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Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, da Cidadania e do Consumidor de Santana - Amapá
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA CÍVEL
DA COMARCA DE SANTANA – AMAPÁ
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO AMAPÁ, por meio dos
Promotores de Justiça signatários, com fundamento nos artigos 127, caput, e 129,
inciso III, todos da Constituição da República; no artigo 150, inciso III, da
Constituição do Estado do Amapá; e no artigo 48, inciso VIII, alíneas “a”, “b” e “c”,
da Lei Complementar Estadual nº 079/2013, bem como nos demais dispositivos legais
pertinentes, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, consubstanciado no
Processo Administrativo 0000656-81.2020.9.04.0002, propor a presente
AÇÃO CIVIL PÚBLICA, com pedido de tutela antecipada
em desfavor do MUNICÍPIO DE SANTANA, pessoa jurídica de direito
público interno, situada na Avenida Santana, 2913, bairro Paraíso, Santana-AP, CEP
68928-060, Santana-Amapá, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.
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1. DOS FATOS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou no dia 30 de janeiro de
2020 em Genebra, na Suíça, que o surto do novo Coronavírus (2019-nCoV) constitui
uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional.
Por meio do Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, deu-se o
reconhecimento oficial do estado de calamidade pública no Brasil, e por meio da
Emenda Constitucional nº 106, de 7 de maio de 2020, estabeleceu-se que a União
adotará regime extraordinário fiscal, financeiro e de contratações para atender às
necessidades dele decorrentes, somente naquilo em que a urgência for incompatível
com o regime regular.
A Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que trata das medidas para
enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional
decorrente de surto pandêmico do Coronavirus instituiu dentre as medidas, novas
hipóteses de “dispensa de licitação”, com a obrigação de disponibilização em sítio
oficial específico na rede mundial de computadores, das informações previstas no § 3º
do art. 8º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, o nome do contratado, o
número de sua inscrição na Receita Federal do Brasil, o prazo contratual, o valor e o
respectivo processo de contratação ou aquisição.
Visando o cumprimento da referida norma jurídica, o Ministério Público
do Estado do Amapá (MP-AP) emitiu a Recomendação nº 0000008/2020-
GAB/PJDPPCC, no qual recomenda ao Prefeito Municipal de Santana e à Secretária
Municipal de Saúde que, no prazo de 5 (cinco) dias, disponibilizasse, em sítio
eletrônico, um link específico de acesso onde deveriam ser publicizados, em tempo
real e de forma fidedigna (sem omissões), todas as contratações e aquisições
realizadas, contendo, no que couber, os nomes dos contratados, os números de suas 2
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inscrições na Receita Federal do Brasil (CNPJs), os prazos contratuais, os objetos e
quantidades contratados, os valores individualizados contratados e os números dos
respectivos processos SEI de contratação ou aquisição.
A Recomendação foi publicada no Diário Eletrônico do dia 07.04.2020 e
encaminhada por Ofícios (351/2020; 352/2020; 353/2020; 355/2020) ao Prefeito
Municipal de Santana, Secretária Municipal de Santana, Secretário Municipal de
Administração, Procurador-Geral do Município, os quais foram recebidos no dia
07.04.2020.
Por meio do Ofício nº 258/2020/GAB-SEMSA/PMS, de 16 de abril de
2020, a Secretária Municipal de Saúde, Sra. Maira do Nascimento de Carvalho,
relatou ao Ministério Público as atividades desenvolvidas, dentre os quais:
“Planejamento da contratação emergencial para aquisição de teste rápido, equipamentos para implantação da unidade de terapia intensiva (UTI), equipamentos hospitalares e de proteção individual, insumos, medicamentos, serviço de desinfecção de vias e prédios públicos, unidades básicas de saúde, serviço de lavanderia hospitalar”
“Atividades compartilhadas junto a Assistência Social do Município para aquisição de cestas básicas destinadas as famílias em isolamento domiciliar (casos suspeitos e confirmados de COVID-19)”.
No Ofício nº 257/2020/GAB-SEMSA/PMS, de 16 de abril de 2020, a
Secretária Municipal de Saúde, Sra. Maira do Nascimento de Carvalho, comprometeu-
se em disponibilizar as informações relativas às contratações, no site oficial da
Prefeitura, tão logo finalizasse os processos de contratações e aquisições emergenciais.
Muito embora ciente da Recomendação do Ministério Público e da
exigência legal, a Prefeitura Municipal de Santana não cumpre com a publicização das
informações em seu site: https://santana.ap.gov.br/.
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É fato que foi inserido um “banner” em sua página inicial, concentrando
as informações de interesse relacionadas à pandemia, tais como “notícias, boletim,
decretos, receitas, despesas, contratos e licitações”, contudo, quando do acesso direto a
tais links não há qualquer conteúdo.
Veja as imagens abaixo:
Especificamente com relação ao link “licitações” o conteúdo apresentado
é das licitações promovidas em geral e não daquelas realizadas por força da
contratação direta.
Há forte indício de que está ocorrendo contratações diretas, com dispensa
de licitação, promovidas pela Prefeitura de Santana, sem qualquer tipo de publicidade
do ato.
No último dia 06.05.2020, no site da Prefeitura de Santana
(https://santana.ap.gov.br) foi publicada a notícia intitulada “Prefeitura cede
equipamentos e respiradores para hospital de campanha do GEA”, in verbis:
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A notícia oficial da Prefeitura registra que “os respiradores foram
adquiridos pela gestão municipal para ampliar o atendimento de munícipes durante a
pandemia do novo coronavírus”.
Diante da ausência de qualquer informação sobre o cumprimento da
Recomendação e constatado a falta de disponibilização de informações no link direto
de transparência, não restou outra alternativa ao Ministério Público, senão socorrer-se
ao Poder Judiciário.
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2. DO DIREITO
A vigente Constituição da República consagrou como princípio
fundamental da Administração Pública a publicidade (CF, art. 37, caput), bem como
garantiu o direito fundamental à informação (CF, art. 5º, inciso XIV).
O fundamento de tal preceito se baseia na possibilidade da participação
popular no planejamento e a efetiva fiscalização dos atos de gestão fiscal, conferindo-
lhes a indispensável legitimidade.
O princípio da publicidade possibilita maior controle social das contas
públicas, facilitando a obtenção de dados relativos à gestão de pessoal, orçamentária e
financeira e, consequentemente, reduzindo a margem de eventuais desvios, sendo,
portanto, uma medida de caráter preventivo visando o direito fundamental a uma boa
administração pública.
Em sua obra “Curso de Direito Constitucional Positivo”, José Afonso da
Silva defende que:
(...) a publicidade sempre foi tida como um princípio administrativo porque se entende que o Poder Público, por ser público, deve agir com a maior transparência possível, a fim de que os administrados tenham, a toda hora, conhecimento do que os administradores estão fazendo. Especialmente exige-se que se publiquem atos que devem surtir efeitos externos, fora dos órgãos da Administração. A publicidade, contudo, não é um requisito de forma do ato administrativo, não é elemento formativo do ato, é requisito de eficácia e moralidade. Por isso mesmo, os atos irregulares não se convalidam com a publicação, nem os regulares a dispensam para a sua exequibilidade, quando a lei ou o regulamento a exige. Agora é a Constituição que a exige.
A transparência ativa correspondente à divulgação das informações,
independentemente de solicitação, de modo a evitar o desperdício de tempo e de
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recursos financeiros do cidadão e da própria Administração, que deixa de prestar
atendimentos repetitivos.
Na transparência passiva, o sujeito a quem cabe o dever de informar
divulga informações sob demanda, em atendimento às solicitações do cidadão.
O fio condutor da distinção é a presença ou a ausência de dois elementos:
espontaneidade na oferta da informação (transparência ativa) e atendimento à
solicitação do cidadão (transparência passiva).
Em decorrência da inserção da transparência ativa na dimensão jurídico
objetiva do direito fundamental de acesso à informação pública, resta reconhecer o
caráter normativo, que impõe tanto a obrigação de cumprir com a solicitação
(transparência passiva) quanto com o dever de informar espontaneamente o que não é
solicitado, mas é de interesse coletivo e geral (transparência ativa).
Sendo assim, tanto a transparência ativa quanto a transparência passiva
constituem deveres de observância obrigatória pelo Poder Público.
A Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que trata das medidas para
enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional
decorrente de surto pandêmico do Coronavirus, instituiu dentre as medidas, novas
hipóteses de “dispensa de licitação”. In verbis:
Art. 4º É dispensável a licitação para aquisição de bens, serviços, inclusive de engenharia, e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus de que trata esta Lei. § 1º A dispensa de licitação a que se refere o caput deste artigo é temporária e aplica-se apenas enquanto perdurar a emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus.§ 2º Todas as contratações ou aquisições realizadas com fulcro nesta Lei serão imediatamente disponibilizadas em sítio oficial específico na rede mundial de computadores (internet), contendo, no que couber, além das informações previstas no § 3º do art. 8º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, o nome do contratado, o número de sua inscrição na Receita Federal do Brasil, o prazo contratual, o valor e o respectivo processo de contratação ou aquisição.
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A Lei faz menção ao art.8º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011
(Lei de Acesso a Informação), que assim dispõe:
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.(...)§ 3º Os sítios de que trata o § 2º deverão, na forma de regulamento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos:I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão;II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações;III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação;V - garantir a autenticidade e a integridade das informações disponíveis para acesso;VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso;VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade detentora do sítio; eVIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. 17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9º da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008.
Há obrigação legal ao ente público de cumprir com o dever de informar
espontaneamente a informação de interesse coletivo e geral (transparência ativa).
Não há razão justificável, ainda que estejamos vivenciando um estado de
excepcionalidade, a ocultação de informações aos cidadãos e órgãos de controle.
Embora não seja o objeto da presente Ação Civil Pública é relevante
enfatizar que a constatação da inexistência de sítios oficiais na rede mundial de
computadores (internet), conforme exigido no art. 8º, §2º, da LAI, que funciona a
serviço da transparência ativa, poderá resultar na responsabilização por ato de
improbidade administrativa, no comportamento de recusar a fornecer informação
requerida (art. 32, I, da LAI), combinada com a negativa de publicidade aos atos
oficiais (art. 11, IV, da Lei de Improbidade Administrativa).
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3. DO PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
De acordo com o art. 300 do CPC, a “tutela de urgência será concedida
quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo (...) § 2º A tutela de urgência pode ser
concedida liminarmente ou após justificação prévia; § 3º A tutela de urgência de
natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade
dos efeitos da decisão”. Os requisitos para concessão da tutela de urgência de natureza
antecipada encontram-se presentes.
A probabilidade do direito está presente na literalidade da exigência legal
contida no art.4º, § 2º da Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020 c.c. art.8º da Lei nº
12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso a Informação).
O perigo de dano resta caracterizado pela necessidade na implementação
de ferramentas de fiscalização e acompanhamento de gastos públicos, num quadro de
ampliação da discricionariedade administrativa na contratação de bens e serviços no
enfrentamento no estado de calamidade pública.
O reconhecimento do estado de calamidade, criou ambiente de
justificação para a urgência nas contratações diretas, com dispensa de licitação, por
outro lado a própria legislação conferiu a urgência ao conceber a obrigatoriedade no
estabelecimento de recurso tecnológico (link direto de acesso) para o exercício do
controle, o que denota o tratamento diferenciado.
A urgência não só decorre de uma valoração abstrata da lei, no caso em
apreço, se vislumbra nas notícias da prática de crimes em apuração pela Polícia
Federal, conforme amplamente noticiado no último dia 11.05.2020, envolvendo
compras de equipamentos na área da saúde em Santana1.
1 https://selesnafes.com/2020/05/santana-pf-apreende-dinheiro-em-casa-de-secretaria-de-saude-durante-operacao/9
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A concessão da medida de forma liminar, sem justificação prévia é
imperativa, diante da certeza do direito alegado originar-se de comandos legais
expressos. A justificação prévia permitirá o alargamento temporal não razoável de
consequências desastrosas no acompanhamento de eventuais ilícitos.
Não há qualquer perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão, visto
tratar-se de obrigação legal clara e expressa, cujo conteúdo da informação não é de
trato pessoal ou do interesse da segurança nacional, hipóteses constitucionais sobre os
quais admite-se a restrição da informação.
Nos fundamentos expostos, a pretensão ministerial consubstancia na
emissão de ordem mandamental liminar, para que o Município de Santana,
disponibilize em seu Portal (https://santana.ap.gov.br), no prazo de 72 (setenta e duas)
horas, link específico de acesso, relacionado a aquisição de bens, serviços, inclusive
de engenharia, e insumos destinados ao enfrentamento da emergência de saúde pública
decorrente do Coronavírus, contendo: a) nos termos do art.4º, § 2º da Lei Federal nº
13.979/2020: a.1) o nome do contratado; a.2) o número de sua inscrição na Receita
Federal do Brasil; a.3) o prazo contratual; a.4) o valor; a.5) o respectivo processo de
contratação ou aquisição; a.6) os documentos em formato “PDF”, na integralidade do:
processo administrativo de contratação direta, nas modalidades de dispensa ou
inexigibilidade de licitação; contrato administrativo; documentos relacionados a
liquidação da despesa; e do efetivo pagamento; b) a observância dos requisitos
exigidos no art.8º, § 3º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011.
4. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer o Ministério Público do Amapá:
1. O recebimento e autuação da presente Ação Civil Pública;10
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2. Nos termos do art.300 e seguintes do Código de Processo Civil, a
concessão de tutela de urgência, na modalidade antecipada e de conteúdo
mandamental, sem justificação prévia, para que o Município de Santana - Amapá,
disponibilize e mantenha atualizado em seu sítio eletrônico https://santana.ap.gov.br,
no prazo de 72 (setenta e duas) horas, “banner” vinculando link específico de acesso
público, contendo informações relacionadas a aquisição de bens, serviços, inclusive de
engenharia, e insumos destinados ao enfrentamento da emergência em saúde pública
decorrente do Coronavírus, consubstanciado nas seguintes informações: a) nos termos
do art.4º, § 2º da Lei Federal nº 13.979/2020: a.1) o nome do contratado; a.2) o
número de sua inscrição na Receita Federal do Brasil; a.3) o prazo contratual; a.4) o
valor; a.5) da integralidade em formato “PDF”, do respectivo processo de contratação
ou aquisição, acepção terminológica que abrange o processo administrativo de
justificação de contratação direta, nas modalidades de dispensa ou inexigibilidade de
licitação; o contrato administrativo ou de outros instrumentos hábeis, permitidos pela
legislação, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de
compra ou ordem de execução de serviço; os documentos relacionados a liquidação da
despesa (nota de empenho e nota fiscal); do efetivo pagamento (transferência bancária,
recibo etc); do efetivo recebimento do produto ou da prestação do serviço; b) a
observância dos requisitos referentes as formalidades exigidas nos portais
transparência, dispostas no art.8º, § 3º da Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011;
3. A determinação de citação do Município de Santana, a fim de que, caso
queira, conteste a presente ação no prazo legal, sob pena de revelia (art. 250, inciso II,
do CPC);
4. O julgamento procedente da presente ação, confirmando a integralidade
dos pedidos constantes na tutela de urgência de natureza antecipada. Havendo
contestação que não traga a indicação legal ou constitucional de excepcionalidade na
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publicação da informação, classificada como informação pessoal, secreta ou
ultrassecreta, requer desde já o julgamento antecipado de mérito, nos termos do
art.355, inciso I do Código de Processo Civil;
5. Por fim, requer a cominação de multa diária ao Município de Santana,
em valor a ser estipulado pelo prudente arbítrio deste Juízo em caso de
descumprimento da tutela de urgência ou definitiva, com fundamento no art. 12, § 2º,
da Lei nº 7.347/85.
Dispensa-se a realização de audiência prévia de conciliação, tendo em
vista o disposto no art. 319, inciso VII, do CPC.
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais).
Santana-AP, 14 de maio de 2020.
GISA VEIGA CHAVESPromotora de Justiça
ANDERSON BATISTA DE SOUZAPromotor de Justiça
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