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Linha Aberta nº 675, de 10/8 a 14/8/2009 1 Embrapa Clima Temperado Ano 15, nº 675 10/8 a 14/8/2009 Mais de 100 pessoas, entre eles pesquisadores, extensionistas e produtores, participaram nesta quinta (6.8), do 11° Encontro dos Produtores de Uva e Vinho. A propriedade escolhida para o encontro, do agricultor Jordão Camelato, fica na Colônia Maciel, e é tida como referência na produção de frutas pela Embrapa Clima Temperado. Por isso, nela foi instalada uma coleção de variedades que, segundo o pesquisador da Unidade, Jair Nachtigal, vem sendo acompanhadas para avaliação de suas características produtivas. Camelato acredita que através desse tipo de reunião é possível discutir e melhorar a situação da uva e da produção de vinho em Pelotas. A produção de Jordão rende de 8 a 9 mil litros de vinho por safra. “Meu avô era imigrante italiano, e fazia vinho. Quando viemos para essa propriedade, meu pai continuou o trabalho que hoje tento aprimorar”, explica o segredo. O professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), César Rombaldi, foi um dos palestrantes do encontro. Segundo ele, apesar da evolução Encontro de Uva e Vinho reúne produtores em Pelotas Produtores trocam experiências em prol de melhorias da situação da uva e da produção de vinho do trabalho com a produção da uva, não se pode parar já que, diferente de outras regiões do Brasil, no Sul há um aumento de consumo e, consequentemente, de comercialização de suco e vinho. “Temos que garantir a estabilidade e a qualidade. As cultivares de uva são diferentes, assim os sucos e os vinhos também devem apresentar cada qual um sabor referente à cultivar com que foi elaborado”, afirma. Valdecir Ferri, também professor da UFPel, discutiu sobre as propriedades nutricionais existentes nas frutas que são transferidas para o suco sem nenhum tipo de prejuízo. “Não se perde nenhum nutriente quando é feito o suco natural da fruta”, afirma. Além disso, para ele é importante que sejam feitas combinações de diferentes culturas para a fabricação de sucos com o objetivo de aprimorar a qualidade e aproveitar as uvas que não maturaram na época do vinho. “O suco tem esse diferencial de se adaptar a diferentes tipos de colheita”, diz Valdecir. O extensionista da Emater- RS/Ascar, Luis Carlos Migliorini, conduziu as atividades de campo. Segundo ele, mostrar a propriedade, onde são demonstradas diversas tecnologias de produção de uva e vinho, reunindo as pessoas interessadas, é muito importante para o futuro das pesquisas. “Essa atividade integrada entre as instituições e as pessoas que reunimos aqui nos trazem um retorno significativo do trabalho que desenvolvemos”, afirma. Os técnicos da Embrapa Uva e Vinho, Roque Zílio e Adriano Mazzarolo, fizeram demonstração de poda de videiras comuns e de sucos e vinhos elaborados com cultivares desenvolvidas pela Embrapa. O evento foi uma parceria entre a Embrapa Clima Temperado, Embrapa Uva e Vinho, Emater-RS/Ascar e Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Encontro de Uva e Vinho reúne produtores em Pelotas · sobre as propriedades ... sucos e vinhos elaborados com ... problema de pesquisa para TCC. “Para o curso, será

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Embrapa Clima TemperadoAno 15, nº 675 10/8 a 14/8/2009

Mais de 100 pessoas, entre eles pesquisadores, extensionistas e produtores, participaram nesta quinta (6.8), do 11° Encontro dos Produtores de Uva e Vinho. A propriedade escolhida para o encontro, do agricultor Jordão Camelato, fica na Colônia Maciel, e é tida como referência na produção de frutas pela Embrapa Clima Temperado. Por isso, nela foi instalada uma coleção de variedades que, segundo o pesquisador da Unidade, Jair Nachtigal, vem sendo a c o m p a n h a d a s para avaliação de suas características produtivas. C a m e l a t o acredita que através desse tipo de reunião é possível discutir e melhorar a situação da uva e da produção de vinho em Pelotas. A produção de Jordão rende de 8 a 9 mil litros de vinho por safra. “Meu avô era imigrante italiano, e fazia vinho. Quando viemos para essa propriedade, meu pai continuou o trabalho que hoje tento aprimorar”, explica o segredo. O professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), César Rombaldi, foi um dos palestrantes do encontro. Segundo ele, apesar da evolução

Encontro de Uva e Vinho reúne produtores em PelotasProdutores trocam experiências em prol de melhorias da situação da uva e da produção de vinho

do trabalho com a produção da uva, não se pode parar já que, diferente de outras regiões do Brasil, no Sul há um aumento de consumo e, consequentemente, de comercialização de suco e vinho. “Temos que garantir a estabilidade e a qualidade. As

cultivares de uva são diferentes, assim os sucos e os vinhos também devem apresentar cada qual um sabor referente à cultivar com que foi elaborado”, afirma. Valdecir Ferri, também professor da UFPel, discutiu sobre as propriedades nutricionais existentes nas frutas que são transferidas para o suco sem nenhum tipo de prejuízo. “Não se perde nenhum nutriente quando é feito o suco natural da fruta”, afirma. Além disso, para ele é importante que sejam feitas combinações de diferentes

culturas para a fabricação de sucos com o objetivo de aprimorar a qualidade e aproveitar as uvas que não maturaram na época do vinho. “O suco tem esse diferencial de se adaptar a diferentes tipos de colheita”, diz Valdecir. O extensionista da Emater-

RS/Ascar, Luis Carlos Migliorini, conduziu as atividades de campo. Segundo ele, mostrar a propriedade, onde são demonstradas diversas tecnologias de produção de uva e vinho, reunindo as pessoas interessadas, é muito importante para o futuro das pesquisas. “Essa atividade integrada entre as instituições e as pessoas que

reunimos aqui nos trazem um retorno significativo do trabalho que desenvolvemos”, afirma. Os técnicos da Embrapa Uva e Vinho, Roque Zílio e Adriano Mazzarolo, fizeram demonstração de poda de videiras comuns e de sucos e vinhos elaborados com cultivares desenvolvidas pela Embrapa. O evento foi uma parceria entre a Embrapa Clima Temperado, Embrapa Uva e Vinho, Emater-RS/Ascar e Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

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Na quarta (5.8) foram realizadas, na sala 1 da Unidade, apresentações de novas propostas às Chamadas (Editais) dos Macroprogramas do 2° semestre deste ano. O objetivo do evento foi a discussão do mérito técnico-científico, estratégico e operacional de novas propostas, dando continuidade às linhas de pesquisa e transferência de tecnologia da Unidade e/ou abrindo novas frentes de pesquisa, alinhadas ao IV PDU, através da discussão realizada entre a equipe proponente, os membros do CTI, a Chefia de P&D e pesquisadores e analistas convidados. Cerca de 30 pessoas participaram da reunião. Foram realizadas sete apresentações, sendo quatro propostas a ser encaminhada ao

Apresentações de novas propostas às Chamadas do 2° semestre

MP2, uma ao MP3 e duas ao MP4, sobre diferentes temas, tais como: sistema de produção de arroz irrigado por aspersão, integração lavoura pecuária no bioma pampa,

leite instável não ácido (LINA), tecnologias de produção de frutas de caroço, propagação in vitro de porta-enxertos, tecnologias para o manejo racional do arroz irrigado e validação e transferência de

variedades melhoradas e crioulas de feijão, milho e cucurbitáceas. “O mais importante desse tipo de evento é a troca de experiências, informações e

opiniões para a qualificação das propostas, além de oportunidade de outros pesquisadores, que não fazem parte das equipes, contribuírem com seus conhecimentos”, afirma a secretária executiva do CTI, Marilda Porto. O próximo passo, dentro do calendário do CTI, é a entrega das propostas elaboradas dentro do modelo do Infoseg, que deve ser feita até o dia 17 de agosto,

para a rodada de avaliação pelos membros do CTI e ad hocs. Esse processo de ajustes internos se estenderá até o dia 18 de setembro, prazo final de envio das novas propostas ao DPD.

Futuros aposentados participam de reunião

Vencer etapas nem sempre é uma tarefa fácil. A aposentadoria, por exemplo, embora traga muita recompensa ao empregado, deixa saudades. Para amenizar isso, desde 2005 é desenvolvido, na Unidade o Programa de Preparação à Aposentadoria (PPA). De acordo com o coordenador do Setor de

Gestão de Pessoas (SGP), Paulo César Garcia, a reunião gera resultados positivos para os futuros aposentados. “A idéia é preparar as pessoas para que eles saiam bem e sintam-se em casa sempre”, afirma. Ana Maria

Behrensdorf, que trabalha como relações públicas na Unidade há quase 27 anos, é um dos 14 empregados que se aposentarão em setembro deste ano. Segundo ela, apesar de relutar um pouco para participar da reunião devido ao número de atividades que vem desenvolvendo, ela se surpreendeu com o resultado.

“Foi uma conversa muito franca na qual dividimos nossos medos e ansiedades”, diz ela. Em relação ao trabalho que desenvolveu e aos anos de dedicação a Embrapa, Ana Maria afirma que “a Embrapa foi um aprendizado fantástico, onde fiz amigos e tive experiências, isso não tem preço. O que construímos nesses anos de trabalho, não se acaba com a aposentadoria.” A empregada responsável pelas reuniões, Eliana Silveira, explica que o objetivo principal dos encontros é proporcionar aos empregados um momento de reflexão, onde eles possam dividir as expectativas do momento que estão vivendo. “É uma forma de dar atenção e contribuir com a preparação desses colegas que se aposentam este ano”, diz ela.

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Na sexta (31.7), os pesquisadores Gláucia de Figueiredo Nachtigal e Carlos Augusto Silveira apresentaram os resultados dos projetos referentes ao Processo de Socialização e Avaliação de Novos Contratados. O Chefe-Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento, Clenio Nailto Pillon, que esteve presente nos seminários, falou sobre as etapas pelas quais passam os novos contratados da Unidade. “A primeira coisa é conhecer as equipes, depois escolher um conselheiro técnico, para ajudar na socialização e, por fim, participar de um seminário no qual apresentará os resultados de seu trabalho”, explica. Gláucia apresentou o trabalho intitulado “Cenários de referência para um programa de controle biológico clássico do capim-annoni-2 no Brasil”. O objetivo era identificar e caracterizar os cenários associados à ocorrência do capim-annoni-2 e de seus inimigos naturais no Estado do Rio Grande do Sul de modo a possibilitar um melhor direcionamento de futuras ações de pesquisa em controle biológico da espécie como ferramenta de contenção do processo invasivo nos campos sulinos. Para o desenvolvimento do trabalho foram estabelecidas metas relacionadas à realização de expedições de coleta de inimigos naturais nativos, isolamento e identificação taxonômica de inimigos naturais, avaliação do impacto destes

Pesquisadores apresentam resultados de pesquisasagentes sobre a espécie-alvo, sistematização do impacto da invasão da espécie-alvo no RS, composição de espécies vegetais não-alvo para avaliação de risco em futuras introduções de inimigos naturais e avaliação da correspondência climática entre locais da região nativa da espécie-alvo e o Brasil. Destaque foi dado à ocorrência de ferrugem encontrada em todas as áreas visitadas, com exceção da região de Quaraí, onde o capim-annoni-2 também está menos disperso. O pesquisador Carlos Augusto Silveira apresentou o trabalho “Desenvolvimento de matrizes fertilizantes e avaliação da eficiência agronômica em sistemas de produção”. O objetivo era avaliar o efeito de fertilizantes a base de rochas, incluindo os subprodutos de mineração de xisto, em sistemas de produção de grãos. O projeto, que é constituído de dois experimentos com a cultura da soja, iniciou em 2008 e tem previsão de término em 2011. O trabalho foi desenvolvido em São Mateus do Sul (Paraná). “A proposta do trabalho foi avaliar novas fontes de nutrientes minerais para uso na agricultura, com ênfase aos pós de rochas”, disse. Todas as fontes utilizadas são originadas de rochas brasileiras. Os resultados

imediatos, observados na cultura da soja, indicam que todas as matérias-primas aumentaram s i g n i f i c a t i v a m e n t e os teores de cálcio, magnésio, fósforo, potássio e silício no solo e nas folhas da soja. “Apesar disso, para a produtividade de grãos, os resultados variaram

muito, dificultando a interpretação das respostas, no entanto, por tratar-se de rochas (matérias-primas complexas) esperamos resultados mais claros em relação à produtividade para as culturas seguintes, principalmente para o trigo”, diz Carlos Augusto.

O pesquisador da Embrapa Clima Temperado, João Carlos Medeiros Madail, realizará, no mês de setembro, um curso destinado à estagiários graduandos de qualquer área ou curso sobre “Método para a definição do problema de pesquisa”. O objetivo do curso é qualificar alunos na definição do problema de pesquisa para TCC. “Para o curso, será desenvolvida palestra sobre método de definição do problema de pesquisa, complementado com exercício com os presentes sobre o tema”, afirma o pesquisador. O curso terá uma duração de 8 horas. Os estagiários interessados em participar deverão inscrever-se na recepção da Unidade. A data será definida posteriormente, em função do número de inscritos e das restrições impostas em função da Influenza A (H1N1).

Curso orienta estagiários em relação ao TCC

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A pesquisadora da Unidade, Caroline Castro, voltou de seu pós doutorado realizado na Universidade de Wageningen, na Holanda, onde esteve por 10 meses desenvolvendo atividades no projeto financiado pelo Generation Challenge Program. O objetivo principal da pesquisa foi identificar marcadores moleculares

associados a caracteres de interesse agronômico no germoplasma de batata utilizado mapeamento por desequilíbrio de ligação. Segundo a pesquisadora, quando comparado com a Holanda, os dois países não estão tão distantes no que diz respeito à pesquisa com batata. “Os objetivos são os mesmos, o diferencial é que eles geram e dispõem de um volume de informações, tanto de dados de campo, como de laboratório, muito superior ao nosso. Com isso, associando à alta qualidade técnica da equipe, os resultados são surpreendentes”, afirma. “Algumas atividades executadas por lá e aprendidas, poderão ser desenvolvidas aqui, como a análise conjunta de dados moleculares e de campo, em prol do projeto de melhoramento genético de batata”, disse. Para ela, a principal atividade desenvolvida na Holanda foi a identificação de marcadores moleculares associados à qualidade culinária da batata, através da analise de dados de experimentos realizados em múltiplos anos e em vários locais.

Expediente: o informativo interno Linha Aberta é editado semanalmente pela Área de Comunicação e Negócios (ACN) da Embrapa Clima Temperado, nas versões on-line e impresso. Chefe-Geral: Waldyr Stumpf Jr., Chefe Administração: José Vianna Fº, Chefe ACN:

João Carlos Costa Gomes, Chefe P&D: Clenio Pillon. Edição: Christiane Congro (Mtb-SC 00825/9); Diagramação: Manoela Soares (estagiária); Circulação: Equipe da ACE. Redação: Christiane Congro e Manoela Soares (estagiária). Fotos: Larissa Carvalho, Toni Gonçalves, Manoela Soares (estagiária) e Luis Alfredo Monks. Colaboração: Carmem Pauletto (ETB), Eliz Regina Rickes (EEC) e

Rosangela Costa Alves (EEC). Fone: (53) 3275-8113. E-mail: [email protected]

11/8 - FLAVIO LUIZ COELHO DA SILVA12/8 - CLAUDIO ROGER LOY12/8 - JOSÉ ROBERTO LOPES DE LIMA14/8 - IVANILSO ROSA DE OLIVEIRA15/8 - VILSON NUNES GARCIA

Perfil da Semana

Nome: Rosângela Costa Alves Idade: 49 anosNaturalidade: PelotasTempo de Embrapa: 9 anosEsposo: Sergio Renan Silva AlvesFilho: Marcel (29) e Marina (21) Setor: Área de Comunicação e NegóciosAtividade: Agricultura Familiar, Agroecologia e EmpreendedorismoSonho: Não costumo sonhar, prefiro estabelecer metasMensagem: “Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.” (Dalai Lama)

Na segunda (3.8) dois pesquisadores da empresa GCM Variedades e Vegetales, estiveram visitando a Embrapa Clima Temperado com a finalidade de conhecer os programas de melhoramento genético de

citros existentes na Unidade. Graham Barry, da África do Sul, e Charo Marin Pastor, da Espanha estiveram visitando os plantios de citros de Rosário do Sul. “Eles ficaram impressionados com a infra-estrutura da Embrapa, com o baixo preço médio da terra na região da Campanha Gaúcha, cerca de quatro vezes menor que o da África do Sul, com os incentivos do governo brasileiro à fruticultura e com a qualidade dos frutos cítricos produzidos na região”, afirma o pesquisador Roberto

Pedroso, que fez o acompanhamento dos pesquisadores durante sua visita a Pelotas.

Unidade recebe pesquisadores do exterior

Pesquisadora retorna de Pós-Doutorado