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EP34D Fenômenos de Transporte Prof. Dr. André Damiani Rocha [email protected] Aula 13 – Transferência de Calor por Condução em Regime Transiente: Capacitância Concentrada

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Fenômenos de TransporteProf. Dr. André Damiani Rocha

[email protected]

Aula 13 – Transferência de Calor por Condução em Regime Transiente: Capacitância Concentrada

Aula 13

Condução de Calor – Regime Transiente

Muitas aplicações de transferência de calorenvolvem condução em regime transiente (ounão-permanente);

Isso ocorre devido às variações das condiçõesem função do tempo;

O objetivo agora é desenvolver um método para determinar a distribuição de temperatura em

função do tempo.

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Aula 13

Condução de Calor – Regime Transiente

O método de análise depende da natureza do

gradiente de temperatura do sistema durante um

determinado processo;

Se a temperatura do sistema é aproximadamente

uniforme, uma única temperatura pode ser utilizada

para caracterizar o tempo de resposta do sistema

com a variação das condições.

Esse método é conhecido como Método da

Capacitância Concentrada.

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Aula 13

Método da Capacitância Concentrada

A essência do método da capacitânciaconcentrada é a hipótese de que atemperatura do sólido é espacialmenteuniforme;

Essa hipótese é válida para qualquer instantedurante o processo;

Essa hipótese implica que os gradiente detemperatura no interior do sólido sejamdesprezíveis;

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Aula 13

Método da Capacitância Concentrada

Considere um metal quente forjado que se

encontra inicialmente a uma temperatura

uniforme Ti e é temperatura ao ser imerso em

líquido de menor temperatura T < Ti;

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Aula 13

Método da Capacitância Concentrada

Se dissermos que a têmpera foi iniciada notempo t = 0, a temperatura do sólido irá diminuirpara tempos t > 0, até que alcance, por fim, T.

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Aula 13

Método da Capacitância Concentrada

A partir da Lei de Fourier, a condução de calorna ausência de gradiente de temperaturaimplica na existência de uma condutividadeinfinita;

Tal condição é claramente impossível;

Entretanto, essa condição é bem aproximadase a resistência à condução no interior do sólidofor pequena compara á resistência àtransferência de calor entre o sólido e suavizinhança (convecção);

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Aula 13

Método da Capacitância Concentrada

Aplicando o balanço global de energia:

A energia deixa o sólido por convecção,

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𝐸𝑒 + 𝐸𝑔 − 𝐸𝑠 = 𝐸𝑎𝑟

− 𝐸𝑠 = 𝐸𝑎𝑟

−ℎ𝐴𝑠 𝑇 − 𝑇∞ = 𝜌∀𝑐𝑑𝑇

𝑑𝑡

Aula 13

Método da Capacitância Concentrada

Introduzindo a diferença de temperatura,

E reconhecendo que,

O balanço global de energia pode ser reescrito

como,

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𝜃 ≡ 𝑇 − 𝑇∞

𝑑𝑇

𝑑𝑡=𝑑𝜃

𝑑𝑡

−𝑑𝑡 =𝜌∀𝑐

ℎ𝐴𝑠

𝑑𝜃

𝜃

Aula 13

Método da Capacitância Concentrada

Separando as variáveis e integrando,

onde,

ou ainda,

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− 0

𝑡

𝑑𝑡 = 𝜃𝑖

𝜃 𝜌∀𝑐

ℎ𝐴𝑠

𝑑𝜃

𝜃

𝜃𝑖 ≡ 𝑇𝑖 − 𝑇∞

𝑡 =𝜌∀𝑐

ℎ𝐴𝑠𝑙𝑛

𝜃𝑖𝜃

𝜃

𝜃𝑖=𝑇 − 𝑇∞𝑇𝑖 − 𝑇∞

= 𝑒𝑥𝑝 −ℎ𝐴𝑠𝜌∀𝑐

𝑡

Aula 13

Método da Capacitância Concentrada

Esses resultados indicam que a diferença entre

as temperaturas do sólido e do fluido deve

diminuir exponencialmente para zero conforme

t se aproxima do infinito;

A transferência de energia total ocorrendo até

um instante de tempo t, é dada por,

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𝑄 = 0

𝑡

𝑞𝑑𝑡 = ℎ𝐴𝑠 0

𝑡

𝜃𝑑𝑡

Aula 13

Método da Capacitância Concentrada

Integrando,

onde, 𝜏𝑡 é conhecido como constante de

tempo térmico.

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𝑄 = 𝜌∀𝑐𝜃𝑖 1 − 𝑒𝑥𝑝𝑡

𝜏𝑡

𝜏𝑡 =1

ℎ𝐴𝑠𝜌∀𝑐

Aula 13

Método da Capacitância Concentrada

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Aula 13

Método da Capacitância Concentrada

Validade do Método

O método da capacitância concentrada é ummétodo simples;

Porém, a consideração de que a temperaturanão sofre variação espacial durante todo otempo que o processo ocorre pode não seraceitável;

Dessa forma, sob quais condições o método éválido?

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Aula 13Validade do Método

Para desenvolver um critério adequado,

considere a condução em regime estacionário

através de uma parede plana;

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Uma superfície é mantida a

uma temperatura Ts,1 e a

outra superfície encontra-se

exposta a um fluido de

temperatura T < Ts,1.

Aula 13Validade do Método

Sob a condição de regime permanente, um

balanço de energia se reduz a:

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𝑘𝐴

𝐿𝑇𝑠,1 − 𝑇𝑠,2 = ℎ𝐴𝑠 𝑇𝑠,2 − 𝑇∞

Rearranjando os termos,

𝑇𝑠,1 − 𝑇𝑠,2

𝑇𝑠,2 − 𝑇∞=ℎ𝐴

𝑘𝐴𝐿

=𝐿/𝑘𝐴

1/ℎ𝐴

Aula 13Validade do Método

Ficando,

Número de Biot (Bi)

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𝑇𝑠,1 − 𝑇𝑠,2

𝑇𝑠,2 − 𝑇∞=ℎ𝐴

𝑘𝐴𝐿

=𝐿/𝑘𝐴

1/ℎ𝐴=𝑅𝑡,𝑐𝑜𝑛𝑑𝑅𝑡,𝑐𝑜𝑛𝑣

=ℎ𝐿

𝑘= 𝐵𝑖𝑜𝑡(𝐵𝑖)

𝐵𝑖 =ℎ𝐿

𝑘

Aula 13Influência do Número de Biot

Bi << 1: para essas condições é razoável admitir

uma distribuição de temperatura uniforme

através do sólido em qualquer tempo durante um

processo transiente;

Nessa condição, a resistência à condução no

interior do sólido é muito menor do que a

resistência à convecção;

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Aula 13Influência do Número de Biot

Para valores de Biot de moderados a altos, o

gradiente de temperatura no interior do sólido

são significativos;

Logo, T = T(x,t)

O critério então será:

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𝐵𝑖 =ℎ𝐿𝑐𝑘

< 0,1

Aula 13Influência do Número de Biot

Com esse critério, o erro associado à utilização dométodo é pequeno;

Lc é o comprimento característico e é definido como,

Essa definição facilita o cálculo de Lc para sólidos deformas complicadas e reduz para a metade daespessura L para uma parede plana de espessura 2L,para r/2 para um cilindro longo e r/3 para umaesfera.

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𝐿𝑐 ≡∀

𝐴𝑠

Aula 13Exemplo 1Uma junção de termopar, que pode ser aproximada como uma

esfera, deve ser utilizada para a medida de temperatura em um

corrente de gás. O coeficiente de convecção entre a superfície

da junção e o gás é h = 400W/m2K, e as propriedades

termofísicas da junção são k = 20W/mK, c = 400J/kgK e =8500kg/m3. Determine o diâmetro necessário para que o

termopar tenha uma constante de tempo de 1s. Se a junção

encontra-se a 25oC e é colocada em uma corrente de gás a

200oC, quanto tempo levará para que a junção alcance 199oC?

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Solução em Sala de Aula

Aula 13Exemplo 2Esferas de aço com 12mm de diâmetro são temperadas através

do aquecimento a 1150K e então resfriadas lentamente até 400K

no ar ambiente para o qual T = 325K e h = 20W/m2K.

Considerando as propriedades do aço como k = 40W/mK, =7800kg/m3 e c = 600J/kg, estime o tempo necessário para o

processo de resfriamento.

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Referências

SHAPIRO, H.N.; MORAN, M.J.; MUNSON, B.R.; DEWITT, D.P.

Introdução à engenharia de sistemas térmicos:

termodinâmica, mecânica dos fluidos e transferência

de calor. Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2005. 604 p.

INCROPERA, F.P.; DEWITT, D.P.; BERGMAN, T.L.; LAVINE, A.

Fundamentos de transferência de calor e

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