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A Secretaria da Educação elaborou um conjunto amplo de materiaispara apoiar o planejamento escolar coletivo nos dias 26 a 28 dejaneiro. Entre outros assuntos tratados estava o acolhimento dosalunos. A plataforma Porvir, de que já falamos neste espaço,organizou reflexões e dicas de especialistas em torno do tema “Comofalar sobre sentimentos e acolher os estudantes na volta às aulas”.Também a newsletter da Fundação Lemann falou em sua edição de13/01 da importância de apostar no acolhimento, não apenas doaluno, mas de toda a comunidade escolar, no momento atual (parareceber, é só entrar no site e se cadastrar).
Se você tiver outras dicas de conteúdos interessantes relacionados aevidências educacionais, disponíveis na internet, conte pra gentepelo e-mail [email protected], para divulgarmos. Adisseminação do conhecimento científico que ajude na prática aeducação pública é um dos objetivos deste boletim.
O que há de novo
A N O I I - E D I Ç Ã O 2 1 F E V E R E I R O D E 2 0 2 1
BOLETIM EDUCAÇÃOEM EVIDÊNCIAS
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A IMPORTÂNCIA DO ACOLHIMENTO
SEMINÁRIO DE 12/02
N E S T A E D I Ç Ã O
EVIDÊNCIAS EMDEBATE: O IDEB E A GESTÃO DAAPRENDIZAGEM
AHIRTON LOPESO USO DE DADOSPARA PREVER EVASÃOESCOLAR
Foto de cottonbro no Pexels
Como otratamento dedadosadministrativospode melhorar aeducação?
Como aInteligênciaArtificial ajuda aprever a evasãoescolar?
Ahirton Lopes é Chief Data Officer na Lambda3, tendo atuadocomo Cientista de Dados na Seduc SP durante dois anos.Premiado em 2020 como Most Valuable Professional (MVP) emInteligência Artificial pela Microsoft, também é professor de MBAna FIAP, e fundador e co-organizador na AI Brasil. É mestre emEngenharia Elétrica pela Universidade Presbiteriana Mackenzie(UPM) e doutorando em Engenharia Elétrica e Computação namesma instituição.
Dados gerados pelo monitoramento diário de alunos eprofessores, tanto em ambientes tradicionais de aprendizagemquanto em e-learning, podem ser utilizados para melhorar aeducação de várias maneiras, subsidiando a recomendação demateriais didáticos, a criação de planos de estudopersonalizados e gerando previsões sobre o desempenho dosalunos. No seminário Ahirton falará de um desses usos, voltadoà identificação de alunos em situação de evasão escolar,baseado no uso de de algoritmos de Inteligência Artificial edados administrativos, de modo que possamos visualizar o quevem a seguir.
Agenda dos SemináriosASSISTA NO CANAL DO YOUTUBE DO CENTRO DE MÍDIAS DE SÃO PAULO
DIA 12/01 ÀS 14H - AHIRTON LOPES
O USO DE ALGORÍTMOS PARA PREVENIR
A EVASÃO ESCOLAR
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O planejamento para a melhoria daaprendizagem foi uma das pautas dasatividades de planejamento escolarocorridas entre os dias 26 e 28 passado,que contaram com extenso material deapoio elaborado pela CoordenadoriaPedagógica, a Coped. O momento éoportuno para revisitar o seminário doEscritório de Evidências do dia 09 deoutubro do ano passado, em recebemoso Diretor de Estatísticas Educacionais doInstituto Nacional de Estudos ePesquisas Educacionais Anísio Teixeira, oINEP, Carlos Eduardo Moreno Sampaio,para falar dos resultados de 2019 doIDEB – Índice de Desenvolvimento daEducação Básica. Recomendamosfortemente para quem não assistiuainda, não apenas pela riqueza dasinformações, mas principalmente pelodebate travado em torno do tema, quecontou com as participações doCooordenador Pedagógico da Seduc – SP,Caetano Siqueira, e do SecretárioRossieli Soares. Assista aqui, em nossocanal do Youtube.O que queríamos destacar de suaapresentação, acima de tudo, é aabordagem dada ao tema das avaliaçõese dos indicadores. Moreno – é assim queele é conhecido – desconstrói certa visãosimplificadora e dicotômica, que opõe,de um lado, as avaliações em largaescala e os indicadores educacionaiscomo sendo instrumentos de uma visãotecnicista da educação, e de outros osprincípios filosóficos mais purosatrelados à luta social pelo direito àeducação com qualidade e equidade.
Recuperando o papel histórico do Ideb,criado em 2005, Moreno mostra como oindicador colaborou com a construção,no longo prazo, do esforço conjuntoentre a União, municípios e unidades dafederação, em torno do objetivo damelhoria da qualidade da educaçãobásica nacional, por meio do Plano deMetas Compromisso Todos pela Educação(Decreto Nº 6.094/2007). As metas doIDEB para cada nível de ensino tomaramcomo referência a qualidade dos sistemaseducacionais de países da Organizaçãopara a Cooperação e DesenvolvimentoEconômico (OCDE). A previsão era atingirtal patamar até 2021, ano da celebraçãodos 200 anos da Independência do Brasil.As metas intermediárias variam entreestados e municípios, tomando comoponto de partida onde cada um estavaem 2005, quando do primeiro cálculo doIDEB.A primeira consideração importante,portanto, é da necessidade depactuações constantes entre entes dafederação, entre atores do campoeducacional, e entre as pessoas naescola, em torno desse objetivo demelhoria, de inclusão com qualidade. Épara isso que servem as metas, queconcretizam em números os objetivosque queremos atingir – o IDEB é umindicador, ou seja, um número que indicao avanço ou não rumo a esses objetivos.Moreno aponta que no contexto atual hápropostas do INEP para a ampliação doSAEB – Sistema de Avaliação da EducaçãoBásica; é hora de repactuar para o futuro.
Evidências educacionais em debateO IDEB E O PLANEJAMENTO PARA A MELHORIA DA APRENDIZAGEM
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Além disso, pela explicação muitodidática de como o indicador éconstruído, relacionando o desempenhodos estudantes em avaliações de largaescala – o SAEB – com dados de fluxoescolar, Moreno evidencia a maneira emque os valores da busca por igualdadena permanência no sistema de ensino eda garantia da educação de qualidadesustentam filosoficamente, por assimdizer (a construção é nossa), ametodologia do IDEB. É justamenteporque no Brasil são altas as taxas deinsucesso, e muito irregular o fluxo do(a)estudante ao longo do sistema de ensino,que o elemento do fluxo é fundamentalem um indicador que busca medir
a qualidade da educação.Como vimos no Seminário de AdolfoSamuel de Oliveira, também do INEP, em26 de junho de 2020, as altas taxas dereprovação e evasão escolar demonstrama ineficiência dos sistemas de ensino, nãosendo de responsabilidade dosestudantes.
Vejam no gráfico abaixo, extraído daapresentação de Moreno, como são altasas taxas de insucesso, que somareprovação e abandono escolar,particularmente no 3o. e 6o. anos doensino fundamental e no 1o. ano doensino médio.
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Fonte: INEP. Elaboração de Carlos Eduardo Moreno Sampaio.
Carlos Eduardo Moreno Sampaioapresentou, em gráficos, tabelas emapas, a progressão do IDEB ao longo dotempo para os anos iniciais do ensinofundamental, para os anos finais e para oensino médio, olhando para o Brasilcomo um todo, para estados e tambémpara municípios. Se o Brasil superoulevemente, em 2019, a meta previstapara os anos iniciais do ensinofundamental, atingindo o IDEB de 5,9ante a meta de 5,7, o mesmo não ocorreucom os anos finais: em 2019 o IDEB TotalBrasil foi de 4,9, quando a meta era 5,2.
Falando especificamente dos resultadosdo estado de São Paulo nos anos finais,nos chamou a atenção o fato de queapenas 13,3% dos municípios tenhamalcançado a meta do IDEB para a escolapública, aqui somadas as redesmunicipais e estaduais. Nesse contexto,é importante observar que 57,5% dasmatrículas nesse nível de ensino são deresponsabilidade estadual em São Paulo.
Em relação ao ensino médio, o Brasiltambém não atingiu a meta: chegamos a4,2, quando a meta era 5,0. Morenodestaca, por outro lado, que deve sercomemorado o fato de o país ter saído daestagnação do IDEB no ensino médio nasquatro edições anteriores (3,7 de 2011 a2015; e 3,8 em 2017).
No debate que se seguiu entre Moreno,Rossieli Soares e Caetano Siqueira, foramaventadas algumas hipóteses sobre essaretomada do crescimento do indicador.Todos acreditam que o aumento donúmero de matrículas na educaçãointegral, assim como o aumento dasmatrículas em cursos integrando oensino técnico e profissional ao
ensino médio, tiveram impacto positivono IDEB neste nível de ensino.
Rossieli Soares, que conduziu a reformado ensino médio na condição deSecretário da Educação Básica e emseguida de Ministro da Educação, temconvicção de que também a reformacontribuiu para o engajamento dasociedade como um todo na discussãosobre esse nível de ensino, tendo entradoinclusive na agenda das campanhas paragovernador à época.
As palavras-chave são responsabilização(accountability) e engajamento, e aquivoltamos ao argumento central deMoreno sobre o IDEB: ele é uminstrumento para as escolas e para asredes de ensino, para aresponsabilização de diversos agentesdos sistemas educacionais, e para oengajamento desses agentes emprocessos de diferentes níveis quebusquem a melhoria da qualidadeeducacional.
Em suas palavras:
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Recomendo que cada escola ecada rede baixe os resultados doIDEB, e os utilize para refletir ebalizar a mudança de suaspráticas. É preciso que as redes seapropriem desses resultados doindicador, isso pode trazerbenefícios incríveis.
Carlos Eduardo Moreno Sampaio
Nesse contexto, a universalização doSAEB no ensino médio em 2017, e aconsequente publicação dos resultadosdo IDEB por escola, são vistas pelos trêsparticipantes do debate como elementofundamental para a melhoria doindicador, fruto do engajamento.Caetano Siqueira observa que oprotagonismo e a agência dos estudantesde ensino médio também foramfortalecidos nesse processo; grêmios eestudantes discutindo os resultados e
7Redação e diagramação: Escritório de Evidências (Maria Elisa Brandt, Vinicius Georges e Guilherme Corte)
Expediente:Coordenação: Marcos Barros (CITEM)
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Caros(as) leitores(as), A partir de agora os seminários serão quinzenais, em semanas alternadas ao Boletim. Achamosque assim mais gente vai participar. Caso tenham outras sugestões que possam facilitar aparticipação, por favor nos escrevam.
Sempre é bom lembrar: nos escrevam também dando sugestões de pesquisas sobre educaçãoque em sua opinião mereçam ser apresentadas em nossos seminários.
Obrigada!Abraços
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criando um sentimento de legado de bomdesempenho que cada turma deixa parasua escola.Os enormes desafios do ensino médio nãoforam esquecidos, entre eles as altastaxas de matrícula na Educação de Jovense Adultos, a persistência de matrículas noperíodo noturno, e a necessidade deexpansão do ensino técnico e profissional– assuntos para próximos boletins, comcerteza.
