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VALÉRIA SOUZA FREITAS
ESTUDO DA EXPRESSÃO IMUNO-
HISTOQUÍMICA DAS MMPs -2, -7, -9
E -26 E DOS TIMPs -1 E -2 EM
ADENOMAS PLEOMÓRFICOS E
CARCINOMAS ADENÓIDES
CÍSTICOS DE GLÂNDULAS
SALIVARES MENORES
Natal - RN2011
VALÉRIA SOUZA FREITAS
ESTUDO DA EXPRESSÃO IMUNO-
HISTOQUÍMICA DAS MMPs -2, -7, -9 E -26
E DOS TIMPs -1 E -2 EM ADENOMAS
PLEOMÓRFICOS E CARCINOMAS
ADENÓIDES CÍSTICOS DE GLÂNDULAS
SALIVARES MENORES
Tese apresentada ao Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Doutor em Patologia Oral.
Orientadora: Profª Drª Lélia Batista de Souza
NATAL - RN
2011
Catalogação na Fonte. UFRN/ Departamento de Odontologia
Biblioteca Setorial de Odontologia “ProfºăAlbertoăMoreiraăCampos”.
Freitas, Valéria Souza. Estudo da expressão imuno-histoquímica das MMPs -2, -7, -9 e -26 e TIMPs -1 e -2 em adenomas pleomórficos e carcinomas adenóides císticos de glândulas salivares menores / Valéria Souza Freitas. – Natal, RN, 2011.
156 f. : il.
Orientador: Profa. Dra. Lélia Batista de Souza. Tese (Doutorado em Patologia Oral) – Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral.
1. Adenoma pleomórfico – Tese. 2. Carcinoma adenóide cístico – Tese. 3.
Metaloproteinases da matriz – Tese. 4. Inibidores teciduais de metaloproteinases –Tese. 5. Imuno-histoquímica – Tese. I. Souza, Lélia Batista de. II. Título.
RN/UF/BSO Black D65
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Reginaldo (in memoriam) e Lila, pelo exemplo de amor e dedicação a família,
e com quem aprendi os principais valores da vida: o amor, o desprendimento, a generosidade
e a simplicidade.
Ao meu querido amor Roberto e a Deus que com a sua imensa bondade permitiu este
encontro que transformou a minha vida. Obrigada pelo seu amor, apoio incondicional,
sabedoria, simplicidade e especialmente pelas incontáveis vezes que entendeu as minhas
ausências, compartilhou as minhas angústias e celebrou as minhas conquistas.
Aos meus irmãos, César, Bel e Eliene, pelo amor, carinho e pela alegria de viver juntos esta
experiência terrena, em especial por cuidar da nossa mãe durante a minha ausência.
A minha sobrinha Larissa e as minhas afilhadas Érica e Geane pela oportunidade de aprender,
mesmo sem a maternidade, sobre a pureza e os doces sentimentos da infância e adolescência.
As minhas mães de coração Tide e Zelita, pelo imenso carinho, generosidade e cuidado que
sempre demonstraram, tornando a minha vida mais leve e alegre.
AGRADECIMENTOS
A minha orientadora, Profa. Dra. Lélia Batista de Souza, pelo exemplo de dedicação a vida
acadêmica e ao Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN). O meu agradecimento especial pelos ensinamentos, atenção e
orientação dedicada durante todo o Curso de Doutorado.
Ao professor Dr. Leão Pereira Pinto pela dedicação ao Programa de Pós-Graduação em
Patologia Oral. O meu agradecimento pelos ensinamentos, gentileza e
palavras de incentivo.
A Coordenação do Programa de Pós-graduação em Patologia Oral, em especial a professora
Dra. Roseana de Almeida Freitas, o meu agradecimento pelo carinho, sensatez,
disponibilidade e ensinamentos.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral, em especial a Dra. Lélia
Maria Guedes Queiroz, Dr. Antônio de Lisboa Lopes Costa, Dra. Hébel Cavalcanti Galvão,
Dra. Márcia Cristina da Costa Miguel, Dra. Éricka Janine Dantas da Silveira e Dra. Ana
Myrian Costa de Medeiros pela amizade e importante contribuição para a minha formação
acadêmica e profissional.
Aos professores Dr. Angelo Giuseppe Roncalli e Dr. Kenio Costa Lima pelos ensinamentos,
colaboração na análise estatística durante os trabalhos das disciplinas e em especial por tornar
mais interessante a estatística.
Ao professor Dr. Jean Nunes dos Santos, pelo tão presente apoio e em especial pela amizade
sincera, incentivo e pelos ensinamentos. O meu agradecimento por contar sempre com a sua
colaboração, especialmente na criação do nosso desejado Laboratório de Patologia Oral da
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).
A minha orientadora do Mestrado, professora Dra. Eneida de Moraes Marcílio Cerqueira.
O meu muito obrigado pela sua contribuição na minha formação acadêmica e por
proporcionar-me um encantamento especial pela Genética, na sempre gentil e agradável
convivência.
Ao professor Dr. Benedicto Alves de Castro Silva pela gentileza, sabedoria e ensinamentos
proporcionados durante todos estes anos de tão agradável convívio. Em especial, por ser o
mentor e colaborar no nosso sonho em fundar o Núcleo de Câncer Oral (NUCAO) da UEFS.
Em todos estes anos de voluntariado no Hospital Aristides Maltez, o senhor sempre foi um
exemplo de dedicação a profissão e amor ao próximo. Ao senhor a nossa eterna gratidão.
As minhas amigas irmãs Cristina Ruan e Betânia Fachetti pela amizade, cuidado zeloso,
carinho, disponibilidade e incentivo de todas as horas.
Ao meu irmão de orientação Pedro, pela amizade, ajuda despretenciosa durante todo o Curso,
disponibilidade e em especial pela simplicidade em compartilhar o seu saber.
Aos meus colegas da turma de Doutorado com quem sempre pude contar em todos os
momentos do Curso. Ao carinho e delicadeza de Bruna Amaral. A Bruna Rafaela com quem
compartilhei muitos dos seminários das disciplinas, pelas doces palavras de incentivo que
sempre acalmaram o meu coração. A Alexandre pelos agradáveis momentos de convivência e
alegria. A Cassiano pelo aprendizado com a troca de experiências.
Aos meus colegas das turmas de Mestrado e Doutorado, Felipe, Thais, Maiara, Emeline,
Joabe, Cyntia, Dimitri, Domingos, Marta, Marcelo, Adriana, Deborah, Ruth, Alessandra, Ana
Rafaela, Pollianna, Karuza, George e Janaína, pelo acolhimento, carinho, disponibilidade e
amizade. Um agradecimento carinhoso e saudoso a Marianne pelos inesquecíveis momentos
de amizade e alegria compartilhados durante parte do Curso. A Águida pela amizade, atenção
e delicada companhia. A Keila pela atenção, carinho e agradável convivência.
Ao colega professor Dr. Manoel Antonio Gordón Núñez pela tão presente gentileza, atenção e
carinho de todos os momentos.
Aos funcionários do Programa de Pós-graduação em Patologia Oral, Gracinha, Idelzuíte,
Sandrinha, Lourdinha, Hévio e Canindé pela dedicação ao trabalho, colaboração constante e
carinho.
As bibliotecárias da Biblioteca Setorial de Odontologia da UFRN, Cecília Isabel dos Santos e
Mônica Karina Santos Reis pela elaboração da ficha catalográfica e revisão das referências.
As bolsistas de Iniciação Científica da Base de Pesquisa em Patologia Oral da UFRN,
Andrea Barros, Carla Samily, Mila Fontes, Marcel Costa e Marília Queiroga pela colaboração
nos trabalhos científicos durante o Curso.
Aos meus colegas professores da UEFS e colaboradores do NUCAO, Márcio Campos, Nilton
César Nogueira, Maria Emília Ramos, Fernando Bastos, Arlei Cerqueira, Michelle Miranda,
Maria do Carmo Nagahama, Tarsila Ramos, Bruno Cantharino e Gabriela Botelho pela
substituição nas atividades de ensino, pesquisa e extensão que permitiram a conclusão deste
Curso.
A todos os meus colegas da Área de Odontologia Preventiva e Social e em especial a Joildo
Guimarães e Técia Daltro pela amizade e carinho de todos os momentos.
As funcionárias da clínica da UEFS Rita Jeane e Zoraide pelo cuidado e carinho dispensado
aos nossos pacientes. As funcionárias do Departamento de Saúde e do Colegiado do Curso de
Odontologia, Jailda Barreto, Jocely Almeida, Daniela Porto e Viviane Simas pela gentileza,
disponibilidade e atenção dispensada durante o período de afastamento para o Doutorado.
Aos meus pacientes do NUCAO, pela oportunidade de aprender sobre a trasitoriedade de
todas as coisas e a singeleza da vida. Neste convívio singular foi possível refletir sobre o
mais básico dos ensinamentos do Mestre Jesus, que não estamos aqui para sermos servidos,
mas apenas para servir. Espero sempre ser digna da confiança e puder serví-los com
simplicidade e amor. Para vocês um agradecimento muito especial.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo
financiamento desta pesquisa.
SUMÁRIO
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
RESUMO
SUMMARY
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 24
2 REVISÃO DA LITERATURA.............................................................................. 27
2.1 Adenoma pleomórfico............................................................................................ 27
2.2 Carcinoma adenóide cístico.................................................................................... 31
2.3 Invasão, metástase tumoral e matriz extracelular .................................................. 36
2.4 Metaloproteinases da matriz................................................................................... 38
2.4.1 MMPs -2 e -9 (gelatinases A e B) ......................................................................... 40
2.4.2 MMPs -7 e -26 (matrilisinas 1 e 2) ....................................................................... 45
2.4.3 Regulação das metaloproteinases da matriz e seus inibidores teciduais................ 50
2.4.4 Metaloproteinases da matriz e inibidores teciduais de metaloproteinases em
tumores de glândulas salivares............................................................................... 53
3 PROPOSIÇÃO....................................................................................................... 61
4 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................... 63
4.1 Implicações éticas.................................................................................................. 63
4.2 Caracterização do estudo........................................................................................ 63
4.3 População................................................................................................................ 63
4.4 Amostra.................................................................................................................. 63
4.5 Estudo morfológico................................................................................................ 63
4.6 Estudo imuno-histoquímico.................................................................................... 64
4.7 Análise do perfil imuno-histoquímico.................................................................... 67
4.8 Análise estatística................................................................................................... 68
5 RESULTADOS...................................................................................................... 70
5.1 Caracterização da amostra...................................................................................... 70
5.2 Análise morfológica............................................................................................... 73
5.2.1 Adenomas pleomórficos......................................................................................... 73
5.2.2 Carcinomas adenóides císticos............................................................................... 80
5.3 Análise imuno-histoquímica................................................................................... 84
5.3.1 Análise da imunoexpressão das gelatinases........................................................... 84
5.3.2 Análise da imunoexpressão das matrilisinas.......................................................... 95
5.3.3 Análise da imunoexpressão dos inibidores teciduais das
metaloproteinases............................................................................................... 101
6 DISCUSSÃO......................................................................................................... 109
7 CONCLUSÕES..................................................................................................... 125
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 127
ANEXO................................................................................................................. 155
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
QUADROS
Quadro 1. Clone, especificidade, diluição, fonte, recuperação antigênica e
tempo de incubação dos anticorpos utilizados....................................................... 66
Quadro 2. Análise da imunoexpressão nos espécimes de adenoma pleomórfico
e carcinoma adenóide cístico, baseado no percentual de células
imunopositivas....................................................................................................... 67
Quadro 3. Análise da imunoexpressão nos espécimes de adenoma pleomórfico e
carcinoma adenóide cístico, baseado na intensidade de
coloração................................................................................................................. 68
TABELAS
Tabela 1. Dados clínicos referentes a sexo, idade e localização anatômica dos
casos de adenoma pleomórfico de glândulas salivares menores, Natal, RN.
2011....................................................................................................................... 71
Tabela 2. Dados clínicos referentes a sexo, idade e localização anatômica dos
casos de carcinoma adenóide cístico de glândulas salivares menores, Natal,
RN. 2011................................................................................................................ 72
Tabela 3. Número e percentual de características histopatológicas evidenciadas
nos adenomas pleomórficos de glândulas salivares menores, Natal,
RN.2011................................................................................................................ 78
Tabela 4. Número e percentual de características histopatológicas encontradas
nos carcinomas adenóides císticos de glândulas salivares menores, Natal,
RN.2011.................................................................................................................. 82
Tabela 5. Imunoescores de intensidade de marcação obtidos para as gelatinases
(MMPs -2 e -9) de acordo com o tipo de tumor, Natal, RN.
2011........................................................................................................................ 86
Tabela 6. Teste de Mann-Whitney para a diferença entre os imunoescores de
intensidade de marcação para as metaloproteinases da matriz (MMPs -2, -7, -9
e -26) e os inibidores teciduais de metaloproteinases (TIMPs -1 e -2) por tipo de
tumor, Natal, RN. 2011.......................................................................................... 90
Tabela 7. Teste de Kruskal-Wallis para a diferença entre os imunoescores de
intensidade de marcação para as metaloproteinases da matriz (MMPs -2, -7, -9 e
-26) por subtipo e padrão histológico do tumor, Natal, RN.
2011....................................................................................................................... 92
Tabela 8. Coeficiente de Correlação de Spearman para a análise de correlação
entre a intensidade de expressão das gelatinases (MMPs-2 e -9) e variáveis
clínicopatológicas em adenomas pleomórficos de glândulas salivares menores,
Natal, RN. 2011..................................................................................................... 93
Tabela 9. Coeficiente de Correlação de Spearman para a análise de correlação
entre a intensidade de expressão das gelatinases (MMPs-2 e -9) e variáveis
clínicopatológicas em carcinomas adenóides císticos de glândulas salivares
menores, Natal, RN. 2011...................................................................................... 94
Tabela 10. Imunoescores de intensidade de marcação obtidos para as
matrilisinas (MMPs -7 e -26) de acordo com o tipo de tumor, Natal, RN.
2011....................................................................................................................... 96
Tabela 11. Coeficiente de Correlação de Spearman para a análise de correlação
entre a intensidade de expressão das matrilisinas (MMPs-7 e -26) e variáveis
clínicopatológicas em adenomas pleomórficos de glândulas salivares menores,
Natal, RN. 2011..................................................................................................... 99
Tabela 12. Coeficiente de Correlação de Spearman para a análise de correlação
entre a intensidade de expressão das matrilisinas (MMPs-7 e -26) e variáveis
clínicopatológicas em carcinomas adenóides císticos de glândulas salivares
menores, Natal, RN. 2011..................................................................................... 100
Tabela 13. Imunoescores de intensidade de marcação obtidos para os inibidores
teciduais das metaloproteinases (TIMPs -1 e -2) de acordo com o tipo de tumor,
Natal, RN. 2011...................................................................................... 102
Tabela 14. Teste de Kruskal-Wallis para a diferença entre os imunoescores de
intensidade de marcação para os inibidores teciduais das metaloproteinases
(TIMPs -1 e -2) por subtipo e padrão histológico do tumor, Natal, RN.
2011........................................................................................................................ 105
Tabela 15. Coeficiente de Correlação de Spearman para a análise de correlação
entre a intensidade de expressão dos inibidores teciduais das metaloproteinases
(TIMPs-1 e -2) e variáveis clínicopatológicas em adenomas pleomórficos de
glândulas salivares menores, Natal, RN. 2011...................................................... 106
Tabela 16. Coeficiente de Correlação de Spearman para a análise de correlação
entre a intensidade de expressão dos inibidores teciduais das metaloproteinases
(TIMPs-1 e -2) e características clínicopatológicas em carcinomas adenóides
císticos de glândulas salivares menores, Natal, RN. 2011..................................... 107
FIGURAS
Figura 1. Aspectos microscópicos dos adenomas pleómórficos de glândulas
salivares menores. (a) Células epiteliais neoplásicas benignas, dispostas em
ninhos, cordões e estruturas ductiformes em meio a um estroma hialinofibroso,
(b) cápsula fibrosa delimitando o tumor (H/E, 200X)....................................... 75
Figura 2. Estroma hialino em adenoma pleómórfico de glândulas salivares
menores (H/E, 200X).................................................................................... 76
Figura 3. Estroma predominantemente fibroso em adenoma pleómórfico de
glândulas salivares menores (H/E, 200X)........................................................... 76
Figura 4. Estroma mixóide em adenoma pleómórfico de glândulas salivares
menores (H/E, 200X)................................................................................... 77
Figura 5. Estroma mixocondróide em adenoma pleómórfico de glândulas
salivares menores, entremeado por cordões epiteliais (H/E, 200X)....................... 77
Figura 6. Subtipos histológicos apresentados pelos adenomas pleomórficos de
glândulas salivares menores. (a) clássico, (b) mixóide e (c) celular. (H/E,
200X)........................................................................................................... 79
Figura 7. Padrões histológicos apresentados pelos carcinomas adenóides
císticos de glândulas salivares menores. (a) tubular, (b) cribriforme e (c) sólido
(H/E, 200X)................................................................................................. 81
Figura 8. Aspectos microscópicos dos tipos de invasão apresentados pelos
carcinomas adenóides císticos de glândulas salivares menores. (a) acinar, (b)
muscular, (c) perineural e (d) intravascular (H/E, 400X)..................................... 83
Figura 9. Forte expressão citoplasmática da MMP-2 em células tumorais e estromais
de adenoma pleomórfico de glândulas salivares menores
(ENVISION,400X)......................................................................................................... 87
Figura 10. Forte expressão citoplasmática da MMP-9 em células tumorais e
estromais de adenoma pleomórfico de glândulas salivares menores
(ENVISION,400X)......................................................................................................... 87
Figura 11. Expressão imuno-histoquímica das gelatinases (MMPs -2 e -9) em áreas
de diferenciação e fragmentos de tecido glandular presentes em adenomas
pleomórficos de glândulas salivares menores. (a) Forte expressão da MMP-2 em
áreas de diferenciação escamosa (b) Forte expressão da MMP-9 em células presentes
no interior das lacunas das áreas condróides. (c) Ausência de expressão da MMP-9
em células acinares (ENVISION,400X)................................................................... 88
Figura 12. Forte expressão citoplasmática da MMP-2 em células tumorais e
estromais de carcinoma adenóide cístico de glândulas salivares menores
(ENVISION,400X)......................................................................................................... 89
Figura 13. Forte expressão citoplasmática da MMP-9 em células tumorais e
estromais de carcinoma adenóide cístico de glândulas salivares menores
(ENVISION,400X)......................................................................................................... 89
Figura 14. Box-Plot de intensidade de marcação para a MMP-9 de acordo com o tipo
de tumor, Natal, RN. 2011.................................................................................... 91
Figura 15. Forte expressão citoplasmática da MMP-7 em células tumorais e
estromais de adenoma pleomórfico de glândulas salivares menores
(ENVISION,400X)......................................................................................................... 97
Figura 16. Forte expressão citoplasmática da MMP-26 em células tumorais e
estromais de adenoma pleomórfico de glândulas salivares menores
(ENVISION,400X)......................................................................................................... 97
Figura 17. Forte expressão citoplasmática da MMP-7 em células tumorais e
estromais de carcinoma adenóide cístico de glândulas salivares menores
(ENVISION,400X)......................................................................................................... 98
Figura 18. Moderada expressão citoplasmática da MMP-26 em células tumorais e
estromais de carcinoma adenóide cístico de glândulas salivares menores
(ENVISION,400X)......................................................................................................... 98
Figura 19. Forte expressão citoplasmática do TIMP-1 em células tumorais e
estromais de adenoma pleomórfico de glândulas salivares menores
(ENVISION,400X)......................................................................................................... 103
Figura 20. Forte expressão citoplasmática do TIMP-2 em células tumorais e
estromais de adenoma pleomórfico de glândulas salivares menores
(ENVISION,400X)......................................................................................................... 103
Figura 21. Forte expressão citoplasmática do TIMP-1 em células tumorais e
estromais de carcinoma adenóide cístico de glândulas salivares menores
(ENVISION,400X)......................................................................................................... 104
Figura 22. Moderada expressão citoplasmática do TIMP-2 em células tumorais e
estromais de carcinoma adenóide cístico de glândulas salivares menores
(ENVISION,400X)......................................................................................................... 104
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Lista de abreviaturas e siglas ADAM-28 - adamalisina-28
AP - adenoma pleomórfico
AP-1 - do inglês, activating protein 1
AP-2 - do inglês, activating protein 2
Apo-CII - apoliproteína CII
Arg81 - aminoácido arginina
CAC - carcinoma adenóide cístico
CCND1 - gene da ciclina D1
CTNNB1 - do inglês, catenin, cadherin-associated protein, beta 1
EGF - do inglês, human epidermal growth factor
EGFR - do inglês, human epidermal growth factor receptor
EGFR2 - do inglês, human epidermal growth factor receptor 2
EMMPRIN - do inglês, extracellular matrix metalloproteinase inducer
FasL - Fas-ligante
FZ-7 - do inglês, frizzled-7
H/E - hematoxilina/eosina
HER-2/neu - receptor do fator de crescimento epidérmico humano do tipo 2
His81 – aminoácido histidina
HMGA2 - do inglês, high mobility group AT-hook 2
HMGIC do inglês, high-mobility group nonhistone chromosomal - protein isoform I-C
ICAM-1 - do inglês, intercellular adhesion molecule 1
IGFBP-1 - do inglês, insulin-like growth factor-binding protein 1
LEF - do inglês, lymphoid enhancer-binding factor
LIFR - do inglês, leukemia inhibitory factor receptor
LOH - do inglês, loss of heterozygosity
MEC - matriz extracelular
MB - membrana basal
MMP - metaloproteinases da matriz
NF-B - do inglês, nuclear factor kappa-light-chain-enhancer of activated B cells
NGF - do inglês, nerve growth factor
p53 - proteína p53
PCNA - antígeno nuclear de proliferação celular
PEA3 - do inglês, activator enhancer polyoma 3
PLAG 1 - do inglês, pleiomorphic adenoma gene 1
pRb - proteína retinoblastoma
pró-HB-EGF - do inglês, heparin-binding EGF-like growth factor
RT-PCR - do inglês real-time quantitative reverse transcription-polymerase chain
reaction
SISH - do inglês, silver enhanced in situ hybridization
SOX-4 - do inglês, transcription factor SOX-4
SP-1, ISRE - do inglês, interferon stimulated response element
Tcf4 - do inglês, transcription factor 4
TGF-く - do inglês, transforming growth factor-beta
TNF-g - do inglês, tumor necrosis factor-alpha
TGS - tumores de glândulas salivares
TIE - do inglês, tyrosine kinase with immunoglobulin-like and EGF-like domains
TIMP - inibidores teciduais de metaloproteinases
TrkA - receptor neurotrofina tirosina cinase A
VEGF - do inglês, vascular endothelial growth factor
VCAM-1 - do inglês, vascular cell adhesion protein 1
YB-1 - do inglês, Y box binding protein 1
g-1PI - do inglês, alpha1-proteinase inhibitor
RESUMO
O balanço entre a expressão das metaloproteinases da matriz (MMPs) e seus inibidores
teciduais (TIMPs) tem sido relacionado a vários processos fisiológicos e patológicos,
incluindo a morfogênese de glândulas salivares e os processos de invasão e metástase
tumoral. O adenoma pleomórfico (AP) e o carcinoma adenóide cístico (CAC) representam,
respectivamente, neoplasias benignas e malignas de glândulas salivares que, embora
compartilhem a mesma origem celular, apresentam comportamentos biológicos distintos. O
propósito deste estudo foi comparar a expressão imuno-histoquímica das MMPs -2, -7, -9 e -
26 e dos TIMPs -1 e -2 em casos de AP e CAC de glândulas salivares menores. Vinte casos
de AP e vinte casos de CAC foram avaliados quanto à presença, intensidade e localização das
MMPs e TIMPs no parênquima tumoral. A maioria dos APs e CACs apresentaram alta
expressão das MMPs e dos TIMPs, predominantemente localizada nas células tumorais. Não
houve diferença estatisticamente significativa na expressão das MMPs -2 (p=0,359), -7
(p=0,081) e -26 (p=0,553), bem como dos TIMPs -1 (p=0,657) e -2 (p=0,248), entre o
parênquima dos APs e CACs. A MMP-9 demonstrou uma diferença significativa de expressão
entre os dois tumores, apresentando o CAC uma marcação mais intensa para esta gelatinase
(p=0,041). A forte expressão da MMP-9 observada no parênquima dos CACs sugere que esta
gelatinase possa desempenhar um papel importante no comportamento biológico destes
tumores. Por outro lado, apesar de não ocorrer uma diferença significativa entre as médias das
MMPs -2, 7 e 26 nos tumores estudados, os dados quando analisados em conjunto sugerem
que estas proteases podem estar participando de processos de remodelação tecidual em ambos
os tumores, mas não apresentam uma relação direta com o padrão de agressividade do CAC.
Entretanto, as matrilisinas poderiam influenciar indiretamente o comportamento deste tumor
devido a sua capacidade de ativar a MMP-9, fortemente expressa no parênquima destes
tumores.
Palavras-chave: Adenoma pleomórfico, carcinoma adenóide cístico, metaloproteinases da
matriz, inibidores teciduais de metaloproteinases, imuno-histoquímica.
SUMMARY
The balance between the expression of matrix metalloproteinases (MMPs) and their
tissue inhibitors (TIMPs) has been related to various physiological and pathological
processes, including salivary gland morphogenesis and tumor invasion and metastasis
processes. Pleomorphic adenoma (PA) and adenoid cystic carcinoma (ACC) respectively
represent benign and malignant neoplasias of salivary glands. Although they share the same
cell origin, they present distinct biological behavior. The aim of this study was to compare the
immunohistochemical expression of MMPs -2, -7, -9 and -26, and of TIMPs -1 and -2, in
cases of PA and ACC of minor salivary glands. Twenty cases of PA and twenty cases of ACC
were assessed according to the presence, intensity and location of MMPs and TIMPs in the
tumor parenchyma. Most of the PAs and ACCs presented a high expression of MMP -2, -7, -9
and -26 and of TIMP -1 and -2, predominantly located in tumor cells. There was no
significant difference in the expression of MMPs -2 (p=0.359), -7 (p=0.081) and -26
(p=0.553), as well as of TIMPs -1 (p=0.657) and -2 (p=0.248), between the parenchyma of
PAs and ACCs. However, MMP-9 showed a significant difference of expression between the
two tumors, with the ACC showing more intense marking for this gelatinase (p=0.041). The
strong expression of MMP-9 observed in the parenchyma suggests that this gelatinase may
play an important role in the biological behavior of these tumors. On the other hand, although
there was no significant difference between the marking of MMP -2, 7 and 26 in the studied
tumors, the data, when analyzed as a whole, suggest that these proteases may take part in the
process of tissue remodeling in both tumors, but do not present a direct relation with the
pattern of aggressiveness of ACC. Nonetheless, matrilisins may indirectly influence the
behavior of this tumor due to their capacity of activating MMP-9, strongly expressed in the
parenchyma of ACC.
Keywords: pleomorphic adenoma, adenoid cystic carcinoma, matrix metalloproteinases,
tissue inhibitors of metalloproteinases, immunohistochemistry.
INTRODUÇÃO
24
1 INTRODUÇÃO
Os tumores de glândulas salivares (TGS) ainda que incomuns, compreendem uma
importante área da Patologia Oral. A ampla variedade de comportamento biológico e a grande
diversidade morfológica que estes tumores apresentam, suscitam, muitas vezes, dificuldades
de diagnóstico, classificação e tratamento (SPEIGHT, BARRETT, 2002; SPEIGHT, 2007).
O adenoma pleomórfico (AP) é o tumor benigno de maior incidência em glândulas
salivares, representando cerca de 60% das neoplasias desta localização (EVESON et al.,
2005). Estes tumores destacam-se ainda pelo risco de transformação maligna, que pode variar
entre 6 a 13% dos casos (GNEPP, 1993; ELLIS, AUCLAIR, 1996). Sua etiologia e
patogênese ainda permanecem incertas. Análises citogenéticas têm identificado translocações
cromossômicas recorrentes, com pontos de quebra principalmente no 8q12, 3p21 e 12q13-15,
envolvendo respectivamente, o PLAG 1 (do inglês, pleiomorphic adenoma gene 1), CTNNB1
(do inglês, catenin, cadherin-associated protein, beta 1) e HMGA2 (do inglês, high mobility
group AT-hook 2) (CHEUK, CHAN, 2007; VAN DICK et al., 2007).
O carcinoma adenóide cístico (CAC) constitui uma neoplasia de ocorrência rara,
correspondendo a menos de 1% de todos os tumores malignos da região de cabeça e pescoço
(DODD, SLEVIN, 2006) e aproximadamente 4% a 14,5% dos tumores de glândulas salivares
em geral (ELLIS, AUCLAIR, 1996; LIMA et al., 2005). É caracterizado por crescimento
indolente, porém, persistente, podendo evoluir para metástase tardia à distância (JIA et al.,
2004).
As metaloproteinases da matriz (MMPs) constituem uma grande família de
endoproteinases dependentes de zinco secretadas por vários tipos celulares e responsáveis por
uma variedade de eventos proteolíticos. Dentre os mecanismos de controle das atividades
proteolíticas das MMPs destaca-se a ação dos inibidores teciduais de metaloproteinases
(TIMPs). Sob condições fisiológicas, as MMPs estão envolvidas em muitas funções incluindo
migração celular, crescimento neural, cicatrização de feridas e morfogênese de órgãos
epiteliais, sendo também consideradas como fatores cruciais na invasão e metástase de muitos
cânceres humanos (NAGEL et al., 2004; MONAGHAN et al., 2007). Além disto, elas
desempenham importantes funções na regulação da comunicação celular e processamento de
moléculas bioativas, como receptores de superfície celular, citocinas, hormônios, moléculas
de adesão e fatores de crescimento (UITTO et al., 2003; SORSA et al., 2004).
Segundo Patel et al. (2006) sob condições fisiológicas, as MMPs estão envolvidas na
morfogênese de órgãos epiteliais ramificados como as glândulas salivares. Algumas pesquisas
25
também têm sido desenvolvidas buscando compreender o papel destas MMPs em lesões de
origem em glândulas salivares. O papel das MMPs -2 e -9 foi pesquisado na patogênese da
Síndrome de Sjögren (AZUMA et al., 1997; AZUMA et al., 2000; PEREZ et al., 2005). Além
disso, outros estudos foram realizados em neoplasias benignas e/ou malignas de glândula
salivar (KAYANO et al., 2004; NAGEL et al., 2004; CHEN et al., 2005; HU et al., 2005;
TIAN et al., 2005; WANG et al., 2005; WESTERNOFF et al., 2005; NASCIMENTO, 2006;
DE VICENTE et al., 2008; LUUKKAA et al., 2008; LUUKKAA et al., 2009; ZHANG et
al., 2009; LUUKKAA et al., 2010), na tentativa de melhor compreender o papel destas
endoproteinases em processos neoplásicos devido ao atual conhecimento sobre a sua
participação na angiogênese, invasão e metástase tumoral.
Tendo em vista o pouco conhecimento sobre as MMPs e TIMPs em tumores de
glândula salivar, pretende-se com este estudo, contribuir para o melhor entendimento do papel
que estes exercem nos APs e CACs, procurando estabelecer uma correlação entre a expressão
imuno-histoquímica destes marcadores com o comportamento biológico destes tumores.
REVISÃO DA LITERATURA
27
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Adenoma pleomórfico
O AP é a neoplasia mais freqüente das glândulas salivares maiores e menores
(EVESON et al., 2005; ITO et al., 2005; LIMA et al., 2005; WEI-YUNG et al. 2005;
JABER et al., 2006; AL-KHATEEB, LABABNEH, 2007; ANSARI, 2007; BUCHNER
et al., 2007; PIRES et al., 2007; JONES, 2008; SUBHASHRAJ, 2008; WANG et al.,
2008). Segundo Pires et al. (2007) estes tumores correspondem a 33% de todas as
neoplasias benignas e malignas, 30% das neoplasias em parótidas e 33% de todas as
neoplasias de glândulas salivares menores. De acordo com Eveson et al. (2005), este
tumor representa em torno de 60% de todas as neoplasias de glândula salivar, sendo
relatada uma incidência anual de 2,4-3,05 por 100.000 pessoas.
A neoplasia ocorre geralmente entre a quarta e a sexta décadas de vida, em
indivíduos com idade média de 46 anos, tendo uma leve predileção pelo sexo feminino,
apresentando-se tipicamente como uma massa firme de crescimento lento e indolor. A
maioria dos casos ocorre na glândula parótida e quando acomete as glândulas salivares
menores, o palato é a localização mais freqüente, seguido pelo lábio superior e mucosa
jugal (EVESON et al., 2005; AL-KHATEEB, LABABNEH, 2007; BUCHNER et al.,
2007; PIRES et al., 2007).
O AP é composto de células epiteliais e mioepiteliais que se arranjam em
ninhos, cordões, lençóis celulares e estruturas ductiformes que se organizam em
diversos padrões conferindo ao tumor uma ampla diversidade citomorfológica e
arquitetural (DARDICK, 1996; ELLIS, AUCLAIR, 1996; EVESON et al., 2005).
O componente epitelial do AP demonstra uma variedade de tipos celulares
incluindo células cuboidais, basalóides, escamosas, fusiformes, plasmocitóides e células
claras. Raramente células mucosas e sebáceas são evidenciadas. Este componente forma
ninhos, estruturas tipo ductos e áreas hipercelularizadas que podem compor o maior
volume tumoral (EVESON et al., 2005). Ito et al.(2009) analisando as características
histopatológicas de 189 casos de AP, concluíram que as células plasmocitóides eram o
tipo celular mais freqüente nestes tumores seguido das células fusiformes e cuboidais.
As células mioepiteliais apresentam o citoplasma claro e o núcleo
hipercromático e angular. Estas células podem ainda formar um fino padrão reticular ou
28
ninhos de células fusiformes que quando organizadas de forma em paliçada podem
lembrar o Schwannoma (EVESON et al., 2005).
O componente estromal do AP é bastante variável podendo apresentar áreas
mixóides, hialinas, fibrosas, condróides, condromixóides e mais raramente tecido
ósseo e adiposo. Em meio à proliferação de células tumorais mioepiteliais podem ser
evidenciadas áreas de diferenciação escamosa e mais raramente adiposa e óssea. As
zonas cartilaginosas resultam do acúmulo de material mixo-hialino em torno de
células individuais e apenas raramente se assemelham à cartilagem hialina madura.
Geralmente, as lacunas presentes em áreas condróides apresentam um ou dois
núcleos. Segundo alguns autores, nestas áreas apenas as células lacunares não podem
ser distinguidas como condrócitos verdadeiros pelo método da imuno-histoquímica
(MORINGA et al. 1987; TAKAI et al. 1994). Eventualmente, o material condróide
pode representar a maior área do tumor. A presença de epitélio escamoso também
pode ser evidenciada nos APs, podendo ser difuso e com formação de espaços
císticos preenchidos por ceratina. Além disso, ainda podem ser observados em alguns
tumores depósitos de material homogêneo, hialino e eosinofílico entre as células
tumorais e no estroma, bem como a presença de material cristalóide (ELLIS,
AUCLAIR, 1996; EVESON et al., 2005; M;RG;RITESCUăet al., 2005).
Os APs foram classificados histologicamente por Seifert et al. (1976) em 4
tipos com base na diferenciação das células epiteliais, na quantidade e natureza do
estroma. O tipo I, conhecido como clássico, apresenta uma quantidade equilibrada
entre as células epiteliais e o componente estromal, contendo 30-50% de estroma. No
tipo II, o mixóide (rico em estroma), 80% do tumor corresponde a estroma. O tipo
III, chamado de celular (rico em células), apresenta uma quantidade menor ou igual a
20-50% de estroma. O tipo IV contém um estroma em proporções semelhantes ao
tipo III, mas apresenta uma diferenciação monomórfica focal no componente
epitelial.
Alguns estudos têm demonstrado que o AP tipo mixóide é o mais
freqüentemente encontrado, seguido do celular e do clássico (SEIFERT et al., 1976;
STENNERT et al., 2001; ITO et al., 2009). Embora os tipos histológicos não
apresentem relação com o prognóstico, a classificação proposta por Seifert et al. (1976),
enfatiza o amplo espectro morfológico destas neoplasiasă (M;RG;RITESCUă et al.,
29
2005). Além disso, o AP mixóide geralmente apresenta ausência focal de cápsula,
aumentando o risco de recorrência neste tipo histológico (STENNERT et al., 2001).
Normalmente, o AP é circunscrito e encapsulado. No entanto, essa cápsula pode
ser incompleta ou mostrar infiltração pelas células tumorais, principalmente nos TGS
menor (EVESON et al., 2005). A presença de extensões focais do tumor para a cápsula
é muito comum nos APs, sendo um dos seus critérios diagnósticos (DARDICK 1996;
EVESON et al., 2005). Infiltração capsular focal por células tumorais também foi
observada em 80% dos 218 casos de APs de glândula parótida estudados por Zbären e
Stauffer (2007).
As variações citológicas e histomorfológicas no AP são inúmeras, a única
característica constante é a proliferação coordenada de células epiteliais e mioepiteliais,
sendo que estas últimas têm uma tendência a superar numericamente as epiteliais. O
desenvolvimento de estroma do tipo hialino e mixocondróide predominam em alguns
casos mas, encontra-se ausente em outros e esta diversidade histológica contribui para
confundir o AP com outros tumores de glândulas salivares benignos e malignos
(DARDICK, 1996; EVESON et al., 2005).
Embora o AP possua características clínicas e morfológicas bem definidas, a sua
patogênese não está totalmente esclarecida, bem como a influência de fatores que
podem estar relacionados à sua malignização.
Alguns estudos foram realizados buscando melhor compreender os complexos
mecanismos moleculares que envolvem a tumorigênese dos APs. Estudos citogenéticos
demonstraram que 30% dos casos destes tumores possuem o cariótipo normal enquanto
que 70% deles apresentam alguma aberração cromossômica. Alterações citogenéticas
foram identificadas em três padrões de rearranjos que envolviam o 8q12 (39% dos
casos), o 12q13-15 (8% dos casos) e aqueles esporádicos que não incluíam as regiões
8q12 ou 12q13-15 (23% dos casos) (CHEUK, CHAN, 2007; DECLERCQ et al., 2008).
O gene PLAG 1, localizado no cromossomo 8q12, é o gene mais freqüentemente
envolvido em alterações citogenéticas nos APs. Translocações recorrentes, envolvendo
principalmente o PLAG 1 e o CTNNB1, nas regiões t (3;8) (p21;q12), foram
observadas em 25% dos casos. Os genes localizados nos 12q13-15, membros de uma
família de proteínas de alta mobilidade (HMGA2), previamente conhecido como
HMGIC (do inglês, high-mobility group - nonhistone chromosomal - protein isoform I-
C), também foram alvos de translocações em APs. Outras três alternativas fusões foram
30
ainda identificadas e tem contribuído para a super-expressão do PLAG1 nestes tumores.
A fusão do gene LIFR (do inglês, leukemia inhibitory factor receptor) com este gene foi
encontrada em tumores com t(5;8) (p13;q12). Além desta, as fusões dos genes TCEA1-
PLAG1 (também conhecido como SII) e CHCHD7-PLAG-1 também foram observadas
como resultado de rearranjos crípticos em tumores com cariótipo normal (CHEUK,
CHAN, 2007; VAN DICK et al. 2007; ELLEDGE, 2009).
O risco de transformação maligna nos APs foi relacionado aos casos com longo
tempo de evolução e/ou aqueles submetidos a várias cirurgias e com história de
recorrências (LEWIS et al., 2001). A taxa total de transformação maligna do AP foi
estimada em cerca de 6 a 13% dos casos (GNEPP, 1993; ELLIS, AUCLAIR, 1996).
Johns e Goldsmith (1989) relataram uma incidência de 1,6% de transformação maligna
nos tumores com a duração de 5 anos, comparado com 9,4% naqueles que
permaneceram sem tratamento durante 15 anos, demonstrando desta forma a
necessidade de tratamento cirúrgico precoce. De acordo com a literatura, quando ocorre
a transformação maligna do AP o carcinoma ex-adenoma pleomórfico é a sua
contraparte maligna mais frequentemente encontrada. O tumor apresenta um
comportamento agressivo, que geralmente está associado a metástases regionais e a
distância em pulmões, ossos e vísceras que podem levar a um desfecho fatal
(AUCLAIR, ELLIS, 1996; EVESON et al., 2005).
Algumas características histológicas preditivas à transformação maligna dos APs
foram relatadas e incluíam atipias, aumento do número de mitoses, invasão da cápsula,
hipercelularidade, extensa hialinização estromal, necrose e calcificações focais (LEWIS
et al., 2001). Algumas dessas características como atipias, mitoses e invasão capsular
também são evidenciadas em APs típicos e algumas lesões localizadas no palato podem
apresentar hipercelularidade (WALDRON, 1991; EVESON, 2001). Para Auclair e Ellis
(1996) as únicas características histológicas preditivas à transformação maligna do AP
são a presença de estroma hialinizado e calcificações focais.
O tratamento indicado para os APs é a excisão cirúrgica, porém na glândula
parótida, essa remoção é complicada devido a presença do nervo facial. Assim, nos
tumores do lobo superficial recomenda-se a parotidectomia superficial com preservação
do nervo facial, enquanto que no lobo profundo, se faz necessária a excisão total da
glândula junto com o tumor (EVESON et al., 2005).
A neoplasia tem tendência a recorrência, especialmente em glândulas salivares
maiores (STENNERT et al., 2004). Até o final da década de setenta, o tratamento
31
utilizado para os APs era a enucleação cirúrgica e a taxa de recorrência nestes tumores
após este procedimento variava de 10 a 45%. Esta alta taxa levou a uma mudança na
modalidade de tratamento para parotidectomia superficial. Desde a introdução desta
técnica, a taxa de recorrência diminuiu para 2 a 5%. Alguns autores têm sugerido que a
recorrência dos APs está associada à remoção incompleta do tumor primário devido a
aspectos histopatológicos capsulares (cápsula incompleta, infiltração capsular, presença
de pseudopodia e nódulos satélites), que podem comprometer a ressecção completa do
tumor mesmo utilizando diferentes técnicas cirúrgicas (ZBÄREN, STAUFFER, 2007).
2.2 Carcinoma adenóide cístico
O CAC é um dos mais comuns tumores malignos de glândula salivar (AL-
KHATEEB, LABABNEH, 2007; WANG et al., 2007; COPELLI et al., 2008;
SUBHASHRAJ, 2008), compreendendo cerca de 20% de todas as neoplasias malignas
desta localização. O tumor merece destaque devido ao seu aspecto microscópico,
comportamento biológico, índice de recidiva e disseminação sistêmica (da CRUZ
PEREZ et al., 2006; BIANCHI et al.,2008).
O CAC acomete principalmente pacientes na quinta e sexta décadas de vida
(KIM et al., 1994; KOKEMUELLER et al., 2004) e raramente crianças e adolescentes
são afetados (KOKEMUELLER et al., 2004; da CRUZ PEREZ et al., 2006). Para
alguns autores não há predileção de ocorrência em relação ao sexo (KOKEMUELLER
et al., 2004), enquanto que para outros o tumor é mais comum em homens (da CRUZ
PEREZ et al., 2006). Alguns autores encontraram uma alta prevalência no sexo
feminino para os casos localizados na glândula submandibular (EL-NAGGAR,
HUVOS, 2005). A lesão ocorre em glândulas salivares especialmente no palato,
parótida, submandibular e sublingual (da CRUZ PEREZ et al., 2006), bem como, em
outros locais como as glândulas lacrimais, esôfago e árvore traqueobrônquica (SPIRO et
al., 1992; KUEL et al., 1995; RAPIDIS et al., 2005).
Do ponto de vista clínico, a maioria dos pacientes com CAC apresenta uma
massa assintomática que pode estar presente há meses ou anos antes do diagnóstico,
tendo uma história natural prolongada com crescimento lento até mesmo nos casos que
desenvolvem recorrência local ou metástases à distância (TAKAGI et al., 2001;
COHEN et al., 2004). O tumor tem um comportamento indolente (AN et al., 2004) mas,
freqüentemente, mostra crescimento invasivo, recorrência e metástase tardia à distância
32
(WAHLBERG et al., 2002; SHIRAI et al., 2003; FREITAS et al., 2004; JIA et al.,
2004; MISUMI et al., 2004; YASUMATSU et al., 2004; BOBBIO et al., 2008). O CAC
também tem tendência a apresentar invasão perineural em estágios precoces
(KOWALSKI, PAULINO, 2002) e disseminação hematogênica, que ocorre
freqüentemente durante o curso da doença, embora a invasão para linfonodos cervicais
seja bastante rara (KOKEMUELLER et al., 2004).
O CAC apresenta altas taxas de metástase à distância comprometendo
seriamente o tratamento destes tumores. Metástases tardias são comuns e podem ocorrer
mesmo depois de vários anos da ressecção do tumor primário (FRANÇA et al., 2001;
SUNG et al. 2003)
O CAC caracteriza-se histologicamente por dois tipos de células: ductal e célula
mioepitelial modificada que se apresentam tipicamente com núcleos angulares,
hipercromáticos e freqüentemente citoplasma claro, proliferando em forma de lençóis
ou ilhas em meio a um estroma hialino abundante (EL-NAGGAR, HUVOS, 2005).
Estas células organizam-se em três padrões histopatológicos: cribriforme, tubular e
sólido, os quais se relacionam com o prognóstico destes tumores (SHIBUYA et al.,
1999; PEREZ-ORDONEZ, 2003; JIA et al., 2004; EL-NAGGAR, HUVOS, 2005).
Devido aos parâmetros clínicopatológicos acima descritos não serem
inequivocamente preditores da atividade do CAC, estudos tem investigado vários
marcadores imuno-histoquímicos buscando melhor entender o comportamento
biológico desses tumores. Níveis de expressão do antígeno nuclear de proliferação
celular (PCNA) (CHO et al., 1999), do Ki-67 (CARLINFANTE et al., 2005), do
receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) (VERED et al., 2002 ), do receptor
do fator de crescimento epidérmico humano do tipo 2 (HER-2/neu), do p53
(CARLINFANTE et al., 2005), da E-caderina (FRANCHI et al., 1999) e da ciclina D1
(YASUMATSU et al., 2004), foram avaliados mas, os resultados ainda não são
conclusivos. Apenas a p53 mostrou-se um consistente marcador de agressividade nos
CACs, sendo altamente expressa no padrão sólido (YAMAMOTO et al., 1998), com
elevadas taxas de LOH (do inglês, loss of heterozygosity) neste padrão (YAMAMOTO
et al., 1996) e correlacionando-se com evolução clínica desfavorável (ZHU et al., 1997;
da CRUZ PEREZ et al., 2006). Altas freqüências de hipermetilação no promotor da E-
caderina e p16 também têm sido observados nos CACs (NISHIMINE et al., 2003;
ZHANG et al., 2007).
33
Cavalcante (2008) estudando APs e CACs procurou identificar o polimorfismo -
160/CA da região promotora do gene CDH1 (E-caderina), na triagem de mutações no
gene CTNNB1, e ainda na análise da expressão imuno-histoquímica das proteínas E-
caderinaă eă く-caderina destes tumores. Este estudo também correlacionou os achados
imuno-histoquímicos com as possíveis mutações e polimorfismos. Os resultados do
estudo indicam que a expressão imuno-histoquímica do complexo E-caderina/く-
catenina pode estar relacionada com a quantidade e a diferenciação do componente
mioepitelial e não com o comportamento biológico dos tumores estudados. Os casos
que exibiram polimorfismo no gene da E-caderina apresentaram redução na expressão
protéica e as possíveis mutações nos genes CTNNB1 parecem não influenciar na
expressãoădaăproteínaăく-catenina.
Miguelă(2005)ăcomparouăaăexpressãoădasăintegrinasăg2く1,ăg3く1 e g5く1ăemăAPsă
e CACs e investigou a diferença de expressão destas integrinas entre os subtipos
histológicos do CAC. Os resultados do estudo indicam que a reduzida expressão da
integrinaăg2く1ăobservadaănosăCACsăpodeăestarărelacionadaăcomăaămenorădiferenciaçãoă
dasăcélulasădesteătumorăeăqueăaăaăreduzidaăexpressãoădaăg5く1ăpodeăestarăassociadaăcomă
o comportamento agressivo do CAC. Os resultados ainda sugerem que a ausência e/ou
redução da expressão das integrinas estudadas no CAC sólido pode desempenhar algum
papel na patogênese e no comportamento mais agressivo deste subtipo histológico.
Os estudos sobre tumorigênese do CAC foram também promissores quando
aberrações cromossômicas foram examinadas por meio de oligonucleotide array e
análise da LOH. O perfil de expressão gênica do CAC estudado por oligonucleotide
array indicou que os genes superexpressos codificavam para a membrana basal (MB) e
proteínas da matriz extracelular de diferenciação mioepitelial (laminina-く1,ă versican,ă
biglican e colágeno tipo IV-g1).ă Outrosă genesă superexpressosă incluíamă fatoresă deă
transcrição SOX-4 (do inglês, transcription factor SOX-4), família AP-2 (do inglês,
activating protein 2) eă membrosă daă viaă deă sinalizaçãoăWnt/くcateninaă comoă aă kinaseă
caseína 1, épsilon e FZ-7 (do inglês, frizzled-7). Os genes pouco expressos codificavam
para proteínas de diferenciação do tipo acinar (amilase, anidrase carbônica e proteínas
salivares ricas em prolina). A perda de heterozigosidade no cromossomo 6q23-25 foi
encontrada em 76% dos casos de CAC, sendo correlacionada com parâmetros
prognósticos (LEIVO, 2006; CHEUK, CHAN, 2007).
34
O tratamento de escolha para o CAC é a ressecção total e o valor de outras
modalidades de terapias adjuvantes permanece controverso (KOKEMUELLER et al.,
2004). O tipo de tratamento varia de acordo com o estágio do tumor, sendo a cirurgia e
radioterapia pós-cirúrgica os métodos mais freqüentemente utilizados seguido de apenas
cirurgia (MATSUBA et al., 1984; GARDEN et al., 1995; AVERY et al., 2000; SUNG
et al., 2003). Alguns estudos não encontraram diferença significativa entre os casos que
receberam radioterapia pós-operatória ou somente cirurgia (KHAN et al., 2001;
KOKEMUELLER et al., 2004). Entretanto, alguns autores demonstraram um melhor
controle local da doença com o uso combinado de cirurgia e radioterapia principalmente
nos casos com margens cirúrgicas positivas (MATSUBA et al., 1986; MIGLIANICO
et al., 1987; AVERY et al., 2000; MENDENHALL et al., 2004).
Para alguns autores, mesmo com o controle local da doença conseguido com a
terapia combinada, as metástases à distância são pobremente controladas e representam
a maior causa de insucesso no tratamento (FORDICE et al., 1999; SHIRAI et al., 2003).
A cirurgia eletiva do pescoço não tem sido recomendada uma vez que o risco de
metástase cervical é relativamente baixo (PROKOPAKIS et al., 1999; KHAN et al.,
2001; MENDENHALL et al., 2004), a não ser para aqueles casos com suspeita clínica
ou cirúrgica de envolvimento linfonodal (da CRUZ PEREZ et al., 2006). Mas, alguns
autores têm indicado o esvaziamento cervical no primeiro momento cirúrgico para os
tumores de base de língua e nasofaringe por estes locais apresentarem uma grande
quantidade de vasos linfáticos (MENDENHALL et al., 2004).
O comportamento clínico agressivo do CAC com recorrência local e metástase
tardia à distância indica a necessidade de realização de exames periódicos por toda a
vida do paciente (KOKEMUELLER et al., 2004). A taxa de sobrevida varia de 78 a
83,1% no período de 5 anos sendo reduzida para 57 a 65 % em 10 anos (TAKAGI et
al., 2001, COPELLI et al., 2008; CICCOLALLO et al., 2009).
Vários estudos têm buscado investigar o papel de fatores prognósticos como a
idade do paciente, a localização do tumor, o tipo e duração dos sintomas, o estágio
clínico, o subtipo histológico, as margens cirúrgicas, a invasão perineural e a presença
de metástase cervical na sobrevida dos pacientes. Alguns autores não confirmaram a
idade como fator prognóstico significativo relacionado à sobrevida dos pacientes com
CAC (KHAN et al., 2000; FRIEDRICH et al., 2003; KOKEMUELLER et al., 2004).
35
Para da CRUZ PEREZ et al. (2006) a idade acima de 45 anos foi considerada um
significativo fator prognóstico para a doença. Os CACs localizados na cavidade nasal,
faringe, laringe e brônquios apresentaram um pior prognóstico quando comparados aos
diagnosticados na cavidade oral (CICCOLALLO et al., 2009). As lesões que se
desenvolviam primariamente na glândula submandibular e no seio paranasal também
apresentaram um prognóstico desfavorável quando comparadas aquelas localizadas na
parótida ou palato (TAKAGI et al., 2001). Pacientes que apresentaram sinais e sintomas
da doença no período inferior a 18 meses do diagnóstico também possuíam uma menor
taxa de sobrevida (NASCIMENTO et al. 1986; da CRUZ PEREZ et al., 2006).
A parestesia, associada com os tumores da glândula parótida, seio maxilar e
cavidade nasal, também foi descrita como um significativo fator prognóstico (SPIRO et
al. 1974; da CRUZ PEREZ et al. 2006). O estágio tumoral tem sido relacionado como
um importante indicador de comportamento do CAC, mostrando que pacientes em
estágios avançados da doença têm apresentado um pior prognóstico (SPIRO et al.,
1992; TAKAGI et al., 2001; SUNG et al., 2003; da CRUZ PEREZ et al., 2006). A
maioria dos estudos revelou que pacientes diagnosticados com CAC com
predominância do padrão histológico sólido têm um pior prognóstico quando
comparados aos que apresentavam predominantemente os subtipos cribriforme e tubular
(MATSUBA et al. 1986; NASCIMENTO et al., 1986; CHUMMUN et al., 2001;
KHAN et al., 2001; CHHIENG, PAULINO, 2002; SUNG et al., 2003;
KOKEMUELLER et al., 2004; EL-NAGGAR, HUVOS, 2005). Altas taxas de
metástase à distância também têm sido observadas no padrão sólido (COPELLI et al.,
2008). As lesões com este padrão são consideradas de alto grau de malignidade com
taxas de recorrência de até 100% em comparação respectivamente com 50 e 80% para
as variantes tubular e cribriforme (TOMICH et al., 1991; STALLMACH et al., 2002).
Alguns autores destacam que o padrão tubular representa a forma mais diferenciada do
CAC, tendo o prognóstico mais favorável (YASUMATSU et al., 2004). Outros estudos
não confirmaram o subtipo sólido como fator prognóstico importante ao curso da
doença (PROKOPAKIS et al., 1999; FRIEDRICH et al., 2003). A presença de tumor
nas margens da ressecção, a invasão perineural e a presença de metástase cervical
também têm sido descritos como fatores prognósticos negativos (FORDICE et al. 1999;
PROKOPAKIS et al., 1999; TAKAGI et al., 2001; LICITRA et al., 2003; SUNG et al.,
2003; KOKEMUELLER et al., 2004; RAPIDIS et al., 2005; da CRUZ PEREZ et al.,
36
2006). Alguns estudos não encontraram uma correlação entre invasão perineural e um
pior prognóstico (SPIRO et al. 1974; MATSUBA et al. 1986; NASCIMENTO et al.,
1986) mas, outros autores demonstraram um decréscimo na taxa de controle local da
doença quando um maior número de fascículos nervosos estava envolvido pelas células
tumorais (GRADEN et al., 1995).
2.3 Invasão, metástase tumoral e matriz extracelular
Uma característica importante das células malignas é a sua capacidade de invadir
tecidos normais vizinhos e se espalharem através do sangue e do sistema linfático para
órgãos distantes através do processo de metástase. As células malignas têm várias
características que as distinguem das células normais com a auto-suficiência em sinais
de crescimento, insensibilidade a sinais de crescimento inibitório, evasão da morte
celular programada (apoptose), potencial replicativo ilimitado, angiogênese, invasão
tecidual e metástase (HANAHAN, WEINBERG, 2000).
O processo de invasividade descreve a habilidade dessas células de vencer
barreiras anatômicas como a MB e o estroma intersticial. A infiltração das células
tumorais através da MB é um passo crítico no crescimento tumoral e para que estas
células sejam capazes de se espalhar elas devem dissociar-se da ligação e controle das
células vizinhas e da matriz extracelular (MEC). A motilidade celular requerida para a
invasão tumoral é coordenada através de um balanço entre os receptores de adesão
celular e esta matriz (KALLURI, 2003).
A MEC é formada por uma rede complexa e intrincada de moléculas
precisamente organizadas. Esta rede determina a arquitetura específica dos tecidos,
fornece informações biológicas e substratos para a adesão e migração celular. Esta
matriz se situa sob o epitélio e circunda as células do tecido conjuntivo, sendo secretada
por fibroblastos e por algumas células especializadas como condrócitos e osteoblastos.
Além dessas, os mastócitos, macrófagos, neutrófilos, eosinófilos, monócitos e linfócitos
também se encontram nesta matriz. As duas principais classes de macromoléculas que
compõem a MEC são: 1) proteínas fibrosas de dois tipos funcionais: estrutural
(colágeno e elastina) e adesiva (fibronectina, tenascina e laminina) e 2) proteoglicanos,
proteínas covalentemente ligadas às cadeias de polissacarídeos chamados
glicosaminoglicanos (GAGs) (ZIOBER et al., 2006).
37
Um estudo foi realizado por Raitz et al. (2003) para avaliar o papel da MEC na
morfogênese e diferenciação celular dos TGS originados do ducto intercalado. Foram
analisadas proteínas desta matriz usando a imuno-histoquímica em 34 casos de
neoplasias de glândula salivar (adenoma pleomórfico, mioepitelioma, adenoma de
células basais, adenocarcinoma polimorfo de baixo grau e carcinoma adenóide cístico).
Os resultados demonstraram que a laminina e o colágeno tipo IV foram expressos em
todos os tumores estudados, nas estruturas ductiformes, separando-as do estroma ou ao
redor de aglomerados de células. Além destas duas proteínas, a fibronectina também foi
evidenciada no estroma de todos os casos, especialmente no tipo mixóide dos APs, com
exceção dos espaços pseudocísticos dos CACs que foram apenas delimitados por
laminina e colágeno tipo IV. A tenascina foi evidenciada ao redor das estruturas
tubulares, células periféricas e entre as células plasmocitóides dos APs, enquanto que no
estroma esta proteína foi evidenciada principalmente no subtipo hialino. As proteínas da
MEC também foram evidenciadas nos variados padrões do CAC. No padrão tubular, a
laminina e o colágeno tipo IV foram expressos ao redor de estruturas tubulares e no
estroma. No padrão cribriforme, estas duas proteínas foram evidenciadas delimitando os
espaços pseudocísticos e difusamente no interior destes espaços. No padrão sólido todas
as proteínas foram imunomarcadas, especialmente a tenascina. Esta proteína foi
principalmente observada em tumores menos diferenciados e com alto grau de
malignidade como os CACs sólidos.
Félix et al. (2004) analisaram a expressão imuno-histoquímica da tenascina em
63 casos de APs, 23 casos de carcinomas ex-adenomas pleomórficos e 10 casos de
glândulas salivares normais usados como controles. A tenascina foi evidenciada ao
redor dos ductos excretórios das glândulas salivares normais mas, não foi expressa na
MB dos tumores benignos e malignos estudados. A expressão desta proteína foi
estatisticamente significante no estroma fibrohialino (p<0,001). Porém, apenas um
pequeno percentual de APs (25%) expressavam a tenascina em comparação com as
áreas de tumor maligno e benigno dos carcinomas ex-adenomas (75% e 90%,
respectivamente). Nos tumores malignos, diferença estatisticamente significante foi
encontrada (p<0,001) quando comparada a freqüência de tenascina em torno das células
neoplásicas de tumores com metástases (73%) e aqueles não metastatizantes (0%). Os
autores concluíram que estes resultados suportam fortemente a hipótese de que a
expressão da tenascina está envolvida nos mecanismos de transformação maligna dos
APs bem como na progressão clínica da doença.
38
Bento et al. (2006) analisaram a expressão imuno-histoquímica da tenascina e
fibronectina em 23 casos de AP de glândulas salivares. Todos os casos foram
imunoreativos para a fibronectina mostrando forte expressão desta proteína nos
estromas fibrosos e condróides. Uma fraca marcação foi evidenciada nos estromas
hialinos e mixóides. A tenascina também foi mais fortemente expressa nos estromas
fibrosos e condróides e moderadamente evidenciada nos estromas hialinos e mixóides.
Os autores concluíram ainda que não houve uma diferença na expressão destas proteínas
entre os TGS maior e menor.
A MEC é um compartimento dinâmico dessas moléculas e de vários fatores de
crescimento e enzimas latentes, que afetam a ativação de célula para célula e as
interações célula-matriz. A interação das células com a MEC é fundamental para o
desenvolvimento normal e funcional dos organismos. Os processos de crescimento e
migração celular são dependentes da remodelação da MEC que é regulada por um
delicado equilíbrio entre a síntese e degradação de proteínas presentes nesta matriz. A
degradação coordenada das macromoléculas da MEC é crucial para muitos processos
biológicos. No entanto, a degradação excessiva de componentes desta matriz ocorre em
processos patológicos como as feridas crônicas, arteriosclerose, artrite reumatóide, bem
como na invasão e metástase tumoral (NAGASE et al., 2006; GILL, PARKS, 2008;
NÖEL et al., 2008).
Compreender os mecanismos moleculares que envolvem a complexa interação
entre as células tumorais e o estroma circundante representa um dos principais desafios
na investigação do câncer. Evidências suportam a hipótese de que as MMPs mediam
importantes mudanças no microambiente tumoral durante o processo de progressão dos
tumores, assumindo um importante papel na comunicação molecular entre as células
tumorais e o estroma (KESSENBROCK et al., 2010).
2.4 Metaloproteinases da matriz
As primeiras descrições da ação de proteinases extracelulares foram
apresentadas por Gross e Lapiere (1962), os quais observaram que enzimas difusíveis,
produzidas por fragmentos de caudas de girinos em involução, eram capazes de
degradar géis compostos por colágeno fibrilar nativo (MURPHY, NAGASE, 2008).
39
Desde a observação destes autores, uma verdadeira família de compostos enzimáticos
relacionados tem sido identificada (RODRÍGUEZ et al., 2010).
As MMPs compreendem uma grande família de enzimas proteolíticas
dependentes de cálcio e zinco que além de degradar substratos da MEC também agem
em outros componentes desta matriz como citocinas, quimiocinas, fatores de
crescimento, receptores de superfície celular, proteases, sistema complemento e
moléculas de adesão. Mais de 20 diferentes membros são conhecidos e foram agrupadas
em seis subfamílias distintas de acordo com a organização do domínio e especificidade
do substrato: colagenases (MMP-1, -8, -13 e -18), gelatinases (MMP-2 e -9),
estromelisinas (MMP-3 e -10), matrilisinas (MMP-7, -26 e -11), MMPs tipo membrana
(MMP-14, -15, -16, -17, -24 e -25) e outras MMPs (MMP -12, -19, -20, -21, -23,-27,-
28) (NAGASE et al., 2006; FU et al., 2008; RODRÍGUEZ et al., 2010).
Estas enzimas são denominadas coletivamente de MMPs em razão de sua
dependência de íons metálicos para atividade catalítica, habilidade para degradar
proteínas estruturais da MEC e presença de seqüências evolutivas específicas que as
distinguem de outros compostos enzimáticos intimamente relacionados (RA, PARKS,
2007).
A maioria das MMPs estão organizadas ao redor de um domínio catalítico
conservado ao qual se incorpora um pró-peptídeo (Zn++), necessário à manutenção da
latência da enzima; um peptídeo sinalizador, responsável pelo direcionamento de
secreção do composto pela célula; e um domínio hemopexina C-terminal, o qual
contribui para a especificidade de substrato e interações com inibidores endógenos
(ALA-AHO, KÄHÄRI, 2005; FU et al., 2008).
Folgueras et al. (2004) destacam que este arquétipo é observado no subgrupo de
proteases secretadas, composto pelas três colagenases humanas (MMP-1, -8 e -13), as
duas estromelisinas (MMP-3 e -10), e quatro MMPs com características peculiares
adicionais (MMP-12, -19, -20 e -27). Por sua vez, as matrilisinas (MMP-7 e -26) e a
MMP-23 não apresentam o domínio hemopexina (SEIKI, YANA, 2003) e as gelatinases
(MMP-2 e -9) incorporam três módulos de fibronectina tipo II, provendo um domínio
compacto de ligação ao colágeno (BJÖRKLUND, KOIVUNEN, 2005).
Em adição a estas formas secretadas de MMPs, Zucker et al. (2003) arrolam seis
tipos de MMPs localizadas na superfície celular, denominando-as de metaloproteinases
do tipo membrana (MT-MMPs). De acordo com estes autores, quatro dessas enzimas
40
(MT1-, MT2-, MT3- e MT5-MMP) associam-se à membrana celular através de
domínios C-terminais transmembrana, ao passo que os dois componentes enzimáticos
restantes (MT4- e MT6-MMP), integram-se à membrana plasmática por meio da
molécula de ancoragem glicosilfosfatidilinositol.
As MMPs, em condições fisiológicas, têm um papel central na regulação da
MEC durante o desenvolvimento embrionário e a remodelação tecidual (NAGASE et
al., 2006; PAGE-MCCAW et al.,2007). Estas proteinases estão envolvidas em muitas
funções incluindo a migração celular, crescimento neural, cicatrização e morfogênese de
órgãos epiteliais como as glândulas salivares. Em condições fisiológicas de
normalidade, elas são expressas em níveis muito baixos em tecidos adultos, exceto nos
tecidos em remodelação como endométrio ciclando, tecido de mama normal em
involução e na pele durante a cicatrização. Entretanto, as MMPs são também
consideradas fatores cruciais nos processos de invasão, metástase e angiogênese em
muitos cânceres humanos (BRAKEBUSH et al., 2002, MONAGHAN et al., 2007).
Apesar de estar claro que a associação entre as metaloproteinases e a progressão
neoplásica está diretamente relacionada com a sua capacidade de romper as barreiras
físicas representadas pela MB e MEC intersticial, as metaloproteinases também
participam de outros processos do desenvolvimento tumoral, como a regulação da
angiogênese através da modulação de fatores de crescimento e citocinas armazenadas na
MEC (FRANCHI et al., 2002).
2.4.1 MMPs -2 e -9 (gelatinases A e B)
As MMPs -2 e -9 (gelatinases A e B, respectivamente) são provavelmente os
membros mais estudados da família das MMPs. O interesse pelas gelatinases provém da
sua habilidade para clivar o colágeno tipo IV, encontrado na MB. Estas proteinases
desempenham um importante papel na angiogênese, bem como na remodelação
tecidual, invasão e metástase, além de freqüentemente estarem associadas a um pior
prognóstico tumoral (COUSSENS et al.,ă2000;ăEGEBLAD,ăWERBă2002;ăAM;LINEIă
et al., 2007).
A MMP-2 é uma protease de 72kDa, que degrada substratos como gelatina,
elastina, nidogênio, colágenos (I, II, III, IV, V, VII e X), laminina-5, fibronectina,
tenascina, fibrilina, fibrina, fibrinogênio, osteonectina, agrecana, vitronectina, decorina,
proteínaă mielínicaă básica,ă plasminogênio,ă g2-macroglobulina, IGFBP-1 (do inglês,
41
insulin-like growth factor-binding protein 1), precursor do TNF-g (do inglês, tumor
necrosis factor-alpha), forma inativa do TGF-くă(do inglês, transforming growth factor-
beta), g-1PI (do inglês, alpha1-proteinase inhibitor) e interleucina-1くă(STERNLICHT,ă
WERB, 2001; KERKELA, SAARIALHO-KERE, 2003; FOLGUERAS et al., 2004).
Apesar da gelatinase A possuir especificidades de substratos da MEC semelhantes à
MMP-9, esta metaloproteinase é regulada de forma diferente, tanto a nível
transcricional, quanto extracelular (KUMAMOTO et al., 2003).
Para Aimes e Quigley (1995) e Björklund e Koivunen (2005), a principal
diferença observada entre as MMPs-2 e -9, com relação ao substrato, constitui na
capacidade da primeira em degradar colágeno fibrilar tipo I.
Patterson et al. (2001) reportaram que o processo de degradação do colágeno
fibrilar tipo I pela MMP-2 depende apenas da ligação deste aos domínios hemopexina
C-terminal e ao domínio catalítico, diferentemente do constatado para a degradação das
gelatinas, processo que, além da interação com os domínios referenciados
anteriormente, depende da associação desta proteína aos três módulos de fibronectina
tipo II.
Enaltecendo o papel dos módulos de fibronectina tipo II, Hornebeck et al.
(2002) afirmam que apesar de se verificar certa especificidade de ligação ao substrato
de acordo com o módulo analisado, como evidenciado entre o primeiro destes e elastina,
o segundo e gelatinas, e o terceiro módulo e colágeno tipo IV, é provável haver
interação entre todos estes para uma associação efetiva entre componentes da MEC e
esta protease.
Mattu et al. (2000), Opdenakker et al. (2001) e Xu et al. (2005) descrevem,
ainda, que apesar desta sobreposição de substratos entre MMPs-2 e -9, a gelatinase A
diferencia-se por sua síntese constitutiva, evidenciada em fibroblastos, macrófagos,
células endoteliais e células epiteliais, ao passo que a MMP-9 apresenta expressão
altamente regulada, sendo observada, em células inflamatórias como macrófagos,
neutrófilos e eosinófilos.
Atualmente, a utilização de técnicas de seqüenciamento do DNA revelou a
presença de elementos regulatórios na região do promotor do gene da MMP-2. Dentre
estes, destacam-se sítios de ligação para a proteína p53, AP-1 (do inglês, activating
protein 1), AP-2 (do inglês, activating protein 2) e fator de transcrição YB-1 (do inglês,
Y box binding protein 1). Comumente, AP-2 atua em complexos com YB-1 e p53,
estimulando a expressão de MMP-2 (MOOK et al., 2004).
42
Strongin et al. (1995) denotam que, ao contrário das demais MMPs, a gelatinase
A é refratária à ativação através de serina proteases. Conforme estes pesquisadores, esta
MMP sofre ativação na superfície celular, em decorrência de uma cascata singular,
envolvendo MT1-MMP e TIMP-2. Para alguns autores, primeiramente, uma MT1-
MMP liga-se ao domínio N-terminal de TIMP-2, permitindo ao domínio C-terminal
deste inibidor de MMPs atuar como receptor do domínio hemopexina da MMP-2. Em
seguida, outra MT1-MMP adjacente cliva e ativa a MMP-2 associada ao TIMP-2, na
posição entre os aminoácidos Asn37-Leu38, gerando uma forma intermediária de 64kDa.
Seqüencialmente, após esta clivagem inicial, uma porção residual do pró-peptídeo, entre
os aminoácidos Asn80-Tyr81, é removida por outra molécula de MMP-2 ativada,
permitindo, finalmente, a apresentação da forma completamente ativa desta enzima
(DERYUGINA et al., 2001; SEIKI, 2003; HORNEBECK et al., 2005).
Conforme afirmam Strongin et al. (1995), enquanto o domínio C-terminal do
TIMP-2 participa na ativação da MMP-2, seu domínio N-terminal atua como inibidor
desta MMP. Além disso, Hornebeck et al. (2002) e Björklund e Koivunen (2005)
reportam que as concentrações locais de TIMP-2 influenciam a ativação da MMP-2,
sugerindo que níveis moderados ou baixos deste componente promovem a ativação
desta MMP, ao passo que níveis maiores são capazes de inibir a ação da MMP-2 através
da saturação das MT1-MMPs livres, necessárias à remoção do pró-peptídeo desta
enzima.
Seiki (2003) corrobora quanto ao importante papel da ação conjunta de MT1-
MMP e MMP-2. Segundo o autor, apesar de algumas linhagens de células neoplásicas
epiteliais não revelarem expressão de gelatinase A, estes elementos celulares seriam
capazes de utilizar a MMP-2 sintetizada por fibroblastos estromais, através de MT1-
MMP expressa em suas superfícies celulares. Resumidamente, o autor sugere que o
sistema MT1-MMP/MMP-2 consistiria em um importante mecanismo de invasão
tumoral, degradando colágeno tipo IV, presente em MBs, bem como, colágeno I,
presente na MEC.
Reiterando a importância desta integração entre MT1-MMP e MMP-2, Seiki e
Yana (2003) descrevem que, em células epiteliais neoplásicas, a ativação deste sistema
permitiria a degradação da MB, preponderantemente através da ação sobre o colágeno
tipo IV, enquanto que no estroma, a ação destas proteases culminaria com a degradação
do colágeno tipo I, onde a primeira degradaria a estrutura principal desta molécula da
MEC e a segunda eliminaria seus fragmentos desnaturados.
43
A MMP-9 apresenta 82kDa em sua forma ativa e desempenha um papel
enzimático importante na progressão de tumores, promovendo a degradação de vários
substratos, participando de eventos necessários à migração das células tumorais e da
angiogênese tumor-induzida (MATTU et al., 2000; FRIDMAN et al., 2003). A
gelatinase B degrada substratos como gelatina, elastina, nidogênio, colágenos (I, IV, V,
VII, XI e XIV), laminina, fibronectina, fibrilina, osteonectina, agrecana, vitronectina,
decorina, proteínaămielínicaăbásica,ăplasminogênio,ăg2-macroglobulina, IGFBP-1, pré-
TNF-g,ăpróăTGF-く,ăg-1PI e interleucina-1くă(STERNLICHT,ăWERB,ă2001;ăKERKELA,ă
SAARIALHO-KERE, 2003; FOLGUERAS et al., 2004).
A região promotora do gene que codifica a MMP-9 exibe sítios de ligação para
diversos fatores de transcrição, sendo comumente descritos na literatura as APs-1 e -2,
NF-B (do inglês, nuclear factor kappa-light-chain-enhancer of activated B cells), SP-
1, ISRE (do inglês, interferon stimulated response element) TIE (do inglês, tyrosine
kinase with immunoglobulin-like and EGF-like domains) (MOOK et al., 2004).
Alguns autores descrevem a presença de um domínio adicional à estrutura da
MMP-9, não evidenciado na gelatinase A, denominado de domínio semelhante ao
colágeno tipo V. Este domínio, altamente glicolisado, situa-se entre o domínio de
ligação ao zinco e o domínio hemopexina C-terminal (MATTU et al. 2000;
BJÖRKLUND, KOIVUNEN, 2005). Apesar do significado biológico permanecer
incompletamente compreendido, sugere-se como possíveis funções a associação
colateral de diversas moléculas de gelatinases B, favorecendo ou prevenindo interações
específicas entre os domínios hemopexina C-terminais destas enzimas, bem como, a sua
ligação a moléculas da MEC (MATTU et al., 2000; OPDENAKKER et al., 2001).
Outra característica peculiarmente constatada na MMP-9 é a glicosilação,
observada ao longo da molécula desta protease, constituída por diversos
oligossacarídeos volumosos e altamente móveis. Funcionalmente, sugere-se que esta
glicosilação possa ser responsável pela proteção de áreas específicas contra degradação,
estabilização da molécula, impondo conformações específicas para determinados
domínios, bem como, pelo direcionamento da enzima através de interações com a MEC
ou receptores de superfície celular (MATTU et al., 2000; OPDENAKKER et al., 2001).
Como as demais MMPs, a MMP-9 é secretada em sua forma zimogênica
inativa. Dessa forma, para sua função enzimática, é necessária a alteração entre o
grupamento sulfidrila da cisteína, presente no domínio pró-peptídico e o íon zinco,
associado ao domínio catalítico, a qual pode ser desencadeada através de mecanismos
44
proteolíticos ou não-proteolíticos (STERNLICHT, WERB, 2001; BANNIKOV et al.,
2002; FRIDMAN et al., 2003).
Diversas proteases foram implicadas na ativação da MMP-9, dentre as quais
merecem destaque as MMPs-2, -3, -7 e -13. Dentre estas, a MMP-3, também
denominada de estromelisina 1, apresenta-se como uma das mais importantes ativadoras
efetivas da gelatinase B (FRIDMAN et al., 2003; BJÖRKLUND, KOIVUNEN, 2005).
Curran e Murray (2000) e Fridman et al. (2003) sugerem que a ativação da pró-
enzima MMP-9 também seria resultado da cascata iniciada na superfície celular através
de MT1-MMP, em decorrência desta forma de MMP associada à membrana celular
ativar MMP-2 e, estas duas proteases, serem capazes de ativar MMP-13.
Dentre os mecanismos não-proteolíticos de ativação da MMP-9, destaca-se a
modificação oxidativa das cadeias laterais dos resíduos de cisteína, o que resulta em
diminuição de sua habilidade em estabelecer ligações efetivas ao íon catalítico zinco
(BJÖRKLUND, KOIVUNEN, 2005), bem como, alterações conformacionais induzidas
por ligações ao substrato (BANNIKOV et al., 2002). Não obstante, Fridman et al.
(2003) enaltecem que, apesar das dúvidas a respeito da eficiência deste processo de
ativação não-proteolítico, se confirmado, este mecanismo explanará, ao menos
parcialmente, a presença de formas ativas de MMP-9 contendo o domínio pró-peptídico.
Conforme já descrito para outras MMPs, alguns estudos demonstram uma
possível associação funcional entre integrinas e gelatinase B (STERNLICHT, WERB,
2001; BJÖRKLUND, KOIVUNEN, 2005). Dentre estes, destaca-se a pesquisa realizada
por Björklund et al. (2004), os quais, utilizando linhagens celulares de fibrossarcoma
(HT-1080), verificaram co-imunoprecipitação da subunidade 5 de integrina e da forma
zimogênica de MMP-9, bem como, co-localização destas moléculas na borda anterior
da membrana plasmática, em relação ao sentido de migração na MEC, constatado
através de imunofluorescência. Sabendo-se da utilização da integrina v5, por esta
linhagem celular, no processo de adesão célula-matriz, estes autores sugerem uma
provável interação entre esta molécula de adesão e a MMP-9, para consubstanciar a
gelatinólise efetiva no espaço pericelular, favorecendo o processo de invasão local.
Acrescendo à diversidade de interações reportadas, entre MMP-9 e integrinas,
cita-se a pesquisa conduzida por Rolli et al. (2003). Utilizando linhagem de células de
carcinoma de mama (MDA-MB 435), estes autores constataram que o fenótipo
metastático destes elementos celulares encontrava-se na dependência de um estado
45
ativado da integrina v3, o qual, conseqüentemente, determinava a presença de MMP-
9 enzimaticamente competente, conforme observado através de análises com Western
Blot e zimografia. Coerentemente, o estudo das células de carcinoma de mama que não
apresentavam integrina v3, em estado ativado, resultou na constatação apenas de
formas pró-enzimáticas de gelatinase B.
Mook et al. (2004) e Turpeenniemi-Hujanen (2005) enfatizam o papel das
MMPs-2 e -9 na angiogênese e no crescimento de tumores. Conforme os autores, há um
acúmulo crescente de evidências que suportam a associação das MMPs, e em especial
as gelatinases, com comportamento biologicamente agressivo e cursos clínicos
imprevisíveis em alguns neoplasmas humanos.
As gelatinases A e B estão geralmente super-expressas em tecidos malignos, em
comparação com suas contrapartes benignas (SASAKI et al., 2002; ASHA NAIR et al.,
2003; MOOK et al., 2004; SORSA et al., 2004; MORÁN et al., 2005;
TURPEENNIEMI-HUJANEN, 2005). Valores séricos elevados destas
metaloproteinases estão também associados com a baixa sobrevida em muitos tipos de
cânceres, como o de mama (TALVENSAARI-MATTILA et al., 1998, LEPPÄ et al.,
2004), de próstata (TRUDEL et al., 2003), melanoma (VÄISÄNEN et al., 1998,
NIKKOLA et al., 2005), carcinomas epidermóides na região de cabeça e pescoço
(RIEDEL et al., 2000, RUOKOLAINEN et al., 2004) e pulmão (PASSLICK et al.,
2000; YLISIRNIÖ et al., 2000). Por outro lado, alguns autores não encontraram
nenhuma correlação entre a sobrevida de pacientes e a expressão das MMP-2 ou MMP-
9 em alguns tipos de câncer (VUORISTO et al., 2000; SASAKI et al., 2002, RAHKO et
al., 2004), a exemplo do câncer colorretal onde nenhum significado prognóstico foi
encontrado com a superexpresssão destas gelatinases (SIS et al., 2004; MORÁN et al.,
2005).
2.4.2 MMPs -7 e -26 (matrilisinas -1 e -2)
A MMP-7, também conhecida como matrilisina-1, distingue-se estruturalmente
das demais MMPs, estando constituída apenas pelos três domínios necessários à
atividade enzimática: o domínio catalítico com íon Zn++ incorporado, necessário à
manutenção da latência da MMP; um domínio pró-peptídico e um peptídeo sinalizador,
responsável pelo direcionamento de secreção do composto pela célula. Dessa forma, a
MMP-7 não possui o domínio hemopexina C-terminal, responsável pela especificidade
46
de substrato e interações com inibidores das MMPs (WILSON et al., 1995;
FOLGUERAS et al., 2004).
O gene que codifica a proteína MMP-7 está localizado no cromossomo 11q22.2-
22.3. Diversos sítios de ligação para fatores de transcrição foram identificados no
promotor do gene da matrilisina-1, dentre os quais destacam-se: sítio AP-1, sítio Tcf4
(do inglês, transcription factor 4), LEF (do inglês, lymphoid enhancer-binding factor ),
sítio TIE (do inglês, inhibitory element TGF-) e sítio PEA3 (do inglês, activator
enhancer polyoma 3) (BRABLETZ et al., 1999; STRONGIN, 2006).
Brabletz et al. (1999), Saeki et al. (2002) e Strongin (2006) enfatizam que dentre
os principais fatores implicados no aumento da expressão de MMP-7 em neoplasias,
merece destaque a -catenina. Sua atuação multifuncional, ora estabilizando complexos
de adesão em associação à E-caderina, em células epiteliais, ora funcionando como fator
de transcrição nuclear como ponto final da via -catenina/WNT, sugerem um papel
importante desta molécula na regulação da invasão local e metástase, em processos
neoplásicos.
Diferentemente das demais MMPs, cuja expressão decorre de estímulo em
resposta à injúria ou inflamação, a matrilisina-1 encontra-se expressa de forma
constitutiva em tecido epitelial exócrino, na maioria dos tecidos adultos.
Especificamente, a MMP-7 é sintetizada por glândulas salivares e glândulas anexas da
pele, bem como, pelo epitélio glandular ou ductal do pâncreas, fígado, mama, intestino e
trato urogenital (PARKS et al., 2001).
Outro aspecto importante da MMP-7 é o padrão de expressão desta protease em
neoplasias. De acordo com Zhang et al. (2005), ao contrário das demais MMPs, as quais
revelam expressão predominante em meio ao componente estromal, a MMP-7 localiza-
se primariamente no parênquima neoplásico, especialmente em neoplasias de origem
epitelial, conforme relatos descritos em carcinomas orais, esofágicos, colorretais,
gástricos e de mama (FINGLETON et al., 2001; KITOH et al., 2004; GRAESSLIN et
al., 2006).
A expressão de MMP-7 em epitélio normal sugere que esta enzima atue na
manutenção da homeostasia epitelial e, de fato, diversos relatos implicam um papel para
esta matrilisina na imunidade inata em tecido epitelial. Parks et al. (2001) afirmam que
a maioria dos tecidos nos quais MMP-7 é expressa de forma constitutiva, estão expostos
ao meio ambiente e a ação de diversos microrganismos.
47
Os principais substratos que sofrem proteólise por MMP-7 são: colágenos (I e
IV desnaturados), elastina, entactina, gelatina 1, fibulina, fibronectina, laminina,
vitronectina, agrecana, proteoglicanas, proteína ligante, mielina básica, endostatina,
osteonectina,ă g-1PI,ă g2-macroglobulina, caseína, FasL (Fas-ligante), integrina, E-
caderina, sindecana-1, fibrinogênio, plasminogênio, pró-HB-EGF (do inglês, heparin-
binding EGF-like growth factor), pró-g-defensina, TNF-g,ăApo-CII (apoliproteína CII)
e ADAM-28 (adamalisina-28). A MMP-7 tem sido relacionada à degradação de
componentes da MB que é um evento crucial no processo de invasão e metástase
(SIRES et al., 1994; CHAKRABORTI et al., 2003; FOLGUERAS et al., 2004;
NAGASE et al., 2006).
Fingleton et al. (2001) identificaram um papel peculiar da ação de matrilisina-1
sobre a apoptose em cultura de linhagem de células epiteliais de glândula mamária
humana (HBL 100). Estes autores verificaram que na presença crônica de MMP-7,
ocorre seleção de uma sub-população celular mais resistente a apoptose mediada pela
interação de Fas-L com seu receptor na membrana celular. Com seus resultados,
Fingleton et al. (2001) sugerem que a expressão de matrilisina-1, reportada em estágios
iniciais do desenvolvimento neoplásico, pode estar relacionada à seleção de células com
menor propensão à destruição pelo sistema imune, favorecendo o acúmulo de
modificações genéticas adicionais e, finalmente, o surgimento de tumores.
Goffin et al. (2003), em estudo utilizando RT-PCR, analisaram a expressão de
diversas MMPs ao longo do ciclo menstrual, constatando três padrões distintos de
expressão destas proteases, classificados em: MMPs restritas ao período menstrual,
MMPs expressas por todo o ciclo e MMPs expressas predominantemente durante a fase
proliferativa. A MMP-7, bem como uma protease intimamente relacionada, denominada
de matrilisina-2 (MMP-26), foi evidenciada nesta última fase. Para estes autores, a
expressão das matrilisinas-1 e -2 durante esta fase do ciclo menstrual sugere implicação
destas proteases em diversos processos, como proliferação celular, rápido crescimento
glandular, expansão estromal e angiogênese.
Achados similares foram identificados por Graesslin et al. (2006), em estudo
sobre a expressão de MMP-7 em endométrio humano normal, hiperplásico e neoplásico.
Estes pesquisadores relataram marcante expressão imuno-histoquímica de matrilisina-1
durante a fase proliferativa do ciclo menstrual, sugerindo um papel para esta protease na
degradação de debris luminais e remodelação da MEC. Adicionalmente, constatou-se
correlação entre a forte imunorreatividade para MMP-7 e o envolvimento de vasos
48
linfáticos e sangüíneos, no endométrio neoplásico, fato que enaltece o papel desta
protease na degradação do colágeno tipo IV, presente em MBs, bem como, na ativação
das formas zimogênicas de gelatinases A e B.
Alguns autores revelam uma correlação entre o grau de malignidade de
neoplasias e a expressão de MMP-7. Como exemplo, merece destaque o estudo imuno-
histoquímico realizado por Kitoh et al. (2004), em adenomas, carcinomas in situ e
carcinomas invasivos da mucosa gástrica. Estes pesquisadores constataram um
gradiente crescente na expressão de matrilisina-1 desde os adenomas aos carcinomas
invasivos. A imunorreatividade para MMP-7 apresentou-se de forma mais significativa
em áreas de invasão de vasos sangüíneos e linfáticos, enaltecendo o papel desta protease
sobre componentes da MB e sua associação com o desenvolvimento de metástases de
carcinomas gástricos.
A MMP-26, também denominada de matrilisina-2, constitui-se em um dos
membros da família das MMPs descoberto recentemente, tendo sua estrutura
incompletamente elucidada. O gene responsável pela codificação desta protease
encontra-se situado no lócus cromossômico 11p15.3, relativamente distante do cluster
11q21-q23, que envolve pelo menos 8 genes responsáveis pela codificação das MMPs-
1, -3, -7, -8, -10, -12, -13, -20 e -27 (AHOKAS et al., 2005; STRONGIN, 2006).
Dentre os principais substratos para MMP-26, destacam-se o colágeno tipo IV
desnaturado, fibronectina, fibrinogênio, vitronectina, gelatina 1, 2-macroglobulina e
1-antitripsina,ă g-1PI e IGFBP-1 (URIA, LÓPEZ-OTÍN, 2000; NABESHIMA et al.,
2002). Adicionalmente, a MMP-26 é capaz de ativar a pró-MMP-9 em um sítio que
determina a formação de uma forma ativa de gelatinase B mais estável do que quando
ativada por outras MMPs, como a MMP-7 (ZHAO et al., 2003; AHOKAS et al., 2005).
Bioquimicamente, a MMP-26 distingue-se das outras MMPs em diversos
aspectos. Dentre as características peculiares, destaca-se sua estrutura mínima, em
virtude da inexistência do domínio Hemopexina-C terminal, essencial para a regulação
da atividade e determinação da especificidade de substratos para esta protease
(FOLGUERAS et al., 2004; STRONGIN, 2006). Adicionalmente, apesar de seu peso
molecular semelhante ao da MMP-7, estas duas proteases compartilham apenas 40% de
homologia em suas cadeias polipeptídicas (STRONGIN, 2006).
Um achado único para a MMP-26 está localizado no domínio catalítico desta
enzima. A manutenção das MMPs como zimogênios depende da interação entre o íon
zinco e um resíduo de cisteína, impedindo a entrada de uma molécula de água,
49
necessária à ativação da protease. Exclusivamente para a matrilisina-2, observa-se uma
modificação constitutiva no sítio catalítico, caracterizada pela substituição do
aminoácido arginina (Arg81) por histidina (His81), culminando com o favorecimento da
ativação autocatalítica desta MMP (MARCHENKO et al., 2001).
Uría, López-Otín (2000) e Park et al. (2002) destacam que a MMP-26 encontra-
se expressa em diversas linhagens celulares neoplásicas, como adenocarcinomas de
mama, pulmão e próstata, com um nível significativo de expressão em tecidos normais
sendo evidenciado apenas em útero e placenta. Para estes autores, a expressão limitada
desta matrilisina em tecido normal sugere que a síntese desta protease deva estar
regulada para eventos estritamente específicos, como o processo de implantação no
útero.
Strongin (2006), detalhando a estrutura do gene da MMP-26, descreve que sua
estrutura de exons e introns apresenta-se semelhante ao do gene da MMP-7, bem como,
diferentemente de outros genes responsáveis pela codificação de outras MMPs, a região
do promotor do gene da MMP-26 apresenta apenas poucos sítios de ligação para fatores
de transcrição.
Diversos estudos descrevem a existência de uma estrutura extremamente simples
e bastante regulada, na região do promotor do gene da MMP-26 (MARCHENKO et al.,
2002; LI et al., 2004). Esta regulação está representada pela presença dos sítios de
ligação AP-1 (alvo da via de sinalização c-Jun/ c-Fos/ Ras), Tcf4 ou LEF
(respectivamente, alvo da via de sinalização -catenina/WNT) e Poly (A), situado
upstream ao promotor do gene (MARCHENKO et al., 2004; STRONGIN, 2006).
Marchenko et al. (2004) afirmam que a presença do sítio de ligação Tcf4 no promotor
do gene da MMP-26 implica sua expressão majoritária em células epiteliais normais ou
transformadas neoplasicamente, de forma semelhante ao descrito para a MMP-7.
Ahokas et al. (2005) enfatizam, ainda, que a expressão de MMP-26 está
relacionada ao processo de reparo. Em estudo de biologia molecular e imuno-
histoquímica, em culturas de células epiteliais normais e neoplásicas da epiderme, estes
autores evidenciaram aumento da expressão de matrilisina-2 quando da interrupção de
continuidade da MB, durante o processo de reparo e invasão neoplásica.
Adicionalmente, estes pesquisadores verificaram diminuição da expressão de MMP-26
em carcinomas epidermóides pouco diferenciados, sugerindo que a ausência de
imunorreatividade para matrilisina-2 poderia ser considerada como marcador para
lesões com crescimento agressivo.
50
2.4.3 Regulação das metaloproteinases da matriz e seus inibidores teciduais
Estudos mais recentes indicam que além de degradar os componentes da MEC
as MMPs podem agir em outros componentes desta matriz como citocinas, quimiocinas,
fatores de crescimento, receptores de superfície celular e moléculas de adesão
(CHAKRABORTI et al., 2003). Desta forma, as MMPs podem afetar o comportamento
celular de várias maneiras: a clivagem de produtos por estas proteinases sinalizam de
forma autócrina ou parácrina, elas clivam junções intercelulares ou a membrana celular
regulando a arquitetura do tecido epitelial e, além disso, ativam a ação latente e
desativam a ação de moléculas de sinalização ativa. Interações célula-matriz disparam a
sinalização celular que promove a diferenciação celular, migração e mobilização,
essencial para homeostase celular normal. Com exceção das MMP-2, -7, -19 e -28 que
são constitutivamente expressas no tecido normal, muitas MMPs são induzidas somente
em processos de reparação, remodelação ou em resposta a várias doenças ou inflamação
(RA, PARKS, 2007). Segundo relatam Souza e Line (2002) e Folgueras et al. (2004),
apesar da complexidade da regulação da atividade biológica das MMPs, três níveis
endógenos principais merecem destaque: transcrição gênica, ativação pró-enzimática e
inibição da atividade enzimática, os quais, em conjunto, são responsáveis pelo
confinamento da atividade das MMPs em sítios e situações biologicamente necessárias.
A migração celular é freqüentemente facilitada por uma destruição parcial da
MEC adjacente, catalizada por MMPs, cuja atividade é controlada por expressão
regulada, por ativação proteolítica de precursores inativos (zimogênio) e pela expressão
de uma família de inibidores (BRAKEBUSH et al., 2002).
Dentre os principais mecanismos de regulação da atividade biológica das
MMPs, destacam-se os inibidores endógenos, alguns dos quais se mostram como
inibidores de proteases em geral, como a 2-macroglobulina, responsável pela
inativação das MMPs no plasma e em outros fluidos tissulares, enquanto outros, como
os TIMPs, exibem maior especificidade (BREW et al., 2000; CURRAN, MURRAY,
2000; FOLGUERAS et al., 2004).
Os TIMPs consistem em uma família de quatro proteínas secretadas (TIMPs -1,
-2, -3 e -4), com peso molecular variando entre 20 - 29kDa, capazes de inibir
reversivelmente as MMPs. Estes inibidores enzimáticos compartilham uma estrutura
gênica conservada e 12 resíduos de cisteína separados de forma similar, associados por
51
pontes dissulfeto, responsáveis pela estrutura de seis alças e dois domínios observada
nestas moléculas. (STERNLICHT, WERB, 2001; ALA-AHO, KÄHÄRI, 2005).
Estudos demonstram que os TIMPs diferem quanto a sua habilidade de inibição
das MMPs. Estes inibidores teciduais podem inibir todas as MMPs ativas, mas não com
a mesma eficácia. O TIMP-1, por exemplo, inibe preferencialmente as MMPs -1, -3 -7 e
-9. Porém, esta proteína tem-se mostrado um fraco inibidor de MT3-MMP e MMP-19,
formando complexos com formas pró-enzimáticas de MMP-9, de modo a inibir a
ativação desta gelatinase (SOUZA, LINE, 2002; STERNLICHT, WERB, 2001;
FRIDMAN et al., 2003; MOOK et al., 2004; BOURBOULIA, STETLER-
STEVENSON, 2010). O TIMP-2 é o único membro da família destes inibidores que
interage especificamente na superfície celular tanto com a MT1-MMP como com a pró-
MMP-2 de modo a facilitar a ativação desta gelatinase. Desta forma, o TIMP-2 é o
único que funciona como inibidor e ativador de MMP, além de ser o mais eficaz
inibidor da MMP-2. O TIMP-3 inibe as MMPs-2 e -9. O TIMP-4 inibe a atividade
catalítica das MT1-MMP e MMP-2 além de ser considerado um forte inibidor da MMP-
26 (BISTER et al., 2007; BOURBOULIA, STETLER-STEVENSON, 2010).
Brew et al. (2000) ressaltam que os estudos ultra-estruturais que se propõem a
esclarecer as características de alta afinidade e especificidade, evidenciadas nos
complexos MMPs/TIMPs, limitam-se principalmente à região do domínio catalítico,
com as interações no domínio hemopexina C-terminal e no pró-domínio permanecendo
obscuras. Dessa forma, os autores destacam que a compreensão das bases estruturais,
responsáveis pelas múltiplas ações dos TIMPs, somente serão devidamente esclarecidas
com a análise detalhada de todas as regiões dos complexos MMPs/TIMPs.
O equilíbrio entre a síntese de MMPs e TIMPs representa um ponto crítico na
manutenção da homeostasia da MEC, já que diversos processos patológicos revelam
taxas alteradas na síntese destes complexos enzimáticos e de seus respectivos
inibidores. Porém, além de regular as atividades proteolíticas mediadas pelas MMPs,
nos últimos anos, novas atividades biológicas foram atribuídas aos TIMPs. Estudos
revelaram que independentemente da sua ação inibitória sobre as MMPs, estas proteínas
estão envolvidas em processos de diferenciação celular, crescimento, migração, invasão,
angiogênese e apoptose (SEO et al., 2003; STETLER-STEVENSON, 2008; BREW,
NAGASE, 2010).
Neste contexto, o trabalho de Wingfield et al. (1999), ressalta o potencial destes
inibidores em estimular o crescimento celular. Os autores observaram que formas
52
recombinantes de TIMPs humanos, produzidos em Escherichia coli, nos quais se
eliminou a capacidade inibidora de MMPs, exibiam atividade mitogênica, sugerindo
que esta função biológica poderia ser desempenhada pela porção C-terminal.
Alguns estudos descrevem uma interação complementar entre os processos de
degradação da MEC, desempenhado pelas MMPs e adesão celular, necessários à
promoção da invasão tumoral. Evidências apontam para a existência de um processo
altamente complexo e coordenado entre estas proteases, os TIMPs e as moléculas de
adesão celulares, para que ocorra o deslocamento de células neoplásicas através da
MEC (CURRAN, MURRAY, 2000; BJÖRKLUND, KOIVUNEN, 2005;
BOURBOULIA, STETLER-STEVENSON, 2010)
Sobre este tópico, destacam-se as considerações realizadas por Sternlicht e Werb
(2001), os quais enfatizam o conceito de localização pericelular da atividade
proteolítica, caracterizado por diversos mecanismos que confinam ou concentram as
proteinases no microambiente pericelular, determinando aumento da ativação das
MMPs, limitação do acesso de inibidores das MMPs, concentração destas enzimas na
proximidade de seus alvos, bem como, limitação da proteólise. Dentre os mecanismos
de concentração de MMPs na superfície celular merecem destaque a presença de
receptores para enzimas que ativam MMPs, como trombina, elastase, plasmina,
uroquinase ativadora de plasminogênio e a ligação de MMPs a receptores de superfície
celular, como as integrinas.
Adicionalmente, conforme observaram Wolf et al. (2003), células neoplásicas
malignas, como as linhagens celulares de fibrossarcoma (HT-1080) e de carcinoma de
mama (MDA-MB-231), são capazes de realizar deslocamento através da MEC, por
meio de mecanismos independentes da interação integrinas/MMPs. Utilizando modelos
experimentais em matrizes artificiais de colágeno 3D e em ratos, com reconstrução
através de microscopia a laser confocal, estes autores verificaram que após inibição da
atividade proteolítica, exemplares destas linhagens celulares exibiram o que foi
denominado de transição mesenquimal-amebóide, caracterizado por alterações
conformacionais semelhantes à ameba, realizando movimentos de propulsão e
constrição através de fendas pré-existentes nas MECs, na ausência de degradação
proteolítica.
53
2.4.4 Metaloproteinases da matriz e inibidores teciduais de metaloproteinases em
tumores de glândulas salivares
Conforme já descrito anteriormente, as várias funções desempenhadas por
MMPs e TIMPs tanto em situações fisiológicas como em diversas condições
patológicas já são conhecidas, mas, pouco se sabe a respeito de sua participação em
tumores de glândulas salivares. No entanto, alguns estudos já foram realizados,
conforme descrito na literatura.
Kayano et al. (2004) avaliaram os níveis de produção de oito diferentes MMPs
(MMPs-1, -2, -3, -7, -8, -9, -13 e MT1-MMP) e dois TIMPs (-1 e -2) em homogenados
de carcinomas de glândulas salivares (carcinoma mucoepidermóide, carcinoma
adenóide cístico e adenocarcinoma) e tecido de glândula salivar normal como controle.
Os autores verificaram que os níveis de MMPs (-1, -2 , -13 e MT1-MMP) e TIMP-1
foram significativamente maiores nas lesões malignas do que nos controles (p0,05). O
exame de zimografia demonstrou que a taxa de ativação da Pro-MMP-2 era maior nos
carcinomas em comparação ao grupo controle (p0,05). Foi possível identificar que tal
taxa de ativação era significativamente mais elevada nos carcinomas
mucoepidermóides, em comparação aos CACs e adenocarcinomas (p0,01) e que estava
correlacionada com gradação histológica e metástase linfonodal nos carcinomas
mucoepidermóides (p0,05). Embora os níveis de produção de Pro-MMP-2 e MT1-
MMP tenham sido semelhantes entre os carcinomas, os níveis de TIMP-2 foram
significativamente maiores nos CACs e adenocarcinomas (p<0,01). A imuno-
histoquímica e a zimografia in situ demonstraram a localização da MMP-2, MT1-MMP
e TIMP-2 nas células dos carcinomas. Contudo, apenas nos carcinomas
mucoepidermóides as células epiteliais neoplásicas revelavam atividade gelatinolítica.
Estes resultados sugerem que a ativação aumentada da Pro-MMP-2 mediada por MT1-
MMP está implicada nos processos de invasão e metástases nos carcinomas
mucoepidermóides e que TIMP-2 pode regular a ativação de Pro-MMP-2 em
carcinomas de glândulas salivares.
Nagel et al. (2004) investigaram a expressão das MMPs -2 e -9 e dos TIMPs-1,
-2 e -3 em 20 tumores malignos (8 carcinomas mucoepidermóides, 5 carcinomas de
células acinares, 3 carcinomas ex-adenoma pleomórfico, 2 carcinomas adenóides
císticos, 1 adenocarcinoma de células basais e 1 adenocarcinoma polimorfo de baixo
54
grau) e 6 neoplasias benignas de glândulas salivares (4 adenomas pleomórficos e 2
mioepiteliomas), por meio da imuno-histoquímica e zimografia. Na análise imuno-
histoquímica foi evidenciada que o epitélio do ducto salivar normal, mas não as células
acinares, expressou de moderado a fortemente as MMPs -2 e -9 e os TIMPs -1 e -2. Em
contraste, neste mesmo epitélio, o TIMP-3 foi moderadamente ou fortemente expresso
nas células acinares normais. O exame de zimografia demonstrou que as MMPs -2 e -9
imunoexpressas nas células do ducto estavam ativas, porém, nenhuma atividade dessas
enzimas pode ser demonstrada em condições normais das células acinares. Nos
carcinomas mucoepidermóides o padrão de expressão das MMPs e TIMPs variou entre
os diferentes tipos de células tumorais. Enquanto as células produtoras de muco
mostraram negativa ou fraca imunomarcação, uma maior expressão para as MMP-2 e -9
foi evidenciada em células intermediárias e células epidermóides, achado este
confirmado pela zimografia in situ. Foi evidenciado também que a imunomarcação da
MMP-2 foi significativamente mais alta em tumores malignos que em adenomas
(p=0,0028). Os autores constataram, ainda, que em carcinomas de glândulas salivares,
os desequilíbrios na proporção entre MMPs e TIMPs são causados pela regulação
positiva de MMPs e não pela regulação negativa de TIMPs.
Chen et al. (2005) estudaram a expressão de MMPs e TIMPs em APs e a relação
entre esta expressão e o comportamento biológico destes tumores, dividindo-os em tipo
ativo e tipo comum de acordo com este comportamento. Realizaram imuno-
histoquímica para as MMPs -2 e -9, TIMPs -1 e -2 e análise zimográfica nos 23 casos
de AP além de 6 tumores malignos e 6 benignos. Os resultados demonstraram que a
imunorreatividade da proteína MMP-2 e a relação MMP-2/TIMPs-1 e -2 foi
significantemente alta quando comparados os APs ativos com os comuns
(respectivamente p=0,028, p=0,009, p=0,040). A expressão da MMP-2 ativa, proMMP-
9 e MMP-9 ativa foi significantemente alta nos APs ativos quando comparados aos
comuns (respectivamente p=0,034, p=0,021, p=0,001). Não foi demonstrado diferença
significativa na expressão de MMP-2, MMP-9, TIMP-1 e TIMP-2 entre os tumores
malignos de glândula salivar e AP ativo, bem como entre os tumores benignos e o AP
comum. Os autores concluíram que a expressão das MMPs e TIMPs em APs ativos é
semelhante aos carcinomas salivares. A expressão em APs comuns era semelhante a
apresentada pelos tumores benignos e ainda que a expressão da MMP-2,-9 e TIMP-1,-2
estão relacionadas com o comportamento biológico dos APs.
55
Hu et al. (2005) estudaram a expressão da MMP-2 e da E-caderina em
carcinoma mucoepidermóide salivar e sua relação com estágios clínicos, gradação
patológica, metástase em linfonodos e prognóstico utilizando espécimes deste tumor e
de tecido normal de glândula salivar. Verificaram que houve aumento de expressão da
MMP-2 e redução ou ausência de expressão de E-caderina nos tumores quando
comparados com o tecido normal. A expressão da MMP-2 e da E-caderina foi
fortemente correlacionada com metástase linfonodal. A MMP-2 foi correlacionada
positivamente com o prognóstico do carcinoma mucoepidermóide enquanto a E-
caderina foi negativamente correlacionada. Os autores concluíram que a expressão da
MMP-2 e da E-caderina, estão correlacionadas com metástase e ainda que a expressão
desta metaloproteinase apresenta relação com prognóstico do carcinoma
mucoepidermóide.
Tian et al. (2005) investigaram a expressão das MMPs e TIMPs por meio da
imuno-histoquímica e zimografia em várias neoplasias de glândulas salivares e seu
papel na invasão e metástase de tumores malignos, analisando as MMPs (-2, -9 e Mti-
MMP), TIMPs (-1 e -2) em 26 casos de lesões malignas e 28 benignas. Verificaram que
a expressão das MMPs-2 e -9 foi significantemente mais alta em carcinomas do que em
adenomas (p0,05). As relações MMP-2/TIMP-1 e MMP-2/TIMP-2 também foram
altamente significantes nos tumores malignos quando comparados com os benignos.
Concluíram que as MMPs -2 e -9 têm um importante papel na invasão de tumores
malignos de glândula salivar sendo detectado distúrbios no balanço entre estas
gelatinases e os TIMPs -1 e -2 em tumores malignos de glândula salivar induzido pelo
aumento absoluto destas duas metaloproteinases.
Wang et al. (2005) avaliaram a expressão do mRNA e dos TIMPs -1 e -2 em
diferentes padrões histológicos de 04 casos de CAC, utilizando microdissecção por
laser, RT-PCR (do inglês real-time quantitative reverse transcription-polymerase chain
reaction) e imuno-histoquímica. A análise imuno-histoquímica evidenciou uma
marcação positiva para os TIMPs -1 e -2 tanto no padrão cribriforme como no tubular.
Os dois TIMPs foram expressos em quase todas as células do padrão tubular.
Entretanto, no padrão cribriforme algumas células em áreas periféricas dos pseudocistos
foram negativas ou fracamente expressas para os referidos TIMPs. Além disso, muitas
células mioepiteliais modificadas, do padrão cribriforme, foram positivas para os TIMP-
1 e -2. A expressão dos TIMPs no padrão tubular foi maior do que no padrão
cribriforme (p<0,05). Os resultados do estudo indicaram que existe uma estreita relação
56
entre a expressão dos TIMPs -1 e -2 e os padrões de crescimento dos CACs, e que estes
podem desempenhar papéis importantes na morfogênese e no comportamento biológico
desses tumores.
Westernoff et al. (2005) avaliaram a expressão imuno-histoquímica da integrina
-6, tenascina-C e MMP-1 em 19 casos de CAC, 18 casos de adenocarcinoma
polimorfo de baixo grau e 18 casos de AP. Os resultados mostraram que os tumores
malignos apresentaram uma maior expressão da integrina -6 quando comparados aos
tumores benignos. Os CACs apresentaram uma expressão significativamente mais
elevada de integrina -6 quando comparado aos APs (p=0,04). Não houve diferença
significativa na expressão desta proteína entre os casos de CACs e adenocarcinomas
polimorfos de baixo grau. Os APs apresentavam uma elevada expressão da tenascina-C
e uma diferença significativa em relação aos CACs (p=0,03). A maioria dos casos, nos
três tipos de tumores avaliados, apresentaram uma alta expressão da MMP-1, entretanto,
esta expressão foi significativamente maior nos APs quando comparados com os CACs
(p=0,008). Os autores concluíram que os CACs e os adenocarcinomas polimorfos de
baixo grau expressaram integrina -6, tenascina-C e MMP-1, mas os padrões de
expressão nestes tumores não são significativamente diferentes. A integrina -6 parece
ser mais estreitamente associada aos tumores malignos, enquanto a MMP-1 mais
relacionada aos tumores benignos. Os autores sugerem ainda que a integrina -6, a
tenascina-C e a MMP-1 são parte do repertório molecular utilizado pelos tumores
malignos salivares para a invasão e pelos benignos para a sua expansão.
Nascimento (2006) analisou a expressão imuno-histoquímica das MMPs-7 e -26
em 12 casos de APs de glândulas salivares menores, e em 11 amostras de tecido
glandular salivar menor em desenvolvimento e adulto. Nas glândulas primitivas (GPs),
a expressão das MMPs ocorreu, preferencialmente, nos ductos em formação e MB
adjacente e, nas glândulas adultas (GAs), apenas nos ductos. Entre as GPs e GAs, a
expressão destas matrilisinas foi similar (p=0,867), embora, percentualmente, a MMP-7
tenha sido mais expressa nas GPs e a MMP-26 nas GAs. Quando comparadas as GPs e
GAs, os APs exibiram marcação mais intensa para as MMPs (p<0,001),
independentemente do tipo estromal, sendo a MMP-7 mais imunomarcada que a MMP-
26 (p=0,045). A expressão destas duas matrilinas não foi correlacionada ao se analisar,
individualmente, o tecido glandular normal (GPs e GAs) e os APs (p=0,50), porém, foi
observada uma correlação dos imunoescores da MMP-7 (p<0,001) e MMP-26
57
(p<0,001) entre os tecidos estudados. Assim, o autor concluiu que a expressão imuno-
histoquímica das MMPs -7 e -26 encontra-se implicada no desenvolvimento do tecido
glandular salivar normal e na sua transformação neoplásica em AP.
De Vicente et al. (2008) analisaram a expressão imuno-histoquímica da MMP-9
e o seu papel como marcador de prognóstico em 27 casos de tumores malignos de alto
grau de glândula salivar (12 carcinomas adenóides císticos, 8 carcinomas
indiferenciados e 7 tumores mistos malignos). Os resultados indicaram que a
imunomarcação para MMP-9 foi observada em 17 casos, localizadas
predominantemente nas células tumorais e, ocasionalmente, nas células inflamatórias do
estroma. Nos CACs a imunomarcação citoplasmática para a MMP-9 foi evidenciada de
forma mais proeminente em áreas de padrão sólido do que nas áreas de padrão
cribriforme. A expressão da MMP-9 foi correlacionada com os componentes do sistema
TNM, com o N (p = 0,04), M (p = 0,02), e os estágios TNM (p=0,03). A expressão da
MMP-9 foi também relacionada com a redução da sobrevida (p=0,01). Os autores
concluíram que a invasão tumoral e o prognóstico nos casos de cânceres de glândula
salivar de alto grau podem depender do perfil de expressão da MMP-9.
Luukkaa et al. (2008) analisaram a expressão imuno-histoquímica das MMPs-1,
-9 e -13 em 103 casos de TGS (48 casos de carcinoma adenóide cístico, 22 casos de
carcinoma de células acinares, 21 casos de carcinoma mucoepidermóide e 12 casos de
carcinoma do ducto salivar) e correlacionaram os achados com os dados clínicos e a
taxa de sobrevida de 10 anos dos pacientes. Os resultados indicaram que a elevada
expressão da MMP-13 (p=0,05) foi preditiva para uma pior sobrevida dos pacientes,
especialmente naqueles com diagnóstico de carcinoma de células acinares. A elevada
expressão da MMP-9 nos CACs bem como nos carcinomas do ducto salivar também foi
relacionada com a menor sobrevida (respectivamente, p=0,06 e p=0,05). A alta
expressão da MMP-1 (p=0,06) nos TGS estudados, incluindo o CAC, foi associada a
uma maior sobrevida global dos pacientes. Para estes autores, embora as MMP-13 e
MMP-1 possam clivar o colágeno fibrilar, a primeira apresenta uma maior
especificidade do substrato quando comparada a MMP-1. Os resultados indicaram que
assim como a MMP-9, a MMP-13 também pode efetivamente decompor componentes
da MB. Com base nesses resultados, os autores sugerem que tanto a MMP-13 como
MMP-9 podem promover a invasão das células tumorais em TGS através da clivagem
58
de componentes da MB em contraste com a MMP-1 que cliva principalmente o
colágeno tipo I.
Zhang et al. (2009) estudaram a expressão do mRNA, das MMPs (-2 e -9) e
TIMPs (-1 e -2) no epitélio e estroma de seis casos de AP, utilizando microdissecção
por laser, RT-PCR e imuno-histoquímica. A análise imuno-histoquímica evidenciou
uma forte expressão citoplasmática das MMPs (-2 e -9) e TIMPs (-1 e -2)
principalmente nas células epiteliais, de forma proeminente nas estruturas ductiformes,
cordões, pequenos ninhos e em áreas de metaplasia escamosa. Nas estruturas
ductiformes, a MMP-9 foi fracamente expressa na membrana das células luminais e
altamente expressa na MB. Na glândula salivar normal, as células ductais expressaram
fortemente as MMPs (-2 e -9) e TIMPs (-1 e -2). Diferentemente das células ductais, as
células acinares não expressam estas gelatinases e TIMPs. Segundo os autores, as
principais conclusões deste estudo são que os níveis de expressão de RNAm e das
MMPs (-2 e -9) foram significativamente maiores nas células mioepiteliais incluídas no
estroma tumoral quando comparado ao epitélio ductal, o que os levou a especular que
estas gelatinases são produzidas principalmente pelas células mioepiteliais localizadas
no estroma tumoral. Desta forma, os resultados deste estudo sugerem ser estas células
mioepiteliais uma fonte primária de produção de gelatinases nos APs, bem como que o
estroma talvez tenha um papel crítico no desenvolvimento e/ou progressão destes
tumores.
Luukkaa et al. (2010) estudaram a expressão imuno-histoquímica das MMPs -1,
-7, -9, -13, do Ki-67 e HER-2, bem como a amplificação gênica do HER-2 por SISH
(do inglês, silver enhanced in situ hybridization) em uma série de 12 casos de
carcinoma epitelial/mioepitelial e os achados relacionados com a taxa de sobrevida dos
pacientes. Os resultados do estudo indicaram que apesar da expressão destas MMPs ser
alta tanto nas células epiteliais quanto mioepiteliais, apenas a expressão da MMP-9 foi
estaticamente relacionada à taxa de sobrevida específica a doença (p=0,0327). Além
disso, a expressão do Ki-67 também pode ser correlacionada com o prognóstico,
diferentemente do HER-2 que não ofereceu informações adicionais como fator
prognóstico para os tumores estudados.
Luukkaa et al. (2010) estudaram a expressão imuno-histoquímica da MMP -7
em 107 casos de TGS (47 carcinomas adenóides císticos, 23 carcinomas
mucoepidermóides, 24 carcinomas de células acinares e 13 carcinomas do ducto
salivar), e os achados relacionados a taxa de sobrevida dos pacientes. Os resultados
59
indicaram que a intensidade de imunomarcação foi fraca no carcinoma do ducto salivar
e alta nos CACs, enquanto que o percentual de células imunomarcadas foi baixo no
carcinoma de células acinares e alta no carcinoma do ducto salivar. Os pacientes com
CAC apresentaram uma pior taxa total de sobrevida quando comparados aqueles com
carcinoma de células acinares. Além disso, a baixa intensidade de marcação da MMP-7
foi associada com a pior taxa de sobrevida total dos pacientes com carcinoma de células
acinares e mucoepidermóide, sugerindo que esta matrilisina pode ser usada como fator
prognóstico para avaliação dos pacientes com TGS.
PROPOSIÇÃO
61
3 PROPOSIÇÃO
Embora pesquisas tenham sido realizadas analisando a expressão das MMPs e
TIMPs em diversos processos fisiológicos e patológicos, incluindo estudos envolvendo a
morfogênese de glândulas salivares e processos de invasão e metástase em diversos tipos
de tumores, poucos se têm pesquisado sobre as MMPs e TIMPs em neoplasias de
glândulas salivares.
Sendo assim, o propósito desta pesquisa foi analisar a expressão imuno-histoquimica
das MMPs -2, -7, -9 e -26 e dos TIMPs-1 e -2, em casos de adenoma pleomórfico e
carcinoma adenóide cístico de glândula salivar menor com o objetivo de melhor
compreender o papel que estas proteínas exercem no comportamento biológico destes
tumores.
MATERIAL E MÉTODOS
63
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Implicações éticas
O projeto de pesquisa referente a este trabalho de tese foi enviado para apreciação do
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e aprovado
segundo o protocolo 064/08-CEP-UFRN e parecer de número 203/2008 (Anexo).
4.2 Caracterização do estudo
O presente estudo consistiu em uma análise descritiva, semi-quantitativa e
comparativa da expressão imuno-histoquímica das MMPs -2, -7, -9 e -26 e TIMPs-1 e -2
em espécimes de APs e CACs de glândulas salivares.
4.3 População
A população objeto do presente estudo foi constituída por todos os casos de APs e
CACs de glândulas salivares arquivados e diagnosticados no Laboratório do Serviço de
Anatomia Patológica da Disciplina de Patologia Oral do Departamento de Odontologia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
4.4 Amostra
A amostra foi constituída por 20 casos de AP e 20 casos de CAC de glândulas
salivares, todos emblocados em parafina, obtidos nos arquivos do laboratório do Serviço
acima citado. Os critérios determinados para inclusão de casos na amostra foram à
quantidade de material arquivado suficiente para o estudo e as condições adequadas de
armazenamento dos espécimes.
4.5 Estudo morfológico
Para o estudo morfológico foram utilizadas lâminas contendo cortes de 5m de espessura do
material incluído em parafina, corados pela técnica da Hematoxilina/Eosina (H/E) e,
posteriormente, examinados à microscopia de luz. Foi realizada uma análise descritiva dos
aspectos histopatológicos observados nos APs, observando-se aspectos como arranjo
arquitetural das células epiteliais e mioepiteliais no parênquima tumoral, o tipo de célula
neoplásica proliferante e estroma (hialino, fibroso, mixóide ou condróide) predominantes, os
tipos de diferenciação, bem como a presença ou ausência de cápsula fibrosa e infiltração focal
64
de células neoplásicas em sua parede (EVESON et al., 2005). Além disso, os APs foram
classificados histologicamente, conforme metodologia adaptada do estudo de Seifert et al.
(1976), com base na diferenciação das células epiteliais e na quantidade e natureza do estroma
nos subtipos clássico, mixóide e celular. No subtipo clássico havia uma quantidade
equilibrada entre as células epiteliais e o componente estromal, com a presença de 30-50% de
estroma. No subtipo mixóide (rico em estroma) o componente estromal consistia em cerca de
80% do tumor. No subtipo celular (rico em células) o estroma correspondia a uma quantidade
menor ou igual a 20-30% do tumor.
Nos casos dos CACs foi avaliado o padrão histológico predominante, ou seja, cribriforme,
tubular ou sólido e a presença de invasão perineural e das estruturas adjacentes (EL-
NAGGAR, HUVOS, 2005).
4.6 Estudo imuno-histoquímico
Do material emblocado em parafina foram obtidos cortes de 3m de espessura e estendidos
em lâminas de vidro previamente limpas e preparadas com adesivo à base de Organosilano (3-
aminopropyltriethoxi-silano, Sigma Chemical Co, St Louis, MO, USA). Posteriormente, o
material foi submetido à técnica da imunoperoxidase sendo utilizados os anticorpos
monoclonais anti-MMPs-2, -7, -9, e anti-TIMPs-1 e -2, e anticorpo policlonal anti-MMP-26
(Quadro 1).
Como controles positivos para os anticorpos anti-MMPs-7 e anti-TIMPs-1 e -2, foram
empregados espécimes de carcinoma ovariano. Para MMP-26, foram empregados espécimes
de carcinoma endometrial. Com relação aos anticorpos anti-MMPs-2 e -9, foram utilizados
como controle positivo, espécimes de intestino grosso inflamado. O controle negativo
consistiu na substituição dos anticorpos primários por albumina de soro bovino a 1 % (BSA –
Bovine Serum Albumin) em solução tampão. Os demais passos foram semelhantes a técnica a
seguir descrita:
A desparafinização dos cortes foi realizada por meio de dois banhos em xilol durante
10 minutos cada em temperatura ambiente;
Reidratação dos cortes em banhos de etanóis em concentrações decrescentes: álcool
etílico absoluto I (5 minutos); álcool etílico absoluto II (5 minutos); álcool etílico absoluto III
(5 minutos); álcool etílico 95° GL (5 minutos); e álcool etílico 80° GL (5 minutos);
65
Imersão em solução de hidróxido de amônia a 10% por 10 minutos, com a finalidade
de remoção do pigmento formólico;
Lavagem dos cortes em água corrente por 10 minutos e duas passagens por água
destilada deionizada;
Recuperação antigênica (Quadro 1);
Lavagem em água corrente por 10 minutos;
Imersão dos cortes em água destilada por duas vezes, com tempo de 5 minutos cada;
Duas incubações dos cortes, durante 10 minutos cada, em solução de peróxido de
hidrogênio a 10 volumes, com a finalidade de remover a peroxidase endógena e assim reduzir
a marcação de fundo;
Lavagem em água corrente durante 10 minutos;
Duas imersões em água destilada, com tempo de 5 minutos cada;
Duas passagens em solução tampão TRIS-HCl [0,0499 mol/l] (tris-hidroximetil-
aminometano, Sigma Chemical, St Louis, MO, USA) com NaCl [0,1454 mol/l] pH 7,4 por 5
minutos cada;
Incubação dos cortes com os anticorpos primários (Quadro 1) diluídos em solução
diluente Dako (Antibody diluent with background reducing components; Dako, A/S, Glostrup,
Dinamarca);
Duas passagens em solução Tween 20 a 1% em TRIS-HCl (pH 7.4) por 5 minutos
cada;
Incubação por 30 minutos no reagente do sistema Envision + Dual Link System-HRP
(Dako Cytomation, Code: K4061-Carpinteria – CA-USA) durante 30 minutos à temperatura
ambiente;
Duas passagens em solução Tween 20 a 1% em TRIS-HCl (pH 7.4) por 5 minutos
cada;
Incubação em duas trocas de TRIS-HCl (pH 7.4) por 5 minutos cada;
Diluição de 0.025 a .0.30 mg de diaminobenzidina (3,3-diaminobenzidina, Sigma
Chemical Co, St. Louis, MO, USA) em 100 ml de TRIS-HCl (pH 7.4), com posterior ativação
66
pelo peróxido de hidrogênio a 10 volumes (120 µl) e aplicação imediata nos cortes por 2
minutos em câmara escura;
Lavagem em água corrente por 10 minutos, seguido por duas passagens em água
destilada;
Contracoloração através de banho em hematoxilina de Mayer por 10 minutos em
temperatura ambiente;
Desidratação em série de etanóis em concentrações ascendentes: álcool etílico 80° GL
(3 minutos); álcool etílico 95° GL (3 minutos); álcool etílico absoluto I (3 minutos); álcool
etílico absoluto II (3 minutos); e álcool etílico absoluto III (3 minutos);
Imersão dos cortes em dois banhos de xilol por 2 minutos cada;
Montagem em resina Permount® (Fisher Scientific, Fair Lawn, NJ, USA) e lamínula
para observação ao microscópio de luz.
Quadro 1. Clone, especificidade, diluição, fonte, recuperação antigênica e tempo de incubação
dos anticorpos utilizados.
Clone Especificidade Diluição Fonte Recuperação Antigênica
Tempo de
Incubação
42-5D11 MMP-2 1:100 Chemicon,
Temecula,CA
EDTA (pH 8.0) em steamer por 30
minutos
60 minutos
ID-2 MMP-7 1:200 Chemicon,
Temecula,CA
Pepsina pH 1,8 a 0,5%, em estufa a
37ºC por 30 minutos
60 minutos
56-2A4 MMP-9 1:20 Chemicon,
Temecula,CA
Citrato (pH 6.0) em steamer por 30
minutos
Overnight
(18 horas)
AHP756 MMP-26 1:250 Serotec,
Oxford, UK
Pepsina pH 1,8 a 0,5%, em estufa a
37ºC por 30 minutos
60 minutos
102D1
TIMP-1 1:50 Chemicon,
Temecula,CA EDTA (pH 8.0)
Pascal 60 minutos
3A4
TIMP-2 1:50
Diagnostic Biosystems Pleasanton,
CA
EDTA (pH 8.0) Pascal
60 minutos
67
4.7 Análise do perfil imuno-histoquímico
Após o processamento histológico e tratamento imuno-histoquímico, foram avaliadas
as características do padrão de expressão das MMPs e TIMPs estudados, no parênquima dos
APs e CACs, quanto a presença ou ausência, intensidade e localização. A marcação positiva
foi considerada quando presente uma coloração distinta em marrom (castanho), em sítio de
expressão citoplasmático, característico destes marcadores, em contraposição ao azul violeta
da contra-coloração.
Para análise dos marcadores estudados, sob um aumento total de 400X foram
capturadas imagens em 5 campos histológicos de maior intensidade de marcação de cada um
dos espécimes, por meio de máquina fotográfica digital OLYMPUS E-330 (Olympus
Corporation – Tokyo, Japan), acoplada ao microscópio OLYMPUS CX41 (Olympus
Corporation – Tokyo, Japan). As imagens obtidas foram analisadas por um único observador,
em momentos distintos, utilizando o software ImageJ (Image and Processing Analysis in Java
– Rasband, W.S., Image J, National Institute of Health, Bethesda, Maryland, USA). A
intensidade de marcação foi obtida para cada espécime utilizando um escore semi-quantitativo
baseado no percentual de células positivas e na intensidade de coloração. O percentual de
células positivas permitiu gerar um escore de 0 a 3 pontos (Quadro 2) e a intensidade de
coloração, um outro escore, também de 0 a 3 pontos (Quadro 3). O produto destes escores
resultou no imunoescore final, variando entre 0 e 9 pontos, sendo 0 marcação negativa e 9 o
maior escore, conforme metodologia adaptada dos estudos de Nagel et al. (2004) e Luukkaa
et al. (2010).
Quadro 2. Análise da imunoexpressão nos espécimes de adenoma pleomórfico e carcinoma
adenóide cístico, baseado no percentual de células imunopositivas.
Escore Percentual de células positivas
0 0
1 五ă10ă%
2 10 a 50 %
3 互ă50ă%
68
Quadro 3. Análise da imunoexpressão nos espécimes de adenoma pleomórfico e carcinoma
adenóide cístico, baseado na intensidade de coloração.
Escore Intensidade de marcação
0 negativa
1 fraca
2 moderada
3 forte
4.8 Análise estatística
Uma vez realizadas as análises morfológicas e imuno-histoquímicas, os dados obtidos
foram lançados em um banco de dados utilizando o software SPSS 17.0 for Windows
(Statistical Package for Social Sciences, SPSS Inc, Chicago, EUA) para a análise estatística.
A análise das diferenças entre as médias de idade observadas nos APs e CACs foi
realizada com o emprego do teste t de Student. A análise de associação entre o tipo de tumor e
a localização anatômica foi realizada através do Teste da Razão de Verossimilhança.
Considerando que a intensidade de marcação, avaliada mediante escores, é uma variável
ordinal, foi realizada uma análise não paramétrica. Para comparar a diferença da intensidade
de marcação (escores) para cada MMP e TIMP entre os tumores estudados foi utilizado o
teste de Mann-Whitney. O teste de Kruskal-Wallis foi usado para comparar a diferença
entre estes escores nos diferentes subtipos histológicos do APs e nos padrões histológicos dos
CACs. Para analisar a correlação entre os escores obtidos e variáveis clínicopatológicas nestes
tumores foi utilizado o Coeficiente de Correlação de Spearman. O nível de significância foi
estabelecidoăemă95%ă(g=0,05).
RESULTADOS
70
5 RESULTADOS
5.1 Caracterização da amostra
Na presente amostra constituída de 20 casos de AP e 20 de CAC a maioria dos casos
de AP (60%) e CAC (70% ) ocorreu no sexo feminino, sendo que em 2 casos de AP e 3 casos
de CAC não foi possível obter informações sobre o sexo dos indivíduos. A relação
feminino/masculino nos APs foi de 2:1, enquanto que nos CACs esta relação foi de 4,6:1
(Tabelas 1 e 2).
A idade mínima e máxima dos indivíduos diagnosticados com AP variou de 16 a 84
anos, enquanto que nos portadores de CAC esta variação foi de 22 a 76 anos, sendo que em 4
casos de AP e em 4 casos de CAC não foi possível obter informações a respeito desta variável
(Tabelas 1 e 2). A média de idade dos indivíduos acometidos por estas neoplasias no
momento do diagnóstico era de, respectivamente, 38,69 e 52,56 anos. A análise das
diferenças entre as médias de idade observadas nos tumores estudados, com o emprego do
teste t Student (t), não revelou significância (t = -1,931, G.L = 30, p = 0,063).
Todos os casos da amostra estavam localizados em glândulas salivares menores, tendo
como sítio de predileção o palato. A localização dos casos de APs estava distribuída entre o
palato (65%), lábio superior (10%), mucosa jugal (5%) e mucosa alveolar (5%). Nos CACs,
os sítios anatômicos acometidos foram o palato (30%), assoalho bucal (20%), língua (10%),
trígono retromolar (10%), mucosa jugal (5%) e comissura labial (5%). Os dados não estavam
disponíveis quanto a localização anatômica em 3 casos de AP e 3 casos de CAC (Tabelas 1 e
2). A análise destas variáveis, através do Teste da Razão de Verossimilhança, revelou uma
associaçãoă significativaă entreă aă localizaçãoă anatômicaă eă oă tipoă deă tumoră (Lぬ2=16,843,
p=0,018).
71
Tabela 1. Dados clínicos referentes a sexo, idade e localização anatômica dos casos de
adenoma pleomórfico de glândulas salivares menores, Natal, RN. 2011.
Caso Sexo Idade Localização anatômica
1 M 42 Mucosa jugal
2 F 19 Palato
3 F 18 Palato
4 ND ND ND
5 ND ND ND
6 F 46 Palato
7 F 34 ND
8 F 47 Palato
9 M 35 Palato
10 F ND Palato
11 M 70 Palato
12 F 16 Palato
13 M ND Palato
14 F 22 Lábio superior
15 F 16 Mucosa alveolar
16 M 32 Palato
17 F 20 Palato
18 M 55 Palato
19 F 84 Palato
20 F 63 Lábio superior
M – masculino F – feminino ND – dado não disponível
72
Tabela 2. Dados clínicos referentes a sexo, idade e localização anatômica dos casos de
carcinoma adenóide cístico de glândulas salivares menores, Natal, RN. 2011.
Caso Sexo Idade Localização anatômica
1 F 35 Comissura labial
2 F 47 Língua
3 F 66 Palato
4 F 73 Língua
5 ND ND ND
6 M 74 Trígono retromolar
7 F 22 Assoalho bucal
8 F 23 Palato
9 F ND Assoalho bucal
10 F 50 Mucosa jugal
11 F 55 Palato
12 ND ND ND
13 F 76 Palato
14 F 22 Assoalho bucal
15 F 63 Trígono retromolar
16 M 73 Palato
17 M 54 Lábio superior
18 F 37 Palato
19 ND ND ND
20 F 71 Assoalho bucal
M – masculino F – feminino ND – dado não disponível
73
5.2 Análise morfológica
5.2.1 Adenomas pleomórficos
O estudo microscópico dos APs revelou aspecto histológico característico para estas
neoplasias, onde o parênquima exibia intensa proliferação de células epiteliais e mioepiteliais,
dispostas em lençóis sólidos, cordões e ninhos, com quantidade variável de estruturas
ductiformes, revestidas por duas ou mais camadas de células, as quais revelavam
freqüentemente material eosinofílico amorfo em sua porção luminal (Figura 1a). O
componente epitelial apresentava uma variedade de tipos celulares incluindo células
plasmocitóides, basalóides, fusiformes, poligonais, cuboidais e escamosas, tendo como tipo
celular predominante o plamocitóide.
A maioria dos tumores apresentava-se delimitado perifericamente por uma cápsula
fibrosa (Figura 1b), por vezes delgada e incompleta em 75% dos casos analisados (Tabela 3).
Normalmente era possível observar a infiltração da cápsula por células tumorais, distribuídas
de forma dispersa ou organizadas principalmente sob a forma de ninhos e cordões.
O estroma nestes tumores apresentou-se bastante variável, incluindo os tipos hialino,
fibroso, mixóide e condróide (Figuras 2, 3, 4 e 5). Normalmente foi evidenciado em um
mesmo tumor diferentes proporções de mais de um tipo estromal. Uma combinação do
estroma hialino e mixóide, com predominância do primeiro, foi encontrado em 12 casos
(60%). Nos casos com apenas um tipo estromal o mais freqüentemente observado foi o
hialino em 3 casos (15%). Dispersas em meio ao estroma foi possível identificar áreas focais
de diferenciação escamosa presentes em 8 casos, que por vezes exibia pérolas de ceratina.
Os APs foram classificados histologicamente de acordo com Seifert et al. (1976) com
base na diferenciação das células epiteliais e na quantidade e natureza do estroma nos
subtipos clássico, mixóide e celular (Figura 6). Dezessete dos casos estudados (85%)
correspondiam ao subtipo clássico, onde havia uma quantidade equilibrada entre as células
epiteliais, mioepiteliais e o componente estromal. Dois dos casos avaliados (10%) foram
classificados como mixóides, onde se evidenciavam células com morfologia variável,
predominantemente fusiformes e estreladas organizadas de forma isolada ou formando
pequenos agrupamentos celulares, dispersas em um rico estroma que correspondia a mais de
80% do tumor. Apenas um dos casos (5%) foi classificado como celular (rico em células),
caracterizado por uma proliferação de células epiteliais arranjadas em cordões sólidos,
74
eventualmente formando pequenas estruturas ductiformes em meio a um escasso estroma
mixóide (Tabela 3).
75
Figura 1. Aspectos microscópicos dos adenomas pleómórficos de glândulas salivaresmenores. (a) Células epiteliais neoplásicas benignas, dispostas em estruturas ductiformes, ninhos e cordões em meio a um estroma hialinofibroso, (b) cápsula fibrosa delimitando o tumor (H/E, 200X).
76
77
78
Tabela 3. Número e percentual de características histopatológicas evidenciadas nos adenomas
pleomórficos de glândulas salivares menores, Natal, RN.2011.
CARACTERÍSTICA
HISTOPATOLÓGICA no %
Tipo (s) de estroma (s)
Hialino/Mixóide 12 60
Hialino 3 15
Mixóide/condróide 2 10
Hialino/fibroso/mixóide 1 5
Hialino/fibroso 1 5
Mixóide 1 5
Cápsula
Delgada e incompleta 15 75
Completa e delgada 4 20
Ausente 1 5
Subtipo histológico
Clássico 17 85
Mixóide 2 10
Celular 1 5
79
Figura 6. Subtipos histológicos apresentados pelos adenomas pleomórficos de glândulas salivares menores. (a) clássico, (b) mixóide e (c) celular.(H/E, 200X).
80
5.2.2 Carcinomas adenóides císticos
Os CACs avaliados apresentavam um arranjo arquitetural característico com
proliferação de células epiteliais redondas e cuboidais com núcleos ovais, hipercromáticos e
citoplasma frequentemente escasso. As células proliferantes apresentavam-se organizadas em
espaços pseudocísticos, estruturas tubulares, trabeculares, ninhos e cordões, originando os
três padrões histológicos: cribriforme, tubular e sólido (Figura 7). Os casos analisados ora
exibiam um exclusivo padrão histológico ora se intercalavam em uma mistura com variadas
proporções de mais de um padrão de crescimento. Dos espécimes analisados, 9 casos (40%)
apresentavam um padrão predominantemente tubular, 8 (40%) o padrão cribriforme e apenas
3 (15%) o padrão sólido (Tabela 4).
Nos casos apresentando o padrão tubular, as células proliferantes se organizavam em
ductos de calibres diversos formando estruturas tubulares que se apresentavam ora isoladas
ora conectadas, produzindo um intricado padrão de crescimento em meio a um estroma
predominantemente hialinizado. Estas estruturas tubulares eram geralmente compostas por
uma dupla camada de células, onde a camada interna (luminal) era constituída geralmente por
células com morfologia variando de cuboidal a colunar com moderado citoplasma eosinofílico
enquanto que a camada externa era normalmente formada por células de morfologia variada.
Individualmente as células proliferantes exibiam núcleos pequenos e hipercromáticos. Nos
casos classificados como padrão cribriforme, as células tumorais organizavam-se formando
estruturas pseudocísticas de tamanho e formas variáveis que eventualmente apresentavam
material basofílico e amorfo em seu interior. Nos casos classificados como padrão sólido, as
células proliferantes eram geralmente basalóides de aspecto uniforme e se arranjavam em
ninhos e grandes ilhas com pouca tendência a formação de estruturas ductiformes e,
eventualmente, com áreas focais de necrose no centro dos ninhos tumorais.
Na maioria dos CACs analisados (65%), foi evidenciado algum tipo de invasão das
células tumorais a estruturas adjacentes (Figura 8), onde as mais frequentemente observadas
foram a invasão intravascular (20%) e muscular (15%) (Tabela 4). Dos casos classificados
como padrão cribriforme, 7 deles apresentavam alguma invasão do tipo muscular,
intravascular, perineural e/ou acinar.
81
Figura 7. Padrões histológicos apresentados pelos carcinomas adenóides císticos de glândulas salivares menores. (a) tubular, (b) cribriforme e (c) sólido (H/E, 200X).
82
Tabela 4. Número e percentual de características histopatológicas encontradas nos carcinomas
adenóides císticos de glândulas salivares menores, Natal, RN.2011
CARACTERÍSTICA
HISTOPATOLÓGICA no %
Padrão histológico predominante
Tubular 9 45
Cribriforme 8 40
Sólido 3 15
Tipo de invasão
Intravascular 4 20
Muscular 3 15
Perineural 1 5
Acinar 1 5
Muscular e intravascular 1 5
Muscular e acinar 1 5
Perineural e intravascular 1 5
Perineural, muscular e acinar 1 5
Sem Invasão 7 35
83
Figura 8. Aspectos microscópicos dos tipos de invasão apresentados pelos carcinomas adenóides císticos de glândulas salivares menores. (a) acinar, (b) muscular, (c) perineural e (d) intravascular (H/E, 400X).
84
5.3 Análise imuno-histoquímica
5.3.1 Análise da imunoexpressão das gelatinases
A análise imuno-histoquímica das MMPs -2 e -9 nos casos de APs revelou que
respectivamente, 17 (85%) e 20 (100%) destes tumores apresentavam-se imunomarcados para
estas gelatinases (Tabela 5). Os três casos que apresentaram marcação negativa para a MMP-2
correspondiam ao padrão histológico classificado como clássico.
O padrão de distribuição da imunomarcação foi similar para estas duas gelatinases nos
três padrões histológicos dos APs (clássico, mixóide e sólido). Uma marcação citoplasmática
e de intensidade variável foi evidenciada em células epiteliais e mioepiteliais presentes nas
estruturas ductiformes, lençóis sólidos, cordões, ninhos e ilhas tumorais (Figuras 9 e 10).
Nas áreas de metaplasia escamosa foi evidenciada uma forte expressão para estas duas
gelatinases, bem como nos núcleos presentes no interior das lacunas condróides (Figura 11a e
11b). Nos fragmentos de glândula salivar presentes nos espécimes, o epitélio ductal mostrava-
se de moderado a fortemente imunomarcado, diferentemente das células acinares que não
expressaram estas gelatinases (Figura 11c).
Quanto a intensidade de expressão para estas gelatinases no parênquima tumoral dos
APs, os imunoescores para a MMP-2 variaram de 0 a 9, enquanto que para a MMP-9 a
variação foi de 3 a 9 (Tabela 5).
Os CACs exibiam uma expressão similar aos APs com respectivamente 17 (85%) e 20
(100%) dos casos imunomarcados, respectivamente, para as MMPs -2 e -9 (Tabela 5). Os três
casos que apresentaram marcação negativa para a MMP-2 um, correspondia ao padrão
histológico predominantemente cribriforme e os outros dois, ao padrão tubular.
Uma imunomarcação citoplasmática e de intensidade variável foi observada em
células tumorais dos padrões histológicos dos CACs para as duas gelatinases (Figuras 12 e
13). Quanto a intensidade de expressão para estas MMPs no parênquima tumoral destes
tumores, os imunoescores para a MMP-2 variaram de 0 a 9, enquanto que para a MMP-9 a
variação foi de 6 a 9 (Tabela 5).
Além disso, foi observada expressão em células estromais de ambos os tumores. A
expressão nestas células para a MMP-9 foi evidenciada principalmente em células
inflamatórias, especialmente nas localizados ao redor das ilhas tumorais. Além disso,
fibroblastos e células endoteliais também apresentavam-se imunomarcadas pela MMP-2.
85
Testes estatísticos foram utilizados para testar as hipóteses de igualdade ou não dos
escores obtidos para a expressão das MMPs -2 e -9 entre APs e CACs. Inicialmente foram
comparados os dois tumores. Considerando que a análise envolvia 2 grupos independentes
(tumores) foi utilizado o teste de Mann-Whitney. Verificou-se que não houve diferença
significativa na expressão da MMP-2 nestes tumores (p=0,359). Entretanto, a análise indicou
uma diferença significativa na expressão da MMP-9 entre os dois tumores, apresentando o
CAC uma marcação mais intensa para esta gelatinase (p=0,041) (Tabela 6 e Figura 14).
Em seguida, testes estatísticos foram utilizados para testar as hipóteses de igualdade
ou não dos escores obtidos para a expressão das MMPs -2 e -9 entre os diferentes subtipos e
padrões histológicos respectivamente, dos APs e CACs. Considerando que a análise envolvia
3 grupos independentes (subtipos ou padrões histológicos) foi utilizado o teste de Kruskal-
Wallis.Verificou-se que não houve uma diferença significativa na expressão da MMP-2 entre
os subtipos histológicos do AP (p=0,459) e padrões histológicos dos CACs (p=0,207). A
análise também não revelou diferença significativa na expressão da MMP-9 entre os subtipos
dos APs (p=0,140) e padrões histológicos dos CACs (p=0,445) (Tabela 7).
Posteriormente, testes estatísticos foram utilizados para testar as hipóteses de
existência ou não de correlação entre a expressão das gelatinases e variáveis
clinicopatológicas nos APs e CACs. Considerando que a análise envolvia dados ordinais
(escores) foi utilizado o Coeficiente de Correlação de Spearman. A análise demonstrou que
não houve uma correlação significativa entre a expressão destas duas gelatinases e as
características clínicopatológicas dos APs (Tabela 8). Verificou-se apenas que houve uma
correlação significativa entre a expressão da MMP-2 e a variável sexo dos CACs (p=0,044)
(Tabela 9).
86
Tabela 5. Imunoescores de intensidade de marcação obtidos para as gelatinases (MMPs -2
e -9) de acordo com o tipo de tumor, Natal, RN. 2011.
GELATINASES TIPO DE TUMOR N %
IMUNOESCORES
MMP-2
AP 20 100 0 3 15
2 2 10
3 5 25
6 4 20
9 6 30
CAC 20 100 0 3 15
2 1 5
3 4 20
6 2 10
9 10 50
MMP-9
AP 20 100 3 1 5
4 1 5
6 9 45
9 9 45
CAC 20 100 6 5 25
9 15 75
AP – adenoma pleomórfico CAC – carcinoma adenóide cístico
87
88
Figura 11. Expressão imuno-histoquímica das gelatinases (MMPs -2 e -9) em áreas de diferenciação e fragmentos de tecido glandular presentes em adenomas pleomórficos de glândulas salivares menores. (a) Forte expressão da MMP-2 em áreas de diferenciação escamosa (b) Forte expressão da MMP-9 em células presentes no interior das lacunas das áreas condróides. (c) Ausência de expressão da MMP-9 em células acinares (ENVISION, 400X).
89
90
Tabela 6. Teste de Mann-Whitney para a diferença entre os imunoescores de intensidade de
marcação para as metaloproteinases da matriz (MMPs -2, -7, -9 e -26) e os inibidores
teciduais de metaloproteinases (TIMPs -1 e -2) por tipo de tumor, Natal, RN. 2011.
MMPs TIPO DE
TUMOR N
Soma dos
postos
Média dos
postos P-valor*
Gelatinases
MMP-2
AP 20 377,50 18,88 0,359
CAC 20 442,50 22,13
MMP-9
AP 20 345,00 17,25 0,041
CAC 20 475,00 23,75
Matrilisinas
MMP-7
AP 20 457,00 22,85 0,081
CAC 20 363,00 18,15
MMP-26
AP 20 400,00 20 0,553
CAC 20 420,00 21
Inibidores
teciduais de
metaloproteinases
TIMP-1
AP 20 396,00 19,80 0,657
CAC 20 424,00 21,20
TIMP-2
AP 20 375,00 18,75 0,248
CAC 20 445,00 22,25
AP – adenoma pleomórfico CAC – carcinoma adenóide cístico * Teste de Mann-Whitney
91
Figura 14. Box-Plot de intensidade de marcação para a MMP-9 de acordo com o tipo de tumor, Natal, RN. 2011.
92
Tabela 7. Teste de Kruskal-Wallis para a diferença entre os imunoescores de intensidade de
marcação para as metaloproteinases da matriz (MMPs -2, -7, -9 e -26) por subtipo e padrão
histológico do tumor, Natal, RN. 2011.
MMPs SUBTIPO/PADRÃO
HISTOLÓGICO n
Média dos
postos P-valor*
MMP-2
AP 20 Clássico 17 9,85
0,459 Mixóide 2 15,00 Celular 1 12,50
CAC 20 Cribriforme 8 8,94
0,207 Tubular 9 10,22 Sólido 3 15,50 MMP-9
AP 20 Clássico 17 11,47
0,140 Mixóide 2 4,00 Celular 1 7,00
CAC 20 Cribriforme 8 9,25
0,445 Tubular 9 11,89 Sólido 3 9,67 MMP-7
AP 20 Clássico 17 10,88
0,189 Mixóide 2 6,75 Celular 1 11,50
CAC 20 Cribriforme 8 8,81
0,438 Tubular 9 11,89 Sólido 3 10,83 MMP-26
AP 20 Clássico 17 10,32
0,830 Mixóide 2 11,50 Celular 1 11,50
CAC 20 Cribriforme 8 9,75
0,472 Tubular 9 11,00 Sólido 3 11,00
AP – adenoma pleomórfico CAC – carcinoma adenóide cístico * Teste de Kruskal-Wallis
93
Tabela 8. Coeficiente de Correlação de Spearman para a análise de correlação entre a
intensidade de expressão das gelatinases (MMPs-2 e -9) e variáveis clínicopatológicas em
adenomas pleomórficos de glândulas salivares menores, Natal, RN. 2011.
VARIÁVEIS CLÍNICOPATOLÓGICAS
GELATINASES
P-valor
MMP-2
P-valor
MMP-9
ESCORES rs ESCORES rs
0 2 3 6 9 3 4 6 9
Sexo
Masculino 1 1 2 1 1 0,247 0,324
0 1 2 3 -0,037 0,883
Feminino 2 0 3 2 5 1 0 6 5
Idade
≤ă50ăăăăăăăăăăăăă 3 1 2 2 4 0,260 0,332
1 1 5 5 0,137 0,613
>50 0 0 1 1 2 0 0 2 2
Localização anatômica Palato 1 1 3 3 5
-0,511 0,036
1 0 6 6
-0,183 0,482 Lábio superior 1 0 1 0 0 0 0 2 0
Mucosa jugal 1 0 0 0 0 0 1 0 0
Mucosa alveolar 0 0 1 0 0 0 0 0 1
Estroma
Hialino/Mixóide 3 2 2 2 3
0,377 0,102
0 1 6 5
0,063 0,792
Hialino 0 0 2 0 1 0 0 1 2
Mixóide/condróide 0 0 1 1 0 1 0 0 1
Hialino/fibroso/mixóide 0 0 0 1 0 0 0 1 0
Hialino/fibroso 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Mixóide 0 0 0 0 1 0 0 1 0
* rs - Coeficiente de Correlação de Spearman
94
Tabela 9. Coeficiente de Correlação de Spearman para a análise de correlação entre a
intensidade de expressão das gelatinases (MMPs-2 e -9) e variáveis clínicopatológicas em
carcinomas adenóides císticos de glândulas salivares menores, Natal, RN. 2011.
VARIÁVEIS CLÍNICO
PATOLÓGICAS
GELATINASES
P-valor
MMP-2
P-valor
MMP-9
ESCORES rs ESCORES rs
0 2 3 6 9 6 9
Sexo Masculino 0 0 0 0 3
-0,494 0,044 0 3
-0,257 0,320 Feminino 3 1 4 2 4 4 10
Idade ≤ă50ăăăăăăăăăăăăă 0 1 3 1 2
0,086 0,751 1 6
-0,101 0,710 >50 3 0 0 1 5 2 7
Localização anatômica
Palato 1 1 0 0 4
-0,297 0,248
1 5
-0,117 0,656
Lábio superior 0 0 0 0 1 0 1
Trígono retromolar
1 0 0 0 1 1 1
Mucosa jugal 0 0 0 0 1 0 1
Assoalho bucal 1 0 3 0 0 1 3
Língua 0 0 0 2 0 1 1
Comissura labial 0 0 1 0 0 0 1
Invasão Perineural Positiva 0 0 1 1 1
0,000 1,000 0 3
-0,243 0,303 Negativa 3 1 3 1 9 5 12
Intravascular Positiva 0 0 0 2 3
-0,280 0,232 1 4
-0,067 0,780 Negativa 3 1 4 0 7 4 11
* rs - Coeficiente de Correlação de Spearman
95
5.3.2 Análise da imunoexpressão das matrilisinas
A análise imuno-histoquímica da expressão das MMPs -7 e -26 revelou que todos os
casos de AP mostravam-se imunomarcados para estas matrilisinas (Tabela 10). Uma
marcação predominantemente citoplasmática e de intensidade variável foi evidenciada para as
duas matrilisinas nos três padrões histológicos dos APs. A imunomarcação foi observada em
células proliferantes das estruturas ductiformes, lençóis sólidos, cordões, ninhos e ilhas
tumorais (Figuras 15 e 16). Áreas de metaplasia escamosa, bem como os núcleos presentes no
interior das lacunas condróides também apresentavam-se imunomarcados.
Quanto a intensidade de expressão para estas matrilisinas no parênquima tumoral dos
APs, os imunoescores para a MMP-7 variaram de 2 a 9 enquanto que para a MMP-26 a
variação foi de 6 a 9 (Tabela 10).
Nos CACs também foi evidenciada uma significativa expressão destas matrilisinas
com todos os casos imunomarcados (Figuras 17 e 18). Quanto a intensidade de expressão para
estas matrilisinas no parênquima tumoral dos CACs, os imunoescores para a MMP-7 variaram
de 4 a 9, enquanto que para a MMP-26 a variação foi de 6 a 9, similar a apresentada pelos
APs (Tabela 10).
O epitélio de revestimento presente em alguns tumores também expressava a MMP-7,
bem como células endoteliais estromais. As células epiteliais ductais e algumas células
acinares dos fragmentos de glândula salivar próximos de alguns tumores também se
mostravam fracamente imunomarcadas pela matrilisina-1. Algumas células inflamatórias ao
redor das ilhas tumorais ocasionalmente apresentavam-se imunomarcadas pela MMP-26.
Testes estatísticos foram utilizados para testar as hipóteses de igualdade ou não dos
escores obtidos para a expressão das MMPs -7 e -26 entre os dois tumores. Inicialmente
foram comparados os APs e CACs. Considerando que a análise envolvia 2 grupos
independentes (tumores) foi utilizado o teste de Mann-Whitney. Verificou-se que não houve
diferença significativa na expressão da MMP-7 (p=0,081) e MMP-26 (p=0,553) entre os dois
tumores (Tabela 6).
Em seguida, testes estatísticos foram utilizados para testar as hipóteses de igualdade
ou não dos escores obtidos para a expressão destas matrilisinas entre os diferentes subtipos e
padrões histológicos respectivamente, dos APs e CACs. Considerando que a análise envolvia
3 grupos independentes (subtipos ou padrões histológicos) foi utilizado o teste de Kruskal-
Wallis. A análise com o emprego deste teste não revelou diferença significativa na expressão
da MMP-7 entre os subtipos e padrões histolólgicos respectivamente, dos APs (p=0,189) e
96
CACs (p=0,438). Os dados também não demonstraram uma diferença significativa na
expressão da MMP-26 entre os subtipos histológicos de AP (p=0,830) e os padrões
histológicos do CAC (p=0,472) (Tabela 7).
Posteriormente, testes estatísticos foram utilizados para testar as hipóteses de
existência ou não de correlação entre a a expressão das MMPs -7 e -26 e variáveis
clínicopatológicas nos APs e CACs. Considerando que a análise envolvia dados ordinais
(escores) foi utilizado o Coeficiente de Correlação de Spearman. A análise demonstrou que
não houve uma correlação significativa entre a expressão das matrilisinas e as características
clinicopatológicas dos tumores estudados (Tabelas 11 e 12).
Tabela 10. Imunoescores de intensidade de marcação obtidos para as matrilisinas (MMPs -7
e -26) de acordo com o tipo de tumor, Natal, RN. 2011.
MATRILISINAS TIPO DE TUMOR n %
IMUNOESCORES
MMP-7
AP 20 100 2 1 5
6 1 5
9 18 90
CAC 20 100 4 1 5
6 6 30
9 13 65
MMP-26
AP 20 100 6 2 10
9 18 90
CAC 20 100 6 1 5
9 19 95
AP – adenoma pleomórfico CAC – carcinoma adenóide cístico
97
98
99
Tabela 11. Coeficiente de Correlação de Spearman para a análise de correlação entre a
intensidade de expressão das matrilisinas (MMPs-7 e -26) e variáveis clínicopatológicas em
adenomas pleomórficos de glândulas salivares menores, Natal, RN. 2011.
VARIÁVEIS
CLÍNICOPATOLÓGICAS
MATRILISINAS MMP-7
P-valor
MMP-26
ESCORES rs* ESCORES rs* P-valor
2 6 9 6 9
Sexo Masculino 1 0 5
0,146 0,564
0 6
-0,250
0,317 Feminino 0 1 11
2 10
Idade
≤ă50ăăăăăăăăăăăăă 1 1 10 0,218 0,418
1 11 0,149 0,582
>50 0 0 4 0 4
Localização anatômica
Palato 0 1 12
-0,277 0,282
2 11
0,201 0,440 Lábio superior 0 0 2 0 2
Mucosa jugal 1 0 0 0 1
Mucosa alveolar 0 0 1 0 1
Estroma
Hialino/Mixóide 1 0 11
0,044 0,854
2 10
0,262 0,265
Hialino 0 0 3 0 3
Mixóide/condróide 0 1 1 0 2
Hialino/fibroso/mixóide 0 0 1 0 1
Hialino/fibroso 0 0 1 0 1
Mixóide 0 0 1 0 1
* rs - Coeficiente de Correlação de Spearman
100
Tabela 12. Coeficiente de Correlação de Spearman para a análise de correlação entre a
intensidade de expressão das matrilisinas (MMPs-7 e -26) e variáveis clínicopatológicas em
carcinomas adenóides císticos de glândulas salivares menores, Natal, RN. 2011.
VARIÁVEIS
CLÍNICOPATOLÓGICAS
MATRILISINAS MMP-7
P-valor
MMP-26
ESCORES rs* ESCORES rs* P-valor
4 6 9 6 9
Sexo Masculino 0 0 3 -0,337 0,185 0 3 -0,116 0,658
Feminino 1 5 8 1 13
Idade
≤ă50ăăăăăăăăăăăăă 0 2 5 -0,084 0,757 0 7 -0,228 0,396
>50 1 2 6 1 8
Localização anatômica
Palato 0 1 5
-,0,260 0,314
0 6
0,920
Lábio superior 0 0 1 0 1
Trígono retromolar 1 0 1 1 1
Mucosa jugal 0 0 1 0 1 0,026
Assoalho bucal 0 3 1 0 4
Língua 0 1 1 0 2
Comissura labial 0 0 1 0 1
Invasão
Perineural Positiva 0 1 2
-0,029 0,903 0 3
-0,096 0,686 Negativa 1 5 11 1 16
Intravascular
Positiva 0 1 4 -0,191 0,419
0 5 -0,132 0,578
Negativa 1 5 9 1 14
* rs - Coeficiente de Correlação de Spearman
101
5.3.3 Análise da imunoexpressão dos inibidores teciduais das metaloproteinases
A análise imuno-histoquímica da expressão dos TIMPs mostrou que 18 casos (90%)
dos APs exibiram uma marcação positiva tanto para o TIMP-1 como para o TIMP-2 (Tabela
13). O padrão de distribuição da imunoexpressão foi semelhante aquele apresentado para as
gelatinases onde uma expressão geralmente citoplasmática foi evidenciada nas células
epiteliais, especialmente nas estruturas ductiformes, em lençóis sólidos, cordões, ninhos e
ilhas tumorais (Figuras 19 e 20). Nos fragmentos de glândula salivar presentes nos espécimes,
o epitélio ductal mostrava-se de uma imunomarcação de intensidade variável, diferentemente
das células acinares que não expressaram estes inibidores. Nos tumores era ainda possível
evidenciar uma marcação positiva para células inflamatórias, fibroblastos, bem como em
áreas de metaplasia escamosa e nos núcleos presentes nas lacunas condróides.
Os CACs apresentaram uma forte expressão para os TIMPs-1 e -2, onde os 20 casos
(100%) exibiram uma marcação positiva para ambos os marcadores (Tabela 13). Uma
marcação citoplasmática e de intensidade variável foi evidenciada nas células neoplásicas dos
três padrões histológicos do CAC (Figuras 21 e 22). Quanto a distribuição do padrão de
marcação, estes tumores apresentaram uma distinta expressão nos diferentes padrões de
crescimento. No padrão sólido foi evidenciada uma imunomarcação mais proeminente e
uniforme quando comparado aos padrões tubular e cribriforme para estes inibidores teciduais.
Nestes dois últimos padrões histológicos eventualmente algumas células tumorais
perifericamente dispostas apresentam-se imunonegativas.
Testes estatísticos foram utilizados para testar as hipóteses de igualdade ou não dos
escores obtidos para a expressão dos TIMPs estudados entre APs e CACs. Inicialmente foram
comparados os dois tumores. Considerando que a análise envolvia 2 grupos independentes
(tumores) foi utilizado o teste de Mann-Whitney. Verificou-se que não houve diferença
significativa na expressão do TIMP-1 (p=0,657) e TIMP-2 (p=0,248) entre respectivamente,
APs e CACs (Tabela 6).
Em seguida, testes estatísticos foram utilizados para testar as hipóteses de igualdade
ou não dos escores obtidos para a expressão dos TIMPs estudados entre os diferentes subtipos
e padrões histológicos respectivamente, dos APs e CACs. Considerando que a análise
envolvia 3 grupos independentes (subtipos ou padrões histológicos) foi utilizado o teste de
Kruskal-Wallis.Verificou-se que não houve uma diferença significativa na expressão dos
TIMPs 1 e -2 respectivamente, entre os subtipos dos APs (p=0,441) e padrões histológicos
dos CACs (p=0,291) (Tabela 14).
102
Posteriormente, testes estatísticos foram utilizados para testar as hipóteses de
existência ou não de correlação entre a a expressão destes inibidores teciduais e variáveis
clínicopatológicas nos APs e CACs. Considerando que a análise envolvia dados ordinais
(escores) foi utilizado o Coeficiente de Correlação de Spearman. A análise demonstrou que
não houve uma correlação significativa entre a expressão dos TIMPs 1-e -2 e características
clínicopatológicas dos tumores estudados (Tabelas 15 e 16).
Tabela 13. Imunoescores de intensidade de marcação obtidos para os inibidores teciduais das
metaloproteinases (TIMPs -1 e -2) de acordo com o tipo de tumor, Natal, RN. 2011.
INIBIDORES TECIDUAIS DE
METALOPROTEINASES TIPO DE TUMOR N %
IMUNOESCORES
TIMP-1
AP 20 100 0 2 10
6 6 30
9 12 60
CAC 20 100 2 1 5
6 6 30
9 13 65
TIMP-2
AP 20 100 0 2 10
6 6 30
9 12 60
CAC 20 100 6 5 25
9 15 75
AP – adenoma pleomórfico CAC – carcinoma adenóide cístico
103
104
105
Tabela 14. Teste de Kruskal-Wallis para a diferença entre os imunoescores de intensidade de
marcação para os inibidores teciduais das metaloproteinases (TIMPs -1 e -2) por subtipo e
padrão histológico do tumor, Natal, RN. 2011.
INIBIDORES
TECIDUAIS DAS
METALOPROTEINASES
SUBTIPO
HISTOLÓGICO n
Média dos
postos P-valor*
TIMP-1
AP 20
Clássico 17 11,09
0,441 Mixóide 2 8,00
Celular 1 5,50
CAC 20
Cribriforme 8 8,81
0,291 Tubular 9 10,83
Sólido 3 14,00
TIMP-2
AP 20
Clássico 17 10,32
0,725 Mixóide 2 10,00
Celular 1 14,50
CAC 20
Cribriforme 8 9,25
0,445 Tubular 9 10,78
Sólido 3 13,00
AP – adenoma pleomórfico CAC – carcinoma adenóide cístico * Teste de Kruskal-Wallis
106
Tabela 15. Correlação entre a expressão dos inibidores teciduais das metaloproteinases
(TIMPs-1 e -2) e variáveis clínicopatológicas em adenomas pleomórficos, Natal, RN. 2011.
VARIÁVEIS
CLÍNICOPATOLOGICAS
INIBIDORES TECIDUAIS DAS METALOPROTEINASES
TIMP-1 P-valor
TIMP-2
ESCORES rs* ESCORES rs* P-valor
0 6 9 0 6 9
Sexo
Masculino 1 0 5 -0,191 0,448
1 2 3 0,102 0,687
Feminino 1 4 7 1 4 7
Idade
≤ă50ăăăăăăăăăăăăă 2 4 6 0,436 0,091
2 4 6 0,436 0,091
>50 0 0 4 0 0 4
Localização anatômica Palato 1 3 9
-0,190 0,466
0 5 8
-0,472 0,056 Lábio superior 0 1 1 1 0 1
Mucosa jugal 1 0 0 1 0 0
Mucosa alveolar 0 0 1 0 1 0
Estroma
Hialino/Mixóide 1 4 7
-0,010 0,967
2 2 8
-0,008 0,974
Hialino 0 0 3 0 1 2
Mixóide/condróide 1 0 1 0 2 0
Hialino/fibroso/mixóide 0 1 0 0 1 0
Hialino/fibroso 0 1 0 0 0 1
* rs - Coeficiente de Correlação de Spearman
107
Tabela 16. Coeficiente de Correlação de Spearman para a análise de correlação entre a
intensidade de expressão dos inibidores teciduais das metaloproteinases (TIMPs-1 e -2) e
características clínicopatológicas em carcinomas adenóides císticos de glândulas salivares
menores, Natal, RN. 2011.
VARIÁVEIS
CLÍNICOPATOLÓGICAS
INIBIDORES TECIDUAIS DAS METALOPROTEINASES
TIMP-1 P-valor
TIMP-2
ESCORES rs* ESCORES rs* P-valor
2 6 9 6 9
Sexo
Masculino 0 0 3 -0,381 0,132
0 3 -0,299
0,244
Feminino 1 6 7 5 9
Idade
≤ă50ăăăăăăăăăăăăă 0 3 4 -0,062 0,819
2 5 0,073 0,789
>50 1 3 5 2 7
Localização anatômica
Palato 0 1 5
-0,437 0,080
2 4
0,122 0,640
Lábio superior 0 0 1 0 1
Trígono retromolar 1 0 1 1 1
Mucosa jugal 0 0 1 0 1
Assoalho bucal 0 3 1 2 2
Língua 0 1 1 0 2
Comissura labial 0 1 0 0 1
Invasão Perineural
Positiva 0 2 1 0,247 0,294
1 2 0,081 0,735
Negativa 1 4 12 4 13
Intravascular
Positiva 0 1 4 -0,191 0,419
0 5 -0,333 0,151
Negativa 1 5 9 5 10
* rs - Coeficiente de Correlação de Spearman
DISCUSSÃO
109
6 DISCUSSÃO
Os TGS compreendem um grupo morfológico e clinicamente diverso de neoplasias.
Estes tumores são raros, especialmente quando afetam as glândulas salivares menores, onde
eles representam de 9 a 23% de todas as neoplasias de glândulas salivares (EVESON,
CAWSON, 1985; WALDRON et al., 1988; ITO et al., 2005; TOIDA et al., 2005; PIRES et
al., 2007). A maioria dos tumores de glândulas salivares menores apresentam um
comportamento bastante variável, muitas vezes caracterizado por recorrências e metástases
tardias (SPEIGHT, BARRETT, 2002; BOBBIO et al., 2008; COPELLI et al., 2008).
No presente estudo envolvendo 20 casos de AP e 20 casos de CAC, todos os tumores
estavam localizados em glândulas salivares menores. Estudos envolvendo neoplasias com esta
localização indicam que o AP é o tumor benigno mais comum (LOYOLA et al., 1995;
LOPES et al., 1999; YIH et al., 2005; TOIDA et al., 2005; JABER, 2006; BUCHNER et al.,
2007; PIRES et al., 2007; WANG et al., 2007; BARROS et al., 2010; NÓBREGA et al.,
2010), com uma taxa de incidência variando de 30,6 a 53% para todos os tumores de
glândulas salivares menores e de 59,3 a 95,6% para os tumores benignos desta localização
(LOYOLA et al., 1995; LOPES et al., 1999; YIH et al., 2005; TOIDA et al., 2005; JABER,
2006; BUCHNER et al., 2007; PIRES et al., 2007; WANG et al., 2007). Estudos tem
reportado o CAC (EVESON, CAWSON, 1985; TAKAHASHI et al., 1990; TOIDA et al.,
2005; WANG et al., 2007; COPELLI et al., 2008; BARROS et al., 2010) e o carcinoma
mucoepidermóide (LOYOLA et al., 1995; LOPES et al., 1999; YIH et al., 2005; JABER,
2006; BUCHNER et al., 2007; PIRES et al., 2007; NÓBREGA et al., 2010) como os tumores
malignos mais frequentes de glândulas salivares menores. A taxa de incidência para os CACs
nestes estudos tem variado de 6,4 a 19,4% para todos os tumores de glândulas salivares
menores e de 14,5 a 36% para os tumores malignos desta localização (LOYOLA et al., 1995;
LOPES et al., 1999; YIH et al., 2005; TOIDA et al., 2005; JABER, 2006; PIRES et al., 2007;
WANG et al., 2007).
Os resultados do presente estudo demonstraram uma predileção dos casos APs e CACs
pelo sexo feminino. Os indivíduos com CAC apresentavam uma tendência a desenvolver a
doença em idades mais avançadas quanto comparado aqueles com AP. A média de idade dos
pacientes com estes tumores no momento de diagnóstico foi de respectivamente 52,56 e 38,69
anos, estando estes achados de acordo com outros estudos (LOYOLA et al., 1995; TOIDA et
al., 2005; YIH et al., 2005; JABER, 2006; BUCHNER et al., 2007; PIRES et al., 2007;
WANG et al., 2007; BIANCHI et al., 2008; NÓBREGA et al., 2010).
110
O palato foi a localização mais comum tanto para os APs como para os CACs, com
uma alta frequência de envolvimento especialmente para os APs (65%). Estes achados estão
de acordo com relatos prévios da literatura que indicam o palato como principal sítio
anatômico para ambos os tumores em estudos envolvendo neoplasias de glândulas salivares
menores (LOPES et al., 1999; TOIDA et al., 2005; JABER, 2006; YIH et al., 2005;
BUCHNER et al., 2007; PIRES et al., 2007, BIANCHI et al., 2008; WANG et al., 2007).
Para Toida et al. (2005), devido ao AP representar majoritariamente os tumores benignos
envolvendo glândulas salivares menores, características clínicas encontradas nos tumores
benignos nas séries de estudos de casos, incluindo a predileção pelo palato e sexo feminino,
são devido a presença marcante deste tumor.
Os tumores do presente estudo exibiram aspectos histológicos característicos para
estas lesões. Os APs demonstraram uma grande diversidade morfológica, peculiar a estas
neoplasias, com um padrão bastante variável dos componentes epitelial e estromal. As células
epiteliais e mioepiteliais estavam tipicamente dispostas em lençóis sólidos, cordões, ninhos e
estruturas ductiformes. O componente epitelial incluia uma variedade de tipos celulares,
incluindo o fenótipo plasmocitóide. O estroma de aspecto diverso assumia os padrões hialino,
fibroso, mixóide e condróide. Áreas de diferenciação escamosa e lipomatosa também foram
visíveis. Além disso, estes tumores frequentemente apresentavam-se delimitados
perifericamente por uma cápsula fibrosa, geralmente delgada e incompleta.
Os CACs também apresentaram um arranjo arquitetural característico com as células
proliferantes organizadas formando os três padrões histológicos: cribriforme, tubular e sólido.
Nestes tumores também foram evidenciadas invasões das células tumorais a estruturas
adjacentes dos tipos muscular, intravascular, perineural e acinar. Estes achados estão de
acordo com outros relatos da literatura (DARDICK, 1996; ELLIS, AUCLAIR, 1996;
EVESON et al., 2005; SPEIGHT, 2007; ITO et al., 2009).
Para Souza, Araújo (1994), a multiplicidade de aspectos histológicos exibidos pelos
TGS tem sido atribuída à presença da célula mioepitelial nas glândulas salivares, pois as
neoplasias de pâncreas, glândula que não apresenta este tipo de célula, não demonstram tais
variações morfológicas. Embora não seja considerada a célula básica de origem de todos os
TGS, acredita-se ser considerável o papel da célula mioepitelial na constituição e crescimento
de vários tumores epiteliais salivares (TAKAI et al., 1995; ALOS et al., 1996; DA
SILVEIRA et al., 2006).
Nos últimos anos, alguns estudos também têm investigado o papel das células
mioepiteliais como supressoras naturais de tumores (STERNLICHT, BARSKY, 1997;
111
LAKHANI, O'HARE, 2001; BARSKY, 2003). Alguns experimentos in vitro e in vivo
revelaram que as células mioepiteliais secretam baixos níveis de proteinases que degradam a
MEC e níveis relativamente altos de maspin e diversos outros inibidores de proteinases
(STERNLICHT et al., 1996; STERNLICHT, BARSKY, 1997). O maspin é um inibidor de
serina proteinase que funciona como um supressor tumoral (BAILEY et al., 2006). Nas
glândulas salivares normais o maspin é seletivamente expresso no núcleo e citoplasma de
células mioepiteliais (NAVARRO et al., 2004). Nos TGS com diferenciação de células
ductais e mioepiteliais como o AP, o adenoma de células basais, o CAC e o carcinoma
epitelial-mioepitelial o componente mioepitelial ou mioepitelial modificado geralmente
expressa fortemente o maspin, enquanto as células ductais não expressam ou demonstram
fraca imunoreatividade focal a este marcador (CHEUK, CHAN, 2007). Variados níveis de
expressão do maspin também têm sido evidenciados nos diferentes padrões histológicos do
CAC. O padrão tubular apresenta uma alta expressão deste marcador, diferentemente do
cribriforme onde apenas algumas células luminais foram positivas e do padrão sólido onde
raras células mostraram imunoreatividade para o maspin (NAVARRO et al., 2004). As
células mioepiteliais também têm sido associadas à indução da morfogênese epitelial,
diferenciação, inibição da invasão tumoral e angiogênese. Desta forma, as propriedades anti-
tumorais deste componente celular podem contribuir para a uma tendência a resistência à
transformação neoplásica (NGUYEN et al., 2000).
Apesar do AP e CAC compartilharem a mesma origem celular e uma marcante
presença de MEC, estes tumores apresentam comportamentos biológicos distintos. O AP é
um tumor benigno de glândula salivar enquanto que o CAC é um tumor maligno, com
comportamento agressivo e tendência a frequentes recorrências e metástases tardias a
distância (BIANCHI et al., 2008; BOBBIO et al., 2008).
Diversos fatores têm sido estudados na tentativa de melhor compreender a patogênese
e o comportamento agressivo dos CACs incluindo alterações na expressão de oncogenes, dos
genes supressores tumorais e seus produtos protéicos, bem como, nos genes envolvidos nos
processos de reparo do DNA. Os fatores reguladores do ciclo celular, as moléculas de adesão,
os fatores angiogênicos e a expressão de MMPs e TIMPs também foram investigados.
Os oncogenes são genes que contribuem para a transformação neoplásica e secretam
produtos identificados como fatores de crescimento, receptores de fatores de crescimento,
tirosina cinases, proteínas transdutoras de sinal e fatores de transcrição. Esse fatores estão
relacionados a proliferação e diferenciação celular (KUMAMOTO et al., 2006). Os produtos
resultantes da ativação destes genes atuam de forma dominante, isto é, a mutação de um único
112
alelo poderá ser suficiente para conferir à célula uma vantagem em termos de crescimento ou
transformação, podendo esta mutação levar a neoplasia em uma série de tecidos humanos
(WARD, 2002). Um estudo revelou que a maioria dos CACs analisados apresentavam uma
expressão alterada do oncogene c-erbB-2, também conhecido com EGFR2 (do inglês, human
epidermal growth factor receptor 2) (KARJA et al., 1994).
Os genes supressores tumorais codificam proteínas responsáveis pelo controle negativo do
ciclo celular. Estes genes são mais freqüentemente inativados por pontos de mutação,
deleções e rearranjos em ambos os alelos (WILLIAMS, 2000). Alterações na proteína
retinoblastoma (pRb) são freqüentes em muitos tipos de tumores (PANDE et al., 1988;
TSANTOULIS et al., 2007). Quando o Rb está em seu estado hipofosforilado ele funciona
inibindo a entrada das células na fase S do ciclo celular, unindo-se e inativando o fator de
transcrição E2F (TSANTOULIS et al., 2007). O gene supressor de tumor p16 é um dos
responsáveis por regular o ciclo celular e inibir a divisão celular. Esse gene codifica uma
proteína que inibe as ciclinas dependentes de quinase, que são necessárias para a fosforilação
dos produtos do Rb (SERRANO et al., 1995). Perdas funcionais do p16 e desregulação da
pRb foram freqüentes nos CACs em estudos envolvendo TGS (LIGGETT, SIDRANSKY,
1988; ETGES et al., 2004; ZHANG et al., 2005). A expressão do p16 foi reduzida em CACs
de alto grau quando comparado aos de baixo grau, estando esta alteração relacionada a
progressão destes tumores (ETGES et al., 2004; ZHANG et al., 2005). O gene p53 é um gene
supressor de tumor que codifica a proteína P53 e está envolvido na detecção de danos ao
DNA, podendo parar o ciclo celular enquanto o dano é reparado ou induzir a apoptose. Para
alguns estudos, alterações no gene p53 são pouco freqüentes em CACs, sugerindo que este
gene não desempenha um papel importante na tumorigênese desses tumores (KIYOSHIMA et
al., 2001; ALVES et al., 2004). Controversamente, um outro estudo observou uma maior
freqüência da expressão do p53 em CACs, principalmente no padrão sólido, seguido do
cribriforme e tubular (JIA et al., 2004). Um alta frequência de mutações no p53 também foi
observada em CACs de alto grau, principalmente no subtipo sólido, quando comparados aos
de baixo grau (YAMAMOTO et al., 1998). As alterações no gene p53 quando presentes
podem estar relacionadas a um maior número de recorrências ou metástases, indicando um
pior prognóstico nestes tumores (PAPADAKI et al., 1996; KIYOSHIMA et al., 2001).
Pesquisas ainda sugerem uma relação na expressão do p63 e o desenvolvimento de CACs.
Um estudo indicou que a isoforma do p63ăconhecidaăcomoă∆N63ăestavaăexpressaăemă80%ă
dos CACs estudados enquanto a isoforma TA63 estava presente em apenas 40% destes
tumores (MARUYA et al., 2005). Uma maior expressão do p63 também foi observada em
113
CACs do padrão sólido (EDWARDS et al., 2004), possivelmente devido a maior presença de
células com diferenciação mioepitelial neste padrão, as quais se mostravam fortemente
reativas para a p63 (BILAL et al., 2003).
O DNA humano tem mecanismos de reparo constituídos por pelo menos seis genes
conhecidos como o hMSH2, hMLH1, hMSH3, hPMS1, hPMS2 e GTBP/hMSH6. Defeitos
em alguns destes genes podem estar relacionados a tumorigênese dos TGS. Um estudo
revelou que alterações nos genes hMSH2 e hMLH1 podem estar associadas a patogênese do
CAC (CASTRILLI et al., 2002).
A regulação do ciclo celular está sob controle de estímulos extrínsecos e intrínsecos,
coordenados principalmente pelos fatores de crescimento e pelas ciclinas dependentes de
quinases. A expressão do EGFR (do inglês, epidermal growth factor receptor) em TGS varia
de 37 a 85% (GIBBONS et al., 2001; VERED et al., 2002; KATOPODI et al., 2003;
SORENSEN et al., 2006), com altas expressões em CACs (VERED et al., 2002;
SORENSEN et al., 2006) e carcinomas mucoepidermóides (GIBBONS et al., 2001; VERED
et al., 2002). Uma expressão alterada do c-kit, um receptor transmembrana tirosina cinase tipo
III, também tem sido observada em diversos estudos envolvendo TGS, incluindo CACs
(HOLST et al., 1999; PENNER et al., 2002; MINO et al., 2003; FREIER et al., 2005;
ANDREADIS et al., 2006; ETTL et al., 2008; NEGRI et al., 2008). O NGF (do inglês, nerve
growth factor) é um polipeptídeo neurotrópico que promove a sobrevivência e
desenvolvimento de muitos tipos celulares neuronais no sistema nervoso central e periférico.
O NGF é preferencialmente unido ao receptor neurotrofina tirosina cinase A (TrkA) por uma
ligação de alta afinidade. Uma superexpressão de c-kit e TrkA, bem como, a presença de seus
ligantes também foi observada em CACs (NEGRI et al., 2008). A superexpressão de NGF e
TrkA em células neoplásicas do CAC sugere que este receptor pode funcionar com um fator
quimiotático selecionando as células responsáveis pela invasão perineural nestes tumores
(WANG et al., 2006). A expressão anormal do TGFく, nas suas isoformas TGFく1 e TGFくRI,
também parece ter um papel importante no desenvolvimento do CAC. A superexpressão do
TGFく1 e a baixa expressão de TGFくRI podem ainda estar relacionadas com o pior
comportamento biológico deste tumor (GUO et al., 2002). Alguns estudos encontraram uma
superexpressão da proteína ciclina D1 em CACs (ZHOU, GAO, 2006; GREER et al., 2007).
Entretanto, não foi detectado um aumento significativo na expressão do gene da ciclina D1
(CCND1), responsável pela codificação desta proteína nestes tumores. Tal achado sugere que
o CAC utiliza um ou mais mecanismos alternativos para produzir o aumento na expressão da
proteína ciclina D1 (GREER et al., 2007). Outros genes inibidores das ciclinas dependentes de
114
quinases além do p16, como os genes p15, p18, p19, p21 e p27 também parecem estar
envolvidos na tumorigênese dos CACs (TAKATA et al., 1999; KEIKHAEE et al., 2007;
DAA et al., 2008). Estudos sugeriram que a diminuição da expressão da proteína p27 foi
relacionada ao desenvolvimento e a ocorrência de metástases nestes tumores (TAKATA et
al., 1999; KEIKHAEE et al., 2007). A expressão do Bcl-2, uma oncoproteína inibitória de
apoptose é ligeiramente maior nos padrões sólido e cribriforme do CAC. Considerando que o
Bcl-2 desempenha um papel importante na regulação da apoptose, esta proteína pode
funcionar como um marcador de prognóstico nos CACs (JIA et al,. 2004).
Moléculas de adesão celular são encontradas na superfície de todas as células e têm um
importante papel nas interações célula-célula e célula-MEC (LYONS et al., 2005). Várias
famílias de moléculas de adesão têm sido identificadas como a superfamília das
imunoglobulinas (CAMs), caderinas, integrinas, CD44 e selectinas. Estas moléculas estão
envolvidas em processos como crescimento, proliferação, organização espacial e migração,
tanto em condições fisiológicas como patológicas incluindo inflamação, invasão tumoral e
metástases (LYONS, JONES, 2007). Estudos indicam que uma redução na expressão da
proteína ICAM-1 (do inglês, intercellular adhesion molecule 1, conhecida como CD54), está
associada com o aumento de metástases a distância e a um pior prognóstico em CACs
(SHIRAI et al.,2003; LYONS et al., 2005; XUE et al., 2005). O aumento da expressão da
proteína VCAM-1 (do inglês, vascular cell adhesion protein 1, conhecida como CD106) em
CACs também tem sido associada com o nível de metástases nestes tumores (XUE et al.,
2005). Uma associação entre metilação do gene da E-caderina e uma redução da expressão
desta molécula também foi encontrada nestes tumores (MARUYA et al., 2002; ZHANG et
al., 2007).
A angiogênese é essencial em processos fisiológicos e patológicos, incluindo
embriogênese, cicatrização, inflamação e progressão tumoral (KUMAMOTO, 2006). O
VEGF (do inglês, vascular endothelial growth factor) é uma proteína que exerce uma
atividade mitogênica específica em células endoteliais, estando diretamente relacionada com o
processo de angiogênese. A expressão do VEGF têm sido associada ao prognóstico dos TGS.
Linhagens de células de CAC com alto potencial de metástase expressaram maiores níveis de
VEGF quando comparadas com as linhagens com menor potencial metastático (LIM et al.,
2002). As MMPs apresentam um importante papel em vários processos fisiológicos e
patológicos (POLETTE et al., 2004; PATEL et al., 2006; DE VICENTE et al., 2007, TANG
et al., 2008). Vários estudos avaliaram a expressão das MMPs em diversos tipos de neoplasias
115
(SCHMALFELDT et al., 2001; FRANCHI et al., 2002; RAHKO et al., 2004; TANG et al.,
2008; SOUZA FREITAS et al. 2009), incluindo os TGS (KAYANO et al., 2004; NAGEL et
al., 2004; CHEN et al., 2005; HU et al., 2005; TIAN et al., 2005; WANG et al., 2005;
WESTERNOFF et al., 2005; NASCIMENTO, 2006; DE VICENTE et al., 2008;
LUUKKAA et al., 2008; LUUKKAA et al., 2009; ZHANG et al., 2009; LUUKKAA et al.,
2010). Em condições fisiológicas, estas metaloproteinases geralmente são pouco expressas
pelos tecidos enquanto que em processos patológicos, geralmente há superexpressão destas
devido especialmente a um desequilíbrio na atividade das MMPs e TIMPs (PEREIRA et al.,
2005; NAGASE et al., 2006).
O presente estudo avaliou a expressão imuno-histoquímica das MMPs (-2,-7,-9 e -26) e
dos TIMPs (-1 e -2) em APs e CACs de glândulas salivares menores. A técnica da imuno-
histoquímica permite o estudo da presença de MMPs no parênquima e estroma tumoral,
combinando os aspectos histológicos aos imuno-histoquímicos. Entretanto, este método não
permite avaliar a atividade enzimática das MMPs, discriminando as suas formas latentes e
ativas. Devido a atividade enzimática ser mais informativa do que a antigenicidade, alguns
autores tem utilizado a zimografia em seus estudos (KAYANO et al., 2004; NAGEL et al.,
2004; CHEN et al., 2005; TIAN et al., 2005). No entanto, Ikebe et al. (1999) demonstraram
que a atividade gelatinolítica das MMPs -2 e -9 detectada pela zimografia foi
significativamente correlacionada com o grau de marcação imuno-histoquímica detectada em
cortes congelados dos mesmos espécimes de biópsia. A imuno-histoquímica apresenta
vantagens porque permite a correlação direta dos seus achados com a morfologia, além de
poder ser realizada em espécimes parafinados tornando o método mais prático para estudos
envolvendo MMPs e TIMPs.
Dentre as MMPs, em especial as gelatinases (MMPs -2 e -9), parecem assumir um
papel importante no desenvolvimento e no comportamento dos TGS, participando ativamente
das interações entre as células epiteliais e os componentes mesenquimais (KAYANO et al.,
2004; NAGEL et al., 2004; CHEN et al., 2005; HU et al., 2005; TIAN et al., 2005; DE
VICENTE et al., 2008; LUUKKAA et al., 2008; LUUKKAA et al., 2009; ZHANG et al.,
2009).
No presente estudo, ao se avaliar a expressão imuno-histoquímica das MMP-2 e -9 em
APs e CACs, observou-se que a maioria dos APs exibiu uma forte expressão destas duas
gelatinases no parênquima tumoral, assim como os CACs. Entretanto, apenas a MMP-9
demonstrou uma diferença significativa de expressão entre os dois tipos de tumores,
apresentando o CAC uma marcação mais intensa para esta gelatinase (p=0,041).
116
A MMP-9 é capaz de degradar várias proteínas da MEC incluindo a laminina, o
colágeno IV e a fibronectina. A MMP-2 além destas proteínas, também é capaz de clivar a
tenascina (STERNLICHT, WERB, 2001; KERKELA, SAARIALHO-KERE, 2003;
FOLGUERAS et al., 2004). Alguns estudos revelaram a expressão destas proteínas em APs e
CACs (RAITZ et al., 2003; FELIX et al., 2004; BENTO et al., 2006), sugerindo que a
expressão destas gelatinases nos tumores do presente estudo pode estar relacionada ao
processo de remodelação tecidual em ambos os tumores. Porém, apenas a MMP-9,
significativamente expressa nos CACs, parece estar envolvida no comportamento mais
agressivo destes tumores. Estes achados estão de acordo com o estudo de Vicente et al.
(2008), que encontraram uma alta expressão da MMP-9 em tumores malignos de glândula
salivar, incluindo os CACs.
Por outro lado, outros estudos revelaram uma alta expressão tanto da MMP-2 como da
MMP-9 em tumores malignos e benignos de glândulas salivares. Nagel et al., (2004)
evidenciaram uma elevada expressão da MMP-2 em tumores malignos (carcinomas
mucoepidermóides, carcinomas de células basais e adenocarcinoma polimorfo de baixo grau)
quando comparados aos APs (p=0,0028). Tian et al. (2005), encontrou uma expressão
significativamente mais alta das MMPs-2 e -9 em carcinomas quando comparados aos APs
(p<0,05). Zhang et al., (2009), encontraram uma expressão mais alta das MMPs -2 e -9 em
células mioepiteliais do estroma tumoral dos APs, sugerindo que estas células poderiam ter
um papel importante no desenvolvimento e progressão destes tumores.
No presente estudo, além de expressas no parênquima tumoral, as MMPs-2 e -9
também foram imunoreativas em células estromais. A expressão da MMP-2 foi evidenciada
em fibroblastos e células endoteliais enquanto a MMP-9 foi expressa principalmente em
células inflamatórias presentes no estroma tumoral. Estudos na literatura demonstraram a
expressão da MMP-2 em vários tipos celulares, incluindo fibroblastos, macrófagos,
ceratinócitos, células endoteliais, células epiteliais, condrócitos, osteoblastos e monócitos. A
expressão da MMP-9 foi descrita em macrofágos, neutrófilos, eosinófilos, leucócitos,
osteoclastos e ceratinócitos (MATTU et al., 2000; OPDENAKKER et al., 2001; XU et al.,
2005; AM;LINEIăet al., 2007; NÖEL et al., 2008).
Segundo alguns autores, no processo de invasão tumoral tanto é importante a
degradação da MEC através da proteólise, como a interação das células tumorais com os
componentes celulares e estruturais ao redor do tumor (KESSENBROCK et al., 2010;
RODRÍGUEZ et al., 2010). A literatura é concordante quanto ao papel do microambiente
estromal na progressão tumoral em vários experimentos, tornando-se evidente a cooperação
117
ou sinergismo entre as células neoplásicas e estromais na produção de MMPs (FRANCHI et
al., 2002; DE VICENTE et al., 2005; ZIGRINO et al., 2005). Para Lynch e Matrisian
(2002), as MMPs de origem tumoral ou estromal podem processar moléculas da superfície
celular, proteínas, fatores de crescimento e citocinas armazenadas na MEC, causando
alterações no microambiente, favorecendo assim o crescimento tumoral, migração, invasão,
angiogênese e seleção de clones celulares resistentes a apoptose. Desta forma, estes autores
acreditam que as MMPs podem ser utilizadas como um meio de comunicação entre as células
tumorais e estromais.
Alguns estudos sobre a expressão da MMP-9 em TGS malignos sugerem que estes
tumores são heterogêneos no seu potencial de produzir a gelatinase B. Devido a produção de
MMPs por células normais ser regulada por fatores de crescimento e citocinas (KERR et al.,
1998), a heterogeneidade na expressão de MMP-9 em células dos TGS pode ser causada por
diferentes propriedades das células individuais relacionadas a expressão de receptores
específicos (HONG et al., 2000).
O padrão de expressão da MMP-9 em células do parênquima tumoral ou estromais pode
ser dependente do tipo de tumor. Esta protease foi encontrada em células tumorais e estromais
de APs, carcinomas de glândulas salivares de alto grau e carcinomas espinocelulares de
pulmão, diferentemente do câncer gástrico, onde a gelatinase B foi expressa apenas em
células estromais (TORII et al.,1997; VICENTE et al., 2008; ZHANG et al., 2009).
Independentemente do tipo de tumor, no presente estudo, encontramos a expressão da
gelatinase B em células estromais e tumorais, o que pode sugerir que as células estromais
possam também estar envolvidas nos processos de remodelação e proteólise da MEC,
inclusive potencializando a ação das células tumorais significativamente expressas nos CACs
durante o processo de invasão destes tumores. Para SHIMAJIRI et al. (1999), estas diferenças
fenotípicas de expressão entre as células tumorais e estromais pode ser parcialmente causada
por diferenças na região promotora do gene que codifica a MMP-9. A região promotora deste
gene exibe sítios de ligação para diversos fatores de transcrição incluindo o NF-B. O
aumento na expressão deste fator de transcrição, assim como do VEGF, tem sido associado a
promoção da angiogênese tumoral. Linhagens de células de CAC com alto potencial de
metástase expressaram maiores níveis de atividade do NF-せBă quandoă comparadasă comă asă
linhagens com menor potencial metastático (LIM et al., 2002).
No presente estudo as MMPs-2 e -9 também foram expressas em células ductais e não
demostraram imunoreatividade nas células acinares dos fragmentos de glândulas salivares
presentes nestes tumores. As áreas de diferenciação escamosa e condróide também
118
evidenciaram uma forte imunomarcação para estas gelatinases, estando estes achados de
acordo com outros estudos (NAGEL et al., 2004; ZHANG et al., 2009).
Estudos envolvendo as MMPs -7 e -26 em TGS são raros. Até o momento, apenas um
estudo avaliou a expressão destas matrilisinas em APs (NASCIMENTO, 2006) e a expressão
da MMP-7 em tumores malignos de glândulas salivares (LUUKKA et al., 2010). Sendo
assim, até o presente momento, este é o primeiro estudo que compara a expressão destas duas
matrilisinas em APs e CACs.
No presente estudo ao se avaliar a expressão imuno-histoquímica das MMP-7 e -26
em APs e CACs, observou-se que a maioria dos APs exibiu uma forte expressão destas duas
matrilisinas no parênquima tumoral similar aos CACs, entretanto, não foi observada uma
diferença significativa na expressão da MMP-7 (p=0,081) e MMP-26 (p=0,553) entre os dois
tumores.
Luukka et al. (2010), encontraram uma alta expressão da MMP-7 em CACs quando
comparado ao carcinoma do ducto salivar, sendo esta expressão associada com a pior taxa de
sobrevida global em pacientes com CACs.
Estudos prévios envolvendo pacientes com outros tumores sólidos, como o
adenocarcinoma pancreático e carcinoma espinocelular de esôfago revelaram que o aumento
da expressão das MMPs-7 e -26 esteve associado com o pior prognóstico destes tumores
(YAMASHITA et al., 2000; YAMAMOTO et al., 2001; BISTER et al., 2007). A expressão
da MMP-7 também foi relacionada com o aumento de recorrências no câncer hepatocelular
(YAMAMOTO et al., 1999).
Para Ala-aho e Kähäri (2005), a expressão da MMP-7 em células tumorais pode ser
causada por uma incompleta diferenciação celular, desde que o tecido salivar saudável
também expresse a MMP-7. No presente estudo, as células epiteliais ductais e algumas células
acinares dos fragmentos de glândula salivar próximos de alguns tumores mostravam-se
fracamente imunomarcados pela MMP-7, estando estes achados de acordo com outros relatos
(SAARIALHO-KERE et al., 1999; LUUKKA et al., 2010). Nascimento (2006), analisou a
expressão das MMPs-7 e -26 em glândulas salivares em desenvolvimento, adultas e em APs.
Foi evidenciado uma alta expressão destas matrilisinas nestes tumores quando comparados ao
tecido glandular saudável (p<0,001), independente do tipo estromal dos APs. O estudo
observou ainda que a MMP-7 foi mais expressa nestes tumores do que a MMP-26 (p=0,045).
As matrilisinas 1 e 2 assim como as gelatinases também são capazes de degradar
proteínas da MEC expressas em APs e CACs. Estas proteinases também atuam em outros
119
substratos como o TNF-g, a proteína básica da mielina, o FasL, a E-caderina, a osteopontina e
os fatores de crescimento, fibrinogênio e serpin inativo (SIRES et al.,1994; PARK et al.,
2002; ZHAO et al., 2003; NAGASE et al., 2006).
Adicionalmente, a MMP-7 ativa formas latentes de outras MMPs (proMMP-1, -2 e -
9) e a MMP-26 também ativa a MMP-9 (WILSON, MATRISIAN, 1996; KUULA et al.,
2008). Como as gelatinases estão envolvidas em processos de invasão e metástases
(FRANCHI et al., 2002; PINHEIRO et al., 2004) e considerando que a MMP-9 foi
significativamente expressa nos CACs do presente estudo, nossos achados sugerem a
participação indireta destas matrilisinas influenciando o comportamento dos CACs, uma vez
que a forte expressão destas proteinases pode estar relacionada com a ativação da MMP-9
nestes tumores.
No presente estudo ao se avaliar a expressão imuno-histoquímica dos TIMPs-1 e -2
em APs e CACs, observou-se que a maioria dos APs exibiu uma forte expressão destes
inibores no parênquima tumoral, similar aos CACs. Os dados não revelaram uma diferença
significativa na expressão dos TIMPs -1 (p=0,657) e -2 (p=0,248) entre estes dois tumores.
Estes achados foram semelhantes aos encontrados por outros autores (NAGEL et al., 2004;
ZHANG et al., 2009).
Estudos têm descrito os TIMPs como proteínas multifuncionais envolvidos em
processos de diferenciação celular, crescimento, migração, invasão, angiogênese e apoptose,
não limitando a sua função apenas a inibição das MMPs (SEO et al., 2003; STETLER-
STEVENSON, 2008; BREW, NAGASE, 2010).
Os TIMPs são produzidos em vários tecidos, apesar de todos eles não expressarem os
quatro tipos de TIMPs descritos na literatura. A maioria das células mesenquimais e
epidérmicas é capaz de produzir estes inibidores (ROWE et al., 1997). O equilíbrio entre
MMPs e TIMPs é variável, tanto em processos fisiológicos como em condições patológicas,
incluindo o câncer (KERKELÄ, SAARIALHO KERE, 2003; LAMBERT et al., 2004). Para
Nagel et al. (2004), o distúrbio no balanço entre MMPs e TIMPs encontrado em TGS
malignos é devido a super-regulação das MMPs e não a baixa regulação dos TIMPs.
Os CACs avaliados neste estudo apresentaram uma expressão distinta dos TIMPs -1 e
-2 nos diferentes padrões de crescimento, onde no padrão sólido foi evidenciada uma
imunomarcação mais proeminente quando comparado aos padrões tubular e cribriforme,
estando estes achados de acordo com relatos prévios (WANG et al., 2005; VICENTE et al.,
2008)
120
Nos fragmentos de glândula salivar presentes nos espécimes, o epitélio ductal
mostrava-se também imunomarcado pelos TIMPs, diferentemente das células acinares que
não expressaram estes inibidores, achados estes de acordo com de outros estudos (NAGEL et
al., 2004; ZHANG et al., 2009).
Os resultados do presente estudo não revelaram uma correlação significativa entre a
expressão das MMPs e TIMPs estudados e variáveis clínicopatológicas nos APs (sexo, idade,
localização anatômica e tipo de estroma) e CACs (sexo, idade, localização anatômica e padrão
de invasão) com exceção da expressão da MMP-2, que apresentou uma correlação
significativa com a variável sexo nos CACs (p= 0,044). Para M<rg<ritescuăet al. (2005), os
subtipos histológicos dos APs não apresentam relação com o prognóstico destes tumores.
Entretanto, algumas características clinicopatológicas tem sido descritas como desfavoráveis
ao prognóstico de CACs incluindo idade, localização anatômica, estágio avançado da doença,
padrão histológico sólido, invasão perineural e vascular, margem cirúrgica positiva, doença
recorrente e metástase (MATSUBA et al. 1986; NASCIMENTO et al., 1986; SPIRO et al.,
1992; CHUMMUN et al., 2001; KHAN et al., 2001; TAKAGI et al., 2001; CHHIENG,
PAULINO, 2002; LICITRA et al., 2003; SUNG et al., 2003; KOKEMUELLER et al., 2004;
EL-NAGGAR, HUVOS, 2005; RAPIDIS et al., 2005; DA CRUZ PEREZ et al., 2006;
CICCOLALLO et al., 2009).
Para alguns autores, as características histológicas per se, não têm conseguido prever
o comportamento biológico dos tumores mioepiteliais. A maioria dos tumores exibindo
invasão perineural, atipia celular, alta taxa mitótica e necrose se comportam de forma
agressiva mas, estas mesmas características também foram descritas em tumores com
comportamento indolente (DARDICK, 1985; NAGAO et al., 1988).
De Vicente et al. (2008), em seu estudo envolvendo carcinomas de glândulas salivares
de alto grau (carcinomas adenóides císticos, tumores mistos malignos e carcinomas
indiferenciados), não encontraram nenhuma associação entre a expressão da MMP-9 e
variáveis como idade, sexo, consumo de tabaco e bebidas alcóolicas, localização anatômica,
tipo de tumor, tamanho ou recorrência tumoral. Entretanto, a imunoreatividade desta
gelatinase foi significativamente correlacionada com os componententes do sistema TNM,
especialmente o N (p=0,04) e os estágios do TNM (p=0,03).
Como as MMPs degradam as proteínas da MEC, a sua função primária tem sido
presumida como de remodelação tecidual. Entretanto, além de degradar os componentes da
MEC, estas endoproteinases também são capazes de regular várias outras funções, incluindo
crescimento celular, apoptose, angiogênese, invasão, metástase e resposta imune, através da
121
ação sob fatores de crescimento, moléculas de adesão celular e outras proteínas bioativas
(SIRES et al., 1994; EGEBLAD, WERB, 2002; KERKELA, SAARIALHO-KERE, 2003;
PINHEIRO et al., 2004; NAGASE et al., 2006).
A MEC é uma malha complexa de moléculas estruturais e sinalizadoras que fornecem
um suporte dinâmico para as células e tecidos, bem como abrigam informações que modulam
o comportamento celular (MOTT, WERB, 2004). Embora seja mais abrangente a
compreensão em relação as MMPs, descobertas recentes ainda tem analisado as
especificidades do substrato, geralmente indicando que todos os componentes da MEC podem
ser clivados por um ou mais dos 23 membros da família das MMPs humanas e seus ortólogos
(NAGASE, WOESSNER, 1999; MOTT, WERB, 2004; PAGE-McCAW et al., 2007).
Para Rodríguez et al. (2010) a restrição funcional das MMPs a enzimas puramente
degradativas da MEC tem frustrado a análise imparcial das atividades das MMPs in vivo para
outras funções biológicas potencialmente mais importantes. Vários relatos têm mostrado que
as MMPs estão diretamente implicadas em quase todos os processos biológicos que envolvem
a remodelação da matriz em todo o ciclo de vida dos mamíferos, da implantação do embrião
(ALEXANDER et al., 1996) à morte celular ou necrose (EGEBLAND, WERB, 2002;
CURRIE et al., 2007). A proteólise dirigida pelas MMPs também tem sido associada a vários
eventos morfogenéticos durante o desenvolvimento, incluindo ramificação ductal das
glândulas mamárias e salivares, a ossificação e a remodelação dos vasos sanguíneos (VU,
WERB, 2000; PATEL et al., 2006; PAGE-McCAW, 2007). As MMPs desempenham um
papel primordial na manutenção das funções do tecido normal, incluindo a cicatrização,
reparação, menstruação, reprodução e defesa imune inata (PARKS et al., 2004; CURRIE et
al., 2007). Assim, como conseqüência, a expressão alterada e/ou desregulada da atividade das
MMPs in vivo tem sido associada ao desenvolvimento de uma grande variedade de patologias,
incluindo doenças inflamatórias crônicas e câncer.
Das diversas funções desempenhadas pelas MMPs, o dogma tradicional ainda insiste que
estas proteinases participam nestas funções pleiotrópicas principalmente através da
degradação da MEC, apesar de tais declarações terem sido suavizadas com a evidência de que
a perda de moléculas de sustentação da MEC pode levar à conseqüente liberação de um
pequeno número de fatores de crescimento levando a exposição de novas proteínas como a
endostatina e a angiostatina para regular a função celular (DONG et al., 1997; FERRERAS et
al., 2000).
Estudos recentes tem revelado papéis mais complexos para MMPs na regulação direta de
moléculas de sinalização do hospedeiro, incluindo a maioria ou quase todas as 54 quimiocinas
122
no homem e também a sua função em células estromais e no sistema imune inato
(OVERALL, 2004; OVERALL, KLEIFELD, 2006; KESSENBROCK et al., 2010). Um
importante tema também emergente é o papel chave das MMPs na mobilização de fatores de
crescimento e imunoglobulinas (DEAN et al., 2007; BUTLER et al., 2008, SIQUEIRA et al.,
2010; YANG et al., 2010).
Um estudo avaliou a expressão imuno-histoquímica das MMPs (-1, -2 e -9), TIMPs (-1 e
-2), fatores de crescimento como o EGF (do inglês, human epidermal growth factor) e TGF-g,
EGFR e do marcador de sinalização celular fosfo-ERK em 13 casos de ameloblastomas
sólidos, tendo como controles 4 casos de tumores odontogênicos císticos calcificantes
(TOCCs). Os resultados demonstraram que os ameloblastomas expressaram as MMPs,
TIMPs, EGF, TGF-gă eă EGFRă tantoă emă célulasă tumoraisă comoă estromais.ăA expressão dos
fatores de crescimento, da MMP-9 e do TIMP-2 foi significativamente alta nos
ameloblastomas quando comparados aos TOCCs. O estudo encontrou uma correlação direta
entre a intensidade de expressão do EGF, TGF-g e TIMPs com o ameloblastoma,
especialmente demonstrada no estroma deste tumor, onde também foi evidenciada uma alta
expressão do fosfo-ERK. Os autores sugerem que a forte interação entre os fatores de
crescimento, MMPs e TIMPs pode contribuir para o comportamento mais agressivo dos
ameloblastomas (SIQUEIRA et al., 2010).
Um outro estudo avaliou a expressão imuno-histoquímica do EMMPRIN (do inglês,
extracellular matrix metalloproteinase inducer), das MMPs (-2 e -9), do VEGF, do Ki-67 e
do CD31 em 72 casos de CACs e 20 casos de glândula salivar normal. O EMMPRIN
desempenha um papel crítico na progressão tumoral por estimular a expressão de MMPs e
VEGF em células estromais. A intensidade de expressão do EMMPRIN foi significativamente
mais alta nos CACs quando comparado aos casos de glândula salivar normal. Esta expressão
também foi positivamente correlacionada com o tamanho do tumor, padrão histológico,
estadiamento clínico, invasão perineural, invasão vascular, metástases e com a expressão das
MMPs-2 e -9, do VEGF, do índice do Ki-67 e do CD31 (P<0,05). A análise também
demonstrou que as expressões do EMMPRIN, do Ki-67 e do padrão histológico sólido
apresentavam um efeito prognóstico independente na sobrevida global dos pacientes com
CACs (P<0,05). De acordo com estes resultados os autores sugerem que o EMMPRIN pode
estar ativamente envolvido no crescimento, angiogênese, invasão e metástase nestes tumores.
Para estes autores, o estudo da expressão deste marcador pode ser importante para melhor
compreender o comportamento dos CACs e predizer o prognóstico nestes tumores (YANG et
al., 2010).
123
A literatura consultada e os resultados do presente estudo sugerem que as MMPs e
TIMPs analisados além da degradação da MEC e inibição das proteinases, podem apresentar
funções mais complexas relacionadas a patogênese e comportamento dos tumores de
glândulas salivares estudados.
Destacamos também que de acordo com o presente estudo, a forte expressão da MMP-9
observada no parênquima tumoral dos CACs sugere que esta gelatinase, envolvida em
processos de invasão tumoral, pode desempenhar um papel importante no comportamento
biológico destes tumores.
Diante dos achados, é possível ainda concluir que apesar de não ocorrer uma diferença
significativa entre as médias das MMPs -2, 7 e 26 nos tumores estudados, os dados quando
analisados em conjunto sugerem que estas proteases podem estar participando de processos de
remodelação tecidual em ambos os tumores. Além disso, as matrilisinas poderiam influenciar
indiretamente o comportamento dos CACs devido a sua capacidade de ativar a MMP-9,
fortemente expressa no parênquima destes tumores.
As células estromais de ambas as neoplasias também se mostraram capazes de expressar
as MMPs e TIMPs, sugerindo que o componente estromal pode ter um papel importante na
patogênese e no comportamento biológico destas lesões.
Desta forma, reafirmamos a necessidade de continuidade na investigação da expressão
de MMPs e TIMPs e sua relação com componentes estromais, bem como, com outros fatores
envolvidos na patogênese e no comportamento dos CACs, em especial os fatores de
crescimento, na tentativa de melhor compreender a atuação e influência dessas proteinases e
seus inibidores teciduais no comportamento biológico dos tumores ora estudados.
CONCLUSÕES
125
7 CONCLUSÕES
Diante dos resultados, é possível concluir que:
1. A maioria dos casos de APs e de CACs exibiu uma forte expressão das MMPs-2 e -9 no
parênquima tumoral. Entretanto, apenas a MMP-9 demonstrou uma diferença significativa
de expressão entre os dois tumores, apresentando o CAC uma marcação mais intensa para
esta gelatinase. Estes dados sugerem que apesar destas gelatinases estarem participando
do processo de remodelação tecidual em ambos os tumores, apenas a gelatinase B parece
estar envolvida no processo de invasividade e ao comportamento mais agressivo dos
CACs.
2. Foi evidenciada uma forte expressão das MMPs-7 e -26 em APs e CACs, embora não
tenha sido observada uma diferença significativa na expressão das mesmas no parênquima
tumoral destes tumores, sugerindo a participação destas matrilisinas no processo de
remodelação tecidual dos dois tumores. Além disso, estas proteases poderiam estar
influenciando indiretamente o comportamento do CAC devido a sua capacidade de ativar
a MMP-9, fortemente expressa nestes tumores.
3. A maioria dos APs e CACs exibiu uma forte expressão dos TIMPs -1 e -2 no parênquima
tumoral, não havendo diferença significativa na expressão destes entre os tumores
estudados de modo a justificar o padrão de agressividade dos CACs à expressão destes
dois marcadores.
4. Os resultados não demostraram uma associação significativa na expressão das MMPs e
TIMPs estudados e os tipos/padrões histológicos respectivamente, dos APs e CACs, de
modo a correlacionar positivamente a expressão destes marcadores e estas variáveis a
patogênese destes tumores ou ao comportamento mais agressivo dos CACs.
REFERÊNCIAS
127
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ANEXO
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ANEXO - Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa – CEP - UFRN