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As características da ética cristã Rev. Ewerton B. Tokashiki Sumário  Introdução 0 ! "rincí#ios $ásicos da ética cristã ........................................................... 0% & A re'ação entre do(mática e ética cristãs............................................... 0) * A necessidade de uma cosmovisão cristã............................................... 0+ As #remissas teo',(icas da ética cristã................................................... !& % As características da ética cristã............................................................. ! ) -onc'usão... ............................................................................................ ! Re/erncias.. ........................................................................................... !+

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As características da ética cristã

Rev. Ewerton B. Tokashiki

Sumário

  Introdução 0

! "rincí#ios $ásicos da ética cristã ........................................................... 0%

& A re'ação entre do(mática e ética cristãs............................................... 0)

* A necessidade de uma cosmovisão cristã............................................... 0+

As #remissas teo',(icas da ética cristã................................................... !&

% As características da ética cristã............................................................. !

) -onc'usão............................................................................................... !

Re/erncias............................................................................................. !+

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Introdução

Sendo uma dissertação acerca da ética cristã1 /a23se necessário de/inir 4ua' /acção do

-ristianismo é es#osado. "or causa dos di/erentes (ru#os teo',(icos 4ue su$dividem a /é

cristã é #ossíve' tam$ém identi/icar #osturas éticas diver(entes. As di/erentes correntes

teo',(icas dentro do -ristianismo diver(em1 #or e5em#'o1 acerca da /onte e #adrão de

autoridade1 o uso de con/iss6es e catecismos1 di/erentes a$orda(ens /i'os,/icas1 inter#retação

da re'ação da 7ei e Evan(e'ho1! acerca da e5tensão dos e/eitos do #ecado na nature2a humana1

e outros temas 4ue as distanciam ainda mais e torna im#ossíve' a/irmar 4ue a 8ética cristã9

se:a homo(nea. "or e5em#'o1 #artindo de uma #ers#ectiva #rotestante 7oraine Boettner

ana'isa o #adrão mora' do -ato'icismo Romano e conc'ui 4ue

o c,di(o mora' se $aseia #rinci#a'mente na 7ei -an;nica e a#enas em se(undo #'ano naBí$'ia1 e é antes im#osta e5ternamente so$re uma #essoa. A autoridade da i(re:ainter#retada #e'o sacerdote é o 4ue conta. < resu'tado é 4ue a I(re:a Romana desenvo'veuum #adrão mora' 4ue /oi #'ane:ado1 não #ara des#ertar a conscincia1 mas #ara manter o #oder #a#a'. =uitos dos do(mas e ritos do Romanismo são anta(;nicos aos ensinamentosdas Escrituras e direta ou indiretamente condutivos > imora'idade.&

 ?este tra$a'ho serão adotadas as #remissas teo',(icas do -a'vinismo #ara a

a#'ica$i'idade da Escritura #ara a /ormu'ação de uma ética cristã. A$raham @u#er dec'arou

nas Stone Lectures #ro/eridas em !++1 na "rinceton Theo'o(ica' Seminar 4ue

o -a'vinismo entendeu 4ue o mundo não deveria ser sa'vo #or meio do /i'oso/ar ético1mas somente através da restauração da com#ai5ão da conscincia. "ortanto1 nãoentre(ou3se ao raciocínio mas a#e'ou diretamente #ara a a'ma e co'ocou3a /ace a /acecom o Ceus vivo1 de modo 4ue o coração temeu sua santa ma:estade e nessa ma:estade

desco$riu a (',ria de seu amor. E 4uando1 vo'tando em sua revisão hist,rica1 vocso$servam 4uão com#'etamente corru#to e #odre o -a'vinismo encontrou o mundo1 a4ue #ro/undidade a vida mora' na4ue'e tem#o tinha a/undado1 na corte e entre o #ovo1no c'ero e entre os 'íderes da cincia1 entre homens e mu'heres1 entre as c'asses maisa'tas e mais $ai5as da sociedade D então 4ua' crítico entre vocs ousará ne(ar a #a'ma devit,ria mora' ao -a'vinismo 4ue1 em uma nica (eração1 em$ora #erse(uido desde ocam#o de $ata'ha até o cada/a'so1 criou através de cinco naç6es ao mesmo tem#o1(randes (ru#os de homens no$res sérios e mu'heres mais no$res ainda1 até a(ora nãou'tra#assados na eminncia de suas conce#ç6es ideais e ini(ua'áveis no #ode de seuautocontro'e mora'.*

! Feor(e G. Hore''1 #or e5em#'o1 #ossuí #remissas da teo'o(ia 'uterana 4uanto a sua inter#retação e a#'icação da7ei e Evan(e'ho. "ara uma aná'ise com#arativa do assunto ve:a Stan'e Fundr1 ed.1  Lei e Evangelho: 5 pontosde vista JSão "au'o1 Editora Kida1 &00*L.&  7oraine Boettner1 Catolicismo Romano  JSão "au'o1 Im#rensa Batista Re(u'ar1 !+%L1 #. &0. Se(uindo amesma tese C.S. Scha//1 Nossa Crença e a de Nossos Pais JSão "au'o1 Im#rensa =etodista1 !)L1 ##. %**3%+.* A$raham @u#er1 Calvinismo JSão "au'o1 Editora -u'tura -ristã1 &00&L1 #. +.

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"rincí#ios $ásicos da ética cristãMtica cristã é o estudo de como os seres humanos devem viver1 con/ormando3se com

as convicç6es cristãs e $í$'icas1 sendo e'a uma cincia normativa1 4ue $usca /undamentos

 #rinci#ais 4ue #rescrevem os deveres #ara o indivíduo1 ou a sociedade. =.A. Inch dec'ara 4ue

8a ética cristã é o /ormato cristão da ética teo',(ica. Entende 4ue Nhavendo Ceus1 outrora1

/a'ado muitas ve2es1 e de muitas maneiras1 aos #ais1 #e'os #ro/etas1 nestes 'timos dias nos

/a'ou #e'o Hi'hoO JP$ !!3&L. E'a #esa as o$ri(aç6es morais do homem > 'u2 desta reve'ação

distintiva.9

A ética cristã não se 'imita a#enas aos atos e5ternos e o$serváveis1 mas inc'uí a

motivação e intenção interna. Qohn =urra o$serva 4ue

a ética 4ue é re4uerida #e'a Bí$'ia di2 res#eito ao coração do homem1 #or4ue Nde'e #rocedem as /ontes da vidaO e Ncomo ima(ina em sua a'ma1 assim e'e éO J"v &* &*=c !+3&! 7c !)!% P$ !&L. <s mandamentos de Ceus são /re4entemente vasadosem termos da ação e5ternas re4uerida ou #roi$ida. "orém1 não devemos su#or 4ue essesmandamentos di2em res#eito meramente >s aç6es J=t %&+ Rm !*3!0L. ...U o amor é

cum#rimento da 'ei1 #or4ue constran(e o assentimento e o cum#rimento da4ui'o 4ue a 'ei #rescreve. < amor é ao mesmo tem#o emotivo e motivador. Kisto 4ue o amor é emotivo1cria a/inidade com um o$:eto e a/eição #e'o mesmo. < cum#rimento 4ue o amorconstran(e1 #ortanto1 não é /orçado nem invo'untário1 mas antes1 trata3se de umao$edincia a'e(re e es#ontVnea. Hora desse constran(imento e amor im#e'idor1 não e5istecum#rimento da 'ei. -um#rimento é o$edincia1 e o$edincia sem#re su$entende noconsentimento vo'untário do coração e da vontade. Wuando o amor é todo3in/i'trador1então o cum#rimento da 'ei se torna com#'eto.%

 =.A. Inch1 ética in Enciclopédia Histórico!eológica da "gre#a Crist$ JSão "au'o1 Ediç6es Kida ?ova1 !&L1vo'. &1 #. +).% Qohn =urra1 ética $í$'ica in % Novo &icion'rio da ()*lia JSão "au'o1 Ediç6es Kida ?ova1 &Xed.1 &00*L1 #.%% e %)!.

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&A re'ação entre do(mática e ética cristã

Até o /im do sécu'o YKII os te,'o(os da Re/orma não se#araram a teo'o(ia da ética1

antes as tratavam em suas do(máticas como sendo um s, cor#o. Todavia1 a'(uns de'es

iniciaram a estudá3'as como disci#'inas se#aradas1 em$ora os catecismos e con/iss6es

continuassem a e5#or doutrina e ética como sendo com#'ementares1 es#ecia'mente #e'os

comentários /eitos ao Cecá'o(o. =as1 so$ a in/'uncia da /i'oso/ia do sécu'o YKIII a ética

cristã (radua'mente /oi des#o:ada de seu caráter re'i(ioso. 7ouis Berkho/ o$serva 4ue 8nos

escritos de autores como Sche'eiermacher1 Ritsch'1 Rothe1 Perrmann e Troe'tsch a mora'idade

/icou divorciada da re'i(ião e ad4uire um caráter aut;nomo.9) Todavia1 a'(uns te,'o(os como

Corner1 Guttke1 7uthardt retornaram a estuda3'a mantendo uma re'ação com as suas

do(máticas1 mas não o$tiveram sucesso. Em$ora os te,'o(os considerassem íntima a re'ação

da credenda e  +acienda Jcrer e /a2erL1 e 4ue am$as disci#'inas estivessem necessariamente

de#endentes1 consideraram dese:áve' trata3'as se#aradamente. A'$erto Hernando Ro'dán

esc'arece 4ue

a 4uase tota'idade dos temas teo',(icos se re'acionam de /orma direta e indireta com a

ética1 #rinci#a'mente as doutrinas de Ceus1 do ser humano1 da sa'vação e da escato'o(ia.Cito em outros termos1 nosso modo de entender Ceus como santo1 nossa conce#ção do serhumano como #ortador da ima(em de Ceus1 nosso conceito da sa'vação #or (raça e #or/é1 e1 /ina'mente1 o chamado Nmotivo escato',(icoO constituem os #i'ares teo',(icos so$reos 4uais se eri(e nossa ética cristã.

As conse4ncias de se /a2er uma dicotomia entre teo'o(ia e ética são inevitave'mente

ruins. A verdade reve'ada demanda uma vida 4ue se harmoni2e com toda a Escritura. Ro$ert

Banks o$serva 4ue 8essa 'acuna entre doutrina e ética é uma das ra26es de termos /a'hado em

desenvo'ver uma teo'o(ia satis/at,ria da vida cotidiana. Todas as #rinci#ais doutrinas tm sua

dimensão #rática e5atamente como todas as 4uest6es #ráticas tm seu as#ecto doutrina'.9 + 

Wuando ocorre o div,rcio entre do(mática e ética1 a #rimeira so/re o #eri(o de tornar3se uma

cincia meramente a$strata e es#ecu'ativa1 sem resu'tados #ráticos1 e a se(unda trans/orma3se

em /i'oso/ia re'ativa1 ou su$:etivismo antro#o',(ico.

Em$ora e5ista uma estreita re'ação da do(mática com a ética1 não #odemos conc'uir

4ue se:a uma re'ação de de#endncia recí#roca. Pendrikus Berkho/ o$serva 4ue 8do(mática

não é de#endente dos resu'tados da ética do mesmo modo 4ue é de#endente dos resu'tados

) 7ouis Berkho/1 "ntroducción a la !eologia Sistem'tica JFrand Ra#ids1 7i$ros Cesa/io1 &00&L1 #. %. A'$erto Hernando Ro'dán1 Para ,ue Serve a !eologia- J-uriti$a1 Cesco$erta Editora 7tda.1 &000L1 #. ).+ Ro$ert Banks1 . teologia nossa de cada dia JSão "au'o1 Editora Kida1 &00L1 #. !+0.

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da4ue'es outros dois cam#os de estudo estudos do Anti(o e ?ovo Testamento1 e hist,ria da

i(re:aU. Todavia1 o contrário é verdadeiro o e5ame da ação da /é é de#endente dos resu'tados

da #es4uisa do contedo da /é.9

 Pendrikus Berkho/1 "ntroduction to the Stud/ o+ &ogmatics JFrand Ra#ids1 Gm. B. Eerdmans "u$'ishin( -o.1!+%L1 #. %0.

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*A necessidade de uma cosmovisão cristã

2.1. Adoção consciente de uma cosmovisão cristã

< cristianismo é uma re'i(ião em 4ue a ética e5erce uma /unção essencia'. < trino

Ceus é santo1 e e5i(e um re'acionamento santo1 a sua verdade é a$so'uta1 e a :ustiça é um

e'emento #ermanente em seu reino. ?ão e5istem decis6es e re'acionamentos em 4ue não se

a#'i4uem #receitos éticos1 e 4ue não tenham motivaç6es e im#'icaç6es morais. Aceitando esta

 #remissa #odemos #ensar 4ue o cristianismo

é mais do 4ue disci#u'ado1 mais do 4ue acreditar em um sistema de doutrinas so$re Ceus.< -ristianismo (enuíno é uma maneira de ver e com#reender toda a rea'idade. M umacosmovisão1 uma visão de mundo. ...U em toda área da vida1 conhecimento (enuínosi(ni/ica discernir as 'eis e ordenanças #e'as 4uais Ceus esta$e'eceu a criação1 e então #ermitir 4ue essas 'eis mode'em a maneira #e'a 4ua' devemos viver.!0

Toda ética é orientada #or uma cosmovisão. As nossas crenças ditam o nosso

com#ortamento1 #or4ue as idéias tm conse4ncias. Em toda ação mora' há uma teoria

de/inida ou não. Zma das características e5c'usivas dos seres humanos é 4ue não #odem /a2er

nada sem um ti#o de orientação ou condução 4ue uma cosmovisão dá. ?ecessitam ser (uiados

 #or4ue são inesca#ave'mente criaturas com res#onsa$i'idade1 4ue #or nature2a são inca#a2es

de sustentar o#ini6es #uramente ar$itrárias ou /a2er decis6es inteiramente sem #rincí#ios. "or

isso1 é necessário esco'her conscientemente uma es#ecí/ica cosmovisão cristã. Sem uma

cosmovisão a #ossi$i'idade da incoerncia é #resente1 tornando /ra(i'i2ada 4ua'4uer #ostura

ética 4ue /or adotada. "or isso1 Qames G. Sire comenta 4ue com#rometer3se com uma

cosmovisão 8na verdade1 é um #asso si(ni/icativo na direção da auto3conscienti2ação1 do

auto3conhecimento e do auto3entendimento.9!!

-osmovisão é o con:unto de #remissas 4ue orientam a inter#retação de toda ae5#erincia com Ceus1 comi(o e com o #r,5imo. ?orman Feis'er o$serva 4ue a cosmovisão

8é um sistema /i'os,/ico 4ue #rocura e5#'icar como os /atos da rea'idade se re'acionam e se

a:ustam um ao outro.9!& E5istem $asicamente trs #rovas 4ue /ormam a estrutura de uma

cosmovisão.!* "rimeiro1 a su/icincia dos #ressu#ostos. "ara o desenvo'vimento de uma ',(ica

vá'ida1 4ue condu2irá a um resu'tado 4ue e5#ressa a verdade1 é necessário reter3se

 #ressu#ostos não somente verdadeiros1 mas tam$ém su/icientes. Wua'4uer in/ormação 4ue

!0 -har'es -o'son [ ?anc "earce1 E .gora Como 0iveremos- JRio de Qaneiro1 -"AC1 &000L1 #. **.!! Qames G. Sire1 % 1niverso ao Lado JSão "au'o1 Editora Pa(nos1 &00L1 #. &!.!& ?orman Feis'er1 [ "eter Bocchino1 2undamentos "na*al'veis JSão "au'o1 Editora Kida1 &00*L1 #. %*.!* A'an =att1 .postila de !eologia Sistem'tica Jte5to não #u$'icado do Seminário Teo',(ico Batista do Su'1 Riode Qaneiro1 !L1 #. &

)

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/a'te1 #ro#iciará #ara um #ossíve' desvio da verdade. A cosmovisão 4ue não tem res#ostas a

 #er(untas cruciais não #ode ser verdadeira.

Se(undo1 a consistncia interna. A contradição é um caos menta'. < uso da 'ei da não3contradição é necessário #ara a /ormação de 4ua'4uer cosmovisão. Esta 'ei da ',(ica dec'ara

4ue duas dec'araç6es não #odem #ossuir sentido contrário1 ao mesmo tem#o e no mesmo

conte5to. A contradição é inerente e a$surdamente incom#reensíve'. A consistncia e'imina

os e'ementos e as cate(orias contradit,rias. A essncia da verdade é a coerncia1 #ois os /atos

são com#'ementares entre si.

Terceiro1 a coerncia com a e5#erincia e5terna. Cevemos #er(untar se a cosmovisão

a:usta3se aos /atos. A a#'ica$i'idade e5istencia' de uma cosmovisão é crucia' #ara com#rovar

a sua veracidade. M necessário 4uestionar se esta #erce#ção da rea'idade é construtiva\ Wuais

são as conse4ncias #ráticas de se crer assim\ Estas conc'us6es não a$rirão #ortas #ara um

com#ortamento $i2arro1 ou destrutivo\

M im#ortante notar 4ue as cosmovis6es tm a ver com crenças $ásicas so$re as coisas.

As crenças $ásicas 4ue uma determinada #essoa sustenta1 tendem a /ormar uma estrutura ou

 #adrão. Eis a ra2ão #or 4ue os humanistas /re4entemente /a'am de um ]sistema de va'ores].Todas as #essoas reconhecem1 em a'(um (rau #e'o menos1 4ue devem ser consistentes em

suas conce#ç6es1 se 4uiserem tomá3'as com seriedade de modo res#onsáve'1 não adotam uma

 #osição ar$itrária de crenças $ásicas 4ue não #ossuam coerncia. A cosmovisão /orma1 num

(rau si(ni/icativo1 a maneira #e'a 4ua' ava'iamos os eventos1 assuntos e estruturas de nossa

civi'i2ação e da nossa é#oca. A cosmovisão $í$'ica é sim#'esmente um a#e'o #ara 4ue o

crente 'eve a sério a Bí$'ia e o seu ensino #ara a tota'idade da civi'i2ação1 e 4ue não a re'e(ue

a a'(uma área o#ciona' chamada ]re'i(ião]. Se(ue a$ai5o um resumo de uma cosmovisãocristã

2.2. Resumo de uma cosmovisão cristã

!. Ceus é um Ser em trs "essoas "ai1 Hi'ho e Es#írito Santo. < nosso Ceus é in/inito1

eterno1 #er/eito e imutáve' em seu ser. Em tudo o 4ue /a2 mani/esta a sua $ondade1

conhecimento1 sa$edoria1 #oder1 e a :ustiça se(undo o seu so$erano #ro#,sito. E'e é o

criador de tudo o 4ue e5iste1 #e'a "a'avra do seu #oder. Em tudo e todos rea'i2a a sua

sá$ia #rovidncia1 de modo 4ue1 não e5iste acaso1 nem /ata'ismo nos acontecimentos

4ue vivenciamos1 mas o a$so'uto contro'e em cada situação. Tudo o 4ue E'e rea'i2a é

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re/'e5o da4ui'o 4ue E'e é em suas #er/eiç6es. Todo o re'acionamento 4ue as suas

criaturas tm com E'e é de de#endncia1 (ratidão e com#romisso #or tudo o 4ue E'e é

e /a2. Sendo o criador e senhor de toda a criação1 e'e tem o direito e #oder de e5i(ir e

esta$e'ecer normas #ara toda conduta mora'.

&. Ceus é #essoa'. E'e se reve'ou através da criação1 dos eventos1 do seu Hi'ho e da

"a'avra escrita. A sua "a'avra E'e a /e2 re(istra3'a #ro(ressivamente #ara 4ue se

tornasse o 'ivro de mediação1 reve'ação e inter#retação das suas o$ras e do seu

 #ro#,sito com a raça humana. Ceus se comunica #ro#osiciona'mente na sua ins#irada

"a'avra. ?esta reve'ação Ceus usou /e2 uma comunicação ade4uada #ara e5#ressar a

a$so'uta verdade. A reve'ação #ro(ressiva cessou1 de modo 4ue o cVnon $í$'ico está

/echado. "or isso1 os cristãos se su$metem somente > autoridade da Escritura Sa(radacomo sendo a nica /onte e re(ra de /é e #rática. E'a é a inerrante1 c'ara e su/iciente

"a'avra de Ceus. Em sua "a'avra1 E'e e5#'ica como sur(iu o universo1 4uem somos1

como E'e re4uer 4ue vivamos de modo aceitáve' na sua #resença1 4ua' o #ro#,sito da

nossa vida1 $em como a /ina'idade de toda a nossa e5istncia 4ue é ('ori/icá3'o e

des/rutar dos $ene/ícios da sua comunhão.

*. < ser humano /oi criado > ima(em de Ceus. Ceus criou a humanidade homem e

mu'her e1 am$os de i(ua' modo re/'etem os atri$utos 4ue Ceus 'hes comunicou e1tam$ém re#resentam o Senhor como administradores res#onsáveis de #reservar e

usu/ruir da criação. Tanto o homem como a mu'her1 são co3i(uais em ca#acidade e

res#onsa$i'idades mas o homem deve e5ercer a sua autoridade como ca$eça so$re a

mu'her1 sem o#ressão1 nem omissão1 #ois1 em$ora tendo di/erentes #a#éis1 e5ercem

/unç6es mtuas e com#'ementares. A di(nidade do ser humano está nas virtudes

 #rodu2idas #e'o Es#írito de Ceus ne'e.

. < ser humano não é mora'mente neutro1 mas inc'inado a tomar decis6es morais. As #essoas1 no estado natura' em 4ue se encontram são movidas intuitivamente1 acima de

tudo1 #e'a co$iça e #e'o e(oísmo. Toda a humanidade está num estado mora' e

es#iritua' decaído1 di/erente da4ue'e em 4ue /oi ori(ina'mente criada. A ética cristã

'eva em conta1 na sistemati2ação e sinteti2ação dos deveres morais e #ráticos das

 #essoas1 4ue as mesmas são inca#a2es #or si mesmas de aceitar a #er/eita vontade de

Ceus1 e5#ressa na Escritura Sa(rada1 e muito menos de o$edec3'a. A#esar da /amí'ia

ser a/etada #e'a corru#ção do #ecado1 e'a é o #ro:eto de Ceus e1 através do 'ar1 E'e

restaura e desenvo've a #ersona'idade caída da4ue'es 4ue se su$metem a sua vontade.

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%. < ma' é tão rea' 4uanto indese:áve' o so/rimento #or e'e #rodu2ido na criação.

Entretanto1 o ma' /ísico é conse4ente ma'dição do #ecado herdado dos #rimeiros

 #ais. < #ecado (era desordem e destruição no indivíduo e sociedade. Todavia1 não é

críve' 4ue Ceus se:a mero es#ectador da #resença do #ecado na hist,ria da

humanidade1 mas de modo misterioso e so$erano #artici#ante de tudo1 sem ser o

cu'#ado1 e sem anu'ar a res#onsa$i'idade do #ecador.

). Este mundo e5#erimenta a deterioração dos va'ores 4ue o #reserva. A /a'ta de sentido

e #ro#,sito tam$ém #rodu2 a deses#erança. A sociedade $usca a redenção na

tecno'o(ia1 cu'tura1 e no se5o1 todavia1 estes meios são ine/ica2es de trans/ormar3'a.

Todavia1 somente com os va'ores do reino de Ceus1 num disci#u'ado inte(ra'1 em 4ue

os cristãos se envo'vem #rodutivamente em todas as áreas da vida1 é #ossíve' #artici#ar dum #rocesso de trans/ormação cu'tura'1 #o'ítico1 econ;mico e cientí/ico

reconhecendo -risto como o Senhor em todas as es/eras da e5istncia humana. A

sociedade #,s3moderna inc'ina3se a não reconhecer a verdade como a$so'uta1

ridicu'ari2ando a conce#ção e a ação de Ceus no mundo entretanto1 os cristãos são

res#onsáveis de construir uma sociedade in/'uenciada #e'o Evan(e'ho de -risto 4ue

o/ereça o $em3estar a todos. Está che(ando o /im da hist,ria humana não em direção

ao deses#ero e caos1 mas na consumação do #ro#,sito eterno de Ceus.. Tudo o 4ue há no mundo #ertence a Ceus. <ri(ina'mente Ceus criou todas as coisas

8muito $oas9. ?ão há nada na criação 4ue Ceus não determine o seu divino contro'e.

A#esar de toda miséria e dor1 todas as coisas estão so$ o Seu a$so'uto domínio. A

es#erança de uma nova terra não está #resa ao 4ue os homens #odem /a2er1 ou da

4ua'idade mora' da sociedade. A#,s o dia do Quí2o1 todo desa/io ao (overno de Ceus1

e toda resistncia a Sua vontade será anu'ada1 o Seu reino1 4ue é inau(urado so$re a

terra1 se mani/estará em sua #'enitude1 e o Senhor (overnará #ara sem#re com o Seu #ovo e1 assim 8Ceus en5u(ará dos o'hos toda 'á(rima9. E'e a$o'irá todo o ma'1 e

im#'antará #'enamente a Sua #er/eita :ustiça so$re a terra #ara todo o sem#re.

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As #remissas teo',(icas da ética cristã

4.1. Os atributos de Deus como fundamento para a ética

<s atri$utos de Ceus é o #adrão da ética. Todas as suas o$ras re/'etem as suas

 #er/eiç6es. Perman Poeksema o$serva 4ue 8a ética está em con/ormidade com certos

 #adr6es1 #rincí#ios e 'eis. E'a #ressu#6e e tacitamente assume 4ue e5iste um #adrão1 uma 'ei

acima de um ser ético1 e 4ue este ser ético está o$ri(ado a ser e a(ir em con/ormidade com

este #adrão.9! "or isso1 #odemos concordar com Hrancisco A'ves 4ue

se o 4ue Ceus /a2 como -riador1 Qui2 e Redentor1 e es#ecia'mente o seu #ro#,sito $em #atente na vida1 morte e ressurreição de Qesus -risto devem constituir as /ontes de ondederivar as normas da nossa conduta1 é /áci' ver como a do(mática e a ética cristã estão1 #e'o menos devem estar1 intimamente 'i(adas1 #ois1 #or nature2a1 são #raticamenteidnticas.!%

Ceus mani/esta os seus atri$utos morais como a santidade1 :ustiça1 $ondade1 amor1

 #acincia1 miseric,rdia1 (raça em toda a sua criação o/erecendo um c'aro testemunho de Si

JRm ! &03&!L. Pe$er -. de -am#os ar(umenta 4ue 8num sentido derivado1 #odemos di2er

4ue e5iste uma santidade mora' em Ceus1 4ue o /a2 esta$e'ecer 'eis santas #ara as suas

criaturas. A santidade mora' de Ceus é a causa 4ue /a2 com 4ue e'e se:a a$so'utamente isento

de de/icincia ética. As 'eis 4ue nos são dadas re/'etem 4uem e'e é mora'mente.9!)  7ouis

Berkho/ de/ine esta santidade ética divina como sendo 8a #er/eição de Ceus1 em virtude da

4ua' E'e eternamente 4uer manter e mantém a Sua e5ce'ncia mora'1 a$orrece o #ecado1 e

e5i(e #ure2a mora' em Suas criaturas9.!

4.2. A imagem de Deus como princípio ético

A ima(em de Ceus é a4ue'e con:unto de 4ua'idades de Ceus Jconhecimento

verdadeiro1 :ustiça1 santidade1 imorta'idade e #ersona'idadeL 4ue1 re/'etidas nos homens1

tornam #ossíveis os re'acionamentos!+ e o e5ercício do domínio so$re a criação JFn !&) =t

%+ -' *!0 E/ &L. Gane Frudem o/erece uma de/inição mais sim#'es ao dec'arar 4ue

! Perman Poeksema1 Re+ormed &ogmatics JFrandvi''e1 Re/ormed Hree "u$'ishin( Association1 &00L1 vo'.!1 #.!*&.!% Hrancisco A'ves1 Co(mática e Mtica -ristã in  .ntologia !eológica JSão "au'o1 Editora ?ovo Sécu'o1 &00*L1 #.*+.!) Pe$er -. de -am#os1 % Ser de &eus e seus atri*utos JSão "au'o1 Editora -u'tura -ristã1 !L1 #. *0.! 7ouis Berkho/1 !eologia Sistem'tica J-am#inas1 7u2 "ara o -aminho "u$'icaç6es1 !L1 #. ).!+ Hrancis A. Schae//er nos adverte de 4ue 8se #artirmos da ori(em im#essoa'1 a mora' não e5iste como mora'

 #ro#riamente dita e a so'ução #ara a mora'1 certamente1 aca$a encontrando3se na asserção de 4ue não há mora'Jnão im#orta de 4ue /orma so/isticada isso #ossa ser e5#ressoL91 in % &eus 3ue se revela JSão "au'o1 Editora-u'tura -ristã1 &00&L1 #. )0.

!0

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8o Pomem é seme'hante a Ceus e o re#resenta9.! =as1 é necessário #er(untar 4ua' é o #adrão

mora' 4ue se tem desta ima(em\ "ara os cristãos a res#osta é sim#'es -risto é a ima(em do

invisíve' Ceus JQo ! P$ !!3L. E'e /orneceu através da Sua #essoa e do seu ensino o

contedo da /é cristã1 como tam$ém na sua vida tornou3se a re/erncia #ara a #rática cristã.

Qames G. Sire o$serva 4ue 8a di(nidade humana1 de certa maneira1 não é uma

característica #r,#ria nossa ao contrário de "rotá(oras1 o homem não é a medida. A

di(nidade humana é derivada de Ceus.9&0 < va'or do ser humano de#ende da #erce#ção da

rea'idade 4ue a'(uém adota. -har'es -o'son o$serva 4ue

na cosmovisão cristã1 tratamos uma coisa de acordo com sua nature2a1 $aseados em 'timainstVncia no 4ue Ceus a criou #ara ser. "or isso tratamos uma criança de /orma di/erente

de um cachorro. =as se não e5iste ta' coisa como a nature2a humana1 então não :usti/icaa/irmar 4ue devemos tratar uma #essoa de um modo #re/eríve' do 4ue tratamos umanima'.&!

< cristianismo reconhece como sendo um /ato hist,rico um #eríodo em 4ue o ser

humano viveu um estado de #er/eição mora'1 e 4ue atua'mente todos vivem de modo

corrom#ido. Em outro 'u(ar1 Sire conc'ui 4ue 8/eitos > ima(em de Ceus1 somos

essencia'mente seres morais1 e assim não #odemos dei5ar de usar cate(orias morais #ara

sustentar nossas aç6es. M c'aro1 nosso senso de mora'idade /oi vio'ado #e'a Wueda1 e a(ora

a#enas de /orma im#er/eita re/'etimos o verdadeiro $em.9&&  A ética cristã não minimi2a o

va'or do ser humano1 #ois este é ima(em de Ceus1 mas reconhece 4ue e'e não está mais em

sua condição ori(ina'1 em 4ue /oi criado1 mas num estado mora' e es#iritua' decaído. <

a#o'o(ista Hrancis A. Schae//er ar(umenta 4ue

e5istiu um #eríodo anterior > 4ueda1 e então1 o homem desviou3se do seu #onto deinte(ração a#ro#riado1 #or sua esco'ha e1 assim #rocedendo1 houve uma descontinuidademora' D o homem tornou3se anorma'. Remova estes /atos e a res#osta cristã >s 4uest6es damora' se vai. Hre4entemente encontro evan(é'icos 'evando a #rimeira #arte do Fnesis

na $rincadeira. =as o /ato é 4ue1 se des#re2armos a Wueda verdadeira1 es#aço3tem#ora' ehist,rica1 as res#ostas dei5arão de e5istir. ?ão se trata a#enas de uma e5tinção do-ristianismo hist,rico e $í$'ico1 como se co'oca na corrente da hist,ria1 mas toda e4ua'4uer res#osta 4ue #ossamos ter #ara o homem e o seu di'ema mora'1 tam$ém estaráe5tinta.&*

%As características da ética cristã

! Gane Frudem1 !eologia Sistem'tica JSão "au'o1 Ediç6es Kida ?ova1 &00&L1  #. *)&0 Qames G. Sire1 % 1niverso ao Lado1 #. *.&! -har'es -o'son [ ?anc "earce1 E .gora Como 0iveremos- 1 #. &!0.&& Qames G. Sire1 % 1niverso ao Lado1 #. *.&* Hrancis A. Schae//er1 % &eus 3ue se revela1 #. .

!!

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5.1. A ética cristã é reveada

Ceus se deu a conhecer e reve'ou #ro#osiciona'mente a sua vontade ins#irando

homens esco'hidos #ara este /im. A reve'ação ver$a' de Ceus é o /undamento e#istemo',(ico

 #ara a ética cristã. ?ão si(ni/ica 4ue a Escritura Sa(rada se:a um 'ivro com um com#'eto

c,di(o ético com todas as decis6es divinas #rescritas #ara cada 4uestão1 mas1 e'a contém

su/icientemente todas as #remissas e #rincí#ios necessários #ara a /ormu'ação de uma

cosmovisão 4ue orientará na estrutura da ética cristã.

A ética cristã #arte do #ressu#osto de 4ue o Ceus 4ue se reve'a nas Escrituras

Sa(radas é o nico Ceus verdadeiro e 4ue1 sendo o criador do mundo e da humanidade1 deveser reconhecido1 crido e o$edecido como ta'1 e a sua vontade é e5#ressa nas 'eis de #rincí#ios

morais. Ceus reve'ou3se #ro#osiciona'mente > humanidade. Esta #ressu#osição é /undamenta'

 #ara a ética cristã1 #ois é dessa reve'ação ver$a' 4ue e'a tira os seus conceitos acerca do

mundo1 da humanidade e de como de/inir o 4ue é certo e errado. Hrancis A. Schae//er nos

chama a atenção de 4ue 8não há #adrão no universo 4ue d um sentido /ina' a #a'avras como

certo e errado. Se #artirmos do im#essoa'1 o universo torna3se tota'mente si'encioso1 em

re'ação a 4ua'4uer uma destas #a'avras.9&

 M #recisamente #or $asear3se na reve'ação 4ue o-riador concedeu um #adrão ético 4ue se estende a todas as dimens6es da rea'idade. A ética

cristã #ronuncia3se so$re 4uest6es individuais1 sociais1 #o'íticas1 eco',(icas1 econ;micas1

cu'turais e es#irituais1 #or4ue 4ue Ceus e5erce a sua autoridade so$re todas as áreas e es/eras

da e5istncia humana.

4.2. A ética cristã é absouta

A ética envo've a adoção de um #adrão a$so'uto de autoridade. A ética cristã é

teocntrica e o#osta > ética secu'ar1 4ue na maioria das ve2es é antro#ocntrica. R.-. S#rou'

o$serva 4ue 8#ara o humanista1 o homem é a norma1 o 'timo #adrão de com#ortamento. <s

cristãos1 contudo1 asseveram 4ue Ceus é o centro de todas as coisas e 4ue seu caráter é o

 #adrão a$so'uto #e'o 4ua' as 4uest6es de certo e errado são determinadas9.&% =ais en/ático

a/irma Qames <rr 4ue 8o idea' ético1 se 4uiser asse(urar o seu caráter a$so'uto1 indica #ara

uma $ase eterna no Ser a$so'uto. 7evando3nos #ara a conce#ção de Ceus como um ser

& Hrancis A. Schae//er1 % &eus 3ue se revela1 #. )&.&% R.-. S#rou'1 &isc)pulos Ho#e JSão "au'o1 Editora -u'tura -ristã1 !+L1 #. &&!.

!&

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eticamente #er/eito1 /onte e ori(em da verdade mora'1 /onte da 'ei mora'1 4ue como vimos está

com#rometida com o cristianismo.9&)

A 'ei de Ceus1 4ue é e5#ressa no Anti(o e ?ovo Testamento1 é a norma #ara a vidamora' do cristão. E5istem trs ti#os de 'ei no Anti(o Testamento civi'1 cerimonia' e mora'.

Tanto a 'ei civi' como a cerimonia' /oram es#eci/icamente e intenciona'mente 'imitadas >

anti(a A'iança1 #ara esta$e'ecer a teocracia so$re Israe'1 e /oram cum#ridas na o$ra rea' e

sacerdota' de -risto. A 'ei mora' e5#ressa em essncia a vontade mora' de Ceus1 e não teve a

sua 'imitação nas cerim;nias da anti(a A'iança. A 'ei de Ceus reve'a a sua #er/eição #ara os

homens.

<s Ce2 =andamentos é o resumo toda a 'ei mora' de Ceus. Temos o resumo da ética

do Reino de Ceus e5#osta ne'e. A -on/issão de Hé de Gestminster dec'ara

A 'ei mora' o$ri(a #ara sem#re a todos a #restar3'he o$edincia1 tanto as #essoas :usti/icadas como as outras1 e isto não somente 4uanto > matéria ne'a contida1 mastam$ém #e'o res#eito > autoridade de Ceus1 o -riador1 4ue a deu. -risto1 no Evan(e'ho1não des/a2 de modo a'(um esta o$ri(ação1 antes a con/irma.&

Zm dos usos da 'ei é o normativo.&+< terceiro uso da 7ei é normativo #ara a vida

cristã. A vontade mora' de Ceus está reve'ada na Escritura1 e não e'imina o uso de

discernimento #ara inter#retar corretamente e a#'icar a vontade mora' reve'ada #ara a vida

cristã e civi'. Qohn =urra o$serva 4ue 8visto 4ue Ceus não muda1 e visto 4ue a o$ri(ação a

Ceus não #ode ser a$ro(ada1 4ua'4uer a'teração radica' na ética im#erativa é a'(o

sim#'esmente inconce$íve'.9&

4.!. A ética cristã é ob"etiva

"or causa da sua so$erania Ceus tem o direito de emitir ordenanças1 de im#or

o$ri(aç6es e 4uando necessário intervir na conscincia dos homens. Ceus nos deu a'ém da

conscincia1 a Escritura Sa(rada #ara re(u'ar e estimu'ar o nosso com#ortamento. ?orman

Feis'er conc'ui 4ue se Ceus não e5istisse 8e as nicas 'eis o$:etivas do universo /ossem as 'eis

da /ísica e da 4uímica1 os :u'(amentos morais seriam a$surdos. ?ão estamos di2endo 4ue os

&) Qames <rr1 Concepción Cristiana de &ios / el 4undo JTerrassa1 -7IE1 !&L1 #. !*.& -on/issão de Hé de Gestminster JSão "au'o1 Editora -u'tura -ristã1 &Xed.1 &00*L1 YIY.%.&+ Tradiciona'mente na teo'o(ia re/ormada os trs usos da 'ei são o #eda(,(ico1 o civi'1 e o tertium usus legis é onormativo1 htt#^^www.thirdmi''.or(^/i'es^#ortu(uese^+!*%_`!`0!`!!30%3!0`A=_'ei(raca.htm1 acessado >s!!&hs de 0%^!0^&00).& Qohn =urra1 ética $í$'ica in % Novo &icion'rio da ()*lia1 #. %)0.

!*

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ateus e natura'istas não #ossam /a2er :u'(amento mora' o 4ue estamos di2endo é 4ue e'es não

tm *ase rea' #ara os seus :u'(amentos9.*0 

4.4. A ética cristã é prescritiva

A ética não se #ro#6e a#enas a descrever1 mas tam$ém #rescrever o 4ue é certo ou

errado. -. Ste#hen Evans de/ine como sendo o 8ramo da /i'oso/ia 4ue 'ida com as 4uest6es de

certo e errado1 $em e ma'1 virtude e de/eito.9 *! ?esta de/inição Evans não dec'ara se a ética é

a#enas descritiva1 ou se #rece#tiva. Todavia1 se a ética cristã #ressu#6e a /é cristã1 isto

envo've necessariamente o com#romisso de coerente su$missão e o$edincia a "a'avra de

Ceus. Wuanto ao caráter #rece#tivo da ética1 Qohn =urra conc'ui 4ue 8se Qesus deu3nos um

e5em#'o 4ue devemos se(uir os seus #assos1 e1 se a ética cristã é deste modo de/inida1 então a

maior necessidade característica do modo de vida e conduta cristã é o$edecer aos

mandamentos de Ceus.9*& Wuanto a isto o -atecismo =aior de Gestminster dec'ara 4ue 84ue

onde um dever é #rescrito1 o #ecado contrário é #roi$ido e onde o #ecado é #roi$ido1 o dever

contrário é #rescrito assim1 onde uma #romessa está ane5a1 a ameaça contrária está inc'usa e

onde uma ameaça está ane5a a #romessa contrária está inc'usa.9**

*0 ?orman Feis'er [ "eter Bocchino1 2undamentos "na*al'veis1 #. ***3**.*! -. Ste#hen Evans1 &icion'rio de .pologética e 2iloso+ia da Religi$o JSão "au'o1 Editora Kida1 &00L1 #. %&.*& Qohn =urra1 !he Claims o+ !ruth  in -o''ected Gritin(s o/ Qohn =urra JEdin$ur(h1 The Banner o/ TruthTrust1 !+L1 vo'. !1 #. !+!.** -atecismo =aior de Gestminster JSão "au'o1 Editora -u'tura -ristã1 &00&L1 #er(unta e res#osta 1 #. !&&.

!

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-onc'usão

A ética secu'ar di/ere da cristã nos seus /undamentos e metodo'o(ia. Qohn =. Hrame

comenta 4ue 8ética secu'ar1 assim como a e#istemo'o(ia secu'ar1 #rocura encontrar uma$so'uto em 4ua'4uer 'u(ar 4ue não se:a na "a'avra de Ceus. "ortanto1 e'a $usca um #adrão

ético nos mais #rováveis 'u(ares no su$:etivismo humano Je5istencia'ismoL1 no mundo

em#írico Jte'eo'o(iaL1 na ',(ica1 ou na ra2ão Jdeonto'o(iaL.9 * Entretanto1 a ética cristã é o

con:unto de va'ores morais $aseado nas Escrituras Sa(radas1 #e'o 4ua' o homem deve re(u'ar

a sua conduta neste mundo1 diante de Ceus1 do #r,5imo e de si mesmo. E'a é o esti'o de vida1

ou com#ortamento em con/ormidade com a /é cristã con/orme reve'ada #or Ceus J! "e !!+3

!L.

Em$ora e5istam várias a$orda(ens éticas não3cristãs1 certamente a mais escanda'osa

di/icu'dade se:a 84ue temos ho:e não é s, um com#ortamento imora'1 mas uma #erda de

critérios morais.9*% =esmo 4ue a ética cristã este:a na contra3cu'tura da sociedade #,s3

moderna1 onde o #'ura'ismo tem se esta$e'ecido irraciona'mente1 não é #ermitido aos cristãos

ca'ar1 mas devem manter uma c'ara #roc'amação da santa "a'avra de Ceus.

Qesus -risto 4ue é verdadeiro Ceus e verdadeiro homem é o #adrão mora' 4ue mode'aa conduta dos cristãos JQo !*!%L. Entretanto1 a ética cristã não se 'imita a#enas aos ensinos de

-risto e aos 'ivros do ?ovo Testamento1 mas1 o seu contedo é a soma tota' 8dos in/ormes

reve'at,rios e5i$idos nas Escrituras 4ue di2em res#eito ao com#ortamento humano.9*)  <

a#,sto'o "au'o escreveu 4ue 8toda a Escritura é ins#irada #or Ceus e ti' #ara o ensino1 #ara a

re#reensão1 #ara a correção1 #ara a educação na :ustiça1 a /im de 4ue o homem de Ceus se:a

 #er/eito e #er/eitamente ha$i'itado #ara toda $oa o$ra9 J& Tm *!)L. "odemos conc'uir 4ue a

teo'o(ia cristã

a:uda3nos a viver com inte(ridade1 e5#'icando o 4ue /a2 #arte de nossas crenças1 #ara 4ue #ossamos e5aminar me'hor as im#'icaç6es dessas crenças em nossa vida. A teo'o(ia'em$ra3nos 4ue Ceus e as aç6es divinas no mundo #ro#orcionam o a'icerce #araentendermos a vida ínte(ra. A inte(ridade cristã1 #ortanto1 im#'ica viver de modo 4uenossa vida es#e'he a nature2a do #r,#rio Ceus. < ínte(ro é a4ue'e cu:a conduta e5i$e ocaráter de Ceus.*

* Qohn =. Hrame1 !he &octrine o+ od  J"hi''i#s$ur(1 "[R "u$'ishin(1 &00&L1 #. !.*% Fene Edward Keith1 Qr.1 !empos Pósmodernos JSão "au'o1 Editora -u'tura -ristã1 !L1 #. !&.*) Qohn =urra1 ética $í$'ica in % Novo &icion'rio da ()*lia6 #. %)0.* Stan'e Q. Fren2 e Ro(er E. <'sen1 ,uem Precisa de !eologia JSão "au'o1 Editora Kida1 &00&L1 #. !*.

!%

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Re/erncias

!. Banks1 Ro$ert1 . teologia nossa de cada dia JSão "au'o1 Editora Kida1 &00L.

&. Berkho/1 Pendrikus1 "ntroduction to the Stud/ o+ &ogmatics JFrand Ra#ids1 Gm. B.Eerdmans "u$'ishin( -o.1 !+%L.

*. Berkho/1 7ouis1 "ntroducción a la !eologia Sistem'tica JFrand Ra#ids1 7i$ros Cesa/io1&00&L.

. ``````````` 1̀ !eologia Sistem'tica J-am#inas1 7u2 "ara o -aminho "u$'icaç6es1 !L.

%. Boettner1 7oraine1 Catolicismo Romano JSão "au'o1 Im#rensa Batista Re(u'ar1 !+%L.

). -am#os1 Pe$er -. de1 % Ser de &eus e seus atri*utos JSão "au'o1 Editora -u'tura -ristã1!L.

. -atecismo =aior de Gestminster JSão "au'o1 Editora -u'tura -ristã1 &00&L.

+. -on/issão de Hé de Gestminster JSão "au'o1 Editora -u'tura -ristã1 &Xed.1 &00*L.

. -o'son1 -har'es [ ?anc "earce1 E .gora Como 0iveremos- JRio de Qaneiro1 -"AC1&000L.

!0. Cou('as1 Q.C.1 ed.1 % Novo &icion'rio da ()*lia JSão "au'o1 Ediç6es Kida ?ova1 &X.ed.1&00*L.

!!. Edwards1 Brian P.1 Los &ie7 4andamientos para Ho/ J-iudad Rea'1 Editoria' "ere(rino1&000L.

!&. E'we''1 Ga'ter A.1 ed.1 Enciclopédia Histórico!eológica da "gre#a Crist$ JSão "au'o1Ediç6es Kida ?ova1 !&L1 vo'. &.

!*. Evans1 -. Ste#hen1 &icion'rio de .pologética e 2iloso+ia da Religi$o JSão "au'o1 Editora

Kida1 &00L.!. Herreira1 Q'io A.1 ed.1 .ntologia !eológica JSão "au'o1 Editora ?ovo Sécu'o1 &00*L.

!%. Hore''1 Feor(e G.1 8tica da &ecis$o JSão 7eo#o'do1 Editora Sinoda'1 *X ed.1 !+*L.

!). Hrame1 Qohn =.1 .pologetics to the lor/ o+ od  J"hi''i#s$ur(1 "[R "u$'ishin(1 !L.

!. `````````````1 !he &octrine o+ od  J"hi''i#s$ur(1 "[R "u$'ishin(1 &00&L.

!+. Feis'er1 ?orman 7.1 8tica Crist$ JSão "au'o1 Ediç6es Kida ?ova1 &00*L.

!. ````````````````1 2undamentos "na*al'veis JSão "au'o1 Editora Kida1 &00*L.

!)

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&0. Fren21 Stan'e Q.1 e Ro(er E. <'sen1 ,uem Precisa de !eologia JSão "au'o1 Editora Kida1&00&L.

&!. Frudem1 Gane1 !eologia Sistem'tica JSão "au'o1 Ediç6es Kida ?ova1 &00&L.

&&. Fundr1 Stan'e1 ed.1 Lei e Evangelho JSão "au'o1 Editora Kida1 &00*L.

&*. Poeksema1 Perman1 Re+ormed &ogmatics JFrandvi''e1 Re/ormed Hree "u$'ishin(Association1 &00L1 vo'.!.

&. @u#er1 A$raham1 Calvinismo JSão "au'o1 Editora -u'tura -ristã1 &00&L.

&%. =ott1 Ste#hen -.1 8tica *)*lica / cam*io social  JBuenos Aires1 Nueva Creación6 !%L.

&). =urra1 Qohn1 !he Claims o+ !ruth in -o''ected Gritin(s o/ Qohn =urra JEdin$ur(h1

The Banner o/ Truth Trust1 !+L1 vo'. !.

&. =att1 A'an1 .postila de !eologia Sistem'tica Jte5to não #u$'icado do SeminárioTeo',(ico Batista do Su'1 Rio de Qaneiro1 !L.

&+. <rr1 Qames1 Concepción Cristiana de &ios / el 4undo JTerrassa1 -7IE1 !&L.

&. Ro'dán1 A'$erto H.1 Para ,ue Serve a !eologia- J-uriti$a1 Cesco$erta Editora 7tda.1&000L.

*0. Schae//er1 Hrancis A.1 % &eus 3ue se revela JSão "au'o1 Editora -u'tura -ristã1 &00&L.

*!. Scha//1 C.S.1 Nossa Crença e a de Nossos Pais JSão "au'o1 Im#rensa =etodista1 !)L.

*&. Sire1 Qames G.1 % 1niverso ao Lado JSão "au'o1 Editora Pa(nos1 &00L.

**. Smedes1 7ewis B.1 4oralidad / Nada 4's JBuenos Aires1 Nueva Creación6 !)L.

*. S#rou'1 R.-.1 &isc)pulos Ho#e JSão "au'o1 Editura -u'tura -ristã1 !+L.

*%. Keith Qr1 Fene Edward1 !empos Pósmodernos JSão "au'o1 Editora -u'tura -ristã1 !L.

Rev. Ewerton B. Tokashiki"astor da I(re:a "res$iteriana de "orto Ke'ho

 #rtokashiki(mai'.com

!