender a lógica de organização que

rege a sociedade, bem como interpretar as sutilezas de seu funcionamento. A tarefa

de ensinar a ler e a escrever e tudo que envolve a comunicação favorece a

formação d essa estrutura de pensamento específico e ajuda a desenvolver as

habilidades que implicam tal competência. O trabalho com a oralidade e a escrita

anima a vontade de explicar, criticar e contemplar a realidade, pois as palavras são

instrumentos essenciais para a compreensão do mundo.

Em uma série de circunstâncias, a necessidade do uso da linguagem se manifesta:

da leitura do nome das placas à leitura de jornais, textos científicos, poemas e

romances; da elaboração de um bilhete à comunicação e expressão de

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pensamentos próprios e alheios. Daí a importância de uma educação que permita

ao aluno da EJA ter uma experiência ativa na elaboração de textos, uma educação

que discuta o papel da linguagem verbal, tanto no plano do conteúdo como no plano

da expressão. É importante que o aluno perceba que a língua é um instrumento

vivo, dinâmico, facilitador, com o qual é possível participar ativamente e

essencialmente da construção da mensagem de qualquer texto. As experiências

conseguidas por meio da escuta e da leitura de textos, bem como do freqüente

exercício de expressar idéias oralmente e por escrito, são grandes fontes de energia

que impulsionam novas descobertas, elaboração e difusão de conhecimento. Um

texto, como a decifração de qualquer ato de comunicação, é, antes de tudo, uma

prática social que se dá na interação com o outro.

Conscientizar o aluno da EJA sobre esse processo, tarefa da área de Língua

Portuguesa, é estabelecer a cumplicidade entre ele e a palavra.

Matemática

As exigências do mundo moderno têm pressionado as sociedades a investir na

elevação dos níveis de escolarização de toda a população. Os esforços de inclusão

de jovens e adultos nos sistemas escolares aos quais eles não tiveram acesso

quando crianças e adolescentes respondem por essas exigências e são, em grande

parte, definidos por elas. A quase totalidade dos alunos desses programas são

trabalhadores, com responsabilidades profissionais e domésticas, pouco tempo de

lazer e expectativas de melhorar suas condições de vida. No entanto, esses

programas não devem se ater à preparação de mão-de-obra especializada nem se

render, a todo instante, às oscilações do mercado de trabalho, mas, sim, desenvolver

uma educação que não dissocie escola e sociedade, conhecimento e trabalho e

coloque o aluno ante desafios que lhe permitam desenvolver atitudes de

responsabilidade, compromisso, crítica, satisfação e reconhecimento de seus direitos

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e deveres.

A Matemática tem um papel fundamental nessa formação. Aprender Matemática é

um direito básico de todas as pessoas e uma resposta a necessidades individuais e

sociais do homem.

Nesse aspecto, a Matemática pode dar sua contribuição à formação dos jovens e

adultos que buscam a escola, ao desenvolver metodologias que enfatizem a

construção de estratégias, a comprovação e a justificativa de resultados, a

criatividade, a iniciativa pessoal, o trabalho coletivo e a autonomia advinda da

confiança na própria capacidade para enfrentar desafios. Além disso, para exercer a

cidadania é necessário saber calcular, medir, raciocinar, argumentar, tratar

informações estatisticamente etc.

Outra contribuição da Matemática é auxiliar a compreensão de informações, muitas

vezes contraditórias, que incluem dados estatísticos e tomadas de decisões diante

de questões políticas e sociais que dependem da leitura crítica e interpretação de

índices divulgados pelos meios de comunicação.

De modo geral, um currículo de Matemática para jovens e. adultos deve procurar

contribuir para a valorização da pluralidade sociocultural e criar condições para que o

aluno se torne ativo na transformação de seu ambiente, participando mais

ativamente no mundo do trabalho, da política e da cultura.

Geografia

No ensino de Geografia para EJA, é importante que o aluno observe, interprete e

compreenda as transformações socioespaciais ocorridas em diferentes lugares e

épocas e estabeleça comparações entre semelhanças e diferenças relativas às

transformações socioespaciais do município, do estado e do país onde mora.

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Ele deve participar ativamente do procedimento metodológico da construção de

conhecimentos geográficos, valendo-se da cartografia como forma de representação

e expressão dos fenômenos socioespaciais; da construção, leitura e interpretação de

gráficos e tabelas; da produção de textos e da utilização de outros recursos que

possibilitem registrar seu pensamento e seus conhecimentos geográficos. O

educando deve ser conduzido a examinar um tema, a analisar e a refletir sobre a

realidade, utilizando diferentes recursos e métodos da Geografia e valendo-se do

modo de pensar próprio dessa disciplina.

Para concretizar esse processo de trabalho com o estudante, é fundamental que

seja elaborado um projeto para estabelecer os objetivos e conteúdos a serem

tratadas, as diferentes discussões sobre os temas escolhidos, as formas, as

possibilidades e os meios de trabalhar esses conteúdos. É necessário que o

professor estude e reflita coletivamente, com áreas afins ou mesmo individualmente,

para escolher o objeto de estudo que deve interessar os alunos da EJA e ampliar o

conhecimento deles sobre a realidade.

É fundamental que, no desenvolvimento da aprendizagem dos alunos da EJA, sejam

valorizados os conceitos e categorias da Geografia já apropriados por eles,

estabelecendo um elo com as noções dos diferentes espaços conhecidos em seu

cotidiano. A partir de sua realidade, gradativamente e dialogando sobre os

conhecimentos que obtiveram de modo informal com os saberes geográficos já

adquiridos na escola, que esses alunos possam estabelecer ligações entre esse

cotidiano e os diferentes espaços geográficos - local, regional, nacional e

internacional.

Esses conhecimentos geográficos que os alunos da EJA já detêm irão contribuir

para a sistematização e ampliação dos conceitos e noções necessários para ajudá-

Ios a fazer a leitura e a análise do lugar em que vivem, a relacionar e a comparar o

espaço local, o espaço brasileiro e o espaço mundial, ajustando a escola às

demandas sociais atuais.

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Segundo os PCNs, a Geografia estuda as relações entre o processo histórico que

regula a formação das sociedades humanas e o funcionamento da natureza, por

meio da leitura do espaço geográfico e da paisagem. As percepções, as vivências e

a memória dos indivíduos e dos grupos sociais são, portanto, elementos importantes

na leitura da espacial idade da sociedade, tendo em vista a construção de projetos

individuais e coletivos que transformam os diferentes espaços em diferentes épocas,

incorporando o movimento e a velocidade, os ritmos e a simultaneidade, o objetivo e

o subjetivo, o econômico e o social, o cultural e o individual.

Ciências Naturais

O ensino de Ciências Naturais vem passando por profundas transformações nas

últimas décadas. Tradicionalmente priorizam-se a descrição dos fenômenos naturais

e a transmissão de definições, regras, nomenclaturas e fórmulas, muitas vezes sem

se estabelecerem vínculos com a realidade do estudante, o que dificulta a

aprendizagem. As discussões acumuladas sobre o ensino de Ciências apontam para

um ensino mais atualizado e dinâmico, mais contextualizado, onde são priorizados

temas relevantes para o aluno, ligados ao meio ambiente, à saúde e à transformação

científico-tecnológica do mundo e à compreensão do que é Ciência e Tecnologia.

Busca-se a promoção da aprendizagem significativa tal que ela se integre

efetivamente à estrutura de conhecimentos dos alunos e não aquela realizada

exclusivamente por memorização, cuja função é ser útil na hora da prova. A

aprendizagem significativa é uma teoria da Psicologia desenvolvida com base em

diversos estudos teóricos e práticos. Ela afirma que toda aprendizagem real tem por

base conhecimentos anteriores, que são modificados, ampliados ou renegados

mediante a aquisição de novas informações e de novas reflexões sobre um

determinado conteúdo.

No caso de Ciências Naturais, esses conteúdos são temas ou problemas relativos

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aos fenômenos naturais e às transformações promovidas pela ação humana na

natureza.

A mesma tendência vem sendo conferi da no campo da EJA, com novas propostas,

de modo que a área de Ciências possa colaborar com a melhoria da qualidade de

vida do estudante e a ampliação da compreensão do mundo de que participa,

profundamente marcado pela Ciência e pela Tecnologia.

É preciso selecionar temas e problemas relevantes para o grupo de alunos, de modo

que eles sejam motivados a refletir sobre as suas próprias concepções. Essas

concepções podem ter diferentes origens: na cultura popular, na religião ou no

misticismo, nos meios de comunicação e ainda na história de vida do indivíduo, sua

profissão, sua família etc.

São explicações muitas vezes arraigadas e preconceituosas, chegando a constituir

obstáculo à aprendizagem científica.

Os estudos, as discussões e a atuação do professor devem ajudar os alunos a

perceber e a modificar suas explicações. Portanto, é essencial oferecer

oportunidades para que desenvolvam o hábito de refletir sobre o que expressam

oralmente ou por escrito. Sob. a condução do professor, os alunos questionam-se e

contrapõem as observações de fenômenos, estabelecendo relações entre

informações. Assim, podem tornar-se indivíduos mais conscientes de suas opiniões,

mais flexíveis para alterá-Ias e mais tolerantes com opiniões diferentes das suas.

Essas atitudes colaboram para que o aluno cuide melhor de si e de seus familiares,

permanecendo atento à prevenção de doenças, às questões ambientais, e se utilize

das tecnologias existentes na sociedade de forma também mais consciente.

História

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Geralmente os alunos da EJA, como também acontece com os adolescentes e

alunos de cursos noturnos do Ensino Fundamental regular, trazem uma concepção

prévia de que a História estuda o passado. Isso é fruto, entre outras razões, do fato

de que na maioria das escolas brasileiras ainda se ensina essa disciplina de forma

bastante tradicional, fundamentada numa visão de tempo linear, e também

verbalista, com base em aulas expositivas sobre temas desvinculados de

problemáticas da vida real, nas quais o professor entende ser seu papel apenas

fornecer conhecimentos aos estudantes.

Outra idéia comum entre alunos da EJA e de outras faixas etárias é a de que obras e

documentos históricos são como verdades inquestionáveis. O educador deve estar

atento a isso e planejar momentos em que essas concepções prévias sejam

questionadas. Também deve considerar que tanto os textos quanto os diferentes

tipos de fontes constituem versões da realidade. Dois exemplos de atividades, para

ilustrar essas idéias: comparar textos didáticos que tenham visões diferentes sobre

um mesmo tema; comparar matérias de diversos jornais escritos que tratem de

assunto atual de interesse dos estudantes e relacionar o tema a outros momentos

históricos.

Como apontam os Parâmetros Curriculares Nacionais de História, o conhecimento

histórico é "um campo de pesquisa e produção de saber em permanente debate que

está longe de apontar para um consenso". Assumir essa postura diante do

conhecimento é também perceber que, no espaço escolar, "o conhecimento é uma

re-elaboração de muitos saberes, constituindo o que se chama de saber histórico

escolar", elaborado no "diálogo entre muitos interlocutores e muitas fontes", sendo

"permanentemente reconstruído a partir de objetivos sociais, didáticos e

pedagógicos".

Além de questionar as visões tradicionais da História e do ensino dessa disciplina

nas escolas, é fundamental que os professores da EJA busquem entender a

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realidade do mundo atual juntamente com seus estudantes e também que os

incentivem a se tornarem cidadãos ativos nas suas comunidades. Nesse processo, é

importantíssimo buscar o resgate dos valores humanísticos, principalmente entre

aquelas pessoas que vivem nos grandes centros urbanos do Brasil e do mundo,

regiões em que o consumismo, o imediatismo e o "presentismo" têm marcado as

relações sociais.

Como atualmente a maioria dos alunos da EJA têm mais idéias e percepções sobre

o mundo atual, o professor deve aproveitar essa característica para aprofundar suas

capacidades de refletir sobre as mudanças e as permanências nos temas e

sociedades em estudo. Desenvolvendo essa capacidade de comparar e a habilidade

de opinar sobre determinado tema histórico, estaremos contribuindo decisivamente

para o incentivo à participação de alunos e professores na vida política, social,

cultural e econômica .de suas comunidades. Assim agindo, o professor estará

valorizando o estudo sobre a variedade das experiências humanas.

Artes

Sugere-se que o professor propicie a aprendizagem dos conhecimentos artísticos,

enfatizando a ampliação da expressividade, do processo criador e estético e das

habilidades artísticas dos jovens e adultos, levando-os a ampliar a sensibilidade, a

percepção, a reflexão e a imaginação.

Os conhecimentos da arte abrem - perspectivas para que os jovens e adultos tenham

uma compreensão do mundo na qual a dimensão poética esteja presente: a arte

ensina que é possível transformar continuamente a existência; que é preciso mudar

referências a cada momento, ser flexível. Isso quer dizer que criar e conhecer são

indissociáveis e a flexibilidade é condição fundamental para aprender.

O ser humano que não conhecer arte tem a experiência limitada, escapa-lhe a

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dimensão do sonho, da força comunicativa dos objetos à sua volta, da sonoridade

instigante da poesia, das criações musicais, das cores e formas, dos gestos e luzes

que buscam o sentido da vida.

1.3.3– OBJETIVOS DAS DISCIPLINAS:

1.3.3.1- OBJETIVOS DIDÁTICOS PARA LINGUA PORTUGUESA:

• Reconhecer e utilizar a grafia das letras de forma cursiva, maiúscula,

minúscula e de forma;

• Relacionar fonema/grafia

• Distinguir letras, silabas, palavras e textos;

• Identificar sinais de pontuação mais usuais (.,?!:..)

• Utilizar espaçamentos adequados em textos;

• Reconhecer a funcionalidade da escrita;

• Usar a ortografia adequada nos encontros vocálicos, consonantais e dígrafos;

• Ler com coerência e inferir sobre a leitura;

• Comunicar-se com clareza de idéias por escrito;

• Reconhecer diferentes tipologias textuais e suas funcionalidades;

• Ter autonomia para produzir textos pessoais (ex. autobiogafia).

1.3.3.2- OBJETIVOS DIDÁTICOS PARA MATEMÁTICA:

• Reconhecer a importância dos números no cotidiano;

• Quantificar números de diferentes ordens numéricas;

• Construir estratégias para resolução de problemas;

• Ordenar números naturais;

• Ler e escrever números;

• Interpretar gráficos e dados;

• Empregar corretamente termos da unidade ao milhar;

• Compor e decompor números naturais;

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• Identificar valor posicional dos números;

• Resolver situações envolvendo porcentagem;

• Analisar e resolver diferentes situações-problema;

• Efetuar cálculos utilizando as quatro operações básicas (adição, subtração,

divisão, multiplicação);

• Utilizar o cálculo mental como hipótese e conferir de forma escrita o resultado;

• Estabelecer relações entre a matemática e demais áreas de conhecimento;

• Organizar dados informativos em forma de tabela e gráfico;

• Ter noção de lucro e prejuízo em situações de compra;

• Interpretar e reproduzir informações em forma de frações;

• Utilizar as terminologias das operações matemáticas (dividendo, quociente,

produto..)

1.3.3.3- OBJETIVOS DIDÁTICOS PARA ESTUDOS DA SOCIEDADE E DA

NATUREZA:

• Expressar suas experiências de vida, valorizando-as e resignificando no

contexto da formação escolar;

• Respeitar as diferenças de gênero, etnia, credo e culturas presentes na sala

de aula;

• Ordenar cronologicamente fatos significativos de sua vida e situações

ocorridas no país ou outros espaços;

• Compreender a relação entre o desenvolvimento tecnológico e a preservação

do meio ambiente;

• Localizar no mapa espaços geográficos como município, estado, pais,

continente, mundi;

• Identificar órgãos e atuações entre os poderes públicos;

• Relacionar condições de saneamento básico e seus impactos na qualidade de

vida;

• Desenvolver noção de consumo consciente dos recursos naturais como bens

da humanidade (água, solo, ar)

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• Reconhecer os sistemas do corpo humano e suas funções;

• Relacionar a reprodução humana com fatores de risco como gravidez não

planejada e DST’s;

• Valorizar a pluralidade cultural do Brasil, compreendendo os fatores que

impulsionaram para determinadas manifestações culturais;

• Identificar elementos históricos de forma analítica e construindo sua

percepção para os fatos descritos.

1.4- CURRICULAR/CONTEÚDOS

1.4.1-EJA 02- 1ª e 2ª série

1.4.1.1-LÍNGUA PORTUGUESA

- Leitura e interpretação:

� comunicação oral e escrita;

� linguagem verbal e não verbal;

� tipologias textuais diversificadas: textos informativos, narrativos,

dissertativos, de correspondência, lúdicos e didáticos;

� variações lingüísticas: linguagem formal e informal; );> introdução ao texto

literário -verso e/ou prosa;

� leitura de pura fruição;

- Produção de textos orais e escritos:

� escrita do próprio nome;

� escrita de listas: nomes de animais, brincadeira, ingredientes, receitas ...

� escrita de textos previamente conhecidos pelos alunos: textos populares,

letra de música, cantigas de roda, parlenda, trava-língua;

� escrita de histórias: relatos de casos ouvidos ou vivenciados, histórias em

quadrinhos, contos e lendas;

� escrita de outras tipologias textuais: textos conversacionais, apelativos;

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informativos, publicitários;

- Análise Lingüística:

� variações lingüísticas: língua formal/informal - escrita! falada; fala regional;

transposição da linguagem não verbal para verbal;

� conceituação e classificação das palavras;

� construção frasal: conceituação de parágrafos, uso de pontuação, ordem

das palavras, elementos coesivos, argumentação e coerência textual;

- Revisão de Textos:

� revisão de textos produzidos pelos alunos: o texto como objeto de reflexão

sistematização ortográfica e gramatical; aspectos discursivos da linguagem

escrita; análise .dos elementos da textualidade: coerência e coesão;

- Domínio do Código:

� frases e expressões;

� período simples;

� registro formal culto - definição e conceituação de aspectos gramaticais;

� fonética e fonologia;

1.4.1.2- MATEMÁTICA

- Números e Operações:

� conhecimento lógico matemático;

� números naturais: problemas e operações;

� número racional: parte e todo;

� sistema de numeração decimal;

- Espaço e Forma:

� espaço tridimensional, bidimensional;

� figuras planas e não planas: corpos redondos e

poliedros;

- Grandezas e Medidas:

� medidas padronizadas e não padronizadas;

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� sistema monetário brasileiro: cédulas e moedas;

- Dados e Informações e o Uso Social:

� coletar e organizar informações;

1.4.1.3- HISTÓRIA

Memória e Identidade Cultural

- Tempo: presente, passado e perspectiva para o futuro:

� as relações sociais - o ser humano e sua influência na

sociedade;

� a cultura como produção social;

� a diversidade - as características do ser humano;

� história de vida;

� a história de família, núcleo familiar; a formação familiar e sua

estrutura nos diferentes momentos históricos;

- Sociedade e o Convívio Social:

� o bairro;

� organização e estrutura social, diferentes instituições religiosas e

suas manifestações;

1.4.1.4- GEOGRAFIA

- Relações Espaciais:

� noções de espaço:

* relações topológicas (conhecimentos de escala);

* relação projetiva

* coordenadas geográficas

� percepção do espaço:

* observação e descrição do lugar

* comparação de lugares

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1.4.1.5- CIÊNCIAS

- Saúde:

� cuidados com o corpo: hábitos saudáveis; estudo dos

sentidos

- Seres vivos:

� animais domésticos

� plantas ornamentais, nativas e cultivadas

- Ecossistemas:

� elementos do meio - solo, água, ar, ciclo da água ,

� energia - tipos de energia e transformações

- Noções da Astronomia:

� movimentos da terra, estações do ano/ dia e

noite

� posição da terra em relação aos demais

planetas,

� fases da lua/ influência sobre a biosfera

� corpos celestes - iluminados e luminosos (sol)

� interferências dos fatos abióticos sobre os bióticos (fases da lua,

estações do ano, posição da terra)

1.4.2- EJA 03- 2ª ETAPA DO ENSINO FUNDAMENTAL

1.4.2.1- LÍNGUA PORTUGUESA

- Leitura e interpretação:

� comunicação oral e escrita;

� linguagem verbal e não verbal;

� tipologias textuais diversificadas: textos informativos, narrativos,

dissertativos, de correspondência, lúdicos e didáticos;

� variações lingüísticas: linguagem formal e informal;

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� textos: literário, apelativos, publicitários, conversacionais, jornalísticos e

epistolares

- Produção de textos orais e escritos:

� escrita de relatos e experiências vivenciadas

� escrita de histórias literárias, lendas, ou situações reais do cotidiano ~

estrutura textual: narrativo/dissertativo/diálogo

� escrita de letras de música, cantigas de roda, histórias em quadrinhos

� escrita de outras tipologias textuais: textos conversacionais, apelativos;

informativos, publicitários;

- Análise Lingüística:

� variações lingüísticas: língua formal/informal - escrita/ falada; fala regional;

transposição da linguagem não verbal para verbal;

� conceituação, formação e classificação das palavras;

� construção frasal: emprego e uso adequado dos recursos gráficos,

emprego dos elementos coesivos; argumentação, informatividade/

coerência e coesão textual

� construção frasal

� adequação lexical

- Revisão de Textos:

� reescrituração do próprio texto e/ou de textos produzidos por outros

alunos

� aspectos discursivos da linguagem escrita

� análise dos elementos da textualidade: coerência e coesão; adequação

de elementos coesivos, progressão e continuidade textual

- Domínio do Código: � frases e expressões

� períodos: simples e composto

� registro formal culto - definição e conceituação de aspectos gramaticais;

� introdução a morfologia

1.4.2.2-MATEMÁTICA

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- Números e Operações:

� conhecimento lógico matemático;

� sistema de numeração decimal;

� números naturais: problemas e

operações

� números racionais (frações): problemas e

operações

� números decimais: problemas e operações

� porcentagem

- Espaço e Forma:

� objetos tridimensionais, bidimensionais e unidimensionais;

� sólidos geométricos: corpos redondos e poliedros

� figuras planas;

- Grandezas e Medidas:

� medidas padronizadas

� sistema monetário brasileiro: real e centavo;

- Tratamento de Informação:

� probabilidade;

� coleta de dados: lista, tabelas e gráficos

1.4.2.3- HISTÓRIA

- Sociedade e o Convívio Social:

� a escola

História do Local e do Cotidiano:

� relações sociais: influências do ser humano na

sociedade

� a cidade - contexto político, cultural, econômico e social

� o estado - contexto político, cultural, econômico e social

� o país - contexto político, cultural, econômico e social

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1.4.2.4- GEOGRAFIA

- Relação Espaço-temporal:

� representação espacial

� representação gráfica dos lugares

� confecção de maquete, construção e leitura de gráficos,

descrição de gravuras e fotos, leitura de mapas e

localização

� organização histórico-cultural

� identificação histórico-cultural no tempo e no espaço

Obs.: Trabalhar os mesmos conteúdos nas duas séries com

aprofundamentos diferenciados, de acordo com o nível da classe

1.4.2.5- CIÊNCIAS

- Astronomia

� movimentos de translação e rotação

� utilização adequada dos recursos ambientais como fonte de energia

- Fatores abióticos:

� abordagem da qualidade do ar, água e solo no presente e passado, e

expectativas para o futuro

� práticas de uso e conservação do solo

� poluição - água, solo e ar

� destino adequado do lixo

- Fatores bióticos:

� seres vivos: níveis de organização (célula, tecido, órgão, sistema,

organismo, indivíduo, população, comunidade, ecossistema, biosfera)

� vegetais ( principais grupos, órgão vegetativos, órgão reprodutivos,

relação com o meio e o homem)

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� animais (características gerias dos invertebrados e vertebrados; relações

com o meio e o homem)

� corpo humano (estrutura e funcionamento do organismo humano)

- Ecossistema

� noções de ecologia (espécie, população, comunidade; cadeia e teia

alimentares)

� identificação de ecossistemas regionais '

� noções de conservação ambiental

1.4.2.6- ARTES – EJA 02 E EJA 03

� artes visuais;

� dança;

� música;

� teatro;

1.3- METODOLOGIA

Primeiramente faz-se necessário apresentar algumas considerações, com o objetivo

de aprimorar as ações didático-metodológicas que deverão ser aplicadas na EJA, a

saber:

• A EJA destina-se ao crescimento individual e coletivo do educando, com vistas

à aprendizagem e qualificação permanente do mesmo, em que possibilita

uma flexibilização na organização curricular e, primordialmente considera a

realidade dessa clientela.

• A Proposta Pedagógica da Unidade Escolar deverá registrar a oferta da

Educação de Jovens e Adultos elencando sua organização curricular,

destacando, entre outros aspectos, a organização do tempo e do espaço

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escolar, a metodologia utilizada, o processo de avaliação e a relação da

Unidade Escolar com as práticas sociais.

Assim, estes elementos devem inter-relacionarem- se, no sentido de promoverem ao

educando uma aprendizagem significativa, onde o referido reeducando entenda-se

como um agente condutor dessa aprendizagem, portanto, a metodologia utilizada

pelos docentes e encaminhada pelo coordenador pedagógico que atuarão na EJA,

deverá apresentar as seguintes características:

� superação da cultura do repasse - o educando não é uma "tábua rasa", ao

contrário, os jovens e adultos possuem experiências e conhecimentos

pessoais, assim como, são agentes sociais, ainda, que sua participação social

seja passiva .

� desmistificação da linearidade do conhecimento - o conhecimento não ocorre

de uma única forma ou a partir de um pré-requisito, mas na rede de relações

que estabelece entre o objeto a ser apreendido e os demais objetos" e, ainda

acontecimentos que o cercam. Em outras palavras, essas relações articulam-

se em redes, construídas social e individualmente, estabelecendo conexões

entre diferentes contextos.

� acolhimento ao educando - a clientela da EJA é parte de uma demanda

peculiar, com características específicas, por isso, deve-se reconhecer a

diversidade e buscar formas de acolhimento, no intuito de evitar o fracasso

escolar e a evasão.

A promoção do acolhimento aos educandos da EJA revela uma árdua tarefa, pois

este deve envolver tanto os aspectos de valorização do conhecimento, como as

formas de expressão de cada um, o processo de socialização, a realidade

sociocultural e a jornada de trabalho.

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� inclusão social - o público alvo dessa modalidade de ensino visa melhorar

suas perspectivas de inserção no mercado de trabalho, através de sua

elevação da escolaridade, expressa por uma certificação formal, entretanto,

há outros aspectos que motivam esse público, como dominar os saberes

sistematizados, cursar o ensino superior, ou ter reconhecimento social/

afirmação da auto-estima. Dessa forma, o educando ao retomar, deseja

reconstruir uma trajetória escolar, que outrora foi interrompida, onde os

conhecimentos apresentem significações relativas ao momento atual.

� interacão entre a unidade escolar e a comunidade - a unidade escolar deve

mostrar-se aberta e acessível, principalmente, para aqueles que não tiveram

acesso em idade própria, mobilizando a comunidade para possibilitar a

criação de espaços culturais e promover o exercício da cidadania, uma vez

que os conhecimentos adquiridos pelos educandos precisam apresentar

significações na realidade extra-escolar .

� momentos de reflexão - sendo o aprendiz um complexo processo de

construção, modificação e reorganização dos saberes sistematizados, o

educando internalizará e interpretará os novos conteúdos, considerando o

momento da escolaridade em que se encontra, as experiências vividas, os

conhecimentos construídos anteriormente e a forma de pensamento que

dispõe, portanto, os erros cometidos no percurso deverão servir para

redimensionar e ajustar as ações pedagógicas.

É importante ressaltar que as pessoas deverão interagir coletivamente

proporcionando a circulação de informações, a troca de experiências, a tomada de

decisões e que o objeto a ser aprendido tenha características socioculturais reais,

para que ocorra uma situação de aprendizagem eficaz, onde os conteúdos escolares

apresentem uma significação e um sentido .

� reconhecimento dos saberes populares e científicos - é necessário romper a

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preconceituosa barreira que separa os saberes, como se o saber popular não

fosse válido, verdadeiro. Os educandos não vislumbram o seu conhecimento

como algo legitimo, pois acreditam que a aprendizagem só ocorre pela

transmissão de informações, porém, o saber popular deve servir de ponto de

partida para a aquisição de outros saberes, nessa perspectiva os

conhecimentos se complementam .

� formação do educando como cidadão - a educação não é neutra, por isso,

deve assumir um caráter formador, isto é, ao optar pela transformação da

realidade deverá ser problematizadora, criativa e reflexiva, onde contribua

para que o educando passe da consciência ingênua à crítica, desvelando os

instrumentos de controle social, e, ainda, oportunizando ao cidadão assumir o

compromisso de atuar sobre a transformação social .

� avaliação - como elemento integrante da Proposta, direcionando a tomada de

decisões, o planejamento e demais ações pedagógicas, com o objetivo de

aprimorar e redimensionar o processo ensino-aprendizagem.

Deve-se pensar a avaliação como um fator regulador da aprendizagem, que esteja

integrada ao processo de aprendizagem, evitando a aplicabilidade da mesma em

momentos estanques ou pontuais, e até mesmo como instrumento de aferição.

Por isso, a reestruturação da organização curricular é imprescindível, considerando,

que na EJA são outras as especificidades dessa faixa etária, outros interesses,

expectativas e necessidades.

Ao adotar tal postura não significa que haverá desvalorização dos componentes

curriculares e conteúdos, mas significa que passarão a ser considerados como

recursos que subsidiarão os educandos, na sua formação básica e no exercício da

cidadania.

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Faz-se necessário, ainda, comentar o papel dos conteúdos na EJA, tendo em vista

que o jovem e adulto são sujeitos que já põem em ação conhecimentos construídos

experiências de vida.

Deste modo, o estudo e o aprendizado não devem ser definidos em função dos

componentes curriculares ou dos conteúdos, mas em função de temas estabelecidos

como importantes para esta modalidade de ensino.

Portanto, é preciso considerar numa perspectiva mais ampla, as diferentes

dimensões dos conteúdos, assim, não só os de natureza conceitual - aqueles que

envolvem a abordagem de conceitos, fatos e princípios - devem ser estudados, como

também os de natureza procedimental - expressam um saber fazer, de forma

ordenada, não-aleatória, visando uma meta - e atitudinal - neste incluem-se as

normas, valores e atitudes.

Incluir explicitamente o desenvolvimento de atitudes e trabalhar os valores, não

caracteriza controlar o comportamento dos educandos, mas interferir, quando

necessário, e, ainda, a organização das diferentes naturezas dos conteúdos deverá

ser contemplada em sua totalidade.

Quanto ao tempo didático, este refere- se ao tempo educativo de trabalho realizado

com o educando, nesta perspectiva, existem diferentes formas de administrar e de

organizá-Io. Considerando que a aprendizagem dos educandos necessita de

sucessivas reorganizações, pode- se propor diferentes modalidades organizativas,

como projetos, atividades permanentes, entre outras, as quais se articulam e

coexistem no fazer pedagógico do docente.

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1.6- COMPETÊNCIAS E HABILIDADES POR COMPONENTE

CURRICULAR

1.6.1- EJA 02

LÍNGUA PORTUGUESA

COMPETÊNCIAS HABILIDADES

1. Reconhecer as linguagens como elementos integradores dos sistemas de comunicação e construir uma consciência crítica sobre os usos que se fazem delas.

1. Reconhecer as linguagens como elementos integradores dos sistemas de comunicação. 2. Distinguir os diferentes recursos das linguagens utilizados em diferentes sistemas de comunicação e informação. 3. Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicação e informação para resolver problemas sociais e do mundo do trabalho. 4. Relacionar informações, considerando sua função social. 5. Posicionar-se criticamente sobre os usos sociais que se fazem das linguagens e dos sistemas de comunicação e informação.

MATEMÁTICA

COMPETÊNCIAS HABILIDADES

1. Compreender a Matemática como construção humana, relacionando o seu desenvolvimento com a transformação da sociedade.

1. Identificar e interpretar, a partir da leitura de textos apropriados, diferentes registros do conhecimento matemático ao longo do tempo. 2. Reconhecer a contribuição da matemática na compreensão e análise de fenômenos naturais, e da produção tecnológica ao longo da história. 3. Identificar o recurso matemático utilizado pelo homem, ao longo da história. 4. Identificar a matemática como importante recurso para construção da

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argumentação. 5. Reconhecer, pela leitura de textos apropriados, a importância da matemática na elaboração de proposta de intervenção solidária na realidade.

2. Ampliar formas de raciocínio e processos mentais por meio de indução, dedução, analogia e estimativa, utilizando matemáticos.

1. Identificar e interpretar conceitos e procedimentos matemáticos em diferentes formas. 2. Utilizar conceitos e procedimentos matemáticos para explicar fenômenos ou fatos cotidianos. 3. Utilizar conceitos e procedimentos matemáticos para construir formas de raciocínio que permitam aplicar estratégias para a resolução de problemas. 4. Identificar e utilizar conceitos e procedimentos matemáticos na construção de argumentação consistente. 5. Reconhecer a adequação da proposta de ação solidária, utilizando conceitos e procedimentos matemáticos.

HISÓRIA E GEOGRAFIA

COMPETÊNCIAS HABILIDADES

1. Compreender processos sociais utilizando conhecimentos históricos e geográficos.

1. Identificar diferentes formas de representação de fatos e fenômenos históricos-geográficos expressos em diferentes linguagens. 2. Reconhecer transformações temporais e espaciais da realidade. 3. Interpretar realidades históricas e geográficas estabelecendo relações entre diferentes fatos e processos sociais. 4. Comparar diferentes explicações para fatos e processos históricos e geográficos. 5. Considerar o respeito aos valores humanos e à diversidade sócio cultural, nas análises de fatos e processos históricos e geográficos.

2. Compreender o papel das sociedades no processo de produção do espaço,

1. Identificar fenômenos e fatos históricos- geográficos e suas dimensões

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território, de paisagem e do lugar. espaciais e temporais, utilizando mapas e gráficos. 2. Analisar geograficamente características e dinâmicas dos fluxos populacionais, relacionando-os com a constituição do espaço. 3. Interpretar situações histórico-geográficas da sociedade brasileira referente à constituição do espaço, do território, da paisagem e ou lugar. 4. Comparar os processos de formação socioeconômicos e geográficos da sociedade brasileira. 5. Comparar propostas de soluções para problemas de natureza sócio ambiental, respeitando valores humanos e a diversidade sociocultural.

CIÊNCIAS

COMPETÊNCIAS HABILIDADES

1. Compreender a Ciência como atividade humana, histórica associada a aspectos de ordem social, econômica, política e cultural.

1. Identificar e descrever diferentes representações dos fenômenos naturais a partir da leitura de imagens ou textos. 2. Relacionar diferentes explicações propostas para o mesmo fenômeno natural, na perspectiva histórica do conhecimento científico. 3. Associar determinadas transformações culturais em função do desenvolvimento científico e tecnológico. 4. Selecionar argumentos científico-tecnológicos que pretendam explicar fenômenos sociais, econômicos e ambientais do passado e presente. 5. Identificar propostas solidárias de intervenção voltadas à superação de problemas sociais, econômicos ou ambientais.

2. Compreender conhecimentos científicos e tecnológicos como meios para suprir necessidades humanas, identificando riscos e benefícios de sua aplicações.

1. Observar e identificar, em representações variadas, fontes e transformações de energia que ocorrem em processos naturais e tecnológicos. 2. Identificar processos e substâncias utilizados na produção e conservação de alimentos, e noutros produtos de uso

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comum, avaliando riscos e benefícios dessa utilização para a saúde pessoal. 3. Associar a solução de problemas da comunicação, transporte, saúde (como epidemias) ou outro, com correspondente desenvolvimento científico e tecnológico. 4. Reconhecer argumentos pró ou contra o uso de determinadas tecnologias para a solução de necessidades humanas, relacionadas à saúde, moradia, transporte, agricultura, etc. 5. Selecionar dentre as diferentes formas de se obter um mesmo recurso material ou energético, as mais adequadas ou viáveis para suprir as necessidades de determinada região.

1.6.2- EJA 02

LÍNGUA PORTUGUESA

COMPRTÊNCIAS HABILIDADES

1. Utilizar a língua materna para estruturar a experiência e explicar a realidade.

1. Reconhecer temas, gêneros, suportes textuais, formas e recursos expressivos. 2. Identificar os elementos organizacionais e estruturais de textos de diferentes gêneros. 3. Identificar a função predominante (informativa, persuasiva...) do texto em situações específicas de interpretação. 4. Relacionar textos a um dado contexto (histórico, social, político, cultural...). 5. Reconhecer a importância do patrimônio lingüístico para preservação da memória e da identidade nacional.

2. Analisar criticamente os diferentes discursos, inclusive o próprio, desenvolvendo capacidade de avaliação de textos.

1. Reconhecer em textos os procedimentos de persuasão utilizada pelo autor. 2. Identificar referências intertextuais. 3. Inferir as possíveis intenções do autor marcadas no texto. 4. Contrapor interpretações de um

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3. Reconhecer e valorizar a linguagem de seu grupo social e as diferentes variedades do português, procurando combater o preconceito lingüístico.

mesmo fato em diferentes textos. 5. Identificar em textos as marcas de valores e intenções que se expressam interesses políticos, ideológicos e econômicos. 6. Identificar em textos de diferentes gêneros, as variedades lingüísticas sociais, regionais e de registro (situações de formalidade e coloquialidade). 7. Identificar em textos de diferentes gêneros, as marcas lingüísticas (fonéticas, morfológicas, sintáticas e semânticas) que singularizam as diferentes variedades sociais, regionais e de registro. 8. Reconhecer no texto a variedade lingüística adequada ao contexto de interlocução. 9. Comparar diferentes variedades lingüísticas, verificando sua adequação em diferentes situações de interlocução. 10. Identificar a relação entre preconceitos sociais e usos lingüísticos.

MATEMÁTICA

COMPETÊNCIAS HABILIDADES

1. Construir significados e ampliar os já existentes para os números naturais, inteiros e racionais.

1. Identificar, interpretar e representar os números naturais, inteiros e racionais. 2. Construir e aplicar conceitos de números naturais, inteiros e racionais, para explicar fenômenos de qualquer natureza. 3. Interpretar informações e operar com números naturais, inteiros e racionais, para tomar decisões e enfrentar situações-problema. 4. Utilizar os números naturais, inteiros e racionais, na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas de qualquer natureza. 5. Recorrer à compreensão numérica para avaliar propostas de intervenção

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frente a problemas da realidade. 1. Identificar e interpretar fenômenos de

qualquer natureza expressos em linguagem geométrica. 2. Construir e identificar conceitos geométricos no contexto da atividade cotidiana. 3. Interpretar informações e aplicar estratégias geométricas na solução de problemas do cotidiano. 4. Utilizar conceitos geométricos na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano. 5. Recorrer a conceitos geométricos para avaliar propostas de intervenção sobre problemas do cotidiano.

HISTÓRIA E GEOGRAFIA

COMPETÊNCIAS HABILIDADES

1. Compreender a importância do patrimônio cultural e respeitar a diversidade étnica.

1. Identificar características de diferentes patrimônios étnico-culturais e artísticos. 2. Reconhecer a diversidade dos patrimônios étnico-culturais e artísticos. 3. Interpretar os significados de diferentes manifestações populares como representação do patrimônio regional e cultural. 4. Comparar as diferentes representações étnico-culturais e artísticas. 5. Identificar propostas que reconheçam a importância do patrimônio étnico-cultural e artístico para preservação das memórias e das identidades nacionais.

2. Compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, de forma a favorecer uma atuação consciente do individuo na sociedade.

1. Identificar em diferentes documentos históricos os fundamentos da cidadania e da democracia presente na vida social. 2. Caracterizar as lutas sociais, em prol da cidadania e da democracia em diversos momentos históricos. 3. Relacionar os fundamentos da cidadania e da democracia, do presente e do passado, aos valores étnicos e morais da vida cotidiana.

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4. Discutir situações da vida cotidiana relacionadas a preconceitos étnicos, culturais, religiosos e de qualquer outra natureza. 5. Selecionar criticamente propostas de inclusão social demonstrando respeito aos direitos humanos e à diversidade sociocultural.

CIÊNCIAS

COMPETÊNCIAS HABILIDADES

1. Compreender a natureza como um sistema dinâmico, e o ser humano em sociedade, como um de seus agentes de transformação.

1. Descrever e comparar diferentes seres vivos que habitam diferentes ambientes, segundo suas características ecológicas. 2. Identificar em situações reais perturbações ambientais ou medidas de recuperação. 3. Relacionar transferência de energia e ciclo de matéria a diferentes processos (alimentação, fotossíntese, respiração e decomposição). 4. Relacionar no espaço ou no tempo, mudanças na qualidade do solo, da água ou do ar às intervenções humanas. 5. Propor alternativas de produção que minimizem os danos ao ambiente provocados por atividades industriais ou agrícolas.

2. Compreender a saúde como bem pessoal e ambiental que deve ser promovido por meio de diferentes agentes, de forma individual e coletiva.

1. Identificar e interpretar a variação dos indicadores de saúde e de desenvolvimento humano, a partir de dados apresentados em gráficos, tabelas ou textos discursivos. 2. Associar a qualidade de vida, em diferentes faixas etárias e em diferentes regiões, a fatores sociais e ambientais que contribuam para isso. 3. Relacionar a incidência de doenças ocupacionais, degenerativas e infecto-contagiosas a condições que favoreçam a sua ocorrência. 4. Comparar argumentos sobre

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problemas de saúde do trabalhador decorrentes de suas condições de trabalho. 5. Comparar e selecionar alternativas de condições de trabalho e/ou normas de segurança em diferentes contextos valorizando o conhecimento cientifico e o bem estar físico e mental de si próprio e daqueles com quem convive.

1.7- AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

A avaliação da aprendizagem deve ser elemento integrante da ação pedagógica,

uma vez que tem por finalidade direcionar a tomada de decisões no aprimoramento

do processo ensino-aprendizagem, deste modo, faz-se necessário apresentar

algumas características, que devem compor o processo avaliativo:

� ser contínua - o processo avaliativo deverá ocorrer rotineiramente, e não num

único momento, com vistas a uma ação reflexiva crítica, onde redimensione

as ações pedagógicas, os objetivos propostos e os conteúdos abordados;

� ser democrática - é imprescindível que o educando seja informado sobre os

critérios estabelecidos, os objetivos que deverão ser alcançados, os

instrumentos a serem utilizados, assim como, quais ações serão

desencadeadas após os resultados obtidos;

� ser diagnóstica - deve promover a aprendizagem, pois, é através deste

elemento que será identificado quais conhecimentos deverão ser retomados

e, ainda, quais práticas pedagógicas deverão ser redimensionadas;

� ser formativa - a aprendizagem ocorrerá a partir dos progressos obtidos pelos

educandos, ou seja, o educando reestruturará seu conhecimento,

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considerando as atividades propostas, as estratégias utilizadas, e a

interpretação que sentem sobre o erro, uma vez que este deverá ser

compreendido como manifestação de um processo em construção;

� ser reguladora da aprendizagem - este elemento deverá proporcionar ações

de intervenções didáticas pertinentes às necessidades dos educandos, e,

ainda, compartilhar a responsabilidade sobre a aprendizagem, uma vez que

docente e educando são agentes desse processo;

Portanto, a prática pedagógica e a avaliação são atividades que convergem na

mesma direção, isto é, têm o mesmo objetivo: assegurar momentos de efetiva

aprendizagem.

Assim implementar práticas em que os educandos participem ativamente do

processo avaliativo, promoverá uma educação democrática e participativa,

entretanto, a avaliação deverá ter, também, um caráter abrangente, onde todos os

envolvidos – docente, educando, direção e coordenação pedagógica – deverão ser

igualmente avaliados.

1.7.1- REGISTRO E SISTEMATIZAÇÃO

A avaliação do aproveitamento dos alunos deverá ser contínua, sistemática e

cumulativa ao longo do período letivo de acordo com os objetivos previstos,

relacionados aos diversos conteúdos e por meio de diferentes instrumentos,

conforme a proposta pedagógica da escola.

A avaliação será feita pela analise de desempenho global dos alunos, a partir de

instrumentos elaborados pelos professores de cada componente curricular, sob a

supervisão da Coordenação Pedagógica.

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1.7.2- ACOMPANHAMENTO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

1.7.2.1- ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO

Com intuito de acompanhar e orientar, sistematicamente, o trabalho pedagógico que

vem se desenvolvendo nas escolas, semanalmente acontecerá o acompanhamento

da prática docente, e sempre que for oportuno, utilizar-se-á os instrumentos de

observação de aula.

Além do acompanhamento direto na sala de aula, Coordenação Pedagógica e

professores, deverão realizar no espaço da Atividade Complementar, reflexões sobre

a ação pedagógica e as intervenções necessárias e viáveis para aperfeiçoá-las.

Diante das discussões que surgirem no espaço da atividade complementar, ir-se-á

transforma-lás em eixos temáticos para o momento de estudo, que deverá ser

realizado mensalmente.

Ao termino de cada semestre, vale ressaltar, a realização do conselho de classe,

onde se pontuará não só os avanços e retrocessos dos discentes, mas da

comunidade escolar como um todo. É o momento de avaliar e replanejar.

Encontros mensais deverão acontecer na Cidade do Saber, com toda a equipe de

suporte pedagógico, para que juntos possam analisar e procurar meios de sanar as

deficiências detectadas no processo ensino – aprendizagem. É um momento de

troca de experiências e fortalecimento da equipe.

1.7.2.2- Formas e instrumentos de acompanhamento e avaliação

� Realização de encontros quinzenais.

� Acompanhamento semanal às escolas.

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� Observação participante.

� Estudo de caso.

� Orientação direta.

� Demonstração.

� Troca de experiência.

� Discussão em grupo.

� Análise de dilemas da prática.

� Registros sistemáticos.

� Confronto entre o planejado e a realidade.

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2.0-PROPOSTA CURRICULAR PARA

2º SEGMENTO-5º a 8 º série

EJA 04 /EJA 05

2.1- LÍNGUA PORTUGUESA

2.1.1- CONCEPÇÃO DE ÁREA

Vivemos um momento histórico particular, no qual a nova ordem mundial trouxe

profundas mudanças no campo social, político, econômico, cultural e religioso, onde

a escola, conseqüentemente, sofre e reflete essas mudanças. Estamos na “era do

conhecimento”, na qual o grande desafio da educação consiste em inserir os sujeitos

envolvidos no processo de ensino-aprendizagem no mundo do trabalho, na escola e

nos mais variados ambientes sociais do mundo globalizado.

A linguagem é uma necessidade básica do ser humano e remonta a tempos tão

antigos quanto a existência do próprio homem. Na comunicação concentra-se todo o

desdobramento e expressão do saber, do pensar, agir e ser nos mais diferentes

momentos da história e nas mais diversas áreas do conhecimento.

Assim, o estudo e reflexão acerca da Língua Portuguesa constitui pré-requisito

básico para a leitura do mundo, formação de consciência, participação efetiva na

sociedade e inserção do sujeito no âmbito social, já que é através da palavra que se

explicitam idéias, conceitos, atitudes, inquietações, necessidades e conhecimentos.

É nas habilidades comunicativas que se concentram o potencial crítico, gerador e

motivador das mudanças que ocorrem na sociedade. Por meio das palavras é

possível conhecer e compreender outras realidades, diferentes contextos históricos,

sociais e culturais, e a partir disso, compreender melhor nosso mundo e as

características, exigências e tendências que definem a dinâmica social.

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No decorrer do tempo, o ensino da Língua Portuguesa adquiriu novos significados e

funções, e o desenvolvimento das habilidades e competências lingüísticas é a base

para a construção e reconstrução de conhecimento nas demais áreas do saber.

Houve um tempo em que o estudo da Língua Portuguesa visava apenas a apreensão

de noções, especialmente gramaticais, e conceitos lingüísticos responsáveis pela

utilização da língua em atividades de leitura, interpretação ou produção de textos de

maneira descontextualizada e limitada, do ponto de vista da intertextualidade e

diversidade lingüística. Na atualidade já se identifica a revisão dos objetivos do

estudo da língua face ao atendimento das demandas sociais e das mudanças na

utilização da língua.

Entretanto, é na dinâmica das ruas, da escola e do falante que a linguagem se

constrói e reconstrói, definindo usos, costumes e utilização tanto na modalidade oral

quanto escrita que se modifica devido ao caráter dinâmico da língua.

Os estudos desenvolvidos em Língua Portuguesa possibilitam a análise da realidade

e a compreensão do mundo, através de um intenso trabalho com atividades de

leitura, interpretação, produção de textos e análise lingüística dos mais variados tipos

de texto, nas diversas situações de linguagem existentes no contexto da sociedade

atual.

Assim, a linguagem assume a grande responsabilidade na criação, desenvolvimento

e difusão de conhecimento nas mais variadas áreas do saber, bem como na

ampliação das vivências e experiências de vida, aplicando-as no processo de ensino-

aprendizagem, de forma a favorecer a expressão oral e escrita, bem como o

exercício da cidadania.

2.1.2- OBJETIVOS

• Ampliar o domínio ativo do discurso nas diversas situações comunicativas,

sobretudo nas instâncias públicas de uso da linguagem, de modo a possibilitar

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ao educando sua inserção efetiva no mundo da escrita, ampliando suas

possibilidades de participação social no exercício da cidadania;

• Desenvolver habilidades de leitura, interpretação, produção e análise

lingüística que possibilitem a compreensão do mundo, da sociedade, do

contexto social, histórico, cultural e lingüístico do qual o educando faz parte,

em uma prática de ensino-aprendizagem comprometida com suas reais

necessidades de aprendizagem, capaz de promover o incentivo à criticidade e

à participação efetiva nos mais variados setores da sociedade.

2.1.3-OBJETIVOS GERAIS:

� Propiciar aos educandos a reflexão sobre a cidadania, favorecendo a

formação de um cidadão crítico e consciente de seus direitos e deveres,

capaz de se tornar um agente transformador da realidade;

� Possibilitar aos educandos a vivência de uma ação participativa e

democrática na prática efetiva da escola e da sala de aula, em busca da

autonomia;

� Oportunizar aos educandos da classe popular o resgate do direito relativo

à apropriação dos espaços culturais da cidade de Camaçari, tanto como

forma de conhecimento, quanto enriquecimento pessoal;

� Garantir aos jovens e adultos a construção psicogenética da língua

escrita, bem como a complementação do processo de alfabetização,

propiciando uma formação intelectual integral nas diferentes áreas,

visando a construção do conhecimento, indispensável à educação.

� Criar condições para que os educandos possam construir conhecimentos

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através da formulação de hipóteses e do confronto destas com outras,

resolvendo problemas, num processo ativo de interação sujeito-objeto;

2.1.4- OBJETIVOS ESPECÍFICOS

� Compreender a cultura letrada como instrumento para melhor atuar na

sociedade;

� Empregar adequadamente os conceitos, símbolos e sinais da Língua

Portuguesa e da Matemática;

� Expressar-se por escrito de forma coerente com a situação e tipologia textual;

� Desenvolver a linguagem oral através de diferentes estratégias de leitura;

� Interpretar diferentes gêneros textuais;

� Realizar cálculos e interpretar situações matemáticas das quatro operações

básicas

� Aplicar procedimentos matemáticos para resolução de situações do seu

cotidiano;

� Interpretar e expressar resultados matemáticos de acordo com o cálculo

desenvolvido

� Analisar dados constantes em tabelas e gráficos;

� Valorizar o uso da matemática para interpretar informações e beneficiar-se

disso nas situações do seu cotidiano

� Inferir informações críticas entre textos e sua experiência como leitor;

� Produzir textos com autonomia e clareza de idéias

� Compreender sua inserção no mundo do trabalho e os aspectos sociais,

econômicos e tecnológicos necessários na sociedade contemporânea;

� Conhecer e valorizar a diversidade cultural brasileira, respeitando as

diferenças de gênero, raça e crença religiosa do povo.

� Fortalecer sua auto-estima na capacidade de aprender e nas suas relações

sociais.

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2.1.5-DESENVOLVIMENTO CURRICULAR E ORIENTAÇÕES

METODOLÓGICAS

No Ensino Fundamental, momento de escolarização inicial em que os saberes

socialmente construídos devem contribuir para a compreensão e nomeação do

mundo físico e da própria experiência pessoal, entende-se a escola como uma

comunidade de leitores e produtores de texto. Por esta razão, no que se refere à

proposta de planejamento do processo de ensino-aprendizagem, defende-se a idéia

de que diversos aspectos ou frentes caracterizem o trabalho dos educadores de

Língua Portuguesa com jovens e adultos:

• O trabalho com linguagem verbal (oral e escrita);

• Ampliar as competências e habilidades envolvidas nos textos orais e escritos,

em situações de falar, escutar, ler ou escrever;

• Reduzir a distância entre os alunos e a palavra para que possam

compreender o discurso do outro, interpretar diferentes pontos de vista,

assimilar, comparar, criticar;

• Promover o debate, a interlocução, a capacidade de argumentação, de

compreensão e ampliação da participação cidadã;

• O trabalho com diferentes linguagens (visual, auditiva, gestual, corporal,

artística).

Diante das reflexões acerca dos aspectos que caracterizam o ensino na modalidade

EJA, deve-se pensar essa educação com o objetivo de cumprir de maneira

satisfatória sua função de preparar jovens e adultos para o exercício da cidadania e

para o mundo do trabalho.

Por isso, sua proposta e currículo devem contemplar e incluir o desenvolvimento de

competências básicas, conteúdos e forma de tratamento dos conteúdos que

busquem chegar às finalidades da Educação de Jovens e Adultos, a saber:

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1. Desenvolvimento da capacidade de aprender e continuar aprendendo, da

autonomia intelectual e do pensamento crítico;

2. Constituição de significados socialmente construídos e reconhecidos como

verdadeiros sobre o mundo físico e natural, sobre a realidade social e

política;

3. Domínio de competências e habilidades necessárias ao exercício da

cidadania e do trabalho;

4. Desenvolvimento de relacionar a teoria à prática e o desenvolvimento da

flexibilidade para novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento

posteriores;

5. Uso de várias linguagens como instrumento de comunicação e como

processos de constituição de conhecimento e exercício da cidadania

(Parâmetros Curriculares Nacionais).

É importante ressaltar que a prática pedagógica deve prever o uso da

interdisciplinaridade, inclusive para demonstrar, através do trabalho desenvolvido em

sala de aula, que todo conhecimento mantém um diálogo permanente com outros

conhecimentos e que o aluno deverá ter desenvolvida a capacidade de perceber

essa relação entre os vários conhecimentos, entendendo as disciplinas como partes

das áreas de conhecimento que carregam um certo grau de arbitrariedade e não

esgotam isoladamente a realidade dos fatos físicos e sociais, sendo necessário

buscar uma compreensão mais ampla da realidade.

Além disso, noções de intertextualidade, variedade lingüística e análise lingüística

textual devem ser sempre contempladas nas mais diversas atividades de leitura,

interpretação e produção de textos, pois tais conteúdos ocupam no ensino de língua

portuguesa, posição de destaque, norteando os estudos da língua na atualidade.

O professor na Educação de Jovens e Adultos não deve ser visto como um mero

transmissor de conhecimentos, tal como era percebido na escola tradicional, mas sim

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como um mediador do conhecimento, responsável pela condução do trabalho

pedagógico, mas não o único a responder pelo processo de ensino-aprendizagem.

Por essa razão, o conteúdo deve ser sempre construído pelo professor, com vistas à

produção de conceitos em Língua Portuguesa por parte dos educandos, que sejam

úteis e significativos para a compreensão, produção e utilização da língua nas suas

mais diversas modalidades e situações comunicativas.

Finalmente, a Educação de Jovens e Adultos deve ser tratada como uma promessa

de qualificação para a vida, propiciando a atualização de conhecimentos constante e

atenta às necessidades de aprendizagem de cada realidade e contexto educacional.

A ação educativa em turmas de EJA deve estar atenta às especificidades dessa

modalidade de ensino e das reais necessidades de aprendizagem de seus alunos,

que não são de forma alguma, as mesmas encontradas no ensino regular. Dentre as

principais características de alunos da EJA que devem ser levadas em conta, quando

se planeja educação escolar de qualidade, é o fato de que eles são motivados por

material prático, aplicável ao seu trabalho ou situação de vida e centrado na

resolução de problemas do seu dia-a-dia.

Só recentemente, em função da demanda social das políticas públicas de educação

surgiram publicações e maior interesse para estudar o adulto com suas

possibilidades e potencialidades dentro do processo educativo. Na elaboração de

alguns princípios psicopedagógicos de uma didática para adultos deve-se partir do

pressuposto de que o adulto – como aluno – é alguém que traz consigo uma gama

de conhecimentos e experiências anteriores que devem servir de ponto de partida e

enriquecimento para a elaboração de situações de aprendizagem tanto no que se

refere ao conteúdo quanto às técnicas.

Além disso, é preciso considerar também como relevantes os aspectos relacionados

à motivação. Quando os adultos estão motivados, aprendem mais facilmente. A

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motivação está na ação. A didática para o adulto deve partir necessariamente de

considerações da situação em que se encontra o “aluno”.

Desta forma, a finalidade da ação do professor de EJA não se restringe ao

fornecimento de informação preestabelecida. O objetivo dessa ação consiste, antes

de tudo, em criar condições indispensáveis para que o aluno possa tornar-se um

agente de seu próprio desenvolvimento. Uma ação didática assim planejada é

extremamente incentivadora, reforçadora e motivadora.

Associadas às motivações comuns (a necessidade de saber, o sucesso pessoal, o

desempenho e a necessidade de realização própria, a competição e a presença do

grupo), os adultos acrescentam outros fatores determinantes de atenção e atividade:

• Percepção da utilidade: para si e para aqueles pelos quais são responsáveis e

para atingir os objetivos pessoais;

• Percepção clara da finalidade: “saber para onde se vai” é uma necessidade

adulta, que justifica o caminho proposto e faz aceitar os obstáculos eventuais.

A objetividade sempre motiva o estudante adulto;

• Percepção da facilidade: no campo da instrução, a clareza da exposição e dos

enunciados das atividades, a ordem e lógica racional, a facilitação do

conhecimento a ser adquirido, a inteligibilidade, são fatores que motivam . O

contrário desanima;

• O prestígio social: é um valor e, como tal, motivante. A procura de ascensão

social, profissional, de promoção, de consideração, estimula os esforços

pessoais perseverantes.

Qualquer conhecimento que lhe queira transmitir é necessariamente uma proposta. É

pressuposto fundamental, a participação dos educandos no planejamento e na

orientação dos conteúdos. Ganha relevo o diagnóstico, realizado em esforço

conjunto com os alunos, precisando necessidades e meios de satisfazê-las,

escolhendo e selecionando temas significativos e estratégias que favoreçam a

aprendizagem.

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A auto-avaliação da aprendizagem deve ser estimulada e realizada antes e depois

de determinadas etapas no processo de ensino e aprendizagem, pois é pré-requisito

indispensável quanto ao propósito de conscientizar o educando de que ele é o

agente essencial de seu próprio desenvolvimento. Em atividades assim, o enfoque é

na pessoa, em seus problemas e necessidades e não em conteúdos previamente

selecionados.

No Ensino Fundamental II, o trabalho com a disciplina de Língua Portuguesa deve

contribuir para a compreensão e nomeação do mundo físico e da própria experiência

pessoal, utilizando os saberes socialmente construídos. Propõe-se um intenso

trabalho de leitura, interpretação e produção de textos que ampliem as habilidades

de expressão oral e escrita dos educandos enquanto produtores de textos diversos,

nas mais variadas situações do convívio social. Assim, diversos aspectos

caracterizam esse trabalho com a língua:

• Ampliar as competências e habilidades envolvidas nos textos orais e escritos,

em situações de falar, escutar, ler ou escrever;

• Reduzir a distância entre os alunos e a palavra para que possam

compreender o discurso do outro, interpretar diferentes pontos de vista,

assimilar, comparar, criticar;

• Promover o debate, a interlocução, a capacidade de argumentação, de

compreensão e ampliação da participação cidadã;

• O trabalho com diferentes linguagens (visual, auditiva, gestual, corporal,

artística e outras);

• O trabalho com a linguagem verbal (oral e escrita).

Durante o desenvolvimento da prática pedagógica é importante o trabalho com

filmes, músicas, dramatizações, dinâmicas, jogos, atividades de leitura,

interpretação, produção e análise lingüística contemplando os diversos gêneros e

tipologias textuais, para que o aluno tenha acesso aos mais variados tipos de texto

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que circulam na sociedade e saiba lidar com eles, compreendê-los e utilizá-los no

seu dia-a-dia.

Os alunos devem aprender a acessar informações, selecioná-las, procurando

articulações lógicas e transformando-as em conhecimentos, com desenvolvimento de

prática autônoma da leitura.

O professor de EJA deve criar condições e oportunidades para que os alunos

percebam a presença da arte na história da humanidade e no cotidiano do homem,

pois ela representa a sociedade em que vivemos sob diferentes perspectivas de

olhar. Possui linguagens específicas (artes visuais, dança, música, teatro) e tem

estreitas relações com a leitura da realidade, pois abrange processos culturais e

históricos.

No mundo atual, repleto de imagens, símbolos, ícones e informações de todo tipo, é

preciso discutir com os alunos a necessidade de uma leitura crítica das mesmas,

para que se compreenda o mundo livre de preconceitos e estereótipos.

Procurar sempre refletir sobre as diferentes culturas e aprender a posicionar-se

criticamente sobre os padrões de comportamento e valores é atividade indispensável

para a compreensão do mundo atual e deve ser prioridade nas atividades de leitura e

interpretação de textos.

Ao se propor o trabalho com textos de caráter mais objetivos e pragmáticos não se

pode esquecer-se dos textos literários como forma de ampliar as referências culturais

dos alunos, pois este aprofundamento nas questões filosóficas, históricas,

ideológicas e estéticas auxiliam na compreensão do mundo que nos cerca.

Atividades envolvendo a leitura de romances, dentre outros tipos de texto devem ser

inseridas na prática pedagógica desde o início, pois proporcionam a familiaridade

com a leitura e a aquisição do hábito de ler por prazer. Outra maneira de estar

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incentivando a leitura é através da realização de projetos interdisciplinares que visem

tal fim.

Diferentes objetivos de leitura determinam modos de ler e uso de gêneros também

diferentes. Ler para se informar, para estudar, ler para comprar são algumas das

finalidades exigidas dos leitores, em diferentes gêneros textuais. A língua materna

ajuda a conhecer e usar os vários gêneros de textos ampliando o repertório

vocabular e permitindo nossas interferências na realidade.

O ensino gramatical deve ser aplicado ao texto, pois a gramática pura,

descontextualizada, não atende mais às necessidades de estudo e compreensão da

língua, bem como sua utilização na oralidade e na escrita. Assim, a análise

lingüística deve contribuir para o desenvolvimento das habilidades de leitura,

interpretação e produção de textos de forma significativa para o educando.

Refletir sobre o perfil dos alunos jovens e adultos e sobre as peculiaridades que

compõem a prática pedagógica na modalidade EJA, é condição inicial para

fundamentar pedagogicamente um trabalho que se deseja de qualidade. Portanto,

não existem caminhos únicos, nem receitas prontas, mas princípios e atitudes

básicas que podem auxiliar na aprendizagem significativa e na efetiva construção do

conhecimento.

2.1.6- EIXOS TEMÁTICOS

A Língua Portuguesa no Ensino Fundamental, modalidade EJA II tem o importante

papel de desenvolver habilidades e competências relacionadas à leitura,

interpretação, produção e análise lingüística capazes de estruturar as ações

comunicativas e relacionais básicas para o desenvolvimento nas demais áreas do

conhecimento, incentivar a busca dos mais variados saberes, dando base para a

inserção do educando no mundo do trabalho e na sociedade, ampliando suas

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oportunidades de participação social nas mais variadas situações em que utiliza a

linguagem.

No contexto específico do trabalho pedagógico, os eixos temáticos servem como

parâmetros norteadores e permitem a seleção e a organização de conteúdos. Não

constituem, sobretudo, uma proposta curricular ou programa de curso fechado, já

que a prática pedagógica significativa deve atender às especificidades do seu

público, sua realidade e objetivos de ensino claramente definidos.

No entanto, cada eixo temático guarda em si uma multiplicidade de temas que

permitem ao educador uma ampla reflexão sobre os diferentes enfoques possíveis

no ensino da língua. Desta forma eles constituem subsídios teóricos que

representam o ponto de partida do trabalho a ser desenvolvido em sala de aula.

Sabemos que o ato educativo não possui caminhos únicos ou receitas prontas, mas

os eixos temáticos fornecem bases gerais que oportunizam a discussão sobre

conteúdos bastante relevantes e importantes da prática pedagógica.

Dentre as propostas previstas para o trabalho com os eixos temáticos de Língua

Portuguesa (leitura, interpretação, produção de textos orais e escritos e análise

lingüística), é interessante ressaltar as seguintes:

- Trabalhar os mais diversos tipos de textos e gêneros textuais com vistas a uma

melhor compreensão dos textos que circulam na sociedade e sua adequada

utilização nos mais variados contextos de comunicação;

- Realizar análise lingüística textual como estratégia de aperfeiçoamento enquanto

leitor nos mais variados tipos de texto, compreendendo a estrutura e funcionamento

da língua;

- Apropriação do conhecimento linguístico como forma de compreender e explicar

sua própria vida;

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- Expressar conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais.

Para garantir a interdisciplinaridade, a Língua Portuguesa deverá também

contemplar os temas transversais, assegurando uma formação integrada do aluno

com seu cotidiano, discutindo, compreendendo e explicando temas de relevância

social, como ética, pluralidade cultural, orientação sexual, meio ambiente, saúde,

trabalho e consumo.

Assim, o trabalho com eixos temáticos deve contribuir decisivamente na qualificação

para o trabalho e para a vida, incentivando a ampla participação social e o pleno

exercício da cidadania.

2.1.7- EMENTA DA DISCIPLINA

� 3ª Etapa – 5ª e 6ª Séries:

- Conceituar língua, linguagem e elementos da comunicação;

- Variedades linguísticas;

- Texto descritivo;

- Texto narrativo;

- Texto dissertativo;

- Ortografia;

- Pontuação;

- Acentuação gráfica;

- Divisão silábica;

- Fonética;

- Classes de palavras;

- Tipologias textuais;

- Produção de textos, com ênfase no texto descritivo-narrativo;

- Intertextualidade;

- Termos essenciais da oração.

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� 4ª Etapa – 7ª e 8ª Séries:

- Tipologias textuais;

- Texto dissertativo;

- Acentuação gráfica;

- Pontuação;

- Ortografia;

- Semântica: denotação e conotação;

- Texto poético x prosa;

- Figuras de linguagem;

- Frase, oração e período;

- Termos essenciais, integrantes e acessórios da oração;

- Período composto por coordenação;

- Período composto por subordinação;

- Concordância nominal e verbal;

- Regência verbal e nominal

- Produção de texto (ênfase no texto dissertativo).

2.1.8- SELEÇÃO DO CONTEÚDO

Os processos de escolarização na Educação de Jovens e Adultos apresentam

características próprias dessa modalidade de ensino e refletem a dificuldade que

esses alunos enfrentam em permanecer em outras modalidades: são descontínuos e

realizados em diferentes ritmos, pois há alunos que seguem, em seqüência linear, as

diferentes séries, assim como há aqueles que retornam aos estudos nas séries dos

ciclos finais. A conseqüência disso possui uma relação direta com o planejamento do

trabalho pedagógico, pois exige do professor uma constante revisão dos conteúdos

que devem ser contemplados em determinado momento da sua prática em sala de

aula.

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Ao se definir os conteúdos, deve-se ter em mente a pertinência, a adequação, a

necessidade e a importância de se trabalhar com determinados grupos de temas,

atividades e conteúdos e a relevância desse trabalho para o público em questão.

No ensino de Língua Portuguesa, o foco em leitura e aquisição do hábito de ler por

prazer deve ser, por exemplo, um objetivo delineador dos conteúdos iniciais, pois

trata-se de uma atividade que fornecerá um comando geral em várias outras de

interpretação, produção ou análise lingüística. Essa seleção de conteúdos também

precisa estar atenta às dificuldades e avanços dos alunos no decorrer do processo

educativo, pois fornecerão elementos para indicar a ordem de prioridade dos

conteúdos que devem ser trabalhados em determinado momento.

Os pressupostos teóricos e metodológicos necessários para selecionar e organizar

os conteúdos não excluem o livro didático, as avaliações escritas, esta ou aquela

orientação metodológica. A questão é como usar determinado recurso, metodologia

ou avaliação ao trabalhar os conteúdos, pois a maneira como se conduz o processo

pode fazer toda a diferença na aquisição desta ou daquela habilidade/ competência

através de determinado conteúdo. Desta forma, é necessário refletir e conhecer com

maior profundidade com o que se vai trabalhar, com qual objetivo, quais conteúdos,

atrelados a que habilidades e competências.

Neste projeto, por exemplo, a sistematização de conteúdos sugerida tem de ser

analisada pelo professor e equipe pedagógica, para verificar sua adequação às

circunstâncias de trabalho pedagógico, sendo, na maioria das vezes, necessário

readaptá-la à luz da realidade de cada turma em questão.

O mesmo acontece, por exemplo, com sistematizações de conteúdos propostas por

livros didáticos ou outras fontes que norteiam, de certa forma, a prática pedagógica

do professor.

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Para que o professor obtenha resultados significativos em seu trabalho, ele deve

estar sempre atento à adequação entre a quantidade de assuntos e a disponibilidade

de tempo, especificamente no caso da EJA. É essencial realizar sondagens com a

turma para perceber o grau de aprendizado da turma, perceber seu ritmo, suas

demandas e que tipo de materiais são úteis no alcance dos objetivos propostos para

o processo de ensino-aprendizagem.

2.1.9- CONTEÚDOS

1. Processo de comunicação: língua, linguagem e elementos da comunicação;

2. Origens da Língua Portuguesa;

3. Linguagem oral x linguagem escrita;

4. Linguagem formal x linguagem informal;

5. Variações lingüísticas: regional, social, gíria e jargão;

6. Literatura de cordel;

7. Significação das palavras: antônimos, sinônimos, homônimos e parônimos;

8. O sentido das palavras: denotação e conotação;

9. Diferenças entre poesia e prosa;

10. Tipos de texto em prosa: descrição, narração e dissertação;

11. Diferenças entre texto literário e não-literário;

12. Produção de texto: bilhete e carta;

13. Divisão silábica: encontros vocálicos;

14. Encontros consonantais e dígrafos;

15. Tonicidade;

16. Acentuação (uso da acentuação básica em ditongos, hiatos, tritongos e

demais palavras, trema, acento diferencial);

17. Ortografia (uso dos porquês, há/a, mal/mau, mas/mais, ch, x, s, ss, z, sc, g/j,

onde/aonde, se não/senão, emprego do hífen, divisão silábica);

18. Textos verbais (conto, crônica, novela, fábula) e não-verbais (fotos, pinturas,

mapas, charges, quadrinhos);

19. Descrição e narração: texto narrativo-descritivo;

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20. Elementos da narrativa;

21. Discurso direto e indireto;

22. Pontuação (uso da pontuação básica – ponto final, ponto de seguimento, dois

pontos, travessão, vírgula, ponto e vírgula, aspas, reticências e outros);

23. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, artigo, verbo, advérbio, pronome,

numeral preposição, conjunção e interjeição;

24. Intertextualidade;

25. Texto informativo;

26. Texto gráfico;

27. Texto jornalístico: anúncio, reportagem, entrevista;

28. Paráfrase e paródia;

29. Texto musical;

30. Texto em quadrinhos;

31. Charges;

32. Mapas;

33. Texto publicitário;

34. Texto poético: estrutura de estrofes/versos;

35. Figuras de linguagem;

36. Texto dissertativo: estrutura (introdução, desenvolvimento e conclusão);

37. Frase, oração e período;

38. Termos da oração: essenciais, integrantes e acessórios;

39. Período composto por coordenação e subordinação;

40. Concordância nominal e verbal;

41. Regência verbal e nominal;

42. Colocação pronominal;

43. Uso da crase.

2.1.10- MATRIZ DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES

2.1.10.1- COMPETÊNCIAS

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C1 - Compreender e interpretar textos de gêneros variados;

C2 – Identificar os elementos organizacionais e estruturais de textos a partir das

relações que se estabelecem entre os enunciados que o compõem;

C3 – Reconhecer, em um texto, o uso de recursos expressivos e de efeitos de

sentido;

C4 – Reconhecer a norma culta da língua, valorizar a linguagem do seu grupo social

e as variedades do português, tendo em vista o falante, a situação ou evento e o

processo de interação;

C5 – Reconhecer as relações existentes entre textos;

C6 – Compreender e utilizar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens

(verbo- visuais, audiovisuais, áudio- verbo- visuais, etc.) como meios de produção e

distribuição de informação.

2.1.10.2- HABILIDADES

H1- Identificar informações explícitas e implícitas, fatos e opiniões, bem como a

finalidade de textos de diferentes gêneros;

H2– Interpretar e produzir textos verbais e não-verbais, identificando as relações

entre tema, estilo, contexto histórico de produção, tese e argumentos;

H3 – Estabelecer relações entre as partes de um texto, identificando os principais

fatores de coesão e coerência;

H4 – Identificar os efeitos de sentido resultantes da utilização de determinados

recursos lingüísticos, palavras e/ou expressões em textos de diferentes gêneros;

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H5- Identificar, em textos de diferentes gêneros, as variedades em situações de

formalidade e de coloquialidade, bem como as marcas morfológicas, sintáticas e

semânticas;

H6 – Reconhecer no texto a variedade lingüística adequada ao contexto de

interlocução, comparando as diferentes variedades existentes na língua;

H7 – Identificar a intertextualidade na comparação entre textos;

H8 – Relacionar textos a um dado contexto (histórico, social, político e cultural);

H9 – Utilizar os diferentes tipos de linguagem na resolução de problemas sociais e

do mundo do trabalho;

H10 – Reconhecer a intencionalidade dos usos sociais que se fazem das linguagens

e dos sistemas de comunicação e de informação.

2.1.10.3- QUADRO GERAL

Competências

Habilidades

Conteúdos

C1 H1 9;10;11;21;25;26;30;31;32;33

H2 12;18;19;20;34. C2 H3 36;40;41;42. C3 H4 7;8;13;14;15;16;17;22;23;35;43.

C4 H5 4;37;38;39. H6 3;5;6.

C5 H7 24;27;28. H8 29

C6 H9 1 H10 2

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2.2- ÁREA DE MATEMÁTICA

2.2.1- CONCEPÇÃO DE ÁREA

Para adaptar o sistema educativo ao ritmo frenético social tem havido propostas

permanentes de reformas nas políticas educativas. Nessa ordem de coisas, os

currículos da atualidade são muito mais desafiadores e exigentes, que há 30 anos

atrás. É necessário fazer relações das observações do mundo real, saber relacionar

as representações com princípios e conceitos matemáticos, saber ler, escrever,

organizar, comunicar e interpretar dados. Os jovens de hoje têm de estar habilitados

com um conjunto de saberes, capacidades e atitudes que lhes permitam viver

integrado numa sociedade que se encontra cada vez mais competitiva e exigente.

O conhecimento matemático vem desempenhar um papel importante na vida desses

jovens e é a matemática vista como um pilar essencial no intelecto do ser humano,

uma ciência capaz de desenvolver as habilidades mentais necessárias para o amplo

desenvolvimento cognitivo do individuo e ajudar na construção da sua cidadania, já

que, entre outras coisas, se utiliza e se apropria cada vez mais de conhecimentos

científicos e tecnológicos. (PCN, 1997)

Ensinar matemática através de uma proposta metodológica inovadora, criativa e

prazerosa é o caminho que todo docente desta área deve perseguir com afinco, pois

os frutos de um trabalho bem feito, multiplicam-se a medida que se imprime um

padrão de qualidade e dedicação naquilo que se faz.

2.2.2- OBJETIVOS GERAIS

• De acordo documentos nacionais (PCN´s) e internacionais (NCTM,

PISA/OCDE) o ensino de Matemática deve levar o aluno a desenvolver

competências e habilidades com objetivos definidos:

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• Identificar os conhecimentos matemáticos como meios de compreender e

transformar o mundo à sua volta, percebendo o caráter de jogo intelectual,

característico da disciplina, aspecto que estimula o interesse, a

curiosidade, o espírito de investigação e o desenvolvimento da capacidade

para resolver problemas.

• Fazer observações sistemáticas de aspectos que levem em conta

quantidade e qualidade da realidade que o cerca, estabelecendo inter-

relações entre eles, utilizando o conhecimento matemático (aritmético,

geométrico, métrico, algébrico, estatístico, combinatório, probabilístico).

• Selecionar, organizar e produzir informações relevantes, para interpretá-

las e avaliá-las criticamente.

• Selecionar, organizar e produzir informações, resolvendo as situações-

problema que se apresentem, sabendo validar estratégias e resultados

para desenvolver formas de raciocínio e processos, como intuição,

indução, dedução, analogia e estimativa, utilizando conceitos e

procedimentos matemáticos, bem como instrumentos tecnológicos

disponíveis.

• Descrever, representar e apresentar resultados com precisão e

argumentar sobre suas conjecturas, fazendo uso da linguagem oral e

estabelecendo relações entre ela e diferentes representações

matemáticas.

• Estabelecer conexões entre a matemática e os diferentes campos do

conhecimento, sentindo-se seguro da própria capacidade de construir

conhecimentos, desenvolvendo assim, a auto-estima e a perseverança na

busca das soluções dos problemas diários.

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• Trabalhar com coletividade, interagindo de forma cooperativa na busca de

soluções de problemas propostos, identificando os aspectos em que existe

ou não consenso nas discussões em grupo, respeitando o modo de pensar

das pessoas e aprendendo com elas.

2.2.3- MATRIZ DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES

2.2.3.1-COMPETÊNCIAS

C1- Compreender a Matemática e o seu desenvolvimento como construção histórica

da humanidade, relacionando o seu desenvolvimento com a transformação da

sociedade;

C2- Compreender conceitos, estratégias e situações matemáticas numéricas para

aplicá-las a situações diversas no contexto da atividade cotidiana;

C3- Construir significados e ampliar os já existentes para os números naturais;

C4- Construir significados e ampliar os já existentes para os números naturais e

inteiros;

C5- Construir o conceito de localização geométrica;

C6- Construir significados e ampliar os já existentes para os números naturais e

inteiros e racionais;

C7- Construir significados e ampliar os já existentes para os números naturais e

inteiros, racionais e irracionais;

C8- Compreender conceitos, estratégias e situações matemáticas numéricas para

aplicá-los a situações diversas no contexto da atividade cotidiana;

C9- Construir significados e ampliar os já existentes para os Números Naturais e

Inteiros, Racionais, Irracionais e Reais;

C10-Desenvolver e ampliar formas de raciocínio e processos mentais por meio de

indução, dedução, analogia, utilizando conceitos, procedimentos e propriedades

matemáticas;

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C11-Construir formas de raciocínio lógico-formal a partir das operações mentais

concretas, sugeridas na resolução de problemas;

C12- Construir e utilizar conceitos algébricos para modelar e resolver problemas;

C13- Desenvolver habilidades do cálculo mental;

C14- Construir formas de raciocínio lógico-formal a partir de propriedades, modelos e

algoritmos matemáticos (fórmulas);

C15-Construir e ampliar noções de grandezas e medidas, bem como de variação de

grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano

que envolvam porcentagem;

C16- Fazer leitura e Interpretação de informações científicas, sociais, obtidas de

gráficos e tabelas, realizando previsão de tendência, extrapolação, interpolação e

interpretação;

C17- Construir e interpretar gráficos das soluções das equações e dos sistemas do

1º grau;

C18- Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e representação da

realidade, e agir sobre ela;

C19- Utilizar o conhecimento geométrico (bidimensional e tridimensional) para

realizar a leitura, a representação da realidade, e ação no sentido de transformação

da mesma;

C20-Construir e ampliar noções de capacidade (volume) para a compreensão da

realidade e a solução de problemas do cotidiano.

2.2.3.2-HABILIDADES

H1- Identificar, interpretar e representar os Números Naturais.

H2- Construir e aplicar conceitos de números naturais, para explicar fenômenos da

natureza e da vida social,do cotidiano.

H3- Interpretar informações e operar com números naturais aplicando estratégias

para a resolução de problemas.

H4- Operar com números naturais através de algoritmos básicos.

H5- Identificar, interpretar e representar os números naturais, inteiros e racionais.

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H6- Operar com números reais, cálculo mental ou escrito, exato ou aproximado.

H7- Interpretar informações e operar com números reais aplicando estratégias para a

resolução de problemas.

H8- Identificar novos recursos matemáticos fazendo analogia de resultados.

H9- Identificar, interpretar, operar e utilizar a linguagem algébrica como uma forma

de generalização de conceitos aritméticos (numéricos).

H10- Identificar, interpretar, operar e utilizar a linguagem algébrica como uma forma

de generalização de conceitos aritméticos (numéricos).

H11- Recorrer à compreensão numérica e algébrica para avaliar formas de

intervenção na resolução de problemas da realidade.

H12- Operar com expressões Algébricas, como ampliação das expressões

numéricas.

H13- Operar com Expressões Algébricas.

H14- Operar expressões algébricas a partir de fórmulas pré-determinadas.

H15- Construir e identificar conceitos métricos no contexto da atividade cotidiana.

H16- Utilizar conceitos métricos para selecionar argumentos propostos como

soluções de problemas do cotidiano.

H17- Estabelecer relações adequadas entre os diversos sistemas de medida e a

representação de fenômenos naturais e do cotidiano.

H18- Reconhecer propostas adequadas de ação sobre a realidade, utilizando

medidas e estimativas.

H19- Identificar grandezas direta e inversamente proporcionais, e interpretar a

notação usual de porcentagem.

H20- Identificar grandezas direta e inversamente proporcionais, e interpretar a

notação usual de porcentagem.

H21- Identificar os aspectos relacionados a fenômenos de natureza científica ou

social, a partir de informações expressas em gráficos ou tabelas

H22- Identificar, selecionar e interpretar informações expressas em gráficos ou

tabelas para a resolução de problemas.

H23- Identificar uma variável expressa em gráfico ou tabela.

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H24- Analisar o comportamento de variável expresso em gráficos ou tabelas, como

importante recurso para a construção de argumentação consistente.

H25- Interpretar informações e aplicar estratégias geométricas na solução de

problemas do cotidiano.

H26- Utilizar conceitos geométricos na seleção de argumentos propostos como

solução de problemas do cotidiano.

H27- Reconhecer a contribuição da Matemática na compreensão e análise de

fenômenos naturais, e da produção tecnológica, ao longo da história.

H28- Ampliar a visão de mundo a partir de conceitos novos, ampliando os conceitos

já adquiridos com a vida.

H29- Reconhecer métodos adequados de ação sobre a realidade, utilizando medidas

e estimativas.

2.2.3.3-QUADRO GERAL DE COMPETÊNCIAS/ HABILIDADES/ CONTEÚDOS

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS C1 H1; H2: H27; H28 A1;A27 C2 H2; H3 A2 C3 H4 A3 C4 H2 A4;A5 C5 H2;H4;H5 A4;A5;A6;A7 C6 H5; H6 A6;A7 C7 H2; H6 A8 C8 H2; H7 A9 C9 H2;H6 A10 C10 H8; H10; H13; H14; H15; H16; H17 A10; A15; A16: A17; A18 C11 H9; H10;H 11;H12 A11; A12; A13; A14 C12 H9; H10; H11; H18; H19; H20; H25; H26 A12; A13; A20; A21; A22; A26 C13 H2; H6 A8 C14 H10; H13; C14 A16;A17 C15 H15; H16; H17; H18; H19; H20 A18; A19; A20; A21; A22 C16 H21;H22;H23; H24 A23 ;A24 C17 H21;H22;H23;H24 A23;A24 C18 H21;H22;H23;H24;H25;H26 A23; A24; A25; A26 C19 H22; H23; H24; H27; H28 A24; A27 C20 H25; H26; H29 A26: A27

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2.2.4- CONTEÚDOS

A1- Conjunto dos Números Naturais-

• Histórico /Sistema de Numeração Decimal

A2- Operações com números Naturais

• Adição e Subtração

• Situações problema que envolvam adição

• Multiplicação e Divisão

A3- Números Primos,Múltiplos e Divisores (Divisibilidade)

A4- Conjuntos dos Números Inteiros Relativos

• Conceito- Reta Numerada- Módulo

A5 -Operações com Números Inteiros

• Adição e Subtração

• Multiplicação e Divisão

• Potenciação e Radiciação

A6- Conjunto dos Números Racionais

• Relação de pertinência e Inclusão de Conjuntos

• Frações

• Números Decimais,Dízimas Periódicas

A7- Conjunto dos Números Irracionais

• Reta Numerada

A8- Conjunto dos Números Reais

• Situações- problema que envolvam operações adição,

subtração, multiplicação e divisão

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A10- Potenciação e Radiciação

• Propriedades de potência e raiz

A11- Monômios

• Introdução à Álgebra

• Grau de um monômio

• Valor numérico

• Adição e Subtração

A12- Equação do 1º grau

• Valor desconhecido

• Problemas envolvendo equações

A13- Sistemas de Equação do 1º grau

• Método da Adição

• Método de Substituição

• Problemas envolvendo sistema de equações

A14- Polinômios

• Adição e subtração

• Multiplicação

• Divisão

A15- Produtos Notáveis

A16- Fatoração

• Processos de Fatoração

A17- Equação do 2º grau

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A18- Padrões de Medidas

• Medidas de capacidade-

• Litro (múltiplos e Submúltiplos) Medidas de tempo-(Hora- minutos-segundos)

• Medidas de Comprimento e Superfície

• Metro linear- Múltiplos e submúltiplos do metro

• Metro quadrado e metro cúbico (área e volume)

• Medidas de massa

Quilograma (múltiplos submúltiplos)

A19- Porcentagem

A20- Razão e Proporção

• Grandezas proporcionais

A21- Regra de três simples

A22- Juros Simples

A23- Noções de Estatística

A24- Interpretação gráfica

• Equação do 1º grau

• Sistema de equação do 1º grau

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A25- Geometria Plana I (Geometria Euclidiana)

• Contexto Histórico

• Conceitos Primitivos- Ponto- Reta e Plano

• Ângulos- Tipos: –OPV- Complementares

• Suplementares –Replementares Correspondentes- Colaterais- Consecutivos e

adjacentes

A26- Geometria Plana II (Geometria Euclidiana)

• Figuras Geométricas Planas

• Polígonos (tipos,elementos e diagonal)

• Área de figuras planas

• Triângulos e Quadriláteros

• Retângulo- Triângulo- Trapézio- Lozango-

Circulo (circunferência)

A27- Geometria Espacial

• Figuras Sólidas

• Volume Dos Sólidos

2.2.5- SELEÇÃO DOS CONTEÚDOS

Todos os conteúdos foram selecionados respeitando os documentos nacionais e

internacionais relativos ao ensino de Matemática como por exemplo os PCN´s,

NCTM e PISA/OCDE.

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2.2.6- DESENVOLVIMENTO CURRICULAR E ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

A partir da Matriz de Competências e Habilidades já existentes no Projeto Político

Pedagógico da EJA, bem como da Matriz de Competências do MEC foram

redefinidas novas competências e novas habilidades inspiradas nas anteriores, de

forma mais detalhada, assim temos 20 competências gerais 29 habilidades a serem

desenvolvidas ao longo do Ensino Fundamental II. Essa nova divisão possibilita um

melhor planejamento de estratégias didáticas para um melhor acompanhamento do

desenvolvimento da aprendizagem do educando. Cada habilidade está casada com

uma ou mais competências que se completam e assim possibilitam atingir os

objetivos específicos de cada aula e gerais de todo o curso.

Assim, para o desenvolvimento do currículo de matemática seguiremos uma

metodologia pautada na construção de seqüências didáticas, que são orientadas por

quatro eixos temáticos: Pensamento Numérico, Pensamento Algébrico, Competência

Métrica e Pensamento Geométrico.

Nessa perspectiva, e tendo por base cada eixo, propomos as seguintes atividades:

� Pensamento Numérico

Números e Operações no Ensino Fundamental. Com este bloco pretendemos

trabalhar o pensamento numérico por meio da exploração de situações de

aprendizagem ajudando o professor(a)/participante a levar o aluno(a) a ampliar e

construir novos significados para os números naturais, inteiros, racionais e não

racionais. Pretende também, a partir de situações-problema de contextos

matemáticos e não matemáticos, produzir significados para o trabalho com as

operações fundamentais, potenciação e radiciação, utilizando diferentes sistemas de

representação para os números. O uso de procedimentos de cálculo exato ou

aproximado, mental ou escrito, será de fundamental importância no tratamento com

números e operações.

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Ainda pretendemos nesse eixo temático oferecer um Tratamento didático para o

ensino de proporcionalidades. Através da exploração de situações-problema

pretendemos ajudar o professor(a) a levar o aluno a observar a variação entre

grandezas, estabelecendo relação entre elas e construir estratégias de solução para

resolver situações que envolvam a variação de grandezas direta ou inversamente

proporcionais, utilizando estratégias não-convencionais e convencionais, como a

regra de três.

� Pensamento Algébrico

Tratamento didático para algumas noções da Álgebra Elementar. Por muito tempo a

Álgebra Elementar trabalhada no Ensino Fundamental foi um dos pontos de maior

dificuldade de aprendizagem do educando por se tratar de conteúdos extremamente

abstratos e sem uma aplicabilidade aparente na vida do indivíduo. No entanto estes

conhecimentos são de extrema importância para o desenvolvimento cognitivo do

educando e possibilita o desenvolvimento de competências e habilidades que

somente a matemática é capaz de fazer. Para tanto sugerimos que estes conteúdos

sejam tratados de forma lúdica, incentivando o uso de estratégias variadas. Assim,

por meio da exploração de situações de aprendizagem pretendemos ajudar o

professor(a)o a levar o aluno(a) a utilizar os conhecimentos sobre as operações

numéricas e suas propriedades para construir estratégias de cálculo algébrico,

produzir e interpretar diferentes escritas algébricas – expressões, igualdades e

desigualdades; resolver situações-problema por meio de equações, compreendendo

os procedimentos envolvidos; observar regularidades e estabelecer leis matemáticas

que expressem a relação de dependência entre variáveis.

� Competência Métrica

Tratamento didático para o ensino de medidas de grandezas. Através da exploração

de situações-problema pretendemos ajudar o professor (a) /participante a levar o

aluno(a) a ampliar e construir noções de medida, pelo estudo de diferentes

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grandezas, a partir de sua utilização no contexto social e da análise de alguns dos

problemas históricos que motivaram sua construção; resolver problemas que

envolvam diferentes grandezas, selecionando unidades de medida e instrumentos

adequados à precisão requerida; obter e utilizar fórmulas para cálculo da área de

superfícies planas.

� Pensamento Geométrico

Tratamento didático para o ensino de conteúdos básicos da geometria no Ensino

Fundamental. Através de situações-problema pretendemos ajudar o professor(a) a

levar o aluno(a) a resolver situações-problema de localização e deslocamento de

pontos no espaço, reconhecendo nas noções de direção e sentido, de ângulo, de

paralelismo e de perpendicularismo, elementos fundamentais para a constituição de

sistemas de coordenadas cartesianas; estabelecer relações entre figuras espaciais e

suas representações planas, envolvendo a observação das figuras sob diferentes

pontos de vista, construindo e interpretando suas representações; resolver situações-

problema que envolvam figuras geométricas planas, utilizando procedimentos de

decomposição e composição, transformação, ampliação e redução; identificar

elementos variantes e invariantes, desenvolvendo o conceito de semelhança.

Um quinto eixo temático e que é transversal a todos os demais é o Pensamento

Probabilístico e nesse sentido propomos as seguintes atividades.

Tratamento da Informação. Pretendemos com esta unidade temática explorar

situações-problema do cotidiano ajudando o professor(a) a levar o aluno(a) a coletar,

organizar e analisar informações, construir e interpretar tabelas e gráficos, formular

argumentos convincentes, tendo por base a análise de dados organizados em

representações matemáticas diversas; resolver situações-problema que envolvam o

raciocínio combinatório e a determinação da probabilidade de sucesso de um

determinado evento por meio de uma razão.

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2.3- ÁREA DE CIÊNCIAS NATURAIS

2.3.1-CONCEPÇÃO DA ÁREA

A disciplina Ciências Naturais é uma área de estudo que busca dar respostas aos

fenômenos ocorridos. É determinada por relações históricas, políticas e culturais e

que está em constante transformação, pois novas descobertas são feitas através do

desenvolvimento tecnológico associado ao avanço cultural dos povos.

Possui grande importância na formação crítica do aluno, mantendo-o a par da atual

situação ambiental e contribuindo com uma melhor orientação no trabalho, pois

aumenta os significados das experiências vividas.

A área é fundamental para a construção da cidadania dos alunos, pois é responsável

pela ampliação das interpretações pessoais tanto para aspectos individuais como

coletivos. Aspectos estes que condicionam a saúde, as ações e a reprodução

humanas sobre as transformações do planeta e, principalmente, do lugar onde

vivem.

2.3.2-OBJETIVOS DA DISCIPLINA

� Compreender a ciência como processo de produção de conhecimento e uma

atividade humana, histórica, associada a aspectos de ordem social,

econômica, política e cultural.

� Compreender a natureza como um todo dinâmico, e o ser humano, em

sociedade, como agente de transformação do mundo em que vive, com

relação essencial com os demais seres vivos e outros componentes do

ambiente.

� Identificar relações entre o conhecimento científico, produção de tecnologia e

condições de vida, no mundo de hoje, sua evolução histórica, e compreender

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a tecnologia como meio para suprir as necessidades humanas, sabendo

elaborar juízo sobre riscos e benefícios das práticas científico-tecnológicas.

� Compreender a saúde pessoal, social e ambiental como um bem individual e

coletivo que deve ser promovido pela ação de diferentes agentes.

� Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a

partir de elementos das Ciências Naturais, colocando em prática conceitos,

procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar.

� Saber utilizar conceitos científicos básicos, associados tanto a energia,

matéria e transformação, como espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida.

� Saber combinar leituras, observações, experimentações e registros para

coleta, comparação entre explicações, organização, comunicação e discussão

de fatos e informações.

� Valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e cooperativa para

a construção coletiva do conhecimento.

2.3.2- PROPOSTA METODOLÓGICA / DESENVOLVIMENTO CURRICULAR

Neste capítulo, seguem algumas orientações metodológicas para que o processo de

ensino-aprendizagem seja efetivado de maneira eficaz. Mas isso não impede que o

docente vá além das orientações contidas neste documento para que sua prática

pedagógica seja exercida de forma coerente com os objetivos estabelecidos pela

Secretaria de Educação do Município de Camaçari. É preciso atentar às

necessidades das salas de EJA, pois cada uma apresenta suas particularidades e

requerem atenção especial.

Turmas extremamente heterogêneas constituem uma característica muito comum

nas salas de EJA. Embora cause algumas dificuldades para o desenvolvimento dos

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conteúdos e para o processo de avaliação, a heterogeneidade comporta também

aspectos extremamente positivos, uma vez que os alunos podem contribuir para o

enriquecimento das discussões com informações diversas, em diferentes níveis de

aprofundamento.

A heterogeneidade dos alunos geralmente não se restringe às informações e

concepções de que dispões sobre conteúdos conceituais, mas abarca também

procedimentos e atitudes. Estimular atividades em grupo que reúnam alunos com

diferentes níveis de domínio e procedimentos ou com diferentes atitudes, para que

compartilhem e avancem com base na heterogeneidade, contribui para a construção

de um valor muito importante no grupo: todos, junto com o professor, são

responsáveis pela formação de todos.

Um dos objetivos principais da disciplina é estimular a construção da autonomia e da

cooperação, cultivando valores essenciais como a solidariedade e o respeito às

diversidades. Esses objetivos podem ser desenvolvidos por meio de problematização

conduzida pelo professor, promovendo a reflexão, a troca de idéias e o confronto de

opiniões entre os alunos, a valorização da informação por eles exposta e o respeito

mútuo.

A importância do planejamento reside não apenas na eleição dos conteúdos, mas,

principalmente, dos objetivos que nortearão todo um período letivo. Além disso, a

equipe de professores pode combinar seus planejamentos de longo termo (para um

semestre ou trimestre), articulando um trabalho interdisciplinar que possibilite a

melhor distribuição dos procedimentos e atitudes, de modo a aproveitar mais

produtivamente o tempo disponível.

Os conteúdos e os métodos devem visar à aprendizagem significativa, e não àquela

realizada exclusivamente por memorização, de modo que os conteúdos da

aprendizagem se integrem efetivamente entre as competências dos alunos e não

sejam úteis somente para o desempenho nas provas. Ao contrário, o acesso às

Ciências Naturais em EJA deve se dar juntamente com a promoção da racionalidade,

a confirmação de competências adquiridas na vida extra-escolar e o banimento de

medos e preconceitos. A superação de concepções simplistas ou preconceituosas

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está diretamente relacionada à ampliação da visão de mundo e da cultura geral do

estudante.

Os materiais pedagógicos utilizados para o desenvolvimento da aprendizagem

deverão ser escolhidos para despertar o interesse de pessoas de diferentes faixas

etárias, grupos étnico-raciais, culturas regionais e níveis sociais. Devem também

apresentar caráter flexível, cujo uso dependa da opção do professor em função da

realidade em que atua e do nível em que a sua turma de EJA se encontra.

É imperativa a promoção do diálogo entre educador e educando, desafiando este a

refletir sobre o mundo em que vive e incentivando-o a atuar na transformação da sua

realidade. Torna-se essencial também, incentivar uma postura investigativa e criativa

por parte do educador, dando-lhe ferramentas para reconstrução de materiais a partir

de sua própria prática pedagógica.

A temática do trabalho deve ser utilizada para promover a integração entre os vários

campos do conhecimento. Esta interação também pode ser feita através do

desenvolvimento dos temas transversais (Meio Ambiente, Saúde, Orientação Sexual,

Trabalho e Consumo, Pluralidade Cultural e Ética) e Eixos Temáticos (Terra e

Universo, Vida e Ambiente, Ser Humano e Saúde, Tecnologia e Sociedade).

A proposta de abordar questões de relevância social na perspectiva transversal exige

que os professores de todas as áreas compartilhem um mesmo compromisso:

contribuir para a formação de cidadãos capazes de enfrentar os constantes desafios

de uma sociedade em transformação, que continuadamente exige a tomada de

decisões em meio a uma complexidade social crescente.

Os Eixos Temáticos articulam vários conteúdos, a partir dos quais o professor

desenvolve os temas de trabalho. Esses temas são escolhidos de modo a

proporcionar o desenvolvimento das capacidades expressas nos objetivos gerais da

disciplina.

É possível a utilização de uma ampla gama de atividades para explorar diferentes

assuntos em Ciências Naturais na EJA, todas, no entanto, devem ser conduzidas

pelo professor, por meio de perguntas e sugestões e pelo apoio à organização de

conclusões, norteado pelo conhecimento científico que pretende ensinar.

Problematização e debate; situação-problema; atividades permanentes, como leitura

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de jornais e revistas, hemeroteca, painel de notícias; produção de textos

informativos; pesquisa; consulta e entrevistas; atividades com a utilização de textos

literários; filmes; computador e internet; interpretação de gráficos, tabelas e índices;

experimentos e outros trabalhos práticos (Experimentoteca); estudos de meios e

outros trabalhos de campo. Essas são algumas atividades que podem ser

desenvolvidas com a nas salas de EJA.

A avaliação também deve ser diversificada. Em Ciências Naturais, pode avaliar os

alunos de forma sistemática (por meio de observações, perguntas e respostas feitas

durante as aulas, registros realizados, etc.) ou de forma específica (provas,

pesquisas, comunicações, relatórios, etc.). É necessário diversificar as formas de

verificação do avanço na aprendizagem para que aqueles alunos com dificuldades

em expressão escrita, tímidos ou de difícil socialização não sejam prejudicados pelo

tipo de avaliação empregado. Por isso, convém utilizar tanto formas individuais como

coletivas, tanto orais como escritas.

O professor de EJA deve se conscientizar do valor do erro como possível promotor

do aprendizado, utilizando-o como ferramenta. Ao analisar cuidadosamente o erro

ele poderá desvendar a lógica de raciocínio que levou o aluno a errar. Debater os

erros cometidos e desvendar a lógica subjacente a eles são importantes

instrumentos de revisão, permitindo que o professor ensine melhor.

2.3.3-EIXOS TEMÁTICOS

Os quatro eixos das Ciências Naturais – Terra e Universo; Vida e Ambiente; Ser

humanos e Saúde; Tecnologia e Sociedade – agrupam vários conteúdos (fatos,

conceitos, procedimentos, valores e atitudes) que, em diferentes arranjos, podem

compor os temas de trabalho. Ao longo do percurso escolar, o alunos de EJA deve,

pelo menos, entrar em contato com conteúdos pertencentes aos quatro eixos

temáticos, e não a apenas um ou dois deles.

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Terra e Universo: propõe estudos que permitam ao aluno reconhecer a Terra como

componente do Sistema Solar e compreender as interações desse planeta com o

sistema. Para tanto, o professor desenvolve estudos sobre matéria, energia e vida na

Terra.

Vida e Ambiente: visa promover a compreensão do ambiente como o conjunto das

interações entre seus diversos componentes, paralelamente à valorização de sua

diversidade e da capacidade de adaptação dos seres vivos. A meta é que seu aluno

seja capaz de diagnosticar a relações do ser humano com seu meio, que resultam

nas transformações do ambiente.

Ser humano e Saúde: busca-se ampliar e aprofundar a compreensão do jovem e do

adulto sobre o funcionamento do corpo humano, abordando principalmente a

promoção e manutenção da saúde.

Tecnologia e Sociedade: tem como meta o conhecimento das formas pelas quais o

ser humano realiza as transformações dos recursos naturais e como as sociedades

estão relacionadas com essas formas.

2.3.4- EMENTA

EJA 04 – 5ª e 6ª séries

� Sistema Solar

� Planeta Terra

� Ar

� Água

� Solo

� Seres vivos

� Ecologia

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� Educação Ambiental

EJA 05 - 7ª e 8ª séries

� Alimentação

� Corpo humano, Sistemas e Saúde

� Sexualidade

� Introdução à Química

� Introdução à Física

� Tecnologia

� Desenvolvimento Científico e Tecnológico

� Educação Ambiental

2.3.5-SELEÇÃO DE CONTEÚDOS

Através dos objetivos apresentados, sabemos quais conteúdos devemos

desenvolver de forma significativa, pois eles fazem compõe um currículo básico.

Basta somente que seja estabelecido o que é básico e essencial para a construção

do conhecimento do aluno jovem e adulto – pessoas, frequentemente, diferentes

entre si, com opiniões e habilidades heterogêneas, que voltam à escola em busca de

maior inserção na sociedade e melhor qualificação para o mercado de trabalho.

Como se sabe, não é possível ensinar todos os conteúdos científicos aos alunos.

Essa impossibilidade se deve a menor quantidade de aulas se comparado com o

ensino regular, como também, a constante ampliação do conhecimento científico e

tecnológico, que tem boa parte divulgada na mídia. Os alunos levantam

questionamentos sobre as novidades científicas, aumentando ainda mais a

quantidade de “conteúdos” a serem desenvolvidos em sala de aula.

É possível assimilar conteúdos a currículos já repletos? Que critérios utilizar para

selecionar esses conteúdos? Como organizar conteúdos relevantes para a qualidade

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de vida do aluno jovem e adulto? Os conteúdos tradicionais dão conta de responder

a essas preocupações?

Essas questões reforçam a necessidade de selecionar e organizar bem os

conteúdos. Nesta proposta, os estudos sobre os conteúdos foram organizados em

cinco modos distintos e complementares:

� Temas transversais, essenciais para a formação da consciência cidadã.

� Critérios para a seleção de conteúdos, que sintetizam as considerações

gerais e s objetivos da área.

� Natureza dos conteúdos, enquanto fenômenos, conceitos, procedimentos,

valores e atitudes, uma classificação compartilhada com as demais áreas e

temas transversais.

� Organização dos conteúdos em temas de trabalho, que o professor escolhe

de modo a proporcionar o desenvolvimento das capacidades expressas nos

objetivos gerais.

� Eixos temáticos – Terra e Universo; Vida e Ambiente; Ser humano e saúde;

e Tecnologia e sociedade -, que articulam vários conteúdos, a partir dos

quais o professor desenvolve os demais temas de trabalho.

A diversificação de conteúdos e métodos é uma preocupação de todos,

especialmente de professores que buscam resultado mais satisfatórios tanto no

interesse dos alunos pelas aulas quanto na aprendizagem e na ampliação das

possibilidades de participação social e no trabalho. E também daqueles que

procuram, com aulas de melhor qualidade, qualificar a dimensão profissional de sua

vida.

2.3.5.1- CONTEÚDOS

1. Universo e Sistema Solar

2. O Planeta Terra e suas partes

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3. Movimentos terrestres – causas e conseqüências

4. Transformações do planeta – processo de evolução

5. Atmosfera

6. Litosfera

7. Hidrosfera

8. Biosfera

9. Recursos naturais e sua utilização

10. Relação entre fatores bióticos e abióticos

11. Qualidade do ambiente (moradia, trabalho, lazer)

12. Necessidade de preservação do ambiente para a manutenção da vida

13. Os seres vivos e sua classificação – diferentes grupos e diferentes

ambientes

14. Reinos: Monera, Protista, Fungi, Vegetal e Animal

15. Reino Animal: vertebrados e invertebrados – modo de vida e caracterização

16. Reino Vegetal: inferiores e superiores – órgãos, diferentes ambientes e

caracterização

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17. Manutenção da vida – fotossíntese

18. Manutenção da vida – respiração

19. Cadeia alimentar

20. Transferência de matéria e energia – decomposição

21. Ecossistemas

22. Qualidade ambiental x Qualidade de vida

23. Saúde

24. Alimentação

25. Funções orgânicas e suas interações

26. Função de Nutrição: sistema digestório, sistema respiratório, sistema

circulatório, sistema excretor

27. Função de Relação: sistema locomotor (sistemas ósseo e muscular), órgãos

dos sentidos, fonação

28. Função de coordenação: sistema nervoso e sistema endócrino

29. Função de reprodução: sistema reprodutor masculino, sistema reprodutor

feminino, gravidez

30. Sexualidade, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), métodos

contraceptivos

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31. Introdução à Química: matéria, propriedades da matéria, átomo, moléculas,

fenômenos físicos, químicos, biológicos, transformações químicas, reações

químicas.

32. Introdução à Física: energia, tipos de energia, transformação de energia,

forças da natureza, gravidade, massa, peso, movimento

33. Homem como agente transformador

34. Captação e utilização de energia

35. Qualidade do ambiente (planeta Terra)

36. Poluição – produção e destino de resíduos

37. Formas alternativas de energia

38. Como melhorar a qualidade do ambiente e a qualidade de vida

39. Desenvolvimento tecnológico – processo histórico e cultural

40. Evolução do conhecimento científico x Desenvolvimento tecnológico

2.3.6- COMPETÊNCIAS HABILIDADES

2.3.6.1-COMPETÊNCIAS

C1. Compreender o Sistema Solar em sua configuração cósmica e a Terra em sua

constituição geológica e planetária.

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C2. Compreender a ciência como atividade humana, histórica, associada a aspectos

de ordem social, econômica, política e cultura.

C3. Reconhecer na natureza e avaliar a disponibilidade de recursos materiais e

energéticos e os processos para sua obtenção e utilização.

C4. Compreender a natureza como um sistema dinâmico e o ser humano, em

sociedade, como um de seus agentes de transformações.

C5. Compreender a saúde como bem pessoal e ambiental que deve ser promovido

por meios de diferentes agentes, de forma individual e coletiva.

C6. Compreender o próprio corpo e a sexualidade como elementos de realização

humana, valorizando e desenvolvendo a formação de hábitos de auto-cuidado,

de auto-estima e de respeito ao outro.

C7. Compreender conhecimentos científicos e tecnológicos como meios para suprir

necessidades humanas, identificando riscos e benefícios de suas aplicações.

C8. Diagnosticar problemas, formular questões e propor soluções a partir de

conhecimentos das ciências naturais em diferentes contextos.

Obs: As competências C1, C2, C3 e C4 deverão ser desenvolvidas na 3ª etapa do

Ensino Fundamental. As competências C5, C6, C7 e C8 serão desenvolvidas na 4ª

etapa.

2.3.6.2- HABILIDADES

H1. Reconhecer e/ou empregar linguagem científica (nomes, gráficos, símbolos e

representações) relativa à Terra e ao Sistema Solar.

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H2. Relacionar diferentes fenômenos cíclicos como: dia-noite, estações do ano,

climas e eclipses aos movimentos da Terra e da Lua.

H3. Estabelecer relações entre informações para explicar transformações naturais ou

induzidas pelas atividades humanas como maremotos, vulcões, enchentes,

desertificações, etc.

H4. Identificar e descrever diferentes representações dos fenômenos naturais a partir

da leitura de imagens ou textos.

H5. Associar determinadas transformações culturais em função do desenvolvimento

científico e tecnológico.

H6. Identificar propostas solidárias de intervenção voltadas à superação de

problemas sociais, econômicos ou ambientais.

H7. Relacionar diferentes recursos naturais – os seres-vivos, materiais ou energia - e

bens de consumo utilizados no cotidiano.

H8. Investigar o significado e a importância da água e de seu ciclo em relação a

condições sócio-ambientais.

H9. Analisar propostas para o uso de materiais e recursos energéticos, tendo em

vista o desenvolvimento sustentável, considerando-se as características e

disponibilidades regionais (de subsolo, vegetação, rios, ventos, oceanos, etc.).

H10. Descrever e comparar diferentes seres vivos que habitam diferentes ambientes,

segundo suas características ecológicas.

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H11. Relacionar transferência de energia e ciclo de matéria a diferentes processos

(alimentação, fotossíntese, respiração e decomposição).

H12. Relacionar, no espaço ou no tempo, mudanças na qualidade do solo, da água

ou do ar às intervenções humanas.

H13. Propor alternativas de produção que minimizem os danos ao ambiente

provocados por atividades industriais ou agrícolas.

H14. Identificar e interpretar a variação dos indicadores de saúde e de

desenvolvimento humano, a partir de dados apresentados em gráficos, tabelas

ou textos discursivos.

H15. Relacionar a incidência de doenças ocupacionais, degenerativas e infecto-

contagiosas a condições que favorecem a sua ocorrência.

H16. Comparar e selecionar alternativas de condições de trabalho e/ou normas de

segurança em diferentes contextos, valorizando o conhecimento científico e o

bem estar físico e mental de si próprio e daqueles com quem convive.

H17. Representar (localizar, nomear, descrever) órgãos ou sistemas do corpo

humano, identificando hábitos de manutenção da saúde, funções, disfunções

ou doenças a eles relacionadas.

H18. Relacionar saúde com hábitos alimentares, atividade física e uso de

medicamentos e outras drogas, considerando diferentes momentos do ciclo de

vida humano.

H19. Analisar o funcionamento de métodos anticoncepcionais e reconhecer a

importância de alguns deles na prevenção de doenças sexualmente

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transmissíveis, considerando diferentes momentos do desenvolvimento sexual

e psíquico do ser humano.

H20. Identificar processos e substâncias utilizados na produção e conservação dos

alimentos, e noutros produtos de uso comum, avaliando riscos e benefícios

dessa utilização para sua saúde.

H21. Associar a solução de problemas da comunicação, transporte, saúde (côo

epidemias) ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e

tecnológico.

H22. Reconhecer argumentos pró ou contra o uso de determinadas tecnologias para

a solução das necessidades humanas, relacionadas à saúde, moradia,

transporte, agricultura, etc.

H23. Reconhecer na linguagem corrente informações científicas apresentadas em

diferentes linguagens (matemática, artística ou científica) a respeito de

processos naturais ou induzidos pela atividade humana.

H24. Combinar leituras, observações, experimentações e outros procedimentos para

diagnosticar e enfrentar um dado problema.

H25. Comparar procedimentos propostos para o enfrentamento de um problema real,

decidindo os que melhor atendem ao interesse coletivo, utilizando informações

científicas.

2.3.6.3-QUADRO DE COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E CONTEÚDOS

As competências C1, C2, C3 e C4, seus respectivos conteúdos e habilidades

deverão ser desenvolvidas na 3ª etapa do Ensino Fundamental. As competências

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C5, C6, C7 e C8 e seus respectivos conteúdos e habilidades serão desenvolvidas na

4ª etapa.

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDOS

C1 H1 1, 2, 5, 6, 7 H2 3, 5, 6, 7 H3 4, 5, 6, 7

C2 H4 4, 9, 11 H5 4, 11, 12 H6 4, 9, 10, 11, 12

C3 H7 5, 6, 7, 9, 11, 12 H8 5, 6, 7, 9, 11, 12 H9 5, 6, 7, 9

C4

H10 8, 13, 14, 15, 16 H11 8, 10, 17, 18, 19, 20, 21 H12 5, 6, 7, 10, 11, 20, 21, 33, 35, 36 H13 11, 21, 33, 35, 36

C5 H14 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28. 29, 30 H15 22, 23, 25, 26, 27, 28, 29, 30 H16 22, 23, 25, 26, 27, 28, 28, 30

C6 H17 25, 26, 27, 28, 29, 30 H18 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30 H19 29, 30

C7

H20 22, 31, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40 H21 22, 32, 33, 36, 37, 38, 39, 40

H22

31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39,

40

C8 H23 31, 32, 34, 37, 38, 39, 40 H24 31, 32, 34, 35, 37, 38, 39, 40 H25 31, 32, 34, 35, 37, 38, 39, 40

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2.4- A ÁREA DE HISTÓRIA

2.4.1- CONCEPÇÃO DE ÁREA

Em uma das teses sobre o conceito de história Walter Benjamim a descreve da

seguinte forma:

Há um quadro de Klee que se chama Angelus Novus. Representa um

anjo que parece querer afastar-se de algo que ele encara fixamente.

Seus olhos estão escancarados, sua boca dilatada, suas asas

abertas. O anjo da história deve ter esse aspecto. Seu rosto está

dirigido para o passado. Onde nós vemos uma cadeia de

acontecimentos, ele vê uma catástrofe única, que acumula

incansavelmente ruína sobre ruína e as dispersa a nossos pés. Ele

gostaria de deter-se para acordar os mortos e juntar os fragmentos. 1

Os anjos da história são os historiadores, é deles a missão de recompor, reconstruir

o passado preservando os acontecimentos que foram destruídos numa catástrofe, o

nome dessa catástrofe é esquecimento. No entanto, é impossível acordar os mortos

e juntar todos os fragmentos, então os historiadores garimpam o que é mais

importante e conveniente ao saber dos homens de seu tempo. A cada tempo novos

interesses aparecem e as ruínas são novamente remexidas em busca de novos

ensinamentos em busca de novos saberes.

O principal objetivo de se mexer e se remexer nos escombros do passado, de juntar

os fragmentos e/ou acordar os mortos é levá-los ao máximo de pessoas que seja

possível objetivando a conscientização do individuo no seu trato com a sociedade em

que vive e as outras com as quais ele se relaciona.

1 BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas. Vol. 1. Mágia e técnica, arte e política. Ensaios sobre literatura e

história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 222-232.

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Assim, a abordagem dos conteúdos programáticos da disciplina História deve levar

os educandos a participar da construção do conhecimento histórico pensando nas

experiências por eles vivenciadas e na realidade vivida por eles. Assim, a sala de

aula é apenas um local para troca de vivencias e discussões, pois os assuntos

analisados não podem ser estudados como um conhecimento ou um acontecimento

do passado eles estão e tem de estar sempre ligados ao presente e servir de lição

para as decisões futuras.

Segundo o historiador Jaques Le Goff, as fontes históricas são todos os registro de

inteligência deixado pelos homens2. Sendo assim, é importante buscar a

compreensão do processo histórico através da leitura e análise de diversos tipos de

fontes históricas. Essas atividades dão uma melhor visibilidade ao período em

analise como também estimulam uma postura critica acerca da construção do

processo histórico preparando aos educandos para interpretarem suas próprias

historias e analisarem sua atual realidade.

Da mesma maneira em que é necessária à construção e ao entendimento da História

a análise de diversas fontes históricas é impossível se pensar os acontecimentos

sócio-políticos e culturais a articulação com outras áreas do conhecimento. Ou seja,

é inviável o ensino da História seja feito de forma isolada das outras disciplinas. A

história deve ser contada de forma interdisciplinar.

Tratado dessa forma, o conhecimento sobre a História serve como uma ferramenta

para a reflexão sobre questões e temas essenciais para uma consciente interação

entre o individuo e a sociedade.

2.4.2- OBJETIVOS

Compreender a relação homem versus natureza;

2 LE GOFF, Jaques. História e Memória. Campinas: Unicamp, 1992.

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Este objetivo visa a analise de como o homem fez parte da natureza, como passou a

dominá-la e de que maneira ele interagiu com ela nos diferentes momentos

históricos.

Perceber o desenvolvimento tecnológico e suas influências no processo

histórico;

Entender como o homem lida com o meio em que vive e como ele o transforma

a seu favor; A insatisfação e a curiosidade fazem parte da natureza humana, e os

homens estão sempre em busca: de formas para viver melhor; para produzir mais

rápido; para ter mais lucro... Não obstante, cada invenção do homem altera o seu

modo de viver modificando, de forma sutil ou radical, as formas de se relacionar com

seu semelhante e com o meio. Dessa maneira é mais do que importante se analisar

as influencias desse desenvolvimento sobre o processo histórico.

Reconhecer as formas de produção e reprodução das desigualdades sociais;

A produção e reprodução das desigualdades sociais existem em todas as

sociedades desde que os homens passaram a viver em grupo de forma organizada,

reconhecê-las é saber por quais motivos históricos se pertence a determinado grupo

social e como no decorrer da história da humanidade dominador e dominado se

relacionaram – quais instrumentos foram utilizados pelos dominadores para manter o

seu poder e quais foram as formas de resistências elaboradas e utilizadas pelos

dominados para alterarem, suportarem ou protestarem a dominação.

Não obstante, este objetivo visa não apenas uma consciência de classe (isso

também!), mas refletir a cerca da importância dos grupos sociais e as

transformações históricas pelas quais esses grupos (dominantes e dominados)

passaram através do tempo.

Conhecer as formas de organizações políticas das sociedades no decorrer da

história;

É preciso saber identificar e diferenciar quais as formas de governo e onde, quando e

de que forma estas políticas trataram a população (com mais ou menos liberdade)

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para analisar e argumentar sobre as atitudes tomadas pelos governantes sejam eles

municipais, estaduais, federais, brasileiros e ou não.

Além disso, viabilizar o conhecimento do processo de formação política do Brasil e

as diversas formas de políticas existentes com as ONGs (organizações não

governamentais); as diversas associações existentes; e as relações políticas

estabelecidas dentro da própria família.

Interpretar, por meio de fontes e linguagens diversas, a experiência histórica;

Isso significa entender que as fontes históricas são múltiplas e se apresentam por

meio de diferentes suportes e linguagens: escrita, iconográfica, oral, gestual,

monumental, etc., que o aluno deve conhecer e saber interpretar.

Perceber a temporalidade do histórico para além da simples sucessão

cronológica, suas continuidades, rupturas e ritmos diferentes;

Perceber a temporalidade histórica é identificar o que mudou, principalmente quando

e em que circunstancias essa mudança ocorreu, e em que pontos o presente

permanece inalterado em relação ao passado. Ou seja, é esta, sempre,

estabelecendo relações entre o passado e o presente para dar mobilidade aos temas

estudados de forma que os alunos percebam que a historia faz parte de sua vida.

Consubstancialmente, este objetivo dá espaço ao questionamento da realidade e a

identificação de problemas, dessa forma, abre caminhos para a busca de possíveis

soluções.

Reconhecer que o conhecimento histórico é parte do conhecimento

interdisciplinar;

O conhecimento histórico não pode ser construído sem o auxilio de outras áreas do

conhecimento apesar do currículo escolar apresentar a como, assim como as outras

áreas, uma disciplina é de suma importância que os alunos não o vejam dessa

maneira e saibam que os fenômenos sociais não podem ser explicados por apenas

uma área do conhecimento humano. Para tanto é preciso que haja, em algum

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momento, atividades que busquem a interação dos conteúdos de história com os de

outras ciências.

Promover a autonomia dos educandos no estudo de História;

É ensinar aos alunos da EJA a dominar procedimentos de pesquisa escolar e de

produção de texto, aprendendo a observar e colher informações de diferentes

paisagens e registros escritos, iconográficos, sonoros e materiais com o intuito de

instrumentalizar os alunos para que eles buscarem, selecionarem, organizarem,

analisarem, a interpretarem e opinarem sobre os temas históricos. Ou seja, que

sejam capazes de produzirem seus próprios conhecimentos.

2.4.3.- DESENVOLVIMENTO CURRICULAR

A proposta curricular para o ensino de história da EJA segue as diretrizes sugeridas

pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, na qual o se privilegia o estudo da história

através de recortes temáticos e o ensino de conceitos históricos valorizando visões

plurais e criticas da História através da incorporação de novas produções

historiográficas sendo isso feito a partir da análise de fontes de diversas naturezas.

O que se registra como resposta a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais,

base para a proposta da EJA, é que ela foi aceita com ressalvas pelos profissionais,

pois a mesma “foi duramente criticada por representantes das universidades e

particularmente, por professores e pesquisadores da Associação Nacional de

História (ANPUH)”3. O resultado desse embate institucional está expresso nos livros

didáticos, são exceções as produções que apresentam seus conteúdos de maneira

temática.

3 SCHMIDT, Maria Auxiliadora e CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2004. p. 14.

ver também: REVISTA BRASILEIRA DE HISTÓRIA. São Paulo: ANPUH/Marco Zero, n 25/26, 1993. (Memória, História e historiografia – Dossiê Ensino de História).

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Entre os PCN's e a proposta da EJA, nota-se além das semelhanças que já

elencamos aqui há uma diferença marcante, enquanto a primeira é a completamente

aberta a qualquer tipo de abordagem a segunda é completamente fechada, refutando

qualquer outro tipo de abordagem que não seja a temática. Segundo os elaboradores

da proposta foi eleita e pensada visando a relação do pouco tempo e muito conteúdo

que a disciplina história tem.

Paralelamente as proposta da EJA as novas produções a cerca do ensino de História

reivindicam a continuidade da historia ensinada através dos processos históricos em

que a ênfase maior seja o conteúdo histórico.

“Tudo bem, acusamos a pancada que recebemos com o fim de

certas utopias (...) Mas, após o atordoamento inicial, não

podemos correr o perigo de, junto com a água do banho, jogar

fora também o bebê (...) atirando na lata do lixo do conteúdo

ensinado o dogmatismo do marxismo ortodoxo e a noção de

processo histórico ou a concepção de seres humanos como

sujeitos histórico. (...) Historiador/professor sem utopia é

cronista e, sem conteúdo, nem cronista pode ser.”4

Essas palavras exemplificam a reivindicação ao mesmo passo que é um alerta os

profissionais a não abandonarem ou menosprezarem, no ensino, o processo

histórico apenas por ter andado próximo a uma concepção superada. Nesse mesmo

artigo os autores propõem que ao invés de se utilizar, apenas, um recorte que seria

até aconselhável que diferentes recortes fossem utilizados.

Tendo em vista essa quebra de quebra de braço política, entre as propostas das

instituições de ensino e a produção intelectual acerca do ensino de história a escolha

do conteúdo programático para a Educação de Jovens e Adultos da cidade de

4 PINSKY, Jaime e PINSKY, Carla Bassanezi. “Por uma História prazerosa e conseqüente” In KARNAL,

Leonardo (org). História na Sala de Aula. Conceitos práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2007.

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Camaçari foi feita pensando na realidade vivida pelos alunos, assim como a

realidade de alunos da EJA de outras localidades do Brasil, os alunos camaçarienses

trabalham durante todo o dia e estudam a noite, e em muitos casos a hora que

chegam em casa é quando voltam da escola. Sendo assim, o único espaço de

estudo, para eles, é a escola fora dela o veiculo de transmissão de conhecimento é o

livro didático que eles manuseiam em suas horas livres.

Sensibilizados com essa situação, após análises e debates sobre a proposta e a

realidade dos educandos, os professores de História concluíram que seria mais

prudente adotar um currículo seguindo a idéia de uma História integrada como a

maioria dos livros didáticos disponíveis no mercado apresentam e no espaço da sala

de aula trabalhar na desconstrução das possíveis concepções eurocêntricas contidas

no livro; da falsa idéia que se tem quando se trabalha com uma cronologia de que o

saber definitivo; como também relativizar a idéia de progresso ou processo

civilizatório. Pois se chegou ao consenso de que o problema não estava na forma

como o conteúdo era e é organizado mas na forma pela qual ele é trabalhado com os

alunos.

A adoção dessa postura não subestima, em momento algum, a capacidade

intelectual dos alunos, busca entender as especificidades e as dificuldades

enfrentadas pelo alunado em seu cotidiano. Essa decisão nada mais é que uma

adaptação a realidade dos estudantes, contudo, sem abandonar a proposta do MEC

para a Educação de Jovens e Adultos nem desprezar das recentes abordagens para

o ensino e aprendizagem de História proposta pelos profissionais desta área e tem

como intenção a prática de uma educação de qualidade.

2.4.4-EIXOS TEMATICOS

Para as series iniciais que se referem as 5ª e 6ª serie, se prever um ensino que

busque compreender as relações sociais e trabalho: migrações e identidades, já para

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as turmas em continuidade que corresponde a 7ª e a 8ª series as relações de poder

e conflito e cidadania.

Apesar dessa proposta não ter a intenção de trabalhar com temas mas com um

processo de construção histórica baseado num modelo cronológico, não será

abandonado os eixos temáticos uma vez em que a organização dos conteúdos

respeita esses eixos temáticos assinalado pelo MEC para a Educação de Jovens e

Adultos.

Assim para as séries iniciais, a ênfases dada será buscar compreender como os

homens ocuparam os espaços e como se relacionaram entre si e com outros povos

analisando dessa maneira o processo de formação de identidade das mulheres e dos

homens ao longo da história.

No que diz respeito as turmas em continuidade, como o próprio nome indica é a

continuidade do entendimento do ser humano. Nessas turmas, a ênfase será dada

aos conflitos acontecidos, pelos mais diversos motivos, na historia e as relações de

poder elaboradas para que um determinado grupo chegasse ou permanecesse no

poder pensando dessa forma como o conceito de identidade é construído.

2.4.5.-EMENTA

O estudo da disciplina história para as turmas de Educação de Jovens e Adultos tem

como principal ênfase compreender como as sociedades, em especial a brasileira, se

constituiu e o porque hoje se pensa e/ou se agi de uma forma em detrimento de

outra e fazer com que os alunos percebam que a trama histórica não se localiza nas

ações individuais, mas no embate das relações sociais, no decorrer do tempo.

2.4.6-SELEÇÃO DO CONTEÚDO

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Toda vez que, ao montarmos um curso, nos deparamos com assuntos em que

desconhecemos a sua importância para a formação intelectual dos alunos devemos

nos perguntar: pra que serve isso? se não obtivermos nenhuma resposta então não

devemos ter dó algum em abandonar esse conteúdo e dedicarmos mais tempo a

outros que tenham mais relevância.

Dessa forma, os conteúdos que compõem essa proposta foram escolhidos levando

em consideração a baixa carga horária que a disciplina História tem e a grande gama

de conteúdos que tem de ser trabalhados na disciplina, assim foram selecionados os

acontecimentos de maior relevância a formação da sociedade brasileira em sua

forma de agir, pensar e se relacionar.

2.4.7-CONTEÚDOS

EJA 04- 5ª e 6ª série

� Histórias de vida

� A sua História e outras Histórias

� Os fatos de sua História

� Os documentos e suas informações

� O tempo e o lugar na sua História

� Histórias do cotidiano

� Das cavernas às cidades

� O período Neolítico e a Revolução Agrícola

� A formação da família da propriedade privada e do Estado

� Os primeiros habitantes do Brasil: os povos indígenas

� Os povos indígenas no Brasil: o passado e o presente

� Os povos indígenas: formas de organização

� A importância da terra e a divisão do trabalho entre os povos indígenas

� Para entender a História dosa povos indígenas do Brasil

� As exigências dos povos indígenas para o governo brasileiro

� A origem de Camaçari: Com os Tupinambá

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� O modo de produção asiático

� Os Mesopotâmicos

� A criação do Estado e as primeiras noções de Justiça

� Os egípcios

� As civilizações africanas: O Mali e O Congo

� As civilizações Clássicas: Grécia e Roma

� A desagregação do mundo romano

� O mundo medieval no ocidente e no oriente.

� A expansão marítima européia: a primeira globalização?

� O Brasil no contexto da expansão marítimo européia: choque cultural

� Salvador e o Recôncavo baiano dos séculos XVI e XVII

� O alargamento de fronteiras: entrada para o interior

� Conflitos e resistências na colônia

� A Reforma e a Contra Reforma religiosa

� O Renascimento Cultural e Cientifico

EJA 05- 7ª e 8ª série

� As revoluções burguesas

� As independências na América Espanhola

� A chegada da Família Real no Brasil

� O Processo de independência política do Brasil

� A construção da identidade brasileira: povo, Estado e território

� A Lei da terra e a cidadania

� Conflitos e resistências no período imperial

� Processo de substituição da mão de obra escrava

� As teorias racistas

� O processo republicano

� O processo industrial no Brasil

� A rede ferroviária de Camaçari

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� O processo de urbanização e a favelização do Brasil

� Movimentos sociais rurais: Canudo, o Contestado, Juazeiro e o mito do

jagunço

� O neocolonialismo: na América, na Ásia e África

� A Primeira guerra mundial

� O período entreguerras: a crise do capitalismo e as guerras mundiais

� A segunda guerra mundial

� A Era Vargas: a formação da cidadania política

� A guerra fria: e a formação das ditaduras militares

� Os blocos econômicos

� A globalização e seus contextos

2.4.8-COMPETÊNCIAS E HABILIDADES

2.4.8.1-COMPETÊNCIAS

C1-Compreender e explicar os diferentes conceitos que informam as estruturas e as

relações sócio-históricas de uma dada realidade;

C2-Reconhecer as formas de reprodução e reprodução sociais;

C3-Analisar as fontes históricas;

C4-Perceber rupturas e continuidades no processo histórico;

C5-Associar a História com as outras disciplinas.

2.4.8.2- HABILIDADES

H1-Identificar os fatos históricos;

H2-Reconhecer as peculiaridades de cada período da história e formas de

organização políticas;

H3-Interpretar os fatos históricos;

H4-Relacionar fatos do passado com os da atualidade;

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2.4.8.3-QUADRO DE HABILIDADES

Competências Habilidades C1 H1, H2, H4. C2 H1, H3. C3 H1, H2. C4 H1, H3, H4. C5 H1, H4, H3.

2.4.9-ORIENTAÇÕES METODOLOGICAS /DESENVOLVIMENTO CURRICULAR

O conteúdo programático, aqui escolhido, terá como foco principal o estudo do ser

humano e suas realizações sobre a face da terra com ênfase para o entendimento da

construção da sociedade brasileira. Assim, o principal objetivo será o de interrogar o

passado a partir de questões do presente em busca de identificar justificativas a

atitudes, instituições e ideologias praticadas na atualidade. Obviamente, com o

cuidado de não fazer juízo ou interpretar o passado a partir de experiências do

presente.

O método mais apropriado a essa abordagem de História Integrada é o comparativo,

pois demonstrará que a História não é feita de quadros já acabados ou gavetas onde

guardamos separadamente a história antiga, medieval, moderna e contemporânea.

Não obstante ao método é preciso ensinar a edificar o ponto de vista, pois mostrar ou

dar explicações de como os homens e mulheres chegaram a determinado momento

histórico e o porque dessa transformação, “hoje já não é suficiente.”5

A abordagem mais indicada para se trabalhar esses proposta é a da História Social

(abordagem que se preocupa em investigar os aspectos políticos, econômicos,

5 RUIZ, Rafael. “Novas formas de abordar o ensino de História”. In KARNAL, Leonardo (org). História na

Sala de Aula. Conceitos práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2007.

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sociais e culturais de um determinado período ou evento) e a História das

Mentalidades (perspectiva que busca compreender as atitudes e os modos de agir

do individuo frente a um determinado momento histórico) conjuntamente, pois

somente neste prisma se poderá perceber as relações entre a sociedade e o ser

humano.

Em termos práticos, pode-se colocar essa orientação que a principio parece apenas

teórica e até certo ponto utópica no cotidiano das aulas de história fazendo análise

de textos ou mesmo do livro didático para se propiciar o conhecimento ou identificar

as características econômicas, sociais, culturais e políticas de uma sociedade numa

época e num tempo determinado. Conhecer esses aspectos é de suma importância

para que o aluno possa entender como as mulheres e os homens viviam e se

relacionavam nesse período.

Essa etapa pode ser feita através de uma pesquisa em grupo na escola, na classe

ou mesmo na biblioteca da escola, não apenas para tirar os alunos do ambiente da

sala de aula, mais também para que eles possam escolher, selecionar, enfim

pesquisar o material que eles trabalharam, assim o professor tem a oportunidade de

orientar e acompanhar o processo de pesquisa da turma. A apresentação do

resultado desse trabalho pode ser feita através de um seminário no qual se

exploraria a oralidade dos alunos ou em forma de painel o que privilegiaria a

criatividade e possibilitaria posteriormente a comparação de sociedades

contemporâneas nas de localidades distantes.

Após o entendimento de como a sociedade se estruturou passa-se a buscar como os

homens e mulheres viviam nessa sociedade sem eleger categorias antagônicas do

tipo a norma versos o costume um embate teórico que não contribuiria em nada para

o desenvolvimento e o conhecimento dos educandos ao invés disso entender porque

uns burlavam as normas e quais as estratégias o estado ou a sociedade elaborava

para punir, excluir ou apoiar esses individuos.

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Para tanto o mais apropriado seria a utilização de documentos históricos como

processos crimes, fotografias, recortes de jornais, gravuras, caricaturas, filmes ou

musicas. Adotar procedimentos de investigação para as aulas com o intuito de que

os próprios alunos descubram e identifiquem as semelhanças e as diferenças de

experiências e modos de vida, as rupturas e as continuidades, propicia aos alunos

uma maior proximidade da história e o entendimento de como ela é construída,

dinamizando e dando mais ludicidade as aulas. ludicidade com eficiência. Como

forma de exposição do conteúdo final desse trabalhado pode ser produzido um jornal

ou uma revista ou mesmo um dossiê ‘ sobre o período em estudo.

Existem várias formas de se trabalhar as fontes históricas na sala de aula aqui será

exposta algumas delas6:

a) Ilustrar o tema na sala de aula: Quando se utiliza o documento para reforçar o

que foi dito pelo professor. O conteúdo do documento é trabalhado partindo do geral

para o particular, do discurso do professor para o exemplo. O professor é quem

estabelece como eles devem explorar o documento, cuja a finalidade é confirmar o

conteúdo transmitido.

b) Induzir o aluno ao conhecimento histórico: O documento, também, é tratado como

um forma de exemplificar o que foi dito, porém é o aluno quem explora as

informações contidas no documento. O professor estabelece regras, ou roteiros, que

permitem ao aluno realizar agrupamentos, classificações e estabelecer relações

entre os elementos existentes no documento e o conteúdo estudado.

c) Estudá-la como fonte de informação histórica: São usados documentos de

diversos tipos iconográficos, escritos, audiovisuais, sonoros depoimentos orais, para

que o aluno possa construir relações de semelhanças, diferenças combinar

6 As orientações seguidas aqui foram adaptadas de SCHMIDT, Maria A; CAINELLI, Marlene. Ensinar

História. São Paulo: Scipione, 2004. p. 103-5

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informações e estabelecer generalizações. Nessa categoria, o professor estabelece

regras mais amplas (um roteiro mais aberto) para a análise.

d) Estudá-la como fonte para construção de uma problemática ou hipótese histórica:

Os documentos são apresentados de modo que provoquem a admiração e o

interesse dos alunos, mobilizem referências e contribuam para a construção de

novas argumentações. O aluno é orientado a inscrever o conteúdo do documento em

contextos históricos amplos. O professor intervém no processo para orientá-lo,

corrigi-lo e mobilizar-lhe conhecimentos necessários a compreensão do documento.

e) Estudá-la como fonte de resposta para hipóteses e problemas: Entende-se o

documento como um veiculo, um instrumento que por si só não revela nada, mas

serve para responder a questões do aluno e do professor. O professor deve elaborar

regras com o objetivo de manter o aluno campo da problemática levantada e deve

ser feito um registro pertinente às questões colocadas.

As classificações apresentadas anteriormente têm um caráter informativo, com o

único objetivo de demonstrar formas pelas quais as fontes podem ser utilizadas.

Assim como as propostas de exposição dos resultados dos trabalhos. Quem

conhece a turma e as formas pelas quais ela terá um melhor resultado é o professor.

Assim, todas essas formas são válidas. Não existe uma melhor que a outra. O

sucesso da sua utilização dependerá da adequação do conteúdo, com o objetivo

pensado para a sua utilização e é claro ao público que se destina o trabalho.

2.5- A ÁREA DE GEOGRAFIA

2.5.1- HISTÓRICO DA DISCIPLINA

A Geografia é um saber tão antigo quanto a própria história dos homens, se formos

analisá-la desde os primórdios, ela “nasceu” entre os gregos, junto com o nascimento

da Filosofia, da História e do Teatro. A Grécia Antiga sempre foi uma região bastante

evoluída em comparação a outros lugares da Antiguidade, com suas lutas pela

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democracia; o comércio como principal atividade econômica, já que entre outros

lugares o mais comum era o trabalho escravo; e a organização espacial em cidades-

estado. Desse modo, a Geografia nasce colada, de um lado, às lutas democráticas

que se desenrolam nas cidades gregas e atravessam praticamente toda a sua

história e, de outro lado, aos interesses dos mercadores que impõem aos gregos

uma talassocracia. Embora não haja aí uma separação, talvez se possa falar que a

Geografia evolui sobre duas vertentes. Da primeira sobram vestígios, dispersos nas

obras que brotam das lutas democráticas e vêem as soluções dos problemas do

homem como ato político, coletivo e totalizante. Sem a preocupação do nome, nelas

está presente a Geografia, enquanto sociedade pensada e posta à transformação.

Da segunda sobram registros igualmente abundantes, sobretudo na forma de relatos

dos povos, terras e mapas, feitos para servir ao comércio e ao Estado. A Geografia,

como a História e como o Teatro, é conhecimento diluído na Filosofia, que é uma

reflexão colocada à prática da vida e, por isto, referenciada pelo conhecimento.

2.5.2- CONCEPÇÃO DA ÁREA

A Geografia é uma realidade objetiva, um saber vivido e aprendido pela própria

vivência. Um saber que nos põe em contato direto com o mundo exterior, com o seu

todo e com cada um de seus elementos, a um só tempo. Se nisto reside sua

peculiaridade, da qual deriva sua natural popularidade, reside nisto igualmente seu

amplo significado político.

Os temas da Geografia acompanham e fazem parte do cotidiano das pessoas,

inscrevendo-se nas suas condições de existência, tal fato parece justificar sua

popularidade. Não precisamos freqüentar a escola para comungar a Geografia. Nós

a percebemos e a aprendemos por força do nosso próprio cotidiano, do “nosso

espaço geográfico”. Como diz o geógrafo Milton Santos, o espaço geográfico é a

configuração territorial dos objetos geográficos e seu conteúdo social, a vida que lhes

dá sentido e os anima (SANTOS, apud FONSECA e OLIVA, 2001, p.73).

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Parte-se, por exemplo, do modo como costumeiramente é formado o conhecimento

geográfico. Cada pessoa mora em um lugar e possui familiares e amigos que moram

em outros lugares. Estes diferentes lugares são ligados por ruas, avenidas, estradas.

Pessoas, objetos e idéias fluem entre esses diferentes lugares, entrecruzam-se

através das artérias que os põem em comunicação. Cooperam entre si ou ignoram-

se. De diferentes lugares são extraídos recursos que em diferentes localidades são

transformados em objetos úteis e que são intercambiados entre diferentes homens,

de diferentes lugares. Uma combinação de lugares e de relações entre lugares tece

uma unidade de espaço, o espaço geográfico, constituindo o espaço de existência

dos homens. Assim, a Geografia é um discurso global, conseqüentemente um saber

que nos confere, pelo seu domínio, o domínio de tudo e do todo. Porém, a maioria

das pessoas forma este juízo intuitivamente, mas de qualquer forma cada um

constrói um “mapa mental” da Geografia vivida.Para John Berger, “a Geografia é a

mais poderosa e reveladora perspectiva crítica do mundo contemporâneo”

(BERGER, apud OLIVA, 2001, p.35).

O ensino da Geografia deve contribuir para além de descrever, explicar e

compreender o mundo, para transformá-lo, a partir de ações concretas, respaldadas

no seu estudo e na sua compreensão. Jardim (2001) afirma que:

Sob esse novo prisma epistemológico, o ensino da Geografia passou a ser visto como uma intervenção pedagógica capaz de levar os alunos a compreenderem a realidade de forma ampla, para que nela possam interferir de maneira mais consciente e positiva. Para isso, é necessário adquirir conhecimentos, dominar categorias, conceitos e procedimentos básicos, de forma a entender não apenas as relações sócio-culturais e o funcionamento da natureza às quais, historicamente, o homem pertence, mas também conhecer e saber utilizar uma nova forma de pensamento sobre a realidade (JARDIM, 2001, p.87).

O saber geográfico, elaborado em diferentes épocas e em diferentes contextos

(sociais, culturais, ideológicos, políticos, religiosos), é marcado pelas representações

de mundo e idéias predominantes em cada momento. A constituição da Geografia

como ciência pautou-se, algumas vezes, pela tentativa de definir um objeto de

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análise específico; outras vezes, pela definição de um método de pesquisa próprio

ou pelas transformações metodológicas.

A Geografia estuda as relações entre o processo histórico que regula a formação das

sociedades humanas e o funcionamento da natureza, por meio da leitura do espaço

geográfico e da paisagem.

A divisão da Geografia em campos de conhecimento da sociedade e da natureza

tem incentivado um aprofundamento dos seus objetos de estudo. Essa divisão é

necessária, como um recurso didático, para distinguir os elementos sociais ou

naturais, mas é artificial, na medida em que o objetivo desta disciplina é explicar e

compreender as relações entre a sociedade e a natureza, como ocorre a apropriação

desta por aquela. Objetivando a abordagem relacional, a Geografia tem que trabalhar

com diferentes noções espaciais e temporais, bem como os fenômenos sociais,

culturais e naturais que são características de cada paisagem, para permitir uma

compreensão processual e dinâmica de sua constituição.

Sendo assim, o ensino da Geografia deve ter por finalidade trabalhar a complexidade

da organização espacial, buscando explicações sobre as formas utilizadas pelo

homem na apropriação do espaço. Por isso, deve propiciar a compreensão de que o

espaço é dinâmico, resultante da relação da sociedade com a natureza. Assim, o

conhecimento geográfico deve ser importante e útil à vida cotidiana do cidadão.

2.5.3- OBJETIVOS

Os principais objetivos a serem atingidos pelo processo de ensino e aprendizagem

de Geografia na EJA são:

� Construir um conjunto de conhecimentos referentes a conceitos, procedimentos e

atitudes relacionados à Geografia, que permita aos jovens e adultos conhecerem

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o mundo atual em sua diversidade, favorecendo a compreensão de como as

paisagens, os lugares e os territórios se constroem.

� Reconhecer no dia-a-dia, os referenciais de localização, orientação e distância de

modo a deslocar-se com autonomia e representar os lugares onde vivem e se

relacionam.

� Construir referenciais que possibilitem uma participação propositiva e reativa nas

questões socioambientais que acontecem na localidade e em espaços distantes.

� Conhecer o funcionamento da natureza em suas múltiplas relações, de modo a

compreender o papel das sociedades na construção do território, da paisagem e

do lugar.

� Compreender a espacialidade e a temporalidade dos fenômenos geográficos

estudados em suas dinâmicas e interações, entendendo a formação e a

organização espacial atual de espaços geográficos próximos ou distantes.

� Compreender que as melhorias das condições de vida, os direitos políticos, os

avanços tecnológicos e as transformações socioculturais são conquistas ainda

não usufruídas por todos os seres humanos e, dentro de suas possibilidades,

empenhar-se em democratizá-las.

� Conhecer e saber utilizar procedimentos de pesquisa da Geografia, compreender

a paisagem, o território, o lugar, seus processos de construção, identificando suas

relações, problemas e contradições.

� Desenvolver diferentes habilidades que permitam olhar o espaço, usando

procedimentos de pesquisa em Geografia.

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� Compreender a importância das diferentes linguagens (gravuras, músicas,

literatura, dados estatísticos, documentos de diferentes fontes) na leitura da

paisagem, tornando-se capaz de interpretar, analisar e relacionar diversas

informações sobre o espaço.

� Utilizar a linguagem cartográfica para obter informações e representar a

espacialidade dos fenômenos geográficos.

� Valorizar o patrimônio sociocultural e ambiental, respeitando a sociodiversidade e

reconhecendo tais patrimônios como direitos dos povos e indivíduos e elementos

de fortalecimento da democracia.

� Identificar, na paisagem local e no lugar em que se encontram inseridos, as

diferentes manifestações da natureza e a apropriação e transformação dela pela

ação de sua coletividade e de seu grupo social.

� Perceber, no lugar no qual se encontram inseridos, as relações existentes entre o

mundo urbano e o mundo rural, bem como as relações que sua coletividade

estabelece com as coletividades de outros lugares e regiões, enfatizando com o

presente.

� Compreender que cidadania também é o sentimento de pertencer a uma

realidade na qual as relações entre a sociedade e a natureza formam um todo

integrado do qual todos são membros participantes, afetivamente ligados, e pelo

qual são responsáveis e historicamente comprometidos com valores

humanísticos.

2.5.4- DESENVOLVIMENTO CURRICULAR

Os conhecimentos geográficos são importantes para a vida em sociedade, em

especial, para o desempenho das funções de cidadania: cada cidadão, ao conhecer

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as características sociais, culturais e naturais do lugar onde vive, bem como as de

outros lugares, pode comparar, explicar, compreender e espacializar as múltiplas

relações que diferentes sociedades em épocas variadas estabeleceram e

estabelecem com a natureza e com a construção de seu espaço geográfico.

Portanto, a seleção de conteúdos de Geografia para o Ensino Fundamental II na

Educação de Jovens e Adultos – EJA deve contemplar temáticas de relevância

social, cujo entendimento, por parte dos alunos, se mostra essencial para a sua

formação como cidadão. Outro critério importante refere-se às categorias de análise

da Geografia, utilizando conceitos fundamentais para a compreensão desta

disciplina: espaço geográfico, paisagem, território e lugar, que sintetizam aspectos da

organização espacial e possibilitam a interpretação dos fenômenos que a constituem

em múltiplos espaços e tempos. E a partir daí, pode-se identificar a singularidade do

saber geográfico, ou seja, a realidade como uma totalidade de processos sociais e

naturais numa dimensão histórica e cultural.

Os conteúdos a serem estudados devem permitir a compreensão, por parte dos

alunos, de como as diferentes sociedades estabeleceram relações sociais, políticas e

culturais que resultaram numa apropriação histórica da natureza pela sociedade, por

meio das diferentes formas de organização do trabalho, de perceber e sentir a

natureza, de nela intervir e modificá-las.

O ensino da Geografia tem como objetivo contribuir para a construção de uma

identidade coletiva dos alunos da realidade sócio-espacial, significando dizer pensar

e agir no espaço.

Os objetivos desta disciplina encaminham reflexões acerca da estruturação dos

conteúdos, que são instrumentos do processo de ensino-aprendizagem, a serem

desenvolvidos, segundo os objetivos que se deseja atingir. Para Cavalcanti (2002),

ao escolhê-los, o professor deve priorizar a formação do raciocínio espacial dos

alunos e, por isso, vai além da localização e descrição de determinados lugares e

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fatos isolados. Deve justificar essa localização e buscar a significação dos lugares,

considerando um conjunto de aspectos, como os físicos, humanos, econômicos,

culturais, geopolíticos, ambientais, entre outros, articulados entre si. Os conteúdos,

portanto, não podem estar desvinculados dos objetivos pedagógicos que norteiam a

sua escolha.

E para justificar a escolha dos conteúdos geográficos, Cavalcanti é bastante claro:

Com essa abordagem, os conteúdos geográficos normais tornam-se mais eficazes no sentido de cumprir efetivamente com sua tarefa na escola, que é a de contribuir para a formação geral dos cidadãos. É isso que justifica a presença dessa disciplina na escola de nível fundamental e médio, do ensino regular e do EJA. Essa contribuição refere-se à possibilidade de leitura da realidade que esse saber disciplinar especializado possui e pode compor as capacidades cognitivas dos cidadãos (CAVALCANTI, 2002, p.14).

Por essa razão, o conteúdo deve ser sempre construído pelo professor, com vistas à

produção de conceitos geográficos por parte dos educandos, que sejam úteis para a

compreensão dos lugares e que os possibilitem agir com autonomia.

Além daqueles conteúdos necessários à formação de conceitos, algumas propostas

curriculares destacam a importância de se desenvolverem conteúdos procedimentais

e valorativos (BRASIL, PCNs de Geografia, 1998), evidenciando o entendimento de

que o desenvolvimento do aluno na escola não se limita à sua dimensão intelectual,

mas abrange as dimensões física, afetiva, social, moral e estética.

Os conteúdos procedimentais são caracterizados por aqueles trabalhados com o

intuito de desenvolver habilidades e capacidades para que o jovem/adulto opere com

o espaço geográfico. Os PCNs de Geografia destacam a importância do professor

planejar situações de aprendizagem, por meio das quais o aluno possa conhecer e

se utilizar de procedimentos, como a observação, a descrição, a analogia e a síntese

para a compreensão dos diferentes tipos de paisagens, territórios e lugares.

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2.5.5- EIXOS TEMÁTICOS

No Ensino Fundamental, o papel da Geografia é “alfabetizar” o aluno espacialmente

em suas diversas escalas e configurações, dando-lhe suficiente capacitação para

manipular noções de paisagem, espaço, natureza, Estado e sociedade.

Os Eixos Temáticos servem como parâmetros norteadores e permitem a seleção e a

organização de conteúdos.

Cada eixo temático guarda em si uma multiplicidade de temas que permitem ao

professor uma ampla reflexão sobre os diferentes enfoques geográficos (conteúdo).

Os eixos temáticos não representam um programa de curso e nem tampouco uma

proposta curricular a ser seguida de forma dogmática (indiscutível), deve se adequar

a cada realidade.

Eles representam subsídios teóricos que devem ser entendidos como ponto de

partida, e não de chegada.

Propostas dos eixos temáticos na Geografia:

- Trabalhar com os alunos por meio de estudo da Geografia, para uma melhor

compreensão da realidade;

- Trabalhar o mundo atual em sua diversidade – lugar, paisagem e território;

- Apropriação do conhecimento geográfico como forma de compreender e explicar

sua própria vida;

- Expressar conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais.

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Para garantir a interdisciplinaridade, a Geografia deverá também contemplar os

temas transversais, assegurando uma formação integrada do aluno com seu

cotidiano, discutindo, compreendendo e explicando temas de relevância social, como

ética, pluralidade cultural, orientação sexual, meio ambiente, saúde, trabalho e

consumo.

2.5.6- EMENTA/ CONTEUDOS

� EJA 04 – 5ª e 6ª Séries:

- Conceituar Geografia;

- Conceituar lugar, paisagem, território e cidadania ;

- Espaço Natural/Geográfico;

- Noções cartográficas (pontos de orientação, coordenadas geográficas,

escala, tipos de mapas, fuso horário);

- Movimentos da Terra ;

- Relação Campo/Cidade ;

- Os Transportes e os Meios de Comunicação;

- Produção do Espaço Geográfico Brasileiro;

- Regiões Brasileiras.

� EJA 05 – 7ª e 8ª Séries:

- Paisagens Naturais;

- Revolução Industrial ;

- Países desenvolvidos e subdesenvolvidos;

- Capitalismo Industrial;

- Blocos Econômicos;

- O Espaço Mundial;

- A Nova Ordem Mundial;

- A Globalização;

- Os Continentes;

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- Brasil (Atualidades).

2.5.7- SELEÇÃO DO CONTEÚDO

Na Educação de Jovens e Adultos verificam-se processos de escolarização

descontínuos e realizados em diferentes ritmos: há alunos que seguem, em

seqüência linear, as diferentes séries, assim como há aqueles que retornam aos

estudos nas séries dos ciclos finais. Isto obriga o professor a constantemente

retomar, redimensionar e replanejar os conteúdos, na verticalidade, na

horizontalidade e na transversalidade do cronograma definido pela equipe

pedagógica.

Ao estabelecer o conjunto de conhecimentos a serem construídos, devem ser

considerados os conceitos importantes para a socialização, permitindo o

desenvolvimento do papel de cada um na construção de uma identidade com o lugar

onde se vive e, em sentido mais abrangente, com a nação brasileira e mesmo com o

mundo, valorizando os aspectos socioambientais que caracterizam o patrimônio

cultural e ambiental de cada um desses espaços geográficos.

È importante ter cuidado para superar comparações simplistas e questionar

julgamentos de valor, pois ambos carecem de fundamentação e não contribuem com

informações relevantes para a construção de conhecimentos geográficos. As

comparações simplistas e os julgamentos de valor não devem ser ignorados, mas

trabalhados pelo professor como ponto de partida para a construção de

conhecimentos procedimentais e atitudinais, respectivamente. Por isso, durante as

aulas é preciso reservar um período para que os alunos de EJA exponham suas

noções e conhecimentos sobre o assunto trabalhado.

Os pressupostos teóricos e metodológicos necessários para selecionar e organizar

os conteúdos não exclui o livro didático. A questão é como usá-lo para ultrapassar a

descrição de fenômenos e paisagens geográficas e as análises generalizantes. Na

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maioria dos casos, as análises feitas nos livros didáticos, muito amplas, tem pouco a

ver com a realidade próxima dos alunos – o que é explicável, adequado ao projeto de

trabalho da escola.

Não é possível imaginar que a organização de conteúdos proposta pelo livro didático

seja adequada a todas as circunstâncias de trabalho pedagógico, por isso o

professor deve adaptá-lo a realidade de cada turma.

Para que o professor obtenha resultados significativos em seu trabalho, ele deve

estar sempre atento à adequação entre a quantidade de assuntos e a disponibilidade

de tempo, especificamente no caso da EJA. È importante, também, atentar para a

natureza dos materiais didáticos que serão utilizados, avaliando se são de fato úteis

e permitem diferentes graus de aprofundamento da leitura. O ideal é que o professor

antecipadamente faça uma sondagem em relação ao grau de aprendizagem da

turma, para que depois possa escolher os recursos apropriados para a realidade

vivida.

2.5.7.1-. CONTEÚDOS

� 5ª Série:

- Conceituar Geografia (A1);

- Conceituar lugar, paisagem, território e cidadania (A2);

- Espaço/Tempo (A3);

- Espaço Natural/Geográfico (A4);

- Elementos da natureza (A5);

- Transformações da natureza (A6);

- Paisagem (A7);

- Noções cartográficas (pontos de orientação, coordenadas geográficas,

escala, tipos de mapas, fuso horário) (A8);

- Natureza do trabalho humano (A9);

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- Movimentos da Terra (A10);

- Extrativismo Mineral (A11);

- Relação Campo/Cidade (A12);

- Os Transportes e os Meios de Comunicação (A13).

� 6ª Série:

- Produção do Espaço Geográfico Brasileiro (A14);

- Regiões Brasileiras (A15).

� 7ª Série:

- Paisagens Naturais (A16);

- Revolução Industrial (A17);

- Países desenvolvidos e subdesenvolvidos (A18);

- Capitalismo Industrial (A19);

- Blocos Econômicos (A20).

� 8ª Série:

- O Espaço Mundial (A21);

- A Nova Ordem Mundial (A22);

- A Globalização (A23);

- Os Continentes (A24);

- Brasil (Atualidades) (A25).

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2.5.8- COMPETÊNCIAS E HABILIDADES 2.5.8.1- COMPETÊNCIAS

Código Competência C1 Compreender as formas de produção ao longo da história da

humanidade. C2 Compreender o papel das sociedades no processo de produção

do espaço, do território, da paisagem e do lugar. C3 Compreender o espaço territorial contemplando os aspectos

físicos do Brasil e dos continentes. C4 Compreender e valorizar os fundamentos da cidadania de forma

a favorecer uma atuação consciente do indivíduo no espaço geográfico.

C5 Compreender as principais transformações ocorridas no mundo a partir do século XIX.

C6 Compreender a formação e a organização do espaço geográfico, considerando diferentes escalas.

C7 Compreender que o ser humano é integrante, dependente e agente transformador do ambiente.

C8 Compreender a importância da Cartografia para a análise geográfica.

C9 Compreender os principais problemas do mundo moderno. C10 Compreender os movimentos físicos da terra.

2.5.8.2- HABILIDADES

Código Habilidade H1 Identificar transformações temporais e espaciais na realidade. H2 Conhecer a importância da Geografia. H3 Associar características do ambiente (local ou regional) à vida

pessoal e social. H4 Identificar as relações entre a sociedade e a natureza na

construção do espaço geográfico. H5 Identificar representações do espaço geográfico em textos

científicos, imagens e fotos. H6 Identificar geograficamente os fundamentos da cidadania e da

democracia presentes na vida social. H7 Identificar acontecimentos geográficos e suas dimensões

temporais e espaciais, utilizando mapas. H8 Interpretar situações histórico-geográficas da sociedade

brasileira, referente a construção do espaço, do território, da paisagem e/ou do lugar.

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H9 Utilizar noções cartográficas. H10 Diferenciar formas de representação do espaço. H11 Caracterizar formas espaçais criadas pelas sociedades, no

processo de formação e organização do espaço geográfico, que contemplem a dinâmica entre a cidade e o campo.

H12 Discutir diferentes formas de uso e apropriação dos espaços, envolvendo a cidade e o campo e suas transformações no tempo.

H13 Comparar os diferentes modos de vida das populações, utilizando dados sobre produção, circulação e consumo.

H14 Interpretar o processo de formação da sociedade brasileira a partir da análise de acontecimentos histórico-geográficos.

H15 Identificar a evolução do processo de produção. H16 Identificar a evolução tecnológica como colaboradora para a

construção do mundo moderno. H17 Identificar as principais características e conseqüências da

evolução urbana. H18 Relacionar a diversidade morfoclimática mundial com a

distribuição dos recursos naturais. H19 Identificar a presença dos recursos naturais na organização do

espaço geográfico, relacionando transformações naturais e intervenção humana.

H20 Diferenciar paisagem natural X paisagem geográfica. H21 Caracterizar as paisagens naturais. H22 Identificar as especificidades do continente. H23 Entender o significado das instituições sociais, considerando as

relações de poder. H24 Identificar as ações das instituições sociais e políticas no

enfrentamento de problemas de ordem econômica, social e política.

H25 Comparar a disputa pela supremacia mundial.

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2.5.8.3- QUADRO DE HABILIDADES Conteúdos Competências Habilidades

A1 C7 H1, H2 e H3 A2 C4 H1, H2, H3, H4, H5 e H6 A3 C2 H1, H2, H3, H4, H7, H8 e H20 A4 C4 H1, H2, H3, H4, H5, e H6 A5 C4 H1, H2, H3, H4, H5, e H6 A6 C4 H1, H2, H3, H4, H5, e H6 A7 C4 H1, H2, H3, H4, H5, e H6 A8 C8 H1, H2, H3, H4, H7, H8, H9 e H10 A9 C2 H1, H2, H3, H4, H7, H8 e H20 A10 C10 H2, H7, H9 e H10 A11 C1 H1, H2, H3, H4, H11, H12, H13, H14 e H15 A12 C1 H1, H2, H3, H4, H11, H12, H13, H14 e H15 A13 C5 H1, H2, H3, H4, H5, H8, H11, H12, H13, H14, H16 e H17 A14 C6 H1, H2, H3, H4, H5, H13 e H14 A15 C6 H1, H2, H3, H4, H5, H7, H8, H9, H13, H14, H16 e H17 A16 C3 H1, H2, H3, H4, H9, H18, H19, H20 e H21 A17 C1 H1, H2, H3, H4, H11, H12, H13, H14 e H15 A18 C5 H1, H2, H3, H4, H5, H7, H13, H15, H16, H17, H23 e H24 A19 C5 H1, H2, H3, H4, H5, H7, H13, H15, H16, H17, H23 e H24 A20 C5 H1, H2, H3, H4, H5, H7, H13, H15, H16, H17, H23 e H24 A21 C5 H1, H2, H3, H4, H5, H7, H13, H15, H16, H17, H23 e H24 A22 C5 H1, H2, H3, H4, H5, H7, H13, H15, H16, H17, H23 e H24 A23 C5 H1, H2, H3, H4, H5, H7, H13, H15, H16, H17, H23 e H24 A24 C6 H1, H2, H3, H7, H9, H13, H18 e H22 A25 C9 H1, H2, H3, H4, H7, H13, H14, H16, H17, H23, H24 e H25

2.5.9- ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Muitos alunos de EJA apresentam dificuldades relacionadas à leitura e à produção

escrita, tornando o trabalho do professor bastante complexo. Ele deve contribuir para

que os alunos desenvolvam e dominem essas habilidades básicas e, ao mesmo

tempo, deve propiciar a leitura do espaço geográfico, de suas dinâmicas e diferentes

formas de organização. Deve ainda contribuir para a compreensão e construção dos

conceitos e categorias da Geografia, bem como considerar a realidade específica

dos jovens e adultos para quem leciona, fazendo um diagnóstico sobre o que eles

conhecem sobre diferentes lugares, próximos e distantes, e as diferentes leituras que

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fazem do espaço geográfico, das relações e interações nele presentes. Além disso,

deve também criar e propor atividades desafiadoras de caráter geográfico.

Ao possibilitar que os alunos de EJA desenvolvam progressivo domínio da língua

escrita conjuntamente com os conhecimentos da área, o professor de Geografia

estará realizando um trabalho interdisciplinar de apoio ao processo de pós-

alfabetização. Contribuirá também para que, ao dominar a língua escrita, seus alunos

possam utilizá-la para:

� Representar e expressar a realidade, próxima ou distante;

� Registrar informações e conhecimentos;

� Comunicar-se através do espaço e do tempo, ao interagir com outras realidades;

� Realizar diferentes leituras do mundo e de seus espaços geográficos.

Considerando que há alunos com pouco ou nenhum domínio da habilidade escrita,

convém que o professor explore também a oralidade, de modo a estimulá-los a

debater e expressar suas idéias, apresentar informações e sintetizar o que foi

discutido e analisado em aula, contribuindo assim para que desenvolvam

autoconfiança para organizar, por meio da palavra escrita, o que expressam

oralmente com mais desenvoltura.

Em EJA, o processo de aprendizagem e de domínio da habilidade escrita pode

ocorrer de forma lenta e gradual e apresentar-se mais penoso do que os alunos

imaginavam. Por isso, a preocupação central do professor deve ser a de manter a

motivação dos jovens e adultos para aprender Geografia e desenvolver um conjunto

de habilidades necessárias para seu melhor aproveitamento.

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O texto é um dos recursos didáticos mais utilizados pelo professor de Geografia de

EJA, conseqüentemente, nas atividades realizadas é necessário organizar situações

didáticas que possibilitem aos alunos desenvolverem os seguintes conteúdos

procedimentais:

� Observar e interpretar o título e o enunciado dos textos e atividades, seguindo e

aplicando corretamente as orientações, demonstrando autonomia em relação a

esses procedimentos;

� Expressar compreensão global do tema, localizando informações e idéias

centrais, interagindo com diferentes modalidades de textos;

� Elaborar explicações próprias, aplicando corretamente os conceitos e categorias

geográficas;

� Produzir textos coerentes que transmitam idéias próprias, de forma clara e

objetiva, desenvolvendo um modo de pensar e raciocinar geográfico.

A heterogeneidade dos alunos de EJA (em relação ao lugar de origem, às

experiências de vida, à idade, aos valores e hábitos, às origens sociais e culturais,

aos processos de escolarização) constitui um fator enriquecedor para o

desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem em Geografia. Isto, porém, só

se efetiva de forma prática quando o professor amplia sua visão, geralmente

enfocada na quantidade de acertos e erros dos alunos em relação aos

conhecimentos geográficos abordados em sala de aula.

Também o professor deve desenvolver seu espírito investigativo, buscando

compreender as relações estabelecidas pelos alunos entre os conhecimentos que

possuíam previamente e os novos, que estão sendo construídos em aula. A sala de

aula é um universo bastante complexo, no qual muitos fatores interagem: a

afetividade entre os alunos e deles com a escola e o professor, o nível de maturidade

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e individualidade de cada um dos estudantes, os conhecimentos prévios de cada um

deles. A análise das diferentes concepções, experiências, conhecimentos anteriores,

habilidades e processos de estudo dos alunos fornecerá um patamar para que ele

possa planejar a abordagem de novos conhecimentos, conceitos ou categorias

geográficas.

Em alguns momentos, essa multiplicidade de situações exigirá uma atitude de

mediador nas interações educativas entre seus alunos. Outras vezes, ela propiciará

a criação, em conjunto com eles, de desafios perante noções, conceitos, categorias e

conteúdos, revelando diferenciadas leituras da realidade e as concepções que os

alunos possuem sobre o tema proposto.

Os alunos constroem e reconstroem o conhecimento geográfico tanto na escola

como fora dela, estruturando suas idéias e elaborando uma forma particular de

explicar o espaço e as relações nele presentes, constituindo as representações

sociais. Observar as representações dos alunos, investigar como explicitam alguns

temas, conceitos ou categorias próprios da ciência geográfica, que significados

atribuem a eles, como se originaram, que caminhos foram percorridos para sua

elaboração – e que contradições ou ambigüidades traduzem – são procedimentos

essenciais para que o professor contribua para a construção e ampliação dos

conhecimentos dos alunos.

Diante deste objetivo, a primeira tarefa do professor passa ser a de conhecer as

representações dos alunos e os saberes que trazem, buscando analisar e

compreender as situações em que esses saberes se originam: a partir de quais

experiências, vivências e lugares eles são elaborados, quais deles fazem parte do

senso comum, quais podem traduzir-se em conhecimento equivocado ou falso

conhecimento. Esse levantamento permite que o professor planeje e replaneje o

processo e o percurso de seu trabalho, visando a uma aprendizagem significativa por

parte dos estudantes.

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No planejamento o docente precisa estar atento à adequação da turma aos

conteúdos e a quantidade de informações dos conteúdos curriculares, assim como

aos tempos individuais de cada aluno. Além disso, deve avaliar criticamente a

natureza dos recursos didáticos a serem utilizados: estes serão mais ou menos

eficazes à medida que permitam diferentes graus de leitura ou utilização.

Recomenda-se o uso de recursos didáticos diversificados, de modo que ofereçam

múltiplas possibilidades de utilização, em função das diferentes situações de

aprendizagem.

Para que a construção de conhecimento geográfico possibilite novas relações,

desdobramentos e novas descobertas, num processo que se realimenta

continuamente, é necessário considerar todos esses aspectos. O sucesso do

processo de ensino pode ser verificado quando os alunos, desafiados a continuar

investigando, responsabilizam-se pelas descobertas, elaboram suas explicações,

revêem suas hipóteses e conhecimentos iniciais, reorganizam e reelaboram o

conhecimento.

No processo escolar de ensino e de aprendizagem, mesmo a dialética não pode

estar restrita ao conjunto de conteúdos selecionados; deve ser incorporada à

elaboração de questões e respostas, num processo dialogado, mediado pelo

professor – que é o principal responsável por orientar e fornecer fontes e registros

que auxiliem a busca de informações e conhecimentos. Não se trata, portanto, de

elaborar perguntas e esperar respostas predefinidas, limitadas a poucas linhas,

descontextualizadas dos processos mais amplos que dão origem ou configuram o

tema em estudo.

O aluno deve ser constantemente estimulado a expressar seus pensamentos e

opiniões, individual ou coletivamente. Este, aliás, é um dos objetivos mais gerais do

Ensino Fundamental, pois o exercício pleno da cidadania pressupõe que o cidadão

saiba analisar e expressar suas escolhas diante das mais diversas situações da vida

cotidiana.

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O aprendizado desta disciplina poderá recuperar questões relativas à presença e ao

papel da natureza e sua relação com a ação dos indivíduos, dos grupos sociais e, de

forma geral, da sociedade na construção do espaço. Para tanto, a paisagem local e o

espaço vivido são as referências para o professor organizar seu trabalho e, a partir

daí, introduzir os alunos nos espaços mundializados.

O estudo do meio, o trabalho com imagens e a representação dos lugares próximos

e distantes são recursos didáticos interessantes, por meio dos quais os alunos

poderão construir e reconstruir, de maneira cada vez mais ampla e estruturada, as

imagens e percepções que tem da paisagem local e agora também da global,

conscientizando-se de seus vínculos afetivos e de identidade com o lugar em que

vivem.

Aprender Geografia significa também conseguir perceber, observar com intenção e

descrever o cotidiano nas paisagens, interpretando os seus significados, passado e

presente, além de interferir no futuro.

É muito importante para o professor propor uma Geografia que forme um cidadão

capaz de trabalhar a informação disponível no mundo. Informações que se tornaram

invasoras das nossas casas por meio da televisão, dos jornais e da internet e que

muitas vezes iludem, criam falsos valores, induzem ao preconceito. A perspectiva

para o aluno é torná-lo um cidadão completo, ao mesmo tempo com identidades

culturais distintas, que terá de viver de forma menos predatória com a natureza,

respeitando e compreendendo as diferenças socioespaciais, indignando-se com as

injustiças e tendo atitudes propositivas em relação ao seu cotidiano.

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2.6- A ÁREA DE ARTES

2.6.1-UM BREVE HISTÓRICO

Ao recuperar, mesmo que brevemente, a história do ensino da arte no Brasil, pode-

se observar a integração de diferentes orientações referentes às finalidades, à

formação e atuação dos professores, mas principalmente, aquelas devidas ás

políticas educacionais e aos enfoques filosóficos, pedagógicos e estéticos. A

preocupação em identificar o espaço da área no currículo escolar e as tendências

pedagógicas e estéticas predominantes nas práticas artísticas tem por fim conhecer

melhor cada situação pela qual passou o ensino de Arte e como esse conjunto de

fatores pode ter influenciado o momento atual.

Ao ser introduzido na educação escolar brasileira, o ensino de arte incorpora-se aos

processos pedagógicos e de política educacional que vão caracterizar e delimitar sua

participação na estrutura curricular. Nas primeiras décadas do século XX, o ensino

da arte é identificado pela visão humanista e cientificista que demarcou as

tendências pedagógicas da escola tradicional e nova.

Em fins dos anos 60 e na década de 70 nota-se a tentativa de aproximação entre as

manifestações artísticas ocorridas fora do espaço escolar e a que se ensina dentro

dela: é a época dos festivais de musica e teatro com grande mobilização dos

estudantes.

Esses momentos de aproximação – que já se anunciaram quando algumas idéias e a

estética modernista influenciaram o ensino de Arte – são importantes, pois sugere

um caminho integrado a realidade artística brasileira, que é original e rica.

O ENSINO DA ARTE NO CURRICULO ESCOLAR LEGISLAÇÃO E PRÁTICA

Em 1971, pela lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a arte é incluída no

currículo escolar como título de Educação Artística, mas é considerada “atividade

educativa” e não disciplina, tratando de matéria indefinida o conhecimento artístico.

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A introdução da Educação Artística no currículo escolar foi um avanço,

principalmente pelo aspecto de sustentação legal para essa prática e por considerar

que houve um entendimento em relação a arte na formação dos indivíduos.

EM 1988, com a promulgação da Constituição, iniciam-se as discussões e sobre a

nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, sancionada apenas em 20 de

dezembro de 1996.

Com a Lei nº. 0.394/96 revogam se as disposições anteriores e a arte é considerada

obrigatória na educação básica e no ensino médio “o ensino da arte constituirá

componente curricular obrigatório nos diversos níveis da educação, de forma a

promover o desenvolvimento cultural dos alunos” (artigo 26, parágrafo 2º).

È característica desse novo março curricular a reivindicação de se designar a área

por Arte (e não mais Educação Artística e de incluí-la na estrutura curricular como

área de conteúdos próprios ligados à cultura artística, e não apenas como atividade.

2.6.2-CONCEPÇÃO DE ÁREA

A arte pode trazer aos seres humanos benefícios conhecimentos essenciais para sua

evolução. Para alguns, a arte concretiza-se na musica que gostam de ouvis, tocar ou

cantar, na dança que os faz felizes; no personagem com a qual se identificam, em

uma peça de teatro; na pintura, na produção plástica que elaboram; na imagem na

qual seus olhos passeiam e os lava a dialogar com o que estão vendo; na fruição na

apreciação das manifestações artísticas de que gostam.

Mas ela pode significar muito e ser a portadora de muitos conhecimentos e valores

para os alunos, ampliando suas possibilidades de participação social e cultural.

A atual legislação educacional brasileira reconhece a importância da arte na

formação e desenvolvimento de crianças, jovens e adultos, incluindo-a como

componente curricular obrigatório na educação.

As Artes Visuais anteriormente denominadas Artes Plásticas tem como uma de suas

características no processo de percepção exercer um apelo direto sobre os sentidos

da visão e do tato.

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Pode-se considerar como expressões das Artes Visuais, a pintura, a escultura, o

desenho, a gravura, a cerâmica, a cestaria, e o entalhe dentre outros. Atualmente

devido aos avanços tecnológicos e as transformações estéticas do século XX além

de todas as modalidades citadas incluem-se ainda: fotografia, charge, quadrinhos,

cinema, televisão, produção de vídeo, computação gráfica, performance, holografia,

desenho industrial, instalação, multimídia e tudo que for fruto de uma expressão

humana.

Nas artes visuais é necessário desenvolver a educação numa perspectiva critica.

Neste sentido, o desenvolvimento específico da percepção visual, que é o foco desta

proposta possibilita o sujeito conhecer, entender e compreender sua realidade.

Educar o modo de ver e observar é importante para transformar e ter consciência da

participação no meio ambiente, na realidade cotidiana, contribuindo para

potencializar diferentes formas de comunicação com o mundo.

As artes visuais, considerada como um campo de criação de significados apresenta

elementos desafiadores na construção de nossos referenciais para a interpretação

da realidade.

Esse desafio de saber reconhecer referenciais que são base de sustentação na

formação de cada individuo como ser único é legado destinado em sua maioria ao

campo das artes que tem no ser humano a matéria prima para formação e

aprimoramento da expressão viva da arte em si.

Para a compreensão das especificidades dessa área de conhecimento, é necessário,

primeiramente, conceber a arte como uma atividade que envolve aspectos objetivos

e subjetivos da atividade humana. Esse “fazer” articula invenção e produção

simultaneamente à execução e engloba características que são inerentes ao

fenômeno artístico (Pareyson, 1993), o qual resulta em uma forma artística plural,

isto é, que não possui um único significado. Com efeito, a arte é um modo de

produção especifica de conhecimento dos seres humanos ao interagirem com o

mundo ao conhecerem-se e conhecê-lo.

Na contemporaneidade, mudanças significativas estão ocorrendo na relação entre o

artista, a obra e o receptor. Não se busca simplesmente, entender a obra de arte,

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procurando o significado que foi impresso pelo artista no processo de criação.

Tampouco a obra de arte é vista apenas para ser contemplada. O receptor é

convidado a tocar, interagir e a criar significações na relação que é construída no

processo de percepção e fruição da obra.

Por outro lado, a obra de arte já não ocupa mais unicamente os espaços dos

museus. Dessacralizado o espaço de arte. Esta passou a ser encontrada em lugares

diversificados e inusitados, além de ser altamente veiculada nos meios midiáticos.

Apesar de a arte estar cada dia mais diluída no meio social, fazendo parte da vida

das pessoas, ainda existem concepções vinculando-a apenas as obras

“consagradas” pelo tempo sendo dessa forma arte, sinônimo de coisa velha, ou

então, ressaltando-se o seu uso social como mercadoria.

Essa visão de arte contribui para que hoje, ainda persista no senso comum, o

estabelecimento do que é arte, estabelecendo setores diferenciados, como por

exemplo; belas-artes e arte popular, distanciando o fazer artístico de outras formas

de produção humana, bem como apresentando a perspectiva de existir uma elite

cultural artística que se encontra muito distanciada da maioria das produções e da

realidade escolar.

Hoje, sabe-se que a arte, a do passado ou do presente, não vinculadas apenas aos

padrões homogeneizantes, é vista como uma produção de significados feita pelo ser

humano a partir de suas interações no mundo e encontra-se presente no cotidiano e,

consequentemente, na escola, pelas referencias trazidas pelos professores, pelos

alunos, bem como pelo próprio conhecimento em Arte que é construído/conhecido,

dentro e fora da escola.

Nesse sentido, a arte na escola como papel proporcionar aos professores, aos

alunos e a comunidade a possibilidade de reverem-se como construtores da cultura,

e perceberem como suas diferenças – seja de raça, etnia, gênero, classe social ou

referencias culturais, podem apresentar modos de ver e dar significado ao mundo.

Ao mesmo tempo com a quebra de um ensino voltado unicamente para uma

perspectiva racionalista, o “imaginar”, o “criar”, o “intuir”, o “sentir”, aspectos estes

mais ligados á subjetividade humana passam a ser validados como fatores

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importantes para a formação de um ser humano critico, sensível, consciente de sua

cidadania.

As contribuições, advindas das pesquisas contemporâneas sobre os processos de

ensino aprendizagem e a própria revisão do ensino de artes, proporcionam um

repensar sobre a inserção das artes nas escolas, surgindo assim, propostas que

procuram contextualizar esse fazer artístico.

Neste prisma, a arte integrada ao currículo escolar, não é mais vista como simples

fazer espontaneísta, centrado no processo de criar ou, então, apenas ligado a

aprendizagem de técnicas especificas de cada linguagem. Hoje se procura

possibilitar ao aluno que ele possa criar perceber /analisar / contextualizar / pensar

/interpretar /imaginar / sentir a Arte em suas específicas linguagens, refletindo sobre

os valores estéticos, sociais e culturais que se revelam nas produções artísticas de

determinada época histórica, bem como naquelas que são construídas pelos próprios

educandos.

2.6.3- OBJETIVOS DA DISCILINA

Objetivo é algo que se pretende alcançar. Na educação, é freqüente se ouvir falar em

objetivos gerais e em objetivos específicos como se fossem duas categorias

distintas. Poderíamos assim, imaginar uma cadeia de formulações em que um

objetivo vai sendo cada vez mais específico num dos sentidos e, no sentido

contrário, posto em termos cada vez mais gerais. Para simplificar, consideramos aqui

apenas dois tipos de objetivos: os que nos indicam os caminhos a seguir, formulados

em termos do que se deseja alcançar, e os que nos indicam se o que foi planejado

foi ou não alcançado.

Os principais objetivos a serem atingidos pelo processo de ensino aprendizagem de

artes visuais na EJA estão relacionados a seguir e buscam a partir dos mesmos o

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cultivo de habilidades, fazendo com que os alunos tenham oportunidade de pensar,

investigar, verbalizar as duvidas e por fim executar de forma adequada .

� Experimentar e explorar as possibilidades de cada linguagem artística que

serão consideradas importantes em sua extensão, ampliando ser repertório

expressivo e sua capacidade de compreensão do mundo.

� Compreender e utilizar a arte como linguagem, numa busca pessoal e coletiva

articulando percepção e sensibilidade e reflexão ao realizar produções

artísticas.

� Experimentar e conhecer materiais, instrumentos e procedimentos artísticos

diversos em artes de modo a utilizá-los em trabalhos pessoais, identificá-los e

interpretá-los na apreciação e contextualizá-los culturalmente.

� Construir uma relação de auto-estima confiança com a produção artística

pessoal respeitando a própria produção e dos colegas aprendendo a recebe e

elaborar critica

� Identificar, relacionar e compreender a arte como fato histórico

contextualizado nas diversas culturas, identificando a existência de diferença

nos padrões artísticos e estéticos de diferentes grupos.

� Observar as relações entre a arte e a leitura da realidade

� Identificar, relacionar e compreender os diferentes âmbitos da arte do trabalho

e da produção dos artistas.

� Identificar, investigar, organizar informações sobre a arte, reconhecendo e

compreendendo a variedade de produtos artísticos e concepções estéticas

presentes na história das diferentes culturas e etnias.

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� Pesquisas e saber organizar informações sobre a arte em contato com

artistas, obras de arte fontes de comunicação e informação.

� Prazer no empenho na apreciação e na construção de forma artística.

� Interesse e respeito pela própria produção, dos colegas e de outras pessoas.

� Desenvolvimento de atitudes de auto-confiança e autocrítica nas tomadas de

decisões em relações às produções pessoais.

� Atenção, juízo de valor e respeito em relação a obras e monumentos do

patrimônio cultural.

� Interesse pela historia da arte.

� Atenção ao direito de liberdade de expressão e preservação da própria

cultura.

� Autonomia na manifestação pessoal para fazer e apreciar a arte.

� Sensibilidade para reconhecer e criticar manifestações artísticas

manipuladoras, que ferem o reconhecimento da diversidade cultural e a

autonomia e ética humana.

2.6.4- DESENVOLVIMENTO CURRICULAR

As artes visuais são importantes para a vida em sociedade em especial para o

desempenho das funções de cidadania.

O processo de EJA – Educação de Jovens e Adultos é parte integrante da história de

educação de nossos pais como uma das arenas mais importantes donde vem se

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empreendendo esforços para a democratização do acesso ao conhecimento

interagindo com os cânones da escola tradicional buscando dar formação de base

em todos os campos de conhecimento.

A formação no universo da arte em suas múltiplas vertentes busca transmitir ao

aluno EJA um maior esclarecimento sobre seus diretos de expressão, buscando

despertar e fortalecer sua consciência critica como cidadão se reconhecendo como

parte integrante da formação e desenvolvimento de sua família, escola, bairro,

município, estado, pais e humanidade.

A arte na EJA vem como vertente inovadora de práticas pedagógicas nos aspectos

educacionais legislativos, organizacionais espaciais e os recursos humanos e

materiais sejam orientados no sentido de permitir que o ensino e a aprendizagem de

arte ocorram de maneira adequada.

Os conhecimentos no mundo artístico são de extrema importância para formação e

evolução do homem como um ser que pensa, raciocina e precisa da criticidade

como respaldo para decisões.

Em contato com processo de produção artística incentivando o aluno, a saber,

buscar, organizar fontes de documentação e informação na ares de artes são

habilidades necessárias a construção do conhecimento, levando os alunos a

compreender melhor os fenômenos artísticos e as possibilidades de atuar no mundo

em que vive.

Para isso os conteúdos de arte são classificados um três tipos conceituais,

procedimentais e atitudinais, visando ampliar as possibilidades de compreensão do

fazer artístico; os conceituais são ligados no âmbito cognitivo ligado ao saber ser no

convívio com o outro.

A organização desses conteúdos em três vertentes não significa a ausência de

relação entre eles, um mesmo tema pode enfocar conteúdos de natureza diferente.

As propostas de conteúdos para o segmento da EJA estão estruturados nos eixos de

aprendizagem que são produzir, apreciar e contextualizar.

Os PCNs enfatizar o ensino e a aprendizagem de conteúdos de arte que colaboram

para formação do cidadão propiciando ao aluno aquisição de conhecimentos que lhe

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permitam situar a produção de arte como objeto sócio-histórico, contextualizando nas

culturas para seleção e organização de conteúdos de arte foram estabelecidos

critérios que no co9njunto procuram promover a formação artística e estética do

aluno e a sua participação na sociedade.

Na EJA verificam-se processos de escolarização descontínuos e realizados em

diferentes ritmos, há alunos que seguem em seqüência linear as diferentes series,

assim como há aqueles que retomam aos estudos nas series dos ciclos finais. isso

obriga o professos a constantemente retomar, redimensionar e replanejar os

conteúdos, na verticalidade, na horizontalidade e na transversalidade dos conteúdos

programáticos definido pela equipo e pedagógica.

Para que o docente obtenha o resultado significativo em seu trabalho ele deve estar

sempre atento a adequação entre a quantidade de assuntos e a disponibilidade de

tempo especialmente no caso da EJA. É importante também, atentar para a natureza

dos materiais didáticos que serão utilizados avaliando se são úteis e permitir

deferentes graus de aprendizagem.

Faz-se necessário que o docente faça uma sondagem relacionada com o nível de

conhecimento da turma para que possa escolher os recursos apropriados para a

realidade dos discentes.

2.6.6- EIXOS TEMÁTICOS

Os Parâmetros Curriculares Nacionais enfatizam o ensino e a aprendizagem de

conteúdos que colaboram para a formação do cidadão, buscando que o aluno

adquira um conhecimento com o qual saiba situar a produção de arte. Para a seleção

e a organização de conteúdos gerais de arte foram estabelecidos critérios que serão

retomados na elaboração dos conteúdos das Artes Visuais, Música, Teatro, Dança e,

no conjunto, procuram promover a formação artística e estética do aluno e sua

participação na sociedade.

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O conjunto de conteúdos está articulado dentro do processo de ensino e

aprendizagem e explicitado por intermédio de ações em TRÊS EIXOS TEMÁTICOS

NORTEADORES: PRODUZIR, APRECIAR E CONTEXTUALIZAR.

A estrutura dos eixos de aprendizagem e sua articulação com os tipos de conteúdos

da área, de outras áreas e dos Temas Transversais configuram uma organização

para que as escolas criem seus desenhos curriculares com liberdade, levando em

consideração seu contexto educacional.

Os três eixos temáticos estão articulados na prática, ao mesmo tempo em que

mantêm seus espaços próprios. Os conteúdos poderão ser trabalhados em qualquer

ordem, conforme decisão do professor, em conformidade com o desenho curricular

de sua equipe e seguindo critérios da seleção e ordenação adequada a cada ciclo.

A relação entra arte, ensino aprendizagem e os eixos temáticos propiciam que o

aluno seja capaz de situar o que conhece e de pensar sobre o que está fazendo a

partir da experiência individual e compartilhada de aprender. Isso traz consciência do

desenvolvimento de seu papel de estudante em arte e do valor e continuidade

dessas atitudes ao longo de sua vida.

Na sala de aula, observa-se que os eixos de produzir e do apreciar já estão de

alguma maneira contemplada, mesmo que o professor o faça de maneira intuitiva e

assistemática. Entretanto a produção e apreciação ganham níveis

consideravelmente mais avançados de articulação na aprendizagem dos alunos

quando são contemplados com a contextualização.

Nessa ação educacional considera-se que as pessoas, no caso os alunos, estarão

aprendendo à medida que forem capazes de perceber, agir efetivamente em arte e

compreende-la não apenas como objetos, mas como campo de sentido âmbito

perceptivo sensível e cognitivo. Eles poderão perceber imaginar, recordar,

compreender, aprender, fazer conexões e formar idéias, hipóteses ou teorias

pessoais sobre seus trabalhos artísticos e de outros, assim como sobre o meio em

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geral, pois situam a arte nas culturas em diversos tempos da história e situações

sociais e sabem perceber, distinguir e argumentar sobre qualidades.

Assim a contextualização está relacionada à pesquisa e refere-se ao domínio

reflexivo pessoal e compartilhado no qual o aluno dialoga com a informação e

percebe que não aprende individualmente, e sim em contextos de interação. Dessa

maneira a ação de contextualizar favorece saber pensar sobre arte, em vez de

operacionalizar um saber cumulativo na área.

2.6.7- EMENTA

O ensino das artes delineado em todo o processo de ensino aprendizagem, visa

destacar os aspectos essenciais da criação e percepção estética dos alunos e o

modo de tratar à apropriação de conteúdos imprescindíveis pára a cultura do cidadão

contemporâneo. As oportunidades de aprendizagem de arte dentro e fora da escola,

mobilizam a expressão e a comunicação pessoal e ampliam a formação do

estudante como cidadão, principalmente por intensificar as relações dos indivíduos

tanto como seu mundo interior como o exterior.

Através da produção de trabalhos nesta área o aluno poderá compreender a

diversidade de valores que orientam tanto seus modos de pensar e agir com a

sociedade, além de tornarem-se capazes de perceber sua realidade cotidiana mais

vivamente, reconhecendo e decodificando formas, sons, gestos, movimentos que

estão a sua volta.

Será desenvolvido nestas aulas o exercício de uma percepção critica das

transformações que ocorrem na natureza e na cultura propiciando que os alunos

percebam o seu comprometimento na manutenção de uma qualidade de vida melhor,

e estimulando o aluno a perceber, compreender e relacionar tais significados sociais.

Todos esses aspectos serão apresentados, desenvolvidos, contextualizados com a

vivência diária de cada um sem perder de foco o maior de todos os objetivos desta

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aula, estimular a expressão individual fazendo com que cada aluno conquiste e

reconheça seu lugar na sociedade.

Para tanto se faz necessário enfatizar aulas criativas com propostas inovadoras onde

a contemporaneidade exerça seu espaço sobre o tradicionalismo.

2.6.8- SELEÇÃO DOS CONTEÚDOS

Os conteúdos a serem trabalhados nos três eixos temáticos podem levar ao

conhecimento da própria cultura, impulsiona a descoberta de cultura do outro e

relativizar as normas e valores da cultura de cada um.

O fazer, o apreciar e o contextualizar relacionados na aprendizagem mantém

atmosfera de interesse e curiosidade na sala de aula acerca das culturas

compartilhadas pelos alunos, tendo em vista que cada um de nós, no exercício da

vida cotidiana, participa de mais de um grupo cultural.

Tendo em conta os eixos como articuladores do processo de ensino e aprendizagem,

acredita-se que para a seleção e a organização dos conteúdos gerais de artes é

preciso considerar os seguintes critérios.

� Conteúdos que favoreçam a compreensão da arte como cultura, do artista

como ser social e doa alunos como produtores e apreciadores;

� Conteúdos que valorizem as manifestações artísticas de povo e cultural de

diferentes épocas e locais, incluindo a contemporaneidade e a arte brasileira.

� Conteúdos que possibilitem que os três eixos da aprendizagem possam ser

realizados com grau crescente de elaboração e aprofundamento.

2.6.9- CONTEÚDOS

Os conteúdos aparecem sob a forma de temas ou tópicos e também de princípios ou

esquemas conceituais – ponto de partida para organização do trabalho do professor

e ponto de chagada das atividades dos alunos.

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São classificados em três vertentes; conceituais, procedimentais e atitudinais.

� Conceituais – são ligados ao âmbito cognitivo do saber

� Procedimentais – são ligados ao fazer

� Atitudinais – são ligados a saber ser e saber ser no convívio com o outro.

A proposição de conteúdos para o segmento da Educação de Jovens e Adultos está

estruturada a partir de três eixos de aprendizagem, produzir, apreciar e

contextualizar.

Para seleção e a organização de conteúdos de Arte foram estabelecidos critérios que

no conjunto procuram promover a formação artística e estética do aluno e a sua

participação na sociedade.Conteúdos selecionados para os dois ciclos.

EJA 04- 5ª e 6ª SÉRIE

� A1 Arte rupestre

� A2 Arte egípcia

� A3 Arte grega

� A4 Arte Romana

� A5 Ponto e Linha

� A6 Cores

� A7 Figuras Geométricas

� A8 Folclore

� A9 Formas de Desenho

� A10 Simetria e Equilíbrio

� A11 Textura

� A12 Ritmos

� A13 História da música

� A14 Arte Indígena

� A15 Arte/Artistas brasileiros

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EJA 05- 7ª e 8ª SERIE

� A16- Arte Medieval

� A17 Renascimento

� A18 Barroco

� A19 Vanguardas Artísticas

� A20 Arte Moderna

� A21 Folclore

� A22 Teatro

� A23 Cordel

� A24 Publicidade

� A25 Hip-Hop – Rap / Grafite / Brack

� A26 Elementos Artes Visuais

� A27 Releitura Obras de Arte

� A28 Arte Africana

� A29 Musica

� A23 Cores

2.6.10- COMPETÊNCIAS E HABILIDADES

2.6.10.1- COMPETÊNCIAS

C1- Compreender e utilizar a arte como linguagem em diferentes situações.

C2- Reconhecer as diversidades culturais e históricas ampliando capacidade de

analise.

C3- Compreender a criação, evolução e desenvolvimento da humanidade através

das vertentes que compõem o universo artístico.

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C4- Compreender as relações entre a arte e as múltiplas culturas.

C5-Reconhecer e perceber a arte dentro da dinâmica interdisciplinar no ritual

cotidiano.

C6- Compreender as formas de produção, comunicação e expressão ao longo da

história da humanidade.

C7- Compreender a retratação através das vanguardas artísticas as mudanças e

transformações ocorridas no mundo a partir a cada século.

C8- Compreender que o ser humano e integrante, dependente e agente

transformador do ambiente das manifestações artísticas.

C9- Expressar idéias, emoções, sensações e comunicar-se a percepção e

imaginação, memória e sensibilidade.

C10- Reconhecer, diferenciar a importância cromática na comunicação e

expressão entre os seres vivos.

C11- Valorizar acervos de obras de arte como comunicação viva de um povo

através da arte.

C12-Compreender a relação entre as artes visuais e as outras modalidades

artísticas com as outras áreas de conhecimento (Ed. Física, filosofia, história

geografia, ciências, comunicação, matemática entre outras) estabelecendo

ralações destas áreas nos trabalhos individuais e coletivos.

C13- Perceber a comunicação através das vertentes artísticas como música,

dança, teatro compreendendo como pode se expressar através destas

expressões.

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C14- Reconhecer os obstáculos e desacertos como aspectos integrantes do

processo criados pessoal.

2.6.10.2- HABILIDADES

H1- Identificar em manifestações culturais elementos históricos e sociais.

H2- Analisar nas diferentes manifestações culturais os fatores de construção de

identidade através das diferenças.

H3-Identificar produtos e procedimentos artísticos expressões em varias

linguagens.

H4- Identificar através da releitura a importância da visão de cada individuo e sua

contribuição para expressão do individuo.

H5- Interpretar através das expressões artísticas de épocas distintas o retrato e

evolução da sociedade.

H6- Diferenciar diferentes modos de vida através de manifestações culturais.

H7- Identificar a evolução tecnológica como colaboradora para construção do

mundo cotidiano.

H8- Identificar evolução no processo de produção, comunicação e expressão.

H9- Identificar através da analise critica os elementos e formas visuais na

configuração do ambiente cotidiano.

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H10- Valorizar as diferentes manifestações como meio de acesso a outras

realidades culturais buscando evidenciar igualdade nas mesmas.

H11- Desenvolvimento de atitudes de autoconfiança e autocrítica nas tomadas de

decisões em relações com as produções artísticas.

H12- Identificar a retratação de uma época, (cultura, costumes e atitudes) através

da historia da arte.

H13- Apreciação de diversas formas geométricas que compõem o cotidiano.

H14- Interesse e respeito pela própria produção, dos colegas e de outras

pessoas.

H15- Despertar habilidade de fazer perguntas relativas a arte e as questões a ela

relacionada.

H16-Identificar através das questões cromáticas o mundo de expressões

existentes.

H17- Despertar o interesse pela observação e criticidade de letras musicais e

expressão corporal (dança) reconhecendo na mesma uma forma de comunicação

em massa.

H18- Identificar na arte cênica a vertente mais comum para se comunicar com o

mundo.

H19- Identificar nas veiculações de publicidade a importância e os elementos

artísticos utilizados.

H20- Identificar e valorização da arte local.

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2.6.10.3- QUADRO DE HABILIDADES

COMPETÊNCIAS HABILIDADES CONTEÚDO

C1, 2, 3, 6, 7, 8, 9, 11,

13

H1, 2, 3, 5, 10, 12 A1

C 1,2,3 ,6 ,7 ,8 ,9 ,11

,13

H 1,2 ,3 ,5 ,10 ,12 A2

C 1,2, 3, 6, 7, 8, 9, 11,

13

H1, 2, 3, 5, 10, 12 A3

C 1,2 ,3 ,6 ,7 ,8 ,9 ,11

,13

H 1 ,2 ,3 ,5 ,10 ,12 A4

C 5,12 H 7 ,13 ,19 A5

C 1 ,4, 5, 6, 7, 9, 10 H 3, 8, 9, 12, 16, 19 A6

C 1 ,5 ,9 ,12 H 7 ,8, 13 A7

C 1,2, 3, 4, 5, 6, 8, 10,

11, 12, 13

H 1, 2, 3, 5, 6, 8, 9, 10, 12 14, 18 A8

C 1,2, 5, 6, 9, 12 H 3, 8, 9, 14, 19 A9

C 5,9 ,12 H 1 ,8 ,13 A10

C 1 ,5 ,8 ,12, 14 H 2, 5, 9, 14, 16 A11

C 1 ,4 ,5 ,12 ,14 H 1 ,3 ,9 A12

C 1 ,3, 4, 5, 11 H 1, 8, 10, 17, 20 A13

C 1 ,2 ,3 ,4 ,5 ,9, H 1 ,2 ,6 ,16 ,20 A14

C 1 ,2, 3, 4, 6, 7, 11,

12, 13

H 1, 2, 5, 8, 10, 12, 14, 19 A15

C 1,2,3,4,6,8,9,10,11 H 1,2,3,5,6,8,10,12,15,16,17 A16

C 1,2,3,4,6,8,9,10,11 H 1,2,3,5,6,8,10,12,15,16,17 A17

C 1,2,3,4,6,8,9,10,11 H 1,2,3,5,6,8,10,12,15,16,17 A18

C 1,2,3,4,6,7,8,91011 H 1,2,3,5,6,7,8,10,12,15,16,17 A19

C ,2,3,4,6,7,8,9,10,11 H ,1,2,3,5,6,7,8,10,12,15,16,17 A20

C1 ,2, 3, 4, 5, 6, 8, 10 H 1, 2, 3, 5, 6, 8, 9, 10, 12 14, 18 A21

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,11 ,12, 13

C 1,3,4,5,9,13 H 3,8,14,18 A22

C 1,2,4,5,9,12 H 1,3,6,9,10,12,14 A23

C 1,5,6,8 H 1,7,9,12 A24

C 2,3,4,5,6,9,10,12,14 H 1,2,5,8 A25

C 1,2,3,4,5,7,10 H 1,2,3,6,7,8,9,11,14,19 A26

C 1,2,3,5,10,13 H 1,2,4,5,6,8,14 A27

C 2,3,4,5,6,7,8,9,10,11 H1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12,15,16,17,

20

A28

C 1,4,6,9 HI 1,6,8,12,14,17 A29

C1 4 5 6 7 9 10 H3 8 9 12 16 19 A30

2.6.11- ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Quando praticamos o ensino e a aprendizagem da arte na escola, surgem

questões que se referem ao seu processo educacional. Uma delas diz respeito ao

posicionamento que assumimos sobre os modos de encaminhar esse trabalho em

consonância com os objetivos de um processo educativo escolarizado que atenda

as necessidades de cultura artística do mundo contemporâneo. Assim se

pretendemos contribuir para a formação de cidadões conhecedores da arte e para

melhoria da qualidade de vida é preciso que organizemos nossas propostas de tal

modo que a arte esteja presente nas aulas de ARTE e se mostre significativa na

vida dos jovens e adultos participantes deste processo.

Considerando que há alunos com pouco ou nenhum domínio de habilidade escrita,

convêm que o professor explore também a oralidade e a expressão corporal de

modo a estimulá-los a apresentar suas informações, contribuindo assim para que

desenvolvam autoconfiança para organizar suas idéias e expectativas se

expressando oralmente com mais desenvoltura.

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Por metodologia do ensino e aprendizagem em arte estamos estendendo os

caminhos educativos das praticas de aulas artísticas e estéticas. Em outras

palavras esses encaminhamentos metodológicos constituem em um conjunto de

idéias e teorias educativas em arte transformadas em opções e atos que são

concretizados em projetos ou no próprio desenvolvimento das aulas de arte. São

idéias teóricas baseadas ao mesmo tempo em propostas de estudiosos da área e

em nossa prática escolar em arte o que cristalizam nas propostas e aulas.

A metodologia a ser desenvolvida para os alunos EJA deve ser cuidadosamente

elaborada, levando sempre em consideração o público alvo que precisa ser

incentivado na interação cuidadosa com da classe e o docente.

A metodologia educativa na área inclui escolhas profissionais dos docentes quanto

aos assuntos contextualizados e serem trabalhados com os alunos.

Refere-se também a determinação de métodos educativos, ou seja, trajetórias

pedagógicas para que os alunos desenvolverem, apreciarem e analisarem, ainda

nos detemos às escolhas de materiais e meios de comunicação para produção

nas aulas.

Para alguns educadores, as condições que melhor favorecem a aprendizagem são

aquelas que criam entre alunos e professores um clima de afetividade, estima e

respeito.

O importante é que o docente saiba definir seus objetivos, selecionar conteúdos, e

utilizar boas técnicas metodológicas é avaliar constantemente o grau de

compreensão dos alunos. Por isso podemos afirmar que o processo de escolha

metodológica perpassa pela capacidade de cada docente discerni qual o grau de

entendimento, assimilação de sua classe podendo fazer uso de múltiplas

estratégias que compõem a metodologia a ser aplicada que certamente varia de

sala para sala, de escola para escola.

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Nos aspectos metodológicos os docentes não devem perder de vista a expressão

que os alunos utilizam para expressar a falta de entendimento do que esta sendo

abordado ou proposto em sala, para os alunos EJA essa expressão vem de forma

espontânea em faltas, atrasos ou ate mesmo com a verbalização da insatisfação,

então concluímos que será pertinente que o docente tenha sempre uma outra

forma metodológica para substituir a que por algum motivo não surtiu o efeito

esperado.

Na EJA a sala de aula é o encontro de pessoas agrupadas em função da series

escolar em que se encontram ou para qual foram designadas a partir de algum

tipo de avaliação daí em diante é fato que a construção do grupo dar-se-á pela

constancia do dialogo, pela produção em equipe, pela expressão individual,

garantindo direito a voz, principalmente no tocante as expressões artísticas de

cada um, neste aspecto cabe ao docente a sensibilidade de se apropriar deste

momento utilizando vertentes metodológicas que contemplem absorção do

conteúdo a ser trabalhado.

2.6.12- CONSIDERAÇÕES

Para que o processo metodológico obtenha sucesso no ensino da arte na EJA

� O docente precisa conhecer a história da arte para poder escolher o que

ensinar, com o objetivo de que os alunos compreendam que os

trabalhos de arte não existem isoladamente, mas relacionam-se com as

idéias e tendências de uma determinada época e localidade. A

apreensão da arte se dá como fenômeno imerso na cultura e que se

desvela nas conexões e interações existentes entre o local, o nacional e

o internacional.

� O docente precisa orientar tarefas em que os alunos percebam as

qualidades das formas artísticas. Seu papel é o de propiciar flexibilidade

de percepção com perguntas que favoreçam diferentes ângulos de

aproximação das formas artísticas, aguçando a percepção, incentivando

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a criatividade, desafiando o conhecimento prévio, aceitando a

aprendizagem informal que os alunos trazem para a escola, e ao mesmo

tempo, oferecendo outras perspectivas de conhecimento.

� O docente na sala de aula é primeiramente observador de questões

como; o que os alunos querem aprender quais suas solicitações, que

materiais escolhem preferencialmente, que conhecimento tem de arte,

que diferenças de níveis expressivos existem, quais os mais e os menos

interessados, os que gostam de trabalhas sozinhos e em grupo e assim

por diante. A partir de observação constante e sistemática desse

conjunto de variáveis e tendências de uma classe, o docente pode

tornar-se um criador de situações de aprendizagem a partir das

metodologias a serem aplicadas. A pratica da aula é resultante da

combinação de vários papeis que o professor pode desempenhar antes,

durante e depois de cada aula.

As estratégias metodológicas devem estar aliadas aos conteúdos a serem

desenvolvidos sem perder de vista o que se pretende alcançar.

� Apresentação de filmes/slides - despertar os alunos a compreender

mensagens subliminares a partir do que foi apresentado a ale.

� Exposição de pranchas de obras de arte – estimular a criticidade e a

observação de novas formas, questões cromáticas e a externalização dos

sentimentos, levando em conta a expressão e a mensagem referente ao

ano e época de criação da obra.

� Seminários interativos – visa ao docente socializar o conhecimento,

buscando reconhecer seu espaço na sociedade através da oralidade.

� Rodas de Leitura – Sevem alem do exercício da leitura e oralidade, para um

momento de interação pessoal onde os horizontes são ampliadas, e novas

conquistas pessoais são travadas na interação entre os discentes.

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� Jogos lúdicos – promovem o desenvolvimento mental e o raciocínio lógico

atuando na interdisciplinaridade e ampliando a busca por novas

competências para a resolução dos problemas propostos.

� Dramatização/Representações - viabilizam e valorizam a comunicação e

expressão individual e coletiva, pontuando a arte cênica como uma

ferramenta diária utilizada por todos.

� Criação coletiva – Aguçando o olhar pára o trabalho em grupo, ratificando

sempre que vivemos em uma coletividade e que a parceria favorece o bom

andamento das relações interpessoais e trabalhistas e que as mesmas são

acontecem a partir do respeito mutuo.

� Criação coletiva – despertando no discente a capacidade individual de criar,

se expressar, buscando despertar a criticidade no ato da criação.

� Apresentação de objetos artísticos – visa a valorização pelo corpo discente

da criação do outro e sua em particular.

� Visitas a espaços históricos da cidade – busca pelo resgate da identidade

cultural de um povo através de monumentos, praças, prédios, jardins,

estações, ressaltando que em uma cidade sua representação arquitetônica

tem sem relação com a cultura local, formação e evolução através dos

tempos.

� Visitas a museus – buscando vislumbrar novos horizonte expostos através

de relíquias históricas e artísticas.

� Aulas externas – na arte aula externa é aula movimentada onde pode se

trabalhar com elementos naturais aguçando a criatividade e o olhar

investigativo através dos detalhes que passam desapercebidos, alem de

promover a criação individual, coletiva .

� Releitura – fazendo com que os alunos aprendam a fazer interferências a

partir do seu ponto de vista respeitando a individualidade e criação da cada

um.

� Utilização de micro- sistem – perceber através da musica elementos de

comunicação e referencia de uma época e de classes que sempre é

marcada através da vertente musical.

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� Mural interativo – aprendendo a criar interferir respeitando o espaço do

outro.

� Arrumação da sala – facilitando e promovendo a interação.

2.7-LÍNGUA INGLESA

2.7.1.-BREVE HISTÓRICO DA DISCIPLINA

A língua inglesa é utilizada atualmente nos cinco continentes por 320 milhões de

anglofones e 150 outros milhões de pessoas que o utilizam como língua de

comunicação. O inglês tem o posto oficial em mais de 40 países do mundo e é a

língua mais estudada por estudantes estrangeiros. O fato de ser considerada uma

língua universal, deve-se ao seu prestígio social, seu uso funcional, sua

aprendizagem padronizada e sua literatura famosa. (Essas informações constam

na tese de doutorado de Milenna Brun)

O conhecimento de uma língua estrangeira abre as portas para o mundo, conduz

o indivíduo a interagir com povos de diferentes culturas, hábitos, crenças e

filosofias de vida.

Por tais razões é indispensável o ensino da Língua Inglesa na educação de jovens

e adultos. Entretanto, este ensino deve basear-se em objetivos e metodologias

que promovam muito mais do que apresentações de regras gramaticais. Desta

forma, adotemos um ensino comunicativo, no qual os alunos estejam envolvidos

num processo ativo de ensino-aprendizagem, num constante desenvolvimento de

competências e habilidades, através de aulas motivadoras, lúdicas e com

atividades diversificadas.

Este é o trabalho que propomos porque acreditamos que através dessas práticas

nossos alunos terão a possibilidade de integração a um novo e mais amplo

contexto social.

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2.7.2- CONCEPÇÃO DA ÁREA

O inglês é a língua mais estudada no contexto escolar brasileiro. (Porém, o ensino

que vem sendo adotado nos últimos anos está aquém do que realmente é o

ensino da língua.).

Uma língua não existe isoladamente. Ela faz parte do contexto social e cultural de

um povo. Quando se inicia o aprendizado de uma língua estrangeira entra-se em

contato com esse universo sócio-cultural, enfrentando-se um processo de

comparação, questionamento e confronto com esse novo contexto.

Baseando-se no desenvolvimento da competência comunicativa, as aulas de

Língua Inglesa devem ser planejadas e executadas, com a presença de diversos

recursos didáticos (textos orais e escritos, músicas, filmes, atividades gramaticais

e atividades lúdicas) e com o aprimoramento das habilidades speaking, writing,

listening, reading.

2.7.3- OBJETIVOS DA DISCIPLINA

1. Proporcionar aos alunos uma visão do inglês como língua internacional.

2. Proporcionar aos alunos compreender que o estudo da língua inglesa é uma

forma de inserção às multi-culturas e de maior espaço no mundo do trabalho.

3. Proporcionar aos alunos conhecer aspectos culturais relevantes dos países de

língua inglesa.

4. Desenvolver as habilidades de speaking, writing, listening, e reading

5. Compreender e empregar as estruturas gramaticais que serão estudadas.

6. Desenvolver uma competência comunicativa básica em língua inglesa.

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2.7.4-EIXOS TEMÁTICOS

Alguns eixos temáticos norteiam o ensino de língua inglesa, haja vista, este não

deve centrar-se em modelos e padrões ultrapassados, que consideram pertinente

e viável somente o ensino da gramática sem uma inter-relação com textos que

viabilizem o desenvolvimento progressivo da competência comunicativa, tais eixos

temáticos são:

EJA 04- 5ª e 6ª séries:

� English, an International Language

Serão trabalhados conteúdos que proporcionem aos alunos iniciar a

internalização do vocabulário básico da língua inglesa e perceber a importância

do estudo de Língua Inglesa.

� Meeting People

Serão trabalhados conteúdos que possibilitem os alunos descrever sua rotina,

situações do cotidiano e suas ações através do estudo das estruturas verbais

do tempo do presente.

� Describing your life and actions

Serão trabalhados conteúdos que possibilitem os alunos descrever sua rotina,

situações do cotidiano e suas ações através do estudo das estruturas verbais

do tempo do presente.

� Time and Space

Serão trabalhados conteúdos que possibilitem os alunos conhecer o

vocabulário de tempo, também os números e preposições de lugar.

EJA 05- 7ª e 8ª séries

� What did happen in the world?

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Serão trabalhados conteúdos que possibilitem aos alunos descrever fatos e

situações do passado, através do estudo das estruturas verbais e expressões

do tempo passado.

� Can you speak English?

Os alunos estudarão os verbos modais.

� And your future?

Os alunos estudarão o vocabulário de tempo do futuro e as estruturas verbais

do futuro.

� City life and country life

Os alunos estudarão o vocabulário dos adjetivos e todos os graus

comparativos e superlativos.

Desenvolvimento das quatro habilidades, writing, reading, speaking e listening.

Desenvolvimento da competência comunicativa em língua inglesa. Estudo da

gramática básica, dos tempos verbais do presente, passado e futuro, e pronomes,

adjetivos, advérbios e preposições.

2.7.5- SELEÇÃO DE CONTEÚDOS

Considerando a importância do inglês com língua internacional, é crucial que o

aluno da EJA, aprenda pelo menos os conteúdos básicos que o permitam ter um

domínio significativo e necessário para aplicá-lo em situações comunicativas em

língua inglesa.

Através da leitura dos parâmetros curriculares nacionais (PCN’s) e das

orientações do MEC, fez-se uma seleção de conteúdos indispensáveis para a

formação básica dos discentes em língua inglesa.

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Buscou-se formar um currículo sucinto com o objetivo de que este possa

realmente ser concluído ao final de uma ano letivo, pautado no desenvolvimento

das quatros habilidades e das Competência comunicativa.

Neste currículo estão presentes conteúdos referentes aos tempos verbais, que

possibilitam o estudo de diversas tipologias textuais e viabilizam a compreensão e

conversação sobre aspectos presente, passado e futuro. Também constam outras

classes de palavras, tais como os pronomes, adjetivos, advérbios, conteúdos

indispensáveis para a estruturação e funcionamento da língua.

2.7.6-CONTEÚDOS

EJA 04- 5ª e 6ª séries

A1 -The Alphabet

A2- Greetings and Presentations

A3- Personal Pronouns

A4- Verb To Be

A5- Articles

A6- Possessive Pronouns

A7- Countries and Nacionalities

A8- Occupations

A9- Present Continuous

A10- Numbers

A11 -Time

A12 -Seasons, months and days

A13 -Prepositions in/on/at

A14 -Interrogatives Pronouns

A15- Prepositions of place

A16 -Demonstrative pronouns

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A17 -Plural of Nouns

A18- How many and how much

A19 -Vocabulary of animals, foods, objects, colors and clothes.

EJA 05- 7ª e 8ª séries

� Verb to be (revision)

� Present Continuous (revision)

A20 -Simple present tense

A21 -Genitive case

A22- Vocabulary of family

A23 -Past of verb to be

A24 -Past Continuous

A25 -Simple past tense

A26 -Frequency adverbs

A27 -Future going to

A28 -Future with will

A29 -Adjectives

A30 -The comparative degree

A31 -The superlative degree

A32- Modals verbs (Can, could).

2.7.7- COMPETÊNCIAS E HABILIDADES

2.7.7.1- COMPETÊNCIAS

C1- Assimilar os sons alfabéticos da língua inglesa

C2 -Conhecer formas e cumprimentos e apresentações formal e informal

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C3- Aprender nomes de países e suas respectivas nacionalidades

C4- Compreender e interpretar textos de diversas tipologias

C5- Compreender a estrutura e o uso dos tempos verbais do presente

C6- Compreender a estrutura e o uso dos tempos verbais do passado

C7- Compreender a estrutura e o uso dos tempos verbais do futuro

C8- Adquirir novo vocabulário a partir do estado de cada assunto e ou tema.

C9- Compreender os assuntos gramaticais através de associações da língua

materna

C10- Aprender a formar frases/orações em língua inglesa.

2.7.7.2- HABILIDADES

H1- Pronunciar corretamente as letras em língua portuguesa

H2- Apresentar-se

H3- Cumprimentar pessoas formal e informalmente

H4- Despedir-se formal e informalmente

H5- Mencionar informações pessoais

H6- Ler textos de diferentes tipologias

H7- Interpretar textos de diferentes tipologias

H8- Pronunciar corretamente o vocabulário em estudo

H9- Usar o vocabulário adquirido

H10- Redigir textos

H11- Usar as estruturas gramaticais estudadas

H12- Descrever situações através do estudo dos tempos verbais

H13-Identificar os tempos verbais em textos, bem como outras classes de

palavras.

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2.7.7.3 – QUADRO DE HABILIDADES

Competências Habilidades Conteúdos

C1 H1 A1

C2 H2, H3, H4 A2

C3 H8 A7

C4 H6, H7, H10 A9, A14, A19

C5 H10, H11, H12, H13 A9, A20

C6 H10, H11, H12, H13 A23, A24, A25

C7 H10, H11, H12, H13 A27, A28

C8 H8, H9 A7, A8, A12, A19, A22, A29

C9 H6, H7, H10, H11, H12, H13 A3, A4, A5, A6, A9, A13,

A14, A15, A16, A17, A18,

A20, A21, A23, A24, A25,

A26, A27, A28, A30, A31,

A32

C10 H10, H11, H12 A3, A4, A9, A10, A11, A12,

A14, A15, A18, A20, A23,

A24, A25, A26, A27, A28,

A32

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2.7.4- ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Durante muitos anos alguns tipos de metodologia foram criados para serem

adotados no ensino de línguas estrangeiras. Porém para a educação de jovens

e adultos devemos buscar uma metodologia que crie reais oportunidades de

aprendizagem; que diminua a distância entre a teoria e a prática, evitando a

rotina e a improvisação; que estabeleça a comunicação e a participação dos

alunos; que possibilite os alunos entrar em contato com o universo sócio-

cultural dos países de língua inglesa; que tenha o lúdico como subsídio a seu

favor e que, enfim, permita o real desenvolvimento das quatro principais

habilidades, writing, reading, speakinge listening. A metodologia que

proporciona todas essas vantagens para o discente é a “metodologia

comunicativa”.

A metodologia comunicativa enfatiza o estudo do discurso e a aquisição da

competência na comunicação.Assim, a metodologia é um importante

componente do palco de curso e do plano de aula.

Em língua inglesa falamos muito em habilidades por que é o desenvolvimento

destas que garantirão a eficácia do processo de ensino – aprendizagem.

Contudo, todos os envolvidos neste processo devem se empenhar na busca de

atividades criativas, lúdicas e motivadoras.

Para desenvolvimento da habilidade da leitura, as aulas deverão ser

desenvolvidas a partir de várias tipologias textuais que consigam motivar os

alunos e que partam daquilo que os alunos já sabem para que as aulas sejam

interativas e que possibilitem também o texto oral.

Para o desenvolvimento da habilidade da escrita, as aulas deverão ser

desenvolvidas através de propostas de atividades, nas quais o aluno não tenha

como ideal demonstrar o uso correto das normas gramaticais, mas que veja no

ato de escrever um propósito comunicativo.

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Para o desenvolvimento da habilidade da fala, as aulas deverão possibilitar

momentos em que os alunos possam falar. Portanto, nas aulas teóricas e

práticas é indispensável que o aluno seja um participante ativo.

Para o desenvolvimento da habilidade oral, são indispensáveis atividades de

compreensão auditiva a partir de textos com diferentes níveis de complexidade

e que garantam aos alunos uma compreensão gradativa dos textos orais.

Além do que já foi mencionado, jogos, atividades com músicas e filmes e

mapas mentais, são metodologias que envolvem os alunos, despertam o

interesse e favorecem a aprendizagem.

Dessa forma, todos os conteúdos propostos no currículo de língua inglesa

podem ser mais acessíveis aos alunos, pois não serão adotadas metodologias

pautadas no ensino puro e simples de regras e estruturas gramaticais porque

terão prioridade práticas metodológicas voltadas para uma gradativa e contínua

aprendizagem.

2.8- FILOSOFIA

2.8.1- PRESUPOSTOS TEÓRICOS

Os Filósofos não tem feito senão interpretar o mundo de

diferentes maneiras: O que importa é transformá-lo.

A tarefa de discutir a implantação de filosofia na EJA, em Camaçari está sendo

constituída de alguns desafios: O primeiro o de pensar o ensino de Filosofia

que desempenhe apesar de todos os obstáculos, um papel efetivo e

mobilizador da vida concreta dos educandos e educadores. O segundo o de

pensá-lo respeitando as características e as complexidades que são inerentes

à tradição filosóficas enquanto repertório de idéias de sofisticados teor de

conhecimento e atender as demandas educacionais que a sociedade exige.

Sobretudo, que assegurem o ensino de qualidade e uma preparação efetiva

dos educadores enquanto seres pensantes. Ainda assim, as especulações

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filosóficas para um bom êxito dos objetivos expressos nas Diretrizes os

Parâmetros Curriculares da Educação Nacional proporciona uma adequação

desses objetivos à realidade educacional da Bahia em Camaçari.

As circunstâncias em que a disciplina Filosofia foi repensada para a EJA,

exigem uma reflexão capaz de pensá-la a partir de múltiplos pontos de vista.

Na elaboração deste documento foram observados alguns pontos em questão

como: O educando, o educador, o filósofo e a lei. Assim, procurou-se

contemplar nessa perspectiva considerando-os como parceiros no processo de

aprendizagem construtores para uma sociedade mais autônoma e participativa.

Por fim, não poderíamos deixar de considerar o posicionamento expresso na

LDB, ( Lei de Diretrizes e Bases) nas DCNEM (Diretrizes Curriculares

Nacionais do Ensino Médio) e nos PCNs ( Parâmetros Curriculares Nacionais)

(Brasil,1996,1998,1999) que não listam por acaso, como princípios

fundamentais da Educação, uma série de conceitos cuja sustentação mais

firme, contudo, dá-se no próprio terreno da filosofia.

Ela esteve sempre em questionamentos descontínuo e ininterrupto, cada

filósofo, a partir de uma perspectivas que lhe é própria, fabrica para si e para o

seu ideal universal, conceitos, elaborando uma visão de mundo sustentada nos

alicerces das mais serias convicções, suas crenças quando são posta à prova

quando seus argumentos tornam-se documentos públicos, abertos a livre

apreciação a crítico do pensamento, também filosófico do seu leitor e

conseqüentemente de outras estruturas .

Portanto admite-se que a EJA assume uma postura implacável de

potencialidades pedagógicas para o Município de Camaçari considerando

como o magnífico empreendimento humano, que legou a essa proposta

algumas obras de: Platão, Aristóteles, Sócrates, Descartes, Wittgneestein,

Foulcaut, Habermas, Sartre e outros.

Finalmente, entre alguns saberes humanos a Filosofia não abandona o

compromisso de fazer desse aluno um ser pensante reestruturando o ato de

pensar sistematizando, avaliando, testando sua consistência a produzir um

conhecimento científico tecnológico e epistemológico.Contudo a Filosofia

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estará sempre a exige de si mesma uma auto justificação do seu próprio

exercício do Filosofar.

2.8.2- SITUAÇÕES DIDÁTICAS

A Nova Legislação Educacional Brasileira reconhece afinal o próprio sentido

histórico da atividade filosófica e por esse motivo, enfatiza a competência da

filosofia para promover, sistematicamente, condições indispensáveis para

formação da cidadania plena do individuo. Do ponto de vista de sua inclusão

curricular na área de ensino nas ciências humanas e suas Tecnologias de –

Diretrizes Curriculares Nacionais, Parecer nº. 15/98: “nesta área se incluíram

também os estudos de Filosofia” (pág.58).Mas do que nunca filosofar é preciso,

destacando o aluno da EJA como:

a) “A preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para

continuar aprendendo” (Inciso II).

b) “O aprimoramento do educando incluindo a formação ética e o

desenvolvida da autonomia intelectual e do pensamento crítico”. (Inciso

III).

c) “A compreensão dos fundamentos científicos tecnológicos dos processos

produtivos” (Inciso IV).

Há, com certeza, uma contribuição decisiva da Filosofia na EJA, para o alcance

de buscar a verdade, as transformações do novo, e uma competência

explicativa em gerar novos saberes. Lembrando o mote Kantiano de que “não

se ensina Filosofia ensina-se a filosofar”, para além do conteúdo fixado a ser

ensinado, que está em questão é, antes a necessidade de tornar familiar ao

educando um modo de pesar e a partir desse pensamento, construir novos

modos para contextualizar o ensino da EJA em sala de aula.

Algumas competências e habilidades foram desenvolvidas em Filosofia

harmonizando as diversas dimensões do conhecimento filosófico para que

esse educando se aproprie das suas práticas pedagógicas.

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2.8.3- EMENTA /CONTEÚDOS

2.8.3.1 -EJA 04- 5ª E 6ª SÉRIE EMENTA:

Filosofia: o processo do filosofar e o início do pensar filosófico, com ênfase na

reflexão sobre a natureza humana, sua relação com o mundo e com o outro

inserido na cotidianidade.

Estudo do fenômeno do conhecimento e os problemas nele contidos e a

relação entre sociedade, individuo, política, educação e cidadania com ênfase

no cotidiano

CONTEÚDOS:

1. O filosofar e o porquê filosofar.

• O ato de filosofar

• Em que momento o homem começou a pensar em si mesmo, sobre

a natureza, sobre o mundo. (O nascer da filosofia)

• A importância do filosofar

• As idéias do filósofo Platão.

2. O mundo, o homem, a pessoa.

• Discutindo o conceito de mundo

• As diversas explicações sobre a origem do mundo

• As pessoas que habitam no universo são todas iguais?

• Tudo que existe é mundo?

• Mundo X Realidade X Universo

• A Humanidade está inserida no mundo e age sobre ele.

• Homem: o ser de múltiplas dimensões (ser material, ser racional, ser

psíquico, ser social e ser político).

• A sabedoria na filosofia grega.

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3. Pensamento e reflexão.

• O ato de pensar.

• Por que o homem precisa pensar.

• Pensamento e reflexão.

• O pensar filosófico e o pensar mítico.

• O Mito hoje.

• A importância do pensamento no conhecimento de si mesmo.

o As idéias do filósofo Nietzsche

4. Refletindo sobre o amor.

• Discutindo o que é o amor.

• Formas de amor (fraterno, filosófico, Sophia, filial, erótico, maternal,

paternal, narcisismo,...).

• A necessidade de amar.

• O poder do amor (ações amorosas).

• A atitude amorosa para com o mundo.

• Amor e sexualidade

• Amor e felicidade.

• Amor e mitologia.

As idéias da filósofa Simone de Beauvoir.

5. O processo do conhecimento

• O que é o conhecimento.

• De onde vêm os nossos conhecimentos.

• Tipos de conhecimento (conhecimento empírico, conhecimento de fé,

conhecimento lógico ou intelectual).

• O sujeito dogmático e o sujeito cético.

• A posse de algumas informações nos possibilita a verdade sobre a

realidade?

• A importância do conhecimento.

• Invenções que transformaram e ampliaram os conhecimentos do homem

e do mundo.

� As idéias do filosofo René Descartes.

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6. A sociedade, o indivíduo e cidadania.

• Porque as pessoas vivem juntas?

• O que é sociedade?

• Instituições Sociais

• A origem da sociedade.

• A vida humana: viver e conviver

• A nossa herança social.

• O individuo e a socialização.

• O homem na Sociedade.

• As influências sociais.

• Individuo e cidadão

� As idéias do filósofo Jean-Jacques Rousseau.

7. Política, poder e cidadania.

• O que é política?

• O homem é um ser político e social

• Exercício da Cidadania

• Indiferença política

• O que é poder?

• Todos nós temos poderes.

• O que é Ideologia?

• O poder do Estado, na família, na escola, no trabalho, na medicina, no

transito, no comercio, nos partidos políticos, no grêmio estudantil, nos

meios de comunicação, na religião...

• Desigualdades sociais.

� As idéias do filósofo Aristóteles.

8. Educação e cidadania

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• O que é educação?

• Educação formal X Educação informal

• A escola ontem e hoje:

- O que mudou da educação escolástica até hoje?

- O que precisa melhorar?

• A importância de estudar

• Educação e diversidade cultural.

• O que é ser analfabeto

• Saber X Ignorância segundo Paulo Freire.

• Trabalho infantil e Educação.

� As idéias do filósofo Paulo Freire.

2.8.3.2 -EJA 04- 7ª E 8ª SÉRIE

EMENTA

Estudo sobre o significado da vida, da liberdade, da linguagem e da

comunicação humana como processo articulado a cultura, ao poder e ao fazer

humano com ênfase no cotidiano.

Estuda a ética e a reflexão moral dos valores, as questões estéticas, o uso e as

influências da tecnologia, da informação e a comunicação na sociedade

contemporânea com eixo no cotidiano.

CONTEÚDOS

1. A vida e a liberdade.

• O significado da vida: aprendizagem; amor; ajuda ao próximo; um abrir

de portas.

• Qualidade de vida.

• Liberdade: o que é?

- viver é ter liberdade.

- liberdade e responsabilidade.

� As idéias do filósofo Jean Paul

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2. Comunicação e Linguagem

• Discutir o conceito de comunicação e linguagem.

• A importância da comunicação na vida das pessoas.

• A comunicação Humana X a comunicação dos animais

• A linguagem verbal e a Linguagem não verbal

• Os diferentes usos da linguagem no nosso dia a dia

• A força e o poder das palavras

• A memória e a sua importância no processo de comunicação

• O diálogo como forma de comunicação

� As idéias do filósofo Sócrates.

3. Cultura e comunicação

• Os diversos significados da palavra cultura.

• A comunicação entre os homens e a influencia no seu agir e pensar.

• As diversas formas de nos comunicarmos.

• As redes de comunicação: o que mudou?

� As idéias dos filosofo Jürgen Habermas

4. Por que e para que trabalhar

• A etimologia da palavra trabalho

• O Trabalho e a produção

• A força do trabalho

• O mundo do trabalho e seus problemas:

- Diferença salarial Homem X Mulher

- Escolaridade e emprego

- Lutas trabalhistas

- Trabalho escravo

� As idéias do filosofo Karl Marx

5. As idéias, a Moral e a Ética.

• As idéias movem o mundo

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-O que é idéia?

-O que é ideologia?

-O que é vontade?

-Ação impensada e suas conseqüências

-O que agir contra a vontade, com vontade, com boa vontade e de

má vontade.

� As idéias do filósofo Kant

6. Arte

• O olhar

• - Olhar X enxergar X ver

• A imaginação

• Entendendo a arte

- o que é arte?

- o que é estética?

- o Belo e o Feio

- o Gosto

- o ato de criar

• A arte como forma de pensamento

• Os diferentes tipos de arte: Erudita, Popular e de Massa.

� As idéias do filósofo Benedetto Croce

7. A Tecnologia

• O desenvolvimento da técnica

• O homem e tecnologia

• O papel da filosofia em face de tecnologia

• As novas tecnologias

� As idéias do filósofo Adam Schaff

8. A Comunicação

• Os meios de comunicação

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• Papel da mídia na sociedade contemporânea

• A propaganda

- influências

- tipos de propaganda (comercial ideológica...)

• Programas lazer, diversão e informação (radio televisão, novela,

cinema...)

• Censura

� As idéias dos filósofos contemporâneos: Michel Foucault,

Jacques Derrida, Thomas Kuhn, Karl Popper, Ludwig

Wittgenstein.

2.8.4- COMPETÊNCIAS E HABILIDADES

• Ler textos filosóficos de modo significativo.

• Articular conhecimentos filosóficos e diferentes conteúdos e modos

discursivos nas ciências naturais e humanas, nas artes e em outras

produções culturais.

• Contextualização de conhecimentos filosóficos em seu plano da sua

origem pessoal, seu entorno social e político, histórico e cultural.

• Elaboração por escrito, do que foi apropriado de modo reflexivo.

• Debater, assumindo uma posição, defendendo-a argumentativamente

fase às mudanças a argumentos mais consistentes.

• Investigação e compreensão dos fenômenos sociais, políticos, culturais

para obter uma postura ética cidadã.

• Fomentação de idéias que assegure a construção de um ser pensante e

autônomo, dotado de uma identidade social.

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• Organizar e estruturar diversos textos filosóficos trabalhando a sua

capacidade cognitiva, analítica, interpretativa, aprimorando seus

princípios nas discussões que satisfaça as condições ideais do

raciocínio lógico.

• Compreender e valorizar as diferenças sócias do jovem e adulto de

forma mais consciente, baseada na adoção de um olhar específico

voltado a luz do conhecimento.

• Incentivar os alunos a construírem o ato filosósofico nas articulações das

idéias, através da oralidade fazendo transposições, das suas opiniões

em textos escritos.

• Formular hipóteses estabelecendo idéias testáveis para resolução de um

problema dedução de previsões a partir de uma pesquisa prévia ou de

um conhecimento teórico.

2.8.5- OBJETIVOS GERAIS

• Proporcionar a reflexão sobre os valores humanos, comportamentos éticos

formação do caráter a partir de situações reais, experiências vividas dentro

e fora da sala de aula.

• Promover a criação e a garantia à permanência de um ambiente acolhedor

na sala de aula, onde os alunos possam se expressar sem receio de serem

descriminados.

• Ampliar a sua inserção no mundo do trabalho, das relações sociais

simbólicas de forma que eles possam produzir conhecimentos, bens e

valores culturais, dando um novo significado à luz de suas experiências

pessoais e uma visão crítica e reflexiva do mundo.

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• Desenvolver valores, conceitos e habilidades que os ajudem a compreender

criticamente a realidade em que vivem inserindo de forma mais consciente

e participativa em seu meio, podendo assim, contribuir para a melhoria, da

qualidade de vida.

• Tornar-se agentes de transformação da sociedade em que vivem, por força

do estimulo, a confiança na sua capacidade de apreender, melhorando

dessa forma sua vida contribuindo para que reconheça, a educação formal

como um dos instrumento de desenvolvimento pessoal, e social

fundamental para sua realização como membros de uma sociedade

produtiva.

• Resgatar sua auto-estima, por meio de atividades significativas que atribua

o seu conhecimento comum ao conhecimento sistematizado.

• Expressar autonomia, cooperação, solidariedade, mediante ao

conhecimento.

• Conhecer e valorizar o conhecimento científico e tecnológico, suas

atribuições.

2.8.6- CONCEPÇÃO METODOLOGICA

A concepção metodológica é o caminho da prática social que revela uma

determinada visão de mundo. Implica um constante movimento de ação –

reflexão- ação, ou seja, de prática e teoria onde o individuo nas concepções

filosóficas vem inteirar o seu conhecimento comum sistematizando o bom

senso para o uso da razão no seu fazer educativo sócio cultural.

A educação de Jovens e Adultos é parte integrante do projeto sócio político

global da luta popular na sociedade de classes. E parte do processo de ensino

aprendizagem e formação da cidadania como um todo onde o saber ser e o

saber fazer tem um papel preponderante no lidar com o conhecimento

enciclopédico para o saber universal.

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Almeja-se uma educação capaz de contribuir para formação de homens e

mulheres dotados de consciência social e de responsabilidade histórica, aptos

para intervenção coletiva organizado sobre a realidade, a partir da sua

comunidade local sempre em busca de qualidade de vida para todos

trabalhando com aulas interativas com uso de instrumentos tecnológicos e

responsabilidade social.

Trabalhando com aulas participativas, a eleição do método indutivo, a

metodologia focal, pedagogia de projetos, pesquisas, dramatizações,

seminários, conversação como meio para descrever, interpretar o mundo suas

relações de compreensão, estabelecendo no individuam as relações dialógicas

e dialéticas, ações sócio construtivista mediando a constituição de um individuo

de posturas éticas enfrente ao mundo.

2.8.7- CONSIDERAÇÕES SOBRE AVALIAÇÃO

Uma das intenções implícitas na elaboração dos PCNS é a construção de

indicadores para avaliação e reelaboração das políticas públicas de Educação.

É notório o fato de se ter cultivado nesse pai, a partir das novas diretrizes da

Educação, uma cultura de avaliação do ensino, que só poderá ser benéfica se

bem assimilada em seus princípios fundamentais.

Na disciplina Filosofia trata-se de um olhar mais específico: avaliação de

aprendizagem na EJA, que possui uma conexão com o processo de ensino

aprendizagem. As formas de avaliação trabalhadas em filosofia têm sido

comumente peculiares ao perfil desse aluno diagnosticando os níveis de

conhecimento, com atividades diversificadas, estabelecendo novas estruturas

com conflitos na aprendizagem para resignificar o conhecimento em uma

avaliação processual que venha a refletir na veiculação das informações para

elaboração de conhecimentos.

A Pedagogia de Projeto vem contribuindo, por se tratar de um recurso

articulador na mediação da dinâmica do processo de ensino aprendizagem,

possibilitando, uma participação ativa do aluno com elementos do cotidiano,

dos quais extraem experiências e vivências que constitui o seu acervo cultural.

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A Filosofia na sua consecução reflete antes de tudo em alguns pressupostos

no seu entendimento que orienta a concretização dos seus objetivos, pautada

na busca pela razão, com posturas éticas.

Quando Aristóteles define o homem como animal político

sublinha o”. Separa a Razão grega da de hoje. Se o

homo sapiens é a seus olhos homo políticus é que a

própria Razão, em sua essência política.T Vernant J.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao concluir esta etapa, fica a certeza de que apenas foi dado um primeiro

passo para melhorar a qualidade da Educação de Jovens e Adultos, no

Município de Camaçari. Cabe aos atores envolvidos neste cenário dar

continuidade às propostas de trabalho pedagógico da escola, inovando,

discutindo e ousando novos caminhos e vôos mais altos, na direção da

Educação que tanto se sonha e busca neste país, mas que certamente só se

alcançará com uma gestão democrática, que valorize os educandos e os

educadores, particular e coletivamente.

Coordenadoria Técnica e Pedagógica

Secretaria de Educação- SEDUC

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FICHA TÉCNICA

COORDENAÇÃO

Carmem Lúcia Silva Santos

Rita Lôbo Freitas Marieni Almeida de Oliveira

ELABORAÇÃO

Rita Lôbo Freitas

CONSULTORIA

Marilia Magalhães Joanne Silva Santana

Ana Rosa do Carmo Ibert Tânia Cristina Rocha Silva Gusmão

Amaleide Lima dos Santos Maria Helena Andrade Onofre da Silva

Luciana Leite Jamilli Multri

Rita Sandra Alves de Jesus

COLABORADORES

Juliana Pinho Nordelia Costa Neiva

Neuma Figueredo ‘ Cassia Souza Ariomar Oliveira Heliana Sodré

Eduardo Lima Dantas

AGRADECIMENTOS Rosa Meire Marques , Ana Carla Gomes,Ângela Gueudeville, Elvira Zaghetto , Miriã Silva, Irma Bucão, Cinara Cristina, Eliel Lima

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

A todos os Educadores e Coordenadores Pedagógicos do ensino noturno