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Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Programa de Ps-Graduao em Cincia dos Materiais
Estudo morfolgico e cintico de nanocompsitos de PP/TiO2 obtidos a
partir da mistura no estado fundido ou por mtodo sol-gel in situ
Rodrigo Pinheiro da Silva
TESE DE DOUTORADO
Porto Alegre, 2013
ii
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Programa de Ps-Graduao em Cincia dos Materiais
RODRIGO PINHEIRO DA SILVA
Tese apresentada como parte dos requisitos para obteno
do grau de Doutor em Cincia dos Materiais
Orientador:
Prof. Dr. Ricardo Vinicius Bof de Oliveira
Porto Alegre, junho de 2013.
iii
O trabalho descrito na presente tese foi realizada no Instituto de Qumica da
Universidade Federal do Rio grande do Sul, no perodo compreendido entre maio/2009
e abril/2013, sob orientao do Prof. Dr. Ricardo Vincius Bof de Oliveira.
Comisso Examinadora
Esta tese foi considerada adequada para obteno do ttulo de Doutor em Cincia dos
Materiais pela seguinte comisso examinadora:
Prof. Dr. Leonardo Bresciani Canto (UFSCar) Profa.
Dr. Mauro Alfredo Soto Oviedo (Braskem)
Profa. Dra. Marly Antnia Maldaner Jacobi (PPGCIMAT/UFRGS)
Profa. Dra. Naira Maria Balzaretti (PPGCIMAT/UFRGS)
iv
Dedico minha tese a Deus, famlia e meu amado filho.
A vida se desenvolve onde h luz, e no na escurido. Seja sempre alegre, mesmo nas
dificuldades. Estudando e trabalhando com alegria, voc progredir cada vez mais. O
progresso alcanado suscitar mais alegria e lhe possibilitar mais sucesso. Aquilo que
voc deseja e que realmente necessrio para voc, j est em suas mos no mundo
espiritual. Justamente porque, por intuio, voc sente vontade de concretiz-lo. Por
isso, disse Jesus: Vosso Pai sabe o que vos necessrio, antes de vs pedirdes.
Seicho Taniguchi
v
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus, por me dar foras para eu conseguir chegar at aqui.
Meus pais e minha av pela compreenso, apoio e pacincia.
Ao meu lindo filho que veio ao mundo para alegrar ainda mais minha vida.
Ao Prof. Ricardo Oliveira pela orientao e amizade.
Aos colegas e amigos em especial Vinicius Pistor, Cesar Pedrini, Julio Vaghetti, Felipe
e Heitor Ornaghi e Paulo Ricardo pela ajuda de seus grandes conhecimentos.
Aos colegas do K208A e K212 tambm pela ajuda de seus conhecimentos.
A todos que de alguma forma contriburam para a concluso desse trabalho.
Um grande abrao e um sincero obrigado.
vi
ARTIGOS SUBMETIDOS
Isothermal Crystallization and Morphology of PP/TiO2 nanocomposites Polymer Testing
Isothermal Crystallization Kinetics and Morphology of PP/TiO2 nanocomposites
using titanium n-butoxide precursor Polymer Composites
TRABALHOS EM CONGRESSO
PP/TiO2 Nanocomposites: In situ generation x conventional process. XI
Encontro da SBPMAT, 2012, Florianopolis - SC.
Nanocompsito PP/TiO2: Cintica de Degradao no Isotrmica. 12
Congresso Brasileiro de Polmeros, 2013. Florianopolis SC
vii
SUMRIO
ARTIGOS SUBMETIDOS ............................................................................................. vi
RESUMO ........................................................................................................................ ix
ABSTRACT ..................................................................................................................... x
LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... xi
LISTA DE TABELAS .................................................................................................. xiii
LISTA DE EQUAES ............................................................................................... xiv
LISTA DE ABREVIATURAS E SMBOLOS .............................................................. xv
1 INTRODUO ............................................................................................................. 1
2 OBJETIVOS .................................................................................................................. 4
2.1 Gerais ...................................................................................................................... 4
2.1 Especficos .............................................................................................................. 4
3 REVISO BIBLIOGRFICA ...................................................................................... 5
3.1 Nanocompsitos de TiO2 ........................................................................................ 5
3.2 Nanocompsitos de PP/TiO2 .................................................................................. 7
3.3 Gerao do TiO2 pelo processo sol-gel in situ ........................................................ 9
3.4 Cintica de cristalizao ...................................................................................... 11
3.5 Cintica de Degradao ....................................................................................... 13
4 PARTE EXPERIMENTAL ......................................................................................... 17
4.1 Materiais ............................................................................................................... 17
4.2 Obteno dos nanocompsitos ............................................................................. 17
4.3 Espectroscopia de Absoro no Infravermelho por Transformada de Fourier
(FTIR) ......................................................................................................................... 20
4.4 Cintica de converso do Ti(OBu)4 ...................................................................... 21
4.5 Difrao de Raios X (DRX) .................................................................................. 22
4.6 Anlise termogravimtrica/Infravermelho(SDT/FTIR) ........................................ 22
4.7 Microscopia eletrnica de transmisso (MET) .................................................... 22
4.8 Anlise termogravimtrica (TGA) ........................................................................ 23
4.9 Cintica de degradao no isotrmica ............................................................... 23
4.10 Calorimetria Diferencial Exploratria (DSC) ................................................... 24
4.11 Cintica de cristalizao isotrmica ................................................................... 25
4.12 Microscopia tica de Luz Polarizada (MOLP) ................................................. 26
4.13 Calorimetria Diferencial Exploratria com fotocalorimetria (DSC-PCA) ........ 26
4.14 Analise Termo-Dinmico-Mecnica (DMA)....................................................... 26
viii
5 RESULTADOS E DISCUSSO ................................................................................ 28
5.1 Cintica de Reao do Ti(OBu)4 em TiO2 ............................................................. 28
5.2 Avaliao Morfolgica ......................................................................................... 34
5.3 Degradao Trmica ............................................................................................ 38
5.4 Cintica de degradao no isotrmica ............................................................... 44
5.5 Comportamento de Fuso e Cristalizao ........................................................... 49
5.6 Cintica de cristalizao isotrmica ..................................................................... 52
5.7 Estrutura cristalina do PP e nanocompsitos ...................................................... 61
5.8 Cintica de cristalizao por Microscopia ptica de Luz polarizada .................. 65
5.9 Avaliao de absoro da radiao UV ............................................................... 71
5.10 Comportamento Viscoelstico ............................................................................ 74
6 CONCLUSO ............................................................................................................. 78
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................... 80
ix
RESUMO
Este trabalho investigou a influncia do TiO2 em diferentes concentraes pelo
processo convencional e sol-gel in situ. Essa avaliao foi baseada no efeito do TiO2 na
cinticas de formao do TiO2 a partir do precursor tetrabutxido de titnio Ti(OBu)4,
anlises trmicas de degradao e cristalizao, microscopia ptica de luz polarizada,
morfologias, grau de cristalinidade por difrao de raios-X, fotocalorimetria,
comportamento viscoelstico, visando novos mtodos e aplicaes na indstria.
Na cintica de converso ficou evidenciado que para 10 min e 250C o
rendimento da reao foi maior. Na cintica de degradao o nanocompsito de
PP/TiO2b1,5 demonstrou ter a maior estabilidade trmica. O ajuste linear a partir do
modelo de FWO permitiu calcular a energia de ativao para entender o mecanismo de
degradao e o mtodo foi satisfatrio onde os valores de demonstraram um R2 de
aproximadamente 0,998. A energia de ativao apresentou variaes por causa da
disperso das nanopartculas e diferentes mecanismos de degradao. Para os dois
sistemas estudados a adio das nanopartculas aumentaram a temperatura de
cristalizao e grau de cristalinidade pelo efeito nucleante. A nucleao e o crescimento
dos cristais tambm foram afetados, como apontados no DSC e MOLP.
Pode ser demonstrado por TEM que o nanocompsito de PP/TiO2b1,5 pode
dispersar melhor a nanocarga quando comparado aos outros nanocompsitos. Na MOLP
ficou evidenciado que a presena de TiO2 provocou a formao de mais stios de
nucleao e um crescimento heterogneo de cristais quando comparado ao PP puro.
Tanto o PP puro quanto os nanocompsitos obtidos pelos dois sistemas apresentaram os
mesmos picos nos mesmos 2 identificando ento, os mesmos planos cristalinos, sem
mudana no polimorfismo, mas heterogeneidade no tamanho dos cristais foi
identificada. O aumento da rigidez nos nanocompsitos foi mais pronunciado acima de
100C e na Tg houve uma queda para o sistema sol-gel in situ quando comparado ao PP
puro. Com a adio de TiO2 os nanocompsitos para os dois sistemas apresentaram
maior fluxo de calor com incidncia da radiao UV sendo mais significativo para o
nanocompsito de PP/TiO2b2,5 pelo TiO2 apresentar maior difusividade trmica em
relao ao PP.
Palavras chaves: polipropileno, tetrabutxido de titnio, morfologia, cristalizao,
cintica, Avrami.
x
ABSTRACT
This work aimed to investigate the influence of TiO2 in several concentrations
by conventional and sol-gel in situ process. This evaluation was based on the formation
kinetics of TiO2 from titanium tetrabutoxide (Ti(OBu)4) precursor, degradation and
crystallization thermal analysis, polarized optical light microscopy, transmission
electronic morphology and degree of crystallinity by X-ray diffraction,
photocalorimetry, viscoelastic behavior, looking for new methods and applications in
industry.
In the conversion kinetics was shown that for 10 min and 250C, the reaction
yield was higher. In the degradation kinetics of the nanocomposite of PP/TiO2b1,5
proved to have the highest thermal stability. The linear fit from FWO model allowed us
to calculate the activation energy to understand the degradation mechanism and the
method was satisfactory where the values of showed R2 of approximately 0,998. The
activation energy was varied because of the dispersion of nanoparticles and different
degradation mechanisms. For the two systems studied the addition of nanoparticles
increased the crystallization temperature and degree of crystallinity by nucleating effect.
The nucleation and crystal growth were also affected, as indicated in the DSC and
MOLP.
It can be shown by TEM that the nanocomposite of PP/TiO2b1,5 could disperse
better when compared to other nanocomposites. In MOLP evidenced that the presence
of TiO2 caused the formation of more nucleation sites and heterogeneous crystal growth
when compared to pure PP. Both the pure PP and nanocomposite obtained by two
systems showed the same peaks at 2 with the same crystal planes, without changing
the polymorphism, but heterogeneity in size of the crystals was identified. The
increased stiffness in the nanocomposites was more pronounced above 100C and there
was a decrease in the Tg for the sol-gel in situ system when compared to pure PP. With
the addition of TiO2 the nanocomposites for both systems had higher heat flux to UV
radiation incidence being more significant for the nanocomposite of PP/TiO2b2,5 by
TiO2 present at greater thermal diffusivity compared to PP.
Keywords: polypropylene, titanium tetrabutoxide, morphology, crystallization,
kinetics, Avrami.
xi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Esquema da evoluo do crescimento do cristal. Adaptado de Yang62
. ......... 11
Figura 2. Mtodos de obteno dos nanocompsitos: (a) processo convencional e (b)
processo sol-gel in situ. .................................................................................................. 19
Figura 3. Reaes de hidrlise e condensao para formao das nanopartculas de
TiO2. ............................................................................................................................... 28
Figura 4. Espectro de Infravermelho para o tetrabutxido de titnio (a) espectro de 4000
500 e (b) espectro de 1600 600. ................................................................................ 29
Figura 5. Evoluo da rea no espectro de FTIR referente ao grupo butanol para: (a)
PP/Ti(OBu)4175, (b) PP/Ti(OBu)4210 e (c) PP/Ti(OBu)4250 na proporo de 70/30 de
PP/Ti(OBu)4 durante 10 min na cmara de mistura tipo Haake. .................................... 30
Figura 6. Linearizao dos dados experimentais da reao de primeira ordem de
hidrlise e condensao do PP/Ti(OBu)4175, PP/Ti(OBu)4210 e PP/Ti(OBu)4250 na
proporo de 70/30. ........................................................................................................ 31
Figura 7. Anlise de DRX para as amostras de TiO2 puro e calcinadas. ........................ 32
Figura 8. SDT/FTIR para os nanocompsitos de PP/TiO2b1,5 e PP/TiO2b6: (a) SDT dos
nanocompsitos e (b) FTIR do buteno. .......................................................................... 33
Figura 9. Morfologia de MET: (a) PP/TiO2c1, (b) maior magnificao, (c) PP/TiO2c2,
(d) maior magnificao, (e) PP/TiO2c6 e (f) maior magnificao. ................................ 35
Figura 10. Morfologia de MET: (a) PP/TiO2b1,5 (b) maior magnificao, (c)
PP/TiO2b2,5 (d) maior magnificao, (e) PP/TiO2b6 e (f) maior magnificao. ........... 36
Figura 11. Termograma de TGA das massas relativas e DTG para o PP puro e
nanocompsitos de PP/TiO2c1, PP/TiO2c2 e PP/TiO2c6: (a) massa relativa, (b) DTG. 39
Figura 12. Termograma de TGA das massas relativas e DTG para o PP puro e
nanocompsitos de PP/TiO2b1,5 PP/TiO2b2,5 e PP/TiO2b6: (a) massa relativa (b) DTG.
........................................................................................................................................ 41
Figura 13. Grau de converso para: (a) PP puro, (b) PP/TiO2c6 e (c) PP/TiO2b6. ...... 44
Figura 14. Log em funo de 1/T(10-3
) K-1
para o PP puro e os nanocompsitos para os
dois sistemas: (a) PP puro, (b) PP/TiO2c6 e (C) PP/TiO2b6. As linhas tracejadas
representam o ajuste linear dos dados. ........................................................................... 47
Figura 15. Energia de ativao para o PP puro e nanocompsitos: (a) sistema
convencional e (b) sol-gel in situ. ................................................................................... 48
xii
Figura 16. Termogramas de DSC para o PP puro e nanocompsitos para os dois
sistemas: (a) fuso do segundo aquecimento e (b) cristalizao. ................................... 51
Figura 17. Curvas de cristalizao isoterma para o PP puro e os nanocompsitos para os
dois sistemas: (a) PP puro, (b) PP/TiO2c6, (c) PP/TiO2b6. ............................................ 53
Figura 18. Cristalinidade Relativa para o PP puro e os nanocompsitos para os dois
sistemas: (a) PP puro, (b) PP/TiO2c6, (c) PP/TiO2b6. .................................................... 54
Figura 19. ln[-ln(1-Xc)] em funo de lnt para o PP puro e os nanocompsitos para os
dois sistemas: (a) PP puro, (b) PP/TiO2c6, (c) PP/TiO2b6. As linhas tracejadas
representam o ajuste linear dos dados. ........................................................................... 57
Figura 20. DRX para: (a) PP puro e os nanocompsitos para os dois sistemas e (b) TiO2
produzido no sistema sol-gel in situ. .............................................................................. 62
Figura 21. Deconvoluo por DRX atravs de ajustes com equaes Lorentzianas para
os picos de cristalizao e Gaussinas para as fraes amorfas para o PP puro. ............. 64
Figura 22. Micrografia de microscopia ptica de luz polarizada para o PP puro: (a)
amorfo, (b) 30s, (c) 1min, (d) 2min. ............................................................................... 65
Figura 23. Micrografia de microscopia ptica de luz polarizada para o PP/TiO2c1: (a)
amorfo, (b) 30s, (c) 1min, (d) 2min. ............................................................................... 66
Figura 24. Micrografia de microscopia ptica de luz polarizada para o PP/TiO2c2: (a)
amorfo, (b) 30s, (c) 1min, (d) 2min. ............................................................................... 66
Figura 25. Micrografia de microscopia ptica de luz polarizada para o PP/TiO2c6: (a)
amorfo, (b) 30s, (c) 1min, (d) 2min. ............................................................................... 67
Figura 26. Micrografia de microscopia ptica de luz polarizada para o PP/TiO2b1,5: (a)
amorfo, (b) 30s, (c) 1min, (d) 2min. ............................................................................... 67
Figura 27. Micrografia de microscopia ptica de luz polarizada para o PP/TiO2b2,5: (a)
amorfo, (b) 30s, (c) 1min, (d) 2min. ............................................................................... 68
Figura 28. Micrografia de microscopia ptica de luz polarizada para o PP/TiO2b6: (a)
amorfo, (b) 30s, (c) 1min, (d) 2min. ............................................................................... 68
Figura 29. Curvas de fotocalorimetria de DSC-PCA, do PP puro e dos nanocompsitos
obtidos pelos dois sistemas sob exposio ao UV por 6,5 min. ..................................... 72
Figura 30. Mecanismo de hidrofilicidade do TiO2. Adaptado de Madaeni. 157
.............. 73
Figura 31. (a) Mdulo elstico (E) e (b) Tan do PP puro e nanocompsitos para os
dois sistemas, convencional e sol-gel in situ. ................................................................. 75
xiii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Valores de kr e Ea referentes a converso de Ti(OBu)4 em TiO2 obtidos em
diferentes temperaturas. .................................................................................................. 31
Tabela 2. Temperaturas Tonset, Tendset e Tmax para PP puro e nanocompsitos de
PP/TiO2c1, PP/TiO2c2 e PP/TiO2c6. .............................................................................. 39
Tabela 3. 1 perda de massa e massa residual do PP puro e nanocompsitos PP/TiO2c1,
PP/TiO2c2 e PP/TiO2c6. ................................................................................................. 40
Tabela 4. Temperaturas Tonset, Tendset e Tmax para PP puro e nanocompsitos de
PP/TiO2b1,5, PP/TiO2b2,5 e PP/TiO2b6, para o segundo estgio de perda de massa. ... 42
Tabela 5. 1, 2 perda de massa e massa residual do PP puro e nanocompsitos
PP/TiO2b1,5, PP/TiO2b2,5, PP/TiO2b6. ......................................................................... 43
Tabela 6. Tm, Tc, c, Hm e Hc para o PP puro e os nanocompsitos obtidos pelos dois
sistemas. .......................................................................................................................... 52
Tabela 7. Tc, n, kc, t1/2 e R2 para o PP puro e os nanocompsitos para o sistema
convencional. .................................................................................................................. 58
Tabela 8. Tc, n, kc, t1/2 e R2 para o PP puro e os nanocompsitos para o sistema sol-gel in
situ. ................................................................................................................................. 59
Tabela 9. Valores da Eac para o PP puro e os nanocompsitos para os dois sistemas. .. 60
Tabela 10. cx para o PP puro e os nanocompsitos para os dois sistemas. .................... 64
Tabela 11. Fluxo mximo de calor absorvido por cada amostra. .................................. 73
Tabela 12. Valores de mdulo elstico (E), tan e Tg para o PP puro e nanocompsitos
obtidos pelos dois sistemas. ............................................................................................ 77
xiv
LISTA DE EQUAES
(
) (1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
(11)
(12)
[ ] (13)
1/n (14)
xv
LISTA DE ABREVIATURAS E SMBOLOS
PP = polipropileno
UV = ultravioleta
TiO2 = dixido de titnio
Ti(OBu)4 = tetrabutxido de titnio
SiO2 = xido de slica
MnO = xido de magnsio
CdS = sulfeto de cdmio
CdSe = seleneto de cdmio
ZnO = xido de zinco
PVC = poli(cloreto de vinila)
PMMA= poli(metilmetacrilato)
Tg = temperature de transio vtrea
CaO = xido de clcio
PET = poli(etileno tereftalato)
PS = poliestireno
AlCl3 = cloreto de alumnio
pH = potencial hidrogeninico
TiCl4 = tetracloreto de titnio
(Ti(SO4)2) = sulfato de titnio
(Ti(OBu)4) = tetrabutxido de titnio
(Ti(OEt)4) = etxido de titnio
(Ti(iPro)4) = isopropxido de titnio
FWO = Flynn-Wall-Ozawa
Ear = Energia de ativao da reao
Ead = Energia de ativao de degradao
Eac = Energia de ativao de cristalizao
kr = constante da velocidade de reao
kd = constante da velocidade de degradao
kc = constante da velocidade de cristalizao
Hc = entalpia de cristalizao
Hf = entalpia de fuso
c = grau de cristalinidade
xvi
Tf = temperatura de fuso
Tc = temperatura de cristalizao
PA = Poliamida
TGA = Analise termogravimtrica
PHB = poli(hidrxido butirato)
PEAD = Poli etileno de alta densidade
L/D = razo comprimento dimetro
k = constante da velocidade
Ea = energia de ativao
n = forma do cristal
FTIR = Infravermelho por Transformada de Fourier
ATR = Refletncia Total Atenuada
SDT = Anlise Trmica Simultnea
DRX = Difrao de Raios X
MET = Microscopia eletrnica de transmisso
DSC = Calorimetria Diferencial Exploratria
PCA = Fotocalorimetria
MOLP = Microscopia tica de Luz Polarizada
DMTA = Analise Termo-Dinmico-Mecnica
= tenso
= deformao
PLA = Poli(acido ltico)
POSS = oligmero polidrico silsesquioxano
Vf = volume livre
E = mdulo elstico
tantan delta
1
1 INTRODUO
A busca pela melhora das propriedades dos materiais polimricos vem sendo
muito estudada tanto por pesquisadores das indstrias quanto de universidades. Os
polmeros puros de modo geral, apresentam propriedades que muitas vezes no atendem
s especificaes tcnicas e para que possam substituir outros materiais, exigem-se
maiores resistncia mecnica, trmica, qumica em geral em especial a cidos e bases.
Essas propriedades finais dos polmeros podem ser aprimoradas atravs da adio de
nanocargas em quantidades adequadas. Assim, os nanocompsitos polimricos podem
ser definidos como uma mistura constituda de uma matriz polimrica e uma nanocarga
de reforo, como nanotubos de carbono, argilas, partculas inorgnicas do tipo xidos
metlicos.1-5
Nesta rea, uma grande ateno tambm tem sido dada aos materiais
nanocompsitos orgnico-inorgnicos. Geralmente, as nanopartculas podem promover
alteraes significativas nas propriedades quando comparado aos compsitos
convencionais. Essas partculas nanomtricas possuem tendncia de se aglomerar e isso
depende do balano de foras eletrostticas e de van der Waals. As interaes entre as
nanocargas e os polmeros so dificultadas quando as nanocargas utilizadas apresentem
superfcies polares aliadas a elevados valores de rea de superfcie especfica e so
incorporadas a polmeros que apresentem caractersticas apolares. As nanopartculas
aglomerando podem facilitar o processo de degradao dos nanocompsitos. Para
superar este problema, agentes dispersantes e de acoplamento so utilizados, mas
diminuio da resistncia ao impacto, devido rigidez do material inorgnico outro
problema geralmente encontrado. Pesquisadores usam materiais elastomricos para
aumentar a resistncia ao impacto dos nanocompsitos.5-8
Existe uma grande busca para aumentar a eficincia de reforo dos
nanocompsitos, atravs da otimizao das variveis de processamento por extruso e
no subsequente processo de moldagem por injeo em produtos acabados. Alm disto, a
busca pela melhora da adeso interfacial polmero/reforo com tratamento superficial
atravs de agentes de molhamento, acoplamento interfacial e por adio de
compatibilizantes interfaciais, tem sido um alvo constante de muitas pesquisas. Apesar
de todos os avanos, o problema ainda bastante complexo. Uma mesma carga
nanomtrica nunca ser inteiramente homognea, pois variaes na sua constituio
qumica, distribuio granulomtrica, sua relao de aspecto, dentre outros parmetros,
2
sempre estaro presentes. 9-11
Tendo-se em mente os aspectos discutidos, as tcnicas de
produo de nanocompsitos tambm devem ser aprimoradas para apresentar um grau
de previsibilidade das propriedades de um dado nanocompsito.12-16
As poliolefinas so de longe as matrizes polimricas mais utilizadas para a
produo de nanocompsitos. Dentre elas, o polipropileno (PP) um material que
possui uma grande faixa de aplicaes em: embalagens de alimentos, na rea mdica, na
linha automobilstica, na construo civil e em outros setores da indstria. O PP
apresenta uma boa processabilidade, propriedades mecnicas adequadas, tima
reciclabilidade e principalmente baixo custo.17-19
O PP tem algumas limitaes quando
usado como um material de engenharia, como fragilidade baixa temperatura,
sensibilidade ao calor, radiao ultravioleta (UV) e oxidao, fazendo com que se torne
quebradio. O PP tem tomos de carbono tercirio e conhecido por ser muito
vulnervel degradao oxidativa a partir da liberao de radicais livres que levam
ciso das cadeias.20
As cargas comumente utilizadas no PP so talco, carbonato de clcio, argila,
diatomitas, entre outras, mas o dixido de titnio (TiO2) nanomtrico vem se mostrando
uma importante nanocarga na produo de novos materiais com um aumento
significativo de propriedades finais.11, 16, 20-22
O TiO2 comeou a ser comercializado em
1923 e pode ser obtido a partir de uma variedade de minrios. O TiO2 possui trs fases:
rutilo e anatase de estrutura cristalina tetragonal, e a bruquita de estrutura cristalina
ortorrmbica, sendo as duas primeiras as mais encontradas na natureza. Entretanto, a
forma rutilo a fase mais estvel a altas temperaturas, enquanto a forma anatase estvel
apenas a baixas temperaturas.23
Atualmente nanocompsitos de TiO2 tem sido largamente utilizado por aumentar
a resistncia do polmero a radiao UV sem apresentar o carter de toxidez dos aditivos
orgnicos.24
O TiO2 extensivamente utilizado para pigmentao de materiais
polimricos.25
Alm disto o TiO2 um semicondutor, estudado tanto dopado quanto
puro, especialmente quando apresenta estrutura cristalina do tipo anatase. Isto se deve
variedade de aplicaes, como em sensores de gases, em guias de onda e clulas
solares.26-28
O TiO2 tambm pode ser utilizado como retardante de chama, antioxidante,
que pode contribuir para o aumento da estabilidade trmica de polmeros.29
Observa-se na literatura que o estudo de TiO2 nanomtrico incorporado ao PP
visando melhorias nos mtodos de preparao, obteno dos nanocompsitos,
propriedades mecnicas e trmicas ainda pouco estudado. Com isso, ainda existe a
3
necessidade de uma maior explorao de suas potencialidades e da otimizao tanto de
mtodos de preparao, condies de processamento, quanto de suas propriedades
finais.11, 16, 20, 25, 30-32
O parmetro mais importante para controlar as propriedades dos nanocompsitos
est na boa disperso das nanopartculas, pois adequadamente dispersas em uma
pequena frao em massa, podem alterar drasticamente determinadas propriedades.
Ento, um novo mtodo tem sido utilizado para tentar vencer estes problemas, o qual
consiste em sintetizar partculas inorgnicas in situ na matriz polimrica usando o
mtodo sol-gel. O processo sol-gel in situ consiste em uma reao de hidrlise de um
precursor inorgnico (metal alcxido) seguido de uma reao de condensao na
presena de uma matriz polimrica fundida, levando formao de uma rede polimrica
inorgnica in situ. O grau de disperso das nanopartculas na matriz polimrica depende
das condies do processo sol-gel, da natureza do metal alcxido e dos parmetros do
processo.33, 34
Neste contexto, a presente proposta visa estudar dois processos de incorporao
do TiO2 para obteno do nanocompsitos de PP. O primeiro processo o processo
convencional de produo de nanocompsitos pela mistura no estado fundido e o
segundo, um mtodo de produo de nanocompsitos conhecido como sol-gel in situ.
4
2 OBJETIVOS
2.1 Gerais
O presente trabalho pretende estudar duas diferentes rotas de incorporao do
TiO2 e diferentes concentraes para a obteno dos nanocompsitos de PP/TiO2. Um
dos processos a obteno dos nanocompsitos pela mistura no estado fundido e o
segundo processo um mtodo de produo de nanocompsitos conhecido como sol-
gel in situ.
2.1 Especficos
Tem-se como objetivos especficos a obteno de nanocompsitos de PP/TiO2
com aumento das propriedades trmicas, tais como: estabilidade trmica, c e resistncia
do PP a radiao UV para ter a oportunidade de direcionar este polmero em outras
aplicaes que hoje so limitadas. Demonstrar que o processo de obteno dos
nanocompsitos pelo mtodo sol-gel in situ alm de se obter uma morfologia mais
dispersa pode ser produzido em escala industrial. Para atingir esses objetivos sero
preparados os nanocompsitos de PP/TiO2 atravs da mistura no estado fundido e pelo
mtodo sol-gel in situ, a partir do precursor orgnico de (Ti(OBu)4). Esses mtodos
sero comparados desmontando o melhor sistema e possibilidade de aplicao na
indstria. Com isso pretende-se:
Avaliar o efeito das variveis de processamento na cintica de converso do
precursor (Ti(OBu)4) em TiO2;
Identificar as estruturas cristalinas dos nanocompsitos;
Comparar as morfologias de microscopia eletrnica de transmisso;
Analisar a influncia das nanopartculas na estabilidade trmica e cristalizao
do PP a partir de estudos cinticos;
Comparar as morfologias de MOLP dos dois sistemas avaliando o efeito das
nanopartculas no processo de nucleao e crescimento dos cristais de PP;
Analisar o efeito da radiao UV nos nanocompsitos;
Analisar a influncia das nanopartculas no comportamento viscoelstico nos
nanocompsitos.
5
3 REVISO BIBLIOGRFICA
3.1 Nanocompsitos de TiO2
Os nanocompsitos polimricos tem um grande atrativo, pois combinam as
propriedades do polmero (flexibilidade, leveza, fcil processabilidade) com as
propriedades das nanocargas inorgnicas (resistncia mecnica, qumica, estabilidade
trmica). Os materiais nanocompsitos obtidos por mistura do fundido tem sido muito
estudados.35
Neste caso, o processamento pela mistura do fundido tem uma importante
influncia sobre a natureza e propriedades dos materiais nanocompsitos. No entanto, a
pobre compatibilidade das nanopartculas hidroflicas e as matrizes polimricas
convencionais hidrofbicas, como as poliolefinas, acabam levando a formao de
partculas aglomeradas. Agentes de acoplamento vm sendo utilizados para melhorar a
adeso entre o polmero e a nanocarga, sendo que sob essas condies pode-se ter uma
reduo no tamanho das partculas para < 50nm.30, 35
Atualmente, o uso cada vez maior de polmeros em aplicaes variadas
resulta em uma procura contnua de melhorias de suas propriedades mecnicas,
trmicas, eltricas, barreira ou at mesmo para reduo de custos, de modo a suportar
condies cada vez mais rigorosas. A reduo em sua propenso a entrar em combusto
ou queima de forma eficiente igualmente importante, uma vez que os polmeros
compreendem um percentual de incndios em residncias, ambientes comerciais e
transportes. Os nanocompsitos so uma classe de materiais na qual pelo menos uma
dimenso da partcula dispersa esteja na escala nanomtrica. A modificao dos
materiais polimricos pela adio das nanocargas traz essa mudana em funo da
grande rea superficial e consequentemente, uma larga interface entre a matriz
polimrica e a nanocarga.6, 7, 17, 36-38
Os materiais inorgnicos como metais e xidos metlicos tem atrado uma
grande ateno, pelo fato desses materiais possurem grande capacidade de suportar
condies severas de processo, diferente de um polmero convencional. H um grande
interesse no desenvolvimento de nanocompsitos consistindo em polmeros e
nanopartculas de TiO2 ou slica amorfa (SiO2). O tamanho das partculas de titnia
desempenha um papel importante no comportamento fsico-qumico do material, porque
6
a rea superficial especfica, a estabilidade qumica e a reatividade qumica so todos
altamente correlacionados com o tamanho das partculas.11, 28
O TiO2 tem sido um dos mais promissores materiais na rea de aplicaes
fotocatalticas pelo forte poder oxidante. Tambm tem grandes aplicaes na rea de
absorventes, filtros, revestimentos, fotocondutores e materiais dieltricos.39, 40
O
desenvolvimento de nanopartculas de TiO2, devido sua grande rea superficial,
proporciona a oportunidade de explorar melhor esse xido metlico nas propriedades
pticas, eltricas, qumicas e uso em fibras sintticas. A nanoescala do TiO2 promove
maior resistncia a radiao UV pelo espalhamento dos raios atravs do seu elevado
ndice de refrao e/ou por absoro desses raios devido sua semicondutividade e
tambm possui benefcio na atividade antibactericida a partir da fotocatlise.
Aumentando a rea interfacial entre a matriz polmrica e as nanopartculas de TiO2
tende a aumentar eficientemente essa fotocatlise e consequentemente a atividade
antibactericida.27
Para melhorar ainda mais as caractersticas do TiO2, SiO2 e xido de
mangans (MnO) vem sendo incorporados como fase dispersa, uma vez que, o
componente apresenta um papel de controle na atividade cataltica e ndices de refrao.
Sntese de nanopartculas de TiO2 incorporadas na estrutura das argilas podem
minimizar a formao de agregados macroscpicos dessas partculas fotoativas que
tendem a levar a um aumento na sua eficincia.27, 41-46
Alm disto, recobrimentos de filmes de TiO2 tem sido utilizado em espelhos de
automveis, pelcula para janelas e azulejos, substncias com potenciais para converso
de energia solar em energia eltica e para purificao ambiental. Poluentes orgnicos
podem ser removidos de forma eficiente a partir do ar ativado pela radiao UV atravs
do mtodo de oxidao fotocataltica. Este mtodo no qual volatiliza os poluentes
orgnicos, como bacterias, que reagem sobre a superficie irradiada, tambm foi
identificado como promissora tecnologia de reduo da poluio. Por exemplo, pinturas
contendo pigmentos fotocatalticos podem catalisar por oxidao dos compostos
orgnicos, embora sua eficincia ainda precise ser mais avaliada. 33, 47
O uso de
revestimentos fotoativos na despoluio e autolimpeza de superfcies externas de
edifcios tais como, janelas de vidro, cimento, etc, tambm tem sido extensivamente
estudados que j esto sendo incorporados em vrios produtos comerciais. Em cada uma
destas aplicaes, as partculas fotocatalticas, geralmente TiO2, so utilizadas em
materiais que podem ser usados para superfcies na construo civil, purificador de ar,
resistindo ao envelhecimento ambiental e abraso mecnica.42, 48
7
Clulas solares base de polmeros tem se tornado um assunto de grande
interesse devido ao seu baixo custo de produo e possibilidade de fabricao em
grande escala desses dispositivos. A pesquisa neste campo tem sido essencialmente
envolvendo um polmero e as nanocargas inorgnicas que permitem a combinao das
propriedades optoeletrnicas do polmero e a condutividade de partculas inorgnicas.
Trabalhos recentes tm mostrado a eficincia dos nanocristais como sulfeto de cdmio
(CdS), seleneto de cdmio (CdSe), xido de zinco (ZnO) e TiO2 em dispositivos
fotovolticos de clulas solares. No caso especfico de TiO2 em nanocompsitos
polimricos, a fotocorrente controlada pelo fotogenerador de excitao no polmero de
transferncia de carga, enquanto o semicondutor TiO2 permite o transporte.25, 49
Fa e colaboradores50
investigaram a fotocatlise do TiO2 nos nanocompsitos de
poli(cloreto de vinila) (PVC) com e sem a presena de perclorato de ferro II para
aumentar a atividade fotocataltica. Os autores demonstraram que a presena do
percloreto de ferro II realmente acelerou esse processo quando comparado ao PVC puro
e ao nanocompsito sem a presena do cido.
Hamming e coautores51
estudaram o grau de disperso das nanopartculas de
TiO2 na matriz de polimetilmetacrilato (PMMA) e relacionaram com as propriedades
trmicas, termo-mecnicas e morfolgicas. Os autores constataram um aumento do
mdulo elstico com o aumento da concentrao das nanopartculas, mas o aumento
para a temperatura de transio vtrea (Tg) s foi constatada com o TiO2 modificado
com uma protena de mexilhes marinhos para melhorar adeso interfacial, pois com a
adio das nanopartculas sem a modificao a Tg foi sendo reduzida.
3.2 Nanocompsitos de PP/TiO2
O uso de PP e partculas inorgnicas um dos mtodos de modificao de
polmero para aplicaes em diferentes reas. As fibras texteis tm sido desenvolvidas
para melhorar as propriedades fsicas do polmero, logo, estudos de modificao dessas
fibras em tecidos polimricos pela incorporao de nanopartculas tm sido explorados.
De modo geral, dois mtodos tm sido utilizados para modificar os materiais txteis: a
incorporao das nanopartculas na produo das fibras txteis e a incorporao
diretamente no produto acabado. As formas de incorporao das nanopartculas so pelo
estado fundido, soluo, polimerizao in situ e pelo processo sol-gel in situ das
8
partculas dentro do polmero a partir de um precursor metlico. Outros materiais
inorgnicos como tais como, ZnO, MgO e xidos de clcio (CaO) tm atrado muita
ateno nas ltimas dcadas no s pelo uso em dispositivos fotovolticos de clulas
solares, mas tambm devido sua capacidade de resistir a condio severas de
processamento. O TiO2 tambm so reconhecidos como materiais seguros para seres
humanos e animais.11, 52
Chiu e coautores53
investigaram o comportamento da estabilidade trmica de
nanocompsitos de fibras de PP/TiO2. Foi constatado que a adio do TiO2 promoveu
um aumento na estabilidade trmica do PP que foi observado atravs de anlise
termogravimtrica. Uma fina disperso tambm foi observada por microscopia de forca
atmica, mas as temperaturas de fuso e cristalizao permaneceram similares ao PP
puro.
Sirirat e colaboradores17
estudaram TiO2 em PP isottico com diferentes
concentraes da nanocarga, o qual foi primeiramente extrudado e em seguida moldado
por compresso. Atravs de microscopia eletrnica de varredura demonstraram uma
melhor adeso do PP com o TiO2 nas amostras que foram extrudadas e moldadas por
compresso quando comparadas as amostras extrudadas e moldadas pelo processo
convencional.
Li e colaboradores54
estudaram a localizao do TiO2 em um sistema
PET/PP/TiO2. Com a grafitizao de anidrido maleico no PP, houve uma alterao da
localizao das partculas de TiO2. A localizao das partculas de TiO2 pode ser
controlada pela variao da composio da blenda e de anidrido maleico.
El-Dessouky e colaboradores15
estudaram a incorporao do TiO2 no PP e
demonstraram que existe um aumento da estabilidade trmica e resistncia a radiao
UV com aumento da concentrao da nanocarga.
O processamento tem forte influncia no mecanismo de adeso do TiO2 na
matriz de PP. Por exemplo, Forhad e colaboradores16
demonstraram que o processo de
extruso seguido de compresso pode levar a uma maior adeso da nanocarga na matriz
de PP quando comparado a somente um processo de extruso. Chiu e colaboradores53
estudaram a viscosidade e taxa de deformao aparente atravs da tcnica de
processamento de filamentos extrudados, avaliando a estabilidade dimensional do
nanocompsitos de PP/TiO2 onde foi medido em um nico ponto. Observou-se tambm
um aumento da estabilidade trmica desses nanocompsitos.
9
Li e coautores55
investigaram o grau de disperso das nanopartculas de TiO2 nas
blendas de PP/PET/TiO2 com e sem a adio de anidrido maleico como
compatibilizante. As nanopartculas foram incorporadas de duas formas sendo uma
misturada com o PP e depois o PP/TiO2 foi misturado ao PET e a outra forma foi
misturando os trs juntos. Para ambos os mtodos as nanopartculas estavam localizadas
na fase PET sem a adio do compatibilizante. Quando adicionado o anidrido maleico
as nanopartculas passaram para a fase do PP.
Xu e colaboradores24
estudaram a disperso das nanopartculas de TiO2 na
matriz de PP com a grafitizao das nanopartculas com poliestireno (PS), mas como
existe a imiscibilidade entre PP e PS, foi utilizado cloreto de alumnio (AlCl3) como
potencial compatibilizante. Ficou evidenciado que a presena de AlCl3 aumentou a
disperso das nanopartculas bem como a resistncia do PP a radiao UV.
3.3 Gerao do TiO2 pelo processo sol-gel in situ
Inmeros processos tm sido desenvolvidos para sintetizar nanopartculas
durante o processamento, mas muitos problemas so encontrados para garantir a
disperso destas nanocargas na matriz polimrica e mais particularmente, em condies
de estado fundido. O processo de sntese atualmente utilizado via sol-gel gerando
partculas inorgnicas a partir de um precursor de alcxido metlico atravs de hidrlise
e condensao. Uma propriedade nica do processo sol-gel a capacidade de
acompanhar todo o caminho desde o precursor molecular at o composto final, o que
permite um melhor controle de todo o processo e sntese. Portanto, um domnio real do
processo sol-gel requer uma nfase no que diz respeito reatividade qumica para a
formao dos xidos metlicos e da morfologia do p.30, 31, 35, 56
importante saber que o p hidrotermicamente obtido pode ser produzido com
microestruturas, morfologia e composies de fase diferentes, pois podem variar
segundo alguns parmetros tais como, temperatura, velocidade, tempo de residncia,
concentrao e pH.28
O processo de hidrlise e condensao uma tcnica comum e conveniente para
desenvolver xidos inorgnicos mais puros e homogneos. No caso da gerao de TiO2,
diferentes precursores inorgnicos so frequentemente utilizados, tais como, tetracloreto
de titnio (TiCl4) e sulfato de titnio (Ti(SO4)2). Outros precursores, tais como
10
complexos de titnio, recentemente revelaram ser reagentes estveis em gua e muito
promissores para a sntese de TiO2. No entanto, os precursores mais descritos na
literatura so os alcxidos de titnio sendo principalmente, tetrabutxido de titnio
[Ti(OBu)4], etxido de titnio [Ti(OEt)4] e isopropxido de titnio [Ti(iPro)4].57
Neste mtodo de preparao de nanocompsitos de TiO2, uma reao de
hidrlise trmica catalisada por base ocorre antes da reao de condensao. No entanto,
a busca por uma rota sinttica adequada para a produo de TiO2 durante o
processamento de nanocompsitos, principalmente com controle de tamanho e forma da
partculas, ainda um grande desafio, porque a reao de hidrlise muito rpida. As
nanopartculas de TiO2 so geralmente preparadas via hidrlise de precursores
inorgnicos, como o tetrabutxido de titnio (IV) ou o tetracloreto de titnio (IV). Essas
reaes de hidrlise so mais rpidas que a etapa condensao, ou pensando de outra
maneira, que a nucleao e crescimento das partculas de TiO2. No entanto dificil
separar estas duas etapas, pois as reaes de hidrlise e condensao ocorrem
simultaneamente.15
Assim, este mtodo leva a formao de uma rede inorgnica de partculas slidas
que precipita e dispersa na matriz polimrica.58
Levando-se em considerao a natureza
qumica das partculas, os alcxidos de titnio so os mais utilizados e descritos na
literatura como precursores inorgnicos para gerar TiO2 com pureza e morfologia que
podem ser melhor controladas.59
A etapa de hidrlise durante o mecanismo de formao das partculas de TiO2
pode ser controlada atravs do pH e razo de H2O/Ti. A adio de gua ou cido
durante o processo pode prejudicar o polmero, mas o aumento do tamanho das cadeias
do ligante e o controle da umidade relativa durante a reao podem evitar a hidrlise
prematura do precursor.49, 57
Martnez-Prez e coautores60
prepararam TiO2 que foi obtido a partir do
precursor [Ti(iPro)4] incorporado no polmero Poli-l-lisina e demonstraram o TiO2
obtido pela microscopia eletrnica de varredura aps a calcinao a 700C. Atravs da
microscopia ficou evidenciada a presena de partculas tubulares e de aproximadamente
20nm de dimetro por 100nm de comprimento.
Bahloul e colaboradores31
estudaram a morfologia e propriedades viscoelsticas
de nanocompsitos de PP/TiO2 obtidos pelo processo sol-gel in situ. Foi demonstrado
que a adio das nanopartculas no afetou a entalpia de cristalizao (Hc), grau de
cristalinidade (c) e a temperatura de fuso (Tm). A morfologia foi investigada por
11
microscopia eletrnica de transmisso e difrao de raios-X de baixo ngulo. A
morfologia demonstrou-se bem dispersa com tamanho de partculas primrias na ordem
de 5nm. Para os nanocompsitos obtidos pelo sistema convencional, no apresentou
diferenas nas propriedades viscoelsticas, mas para o sistema sol-gel in situ foi
fortemente alterado.
Bahloul e coautores30
ainda estudaram o efeito das condies de processamento
na converso do precursor inorgnico-orgnico em TiO2, morfologia e propriedades
viscoelsticas dos nanocompsitos. Pode ser evidenciado que as condies de
processamento, tais como, velocidade de rotao da rosca da extrusora, taxa de
alimentao e a temperatura de processamento tiveram grande influncia nos
parmetros avaliados, modificando o grau de converso do precursor em TiO2.
3.4 Cintica de cristalizao
PP cristaliza normalmente na fase por ser a mais estvel, esporadicamente na
fase sob alto resfriamento, cristalizao induzida por vibrao mecnica ou na
presena de agentes de nucleao sob condies especficas de gradiente de
temperatura e tenso. A fase no comumente observada durante a cristalizao, mas
pode ser encontrada em baixas massas molares de 1.000 a 2.000 g mol-1
sob lentas
condies de resfriamento e em altas massas molares com alta isotaticidade sob
condies de presso.61
A Figura 1 apresenta um esquema da formao das lamelas (,
e ) e a evoluo do crescimento do cristal nessas trs possveis fases do PP de acordo
com condies de processamento, estrutura e propriedade.
Figura 1. Esquema da evoluo do crescimento do cristal. Adaptado de Yang62
.
(a) (b) (d)
(1) (2) (3) (4) (5)
(c)
12
Como pode ser visualizado na Figura 1 a imagem (a) representa um segmento
de cadeia do PP, (b) o estgio inicial da formao simultnea das fases e , (c)
quando existe a formao da fase e (d) a morfologia de cristalizao final com a
presena das trs fases. As imagens do 1 ao 5 representa os estgios do crescimento de
um cristal. Em relao os estgios de formao das lamelas de (a) at (d) esto na
ordem de 10-10
a 10-9
m, e em relao ao crescimento do cristal (1) at (5) esto na
ordem de 10-6
m. Com isso, quando as nanopartculas esto bem dispersas acabam por
interferir no estgio de formao das lamelas de (a) a (d). Em contrapartida, quando
essas nanopartculas esto aglomeradas passam a interferir no estgio do crescimento do
cristal de (1) a (5).
Agentes de nucleao fornecem um grande nmero de stios de nucleao, que
podem alterar significativamente o comportamento de cristalizao do PP. Por exemplo,
acelerar a formao dos cristais, reduzir as dimenses deles e aumentar a cristalinidade,
assim, alterar as propriedades mecnicas e trmicas do polmero. Como eficientes
agentes de nucleao, estes tem a capacidade para cristalizar mais a fase ou do PP,
pois o processo de cristalizao controlado pela nucleao. Na regio de cristalizao
onde ocorre a nucleao heterogenea, este processo pode ser melhorado pela adio de
aditivos especficos ou agentes de nucleao que encurtem o tempo de induo da
cristalizao do polmero ou ncleos mais estveis que reduzam a energia livre de
formao de novos ncleos no polmero.63, 64
Recentemente -nucleao no PP tem recebido considervel ateno, devido
seu excelente desempenho nas propriedades trmicas e mecnicas. A tenacidade e
temperatura de deflexo trmica do -PP so muito mais elevadas que a do -PP, que
muito importante no ponto de vista da aplicao industrial. No entanto, devido sua
baixa estabilidade, em relao fase , a fase como j mencionado s ocorre sob
certas condies crticas.65, 66
Seo e coautores67
investigaram o efeito da concentrao dos nanotubos de
carbono na cintica de cristalizao e morfologia do PP. Os autores constataram que a
temperatura de cristalizao aumentou com o aumento da concentrao de nanotubos,
mas o grau de cristalinidade decresceu, sendo atribudo a menores tamanho dos cristais
e tambm comprovado por difrao de raios-X a ausncia da fase .
Com a reduo do tamanho das partculas a energia livre de superfcie e a
absoro tornam-se maiores, dificultando uma boa disperso e aumentando a
aglomerao. Com isso, Huang e colaboradores68
investigaram nanocompsitos de PP e
13
carbonato de clcio (CaCO3) modificados com anidrido maleico. Ficou comprovado que
com o aumento da concentrao do anidrido maleico, aumentou a temperatura de
cristalizao, uma nucleao heterognea e teve mais cristais na fase quando
comparado fase .
Supaphol e colaboradores29
investigaram a cintica de cristalizao no-
isotrmica dos nanocompsitos de PP/TiO2 revestidos com cido esterico
(CH3(CH2)16COOH) e com SiO2. A temperatura de cristalizao demonstrou-se maior
que a do PP puro com o aumento da concentrao de TiO2 e com as diferentes
concentraes do revestimento de SiO2, mas no foram percebidos mudanas com a
variao de cido esterico. Foi utilizado o mtodo de Avrami para calcular a constante
da velocidade (k) e o expoente (n) referente ao mecanismo de nucleao e crescimento
do cristal.
Xu e coautores69
estudaram cintica de cristalizao dos nanocompsitos de PP e
argila enxertada com anidrido maleico. Com a presena da argila o PP teve nucleao
heterognea resultando em um decrscimo no tamanho do cristal e a taxa de
crescimento dos cristais de PP aumentou com o aumento da taxa de cristalizao.
Ou e colaboradores70
investigaram a cintica de cristalizao isotrmica e
comportamento de fuso dos nanocompsitos de PP/Poliamida (PA) com TiO2
funcionalizado. O estudo demonstrou que as nanopartculas de TiO2 puderam induzir
uma nucleao heterognea, decrscimo na taxa de cristalizao do PP e na blenda
PP/PA, mas a taxa de cristalizao na PA foi maior com a presena do TiO2 quando
comparada com o PA pura.
3.5 Cintica de Degradao
A decomposio trmica de polmeros conhecida por ser um processo
complexo e um fator muito importante para o processamento dos materiais polimricos.
Inclui vrias reaes elementares, intermedirias e finais. Sua contribuio individual
para o processo de decomposio no deve ser avaliada somente por um mtodo como
anlise termogravimtrica (TGA). Existem outras tcnicas como: FTIR, DRX e anlises
morfolgicas que podem contribuir para entender o nvel de decomposio trmica
presente no polmero. No entanto, a tcnicas de TGA pode ser usada para obter
14
informao do tipo energia de ativao e fator pr-exponencial, atravs da equao de
Arrhenius.
Deve-se ressaltar que a tcnica de TGA mede a perda de massa por volatilizao
de compostos provenientes da evaporao e/ou decomposio do material que est
sendo analisado. No caso dos polmeros possvel prever sua estabilidade trmica e, em
alguns casos, a velocidade da reao de decomposio. Na realidade, uma vez que cada
ligao quebrada nas cadeias do polmero pode ou no haver a evaporao dos
produtos. Se os fragmentos de cadeia so suficientemente pequenos para evaporar
levando a uma diminuio na massa da amostra, a cintica pode ser estudada por esta
tcnica.71-73
Portanto, ambos os processos fsicos e qumicos influenciam na taxa de perda de
massa dos polmeros e, assim, da cintica de degradao. Com isso, as anlises cinticas
so utilizadas para compreender melhor o efeito das nanocargas no processo de
decomposio de um polmero. O comportamento trmico dos materiais pode ser
otimizado conhecendo melhor a cintica de degradao trmica. 74, 75
O processo de degradao dos materiais polimricos pode ser causado por vrios
fatores como exposio ao calor, luz UV, oznio, estresse mecnico, microrganismos,
umidade, falhas como fragilidade, quebra e fadiga. O uso das nanocargas incorporadas
aos polmeros tem sido explorado para tentar minimizar esses problemas reforando a
matriz polimrica. xidos metlicos tem demonstrado ter significante efeito nas
propriedades dos materiais. Alguns autores relataram que a presena de TiO2 bem
dispersa atribudas a uma forte interao interfacial podem aumentar a estabilidade
trmica e a energia de ativao.76, 77
O processo de degradao dos polmeros tem sido recentemente descrito com o
uso de diferentes modelos, onde demonstrado que a presena das nanopartculas
influencia no mecanismo de degradao da fase orgnica. Existem diversas tcnicas
para compreender a cintica de degradao, alguns modelos cinticos so: Friedman,
Freeman-Carroll, Chang, Coats-Redfern, Kissinger, Kim-Park e Flynn-Wall-Ozawa.78,
79
Cheng e coautores80
estudaram a cintica de degradao isotrmica dos
nanocompsitos de PP/argila/anidrido maleico. Ficou comprovado que a adio da
argila promoveu um aumento na estabilidade trmica do PP, bem como a energia de
ativao. A utilizao dos mtodos de Kissinger e Ozawa apresentaram resultados
15
anlogos, segundo o mtodo de Kissinger a argila aumentou a cristalinidade do PP
contribuindo para o aumento da estabilidade trmica.
Liufu e colaboradores76
estudaram o mecanismo de degradao de
nanocompsitos de poliacrilato (ACM) /ZnO para diferentes concentraes e tamanhos
de partculas. Pode ser revelado que para maiores concentraes, o ZnO pode acelerar o
processo de ciso das cadeias do polmero, por causa do efeito cataltico. Quando
comparados os diferentes tamanhos de partculas, foi constatado que menores tamanhos
causam maior estabilidade a maiores temperaturas quando comparado a maiores
tamanhos.
Chrissafis e colaboradores79
estudaram a degradao trmica dos
nanocompsitos de PP e negro de fumo (NF), onde demonstraram tambm um aumento
da estabilidade trmica do PP com o aumento da concentrao da nanocarga que chegou
a aumentar 40C na Tonset. No entanto em relao DTG os autores demonstraram que
as amostras obtiveram um comportamento similar, no apresentando diferenas na
intensidade e largura do pico.
Khaled e coautores81
investigaram a estabilidade trmica dos nanocompsitos de
Poli(metilmetacrilato) (PMMA) com TiO2 funcionalizado com cido metacrlico
(MMA). Os autores demonstraram que os nanocompsitos com o TiO2 tiveram um
aumento mais significativo da estabilidade trmica com o aumento da concentrao das
nanopartculas quando comparado ao sistema sem a funcionalizao.
Erceg e colaboradores82
investigaram a cintica de degradao dos
nanocompsitos de poli(hidrxido butirato) (PHB)/argila para diferentes modelos
cinticos. A energia de ativao foi similar independente da taxa de converso, isso
significa que ocorreu um processo simples de degradao, o qual pode ser visualizado
para todos os modelos cinticos. Com a adio da argila pode-se perceber um aumento
da estabilidade trmica do PHB.
Marazzato e coautores83
estudaram a cintica de degradao no isotrmica de
nanocompsitos de polietileno de alta densidade (PEAD)/argila montmorillonita
compatibilizados com anidrido maleico. A adio da argila resultou em um decrscimo
da estabilidade trmica em atmosfera inerte (N2). Em contrapartida, aumentou a
estabilidade trmica dos nanocompsitos em atmosfera oxidante.
Lecouvet e colaboradores71
demonstraram a cintica de degradao trmica nos
nanocompsitos de PP/haloisite em atmosfera oxidante (O2) e inerte (N2). Os
nanocompsitos exibiram aumento da estabilidade trmica quando comparado ao PP
16
puro em ambas as atmosferas. A energia de ativao usando o mtodo isoconversional
por Fredman manteve-se constante com o aumento da taxa de converso em O2, mas em
N2 teve aumento da energia de ativao demonstrado mltiplas degradaes.
Portanto, este trabalho visa aumentar as propriedades trmicas como:
estabilidade trmica, c e a resistncia do PP a radiao UV para ter a oportunidade de
aplicar esse novo material na indstria. Demonstrar que o processo sol-gel in situ pode
ser aplicado em escala industrial.
17
4 PARTE EXPERIMENTAL
4.1 Materiais
Neste trabalho utilizou-se como matriz polimrica para o nanocompsito o PP-
homo isottico na forma de peletes, produzido pela Braskem S/A, ndice de fluidez de
15 g 10-1
min-1
(230C/2,16kg) e densidade de 0,905 g cm-3
. A nanocarga utilizada foi o
dixido de titnio, identificado como Aeroxide TiO2 P25 anatase, com tamanho mdio
de partcula de aproximadamente 21 nm, produzido pela Evonik Degussa. O precursor
orgnico-inorgnico foi o tetrabutxido de titnio identificado como Ti(OBu)4 adquirido
da Alfa Aesar Co. Todos os materiais foram utilizados assim como recebidos sem
purificao prvia.
4.2 Obteno dos nanocompsitos
Os nanocompsitos de TiO2 foram preparados em uma extrusora Haake modelo
Rheomex PTW16/25 de dupla rosca co-rotacional com L/D (razo comprimento
dimetro) de 25. A extrusora possui cinco zonas de aquecimento e o perfil utilizado foi
de 170, 175, 175, 175 e 180C com tempo de residncia de 5 min. Foi utilizado uma
rotao de rosca de 60 rpm, sendo os materiais produzidos e por fim granulados. Os
nanocompsitos obtidos a partir do precursor inorgnico foram preparados pela rota sol-
gel in situ na mesma extrusora. Foram utilizados os mesmos perfis de temperatura e
rotao de rosca, sendo por fim tambm granulados. Aps estas etapas os grnulos
foram secos em estufa a vcuo por 5 horas a 90 C e depois injetados em uma injetora
Battenfeld Plus 350 com perfil de temperatura de 170 e 180C e temperatura do molde
de 40C.
Primeiramente para demonstrar a dependncia da temperatura e do tempo na
cintica de converso do precursor orgnico-inorgnico em TiO2, adicionalmente foram
realizadas trs misturas processadas em uma cmara de mistura (Haake modelo
Rheomex). Os processamentos foram realizados em trs temperaturas distintas e as
amostras identificadas como PP/Ti(OBu)4175 para a temperatura de processamento de
175C, PP/Ti(OBu)4210 para 210C e PP/Ti(OBu)4250 para 250C, durante 10 min a
120 rpm. Foi mantida a mesma proporo de PP/Ti(OBu)4 de 70/30 em massa para
todas as amostras. Foram coletadas alquotas a cada minuto e posteriormente realizadas
18
medies de absoro no Infravermelho por Transformada de Fourier e demonstrada a
reduo da rea na faixa de 1150 1100 cm-1
referente eliminao do butanol e
formao do TiO2. A partir dessas misturas foi estudada a cintica de converso
determinando o valor da constante de velocidade de reao (kr) e a energia de ativao
de reao (Ear), a partir da equao de primeira ordem e linearizao da equao de
Arrhenius respectivamente. Para demonstrar a obteno do TiO2 a partir do precursor
foi realizado difrao de raios-X no TiO2 puro e amostras calcinadas de
PP/Ti(OBu)4175, PP/Ti(OBu)4210 e PP/Ti(OBu)4250 em uma mufla marca Provecto
Analtica modelo MFL1000 durante 1h a 520C, a partir das amostras coletadas na
cmara de mistura aps 10min de processamento. Aps confirmado atravs das anlises
de FTIR e DRX que ocorreu a formao do TiO2 a partir do precursor, passou-se para
segunda etapa que foi o processamento na extrusora para obteno dos nanocompsitos.
A Figura 2 ilustra os dois mtodos de obteno dos nanocompsitos na
extrusora. Sendo a Figura 2(a) o processo de obteno dos nanocompsitos pelo
sistema convencional e a Figura 2(b) a partir do sol-gel in situ. Na Figura 2(a) os
nanocompsitos convencionais, ou seja, obtidos a partir da mistura no estado fundido
foram identificadas como PP/TiO2c1 para 1%m de TiO2, PP/TiO2c2 para 2%m de TiO2
e PP/TiO2c6 para 6%m de TiO2. Cada composio foi primeiramente separada em
quatro pores iguais misturando o PP puro com o TiO2 para garantir o mximo de
homogeneidade das misturas. Posteriormente foi adicionada a massa total (massa das
quatro pores preparadas separadamente) no funil de alimentao para a realizao do
processamento, sendo utilizado um dosador de slidos para garantir a homogeneidade
durante a alimentao.
Na Figura 2(b) para os nanocompsitos obtidos a partir do precursor inorgnico
Ti(OBu)4, estes foram identificados como PP/TiO2b1,5 para 1,5%m de TiO2,
PP/TiO2b2,5 para 2,5%m de TiO2 e PP/TiO2b6 para 6%m de TiO2. Entretanto estas
composies nominais obtidas pelo precursor foram os alvos levando-se em
considerao a estequiometria da reao, sendo que os valores reais de TiO2 obtidos
foram determinados posteriormente por TGA. Para obteno do PP/TiO2b1,5 foram
adicionados a extrusora 10%m do precursor, para o PP/TiO2b2,5 20%m do precursor e
para o PP/TiO2b6 30%m do precursor. Para esse sistema foi utilizado um dosador
volumtrico o qual era adicionado o Ti(OBu)4 ao mesmo tempo que o PP pelo dosador
de slidos, no funil de alimentao para dentro da extrusora.
19
Figura 2. Mtodos de obteno dos nanocompsitos: (a) processo convencional e
(b) processo sol-gel in situ.
(a)
(b)
20
Inicialmente foi calculado o tempo que a massa de PP puro levava para passar
pelo dosador de slidos e entrar na extrusora. Adicionalmente foi realizado o mesmo
procedimento para o precursor no dosador de lquidos. O objetivo era que tanto o PP
puro quando o precursor levasse o mesmo tempo para processar, passando juntos e
entrando na extrusora, para garantir o mximo de homogeneidade da mistura. O
dosador de lquidos foi construdo com um reservatrio lateral atravs do principio dos
vasos comunicantes. Esse reservatrio era sempre completado com o precursor para
sempre ser mantido o nvel mximo no dosador de lquidos, pois se baixasse o nvel iria
reduzir a vaso do liquido segundo o principio de Pascal.
Para demonstrar que houve a formao do TiO2 pelo processo sol-gel in situ a
partir do Ti(OBu)4 durante o processamento por extruso, o PP do nanocompsito de
PP/TiO2b5 foi solubilizado em Xileno a 120C, a soluo foi filtrada a vcuo e coletado
o slido (TiO2) que ficou retido no papel filtro, o qual no solubilizou, para posterior
realizao de DRX.
4.3 Espectroscopia de Absoro no Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR)
A espectroscopia de infravermelho uma tcnica que mede a absoro de
radiao na regio do infravermelho do espectro eletromagntico. Essa tcnica pode ser
utilizada para investigar a composio de uma dada amostra ou tambm para a
identificao de um composto. O FTIR baseia-se no fato de que as ligaes qumicas
dessas substncias tm frequncias vibracionais caractersticas e correspondem a nveis
de energia da molcula conhecidos como nveis vibracionais. As frequncias dependem
da forma da superfcie de energia potencial e geometria da molcula, massas dos tomos
e eventualmente do acoplamento vibrnico.
Para essa anlise foram utilizadas as alquotas retiradas durante o processamento
na cmara de mistura de aproximadamente 0,4m de espessura e analisadas por
Refletncia Total Atenuada (ATR) em um equipamento da marca Bruker, modelo alpha.
A faixa analisada foi de 4000 a 600 cm-1
e 64 varreduras.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Radia%C3%A7%C3%A3o_infravermelhahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Espectro_eletromagn%C3%A9ticohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Superf%C3%ADcie_de_energia_potencialhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Geometria_molecularhttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Acoplamento_vibr%C3%B4nico&action=edit&redlink=1
21
4.4 Cintica de converso do Ti(OBu)4
A taxa de converso da reao, p (expressa em %), correspondente ao
desaparecimento da ligao Ti-O-C (por ATR) e calculada de acordo com a equao(1)
(
) (1)
onde At a rea correspondente concentrao do Ti-O-C no tempo t, A0 a rea no
tempo t = 0. Como uma reao de primeira ordem, onde a velocidade diretamente
proporcional concentrao do reagente, a equao (1) pode ser expressa da seguinte
forma:
(2)
onde kr (min-1) a constante da velocidade de reao no tempo t. Na forma logartmica
a equao (2) onde o coeficiente angular b o prprio kr, a equao (3) pode ser
reescrita da seguinte forma:
(3)
O valor da Ear pode ser determinado segundo o coeficiente angular a partir da
equao de Arrhenius, equao (4):
(4)
onde A o fator pr-exponencial (min-1
), Ear a energia de ativao de reao (kJ mol-
1), R a constante dos gases (8,314 J K
-1 mol
-1) e T a temperatura absoluta (K). A Ea
obtida a partir do ajuste linear da curva de lnk em funo de T-1
, da equao (4),
atravs de seu b conforme a equao (5):
(5)
22
4.5 Difrao de Raios X (DRX)
A tcnica de difrao de raios X consiste na incidncia de radiao na faixa do
raios-X em uma amostra e na deteco dos ftons difratados, que constituem o feixe
difratado. Representa o fenmeno da interao entre o feixe de raios X e os tomos
componentes de um material, relacionado ao fenmeno de espalhamento coerente. Essa
anlise foi realizada em um difratmetro Siemens modelo D500. As amostras de TiO2
pura e calcinadas estavam na forma de p e os nanocompsitos na forma de barra de 3,3
x 12 x 50 mm3. Foram analisados com ngulos de 10 a 80C, com incrementos de 0,05,
utilizando 40KV, 17,5 mA e radiao CuK. A partir da deconvoluo as reas dos picos
foram aplicadas na equao (6), para o clculo do grau de cristalinidade.
(6)
onde cx o grau de cristalinidade por DRX, Ic representa a rea cristalina, Ia representa
a rea amorfa no DRX.
4.6 Anlise termogravimtrica/Infravermelho(SDT/FTIR)
Esta tcnica utilizada para identificar atravs dos espectros de infravermelho os
diferentes gases que compe uma substncia pelo aquecimento da amostra por meio da
anlise trmica. O FTIR quando acoplado ao TGA, durante a perda de massa da
amostra, os gases que vo sendo eliminados esto sendo capturados pelo equipamento
de infravermelho. Esta anlise foi realizada em um equipamento de SDT modelo Q600
(TA Instruments), utilizada cerca de 20 mg, com taxa de aquecimento de 20 min-1
de 40
a 600C, sob atmosfera de nitrognio. O SDT estava acoplado a um infravermelho,
modelo Nicolet 6700 ThermoScientific.
4.7 Microscopia eletrnica de transmisso (MET)
Esta tcnica projeta eltrons atravs de uma fatia muito fina do material a ser
analisado (normalmente na ordem de 50 a 100 nm de espessura), para produzir uma
imagem bidimensional. Quando o feixe de eltrons atinge a superfcie da amostra,
vrios tipos de emanaes ou sinais podem ser gerados. O brilho de uma rea em
23
particular proporcional ao nmero de eltrons que so transmitidos atravs do
material. Neste trabalho, cortes finos (70 nm) foram obtidos em um ultramicrtomo
marca RMC Start CXL e observados em um microscpio Jeol JEM 1200 EXII.
4.8 Anlise termogravimtrica (TGA)
Na anlise termogravimtrica, uma balana utilizada para medir as alteraes
de massa da amostra em funo da temperatura. A aplicao tpica desta tcnica est na
avaliao da temperatura de decomposio e estabilidade trmica. Esta anlise foi
realizada em um equipamento modelo Q5000 (TA Instruments). Para a realizao desta
anlise tanto para avaliao de decomposio e estabilidade trmica quanto para a
cintica de degradao no isotrmica foi utilizada cerca de 5 mg de cada amostra, com
taxa de aquecimento de 10, 20, 30 e 40C min-1
de 40 a 600C sob N2.
4.9 Cintica de degradao no isotrmica
Para avaliao do parmetro cintico tais como, Ea, ordem de reao e fator pr-
exponencial (A) por anlise de TGA geralmente utilizada a equao (7):
(7)
onde a velocidade de converso a uma temperatura constante em funo da
perda de massa em taxa constante. O kd a constante da velocidade de degradao e
o modelo de reao, uma funo que dependente do mecanismo de reao. A
taxa de converso de degradao () pode ser definida pela equao (8):
(8)
onde W0, Wt e Wf em um dado tempo t, W0 representa a massa inicial e Wf a massa final
da amostra. A constante da velocidade k geralmente obtida pela equao de Arrhenius,
equao (4). O mtodo utilizado nesse trabalho foi o de Flynn-Wall-Ozawa, que
derivado do mtodo isoconversional.84
O mtodo isoconversional utilizado para
determinar a Ea em funo da frao reagida sem qualquer relao anterior ao modelo
24
cintico utilizado.85
A combinao da equao (4) e a equao (7) pode ser reescrita
segundo a equao (9):
(9)
onde o Ead a energia de ativao de degradao.
Para uma taxa de aquecimento constante sob condies no isotrmicas a
dependncia temporal na equao (7) eliminada atravs da equao (10):
(10)
onde = dT/dt a taxa de aquecimento (K min1
) e d/dT taxa de reao (K-1
).
4.10 Calorimetria Diferencial Exploratria (DSC)
A tcnica de calorimetria diferencial exploratria permite determinar as
temperaturas dos materiais tais como, calor de fuso, temperatura de fuso, temperatura
de cristalizao e temperatura de transio vtrea. Os ensaios foram realizados em um
equipamento da marca TA Instuments, modelo TA DSC Q2000. Para a realizao desta
anlise foi utilizada cerca de 5 mg de cada amostra, previamente pesada em balana
analtica e acondicionada em uma panelinha de alumnio fechada. O experimento foi
executado a uma taxa de aquecimento de 20 C min-1
em uma rampa de aquecimento de
30 a 200C, mantido por 10 min para apagar todo histrico trmico, resfriado tambm a
mesma taxa de 20 C min-1
at 30C e novamente aquecido at 200C sob atmosfera de
nitrognio. Para a cintica de cristalizao isoterma tambm foi utilizada cerca de 5 mg
de cada amostra, com taxa de aquecimento de 20 C min-1
e rampa de aquecimento de
30 a 200C, mantido por 10 min para apagar todo histrico trmico, e ento resfriado
150C min-1
at a temperatura de isoterma dependendo de cada amostra. Foram
escolhidas cinco temperaturas de isoterma para cada amostra, de acordo com a faixa de
temperatura de cristalizao para cada amostra.
O valor terico do Hf de um PP 100% cristalino de 190 J g-1
que foi utilizado
para calcular o grau de cristalinidade do PP nos diferentes nanocompsitos pela tcnica
25
de DSC 86
. A equao utilizada para calcular o grau de cristalinidade do PP puro e
nanocompsitos dos dois sistemas est descrita na equao (11):
(11)
onde cd o grau de cristalinidade por DSC, Hf a entalpia de fuso da amostra
avaliada, a entalpia de fuso terica de um PP 100% cristalino e a
entalpia de fuso da frao de PP no nanocompsito.
4.11 Cintica de cristalizao isotrmica
A teoria originai de Avrami87-89
, foi formulada para mudanas de fase em geral e
largamente utilizada para determinar a cintica de cristalizao isotrmica. As vrias
formas de nucleao e crescimento do cristal podem ser bem aproximadas pela equao
de Avrami 90
. A forma geral a equao (12):
(12)
onde Xc representa a cristalinidade relativa em um dado tempo (t), n representa o
expoente de Avrami, que est relacionado com o tipo de geometria do cristal, uma
constante dependente do mecanismo e crescimento do cristal e kc a constante da
velocidade relacionada ao mecanismo de crescimento do cristal. Para melhor abordar a
equao (12) geralmente reescrita na forma de duplo logaritmo, representada pela
equao (13):
[ ] (13)
a partir do ajuste linear, [ ] em funo de , os valores de n e kc
podem ser obtidos a partir do coeficiente angular e anti-logartimo do coeficiente linear
respectivamente. Segundo a equao (12), se o tempo que um polmero leva a partir do
incio de seu processo de cristalizao at certa quantidade relativa conhecida, ento
50% de cristalizao (t1/2), pode tambm ser calculado pela equao (14):
26
1/n (14)
4.12 Microscopia tica de Luz Polarizada (MOLP)
O Microscpio ptico de luz polarizada permite acompanhar a evoluo da
nucleao e crescimento dos cristais em funo do tempo e temperatura. A analise foi
observada em um microscpio tico de luz polarizada marca LEICA DMLP Linkam
TMS94. As amostras em filmes de 40m foram colocadas entre lamnulas de vidro e
aquecidas at 180 C e mantidas em isoterma durante 10 min para eliminar a histria
trmica, ento resfriadas a 20C/min at 125C para observao da cristalizao
isoterma. Foram feitas fotos a cada 30s para acompanhar a evoluo da nucleao e
crescimento do cristal.
4.13 Calorimetria Diferencial Exploratria com fotocalorimetria (DSC-PCA)
O PCA um acessrio fotocalorimtrico acoplado ao DSC, que permite que as
amostras colocadas no interior da clula de DSC, sejam irradiadas com luz no
comprimento do ultravioleta ou visvel atravs de uma lmpada de mercrio de alta
presso que produz uma intensidade de luz de 25Wcm-2
. Quando as amostras
(normalmente fotopolmeros) reagem luz, o calor libertado medido e utilizado para
estudar a reatividade relativa e/ou a cintica da reao. As reaes so tipicamente
estudos rpidos e os resultados so obtidos em menos de 10 minutos. Essa analise foi
realizada em um equipamento de DSC da marca TA Instuments, modelo TA DSC
Q2000 com um PCA da marca TA Instuments e modelo PCA Acessory acoplado. Foi
utilizada cerca de 5 mg de cada amostra, com tempo de exposio da amostra de 6,5
min em uma faixa de comprimento de onde de 320 a 500 nm.
4.14 Analise Termo-Dinmico-Mecnica (DMA)
Anlise termo-dinmico-mecnica uma tcnica comumente usada para
avaliao das propriedades viscoelsticas de um polmero. O principio bsico a
aplicao de uma tenso oscilante () que gera uma deformao resultante (). Este
ensaio pode ser realizado em funo da temperatura, tempo ou frequncia, resultando
27
em uma caracterizao viscoelstica do polmero ou nanocompsito. As amostras
injetadas foram cortadas em barras com dimenses de 3,3 x 12 x 35 mm3 para
realizao este ensaio, utilizando uma geometria de viga em balano (single cantilever).
Os experimentos foram realizados em um equipamento T800 (TA Instruments) com
frequncia fixa de 1 Hz e amplitude de deformao de 0,1 %, em uma faixa de
temperatura de -40 a 150 C com taxa de aquecimento de 3 C min-1
.
28
5 RESULTADOS E DISCUSSO
5.1 Cintica de Reao do Ti(OBu)4 em TiO2
A formao das nanopartculas de TiO2 resultante de reaes de hidrlise e
condensao, como ilustrado na Figura 3. Essa hidrlise do precursor inorgnico
4 leva a formao de grupos TiOH. A condensao de um grupo TiOH com
TiOBu via alcoxilao ou dois grupos TiOH via oxilao levam a formao de
ligaes TiOTi. A reao de hidrlise e condensao do 4 pode ser
representada pelas etapas abaixo.31, 59
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
Figura 3. Reaes de hidrlise e condensao para formao das nanopartculas de
TiO2.
29
A reao 1 representa o incio do processo sol-gel pela hidrlise e eliminao de
lcool. Nesta primeira reao tem-se uma hidrlise trmica catalisada por base. A
molcula da gua ataca o titnio e ocorre substituio nucleoflica do tipo SN2 com
formao da hidroxila e tem-se como subproduto o butanol. A reao 2 representa a
etapa de condensao, processo no qual ocorre a eliminao de lcool ou alcoxilao. A
condensao tambm pode ocorrer via hidroxilas representada pela reao 2 ou pela
eliminao de gua representada pela reao 3. Na reao 2 a hidroxila ataca o titnio
por adio nucleoflica e ocorre posteriormente substituio nucleoflica do tipo SN2
com formao do grupo oxo a partir da oxolao, tendo como subproduto o butanol. Na
reao 3 ocorre o processo similar a reao 2 mas com a eliminao de gua. A partir da
formao dos grupos TiOTi, reagindo com gua, levar a formao de outros grupos
TiOTi com a eliminao de lcool representada pela reao 4. A ltima reao est
ilustrando a formao dessa rede tridimensional das nanopartculas de TiO2.30, 59
A
Figura 4 representa o espectro de infravermelho do precursor 4 puro.
Figura 4. Espectro de Infravermelho para o tetrabutxido de titnio (a) espectro de 4000
500 e (b) espectro de 1600 600.
Como pode ser visualizado na Figura 4(a), os picos em 2957, 2930 e 2872 cm-1
so correspondentes aos modos vibracionais simtricos e assimtricos do CH2 e CH3
do grupo alcoxido. Outras bandas em 1460 e 1370 cm-1
esto relacionados com as
deformaes vibracionais do CH2 e CH3 do grupo butxido. As bandas de absoro
na faixa de 1100 1000 cm-1
so atribudos aos grupos OBu ligados ao Ti.91
Na faixa
de absoro de 1032 1085 cm-1
pode ser observado os modos vibracionais CO,
respectivamente devido ao butanol ligado ao n-butxido de titnio e tambm a posio
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
-OH
Ti-O
-CH2 -C-C
Ti-O-C-C-O
-CH3
-CH2
-CH3A
bso
rbn
cia
Nmero de onda (cm-1)
Tetrabutxido de Titnio
-CH2
TiOBu
(a)
1600 1500 1400 1300 1200 1100 1000 900 800 700 600
Abso
rbn
cia
Nmero de onda (cm-1)
Tetrabutxido de Titnio(b)
30
terminal em dmeros e trmeros. Tambm existe a presena do estiramento em 1129
cm-1
referente ao TiOC. Nos modos vibracionais CC do grupo butxido os picos
aparecem em 970 e 850 cm-1
e o estiramento vibracional do TiO correspondente a
600 cm-1
. A Figura 4(b) melhor ilustra as bandas de absoro pala ampliao na faixa
de 1100 1000 cm-1
referente ao grupo OBu ligado ao Ti e a faixa de 1150 a 1100 cm-1
referente ao butxido ligado ao Ti (TiOC). A converso de TiOC pode ser
calculada medindo a reduo da rea nesta faixa do espectro (1150 a 1100 cm-1
) em
funo do tempo e temperatura da reao. A Figura 5 ilustra a cintica de converso do
Ti(OBu)4 em TiO2 em funo do tempo e da temperatura de processamento na cmara
de mistura mas temperauras de 175, 210 e 250C durante 10 min.
Figura 5. Evoluo da rea no espectro de FTIR referente ao grupo butanol para: (a)
PP/Ti(OBu)4175, (b) PP/Ti(OBu)4210 e (c) PP/Ti(OBu)4250 na proporo de 70/30 de
PP/Ti(OBu)4 durante 10 min na cmara de mistura tipo Haake.
1600 1500 1400 1300 1200 1100 1000 900 800 700 600
10 min
8 min
6 min
4 min
3 min
2 min
Abso
rbn
cia
Numero de ondas (cm)-1
1 min
(a)
175CPP/Ti(OBu)4
70/30
1600 1500 1400 1300 1200 1100 1000 900 800 700 600
(b)
10 min
8 min
6 min
4 min
3 min
2 min
1 min
Ab
sorb
nci
a
Nmero de ondas (cm-1)
210CPP/Ti(OBu)4
70/30
1600 1500 1400 1300 1200 1100 1000 900 800 700 600
Nmero de ondas (cm-1)
Abso
rbn
cia
10 min
8 min
6 min
4 min
3 min
2 min
1 min
(c)
250CPP/Ti(OBu)4
70/30
31
Como pode ser visualizado medida que se aumenta o tempo e a temperatura de
processamento do 4 percebe-se uma reduo da rea na faixa das bandas de
absoro de 1150 1100 cm-1
. O desaparecimento do