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ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA
ADUTORA – SEPOTUBA – ETA QUEIMA PÉ
SAMAE
Projeto Adutora Rio Sepotuba – ETA queima PÉ Tangará da Serra/MT
Eng. Luiz Roberto Henriques marques GETC – SAMAE – GERENTE TÉCNICO
abril de 2021.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 4
2. OBJETIVO ....................................................................................................................................................... 4
3. CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DOS TUBOS DE FERRO FUNDIDO DÚCTIL .......................................... 5
3.1. O Ferro Fundido Dúctil ou Nodular .................................................................................................................. 5
3.2. Propriedade Mecânica ..................................................................................................................................... 5
3.3. Junta Elástica JE2GS ...................................................................................................................................... 6
3.4. Campo de Aplicação ........................................................................................................................................ 7
3.5. Desempenho: Resistência à Pressão .............................................................................................................. 7
3.5.1. Ensaio de Relaxamento e Tensão em Compressão ............................................................................... 8
3.5.2. Dilatação Térmica .................................................................................................................................. 11
3.6. Revestimento Externo.................................................................................................................................... 11
3.7. Revestimento Interno ..................................................................................................................................... 12
3.8. Especificação Técnica da Tubulação em Ferro Fundido Dúctil .................................................................... 12
3.8.1. Tubos K9/K7 JE2GS 600 6000 .............................................................................................................. 12
4. CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DOS TUBOS DE AÇO CARBONO HELICOIDAL ................................... 14
4.1. Fabricação de Tubos ..................................................................................................................................... 14
4.2. Chapas de Aço .............................................................................................................................................. 14
4.3. Ovalização ..................................................................................................................................................... 15
4.4. Normas de Fabricação................................................................................................................................... 15
4.5. Juntas Soldadas Ensaio e Qualificação ........................................................................................................ 16
4.6. Revestimento Epóxi de Alta Espessura ......................................................................................................... 17
4.7. Proteção Catódica ......................................................................................................................................... 18
5. COMPARATIVO ENTRE AS SOLUÇÕES .................................................................................................... 19
5.1. Assentamento Enterrado ............................................................................................................................... 19
5.1.1. Comparação dos Critérios de Assentamento ........................................................................................ 19
5.1.2. Comparação dos Tipos de Valas ........................................................................................................... 19
5.1.3. Processos de Execução ........................................................................................................................ 21
5.1.4. Comparação dos Reaterros e Bota Fora ............................................................................................... 21
5.1.5. Cadencia de Assentamento ................................................................................................................... 22
5.1.6. União dos Tubos .................................................................................................................................... 23
5.1.7. Proteção contra a corrosão ................................................................................................................... 27
5.2. Assentamento Aéreo ..................................................................................................................................... 30
5.2.1. Estudo de Flexibilidade .......................................................................................................................... 31
5.2.2. Característica dos Tubos ....................................................................................................................... 33
5.3. Comparação Técnica entre os materiais ....................................................................................................... 34
5.3.1. Dimensionais e pressões Ferro Dúctil ................................................................................................... 34
5.3.2. Dimensionais e pressões Aço Carbono ASTM A572 GR 50 ................................................................. 34
5.3.3. Coeficiente de Hanzen-Willians ............................................................................................................. 35
5.4. Velocidade do fluido conforme a tubulação ................................................................................................... 35
5.5. Premissas dos cálculos de bombeamento .................................................................................................... 36
5.5.1. Cálculos das Perdas de Carga .............................................................................................................. 36
5.5.2. Cálculos da Potência de Bomba ............................................................................................................ 36
5.6. Cálculo do Custo de Bombeamento .............................................................................................................. 37
5.6.1. Perda de Carga ...................................................................................................................................... 37
5.6.2. Potência de Bomba................................................................................................................................ 37
5.6.3. Consumo de Energia ............................................................................................................................. 38
6. Conclusão ...................................................................................................................................................... 39
1. INTRODUÇÃO
O SAMAE – SERVIÇO AUTONOMO DE ÁGUA E ESGOTO , autarquia em saneamento do municipio de Tangara da
Serra/MT , desenvolveu o projeto e estudos de viabilidade da ADUTORA DE ÁGUA BRUTA DO RIO SEPOTUBA –
ETA QUEIMA PÉ , com os mais rigorosos processos de estudos de engenharia para otimizar o transporte de agua
brutra , para posterior tratamento , foram realizados estudos do curso dágua , topografia onde se desenvolverá a
adutora , buscando o trajeto mais economico e soluções mais vantajosas de instalação e manutenção da referida
adutora.
Nesse documento, apresentamos a descrição técnica para o projeto da adutora com o comparativo do
uso de tubulação de ferro ductil FERRO FUNDIDO DUCTIL - FFD e tubos de aço carbono , objetos de nossos
estudos e conclusão , tubulação esta com diâmetro nominal DN600, para o projeto da Adutora em Tangará da
Serra.
O SAMAE possui uma estrutura de Técnicos Engenheiros com atuação perrmanente durante o
desenvolvimento do projeto, supervisão de instalação, a fim de assegurar uma montagem dentro dos padrões
de qualidade segundo as normas brasileiras ABNT e NBR que regem a materia. Dispomos também de uma
eficiente equipe comercial e financeira preparada para oferecer e buscar altenativas mais economicas para a
autaquia , respeitando rigorosamente as decisões técnicas objeto de estudos de viabilidade do GTEC - SAMAE.
2. OBJETIVO
Realizar um comparativo técnico e econômico entre as alternativas de tubos de Ferro Dúctil nos diâmetros
DN600 e o Aço Carbono 24pol.
3. CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DOS TUBOS DE FERRO FUNDIDO DÚCTIL
3.1. O Ferro Fundido Dúctil ou Nodular
O Ferro Fundido Dúctil ou Nodular é uma Classe de ferro fundido, onde o carbono (grafita) permanece
livre na matriz metálica, porém na forma esferoidal. Este formato da grafita faz com que a ductilidade seja
superior, conferindo ao material, características que o aproximam do aço. A presença das esferas ou nódulos
da grafita preserva as características de boa usabilidade e estabilidade dimensional.
3.2. Propriedades Mecânicas
O Ferro Fundido Dúctil ou Nodular é uma Classe de ferro fundido, onde o carbono (grafita) permanece
livre na matriz metálica, porém na forma esferoidal. Este formato da grafita faz com que a ductilidade seja
superior, conferindo ao material, características que o aproximam do aço. A presença das esferas ou nódulos da
grafita preserva as características de boa usinabilidade e estabilidade dimensional.
O Ferro Fundido Dúctil (FFD) ou Nodular apresenta boa resistência mecânica à tração, compressão,
ductilidade e resiliência.
Elasticidade ► Re ≥ 270 MPa;
Resistência à ruptura ► Rm ≥ 420 Mpa;
Dureza Brinell ► ≤ 230 HB;
Capacidade de alongamento ► > 10%;
Coeficiente de dilatação térmica do Ferro Fundido Dúctil (20º a 400ºC) ► 11.5 x 10-6 m/m/ ºC;
Coeficiente de dilatação térmica da Argamassa de cimento de alto forno (20º a 400ºC) ► 12 x 10-6
m/m/ ºC;
Coeficiente de Hazen-Williams (Valor médio obtido do Jornal AWWA - Junho 1974) ►
C = 141.
Gráfico 1: Resistência à Ruptura do FFD
3.3. Junta Elástica JE2GS
A montagem da junta elástica e automática. A estanqueidade e assegurada no momento da montagem
pela compressão radial do anel de vedação em elastômero. Suas características principais são:
Perfil assimétrico (evitando erros de montagem);
Facilidade e rapidez na instalação (junta automática, sem parafuso);
Resistencia a altas pressões (quanto maior a pressão do liquido, maior a vedação);
Possibilidade de deslocamento axial e a deflexão angular;
Descontinuidade elétrica;
Não utiliza parafusos.
A junta JE2GS, que é formada pela bolsa do tubo mais anel de vedação (elastômero) e a ponta do tubo,
está em conformidade com os requisitos da NBR 13747 - Junta elástica para tubos e conexões de ferro fundido
dúctil.
Os anéis de borracha estão em conformidade com os requisitos da ABNT NBR 7676 - Anel de borracha
para junta elástica e mecânica de tubos e conexões de ferro fundido dúctil cinzento - ensaios físicos (alongamento
mínimo à tração, dureza e resistência à tração).
3.4. Campo de Aplicação
Canalizações aéreas enterradas, apoiadas diretamente sobre o solo ou submersas;
Baixas e altas pressões, inclusive sob pressão negativa;
Assentamento em solos com lençol freático.
3.5. Desempenho: Resistência à Pressão
A junta JE2GS apresenta como característica de concepção um formato assimétrico, impossibilitando
erros na montagem. A pressão inicial, decorrente da montagem, de contato entre o anel de vedação em
elastômero e o metal, aumenta a medida que a pressão do fluido cresce. Uma estanqueidade perfeita é então
assegurada.
A junta JE2GS se caracteriza também por uma excelente resistência a pressão externa: resiste a 0,3
Mpa (30 m.c.a.). Para pressões superiores, temos disponivel no mercado , dedsde que solicitado a sua
fabricação.
O Anel JE2GS possui perfil assimétrico que evita sua montagem de forma invertida e suas dimensões
impossibilitam o “rolamento” durante a montagem.
DN 80/150 200/300 350/600 700/800 900/1200
α 3°
Deslocamento (cm) 32
Os tubos de FFD permitem uma deflexão angular de até 3° , para o caso em estudo , tubo FOFO DN
600 mm , característica essa que permite uma melhor acomocação no solo , pois a mesma acompanha , desde
que obedecendo o angulo de deflexão ( 3° ), aproveitamento do traçado topografico da tubulação, assim como a
eliminação de curvas e conexões.
3.5.1. Ensaio de Relaxamento e Tensão em Compressão
Segundo a norma EN 681.1 - Garnitures d'étanchéité en caoutchouc - Spécification des matériaux pour
garnitures d'étanchéité pour joints de canalisations utilisées dans le domaine de l'eau et de l'évacuation - Partie
1: Caoutchouc vulcanisé, o ensaio de relaxamento de tensão em compressão, deve ser realizado conforme a
metodologia especificada na norma ISO 3384, onde são utilizadas pequenas amostras cilíndricas após
condicionamento mecânico e térmico. Devem ser tomadas medidas após 3 h, 1, 3 e 7 dias de testes em 7 dias,
e depois de 3 horas, 1, 3, 7, 30 e 100 dias. Ajuste deve ser determinado por análise de regressão usando uma
escala de tempo logarítmica e o coeficiente de correlação "r" é derivado desta. A análise não deve ser inferior a
0,98.
A temperatura de ensaio deve ser mantida dentro dos limites de tolerância especificados durante a
duração dos testes, e verificadas continuamente por meio de um dispositivo de gravação apropriado. O teste de
100 dias deve ser considerado um ensaio de homologação.
O diagrama abaixo demonstra o resultado do ensaio de Relaxamento segundo os critérios definidos, à
temperatura ambiente, do elastômero EPDM utilizado nos anéis de vedação dos tubos e conexões para água.
Gráfico 3: Durabilidade(em anos) do anel JE2GS
Assim, podemos concluir que:
Os anéis de borracha EPDM atendem as exigências da norma ISO 3384.
A pressão de contato permanece muito elevada em relação a pressão mínima necessária para garantir
a estanqueidade.
Tabela 2: Especificação das propriedades físicas dos elastômeros utilizados para tubulações de água fria e
redes de drenagem, esgoto e águas pluviais.
O desenvolvimento dos anéis em elastômeros (EPDM) que são aplicados nas juntas ponta e bolsa são
feitos com base nas normas EN681-1 e ISO3384-1. Estas normas exigem a realização do ensaio de 100 dias,
que deverá ser extrapolado para 100 anos. O resultado da extrapolação deverá ser compatível com as exigências
de desempenho do anel. Assim, a estimativa de vida útil do anel da junta elástica é de aproximadamente 100
anos.
3.5.2 - Dilatação Térmica
As Juntas Elásticas atuam como compensadores de dilatação térmica, o que dispensa o estudo de
flexibilidade. Considerando os tubos envolvidos nesse projeto (DN 1200) e variação de temperatura de 30ºC,
teríamos uma dilatação térmica de 2,41 mm. A profundidade “P” de introdução da ponta do tubo na bolsa é de
167,5 mm para o DN 1200, e sendo assim, uma eventual dilatação térmica é facilmente absorvida pela junta
elástica.
Figura 3: Marcação de Montagem entre a ponta do tubo e o fundo da bolsa
3.5.3 – Revestimento Externo
As tubulações de Ferro Fundido Dúctil possuem uma proteção catódica galvânica já incorporada ao tubo
de fábrica. Através da aplicação de uma camada com 200 g/m² de zinco metálico (com mínimo de 130 g/m²
conforme norma ABNT NBR 11827), em sua parede externa e também uma pintura em epóxi, os tubos FERRO
FUNDIDO DUCTIL FFD garantem uma proteção de fábrica e após a sua instalação em campo, não há a
necessidade de se fazer manutenções periódicas.
Muito importante é que a junta elástica dos tubos de FFD garante uma descontinuidade elétrica, que por
sua vez garantem que em casos de ataques elétricos em um tubo, a carga não será transferida para as demais
tubulações da linha, como acontece com o Aço Carbono, por exemplo haja visto que a tubulação em aço carbono
é soldada , portanto se comporta como um unico condutor.
Com a proteção galvânica e a descontinuidade elétrica das juntas, não será necessária a utilização de
proteção catódica adicional , o que não seria dispensavel na tubulação de aço carbono. Em casos de condições
extremamente corrosivas, podemos sugerir o emprego de uma proteção adicional com manta de polietileno.
3.6 Revestimento Interno
Como proteção interna, os tubos FOFO são revestidos com argamassa de cimento de alto forno para
aplicação de água bruta e cimento aluminoso para efluente, ambos aplicados por centrifugação de acordo com
a norma ABNT NBR 8682, tal revestimento forma uma barreira física e química impossibilitando o ataque ao
Ferro.
O revestimento interno impede também a formação de incrustações e tubérculos, mantendo as
características hidráulicas constantes com o passar do tempo.
3.7 Especificação Técnica da Tubulação em Ferro Fundido Dúctil
3.7.2 Tubos K9/K7 JE2GS 600 mm
Tubo de ferro fundido dúctil para aplicação em adução e distribuição de água pressurizada no segmento
industrial, classe K9/K7, no DN 600 mm, conforme norma ABNT NBR 7675:2005, com grafita esferoidal maior
ou igual a 95% ou grau de nodularização superior a 80%, revestido externamente com zinco metálico 200 g/m²,
conforme norma ABNT NBR 11827:1991 e pintura betuminosa com 100 µm de espessura. Revestido
internamente com argamassa de cimento de alto forno conforme norma ABNT NBR 8682:1993, com bolsa
modelo JE2GS conforme norma ABNT NBR 13747:1996, e anel de borracha para junta elástica conforme
norma ABNT NBR 7676:1996 condições de Inspeção e recebimento conforme norma ABNT NBR 7675:2005
Anexo D – controle e processo de entrega da tubulação para uso.
dimensões massa
DN
L L1 DE DI
Bolsa
B P e nom
ferro
Por Metro Total
m mm mm mm mm mm mm Kg Kg
600 6 135 635 638 739 122,5 5,8 138 827
dimensões massa
DN
DE DI P B Massa do Anel de
Borracha
PSA PMS PTA
mm mm mm mm mm Mpa Mpa Mpa
600 738 741 147,5 863 2,87 2,4 2,9 3,4
Onde:
PSA - Pressão de serviço admissível, excluindo o golpe de ariete, que um componente pode suportar com total
segurança, de forma contínua, em regime hidráulico permanente.
PMS - Pressão máxima de serviço, incluindo o golpe de ariete, que um componente pode suportar em serviço.
PTA - Pressão de teste admissível, que pode ser aplicada no teste de campo, a um componente de uma
canalização recém-instalada.
4. CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DOS TUBOS DE AÇO CARBONO HELICOIDAL
4.1. Fabricação de Tubos
Fabricados a partir de bobinas de aço, são conformados por meio de uma operação contínua em
máquina automática, tornando-os em forma de espiral.
O Sistema de solda utilizado é o de arco submerso (SAWH), aplicados simultâneamente interna e
externamente, considerado o mais indicado para a fabricação de tubos helicoidais.
No Brasil, são fabricados tubos pelo processo helicoidal com diâmetros que variam de 20 a 100
polegadas, espessuras de ¼” a 1” e fornecidos em comprimentos de 6, 12 e 15 metros.
Procedimentos de Fabricação:
Soldas Internas e Externas com Processo de Arco Submerso;
Inspeções por Ultrassom Processo Contínuo;
Testes Hidrostáticos;
Inspeções Visuais e Dimensionais;
Jateamento Interno e Externo;
Revestimento Interno e Externo
4.2. Chapas de Aço
As chapas de aço deverão corresponder a uma das seguintes normas:
ASTM A -36;
ASTM A -53;
ASTM A -283 Grau C (mínimo);
ASTM A – 572 Grau 42, 50, 60 ou 65.
API 5L – Grau B, (desde que a chapa utilizada seja aprovada após os ensaios
metalográficos de amostras retiradas de cada chapa).
4.3. Ovalização
A ovalização máxima permitida para tubos e peças será de 1,0% do diâmetro nominal, após a aplicação do
revestimento.
Para relação diâmetro/espessura maior que 120 (D/t>120) será exigida a colocação de cruzetas
confeccionadas em madeira. A ovalização será verificada após a colocação das cruzetas.
A ovalização deve ser verificada numa distância de até 100 mm da extremidade.
4.4. Normas de Fabricação
Norma AWWA C200: O objetivo desta Norma é fornecer os requisitos mínimos para fabricação de tubos
de Aço, maior ou igual a 6” (150 mm), incluindo materiais, fabricação e testes de tubos e peças especiais.
• API 5L: Os tubos fabricados conforme Norma API 5L são especificados conforme 2 (dois) Níveis de
Produção distintos (Product Specification Level), o PSL 1 e PSL 2.
Diferenças básicas entre estes dois Níveis:
✓ PSL 2: Grau B a X 80 – Exige para todos os Graus que a rastreabilidade seja mantida após a execução
e aprovação de todos os testes;
✓ PSL 1: Grau A 25 a X 70 – Rastreabilidade somente até a aprovação nos testes.
✓ ABNT NBR 5590 / ASTM A 53: Fixa as condições exigíveis para fabricação e fornecimento de tubos
de aço carbono, com costura ou sem costura, pretos ou galvanizados para a condução de fluídos, e sob pressão,
classificados em:
✓ Normal – N;
✓ Reforçado – R;
✓ Duplamente Reforçado – DR.
E podem ser dos tipos:
✓ Tipo E – Com Costura Soldado por Resistência Elétrica, em Aço do Grau A e Grau B;
✓ Tipo S – Sem Costura, nos Graus A e B.
✓ Tubos de condução nos Graus A e B, com composição química e propriedades mecânicas definidas.
Sendo o Grau A apto a ser dobrado e flangeado e o Grau B podendo sofrer dobramento e flangeamentos
limitados. São fornecidos normalmente nas Séries 40 e 80. Pode ser fornecido com extremidades lisas,
chanfradas ou com rosca.
4.5. Juntas Soldadas Ensaio e Qualificação
Padrões mínimos de qualidade a serem exigidos na execução de soldas de metais ferrosos ou não, para
assentamento de tubulações, fabricação de tubos e peças.
a) Solda de Topo em Tubos – Preparação de Corpo de Prova:
Tomar dois segmentos de tubo do mesmo material previsto no procedimento de soldagem com diâmetro
mínimo de 150 mm e espessura de 11,1 mm com 150mm de comprimento cada.
Executar chanfro em uma das bordas de cada segmento nas dimensões previstas no procedimento de
soldagem.
Posicionar para a soldagem mantendo o espaçamento previsto no procedimento de soldagem. Não é
permitido o ponteamento da junta.
Fixar os segmentos de forma a manter o tubo distante, no mínimo, 1,0 m do solo.
Executar a solda dentro das condições indicadas no procedimento de soldagem (posição, eletrodo,
tensão e corrente).
A solda deve ser executada de tal forma a simular todas as posições de soldagem previstas, não sendo
permitido alterar a posição original do tubo.
Na execução do CP não será permitida a execução do passe de selagem.
b) Ensaio por radiação penetrante
A solda do CP será radiografada em toda a sua extensão, dentro das técnicas previstas para obtenção
de radiografias no padrão 2 – 2T, conforme ASME IX.
Os critérios de aceitação de defeitos em solda são os previstos na norma ANSI B 31.3 transcritos no
anexo VIII.
c) Ensaio por ultra-som
A solda do CP será examinada em toda a sua extensão dentro das técnicas previstas no
NTS 038 – Testes ultrassônicos de juntas soldadas da Sabesp.
Os critérios de aceitação de defeitos em solda são os previstos pela norma ASME V, transcritos no
anexo VIII.
NOTA: A escolha entre o ensaio por radiação penetrante ou por ultrassom para os corpos-de- prova
será definida na análise do procedimento de soldagem.
d) Ensaios mecânicos
Do CP aprovado preliminarmente, serão retiradas seis seções dos locais indicados.
e) Ensaio de tração
Tomar as duas seções destinadas ao ensaio de tração e usiná-las.
Submeter as seções à tração em equipamento apropriado.
As quatro seções retiradas do CP, destinadas ao ensaio de dobramento devem ser usinadas e
ensaiadas, à temperatura ambiente.
Em cada seção deverão ser gravadas em baixo-relevo as posições relativas da face (F), da raiz (R) e
do ponto médio da seção do cordão de solda.
4.6. Revestimento Epóxi de Alta Espessura
Revestimento constituído por uma tinta epóxi modificada, bicomponente curada com poliamida, isenta
de alcatrão, com alto teor de sólidos por volume e aplicada com pistola sem ar (Airless) com espessura seca de
1.000 micrometros. Este revestimento proporciona ao tubo proteção anticorrosiva e resistência a impacto direto.
Pode utilizar o mesmo produto nas peças, reparos e junta de campo proporcionando a reconstituição do
revestimento ao longo da tubulação. O revestimento externo não isenta a necessidade de proteção catódica.
As extremidades dos tubos e das peças de interligação a soldar no campo deverão receber uma demão
de primer de 30 μm de espessura, numa faixa de aproximadamente 100 mm de largura.
O proponente poderá recomendar esquema de proteção anticorrosiva diferente do especificado. O
esquema proposto deverá ser de eficácia pelo menos equivalente à do esquema especificado e estará sujeito à
aprovação prévia do Samae.
O fornecimento deverá incluir tinta para o revestimento das extremidades dos tubos e das peças de
interligação a soldar no campo, assim como para reparos dos danos ocorridos no transporte, armazenagem e
montagem.
4.7. Proteção Catódica
Os Sistemas de Proteção Catódica são de fundamental importância para eliminar os processos
corrosivos, pelo solo e por correntes de fugas, que destroem as instalações de aço enterradas, submersas ou
embutidas no concreto. Sem a instalação de Proteção Catódica torna-se impossível operar com segurança e
economia as adutoras e emissários de aço enterradas. São utilizados para a garantia da segurança operacional
desses ativos, de fundamental importância para a Companhia de Saneamento Samae.
Quando os dutos enterrados são construídos nas proximidades de linhas férreas eletrificadas com
corrente contínua (industrias), situação muito comum de acontecer nas cidades, os dutos ficam sujeitos às
correntes de fuga ou correntes de interferência, que somadas à corrosão normal do solo ou da água, causam
grandes prejuízos se não forem adequadamente protegidos. E nesses casos, somente a instalação dos Sistemas
de Proteção Catódica conseguem resolver o problema.Sistema de proteção catodica p/corrente impressa
instalado e operando é composto basicamente por retificadores ( transformam corrente alternada em continua) ,
leitos de anodos , drenagnes eletricas e pontos de teste criando-se uma região anodica artificial , tornando a
estrutura (adutora)em catodo da pilha eletrolitica então formada.
A tecnologia adotada no tratamento de dutos tendo em vista proporcionar a preservação de sua
integridade física quanto ação de agentes químicos e físicos de acordo com o tipo de solo e dispositivos de
proteção contra a corrosão eletroquímica ou eletrolítica é a adoção de um sistema de proteção catódica por
corrente impressa, isto tendo em vista a grande facilidade técnica de sua implantação bem como a sua
propriedade de efetuar a devida proteção contra qualquer agente químico existente no solo que possa
eventualmente ocasionar a corrosão dos dutos , mas com custo elevado ao longo do tempo.
A contratação para instalação da proteção catódica pode ser realizada no processo licitatório para
aquisição das tubulações, garantindo a segurança das tubulações fornecidas.
5. COMPARATIVO ENTRE AS SOLUÇÕES
5.1. Assentamento Enterrado
5.1.1. Critérios de Assentamento
Os critérios de assentamento para tubos de ferro fundido dúctil foram obtidos junto às normas AWWA
C-150/A21.50-96 “American National Standard for Thickness Design of Ductile-Iron Pipe” e ANSI/AWWA C600-
99 “Installation of Ductile-Iron Water Mains and Their Appurtenances”; para tubos de Aço Carbono os critérios
foram obtidos junto a AWWA M-11 ”Steel Pipe – A guide for Design and Installation”. Na Tabela 8 estão dispostas
as possibilidades de variações no assentamento para os dois tipos de materiais encontrados nas normas da
AWWA.
5.1.2. Comparação dos Tipos de Valas
Tubo de Ferro Dúctil
Vala tipo 1 para tubos de Ferro Fundido Dúctil
Tubo de Aço Carbono
Vala padrão para Tubos de Aço Carbono
Se observa que devido as características do material, o assentamento do tubo de Ferro Fundido Dúctil
é mais simples, rápido e econômico em comparação com o material Aço Carbono, que em sua vez requer a
utilização de solo nobre para garantir a segurança do sistema.
Na Tabela 01 estão dispostas as possibilidades de variações no assentamento para os dois tipos de
materiais encontradas nas normas da AWWA.
VARIÁVEIS
DA VALA
TÍPICA
TIPOS DE TUBO OBSERVAÇÕES
FERRO DÚCTIL AÇO
A Largura da Vala (L) deve apresentar:
L ≥ DE + 30 cm
L ≥ DE + 50 cm
A dimensão para FFD é pertinente a fatores construtivos enquanto que para o aço trata-se da estabilidade a ser obtida através da envoltória de areia.
O Fundo de Vala
Solo de origem inalterado
Leito bem nivelado, isento de pedras ou
outros materiais duros, com
solo solto e H > 5cm
Permite o tubo de FFD ser assentado diretamente sobre o solo enquanto que tubos de aço exigem no mínimo uma camada de solo solto com altura superior a 5 cm.
Leito de:
- areia,
- pedregulho
- pedra britada
- solo solto
Leito compactado (8
cm < H1 < 15 cm)
+
Leito com solo solto com
(H ≥ 5 cm)
(H≥10 cm)
Reaterro NÃO
Os Tipos de compactado
Reaterro Levemente Compactado:
- até a metade da seção transversal do tubo
- até a parte superior do
tubo
reaterro entre
a geratriz
inferior e
superior do
Envoltória de Areia
Compactação controlada 85
< %Proctor < 95
A condição única para o aço é a envoltória de areia compactada.
tubo
Reaterro Compactado até
a parte superior do tubo
Reaterro acima da geratriz superior do tubo
NÃO necessário
Compactação controlada: H ≥ 30 cm para DN>600 mm e H ≥ 15 cm para DN < 600 mm (85 < %Proctor < 95)
Condição única para o Aço é o reaterro cuja altura varia em função do DN, não sendo necessário para o FFD.
5.1.3. Processos de Execução
Tubo Ferro Dúctil
- Raspagem superficial do terreno;
- Escavação da vala;
- Assentamento da tubulação;
- Reaterro da vala: com compactação simples;
- Elaboração de Blocos de ancoragem;
- Bota Fora – pouco volume ( somente o ocupado pela tubulação ).
Aço Carbono
- Raspagem superficial do terreno;
- Escavação da vala;
- Assentamento da tubulação;
- Solda, LP e Ultrassom ( requer mão de obra especialisada – nao encontrada no municipio);
- Envoltória de areia;
- Reaterro da vala: com compactação com controle do grau de compactação;
- Proteção catódica para os tubos de aço ;
- Bota Fora –volume alto pela substituição do material – transporte bota fora e material de jazida ).
5.1.4. Comparação dos Reaterros e Bota Fora
Retirado do solo natural e recebimento de areia para Tubos de AÇO CARBONO
5.1.5. Cadencia de Assentamento
Tubo Ferro Dúctil
A tubulação de FFD se ganha agilidade em sus montagem e proporciona maior velocidade nas
instalações justamente por utilizar o sistema de união ponta e bolsa (Junta Elástica) e a utilização do mesmo solo
retirado da vala, o que resulta na melhor cadência de assentamento para adutoras. Conforme grafico abaixo (
grafico nosso – experiencias do quadro técnico em outras obras imilares ) é possível observar a extensão de
tubos montados por 8h/dia, considerando apenas (01) uma frente de trabalho com equipe padrão (01 encanador,
02 ajudantes, 01 encarregado e 01 operador de máquina) e desconsiderando as interferências. Podemos
considerar para o diâmetro DN 600 com a respectiva extensão de 180m.
350
300
250
200
150
100
50
0
100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1200
DN (mm)
Cadência de Montagem tubos de FFD em metros por 8h/dia
Cad
ênci
a (m
/8h)
Aço Carbono - Junta Soldada
A cadência de montagem dos tubos de Aço Carbono é prejudicada justamente por requerer extremos
cuidados com o berço da vala, durante a montagem dos tubos, assim como todo o reaterro elaborado, sendo
necessária a importação de solo nobre, compactação controlada e além disso a necessidade de transportes com
o bota-fora, o que resulta em custos não envolvidos na tubulação de FFD ( FERRO FUNDIDO DUCTIL ) ao
projeto quando utiliza este tipo de material.
Os tubos de Aço Carbono unidos por solda, experiencia de nossos técnicos quando utilizadas , para
montagem de adutora , empresas instaladoras especialisadas neste tipo de serviço , identificvam que o tempo
médio para os seguintes procedimentos: Limpeza dos Bizeis, aplicação de solda: 1) ajuste para solda; 2)
soldagem; 3) preparo da superfície; 4) Revestimento interno ( aqui prejudicado pelo DN 600 mm da tubulação ,
dificuldade extrema do trabalho interno pelo soldador , lugar confinado com pouco espaço de trabalho ) e externo
das juntas; 5) Reparo do revestimento. Revestimento com pintura proteção em tubo de Aço de grandes diâmetros
pode chegar a 8h de atividade por união. Ainda que se seja aplicada em tubulações de comprimento de 12m por
junta, ao final de 1 turno de 4h, seria possível a montagem de aproximadamente 60 m. Em comparação por
exemplo ao tubo DN 600 de FFD cuja a cadência de assentamento é de aproximadamente 180m em mesmo
período, se observa que a produtividade e velocidade de execução de obras com tubos de FFD são superiores
e com mão de obra mais barata que não tem necssidade de maiores especializações.
5.1.6. União dos Tubos
Tubo Ferro Dúctil - Junta Elástica JGS com deflexão angular ferro dúctil
A junta elástica JGS é automática. A estanqueidade é assegurada no momento da montagem pela
compressão radial do anel de vedação, pela simples introdução da ponta do tubo no interior da bolsa. Normas:
NBR 13747 e NBR 7676.
Os tubos de Ferro Dúctil DN 600 mm permitem uma deflexão angular de até 3°, característica que permite
um melhor aproveitamento do traçado da tubulação, assim como a eliminação de curvas e conexões , vide
registro abaixo meramente ilustrativo , mas que promove a vizualização das vantagnes oferecidas pelo tubo de
FFD , o que seria impossivel ser realizado com tubos de aço carbono pois os mesmos são soldados exigindo o
uso indiscriminsdo de conexões e soldas.
Figura 7 - Tubos de FFD com Deflexão Angular
A importância da deflexão angular permitida pela junta JGS dá uma grande flexibilidade à concepção e
ao assentamento da canalização, permitindo a eliminação de algumas curvas no seu traçado.
Sistema das Ancoragem Ferro Dúctil
Os tubos de Ferro Fundido Dúctil quando instalados com o tipo de união ponta e bolsa JGS e curvas
com bolsas, necessitam de um sistema de ancoragem para conter empuxo hidráulico gerado devido a mudança
de direção.
Figura 8 – Empuxo provocado pela mudança de direção
Tipos de Ancoragem para os tubos Ferro Dúctil
Estas juntas podem ser igualmente utilizadas no assentamento aéreo, graças às suas possibilidades de
absorção das dilatações térmicas, evitando, assim, a colocação de uma peça especial para absorver a contração
ou dilatação da canalização.
União dos Tubos Aço Carbono com Junta Soldada
As juntas dos tubos de Aço Carbono são do tipo soldado. Este tipo de junta tem como característica
principal a necessidade de mão de obra especializada (soldador + inspetor de solda + raio “X”), o que aumenta
consideravelmente o custo de montagem deste tipo de tubo. Adicionado ao alto custo de implantação, a cadencia
de montagem se mostra pouco eficiente quando se compara a junta de ponta e bolsa da solução em ferro fundido
dúctil.
As soldas executadas em campo devem ser realizadas utilizando-se eletrodos que obedecem às normas
e dimensões recomendadas pelos fabricantes dos tubos para cada passe ou conforme processos e soldadores
qualificados,aumentando consideravelmente o risco de problemas hidrailicos ( soldas mal confecsionadas e ou
estanqueidade comprometida ) , a olustração abaixo nos da uma noção da ligação das tubulações de aço carbono
, como dito anteriormente a tubulação por nos adotada é de DN 600 mm , diametro interno o que dificulta em
muito o trabalho no interior da tubulação no quesito solda ou seja união das peças.
Solda em tubos de Aço Carbono
A tubulação deve estar livre de sujeira, resíduos, pedaços de solda ou qualquer outro corpo estranho
durante a execução das obras. A montagem prévia fora da vala, geram gastos elevados com a contratação de
equipamentos do tipo "side-boom" ( figura abaixo ) o uso de uma ou mais maquina para a sua aplicação na vala.
5.1.7. Proteção contra a corrosão
Tubo Ferro Dúctil
O ataque corrosivo em tubulações enterradas é um dos principais responsáveis pela quantidade de
manutenção nas linhas de tubos metálicos. Entretanto, os tubos de ferro fundido dúctil
possuem uma proteção catódica galvânica já incorporada no tubo de fábrica. Através da aplicação de uma
camada de zinco na sua parede externa e também de uma tinta epóxi ou betuminosa, os tubos de ferro fundido
ductil FFD garantem a proteção desde fábrica , requerida por norma , e após sua instalação no campo, não há
necessidade de realizar manutenções periódicas.
Tubos de Aço Carbono
Os tubos de Aço Carbono, quando não recobertos externamente, não possui uma boa resistência a
corrosão, sendo necessário a aplicação de um dispositivo externo, como por exemplo, a proteção catódica por
anodo de sacrifício.
Este tipo de proteção requer uma manutenção periódica, que por sua vez aumenta os custos de
operação , e são permanentes ou seja equanto tivermos adutora teremos manutenção e estações de proteção
ao longo da rede.
A norma AWWA M11 – Steel Pipe – A Guide for Design and installation vide capítulo
(10) para descrever os processos de corrosão, métodos de proteção e necessidade de proteção catódica para
tubulações de aço carbono.
Os tubos de Aço Carbono podem receber a proteção catódica anodica comumente utilizada ou possuir
uma sobre espessura de chata capaz de ser submetido ao processo de corrosão até sua camada passivante
sem comprometer a espessura necessária para suportar as pressões internas. Ambos casos são onerosos ao
empreendimento.
As desvantagens para a utilização do primeiro método é a necessidade de manutenção periódica, ainda
que de m´dia complexibilidade , o dispêndio com a energia elétrica consumida e a possibilidade de criar
problemas de interferência com outras estruturas metálicas enterradas nas proximidades são permanebtes , o
que pode ser evitado com facilidade com a utilização de tubulação em FFD.
Consultadas e nos fornecendo orçamentos estimados , empresas especializadas no assunto, apontam
que o custo de implantação da proteção catódica é de 3% a 5% do custo total da estrutura a ser protegida,
conforme referência da empresa EGD Engenharia.
Sistema de proteção catódica anodica
Deve considerar nos estudos de implantação da proteção catódica o local para instalar os retificadores,
podendo ter desapropriação desnecessária para o sistema. Furtos de cabos são recorrentes para este tipo de
instalação deixando toda a tubulação desprotegida, diminuindo drasticamente sua vida útil.
Imagens meramente ilustrativas mas que nos orientam quanto as estruturas a serem montadas.
5.1.8. Estudo de Flexibilidade
Dilatação térmica em tubos de Ferro Dúctil
Os tubos de ferro dúctil dispensam o estudo de flexibilidade, justamente por sua junta tipo ponta/bolsa,
compensar e absorver a pequena dilatação térmica gerada em cada tubo devido ao dimensionamento das juntas
elásticas diminuindo o custo de instalação quando comparado com tubos de aço carbono.
Os tubos de ferro dúctil com ponta e bolsa JE2GS, possuem a grande vantagem de dispensar a
instalação de compensadores de dilatação, pois, cada bolsa com junta elástica JE2GS, atuam como uma junta
de dilatação, isto porque absorvem o acréscimo de comprimento ΔL, dentro dos limites normais de variação da
temperatura Δt.
Os tubos de Ferro Dúctil possuem em sua bolsa compensação da dilatação térmica e elimina a
necessidade de juntas de expansão/dilatação.
Exemplo de cálculo para dilatação térmica para os tubos de Ferro Dúctil:
∆θ = 30 º C (variação térmica) Lo =
6 m (comprimento do tubo)
αFF = 1,15 x 10-5 º C-1 (coeficiente de dilatação do Ferro)
∆L = L0 x α x ∆θ = 2, 41 mm
DN 600
P (profundidade da bolsa) = 122,5 mm
Percentual ∆L / P = 1,96%
Nota: As juntas elásticas JGS de FFD não devem ser utilizadas como junta de dilatação para união com
outros materiais.
Dilatação térmica em tubos de Aço Carbono
Os tubos de Aço Carbono quando instaladas em trechos aéreos estão sujeitos à variação de temperatura
e, consequentemente, submetidos a dilatação térmica que, em muitos casos, rementem a necessidade de
utilização das juntas de expansão como forma de compensar este movimento de dilatação/contração e evitar
deformações permanentes e/ou colapso dos materiais.
Junta de Expansão
Os tubos de Aço Carbono ainda em sua etapa de elaboração de projeto necessitam passar por um
complexo estudo de flexibilidade a fim de se evitar deslocamentos, rompimentos e eventos não desejados.
5.1.9. Característica dos Tubos
Características FFD Aço Carbono Vantagens FFD
Juntas JE2GS NBR 13747 Soldada Maior cadencia de Montagem
Deflexão Angular
3° a 1°30’
Rígida sem Deflexão
Permite diminuir a quantidade
de Curvas
Diâmetro Interno
Em média 2% maior
que o DN
Quanto maior
espessura
menor o DI
Ganho em vazão e custo
de energia de
bombeamento
Travamento
Opções de blocos
ou Juntas
Travadas
Não necessita
Opções de Travamentos
podem reduzir o valor do
custo global
Cadencia de Montagem
Média de 180m/dia
DN600 e 168 m/dia de
vala
Média de 60 m/dia
de vala
O fato de não necessitar de
solda aumentam a cadencia
do FFD
Inspeção de Montagem
Visual
RX e Liquido Penetrante
Inspeções em campo de um
componente estrutural gera
insegurança, improdutividade e
custo.
Envoltórias
Sem necessidade
Necessário
Envoltória de
Areia
Pela norma ISO 10803, em
grande parte dos
assentamentos não necessita
de envoltória reduzindo os
custos.
Volume de
material
Descartado
Valas Compactas
Valas de grande vol.
incluindo caximbo
Um dos principais custos no
assentamento enterrado é a
movimentação de solo
Proteção Galvânica
200g/m2 de zinco
Proteção catódica
Não necessita de proteção
catódica eliminando o custo
de implantação, energia e
manutenção
Rigidez Diametral
Alturas mínimas
de
recobrimento
Necessita de
alturas
maiores
Diferença de classificação
entre semirrígidos faz com
que apresentem alturas
diferenciadas
Manutenção
Kit Manutenção ou
Luva de correr
Solda ou uso
de
Tripartida
Não necessita de M.O
com qualificação
Vida útil
100 anos
25 anos
Historicamente os tubos de
FFD tem grande
durabilidade
5.2. Comparação Técnica entre os materiais
5.2.1. Dimensionais e pressões Ferro Dúctil
Tabela 5.0: Características do Ferro Dúctil
Classe K7
DN
Diâmetro Externo
DE
Diâmetro Interno útil
Deflexão Angular
Espessura Nominal
PSA
PMS
PTA
mm mm graus mm MPa MPa MPa
600 635 610,6 3º 7,00 2,60 2,90 3,60
5.2.2. Dimensionais e pressões Aço Carbono ASTM A572 GR 50
É possível observar que nos cálculos de espessuras conforme Awwa C200 que, a espessura mínima de
6,35mm atende as pressões de projeto, utilizando A572 GR50.
Referências Aço Carbono Aço Carbono
DE 20 pol DE 24 pol
Diâmetro Externo 508 mm 609,6 mm
Deflexão angular máxima 0º 0º
Espessura 6,35 mm 6,35 mm
Diâmetro Interno 495,3 mm 596,9 mm
5.2.3. Coeficiente de Hanzen-Willians Ferro
Fundido Dúctil - C140
Para um tubo ter características de fluxo satisfatório, inicialmente deve fornecer um alto
coeficiente de Hazen-Williams "fator C" e deve ser capaz de manter um alto coeficiente de fluxo ao longo dos
anos de operação. Numerosos testes de fluxo de tubos de ferro fundido cinzento e dúctil novos e antigos
revestidos com argamassa de cimento foram realizados para determinar o quão bom os revestimentos de
cimento atendem a estes requisitos. O valor médio de "C" para o novo tubo foi considerado 144, enquanto para
os sistemas mais antigos, o valor médio de “C” foi encontrado em
140. Portanto, um fator C de 140 para tubo de ferro dúctil é um valor realista e se mantém ao longo do tempo -
mesmo durante o transporte de água agressiva.
Fonte: Dipra - https://www.dipra.org/
Aço Carbono - C130
De acordo com Azevedo Netto e Fernández (2015), a formula de Hazen-Williams resultou em um estudo
estatístico, onde foi experimentado os dados obtidos por outras pesquisas anteriores. A utilização desta fórmula
se tornou popular devido a possibilidade de se estudar o envelhecimento das tubulações e por ser teoricamente
correta para todos os tipos de materiais e por aceitar a aplicação nas bitolas comerciais.
Fonte: Adaptado de Azevedo Netto e Fernández (2015)
5.3. Velocidade do fluido conforme a tubulação
Considerando a vazão de 0,435m3/h é possível apresentar a velocidade do fluido para cada material com
seus respectivos diâmetros externos.
Tubos de Ferro Dúctil
K7 DN 600 - DI 607,6 mm – 1,5 m/s
Tubos de Aço Carbono
AÇO 24 pol – DI 596,9 mm – 1,56 m/s
5.4. Premissas dos cálculos de bombeamento:
Tempo de operação: 21 horas – Fora de Ponta
Tarifa de Energia – Demais Classes - Fora de Ponta: 0,70321 KWh / 703,21 MWh
Fonte: https://pa.equatorialenergia.com.br/informacoes-gerais/valor-de-tarifas-e-
servicos/#demais-classes
5.5.1. Cálculos das Perdas de Carga
Para o cálculo da perda de carga foi utilizada a equação de Hazen-Williams
J 10,643 Q1,852
C 1,852
D4,87
Onde:
J = Perda de carga unitária (m/m);
Q = Vazão (m3/s);
D = Diâmetro interno do tubo (m);
C = Coeficiente que depende da natureza da parede do tubo.
5.5.2. Cálculos da Potência de Bomba
O cálculo da potência da bomba é feito através da seguinte fórmula. P = у . Q.Hman /75.η
P = potencia da bomba em CV у = Peso específico da água (1000 Kgf/m3);
Q = Vazão (m3/s);
Hman = Altura Manométrica (m.c.a);
= Rendimento do conjunto motor-bomba (80%). Conversão de
unidade KW = 0,736 CV
5.5. Cálculo do Custo de Bombeamento
5.5.1. Perda de Carga
Cálculo da Perda de Carga unitária para Tubos de Ferro Fundido Dúctil
DN DI (mm) Vazão* (m3/s) Coef. “C” Perda de Carga unitária
(m/Km)
600 607,6 0,435 140 0,98
Cálculo da Perda de Carga unitária para Tubos de Aço
DN DI (mm) Vazão* (m3/s) Coef. “C” Perda de Carga unitária
(m/Km)
24 596,9 0,435 130 1,23
5.5.2. Potência de Bomba
Cálculo da Potência de Bomba para opção em FFD
DE
Peso específico
da água
(Kgf/cm²)
Vazão
(m³/s)
Desnível
geométrico*
(m)
Perda de
carga
(m.c.a.)
Rendimento
Potência da
bomba (CV)
Potência da
bomba (KW)
24 1000 0,435 100 39,03 0,80 1008 742
Cálculo da Potência de Bomba para opção em AÇO
DE
Peso específico
da água
(Kgf/cm²)
Vazão
(m³/s)
Desnível
geométrico*
(m)
Perda de
carga
(m.c.a.)
Rendimento
Potência da
bomba (CV)
Potência da
bomba (KW)
24 1000 0,435 100 48,82 0,80 1079 794
5.5.3. Consumo de Energia
Cálculo do consumo de energia para opção em FFD
DN Potência da bomba
(KW)
Consumo anual do
bombeamento
(MW.h/ano)*
Custo (R$/MWh)
Custo de energia
elétrica por ano
(R$/ano)
600 742 5686 703,21 3.998.797,88
*Considerando o bombeamento em 21h/dia e o ano com 365 dias.
Cálculo do consumo de energia para opção em AÇO
DE Potência da
bomba (KW)
Consumo anual do
bombeamento
(MW.h/ano)*
Custo (R$/MWh)
Custo de energia
elétrica por ano
(R$/ano)
24 794 6086 703,21 4.280.342,53
*Considerando o bombeamento em 21h/dia e o ano com 365 dias.
Economia de 7% favorável ao Ferro Fundido Dúctil no consumo de energia.
6. PROJETO ELABORADO TUBO FFD (FERRO FUNDIDO DUCTIL)
Foi adotado neste projeto tubos de Ferro Dúctil por apresentarem grande vantagem técnico/econômica de
instalação frente aos tubos de Aço Carbono, devido ao baixo custo do assentamento, desempenho mecânico
favorável e vida útil estimada em mais de 100 anos. Os tubos de Ferro Dúctil apresentam menor custo de
implantação quando comparados à opção em Aço Carbono do diâmetro equivalente.
É importante comparar a cadência de assentamento entre os materiais, uma vez que existe uma grande
diferença entre os tipos de valas e seus reaterros. Os tubos de FFD permitem utilizar o mesmo solo escavado
podendo haver baixa ou nenhuma compactação, diferentemente dos tubos de Aço Carbono que necessitam além
da importação de areia, atuar com o adensamento da mesma e compactação controlada no reaterro, os cálculos
e os custos em relação ao tempo deverão ser considerados e incluídos no custo global de obra.
A norma AWWA M11 – Steel Pipe – A Guide for Design and installation dedica um capítulo (10) para
descrever os processos de corrosão, métodos de proteção e necessidade de proteção catódica para tubulações
de aço carbono. As desvantagens para a utilização desse método é a necessidade de manutenção periódica,
ainda que de fácil realização, o dispêndio com a energia elétrica consumida e a possibilidade de criar problemas
de interferência com outras estruturas metálicas enterradas nas proximidades, o que pode ser evitado com
facilidade. Literaturas e empresas especializadas no assunto, apontam que o custo de implantação da proteção
catódica é de 3% a 5% do custo total da estrutura a ser protegida, conforme referência da empresa EGO
Engenharia.
Considerando um horizonte de 30 anos de operação, o sistema terá uma economia de aproximadamente R$
8,5 milhões no custo operacional considerando o uso de tubulações de Ferro Fundido Dúctil, uma vez que o FFD
apresenta o diâmetro interno superior a opção do aço carbono.
Análises críticas das condições de assentamento, buscando sempre valorizar as características intrínsecas
de cada material (Semi-rígido x Flexível) são importantes, de forma a evitar que seja adquirido um produto
aparentemente de custo menor, se comparados preço a preço, mas que poderá tornar-se mais oneroso ao final
da obra e ou durante sua utilização (custo de manutenção).
Avaliar a cadencia de montagem é fundamental para o planejamento da implantação do projeto, as
tubulações de ferro fundido, ponta e bolsa com junta elástica apresentam uma característica que
facilita sua montagem, sendo possível o assentamento de 180 m/vala/dia. Decorrente das dificuldades da
execução das soldas e, analises de qualidade que devem ser realizadas em cada junção, o tempo de montagem
das tubulações de aço carbono, considerando a mesma equipe de montagem é de 60 m/vala/dia. Concluímos,
que para atender o cronograma do projeto, o número de colaboradores e equipamentos dobra na execução do
aço carbono, portanto a infraestrutura do canteiro de obras para execução em tubos de aço carbono será mais
oneroso, frente a opção de ferro fundido dúctil.
Afinal, o objetivo é instalar um sistema de transporte líquido que opere com eficácia, no longo prazo, com
mínimos riscos de falhas e menor custo global para as múltiplas condições operacionais envolvendo as
solicitações externas (cargas permanentes e móveis) e os transientes hidráulicos. As especificidades dos tubos
de qualquer natureza exigem testes de aceitação qualificados nas normas técnicas e os cuidados no
assentamento devem obedecer às recomendações normativas e do fabricante dos tubos que deverão orientar o
desenvolvimento dos projetos e oferecer as garantias de desempenho no longo prazo.
Apos todas as considerações expostas , vantagens , tempo de execução de obra , técnologia disponivel ,
equipamentos disponiveis , durabilidade , baixo custo operacional , baixo custo de manutenção todo o PROJETO
EXECUTIVO foi calculado e processado utilizando TUBO DN 600 mm PN 16 , para toda a extensão da adutora
SEPOTUBA – ETA QUEIMA PÉ , TUBO FERRO FUNDIDO DUCTIL – FFD.
Luiz Roberto Henriques Marques
CREA – 53.995-RJ
GTEC – SAMAE - GERENTE