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Escutar a cidade: dos pecados urbanos à energia bip-zip Helena Roseta Fórum Lisboa, 14.5.2015 Há 41 anos, Portugal viveu a alegria do 25 de Abril, que nos devolveu a esperança e a liberdade. Viveu-se nessa altura um período de intensa mobilização em torno da habitação e dos direitos sociais, com comissões de moradores e trabalhadores a surgir por todo o país, trazendo consigo uma visão livre e activa da solidariedade. Com o 25 de Abril e o regresso de centenas de milhar de pessoas das ex-colónias , acelerou-se em Portugal o processo de urbanização e suburbanização, com novas cidades, novos modelos de família e novas necessidades. E com a globalização mudaram profundamente os estilos de vida. Mudou também o rosto de muitas das nossas cidades. Vivemos hoje em cidades atravessadas por grandes paradoxos, que também são pecados sociais: O paradoxo da solidão: quanto maior o número de pessoas, maior a quantidade de situações de isolamento e de indiferença. O paradoxo da abundância: quanto mais a cidade oferece, menos satisfaz. A banalização do supérfluo coexiste com as maiores privações. O paradoxo da identidade: quanto mais se desenvolve a cidade, mais se desfigura. A forma segue a finança. O paradoxo da mobilidade: gastamos cada vez mais dinheiro para fazer cada vez mais acessos, que ficam cada vez mais engarrafados, fazendo-nos perder cada vez mais tempo. O paradoxo do progresso: temos cada vez mais capacidade para fazer face às necessidades contemporâneas; mas estamos a tornar as cidades cada vez mais vulneráveis e desiguais. O paradoxo da democracia: sabemos cada vez mais, podemos cada vez menos. À escala macro e à escala micro, o desafio é também cívico. Como combater estas desigualdades sociais e estes pecados urbanos? Como fazer cidades que não estejam contra as pessoas? É preciso mudar o nosso olhar sobre a cidade. E impedir que o poder financeiro se sobreponha ao poder dos cidadãos. O planeamento urbano ainda vive do paradigma hierárquico ou autoritário: o poder é todo dos “decisores iluminados”. Esta lógica convive com a especulação e promove a desigualdade. As regras do jogo têm de mudar. Participar não é apenas receber informação, ou tentar obtê-la por todos os meios. Participar implica poder influenciar e mudar as decisões.

Escutar a cidade: dos pecados urbanos à energia bip-zip · 2015. 6. 2. · Escutar a cidade: dos pecados urbanos à energia bip-zip Helena Roseta Fórum Lisboa, 14.5.2015 Há 41

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Escutar a cidade: dos pecados urbanos à energia bip-zip

Helena Roseta

Fórum Lisboa, 14.5.2015

Há 41 anos, Portugal viveu a alegria do 25 de Abril, que nos devolveu a esperança e a

liberdade. Viveu-se nessa altura um período de intensa mobilização em torno da habitação e

dos direitos sociais, com comissões de moradores e trabalhadores a surgir por todo o país,

trazendo consigo uma visão livre e activa da solidariedade.

Com o 25 de Abril e o regresso de centenas de milhar de pessoas das ex-colónias , acelerou-se

em Portugal o processo de urbanização e suburbanização, com novas cidades, novos modelos

de família e novas necessidades. E com a globalização mudaram profundamente os estilos de

vida. Mudou também o rosto de muitas das nossas cidades.

Vivemos hoje em cidades atravessadas por grandes paradoxos, que também são pecados

sociais:

O paradoxo da solidão: quanto maior o número de pessoas, maior a quantidade de

situações de isolamento e de indiferença.

O paradoxo da abundância: quanto mais a cidade oferece, menos satisfaz. A

banalização do supérfluo coexiste com as maiores privações.

O paradoxo da identidade: quanto mais se desenvolve a cidade, mais se desfigura. A

forma segue a finança.

O paradoxo da mobilidade: gastamos cada vez mais dinheiro para fazer cada vez mais

acessos, que ficam cada vez mais engarrafados, fazendo-nos perder cada vez mais

tempo.

O paradoxo do progresso: temos cada vez mais capacidade para fazer face às

necessidades contemporâneas; mas estamos a tornar as cidades cada vez mais

vulneráveis e desiguais.

O paradoxo da democracia: sabemos cada vez mais, podemos cada vez menos. À

escala macro e à escala micro, o desafio é também cívico.

Como combater estas desigualdades sociais e estes pecados urbanos? Como fazer cidades que

não estejam contra as pessoas?

É preciso mudar o nosso olhar sobre a cidade. E impedir que o poder financeiro se sobreponha

ao poder dos cidadãos. O planeamento urbano ainda vive do paradigma hierárquico ou

autoritário: o poder é todo dos “decisores iluminados”. Esta lógica convive com a especulação

e promove a desigualdade. As regras do jogo têm de mudar. Participar não é apenas receber

informação, ou tentar obtê-la por todos os meios. Participar implica poder influenciar e mudar

as decisões.

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Tive a sorte, como vereadora em Lisboa, de tentar esta mudança - com uma nova estratégia

para a habitação na cidade e com novos programas e políticas, sempre fundados em métodos

participativos.

Fomos à procura dos bairros com mais dificuldades, através do conceito que criámos de BIP-

ZIP – Bairros de Intervenção Prioritária / Zonas de intervenção Prioritária, onde se encontram

as maiores desigualdades sociais, económicas, urbanísticas e ambientais. A estes territórios

quisemos dar prioridade, recusando a designação de “bairros críticos” que é, já em si, um

estigma. São, ao contrário, territórios onde a autarquia tem o dever de intervir com prioridade,

ao longo de 10 anos, que é o prazo de vigência do Plano Director Municipal.

Identificámos 67 BIP-ZIP em Lisboa, entre bairros históricos, áreas de génese ilegal, bairros

sociais e outras tipologias. Foi aprovada a Carta dos BIP-ZIP que faz parte do novo PDM e

criados, nalguns deles, Gabinetes de Apoio (GABIP) que são estruturas de co-governo,

envolvendo obrigatoriamente a câmara, a freguesia e os moradores.

Acreditamos que mesmo nas situações mais difíceis é sempre possível melhorar a qualidade de

vida das pessoas. Acreditamos que os processos participativos devem estar sempre na base da

construção da cidadania.

Temos de reconciliar a visão tradicional dos decisores com as ideias e visões dos cidadãos,

criando novos consensos com base nas redes ou heterarquias, em vez das hierarquias. É disso

que trata o urbanismo emergente: planeamento de baixo para cima, com as pessoas e para as

pessoas.

A experiência dos BIP-ZIP em Lisboa mostra que há uma enorme energia disponível, desde que

sejam criadas condições para isso. Um pouco por toda a cidade, associações, IPSS, paróquias,

juntas de freguesia, escolas e grupos de cidadãos têm levado a cabo projectos de melhoria dos

seus bairros, que são escolhidos anualmente por concurso, através do programa BIP-ZIP e que

apoiados financeiramente pela câmara, com um limite máximo de 50.000€.

O programa BIP-ZIP é muito aberto e as temáticas que têm surgido são diversas, podendo ser

classificadas, de acordo com o principal objectivo, nas seguintes categorias: promoção da

cidadania, competências e empreendedorismo, melhorar a vida no bairro, prevenção e

inclusão e reabilitação e requalificação de espaços. O programa tem tido um envilvimento

crescente de entidades e da sociedade civil, como mostra o seguinte quadro:

Edição Candidaturas Entidades envolvidas

Projectos aprovados

Financiamento municipal

2011 77 169 33 1M€

2012 106 285 28 1M€

2013 108 290 52 1,5M€

2014 146 362 39 1,6M€

Fonte: http://habitacao.cm-lisboa.pt/index.htm?no=2730001

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Como disse o Papa Francisco: “Quantas vezes Jesus bate à porta para sair cá para fora e nós

não deixamos, por uma questão de segurança, porque nos fechamos em estruturas caducas

que só servem para nos fazer escravos e não livres filhos de Deus?”

O apelo da cidade chega-nos de todo o lado. Só temos de estar disponíveis para o saber

escutar. “Quem tiver ouvidos para ouvir, que oiça.” (Mat, 13-9)

Para saber mais:

As iniciativas do programa BIP-ZIP podem ser acompanhadas no facebook através de

https://www.facebook.com/Energia.bipzip

Um catálogo da exposição “Energia Bip-Zip”, realizada no MUDE em 2013, pode ser

consultado em http://habitacao.cm-lisboa.pt/?no=270900%2C097

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Escutar a cidade

Helena Roseta

Fórum Lisboa, 14.5.2015

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Há 41 anos, Portugal viveu a alegria do 25 de Abril, que nos devolveu a esperança e a liberdade.

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Viveu-se nessa altura um período de intensa mobilização em torno da habitação e dos direitos sociais, com comissões de moradores e trabalhadores a surgir por todo o país, trazendo consigo uma visão livre e activa da solidariedade.

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Com o 25 de Abril e o regresso de centenas de milhar de pessoas das ex-colónias , acelerou-se em Portugal o processo de urbanização e suburbanização, com novas cidades, novos modelos de família e novas necessidades.

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Século XII Século XVI Século XIX Século XX - até 1979Século XX - até 1989Século XX - até 2001

Evolução histórica do número de cidades em Portugal

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E com a globalização mudaram profundamente os estilos de vida

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Mudou também o rosto de muitas das nossas cidades

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Vivemos hoje em cidades atravessadas por grandes paradoxos, que também são pecados sociais.

O paradoxo da solidão: quanto maior o número de pessoas, maior a quantidade de situações de isolamento e de indiferença.

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O paradoxo da abundância: quanto mais a cidade oferece, menos satisfaz. A banalização do supérfluo coexiste com as maiores privações.

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O paradoxo demográfico: quanto mais envelhecidas, mais fechadas se tornam as sociedades urbanas ocidentais; quanto mais fechadas, maior o desequilíbrio demográfico.

As fronteiras geográficas foram substituídas pelas fronteiras do medo.

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O paradoxo da identidade: quanto mais se desenvolve a cidade, mais se desfigura. A forma segue a finança.

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O paradoxo da mobilidade: gastamos cada vez mais dinheiro para fazer cada vez mais acessos, que ficam cada vez mais engarrafados, fazendo-nos perder cada vez mais tempo.

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O paradoxo do progresso

Temos cada vez mais capacidade para fazer face às necessidades contemporâneas; mas estamos a tornar as cidades cada vez mais vulneráveis e desiguais.

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O paradoxo da democracia: sabemos cada vez mais, podemos cada vez menos. À escala macro e à escala micro, o desafio é também cívico.

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Como combater estas desigualdades e estes pecados sociais? Como fazer cidades que não estejam contra as pessoas?

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É preciso mudar o nosso olhar sobre a cidade. E impedir que o poder financeiro se sobreponha ao poder dos cidadãos.

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O planeamento urbano ainda vive do paradigma hierárquico ou autoritário: o poder é todo dos “decisores iluminados”. Esta lógica convive com a especulação e promove a desigualdade.

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As regras do jogo têm de mudar. Participar não é apenas receber informação, ou tentar obtê-la por todos os meios. Participar implica poder influenciar e mudar as decisões.

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Tive a sorte, como vereadora em Lisboa, de tentar esta mudança - com uma nova estratégia para a habitação na cidade e com novos programas e políticas, sempre fundados em métodos participativos.

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Variáveis ambientais

Variáveis urbanísticas

Variáveis socio-económicas

Fomos à procura dos bairros com mais dificuldades,

através do conceito de BIP-ZIP.

BIP-ZIP

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Identificámos 67 BIP-ZIP em Lisboa, entre bairros históricos, áreas de génese ilegal, bairros sociais e outras tipologias. Foi aprovada a Carta dos BIP-ZIP que faz parte do novo PDM.

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Acreditamos que mesmo nas situações mais difíceis é sempre possível melhorar a qualidade de vida das pessoas. Acreditamos que os processos participativos devem estar sempre na base da construção da cidadania.

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Temos de reconciliar a visão tradicional dos decisores com as ideias e visões dos cidadãos, criando novos consensos com base nas redes ou heterarquias, em vez das hierarquias. É disso que trata o urbanismo emergente: planeamento de baixo para cima, com as pessoas e para as pessoas.

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PROMOÇÃO DA CIDADANIA

QUAIS SÃO AS TEMÁTICAS DOS PROJECTOS?

EXEMPLO: A LINHA

A experiência dos BIP-ZIP em Lisboa mostra que há uma enorme energia disponível, desde que sejam criadas condições para isso. Um pouco por toda a cidade, associações, IPSS, paróquias, juntas de freguesia , escolas e grupos de cidadãos têm levado a cabo projectos de melhoria dos seus bairros, que são escolhidos anualmente por concurso e que a Câmara apoia financeiramente.

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QUAIS SÃO AS TEMÁTICAS DOS PROJECTOS? EXEMPLO: REMIX

MELHORAR A VIDA NO BAIRRO

COMPETÊNCIAS E EMPREENDEDORISMO

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PREVENÇÃO E INCLUSÃO

REABILITAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO DE ESPAÇOS

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Como disse o Papa Francisco: “Quantas vezes Jesus bate à porta para sair cá para fora e nós não deixamos, por uma questão de segurança, porque nos fechamos em estruturas caducas que só servem para nos fazer escravos e não livres filhos de Deus?”

O apelo da cidade chega-nos de todo o lado. Só temos de estar disponíveis para o saber escutar.