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MARIA CARMEN FONTOURA NOGUEIRA DA CRUZ EXPRESSÃO IMUNO-HISTOQUÍMICA DA E-CADERINA E DO CD44v6 EM CARCINOMA EPIDERMÓIDE DE LÁBIO INFERIOR E LÍNGUA Natal / RN 2006

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MARIA CARMEN FONTOURA NOGUEIRA DA CRUZ

EXPRESSÃO IMUNO-HISTOQUÍMICA DA E-CADERINA E DO

CD44v6 EM CARCINOMA EPIDERMÓIDE DE LÁBIO INFERIOR E

LÍNGUA

Natal / RN

2006

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Catalogação da publicação. UFRN/Biblioteca Setorial de Odontologia

Cruz, Maria Carmen Fontoura Nogueira da Expressão Imuno-Histoquímica da E-caderina e do Cd44v6 em carcinoma epidermóide de lábio inferior e língua /Maria Carmen Fontoura Nogueira da Cruz.__Natal,[RN], 2006.

84f. : il.

Orientador: Leão Pereira Pinto.

Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral.

1Carcinome epidermóide – Tese. 2.E-caderina – Tese. 3. CD44v6 – Tese. 4. Patologia oral –Tese. 5. Imuno-histoquímica- Tese. I Pinto, Leão Pereira. II. Título. RN/UF/BSO/2006 BLACK D65

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EXPRESSÃO IMUNO-HISTOQUÍMICA DA E-CADERINA E DO

CD44v6 EM CARCINOMA EPIDERMÓIDE

DE LÁBIO INFERIOR E LÍNGUA

Natal / RN

2006

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PATOLOGIA ORAL

CURSO DE DOUTORADO EM PATOLOGIA ORAL

Tese apresentada ao Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Doutor em Patologia Oral.

Doutoranda: Maria Carmen Fontoura Nogueira da Cruz Orientador: Prof. Dr. Leão Pereira Pinto

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DEDICATÓRIA

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Aos meus pais, Nilmar e MarlyNilmar e MarlyNilmar e MarlyNilmar e Marly, meus grandes incentivadores, sempre presentes em todos os momentos de

minha vida, por cada gesto de amor e de doação por mim dispensado,

À minha filha Júlia,Júlia,Júlia,Júlia, meu maior orgulho e a razão da minha vida, a quem atribuo o meu estímulo e a

minha determinação diante das dificuldades que enfrentei durante o curso, possibilitando assim, a

concretização do meu sonho.

A vocês, dedico este trabalho!

“A paciência é a fortaleza da alma, ela a fortifica e defende de toda perturbação."

Santo Antônio

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AGRADECIMENTOS

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Reconheço todas as dificuldades que enfrentei durante o meu curso de Doutorado e sei também que

a conquista do meu sonho foi alcançada pelo apoio e incentivo que recebi. A todos que contribuíram para a

realização deste trabalho, o meu eterno agradecimento.

A DeusDeusDeusDeus, criador de tudo e de todos, por me dar a oportunidade de viver este momento, fazendo-me

forte e persistente e dando-me a chance de um enriquecimento profissional e de um amadurecimento pessoal.

À minha família, em especial à minha tia, madrinha e segunda mãe MarleneMarleneMarleneMarlene, exemplo de doação e

disponibilidade, pessoa que Deus colocou em minha vida, sempre pronta a me ajudar; aos meus irmãos

Alberto, Cláudio Alberto, Cláudio Alberto, Cláudio Alberto, Cláudio e Renato, Renato, Renato, Renato, pela amizade e companheirismo que nos une e por sempre acreditarem em mim;

aos meus sobrinhos Pedro Pedro Pedro Pedro e Carmen Carmen Carmen Carmen, que me ensinaram o que é o amor incondicional e às minhas cunhadas

Andréia, Iluska Andréia, Iluska Andréia, Iluska Andréia, Iluska e OdeteOdeteOdeteOdete por me incentivarem sempre a prosseguir.

Ao meu orientador Dr. Leão Pereira PintoDr. Leão Pereira PintoDr. Leão Pereira PintoDr. Leão Pereira Pinto, exemplo de dedicação e de entusiasmo às causas do

ensino, da pesquisa e da extensão, pela confiança e estímulo em mim depositados e pelo constante apoio, nos

momentos mais difíceis, durante o decorrer deste curso. Agradeço seus ensinamentos recebidos e a especial

atenção com que sempre fui tratada, fundamentais para a realização deste trabalho.

À Dra. Roseana de Almeida Freitas, Dra. Roseana de Almeida Freitas, Dra. Roseana de Almeida Freitas, Dra. Roseana de Almeida Freitas, exemplo de retidão de caráter e de elevado espírito científico.

Meu especial agradecimento à generosidade, à paciência e ao carinho que sempre me dispensou,

solidificando, dessa forma, nossos laços de amizade fraterna.

À Dra. Lélia Batista de Souza, Dra. Lélia Batista de Souza, Dra. Lélia Batista de Souza, Dra. Lélia Batista de Souza, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Patologia Oral da

UFRN, pela maneira firme e dedicada com a qual conduz o referido programa. Agradeço o carinho, o

incentivo e a confiança em mim depositados.

Aos todos os professores deste Programa de Pós-Graduação, em especial à Dra.Dra.Dra.Dra. Hébel Cavalcanti Hébel Cavalcanti Hébel Cavalcanti Hébel Cavalcanti

Galvão, Galvão, Galvão, Galvão, pessoa de convívio agradável, demonstrando-me sempre estímulo e compreensão, à Dra Lélia MariaDra Lélia MariaDra Lélia MariaDra Lélia Maria

Guedes QueirozGuedes QueirozGuedes QueirozGuedes Queiroz, sinônimo de simplicidade e de competência e ao DrDrDrDr. AntonioAntonioAntonioAntonio de Lisboa Lopes Costa de Lisboa Lopes Costa de Lisboa Lopes Costa de Lisboa Lopes Costa, pelo

exemplo de dignidade e conhecimento científico.

À Eliane Jansen Cutrim Propp,Eliane Jansen Cutrim Propp,Eliane Jansen Cutrim Propp,Eliane Jansen Cutrim Propp, minha grande amiga, pela constante manifestação de carinho e

apoio, estando sempre pronta a me ajudar.

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À professora Clarinda Pires de Carvalho MelClarinda Pires de Carvalho MelClarinda Pires de Carvalho MelClarinda Pires de Carvalho Mello, lo, lo, lo, amiga e minha referência profissional, agradeço seu

carinho e estímulo, importantes para a concretização deste sonho.

À professora Nôlma Barradas SilvaNôlma Barradas SilvaNôlma Barradas SilvaNôlma Barradas Silva, minha companheira da disciplina de Patologia Bucal da

UFMA, pela amizade e compreensão nos momentos de minha ausência, permitindo assim, a realização deste

trabalho.

Ao professor Kenio Costa LimaKenio Costa LimaKenio Costa LimaKenio Costa Lima, pela análise estatística desta tese, tornando nosso trabalho mais

rico.

À minha grande amiga, irmã e incentivadora Simone, Simone, Simone, Simone, com quem sempre partilhei os momentos

alegres, as dificuldades e os sonhos da minha vida. A você, minha eterna gratidão!

Aos amigos da turma do PQI, Antonio Luiz e Fernanda,Antonio Luiz e Fernanda,Antonio Luiz e Fernanda,Antonio Luiz e Fernanda, pelas alegrias e decepções enfrentadas

durante a nossa convivência do Doutorado, consolidando entre nós um laço de verdadeira amizade. A

vitória, que hoje eu vivo, é nossa!

Aos novos amigos que conquistei em Natal: ManuelManuelManuelManuel, sinônimo de companheirismo e de bondade;

Éricka,Éricka,Éricka,Éricka, amiga sempre disponível e solidária; GustavoGustavoGustavoGustavo, exemplo de competência, cujas risadas tornaram

minha vida mais alegre e Karuza Karuza Karuza Karuza que sempre me demonstrou carinho e conforto. A presença de vocês,

guardarei para sempre, em meu coração!

Aos demais colegas da Pós-graduação, TarsilaTarsilaTarsilaTarsila, LeonardoLeonardoLeonardoLeonardo, JamilleJamilleJamilleJamille, FrancielliFrancielliFrancielliFrancielli, João, Cassiano, João, Cassiano, João, Cassiano, João, Cassiano,

Danielle, George, Igor,Danielle, George, Igor,Danielle, George, Igor,Danielle, George, Igor, Márcio, Rivadávio, Rozilene, Flavio, Sormani, Andréa, Roberta, Janaina, Marta Márcio, Rivadávio, Rozilene, Flavio, Sormani, Andréa, Roberta, Janaina, Marta Márcio, Rivadávio, Rozilene, Flavio, Sormani, Andréa, Roberta, Janaina, Marta Márcio, Rivadávio, Rozilene, Flavio, Sormani, Andréa, Roberta, Janaina, Marta e

ClaudineClaudineClaudineClaudine agradeço o convívio alegre e a ajuda desinteressada. De modo especial, agradeço à Márcia Márcia Márcia Márcia pela

disponibilidade em realizar as fotografias desta tese.

Aos funcionários da Pós-Graduação em Patologia Oral Gracinha, Canidé, Sandrinha e Hévio,Gracinha, Canidé, Sandrinha e Hévio,Gracinha, Canidé, Sandrinha e Hévio,Gracinha, Canidé, Sandrinha e Hévio,

pessoas de grande simpatia, sempre prontos a ajudar e o meu agradecimento particular à Idelzuite, Idelzuite, Idelzuite, Idelzuite, pela

disponibilidade e por tudo de bom que fez por mim, sua ajuda foi imprescindível para a realização deste

trabalho.

À Célia, Auriene e LuciaCélia, Auriene e LuciaCélia, Auriene e LuciaCélia, Auriene e Lucia, pelo carinho e atenção dispensados à minha filha, nos momentos nos quais

estive ausente.

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À família Galvão, em especial ao Sr.Sr.Sr.Sr. Wharton, Wharton, Wharton, Wharton, à d. Celene d. Celene d. Celene d. Celene e à Nina, Nina, Nina, Nina, pela maneira tão afetuosa com

a qual me acolheram como filha em Natal.

À Universidade Federal do Maranhão Universidade Federal do Maranhão Universidade Federal do Maranhão Universidade Federal do Maranhão e à Universidade Federal do Rio Grande do Norte Universidade Federal do Rio Grande do Norte Universidade Federal do Rio Grande do Norte Universidade Federal do Rio Grande do Norte pela

parceria feita possibilitando a realização do Programa de Qualificação Institucional (PQI).

Ao serviço de Anatomia Patológica do Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Belo, na

pessoa da Dra. Raimunda Ribeiro da Silva, Dra. Raimunda Ribeiro da Silva, Dra. Raimunda Ribeiro da Silva, Dra. Raimunda Ribeiro da Silva, pela obtenção da amostra utilizada neste trabalho.

À CAPES/PQI CAPES/PQI CAPES/PQI CAPES/PQI pelo auxílio financeiro, fato este que contribuiu para a viabilização desta tese.

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RESUMO

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RESUMO

Este trabalho teve como objetivo verificar, através da técnica da estreptoavidina-biotina, a

expressão imuno-histoquímica das proteínas E-caderina e CD44v6 em 15 espécimes de

carcinoma epidermóide de lábio inferior e 15 de língua, com variada gradação histológica de

malignidade, a fim de estabelecer uma possível relação entre a expressão das referidas

proteínas e a localização anatômica da lesão, metástase, assim como com a gradação

histológica de malignidade proposta por Bryne (1998). A análise estatística demonstrou que

não houve associação significativa entre a localização da lesão e os escores de malignidade,

entretanto, houve uma correlação significativa entre os parâmetros de gradação histológica de

malignidade e o escore total de malignidade, sendo que o parâmetro grau de ceratinização

apresentou a maior correlação (r = 0,844). Levando-se em consideração a localização

anatômica das lesões, não houve diferença significativa entre o padrão de expressão e a

quantidade de células imunopositivas para E-caderina e CD44v6. Em se tratando da variável

metástase, também não houve diferença significativa entre o padrão de expressão e a

quantidade de células imunopositivas para as proteínas avaliadas. Entretanto, ressalta-se que

foi observada uma diferença estatisticamente significativa em relação aos escores de

malignidade, sendo que o escore baixo apresentou os maiores valores para o padrão de

expressão e a quantidade de células imunopositivas para a E-caderina e o CD44v6. Uma

correlação estatisticamente significativa e negativa entre o padrão de expressão e a quantidade

de células imunopositivas para a E-caderina e o CD44v6 e o escore total de malignidade foi

observada. Portanto, com base nestes resultados, conclui-se que a expressão dos marcadores

imuno-histoquímicos E-caderina e CD44v6 não constituiu fator indicativo de maior

agressividade morfológica para os pacientes portadores de carcinomas epidermóides de lábio

inferior e de língua.

Palavras-chave: Carcinoma epidermóide oral, caderinas, CD44v6, imunohistoquímica.

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ABSTRACT

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ABSTRACT

The objective of this study was perform, by the streptoavidin-biotin technique, an

immunohistochemical analysis of the E-cadherin and CD44v6 in 15 lower lip squamous cell

carcinomas and 15 of tongue, with varied histologic gradation of malignidade, in order to

establish a possible relation between the expression these proteins and the anatomical

localization of the lesions, metastasis, as well as with the Bryne`s histolologic grading of

malignancy system. It was not observed significant statistical association between the

localization of the lesions and the malignancy score, however, had a significant correlation

between the histologic parameters of malignancy gradation and the total score of malignancy,

being that the parameter degree of keratinization presented the highest correlation (r = 0,844).

Taking in consideration the anatomical localization of the lesions, it was not significant

difference between the profile of expression and the amount of immunopositive cells for E-

caderina and CD44v6. To the metastasis variable, also it was not observed significant

difference between the profile of expression and the amount of immunopositive cells for

evaluated proteins. However, it was observed a statistical significant difference in relation to

the scores of malignancy, being that the low score presented the highest values for the profile

of expression and the amount of immunopositive cells for the E-caderina and the CD44v6. It

was observed a statistically significant and negative correlation between the expression

profile, the amount of E-cadherin and CD44v6 immunopositive cells and the total score of

malignancy. Therefore, based in the results of this study, it was concluded that the expression

of the immunohistochemical markers E-caderina and CD44v6 did not constitute histological

indicator of aggressiveness for the patients with lower lip and tongue squamous cell

carcinomas.

Key words: Oral squamous cell carcinoma, cadherin, CD44v6, immunohistochemistry.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

QUADROS/FIGURAS Página

Quadro 1 Sistema de gradação de malignidade “Modo de invasão” recomendado

por Bryne (1998) 44

Quadro 2 Especificidade, clone, recuperação antigênica, diluição e tempo de

incubação dos anticorpos utilizados 47

Figura 1 Carcinoma epidermóide: (A) Visão geral ilustrando o front invasivo

tumoral; (B e C) Diferentes padrões de invasão (H/E-100x) 53

Figura 2 Carcinoma epidermóide - (A, B e C) – Parâmetros analisados: grau de

ceratinização, pleomorfismo nuclear e intensidade do infiltrado

inflamatório (H/E-200x) 54

Figura 3 Imunomarcação da E-caderina em carcinoma epidermóide de lábio

inferior. Padrão de expressão heterogêneo com 26 a 50% de células

imunopositivas (SABC – 200x) 60

Figura 4 Imunomarcação da E-caderina em carcinoma epidermóide de língua.

Padrão de expressão heterogêneo com < 25% de células imunopositivas

(SABC – 200x) 60

Figura 5 Imunomarcação do CD44v6 em carcinoma epidermóide de lábio inferior.

Padrão de expressão heterogêneo com 26 a 50% de células

imunopositivas (SABC – 100X) 61

Figura 6 Imunomarcação do CD44v6 em carcinoma epidermóide de língua. Padrão

de expressão homogêneo com > 75% de células imunopositivas (SABC-

100x) 61

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LISTA DE TABELAS

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LISTA DE TABELAS

TABELA Página

Tabela 1 Distribuição dos casos de carcinomas epidermóides orais, segundo a

localização anatômica e presença de metástase nodal. Natal, RN-2006 50

Tabela 2 Distribuição dos casos de carcinoma epidermóide oral, segundo a

localização anatômica e a gradação histológica de malignidade

proposta por Bryne (1998) e adaptada por Miranda (2002) 51

Tabela 3 Coeficiente de correlação de Spearman e sua significância estatística

entre o escore total de malignidade e os parâmetros de gradação

histológica de malignidade. Natal – RN, 2006 51

Tabela 4 Tamanho da amostra, medianas, quartis, média e soma dos postos,

estatística U e sua significância entre o padrão de expressão e a

quantidade de células imunopositivas para a E-caderina e o CD44v6 em

relação à localização da lesão. Natal – RN, 2006 55

Tabela 5 Tamanho da amostra, medianas, quartis, média e soma dos pontos,

estatística U e sua significância entre o padrão de expressão e a

quantidade de células imunopositivas para a E-caderina e o CD44v6 em

relação à metástase da lesão. Natal – RN, 2006 57

Tabela 6 Tamanho da amostra, medianas, quartis, média e soma dos pontos,

estatística U e sua significância entre o padrão de expressão e a

quantidade de células imunopositivas para a E-caderina e o CD44v6 em

relação à gradação histológica de malignidade da lesão.

Natal – RN, 2006 58

Tabela 7 Coeficiente de correlação de Spearman e sua significância estatística

entre o escore total de malignidade e o padrão e a quantidade de células

imunopositivas para a E-caderina e o CD44v6. Natal – RN, 2006 59

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SUMÁRIO

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SUMÁRIO

Página

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE QUADROS E TABELAS

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 21

2 REVISÃO DA LITERATURA ................................................................... 24

2.1 Câncer Oral – Considerações Gerais .................................................... 25

2.2 Sistemas de Gradação Histológica de Malignidade ............................ 28

2.3 Moléculas de Adesão ............................................................................... 30

2.4 E-caderina ................................................................................................ 31

2.5 CD44 ......................................................................................................... 35

3 PROPOSIÇÃO ............................................................................................... 39

4 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................... 41

4.1 Caracterização do estudo ........................................................................ 42

4.2 População ................................................................................................. 42

4.3 Amostra .................................................................................................... 42

4.4 Critérios de seleção da amostra ............................................................. 42

4.4.1 Critérios de inclusão ....................................................................... 42

4.4.2 Critérios de exclusão ....................................................................... 43

4.5 Estudo clínico ........................................................................................... 43

4.6 Estudo morfológico ................................................................................. 43

4.7 Estudo imuno-histoquímico .................................................................... 44

4.8 Análise da expressão imuno-histoquímica ............................................ 47

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4.9 Análise estatística .................................................................................... 47

4.10 Implicações éticas .................................................................................. 48

5 RESULTADOS ............................................................................................. 49

5.1 Caracterização da amostra estudada .................................................... 50

5.2 Análise morfológica ................................................................................. 51

5.3 Análise imuno-histoquímica ................................................................... 55

6 DISCUSSÃO ................................................................................................... 62

7 CONCLUSÕES .............................................................................................. 70

REFERÊNCIAS

APÊNDICES

ANEXO

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INTRODUÇÃO

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1. INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, tem sido observado um aumento significante nos casos de

carcinoma epidermóide oral, bem como em sua taxa de mortalidade. Chama-se atenção ainda,

para o fato de que, tal neoplasia é uma das condições mais séria entre aquelas que afetam a

cavidade oral, apresentando um diagnóstico tardio e prognóstico pobre, sendo por vezes,

descoberta em estágios avançados.

Ao longo dos anos, muitas pesquisas têm sido desenvolvidas, utilizando diferentes

metodologias, na busca de um melhor entendimento da citada neoplasia. Entretanto, devido à

marcada heterogeneidade em seu comportamento biológico, é essencial a identificação de

marcadores eficientes na determinação do prognóstico tumoral e no emprego da terapêutica

adequada, proporcionando melhor sobrevida aos pacientes (SCHLIEPHAKE, 2003).

As moléculas de adesão representam um grupo heterogêneo de proteínas

transmembrana importantes para o estabelecimento e manutenção da arquitetura tecidual e

diferenciação (RAMBURAN, GOVENDER, 2002). A influência da expressão alterada das

moléculas de adesão, no comportamento tumoral de diferentes cânceres, entre eles o câncer

oral, (WALSH et al, 1996) é um aspecto que vem sendo investigado. É proposto que a perda

de adesão célula-célula mediada pelas moléculas de adesão está freqüentemente associada aos

mecanismos de crescimento, invasão tumoral e ao desenvolvimento de metástase

(ALBELDA, 1993).

As caderinas são uma família de glicoproteínas transmembrana responsáveis por

interações homofílicas de adesão célula-célula cálcio dependente (WIJNHOVEN, DINJENS,

PIGNATELLI, 2000). Dentre elas, destaca-se a E-caderina, componente funcional de junções

aderentes entre as células epiteliais (IVANOV, PHILIPPOVA, TKACHUK, 2001). O CD 44

é um grupo de glicoproteínas transmembrana envolvido em interações célula-célula e célula-

matriz, sendo que a manutenção da adesão celular é seu principal papel (RUDZKI, JOTHY,

1997).

A expressão alterada da E-caderina e do CD44v6, em células malignas, pode afetar a

adesão intercelular e facilitar o risco de progressão tumoral, assim como o potencial

metastático do tumor (JIM,1996; KANKE et al, 2000). Dessa forma, tais marcadores

biológicos podem ser empregados como fator indicativo de um prognóstico pobre em

pacientes com carcinoma epidermóide oral.

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Com base nestes aspectos, este trabalho tem como objetivo estudar a expressão imuno-

histoquímica das proteínas E-caderina e CD44 em pacientes com carcinoma epidermóide de

lábio inferior e língua, com variada gradação histológica de malignidade, a fim de verificar a

possibilidade dos referidos marcadores serem utilizados como indicativo de maior

agressividade morfológica em carcinoma epidermóide oral.

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REVISÃO DA LITERATURA

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Câncer Oral – Considerações Gerais

O carcinoma epidermóide oral, também chamado de carcinoma espinocelular ou de

carcinoma de células escamosas representa aproximadamente 90% das neoplasias malignas da

boca (ABDO et al, 2001). Os cânceres orais incluem neoplasias malignas dos lábios, de sítios

intra-orais e da orofaringe. As lesões de nasofaringe, hipofaringe e glândulas salivares

maiores não estão incluídas neste grupo (LLEWELLYN, JOHNSON,

WARNAKULASURIYA, 2001).

O desenvolvimento do carcinoma epidermóide oral está intimamente relacionado com

alterações na estrutura e na regulação genética (LINE et al, 1995). Essas alterações podem ser

mutações espontâneas ou provocadas por fatores externos como os diversos agentes

carcinógenos físicos, químicos ou biológicos (WÜNCH-FILHO, GATTÁS, 2001). A

etiologia do carcinoma epidermóide oral é complexa pelo fato de ter um caráter multifatorial,

sendo apontados fatores intrínsecos e extrínsecos relacionados a sua etiopatogenia (ABDO et

al, 2001; UOBE et al, 2001).

O fumo e o álcool representam os principais fatores envolvidos na etiologia do

carcinoma epidermóide oral (FRANCO et al, 1989; MACFARLANE, MACFARLANE,

LOWENFELS, 1996; SCHLECHT et al, 1999). O tabaco quer fumado ou mascado pode atuar

isoladamente ou em sinergismo com o álcool (ZAVRAS et al, 2001; GREENWOOD et al,

2003). Existe uma relação entre a dose e o tempo de exposição aos carcinógenos encontrados

no fumo e no álcool e a carcinogênese oral. O risco para o desenvolvimento do carcinoma

epidermóide oral aumenta proporcionalmente com a quantidade de cigarros fumados ou de

álcool ingerido, existindo, ainda, um efeito multiplicativo quando ambos são utilizados em

conjunto. O risco diminui para níveis normais em pessoas que pararam de fumar há mais de

10 anos. (BOYLE et al, 1990).

A exposição excessiva ou a longo prazo à radiação solar, particularmente aos raios

ultravioletas, é a principal causa do câncer de lábio inferior, evidenciado especialmente em

pessoas de pele clara com tendência a se bronzear facilmente, sendo mais comum em

trabalhadores de áreas rurais (LUNA-ORTIZ et al, 2004).

Conforme Oliveira et al (2003), apesar do aprimoramento das técnicas de detecção do

Papilomavírus humano (HPV) nas lesões de mucosa oral, seu envolvimento direto com os

carcinógenos orais não foi ainda devidamente comprovado. Todavia sua ação sinérgica com

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outros carcinógenos químicos e físicos, em determinados casos, parece ser o caminho mais

correto para explicar a ação HPV na carcinogênese oral.

Um outro fator comumente associado à etiologia do carcinoma epidermóide oral são as

mutações no gene p53, capazes de impossibilitar a função de guardião do genoma exercida

por esse gene, permitindo assim, a sobrevida de células com danos em seu DNA (GASCO,

CROOK, 2003).

Levantamentos epidemiológicos realizados em carcinomas epidermóides orais e de

cabeça e pescoço mostram que há um maior acometimento em pessoas do sexo masculino,

especialmente acima dos 50 anos de idade (DANTAS et al, 2003; COSTA et al, 2005). Na

cavidade oral, a língua e o lábio representam os principais sítios anatômicos afetados por esta

doença (Al- RAJHI et al, 2000; MAGRINI et al, 2000; GERVÁSIO et al, 2001; COSTA et al,

2002).

Dentre os carcinomas epidermóides orais, as lesões de lábio inferior são aquelas de

prognóstico mais favorável (VISSCHER et al, 1998; FABBROCINI et al, 2000;

VARTANIAN et al, 2004) sendo que lesões menores do que dois centímetros têm melhor

prognóstico, evolução lenta, alto grau de diferenciação e menor potencial metastático

(GONZÁLES-GUERRA et al, 1991; ZITSCH, 1993; ABREU et al, 2004). É interessante

observar que há um aumento no índice de metástase quando as lesões são menos

diferenciadas e maiores do que dois centímetros (RODOLICO et al, 2004). A maioria dos

carcinomas epidermóides de língua ocorre na borda lateral na junção entre os terços médio e

posterior, em área de difícil vizualização (GORSKY et al, 2004). Geralmente são lesões que

apresentam estágio clínico avançado, são pobremente diferenciadas, de evolução rápida e

metástases precoces, refletindo assim, um pobre prognóstico da lesão (SCHWARTZ et al,

2000; KERDPON, SRIPLUNG, 2001).

Determinados fatores como tamanho e localização do tumor primário,

comprometimento de linfonodos regionais e presença de metástases à distância podem

influenciar o prognóstico e a sobrevida dos pacientes portadores do carcinoma epidermóide

oral (DIB et al, 1994; TODD, DONOFF, WONG, 1997; Al-RAJHI et al, 2000). Lopes et al

(2002) enfatizam que não há parâmetro histológico superior ao grau de ceratinização para

determinar o comportamento clínico do carcinoma epidermóide oral. De acordo com OKADA

et al (2003) e MASSANO et al (2006), o carcinoma epidermóide apresenta um prognóstico

desfavorável às custas de freqüentes metástases das células neoplásicas para linfonodos

regionais ou a órgãos distantes.

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Segundo Mc Cawley e Matrisian (2000), a metástase é um processo complexo, de

múltiplas etapas no qual as células normais sofrem mudanças genéticas, tornando-as capazes

de invadir e de se espalhar para sítios distantes. O crescimento das células neoplásicas no

tecido invadido, conta com a destruição das interações célula - célula e interações célula-

matriz (ABELDA, 1993; BEAVON, 2000). As células neoplásicas migram para além do

tumor primário e o processo de metástase é caracterizado, sendo definido o fenótipo

metastático em função da expressão de moléculas envolvidas na adesão célula-célula e célula-

matriz (ABELDA, 1993; CHAMMAS, VILLA, 1993; CHRISTOFORI, 2003).

Grande parte dos carcinomas epidermóides orais consiste de uma população heterogênea

de células com variado comportamento biológico (NICOLSON, 1987), sendo que as células

tumorais das regiões mais invasivas diferem substancialmente daquelas situadas nas regiões

centrais e/ou superficiais (KUROKAWA et al, 2005).

O reconhecimento das características estruturais e funcionais das regiões mais

avançadas de um carcinoma, isto é, o front invasivo, é essencial na determinação da

agressividade biológica do câncer (BRYNE et al, 1989). Tem sido postulado que esta região

consiste de células que têm capacidade para invadir estruturas vizinhas e dessa forma,

produzirem metástase (BÀNKFALVI, PIFFKÓ, 2000).

A gradação do front invasivo é um dado valioso para análise histológica, uma vez que

vários eventos moleculares de importância ocorrem na interface tumor-hospedeiro, citando-se

alto grau de dissociação celular, perda e ganho de moléculas de adesão, secreção de enzimas

proteolíticas, aumento da proliferação celular e início da angiogênese (BRYNE, 1998).

O front invasivo é uma ferramenta importante na avaliação da agressividade biológica

individual de malignidade e é considerado de grande valor prognóstico (BRYNE et al, 1992),

sendo sugerido que as células dessa região podem fornecer informações importantes no

planejamento terapêutico dos pacientes com carcinoma epidermóide oral (SAWAIR et al,

2003).

A análise de parâmetros moleculares e histomorfológicos na interface tumor-hospedeiro

poderá refletir melhor o comportamento biológico do câncer e de forma mais pontual,

predizer resultados e respostas clínicas a tipos diferentes de terapia (BÀNKFALVI,

PIFFKÓ, 2000).

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2.2 Sistemas de Gradação Histológica de Malignidade

Tem sido observado que muitas pesquisas visam estabelecer uma correlação das

características clínicas e histopatológicas com o prognóstico dos carcinomas epidermóides

orais, entretanto os resultados não são inteiramente satisfatórios (COSTA et al, 2002).

O carcinoma epidermóide oral mostra diversos aspectos microscópicos, que somados

aos achados clínicos podem ser utilizados para traçar o perfil do comportamento biológico do

tumor e mesmo graduá-lo, de acordo com padrões morfológicos de malignidade, numa

classificação que varia de bem diferenciado a indiferenciado (MIRANDA, 2002).

A avaliação microscópica de uma neoplasia maligna permite graduá-la de acordo com a

gravidade do quadro histológico, sendo a gradação histopatológica de malignidade do

carcinoma epidermóide oral um recurso microscópico que visa a classificação da lesão, de

acordo com o grau de diferenciação celular do tecido neoplásico, havendo uma diversidade de

gradações, denominadas de sistemas de gradação histopatológica de malignidade, tendo em

comum a função de fornecer subsídios que possibilitem a interpretação da agressividade da

neoplasia ( MARTINS NETO, 1999).

Broders (1920) foi o pioneiro na criação de um sistema de gradação histopatológica de

malignidade dos carcinomas epidermóides orais baseado nas características morfológicas

referentes à maturação das células que compunham o tumor. Em 1941, o mesmo autor

realizou um trabalho no qual avaliava os fatores que influenciavam na malignidade dos

tumores relacionando o grau de anaplasia com o grau de malignidade, ressaltando a

associação entre a diferenciação dos tumores com o tratamento e o prognóstico.

Wahi (1971), numa publicação da Organização Mundial da Saúde (OMS), propôs um

novo método de gradação para o carcinoma epidermóide oral, baseando-se na presença de

pérolas córneas, ceratinização celular individual, evidência de pontes intercelulares, figuras de

mitose, mitoses atípicas, células neoplásicas gigantes multinucleadas, pleomorfismo celular e

nuclear. Para o referido autor, o prognóstico do carcinoma epidermóide oral primário deveria

ser estabelecido levando-se sempre em consideração a gradação histopatológica, a localização

do tumor e sua fase de evolução clínica.

Em 1973, Jakobsson et al idealizaram um sistema de gradação histológica multifatorial

para o carcinoma epidermóide, baseado nas características morfológicas das células

neoplásicas e na relação tumor-hospedeiro, aplicando escores numéricos a estas

características, os quais variavam de 1 a 4 pontos. Este sistema de gradação mostrou maior

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influência na determinação do prognóstico do paciente com carcinoma epidermóide de glote

do que o sistema de estadiamento clínico tumor-nodo-metástase (TNM).

Anneroth, Batsakis e Luna, em 1987, fizeram uma ampla revisão da literatura pertinente

aos sistemas de gradação histológica de malignidade do carcinoma epidermóide oral,

considerando haver uma controvérsia muito grande entre os dados oferecidos quanto à

correlação destes sistemas de gradação de malignidade com o TNM e com o prognóstico

tumoral e desenvolveram um novo sistema. Os autores concluíram que este método é eficiente

em classificar histologicamente o carcinoma epidermóide oral, por ser um sistema

quantitativo objetivo e mostrar uma correlação significativa com o comportamento clínico e

com o prognóstico tumoral, refletindo com maior fidedignidade, o perfil do comportamento

biológico do tumor.

Considerando que as células da frente de invasão tumoral teriam maiores chances de

representar clones neoplásicos potencialmente capazes de produzir metástase, Bryne et al

(1989) propuseram um novo sistema de gradação histológica de malignidade para o

carcinoma epidermóide oral, aplicado a biópsias incisionais, com base naquele preconizado

por Anneroth, Batsakis e Luna (1987), sendo excluído o estágio de invasão. Foi considerado

morfologicamente o grau de ceratinização celular, pleomorfismo celular, número de mitoses,

padrão de invasão tumoral e reação inflamatória, emitindo-se valores numéricos de 1 a 4 para

estes cinco escores. O escore total era dado pela soma dos escores e os tumores que

mostraram pontuação de 5 a 10 foram classificados como grau I ou de baixo escore de

malignidade, e grau II ou alto escore os que demonstraram pontuação superior a 10.

Bryne (1998) revisou seus trabalhos sobre os sistemas de gradação histológica de

malignidade e desenvolveu um modelo para as massas invasivas de carcinomas epidermóides

orais baseado no grau de ceratinização, pleomorfismo celular, padrão de invasão tumoral e

infiltrado inflamatório, aplicando escores numéricos de 1 a 4 a cada parâmetro, método este

priorizando a frente de invasão tumoral. Recomendam Bryne et al (1989), Bryne (1998) que

este novo método seja aplicado a amostras teciduais oriundas de biópsias incisionais amplas

objetivando um melhor planejamento cirúrgico para o paciente, não tendo sentido fazer a

gradação histológica da peça cirúrgica, uma vez que o tumor foi totalmente removido, não

proporcionando, portanto, um planejamento adequado antes da cirurgia.

Apesar das inúmeras pesquisas desenvolvidas sobre o diagnóstico e o tratamento do

câncer, ainda existe uma busca incessante de elementos na melhoria do prognóstico tumoral e

do índice de sobrevida dos pacientes portadores da referida neoplasia (PARKIN, LAARA,

MUIR, 1988). Os carcinomas epidermóides orais apresentam marcada heterogeneidade em

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seu comportamento biológico, sendo observado que pacientes com o mesmo estágio clínico

da doença poderão responder diferentemente ao mesmo tratamento (WANG et al, 2006).

O delineamento do comportamento biológico agressivo dos carcinomas epidermóides

orais tem sido baseado não somente na avaliação dos aspectos clínicos, mas principalmente

no potencial de proliferação celular e invasão tecidual, bem como na perda da expressão das

moléculas de adesão das células epiteliais neoplásicas (HANEMANN, 2004).

2.3 Moléculas de Adesão

As moléculas de adesão constituem um grupo heterogêneo de proteínas transmembrana

que regulam as interações adesivas célula-célula e célula-matriz (HYNES, 1999). Estas

podem se ligar a outras moléculas do mesmo tipo, chamada de ligação homofílica ou a outras

moléculas de adesão de tipos diferentes, chamada de ligação heterofílica (CROSS, BURY,

2003), ou envolverem adesão de células a proteínas da matriz extracelular (PETRUZZELI,

TAKAMI, HUMES, 1999).

Atuam tanto em condições biológicas de normalidade, incluindo fertilização,

embriogênese, desenvolvimento do sistema nervoso, angiogênese, bem como no

desenvolvimento de diversas situações patológicas como as doenças dermatológicas e as

neoplasias (FREEMONT, 1998). Alterações na expressão e na função das moléculas de

adesão de variadas classes e funções relacionam-se com o desenvolvimento tumoral, a

diferenciação das células neoplásicas, a invasão e metástase (ALBELDA, 1993;

CHRISTOFORI, 2003).

De acordo com Schliephake (2003), a identificação das moléculas de adesão associadas

à oncogênese pode fornecer uma melhor compreensão do comportamento clínico do câncer e

ajudar na avaliação de seu prognóstico.

O número e variedade de moléculas de adesão tem aumentado, nos últimos anos, sendo

estas bioquímica e geneticamente distintas, destacando-se as integrinas, a super-família das

imunoglobulinas, as selectinas, as caderinas e o determinante celular CD44 (ALBELDA,

1993; CROSS, BURY, 2003), sugerindo-se que, possivelmente, todas as moléculas de adesão

contribuam, em maior ou menor proporção, com o controle do comportamento das células

neoplásicas (WALSH, 1996).

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2.4 E-caderina

As caderinas representam uma família de moléculas de adesão celular transmembrana,

dependentes de cálcio, que estabelecem ligação entre as células por meio de interações

homofílicas proteína-proteína (NOLLET, BERX, van ROY, 1999). São importantes no

estabelecimento e manutenção das uniões intercelulares, assim como na determinação da

especificidade adesiva das células (TAKEICHI, 1991; WHEELOCK, JOHNSON, 2003).

O cálcio é essencial para a função adesiva das caderinas que na sua ausência, sofrem

uma enorme alteração conformacional e, como resultado, são rapidamente degradadas por

enzimas proteolíticas (KEMLER, 1993; WHEELOCK, JOHNSON, 2003).

As primeiras caderinas identificadas foram nomeadas de acordo com seu tecido de

origem. A E-caderina está presente em tecidos epiteliais, a N-caderina, também chamada de

A-CAM ou N-Cal-CAM, foi primeiramente encontrada em tecidos neurais e musculares e a

P-caderina observada inicialmente na placenta e no epitélio, podendo ser expressa em outros

tecidos durante o desenvolvimento (ALBELDA, 1993; KEMLER, 1993; WIJNHOVEN,

DINJENS, PIGNATELLI, 2000).

Basicamente, as caderinas podem ser subdivididas em dois grupos: caderinas clássicas,

que se caracterizam por possuir um domínio citoplasmático altamente conservado e pela

capacidade de formar complexos através de interações muito específicas com proteínas

intracelulares denominadas cateninas e caderinas desmossomais que são proteínas

transmembrana componentes dos desmossomos (ROWLANDS et al, 2000; CONACCI-

SORRELL, SIMCHA, BEN-YEDIDIA, 2003).As caderinas clássicas incluem a E-caderina, a

N-caderina, a P-caderina, a Caderina-6, a Caderina-II e outras, enquanto que do grupo das

caderinas desmossomais, fazem parte as desmogleínas e as desmocolinas (RAMBURAN,

GOVENDER, 2002). As caderinas clássicas, como a E-, N- e P-caderina funcionam como

proteína transmembrana de ligação que medeiam as interações entre o citoesqueleto de actina

através de proteínas de ligação intracelular chamadas de cateninas. As caderinas

desmossomais possuem o domínio citoplasmático diferente e interagem com um grupo

distinto de proteínas de ligação que irão, por sua vez, interagir com os filamentos

intermediários, ao invés da actina (ALBERTS et al,1997).

O gene que codifica a E-caderina é o CDH1, situado no cromossomo 16q22. A E-

caderina, também chamada uvomorulina, é uma das caderinas mais estudadas, presente em

vários tipos de células epiteliais, constituindo uma glicoproteína transmembrana de 120-kda

envolvida na adesão celular (ALBELDA, 1993; KEMLER, 1993), sendo composta por três

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domínios: um citoplasmático, um transmembranoso e um extracelular (BEAVON, 2000;

HAJRA, FEARON, 2002).

O domínio extracelular da E-caderina se liga, através de ligações homofílicas

dependentes de cálcio, ao domínio extracelular de uma molécula de E-caderina de uma célula

vizinha, assumindo uma conformação “zíper-like”. O domínio citoplasmático da E-caderina

se liga à actina do citoesqueleto através de interações heterotípicas com proteínas chamadas

cateninas, estabelecendo o complexo citoplasmático de adesão celular, importante para a

formação da adesão extracelular célula-célula (WITCHER et al, 1996; WIJNHOVEN,

DINJENS, PIGNATELLI, 2000).

Estudos indicam que a perda ou a expressão reduzida da E-caderina pode afetar a adesão

celular permitindo ou aumentando o risco da progressão tumoral e dessa forma, é facilitada a

diferenciação tumoral, o aumento da invasão e o desenvolvimento de metástase

(BIRCHMEIER, BEHRENS, 1994; JIM, 1996).

Investigações sobre o papel funcional das caderinas podem fornecer, além de

informações sobre o mecanismo biológico da progressão tumoral, também a identificação de

novos alvos moleculares na terapia anti-câncer (CAVALLARO, SCHAFFHAUSER,

CRISTOFORI, 2002).

A relação entre a expressão imuno-histoquímica da E-caderina e o grau de diferenciação

do carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço foi avaliada por Schipper et al em 1991. Os

resultados encontrados pelos autores demonstraram forte expressão da E-caderina nos casos

bem diferenciados, enquanto que os tumores moderadamente diferenciados expressaram uma

marcação num padrão heterogêneo e os casos pouco diferenciados não expressaram a

E-caderina. Os autores sugerem que a expressão da referida molécula de adesão exerce um

importante papel na progressão dos carcinomas epidermóides de cabeça e pescoço, sendo que

sua expressão reduzida poderia estar associada com a perda de diferenciação e com o

aparecimento de metástase.

Em 1993, em trabalho imuno-histoquímico da E-caderina realizado por Bowie et al, em

33 carcinomas epidermóides de cabeça e pescoço, os autores não conseguiram estabelecer

uma associação entre a expressão reduzida do referido marcador e os fatores: idade, sexo,

localização anatômica, estadiamentos T e N, presença de metástase, assim como a sobrevida

dos pacientes. Os autores concluíram que a expressão da E-caderina em carcinomas

epidermóides de cabeça e pescoço não representa valor clínico.

Mattijssen et al (1993) analisaram a expressão imuno-histoquímica da E-caderina em

uma amostra de 50 carcinomas epidermóides de cabeça e pescoço, sendo 27 de laringe e 23 de

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cavidade oral. Foi observada uma correlação significativa entre a expressão da E-caderina e o

grau de diferenciação tumoral, porém não foi observada correlação entre a expressão da

referida molécula de adesão e os estadiamentos T e N. Com relação à sobrevida, os pacientes

que apresentaram os melhores índices foram aqueles que também apresentaram uma forte

expressão da E-caderina. Dessa forma, os autores sugerem que a E-caderina tem um

importante valor prognóstico para os pacientes com carcinoma epidermóide de cabeça e

pescoço.

Em 1997, Yamada et al avaliaram a relação entre a expressão imuno-histoquímica da E-

caderina e o estadiamento clínico e o grau de diferenciação de 16 carcinomas epidermóides

primários de boca. Os resultados deste estudo demonstraram redução da E-caderina mais

acentuada nas células periféricas das ilhotas tumorais localizadas na região do front invasivo,

sugerindo assim, que a perda da expressão da E-caderina correlacionou-se positivamente com

os estadiamentos T e N mais avançados e com a perda da diferenciação dos carcinomas

epidermóides estudados.

Em trabalho realizado por Shinohara et al (1998), foi estudada a imuno-expressão da E-

caderina em 54 carcinomas epidermóides de cavidade oral, sendo que destes, 28

apresentavam comprometimento linfonodal. Os autores observaram que a redução da

expressão da E-caderina foi correlacionada com o comportamento invasivo e metastático de

todos os casos da amostra estudada. Porém, os autores não estabeleceram uma correlação

entre a perda da expressão da E-caderina e o grau de diferenciação celular.

A expressão imuno-histoquímica das moléculas de adesão E-caderina e

cateninas (α, β, γ) foi avaliada em 85 carcinomas epidermóides de língua por Chow et al

(2001). Foi também estudada a expressão destes marcadores em nove linfonodos metastáticos

e em sete tumores que apresentaram recidiva local. Foi observada correlação entre a

expressão reduzida da referida molécula de adesão e as taxas de recorrência e sobrevida,

concluindo os autores que a E-caderina foi o fator prognóstico mais importante para a

recorrência e sobrevida dos pacientes portadores de carcinoma epidermóide de língua.

Em 2002, Okamoto et al se propuseram estudar se a expressão de alguns marcadores

imuno-histoquímicos, entre eles a E-caderina, se correlacionava com parâmetros clínicos de

metástase linfonodal. A amostra estudada foi composta por 59 casos de carcinoma

epidermóide de língua com metástase diagnosticada num período de 5 anos. Os resultados

mostraram que não houve correlação entre a expressão da E-cadrina e a presença de

metástase.

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Em um estudo imuno-histoquímico com a E-caderina e com a β-catenina realizado em

106 carcinomas epidermóides de esôfago, Zhao et al (2003) se propuseram esclarecer se a

expressão das referidas moléculas de adesão correlacionava-se com variáveis clinico-

patológicas e evolução clínica da doença. Os resultados mostraram que houve uma redução da

expressão da E-caderina e da β-catenina em 66,03 e 69,80% dos casos analisados

respectivamente, sendo a perda da expressão da E-caderina relacionada com a gradação

histológica, tamanho do tumor, estágio clínico e invasão venosa. Houve também expressão

reduzida da E-caderina nos casos com metástase linfonodal e nos pacientes com uma taxa de

sobrevida curta. Concluíram os autores que a expressão da E-caderina é um fator indicativo de

prognóstico pobre nos pacientes portadores de carcinomas epidermóides de esôfago.

Takes et al (2004) investigaram o valor de alguns marcadores biológicos, entre eles a E-

caderina, como fatores indicativos de metástase linfonodal em 121 carcinomas epidermóides

de cabeça e pescoço. Após os resultados obtidos, os autores concluíram que a expressão dos

marcadores biológicos estudados pode fornecer informação limitada do comportamento

metastático do tumor. Embora o uso de tais marcadores de metástase regional represente uma

ferramenta adicional de valor prognóstico, seus resultados não garantem que o uso desses

parâmetros possa determinar a decisão clínica relativa ao tratamento dos carcinomas

epidermóides de cabeça e pescoço.

Lyakhovitsky et al em 2004, realizaram um estudo imuno-histoquímico com o objetivo

de analisarem a participação do complexo caderina/catenina na progressão do carcinoma

cutâneo de células escamosas. A análise estatística do referido estudo revelou uma correlação

entre a expressão da E-caderina e da ß-catenina e a diferenciação do tumor. Esses achados

levam à hipótese de que o carcinoma cutâneo de células escamosas é um processo contínuo,

de evolução gradual, tanto a nível morfológico quanto molecular.

Lim et al (2004) estudaram, dentre outros marcadores imuno-histoquímicos, a expressão

da E-caderina em 56 pacientes com carcinoma epidermóide de língua que apresentavam T (1-

2) N (0) M (0). Foram analisados os seguintes aspectos microscópicos: espessura do tumor,

modo de invasão, gradação histopatológica de malignidade de BRODERS (1941), índice de

malignidade de BRYNE et al (1989), forma das ilhas tumorais, invasões linfática e sanguínea

e invasão perineural. Após os resultados obtidos, concluíram os autores que, pacientes com

carcinoma epidermóide de língua T1-2 com espessura tumoral acima de quatro milímetros,

com padrões de invasão em cordões finos ou em células isoladas, com modo de invasão graus

3 e 4 e com uma redução da expressão de E-caderina, devem ser considerados um grupo de

risco para o desenvolvimento de metástases tardias.

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Diniz-Freitas et al (2005) avaliaram a expressão imuno-histoquímica da E-caderina em

47 casos de carcinoma epidermóide oral e sua possível relação com os achados clínico-

histológicos, curso clínico e sobrevida do paciente. Os autores observaram que houve uma

associação significativa entre a expressão fraca ou reduzida da E-caderina e o padrão

histológico mais invasivo e metástase linfonodal. Diante de seus resultados, os autores

concluíram que a expressão reduzida da E-caderina em carcinoma epidermóide oral está

associada a um comportamento mais agressivo do tumor e a um prognóstico pobre. Desta

forma, sugerem os referidos autores que, a E-caderina é um indicador de tempo de sobrevida

reduzido.

2.5 CD44

O CD44 é uma glicoproteína ácida sulfatada, com peso molecular de 80-95kD,

transmembrana, presente em uma ampla variedade de tipos celulares incluindo os linfócitos T

e B, granulócitos, macrófagos, eritrócitos, fibroblastos, células endoteliais, células epiteliais e

células gliais (GORHAM et al, 1996). A expressão do CD44 pode ser encontrada ainda nas

células epiteliais da pele humana, esôfago, cérvice uterina, mama, bexiga e cavidade oral

(MY-P et al, 1998).

De acordo com Goodison, Tarin (1998), o CD44 é um gene que codifica uma ampla

variedade de proteínas de superfície celular, formadas por slice alternativo de seus éxons. Este

gene é composto por 20 éxons, dos quais 10 são chamados éxons constantes 1-5 e 16-20,

sendo expressos juntos em todos os tipos celulares sob a forma padrão (CD44s), também

chamada forma hematopoiética (CD44H). Os éxons remanescentes (6-15) podem sofrer splice

alternativo e serem incorporados aos éxons padrões, gerando um número variado de isoformas

protéicas (CD44v). Estruturalmente, a proteína CD44 contém 363 aminoácidos e consiste de

três regiões: um domínio citoplasmático C-terminal de 72 aminoácidos, um domínio

transmembrana de 21 aminoácidos e um domínio extracelular de 270 aminoácidos que se liga

ao ácido hialurônico, sendo um dos principais receptores celulares de superfície para este

componente da matriz extracelular (MY-P et al, 1998; GOODISON, URQUIDI, TARIN,

1999).

A proteína CD44 está envolvida no contato célula-célula e nas interações célula-matriz,

sendo que seu principal papel e de suas isoformas é a manutenção da adesão celular

(RUDZKI, JOTHY, 1997). Está implicado numa diversidade de processos fisiológicos e

patológicos incluindo a embriogênese, a adesão de linfócitos circulantes ao endotélio

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vascular, a adesão de células às proteínas da matriz extracelular, a hematopoiese, a aderência

e ativação de linfócitos, a inflamação e o câncer. (SALMI et al, 1993; MY-P et al, 1998).

Interações entre as células mesenquimais e epiteliais são consideradas fundamentais

para o mecanismo de oncogênese, sendo apontado que o processo de invasão tumoral e

metástase requer alterações complexas nas interações célula-célula e célula-matriz

extracelular, as quais refletem numa hipo ou hiperexpressão de proteínas, entre elas o CD44v6

(ANDRADE et al, 2003).

Estudos demonstram que a expressão do CD44 e de suas isoformas é alterada em

diferentes tipos de neoplasias malignas (KANKE et al, 2000), sendo observado um padrão de

expressão de marcada diversidade (MORRIS et al, 2001). A expressão alterada da referida

molécula de adesão está relacionada com os processos de progressão tumoral e de metástase

(HUDSON et al, 1996; OLIVEIRA, ODELL, 1997).

As isoformas do CD44 são expressas nas células malignas, especialmente o CD44v6,

mas seu padrão de expressão nos diferentes tipos de neoplasias malignas é discutido, uma vez

que o CD44v6 pode atuar como moléculas de adesão promotoras do crescimento e invasão

tumoral ou como cofator de supressão de tumor regulando o crescimento tumoral (GONG

et al, 2005).

Tem sido observada uma associação entre níveis aumentados da expressão do CD44v6 e

a sobrevida curta, prognóstico pobre e a presença de metástase (NAOR, SIONOV, ISH-

SHALOM, 1997; NIU et al, 2002). Por outro lado, há trabalhos que mostram uma redução ou

perda da expressão do CD44v6 associada com os referidos processos citados anteriormente

(SPAFFORD et al, 1996; FALEIRO-RODRIGUES, LOPES, 2004).

Kunishi, Kayada e Yoshiga (1997) avaliaram imuno-histoquimicamente a expressão do

CD44v6 em trinta e oito casos de carcinoma epidermóide oral, sendo 19 de língua e 19 de

soalho de boca e em dez amostras de mucosa oral normal, com o objetivo de estabelecer uma

correlação entre a imunoexpressão da referida molécula de adesão e achados clinico-

patológicos. Embora seus resultados não tenham demonstrado uma correlação entre a perda

de expressão do CD44v6 e o grau de diferenciação tumoral e a presença de metástase, os

autores sugerem que o CD44v6 possa ser um indicador do potencial metastático em

carcinomas epidermóides orais.

Noventa e nove pacientes portadores de carcinomas epidermóides de cavidade oral e de

orofaringe sem metástase à distância foram estudados por Stoll et al (1999) com o objetivo de

verificar a influência de diferentes isoformas de CD44 na sobrevida dos referidos pacientes. A

diminuição de pelo menos uma das isoformas de CD44 foi observada em 39,4% da amostra

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estudada. Os autores concluíram que são necessários mais estudos que expliquem o

mecanismo molecular dos fatores associados com os processos de adesão e expansão das

células tumorais.

A fim de determinar a correlação entre a expressão do CD44v6 e aspectos clinico-

patológicos do carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço, entre eles 35 casos de língua e

soalho de boca, Kanke et al, em 2000, desenvolveram um estudo utilizando o método imuno-

histoquímico e cultura de células (HSC-2 e HT-1080). Foi observada uma correlação entre a

perda de expressão do CD44v6 e os casos de carcinoma epidermóide pouco diferenciados e

elevadas taxas de metástase cervical. Os autores sugerem que o CD44v6 pode ser empregado

como marcador biológico de malignidade em carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço,

além de considerarem que a perda ou disfunção da referida proteína está envolvida na

habilidade de invasão das células neoplásicas.

Em trabalho realizado por Fonseca et al (2001) em 56 casos de carcinoma epidermóide

de borda de língua, os autores se propuseram investigar a imuno-expressão do CD44

(-v3, -v4, -v5 e -v6) na tentativa de definir seu valor como marcador biológico de

agressividade tumoral. Frente aos resultados obtidos, que demonstraram uma sub-regulação

do referido marcador, concluiram os autores que o padrão e a intensidade de marcação das

isoformas de CD44 estudadas, estão relacionados com a gradação histológica do tumor,

diferenciação e padrão de invasão das células neoplásicas.

Bànkfalvi et al (2002) realizaram um estudo com o objetivo de definir se a perda da

expressão de CD44 (-s, -v3, -v4, -v5, v-6, v-7, v-9), E-caderina e β-catenina correlacionava-se

ou não com a evolução clínica e com o prognóstico do carcinoma epidermóide oral. Foram

estudados 93 carcinomas epidermóides de língua e assoalho bucal, 30 metástases associadas e

12 tumores recorrentes. A expressão das moléculas de adesão estudadas foi comparada com

os seguintes fatores clinico-patológicos: tamanho do tumor, comprometimento linfonodal,

grau de diferenciação, análise do front invasivo e recorrência. Foi observada perda da

expressão da E-caderina/β-catenina e forte acúmulo de CD44 (s, -v3, -v4 e -v7) no front

invasivo. Nos casos de metástase linfonodal e recorrência do tumor, houve além da perda de

expressão do CD44 (s, -v4 e -v7) e da E-caderina, aumento significativo do CD44v9,

permanecendo inalterada a expressão de CD44v5 e v6. Esses achados indicaram que, durante

a carcinogênese oral e a progressão do tumor, há alguma expressão alterada de moléculas de

adesão, podendo indicar que tais moléculas apresentem um valor prognóstico do carcinoma

epidermóide oral.

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Kawano et al em 2004, realizaram um estudo imuno-histoquímico em 57 casos de

carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço a fim de definir a relação entre a expressão de

CD44s, CD44-v6 e de E-caderina e parâmetros clinico-patológicos como tamanho do tumor,

metástase linfonodal, estágio clínico e prognóstico. Com base na análise imuno-histoquímica

realizada, os autores demonstraram que não houve correlação entre a expressão das referidas

moléculas de adesão e os parâmetros clinico-patológicos. Com relação ao prognóstico, a

sobrevida dos pacientes com tumores CD44s e CD44-v6 positivos foi menor do que os

pacientes com tumores CD44s e CD44-v6 negativos, enquanto que não houve correlação

entre a expressão de E-caderina e a taxa de sobrevida dos pacientes. Os autores concluíram

que a redução da expressão de CD44s, CD44-v6 está associada a um bom prognóstico em

pacientes com carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço.

No ano seguinte, Kawano et al (2005) investigaram se havia correlação entre o aumento

de níveis séricos de várias moléculas de adesão, entre elas, o CD44v6 e variáveis clinico-

patológicas de pacientes com carcinoma epidermóide de cabeça e pescoço. Foi observado que

pacientes com metástase à distância apresentavam níveis séricos mais elevados de CD44v6,

estabelecendo assim, uma correlação entre as duas variáveis estudadas. Para os autores, a

determinação da concentração sérica do CD44v6 deveria servir como ferramenta adicional

sobre o prognóstico da doença. Entretanto, estudos futuros com amostras maiores e um

acompanhamento mais longo dos pacientes são necessários para confirmação de seus

resultados.

Perea, Bernal e Bustillo (2005) estudaram setenta e nove casos de carcinoma

epidermóide de lábio a fim de estabelecer o valor prognóstico da imuno-expressão de alguns

marcadores biológicos, entre eles, o CD44v6. Os resultados demonstraram uma associação

significativa entre a perda de expressão do CD44v6 e a diminuição das taxas de sobrevida dos

pacientes, concluindo os autores que a imuno-expressão do CD44v6 possa servir como fator

indicativo de prognóstico nos casos de carcinoma epidermóide de lábio.

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PROPOSIÇÃO

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3. PROPOSIÇÃO

O presente estudo teve como objetivo analisar o padrão de expressão imuno-

histoquímica das proteínas E-caderina e CD44v6, em carcinomas epidermóides de lábio

inferior e língua, a fim de estabelecer uma possível relação entre a expressão dos referidos

marcadores biológicos e a localização anatômica da lesão, a presença de metástase nodal e a

gradação histológica de malignidade proposta por Bryne (1998), visando um melhor

entendimento do comportamento biológico da lesão estudada.

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MATERIAL E MÉTODOS

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Caracterização do estudo

O presente estudo consistiu de uma pesquisa descritiva composta por avaliação clinico-

morfológica dos carcinomas epidermóides de lábio inferior e língua para obtenção da

gradação histológica de malignidade do tumor, assim como, pela análise da expressão imuno-

histoquímica das proteínas E-caderina e CD44v6.

4.2 População

A população para este estudo foi constituída de casos de carcinoma epidermóide oral

diagnosticados no Serviço de Citologia e Anatomia Patológica do Instituto Maranhense de

Oncologia Aldenora Bello, em São Luís – Ma.

4.3 Amostra

Foram selecionados para este estudo, 30 casos de carcinoma epidermóide orais, sendo

15 de lábio inferior e 15 de língua dos pacientes atendidos no Instituto Maranhense de

Oncologia Aldenora Belo, em São Luís – Ma, no período de 1992 a 2004.

4.4 Critérios de seleção da amostra

4.4.1 Critérios de inclusão

Foram utilizados como critérios de inclusão, os casos localizados nos sítios anatômicos

supracitados, cujo material emblocado em parafina estivesse em bom estado de conservação e

que apresentassem quantidade de tecido suficiente para a realização do estudo imuno-

histoquímico, sendo avaliada a região do front invasivo.

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4.4.2 Critérios de exclusão

Foram excluídos da amostra todos os casos de carcinoma epidermóide de lábio inferior e

de língua com quimioterapia ou radioterapia prévias, bem como aqueles casos com material

insuficiente e com extensas áreas de necrose.

4.5 Estudo clínico

Foram colhidos os dados clínicos a partir de informações contidas nos prontuários dos

pacientes atendidos no Hospital supracitado, sendo estes dados inerentes ao sexo, idade,

localização anatômica, presença ou não de metástase. Estes dados foram anotados em uma

ficha previamente elaborada.

4.6 Estudo morfológico

Para a análise morfológica dos espécimes utilizados na presente pesquisa, foram obtidas

amostras de material fixado em formol a 10%, incluídas em parafina, as quais foram

submetidas a cortes histológicos de 5 µm de espessura e coradas pela técnica da

Hematoxilina/Eosina. Os espécimes devidamente preparados foram avaliados posteriormente

à microscopia de luz para análise da gradação histológica de malignidade, no front de invasão.

O sistema de gradação histológica de malignidade utilizado foi o proposto por Bryne (1998),

sendo avaliados os seguintes parâmetros, constantes no quadro 1.

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Quadro 1. Sistema de gradação de malignidade “Modo de invasão” recomendado por

Bryne (1998)

ESCORE DE MALIGNIDADE 1 2 3 4 Grau de cerati-nização

Altamente cera-tinizado (+ de 50% das células)

Moderadamente ce-ratinizado (de 20 a 50% das células)

Mínima ceratini-zação (5 a 20% das células)

Nenhuma cera-tinização (0 a 5% das células)

Pleomorfismo nuclear

Pouco pleomor-fismo (+ de 75% de células maduras)

Moderado pleomor-fismo (50 - 75% de células maduras)

Pleomorfismo in-tenso (25 - 50% de células maduras)

Pleomorfismo ex-tremo (0 - 25% de células maduras)

Padrão de invasão

Bordas infiltrativas bem delimitadas

Cordões, bandas e/ou trabéculas sólidas infiltrativas

Pequenos grupos ou cordões de células infiltrativas (n>15)

Dissociação celular espraiada e pronunciada, em pequenos grupos e/ou células indi-viduais (n<15)

Infiltrado inflamatório

Intenso Moderado Escasso Ausente

Ainda, seguindo as recomendações de Bryne (1998), a análise dos parâmetros

morfológicos foi realizada nas áreas mais profundas de invasão tumoral e, para cada

parâmetro, foi emitido um escore variando de 1 a 4, de acordo com o previsto no sistema,

sendo posteriormente, somado em cada caso. Os casos que obtiveram pontuação total de 4 a 8

pontos, foram classificados em baixo grau e em alto grau, aqueles com pontuação total

superior a 8. Esta classificação foi proposta por Miranda (2002) e consiste em uma

modificação à classificação de Bryne et al. (1989).

Os dados obtidos através dessa análise foram anotados em fichas individuais

previamente elaboradas (Apêndice A).

4.7 Estudo imuno-histoquímico

Para este estudo, foram obtidos cortes histológicos de 3 µm de espessura, a partir do

material incluído em parafina e estendidos em lâminas de vidro previamente limpas e

preparadas com adesivo à base de Organosilano (3-aminopropyltriethoxy-silano, Sigma

Chemical Co, CA,USA). A seguir, os referidos cortes foram submetidos ao método imuno-

histoquímico pela técnica da Estreptoavidina-biotina (SABC- streptoavidin biotin complex),

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utilizando-se os anticorpos primários anti-E-caderina e anti-CD44v6 conforme descrito a

seguir:

� Desparafinização em dois banhos de xilol:

- xilol 1 (30 minutos) - 570 C

- xilol 2 (20 minutos) – Temperatura Ambiente (TA)

� Re-hidratação em cadeia descendente de etanóis

- Etanol absoluto I (5 minutos)- TA

- Etanol absoluto I I (5 minutos)- TA

- Etanol absoluto III (5 minutos)- TA

- Etanol 950 (5 minutos)- TA

- Etanol 800 (5 minutos)- TA

� Remoção do pigmento formólico com Hidróxido de amônia a 10% em etanol a

95% (10 minutos)- TA

� Lavagem em água corrente (10 minutos)

� Passagem dupla em água destilada (5 minutos cada)

� Recuperação antigênica (Quadro 2)

� Lavagem em água corrente (10 minutos)

� Passagem dupla em água destilada (5 minutos cada)

� Bloqueio da peroxidase endógena com peróxido de hidrogênio (H2O2) 10 volumes-

2 trocas (10 minutos cada)

� Lavagem em água corrente (10 minutos)

� Passagem dupla em água destilada (5 minutos cada)

� Incubação em solução tampão de TRIS-HCL – pH 7,4 – (Tris-hidroxi-metil- ami-

nometano, Sigma Chemical CO. USA) – 2 trocas (5 minutos cada)

� Lavagem em água corrente (10 minutos)

� Passagem dupla em água destilada (5 minutos cada)

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� Incubação dos anticorpos primários conforme determinação dos fabricantes

(Quadro 2)

� Lavagem com TRIS-HCL

� Incubação com TRIS-HCL-2 trocas (5 minutos cada)

� Incubação do anticorpo secundário polivalente*(cabra anticamundongo anti-coelho/

Dako Corporation, Denmark), por um período de 30 minutos – TA

� Lavagem com TRIS-HCL

� Incubação com TRIS-HCL- 2 trocas (5 minutos cada)

� Incubação do complexo Estreptoavidina-Biotina (Dako A/S, Glostrup, Denmark)/

30 minutos- TA*

* Tanto o anticorpo secundário como o complexo Estreptoavidina-Biotina utilizados foram

provenientes do Kit Dako LSAB + peroxidase universal K0690 (Dako Corp.,Denmark)

� Lavagem com TRIS-HCL

� Incubação com TRIS-HCL-2 trocas (5 minutos cada)

� Revelação da solução cromógena de diaminobenzidina a 0,03% (3,3- diaminoben-

zina, Sigma Chemical CO, USA), diluída em 100ml de TRI-HCL acrescida de

0,6ml de peróxido de hidrogênio 20 volumes, aplicada por um período de 3 minu-

tos, em câmara escura

� Lavagem em água corrente (10 minutos)

� Passagem em água destilada

� Contra-coloração com Hematoxilina de Mayer (10 minutos) – TA

� Lavagem em água corrente (10 minutos)

� Passagem dupla em água destilada (5 minutos cada)

� Desidratação em cadeia ascendente de etanóis:

- Etanol 800 (2 minutos)- TA

- Etanol 950 (2 minutos)- TA

- Etanol absoluto I (2 minutos)- TA

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- Etanol absoluto I I (2 minutos)- TA

- Etanol absoluto III (2 minutos)- TA

� Diafanização em dois banhos de xilol:

- Xilol 1 (2minutos)

- Xilol 2 (2minutos)

� Montagem da lamínula em resina permount R ( Fischer Scientific, USA) para a

observação em microscopia de luz

O anticorpo secundário e o complexo Estreptoavidina-Biotina foram diluídos em solução

tampão TRIS-HCL (pH 7,4)

Quadro 2. Especificidade, clone, recuperação antigênica, diluição, tempo de incubação e

fabricante dos anticorpos utilizados

Especificidade Clone Recuperação Antigênica

Diluição Tempo de Incubação

Fabricante

E-caderina NCH-384

Steam - citrato pH 6.0

1:50 Overnight Dako

CD44v6 VFF-7 Steam - citrato pH 6.0

1:80 60 minutos Novocastra

4.8 Análise da expressão imuno-histoquímica

Foi realizada no front de invasão tumoral, utilizando-se microscopia de luz, sendo

verificada a presença (P) ou ausência (A) de marcação, de coloração acastanhada, para ambos

os anticorpos empregados. O padrão de marcação foi avaliado, de acordo com a metodologia

proposta por Lyakhovitsky et al (2004):

1. ausente

2. heterogêneo focal

3. homogêneo reduzida

4. homogêneo forte

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Foi, ainda, analisada a porcentagem de células imunopositivas para a E-caderina e o

CD44v6, sendo atribuídos os seguintes escores:

Escore Porcentagem das células imunopositivas

1 < 25%

2 26 a 50%

3 51 a 75%

4 > 75%

Os dados obtidos, por meio dessa análise, foram anotados em fichas individuais

previamente elaboradas (Apêndice B).

4.9 Análise estatística

Os resultados obtidos foram submetidos à análise estatística, objetivando confirmar ou

refutar as hipóteses levantadas na presente pesquisa. Para tanto, os dados foram digitados no

programa Statistical Package SPSS® versão 10.0 para ambiente windows (SPSS Inc. Chicago,

Illinois, 1999), onde foram realizadas as referidas análises.

Com a finalidade de verificar diferenças significativas entre as variáveis independentes

(localização anatômica, metástase nodal e gradação histológica de malignidade) e o padrão de

expressão e quantidade de células imunopositivas para E-caderina e CD44v6, utilizou-se o

teste de Mann-Whitney. As correlações entre as variáveis: parâmetros de gradação histológica

de malignidade, escore total de malignidade, padrão e quantidade de células imunopositivas

para a E-caderina e o CD44v6, foram observadas através do Coeficiente de correlação de

Spearman (r).

O Teste Exato de Fisher foi utilizado para investigar a associação entre as variáveis

independentes (localização anatômica, metástase nodal e gradação histológica de

malignidade). Para todos os testes estatísticos utilizados neste estudo considerou-se um nível

de significância de 5%.

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4.10 Implicações éticas

O projeto de pesquisa desenvolvido foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em

Pesquisa do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão, São Luís – Ma,

sendo aprovado através do parecer no 121/2005 (Anexo A).

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RESULTADOS

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5. RESULTADOS

5.1 Caracterização da amostra estudada

A análise dos 30 casos de carcinomas epidermóides orais estudados revelou que 21

pacientes (70%) eram do sexo masculino e 09 (30%) eram do sexo feminino. A idade dos

pacientes, no momento do diagnóstico, variou de 34 a 91 anos, sendo a idade média de 64,2

anos. Dos casos de carcinomas epidermóides de língua, 11 (73,3%) apresentaram metástase

nos linfonodos regionais, sendo que em apenas 03 pacientes (26,7%) com carcinomas

epidermóides de lábio inferior, a metástase se fazia presente, havendo associação significativa

entre a localização da lesão e a metástase nodal (Tabela 1), sendo, portanto, os carcinomas

epidermóides de língua mais associados à metástase do que aqueles de lábio inferior.

TABELA 1. Distribuição dos casos de carcinoma epidermóide oral, segundo a localização anatômica e presença de metástase nodal. Natal, RN-2006.

Metástase nodal Localização

Presente Ausente

p*

Lábio inferior 03 (20%) 12 (80%) 0,009

Língua 11 (73,33%) 04 (26,67%)

* Teste Exato de Fisher

Fonte: Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello - IMOAB

5.2 Análise morfológica

A análise da gradação histológica de malignidade foi feita na região do front de invasão

tumoral (Figura 1A). Nessa análise, foram observados os diferentes padrões de invasão

descritos por Bryne (1998) (Figuras 1B e 1C).

A amostra estudada apresentou um escore total de malignidade que variou de 6 a 15,

sendo que os casos de carcinomas epidermóides com valores de 4 a 8 pontos, foram

classificados em baixo escore e, aqueles maiores que 8 foram considerados como alto escore

de malignidade.

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Na Tabela 2, pode-se observar a distribuição dos casos de carcinoma epidermóide nos

dois grupos pesquisados, onde o Sistema de gradação de malignidade adotado foi o

preconizado por Bryne (1998) e mofificado por Miranda (2002).

TABELA 2. Distribuição dos casos de carcinoma epidermóide oral, segundo a localização anatômica da lesão e a gradação histológica de malignidade proposta por Bryne (1998) e adaptada por Miranda (2002). Natal, RN-2006.

Gradação histológica de malignidade Localização

Baixo grau Alto grau

p*

Lábio 6 (40%) 9 (60%) 0,700

Língua 4 (26,67) 11 (73,33%)

* Teste Exato de Fisher

Fonte: Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello - IMOAB

Foram observados 06 casos de carcinomas epidermóides de lábio inferior (40%) com

baixo escore de malignidade e 09 (60%) com alto escore. Com relação aos carcinomas

epidermóides de língua, 11 casos (73,33%) apresentaram alto escore de malignidade e apenas

04 (26,67%) foram classificados como baixo escore. Desse modo, não houve associação

significativa entre a localização da lesão e seus escores de malignidade.

Embora não tenha sido objetivo deste estudo, buscou-se conhecer qual dos parâmetros

de gradação histológica de malignidade mais contribuiu na determinação do escore total de

malignidade. Nesse sentido, a Tabela 3 expressa a correlação entre cada um desses parâmetros

e o escore total de malignidade (Figuras 1B e 1C) (Figuras 2A, 2B e 2C).

TABELA 3. Coeficiente de correlação de Spearman e sua significância estatística entre o escore total de malignidade e os parâmetros de gradação histológica de malignidade. Natal – RN, 2006.

Parâmetros de gradação histológica de malignidade

Grau de

ceratinização

Pleomorfismo

nuclear

Padrão de

invasão

Infiltrado

inflamatório

Parâmetros de gradação histológica de malignidade

R p r p r p r p

Escore total 0,844 <0,0001 0,748 <0,0001 0,533 0,002 0,742 <0,0001

Fonte: Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello - IMOAB

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Analisando a Tabela 3, verifica-se que houve uma correlação positiva e significativa

entre todos os parâmetros de gradação histológica de malignidade e o escore total de

malignidade. O parâmetro grau de ceratinização apresentou a melhor correlação (r = 0,844),

sendo, portanto, o que mais contribuiu para a determinação do escore total de malignidade.

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5.3 Análise imuno-histoquímica

Com o objetivo de verificar a expressão imuno-histoquímica das proteínas E-caderina e

CD44v6 em carcinomas epidermóides de variada gradação histológica de malignidade, a

Tabela 4 mostra as medianas, os quartis e os parâmetros estatísticos do teste de Mann-

Whitney para o padrão de expressão e a quantidade de células imunopositivas para E-caderina

e o CD44v6 em relação às lesões de lábio inferior e de língua.

TABELA 4. Tamanho da amostra, medianas, quartis, média e soma dos postos, estatística U e sua significância entre o padrão de expressão e a quantidade de células imunopositivas para a E-caderina e o CD44v6 em relação à localização da lesão. Natal – RN, 2006.

Padrão de expressão Localização

da lesão

n Mediana Q25-Q75 Média

dos

postos

Soma

dos

postos

U p

Lábio inferior 15 2 1-3 15,27 229,00 E-caderina

Língua 15 2 1-3 15,73 236,00

109,00 0,879

Lábio inferior 15 2 1-3 16,10 241,50 CD44v6

Língua 15 2 1-3 14,90 223,50

103,50 0,695

Quantidade de células imunopositivas

Localização

da lesão

n Mediana Q25-Q75 Média

dos

postos

Soma

dos

postos

U p

Lábio inferior 15 2 1-3 15,53 233,00 E-caderina

Língua 15 1 1-3 15,47 232,00

112,00 0,982

Lábio inferior 15 1 1-3 14,90 223,50 CD44v6

Língua 15 1 1-4 16,10 241,50

103,50 0,682

Fonte: Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello - IMOAB

Em se tratando dos valores da imunoexpressão em membrana para a E-caderina e para o

CD44v6, em relação à localização anatômica, os valores demonstram que, dos casos

estudados, 50% ou menos apresentaram o padrão de marcação 2, ou seja, marcação

heterogênea focal. Os resultados mostraram que não houve diferença significativa entre as

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medianas para o padrão de expressão e os anticorpos testados entre os carcinomas

epidermóides de lábio inferior e de língua.

Com relação à quantidade de células imunopositivas, ficou evidenciado que para a E-

caderina, 50% dos casos ou menos de lábio inferior apresentaram o escore 2, no qual 26 a

50% das células apresentaram imunomarcação positiva, enquanto que para os casos de

carcinomas epidermóides de língua, 50% ou menos apresentaram escore 1, onde menos de

25% das células eram imunopositivas (Figuras 3 e 4). A marcação para o CD44v6 mostrou

que 50% ou menos dos casos apresentaram escore 1, tanto para os casos de carcinomas

epidermóides de lábio inferior quanto os de língua. A despeito das medianas para a

quantidade de células imunopositivas para a E-caderina terem sido diferentes, não houve

diferença estatisticamente significativa entre elas. O mesmo foi observado em relação à

quantidade de células marcadas para o CD44v6.

Tomando como base os mesmos parâmetros, ou seja, padrão de expressão e a

quantidade de células imunopositivas para ambos os marcadores, tanto em relação à presença

ou à ausência de metástase, pode-se constatar que a mediana observada com relação ao padrão

de expressão da E-caderina e do CD44v6 foi correspondente ao escore 2 de expressão, ou

seja, padrão heterogêneo focal. Quanto à quantidade de células imunopositivas para a

E-caderina, observa-se que 50% ou menos dos casos de carcinomas epidermóides sem

metástase nodal apresentaram escore 2, no qual 26 a 50% das células apresentaram marcação

positiva (Figura 3), enquanto que para os casos com metástase, esse valor correspondeu ao

escore 1, havendo menos de 25% de células imunopositivas (Figura 4). Para o CD44v6, em

50% ou menos dos casos sem metástase, a quantidade de células apresentou escores 1 e 2

(Figura 5). Já para os casos onde a metástase se fez presente, 50% ou menos dos casos

registraram o escore 1 para a quantidade de células imunopositivas (Tabela 5)

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TABELA 5. Tamanho da amostra, medianas, quartis, média e soma dos postos, estatística U e sua significância entre o padrão de expressão e a quantidade de células imunopositivas para a E-caderina e o CD44v6 em relação à metástase da lesão. Natal – RN, 2006.

Padrão de expressão

Metástase

nodal

n Mediana Q25-Q75 Média

dos

postos

Soma

dos

postos

U p

Ausente 16 2 1,25-

2,75

15,56 249,00 E-caderina

Presente 14 2 1-3 15,43 216,00

111 0,965

Ausente 16 2 1-3 16,31 261,00 CD44v6

Presente 14 2 1-3 14,57 204,00

99,00 0,571

Quantidade de células imunopositivas

Metástase

nodal

n Mediana Q25-Q75 Média

dos

postos

Soma

dos

postos

U p

Ausente 16 2 1-2,75 15,72 251,50 E-caderina

Presente 14 1 1-3,25 15,25 213,50

108,50 0,875

Ausente 16 2 1-3 15,66 250,50 CD44v6

Presente 14 1 1-4 15,32 214,50

109,50 0,909

Fonte: Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello - IMOAB

A partir desta análise, é possível constatar que não houve diferença significativa entre o

padrão de expressão e a quantidade de células imunopositivas para os dois marcadores

estudados e a variável metástase.

Em relação ao escore de malignidade (Tabela 6), ficou demonstrado que houve uma

diferença estatisticamente significativa entre os escores alto e baixo para o padrão de

expressão e a quantidade de células imunopositivas tanto para a E-caderina quanto para o

CD44v6.

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TABELA 6. Tamanho da amostra, medianas, quartis, média e soma dos postos, estatística U e sua significância entre o padrão de expressão e a quantidade de células imunopositivas para a E-caderina e o CD44v6 em relação à gradação histológica de malignidade da lesão. Natal – RN, 2006.

Padrão de expressão

Escore de

malignidade

n Mediana Q25-Q75 Média

dos

postos

Soma

dos

postos

U p

Baixo 10 3 2-3,25 21,50 215,00 E-caderina

Alto 20 2 1-2 12,50 250,00

40,00 0,005

Baixo 10 3 2,75-4 22,00 220,00 CD44v6

Alto 20 1 1-2 12,25 245,00

35,00 0,003

Quantidade de células imunopositivas

Escore de

malignidade

n Mediana Q25-Q75 Média

dos

postos

Soma

dos

postos

U p

Baixo 10 3 2-4 21,80 218,00 E-caderina

Alto 20 1 1-2 12,35 247,00

37,00 0,003

Baixo 10 3,5 2,50-4 21,50 215,00 CD44v6

Alto 20 1 1-2 12,50 250,00

40,00 0,004

Fonte: Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello - IMOAB

Os escores classificados como baixo, sempre apresentaram as maiores expressões tanto

em relação ao padrão de expressão quanto em relação à quantidade de células imunopositivas

para ambos os marcadores. Em pelo menos 50% dos casos com escore de malignidade baixo,

o padrão de expressão para a E-caderina e o CD44v6 foi correspondente ao escore 3,

representado por uma marcação homogênea reduzida, diferindo, portanto, daqueles casos cujo

escore de malignidade foi classificado como alto. Nestes, em pelo menos metade dos casos, os

escores para a E-caderina e para o CD44v6 foram 2 e 1, ou seja, padrão ausente e heterogêneo

focal, repectivamente.

Para a quantidade de células imunopositivas, em relação à E-caderina, nos casos cujo

escore de malignidade foi considerado baixo, pelo menos em 50% deles, esta quantidade foi

classificada como escore 3, ao passo que naqueles casos cujo escore de malignidade foi alto,

em cerca de metade deles, a quantidade de células imunopositivas correspondeu ao escore 1.

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Já em relação ao CD44v6, cerca de metade dos casos classificados como de baixo escore de

malignidade, obteve quantidade de células imunopositivas entre os escores 3 e 4, ou seja, 51 a

75% e > 75% das células imunopositivas, respectivamente (Figura 6). Diferentemente, os

casos classificados como sendo alto grau de malignidade apresentaram, em cerca de metade

deles, escore 1, que correspondeu ao padrão ausente de marcação.

Neste estudo, buscou-se estabelecer a existência de correlação entre o padrão de

expressão e a quantidade de células imunopositivas dos anticorpos E-caderina e CD44v6 com

o escore total de malignidade. Como demonstrado na Tabela 7, houve uma correlação

estatisticamente significativa e negativa entre o padrão de expressão e a quantidade de células

imunopositivas para a E-caderina e o CD44v6 e o escore total de malignidade, sendo esta

correlação considerada moderada.

TABELA 7. Coeficiente de correlação de Spearman e sua significância estatística entre o escore total de malignidade e o padrão e a quantidade de células imunopositivas para a E-caderina e o CD44v6. Natal – RN, 2006.

Escore total de malignidade Marcadores

r p

Padrão de marcação - 0,434 0,017 E-caderina

Quantidade de células

positivas

- 0,438 0,015

Padrão de marcação - 0,477 0,008 CD44v6

Quantidade de células

positivas

- 0,472 0,009

Fonte: Instituto Maranhense de Oncologia Aldenora Bello - IMOAB

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DISCUSSÃO

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6. DISCUSSÃO

Dentre as neoplasias malignas que acometem a boca, o carcinoma epidermóide, também

chamado de carcinoma espinocelular ou de carcinoma de células escamosas representa mais

de 90% dos casos (ABDO et al, 2001; GORSKY et al, 2004), afetando principalmente

indivíduos do sexo masculino, sobretudo, acima dos 40 anos de idade (MAGRINI et al, 2000;

GERVÁSIO et al, 2001; COSTA et al, 2005). Tal aspecto corrobora com os achados da

presente pesquisa, uma vez que 70% dos pacientes da amostra eram do sexo masculino, com

idade média de 64,2 anos.

Chamamos à atenção para o fato de que a etiologia dos carcinomas epidermóides orais é

complexa considerando sua natureza multifatorial, onde os fatores envolvidos atuam de forma

conjunta na carcinogênese oral. Vários elementos têm sido apontados como agentes

carcinógenos (WÜNCH-FILHO, GATTÁS, 2001; OLIVEIRA et al, 2003; LUNA-ORTIZ

et al, 2004) entretanto, o fumo e o álcool representam os fatores mais significativos na

etiologia dos carcinomas epidermóides orais (ABDO et al, 2001; GERVÁSIO et al, 2001;

ZAVRAS et al, 2001; GREENWOOD et al, 2003).

Dados epidemiológicos demonstram que esta neoplasia ocorre principalmente no lábio e

na língua (MAGRINI et al, 2000; KERDPON, SRIPLUNG, 2001; COSTA et al, 2002), sendo

apontadas evidências de que ambas as lesões apresentam comportamento biológico distinto

(FABROCINI et al, 2000; SCHWARTZ et al, 2000; KERDPON, SRIPLUNG, 2001). Com

base nestes aspectos, o presente estudo se propôs a realizar um estudo morfológico e imuno-

histoquímico de carcinomas epidermóides localizados nesses dois sítios anatômicos.

Estudos indicam que o carcinoma epidermóide de lábio apresenta um comportamento

clínico menos agressivo, assim como, baixas taxas de metástase, estando associado a um

melhor prognóstico (VISSCHER et al, 1998; FABROCINI et al, 2000; ABREU et al, 2004).

Por outro lado, o carcinoma de língua é uma lesão de evolução clínica rápida, metástases

freqüentes e menores taxas de sobrevida, refletindo, dessa forma, um prognóstico reservado

da lesão (Al-RAJHI et al, 2000; SCHWARTZ et al, 2000; KERDPON, SRIPLUNG, 2001).

Autores como Bryne (1998), Beavon (2000) e Okada et al (2003) afirmam que a

agressividade do carcinoma epidermóide oral está relacionada a diversos fatores dentre os

quais podemos citar o grau histológico de malignidade, o tamanho e a localização do tumor

primário, o grau de comprometimento de linfonodos regionais e a presença de metástase à

distância no momento do diagnóstico. A presença de metástase em linfonodos regionais é o

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fator que mais influencia a evolução e o prognóstico da doença (OKADA et al, 2003; TAKES

et al, 2004).

Nossos resultados mostram que a metástase nodal esteve presente em 73,3% dos casos

de carcinoma epidermóide de língua e em apenas 20% dos casos localizados no lábio inferior.

A análise estatística, por meio do teste exato de Fisher, demonstrou uma associação

significativa entre a localização da lesão e a metástase, reforçando os dados da literatura, nos

quais as metástases nodais são mais freqüentes nos casos de carcinoma epidermóide de língua

(SCHWARTZ et al, 2000; KERDPON, SRIPLUNG, 2001; RODOLICO et al, 2004;

VARTANIAN et al, 2004).

Acreditamos, com base na afirmação de Gorsky et al (2004), que a maior freqüência de

metástase associada ao carcinoma epidermóide de língua seja pelo fato de que esta lesão é

geralmente localizada em área de difícil vizualização, freqüentemente assintomática sendo

diagnosticada em fase avançada da doença. Por outro lado, as lesões de lábio inferior são

aquelas de prognóstico mais favorável, evolução lenta e apresentam menor potencial

metastático (FABROCINI et al, 2000; ABREU et al, 2004).

Entretanto a utilização de outros marcadores de prognóstico é utilizada na tentativa de

melhor avaliar o comportamento biológico dos carcinomas epidermóides orais, contribuindo,

assim, para um aumento da sobrevida e da qualidade de vida dos pacientes portadores de tal

neoplasia (COSTA et al, 2005).

Sabe-se que a avaliação das características morfológicas através de vários sistemas de

classificação denominados Sistemas de Gradação Histológica de Malignidade tem sido

empregada com uma freqüência significativa, visando estabelecer uma possível correlação

entre o grau de agressividade e os achados morfológicos dos carcinomas epidermóides orais.

Conforme Bryne et al (1992) e Bryne (1998), os Sistemas de Gradação Histológica de

Malignidade são ferramentas importantes, visto que enfatizam as características

histopatológicas e a relação entre o tumor e o hospedeiro, podendo prever o comportamento

da lesão frente à resposta do paciente.

Para a classificação dos carcinomas epidermóides orais examinados na presente

pesquisa, utilizou-se o Sistema de Gradação Histológica de Malignidade proposto por Bryne

(1998) e modificado por Miranda (2002), levando-se em conta sua fácil e rápida aplicação,

podendo ser utilizado em espécimes teciduais oriundos de biópsias incisionais, os quais

constituíram grande parte de nossa amostra.

O sistema recomendado por Bryne (1998) se baseia em quatro critérios morfológicos:

grau de ceratinização, pleomorfismo nuclear, padrão de invasão e intensidade do infiltrado

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inflamatório e emite escores que variam de 1 a 4 para cada um dos parâmetros histológicos.

De acordo com a adaptação proposta por Miranda (2002), os carcinomas epidermóides

estudados em sua amostra foram classificados como baixo e alto escore de malignidade. Os

casos que obtiveram pontuação total de 4 a 8 pontos foram considerados baixo escore e como

alto escore, aqueles cujo somatório foi superior a 8 pontos.

Na análise microscópica dos casos de carcinomas epidermóides orais de nossa amostra,

avaliou-se a área do front de invasão tumoral. Esta região foi escolhida, uma vez que vários

eventos moleculares como perda e ganho de moléculas de adesão, secreção de enzimas

proteolíticas, aumento da proliferação celular e angiogênese ocorrem essen-cialmente na

interface tumor-hospedeiro, ou seja, no front invasivo (BRYNE, 1998). Além disso, esta

região apresenta maior valor prognóstico quando comparada a outras áreas do tumor e

consiste de células com maior capacidade de produzir metástase (BÀNKFALVI, PIFFKÒ,

2000).

Com base nos nossos resultados, podemos constatar que 73,33% dos carcinomas de

língua e 60% dos carcinomas de lábio inferior apresentaram alto escore de malignidade. Do

mesmo modo, Al-Rajhi et al (2000), Kerdpon, Sriplung (2001) e Dantas et al (2003)

observaram resultados similares a estes, quanto à gradação histológica de malignidade do

carcinoma epidermóide de língua, refletindo desse modo, o comportamento biológico mais

agressivo que a neoplasia apresenta. Contraditoriamente, Miranda (2002) observou em sua

amostra que todos os casos de carcinoma epidermóide de língua (100%) receberam alto

escore de malignidade, enquanto que a maioria dos carcinomas de lábio inferior (91,67%)

apresentou baixo escore de malignidade.

O escore total de malignidade influenciado pelas variáveis estudadas (grau de

ceratinização, pleomorfismo nuclear, padrão de invasão e infiltrado inflamatório) mostrou

uma correlação positiva e significativa entre todos os seu parâmetros e o escore total de

malignidade. Frente aos nossos resultados, podemos afirmar que o parâmetro grau de

ceratinização apresentou a melhor correlação (r = 0,844), sendo, portanto, o parâmetro que

melhor contribuiu para a determinação do escore total de malignidade. Lopes et al (2002)

enfatizam que não há parâmetro histológico superior ao grau de ceratinização para determinar

o comportamento clínico do carcinoma epidermóide oral. Contudo, Dib et al (1994) julgam

que esta característica não é representativa do comportamento biológico da neoplasia, além do

que a interpretação da quantidade de ceratinização é muito variável, de acordo com diferentes

observadores e locais avaliados do tumor.

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Nossos resultados revelaram que não houve diferença estatisticamente significativa

entre o padrão de expressão e quantidade de células imunopositivas para a E-caderina e a

localização anatômica. Esses resultados são semelhantes aos de Diniz-Freitas et al (2005) que

também não encontraram associação entre a expressão da referida molécula e a localização

anatômica dos 47 casos de carcinoma epidermóide oral estudados.

A E-caderina é importante no estabelecimento e manutenção de uniões intercelulares,

sendo também responsável pela capacidade adesiva das células (TAKEICHI, 1991;

WHEELOCK, JOHNSON, 2003). Convém ressaltar que a redução ou perda de sua expressão

poderá refletir num desequilíbrio de suas funções.

Diversos estudos, entre os quais podemos citar os de Birchmeier e Behrens (1994), Jim

(1996), Yamada et al (1997) e Zhao et al (2003) destacam que a expressão alterada da

E-caderina pode comprometer a adesão celular permitindo ou aumentando o risco da

progressão tumoral. Dessa forma, é facilitada a diferenciação tumoral, o aumento da invasão e

o desenvolvimento de metástase.

Ao analisarmos os valores obtidos com relação à variável metástase nodal, verificamos

que não houve diferença estatisticamente significativa entre o padrão de expressão e a

quantidade de células imunopositivas da E-caderina e a referida variável.

Os resultados acima descritos corroboram os estudos de Mattissen et al (1993),

Okamoto et al (2002), Kawano et al (2004) e Takes et al (2004) que também não mostraram

correlação entre a expressão da E-caderina e a presença de metástase nodal nos casos de

carcinoma epidermóide oral. Takes et al (2004) comentam que a metástase nodal nos

pacientes de seu estudo foi avaliada pelo exame clínico, no momento do diagnóstico, sem o

emprego de técnicas de imagem. Acreditam os autores que, alguns pacientes com expressão

reduzida de E-caderina poderiam apresentar metástase cervical subclínica, não sendo

evidenciada durante o exame clínico, o que vem justificar não observarem associação entre a

expressão reduzida de E-caderina e as elevadas taxas de metástase em seus pacientes.

Contrariamente, Schipper et al (1991), Yamada (1997), Shinohara (1998), Chow et al

(2001), Bánkfalvi et al (2002) e Lim et al (2004) mostraram uma associação significativa

entre a perda de expressão da E-caderina e a presença de metástase nodal, considerando a

expressão da referida molécula de adesão como fator indicativo de prognóstico pobre nos

pacientes portadores de carcinoma epidermóide oral.

Vale ressaltar que a expressão de marcadores biológicos pode fornecer uma informação

limitada do comportamento metastático do tumor. Tal afirmativa é fundamentada com base

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nos relatos de Takes et al (2004) que consideram a metástase um mecanismo complexo, sendo

improvável que apenas um parâmetro seja capaz de predizer tal processo.

Com relação ao escore de malignidade, os casos de carcinoma epidermóide classificados

como baixo grau, sempre apresentaram as maiores expressões tanto para o padrão de

expressão como para a quantidade de células imunopositivas para a E-caderina. Esses

resultados reforçam os de Schipper et al (1991), Mattijsen et al (1993), Yamada et al (1997) e

Lim et al (2004) que também constataram uma diferença estatisticamente significativa entre

os escores alto e baixo grau de malignidade e a imunoexpressão da E-caderina.

Estes resultados podem ser explicados pelo fato de que tem sido verificada uma

imunomarcação mais intensa nos carcinomas epidermóides bem diferenciados, neoplasias que

mantém sua adesividade celular e são menos invasivas, quando comparadas com os

carcinomas pouco diferenciados que apresentam um padrão de invasão infiltrativa com pouco

ou nenhuma coesão celular (SCHIPPER et al, 1991; YAMADA et al, 1997).

Autores como Bowie et al (1993), Shinohara et al (1998) e Chow et al (2001) não

conseguiram estabelecer uma relação entre a expressão da E-caderina e a gradação histológica

de malignidade. Fatores como tamanho da amostra, heterogeneidade celular do carcinoma

epidermóide oral assim como metodologias diferentes podem conduzir a resultados e

conclusões conflitantes sobre o papel da E-caderina com relação à diferenciação celular,

metástase nodal, recorrência e sobrevida dos pacientes portadores da referida neoplasia.

Outra molécula de adesão investigada no presente estudo foi o CD44v6, importante

fator no contato célula-célula e nas interações célula-matriz (RUDZKI, JOTHY, 1997;

STOLL et al, 1999).

Ao associarmos os valores obtidos da expressão do CD44v6 com a localização

anatômica dos casos de nossa amostra, observamos que não houve diferença estatisticamente

significativa entre as variáveis estudadas. Percebe-se que vários trabalhos na literatura

consultada abordam o significado clínicopatológico da expressão do CD44v6 em neoplasias

humanas. Entretanto, inexistem estudos que investiguem se a expressão alterada do CD44v6

está relacionada à localização anatômica dos carcinomas epidermóides.

Com relação à metástase nodal, constatamos que os trabalhos de Kunishi, Kayada e

Yoshiga (1997), Stoll et al (1999) e Kawano et al (2004) reforçam os nossos achados, nos

quais mostram que não houve diferença estatisticamente significativa entre a metástase nodal

e a imunoexpressão do CD44v6. Stoll et al (1999) acreditam que são necessários mais estudos

que melhor expliquem o mecanismo molecular dos fatores associados aos processos de

adesão e expansão das células tumorais. Mesmo que não tenham observado uma associação

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entre a redução da expressão da E-caderina e a metástase nodal, sugerem Kawano et al (2004)

que a redução da expressão do CD44v6 está associada a um bom prognóstico em pacientes

com carcinoma de cabeça e pescoço, visto que tais pacientes com tumores CD44v6 negativos

apresentaram elevadas taxas de sobrevida.

Todavia, vale ressaltar que havendo uma sub-regulação do CD44v6, as células

neoplásicas passam a ter uma diminuição de sua adesividade, podendo, facilmente, se

separarem do tumor primário e originar metástase linfonodal. Outro aspecto que também deve

ser considerado é que o processo de metástase pode ser facilitado, pois levaria a um aumento

na afinidade da referida molécula de adesão pelo ácido hialurônico, bem como a uma

diminuição da ligação das células tumorais a outros componentes da matriz extracelular. Esse

fenômeno determina um aumento da motilidade do CD44v6 na superfície do ácido

hialurônico facilitando assim a metástase e a colonização de sítios metastáticos (ANDRADE

et al, 2003).

Verificamos, em nosso trabalho, igualmente ao que observamos com relação à

E-caderina, que os escores altos de malignidade sempre apresentaram as menores expressões

do CD44v6 tanto em relação ao padrão de expressão quanto em relação à quantidade de

células imunopositivas. Achados esses semelhantes aos observados por Hudson et al (1996)

que acreditam que a perda de expressão do CD44v6 nos carcinomas epidermóides pouco

diferenciados poderia resultar em alterações na adesividade celular, podendo contribuir para a

progressão e invasão da neoplasia.

Resultados contrários foram encontrados por Fonseca et al (2001), visto que os mesmos

verificaram uma baixa expressão do CD44v6 nos casos de carcinoma epidermóide de língua

bem diferenciados. Os tumores bem diferenciados apresentam alto grau de ceratinização e são

mais semelhantes ao epitélio normal, sendo que as camadas mais superficiais do epitélio

escamoso apresentam uma positividade menor do CD44 quando comparadas às demais

camadas epiteliais. Este aspecto pode explicar resultados imuno-histoquímicos observados

pelos referidos autores

Percebemos em nosso estudo, que a literatura consultada apresenta resultados

conflitantes sobre o comportamento do CD44v6 e sugerimos que isto possa ser devido à

especificidade variada dos anticopos utilizados bem como aos diferentes sistemas de

avaliação e escores empregados.

Achamos válido ressaltar que análises feitas, através dos parâmetros clínicos e da

gradação histológica de malignidade, têm sido adotadas para facilitar o plano de tratamento e

proporcionar uma melhor avaliação da evolução do carcinoma epidermóide oral no paciente

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(COSTA et al, 2005). Entretanto, incessantes pesquisas têm sido realizadas na busca de novos

indicadores de prognóstico para a referida neoplasia. Outros parâmetros que apontem a

agressividade do carcinoma epidermóide oral são de fundamental importância para o

delineamento do comportamento biológico tumoral, como a expressão das moléculas de

adesão. Autores como Albelda (1993), Christofori (2003) e Schliephake (2003) propuseram

que mudanças no padrão de expressão das diferentes moléculas de adesão relacionam-se com

o desenvolvimento tumoral, diferenciação das células neoplásicas, invasão e metástase.

Entretanto, os resultados do presente estudo não suportam tal afirmativa, de forma que a

expressão dos marcadores imuno-histoquímicos, por nós estudada, não constituiu fator

indicativo de maior agressividade morfológica para os pacientes portadores de carcinomas

epidermóides de lábio inferior e de língua. Acreditamos que os processos celulares presentes

nas neoplasias malignas são complexos e que estudos futuros são necessários. Dessa forma, a

utilização de diferentes metodologias, possivelmente, poderá fornecer resultados importantes

relativos à influência das moléculas de adesão E-caderina e CD44v6, no desenvolvimento e

progressão dos carcinomas epidermóides orais.

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CONCLUSÃO

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7. CONCLUSÕES

Frente à metodologia empregada e aos resultados morfológicos e imuno-histoquímicos

obtidos no presente estudo, pode-se concluir que:

- Não houve diferença estatisticamente significativa, quanto ao padrão de expressão e à

quantidade de células imunopositivas da E-caderina e do CD44v6, entre os carcinomas

epidermóides de lábio inferior e de língua;

- Não houve diferença estatisticamente significativa entre as lesões de lábio inferior e de

língua e a variável metástase, quanto ao padrão de expressão e à quantidade de células

imunopositivas para ambos os marcadores estudados;

- Houve diferença estatisticamente significativa entre os escores de malignidade, sendo

observado que o escore baixo de malignidade apresentou as maiores expressões tanto para o

padrão de expressão, como para a quantidade de células imunopositivas para a E-caderina e o

CD44v6;

- Foi obtida uma correlação estatisticamente significativa e negativa entre o padrão de

expressão e a quantidade de células imunopositivas da E-caderina e do CD44v6 e o escore

total de malignidade;

- Os resultados morfológicos e imuno-histoquímicos do presente estudo indicam que o

comportamento clínico dos carcinomas epidermóides localizados em lábio inferior e em

língua não sofreu influência dos diferentes sítios anatômicos incluídos em nosso experimento,

ou mesmo em função da variável metástase nodal estudada. Dessa forma, sugerimos que a

expressão dos marcadores imuno-histoquímicos E-caderina e CD44v6 não constituiu fator

indicativo de maior agressividade morfológica para os pacientes portadores de carcinomas

epidermóides de lábio inferior e de língua.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

Gradação histológica de malignidade do carcinoma epidermóide de lábio inferior e de

língua, segundo o sistema proposto e revisado por Bryne (1998)

Caso no

Grau de ceratinização

Pleomorfismo nuclear

Padrão de invasão

Infiltrado Inflamatório

Escore total

Gradação histológica

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APÊNDICE B

Dados da análise imuno-histoquímica do carcinoma epidermóide de lábio inferior e língua

Caso no E-caderina CD44v6

Padrão % cels + padrão % cels +

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ANEXO

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ANEXO A