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Fundação Oswaldo Cruz Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Departamento de Saúde Coletiva Curso de Especialização em Gestão de Sistema e Serviço de Saúde ESTUDO COMPARATIVO DA VACINA DO IDOSO CONTRA INFLUENZA NO MUNICÍPIO DE SERRA TALHADA E OUTROS MUNICÍPIO DA XIº REGIONAL DE SAÚDE DE PERNAMBUCO. RECIFE 2008 CARLOS ALBERTO DE LARANJEIRAS PINTO FILHO ELÂNIO LEANDRO DA SILVA VIVIANE DE SOUZA BRANDÃO LIMA

ESTUDO COMPARATIVO DA VACINA DO IDOSO CONTRA … · imunidade graças aos microrganismos nela contidos. Sua implantação e implementação permitiram avanços sobre o controle das

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Fundação Oswaldo Cruz

Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães

Departamento de Saúde Coletiva

Curso de Especialização em Gestão de

Sistema e Serviço de Saúde

ESTUDO COMPARATIVO DA VACINA DO IDOSO CONTRA

INFLUENZA NO MUNICÍPIO DE SERRA TALHADA E

OUTROS MUNICÍPIO DA XIº REGIONAL DE SAÚDE DE

PERNAMBUCO.�

RECIFE

2008

CARLOS ALBERTO DE LARANJEIRAS PINTO FILHO

ELÂNIO LEANDRO DA SILVA

VIVIANE DE SOUZA BRANDÃO LIMA

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CARLOS ALBERTO DE LARANJEIRAS PINTO FILHO

ELÂNIO LEANDRO DA SILVA

VIVIANE DE SOUZA BRANDÃO LIMA

ESTUDO COMPARATIVO DA VACINA DO IDOSO CONTRA INFLUENZA NO

MUNICÍPIO DE SERRA TALHADA E OUTROS MUNICÍPIO DA XI REGIONAL DE

SAÚDE DE PERNAMBUCO�

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gestão de Sistema e Serviço de Saúde do Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, para obtenção do título de especialista de Gestão em Sistema e Serviço de Saúde.

Orientadora: Ms. Bernadete Perez

RECIFE

2008

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Catalogação na fonte: Biblioteca do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães

P659e

Pinto Filho, Carlos Alberto de Laranjeiras.

Estudo comparativo da vacina do idoso contra influenza no município de Serra Talhada e outros município da XIº Regional de Saúde de Pernambuco./ Carlos Alberto de Laranjeiras Pinto Filho, Elânio Leandro da Silva, Viviane de Souza Brandão Lima. — Recife: C. A. de L. Pinto Filho, 2008.

38 f.: il. Monografia (Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços

de Saúde) – Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz.

Orientadora: Bernadete Perez. 1. Saúde do idoso. 2. Influenza Humana. 3. Vacinas contra

Influenza. 4. Imunização em Massa. I. Perez, Bernadete. II. Título.

CDU 613.98

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CARLOS ALBERTO DE LARANJEIRAS PINTO FILHO

ELÂNIO LEANDRO DA SILVA

VIVIANE DE SOUZA BRANDÃO LIMA

ESTUDO COMPARATIVO DA VACINA DO IDOSO CONTRA INFLUENZA NO

MUNICÍPIO DE SERRA TALHADA E OUTROS MUNICÍPIO DA XI REGIONAL DE

SAÚDE DE PERNAMBUCO�

Data de aprovação: ___/___/______

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gestão de Sistema e Serviço de Saúde do Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, para obtenção do título de especialista de Gestão em Sistema e Serviço de Saúde.

BANCA EXAMINADORA

________________________________

Ms. Bernadete Perez

Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/FIOCRUZ

________________________________

Ms. Tiago Feitosa de Oliveira

Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/FIOCRUZ

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RESUMO

Objetivo deste trabalho foi analisar a tendência de adesão da campanha vacinal pelos idosos contra a influenza no município de Serra Talhada no período de 2003 a 2007. A influenza (gripe) é doença infecciosa aguda de origem viral que acomete o trato respiratório e a cada inverno atinge mais de 100 milhões de pessoas no mundo. O agente etiológico é o Myxovirus influenzae, ou vírus da gripe. Este subdivide-se nos tipos A, B e C, sendo que apenas os do tipo A e B apresentam relevância clínica em humanos. O vírus influenza apresenta altas taxas de mutação, o que resulta freqüentemente na inserção de novas variantes virais na comunidade, para as quais a população não apresenta imunidade. Dentre essas, a vacinação constitui a forma mais eficaz para o controle da doença e de suas complicações. Em função das mutações que ocorrem naturalmente no vírus influenza, recomenda-se que a vacinação seja realizada anualmente. No Brasil, segundo dados obtidos pelo DATASUS, verifica-se que a influenza apresenta pico de atividade entre os meses de maio e setembro. Assim, a época mais indicada para a vacinação corresponde aos meses de março e abril. Para o tratamento específico da influenza estão disponíveis quatro medicamentos antivirais: os fármacos clássicos amantadina e rimantidina e os antivirais de segunda geração oseltamivir e zanamivir. Nas últimas décadas, a imunização anual com vacinas inativadas contra influenza tem sido a principal medida para a profilaxia da gripe e redução da morbi-mortalidade relacionada à doença. A vacina contra influenza reduz entre 32% a 45% as hospitalizações por pneumonia, 31% a 65% as mortes hospitalares de todas as condições respiratórias e 27% a 30% as mortes por outras causa, demonstrando assim os benefícios de seu custo beneficio (Brasil, 2008). Conclui – se que Serra Talhada acompanhou esse crescimento, atingindo seu ápice em 2006 quando atingiu os 100% diminuindo para 87,37% em 2007. Ocupando o 1º lugar junto com Triunfo, depois caindo para 9º colocação, nos respectivos anos. Em 2003, Serra Talhada tinha uma cobertura vacinal contra Influenza de 65,45%, sendo a pior da XIº GERES, já no ano seguinte ocupou a 7º colocação com 75,59% e a 9% em 2005 com 78,26% de cobertura vacinal.

Palavras-chave: Influenza. Saúde do idoso. Vacinação. Cobertura Vacinal.

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ABSTRACT

Research aimed to analyze the trend of accession of the immunization campaign by the elderly against influenza in the city of Sierra Talhada the period 2003 to 2007. The influenza (flu) is acute infectious disease of viral origin that attacks the respiratory tract and each winter reaches over 100 million people worldwide. The causative agent is the Myxovirus influenza, or flu virus. This is subdivided in the types A, B and C, and only those of type A and B have clinical significance in humans. The influenza virus shows high rates of mutation, which often results in the insertion of new virus variants in the community, for which the population does not provide immunity. Among these, vaccination is the most effective way to control the disease and its complications. In light of changes that occur naturally in the influenza virus, it is recommended that vaccination is carried out annually. In Brazil, according to data obtained by DATASUS, it appears that the peak of influenza activity shows between the months of May and September. Thus the most appropriate time for vaccination is the months of March and April. For specific treatment of influenza antiviral four doctors are available: the classic drugs amantadine and rimantidina and the second generation of antiviral oseltamivir and zanamivir. In recent decades, the annual immunization with inactivated vaccines against influenza has been the main measure for the prevention of influenza and reduce the morbidity and mortality related to the disease. The influenza vaccine reduces from 32% to 45% of hospitalizations for pneumonia, 31% to 65% of hospital deaths of all respiratory conditions and 27% to 30% of deaths from other causes, thus demonstrating the benefits of its cost benefit ( MS, 2008). The conclusion - that Sierra Talhada accompanied this growth, reaching its apex in 2006 when it reached the 100% down to 87.37% in 2007. Occupying the 1st place along with Triumph, after falling to 9th place in their respective years. In 2003, Sierra Talhada had a vaccination coverage against influenza of 65.45%, and the worst of the XI th GERES, cited in the following year held the 7th place with 75.59% and 9% in 2005 to 78.26% of immunization coverage .

Key Words: Influenza. Aging health. Vaccination. Immunization coverage.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 6

2 OBJETIVO 10

2.1 OBJETIVO GERAL 10

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO 10

3 REVISÃO DE LITERATURA 11

3.1 A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE 11

3.2 AS ORIGENS DO PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO (PNI) 12

3.3 CALENDÁRIO DE VACINA IDOSO 16

3.4 A INFLUENZA 16

3.4.1 Agente Etiológico 18

3.4.2 Risco das mutações virais – variações antigênicas 19

3.4.3 Transmissibilidade 19

3.4.4 Medidas de controle da influenza 20

3.5 OS BENEFÍCIOS DA VACINA 21

3.6 VACINA CONTRA INFLUENZA 22

3.7 CAMPANHA VACINAL CONTRA GRIPE 25

3.7.1 População Alvo da campanha de Vacinação contra Influenza 26

3.7.2 Eficácia da Vacinação contra Influenza 27

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 28

4.1 MATERIAIS E MÉTODOS 28

4.1.1 Tipo de estudo 28

4.1.2 Área de estudo 28

4.1.3 População alvo 29

4.1.4 Coleta de dados 29

4.1.5 Aspectos éticos 29

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 30

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 35

REFERENCIAS 36

APÊNDICE 38

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1 INTRODUÇÃO

Serra Talhada foi elevada a categoria de município pela lei Municipal N° 280,

de 6 de maio de 1851, administrativamente é formado pela sede e pelos distritos de

Bernardo Vieira, Tauapiranga, Caiçarinha da Penha, Luanda, Santa Rita e Varzinha.

É a segunda cidade do Sertão pernambucano, localizada na micro-região do Alto

Pajeú, a 418 km do recife, com área total de 2.954 Km², tendo como vegetação a

caatinga. Sua população estimada em 2000 era de 70.179 habitantes, no entanto,

novas fontes indicam que a cidade já tem aproximadamente 80 mil habitantes.

A cidade é a mais próspera do Sertão do Pajeú, tem como principal atividade

econômica a agricultura, com destaque para o cultivo de lavouras de subsistência,

algodão e cana-de-açúcar e a criação de caprinos e ovinos. O comércio é de grande

importância em toda região, dispõe também de uma boa base hoteleira com

dezenas de estabelecimentos, entre hotéis e pousadas.

Serra Talhada faz parte da XI Gerência Regional de Saúde (GERES), criada

em 2006, com sede na mesma, e integrada pelos seguintes municípios, antes

abrangidos na VI, VII e X regionais de saúde: Serra Talhada, Calumbi, Flores, Santa

Cruz da Baixa Verde, Triunfo, Betânia, São José do Belmonte, Floresta, Carnaubeira

da Penha e Itacuruba.

O Programa Nacional de Imunização (PNI) criado em 1973, oferece um

conjunto ampliado de imunobiológicos, ou seja, substâncias capazes de induzir a

imunidade graças aos microrganismos nela contidos. Sua implantação e

implementação permitiram avanços sobre o controle das doenças imunopreveníveis,

através do Ministério da Saúde - responsável pela aquisição, distribuição e

coordenação das ações de vacinação do PNI (BRASIL, 2001).

Na busca do envelhecimento com dignidade. Visto que os mesmos estavam

ausentes de vacinação e dos serviços de medicina preventiva. Após a criação da

Política Nacional de Idoso em 1994 foi assinada a lei 8.842 e regulamentada dois

anos mais tarde pelo decreto 1948. Estas normas vêm assegurando os direitos

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sociais das pessoas maiores de 60 anos, dando-lhes condições para autonomia e

integração na sociedade.

O acompanhamento através do Sistema de Informação – Programa Nacional

de Imunização (SI-PNI) da meta preconizada ou pactuada mostra como esses

idosos vêm procurando a imunização. Desde o início a meta pactuada era de 70%

da população idosa, neste ano de 2008 foi pactuado 80% devido à crescente

procura pela vacina (BRASIL, 2008).

O resfriado comum é uma doença extremamente freqüente, cujos principais

sintomas são: coriza (rinorréia), febre não muito alta nem muito importante, dores

musculares (sintomas gerais de infecção), perda de apetite e indisposição

moderada.

A gripe (influenza), que é transmitida por inalação, através de gotículas de

saliva suspensa no ar, é uma doença mais grave, sendo uma doença

fundamentalmente pulmonar, com tosse incômoda e até falta de ar. Pode ser

provocada por um dos três tipos de vírus denominados A, B ou C. Influenza pode até

matar. A grande epidemia em 1918 matou mais gente que a Primeira Guerra

Mundial e, mesmo em outras epidemias de influenza (como a gripe "Hong Kong", em

1957), houve mortalidade significativa (SANTANA, 2002).

A vacina: composição, dose, via esquema, armazenamento e a enfermagem.

A vacina contra influenza é preparada em uma suspensão de antígenos do vírus da

gripe, composta por diferentes cepas de Myxovirus influenzae inativados,

fracionados pelo formaldeído, purificados e cultivados em ovos embrionados, cuja

composição e concentração contêm 15mcg de hemaglutinina (HÁ) de cada cepa.

Sua composição é atualizada com base nas recomendações da Organização

Mundial de Saúde, após estudos epidemiológicos realizados em laboratórios de

pesquisas espalhados em vários pontos do mundo e analisando a circulação dos

vírus prevalentes nos hemisférios norte e sul (TONIOLO-NETO et al., 2006).

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A vacina age estimulando o organismo a produzir sua própria imunidade

humoral/celular, sendo que sua proteção limita-se apenas aos tipos e cepas do vírus

influenza contidos na vacina daquele ano. O grau de proteção proporcionado pela

imunização pode ser parcial ou insuficiente para prevenir as manifestações clínicas

da doença, se a exposição ao agente infeccioso for intensa, ou se as cepas

responsáveis pela infecção forem antagonicamente relacionadas com aquelas

utilizadas na produção da vacina. Os indivíduos idosos, com doenças crônicas

graves, e os imunocomprometidos têm pior resposta imunológica (BRASIL, 2008).

Durante duas temporadas de Influenza no Brasil observou–se a influência da

vacinação na redução do risco de hospitalização por doenças cardíaca e acidente

vascular cerebral (AVC), por pneumonia e por óbitos de todas as causas (NICHOL et

al., 2003). Antes da introdução da vacina contra influenza, entre 1980 a 2000,

utilizando dados do Sistema de Mortalidade (SIM) os coeficientes de mortalidade

aumentaram para ambos os sexo na população idosa. E que após a introdução da

vacinação nota–se a tendência ao declínio dos indicadores de mortalidade

(FRANCISCO et al., 2002).

A vacinação contra influenza reduz entre 32% a 45% as hospitalizações por

pneumonia, 31% a 65% as mortes hospitalares de todas as condições respiratórias e

27% a 30% as mortes por outras causa, demonstrando assim as vantagens de seu

custo beneficio (BRASIL, 2008).

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O Ministério da Saúde decidiu incluir no programa nacional de imunização a

vacinação contra influenza para indivíduos com mais de 65 anos de idade,

alcançando cobertura vacinal acima de 80% em todo o país. A partir de 2000, as

autoridades de saúde do governo federal diminuíram a faixa etária de corte para a

vacinação anual contra influenza de 65 para 60 anos de idade (FORLEO-NETO,

2001).

A JUSTIFICATIVA para a realização deste estudo teve como finalidade

mostrar a importância da vacinação nos idosos no que se refere a uma qualidade de

vida mais saudável e muito melhor.

O envelhecimento da população é atualmente um dos maiores preocupações

da saúde pública. A qualidade de vida desse grupo de idosos é resultante da

interação entre condições física e mental, independência financeira, capacidade

funcional e suporte familiar e social (BRASIL, 2008).

A escolha desse tema veio através da experiência profissional na realização

das campanhas anuais de vacinação contra a gripe. Desta forma vimos à

necessidade de analisar a tendência de adesão pelos os idosos à campanha contra

influenza no município de Serra talhada.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar a cobertura da vacina contra influenza nos idosos no município de

Serra Talhada no período de 2003 a 2007.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Identificar a cobertura vacinal de idosos contra influenza em idade 60 a 64

anos;

b) Verificar a cobertura vacinal de idoso contra influenza acima de 65 anos;

c) Comparar a cobertura vacinal de idosos contra influenza em Serra Talhada

com os demais municípios da XI regional de Saúde do estado de Pernambuco;

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE

Os Sistemas de Informação são conjuntos de procedimentos que visam

captar o que acontece em uma organização. Estão envolvidos com a coleta,

armazenamento, processamento, análise e disseminação de informações.

Apresentam de forma condensada, a cada nível organizacional, o que lhe cabe e

têm por objetivo dar subsídios ao processo decisório (RIBEIRO, 2004).

Segundo Branco (2004), a Lei Orgânica da Saúde (LOS), promulgada em

1990 sob o n° 8.080, e os demais preceitos legais que regem o SUS, reconhecem os

municípios como entes governamentais autônomos que devem responsabilizar-se

pelo planejamento, organização, controle e avaliação das ações e serviços de saúde

de sua região.

Diversos instrumentos legais que vieram complementar a Lei Orgânica, como

a Norma Operacional Básica do SUS 01/96 (NOB - SUS 01/96) e as Normas

Operacionais de Assistência à Saúde (PACTO PELA SAÙDE - SUS 01/2001 e

NOAS- SUS 01/2002) têm estabelecido regras que colocam os municípios

brasileiros frente à necessidade de organizar as informações em saúde produzidas

em seu âmbito de governo. Por essas, regras, o repasse de recursos financeiros

federais e estaduais fica atrelado ao cumprimento de vários requisitos, dentre os

quais o fornecimento, por parte do município, de uma série de informações obtidas

por meio de sistemas de informação de base nacional, desenvolvidos pelo Ministério

da Saúde (BRANCO, 2004).

Os sistemas de informação são meios para construção do conhecimento em

saúde e é importante que os gestores que pretendem usufruir das vantagens

técnicas e políticas que os mesmos podem proporcionar, conheçam, minimamente,

suas principais características e o tipo de informações que oferecem. Cada um dos

sistemas de informação em saúde de base nacional destina-se a temas específicos,

sendo possível construir indicadores tanto isoladamente como combinando dados de

dois ou mais deles. Os de maior abrangência no território nacional são:

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a) Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIH/SUS);

b) Sistema de Informação Ambulatorial do SUS (SIA/SUS);

c) Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB);

d) Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC);

e) Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI - PNI);

f) Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN);

g) Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) (BRANCO 2004).

3.2 AS ORIGENS DO PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO (PNI)

O sucesso da Campanha de Erradicação da Varíola (CEV) fortaleceu, dentro

do MS, uma corrente que defendia maiores investimentos no controle de doenças

infecciosas preveníveis por imunização (TEMPORÃO, 2003).

Algumas iniciativas importantes ocorridas no período, que se estende de 1973

a 1980, permitem perceber a construção de uma base técnica, política e institucional

que apenas nas décadas seguintes iria consolidar-se como importante ferramenta do

Estado no controle efetivo de algumas doenças na nosologia prevalente no país

(TONIOLO-NETO et al., 2006).

A conclusão do programa de erradicação da varíola no Brasil, com a

certificação pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1973, foi um marco

fundamental nessa trajetória. A CEV, que dispunha de estrutura executiva autônoma

diretamente subordinada ao Ministro da Saúde, mobilizou grandes esforços

nacionais no desenvolvimento de estratégias de vacinação em massa, apoiou a

produção e o controle de qualidade da vacina antivariólica, introduziu a aplicação

dos então recentes conceitos de vigilância epidemiológica e estabeleceu

mecanismos de avaliação do programa (RIBEIRO, 2004).

Com o encerramento de suas atividades, uma massa crítica de profissionais

capacitados engajou-se em outras atividades relacionadas ao controle de doenças

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evitáveis por imunização. Havia dúvidas sobre a real capacidade que as estruturas

formais do sistema de saúde teriam para a manutenção da vacinação sistemática

contra a varíola após encerrada a campanha. Esta preocupação tinha raízes mais

profundas e acabava por se estender ao conjunto da rede de serviços de saúde em

sua crônica incapacidade de controlar o conjunto das doenças preveníveis por

imunização (TEMPORÃO, 2003).

Em 1973, o Ministério da Saúde funcionava no Rio de Janeiro, com base na

reforma realizada pelo Ministro Rocha Lagoa em 1970. Esta instituiu o Departamento

Nacional de Profilaxia e Controle de Doenças e, no seu interior, a Divisão Nacional

de Epidemiologia e Estatística de Saúde (DNEES). Até então, as atividades de

vacinação estavam divididas: enquanto algumas eram operacionalizadas pelos

programas verticais do MS, como varíola, tuberculose e febre amarela, outras eram

executadas através das Secretarias Estaduais de Saúde como poliomielite, sarampo

e vacina tríplice bacteriana (SANTANA, 2002).

Para Temporão (2003) a criação da DNEES reuniu algumas pessoas que

representavam experiências variadas na área de imunização. Seu dirigente, o Dr.

Brito Bastos, era um entusiasta de ações educativas e havia dirigido, no antigo

Departamento Nacional de Saúde, no início dos anos 60, as primeiras tentativas de

controlar a varíola em grandes áreas, mediante a mobilização de recursos locais.

Outros técnicos, como o Dr. Eurico Suzart, traziam a experiência de serviços básicos

estruturados da Fundação SESP, enriquecida pela vivência no processo dinâmico e

altamente exitoso que conduziu à erradicação da varíola.

A DNEES passou então a trabalhar no desenvolvimento de estratégias

integradas de controle de doenças por vacinação. Os quadros técnicos que

ingressavam na DNEES acumulavam décadas de experiência de trabalho na

Fundação Serviço Especial de Saúde Pública (FSESP), com a acumulada na

campanha da varíola (TEMPORÃO, 2003).

Refletia sobre as perspectivas advindas do sucesso da CEV no sentido de

que seus resultados, "pudessem estimular tarefas semelhantes de imunização em

massa para eliminar outras enfermidades transmissíveis já excluídas em outros

países... através de um trabalho de imunização global, arquitetado nas linhas de um

vigoroso plano nacional de imunização” (BRANCO, 2004).

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Uma experiência fundamental na trajetória da DNEES foi a criação, em 1971,

do Plano Nacional de Controle da Poliomielite (BRASIL, 2001).

Executado mediante campanhas sistemáticas de vacinação em nível

estadual, funcionou até o final de 1973, tendo abrangido cerca de 14 estados.

Permitiu acumular grande experiência de campo no controle desta doença, mas os

resultados de impacto não puderam ser avaliados à época, pela falta de ações de

vigilância epidemiológica estruturadas em âmbito nacional (TEMPORÃO, 2003).

Esse plano permitiu desenvolver: investigação científica sobre a eficácia da

vacina a utilizar; metodologia operacional e avaliação de desempenho em projeto

piloto; metodologia de mobilização comunitária e de execução operacional de

campanhas; suprimento continuado de vacinas e outros insumos e metodologia para

desenvolver a capacitação de técnicos das secretarias estaduais (SANTANA, 2002).

De fato, a DNEES foi o espaço de desenvolvimento e aprimoramento da

metodologia para campanhas de grande envergadura realizadas em um só dia e que

apenas ao final dos anos 70 obteve hegemonia dentro do MS como estratégia de

enfrentamento das doenças preveníveis por imunização. Entre 1971 e 1973, a

DNEES desenvolveu toda a tecnologia e metodologia necessárias à implementação

de ações de vacinação em massa que pudessem ser utilizadas no controle de outras

doenças. "Na essência trabalhava-se na construção de uma estratégia que pudesse

tirar a extrema defasagem histórica no combate a estas doenças com uma

intervenção baseada em campanhas, associada a uma forte estrutura de vigilância

epidemiológica" (BRASIL, 2001).

A criação do PNI, em 1973, deu-se no âmbito do processo de formulação de

grandes programas nacionais, na gestão do Ministro Mário Machado de Lemos

(1972-74). Lançado oficialmente em Brasília, no final de 1973, com a presença de

personalidades destacadas nas áreas de saúde pública e de controle de doenças,

entre outros de Vicente Amato Neto e Nelson de Moraes, o PNI estava então

funcionalmente vinculado ao DNEES (SANTANA, 2002).

O objetivo do Programa Nacional de Imunização, criado em 1973, oferece um

conjunto ampliado de imunobiológicos, ou seja, substâncias capazes de induzir a

imunidade graças aos microrganismos nela contidos. Sua implantação e

implementação permitiram avanços sobre o controle das doenças imunopreveníveis,

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através do Ministério da Saúde - responsável pela aquisição, distribuição e

coordenação das ações de vacinação do PNI (BRASIL, 2001).

O objetivo fundamental do API - PNI é possibilitar aos gestores envolvidos no

programa, uma avaliação dinâmica do risco quanto à ocorrência de surtos ou

epidemias, a partir do registro dos imunos aplicados e do quantitativo populacional

vacinado, que são agregados por faixa etária, em determinado período de tempo,

em uma área geográfica. Por outro lado, possibilita também o controle do estoque de

imunos necessários aos administradores que têm a incumbência de programar sua

aquisição e distribuição (SANTANA, 2002).

As vacinas do PNI encontram - se rotineiramente disponíveis nas unidades

básicas de saúde. Porém, para que sua qualidade seja garantida, faz-se necessário

que suas características sejam preservadas, pois suas propriedades são alteradas

mediante oscilação da temperatura de conservação, ação da luz solar, entre outros

fatores (BRASIL, 2001).

Page 18: ESTUDO COMPARATIVO DA VACINA DO IDOSO CONTRA … · imunidade graças aos microrganismos nela contidos. Sua implantação e implementação permitiram avanços sobre o controle das

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3.3 CALENDÁRIO DE VACINA IDOSO

IDADE VACINAS DOSES DOENÇAS

EVITADAS

A cada 10 anos,

por toda vida

Dt (dupla tipo

adulto)

Reforço Contra Difteria e

Tétano

60 anos ou mais

Influenza (1) Gripe

Pneumococos Contra

Pneumonia

causada pelo

Pneumococo

Quadro 1 – calendário de vacina do adulto e do idoso.

Nota: (1) A vacina Contra Influenza é oferecida anualmente durante a Campanha Nacional de

Vacinação do Idoso. (2) A vacina Contra pneumococo é aplicada durante a Campanha Nacional de Vacinação do

Idoso, nos indivíduos que convivem em instituições fechadas, tais como: casas geriátricas, hospitais, asilos e casas de repouso, com apenas um reforço, cinco anos após a dose inicial.

3.4 A INFLUENZA

A influenza (gripe) é uma doença infecciosa aguda de natureza viral,

altamente contagiosa, que acomete o trato respiratório e cuja ocorrência se observa

em maior intensidade ao final do outono e durante o inverno.

Estima-se que aproximadamente 600 milhões de pessoas/ano apresentam

um episódio de gripe (OMS). Tipicamente autolimitada e vista com pouca relevância,

em sua forma não complicada cura espontaneamente em torno de uma semana. A

enfermidade, no entanto, dissemina-se rapidamente e durante os surtos e epidemias

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torna - se responsável por elevada morbimortalidade em grupos de maior

vulnerabilidade (DE JONG et al., 2000 apud BRASIL, 2006).

É um dos processos infecciosos de maior morbimortalidade no mundo. Os

idosos e em especial aqueles institucionalizados e os portadores de doenças

crônicas de base são alvos de sérias complicações pela gripe (pneumonia primária

viral pela influenza, pneumonia bacteriana secundária, pneumonia mista,

exacerbação de doença pulmonar ou cardíaca crônica e óbito) (TONIOLO-NETO et

al., 2006).

Os acamados, principalmente, apresentam com freqüência uma astenia pós-

influenza, que permanece por semanas, desidratação, lesões conseqüentes à

imobilidade e constipação intestinal. Nesta faixa etária, é comum ainda uma

sintomatologia atípica, incluindo delírio e alterações funcionais inespecíficas

(BRASIL, 2008).

A gripe (influenza), que é transmitida por inalação, através de gotículas de

saliva suspensa no ar, é uma doença mais grave e se caracteriza por não deixar a

pessoa sair da cama (a dor muscular é muito mais forte), sendo uma doença

fundamentalmente pulmonar, com tosse incômoda e até falta de ar. Pode ser

provocada por um dos três tipos de vírus denominados A, B ou C. Influenza pode até

matar. A grande epidemia em 1918 matou mais gente que a Primeira Guerra

Mundial e, mesmo em outras epidemias de influenza (como a gripe "Hong Kong", em

1957), houve mortalidade significativa (SANTANA, 2002).

A influenza tem uma vacina muito efetiva, principalmente em pessoas com

mais de 60 anos. Estudos existentes demonstram que, quanto aos idosos, a vacina

protege 60% dos idosos contra a doença, reduz 40% da mortalidade e reduz em

torno de 30% a 40% das internações por pneumonias e outras complicações pelo

vírus da influenza (BRASIL, 2008).

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3.4.1 Agente Etiológico

O Myxovirus influenzae, também chamado vírus influenza, é o agente

etiológico da gripe. São partículas que possuem um invólucro lipoprotéico com três

tipos antigênicos conhecidos, A, B e C, contendo em seu interior uma molécula de

RNA (ácido ribonucléico) segmentada em oito fragmentos (FRANCISCO et al.,

2002).

Por ordem de importância epidemiológica, o tipo A ocupa o primeiro lugar,

pela sua capacidade de causar pandemias. Está presente na natureza em diversas

espécies animais (aves, suínos, cavalos, focas e baleias), além do ser humano. Em

seguida, vem o tipo B, responsável por epidemias regionais, sendo exclusivamente

humano (TONIOLO-NETO et al., 2006).

Segundo Neto (2006) o tipo C apresenta circulação endêmica pouco

aparente, associa-se a casos isolados ou pequenos surtos.

Os vírus tipo A são subclassificados por duas proteínas de superfície a

hemaglutinina (H) e a neuraminidase (N), que podem sofrer mutações periódicas e

imprevisíveis, resultando em epidemias entre populações com pouca ou nenhuma

resistência ao vírus modificado. Esta sua característica o coloca em posição de

destaque entre as doenças emergentes (BRASIL, 2008).

Existem 16 tipos de hemaglutininas (H) e 9 tipos de neuraminidases (N)

identificadas em diferentes espécies de animais. Os mais comuns entre humanos

são H1, H2 e H3 e N1 e N2. A imunidade a estes antígenos, especialmente a

hemaglutinina, reduz a probabilidade de infecção e diminui a gravidade da doença,

quando ocorre. A infecção por um subtipo confere pouca ou nenhuma proteção

contra outros subtipos. O B e o C não são subclassificados e não apresentam tanta

variabilidade antigênica quanto o A. A grande variabilidade antigênica torna o vírus

facilmente resistente aos meios de profilaxia (DE JONG et al., 2000 apud BRASIL,

2006).

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3.4.2 Risco das mutações virais – variações antigênica

É a natureza fragmentada do material genético do vírus influenza que induz,

durante a fase de replicação viral, a altas taxas de mutação, mais especialmente da

hemaglutinina e da neuraminidase, suas glicoproteínas de superfície. A ocorrência

destas mutações promove o surgimento de variantes virais que promovem os surtos

da infecção de maneira rápida, atingindo o pico em 2 a 3 semanas e com duração

total de 5 a 8 semanas. Os vírus da influenza estão sujeitos a dois tipos de variações

antigênicas: Antigenic Drift ou Antigenic Shift (BRANCO 2004).

• Antigenic drift: são menores variações, a cada 2 ou 3 anos para o subtipo

A e, 5 a 6 anos, B. Há mutações pontuais nos segmentos dos genomas virais, com

conseqüente mudança nos aminoácidos de superfície (hemaglutinina), dando

surgimento a novas variantes virais (BRANCO 2004).

• Antigenic shift: são variações com completa substituição de um ou ambos

segmentos do genoma viral, motivadas pelo reagrupamento entre vírus humanos e

vírus infectantes de outras espécies animais, na ocasião de uma infecção mista, e

levando ao surgimento de um novo vírus que se dissemina rapidamente, atingindo

variadas faixas etárias. Tudo isto ocorre pela grande variedade de espécies animais

que servem como reservatório viral. Os subtipos B e C não dispõem desta grande

variedade, como ocorre com o A. As grandes pandemias aconteceram em

decorrência deste tipo de variação (BRANCO 2004).

3.4.3 Transmissibilidade

O vírus influenza é disseminado pelas vias respiratórias, quando os indivíduos

infectados o transmitem por meio de gotículas ao falar, espirrar ou tossir. Apesar da

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transmissão entre os seres humanos ser a mais comum, já foi documentado a

transmissão direta de animais (aves e suínos) para o homem. Como o vírus

sobrevive no meio ambiente (mãos, tecidos, superfícies porosas etc.), por tempo

variável, a transmissão por meio de contato com superfícies contaminadas deve ser

considerada e pode ser evitada por meio de práticas simples de higiene, como, por

exemplo, lavando-se as mãos e arejando o ambiente. O período de

transmissibilidade pode variar de 2 dias antes a 5 dias depois do início dos sintomas

(BRASIL, 2001).

3.4.4 Medidas de controle da influenza

A influenza é uma enfermidade altamente contagiosa e, por este motivo,

rapidamente dissemina-se. Durante épocas epidêmicas, torna-se praticamente

impossível evitar o seu contágio, uma vez que o vírus circula entre as pessoas em

aglomerações humanas, como nas escolas, nas empresas, em instituições, em

shoppings, feiras, supermercados, transportes coletivos, enfim, é suficiente que

apenas um indivíduo o contraia para dentro de bem pouco tempo estar todos os

seus contatos já infectados. A vacina é a melhor tecnologia disponível para a

prevenção da influenza e suas conseqüências, proporcionando redução da

morbidade, diminuição do absenteísmo no trabalho e dos gastos com medicamentos

para tratamento de infecções secundárias (BRASIL, 2008).

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3.5 OS BENEFÍCIOS DA VACINA

As vacinas representam um grande avanço alcançado pela ciência para

promover e proteger a saúde dos indivíduos. Atualmente, não se destinam somente

às crianças, pois existem para todas as faixas etárias (BRASIL, 2001).

É importante conhecer como as vacinas atuam no corpo humano, protegendo

- nos de algumas das principais doenças transmissíveis. É importante lembrar que

os fatores relacionados à ocorrência dessas doenças são ligados aos determinantes

socioeconômicos, ao ambiente em que vive, às relações do homem com o meio e,

também, a fatores fisiológicos, como o estado nutricional e a capacidade do

organismo de responder à interação com o agente patogênico, causador da doença

(BRASIL, 2001).

Essa capacidade de resposta a estímulos nocivos presentes no ambiente,

medida pelo sistema de defesa do organismo, recebe o nome de imunidade. O

processo pelo qual desenvolvemos essa imunidade é chamado imunização

(BRASIL, 2001).

Existem duas formas de aquisição de imunidade: ativa e passiva. A imunidade

ativa é desenvolvida por nosso organismo em resposta a um estímulo externo. Tal

desenvolvimento ocorre de duas maneiras:

Quando adoecemos, nosso sistema imunológico cria uma memória,

reconhecendo o causador da doença e impedindo que ele se instale novamente; A

administração de vacinas que apresentam o agente patogênico de uma forma

modificada, atenuada ou em partes, estimula as defesas contra o verdadeiro

causador, comumente chamado de "selvagem" ou "bravo". A imunidade passiva são

as defesas que já recebemos "prontas" (BRASIL, 2001).

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3.6 VACINA CONTRA INFLUENZA

É composta pela proteína da matriz e pelos antígenos de superfície, estando

ausente o envoltório lipídico. É obtido por meio do processo de ruptura viral,

mantendo os antígenos superficiais e purificados por ultracentrifugação, portanto,

não causa gripe; conferindo à vacina alta imunogenicidade e baixa reatogenicidade,

portanto com boa eficácia e tolerabilidade (TONIOLO-NETO et al., 2006).

A vacina contra influenza é preparada em uma suspensão de antígenos do

vírus da gripe, composta por diferentes cepas de Myxovirus influenzae inativados,

fracionados pelo formaldeído, purificados e cultivados em ovos embrionados, cuja

composição e concentração contêm 15mcg de hemaglutinina (HÁ) de cada cepa.

Sua composição é atualizada com base nas recomendações da Organização

Mundial de Saúde, após estudos epidemiológicos realizados em laboratórios de

pesquisas espalhados em vários pontos do mundo e analisando a circulação dos

vírus prevalentes nos hemisférios norte e sul (TONIOLO-NETO et al., 2006).

As mudanças antigênicas constantes dos vírus influenza circulantes

determinam uma validade máxima de um ano para as formulações dos produtos

vacinais. A atualização anual da composição vacinal é fundamental para a eficácia

da vacina. Com base em estudos epidemiológicos realizados entre maio e setembro

em vários centros do mundo, a Vigilância Global da Influenza coordenada pela OMS

determina anualmente a composição antigênica destas vacinas (TONIOLO-NETO et

al., 2006).

A apresentação da vacina é em solução injetável em frasco-ampola contendo

10 doses. Cada dose individual deve conter 0,5 ml. A administração deve ser feita

por via intramuscular. A vacina adquirida pela Coordenação do Programa Nacional

de Imunizações é segura, imunogênica e eficaz. Os estudos existentes

demonstraram que a vacina contra influenza é mais eficaz em reduzir os sintomas

mais graves da doença do que a infecção pelo vírus propriamente dita. A imunidade

aparece de 10 a 15 dias após a vacinação, persistindo por volta de um ano (DE

JONG et al., 2000 apud BRASIL, 2006).

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A revacinação deve ser anual e é recomendável que seja realizada nos

meses que antecedem o inverno, período de maior incidência da doença, de forma a

promover níveis de anticorpos adequados, na época mais apropriada. A vacina age

estimulando o organismo a produzir sua própria imunidade humoral/celular, sendo

que sua proteção limita-se apenas aos tipos e cepas do vírus influenza contidos na

vacina daquele ano. O grau de proteção proporcionado pela imunização pode ser

parcial ou insuficiente para prevenir as manifestações clínicas da doença, se a

exposição ao agente infeccioso for intensa, ou se as cepas responsáveis pela

infecção forem antagonicamente relacionadas com aquelas utilizadas na produção

da vacina. Os indivíduos idosos, com doenças crônicas graves, e os

imunocomprometidos têm pior resposta imunológica (TEMPORÃO, 2003).

Os eventos adversos decorrentes da aplicação da vacina contra influenza

são, em geral, de intensidade leve, bem tolerada e tendem a desaparecer

espontaneamente após 48 horas. Eritema, aumento da sensibilidade, enduração,

edema e/ou dor no local de aplicação foram relatados mais freqüentemente,

persistindo por um ou dois dias. Ao enfermeiro, cabe supervisionar a campanha na

sua unidade, estar informado sobre quais são os benefícios que podem ser

alcançados, e que podem ocorrer falhas com a vacina, além de estar atento e

observar qualquer reação adversa ou alérgica que possa ocorrer (BRASIL, 2008).

No Brasil, que tem um dos mais bem-sucedidos programas de imunização do

mundo, todas as vacinas do que se convencionou chamar de calendário básico de

vacinação – um elenco de vacinas indispensáveis a um país – são disponibilizadas

diária e gratuitamente nos postos de vacinação da rede pública de saúde, inclusive a

vacina contra influenza. Isso sem falar nas campanhas de vacinação em massa, um

esforço pontual e concentrado para imunizar diferentes faixas etárias da população,

em períodos específicos do ano (BRASIL, 2008).

O que pouca gente sabe é que o que sustenta esse modelo de reconhecida

eficiência do serviço público é uma sofisticada e complexa operação logística, que

envolve todos os níveis de governo e, não raro, organizações internacionais. A

compra, armazenamento, movimentação e distribuição desses produtos exigem

esforços e cuidados redobrados. A efetividade dos imunobiológicos está diretamente

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ligada à manutenção da cadeia de frio em todas as suas etapas, desde a produção

até a estocagem, passando pelo transporte e manuseio (BRASIL, 2008).

Qualquer quebra nessa delicada cadeia pode fazer com que a vacina perca a

sua capacidade de imunizar. Daí ser imprescindível a manutenção de princípios e

normas rígidas, estipuladas tanto pela Organização Mundial da Saúde como pelo

Programa Nacional de Imunização (BRASIL, 2008).

Para manter o maior controle possível sobre a operação, o planejamento do

ano vacinal é feito com seis meses de antecedência. A operação logística começa a

ser desenhada quando a programação do calendário é enviada pelos Estados ao

PNI. Nela, cada um deles indica o número de vacinas necessárias para atender sua

demanda local (BRASIL, 2008).

É responsabilidade do PNI, que também normalizou todo o processo e

procedimentos, comprar as vacinas do calendário básico, repassando-as, depois,

aos Estados. A organização e distribuição para os municípios são uma atribuição do

Estado. A grade de cada Estado é montada a partir das informações sobre vacinas

aplicadas, tipo de dose, lote, validade e faixa etária, recolhidas diariamente nos

postos de vacinação (BRASIL, 2008).

Depois de consolidadas, essas informações são repassadas pelo município

para a Direção Regional de Saúde e, dessas para a Divisão de Imunização, que

alimenta o sistema de informação do PNI (BRASIL, 2008).

De maneira geral, a rede de frio governamental dos imunobiológicos

compreende um complexo de ligação entre os setores nacionais, interestaduais e

estaduais e municipais, que garante o armazenamento, manuseio e transporte

desses produtos. No setor governamental, essa rede tem basicamente cinco

instalações de armazenamento: nacional, central, estadual, regional, municipal e

local (salas de vacinação). No Brasil, o sistema de armazenagem e distribuição é de

responsabilidade da Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunização

(CGPNI), que mantém no Rio de Janeiro sua Central Nacional de Distribuição de

Imunobiológicos (Cenadi), de onde saem todas as vacinas utilizadas no sistema

público de saúde do país (BRASIL, 2008).

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O armazenamento em instância nacional e central-estadual utiliza-se câmaras

frias com temperaturas entre +2ºC e +8ºC. Na instância central-estadual, além de

câmaras frias, usam-se, também, geladeiras tipo comercial. Nas instâncias regional

e municipal, a vacina contra influenza é conservada em refrigeradores (+2ºC e

+8ºC). Na instância local, ou seja, nos centros e postos de saúde, nos hospitais e

nos ambulatórios, todos os produtos são conservados entre +2ºC e +8ºC e,

refrigeradores do tipo doméstico ou em caixas térmicas (BRASIL, 2008).

3.7 CAMPANHA VACINAL CONTRA GRIPE

Desde 1999, o percentual de municípios que alcançaram a meta de vacinação

na ocasião da Campanha tem sido crescente ano a ano. Segundo a Coordenação

Geral do programa Nacional de Imunizações – CGPNI, em 2006, dos 5.564

municípios brasileiros existentes, 255 (4,59%0 não atingiram a meta de Campanha.

Recomenda – se para esses municípios, que todos os esforços sejam dispensados

em 2007, a fim de garantir o aperfeiçoamento dos resultados e mais idosos venham

ser beneficiados. A região sudeste nos anos de 2000, 2001 e 2002 obteve o menor

percentual de municípios com êxitos nas Campanhas, superando nos anos

seguintes. Com a maior densidade demográfica do país, intenso fluxo de viajantes e

suas peculiaridades climáticas, a região necessita traçar estratégias próprias, a fim

de melhorar os seus índices de cobertura vacinal (DE JONG et al., 2000 apud

BRASIL, 2006).

A vacinação ocorre na forma de campanhas prolongadas, em geral duas a

quatro semanas, como a que ora se organiza. O período para a realização dessas

campanhas deve ser anterior ao período de maior circulação do vírus na população

das diferentes regiões do país (DE JONG et al., 2000 apud BRASIL, 2006).

A vacina é classificada como uma das medidas farmacológicas de prevenção

da influenza, juntamente com os antivirais, indicados como profiláticos para o

controle de surtos em comunidades fechadas. Existem outras formas de prevenção

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da influenza, chamadas não farmacológicas, que incluem medidas que visam reduzir

a transmissão da doença por meio de medidas como uso de lenços descartáveis ao

tossir e espirrar, lavagem adequada das mãos e medidas de distanciamento social.

Além da estratégia de Campanha Nacional de Vacinação do Idoso, o Brasil

disponibiliza a vacina contra influenza nos Centros de Referência de

Imunobiológicos Especiais (CRIE), para portadores de cardiopatia, nefropatia,

diabetes mellitus insulinodependente, cirrose hepática, hemoglobinopatia, portador

de DPOC, imunocomprometido ou portador de HIV, pacientes transplantados e

familiares em seu contato. A vacina também está disponível para a população

indígena, presidiários e profissionais que trabalham em presídios e profissionais de

saúde (DE JONG et al., 2000 apud BRASIL, 2006).

3.7.1 População Alvo da campanha de Vacinação contra Influenza

O Ministério da Saúde decidiu incluir no programa nacional de imunização a

vacinação contra influenza para indivíduos com mais de 65 anos de idade,

alcançando cobertura vacinal acima de 80% em todo o país. A partir de 2000, as

autoridades de saúde do governo federal diminuíram a faixa etária de corte para a

vacinação anual contra influenza de 65 para 60 anos de idade (TONIOLO-NETO,

2001).

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3.7.2 Eficácia da Vacinação contra Influenza

População Eficácia

Adultos saudáveis e a maioria das crianças

80% a 100%

Idosos institucionalizados 30% - 40%

Idosos não institucionalizados 58%

Renal crônico 66%

Transplante renal 18% a 93%

Hemodiálise 25% a 100%

Câncer 18% a 60%

HIV 15% a 80%

Quadro 2 – eficácia da vacina contra influenza. Fonte: Francisco , Donalisio e Lattore (2005,p.15)

O Ministério da Saúde considera a vacina como a principal medida disponível

para a prevenção da morbimortalidade por influenza e suas complicações (BRASIL,

2008).

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4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1 MATERIAL E MÉTODOS

4.1.1 Tipo de estudo

Estudo descritivo de corte transversal, análise quantitativa.

A pesquisa será realizada em dois momentos diferentes (ou em duas etapas):

1. Levantamento dos dados do SI – PNI;

2. Processamentos desses dados

4.1.2 Área de estudo

Cidade de Serra Talhada – PE, e mais os municípios que fazem parte da XI

GERES são eles: Calumbi, Flores, Santa Cruz da Baixa Verde, Triunfo, Betânia, São

José do Belmonte, Floresta, Carnaubeira da Penha e Itacuruba.

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4.1.3 População alvo

População Idosa de 60 anos e mais dos municípios que fazem parte da XI

GERES, que foram vacinados contra Gripe no ano de 2003 a 2007.

4.1.4 Coleta de dados

Os dados foram coletados a partir do programa de SI – PNI.

4.1.5 Aspectos éticos

A pesquisa foi autorizada pelo Secretário de Saúde do Município e o Gerente

da XI GERES referido, tendo o mesmo fornecido todos os dados referentes ao SI –

PNI, os quais serão de grande importância na realização deste trabalho (ANEXO A).

O presente trabalho foi encaminhado no dia 14/08/2008 para o Comitê Ética

do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, o qual foi aprovado, na reunião do mês

de setembro.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A Campanha Nacional de Vacinação do Idoso é uma das efetivações do

compromisso do governo brasileiro com a universalidade, a integralidade e a

equidade da atenção à saúde na área de imunizações, atendendo, deste modo, aos

princípios básicos fundamentais do Sistema Único de Saúde (SUS). Com isto, o

Ministério da Saúde visa contribuir com a prevenção de enfermidades que interferem

no desenvolvimento das atividades rotineiras da população em foco, reduzindo a

morbimortalidade por doenças infecciosas imunopreveníveis e garantindo-lhe

prioritariamente qualidade de vida, bem-estar e inclusão social.

Os idosos são altamente beneficiados, uma vez que a vacina fornece elevada

proteção contra as complicações associadas à gripe, freqüentes nesta faixa etária e

responsáveis por internações e óbitos.

Ressalta-se a importância de se garantir a vacinação contra influenza para as

pessoas de 60 anos e mais de idade, que se encontram nas instituições de longa

permanência.

A vacina contra influenza requer uma dose anual. E deve ser garantida a

todos aqueles na faixa etária de 60 anos e mais de idade.

Os resultados obtidos na nossa pesquisa sobre a campanha contra Influenza

nos municípios da XI GERES no ano de 2003 a 2007.

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93,59

92,64

90,06

86,2

86,1386,05

79,95

79,31

79,31

65,45TRIUNFO 93,59%

FLORES 92,64%

SÃO JOSÉ DO BELMONTE 90,06%

ITACURUBA 86,20%

CALUMBI 86,13%

SANTA CRUZ DA B. VERDE 86,05%

FLORESTA 79,95%

BETANIA 79,31 %

CARNAUBEIRA DA PENHA 79,31%

SERRA TALHADA 65,45%

Gráfico I: Cobertura vacinal contra influenza, segundo município no ano de 2003.

Os resultados mostram que foi possível identificar que o maior percentual de

cobertura no ano de 2003, foi a cidade de Triunfo (93,59%). A da XI GERES foi

79,97%, sendo que a meta preconizada pelo Ministério da Saúde era de 70%.

97,9

93,2

91,48

89,4687,33

76,95

75,82

75,59

75,08

70,43 CALUMBI 97,90%

TRIUNFO 93,20%

SÃO JOSÉ DO BELMONTE 91,48%

FLORES 89,46%

ITACURUBA 87,33%

BETÂNIA 76,95%

FLORESTA 75,82%

SERRA TALHADA 75,59%

CARNAUBEIRA DA PENHA 75,08%

SANTA CRUZ DA BAIXA VERDE 70,43%

Gráfico 2: Cobertura vacinal contra influenza, segundo município no ano de 2004.

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Os resultados mostram que o maior percentual no ano de 2004 foi a cidade

de Calumbi (97,90%). A da XI GERES foi 81,93%, sendo que a meta preconizada

pelo Ministério da Saúde era de 70%.

101,11

94,23

92,74

90,57

86,6483,77

81,27

80,3

78,26

77,11

TRIUNFO

FLORES

SÃO JOSE DO BELMONTE

CALUMBI

ITACURUBA

SANTA CRUZ DA BAIXA VERDE

BETANIA

FLORESTA

SERRA TALHADA

CARNAUBEIRA DA PENHA

Gráfico 3: Cobertura vacinal contra influenza, segundo município no ano de 2005.

Os resultados mostram que em 2005 o maior percentual de cobertura voltou a

ser a cidade de Triunfo (101,11%), sendo a da XI GERES com 85,55%.

100

100

99,64

94,83

93,2391,62

87,46

86,98

84,12

77,36 TRIUNFO

SERRA TALHADA

FLORES

SÃO JOSE DO BELMONTE

ITACURUBA

BETANIA

CARNAUBEIRA DA PENHA

CALUMBI

SANTA CRUZ DA BAIXA VERDE

FLORESTA

Gráfico 4: Cobertura vacinal contra influenza, segundo município no ano de 2006.

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Em 2006, a cidade de Triunfo e Serra Talhada obtiveram uma maior cobertura

vacinal (100,00%). A da XI GERES aumentou para 94,20%. Sendo que a pior meta

foi a de Floresta (77,36).

104,67

101,59

101,58

99,44

94,57

89,94

89,63

87,44

87,37

76,06TRIUNFO

ITACURUBA

SÃO JOSE DO BELMONTE

FLORES

CARNAUBEIRA DA PENHA

CALUMBI

SANTA CRUZ DA BAIXAVERDE

BETANIA

SERRA TALHADA

FLORESTA

Gráfico 5: Cobertura vacinal contra influenza, segundo município no ano de 2007.

Em 2007, Triunfo se manteve na 1º colocação da regional (104,67%),

enquanto que Serra Talhada caiu para 9º colocação (87,37%). A cobertura vacinal

da XI GERES foi 91,84%, sendo que a meta preconizada pelo Ministério da Saúde

era de 70%.

Segundo os dados fornecidos pelo DATASUS (MS), vimos que, a cobertura

da XI GERES no que diz respeito campanha contra influenza realizada nos idosos

(acima de 60 anos), foi aumentando no decorrer dos anos, passando de 79,97% em

2003 para 91,84% em 2007, embora tenha ocorrido um decréscimo deste ultimo ano

em relação a 2006 (94,20%).

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Serra Talhada acompanhou esse crescimento, atingindo seu ápice em 2006

quando atingiu os 100% diminuindo para 87,37% em 2007. Ocupando o 1º lugar

junto com Triunfo, depois caindo para 9º colocação, nos respectivos anos. Em 2003,

Serra Talhada tinha uma cobertura vacinal contra Influenza de 65,45%, sendo a pior

da XI GERES, já no ano seguinte ocupou a 7º colocação com 75,59% e a 9% em

2005 com 78,26% de cobertura vacinal.

Analisando o município de Serra Talhada, em relação à vacina em idosos

contra a gripe no período avaliado de 2003 a 2007, vimos que 2003 ainda era um

ano de adaptação da inserção da vacinas entre os idosos, além disso, mostra-se

que forma de trabalhar da secretaria de saúde na campanha nesse ano, não foi

eficaz, pois os demais municípios analisados atingiram a meta. Serra Talhada ficou

com 65,45%, sendo o único a não atingir a meta preconizada pelo o MS, que era de

70%. O melhor ano em relação à pesquisa foi em 2006 com um percentual de 100%.

Vimos com isso que o município acompanhou o país no aumento da

cobertura da vacina contra Influenza nos idosos, aumentando a adesão desses,

conscientizando da importância de se vacinar.

De acordo com De Jong et al. (2000 apud BRASIL, 2006) desde 1999, o

percentual de municípios que alcançaram a meta de vacinação na ocasião da

Campanha tem sido crescente ano a ano. Segundo a Coordenação Geral do

Programa Nacional de Imunizações (CGPNI), em 2006, dos 5.564 municípios

brasileiros existentes, 255 (4,59%) não atingiram a meta de Campanha.

Recomenda-se para esses municípios, que todos os esforços sejam

dispensados em 2007, a fim de garantir o aperfeiçoamento dos resultados e mais

idosos venham ser beneficiados. A região sudeste nos anos de 2000, 2001 e 2002

obteve o menor percentual de municípios com êxitos nas Campanhas, superando

nos anos seguintes. Com a maior densidade demográfica do país, intenso fluxo de

viajantes e suas peculiaridades climáticas, a região necessita traçar estratégias

próprias, a fim de melhorar os seus índices de cobertura vacinal.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa possibilitou uma aproximação com as reais coberturas

vacinais contra a influenza no período de 2003 e 2007 nas cidades da XI GERES.

A vacinação é a ferramenta de primeira escolha para a prevenção da

influenza, embora ainda sejam usados os antivirais por serem considerados

medicamentos de grande relevância na prevenção e controle da influenza.

Conclui – se que Serra Talhada acompanhou esse crescimento, atingindo seu

ápice em 2006 quando atingiu os 100% diminuindo para 87,37% em 2007.

Ocupando o 1º lugar junto com Triunfo, depois caindo para 9º colocação, nos

respectivos anos. Em 2003, Serra Talhada tinha uma cobertura vacinal contra

Influenza de 65,45%, sendo a pior da XI GERES, já no ano seguinte ocupou a 7º

colocação com 75,59% e a 9% em 2005 com 78,26% de cobertura vacinal.

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