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Havianoarummistodecuriosidade,ex-
citaçãoeatéumpoucodesuspense.Afinal,
emalgunsminutos,iriacomeçaramaises-
perada atração doWinefuture.Rioja09,
eventoquereuniu,nosdias12e13deno-
vembro,emLogroño,capitaldaRioja,es-
pecialistasde todoomundo,paradebater
o futuro da indústria do vinho (ver texto
sobreoevento).Àesperadosprivilegiados
participantes,536lugarescuidadosamente
arrumados,com20taçasvaziasàfrentede
cada um. Poucos, dos 180 jornalistas cre-
denciados,tiveramacessoàdegustação,no
RiojaForum,eosingressosparaparticipar
damesmaestavamesgotadosdesdeagosto.
Wine Style, que apoiou o Wine Futu-
re, no Brasil, desde o primeiro momento,
esteve presente, com exclusividade, com
dois de seus editores, o autor desse artigo
eMario Telles Jr. Tivemos o privilégio de
entrarnasalamomentosantesdoinícioda
degustação e, para nossa surpresa, encon-
tramosumsolitárioParker,sentadoàmesa
principal, aguardando a entrada dos con-
vidados, numa postura que desmente sua
famade super-estrela domundodo vinho.
Tranquilo e acessível, Parker conversou
alguns minutos conosco e surpreendeu-se
ao receber o exemplar daWine Style com
sua entrevista (WS nº 25). Parker comen-
tou que nunca havia degustado um vinho
brasileiro e que esperava um dia visitar o
por ARTHuRAzevedo co laboração MARioTeLLeSJR.
fo t o s WineSTyLe/divuLgAção
evento
27
E m s u a v o lta à E s pa n h a , d E p o i s d E u m a a u s ê n c i ad E 2 7 a n o s , R o b E R t pa R k E R c o n d u z i u h i s t ó R i c a d E g u s ta ç ã o
d E 2 0 v i n h o s , q u a s E t o d o s à b a s E d E g a R n a c h a( g R E n a c h E pa R a o s f R a n c E s E s ) , pa R a m o s t R a R a v E R d a d E i R a
E x p R E s s ã o d E s s a s u b E s t i m a d a u va E s pa n h o l a
28
Brasil. Político?Pode ser,mas sentimos sinceridade
emsuaafirmação.Poucodepois,ele receberiadadi-
retorado ibravin (institutoBrasileirodovinho),An-
dreaMillan,umagarrafadeSalton Talento 2005,e
comentou que o degustaria com grande curiosidade.
Pelomenosalacunafoisanadaeocríticoteráachan-
ce de conhecer um dos melhores vinhos brasileiros.
Escolha da gaRnacha lEvou Em conta sua difusão gEogRáfica A degustação conduzida por Parker foi coorde-
nada por PanchoCampo, únicoMaster of Wine da
espanha,idealizadordoWineFuture2009.econtou
com a colaboração do norte-americanoKevinzraly.
especialistaemeducaçãoemvinhoefundadordafa-
mosa escola que funcionou, durantemuitos anos, no
restauranteWindows on the World,numadastorresgê-
meas doWorld Trade Center, emnova york, zraly
é autor de umdos livros de vinhomais vendidos do
mundo, o Windows on the World Complete Wine Cour-
se. e foi acompanhada por uma plateia que incluía
personalidades como José Peñin, autor do mais re-
putado guia de vinhos espanhóis, e JancisRobinson.
Logo ao início, para mostrar a mudança de
percepção dos americanos em relação ao vinho
espanhol, Parker lembrou que, em 1978, quando
realmente começou a se interessar por vinhos, o
Vega-Sicilia não era importado para os estados
unidos.Ressaltouqueaespanhapassouporuma
incrível revolução na qualidade dos vinhos e que,
ao seolharparaopassado,pode-se teruma ideia
dasmudançasocorridasnosúltimos30anos.
em seguida, Parker explicou as razões de ter es-
colhidovinhosproduzidoscomauvaGarnacha enão
osdeTempranillo–consideradaauvaemblemáticada
espanha–,fatoquecausouestranhezaequefoialvo
decríticasdosativistasanti-Parkerdeplantão.Muito
tranquilo, disse que a escolha se deveu ao fato de a
Garnacha ser uma uva plantada em diversos países; e
que um de seus objetivos seriamostrar suas diferen-
tesexpressõespelomundo.Comentouque,geralmen-
te, aGarnacha é usada como coadjuvante, em cortes
com outras variedades, mas que, em situações bem
definidas,podeserumagrandesolista.omesmonão
poderia ser feito com a Tempranillo, uva muito mais
restritaemtermosdedifusãogeográfica.Politicamen-
te – e para que a chiadeira não fosse total – Parker
deixouparaofinaldoisvinhosdaRioja:um,emes-
tilomais do que tradicional; o outro,moderníssimo.
a impoRtância do aRomaE do REtRo-olfato paRa paRkER Atendendoaosapelosdaplateia,emqueestavam
dezenas deMasters of Wine, e respondendo a uma
provocaçãodeKevin,Parkercontoucomoéseupro-
cesso de avaliação de vinhos.Começou dizendo que
não dámuita importância à cor dos vinhos que, se-
gundoele,nãoajudamuitoadiferenciá-los.Sópres-
ta umpouco de atenção a esse aspecto quando algo
estámuitoforadopadrão.Consideradoumdos“na-
rizes”maisfamososdomundo,Parkerapontouoaro-
macomofatorcríticodaavaliação,tentaçãoabsoluta
de umvinho, devendo ser puro e atraente.naparte
gustativa, revelou que dá especial valor à textura do
vinho–que,paraele,devesermaciaesemaspereza
alguma–aoequilíbrioeàprofundidade.Parasurpre-
sa geral disse não gostar de vinhos “pesados” e sem
vida, o que contraria a percepção que amaioria de
seuscríticostemdesuasavaliações.Porfim,disseva-
lorizarmuitooretro-olfato,queésempreumgrande
diferencialentreosvinhos.“grandesvinhostemfinal
focadoepuro,comgrandepersistência”.efinalizou,
arrancandorisosdaplateia,comamaisqueóbviaob-
servaçãoque“seumvinhotembomsabor,ébom...”
Parker observou ainda que, em 1978, quando co-
meçou a se interessar por vinhos, lhe ensinaram que
osvinhosdevemserdesagradáveisquandojovenspara
serembonsquandoenvelhecerem.eafirmoudiscordar
categoricamente dessa afirmação, pois “os vinhos de-
vemserdeliciososdesdejovens”,acrescentando:“vinhos
quesãodesagradáveisjovens,continuamdesagradáveis
portodasuavida”.Perguntadosobrequaisseriamsuas
previsõesparao futuro,dizqueapostaemuvascomo
Garnacha,Tempranillo, Pinot Noir,Malbec eMerlot. e re-
clamoudofatodeseracusadodefazerovinhocustar
maiscaro,oqueconsiderainjusto,pornãotercontrole
dousoqueimportadoreselojistasdetodoomundofa-
zem,principalmente,dasnotasqueatribuiaosvinhos.
REpREsEntação fRancEsa foi 100% châtEaunEuf-du-papE Foram vinte vinhos espetaculares, cada um com
suas peculiaridades, mas tendo como denominador
comumaaltaqualidadeeamãodeseucriador.Qua-
se todos amais legítima expressão daGarnacha que,
emdezoitodeles,eraauvadominanteouexclusiva.
Somente os dois últimos fugiram à proposta inicial.
Parkerdividiuosvinhosporpaíses,começandocoma
França,emparticularChâteauneuf-du-Pape,umapai-
xãoassumida,continuandocomCalifórnia,Austrália,
espanha,parafecharcomosvinhosdaanfitriãRioja.
na ala francesa, todos os vinhos eram da deno-
minação de origem Châteauneuf-du-Pape, de pro-
dutores com diferentes propostas. inicialmente, foi
mostrado o Domaine Charvin 2007, proveniente
de casa fundada em 1851 e atualmente gerida pela
sextageraçãodasfamíliasChavineLaurent.Aárea
deplantiododomaineédeapenas8hectareseovi-
nhoéumamescladeGrenache(85%),completadacom
partes iguais deMourvèdre,Vaccarèse e Syrah. Aromas
deliciosos de frutas escurasmaduras, comnotas flo-
rais (lavanda) e alcaçuz, definemumperfil aromáti-
co intenso e elegante.naboca, émacio, delicado e
equilibrado,combomcorpoelongapersistência.um
“clássico”,segundoParker.
oDomaine Pierre Usseglio Mon Aïeul 2007,
degustadoaseguir,vemdeumacasafundadaem1948
peloitalianoFrancisusseglio,queopassouparaseu
filhoPierre.Hoje,avinícola temosfilhosdePierre,
JeanPierreeThierry,nadireção.São22hectares,di-
vididosem15parcelasdiferentesdevideirasbastante
antigas,metadedelas com60anoseo restantebei-
randoos30anos.ovinhoapresentadoéumaCuvée
especial,produzidasomentecomGrenache,detrêsdi-
ferentesterroirs,comsolosdeareia,argilaecalcário.
SegundoParker,éumdeseusvinhosfavoritos,mui-
topróximodaperfeição.nadegustação,mostrou-se
com excelente concentração de aromas e sabores,
que lembramlavanda, frutasescurasealcaçuz.não
éumvinhosuperconcentradonemalcoólicoebrilhou
pelalongapersistênciaepelapurezadoretro-olfato.
29
outraboasurpresafoioDomaine de la Vieil-
le Julienne 2007, propriedade que está nas mãos
da famíliadaumen desde 1905 e que, desde então,
vempassandodepaiparafilho.em1990,JeanPaul
daumendecidiumudarparaocultivobiodinâmicoe
apartirdaíasuvas,dasvarietaisGrenache,Mourvèdre,
Syrah,CournoiseeCinsault,alémdasrarasMuscardine
Vaccarése, provenientes dos 30 hectares de vinhedos,
passaramaser tratadassegundoessafilosofia.Aco-
lheitadasuvasémanualecomduplaseleçãodeca-
chos,nosvinhedosenavinícola.Avinificaçãosedá
com leveduras naturais e controle de temperatura e
ovinhoresultantepermaneceemtonéisdecarvalho
por1ano.oresultadoéumvinhodecorviolácea,
comaromasmuitoagradáveisdefrutasescuras,mes-
cladasaespeciarias,alcaçuze levetostado.naboca
éricoemsabores,comataquemacio,bomequilíbrio,
taninos finos e longapersistência. Paranosso editor
MarioTellesJr.foiomaisfrescoeelegantedetodos
osCh-du-Papeapresentados.
umvinhocurioso,eagraciadocomaltapontua-
çãoporParker, é oChapoutier Barbe Rac 2007,
100%Grenache, proveniente de uvas plantadas num
terraçoquaternário,depedrasroladas,quevieramdo
antigo leitodoRhône.Avinificação sedeuemtan-
quesdeconcretorevestidosdeepóxi,easuvasforam
completamente desengaçadas.o vinhopermaneceu
por 12meses em tanques de aço inoxidável e igual
tempo emgarrafa, portanto, semnunca ter contato
commadeira.Mostrou-sedecorrubi/púrpura,escu-
roecomaromasdefrutasescuras,comnotasdeervas
frescas e secas, e toquesflorais.Muscular epotente,
exibemuita fruta, taninosaindamuitopresentes,de
boaqualidade,eboapersistência.Precisadetempo...
Agrandeestreladasériefrancesafoioextraordinário
Domaine de Barroche Pure 2007,produzidoem
12,5 hectares de vinhas, também divididos em par-
celas.Grenache empureza, éumvinhohedonístico e
sedutor,comaromasintensosdefrutasescurasperfei-
tamentemaduras,mescladasachocolateelicordeca-
cau,comnotasdetostadoealcaçuz.Compassagem
de 15 meses em carvalho francês, tem a madeira
perfeitamenteintegrada,taninosmuitofinos,excelen-
teconcentraçãoelongapersistência.umfenômeno!!!
osoutrosfrancesesdegustados,tambémdeboaex-
pressãoforam:Domaine de Marcoux Vielles Vig-
nes 2007eMont Olivet La Cuvée du Papet 2007.
Eua bRilhaRam com dois vinhosdE altíssimo nívEl Como bom norte-americano, Parker mostrou
dois finíssimosvinhoscalifornianos,evidentemente
escolhidosadedoecomamissãodebemrepresen-
tar seu país de origem. o primeiro deles, o Sine
Qua Non Atlantis Granache 2005,foiproduzido
porManfredKrankl,usandouvascolhidasemWest
venturaCounty.excêntrico,Manfredproduzvinhos
diferentesemcadasafra,poisdiz“nãogostardefa-
zeramesmacoisaduasvezes”.ovinhodegustado,
dasafra2005,éumblenddeGrenache(93%)eSyrah
(7%).Cercade50%dovinhofoiproduzidoapar-
tirdecachos inteiros epraticamente todasasuvas
vieramdeumúnicovinhedo,chamadoelevenCon-
fessionsvineyard.Amaturaçãosedeuembarricas
novasdecarvalho(nãoespecificado),por24meses.
“extraordinário”éapalavraquemelhordefineesse
vinho.escuro,temnuancesrubi/púrpuraeumper-
filaromáticodetirarofôlego,comfrutaescuraem
profusão(ameixa,cassis),toquesbalsâmicosenotas
florais,mescladasachocolateetostado.Sedutorao
extremo.Macionaboca,temacidezeálcoolequi-
librados, muita concentração, sabores deliciosos,
corpoplenoemuitolongapersistência.Arrasador...
o segundo vinho norte-americano veio de um
produtorquesededicaexclusivamenteàprodução
devinhoscomvarietaisdoRhône,sendooprimeiro
a fazer isso no país.Trata-se doAlbanvineyards,
localizadonoednavalley,pertodeArroyogrande,
naporçãosuldocondadodeSanLuisobispo.Seu
proprietário, John Alban, começou a produzir vi-
nhosem1985eéconsideradoumdospioneirosdo
movimentoRhoneRangers, que reúne produtores
dedicados ao plantio de varietais do Rhône como
Syrah,Viognier,RoussaneeGrenache.ovinhoapresen-
tadofoioAlban Vineyards Pandora 2006,tam-
bémumamescladeGrenache(92%)eSyrah(8%).ou-
trabombadefrutas,queremeteafrutasescurasma-
duras (cerejaseamoras)mescladasanotas lácteas,
toquesflorais(lavanda),chocolateecocoqueimado.
Hedonístico, émuitomacioe comsaboresabsolu-
tamente deliciosos e irresistíveis. impressionante...
austRalianos suRpREEndERampEla finEza E ElEgância naaladoscangurus(ou“aussies”,comoosame-
ricanossereferemaosaustralianos),quatroexcelen-
tesvinhossurpreenderampelafinezaeelegância,em
detrimentodasuperextração,comomuitosimagina-
vam. Abrindo a
sessão, o ótimo
Greenock Cre-
ek Cornestone
2006, fruto de
uma minúscu-
la vinícola do
Barossa valley.
Com produção
de apenas 2.500
caixasporano,é
propriedade do
casal Michael e
Annabel Wau-
gh.Asuvasprovêmdeumvinhedode63anoseo
vinho,puroGrenache,mostrou-seumgigantegentil,
queescondeuseusinacreditáveis18,5%deálcoolna
intensaconcentraçãodefrutas,naótimaacidezena
massadetaninosfinosemaduros.odeliciosoretro-
olfatorepercutiuosaromasdiretos,defrutasescuras
maduras,comtoquesmineraisedechocolate,além
denotasfloraisebalsâmicas.
nasequência,outrapreciosidade:oClaredon
Hills Old Vines Romas 2006, um dos seis vi-
nhosdepuraGrenacheproduzidosporessaconcei-
tuadavinícolaaustraliana.ofatocuriosoéqueas
vinhas,de1925, sãoplantadas semenxertia, “em
vaso”(semcondução),emencostascominclinação
orientadaalesteeemsolosricosemóxidodefer-
ro,pedrasequartzo.Amaturaçãosedeuemcar-
valho francês, de segundo e terceiro usos, por 18
meses.Rubi,deboaintensidade,ovinhomostrou
aromas complexos e elegantes, de frutas escuras
em geleia, comnotas florais e toques defumados.
Concentrado, encorpado, equilibrado e acima de
tudo, delicioso, é um vinho que junta potência e
elegância.imperdível!
Torbreck,produtorbemconhecidodosbrasilei-
ros, marcou presença com um vinho de produção
limitadíssima, oTorbreck Les Amis 2005.É um
puroGrenachecriadopeloenólogoeproprietárioda
vinícola,davePowell,apartirdeuvasdeumami-
núscula parcela
do vinhedo Se-
ppeltsield, plan-
tada em 1901.
A maturação
do vinho se deu
em barricas no-
vas de carvalho
francês, por 18
meses.umvinho
para se guardar
na memória, o
Les Amis exibe
invejável paleta
dearomas instigantes,comfrutas (amoras, frambo-
esas e cerejas) mescladas a especiarias, chocolate,
notasfloraisefinotostado.expansivo,equilibrado,
deliciosoemuito longo,éumvinhoquedá(muito)
prazer hoje e certamente ficará aindamelhor com
maisalgunsanosdeguarda.
Fechando o time, veio o (comparativamen-
te) sutil e delicado Kilikanoon Duke 2006, do
Clare valley, assinado pelo enólogo e proprietá-
rio dessa vinícola-butique, Kevin Mitchell. Típi-
co, exibe aromas frutados (cerejas e morangos),
mesclados a especiarias, toques florais e notasmi-
nerais e de chocolate. equilibrado e com refres-
cante acidez, tem boa fruta e longa persistência.
30 31
Robert Parker e Kevin Zraly
da Espanha, pEsos-pEsadosdE difEREntEs REgiõEs osespanhóis,donosdacasa,vieramcomumtime
deestrelasdeprimeiragrandeza,divididosemduas
vertentes.CincobelíssimosexemplaresdeGarnachae
duasversõesdeRioja,tradicionalemoderna,numa
singelahomenagemaosanfitriões.
Parkerescolheuvinhosdenovasregiõesdaespa-
nha,paramostraradiversidadeeariquezadopaís.o
primeiroespanholveiodeMontsant,umadenomina-
ção de origem
da Tarragona,
na Catalunha.
oEspectacle
2006 é fruto
de um novo
projeto, que
tem entre seus
sócios o reno-
mado Rene
Barbier.Apro-
dução,deape-
nas 400 caixas
por ano, é li-
mi tad í s s ima ,
e a vinificação é realizada num barril especial de
4.000 litros. delicioso e acessível, o vinho mostra
aromas de frutas escuras maduras (cerejas e amo-
ras), emolduradas por coco, baunilha e chocolate,
comfinotostadodefundo.Macio,equilibrado,com
boa frutae longapersistência, estáprontoparabe-
ber, mas pode ser guardado por mais alguns anos.
A seguir,Parkermostrouumvinhomuito interes-
sante, oBodegas Mancuso 2005, um“vinodeLa
Tierradevaldejalón”,provenientedeAragon,numa
área pertencente à região autônoma de zaragoza.
É um projeto bastante recente, assinado por Carlos
San Pedro e Jorge navascues, que adquiriram cinco
vinhedos (8hectares),numaaltitudeentre760e900
metros,ondeestavamplantadasvelhas cepasdeGar-
nacha, com idade estimada entre80 e100anos.Pro-
duzido com técnicasmodernas, o vinho fezmacera-
çãopréepós-fermentativa,fermentaçãomaloláctica
eestagiouembarricasnovasdecarvalho francêsde
Allier por 14 meses. intenso e potente, oMancuso
mostra aromas de frutas escuras, com toques bal-
sâmicos e de caixa de charuto, e notas de café tor-
rado. intenso, tem tudo acima: acidez, álcool, ex-
trato e taninos, sinalizando para um vinho de lon-
ga guarda. Parker estima que só esteja pronto para
beber em2016.os pacientes serão recompensados.
duas outras regiões de Aragon estiveram repre-
sentadas na
d e g u s t a ç ã o ,
demonstrando
o apreço que
Parker tem
poressasnovas
áreas de cul-
tivo da espa-
nha. Primeiro,
a subestimada
e pouco co-
nhecida “do
Campo de
Borja” mos-
trou sua força,
pormeiodovinhoAlto Moncayo Aquilon 2006,um
novíssimoprojeto,de2002,quetementreseussócioso
mega-importadorJorgeordoñezeinvestidoresaustra-
lianos.osvinhedos,exclusivamentedeGarnacha, têm
entre 30 e 92 anos.Quase doce na boca, esse vinho
sedutortemaromasdeliciososdefrutasescurasenvol-
vidas emfino carvalho tostado, com toques balsâmi-
cosedechocolate.Concentradoemuitoequilibrado,
apresentataninosfiníssimosemuitolongapersistência.
um vinhomoderno, que confirma o potencial dessa
donoquesitoGarnacha.
da vizinha, e, também, pouco conhecida Cala-
tayud, veiooAtteca Armas 2007, outroprojetode
Jorgeordoñez,denovocomaajudadosaustralianos–
nocaso,umaaustraliana,aenólogaSarahMorris.os
vinhedosdeGarnacha,antigoseplantadosaquase1.000
metrosdealtitude,temumrendimentoincrivelmente
baixo,de7hectolitrosporhectare.nadegustação
oAttecabrilhouintensamente,mostrando-semuito
sofisticadoe elegante, comnarizde frutasescuras,
comfortetoquemineral,ebemmarcadopelocarva-
lhotostado.Saboroso,exibemédiaacidez,boacon-
centração,corpoplenoelongapersistência.umpou-
comaisdeadega(Parkerestimaseumelhormomento
deconsumopara2017)certamentelhefarábem.
antEs dos Rioja, um “pRioRato”paRa EntRaR no cuRRículo Antes dosRioja veio talvez o grande vinho da
noite, por acaso um velho conhecido dos brasilei-
ros,oClos Erasmus 2007.umPrioratodeelite,
propriedade de daphne glorian, uma suíça nas-
cida em Paris e esposa de eric Salomon, um dos
principaisimportadoresnorte-americanos.Sempre
envolvidaemassuntosdovinhonoseuA,daphne
semudouparaoPrioratoparaproduzirvinhosde-
poisdeumaconversacomdoispioneirosdaregião,
Alvaro Palacios e Rene Barbier. Logo de início,
comprou um vinhedo, Las escalas, que rebatizou
deCloserasmus.depoisdecompletaremodelação
das vinhas, com novas videiras plantadas ao lado
das antigas, deGarnacha, nasceu, em 1990, o pri-
meiro Clos Erasmus. A produção é minúscula:
apenas140caixasporano.naverdade,ovinhoé
umcortemajoritáriodeGarnacha,completadopor
Cabernet Sauvignon e Syrah (estas com 12 a 15 anos
de idade), com rendimentos entre 18 a 20 hecto-
litros por hectare. A área plantada é de apenas 3
hectares. oClos Erasmus 2007 é um vinho de
rara elegância e sofisticação, exibindo delicados
aromas de frutas escuras perfeitamente maduras,
mescladosanotasflorais(violeta),ervasprovençais
echocolate,comfinostoquesdecarvalhotostado.
delicado e aomesmo tempopotente, impressiona
pelaqualidadeda fruta epelo equilíbrionaboca,
mostrando-seexpansivoecominterminávelpersis-
tência.umvinhoparasecolocarnocurrículo...
Finalizandoaverdadeiramaratonadedegusta-
ção, os dois Riojas foram certamente penalizados
pelosextraordináriosvinhosqueosprecederam.e,
paradoxalmente,por razõesdiametralmenteopos-
tas. o sexagenárioMarquês de Riscal 1945, de
início, mostrou-se até bastante interessante, com
aromasdelicadosdefrutasmaduras,baunilha,bala
de cevada, toques animais (couro) e de mel, que,
infelizmente, desapareceram rapidamente com o
passar do tempo, numa reaçãomais que esperada.
na boca demonstrou sentir a passagem do tempo,
mostrando-se praticamente sem fruta e sem ânimo
para prosseguir sua jornada. Certamente já viveu
momentosmelhores,masvaleupelacoragemdese
exibirapósamontanhadefrutasqueoprecedeu.
ovinhoquefechouaprova,oContador 2007,
assinado porBenjamimRomeo, antigo enólogo da
Artadi, éa facemaismodernadaRioja,umquase
puroTempranillo(94%),procedentedeantigosvinhe-
dos situados perto de San vicente, com idade va-
riandoentre45e100anos.Éelaboradocomasuvas
procedentes das parreiras mais velhas e de menor
rendimento, de 11 parcelas diferentes. verdadeiro
blockbuster, é um vinho monolítico, concentrado,
encorpado,intensoemuitopotente–umaverdadei-
rabombadefrutas,comtudoacimaemaisumpou-
co:taninos,acidez,álcooleextrato.Aindafechadoe
reticente,vaiprecisardemuitosanosdeadegaeserá
muito interessante acompanhar sua evolução. em
conversacomWineStyle,quandoestevenoBrasil,
RomeodisseseresseoverdadeirovinhodeRioja.A
afirmaçãodespertacontrovérsiase,nessecaso,sóo
tempodiráquemestácomarazão.
Quemparticipoudessadegustaçãohistóricadela
não se esquecerá. Foram quase três horas de puro
prazeredescobertas,sobabatutadeumdosmaisin-
fluentescríticosdevinhodomundo,quedemonstrou
grandeconhecimentoepaixãopelosvinhos,transmi-
tindo imagemmuito diferente daquela que seus de-
tratores tentam lhe impingir.os leitores podem ter
certezaquefoiumprivilégioestarpresente...
32 33
a r t h u r @ w i n e s t y l e . c o m . b r
m a r i o @ w i n e s t y l e . c o m . b r
o impacto da crise financeiramundial noBrasil
foimuitomenordoquenas economiasmaisdesen-
volvidas.eissovaletantoparaaindústriaautomobi-
lística comoparao setor vitivinícola.Mesmoassim,
muitasdasideiasdiscutidasnoWinefuture.Rioja09
merecemreflexãoporpartedetodososenvolvidosno
negóciodovinhonoBrasil:deprodutores/importa-
doresadonosderestaurantes.organizadapelaThe
WineAcademyof Spain,comapoiodeinúmerasen-
tidadeseempresas(noBrasil,oeventoteveapoioda
WineStyle),aconferênciatevelugaremLogroño,ca-
pitaldaRioja,nosdias12e13denovembropassado.
edelaparticiparamgrandesnomesdomundodovi-
nho.entreeles,alémdeRobertParker,ainglesaJancis
Robinson,otambémjornalistaRobertJoseph,autor
deinúmeroslivrossobrevinhos,MiguelTorres,presi-
dentedasBodegasTorres,XavierPagés,diretor-geral
dogrupoCodorníuemaisduasdezenasdeespecialis-
tasemdiferentesáreas,dosquatrocantosdomundo,
inclusivedepaísescomoChinaeRússia.Paralelamen-
teàconferência,vinícolaserepresentaçõesdepaíses
produtoresmostraramseusprodutosaoscercade800
congressistasnomodernoRiojaForum.Cumpredes-
tacaraparticipaçãobrasileira,comestandestantodo
ibravincomodavinícolaSalton,ambosbastantepro-
curadospelosvisitantes,oquecomprovaqueeventos
comoessesãoimportantesferramentasparatornaro
vinhobrasileirocadavezmaisconhecidonomundo.
Já na primeira sessão do evento david Cunnin-
gham, da poderosa Constellation Brands, dona do
maior portfólio de vinícolas do mundo, lembrou a
necessidadede “entender as necessidades do consu-
midor para desenvolver a estratégia pós-recessão”.
e apoiou a afirmação com o exemplo da própria
o vinho e a crise
DeBAte
por guiLHeRMeveLLoSofo t o s WineSTyLe/divuLgAção
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c o m o a u m E n ta R o c o n s u m o d E v i n h o n u m m u n d o p ó s - R E c E s s ã o ?E s s E f o i o t E m a c E n t R a l d o W i n e f u t u r e.r i o j a 0 9 , c o n f E R ê n c i a
o R g a n i z a d a p E l a t h E W i n e a c a d e m y o f S pa i n , q u E R E u n i uE m l o g R o ñ o , c a p i ta l d a R i o j a , E s p E c i a l i s ta s d E t o d o o m u n d o
E d E t o d o s o s s E g m E n t o s R E p R E s E n tat i v o s d o n E g ó c i o d o v i n h o
Constellationque identificounoveoportunidadesde
aumentar o consumo de vinhos num valor que, se-
gundo estimativas da empresa, poderá representar
1 bilhão de dólares amais em vendas ao longo dos
próximosanos.Comoexemplo,elecitou“festivaisde
música”, que atraem o público jovem, e onde, pelo
menos noBrasil, cerveja e refrigerantes estãomuito
maispresentesdoqueo vinho.Cunninghamenfati-
zou também a necessidade de construirmarcas que
tenham “ligações emocionais” com o consumidor.
dE olho na chamada “gERaçãodo milênio” ACodorníu certamente é uma dessasmarcas. e
Pagésfezquestãodelembrarqueemseus450anosde
vida,aempresa,controladaporsuafamíliahávárias
gerações já enfrentou crisesmuitomais sérias como
as duas guerras mundiais e a própria guerra civil
espanhola. Pagés observou que emmercados emer-
gentescomoChinaeÍndiaoconsumodevinhoestá
crescendomaisqueodecerveja,equesómetadeda
chamada“geraçãodomilênio” (osnascidos apartir
de1990)jáatingiuaidadelegaldeconsumirbebidas
alcoólicas.econcluiudizendoque,paraele,ovinho
é“cool”,oquepodetornar-seumatrativoparaessa
novageraçãodepotenciaisconsumidores.
opapeldosrestaurantesparaoaumentodoconsu-
modevinhosfoiressaltadoporRichardHalstead,da
empresaWineintelligence,quetrabalhacommarke-
tingepesquisademercado.Halsteaddefendeuuma
oferta“maisamplaemaiscriativa”devinhosemtaça
eatémesmodoquechamoude“vinhosdeluxo”,mais
caros e exclusivos, desde que não sejam vendidos a
preços“loucos”.edeucomoexemploumnovorestau-
Da esquerda para a direita: Jancis Robinson; Gary Vaynerchuck (centro) com Andrea Millan, do Ibravin e Lucindo Copat, Daniel Saltone Wagner Ribeiro, da Salton; Miguel Torres. Abaixo: os principais palestrantes no final da última sessão do Winefuture.Rioja09
rantelondrinoqueestáusandocomsucessoessaestra-
tégiaparaatrairmaisclientes.“Éprecisoqueaoferta
devinhos (nosbareserestaurantes)atraiaeencante
osconsumidoresenãoesvazieseusbolsos”,afirmou,
numrecadoque,emboramotivadopelarealidadeeu-
ropeia,caicomoumaluvaemrelaçãoaoqueacon-
tece na grandemaioria dos restaurantes brasileiros.
umdossegmentosmaisinteressantes–equemais
polêmicas despertou no evento – foi o dedicado às
mudançasqueoadventodainternetvemprovocando
narelaçãoentreoconsumidoreovinho.Ryanopaz,
criador do site catavino.com, que promove vinhos es-
panhóiseportugueses,lembrouqueantigamente,no
casodovinho,erapreciso“entender,primeiro,para
beberdepois”.equeainternetinverteuessaequação,
tornando-seolugar“ondeseconversasobrevinho”.
o irrequietonorte-americanogaryvaynerchuk (ele
nasceunaBielo-Rússia,masseuspaisemigrarampara
osestadosunidosquandotinhatrêsanos),numadas
intervenções mais estimulantes do seminário, acres-
centouque, em termosdevinho, a internet só exis-
te há cerca de 15 anos; e que, portanto, ninguém
“controlaoacessosobreoqueoconsumidorouve”.
vaynerchukéquaseumacelebridadenosestados
unidoscomseuwebsiteeseuprograma(online,écla-
ro)Wine Library TV,pelomodototalmenteiconoclasta
decomentarvinhos.Respondendoàpreocupaçãode-
monstradaporJoséPeñin,editordomaisimportante
guiadevinhosespanhóis(oguiaPeñin),como“eno-
marquismo”ecomapossibilidadedeque“osblogs
(devinhos)setransformememtalibãs”,vaynerchuck
observouqueasnovasplataformas (de internet) têm
custozeroequeainternetéuma“mídiaabertaato-
dos”,portanto“maisjustaqueaanterior”.Lembrou,
também,queainternetsimplesmentecontribuiupara
“nivelaroconhecimento”.Masfezquestãoderessal-
tar que o fundamento continua o mesmo: atender
bem o consumidor, “como nos velhos tempos”. em
defesadosargumentosdevaynerchuck,ainglesaJan-
cisRobinson, umadasmais respeitadas e influentes
personalidadesdomundodovinho,queparticipava
domesmodebate,reconheceuqueograndesucesso
deseuwebsite,inclusivedapartefechada(epaga),foi
uma surpresa para ela própria. e considerou como
positivoo “aumentodopoderdo consumidor”pro-
porcionadopelainternet.
paRkER E Robinson condEnaRam EspEculação com vinho Robinson foi uma das estrelas da última sessão
doencontro(desafioseoportunidadesparaaindús-
tria do vinho), que contou também com a partici-
pação de Parker.Mas houvemais concordância do
que discordância entre os dois mais famosos críti-
cos de vinho domundo. Perguntados sobre a ques-
tão do grau alcoólico dos vinhos, Parker respondeu
que é contra limitações estabelecidas pelo governo.
Segundo ele, “o vinho deve ser amelhor expressão
do terroir, do vinhedo e das uvas”; e que o produ-
tor sempre deve ter “liberdade para fazer omelhor
vinhopossível”.Semdiscordardaargumentaçãode
seu colega, Robinson acrescentou apenas ter “difi-
culdadeemgostardevinhosmuitoalcoólicos,talvez
porumaquestãofísica,porsermulher”.Masambos
se mostraram totalmente contrários à especulação
comopreçodosvinhos.depoisdeobservarquevi-
nho é para ser apreciado e consumido, Parker afir-
mou que, para ele, “especulação é um palavrão”.
e lamentou que suas notas fossem usadas “da pior
formapossível”,aindaquenãopudessefazernadaa
respeito. eRobinson classificou os fundos de inves-
timento em vinho como “patéticos e depressivos”.
Aofinal,aoresponderaumaperguntadaplateia
sobreoquepensariaseseufilho/aquisessetrabalhar
com vinho, Parker afirmou que o mais importante
é seguir suapaixãoeque, seesta forovinho,éum
mundomaravilhoso.earrancourisosdaplateia,ao
acrescentar que se a pessoa fosse obcecada por di-
nheirorecomendaria“tornar-seadvogado”,suapró-
priaprofissão,antesde tornar-seocríticodevinhos
maisinfluentedomundo.
A Calle del Laurel, uma das ruasmais antigas de Logroño (La Rioja, Es-panha), é muito famosa por ser o melhorlugar para se comer “tapas” na cida-de. Tapas são aquelas pequenas e de-liciosas porções servidas, no final datarde e início da noite, em incontáveisbares e restaurantes típicos por quasetoda a Espanha, como prelúdio do jantar. Típica ruaestreitadosantigosbairrosdascidadesespanholas,ondejánãopas-sam mais carros, a Calle del Laurel tempouco mais de 200 metros e, enfileirados,mais de 40 bares e restaurantes, todosoferecendo as tapas de sua especialida-de,acompanhadasdejerezoumanzanilla,vinho,tintooubranco,oucerveja. Essa via sacra de harmonização ao arlivreéumaoportunidadeúnicadeconhe-ceroshábitosdeconsumodopovoespa-nhol em seus reais pontos de venda, de-cifrando a maneira prazerosa de como osespanhóisdegustamseuesplêndidovinhoououtrasbebidas.OsbareserestaurantesdaCalledelLaureltêmocostumedeservirtanto dentro como fora de seus recintos,na própria rua, onde o espanhol se sentemaisàvontade.Éalique,apoiadoseman-tigasbarricasdevinho,elesdegustamas
especialidadesdecadacasa,comooses-petos de tortilha de batatas, de camarão,desardinhas,asdeliciosasbatatasbravasouoinigualáveljamonibéricoPataNegra,acompanhadosdesuabebidapredileta. Os espanhóis consomem, em média,percapita,38 litrosdevinhoaoano,nívelmuito superior aos 1,85 litros consumidospelos brasileiros. Claro que se deve levarem consideração a população espanhola,queéde46milhõesdehabitantes,contraosquase190milhõesdebrasileiros,oquefaz com que nosso país tenha um consu-mototalde351milhõesdelitros,contraos1,75 bilhões de litros/ano dos espanhóis.Pode parecer irrelevante, mas significaque o mercado de vinhos brasileiro já émaior do que o de países como África doSul, Suíça e Chile, e não está muito atrásdeCanadáeHolanda. SegundopesquisarecentedaWineIn-telligencedeLondres,em13dosprincipaismercados de vinho do mundo, a Françaapareceemprimeirolugarnalistadecon-sumidoresdevinho,com73,5%dosadultosfranceses descritos como consumidoresregulares de vinho. Um resultado até queprevisívelparaumpaísquesempresepo-sicionou no centro da cultura mundial do
vinho, quer como mercado produtor ouconsumidor.Surpreendentetalvezsejasa-ber que o país que ocupa a segunda posi-çãonessapesquisasejaaDinamarca,onde71,1%dosadultosbebemvinhopelomenosumavezpormês.Tambémcomumaltopor-centual de consumo de vinhos, aparecemdois outros países nórdicos (Suécia e No-ruega), à frente de Canadá, Reino Unido eatémesmodaEspanha. Notícias encorajadoras para uma in-dústria que, apesar das atuais dificul-dades decorrentes da crise financeirainternacional, vai firmando-se como umvastomercadoaindaemdesenvolvimento,a exemplo do que ocorre hoje no Brasil.Conhecer melhor hábitos de compra, ati-tudes e preferências, é fundamental paraconquistar novos consumidores, como sediscutiuemdiferentessessõesdoWinefu-ture.Rioja09.Ecomosepoderiaconstatar,semmuitoesforço,degustandotapasevi-nhosnaCalledelLaurel.
por TuLioRodRigueS
o outro lado do WinefutureO mOdernO e funciOnal riOja fórum fOi O palcO principal
dO Winefuture.rioja09, que discutiu O futurO da indústria dO vinhO.fOra dali, a algumas centenas de metrOs, a antiga Calle del laurel,
Oferecia, in lOcO e aO ar livre, sabOrOsas lições sObreO cOmpOrtamentO dO cOnsumidOr espanhOl
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