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Epidemiologia e Profilaxia
J.A.L.Marinho - 2012
Infecção Hospitalar
História
Ignaz Semmelweis (1818 – 1865)
• Observa diferença na incidência de Febre Puerperal entre as parturientes atendidas por parteira e as atendidas por acadêmicos de medicina;
• Obriga os acadêmicos a lavar as mãos antes de examinar as parturientes;
• Verifica a redução na incidência de Febre Puerperal nas atendidas pelos acadêmicos;
• Iniciou o reconhecimento da infecção hospitalar e método eficaz de prevenção
A FLORA BACTERIANA É A PRINCIPAL FONTE
DE INFECÇÃO HOSPITALAR
Microrganismos (Flora) na Pele:
Residente: Staphylococcus coagulase (-)Corinebacterium sppMicrococcus spp
• Baixo potencial patogênico, a menos que sejam introduzidos no organismo por mecanismos invasivos;• Difíceis de remover mecanicamente
Flora Transiente ou Contaminante:
Escherichia coliPseudomonas aeruginosa
• Sobrevivência curta na pele• Alto potencial patogênico• Responsáveis por muitas infecções hospitalares• Disseminam a resistência antibiótica (transmissão cruzada)
Lancet Infectious Diseases 2001; April: 9-20
O Meio Hospitalar É
O Fator Facilitador
InfecçãoHospitalar
Pacie
ntes
Profissionais
Estrutura
INFECÇÃO HOSPITALAR vs PRÁTICAS HOSPITALARES
• Patologia subjacente;• Condições clínicas;• Condições de defesa.
As condições do paciente são Fatores Determinantes
• Conscientização e cuidados:HigieneAssepsia
• Ações:PrescriçõesProcedimentos invasivosProcedimentos não invasivos
Os Processos dos Profissionais são Fatores Determinantes
• Arquitetura• Características da demanda (pacientes)• Circulação de pacientes, estafe e visitas• Organização nos serviços de apóio:
Nutrição (cozinha)LavanderiaEsterilizaçãoControle de vetoresEtc.
A Estrutura, os Processos e a Logística são Fatores Determinantes
Definição
• Deve ser contraída dentro do hospital.
• Não deve estar no período de incubação quando da internação.
• A manifestação pode acontecer durante a internação ou após a alta.
Agentes envolvidos• Bactérias
• Micobactérias
• Fungos
• Vírus
• Micoplasmas
• Clamídias
• Richettsias
• Parasitas
Modos de Transmissão
a) Por contato
• Direto: de indivíduo a indivíduo (profissional da saúde a paciente,
paciente a paciente, visitante a paciente, paciente a
visitante)
• Indireto: objetos (instrumentos, agulhas, roupas, etc.)
b) Por gotículas de saliva: “teoricamente é uma forma de contato”.
c) Veículos comuns: Alimentos, água, medicamentos, equipos e equipamentos.
Incidência e Prevalência
Países desenvolvidos: 3 a 5 %
Países subdesenvolvidos: até 70%
Distribuição por serviçoClínica Médica 49%
Clínica cirúrgica 37%
Pediatria 12%
Outros 2%
Obs: os valores podem variar intra ou interinstituições e no tempo
Ap. Urinário 24,5% E coli 33%Enterocoos 15%Klebsiella 10%Pseudomonas 10%
Cateterismo vesical
Feridas cirúrgicas 19,7% S. aureus24 a 48H: Strepto. A hemolítica ouClostridium
Lesão da barreira anatômica
Ap. Respiratório 18% Gram negativos 50%KlebsiellaEnterobacterE. coliProteusPseudomonas
Indicadores de infecção exógenaP. aeruginosaP. cepatiaSerratia marcescensActinobacter
NebulizaçõesEntubação
Pele 9,7%
Sepsis 8,6%Mortalidade, 25%ou mais
Primária IntrínsecaKlebsiellaEnterobacterSerratia
Primária ExtrínsecaS. aureusEnterococosCandida (NPT)
SecundáriaAp urinário 1 a 5%Cutânea 5%Feridas 3%Pulmonares 3%
Contaminação do fluido
Pela lesão cutânea
Outras 18%
*Angus DC. *Angus DC. Crit Care Med.Crit Care Med. 2001 2001
Sepsis Grave: Um Desafio crescente nos cuidados à saúde
AtualmenteAtualmente
>750,000 casos
Sepsis Grave/ano
nos US*
FuturoFuturo
200,000
400,000
600,000
800,000
1,000,000
1,200,000
1,400,000
1,600,000
1,800,000
2001 2025 2050Ano
100,000
200,000
300,000
400,000
500,000
600,000
Casos de Sepsis gravePopulação dos US
Cas
os d
e Se
psis
Popu
laçã
o to
tal d
os U
S/10
00
INFECÇÃO HOSPITALAR: SEPSIS, UM PROBLEMA
Sepsis: Uma doença complexa
• Diagrama de Venn: relação
de componentes da sepsis
• As alterações inflamatórias
da sepsis são intimamente
ligadas a distúrbios da
hemostasia.
Adaptado de: Bone RC et al. Chest. 1992;101:1644-55.Opal SM et al. Crit Care Med. 2000;28:S81-2.
Infecção
Sepsis
SRIS
Pancreatite
Outros
Trauma
Queimadura
SRIS =Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica
SepsisGrave
Sepsis grave: Comparação com outras doenças de impacto
†National Center for Health Statistics, 2001. §American Cancer Society, 2001. *American Heart Association. 2000. ‡Angus DC et al. Crit Care Med. 2001.
0
50
100
150
200
250
300
AIDS*Colon Mama
Câncer§ ICC† Sepsis Grave‡
Cas
os/1
00,0
00
Incidência Mortalidade
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
Dea
ths/
Year
AIDS* Sepsis Gave‡
IAM†Câncer Mama§
Óbi
tos/
Ano
Identificar a Disfunção Aguda de Órgãos como marcadores de Sepsis Grave
•Taquicardia•Hipotensão PVC PAP
• Icterícia Enzimas Albumina TP
•Alteração de consciência•Confusão•Psicose
•Taquipnéia•PaO2 <70 mm Hg•SaO2 <90%•PaO2/FiO2 300
•Oligúria•Anúria Creatinine Cistatina C
Plaquetas TP/TTPa•Marcadores inflamatórios•D-dímeroLactato
META NA ATENÇÃO AO DOENTE
Agentes mais freqüentesE.coli 21%
S. aureus 11%
Streptococus 10%
P. aeruginosa 8,8%
Klebsiella 8,5%
Proteus providentia 8%
S. epidermides 4%
Enterobacter 4,9%
Candida 3,6%
Morbidade e LetalidadeMorbidade (Brasil): 5 a 15% dos internados
Letalidade (Brasil): 5 a 12%
Responsável por 67% dos óbitos em pacientes não terminais
Aumenta a permanência hospitalar
Diminui a expectativa de vida
Aumenta o sofrimento
Aumenta os custos
Fatores predisponentes
Comprometimento da barreira anatômica
O meio hospitalar
Uso indiscriminado de antibióticos
Grupos mais afetados
Pacientes mais idosos
Doenças de base mais graves
Feridas cirúrgicas contaminadas
Infecção preexistente
"as infecções hospitalares passíveis de prevenção são primariamente causadas por problemas no cuidado ao paciente, como o uso e manutenção de sondas urinárias, catéteres venosos e terapia respiratória, bem como na ausência do hábito de lavar as mãos e a má técnica cirúrgica".
Haley e Garner (1986), in-Dora Chor. Cad. Saúde Pública v.6 n.2 Rio de Janeiro abr./jun. 1990
30% DAS INFECÇÕES HOSPITALARES SÃO PASSÍVEIS DE PREVENÇÃO
A VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA/BUSCA ATIVA
DA INFECÇÃO HOSPITALAR É FUNDAMENTAL
Utilizar os indicadores
A BUSCA ATIVA É EFETIVA E IMPORTANTE NO DIAGNÓSTICO DE
INFECÇÃO HOSPITALAR
Dora Chor. Cad. Saúde Pública v.6 n.2 Rio de Janeiro abr./jun. 1990
A VIGILÂNCIA/BUSCA ATIVA PÓS-ALTA EM PACIENTES CIRÚRGICOS APRIMORA O
DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO HOSPITALAR E AUMENTA A INCIDÊNCIA
750 Pacientes cirúrgicos:• 87 infecções hospitalares (incidência de 11,9%)
38% foram diagnosticadas após a alta hospitalar
Tempo médio do diagnóstico após a alta: 11,3 ± 6,4 dias
Maria A. Martins et all. Cad. Saúde Pública v.24 n.5 Rio de Janeiro maio 2008
Estratégias Preventivas
a) Medidas eficazes• Lavar as mãos• Uso de luvas, máscaras, aventais, protetores para olhos• Drenagem urinária fechada• Cuidados com equipamentos de terapia respiratória• Esterilização adequada de materiais• Profilaxia para feridas cirúrgicas contaminadas selecionadas• Triagem de doadores em relação a doenças infecciosas• Prescrição criteriosa de antibióticos
b) Medidas de Eficácia Provável
• Programas educativos• Processos de isolamento
c) Medidas de Eficácia Duvidosa• Irrigação de cateteres urinários com antibióticos• Profilaxia peri-operatória para cirurgias assépticas• Rotina de cultura no meio hospitalar• Luz ultravioleta
http://www.cdc.gov/ncidod/dhqp/pdf/nnis/NosInfDefinitions.pdf
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