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EDUCA˙ˆO FISCAL NO CONTEXTO SOCIAL

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EDUCAÇÃO FISCALNO CONTEXTO SOCIAL

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Ministério da Fazenda Ministério da Educação

Programa Nacional de Educação Fiscal

Educação Fiscalno Contexto Social

Brasília2004

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Copyright© 2004 Ministério da Fazenda. Ministério da Educação todos direitos reservados

Série Educação Fiscal. Caderno 1

COORDENAÇÃO GERALEscola de Administração Fazendária - Esaf

CONCEPÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICODiretoria de Atendimento e Coordenação de Programas � Dirat/EsafGerência do Programa de Educação Fiscal � Geref/Esaf

ELABORAÇÃO DOS TEXTOSComissão de Elaboração de Material para Capacitação:Conceição Teodora Baptista � EsafEdson Luis da Silva � Secretaria de Estado de Finanças � RondôniaEdwiges Rosália Ferreira � Secretaria de Estado da Educação � Rio de JaneiroEugênio Celso Gonçalves � Secretaria da Receita Federal � SRRF 6ª RFIngrid Lílian Fuhr Raad � Ministério da EducaçãoIvany Ehrhardt � EsafMárcia Valéria Ayres Simi de Camargo � Secretaria de Estado da Fazenda � Distrito FederalMargarete Iara Franco Nogueira � Secretaria de Estado de Receita e Controle � Mato Grosso do SulMaria Lúcia da Silva Guimarães � Ministério da Educação

COLABORAÇÃOMaria Neli Ramalho SerenoZilpa de Sousa

DIAGRAMAÇÃO E ILUSTRAÇÃOPoliedro Informática, Consultoria e Serviços Ltda.

NORMALIZAÇÃO BIBLIOGRÁFICA Junia Lessa França � UFMG

 ENDEREÇO:Escola de Administração Fazendária � EsafGerência do Programa de Educação Fiscal � GerefBloco B, salas BM 8 a 12Estrada de Unaí, Km 4 � BR 25171.686-900 � Brasília � DF

 INTERNET: E-mailwww.esaf.fazenda.gov.brwww.educacaofiscal.gov.breduc-fiscal.df.esaf@fazenda.gov.br

Programa Nacional de Educação Fiscal (Brasil)Educação fiscal no contexto social / Programa

Nacional de Educação Fiscal. � Brasília, 2004.48 p. : il. (Série Educação Fiscal. Caderno 1)

Participação do Ministério da Fazenda e Ministé-rio da Educação.

ISBN

1. Educação Fiscal. I. Título II. Série

CDD 336.2007

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S U M Á R I O

APRESENTAÇÃO 07JANELA PARA O MUNDO 091 INTRODUÇÃO 112 CENÁRIO 13

2.1 Considerações gerais 132.2 Urgência de um éthos mundial: o éthos mundial de que precisamos 172.2.1 Problemas globais, soluções globais 172.2.2 A revolução possível em tempos de globalização 19

3 EDUCAÇÃO NO CONTEXTO SOCIAL 223.1 Retrospectiva histórica 223.2 Uma abordagem à educação no espaço social 263.3 Educação e a cultura popular 283.4 Educação no espaço escolar 33

4 PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO FISCAL � PNEF 354.1 Antecedentes 354.2 Conceituando Educação Fiscal 364.3 Valores  374.4 Missão 384.5 Diretrizes 384.6 Objetivos do Programa 404.6.1 Geral 404.6.2 Específicos 404.7 Abrangência do Programa 404.8 Gestão do Programa 42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 43LEITURAS RECOMENDADAS 45VÍDEOS 46WEBSITES PARA CONSULTA 46

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A P R E S E N T A Ç Ã O

�Ter consciência fiscal é fazer-se presente, desen-volver espírito crítico e participativo, comprometer-se e entender que, ao exercermos nossos direitos edeveres temos nossa cidadania garantida.�

A Escola de Administração Fazendária � Esaf, com o intuito de oferecer à socie-dade em geral e, em especial, aos educadores, instrumentos que possam colaborarno desenvolvimento da cidadania, vem apresentar a coleção pedagógica elaboradapor uma comissão nacional do Grupo de Trabalho de Educação Fiscal � GEF. Ostemas trabalhados neste material fazem parte do Programa Nacional de EducaçãoFiscal � PNEF.

O PNEF visa a provocar mudanças culturais na relação entre o Estado e o cida-dão e, ao mesmo tempo, busca contribuir para uma sociedade comprometida comas suas garantias constitucionais.

Nesse sentido, a Educação Fiscal pode ser entendida como uma nova práticaeducacional que tem como objetivo o desenvolvimento de valores e atitudes, com-petências e habilidades necessárias ao exercício de direitos e deveres na relaçãorecíproca entre o cidadão e o Estado. Fundamenta-se na conscientização da socie-dade sobre a estrutura e o funcionamento da Administração Pública; a funçãosocioeconômica dos tributos; a aplicação dos recursos públicos; as estratégias e osmeios para o exercício do controle democrático.

O quatro primeiros cadernos abordam os seguintes temas: Educação Fiscal noContexto Social; Estado e Sociedade; Sistema Tributário Brasileiro; Gestão Democrá-tica dos Recursos Públicos. O quinto caderno contém orientações para o trabalhopedagógico, o Guia do Professor.

O propósito deste material é oferecer informações básicas para que os envolvidosneste processo de transformação social alcancem os objetivos propostos e possamatuar como cidadãos participantes.

Reynaldo FernandesDiretor-Geral da Escola de Administração FazendáriaCoordenador Nacional do PNEF

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JANELA PARA O MUNDO(Milton Nascimento)

Da janela, o mundo até parece o meu quintalViajar, no fundo, é ver que é igual

O drama que mora em cada um de nósDescobrir no longe o que já estava em nossas mãos

Minha vida brasileira é vida universalÉ o mesmo sonho, é o mesmo amor

Traduzido para tudo o que humano forOlhar o mundo é conhecer

Tudo o que eu já teria de saber.

Estrangeiro eu não vou ser.Estrangeiro eu não vou ser. Ê, ê, ê,Estrangeiro eu não vou ser, ê, ê.

Da janela, o mundo até parece o meu quintalViajar, no fundo, é ver que é igual

O drama que mora em cada um de nósDescobrir o longe o que já estava em nossas mãos

Minha vida brasileira é vida universalÉ o mesmo sonho, é o mesmo amor

Traduzido para tudo o que humano forOlhar o mundo é conhecer

Tudo o que eu já teria de saber.

Estrangeiro eu não vou serEu não vou

Cidadão do mundo eu souEstrangeiro eu não vou serCidadão do mundo eu souCidadão do mundo eu souCidadão do mundo eu sou.

Estrangeiro eu não vou ser. Ê, ê, Ê, ê, Ê, ê.

Estrangeiro eu não vou serCidadão do mundo eu sou, eu sou, eu sou.

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1 INTRODUÇÃO

A sociedade mundial vive um momento de trans-formações estruturais: globalização, formação deblocos econômicos e revolução tecnológica. Atual-mente, as mudanças ocorrem com tamanha veloci-dade que muitas vezes a dimensão humana ficarelegada a um segundo plano. Por essa razão, énecessário o repensar constante de nossas atitudes,em uma perspectiva mais humana, propiciando ainclusão social com vistas ao momento históricoem que vivemos.

Gente vale mais do que dinheiro.O exemplo "fala" mais do que mil discursos.

Esses saberes poderão ser trabalhados de forma articulada com asdiversas áreas do conhecimento, por meio de diferentes linguagens:

colóquios,

textos,

músicas,

poesias,

artes visuais,

artes cênicas, entre outras.

Diferentes linguagens, inclusive atecnológica, compõem o universo cul-tural das sociedades contemporâne-as. O observar curioso e atento à ne-cessidade de democratizar os recur-sos lingüísticos, bem como o empe-nho para que os diferentes grupossociais possam deles fazer uso, sãoações que contribuem para uma educa-

ção mais humana, fraterna e solidária.

É nesse contexto que a Educação Fis-cal se alinha em um amplo projetoeducativo, com o objetivo de propiciar obem-estar social, conseqüência da cons-ciência cidadã e da construção de co-nhecimentos específicos sobre os direi-tos e deveres do cidadão.

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Os pressupostos da Educação Fiscal são:

� A prática de pensara prática é a melhor

maneira de pensar certo�

Paulo Freire

�... a razão nos dá acapacidade de análise,enquanto o coração, a

de participar�.

Pedro Demo

Esses pressupostos alicerçam a práticade uma nova ética, contemplando refle-xões que vão da natureza do capital àvalorização do homem, da produção ir-racional à preservação ambiental e daconvivência justa e pacífica ao respeitoàs diferenças.

Uma gestão democrática e participati-va só será construída e vivida quandonos permitirmos a desconstrução de al-guns conceitos e preconceitos, mitos edogmas, pragmatismos e verdades úni-cas, que por longo período permearamo universo e adotarmos novas posturasperante um novo contexto social.

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2 CENÁRIO

O mundo em crise requer a cons-trução urgente de uma nova socieda-de global.

30 mil crianças morrem no mundoa cada dia por falta de condições bá-sicas de saúde.

674 milhões de crianças (37% dapopulação infantil do planeta) vivemem pobreza absoluta.

376 milhões precisam caminharquinze minutos para ter acesso à águaou bebem água imprópria para con-sumo.1

Assimetria social: Falta de correspondência nas posições sociais,desarmonização nas proporções sociais em decorrência da concentração

de renda.

Essa realidade é uma conseqüência daassimetria social: 1% da população mun-dial detém 53% da renda. Em 1970, arenda dos 10% mais ricos era 51 vezesmaior do que a dos 10% mais pobres. Jáem 1997, esse índice saltou para 128. OBrasil é um país potencialmente rico, ten-do alcançado o 15º PIB do mundo.2

Contamos, entretanto, com uma daspiores distribuições de renda do mundo,só comparável à de alguns países da Áfri-ca subsaariana, ou seja, os países que sesituam abaixo do deserto do Saara, umadas regiões mais pobres do planeta.

No Brasil, 53 milhões de pessoas estãoabaixo da linha da pobreza, ou seja, 34%da população. Atualmente, os 10% maispobres detêm 0,9% da renda nacional, en-quanto os 10% mais ricos acumulam 47,2%.3

Assimetriasocial brasileira

1 Unicef, 2003.2 Pesquisa Global Invest, 2003.3 Banco Mundial, 2003.

2.1 Considerações gerais

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Nos países de renda per capita se-melhante à do Brasil (4.500 dólares),a porcentagem de pobres é de cercade 10% da população total, menos deum terço da porcentagem brasileira.4

Esse enorme contingente de pobres emum país rico é o reflexo mais perverso

da concentração da propriedade e darenda no Brasil.

Dentro desse cenário, o binômioemprego e trabalho tem peso signifi-cativo na qualidade de vida do ho-mem.

A dignidade humana depende, diretamente, do acesso ao trabalho. Noentanto, o mundo vive uma grave crise de empregos. No Brasil menosde 50% da população economicamente ativa tem emprego com carteiraassinada. Existem 12 milhões de desempregados 5. Convivemos com aschagas do trabalho escravo degradante e do trabalho infantil.

Educar significa formar para a autonomia, isto é,para autogovernar -se7. Um processo educacional so-mente será verdadeiramente autônomo e libertadorse for capaz de formar cidadãos críticos, dotados dascondições que lhes permitam entender os contextoshistóricos, sociais e econômicos em que estâo inseri-dos.

Biodiversidade: Variedade de tipos vivos;Ética planetária: Princípios e reflexões críticas acerca da moralidade nas ações que envol-vem todos os seres do planeta.

As drásticas alterações que o homem pro-vocou no meio ambiente dizimaram milha-res de espécies e estão a comprometer opróprio futuro da humanidade. O Brasil é opaís de maior biodiversidade do planeta eabriga 20% das espécies animais e vegetais.Atualmente, 219 espécies animais e 106 es-pécies vegetais que vivem no Brasil estãoameaçadas de extinção.6

Uma sociedade global que silenciosa-mente convive com a morte de inocen-tes, a crescente concentração de renda, o

desemprego e o desprezo pelo meio am-biente é uma sociedade doente. Vive umaprofunda crise ética.

No entanto, devemos sempre acreditar naimensa capacidade da espécie humana de re-verter suas próprias mazelas. Uma das maissublimes, profícuas e duradouras formas demodificar essa realidade é, sem dúvida, a edu-cação. Uma educação capaz de contribuir paraa formação de uma nova ética planetária, emque o humano e tudo o que é vivo se sobre-ponha à exploração irracional do capital.

4 FURTADO, 2002. p. 115 IBGE.6 Fundação Victor Civita.7 Gadotti.

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Nossos tempos requerem aformação desse novo cidadão,consciente, sensível e responsá-vel, que pense global e aja lo-calmente, sendo capaz de inter-vir e modificar a realidade socialexcludente a partir de sua comu-nidade, tornando-se, assim, su-jeito da sua própria história.

Nesse contexto, é imprescindível que ocidadão compreenda o papel do Estado,seu financiamento e sua função social, oque lhe proporcionará o domínio dos ins-trumentos de participação popular e o con-trole do gasto público. A visão do cidadãocomo agente transformador da realidadesocial pressupõe o domínio dos conceitosde Educação Fiscal.

Examinaremos o papel econômicoe social do sistema tributário e dos or-çamentos, com o objetivo de demons-trar que todos pagamos tributo e, em con-trapartida, todos temos o direito de parti-cipar do processo decisório de alocaçãodo recurso público.

No Brasil, a participação popular no pro-cesso orçamentário revela uma alternativade democracia participativa.

Dentro dessa ótica, muito tem sido feitocom base na Constituição de 1988, quetem como fundamento a construção deuma sociedade livre, justa e solidária; ocombate à pobreza e à exclusão social.

Segundo Pedro Demo, "partici-pação é conquista social". A Edu-cação Fiscal é uma ponte que nosliga a essa fonte de saber, uma por-ta que se abre para a construção deum verdadeiro processo de partici-pação popular.

Por isso, ao longo deste curso

conversaremos sobre a educaçãopara a cidadania, respeitando asmultiplicidades culturais e étnicas,

refletindo sobre as possibilidades devivenciar o ser humano de formaintegral (não-fragmentada, não-

compartimentalizada), inserido em um contexto

histórico.

8 DEMO, 2000.

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No momento em que o indivíduo pas-sa a perceber a dinâmica e a importânciadesses processos para sua vida, opera-seuma mudança de paradigma. Amplia-sea consciência de que o tributo é a con-tribuição de todos para construirmosuma sociedade mais justa, o que só serápossível com o controle popular do gas-to público. Essa consciência determina amudança de comportamento em relação asonegar e malversar recursos públicos, atosque passam a ser repudiados como crimessociais, capazes de retirar dos cidadãos que

mais dependem do Estado as condições mí-nimas para que tenham dignidade e espe-rança de construir seu futuro com autono-mia e liberdade.

Assim, o Programa Nacional deEducação Fiscal - PNEF é construídopelas mãos de cada um, a partir de suavisão de mundo e da participação cons-ciente no contexto das relações huma-nas, sociais e econômicas, em que cadaum é sujeito da sua história e da históriade todos.

A construção de uma nação livre,justa e solidária depende da

participação consciente de todos.

Portanto, é indispensável que tenhamos:a) educação de qualidade acessível a todos;b) um sistema tributário que seja instrumento de distribuição de renda;

c) um processo orçamentário que garanta a efetiva participação popular.

isto é, capazde tributar segundo acapacidade econômica

de cada cidadão.

Quem tem maisrenda, maior

patrimônio ou consomeprodutos de luxo/

supérfluos deve pagarmais tributos.

Portanto,é necessário

democratizar asinformações sobrefinanças públicas,

propiciando oacompanhamentoe o controle dogasto público.

Dessa forma,assegura-se que os tributos

arrecadados sejam efetivamenteaplicados conforme a vontade

popular, beneficiandoprincipalmente a parcela

da população abaixoda linha de pobreza.

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Três problemas suscitam a urgência de uma ética mundial: a crise social, a crise dosistema de trabalho e a crise ecológica, todas de dimensões planetárias.

2.2 Urgência de um éthos mundial:

o éthos mundial de que precisamos

2.2.1 Problemas globais, soluções globais

Em primeiro lugar, a crise social. Osindicadores são notórios e não precisa-mos aduzi-los. A mudança da naturezada operação tecnológica, mediante a ro-botização e a informatização, propiciouuma produção fantástica de riqueza. Elavem apropriada, de forma altamente de-sigual, por grandes corporações transna-cionais e mundiais que aprofundam ain-da mais o fosso existente entre ricos e po-bres. Essa acumulação é injusta, porquepessimamente distribuída. Os níveis desolidariedade entre os humanos decaíramaos tempos da barbárie mais cruel.

Tal fato suscita um fantasma aterra-dor: uma bifurcação possível dentro da es-pécie humana. Por um lado, estrutura-seum tipo de humanidade opulenta, situa-

da nos países centrais, que controla os pro-cessos técnico-científicos, econômicos epolíticos e é o oásis dos países periféricosonde vivem as classes aquinhoadas. To-dos esses se beneficiam dos avanços tec-no-científicos, da biogenética e da mani-pulação dos recursos naturais e vivem emseus refúgios por cerca de 120/130 anos,tempo biológico de nossas células. Por ou-tro, a velha humanidade, vivendo sob apressão de manter um status de consumorazoável ou simplesmente na pobreza, namarginalização e na exclusão. Estes, os de-serdados e destituídos, vivem como sem-pre viveu a humanidade e alcançam nomáximo a média de 60-70 anos de expec-tativa de vida.

Aduzir: apresentar;Robotização: emprego de robôs na produção industrial;Status: (palavra latina), posição social: lugar ocupado por um sujeito nasociedade; prestígio.

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Em segundo lugar, a crise do sistemade trabalho: as novas formas de produçãocada vez mais automatizadas dispensam otrabalho humano; em seu lugar, entra a má-quina inteligente. Com isso, destroem-se pos-tos de trabalho e tornam-se os trabalhadoresdescartáveis, criando um imenso exército deexcluídos em todas as sociedades mundiais.

Tal mudança na própria natureza doprocesso tecnológico demanda um novo pa-drão civilizatório. Haverá desenvolvimen-to sem trabalho. A grande questão não seráo trabalho � este, no futuro, poderá ser oluxo de alguns �, mas o ócio. Como pas-sar de uma sociedade de pleno emprego

para uma sociedade de plena atividade quegaranta a subsistência individual? Comofazer com que o ócio seja criativo, realiza-dor das virtualidades humanas? Libertadodo regime assalariado a que foi submetidopela sociedade produtivista moderna, espe-cialmente capitalista, o trabalho voltará àsua natureza original: a atividade criado-ra do ser humano, a ação plasmadora doreal, o demiurgo que transporá os sonhos eas virtualidades presentes nos seres huma-nos em práticas surpreendentes e em obrasexpressivas do que seja e do que pode ser acriatividade humana. Estamos preparadospara esse salto de qualidade rumo à plenaexpressão humana?

Em terceiro lugar, emerge a crise eco-lógica. Os cenários também são de am-plo conhecimento, divulgados não ape-nas por reconhecidos institutos de pes-quisa que se preocupam com o estadoglobal da Terra, mas também pela pró-pria Cruz Vermelha Internacional e porvários organismos da ONU. Nas últimasdécadas, temos construído o princípio daautodestruição.

Civilizatório: determinante de civilização;Plasmadora: modeladora;Demiurgo: segundo Platão, é o artesão divino ou o princípio organizador do universo.

A atividade humana irresponsável emface da máquina de morte que crioupode produzir danos irreparáveis à bio-sfera e destruir as condições de vida dosseres humanos na Terra. Numa palavra,vivemos sob uma grave ameaça de dese-quilíbrio ecológico, que poderá afetar aTerra como sistema integrador de siste-mas. Ela é como um coração. Todos osdemais organismos vitais serão lesados:os climas, as águas potáveis, a químicados solos, os microorganismos e as socie-dades humanas.

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2.2.2 A revolução possível em tempos de globalização

A sustentabilidade do planeta, urdida embilhões de anos de trabalho cósmico, poderádesfazer-se. A Terra buscará um novo equilí-brio que, seguramente, acarretará uma devas-tação fantástica de vidas. Tal princípio deautodestruição convoca urgentemente outro:o princípio de co-responsabilidade por nossaexistência como espécie e como planeta. Se que-remos continuar a aventura terrenal e cósmi-ca, temos de tomar decisões coletivas que seordenam à salvaguarda do criado e à manu-tenção das condições gerais que permitam aevolução seguir seu curso ainda aberto.

A causa principal da crise social se pren-de à forma como as sociedades modernasse organizaram no acesso, na produ-ção e na distribuição dos bens danatureza e da cultura. Essa for-ma é profundamente desigual,porque privilegia as minoriasque detêm o ter, o poder e osaber, sobre as grandes maio-rias que vivem do trabalho.Em nome de tais títulos se apro-priam de maneira privada dosbens produzidos pelo empenho detodos. Os laços de solidariedade e de co-operação não são axiais, mas o são o de-sempenho individual e a competitividade,criadores permanentes de apartação soci-al com milhões e milhões de marginaliza-dos, de excluídos e de vítimas.

A raiz do alarme ecológico reside no tipode relação que os humanos, nos últimos

séculos, entretiveram com a Terra eseus recursos: uma relação de do-

mínio, de não-reconhecimentode sua alteridade e de falta decuidado necessário e do res-peito imprescindível que todaalteridade exige. O projetoda tecnociência, com as ca-

racterísticas que possui hoje,só foi possível porque, subjacen-

te, havia a vontade de poder e deestar sobre a natureza e não junto

dela, porque se destruiu a consciênciade uma grande comunidade biótica, ter-renal e cósmica, na qual se encontra in-serido o ser humano, juntamente com osdemais seres.

Axial: essencial, fundamental;Alteridade: natureza ou condição do que é distinto;Biótica: que é própria da vida, das funções e das qualidades dos seres vivos.

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Essa constatação não representa umaatitude obscurantista em face do saber ci-entífico-técnico, mas uma crítica ao tipode saber científico-técnico e à formacomo ele foi apropriado dentro de um pro-jeto de dominium mundi. Este implica adestruição da aliança de convivência har-mônica entre osseres humanos ea natureza, emfavor de interes-ses apenas utili-taristas e parca-mente solidári-os. Não se teveem conta a sub-jetividade, a au-tonomia e a al-teridade dos se-res e da próprianatureza.

Importa, entretanto, reconhecer que oprojeto da tecnociência trouxe incontá-veis comodidades para a existência hu-mana. Levou-nos para o espaço exterior,criando a chance de sobrevivência da es-pécie Homo sapiens/demens em caso deeventual catástrofe antropológica. Univer-salizou formas de melhoria de vida (nasaúde, na habitação, no transporte, nacomunicação, etc.), como jamais antesna história humana. Desempenhou, por-tanto, uma função libertadora inestimá-vel. Hoje, entretanto, a continuação des-se tipo de apropriação utilitarista e anti-ecológica poderá alcançar limites intrans-

poníveis e daí desastrosos. Atualmente,para conservar o patrimônio natural ecultural acumulados, devemos mudar. Senão mudarmos de paradigma civilizató-rio, se não reinventarmos relações maisbenevolentes e sinergéticas com a natu-reza e de maior colaboração entre os vá-

rios povos, cul-turas e religi-ões, dificilmen-te conservare-mos a sustenta-bilidade neces-sária para rea-lizar os projetoshumanos, aber-tos para o futu-ro e para o infi-nito.

Para resolveresses três problemas globais, dever-se-ia, naverdade, fazer uma revolução também glo-bal. Entretanto, assim nos parece, o tempodas revoluções clássicas, havidas e conhe-cidas, pertence a outro tipo de história, ca-racterizada pelas culturas regionais e pe-los estados-nações. Para tal revolução glo-bal, far-se-ia necessária uma ideologia re-volucionária global, com seus portadoressociais globais que tivessem tal articula-ção, coesão e tanto poder que fossem ca-pazes de se impor a todos. Ora, tal situa-ção não é dada nem possivelmente dar-se-á aproximamente. E os problemas gri-tam por um encaminhamento, pois semele poderemos ir de encontro ao pior.

Domininium mundi: domínio do mundo;Tecnociência: conhecimentos específicos tratados com organização específica ecom profundidade quanto aos procedimentos, instrumentos e objetos do saber;Homo sapiens: nome científico da espécie humana, como a conhecemos hoje;Sinergéticasl: que coopera, cooperativo;Sustentabilidade: Possibilidade de amparo, apoio, proteção, fortificação;Estados-nações: Divisão política, administrativa e territorial entre países.

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A saída que muitos analistas propõem eque nós assumimos - é a razão de nosso tex-to, é encontrar uma nova base de mudançanecessária. Essa base deveria apoiar-se emalgo que fosse realmente comum e global,de fácil compreensão e realmenteviável. Partimos da hipótese deque essa base deve ser éti-ca, de uma ética míni-ma, a partir da qual seabririam possibilida-des de solução e desalvação da Terra,da humanidade edos desempregadosestruturais.

Nessa linha dever-se-á, pois, fazer umpacto ético, fundadonão tanto na razão ilustra-da, mas no páthos, vale dizer,na sensibilidade humanitária e in-teligência emocional expressas pelo cui-dado, pela responsabilidade social e eco-lógica, pela solidariedade generacionistae pela compaixão, atitudes estas capazesde comover as pessoas e movê-las parauma nova prática histórico-sociallibertadora. Urge uma revolução éticamundial.

Tal revolução ética deve ser concreti-

zada dentro da nova situação em que seencontram a Terra e a humanidade: oprocesso de globalização que configuraum novo patamar de realização da his-

tória e do próprio planeta. Nesse qua-dro, deve emergir a nova sensi-

bilidade e o novo éthos, umarevolução possível nos

tempos da globalização.

Por éthos, enten-demos o conjuntodas inspirações, dosvalores e dos princí-pios que orientarãoas relações huma-nas para com a na-

tureza, para com asociedade, para com as

alteridades, para consi-go mesmo e para com o sen-

tido transcendente da existên-cia: Deus. Como veremos ao longo

de nossas reflexões, esse éthos não nascelímpido da vontade, como Atena nasceutoda armada da cabeça de Júpiter. Mastoda ética nasce de uma nova ótica. Etoda nova ótica irrompe a partir de ummergulho profundo na experiência do Ser,de uma nova percepção do todo ligado,religado em suas partes e conectado coma Fonte originária donde promanam to-dos os entes. 9

Phátos: sentimento de compaixão ou empatia criados no texto;Promanar: brotar, provir, dimanar;Generacionista: relativo a generacionismo, espiritualista.

9 BOFF, 2000.

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3 EDUCAÇÃO NO CONTEXTO SOCIAL

3.1 Retrospectiva histórica

...devemos sempre nos lembrar de que cada homem,num certo sentido, representa toda a humanidade e suahistória. O que foi possível na história da raça humanaem grande escala também é possível em pequena escalaem cada indivíduo. Aquilo de que a humanidade preci-sou pode um dia também ser necessário ao indivíduo ...

(Jung, 1974).

favorece perceber queestamos inseridos num contextocom códigos de valores, desistemas, modos de produção,interesses, entre outros;

propicia o conhecimento de

que o presente é o resultado

do que houve no passado,

por isso é preciso conhecer

o passado para estar

consciente do presente;

possibilita o reconhecimento,em nossas vidas, de que osacontecimentos exterioresafetam diretamente nossasexistências, pois vivemos numgrupo social globalizado;

permite que os indivíduos se situem

nos grupos sociais a que perten-

cem, se reconheçam donos

dos meios de produção ou

vendedores de força de trabalho

ou, ainda, possuidores de uma

identidade cultural;

entender a história dahumanidade e a históriade cada um como "processo"é estar sempre em ação,sempre transformando esendo transformado.

A história da raça humana é a históriada nossa vida através do tempo, e nossavida atual reflete nossa vida coletiva.

Refletir sobre a história da humanida-de e da própria vida propicia compreen-der parte da inquietação na busca de sig-nificado de tudo o que se experimenta.E também porque:

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Segundo Jean Piaget,a lógica, a moral, a linguagem e a

compreensão de regras sociais não são inatas,ou seja, pré-formadas, são construídas pelo indivíduo

ao longo do processo de seu desenvolvimento.

São ainda capacidades e competências paraa participação produtiva no século XXI, comopressuposto ao exercício da cidadania:

converter problemas em oportunidades; organizar-se para defender os interesses da

coletividade e solucionar problemas por meio dodiálogo e da negociação, respeitando as regras, asleis e as normas estabelecidas;

criar unidade de propósitos a partir da diver-sidade e da diferença, sem jamais confundir uni-dade com uniformidade;

atuar para fazer da nação um estado social dedireito, isto é, trabalhar para tonar possível o res-peito aos direitos humanos;

ser crítico com a informação que lhe chega; ter capacidade para localizar, acessar e usar

melhor a informação acumulada; ter capacidade de planejar, trabalhar e decidir

em grupo.

Em �Os Códigos da Modernidade�, Toro (1997)10

aponta as capacidades e competências mínimas paraa participação produtiva no século XXI:

domínio da leitura e da escrita; capacidade de fazer cálculos e resolver problemas; capacidade de analisar, de sintetizar e interpre-

tar dados, fatos e situações; capacidade de compreender e atuar em seu

entorno social.

10 TORO, 1997.

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Numa retrospectiva, a educação deque o indivíduo necessitava era adqui-rida por meio da própria família e desua comunidade, onde os costumes, oshábitos, os conhecimentos, as crenças,as habilidades, a organização social edo trabalho eram passados pelainteração entre os sujeitos, por meioda troca de experiência direta de ge-ração a geração.

Educar não é umatarefa exclusiva da es-cola. Dialogar e aju-dar o outro a viver avida com senso dejustiça permitem ocrescimento do sercomo um todo (físi-co, emocional,cognitivo), promo-vendo seu desenvol-vimento pessoal, pos-sibilitando a conquis-ta de objetivos na es-cola e no seu cotidi-ano social.

Deve-se discutir a cidadania com aquelesque vivem nas diferentes comunidades, quelhes dão significado e sentido, reconhecen-do o papel exercido pelas próprias comuni-dades, pelo poder público e pela sociedadeorganizada. Assim, colocamos a importân-cia da educação para os cidadãos desdea mais tenra idade, compreendendo suaindividualidade frente aos diferentes gru-pos sociais com os quais interagem.

A crescente complexidade das estrutu-ras sociais ao longo dos séculos levou àcriação de instituições que deveriam seresponsabilizar por dar continuidade àprodução de conhecimentos construídose repassá-los às novas gerações.

A humanidade busca novos paradig-mas, é preciso entender a necessidadede contribuir para a construção de novosespaços de conhecimento que levem àsgrandes transformações.

A dimensão social da relação do in-divíduo com seus valores é equaciona-da pela construção de atitudes e seusprincípios. A formação consciente da ci-dadania envolve uma postura peranteo social em que suas atitudes se mani-festam mediante ações que a concreti-zam.

Essa afirmação leva-nos a assumir no-vas posturas diante do cotidiano, doreal.

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Dentro desse contexto, a formação do homem é muito mais ampla do queapenas aprender os conhecimentos acadêmicos ou familiares, ultrapassa o seuindividual chegando ao social, em que exerce e do qual sofre influência. Suaatuação como cidadão é fundamental para as transformações sociais deseja-das.

Todos os paísesdo mundo, raças, gru-pos humanos, famílias,

classes e profissionais possu-em um patrimônio de tradiçõesque se transmite oralmente e é

defendido e conservado pelo cos-tume. Esse patrimônio é milenare contemporâneo, cresce comos sentimentos diários desdeque se integre nos hábitos

grupais, domésticos enacionais.

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3.2 Uma abordagem à educação no espaço social

Ler o mundo é um ato anterior à leitura dapalavra. O ensino da leitura e da escrita da pala-vra a que falte o exercício crítico da leitura e dareleitura do mundo é, científica e pedagogicamen-te, capenga.

... não devo apenas ensinar biologia, como se ofenômeno vital pudesse ser compreendido fora datrama histórico-social, cultural e política. Comose a vida, a pura vida, pudesse ser vivida de ma-neira igual em todas as suas dimensões, na fave-la, no cortiço ou numa zona feliz dos "jardins" deSão Paulo.

... devo ensinar biologia, mas, ao fazê-lo, nãoposso secioná-la daquela trama.

Paulo Freire

É importante que o indivíduo, o gru-po social, a comunidade e a sociedadesejam protagonistas de suas histórias, queaprendam a escrevê-las construindo,coletivamente, os seus projetos devida, por acreditarem que a gestãodemocrática influencia positiva-mente na melhoria da qualidadesocial.

O espaço da sala de aula nãoé o único onde se constrói o co-nhecimento e se aprende sobrecidadania. Criar espaços alternati-vos onde se possa pesquisar e pro-duzir conhecimentos interfere fa-voravelmente na construção decidadãos mais atuantes, reflexivose autônomos.

As organizações estudantis tam-bém estimulam o gosto pelo traba-

lho coletivo, a partilha de idéias, o res-peito mútuo, o diálogo, contribuindo parao exercício da cidadania e a prática de-mocrática.

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É preciso ter um plano estratégicode participação e um cuidado especial com a

comunicação. Se de um lado é dever da populaçãoparticipar da gestão pública, da gestão escolar, poroutro, ela tem o direito de ser informada. Assim,

no processo de formação do cidadão, faz-senecessário possibilitar a inclusão digital e

o acesso a todas as tecnologias.

Gestão pública: governo, administração de cidades, estados e do país;Inclusão digital: acesso ao conhecimento de informática.

A televisão, o vídeo, o rádio, o grava-dor, o CD player e o computador sãoequipamentos presentes no dia-a-dia dosalunos e, mesmo que ausentes no coti-diano escolar, propiciam o acesso às in-formações e a construção de saberesquando utilizados criticamente. As bibli-otecas e as salas de leitura, igualmente,

favorecem à aquisição de novos sabe-res.

É preciso possibilitar o acesso a víde-os, filmes, websites, fax, programas deTV, documentação administrativa e finan-ceira, legislação pertinente à educação,para democratizar a informação.

a observação dosespaços públicos;

a descoberta e o entendimentodos grupos sociais ali atuantes;

a conversa comas lideranças locais;

o desvendar domundo material e espiritualque integra a história da

cultura popular local;

a verificação da presençaou ausência de ações

do governo na comunidade;

A visita a espaçoshistórico-culturais;

as entrevistas com osmais velhos da cidade acerca

da cultura popular local,

... tudo isso estabelece uma relação dialética entre oaprender os conteúdos a estudar e o ato político de educar.

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3.3 Educação e a cultura popular

A escola é um dos espaços para aprender a conviver, a ser, a fazer, a conhecer epara propiciar a troca, a imaginação, a interação, a investigação e a partilha.

A imaginação é mais importante que o conhecimento,pois este é limitado, enquanto a imaginação pode abran-ger tudo que existe no mundo, incentiva o progresso, é fon-te de evolução e, no sentido estrito, é fator real de investiga-ção científica.

Einstein

Considerar as formas de organização doconhecimento escolar atual como um desa-fio meramente técnico e voltado para o sim-ples procedimento metodológico e, portan-

to, sem visão holística da educação enquantoacepção humanitária, não resolve a ques-tão fundamental da educação de hoje, queé orientar para as transformações sociais.

Visão holística: Visão total, abrangente.

O processo de aprendizagem envolve a aquisição de conteúdos das diversasáreas do conhecimento e supõe o aprender a aprender, exercitando as habilidadescognitivas, com vistas à análise histórico-crítica dos conteúdos.

Já o aprender a fazer supõe a aquisição de competências que propiciem ao indiví-duo enfrentar as variadas situações no âmbito social e de trabalho. Essas situações deconvivência nos diferentes ambientes, seja no trabalho, na família e/ou na comunida-de, implicam a descoberta do outro, o exercício do respeito e da tolerância.

Toda essa relação interpessoal conduz o indivíduo a sua descoberta interior,como um ser total, sensível, inteligente, autônomo e capaz de formular seus própri-os juízos de valor de forma crítica.

Isso é aprender a ser !

Pensar deforma autônoma

é saber pensar e é,sobretudo, saber

intervir.

É necessário que se dê o real valor àimaginação, a práticas lúdicas, aomulticulturalismo e às múltiplas lingua-gens.

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A educação que:

considera a cultura popular e o multiculturalismo; questiona a forma como professores e alunos adquirem

conhecimentos; discute sobre as diferenças vividas; possibilita novos investimentos em experiências coletivas; escuta a multiplicidade de vozes; se ancora em uma sólida ética que denuncia as discriminações; utiliza práticas sociais que valorizam a vida,

é uma educação que propõe uma pedagogia que faz com queeducadores e educandos reconheçam suas possibilidades e lu-tem para superar as suas dificuldades.

O interesse que a escola deve ter emtrabalhar com a cultura popular não residenas qualidades estéticas ou formais dessacultura, mas, antes, no apostar no multicul-turalismo e no trabalho com as múltiplaslinguagens (como cinema, TV, rádio, jo-gos, informática), além da linguagem es-crita já presente na escola.

Fazendo uma pausa e propondo-nos aobservar as pessoas que nos rodeiam, seusrostos, a cor da pele que as envolve, comose expressam, o tipo de cabelo � desde atextura capilar até como são penteados �como se vestem, que tipo de humor lhes émais constante, não raramente ficaremosimpactados com a pluralidade de sereshumanos com os quais convivemos próxi-ma ou distanciadamente.

A pluralidade na linguagemoral dos usuários da língua materna,

os diferentes falares mostram a riquezalingüística das várias regiões, sem

hierarquização geográficadessas falas.

Todo cidadão é educadore educando. Todos nós ensinamos e aprendemos.Daí a importância de nos perguntarmos sempre

o que precisamos compreender para nos engajarmosna luta a favor de uma escola que trabalhe a cultura

popular, seu modo de organização, produçãoe legitimação de saberes.

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A vivência democrática da cultura nãoestá na simples divulgação de uma cul-tura já pronta e acabada. É preciso am-pliar o olhar para a cultura democrática,resgatando a memória coletiva e a hete-rogeneidade cultural. O saber e a memó-ria nacional estão preservados nos mu-seus, nos livros, nas obras de arte, nosmonumentos, nos arquivos. Esse saberprecisa ser apropriado e articulado comum projeto de valorização das nossas ra-ízes, com um projeto educacional queenalteça o lugar onde estamos e comosomos.

Cantar, dançar, contar,dramatizar, pintar, colorir,

escrever, falar, encantar paraque aconteça a libertação.

Somos livres quandousamos a razão, a escrita, a

tecnologia, numa prática docenteideológica e humanamente

comprometida com o nosso povoe pautada pelo respeito.

Estamos trabalhando com pessoas, com cidadãos com múltiplas possibilidades,diferentes saberes, que almejam um forte pacto, uma conexão produtiva e significa-tiva entre eles e nós; entre os usuários e os profissionais da educação.

Fazer emergir as diferentes histórias, as nossas histórias, do nosso contextohistórico-social é a proposta de um trabalho com o multiculturalismo.

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É preciso trabalhar o reconhecimento cultural local e sua diversidade:conhecer o artista local, sua obra, a linguagem que utiliza em sua arte, ocaminho histórico-social por ele percorrido, os espaços populares onde seproduz cultura, incluindo também o patrimônio cultural arquitetônico.

Reunir os jovens para atividades socioeducativas, utilizando outros espaçosque não os escolares, dinamizadas por atores sociais que não os professores,resultam muitas vezes em soluções para questões que aparecem no cotidianoescolar, mas que a escola não consegue resolver por si só.

�Aprender é a profundacompetência de desenharo destino próprio, de inventarum sujeito crítico e criativo,dentro das circunstânciasdadas e sempre comsentido solidário.�

Aprender é trabalhar com inteligênciaas incertezas, logo, o aprender pertenceao professor, ao aluno e a todos que,com inteligência, desafiam as incertezase procuram soluções para os problemassurgidos.

Como o aluno aprende reconstruin-do o conhecimento ora individualmen-

te, ora de forma coletiva, justifica-se quea escola deva propor alguns desafios aserem resolvidos individualmente e ou-tros, coletivamente. O que é preciso dei-xar claro é a necessidade de fornecerao grupo material de pesquisa, espaçode discussão, pois resolver problemas émais saber enfrentá-los do que se des-vencilhar deles.

Pedro Demo

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Vamos agora parao próximo tema:

Educação noespaço escolar.

Os diferentes espaços culturais e soci-ais da comunidade onde a escola estáinserida têm uma história, abrigam algunslíderes, acolhem a população, servemcomo ponto de referência folclórica, pos-suem identidade histórica e uma identi-dade cultural. Aprender sobre esses es-paços fazendo uso deles é desenvolveratividades socioeducativas; é reescrevera história local do ponto de vista do alu-no pesquisador; é trabalhar a cultura po-pular partindo da releitura de um monu-mento ou edificação já considerada comopatrimônio cultural.

Fotografar, desenhar, construir maque-tes, mapear, filmar, gravar depoimentos,coletar dados estatísticos, participar devídeo-fórum, de leitura dramatizada deautores nacionais com temáticas escolhi-das pelo próprio grupo, e produzir e en-cenar textos a partir de questões sociaislocais, nacionais ou internacionais rele-vantes são algumas das muitas ativida-des socioeducativas que devem aconte-cer dentro e fora da escola.

Elencar com os próprios alunosseus gostos, desejos, preferências,sonhos e angústias ajudam a esco-la a programar atividades produti-vas e significativas que proporcio-nam alegria e prazer e que provo-cam felicidade. Ajuda ainda no pro-cesso de transformação da escolaem um lugar capaz de unir traba-lho e lazer, teoria e ação, de produ-zir o conhecimento crítico da histó-ria do homem com a natureza e doshomens entre si, tornando possívela transformação da realidade.

Essa prática, como procedimento educa-cional freqüente, é saudável e benigna àcidadania, porque pratica a educação queleva a escola para fora de si mesma e per-mite que alunos e professores rememorema vida local e despertem o respeito à cultu-ra, ampliem o gosto pelas tradições locaissem desperdiçar as ligações entre a inspira-ção e a criatividade do momento da criaçãoartístico-cultural ou sociopolítica.

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3.4 Educação no espaço escolar

Uma educação escolar cidadã reflete-sediretamente na vida das pessoas e da soci-edade, pois leva ao conhecimento dos prin-cípios que fundamentam as práticas soci-ais e o respeito às normas democráticas.Além disso, reafirma os valores culturais eartísticos, sejam eles locais, regionais ounacionais e possibilita o resgate da digni-dade humana por meio de novos saberes.

Conforme orientam as Diretrizes Curricu-lares Nacionais para o Ensino Fundamental,as práticas educacionais deverão respeitaras variedades curriculares existentes e esta-belecer, como norteadores de suas açõespedagógicas, os seguintes princípios:

Esses princípios fundamentam a articulação entre as áreas deconhecimento e aspectos da vida cidadã. Assim, as Diretrizes

Curriculares Nacionais propõem um novo paradigma curricular emque se estabeleça um currículo em seu conceito mais amplo:

uma base nacionalcomum - conteúdos mí-nimos das áreas de conhe-cimento articulados aos as-pectos da vida cidadã: saú-de, sexualidade, vida fa-miliar e social, meio am-biente, trabalho, ciência etecnologia, cultura e as lin-guagens;

bem como conteúdoscomplementares - partediversificada - de acordocom as características regi-onais e locais.

Princípio ético - da autonomia,da responsabilidade, da solidarieda-de e do respeito ao bem comum;

Princípio estético - da sensibilida-de, da criatividade e da diversidade demanifestações artísticas e culturais;

Princípio político - dos direitose deveres de cidadania, do exercícioda criticidade e do respeito à ordemdemocrática.

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A Constituição Federal reconhecea importância da educação escolarpara além do ensino fundamental eorienta no sentido da progressiva uni-versalização do ensino médio. Este éo espaço para que crianças e adoles-centes aumentem a capacidade de dis-cernimento e criticidade, entendendocriticidade como o estímulo à dúvidaconstrutiva e à análise de padrões emque direitos e deveres devam ser con-siderados na formulação de julgamen-tos.

Por tudo isso, as escolas devem es-tabelecer o vínculo das relações inter-pessoais com sua comunidade local,regional e planetária. Os alunos, aoterem acesso aos conhecimentos e va-lores da base nacional comum e daparte diversificada, estarão constituin-do suas identidades como cidadãoscapazes de ser protagonistas de suasações de forma responsável, solidáriae autônoma. Poderão, então, efetuarsuas escolhas, entre tantas possibilida-

mecanismos estes que estimulamcrianças, jovens e adultos a participar de

movimentos sociais que buscam uma vidamais justa e solidária para o resgate da

dignidade humana.

Convivendo com essa prática educativa e, ainda, fundamentada em conteúdos que privilegiam os referi-dos princípios, a Educação Fiscal propiciará o exercício da cidadania por meio da sensibilização para a realfunção socioeconômica do tributo, em prol do controle social da aplicação dos recursos públicos.

des que o contexto escolar e socialoferece, podendo optar por aquelasque propiciem o crescimento pessoale do grupo.

Dessa forma, no momento em queo professor se conscientizar de que ésujeito crítico e participativo do pro-cesso educativo, ele próprio irá embusca da sua capacitação, mas emcontrapartida será um sujeito mais exi-gente no que se refere ao apoio dainstituição e do Estado.

A vivência dosprincípios ético, estético e

político na educação escolarconstituem mecanismosde formação de hábitos e

atitudes coletivas;

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4 PROGRAMA NACIONAL DEEDUCAÇÃO FISCAL - PNEF

4.1 Antecedentes

Em reunião de julho de 1997, o Con-faz aprovou a criação do Grupo de Tra-balho Educação Tributária - GET, consti-tuído por representantes:

do Ministério da Fazenda(Gabinete do Ministro, Secretariada Receita Federal, Escola deAdministração Fazendária);

das Secretarias de Fazenda,Finanças ou Tributação dos Esta-dos e do Distrito Federal.

Fisco: administração encarregada de cal-cular e arrecadar os impostos; Erário outesouro público;Atividades estatais: Atividades relativas aoEstado (país);Sonegação fiscal: ato de deixar de pagar aoFisco.

Historicamente, a relação Fisco e socie-dade foi pautada pelo conflito entre a ne-cessidade de financiamento das ativida-des estatais e o retorno qualitativo do pa-gamento dos tributos. Por um lado, a so-negação fiscal, por outro, exemplos demau uso do dinheiro público.

Para atenuar essa situação, encontra-mos na história do Fisco iniciativas no sen-tido de esclarecer essa relação, objetivandoaumento de arrecadação e diminuição doconflito entre Estado e sociedade. Tais ini-ciativas não solucionaram essa desarmo-nia, porém abriram precedentes para umdiálogo mais transparente.

No seminário do Conselho Nacionalde Políticas Fazendárias - Confaz sobre"Administração Tributária", realizado nacidade de Fortaleza - CE, em maio de1996, foi inserido o tema Educação Tri-butária. Nas conclusões constou, comoitem de destaque, a introdução do ensi-no do programa de consciência tributá-ria nas escolas.

Em setembro de 1996, celebrou-se oConvênio de Cooperação Técnica entre aUnião, os Estados e o Distrito Federal. Noanexo ao texto do acordo, entre as inú-meras atividades de cooperação, constoua elaboração e a implementação de umprograma nacional permanente deconscientização tributária, para ser desen-volvido nas unidades da Federação.

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A Portaria n.º 35, de 27 de fevereirode 1998, do Ministério da Fazenda, queoficializou o grupo de trabalho, definiuseus objetivos:

"promover e coordenar as açõesnecessárias à elaboração e à imple-mentação de um programa nacio-nal permanente de educação tribu-tária" e "acompanhar as atividadesdo Grupo de Educação Tributárianos Estados - GETE."

Em março de 1999, passaram a inte-grar o grupo representantes da Secretariado Tesouro Nacional e do Ministério daEducação.

Em julho de 1999, tendo em vista aabrangência do programa, que não serestringe apenas aos tributos, mas queaborda também as questões da alocaçãodos recursos públicos e da sua gestão, oConfaz aprovou a alteração de sua de-nominação que passou a ser ProgramaNacional de Educação Fiscal - PNEF.

4.2 Conceituando Educação Fiscal

Assim, o Programa Nacional de Edu-cação Fiscal surgiu dessa relação his-tórica, buscando a harmonia entre Es-tado e sociedade, a partir do entendi-mento da necessidade do financiamen-to da coisa pública, pois sem dinheironão há como prestar serviços públi-cos. Por outro lado, o Programa cons-cientiza a sociedade para acompanhara aplicação dos recursos arrecadados,favorecendo o exercício pleno da ci-dadania.

Em dezembro de 2002 foi publicada aPortaria nº 413, assinada pelos Ministrosda Fazenda e da Educação, reformulan-do o Grupo de Trabalho Educação Fis-cal nos três níveis de governo, federal,estadual e municipal, e definindo as com-petências de todos os órgãos envolvidosna implementação do Programa.

Educação é um processo de forma-ção do ser humano que objetiva pre-pará-lo para a vida, dotando-o de co-nhecimento e habilidades que o tor-nem capaz de compreender o mundoe intervir conscientemente para modi-ficar a realidade em que vivemos, demodo a edificar uma sociedade livre,justa e solidária.

Coisa pública: propriedade do povo.

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Stricto-sensu: em sentido restrito;Lato-sensu: em sentido lato, amplo.

Educação Fiscal, em stric-to-sensu, deve ser compreendi-da como a abordagem didático-pedagógica capaz de interpretaras vertentes financeiras da arre-cadação e dos gastos públicosde modo a estimular o contri-buinte a garantir a arrecada-ção e o acompanhamento deaplicação dos recursos arreca-dados em benefício da socie-dade, com justiça, transparência,honestidade e eficiência, mini-mizando o conflito de relaçãoentre o cidadão contribuinte e oEstado arrecadador.

4.3 Valores

Da Educação Fiscal

superioridade do homem sobre o Es-tado;

liberdade;igualdade;justiça social.

No lato-sensu,a Educação Fiscal deve

tratar da compreensão do queé o Estado, suas origens, seuspropósitos com o controle da

sociedade sobre o gasto público,uma vez que a participação social

só ocorre no ambientedemocrático.

Do Programa Nacional de Educa-ção Fiscal

Comprometimento com a construção dacidadania, solidariedade, ética, transparên-cia, responsabilidade fiscal e social, expres-sos nas seguintes idéias-força:

- na educação, o exercício de uma prá-tica educativa na perspectiva de formar umser humano integral, como meio de trans-formação social dentro de um mundoglobalizado, tendo essa prática como focoa formação cidadã no processo de ensinoe de aprendizagem e a ênfase no desen-volvimento de competências e habilidades;

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- na cidadania, objetiva possibilitar e esti-mular a ação efetiva do cidadão quantoao controle democrático do Estado, incenti-vando-o à participação individual e coletivana definição de políticas públicas e na ela-boração das leis para sua execução;

- na ética, uma gestão pública eficien-te, transparente e honesta quanto àalocação e aplicação dos recursos e rea-lização dos gastos públicos;

4.4 Missão

Da Educação Fiscal

�Estimular a mudança de valores, cren-ças e culturas do indivíduo, na perspecti-va da formação de um ser humano inte-gral, como meio de possibilitar o plenoexercício de cidadania e propiciar a trans-formação social.�

- na política, o exercício da boagovernança que conte com uma gestãopública responsável, transparente e vol-tada à justiça social.

Das instituições gestoras do PNEF

Condução do PNEF por meio da reali-zação de práticas democráticas em per-manente integração com todos os seg-mentos sociais.

Do Programa Nacional de Educa-ção Fiscal

�Contribuir permanentemente para aformação do indivíduo, visando ao de-senvolvimento da conscientização sobreseus direitos e deveres no tocante ao va-lor social do tributo e ao controle socialdo Estado democrático.�

Das instituições gestoras do Progra-ma

�Desenvolver o PNEF, institucionaliza-damente, de forma ética e responsável.�

4.5 Diretrizes

A ênfase no exercício da cidadaniadeverá voltar-se para a organização,mobilização e o estímulo à participaçãosocial no tocante às questões tributáriase às finanças e gastos públicos, relativosàs três esferas (níveis) de governo.

Sua implementação, de âmbito na-cional, deverá envolver os três níveis

de governo, por meio da elaboração eexecução de planos estratégicos, pro-gramas e projetos, cujos resultados es-perados e impactos desejados deverãoser monitorados e avaliados quantita-tiva e qualitativamente por sistemanacional e local, devendo fazer parteda política institucional de cada insti-tuição gestora.

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Suas ações, com caráter de educa-ção permanente , deverão es ta rdesvinculadas de campanhas depremiação com finalidade exclusivade aumento de arrecadação, comotambém devem evi tar o uso delogomarcas e mensagens que carac-terizem determinada gestão governa-mental.

O financiamento das ações doPNEF ocorrerá por intermédio de re-cursos orçamentários próprios, oriun-dos das três esferas de governo, as-sim como daqueles procedentes deparcerias com entidades da socieda-de civil ou organismos internacionais.

A partir do enfoque na educação comomecanismo de transformação social, deveráse nortear pelos princípios político, estéticoe ético das Diretrizes Curriculares Nacionais,pela legislação educacional vigente, respei-tando as diretrizes nacionais, estaduais emunicipais, e pela autonomia das institui-ções de ensino.

Todo o material produzido para o PNEF,inclusive o didático, será de propriedadedo Programa e deverá seguir linhas dereferenciais nacionais definidas neste do-cumento e em documentos orientadoresespecíficos, devendo haver permanente so-cialização nacional do material produzi-do e das experiências realizadas.

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4.6 Objetivos do Programa

4.6.1 Geralpromover e institucionalizar a Educação Fiscal para o pleno exercício da cidadania.

4.6.2 Específicosa) sensibilizar o cidadão para a função socioeconômica do tributo;b) levar aos cidadãos conhecimento sobre administração pública;c) incentivar o acompanhamento, pela sociedade, da aplicação dos recursos públicos;d) criar condições para uma relação harmoniosa entre o Estado e o cidadão.

4.7 Abrangência do Programa

O Programa foiconcebido em cinco

módulos, de forma quetodos os brasileirostenham a chance de

vivenciá-lo em qualquerestágio de sua vida.

Com abrangência nacional,o Programa de Educação Fiscal

focaliza, prioritariamente,alunos eprofessores das escolas de ensinofundamental e de ensino médio,desenvolvendo conteúdos e práticas

sobre direitos e deveres recíprocos narelação Estado-cidadão.

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O Módulo I - destina-se às crianças do ensino fundamental, de forma que, da1ª à 8ª série, elas possam conhecer gradativamente todos os conceitos ligados àEducação Fiscal.

O Módulo II - envolve os adolescentes do ensino médio (de quinze a dezesseteanos), com aprofundamento maior dos assuntos.

O Módulo III - é para os servidores públicos, num processo de sensibilização eenvolvimento no Programa.

O Módulo IV - está voltado para os universitários, portanto acompanhandoo cidadão em toda sua vida estudantil.

O Módulo V - para a sociedade em geral, para abranger aqueles que nãoteriam a chance de voltar mais aos bancos escolares, utilizando de preferência asorganizações a que pertencem, como clubes, associações, sindicatos, clubes de ser-viço, ONGs.

Por intermédio do Programa, a sociedade passa a ter melhor entendimento:

da estrutura e do funcionamento da Administração Pública em seus três níveis de governo - federal, estadual e municipal;

da função socioeconômica dos tributos;da aplicação dos recursos públicos;das estratégias e dos meios para o exercício do controle democrático.

Vale ressaltar que,ao se difundirem esses conceitos,

contribui-se para que professores, líderescomunitários, universitários, entre outros,

possam realizar seu papel demodo cada vez mais consciente

e responsável.

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Os Estados têm autonomia de elabo-rar e implementar seus projetos segun-do suas condições, definindo módulosprioritários e ritmo próprio, porém obe-decendo às diretrizes do Programa Na-cional.

Nos Estados, o Programa é desenvol-vido em parceria com as Secretarias daFazenda, da Educação e da Receita Fe-deral com outras instituições, a critériodo programa estadual de Educação Fis-cal.

A Esaf, detentora da CoordenaçãoNacional e da Secretaria-Executiva do Pro-

4.8 Gestão do Programa

grama, exerce papel fundamental em suaevolução.

A Esaf promove, de forma permanen-te, a articulação dos três níveis de gover-no.

No cenário internacional, a Esaf tempropiciado a divulgação e troca de expe-riências do PNEF em países como Cana-dá, África do Sul, Moçambique e Cuba.

As instituições gestoras e suas respecti-vas competências constam da Portaria In-terministerial Fazenda e Educação nº 413,de 31 de dezembro de 2002.

Concluindo, o Programa Nacional de Educação Fiscal propõe-se a:

ser um instrumento de fortalecimento permanente do Estado democrático;

contribuir para fortalecer os mecanismos de transformação social por meio

da educação;

difundir informações que possibilitem a construção da consciência cidadã;

ampliar a participação popular na gestão democrática do Estado;

contribuir para aperfeiçoar a ética na administração pública e na sociedade;

harmonizar a relação Estado-cidadão;

desenvolver a consciência crítica da sociedade para o exercício do controle social;

aumentar a eficiência e a transparência do Estado;

aumentar a responsabilidade fiscal;

obter o equilíbrio fiscal a longo prazo;

reduzir a corrupção;

promover a reflexão sobre nossas práticas sociais;

melhorar o perfil do homem público;

atenuar as desigualdades sociais.

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LEITURAS RECOMENDADAS

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Vídeos

� Série Um Salto para o Futuro (Construindo a escola cidadã: projeto políticopedagógico /composto por 7 programas.)� Raízes e Asas I,II e III com oito, seis e três programas respectivamente � CENPEC

Filmes comerciais:

� Oito mulheres� Conte comigo,� O espelho tem duas faces,� O príncipe das marés,� Meu mestre minha vida,� O preço do desfio,� Nenhum a menos,� Sarafina, o preço da liberdade,� A fuga das galinhas,� Shrek,� Mentes perigosas.

Websites para consulta

www.mec.gov.brwww.inep.gov.brwww.tvebrasil.com.brwww.moderna.com.brwww.cenpec.org.br/raizpublic.htmwww.novaescola.com.br

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A presente edição foi composta pela editora...em caracteres Gatineau e Verdana corpo 12 e impressa pela gráfica.......,

em sistema ofset 90g (miolo) e supremo 250g (capa) em....... de 2004Tiragem........ exemplares.