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Março de 2010 | Ano 2 | Nº 6 Universidade Veiga de Almeida | Comunicação Social Jornal Laboratório do curso de Jornalismo Arte na ponta dos pés No último semestre, duas escolas abriram as portas na região, formando profissionais do balé e mostrando que a dança clássica ainda fascina a atual geração 4 O carnaval não termina na quarta de cinzas Projeto Tamborim Sensação realiza ensaios técnicos e oferece aulas de percussão o ano todo 7 Moradores e comerciantes sofrem com as assinaturas daqueles que desejam protestar, marcar território ou somente sujar as ruas 3 Conhecer uma cultura diferente é apenas um dos benefícios do intercâmbio 9 Arte dramática Centro Cultural Veiga de Almeida realiza o Festival de Teatro, que, além de oferecer workshops, traz peças com entrada gratuita 3 Bares, restaurantes e bailes. Há opções para o público de todas as idades 5 Segundo esporte mais praticado no mundo tem raquete e peteca 6

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Segundo esporte mais praticado no mundo tem raquete e peteca 6 Março de 2010 | Ano 2 | Nº 6 No último semestre, duas escolas abriram as portas na região, formando profissionais do balé e mostrando que a dança clássica ainda fascina a atual geração 4 Bares, restaurantes e bailes. Há opções para o público de todas as idades 5 Centro Cultural Veiga de Almeida realiza o Festival de Teatro, que, além de oferecer workshops, traz peças com entrada gratuita 3

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Março de 2010 | Ano 2 | Nº 6

Universidade Veiga de Almeida | Comunicação SocialJornal Laboratório do curso de Jornalismo

Arte na ponta dos pés

No último semestre, duas escolas abriram as portas na região, formando profissionais do balé e mostrando que a dança clássica ainda fascina a atual geração 4

O carnaval não termina na quarta de cinzasProjeto Tamborim Sensação realiza ensaios técnicos e oferece aulas de percussão o ano todo 7

Moradores e comerciantes sofrem com as assinaturas daqueles que desejam protestar, marcar território ou somente sujar as ruas 3

Conhecer uma cultura diferente é apenas um dos benefícios do intercâmbio 9

Arte dramáticaCentro Cultural Veiga de Almeida realiza o Festival de Teatro, que, além de oferecer workshops, traz peças com entrada gratuita 3

Bares, restaurantes e bailes. Há opções para o público de todas as idades 5

Segundo esporte mais praticado no mundo tem raquete e peteca 6

2 Março de 2010 | Ano 2 | Número 6

Terceira idade em ação Rodrigo Camuri

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como “Feijão”, está no Viver Melhor desde sua fundação e é só elogios aos alunos. “Dar aulas para esses idosos é uma gratificação muito grande, fico feliz em vez a felicidade e a disposição de cada um dele”, diz o professor.

Para participar das aulas, é preciso ter mais de 55 anos, possuir renda mensal de até três salários mínimos e estar com os exames médicos em dia, principalmente o cardiológico. As aulas acontecem em dois turnos, das 7h às 10h e das 13h às 17h. Mais informações na secretaria do América, na Rua Campos Sales, 118, ou pelo telefone 2567-7478.

Em 2004, o Governo do Estado do Rio de Janeiro criou um projeto de atividade física para atender idosos que não tinham condições de pagar uma academia ou um clube. Batizado de Viver Melhor, está localizado em pontos estratégicos da cidade. Na Tijuca, faz atendimentos no América Futebol Clube e oferece aulas gratuitas à população que chegou à melhor idade. O projeto não tem fins lucrativos e tem como objetivo sensibilizar a comunidade quanto aos cuidados com a saúde, oferecendo o serviço aos idosos carentes.

No comando das aulas de ginástica e hidroginástica, o professor de Educação Física Fernando Oliveira, mais conhecido

Reitor: Dr. Mario Veiga de Almeida Júnior

Vice-Reitor: Prof. Tarquínio Prisco Lemos da Silva

Pró-Reitor Acadêmico: Arlindo Cadarett Vianna

Reportagens, edição e diagramação: alunos do 6º

período, disciplina de Edição

Professor-orientador e edição final: Érica Ribeiro

AgênciaUVA

Redação: Rua Ibituruna 108, Casa da Comunicação, 2º

andar. Tijuca, Rio de Janeiro - RJ 20271-020

Telefone: 21 2574-8800 (ramais: 319 e 416)

Site: www.agenciauva.com.br

e-mail: [email protected]

Oficina de Propaganda: [email protected]

Impressão: Gráfica O Lance

Tiragem: 2.000 exemplares

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

Jornal Laboratório Esquina Grande Tijuca

Março de 2010 | Ano 2 | Número 6

Pró-Reitor Comunitário: Dr. Antônio Augusto de Andrade

Magaldi

Diretor Administrativo-Financeiro: Mauro Ribeiro Lopes

Diretor do Campus Tijuca: Prof. Abílio Gomes de

Carvalho Júnior

Curso de Comunicação Social reconhecido pelo MEC em

07/07/99, parecer CES 694/99

Coordenador: Prof. Luís Carlos Bittencourt

Coordenador de Publicidade: Prof. Oswaldo Senna

O Esquina Grande Tijuca é um produto da Oficina de Jornalismo

junto à AgênciaUVA

O ano de 2010 tem início e mais

um número do Esquina Grande Tijuca

chega às suas mãos. Desta vez, os

estudantes de Jornalismo pensaram

em uma edição mais leve, mesmo

que ainda apresente alguns assuntos

que nos levem à loucura, como as

pichações nos muros da cidade.

A terceira idade, ou melhor idade,

volta a ter espaço aqui. O pessoal

aparece em dois momentos: em uma

matéria sobre o projeto Viver Melhor

e em outra representada por Maria

da Conceição, que aproveita todos

os bailes do Club Municipal, uma das

muitas opções de lazer da região.

A dança também está presente

com os bailarinos das escolas de balé

da região, que formam uma nova

legião de fãs dessa dança clássica.

Atendimento jurídico e teatro de graça,

esporte e muita música com o Tamborim

Sensação completam a edição.

Aproveite e boa leitura!

Março de 2010 | Ano 2 | Número 6 3

Arte para uns, dor de cabeça para outrosJuliana Xavier

A pichação está presente no cotidiano do tijucano. Seja nos muros de casas, prédios, passarelas e até nas árvores, que não escaparam de tal depredação. Essa é uma prática que interfere no espaço e que desagrada aos donos de paredes brancas, empresários e outros que têm seu patrimônio atingido pelos pichadores. A pichação subverte valores, é espontânea e a prática pode revelar protestos políticos, trazer xingamentos e dar voz a gangues. Mas seja qual for o objetivo do ato, ele é crime contra a ordem pública.

Os mais prejudicados com essa forma de expressão são os comerciantes e empresários que reclamam dos prejuízos que têm por conta das pichações e afirmam que não adianta pintar as paredes sujas, pois elas voltam a ser pichadas novamente, “Se você pintar, dois dias depois eles picham de novo. É um ciclo vicioso”, reclama o comerciante Rogério Gomes que já teve pichado até o chão da rua em frente a sua loja, situada na praça Saens Peña.

Um dos fatores que estimula a pichação é a “fama” entre os grupos de pichadores, tornando a infração uma verdadeira competição entre gangues. “O reconhecimento do pichador é um reconhecimento errado, pois a falta de recursos para se fazer uma arte é o que impulsiona o pichador a pichar”, afirma o estudante Marcelo Augusto Lemos, que sugere a criação de “clubes” voltados somente para pichadores e grafiteiros como uma das formas para a diminuição da pichação. “A solução seria criar uma espécie de clube e não usar as paredes públicas, o que desvaloriza a cidade”, completa o estudante.

O ato de depredar o patrimônio público acarreta altos gastos para os cofres do município. De acordo com a Comlurb, não há um custo específico para remover pichações, já que está incluída na rotina de limpeza de logradouros, mas só a Prefeitura do Rio gasta R$700 mil por ano para fazer reparos nos monumentos. Ainda segundo a Comlurb, essas despesas incluem a limpeza diária de pichações e raspagem de propaganda irregular colada em postes.

É importante lembrar que no Brasil quem picha edificações ou qualquer monumento urbano comete crime ambiental de acordo com o artigo 65 da Lei 9.605 de 1998, que estipula pena de três meses a um ano de detenção e multa para o praticante. Mas se o ato for praticado em monumento ou patrimônio tombado, devido a seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena de detenção é mais pesada e pode variar de seis meses a um ano, além do pagamento de multa.

O desrespeito está visível em qualquer muro da região, seja público ou particularFo

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De carteirinhaRenata Azeredo

Tijuca, bairro carioca localizado na Zona Norte do Rio, rico em história, belezas naturais e diversidade cultural. Quem só mora na região é chamado de tijucano, mas os que trabalham, estudam e se divertem são mais que isso: tijucanos de carteirinha.

As inúmeras opções de lazer e o tempo corrido são os principais motivos para que esses moradores optem por ficam na região. Criada no bairro, a estudante de Design de Moda, Gabriele Figueiredo, de 20 anos, não vê outra alternativa. “Eu trabalho e estudo no mesmo lugar, chega no final de semana não tenho vontade de me locomover para longe. Posso fazer tantas coisas por aqui. Costumo passear no Shopping Tijuca e vou ao Buxixo com meus amigos. Adoro a Tijuca”.

Quem também não abre mão do bairro é a professora de Inglês Karla Soares, de 41 anos. “Moro na Tijuca há muito tempo. Tenho duas filhas pequenas que nasceram aqui. Trabalho do lado da minha casa e, quando saio, exploro os restaurantes e barzinhos que a Tijuca oferece”.

Teatro de graça para todosJuliana Alchorne

Para quem gosta de teatro, o Centro Cultural Veiga de Almeida (CCVA) apresenta ao longo do ano peças de sucesso com preços promocionais ao público. Dirigido por Maria Anunciata Veiga de Almeida, o CCVA promove o acesso à cultura e ao lazer para os estudantes da Universidade Veiga de Almeida e moradores da região, por meio do Festival de Teatro do Rio, com espetáculos teatrais realizados no teatro da Universidade.

Festival de Teatro do RioO CCVA é responsável pela produção

do Festival de Teatro do Rio, que surgiu em 1993 em uma iniciativa corajosa de um pequeno grupo teatral da Universidade e acontece desde sem interrupções.

Atualmente, o Festival apresenta sete espetáculos selecionados pelo corpo de jurados, homenageia um ator ou uma atriz e desenvolve debates entre o público e os diretores teatrais. A plateia pode dar opinião crítica das peças de teatro pelo voto popular.

Mas a participação do público não se restringe a isso. Durante o evento, grandes nomes do teatro, como o diretor Hamilton Vaz Pereira, oferecem oficinas gratuitas.

Para a produtora executiva do Festival, Bruna Silveira, essa é a chance de participar para aqueles que não tem a oportunidade ou o hábito de ir ao teatro. “O Festival de Teatro do Rio torna acessível assistir várias peças de teatro de diversos temas, e tudo isso de graça, se tornando uma opção de lazer para todas as idades”.

A assistente de produção e atriz Clarissa Castedo diz que é fundamental em um ambiente acadêmico o incentivo cultural. “Essa participação da universidade para eventos culturais, abre caminhos e aumenta o network dos alunos e da instituição”.

Todos os estados do Brasil podem participar do Festival e as inscrições são gratuitas. Para este ano, além da realização do Festival de Teatro, outros projetos estão em negociação e serão divulgados em breve.

Denuncie os atos de vandalismoDisque Denúncia: 2253-1177 ou Prefeitura: www.rio.rj.gov.br

Informações sobre o Festival de Teatro do Rio: www.uva.br/festivaldeteatro

4 Março de 2010 | Ano 2 | Número 6

Quem dança é mais felizNúmero de escolas de balécresce e desenvolve o sentimento artístico no bairro da Tijuca

Denise Guerchon e Valéria Castor

Plié, tandue e geteé são algumas das principais palavras que as bailarinas ouvem desde a iniciação em dança. Além disso, elas começam a se acostumar com um repertório de músicas geralmente muito usado nas aulas – e nos palcos – quando se trata de balé clássico. Agora, o bairro da Tijuca tem ecoado bastante esse som, pois, nesse local, é notável o crescimento de escolas que passam esses ensinamentos adiante.

Com cuidado e dedicação essas instituições de ensino procuram formar profissionais da arte de dançar. Mas, segundo o corpo docente das companhias recentemente criadas na Tijuca, a meta desejada é preparar cidadãos para que busquem a vida sem desistências diante de barreiras e dificuldades. Esta força para correr atrás dos sonhos é também uma das questões que as bailarinas mais aprendem desde o início da vida artística.

No Instituto Cultural Giuseppe Laricchia, os professores se preocupam com o emocional das alunas antes mesmo da técnica. As meninas, mesmo as mais novas, se esforçam para dar os primeiros passos. Mas para que tudo saia com qualidade, elas recebem orientação das professoras, que estão sempre atentas à saúde das alunas. “Acho que, quando você trabalha o corpo e a mente, o benefício é para você mesmo. Em um país com muita violência, por exemplo, como o nosso, você focar a juventude para trabalhar corpo e mente trás benefícios a toda a sociedade”, diz Norma Sampaio, secretária do local, que funciona há seis meses.

Outra escola focada também na arte clássica é a Ballet ARRJ Ana Palmieri e Rômulo Ramos. O próprio Rômulo, bailarino formado pelo Teatro Municipal, salienta que os princípios básicos nas aulas são a disciplina e a força de vontade. “O balé é uma modalidade que leva de oito a nove anos para se formar. Mas eu procuro diminuir esse tempo para os alunos poderem aproveitar também esses ensinamentos e curtirem a parte da dança em si”, afirma o dono da organização, que já tem quatro meses de funcionamento. “Além de ensinar, procuramos passar todo o espírito de palco, para que elas possam, de repente, seguir carreira se essa for a sua meta”, completa.

Para a professora Valéria Matos, do Instituto Cultural Giuseppe Laricchia, a persistência é o segredo. “O objetivo é o educacional, para disciplinar a criança em todas as áreas da sua vida. O ser humano necessita de disciplina, ele gosta disso. Então o professor tem de persistir nisso, saber impor limites.”, aponta. Ela, que já tem 18 anos de prática, faz questão de demonstrar o quanto acha necessário que meninos também sejam incentivados a descobrir os segredos da dança e ressalta a responsabilidade que eles têm pela menina que está junto em cena. “Ele tem de carregar a bailarina, levantá-la, colocá-la nos ombros, e precisa de muita força para isso. Todos esses são comportamentos de cavalheirismo. Nos primeiros movimentos a gente trabalha a masculinidade. Por isso, se o professor tiver consciência e persistência, ele não vai deixar esse bailarino ficar afeminado”, conclui.

Escolas que fazem história

Grupo de bailarinas dança o balé ‘O Corsário’, no espetáculo de final de ano da Spinelli

Aluna da Ballet ARRJ Ana Palmieri e Rômulo Ramos Escola de Dança em treinamento

Com o mesmo intuito de semear o sentimento do coletivo, outras instituições com mais tempo de fundação foram encontrando, nos arredores da Tijuca, a fonte para alcançar os objetivos dessa expressão artística. Entre elas, as que mais se destacam são o Conservatório Brasileiro de Dança e a Escola de Dança Spinelli. Esta última completou 25 anos em novembro de 2009 e procura introduzir os ensinamentos da arte de dançar para crianças, jovens e adultos.

Segundo Elisabete Spinelli, diretora da escola, o aniversário significa muito mais conquistas do que derrotas, já que houve crescimento mesmo com acontecimentos ruins. “A Spinelli nasceu de um sonho que eu tinha com a minha irmã e minha mãe, de profissionalizar a juventude não só em dança como também em uma parte cultural envolvida com a arte de um modo geral. E desde então todos esses anos me ensinaram muito. E a dança é assim: abre nossos olhos para vermos que sempre crescemos com conquistas e derrotas”, diz a empresária, que já levou suas bailarinas para festivais, concursos e apresentações dentro e fora do país.

Segundo a aluna Rayane Gomes, 13 anos, que já participou de vários festivais com a escola de Elizabeth, os ganhos são sempre a experiência e o valor intelectual. “Você tem que saber dançar em grupo, não pensar só em si mesmo. Você aprende também a se comportar dentro de sala de aula, e como dançar em um palco. Para mim, a falta do ballet é como ter um buraco no meu dia a dia”.

Fotos: Denise Guerchon

Março de 2010 | Ano 2 | Número 6 5

As opções de um bairro que reúne vários tribosAnanda Menali, Fernando Nogueira e Karen Russo

A Tijuca é um lugar com pessoas de estilos diferentes. O bairro nobre das décadas passadas deu lugar à classe média, aprendendo a misturar favelas e prédios luxo. Justamente por isso é que moradores e frequentadores desenvolveram características distintas. Isso pode ser notado nas variadas opções de bares e boates, que atendem a todos os tipos de classes, idades e gostos musicais. É só escolher o destino: tomar um chopp e comer um petisco, dançar funk ou samba, ver shows de rock’n’roll ou até mesmo se divertir em um tradicional baile da terceira idade.

Para os mais velhos, uma ótima pedida é o “Baile da Melhor Idade”, que ocorre todas as segundas-feiras, das 16h às 20h, no Club Municipal, na Rua Haddock Lobo. A festa fica sempre cheia de pessoas interessadas em dançar, como a aposentada Maria da Conceição, de 72 anos, que sempre vai ao baile. “É uma maneira de me divertir, fazer novos amigos e paquerar”.

Se a diversão para os mais velhos é garantida, para os jovens não poderia ser diferente. A quadra da Acadêmicos do Salgueiro, campeã no Carnaval 2009, está sempre lotada. Às sextas-feiras, o funk embala homens e mulheres que gostam de rebolar e beijar na boca. No sábado, a vez é da Bateria “Furiosa” da escola entrar em ação, para a felicidade de quem tem samba no pé. Entre eles, Eduardo Gomes, de 26 anos. “Chega o final de semana e já saio do trabalho direto pra quadra. Todo mundo precisa se divertir na vida, né?”, indaga o técnico de informática.

Já para aqueles que gostam de um som mais pesado, o bairro tem um ponto ideal: o Heavy Duty Beer Club, o antigo Garage, situado na Praça da Bandeira. A fama na região é motivada, em grande parte, pela “simpatia” do Zeca, o administrador do recinto. Reza a lenda que os clientes ficam na porta do bar ouvindo hard rock, de braços cruzados ou mão na cintura, bebendo cerveja, batendo os pés e estalando os dedos como se estivessem em plenos anos 80. Carolina Souza, de 21 anos, costuma ir ao local quase toda semana e se diverte com os bêbados da madrugada. “Aqui eu posso meter o pé na jaca e sei que ninguém vai me olhar torto”.

Maria da Conceição sempre vai ao Baile da Melhor Idade no Club Municipal

Rodrigo e Mônica se conheceram na Praça Vanhargen

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”O clima ali é muito descontraído, então todo mundo acaba se aproximando mesmo”

Rodrigo Lima

Mas, ao contrário desses lugares onde o público é segmentado, na Praça Vanhargen todas as tribos se reúnem. Cercada de bares, ela sempre enche nos finais de semana. Tomar um chopp com os amigos, comer alguns petiscos, ou até mesmo ver uma partida de futebol nos tradicionais Só Kana e Buxixo são uns dos programas preferidos dos moradores do bairro. É possível até arrumar uma namorada. Rodrigo Lima, de 28 anos, conheceu Mônica Ramos, de 26, em uma rodada de chopp com os colegas de faculdade. ”O clima ali é muito descontraído, então todo mundo acaba se aproximando mesmo”.

No meio dessa variedade, uma afirmação é certa: ficar sem opção de saída na Tijuca é impossível. E, para aqueles com dificuldades na escolha, uma busca na Internet ajuda muito. Há diversos sites que trazem as opções de lazer da região. Alguns, além de mostrar bares, restaurantes e eventos, ainda exibem comentários dos frequentadores, que avaliam o atendimento, os preços e o ambiente.

6 Março de 2010 | Ano 2 | Número 6

Maria-chuteiras não, torcedoras!Daniel Geovani, Felipe Hid e Larissa Detoni

Foi-se o tempo que somente os homens frequentavam os estádios de futebol. Atualmente é possível notar uma grande quantidade de mulheres que vão aos jogos torcer por seu time de coração. Os tempos mudaram e cada vez mais o público feminino está aderindo ao esporte e dando brilho às arquibancadas.

Os clubes também colaboram para que isso ocorra. Investem em uniformes e artigos esportivos femininos para atrair

esse grande e importante público aos estádios. É possível encontrar camisetas, shorts, bonés, tangas, biquínis, chinelos, brincos, pulseiras, roupas íntimas e diversos outros produtos estampados com escudos de times.

Mas as mulheres não se limitaram ao consumo de produtos e passaram a frequentar os estádios de futebol. Elas dividem o tal “território masculino” e não estão nem aí. Torcem, vibram, xingam com a mesma autoridade dos homens. Até já existem torcidas organizadas femininas de vários clubes.

Evelyn Casaca é uma dessas torcedoras que, sempre que pode, vai aos estádios. Apesar de ser carioca, ela torce para o São Paulo. “Levando em conta que agora trabalho no Maracanã todo final de semana e que, para assistir, tenho que faltar o trabalho, só consigo ir uma vez por mês para ver meu tricolor”, diz a são-paulina.

Para ela, a tendência é que o número de mulheres que frequentam os estádios aumente. “Parece que finalmente quebrou-Evelyn em um dos muitos jogos que já assistiu

Foto: arquivo pessoal

Um esporte mais praticado do que conhecidoLeonardo Lobo e Tatiana Carvalho

Responda rápido que esporte é, depois do futebol, o mais praticado no mundo? Se a resposta foi vôlei, basquete, handball, natação ou tênis está enganado, pois é o Badminton. Ele existe há mais de 2.000 anos e parece um jogo de tênis, só que no lugar da bolinha, se usa uma peteca, que alcança velocidades de até 350 km/h em um lance. No Brasil, a modalidade também tem seus praticantes e são representados pela Federação de Badminton do Rio de Janeiro (FEBARJ).

O segundo lugar no ranking se deve ao fato do esporte ser bastante popular em países asiáticos, como Índia, China (maior vencedor na história das olimpíadas), Tailândia e Japão. Mas também conta com praticantes na Europa, na América do Norte, na América Central e na América do Sul.

No Brasil, o esporte só começou a ser disputado de forma competitiva a partir de 1984, em São Paulo. Hoje, existem vários torneios pelo Brasil. No Rio de Janeiro, o Circuito Estadual é composto por cinco torneios, normalmente realizados na cidade, Niterói, Duque de Caxias e Volta Redonda.

Na cidade maravilhosa, os principais atletas estão nas categorias de base. Ent re e les está a t i jucana Bruna Cavalcanti, de 16 anos, praticante do

esporte desde 2003. Ela acumula uma série de resultados expressivos para uma modalidade pouco investida no país. Entre seus principais resultados estão ter chegado às quartas de final no Pan-Americano Junior do Brasil na categoria sub-15. Em 2009 conseguiu ficar em 3º lugar na etapa São Paulo do Nacional e em 2º na etapa Miratus do Circuito Estadual do Rio de Janeiro. Ainda ano

passado, disputou o Pan Jr. em Porto Rico, chegando às quartas de final.

Mas os olhos da jovem estão focados mesmo em projetos mais ousados. “Quero conseguir medalhas nos próximos dois Pan-americanos Jr. que ainda tenho pela frente (na categoria sub 19) este ano e em 2011, já que a medalha nesse ano de 2009 escapou por pouco. Pensando alto e no futuro, conseguir uma vaga nas olimpíadas Rio 2016”, diz esperançosa Bruna.

Para o presidente da Federação de Badminton do Rio de Janeiro (FEBARJ), Ricardo Nagato, a conquista do Rio como sede oficial dos Jogos Olímpicos de 2016 é excelente, pois a maior parte dos investimentos é adquirida através das taxas de inscrição em torneios e de filiação das federações. “Esta aproximação com o poder público aumentou depois do anúncio do Rio 2016, mas todas estão ainda em negociação, pois prefeituras e governo alegam falta de verbas”, afirma o presidente da Federação Carioca.

Desse modo, a expectativa para os próximos anos são de um futuro melhor para o esporte. “Ela é positiva principalmente em relação aos nossos jovens atletas. Acreditamos no trabalho de base e que o Badminton poderá crescer em função da realização dos Jogos no Rio de Janeiro”, supõe Nagato.

A atleta Bruna pratica Badminton há sete anos

se aquela barreira de que futebol era coisa de homem”, conta.

Tempos atrás, dificilmente se via mulheres acompanhando partidas de futebol. O machismo era tanto que elas nem podiam opinar sobre o assunto. Agora, o fanatismo pelo futebol invadiu o universo feminino. “Algumas pessoas dizem que sou fanática, mas eu apenas gosto e não vivo sem. Me interesso em saber sobre as notícias e adoro falar sobre futebol”, conta Evelyn.

E essa paixão é percebida durante as partidas. É só olhar para a arquibancada, que se nota a grande quantidade de torcedoras que vibram com cada lance do time do coração.

Foto: divulgação

Março de 2010 | Ano 2 | Número 6 7

Projeto forma ritmistas e revela talentos para o carnaval de rua

“No TS tudo é uma festa, as aulas são animadas e os professores estão

sempre dispostos a ajudar e incentivar os alunos”

Maria Beatriz Teixeira

Munich Barcelos e Victor Pencak

Para aqueles que ainda não conseguiram seu lugar ao sol em um desfile das grandes agremiações, foi criado o Bloco de Carnaval Tamborim Sensação. Nos ensaios para o desfile do bloco, os professores estimulam a socialização e revelam novos talentos concedendo aos jovens a possibilidade de brilhar no carnaval e em outros eventos ligados ao samba.

Talento descoberto pelo projeto em 2008, Maria Beatriz Carvalho Teixeira, de 27 anos, assistente social, sente como se todos fizessem parte de uma grande família. “No TS tudo é uma festa, as aulas são animadas e os professores estão sempre dispostos a ajudar e incentivar os alunos”, comenta empolgada.

O entusiasmo de Maria Beatriz é compartilhado com outros membros da escola. Roberto Gomes da Luz, de 13 anos e caçula do projeto, explica sua escolha dizendo que sempre gostou de samba

Alunos do Tamborim Sensação realizam prova prática mensal na quadra da Paraíso do Tuiuti

e que aprender a tocar tamborim é uma forma de estar sempre em contato com esse ritmo musical.

Para quem é apaixonado por samba e quer ficar perto do carnaval o ano inteiro, Mestre Ricardinho acrescenta que o projeto é bem acessível: “são apenas R$30 pagos mensalmente e uma taxa de matrícula do mesmo valor, que ainda dá direito à camiseta que é usada como uniforme.

Mestre Ricardinho é um dos fundadores da Escolinha que funciona do Tuiuti e no Cefet

O Tamborim Sensação oferece aulas de diversos instrumentos de percussão, incluindo a cuíca

Fotos: Divulgação do TS

Para ele o carnaval não acaba na quarta-feira de cinzas. Ricardo Pereira, mais conhecido como Mestre Ricardinho, transformou um sonho em realidade quando, junto com um grupo de seis amigos, fundou a Escolinha de Percussão Tamborim Sensação, em maio de 2002. Os amigos, que iam juntos à quadra da Unidos da Tijuca, pretendiam formar ritmistas e revelar novos talentos para enriquecer os desfiles do carnaval carioca.

Desde então, mais de dois mil alunos já passaram pelo Tamborim Sensação. Lá eles aprendem a tocar instrumentos como repique, caixa, surdo, chocalho, agogô, cuíca e, claro, tamborim, estrela principal do TS, sigla pela qual é conhecido o projeto. Boa parte dos estudantes já desfilou em escolas de samba dos grupos Especial, A, B e até do carnaval paulista. “Saber que essas pessoas passaram por aqui é muito gratificante para nós”, comenta o Mestre.

8 Março de 2010 | Ano 2 | Número 6

De malas prontas para a aventura fora de casaPersonalizado, intercâmbio é opção para adquirir vivência internacionalLarissa Detoni

Inúmeras pessoas compartilham a admiração por viagens. Conhecer o mundo e desvendar culturas está entre os sonhos, especialmente, dos jovens. Uma das maneiras de concretizar essa vontade é por meio do intercâmbio, prática voltada a fins estudantis, turísticos ou profissionais, que resulta em experiência de vida.

Giuliana Cimino, carioca de Vila Isabel, já cursava administração no Rio de Janeiro quando decidiu fazer intercâmbio no Canadá. Ela escolheu o pacote pago, oferecido pela agência CP4. Nesse mesmo modelo, Natalia Dias viajou para um país nada usual: a Hungria, sendo a primeira brasileira a ir para o país com a agência Young For Understandig (YFU). “Você nasce de novo, vê outros mundos diferentes do seu. É indescritível”, relata. A experiência pode valer também para estrangeiros que desejam vir ao Brasil.

Antes de ir à Hungria, Natalia recebeu em sua casa uma intercambista vinda da Alemanha. “Você começa a ver sua cultura de forma analítica, porque ela é questionada e até uma simples brincadeira precisa ser explicada”, conta.

De acordo com a Brazilian Educational & Language Travel Association (BELTA), representante de empresas brasileiras de intercâmbio, a maioria das instituições fornece passagens aéreas, embutidas no valor do investimento, a fim de tornar o processo da viagem mais simples. Para isso, é preciso providenciar passaporte e manter a documentação pessoal em dia para quando chegar a hora, ter tudo em mãos.

Os cursos de idiomas, como o Yázigi, com filial na Tijuca, também são uma opção para adquirir vivência no exterior. Há ainda bolsas internacionais de incentivo à pesquisa científica, patrocinadas por algumas universidades no Rio e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), junto ao Governo Federal.

A carioca Giuliana encarou a experiência de viver no Canadá

Natalia conheceu os pontos turísticos e conviveu com os costumes do país

Foto: arquivo pessoalFo

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Juizado de casa novaLuana Bartholo

O IX Juizado Especial Cível da Comarca do Rio de Janeiro (JEC mudou de casa. Em parceria com a Universidade Veiga de Almeida (UVA) e o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ), o Juizado passou a funcionar dentro das instalações da UVA. Antes situado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), o JEC está no Campus Tijuca, na Casa do Direito, desde o início de 2009. O motivo principal da transferência foi a inadequação das instalações da UERJ para a realização de atendimentos.

O órgão funciona sobre o supervisionamento da juíza Simone Freitas. Segundo o desembargador Thiago Ribas, em entrevista à assessoria de imprensa da UVA,o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro já procurava um outro endereço para o JEC havia tempo. “Embora fôssemos bem tratados pela direção da UERJ, o local não estava em condições de abrigar o juizado, funcionários, juiz e os jurisdicionados. Havia problemas e necessidade de consertos, que não poderiam ser realizados pela universidade a curto prazo”, explicou.

Para o aluno do curso de direito Fernando Braga, essa iniciativa terá aspectos positivos para a população, para a Universidade e, sobretudo, para os alunos. “Com o Juizado funcionando dentro da faculdade será melhor para ter o primeiro estágio e conhecer de perto como é o trabalho. Além disso, poderemos prestar mais serviços à sociedade, o proporciona a melhoria do ensino”, opina.

No primeiro pavimento funciona o cartório, o Núcleo de Primeiro Atendimento, a sala de conciliação e o Núcleo de Atendimento, Distribuição, Autuação e Citação (Nadac). No segundo, três salas

de audiência, uma de conciliação, uma sala para advogados dativos e uma sala para a Defensoria Pública, além do gabinete, do arquivo e da sala do secretário. A maioria das causas atendidas são relativas ao Direito do Consumidor.

Além disso, a UVA disponibiliza à população, por meio do Núcleo de Prática Jurídica (NPJ), assistência jurídica gratuita. O atendimento é feito por estagiários, sob supervisão de advogados orientadores, aos moradores das redondezas que não dispõem de recursos para pagar os custos e honorários advocatícios.

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Atendimento - Rua Senador Furtado, 113. Tijuca• Nadac: primeiro andar, das 10h às 18h• NPJ: terceiro andar da Casa de Direito, das 9h às 21h