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Em 1953 Erbo Stenzel produz seu trabalho mais conhecido: o monumento que comemora o primeiro centenário de emancipação política do Paraná. O conjunto, reunido na Praça 19 de Dezembro na capital paranaense, é composto por uma personagem em granito, o Homem Nu, representando os/as paranaenses; um obelisco com o brasão do Estado; um painel com duas faces descrevendo os ciclos econômicos do estado – sendo uma dessas faces em granito e a outra em cerâmica (azulejo) – e um pequeno lago. As obras criadas por Stenzel causaram grande polêmica, por questões estéticas e “raciais postas em jogo pelos monumentos” (Geraldo Leão Veiga de CAMARGO, 2005).

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Em 1953 Erbo Stenzel produz seu trabalho mais conhecido: o monumento que comemora o primeiro centenário de emancipação política do Paraná. O conjunto, reunido na Praça 19 de Dezembro na capital paranaense, é composto por uma personagem em granito, o Homem Nu, representando os/as paranaenses; um obelisco com o brasão do Estado; um painel com duas faces descrevendo os ciclos econômicos do estado – sendo uma dessas faces em granito e a outra em cerâmica (azulejo) – e um pequeno lago.

As obras criadas por Stenzel causaram grande polêmica, por questões estéticas e “raciais postas em jogo pelos monumentos” (Geraldo Leão Veiga de CAMARGO, 2005).

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A partir da década de 1950 outros/as artistas inseriram, com maior ou menor frequência, personagens negros/as em suas obras, algumas vezes como protagonistas outras integrando a paisagem ou compondo uma cena de multidão;

Essa presença, no entanto, não alterou de maneira significativa as feições da arte paranaense que continua reproduzindo um pensamento eurocêntrico e a exemplo do que ocorre com a arte produzida em outras regiões do país, também passa a retratar alguns estereótipos em relação à população negra, sendo o mais frequente a associação com a pobreza e o trabalho braçal, mesmo nos raros retratos individualizados.

Sérgio Ferro, Painel, técnica mista

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LAFAETE ROCHA Escultor, nasceu na cidade da Lapa em 1934. Também morou em

Curitiba. Em 1968 foi premiado no Salão Paranaense. Morreu em 2003 na sua cidade natal.

1 - Homem Tamanduá 2 - Homem Tucano 3 - Homem Elefante

Madeira pintada - s. d.São Lázaro, madeira.

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CLÁUDIO KAMBÉ Natural da cidade de Cambé, iniciou sua carreira em 1976. Participou de

diversas exposições no Brasil e no exterior.

Sem título.Óleo sobre tela.

Sem título.Pintura Mural (Detalhe)

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Ronaldo Rego nasceu em 1935 no Rio de Janeiro. Artista múltiplo, desde a década de 1990 trabalha com instalações. A umbanda e o Candomblé são as suas fontes de inspiração.

Ronaldo Rego, Altar de Iaô,Instalação, década de 1990

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Cristina Mendes nasceu em Curitiba, onde iniciou e desenvolvesua carreira. Apresenta em suas obras elementos da Umbanda, como contas coloridas, penas, conchas, sementes, etc.

Cristina Mendes, Senhora do tempo,Objeto, 2000

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FERNANDA M. CASTRO

Fotógrafa e professora, participa de exposições no Brasil e no exterior. Em 2007 publicou o livro Comunidades do Feixo e da Restinga - Herança dos Afro-descendentes da Lapa.

Senhora com Retrato.Fotografia colorida, s.d.

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Whashington Silvera nasceu em Curitiba em 1969. Iniciou sua formação em 1992 com o escultor David Zugman.

Sem título - 2005 Madeira e tecido

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MOBDICK

Nasceu em Salvador, mas mora e trabalha em Curitiba, onde iniciou sua carreira.

Mobdick – Muro do colégioEstadual Dom Orione Curitiba (2008)

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Espedito Rocha nasceu em Pernambuco, mas viveu no Paraná de 1938 até 2010, a maior parte do tempo em Curitiba, onde faleceu. Seu trabalho apresenta uma relação muito mais explícita com a arte africana, especialmente com a escultura Makonde, de Moçambique.

Espedito Rocha, s. título,madeira, década de 1990

Espedito Rocha, s. título,

madeira, década de 1990

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A maioria dos/as artistas que trabalham com essa temática são negros/as e atuam no sentido de contrapor a visão estereotipada do senso comum. Para eles/as a obra de arte passa a ter uma função política no processo de desconstrução de uma visão limitadora da participação do/a negro/a na sociedade paranaense;

É somente a partir da década de 1980 que identificamos iniciativas objetivando de maneira explícita a valorização de artistas negros/as no Paraná e a estética que defendem;

A partir de 2003, possivelmente como resposta às cobranças do sistema educacional que procurava cumprir a Lei 10.639/03 e dos Movimentos Sociais de Negros e Negras, outras exposições com a temática africana e afro-brasileira são realizadas com a participação de curadores/as e de artistas negros/as.

Essas iniciativas, embora importantes, podem ser tratadas como exceções já que, de maneira geral, a arte paranaense se caracteriza pelo silêncio em relação à estética e à cultura afro-brasileira, bem como em relação ao trajeto de artistas negros/as, principalmente em relação àqueles que se mantiveram fora de espaços elitizados, como museus e galerias de arte.