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Faculdade de Direito

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Mariana Ferreira AlvesR.A: 443.252-2Turma 329-G

Nº 31Fone: (11)3255-0776

E-mail: [email protected]

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CURSO DE DIREITO

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Monograf ia apresentada ao Curso

de Direito da Uni-FMU como

requisito parcial para a obtenção

do grau de Bacharel em Direito,

sob a orientação do Professor

Rodrigo Cunha.

Mariana Ferreira AlvesR.A: 443.252-2Turma 329-GNº 31

SÃO PAULO - SP2004

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BANCA EXAMINADORA

______________________________________

Professor: Rodrigo da Cunha Lima Freire

______________________________________

Professor Argüidor

______________________________________

Professor Argüidor

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Sinopse

A presente monografia traz como tema os Embargos de Declaração

previstos nos artigos 535 a 538 do Código de Processo Civil, tendo como regra aclarar,

suprimir contradição ou omissão contida no julgado.

Sendo concluído que os Embargos de Declaração possuem natureza

jurídica de recurso, bem como foram demonstrados que os Embargos possuem o efeito

interruptivo, devolutivo e suspensivo. Todavia, em algumas hipóteses podem ocorrer

contradição e omissão que ensejem a modificação da decisão, é o que chamamos de

efeitos infringentes.

Há de se ressaltar ainda a utilidade dos Embargos de Declaração para

efeitos de prequestionamento, necessário para a interposição dos Recursos

Extraordinário e Especial.

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Sumário

I – Introdução 6

II – Histórico 7

III – Definição e Natureza Jurídica 10

IV – Hipóteses de Admissibilidade 20

V - Decisões que podem ser atacadas pelos Embargos de Declaração 27

VI – Legitimidade e Interesse para Embargar 29

VII – Prazo para oposição dos Embargos 33

VIII – Efeitos Devolutivo e Suspensivo 34

IX – Efeitos Infringentes 37

X – Interrupção do prazo para interposição de outros recursos 43

XI – Multas Protelatórias 44

XII – Prequestionamento 45

XIII - Conclusão 50

XIV – Bibliografia 53

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I - Introdução

O tema abordado na presente monografia enfoca o recurso de Embargos

de Declaração, previsto nos artigos 535 ao 538 do Código de Processo Civil. Se

analisarmos o artigo 535, podemos verificar que os Embargos de Declaração buscam o

esclarecimento da decisão judicial, sanando-lhe eventual obscuridade ou contradição,

ou a integração da decisão judicial, quando for emitido ponto sobre o qual devia

pronunciar-se o juiz ou tribunal.

É, portanto, função desse recurso à revelação do verdadeiro sentido da

decisão, bem como a de repor a decisão nos limites traçados pelo pedido da parte.

Entretanto, devem os Embargos de Declaração ser de iniciativa da parte,

não podendo o juiz, de oficio, renovar a decisão, ainda que a pretexto de complementar

ou sanar contradição.

Os Embargos de Declaração não podem ser utilizados com o fito de

obrigar o juiz ou o Tribunal a aclarar decisões meramente fáticas, não tidas como

relevantes para o julgamento.

Entretanto, a parte tem total direito à entrega da prestação jurisdicional de

forma clara, precisa e completa. Assim, cumpre ao órgão julgador avaliar os embargos

de declaração com espírito aberto entendendo-os como meio indispensável à

segurança nos provimentos judiciais.

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II - Histórico

Os Embargos de Declaração encontram-se disciplinado no diploma

processual brasileiro por influência portuguesa. Ensina o professor MOACYR LOBO DA

COSTA1:

“É ponto pacifico na historia do Direito Lusitano que os embargos,

como meio de obstar ou impedir os efeitos de um ato ou decisão

judicial, são criação genuína daquele direito, sem qualquer

antecedente conhecido, asseverando os autores que de

semelhante remédio processual não se encontra o menor traço do

Direito Romano, Germânico ou Canônico”.

Durante o reinado de D. Afonso III (1248 – 1279), existia um meio de

impugnação obstativo, bastante semelhante com os embargos de declaração, que

vieram a ser acolhidos posteriormente nas Ordenações Afonsinas. Estas regularam os

Embargos de Declaração no Livro III, Título LXVIII, § 4° e no Título LXXVIII, § 4°.

Conforme essas ordenações, o julgador, após a sentença definitiva, não

poderia proferir uma outra, mas estava autorizado, em caso da sentença estar duvidosa

ou conter palavras obscuras e intrínsecas, a declarar e interpretar tal sentença.

1 Origem dos Embargos no Direito Lusitano, Moacyr Lobo da Costa, Ed. Borsoi in dos embargos de declaração, Sonia Maria Hasede Almeida Baptista, P.5, Ed. RT.

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Nesta época, a parte contra quem fora feita a mencionada declaração,

poderia utilizar a apelação, desde que entendesse ter sido prejudicada com a

declaração ou interpretação.

Já no início do século XVI, as Ordenações Afonsinas foram substituídas

pelas Ordenações Manuelinas, onde os Embargos de Declaração estavam previstos

sob “Das Sentenças Definitivas”. Segundo essas Ordenações, o julgador poderia

declarar e interpretar qualquer sentença que contivesse palavras obscuras e

intrínsecas, ainda que se tratasse de decisão definitiva.

No começo do século XVII, as Ordenações Manuelinas deram lugar às

Ordenações Filipinas as quais trataram os Embargos de igual forma que a anterior, sob

a rubrica “Das Sentenças Definitivas”. Era outorgado ao julgador declarar e interpretar

qualquer sentença, ainda que definitiva, desde que a mesma fosse duvidosa. À parte

que sentisse agravada ou prejudicada em função da declaração e interpretação,

poderia utilizar-se da apelação. Ressalte-se que foi nessas Ordenações que apareceu a

palavra Embargos pela primeira vez.

Das Ordenações Portuguesas, os Embargos de Declaração vieram para o

Direito Brasileiro através do Regulamento n° 737 de 1850, que tratou do tema no título

“Dos Recursos”.

Assim que proferida a sentença, as partes podiam valer-se dos Embargos

de Declaração, desde que houvesse obscuridade, ambigüidade, contradição ou, ainda,

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omissão. O pedido era feito por uma simples petição que seria juntada nos autos e,

conclusos estes, o juiz efetuaria a sua decisão.

Pela Consolidação de Ribas, surgiu o prazo dos Embargos Declaratórios

de 10 dias contados da publicação ou da intimação da decisão; os Embargos

processavam-se sumariamente e tinham caráter suspensivo.

Este recurso foi repassado para os Códigos de Processo e legislações

posteriores, como por exemplo, da Bahia (artigo 1341), de Pernambuco (artigo 1437),

do Distrito Federal (artigo 1179), de São Paulo (artigo 335) e finalmente do Rio de

Janeiro (artigo 2333).

Em 1939, os Embargos de Declaração são tratados pela primeira vez

como recursos. Nesta época o prazo para a oposição dos Embargos era de 48

(quarenta e oito) horas, e na petição de oposição deveria constar o ponto tido como

obscuro, omisso ou contraditório, sob pena de ser desde logo indeferida por despacho

irrecorrível. No Código de 1973, a matéria veio tratada nos artigos 535 à 538.

Portanto, instituto tipicamente Luso-Brasileiro, os Embargos de

Declaração não aparecem nas legislações estrangeiras. Esta figura jurídica entrou para

o Direito Brasileiro, sendo conservada em todos os diplomas processuais civis até o

Código atual.

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III – Definição e Natureza Jurídica

O vocábulo embargos vem do verbo embargar, e significa impedir, por

obstáculos a, estorvar, tolher, dificultar. É sinônimo de embargamento, de empacho, de

impedimento.

A natureza jurídica dos Embargos de Declaração é bastante controvertida

pelos nossos doutrinadores. Renomados processualistas nacionais, os classificam

como recurso. Outros autores, não menos ilustres, não enxergam características que

permitam qualifica-los como recurso.

Aqueles que rejeitam a natureza recursal dos Embargos de Declaração

aduzem que este não é o meio pelo qual se requer a reforma da decisão judicial

impugnada, mas sim pede-se seja afastada omissão, obscuridade ou contradição

existente.

Através dele não se pretende discutir a justiça da decisão, mas apenas

pleitear que o juiz esclareça a sua posição.

Processualistas nacionalmente famosos como: Sergio Bermudes2, Antônio

Cláudio da Costa Machado3, Reis Freide4, entre outros, rejeitam a natureza recursal

dos Embargos de Declaração.

2 Comentários ao Código de Processo Civil, vol. VII, p.2093 Código de Processo Civil interpretado, p.565.4 Comentários do Código de Processo Civil, vol. 4, p.371.

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Alguns doutrinadores alegam que a ausência de efeito devolutivo tornaria

impossível reconhecer o caráter recursal desse remédio. Ademais, a ausência de

contraditório, inexistência de preparo, e possibilidade de serem opostos pela parte não

sucumbente, afastaria por completo a natureza recursal dos Embargos de Declaração.

Porém, não parece que as afirmações acima reproduzidas sejam

adequadas a afastar a natureza recursal dos Embargos Declaratórios.

Essa questão merece ser apreciada à luz da definição de recurso que nos

é oferecida por BARBOSA MOREIRA5 que diz: ”pode-se conceituar recurso no direito

processual civil brasileiro, como o remédio voluntário idôneo a ensejar, dentro do

mesmo processo, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração de

decisão judicial que se impugna”.

Os Embargos de Declaração são, pois, claramente alcançados por essa

conceituação.

Além do mais, é verdade que os recursos habitualmente exigem preparo,

porém o Código de Processo Civil em seu artigo 536 dispensa o preparo nos Embargos

de Declaração, vejamos:

5 Comentários ao Código de Processo Civil, vol.V, p. 233.

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“Art. 536 - Os embargos serão opostos, no prazo de 5

(cinco) dias, em petição dirigida ao juiz ou relator, com

indicação do ponto obscuro, contraditório ou omisso,

não estando sujeitos a preparo”.

Portanto, a necessidade de preparo ou a sua dispensa, em nada interfere

na natureza do remédio.

Outrossim, quanto à possibilidade de serem opostos por qualquer das

partes, decorre do gravame que a decisão viciada produz, para ambas as partes, e

também não prejudica o caráter recursal dos Embargos.

No tocante o contraditório, mesmo que não se entenda que não há

necessidade de se conceder ao embargado prazo para responder ao recurso, tal se dá

por já ter havido anteriormente, oportunidade de contraditório, e as alegações das

partes constantes dos autos serão novamente apreciadas pelo magistrado quando do

julgamento dos embargos de declaração.

Se analisarmos os dispositivos que tratam dos Embargos de Declaração

no nosso Código de Processo Civil, notaremos que o legislador em momento algum

expõe a necessidade de ouvir o embargado. Determina o artigo 537 do citado diploma

legal:

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“Art. 537 – O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias;

nos tribunais, o relator apresentará os embargos em

mesa na sessão subseqüente, proferindo voto”.

Não se faz necessária à oitiva do embargado, exceto quando se suscita,

por meio dos Embargos de Declaração, matéria até então não discutida que, portanto,

não fora submetida ao contraditório, o que é admissível em relação às questões de

ordem pública.

Ao pleitear ao juízo que sane os vícios da decisão, o embargante não

poderá inovar no processo, ou seja, trazer novas alegações, fatos ou provas. Terá de

se referir àquilo que já foi discutido no feito, mas que deixou de ser devidamente

solucionado pelo magistrado que proferiu a decisão viciada.

Deve-se levar em conta que a finalidade dos Embargos de Declaração

não é a de permitir a discussão da justiça da decisão, mas sim a de proporcionar a

correção dos vícios desta. A modificação da essência do julgado, caso ocorra, será

conseqüência natural dessa correção.

A desnecessidade de oitiva da parte contrária se dá porque o

contraditório, a essa altura, já foi observado, ou seja, ao pleitear a correção da decisão

o embargante vai se reportar àquilo que já foi debatido nos autos em contraditório,

razão pela qual não há porque facultar ao embargado a possibilidade de repetir

argumentos já apresentados.

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Por oportuno ressaltar que apenas as questões de ordem pública, que já

poderiam ter sido conhecidas de ofício pelo juiz, poderão ser suscitadas pelas partes,

pela primeira vez, em sede de Embargos de Declaração. Na ausência de manifestação

judicial sobre essas matérias, temos de reconhecer que a omissão se deu porque o juiz

deveria ter se pronunciado sobre elas, independentemente de pedido das partes, mas

não o fez.

Nesse caso, levantada à matéria pela primeira vez nos Embargos

Declaratórios, deve ser concedida ao embargado a possibilidade de se manifestar

sobre as alegações do embargante, justamente porque essa matéria não foi submetida

ao contraditório, o que justifica, pois, a oitiva do mesmo.

Somente as questões de ordem pública, que deveriam ter sido conhecidas

de ofício pelo juiz, independentemente de pedido das partes, é que podem ser

suscitadas pela primeira vez em sede de Embargos de Declaração.

Pelo fato dos Embargos serem recebidos com efeitos infringentes em

nada altera essa situação, pois a modificação do julgado, se for o caso, será

conseqüência natural da correção do vício.

Enfim, não há porque se negar à natureza recursal dos Embargos de

Declaração, tendo em vista que se trata de recurso com características próprias e

algumas peculiaridades, mas que nem por isso deixa de ser recurso.

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Nesse sentido ensina MOACYR AMARAL DOS SANTOS6 em sua obra

“Primeiras Linhas de Direito Civil” ensina:

“Da decisão recorre o prejudicado com o gravame que lhe a

causa à obscuridade, a contradição ou a omissão de que a

mesma se ressente. Essa circunstância, o fato de visarem os

embargos de declaração à reparação do prejuízo que os defeitos

do julgado trazem ao embargante, os caracteriza como recurso”.

Há que se considerar que a atribuição de natureza recursal a determinado

instituto é função do legislador, cabendo ao intérprete, tão-somente, acatá-la.

Destarte, do artigo 496 do Código de Processo Civil transcreve-se o

seguinte texto:

“Art. 496 – São cabíveis os seguintes recursos:

I – apelação;

II – agravo;

III – embargos infringentes;

IV – embargos de declaração;

V – recurso especial;

VI – recurso extraordinário;

6 Moacyr Amaral dos Santos, Primeiras Linhas de Direito Civil, vol. III, p.146.

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VIII – embargos de divergência em recurso especial e em

recurso extraordinário.”

Ademais, vale ressaltar que o Brasil adota o princípio da taxatividade dos

recursos, ou seja, somente se aceita a existência dos recursos enumerados, de forma

taxativa, em lei federal. Isso não significa que apenas se aceite a existência daqueles

recursos arrolados no citado no citado artigo 496 do Código de Processo Civil. Outros

recursos se fazem presentes em nosso direito, previsto em outros diplomas legais,

como a Lei de Execuções Fiscais, o Estatuto da Criança e do Adolescente, e a Lei do

Mandado de Segurança, por exemplo.7

Confirmando o entendimento acima exposto, cumpre transcorrer algumas

jurisprudências:

“EMBARGOS DECLARATÓRIOS – MULTA DO ART.

557, PARAGRAFO 2, DO CPC – Resulta inviável o

conhecimento dos embargos de declaração, diante da

constatação de não haver sido efetuado o deposito a

que alude a parte final do parágrafo segundo do art.

557 do CPC, que condiciona a interposição de

qualquer outro recurso ao depósito do respectivo

7 Nelson Nery Jr., Princípios fundamentais - Teoria gelar dos recursos, p.47: “Mas não são só os recursos que se encontram no roldo art. 496, que são considerados como tais pelo sistema do próprio CPC. Há três ‘outros agravos’ previstos no CPC fora do elencodo art. 496, pois são diferentes do agravo do inc. II desse artigo: a) agravo contra o indeferimento liminar dos embargos infringentespelo relator (art. 532); b) agravo contra o indeferimento, pelo relator, do agravo de instrumento tirado contra decisão que indefereRE ou Resp (art. 545, CPC), c) agravo contra decisão do relator que negar seguimento a recurso inadmissível, improcedente,prejudicado ou contrário a súmula do tribunal ou de tribunal superior (art. 557, parágrafo único)”.

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valor. Assim, diante da natureza recursal dos

embargos de declaração, nos termos do art. 496,

inciso IV do CPC, a embargante deveria ter

depositado o valor da multa para, a partir daí, abrir

discussão sobre o cabimento dos embargos

precedentes. Embargos de declaração não

conhecidos.” (Rel. Min. Antonio José de Barros

Levenhagen – DJU 30.03.2001 – p. 551)

“PROCESSUAL CIVIL – EMBARGOS DECLARAÇÃO

NO AGRAVO REGIMENTAL – INEXISTÊNCIA DOS

VÍCIOS ALEGADOS – CARÁTER PROTELATÓRIO –

MULTA DO CPC, ART. 538, PARÁGRAFO ÚNICO –

1. Embargos de Declaração são meio recursal que

visam sanar possíveis omissão, contradição ou

obscuridade, da decisão proferida, conforme dispõe o

art. 535 do CPC. Não constituem meio viável de

reexame da matéria já decidida no acórdão

embargado,o que só se admite em casos

excepcionais, quando restar configurado manifesto

erro material, o que não se denota do caso em tela. 2.

Exsurgindo dos Declaratórios natureza protelatória

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impõe-se a aplicação da multa do CPC, art. 508,

parágrafo único. 3. Embargos rejeitados.”

(Rel. Min. Edson Vidigal – DJU 21.08.2001 – p. 00170)

“PROCESSUAL CIVIL – EMBARGOS DE

DECLARACAO – INTERPOSICAO VIA FAX –

TEMPESTIVIDADE RECONHECIDA – LEI 9.800/99 –

AUSENCIA DE VICIO APONTADO –

REJULGAMENTO DA CAUSA – 1. Tempestivos os

embargos opostos via fax, cujo o original foi

protocolado dentro do qüinqüídio legal contado da

data do término do prazo recursal. Inteligência da

recente lei 9.800/99, Art. 2. 2. Os embargos de

Declaração são recurso de natureza integrativa, não

servem para rejulgar a causa; inexistindo a omissão

apontada, imperiosa sua rejeição. 3. Embargos

rejeitados.”

(Rel. Min. Edson Vidigal – DJU 21.02.2000 – p. 157).

“NATUREZA RECURSAL – EMBARGOS DE

DECLARACAO – LITISCONSORCIO – ADVOGADOS

DISTINTOS – PRAZOS SUCESIVOS – APLICAÇÃO

ART. 191 DO CPC AO PROCESSO TRABALHISTA -

A jurisprudência deste Tribunal consagrou

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entendimento no sentido de que os Embargos de

Declaração têm natureza recursal. Em sendo

recurso, a regra contida no art. 191 do CPC aplicando

subsidiariamente, garante a sucessividade de prazos

recursais no caso de litisconsórcio, inexistindo

incompatibilidade coma legislação trabalhista

porquanto ausente preceito disciplinado a matéria.

Recurso de Revista conhecido e provido”.

(Rel. Min. João Batista Brito Pereira – DJU 24.11.2000

– p. 733).

“PROCESSUAL CIVIL – AGRAVO RETIDO –

EMBARGOS DE DECLARACAO CONSIDERADOS

INTEMPESTIVOS CPC, ART. 496, I – NATUREZA

RECURSAL – AUTARQUIA FEDERAL – PRAZO EM

DOBRO – DECISAO REFORMADA – 1. Dada a

natureza recursal dos embargos de declaração,

nos termos do art. 496, IV do CPC, o prazo para sua

interposição, em se tratando de autarquia federal,

conta-se em dobro, a teor do art. 188 do Estatuto

Processual. 2. Embargos declaratórios tempestivos.

Decisão reformada. 3. Agravo retido a que se dá

provimento. Prejudicado os demais recursos. 4. Pecas

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liberadas pelo relator em 19.05.2000 para publicação

do acórdão”.

(Rel. Des. Fed. Conv. Ricardo Machado Rabelo – DJU

05.06.2000 – p. 113).

Feitas às considerações acima, entendemos por classificar os Embargos

de Declaração como recurso, sendo certo que esta é a posição majoritária de nossos

Tribunais.

IV – Hipóteses de Admissibilidade

O artigo 535 do Código de Processo Civil prevê o cabimento dos

Embargos de Declaração em três situações, senão vejamos;

“Art. 535 – Cabem embargos de declaração quando:

I – houver, na sentença ou no acórdão, obscuridade ou

contradição;

II – for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o

juiz ou tribunal.”

• A Obscuridade

A obscuridade está presente quando a decisão prolatada pelo julgador

não é compreensível total ou parcialmente, ou seja, a idéia do magistrado não ficou

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suficientemente clara, impedindo que se compreenda, com exatidão, o seu integral

conteúdo.

De acordo com MOACYR AMARAL SANTOS,8”ocorre obscuridade

sempre que há falta de clareza na redação do julgado, tornando difícil dele ter-se a

verdadeira inteligência ou exata interpretação”.

Quando se está diante de uma decisão judicial cujo real sentido não se

pode compreender, far-se-á necessária a sua correção através dos Embargos de

Declaração que é o meio adequado para tanto.

Conforme ensina LUÍS EDUARDO SIMARDI FERNANDES,9 obscuridade

pode ocorrer por dois motivos:

“Pode acontecer quando o juiz está absolutamente certo e seguro daquilo

que irá decidir, tendo em mente todo o raciocínio lógico que norteará sua

decisão, mas acabe por redigir o pronunciamento de maneira confusa ou

inapropriada, ou com uso de linguagem rebuscada ou pouco usual, e

aquilo que estava claro em sua mente acabe por ficar de difícil

compreensão, deixando dúvidas sobre o que pretendeu efetivamente

dizer. Outra hipótese é aquela em que a decisão se mostra obscura

porque o próprio juiz, no seu íntimo, estava pouco seguro do que decidir.

Ou seja, hesitante, acabou por transferir essa hesitação para a decisão,

ocasionando a obscuridade”.

8 Primeiras Linhas de Direito Processual Civil, vol.3, p.152.9 Embargos de Declaração, p.74.

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22

Em suma, pode-se dizer que a obscuridade é fruto da existência de

ambigüidade ou da utilização de linguagem inapropriada que dificultam a compreensão

ou ainda pode ser fruto da hesitação do julgador.

A decisão judicial deve ser vista como um todo, e a sua leitura deve ser de

fácil compreensão. Em caso de obscuridade os Embargos de Declaração são o meio

adequado para solucionar o defeito.

O cabimento dos Embargos de Declaração quanto à obscuridade se situa

na fundamentação, entendimento este definido por BARBOSA MOREIRA10:

”Há naturalmente, graus na obscuridade, desde a simples

ambigüidade, que pode resultar do emprego de palavras de

acepção dupla ou múltipla - sem que o contexto ressalte a

verdadeira no caso – ou de construções anfibológicas, até a

completa ininteligibilidade da decisão. Em qualquer hipótese

cabem os embargos declaratórios; (...)”.

• A Contradição

A contradição ocorre quando a decisão contém afirmações ou conclusões

que se mostram entre si inconciliáveis.

10 Comentários ao Código de Processo Civil, vol. V, p.423.

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23

Tratando-se de sentenças ou acórdãos, essas disposições inconciliáveis

poder se encontrar na mesma parte da decisão, como, por exemplo, no dispositivo ou

em partes distintas, como na fundamentação e no dispositivo. Essa hipótese ocorre

quando o julgador na fundamentação direciona seu raciocínio e argumenta deixando

entender que decidirá em determinado sentido, porém no dispositivo julga de forma

completamente oposta.

Nesses casos há falta de coerência entre a fundamentação e o dispositivo,

devendo essa situação ser solucionada através de Embargos de Declaração, a fim de

que estes corrijam a contradição, para que a decisão judicial seja fruto de um raciocínio

lógico e coerente.

Uma vez opostos os Embargos de Declaração, e os autos forem

devolvidos ao juízo responsável pela decisão contraditória, terá o julgador que sanar

com a mesma.

Uma vez analisadas as conseqüências que a oposição dos Embargos

Declaratórios por ocorrência da contradição pode provocar, pode-se concluir que

haverá modificação na essência dessa decisão.

Importante salientar que a contradição deve estar presente na própria

decisão, ou seja, as proposições entre si inconciliáveis devem estar presentes no corpo

da decisão a embargar.

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24

Na contradição entre o acórdão e a emenda

Outra questão interessante refere-se ao cabimento dos Embargos de

Declaração quando há contradição entre o acórdão e a ementa.

Barbosa Moreira e Pontes de Miranda admitem o cabimento dos

embargos nessa hipótese.

Há quem defenda o não cabimento dos Embargos nesse caso, sob o

argumento de que as ementas não fazem parte dos acórdãos.

Porém o Código de Processo Civil traz em seu artigo 563 a seguinte

afirmação:

“Art. 563 – Todo acórdão conterá ementa”.

Logo se o próprio código declara a necessidade do acórdão possuir

ementa, não se pode afirmar que a mesma seja desnecessária, devendo sempre estar

presente por força do dispositivo legal mencionado.

Caso a ementa não retrate aquilo que se decidiu, os Embargos de

Declaração são o recurso adequado para sanar o vício.

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25

Na contradição ente o acórdão e o voto

Também é motivo de questionamento se cabe Embargos Declaratórios se

presente à contradição entre os votos e o teor do acórdão. Referente a esse aspecto

entende PONTES DE MIRANDA,11:

“A contradição pode ser entre o acórdão e a ementa, ou o voto

vencedor e a redação do acórdão, ou entre a terminologia da

votação vencedora e a do acórdão, como, por exemplo, se a ação

foi de decretação de nulidade e o acórdão diz que foi declarada a

inexistência do negócio jurídico que fora examinado”.

Caso a redação do acórdão não coincida com o teor dos votos

vencedores, estamos diante de uma situação que permite a oposição dos embargos de

declaração.

• A omissão

Na hipótese do julgador deixar de apreciar questões levantadas no curso

do feito, estaremos diante de uma omissão que poderá ser atacada por meio dos

embargos de declaração.

11 Comentários do Código de Processo Civil, t.VIII, p.403.

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26

Pode-se afirmar que a omissão é a hipótese de cabimento que mais

enseja a oposição do recuso em análise. Isso porque, à complexidade de muitos

processos somada à excessiva quantidade de feitos sob a responsabilidade de cada

magistrado.

Uma vez opostos os embargos, o julgador se manifestará a respeito da

questão que já deveria ter se manifestado, mas não o fez. Suprimida a omissão, ter-se-

á um acréscimo na decisão embargada, o que poderá provocar significativa

modificação no pronunciamento original.

• Erro Material

Conforme o artigo 535 do CPC, caberá Embargos de Declaração quando

a decisão judicial conter obscuridade, contradição e omissão. No entanto, na doutrina e

na jurisprudência encontram-se manifestações no sentido de aceitar o cabimento dos

Embargos.

Esses erros materiais podem ser corrigidos de ofício ou a requerimento

das partes, porém nada impede que essa correção seja feita através de Embargos de

Declaração. Não há nenhum obstáculo à sua oposição, porém ressalta-se que não são

necessários.

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27

Importante salientar que o regimento interno do Supremo Tribunal Federal,

em seu art. 96, § 3°, bem como o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça12,

no art.103, § 2°, ambos com os dispositivos com redações bem similares, reconhecem

a possibilidade dos erros materiais contidos na decisão serem corrigidos por via dos

Embargos de Declaração.

V - Decisões que podem ser atacadas pelos Embargos de Declaração: Sentenças,

Acórdãos e Decisões Interlocutórias.

O já citado artigo 535 do CPC esclarece que os Embargos Declaratórios

podem ser opostos quando a sentença ou acórdão conter obscuridade, contradição e

omissão.

O legislador ao fazer menção apenas à sentença e ao acórdão, pretendeu

limitar a utilização desse recurso, impedindo sua oposição contra decisões

interlocutórias, evitando assim a protelação dos feitos.

Entretanto, cumpre salientar que a decisão do magistrado deve ser

completa e clara para poder ser compreendida por aqueles que estiverem sujeitos aos

seus efeitos.

12 “Embargos de Declaração – Processual civil – Acórdão – Erro material – O erro material, embora sanável de ofício, pode sersuscitado em embargos de declaração. Na espécie, relativo ao dispositivo do acórdão; embora conhecido o recurso especial,constará não conhecido” (STJ – EDcLREsp 0151819 – 6ª T. – rel. Min. Luiz Vicente Cernicchiaro – v.u. – j. 30.03.1998 – Juis15).

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28

As decisões interlocutórias são decisões importantíssimas ao deslinde da

demanda, portanto não há porque não aceitar que não possam ser atacadas por

Embargos de Declaração, visando o seu aclaramento ou complementação.

É por essa razão que a maioria dos nossos doutrinadores são a favor da

oposição dos Embargos Declaratórios em face das decisões interlocutórias.

Referente ao assunto em comento, Barbosa Moreira,13 diz:

“Na realidade, qualquer decisão judicial comporta embargos de

declaração, porque é inconcebível que fiquem sem remédio a

obscuridade, a contradição ou a omissão existente no

pronunciamento. Não tem a mínima relevância que se trate de

decisão de grau inferior ou superior, proferida em processo de

conhecimento (comum ou especial)de execução ou cautelar,

tampouco importa que a decisão seja definitiva ou não, final ou

interlocutória. Ainda quando o texto legal, expressis vervis, a

qualifique de irrecorrível, há de entender-se que o faz com a

ressalva implícita concernente aos embargos de declaração.”

No mesmo sentido discorre NELSON LUIZ PINTO14 em sua obra Manual

dos Recursos Cíveis:

13 Comentários ao Código de Processo Civil, vol.V, p.420.14 Nelson Luiz Pinto, Manual dos Recursos Cíveis, 2a. Edição revista, atualizada e ampliada.

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29

“Apesar de o art. 535 do CPC referir-se apenas aos embargos de

declaração contra sentença ou acórdão, admite-se também contra

decisão interlocutória, tendo em vista a própria natureza e

finalidade desse recurso, que e a de sanar contradição,

obscuridade ou omissão, que podem ocorrer em qualquer espécie

de decisão, causando em evidente prejuízo à parte, pois lhe

impedem ou dificultam a compreensão, impossibilitando a

recorribilidade”.

A tese de que os Embargos de Declaração também ser prestam a buscar

o esclarecimento ou a complementação também é aceita por parcela da

jurisprudência15.

Contudo, embora majoritário, esse entendimento não chega a alcançar a

unanimidade, na medida em que para alguns não cabem Embargos de Declaração

contra decisões interlocutórias, por não estarem expressos em lei.

VI – Legitimidade e Interesse para Embargar

O artigo 499 do Código de Processo Civil estabelece que os recursos

podem ser interpostos pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério

Público, senão vejamos:

15 “Processual civil – Decisão interlocutória – Embargos de declaração – Agravo – Cabimento – Precedentes – Recursoprovido. Os embargos declaratórios são cabíveis contra qualquer decisão judicial e, uma vez interpostos, interrompem oprazo recursal. A interpretação meramente literal do art. 535, CPC, atrita com a sistemática que deriva do próprioordenamento processual, notadamente após ter sido erigido a nível constitucional o princípio da motivação das decisõesjudiciais” (STJ – REsp 0158032 – 4ª T. – rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira – j. 03.03.1998 – v.u. – Juis 15).

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30

“Art. 499 – O recurso pode ser interposto pela

parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo

Ministério Público.

§ 1° Cumpre ao terceiro demonstra o nexo de

interdependência entre o seu interesse de intervir

e a relação jurídica submetida à apreciação

judicial.

§ 2° O Ministério Público tem legitimidade para

recorrer assim no processo em que é parte, como

naqueles em que ofídico como fiscal da lei.”

A legitimidade para recorrer é um dos requisitos de admissibilidade do

recurso, assim as partes no feito, bem como Ministério Público e o terceiro prejudicado

possuem essa legitimidade autônoma.

Quando a decisão contiver vício que impeça a sua total compreensão,

porque eivada de contradições ou de obscuridades, ou tiver deixado de apreciar toda a

matéria a respeito da qual o magistrado deveria ter se pronunciado, poderá o vencido

ou o vencedor, autor ou réu, pleitear o seu esclarecimento ou complementação por

meio dos embargos.

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31

Na falta de decisão clara, precisa e completa, ambos os litigantes sofrem

gravame que os possibilita oporem embargos, pois têm interesse no esclarecimento ou

complementação do julgado.

O interesse ocorre do fato de que ambas as partes podem sofrer

prejuízos em face da decisão proferida, pelos vícios que apresenta, ou seja, mesmo a

parte vencedora não terá obtido tudo aquilo que poderia estar no julgado, tendo em

vista a existências de obscuridade, contradição ou omissão.

Além das partes, o terceiro prejudicado poderá opor Embargos de

Declaração, todavia esse terceiro deverá ter interesse jurídico em atacar a decisão, não

sendo suficiente o interesse de fato ou econômico.

O terceiro interessado, deverá demonstrar o nexo de interdependência

entre seu interesse em recorrer e a relação jurídica, de acordo com §1º do artigo 499 do

Código de Processo Civil.

O artigo 499 do Código de Processo Civil, em seu § 2° também concede

ao Ministério Público, nos casos em que atuou como parte ou como fiscal da lei, a

utilização de todos os recursos de que dispõem as partes, inclusive os Embargos de

Declaração.

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32

A parte embargante, ao opor seu recurso, deverá em sua fundamentação,

demonstrar algum nexo entre a matéria recorrida e o pedido dos Embargos, já que não

pode requerer o aclaramento de matéria que não foi objeto de apreciação do julgador.

Pode ocorrer que todos os pressupostos objetivos estejam presentes no

recurso, o que possibilitaria seu conhecimento, porém, se algum dos pressupostos

subjetivos não for preenchidos, o recurso não estará apto à apreciação, já que o

embargante estará pleiteando algo que não se adequa à matéria.

A verificação da existência de todos estes pressupostos, ou seja, o juízo

de admissibilidade, será realizado pelo mesmo órgão prolator da decisão recorrida. Se

a decisão ou sentença foi proferida por juiz de primeiro grau, este será o responsável

pelo julgamento dos Embargos, incluindo aí o juízo de admissibilidade. Caso o objeto

dos Embargos seja um acórdão, o juízo em questão será realizado pelo Tribunal.

Findo o exame dos pressupostos acima explanados, sendo o juízo de

admissibilidade positivo, ou seja, estando todos eles presentes, os Embargos de

Declaração serão conhecidos. Destarte, sendo o juízo de admissibilidade negativo, o

recurso não será conhecido.

Se o juízo de admissibilidade for positivo, sendo os Embargos conhecidos,

o Magistrado passará à análise do mérito, podendo então acolhe-los ou rejeitá-los. Vale

dizer que da decisão que não conhecer ou rejeitar os Embargos, não caberá nenhum

recurso, conforme jurisprudência abaixo transcrita:

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“Da decisão que rejeita ou não toma conhecimento

dos Embargos de Declaração não cabe recurso

algum, cumprindo ao interessado, através do

recurso próprio, pleitear sua anulação ou

complementação”.(STF 2ª Turma, RE 221.204-9)

VII - Prazo para oposição dos Embargos de Declaração

Conforme artigo 536 do Código de Processo Civil, o prazo para a oposição

dos embargos de declaração contra sentença, bem como acórdão é de 05 (cinco) dias.

A contagem desse prazo inicia-se com a intimação da decisão.

Entretanto, necessário ressaltar que a Fazenda Pública e o Ministério

Público terão prazo em dobro para recorrer, com fulcro no artigo 188 do Código de

Processo Civil:

“Art. 188 – Computar-se-á em quádruplo o prazo

para contestar e em dobro para recorrer quando a

parte for a Fazenda Pública ou o Ministério

Público”.

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34

Também se encontram nessa situação os litisconsortes que tenham

procuradores diferentes, aos quais o artigo 191 do mesmo diploma concede prazo em

dobro para contestar, recorrer e falar nos autos. Vejamos:

“Art. 191 – Quando os litisconsortes tiverem

diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em

dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de

modo geral, para falar nos autos”.

Da mesma forma, a favor do defensor público serão contados em dobro

todos os prazos, como impõe o § 5° da Lei 1.060/50.

VIII – Efeitos Devolutivos, Suspensivos

O Efeito Devolutivo

O efeito devolutivo é conhecido como aquele que produz a remessa da

matéria atacada para a apreciação por parte de órgão jurisdicional superior. È o que

comumente se dá.

Quando a matéria impugnada é entregue para reapreciação pelo juízo que

proferiu a decisão recorrida, não há participação de órgão superior, porém se dá a

devolução da matéria para novo pronunciamento pelo Poder Judiciário.

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35

È o que acontece nos Embargos de Declaração. Nesse sentido é a lição

de NELSON NERY JR.:16

”O efeito devolutivo é aquele segundo o qual é devolvida ao

conhecimento do órgão ad quem toda a matéria impugnada, objeto

portanto do recurso. Nos embargos de declaração há também o

efeito devolutivo, sendo que a matéria é devolvida ao mesmo

órgão que proferiu a decisão, sentença ou acórdão embargado.

Não há, portanto, necessidade de que a devolução seja dirigida a

órgão judicial diverso daquele que proferiu a decisão impugnada.

Ainda que o órgão destinatário do recurso seja de mesma

hierarquia, há o efeito devolutivo.”

Essa é a posição que prevalece na doutrina, embora existam autores que

defendam a inexistência do efeito devolutivo nos embargos de declaração justamente

pelo fato desse recurso provocar a reapreciação pelo mesmo julgador que a proferiu.

O efeito suspensivo

O efeito suspensivo é visto pela doutrina como aquele que impede que a

decisão recorrida comece a produzir efeitos.

È o que afirma VICENTE GRECO FILHO,17 “O efeito suspensivo dos

recursos significa o poder que tem o recurso de impedir que a decisão recorrida

16 Comentários ao Código de Processo Civil, vol.V, p.553.

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produza sua eficácia própria. O efeito suspensivo nada acrescenta à decisão, mas,

impede seja executada em sentido amplo”.

Inicia-se com a publicação da sentença e se encerra quando o recurso

interposto é julgado. Caso a parte interessada deixe de utilizar o recurso cabível o efeito

suspensivo se extinguirá com o término do prazo para recorrer.

A circunstância dos Embargos de Declaração serem recebidos no efeito

suspensivo é amplamente reconhecida pela doutrina.

O vício que a decisão judicial, seja ela sentença, acórdão ou decisão

interlocutória, apresenta pode dificultar a compreensão do seu teor, o que, por

conseqüência poderá prejudicar a sua eventual execução, por essa razão é importante

a sua correção ou complementação por meio da oposição dos embargos declaratórios.

Ou seja, a decisão atacada por meio dos embargos não está perfeita e acabada,

portando nada mais natural, que não possa ser executada.

A afirmação supra referida serve tanto para as sentenças como para os

acórdãos em princípio para as decisões interlocutórias. Estas últimas poderão ser

atacadas pelo recuso de Agravo de Instrumento, que em regra não possuem efeito

suspensivo, Já os Embargos de Declaração, quando opostos contra essas decisões,

17 Princípios Fundamentais – Teoria geral dos recursos, p. 369.

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deverão ter efeito suspensivo, pois a decisão interlocutória somente estará completa

quando os embargos forem julgados.

IX – Efeitos Infringentes

Uma questão de suma importância e bastante controvertida do âmbito

doutrinário e jurisprudencial, diz respeito à possibilidade de os Embargos de Declaração

serem recebidos com efeitos infringentes. Em outras palavras, discute-se se o

julgamento dos Embargos de Declaração, a pretexto de esclarecer ou complementar a

decisão, pode produzir a modificação substancial da mesma, com alteração do

resultado do julgamento.

Uma corrente não aceita que os Embargos de Declaração possam

modificar a decisão em sua essência, mas apenas admitem que proporcione o

aclaramento ou a complementação daquilo que foi decidido.

Assim, para os adeptos dessa corrente os Embargos têm de manter

coerência com a decisão embargada, mostrando-se compatível com ela.

Outros autores reconhecem também que esse recurso não tem como fim

primeiramente produzir a modificação da decisão proferida, mas somente corrigi-la para

afastar os vícios que a atingem. Entretanto, aceitam que os Embargos de Declaração

possam produzir a reforma, mesmo que parcial, da decisão embargada, apresentando,

pois verdadeiro efeito infringente do julgado.

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Nessa hipótese os Embargos Declaratórios estariam assumindo o papel

que cabe ordinariamente aos demais recursos, quais seja, o de provocar a reforma da

decisão atacada.

No entanto, não se pode buscar o recebimento dos Embargos de

Declaração com efeitos infringentes se não houver nenhum vício que dê ensejo à

oposição dos Embargos na decisão atacada.

Importa esclarecer que o próprio Regimento Interno do Supremo Tribunal

Federal aceita a possibilidade de o julgamento dos Embargos de Declaração alterar a

decisão, quando afirma em seu artigo 338, que: “se os embargos forem recebidos, a

nova decisão se limitará a corrigir a inexatidão, ou sanar a obscuridade, dúvida,

omissão, ou contradição, salvo se algum outro aspecto da causa tiver de ser apreciado

como conseqüência necessária”.

Nota-se que, o STF não rechaça eventual efeito modificativo dos

Embargos de Declaração, pelo contrário, na parte final do citado dispositivo, faz

menção expressa à aceitação desse efeito.

Assim é a jurisprudência nesse sentido:

“Processual civil – Embargos de declaração – Equívoco

manifesto – Ocorrência – efeitos Infringentes –

Possibilidade. 1 – Incorrendo o acórdão embargado em

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equívoco manifesto, é de acolher-se os embargos para,

imprimindo-lhes efeitos infringentes, dar provimento ao

agravo e determinar a subida ao recuso especial. 2-

Embargos de declaração acolhidos”. (STJ, EDAGA

70692, 6ª T. rel. Min. Fernando Gonçalves, v.u., j.

01.04.1997, Juis)

Manifestando-se sobre o tema, BARBOSA MOREIRA18 expõe com as

seguintes palavras:

“Costuma-se asseverar-se que a decisão sobre os embargos se

limita necessariamente a revelar o verdadeiro conteúdo da decisão

embargada e não pode trazer inovação alguma. Formulada em

termos absolutos, a afirmação comporta reparos. Na hipótese de

obscuridade, realmente, o que faz o novo pronunciamento é só

esclarecer o teor do primeiro, dando-lhe a interpretação autêntica.

Havendo contradição, ao adaptar ou eliminar alguma das

proposições constantes da parte decisória, já a nova decisão

altera, em certo aspecto, a anterior. E, quando se trata de suprimir

omissão, não pode sofrer dúvida que a decisão que acolheu os

embargos inova abertamente: é claro, claríssimo, que ela diz aí

mais que a outra. O que parece mais exato é afirmar, como fazia o

código baiano (art. 1.341), que o provimento dos embargos se dá

18 Comentários ao Código de Processo Civil, vol.V, p.553.

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‘sem outra mudança no julgado’, além daquela consistente no

esclarecimento, na solução da contradição ou no suprimento da

omissão”.

Quanto à obscuridade

Na ocorrência do vício por obscuridade, não parece possível que os

Embargos de Declaração apresentem efeitos modificativos. Isso porque a correção do

vício não trará inovações à decisão.

O juiz ao conhecer os Embargos de Declaração, deverá simplesmente

clarear a decisão que já proferiu. Em outras palavras, o juiz não proferirá outra decisão

diferente daquela embargada, mas simplesmente cuidará de melhor organizar o

raciocínio, ou a reescreverá de maneira mais simples, de forma a torná-la mais

compreensível.

Quanto a Contradição

Em determinados casos de ocorrência de contradição na decisão judicial,

essa terá de ser parcialmente alterada, como forma de corrigir a contradição. Obstar

que assim o faça o julgador, implicará impedir que afaste o vício presente no

julgamento, o que tornaria inútil o recurso em estudo.

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Portanto, é plenamente possível, e muitas vezes necessária, a alteração

do julgado por intermédio dês embargos de declaração, quando forem estes opostos

diante da ocorrência de contradição na decisão.

Quanto à omissão

È evidente que em caso de omissão na decisão judicial a reforma da

mesma não apenas é possível, como até indispensável.

Os Embargos de Declaração, quando opostos em vista da ocorrência de

omissão, podem, e, em certos casos, devem, produzir efeitos infringentes.

Abordando a questão, afirma NELSO NERY JR,19:

“Quando a decisão for omissa quanto à determinada matéria e

forem interpostos embargos de declaração para completá-la, o

magistrado deve julgar o recurso abstraindo o conteúdo da decisão

embargada, pois pode ocorrer que a decisão sobre o ponto omisso

acarrete a modificação da decisão recorrida. Neste caso é

admissível o recurso de embargos de declaração com caráter

infringentes. É a hipótese, por exemplo, de o juiz haver julgado o

pedido procedente, condenando o réu a indenizar, deixando de

apreciar preliminar de prescrição argüida na contestação. Caso dê

provimento aos embargos reconhecendo a prescrição, terá que

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forçosamente, modificar o julgado de procedência para

improcedência do pedido (art. 269, n.IV, CPC)”.

Os nossos Tribunais20 também aceitam a modificação da decisão

recorrida.

Quanto ao Erro Material

Imaginemos que determinado recuso não foi conhecido sob o fundamento

de que seria intempestivo. Todavia, constata-se que na verdade o recurso fora

interposto dentro do prazo, mas o reconhecimento da intempestividade decorreu da

contagem errônea desse prazo.

O recorrente oporia Embargos de Declaração sob a alegação da

ocorrência de erro material e implicaria na modificação da decisão que não conhecera o

recurso.

Sobre o referido assunto ressalta CARLOS DE ARAÚJO CINTA21:

“Trata-se de situação em que não há obscuridade, contradição ou

omissão da sentença e em que, portanto, a rigor, não têm

19 Princípios Fundamentais – Teoria geral dos recursos, p. 369.20 TRF da 5ª Região, EDcl na ApCiv 9006-PE, rel. Juiz Manoel Erhardt (JSTJ e TRF 105/591): ”Ementa – Processual civil -Embargos de declaração – Alegação de omissão – Ação de desapropriação – Efeitos modificativos. I –Há omissão no acórdãoquando deixa de se manifestar sobre ponto relevante da causa. II – Havendo, em decorrência da omissão, modificação deentendimento, é possível emprestar efeito modificativo ao recurso. III – Embargos providos parcialmente”.

21 Sobre os embargos de declaração, p.17.

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cabimento os embargos de declaração. Todavia, para reparação

de injustiça decorrente de erro material flagrante cometido pelo juiz

a jurisprudência tem admitido os embargos de declaração, embora

a título excepcional, como remédio adequado, com força

modificativa da decisão embargada“.

X – Interrupção do prazo para interposição de outros recursos

Nosso estatuto processual traz em seu artigo 538, caput, que os

Embargos de Declaração interrompem o prazo para a interposição de outros recursos:

“Art. 538, caput: Os embargos de declaração

interrompem o prazo para a interposição de outros

recursos, por qualquer das partes.

A atual redação do citado artigo foi dada pela Lei 8.950/94, pois na

anterior a esta, o dispositivo afirmava que os embargos suspendiam o prazo para a

interposição de outros recursos, ou seja, publicada a decisão que julgava os embargos

o prazo recomeçava a contar pelo período restante.

Atualmente, assim que julgados os embargos, com a publicação dessa

decisão, o prazo volta a contar desde o início, como se não tivesse se iniciado, não

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havendo que se deduzir os dias decorridos entre a publicação da decisão embargada e

a oposição dos embargos de declaração.

A respeito do tema manifesta-se CÂNDIDO DINAMARCO22:

“Suspensão e interrupção têm em comum a eficácia de impedir o

curso dos prazos, detendo os provisoriamente para que voltem a

fluir depois, quando cessada a causa que os detivera. A diferença

é que o prazo interrompido volta a fluir como se antes não tivesse

começado, ou seja, sem deduzir o tempo passado antes de ser

impedido; enquanto que o prazo suspenso, quando retorna seu

curso, já se considera desfalcado dos dias passados antes do

impedimento”.

XI – Multas Protelatórias

O legislador preocupa-se com a utilização dos Embargos de Declaração,

com o fito exclusivamente de procrastinar o feito, retardando a marcha do pleito,

conforme demonstra o parágrafo único do artigo acima referido:

“(...)

Parágrafo único. Quando manifestamente

protelatórios os embargos, o juiz ou o tribunal,

declarando que o são, condenará o embargante a

pagar ao embargado multa não excedente de um

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por cento sobre o valor da causa. Na reiteração de

embargos protelatórios, a multa é elevada a até

dez por cento, ficando condicionada a interposição

de qualquer outro depósito do valor respectivo.”

Decisões nesse sentido são reiteradas vezes proferidas pelos nossos

Tribunais.23

O juiz ou tribunal, conforme a hipótese, deve aplicar a sanção de ofício,

sempre fundamentando. Caso se omita, apesar de declarar manifestamente protelatório

o recurso, terão o recorrido novos Embargos de Declaração a fim de suprir a omissão.

Caso a parte que fora multada reiterar os Embargos Declaratórios, a

sanção devera ser elevada em ate 10 % (dez por cento) do valor da causa. E nessa

linha, a interposição de qualquer outro recurso pela mesma parte ficara condicionada

ao deposito do valor da multa.

XII – O Prequestionamento

O prequestionamento exigido pelos tribunais para a admissão dos

recursos especial e extraordinário. É considerado como um obstáculo de difícil

22 A reforma do Código de Processo Civil.23 “Processual civil – Embargos declaratórios julgados protelatórios – efeito interruptivo do prazo – Art. 538, parágrafo único, CPC. I– Embargos declaratórios oportunamente apresentados, mesmo sendo reiteração de anteriores embargos e ainda queconsiderados protelatórios, interrompem o prazo para o recurso cabível da decisão embargada. II – Precedentes. III – Recursoconhecido e provido”(STJ - REsp 187525-SP – 3ª T. – rel. Min. Waldemar Zveiter – j. 16.12.1999 – v.u. – site Jurisprudência/STJ).

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superação, colocado com o fim exclusivo de barrar a subida dos recursos especial e

extraordinário, dirigido ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal.

De certa forma a admissibilidade desses recursos é bastante rigorosa.

Recurso Extraordinário

O recurso extraordinário é disciplinado pelo artigo 102, III da Constituição

Federal de 1988, é o meio pelo qual se pleiteia a reforma da decisão judicial que

contraria o dispositivo da Constituição.

“Art. 102 – Compete ao Supremo Tribunal Federal,

precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

(...)

III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas

decididas em única ou última instância, quando a

decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei

federa;

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado

em face desta Constituição.

(...)

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A competência para o seu julgamento é do Supremo Tribunal Federal,

guardião da Constituição Federal, garante que seus dispositivos sejam sempre

respeitados.

A função do STF é justamente a de zelar pelo respeito à Constituição

Federal, forçoso concluir que não se está diante de um terceiro grau de jurisdição. Isso

porque o recurso extraordinário não tem por fim proteger o direito subjetivo do

recorrente, e sim de garantir a supremacia da Constituição.

O recurso extraordinário, além de previsto no art. 102, III da CF, também

tem previsão nos artigos 541 e seguintes do Código de Processo Civil.

Recurso Especial

O recurso especial foi criado pela Constituição Federal de 1988 com a

finalidade de desafogar o Supremo Tribunal Federal. A partir daí, as violações às leis

infraconstitucionais não mais deram ensejo a interposição do recurso extraordinário,

mas sim do recurso especial, cujo julgamento passou a ser do então criado Superior

Tribunal de Justiça.

O recurso especial é disciplinado pelo artigo 105, III da Constituição

Federal de 1988.

“Art. 105 – Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

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(...)

III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em

única ou última instância, pelos Tribunais Regionais

Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito

Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

b) julgar válida lei ou ato de governo local contestado

em face desta Constituição.

c) der a lei federal interpretação divergente da que

lhe haja atribuído outro tribunal”.

(...)

Da mesma forma que o recurso extraordinário, o recurso especial não se

destina a proteger o direito subjetivo da parte, não representando, pois, um terceiro

grau de jurisdição.

Juízo de admissibilidade do recurso extraordinário e especial

Os recursos, uma vez interpostos, ficam submetidos, primeiramente, ao

juízo de admissibilidade, e apensas se for positivo ao juízo de mérito. Ou seja, somente

se discute o mérito do recurso que preenche os requisitos de admissibilidade.

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Os recuso extraordinário e especial possuem pressupostos específicos de

admissibilidade.

Os pressupostos do recurso extraordinário vêm descritos no artigo 102, III,

da Constituição Federal. Esse recurso terá cabimento quando se tratar de causa

decidida em única ou última instância, e a decisão recorrida contrariar dispositivo da

Constituição; declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; ou julgar válida

lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição.

No que tange ao recurso especial, terá cabimento naquelas situações

previstas no art. 105, III, da Constituição Federal, onde é necessário que se trate de

causas decididas em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou

pelos Tribunais Estaduais, do Distrito Federal ou Territórios, e que a decisão recorrida

tenha contrariado tratado ou lei federal, ou negado-lhes vigência; julgado válida lei ou

ato do governo local contestado em face de lei federal, ou dado a lei federal

interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Para ambos os recursos são imprescindíveis que se trate de causa decida

em única ou última instância, em outras palavras, esses recursos só serão admitidos se

já tiverem sido esgotadas todas as outras vias recursais nas instâncias ordinárias, pois

caso ainda caiba algum recurso naquelas, o recurso extraordinário e o especial não

terão lugar.

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Ao se falar em causa decidida, está legitimando a exigência de

prequestionamento pelo STF e pelo STJ. È necessário que o órgão “a quo” tenha se

manifestado sobre a questão, para que o recurso extraordinário e o especial possam

ser admitidos em Instância Superior.

Assim, se o acórdão da apelação é omisso a respeito de uma questão

federal ou constitucional que devesse ter sido objeto de discussão no julgamento, a fim

de viabilizar a interposição do recurso especial ou extraordinário, deve a parte provocar

o prequestionamento daquelas questões, através de embargos de declaração.

Mesmo nestes casos devem os embargos de declaração observar os

limites traçados pelo artigo 535 do CPC, somente podendo ser recebidos se forem

apontadas obscuridade, contradição ou omissão.

Não se admite, portanto, que a parte se utilize os Embargos de

Declaração para levantar, pela primeira vez nos autos, questões que não foram objeto

de prequestionamento anterior.

XIII – Conclusão

Diante ao acima suscitado podemos concluir que os Embargos de

Declaração tem natureza jurídica de recurso estando previsto no art. 535 e seguintes do

Código de Processo Civil. Sendo cabíveis quando houver na decisão interlocutória,

sentença ou acórdão que contenham obscuridade, contradição ou omissão, tendo em

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vista que é inconcebível que fiquem sem remédio esses vícios existentes no

pronunciamento judicial, que podem levar ao comprometimento inclusive de seu

cumprimento.

Em regra, os Embargos Declaratórios se limitaram a revelar, pelo seu

próprio prolator, o verdadeiro teor da decisão embargada, não podendo, em principio,

trazer inovação alguma.

Ocorre, porém, que em determinados casos, ao serem supridas a

contradição e omissão, não há como deixar de alterar a anterior decisão, restando,

pois, reconhecido também à possibilidade de efeitos infringentes aos Embargos.

Oportuno também destacar o efeito interruptivo que lhe é inerente,

conforme expressamente dispõe a art. 538, do Código de Processo Civil, pois,

enquanto não decididos os Embargos de Declaração não se pode dizer que a decisão

atacada está apta a produzir seus efeitos.

Possui também os embargos de declaração, efeito suspensivo da

executoriedade da decisão recorrida, não permitindo que se proceda a execução

provisória.

E ainda, cumpre ressaltar que os Embargos de Declaração são também

utilizados com o objetivo de prequestionamento de questão federal ou de questão

constitucional, para efeito de viabilizar a interposição de recurso especial ou recurso

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extraordinário. Trata-se de requisito necessário à admissão desses recursos, nos quais

não se podem verificar questões que não foram objeto de tratamento no acórdão

recorrido.

Em síntese, pelas razões expostas, restam demonstrados que por serem

os embargos de declaração, em face do ordenamento processual vigente, recurso

dotado dos efeitos suspensivo e interruptivo, a decisão proferida só terá eficácia após o

julgamento dos embargos de declaração, permanecendo vigente até então a decisão

anteriormente proferida.

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