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Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Curso de Graduação em Enfermagem LIZ ANDRÊA PRETTO Efetividade da hidroxiureia em pacientes com Anemia Falciforme Campo Grande, MS 2017

Efetividade da hidroxiureia em pacientes com …...LIZ ANDRÊA PRETTO Efetividade da hidroxiureia em pacientes com Anemia Falciforme Trabalho apresentado ao Curso de Enfermagem da

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Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

Curso de Graduação em Enfermagem

LIZ ANDRÊA PRETTO

Efetividade da hidroxiureia em pacientes com Anemia Falciforme

Campo Grande, MS

2017

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LIZ ANDRÊA PRETTO

Efetividade da hidroxiureia em pacientes com Anemia Falciforme

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de

Graduação em Enfermagem da Universidade de Mato

Grosso do Sul, para obtenção do titulo de Bacharel em

Enfermagem.

Orientadora: Profa. Dra. Olinda Maria Rodrigues de Araujo.

Campo Grande, MS

2017

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LIZ ANDRÊA PRETTO

Efetividade da hidroxiureia em pacientes com Anemia Falciforme

Trabalho apresentado ao Curso de Enfermagem da

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, como

requisito final à conclusão do Curso de Bacharelado

em Enfermagem, aprovado pela banca examinadora

constituída por:

Resultado: ________________________

___________________________________________

Prof. Dra. Olinda Maria Rodrigues de Araujo

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

___________________________________________

Prof. Dra. Ana Paula de Assis Sales

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

___________________________________________

Prof. Msc. Andreia Insabralde de Queiroz Cardoso

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Campo Grande, MS, ______ de_____________ de 2017.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que nos criou e me deu muita saúde e força nessa tarefa. Seu fôlego de vida

em mim foi sustento e me deu coragem para enfrentar as dificuldades e questionar realidades,

propondo sempre um novo mundo de possibilidades.

A professora e orientadora Enf. Dra. Olinda Maria Rodrigues de Araújo pela paciência

na orientação, incentivo, ensinamentos, apoio, convívio e amizade. Sem você, nada seria

possível.

Aos meus pais, por todo apoio, amor, dedicação e principalmente por abdicar de

muitas coisas para que esse sonho se tornasse realidade. Mãe, Mara Inês Ribeiro, teu cuidado

e dedicação foram essenciais, em muitos momentos me deram forças para continuar. Pai,

Antônio Vilson Pretto, mesmo longe sempre presente me apoiando e esbanjando carinho e

amor. Obrigada, eu amo muito vocês.

Aos meus amigos, pelas alegrias e dores compartilhadas. Viviane Almeida, obrigada

por todo apoio e incentivo, materiais compartilhados, cansaço e acima de tudo tua amizade.

Ao curso de Enfermagem e a Universidade que fizeram parte deste sonho e o fizeram

possível. As pessoas que convivi ao longo desses anos. E todos que de alguma forma

estiveram perto de mim, fazendo a vida valer a pena.

Aos meus familiares, que me ajudaram muitas vezes com apoio, amor, incentivo,

carinho e até mesmo financeiramente, obrigada de coração. Ao meu avô Diniz Souza Ribeiro

ou melhor dizendo “ vô caco” que por ironia da vida está ao lado de nosso Deus, obrigada por

me esperar tantas noites acordado com meu prato preferido e por todos os mimos. Sinto

muitas saudades suas.

Page 5: Efetividade da hidroxiureia em pacientes com …...LIZ ANDRÊA PRETTO Efetividade da hidroxiureia em pacientes com Anemia Falciforme Trabalho apresentado ao Curso de Enfermagem da

Jamais considere seus estudos como uma

obrigação, mas como uma oportunidade

invejável para aprender a conhecer a influência

libertadora da beleza do reino do espírito, para

seu próprio prazer pessoal e para proveito da

comunidade à qual seu futuro trabalho pertencer.

Albert Einstein

Page 6: Efetividade da hidroxiureia em pacientes com …...LIZ ANDRÊA PRETTO Efetividade da hidroxiureia em pacientes com Anemia Falciforme Trabalho apresentado ao Curso de Enfermagem da

PRETTO, L. A. EFETIVIDADE DA HIDROXIUREIA EM PACIENTES COM

ANEMIA FALCIFORME. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em

Enfermagem. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, 2017.

RESUMO

Introdução: A anemia falciforme é uma doença genética definida pela homozigose da

hemoglobina S (Hb SS) designada por anemia hemolítica crônica, tornando-se vulnerável a

infecções e episódios vaso-oclusivos repetidos, relacionados às lesões orgânicas crônicas e

crises dolorosas agudas. Nos dias atuais, vários estudos demonstram que o uso da hidroxiureia

(HU), fármaco utilizado no tratamento da doença falciforme, apresenta resultados benéficos

com destaque para o aumento da hemoglobina fetal (Hb F) proporcionando uma importante

redução da morbimortalidade da doença e aumento da sobrevida. Objetivo: Avaliar a

efetividade da HU em pacientes com anemia falciforme. Material e Método: Trata-se de um

estudo com abordagem quantitativa, do tipo coorte retrospectiva, descritivo e analítico de

pacientes com anemia falciforme (Hb SS) internados no Hospital Regional e Hospital

Universitário Maria Aparecida Pedrossian da Universidade Federal de Grosso do Sul, Campo

Grande/MS. A coleta de dados foi realizada em prontuários de pacientes internados no

período de 1980 a 2010. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, sob protocolo nº 1.822/2010. Resultados: A

amostra foi composta por 32 prontuários de pacientes que fizeram uso de HU. A média de

idade dos pacientes foi de 25,65±11,92; tempo médio de exposição ao fármaco foi de

6,0±2,8anos; a dose média inicial de 17,00±5,3mg/kg/dia e final de 22,10±5,3 mg/kg/dia.

Após o uso de HU a HbF variou de 8,41±0,95 a 14,44±13,7% (p<0,001). Verificou-se

redução significativa dos leucócitos, eventos agudos, internações em geral, internações com

antibióticos, transfusões sanguíneas, infecções e entre estas, as pneumonias. Conclusão:

Os efeitos à exposição de HU sobre os parâmetros hematológicos provocaram um aumento

significativo no nível de Hb F, bem como, redução de leucócitos e eventos agudos. Dentre os

eventos agudos, as infecções totais (outras infecções e pneumonias) apresentaram redução

significativa. Além desses efeitos, observa-se diminuição da média de transfusões e

internações de maneira geral, incluindo aquelas decorrentes ao uso de antibióticos. Os

resultados aqui obtidos podem auxiliar a equipe multiprofissional, especificamente o

enfermeiro, para realização da vigilância em saúde, com enfoque na doença, desde a

orientação no diagnóstico precoce até o monitoramento na administração de medicamentos.

Palavras-chave: Anemia falciforme. Hidroxiureia. Efetividade.

Page 7: Efetividade da hidroxiureia em pacientes com …...LIZ ANDRÊA PRETTO Efetividade da hidroxiureia em pacientes com Anemia Falciforme Trabalho apresentado ao Curso de Enfermagem da

ABSTRACT

Elaboração após revisão da banca avaliadora.

Page 8: Efetividade da hidroxiureia em pacientes com …...LIZ ANDRÊA PRETTO Efetividade da hidroxiureia em pacientes com Anemia Falciforme Trabalho apresentado ao Curso de Enfermagem da

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Percentual de hemoglobina fetal (HbF) em pacientes com anemia falciforme antes

e após o uso de hidroxiureia. ................................................................................. 27

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Parâmetros hematológicos em pacientes com anemia falciforme antes e após o uso

de hidroxiureia entre 1980 e 2010. Campo Grande/MS, Brasil, 2016 (n=32). ..... 28

Tabela 2 - Média do número de internações e eventos agudos (normalizado para um período

de 10 anos) observados em pacientes com anemia falciforme antes e após o uso de

hidroxiureia entre 1980 e 2010. Campo Grande/MS, Brasil, 2016 (n=32). .......... 28

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LISTA DE ABREVIATURAS

AVC Acidente Vascular Cerebral

CEP/UFMS Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

DF Doença Falciforme

DNA Ácido desoxirribonucleico

GAG Ácido glutâmico

GTG Valina

Hb Hemoglobina

Hb A Hemoglobina Normal

Hb AS Traço Falciforme

Hb E Hemoglobina E

Hb F Hemoglobina Fetal

Hb S Hemoglobina S

Hb SC Hemoglobinopatia SC

Hb SD Hemoglobinopatia SD

Hb SS Anemia Falciforme

HU Hidroxiureia

PHHF Persistência hereditária de hemoglobina fetal

SAME Serviço de Arquivo Médico

SEA Sequestro Esplênico Agudo

STA Síndrome Torácica Aguda

TMO Transplante de Medula Óssea

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 12

2 REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................................... 14

2.1 Considerações gerais sobre hemoglobina......................................................................... 14

2.2 Defeitos hereditários da síntese de hemoglobina............................................................. 14

2.3 Doença Falciforme.............................................................................................................. 14

2.4 Anemia Falciforme............................................................................................................. 16

2.5 Manifestações clínicas........................................................................................................ 17

2.5.1 Crises álgicas........................................................................................................................ 18

2.5.2 Crises aplásicas..................................................................................................................... 19

2.5.3 Crises de sequestro esplênico agudo (SEA) ........................................................................ 19

2.5.4 Síndrome torácica aguda (STA) .......................................................................................... 20

2.5.5 Acidente vascular cerebral (AVC)....................................................................................... 20

2.5.6 Priaprismo............................................................................................................................. 21

2.5.7 Colecistite aguda.................................................................................................................. 21

2.5.8 Infecções............................................................................................................................... 21

2.6 Tratamento e profilaxia..................................................................................................... 22

3 OBJETIVOS....................................................................................................................... 24

3.1 Objetivo geral...................................................................................................................... 24

3.2 Objetivos específicos........................................................................................................... 24

4 MATERIAL E MÉTODO............................................................................................... 25

5 RESULTADOS................................................................................................................... 27

6 DISCUSSÃO....................................................................................................................... 29

7 CONCLUSÃO..................................................................................................................... 34

REFERÊNCIAS............................................................................................................................ 35

APÊNDICES.................................................................................................................................. 44

ANÊXOS........................................................................................................................................ 51

Page 12: Efetividade da hidroxiureia em pacientes com …...LIZ ANDRÊA PRETTO Efetividade da hidroxiureia em pacientes com Anemia Falciforme Trabalho apresentado ao Curso de Enfermagem da

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1 INTRODUÇÃO

A Doença Falciforme (DF) define-se como uma mutação genética por um tipo de

hemoglobina, titulada como hemoglobina S (ou HbS), que por sua vez ocasiona uma

deformidade dos eritrócitos, tomando a forma de ‘foice’ ou ‘meia lua’ (BRASIL, 2013). A Hb

S pode também ser identificada em modo heterozigoto, ou seja, traço falciforme, podendo ser

considerado assintomático, com ausência de doença e em estado homozigoto,

hemoglobinopatia SS ou anemia falciforme (NAOUM; NAOUM, 2004; COSTA, 2004;

BRASIL, 2009 a,b).

Contudo, pode também ter associações com outras alterações da hemoglobina S, S β

Talessemia, hemoglobinopatia SC, SD entre outras. No entanto, a forma mais grave da doença

nesse grupo é a anemia falciforme, que por sua vez ocasiona inúmeras complicações clínicas

evidentes que estabelece alto grau de morbimortalidade (NAOUM; NAOUM, 2004; COSTA,

2004; BRASIL, 2009b).

A anemia falciforme é uma doença genética definida pela homozigose da

hemoglobina S (Hb SS) designada por anemia hemolítica crônica, tornando-se vulnerável à

infecções e episódios vaso-oclusivos repetidos, relacionados às lesões orgânicas crônicas e

crises dolorosas agudas. Das diversas doenças falciformes, a mesma apresenta maior

gravidade clínica e hematológica, é a mais prevalente (SILVA; SHIMAUTI, 2006;

BRUNETTA et al., 2010).

O procedimento fisiopatológico que ocorre em virtude da vaso-oclusão, que atinge

mais frequentemente os pequenos vasos, é decisório à ocorrência de eventos agudos e

crônicos, e com isso altera a qualidade de vida, com uma perda significativa da capacidade

laboral e da sobrevida, onde por sua vez desencadeia a principal causa de morte na doença

(NAOUM; NAOUM, 2004).

Apesar das inúmeras particularidades de cada doença falciforme, onde possuem

diversos graus de gravidade, de maneira geral ela leva a sérios danos em órgãos e sistemas,

sendo eles: complicações cardíacas, renais, oculares, pulmonares, neurológicas, endócrinas e

nutricionais (BRASIL, 2008).

As complicações agudas são decorrentes dos fenômenos vaso-oclusivos. Estes

ocorrem por conta do aumento da viscosidade sanguínea que gera falcização, em

consequência da baixa concentração de oxigênio. Diante das complicações agudas podemos

destacar: priaprismo, síndrome torácica aguda, acidente vascular cerebral, crises dolorosas,

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sequestro esplênico agudo e colecistite aguda. As complicações crônicas levam a úlceras de

perna, microlesões cerebrais levando a déficit cognitivo, a sobrecarga de ferro (das frequentes

transfusões sanguíneas) e necroses assépticas devido às complicações osteoarticulares. Além

das infecções bacterianas causadas por disfunção esplênica secundária as lesões de baço

(BRASIL, 2009b).

No que diz respeito ao tratamento para a doença falciforme, medidas gerais e

preventivas, podem minimizar as crises de falcização e infecções (BRAGA, 2007). Sendo

assim, a rotina de prevenção e profilaxia de infecções deve ser iniciada precocemente,

evitando assim possíveis complicações (RODRIGUES et al., 2010).

Em casos específicos como, por exemplo, a anemia falciforme indica-se a terapêutica

com hidroxiureia (HU), medicamento este que por meio de sua ação, proporciona o aumento

da hemoglobina fetal e reduz complicações clínicas, isto porque ocorre uma proteção contra

os eventos de eritrofalcização e vaso-oclusão (SILVA; SHIMAUTI, 2006).

Com isso, diversos estudos mostram que o uso da HU no tratamento dos pacientes

com doença falciforme, reduziu o número de eventos agudos, de hospitalização e menor

necessidade de transfusão de sangue (CANÇADO, 2007; ARAUJO et al., 2016). Desse modo,

obteve um aumento da sobrevida e da qualidade de vida, possibilitando longevidade para as

pessoas com anemia falciforme (BRASIL, 2009a; ARAUJO et al., 2015).

Diante de tais evidências sobre a eficácia do uso da HU em pacientes falciformes, o

presente estudo propôs avaliar a efetividade da HU no tratamento da Anemia Falciforme em

pacientes internados com episódios da doença.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Considerações gerais sobre hemoglobina

A hemoglobina quando se encontra no estado normal é uma importante proteína no

interior dos eritrócitos, cuja função é promover absorção, transporte e liberação de oxigênio,

para as células de todo o nosso organismo. Seu alicerce é globular, tetramérico e um conjunto

de porção protéica, deliberada com cadeias de globina e fração não protéica, que se denomina

heme (SPENCE, 1991; NAOUM; NAOUM, 2004).

As hemoglobinas são dividas em grupos de genes, que por sua vez localizam-se nos

cromossomos 11 e 16. Estes são considerados uma grande estrutura que compõe milhões de

elementos básicos, principalmente pelas bases nitrogenadas (adenina, citosina, guanina e

timina), açúcares e fosfatos, que, quando se juntam formam uma dupla hélice, cuja estrutura

química denomina-se DNA. No cromossomo 11 em seu braço mais curto estão os genes do

tipo beta: épsilon (ε), gama (γA, γG), delta (δ) e beta (β) e no cromossomo 16 encontra-se os

genes do tipo alfa: (zeta 2, alfa 2 e alfa 1(ζ2, α2, α1)). Os seres humanos sem exceções são

diplóides e possui dois cromossomos do tipo 11 e dois do tipo 16, isto porque herdam um de

cada genitor (NAOUM, 1997; BONINI-DOMINGOS, 2013).

A mutação genética molecular da hemoglobina ocorre no cromossomo 11 onde o

mesmo possui o sexto códon da cadeia beta (β), essa mutação resulta na substituição das bases

nitrogenadas do DNA, trocando a Adenina pela Timina, ocasionando assim a troca do ácido

glutâmico que é rico em fornecimento de energia, e ajuda no metabolismo e funcionamento

do cérebro, pela valina que é um aminoácido essencial. Decorrente dessa troca, a

hemoglobina recém-formada se polimeriza levando à formação de hemácias falciformes

(NOGUEIRA et al., 2013).

A forma mais grave é quando ocorre homozigose S na hemoglobina (HbSS). Porém,

se ocorre apenas a presença de um alelo recessivo, isto é, quando os indivíduos exibem apenas

um gene recessivo para a doença, desenvolve o traço falciforme, que por sua vez, não

desenvolve a doença, mas ainda apresentam características genéticas, sendo capaz de

transmitir aos filhos (DI NUZZO; FONSECA, 2004).

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2.2 Defeitos hereditários da síntese de hemoglobina.

As modificações dos genes das globinas designam os defeitos hereditários que

ocorrem na síntese da hemoglobina. Essas modificações envolvem a síntese estrutural e

quantitativa dos aminoácidos que fazem parte das cadeias de globinas, e moléculas de

enzimas do grupo heme (NAOUM, 1997). Indivíduos normais possuem um único par de

genes β, quando acontece uma alteração ou defeito desses genes causa uma mudança em

metade da hemoglobina do adulto, isso faz com que essa condição genética se caracterize

heterozigoto, portadores de um gene da Hb S ou da Hb C (ZAGO, 2004a).

Os defeitos hereditários hemoglobínicos classificam-se em: alterações estruturais das

hemoglobinas (onde a condição genética aparece com a estrutura de globina anormal-Hb S,

Hb C, Hb D, Hb E); defeitos de síntese ou talassemias (ocorre um desequilíbrio de síntese de

cadeias α-símile e β-símile); e persistência hereditária da hemoglobina fetal (PHHF)

(condição hereditária habitualmente assintomática em que persiste a síntese de quantidades

apreciáveis de Hb F na vida adulta) (ZAGO, 2004a; HOLSBACH et al., 2010).

Entre as diversas anormalidades hereditárias das hemoglobinas, destaque-se a Hb S,

uma das mais frequentes na população brasileira, capaz a produzir doença falciforme em

homozigose (NAOUM, 1997; NAOUM, 2014).

2.3 Doença Falciforme

A doença falciforme (DF) é um termo genérico que compõe um grupo de anemias

hemolíticas hereditárias caracterizadas por uma mutação genética na estrutura da

hemoglobina decorrente da troca de bases nitrogenadas gerando uma anormalidade. Gera

subgrupos que se dividem em: Hb S em homozigose, a anemia falciforme (HbSS), em

heterozigose com outras hemoglobinas variantes (HbSC, HbSD) e ainda interações com

talassemias (OLIVEIRA et al., 2015).

A DF aborda um dos distúrbios genéticos mais frequentes no Brasil e no mundo, é

considerado um grande problema de saúde pública isto porque é uma doença crônica e com

inúmeros episódios agudos, levando a elevadas taxas de morbidade e mortalidade (RAMOS et

al., 2015).

Na DF, as alterações que ocorrem na hemoglobina A (HbA), dão origem a

hemoglobina anormal denominada Hb S (BRASIL, 2002). A Hb S origina-se da substituição

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do aminoácido na cadeia beta, na posição seis, onde o ácido glutâmico (GAG) é substituído

pela valina (GTG). Com isso a estrutura da hemoglobina é modificada, altera o potencial

iônico e torna-se carregada menos negativamente e com menor mobilidade, quando

comparada a Hb A (NAOUM, 2000; BONINI-DOMINGOS, 2013).

Através das alterações na estrutura da Hb S, a mesma permite que, em casos de

desoxigenação, a Hb se ordene em longos polímeros de filamentos duplos formando feixes de

“cristais” dentro das hemácias, modificando a estrutura da célula, desenvolvendo então as

hemácias em forma de foice ou falcizada. Essa alteração diminui a vida média da hemácia,

onde provocam obstruções nos capilares, fenômeno esse chamado de vaso-oclusão,

juntamente com episódios de dores e lesões isquêmicas, que com o decorrer dos anos, afeta

todo o organismo (BRASIL, 2012).

As pessoas com traço falciforme possuem expectativa de vida igual ao restante da

população, pois apresenta índices hematimétricos e valores hematológicos normais. A ligação

de um gene Hb S com outras hemoglobinas como: Hb C e Hb D, resultando em dupla

heterozigoses (Hb SC e Hb SD), com distúrbios falciformes menos prevalentes na população,

quando comparado com a forma em homozigose (Hb SS) (RAPAPORT, 1990; BONINI-

DOMINGOS, 2013).

Quando se junta Hb SC resulta em uma forma de doença falciforme que produz um

quadro clínico de maior gravidade, semelhante à anemia falciforme (RAPAPORT, 1990;

COSTA, 2004). A dupla heterozigose Hb SD resultante da junção de um gene Hb S com a

hemoglobina Hb D, são menos prevalentes entre doenças falciformes, porém, podem

desenvolver anemia hemolítica de gravidade moderada (PEREA, 1999; BONINI-

DOMINGOS, 2013).

2.4 Anemia Falciforme

A anemia falciforme (Hb SS) é uma anemia hemolítica hereditária, onde as células

vermelhas são apresentadas em formato anormal. As alterações que ocorrem na base celular é

a presença de uma hemoglobina alterada, desoxigenada que se torna insolúvel, formando

agregados que transformam sua forma e impedem o fluxo nos vasos sanguíneos

(FIGUEIREDO et al., 2014). Desenvolve-se através da homozigose do gene da hemoglobina

S. Geralmente os pais são portadores assintomáticos de um gene afetado (heterozigotos), que

produz Hb A (normal) e Hb S (anormal), com isso transmite cada um deles o gene alterado

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para a criança, que por sua vez recebe os dois genes alterados (homozigoto SS)

desenvolvendo a anemia falciforme (ZAGO, 2002; NOGUEIRA et al., 2013).

A HbSS é uma das doenças hereditárias que mais se destaca no País, tem alta

prevalência e afeta cerca de 0,1% a 0,3% da população negra, decorrente da alta miscigenação

significativa da população caucasiana brasileira. Estima-se que cerca de 5-6% da população

carregam o gene da Hemoglobina S (HbS) e novos casos estão em torno de 700-1000 por ano

(FIGUEIREDO et al., 2014).

As hemácias são responsáveis por transportar o gás oxigênio para os tecidos, é por isso

que se obtém um melhor funcionamento dos demais órgãos, porém, a anemia provoca uma

agregação de diminuição do oxigênio a ser transportado, onde as hemácias provocam um

déficit dos glóbulos vermelhos, com isso são destruídos devido à hemólise da doença. Diante

disto, a anemia falciforme possui características que se definem em: icterícia, crises de dor,

febre, Acidente Vascular Cerebral, sendo este último uma característica grave que ocorre na

faixa etária de 3 a 10 anos de idade (NOGUEIRA et al., 2013).

Em resultado da alteração da HbSS ocorre um fenômeno de falcização que, por sua

vez são alterações moleculares no interior das células, que provocam um aumento juntando os

eritrócitos ao endotélio, resultando em fenômenos inflamatórios que influenciam os

granulócitos e plaquetas; enrijecem a membrana e hemácias, diminuindo sua sobrevida em

circulação; provocam lesões microvasculares; causam diminuição de Óxido Nítrico

contribuindo para vasoconstrição e ativação da inflamação e coagulação (ZAGO; PINTO,

2007; ZORZETTO, 2013).

2.5 Manifestações clínicas/ Eventos Agudos

As manifestações clínicas na doença falciforme são oriundas primariamente da vaso-

oclusão e anemia (COSTA, 2004). Estão diretamente relacionadas à anormalidade molecular

promovida pela presença da hemoglobina S, visto que mesmo em altas concentrações e

situação de desoxigenação, a hemoglobina A e hemoglobina F não formam estruturas

organizadas dentro da hemácia (ZAGO; PINTO, 2007).

Em recém-nascidos, raramente são apresentadas manifestações clínicas, isto por que

nessa fase os níveis de hemoglobina fetal (Hb F) são elevados. Contudo, após os seis meses

de idade ocorrem uma redução desses níveis de Hb F e então começa a aparecer os primeiros

sinais e sintomas da doença (COSTA, 2004).

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Um dos fenômenos que se inicia após a associação entre as células falcizadas,

endoteliais e componentes do plasma é a vaso-oclusão. Devido a essa interação, desencadeia-

se um desequilíbrio entre os vasodilatadores e vasoconstritores, ocasionando a vasoconstrição.

A adesão das hemácias falcizadas sobre as células endoteliais diminui o fluxo sanguíneo,

ocorrendo processos de polimerização da Hb S, falcização, e vaso-oclusão, antes que ocorra a

passagem completa do sangue pelos microvasos. Toda essa interação das células e

granulócitos estimulam a liberação de citocinas. As plaquetas que foram ativadas liberam

trombospondina que consequentemente promove a adesão das células falciformes às células

endoteliais (STEINBERG, 1999; ZORZETTO, 2013).

Todo esse processo vaso-oclusivo desencadeia as manifestações clínicas/eventos

agudos, que são apresentados pelos pacientes. Contudo, há momentos em que a doença

apresenta períodos sem manifestações “fase estável”. Porém, ela pode ser interrompida por

episódios agudos decorrentes de crises álgicas, aplásticas, hemolíticas e de sequestro

esplênico; complicações pulmonares, neurológicas, hepatobiliares; e infecções (COSTA,

2004).

2.5.1 Crises álgicas

São consideradas as manifestações mais frequentes resultantes da vaso-oclusão.

Iniciam-se agudo e duram de quatro a seis dias ou até semanas. Hipóxia, febre, desidratação,

acidose, infecção e exposição ao frio desencadeiam episódios de dor. O que por sua vez atinge

mais frequentemente os ossos e articulações (BRASIL, 2006; OMAIS, 2013).

É resultante da dor a obstrução dos capilares sanguíneos devido à forma de “foice” das

hemácias. Quando ocorre a diminuição do fluxo sanguíneo causando hipóxia regional e

acidose, que influencia no processo de falcização aumentando o dano isquêmico e provocando

resposta inflamatória aguda (BRASIL, 2006).

A periodicidade e gravidade das crises variam de paciente para paciente, devido à

frequência e gravidade em períodos da vida. Crises muito dolorosas e graves necessitam de

tratamento hospitalar com analgésicos parenteral. A ocorrência de mais de três episódios em

um ano, caracteriza evolução grave da doença. Quanto ao tratamento das dores é individual de

cada paciente, de acordo com sua escala analógica de dor, podendo ser domiciliar com

analgesia oral e hidratação ou hospitalar como citado acima (REES et al., 2003; LOBO;

MARRA; SILVA, 2007; BRASIL, 2008).

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19

A ocorrência de mais de três episódios de dor aguda por ano caracteriza doença

falciforme com evolução clínica grave e está associada com a redução da expectativa de vida

(BALLAS et al., 2012).

2.5.2 Crises aplásticas

São transitórias e decorrem de processos infecciosos, geralmente estão relacionadas

com infecção pelo Parvovírus B19, que acometem principalmente crianças entre quatro e 10

anos, devido ao tropismo pelas células precursoras eritropoiéticas (BRASIL, 2002; BRASIL,

2008).

Seus sintomas variam entre febre, palidez e fraqueza, podendo evoluir para falência

cardíaca devido à anemia. E ainda uma importante queda nos níveis de hemoglobina,

juntamente com níveis de reticulócitos extremamente reduzidos (BRASIL, 2002; COSTA

2004; BALLAS et al., 2012).

O tratamento é sintomático e se caso necessário transfusões de hemácias são

administradas. Geralmente indicam-se a hemotransfusão quando há comprometimento da

função cardíaca ou redução de níveis de Hb (SAAD, 2002a).

2.5.3 Crises de sequestro esplênico agudo (SEA)

A denominação de sequestro esplênico se dar por meio de um acúmulo intraesplênico

de grandes volumes de sangue (BRASIL, 2006). Isto ocorre pelo aumento rápido do baço

acompanhado de uma diminuição nos níveis de hemoglobina de 2g/l ou mais (em relação ao

nível basal do indivíduo) e com respostas medular compensatória (COSTA, 2004).

Atinge crianças dos cinco meses de vida ate os seis anos de idade. É um evento que

pode levar a choque hipovolêmico e é a causa mais frequente de óbito. Contudo, pacientes

falciformes, com esplenomegalia na vida adulta, podem apresentar acúmulo de sangue no

baço, independente da idade (FIGUEIREDO, 2002; BRASIL, 2012).

Os sinais clínicos são: palidez muco-cutânea de instalação súbita, acompanhada de

distensão e dor abdominal pela esplenomegalia. Tais episódios variam de intensidade,

podendo levar a óbito em horas (NAOUM; NAOUM, 2004). O tratamento inclui suporte

volumétrico e transfusões de glóbulos vermelhos até nível entre nove e 10 g/dl de

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hemoglobina. Assim que o choque é revertido e o sangue sequestrado mobilizado, diminui o

tamanho do baço e aumentam os níveis de hemoglobina (FIGUEIREDO, 2002).

2.5.4 Síndrome torácica aguda (STA)

São complicações pulmonares geradas pelo fenômeno vaso-oclusão e infecções.

Ambas ocorrem simultaneamente. Os episódios agudos de STA em que acometem os pulmões

são acompanhados de tosse, febre, hipóxia, dispnéia e dor torácica. É uma das complicações

mais comuns em pacientes falciforme e seu quadro clínico é muito semelhante à pneumonia,

podendo estar associado à embolia pulmonar (CHARACHE; LUBIN; REID, 1995; VICARI;

FIGUEIREO, 2011).

O tratamento deve ser imediato e agressivo com inicio imediato de antibioticoterapia

empírica (para Chlamydia ou Mycoplasma), oxigenoterapia, reposição de fluídos, observando

a sobrecarga hídrica e edema pulmonar. Para prevenção de atelectasias e controle da dor a

fisioterapia respiratória deve ser instituída. A redução da concentração de Hb S é feita por

meio de hemotransfusão (VICARI; FIGUEIREDO, 2011). Obter cuidados com analgésicos

opióides devem ser usados com atenção, devido o risco de depressão respiratória (BRASIL,

2008).

2.5.5 Acidente vascular cerebral (AVC)

É uma das complicações mais graves da doença falciforme, pois ocorre a obstrução de

grandes vasos como: carótidas e artéria cerebral média. A incidência de acidente

cerebrovascular isquêmico é mais predominante em crianças, enquanto que o acidente

vascular hemorrágico é mais predominante em adultos (BEUTLER, 2001; BRASIL, 2014).

Os sinais clínicos podem ser focais e incluem hemiparesia, hemiplegia, déficit no campo

visual, afasia e paralisia de nervos cranianos (BRASIL, 2002; BRASIL, 2014).

No tratamento em episódios agudos deve se realizar uma avaliação neurológica

imediata com monitoramento cuidadoso do processo e desenvolvimento dos sintomas

neurológicos. Leva em consideração o perfil neurológico e avaliar nível de consciência,

orientação e respostas verbais (IVO, 2007).

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2.5.6 Priaprismo

Consiste na ereção persistente e dolorosa do pênis, que acomete os homens entre 10 e

62 anos. Cerca de 42% relatam pelo menos um episódio da crise. E em 46% desses pacientes

ocorre disfunção sexual (BRASIL, 2006). Esta ereção pode apresentar-se em três formas:

ereção dolorosa curta, prolongada e persistente (CHARACHE; LUBIN; REID, 1995).

O tratamento é reverter às ereções indesejáveis, aliviar a dor e preservar a função

sexual. São recomendados banhos mornos, hidratação, esvaziamento da bexiga e analgesia.

No caso de priaprismo agudo ou prolongado é indicado hidratação rigorosa, analgésicos

potentes, se necessária sondagem vesical para esvaziar bexiga. E em algumas situações faz se

necessárias medidas anestésico-cirúrgicas como punção dos corpos cavernosos, esvaziamento

cirúrgico e derivações. Esses procedimentos são de alta morbidade podendo levar a

deformidades penianas e impotência definitiva (BRASIL, 2006; OLIVEIRA, ARAÚJO,

2013).

2.5.7 Colecistite aguda

A colecistite se destaca entre as complicações agudas, apresentando em seu quadro

clínico, dor aguda no quadrante superior D do abdome, náuseas, vômitos, piora da icterícia e

febre (BRASIL, 2008). Com a excreção elevada de bilirrubinas das hemácias hemolisadas,

resultam em cálculos biliares (COSTA, 2004). A litíase biliar ocorre em 14% das crianças

menores de 10 anos, em 30% dos adolescentes e em 75% dos adultos com anemia falciforme.

Os cálculos biliares são inúmeros e em 60% dos casos são radiopacos (BRASIL, 2002).

Os pacientes devem ser orientados a ingerir dieta hipogordurosa. Episódios de

colecistite aguda devem ser tratados com antibióticos, manutenção do balanço

hidroeletrolítico e cuidados gerais. A colecistectomia quando indicada, deverá ser programada

após a fase aguda do episódio (BRASIL, 2006).

2.5.8 Infecções

São frequentes e geralmente graves, é uma importante causa de morbimortalidade,

principalmente na infância (BRASIL, 2008). Estes pacientes possuem risco aumentado de

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infecções por Streptococos pneumoniae, Haemophilus infuenzae b, Escherichia coli,

Meningococos e Salmonellas, entre outros, devido asplenia funcional, defeitos de

complemento e de opsonização. (REES et al., 2003; VICARI, FIGUEIREDO, 2011).

O tratamento é indicado nos casos mais graves como pneumonias e ausência do foco

infeccioso a antibioticoterapia venosa. Qualquer paciente com alteração do estado geral e

febre deve receber a mesma abordagem. Qualquer tipo de pneumonia requer hospitalização

para antibioticoterapia e suporte clínico. Os que são acometidos com infecções não graves

devem ser tratados com antibioticoterapia, porém pode ser ambulatorial com reavaliação em

48 horas (BRASIL, 2008; VICARI, FIGUEIREDO, 2011).

Nos dias atuais com os avanços na prevenção de infecções proporcionam uma maior

sobrevida aos pacientes falciformes. O uso de penicilina profilática e imunização precoce são

formas de prevenção de tratamento. Com isso, ocorre uma redução importante do risco de

septicemias por Streptpcoccus pneumoniae e Haemophilus infuenzae, quando iniciadas

precocemente, idealmente antes dos quatro meses de idade (SAAD, 2002b; DI NUZZO,

FONSECA, 2004).

2.6 Tratamento e profilaxia

O que diz respeito ao tratamento para doença falciforme, medidas gerais e de

prevenção devem ser tomadas em consequências da anemia crônica, crises de falcização e

infecções. E isso leva ao tratamento precoce para o diagnóstico, triagem neonatal, treinamento

aos cuidadores e pacientes, para que saibam lidar com a doença e ter um acompanhamento

regular seguido de protocolos padronizados (BRAGA, 2007).

Um dos tratamentos recomendados é a suplementação com ácido fólico (5mg/dia),

profilaxia com penicilina para infecções, boa alimentação e hidratação; tratamento de crises

dolorosas vaso-oclusivas e dos demais eventos agudos (SAAD, 2002a, COSTA, 2004;

MARQUES et al., 2012).

Na abordagem terapêutica do paciente falciforme, em casos indicados podem ser

instituídas ainda, três formas de terapia: transfusão crônica, hidroxiureia (HU) e transplante de

medula óssea (TMO) (COSTA, 2004; SILVA; SHIMAUTI, 2006).

A HU e o TMO são as formas de tratamentos mais eficazes, no entanto a experiência

com a HU é maior do que com a TMO. Por mais que a medida de TMO seja curável dispõe de

doador compatível e apresenta grandes complicações. Já o tratamento com a HU é mais

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evidente tanto em adultos quanto em crianças (FERSTER et al., 2001; SAAD, 2002a; SILVA;

SHIMAUTI, 2006).

A hidroxiureia, agente quimioterápico sintetizado na Alemanha em 1869 é empregada

no tratamento de doenças neoplásicas desde 1960 (NIH, 2002). Seu uso foi promissor na área

da oncologia, por inibir a ribonucleotídeo-redutase, uma enzima que converte os

ribonucleotídeos para desoxiribonucleotídeos que são necessarios para a síntese de DNA

(PLATT et al. 1984; NAOUN, 2000). Ao inibir a ribonucleotídeo-redutase, bloqueia a síntese

de DNA, retendo as células na fase S (DAVIES; GILMORE, 2003). A partir de 1984, os

primeiros resultados positivos do fármaco no aumento dos níveis de Hb F em pessoas com

anemia falciforme foram registrados (NIH, 2002).

A hidroxiureia consiste em um composto químico que possui biodisponibilidade oral

extraordinária, sendo a droga aprovada pela Food and Drug Administration para uso em

pacientes adultos clinicamente graves com doença falciforme demonstrou eficácia clínica para

a diminuição de crises vaso-oclusivas, incluindo episódios de dor, síndrome torácica aguda,

redução de transfusão (WARE; AYGUN, 2009) e toxicidade com depressões reversíveis

transitórias de parâmetros hematológicos (CHARACHE et al.1996). Seu papel fundamental

está em elevar a hemoglobina fetal (McGANN et al., 2011).

A HU se apresenta na forma de um pó branco, inodoro, higroscópico, sendo um

composto solúvel em água que se espalha igualmente ao longo dos fluidos corporais. É

rapidamente bem absorvida pelo trato gastrointestinal, após administração oral sendo que

níveis plasmáticos máximos são encontrados de 60 a 240 minutos, após a sua ingestão oral, no

entanto, não existem dados científicos disponíveis que assegurem o uso racional desta droga

com alimentos (LUNGHI et al., 2002).

Nos dias atuais, vários estudos demonstram que o uso da HU apresenta resultados

benéficos no tratamento da doença falciforme, os quais se destacam a diminuição dos eventos

agudos, do número de transfusão sanguínea e de hospitalização, e com isso uma grande

melhora clínica e dos parâmetros hematológicos, além do mais, uma importante redução de

mortalidade da doença e aumento da sobrevida (FERSTER et al., 2001; STEINBERG et al.,

2003; THORNBURG et al., 2009; VOSKARIDOU et al., 2010; ARAUJO et al., 2015).

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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

- Avaliar efetividade da hidroxiureia (HU) em pacientes com Anemia falciforme internados

em dois hospitais públicos.

3.2 Objetivo Específico

- Relacionar antes e após o uso de HU: o percentual de hemoglobina fetal (HbF); parâmetros

hematológicos; frequência de internações gerais e internações com antibióticos; frequência de

transfusões sanguíneas e de infecções.

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4 MATERIAL E MÉTODO

Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa, do tipo coorte retrospectiva,

descritivo e analítico de 32 pacientes com diagnóstico de anemia falciforme (Hb SS)

internados no Hospital Regional e Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da

Universidade Federal de Grosso do Sul, município de Campo Grande/MS, no período de 1980

a 2010.

A coleta de dados foi realizada nos Serviços de Arquivo Médico (SAME) dos

referidos hospitais entre os meses de novembro de 2010 a outubro de 2011, por meio de

consulta aos prontuários de pacientes com hemoglobinopatias. Foram incluídos pacientes

internados no mínimo com 24 horas de permanência hospitalar, de todas as idades, com

diagnóstico médico de anemia falciforme, confirmado por eletroforese de hemoglobina, que

obtiveram indicação médica para tratamento com HU. Foram excluídos aqueles que

apresentavam outras hemoglobinopatias e traço falciforme.

As variáveis hematológicas coletadas foram: hemoglobina fetal (HbF); concentração

de hemoglobina total; hematócrito; eritrócito ou hemácias; leucócitos, neutrófilos absolutos e

plaquetas, coletadas antes e após do uso de HU. A avaliação dos parâmetros laboratoriais

neste estudo seguiu os valores preconizados por Failace (FAILACE, 2009).

As variáveis clínicas coletadas foram: hidroxiureia (data de início, idade no momento

do início do tratamento, dose inicial, dose final e tempo médio de exposição) e eventos

agudos decorrentes do fenômeno de vaso-oclusão, antes e depois do uso de HU (crise de dor,

pneumonias, síndrome torácica aguda/Pneumonias (STA/Pneumonias), infecções, sepses,

priaprismos, acidentes vasculares cerebrais (AVCs), colelitíases, sequestro esplênico agudo

(SEA), síndrome aplásticas. Outras variáveis foram referentes ao número de transfusões

sanguíneas, às internações em geral e àquelas com uso de antibióticos (Apêndice A).

Para obter a relação mg/kg individualizada da dosagem de HU foram utilizados os

dados relativos ao peso de cada paciente e a dose prescrita registrados no prontuário, tanto

antes quanto depois do uso.

Na análise dos resultados, a comparação entre os momentos antes e depois do uso de

HU foi realizada por meio do teste de Wilcoxon quando as amostras não passaram no teste de

normalidade, ou por meio do teste t Student pareado quando elas passaram no teste de

normalidade. Os demais resultados das variáveis avaliadas neste estudo foram apresentados

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na forma de estatística descritiva. O programa estatístico utilizado foi o SigmaStat, versão 3.5

e o nível de significância considerado foi p<0,05.

O estudo foi previamente avaliado e aprovado em seus aspectos éticos e

metodológicos pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso do

Sul, Campo Grande/MS, Brasil, sob protocolo nº 1.822/2010 (Anexo A).

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5 RESULTADOS

Os 32 pacientes internados com anemia falciforme, incluídos nesta coorte retrospectiva,

foram analisados em um período de 30 anos, entre os momentos antes e depois do uso de HU.

A média de idade foi de 25,65±11,92, apontando que a maioria dos pacientes eram adultos

jovens. O tempo médio de exposição ao fármaco foi de 6,0±2,8anos, a média de idade no

momento da instituição da HU foi de 19,0±11,0 anos, sendo a dose média inicial de

17,00±5,3mg/kg/dia e final de 22,10±5,3 mg/kg/dia.

A Figura 1 apresenta o percentual do nível de HbF atingida nessa amostra após o

uso de HU. Esse resultado demonstrou a efetividade do fármaco, o qual resultou em um

aumento significativo da HbF (p<0,001).

*Diferença significativa em relação ao momento antes do uso de hidroxiureia (teste t Student, p<0,001).

Na Tabela 1, os leucócitos apresentaram diferença significativa, mostrando uma

redução após o uso de HU. Os demais parâmetros hematológicos não apresentaram diferença

significativa.

Gráfico 1 - Percentual de hemoglobina fetal (HbF) em pacientes com anemia

falciforme antes e após o uso de hidroxiureia.

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Tabela 1 - Parâmetros hematológicos em pacientes com anemia falciforme antes e após o uso

de hidroxiureia entre 1980 e 2010. Campo Grande/MS, Brasil, 2016 (n=32).

Variável Momento em relação ao uso de hidroxiureia

Valor de p Antes* Depois*

Hemoglobina (g/dL) 8,08±0,22 8,04±0,22 0,973

Hematócrito (%) 25,30±0,64 24,55±0,66 0,465

Eritrócitos (106/μL) 2,7±78544,01 2,5±77034,80 0,119

Leucócitos (103/μL) 15,986±1044,72 13,984±947,32 0,042**

Neutrófilos absolutos (mL) 11157,32±908,64 10070,20±742,32 0,185

Plaquetas (103μL) 277,964,29±21087,34 320,160,00±20842,72 0,278 * Os dados estão apresentados em média±erro padrão da média. **Valor de p com diferença significativa entre os momentos antes e depois do uso de hidroxiureia.

Na Tabela 2 encontram-se os resultados referentes às médias dos números de

internações e eventos agudos, normalizados para um período de 10 anos em pacientes

internados com anemia falciforme antes e após o uso de HU. Após o uso do medicamento

houve uma redução significativa dos eventos agudos, das internações em geral, das

internações para tratamento com antibióticos e das transfusões sanguíneas. Quanto à

ocorrência dos eventos agudos verificou-se uma redução significativa das infecções em geral

e pneumonias.

Tabela 2 - Média do número de internações e eventos agudos (normalizado para um período

de 10 anos) observados em pacientes com anemia falciforme antes e após o uso de

hidroxiureia entre 1980 e 2010. Campo Grande/MS, Brasil, 2016 (n=32).

Variável

(média a cada 10 anos)

Momento em relação ao uso

de hidroxiureia Valor de p

Antes* Depois*

Eventos Agudos 14,16±2,62 7,05±1,48 0,014**

Internações 11,28±1,97 5,91±1,22 0,015**

Internações com antibióticos 7,72±1,52 3,66±0,83 0,002**

Transfusões sanguíneas 20,12±4,56 10,43±2,10 0,037**

Infecções 1,58±0,52 0,35±0,17 0,005**

Pneumonias 2,80±0,79 0,79±0,36 0,012**

Sepses 0,04±0,04 0,00±0,00 1,000 * Os dados estão apresentados em média±erro padrão da média. ** Valores de p com diferença significativa entre os momentos antes e depois do uso de hidroxiureia (Teste de

Wilcoxon).

.

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6 DISCUSSÃO

Os efeitos de seis anos de exposição à HU sobre os parâmetros hematológicos

provocaram um aumento significativo no nível de Hb F, de 8,41±0,95 para 14,44±1,37%, com

uma dosagem da medicação inicial de 17mg/Kg/dia e final de 22,10mg/Kg/dia. Os resultados

deste estudo demonstraram a efetividade do fármaco para o tratamento de anemia falciforme,

pois, se assemelham aos encontrados em estudo observacional que avaliou a farmacocinética,

toxicidade e produção de HbF com amostra de 32 pacientes HbSS. Em tal estudo a média de

idade variou de 27,60±6,3 anos, mas a dosagem inicial foi de 10mg/Kg/dia e variou até

35mg/Kg/dia, assim como houve um aumento significativo da HbF, 4±2 para 15±6% após o

uso, p<0,001 (CHARACHE et al.,1992).

Para elucidar a efetividade da HU no aumento da HbF, ressalta-se primeiramente que

os danos observados na membrana, na fisiopatologia da anemia falciforme, são

desencadeados pelas células HbS juntamente com outras não falciformes, que além de causar

hemólise leva a depleção de óxido nítrico e aumenta o risco de vaso-oclusão (BOOTH;

INUSA; OBARO, 2010). No entanto, ao fazer uso de HU no tratamento da anemia

falciforme, o fármaco por meio de sua ação tem efeitos múltiplos sobre a linhagem

eritrocitária, aumentando a produção de óxido nítrico que atua diretamente na produção da

HbF. Altos níveis de HbF diminuem a polimerização das hemácias defeituosas e reduzem o

risco de vaso-oclusão (PLATT, 2008).

No presente estudo a leucocitose apresentou uma redução significativa após o uso da

HU. Ao discutir esse achado observa-se que, embora tenha ocorrido redução nos valores

médios dos leucócitos, estes ainda permanecem em uma situação de leucocitose. Esses

achados corroboram com estudo que evidenciou leucócitos com um papel essencial no

processo de stress oxidativo e inflamatório. Nesse sentido, a leucocitose pode ser devido a

níveis aumentados de citocinas mielóides proliferativas e ao retardamento no processo

apoptótico (CONRAN et al., 2007; ZORZETTO, 2013).

Nessa linha de pensamento, compartilha-se ainda com a hipótese que os leucócitos,

possuem um papel central para iniciar eventos vaso-oclusivos, pois a partir dessas células,

ocorre a agregação de outras (hemácias, plaquetas), favorecendo o estreitamento do lúmen do

vaso. Esse fenômeno prejudica a circulação e leva à hipóxia. Em resposta, os leucócitos

produzem citocinas que induzem a expressão de moléculas de adesão ao endotélio vascular

(MADIGAN; MALIK, 2006).

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Os neutrófilos absolutos apresentaram uma pequena redução em seus valores médios

após o uso da HU. Para discutir esses achados apoiou-se no estudo, que após dois anos de

terapia com HU, metade dos pacientes apresentou aumentos triviais em Hb F, mas houve

melhora da doença no grupo de tratamento. No entanto, pacientes com reticulócitos basais

aumentados (≥300 x10 μl) ou neutrófilos (≥7500 μl) tiveram um aumento de HbF e melhora

das manifestações clínicas da doença (DAVIES; GILMORE, 2003).

Os eventos agudos apresentaram uma redução significativa das médias neste estudo,

após o uso de HU. O efeito deste fármaco diminui a incidência da crise vaso-oclusiva

supostamente pela elevação da Hb F, melhorando os sintomas dos pacientes, antes mesmo de

ocorrer à elevação significativa dos níveis de Hb F (HOFSTRA et al., 1996). Evidências

sobre o efeito da HU são mostradas com a explosão de células F jovens dentro de 72 horas

após o uso da terapia (PLATT et al.,1984). Em um estudo para avaliar a efetividade da HU,

obteve-se como resultados a elevação da HbF e a redução da frequência de crises álgicas,

evento agudo mais frequente no quadro clínico de pacientes com anemia falciforme

(ARAUJO et al., 2016).

Além da diminuiçao dos eventos agudos no tratamento com HU, o presente estudo

também encontrou uma significativa redução nas internações hospitalares e das transfusões

sanguíneas em usuários do fármaco. Esses achados corroboram com a pesquisa realizada em

um Hospital de referência com crianças na cidade de Memphis nos Estados Unidos, na

comparação entre pacientes que tiverem e que não tiveram exposição á HU, constatou então

que, o uso da HU diminuiu a média anual de internações, enquanto a não exposição manteve a

mesma média.

O mesmo estudo também apontou que houve redução de transfusões sanguíneas nos

doentes expostos à HU, pois estes receberam uma transfusão a menos anualmente ao final do

período de observação do que no primeiro ano, enquanto o número de transfusões recebidas

por cada paciente no grupo não exposto permaneceu igual (NOTTAGE et al., 2013).

Outro estudo envolvendo crianças e adultos jovens na avaliação da eficácia e

toxicidade da HU em cinco anos verificou-se uma diferença significativa na diminuição do

número e dos dias de hospitalizações ao longo do tratamento, quando comparados com

período anterior ao uso da terapia com HU (FERSTER et al., 2001).

As principais causas de hospitalização apontadas por Salman e Hassan (2015) em

crianças e adolescentes em Bascaz, Iraque, foram as crises agudas dolorosas (73,84%),

infecções (9,28%), síndrome torácica aguda (8,02%) e crise aguda de sequestro esplênico

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(6,32%). O estudo de Ferster et al. (2001), também demonstra que com o uso de HU a

probabilidade de não sofrer qualquer evento ou crise vaso-oclusiva com a necessidade de

hospitalização e tratamento foi de 47%, quando comparada com o período anterior ao

tratamento (55%).

O acompanhamento de dois anos de 144 crianças em Nagpur, Índia, demonstrou que

após o uso de HU, houve uma queda na frequência de crises vaso-oclusivas, transfusões de

sangue, crises de sequestro esplênico, acidente vascular cerebral, síndromes torácicas agudas

e hospitalizações ao final do período, sendo a transfusão de sangue reduzida em 79,3% e as

hospitalizações em 93,5% (JAIN et al., 2013).

Dados semelhantes também foram encontrados em Ahvaz, Irã, entre 48 pacientes que

após um ano de utilização da medicação diminuíram em 61,7% o número de internações, bem

como a quantidade de transfusões, sendo que ao final da pesquisa, nenhum paciente realizava

transfusão (KEIKHAEI; YOUSEFI; BAHADORAM, 2015).

A elevação dos níveis de HbF pela HU estão associados à diminuição da morbidade e

mortalidade na anemia falciforme e concentrações suficientemente elevadas de HbF

uniformemente distribuídas entre os eritrócitos falciformes podem anular totalmente a

fisiopatologia da doença (STEINBERG et al., 2010). Assim, ao longo do tempo, faz se cada

vez menos necessária a realização das transfusões em pacientes em uso de HU.

Além disso, as hospitalizações frequentes e as transfusões de sangue são penosas e

dispendiosas para as instituições e para as famílias de pacientes com anemia falciforme,

assim, o uso da HU é um meio de reduzir esses eventos e as despesas resultantes incorridas

(NOTTAGE, 2013).

Outro aspecto a ser considerado neste estudo é a redução significativa das infecções,

que antes do uso de HU apresentou uma frequência de 1,58±0,52 para 0,35±0,17, dentre estas,

houve redução dos casos de pneumonias de 2,80±0,79 para 0,79±0,36. Um estudo realizado

por Silva-Pinto et al. (2013), em Ribeirão Preto, com 37 pacientes acompanhados no período

de um ano, apresentou uma redução significativa na frequência de episódios infecciosos de

1,03±1,13 para a 0,5± 0,78, após o uso do fármaco.

Em uma investigação retrospectiva, buscando conhecer a incidência de infecções

bacterianas graves em crianças com anemia falciforme, reportou que a pneumonia apresentou

maior incidência entre as infecções bacterianas em pacientes sem registro de uso de HU

(BANSIL, et al., 2013).

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32

Outro estudo de coorte retrospectiva de 30 anos para estimar a sobrevida, mortalidade

e causa de morte em usuários e não usuários de hidroxiureia com doença falciforme apontou

que entre 10 óbitos ocorridos neste período, 40% teve como causa a pneumonia (ARAUJO et

al., 2015). Já outro estudo prospectivo de 17 anos, na Grécia em que foi feita a comparação

entre 131 pacientes tratados com hidroxiureia com 199 não tratados, apresentou como

resultados dois óbitos causado por sepse: um em um paciente exposto à HU e o outro em um

paciente sem tratamento com o fármaco, evidenciando então, a mortalidade decorrente de um

quadro infeccioso (VOSKARIDOU et al., 2010).

Em um estudo experimental envolvendo camundongos demonstrou que a hidroxiureia

reduz a inflamação pulmonar e confere proteção contra a pneumonia pneumocóccica. A

hidroxiureia afeta as interacções leucócito-endotelial na doença falcifome, resultando em uma

proteção contra a sepse pneumocócica letal (LEBENSBURGER et al., 2012).

Qualquer infecção bacteriana no paciente com anemia falciforme possui grande

potencial de evolução para sepse com quadro toxêmico associado, muitas vezes letal, se não

identificado e tratado precocemente (DI NUZZO, FONSECA, 2004). Destaca-se neste estudo,

que a sepse, complicação que poderá ocorrer após processo infeccioso grave, não teve

diminuição significativa após o uso de HU.

A suscetibilidade aumentada às infecções na anemia falciforme é decorrente do

comprometimento da função esplênica, diminuição da capacidade de fagocitose e da hipóxia

tecidual. O baço tem a função comprometida por um processo com início na primeira infância

devido a vaso-oclusão que gera trombose e enfarto, evoluindo para a atrofia e fibrose desse

órgão. As alterações ultrapassam a estrutura ocasionando a diminuição da opsonização devido

a diminuição na síntese de opsoninas e alteração das vias do sistema complemento, tornando a

fagocitose e morte intracelular ineficazes, principalmente para bactérias encapsuladas

(BRUNETTA et al., 2010; FERRAZ, 2012).

Neste estudo, o tratamento com HU em pacientes com anemia falciforme, induziu uma

diminuição dos episódios infecciosos, resultando, portanto, na redução significativa de

internações com prescrições com antibióticos. Esses achados apontam uma diminuição no

número de internações, baixos gastos hospitalares, considerando que os antimicrobianos são

fármacos de uso mais prevalentes em hospitais. Além de que, o uso inadequado,

desnecessário e prolongado, poderá trazer como consequência, prejuízo biológico e

resistência microbiana (OLIVEIRA; BRANCO, 2007).

Page 33: Efetividade da hidroxiureia em pacientes com …...LIZ ANDRÊA PRETTO Efetividade da hidroxiureia em pacientes com Anemia Falciforme Trabalho apresentado ao Curso de Enfermagem da

33

Segundo Vicari e Figueiredo (2011) antibióticos de amplo espectro devem ser

utilizados em pacientes falciformes com febre ou outras razões suspeitas de infecção. A

escolha depende das padronizações locais determinadas pelos serviços de Infecção Hospitalar,

no entanto, devem prever cobertura para os patógenos mais prováveis.

Page 34: Efetividade da hidroxiureia em pacientes com …...LIZ ANDRÊA PRETTO Efetividade da hidroxiureia em pacientes com Anemia Falciforme Trabalho apresentado ao Curso de Enfermagem da

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7 CONCLUSÃO

Os efeitos de seis anos de exposição à HU sobre os parâmetros hematológicos de

pacientes falciformes provocaram um aumento significativo no nível de Hb F, bem como,

redução de leucócitos e de eventos agudos. Dentre os eventos, as infecções totais (outras

infecções e pneumonias) apresentam redução significativa. Além desses efeitos, observa-se

diminuição da média de transfusões e internações de maneira geral, incluindo aquelas

decorrentes ao uso de antibióticos.

A relevância social deste estudo foi trazer subsídios para fortalecer a saúde nos

diferentes níveis de atenção às pessoas com doença falciforme. Os resultados aqui obtidos

podem auxiliar a equipe multiprofissional, especificamente o enfermeiro, para realização da

vigilância em saúde, com enfoque na doença, desde a orientação no diagnóstico precoce até o

monitoramento na administração de medicamentos. Neste sentido, o enfermeiro deverá

incorporar avanços terapêuticos da hidroxiureia nas suas ações assistenciais, para melhorar a

qualidade do atendimento, visando, portanto, a prevenção e promoção à saúde do paciente

com anemia falciforme.

Page 35: Efetividade da hidroxiureia em pacientes com …...LIZ ANDRÊA PRETTO Efetividade da hidroxiureia em pacientes com Anemia Falciforme Trabalho apresentado ao Curso de Enfermagem da

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Page 44: Efetividade da hidroxiureia em pacientes com …...LIZ ANDRÊA PRETTO Efetividade da hidroxiureia em pacientes com Anemia Falciforme Trabalho apresentado ao Curso de Enfermagem da

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APÊNDICES

APÊNDICE A- Instrumento de coleta de dados das internações dos pacientes com

anemia falciforme

1- NÚMERO DE ORDEM

IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE

2- NÚMERO DO PRONTUÁRIO

3- Fenótipo

HbSS HbSC S beta Outros

COLETA:________/________/________

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NÚMERO DE ORDEM

DADOS DEMOGRÁFICOS 4- DATA DE NASCIMENTO_____/______/_____

5- SEXO

Fem Masc SI

6- IDADE NO MOMENTO DO DIAGNÓSTICO:________

7- COR DA PELE

Branca Não branca SI

8- MUNICÍPIO DE NASCIMENTO

SI

9- MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA

Na identificação SI

10- ESCOLARIDADE

Na identificação SI

11- PROFISSÃO/OCUPAÇÃO

Na identificação SI

12- EMPREGADO

SIM NÃO SI

13- RENDA:_____________________________________________

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ANTES DO USO DA HU

Data do diagnóstico médico:_______________

Data do resultado da hemoglobina fetal (HbF):______________________

INTERNAÇÃO (ÕES)

DATAS (S) DA (S) INTERNAÇÃO (ÕES):___/____/____ ____/____/____

____/____/________/____/____ ____/____/________/____/____ ____/____

___/____/____ ____/____/____ ____/____/________/____/____ ____/____

___/____/____ ____/____/____ ____/____/________/____/____ ____/____

MOTIVOS/ EVENTOS DA (S) INTERNAÇÃO (ÕES)

MOTIVOS/ EVENTOS SIM NÃO

Crise Vaso-oclusiva/crise de dor (CVO)

Síndrome Torácica Aguda/pneumonia (STA/pneumonia)

Priapismo

SEA

Septicemia

Osteomielite

Infecção do Trato Urinário (ITU)

Acidente Vascular Encefálico Isquêmico (AVEi)

Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico (AVEh)

Pneumonia

Otite média

Sinusite

Meningite bacteriana

Celulite

Colelitíase Complicada

Infecções

Crise Aplástica

RX de tórax infiltrado

Transfusão Sanguínea

16- Outros motivos:

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DEPOIS DO USO DA HU

Data do diagnóstico médico:_______________

Data do resultado da hemoglobina fetal (HbF):______________________

Data do início do tratamento na Instituição:_____________________________

Idade:______________________________________________________

Dose inicial: ___________Dose final:_____________________________

INTERNAÇÃO (ÕES)

DATAS (S) DA (S) INTERNAÇÃO (ÕES):___/____/____ ____/____/____

____/____/________/____/____ ____/____/________/____/____ ____/____

___/____/____ ____/____/____ ____/____/________/____/____ ____/____

___/____/____ ____/____/____ ____/____/________/____/____ ____/____

MOTIVOS/ EVENTOS DA (S) INTERNAÇÃO (ÕES)

MOTIVOS/ EVENTOS SIM NÃO

Crise Vaso-oclusiva/crise de dor (CVO)

Síndrome Torácica Aguda/pneumonia (STA/pneumonia)

Priapismo

SEA

Septicemia

Osteomielite

Infecção do Trato Urinário (ITU)

Acidente Vascular Encefálico Isquêmico (AVEi)

Acidente Vascular Encefálico Hemorrágico (AVEh)

Pneumonia

Otite média

Sinusite

Meningite bacteriana

Celulite

Colelitíase Complicada

Infecções

Crise Aplástica

RX de tórax infiltrado

Transfusão Sanguínea

16- Outros motivos:

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ANTES DO USO DA HU

Laboratório Não ( ) Sim ( )

Data Hb Ht Leuc PMN

___/___/___

___/___/___

___/___/___

___/___/___

___/___/___

___/___/___

___/___/___

___/___/___

___/___/___

___/___/___

___/___/___

_/___/_____

Outros:

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DEPOIS DO USO DA HU

Laboratório Não ( ) Sim ( )

Data Hb Ht Leuc PMN

___/___/___

___/___/___

___/___/___

___/___/___

___/___/___

___/___/___

___/___/___

___/___/___

___/___/___

___/___/___

___/___/___

_/___/_____

Outros:

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MEDICAMENTOS NA (S) INTERNAÇÃO (ÕES)

ANTES DO USO DA HU

Antibióticos

NOME PERÍODO EFEITOS ADVERSOS

___/___/___a ___/___/___

___/___/___a ___/___/___

___/___/___a ___/___/___

___/___/___a ___/___/___

___/___/___a ___/___/___

DEPOIS DO USO DA HU

Antibióticos

NOME PERÍODO EFEITOS ADVERSOS

___/___/___a ___/___/___

___/___/___a ___/___/___

___/___/___a ___/___/___

___/___/___a ___/___/___

___/___/___a ___/___/___

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ANEXOS

ANEXO A – Carta de aprovação do CEP/UFMS